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Conflitos no Mundo Globalizado: Primavera Árabe.

A Primavera Árabe trata-se de uma onda de protestos contra regimes ditatoriais e


corruptos, em movimentos que se espalharam por diversos países do norte da África e do
Oriente Médio a partir do fim de 2010.

A princípio esses protestos iniciaram na Tunísia com o ato de imolação do feirante


Mohamed Bouazizi, 26 anos, vendia frutas e legumes nas ruas de Sidi Bouzid, cidade a
260 quilômetros ao sul de Túnis, capital da Tunísia. Em 17 de dezembro de 2010, ele se
recusou a pagar propina a fiscais e teve suas mercadorias confiscadas. Foi à sede do
governo municipal tentando reaver seus produtos, não obtendo êxito. Indignado e
humilhado, comprou gasolina e ateou fogo em seu próprio corpo, pondo fim à vida.
Fatores que desencadearam a Primavera Árabe:

● Elevados índices de pobreza


● Desigualdade social
● Desemprego
● supressão da liberdade de expressão

As manifestações foram marcadas por ampla participação popular, sobretudo impulsionadas


por jovens através do uso da internet em redes sociais como ferramenta para mobilização.

O Tribunal Militar da Tunísia condena Zine el-Abidine Ben Ali à prisão perpétua por ter sido
responsável pela morte de manifestantes durante a rebelião que o tirou do poder no início
da “Primavera Árabe”. A Tunísia foi o único país que conseguiu implantar uma democracia
após os protestos, tendo realizado duas eleições: na primeira, ocorrida em 2011, venceu o
partido islâmico Ennahda; na segunda, em 2014, o partido secular Nidaa Tounes.
Desafios enfrentados no “êxito” da Primavera Árabe em alguns contextos:

● A queda das ditaduras não assegura necessariamente um governo democrático.


● As mobilizações foram realizadas sem uma plena organização política e objetivos
bem traçados, o que tende a gerar conflitos por grupos pelo poder.
● Devido à fragilidade ou embaraços de ordem político-econômica desses países, tais
embates geram mais instabilidade e podem conduzir esses territórios a situações
piores do que antes.

A Líbia e a Síria: casos em que a Primavera Árabe ainda não trouxe bons frutos.

Depois de 42 anos no poder, em 2011 o ditador Muamar Kadafi foi deposto e


posteriormente morto pela população líbia em uma curta, porém violenta, guerra civil. Em
2015, a Líbia era um país politicamente esfacelado, tendo dois governos, um reconhecido
internacionalmente, em Trípoli, e outro paralelo, em Tobruk, cada um dos quais tentando
conseguir o apoio da maioria das mais de mil milícias armadas para se firmar no poder.
Havia indícios de que a mais violenta delas, a Ansar al-Sharia, que controla Bengasi, a
segunda cidade do país, já teria feito um acordo com o Estado Islâmico.

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