Você está na página 1de 3

Domínio francês

Bairro Bab Souika em Túnis em 1899

Ver artigos principais: Ocupação francesa da Tunísia e Protetorado Francês da Tunísia


Em 1869, a Tunísia declarou-se falida e uma comissão financeira internacional assumiu o
controle de sua economia. Em 1881, usando o pretexto de uma incursão para a Argélia,
os franceses invadiram o país com um exército de cerca de 36 mil homens e forçou o bei a
concordar com os termos do Tratado de Bardo, em 1881.[30] Com este tratado, a Tunísia
tornou-se oficialmente um protetorado francês, apesar das objeções da Itália. Sob
colonização francesa, assentamentos europeus no país foram ativamente incentivados; o
número de colonos franceses cresceu de 34 mil em 1906 para 144 mil em 1945. Em 1910,
havia 105 mil italianos vivendo na Tunísia.[31]
Em 1942-1943, durante a Segunda Guerra Mundial, o país foi o palco da Campanha da
Tunísia, uma série de batalhas entre as forças do Eixo e dos Aliados. A batalha começou
com o sucesso inicial das forças alemãs e italianas, mas a superioridade numérica dos
Aliados levou à rendição do Eixo em 13 de maio de 1943. [32][33]

Independência

Habib Bourguiba, o primeiro presidente da Tunísia ao lado da bandeira nacional

A Tunísia conquistou a independência da França em 1956, liderada por Habib Bourguiba,


que mais tarde tornou-se o primeiro presidente da Tunísia.[34] A secular Assembleia
Constitucional Democrática (RCD), anteriormente conhecida como Neo Destour, controlou
o país através de um dos regimes mais repressivos do mundo árabe, de sua
independência em 1956 até a revolução da Tunísia em 2011.[35]
Em novembro de 1987, os médicos declararam Bourguiba incapaz de governar e, em
um golpe de Estado sem derramamento de sangue, o primeiro-ministro Zine El Abidine
Ben Ali assumiu a presidência.[34] O presidente Ben Ali, anteriormente ministro de
Bourguiba e uma figura militar, manteve-se no poder de 1987 a 2011, depois que uma
equipe de médicos especialistas julgou Bourguiba inapto para exercer as funções do
cargo, em conformidade com o artigo 57 da Constituição da Tunísia. [36] O aniversário da
sucessão de Ben Ali, 7 de novembro, era celebrado como um feriado nacional. Ele foi
sistematicamente reeleito com maiorias significativas a cada eleição, sendo a última em 25
outubro de 2009, até ele fugir do país em meio a agitação popular de janeiro de 2011. [37]
Ben Ali e sua família foram acusados de corrupção política e de saquear o dinheiro do
país. Os membros corruptos da família Trabelsi, principalmente nos casos de Imed
Trabelsi e Belhassen Trabelsi, controlavam grande parte do setor empresarial do país. [38] A
primeira-dama Leila Ben Ali era descrita como uma compradora compulsiva que usava o
avião do governo para fazer viagens não oficiais frequentes para capitais da
moda da Europa.[39] A Tunísia recusou um pedido da França para a extradição de dois
sobrinhos do presidente, do lado de Leila, que foram acusados pelo Ministério Público do
Estado Francês de ter roubado dois mega-iates de uma marina francesa.[40]
Grupos independentes de direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Freedom
House, documentaram que os direitos humanos e políticos básicos não eram respeitados
no país.[41][42] O regime obstruía de qualquer maneira possível o trabalho das organizações
de direitos humanos locais.[43] Em 2008, em termos de liberdade de imprensa, a Tunísia foi
classificada na 143ª posição entre os 173 países avaliados. [44]

Revolução
Ver artigos principais: Revolução de Jasmim e Primavera Árabe

Manifestantes lutam contra a polícia em 14 de janeiro de 2011, durante a Revolução de Jasmim que


posteriormente desencadeou a Primavera Árabe

A Revolução de Jasmim foi uma intensa campanha de resistência civil que foi precipitada
pela elevada taxa de desemprego, a inflação dos alimentos, a corrupção política,[45] a falta
de liberdade de expressão e outras liberdades políticas[46] e as más condições de vida.
Os sindicatos foram uma parte integrante dos protestos. Os protestos inspiraram
a Primavera Árabe, uma onda de levantes civis semelhantes em todo o mundo árabe.[47]
O catalisador para as manifestações em massa foi a morte de Mohamed Bouazizi, um
vendedor ambulante de 26 anos de idade que colocou fogo no próprio corpo em 17 de
dezembro de 2010, em protesto contra o confisco de suas mercadorias e a humilhação
infligida a ele por um funcionário municipal. A raiva e a violência se intensificaram após a
morte de Bouazizi, em 4 de janeiro de 2011, levando o presidente Zine El Abidine Ben Ali a
renunciar em 14 de janeiro de 2011, após 23 anos no poder. Os protestos continuaram até
a proibição do partido no poder e a expulsão de todos os membros do governo de
transição formado por Mohamed Ghannouchi. Eventualmente, o novo governo cedeu às
demandas. Um tribunal de Túnis proibiu a atuação do antigo partido governante e
confiscou todos os seus recursos. Um decreto do Ministro do Interior proibiu também a
"polícia política", que eram forças especiais que eram usadas para intimidar e perseguir
ativistas políticos durante o regime de Ben Ali.[48]
Em 3 de março de 2011, o presidente anunciou que as eleições para uma Assembleia
Constituinte seria realizada em 23 de outubro de 2011. Observadores internos e
internacionais declararam o processo eleitoral livre e justo. O Movimento Ennahda,
anteriormente proibido pelo regime de Ben Ali, conquistou 90 assentos do parlamento, de
um total de 217.[49] Em 12 de dezembro de 2011, o ex-ativista dos direitos humanos e
dissidente veterano Moncef Marzouki foi eleito presidente do país.[50] Em março de 2012, o
Ennahda declarou que não iria apoiar que a xaria passasse a ser a principal fonte
da legislação nacional na nova constituição, mantendo a natureza secular do Estado
tunisiano. A postura de Ennahda sobre a questão foi criticada por islamitas radicais, que
queriam que a xaria fosse completamente aplicada.[51]

Você também pode gostar