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História

Primeiros povos
Os primeiros habitantes das Filipinas chegaram ao território durante o Paleolítico há, pelo
menos, 30 mil anos, sendo os ancestrais dos negritos, primeiros habitantes do
arquipélago.[16]
Há quatro mil anos, os austronésios, que formam a população filipina desde então, migram
de Taiwan para o arquipélago filipino, deslocando os negritos em regiões remotas e
montanhosas das ilhas.[16][17]
Por volta de 1 000 a.C., o arquipélago filipino já havia evoluído para um conjunto de povos
separados em diferentes ilhas, que tinham relações de amizade (por meio do comércio e
alianças) ou de inimizade (guerreando entre si).
A partir do século III, as relações comerciais e diplomáticas entre os povos filipinos e os
reinos da Malásia e Indonésia, estes últimos fortemente influenciados pela cultura hindu,
introduziram influências culturais da Índia no arquipélago, como as
religiões hindu e budista. Aos poucos, começam a surgir formas de organização mais
complexa entre os povos das Filipinas.
No século X, a região da Baía de Manila é dominada pelo Reino de Tondo, hindu, que,
com o passar do tempo, foi dominando a Luzon, influenciando fortemente na organização
das populações locais. Esse reino teve fortes relações comerciais com a China, Índia e os
reinos malaios e indonésios.
No século XIII, as ilhas de Sulu e Mindanao entra em contato pela primeira vez com reinos
e comerciantes muçulmanos da Malásia, o que introduziu a religião islâmica ali. Em 1405,
Sayyid Abu Bakr Abirin, natural de Johor, funda o Sultanato de Sulu. Também no século
XV, o Império do Brunei domina parte das ilhas de Sulu e Mindanao e entra em conflito
com o Reino de Tondo.[17]

Colonização europeia

Inscrição em cobre de Laguna, encontrada em Laguna de Bay em 1989 e datada do século X, é o


documento escrito mais antigo já encontrado nas Filipinas. O sistema de escrita presente é muito
similar aos alfabetos das línguas indianas, o que denota a forte influência cultural indiana nas
Filipinas, introduzida por meio de relações comerciais.

Em 1521, a expedição de circum-navegação do português Fernão de Magalhães, a serviço


da Espanha, se torna a primeira europeia a alcançar as Filipinas, na procura por uma rota
alternativa para o comércio de especiarias, e apelida a região de "San Lázaro". Na ilha
de Cebu, convenceu o chefe local Humabon e outros 800 nativos a se converter
ao catolicismo. Posteriormente, tentou a mesma ação na ilha de Mactán, porém lá foi
morto em 27 de abril pelo chefe local Lapu-Lapu. No arquipélago, os nativos possuíam
uma religiosidade na qual seus deuses eram associados à natureza. O catolicismo
empregado sofria concessões, ou seja, ajustes de acordo com a cultura local, facilitando,
assim, o domínio e aceitação desta religião naquele local. Um exemplo é o fato de muitos
nativos considerarem, a sexta-feira, um mau-presságio, e os pescadores fazerem
oferendas aos deuses com mutilações; sob o catolicismo, as oferendas passaram a ser
feitas na sexta-feira santa.[18]
Em 1543, uma expedição de colonização, liderada por Ruy López de Villalobos, renomeou
duas ilhas (Leyte e Samar) para "Filipinas", em homenagem ao Príncipe e futuro Rei da
Espanha Filipe II.[18]
Em 1565, conquistadores liderados por Miguel López de Legazpi iniciaram a ocupação das
Filipinas pela Espanha, com a criação do primeiro forte em Cebu. Surge, então,
a Capitania-Geral das Filipinas, subordinada ao Vice-Reino da Nova Espanha. Em 1571,
os espanhóis fundam, no local da antiga capital do Reino de Tondo, a cidade de Manila,
capital da capitania a partir de então.
As correntes oceânicas e ventos favoráveis para a navegação entre o arquipélago asiático
e a América propiciaram o surgimento do Galeão de Manila, rota comercial que
ligava Acapulco à capital filipina. O galeão era importante por trazer tecidos e especiarias
para os domínios espanhóis. Ao longo do século XVII, várias escolas foram construídas,
como a Universidade de Santo Tomás, em Manila (1611). O fim da rota comercial se deu
em 1815, quando a Espanha ficou enfraquecida com a seguida perda do México e a
guerra com os Estados Unidos.[17][18]
A adoção da cultura e hábitos espanhóis e o catolicismo pelos povos filipinos variou muito,
com algumas regiões, como os sultanatos de Sulu, Mindanao e Jolo mantendo sua
identidade e cultura.[17]
Durante o século XVIII, a região foi atacada por piratas chineses e havia a preocupação
com a ocupação por colonizadores neerlandeses, portugueses e ingleses. Entre 1762 e
1764, Manila foi dominada pelos britânicos.

Movimentos separatistas e domínio estadunidense


Ver artigo principal: Relações entre Estados Unidos e Filipinas

Bandeira dos revolucionários filipinos de 1896

Em 1821, a Espanha reconhece a independência do México e, com isso, a Capitania-Geral


das Filipinas passa a ser administrada diretamente com o reino.
Com a independência da América Espanhola, começam a surgir os primeiros movimentos
separatistas no arquipélago. Eles se intensificam na segunda metade do século XIX,
quando uma elite nativa filipina educada com os moldes europeus começa a criticar a
dominação espanhola sob o arquipélago e os abusos coloniais e a fomentar um senso de
identidade nacional.[16][17]
Um dos membros dessa elite, o linguista, médico e escritor José Rizal, hoje herói nacional,
iniciou um movimento pela independência. Ao mesmo tempo, uma sociedade secreta
chamada Katipunan, chefiada pelo revolucionário Andrés Bonifácio, começou a Revolução
Filipina em agosto de 1896. Com isso, os espanhóis procuram por Rizal, refugiado
em Dapitan, capturado e enviado para Manila, onde foi julgado e condenado à morte,
tendo sido executado em dezembro de 1896.
Entretanto, a morte de Rizal estimulou ainda mais a revolução, levando o General Emílio
Aguinaldo a declarar, no dia 12 de junho de 1898, a independência do país e a
proclamação da Primeira República das Filipinas.
Em 1898, a Guerra Hispano-Americana começou e atingiu as Filipinas. A Espanha cede as
Filipinas aos Estados Unidos junto com Porto Rico e Guam, como resultado da vitória
estadunidense.[19] À medida que ficava cada vez mais claro que os Estados Unidos não
reconheceriam a Primeira República das Filipinas, a Guerra Filipino-Americana estourou,
resultando em um total de 250 mil a um milhão de civis mortos, principalmente devido à
fome e doenças. Após a derrota do governo estabelecido por Aguinaldo, um governo civil
estadunidense foi estabelecido.[20][21]
Os desenvolvimentos culturais fortaleceram o desenvolvimento contínuo de uma
identidade nacional,[22] e o tagalo começou a se sobressair sobre outras línguas locais.
[23]
 Em 1935, as Filipinas receberam o status de Commonwealth com Manuel Quezon como
presidente e Sergio Osmeña como vice-presidente.[24] As prioridades de Quezon eram
defesa, justiça social, desigualdade e diversificação econômica e caráter nacional. O
tagalo foi designado a língua nacional,[25] o sufrágio feminino foi introduzido[26] e a reforma
agrária foi discutida.[27]
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Império do Japão invadiu o arquipélago e
a Segunda República das Filipinas, sob José P. Laurel, foi estabelecida como um estado-
fantoche.[28] A partir de 1942, a ocupação japonesa das Filipinas foi combatida por uma
atividade de guerrilha clandestina em grande escala.[29] Atrocidades e crimes de guerra
foram cometidos durante o conflito, incluindo a Marcha da Morte de Bataan e o massacre
de Manila.[30][31] As tropas aliadas derrotaram os japoneses em 1945. [32][33] No final da guerra,
estima-se que mais de um milhão de filipinos morreram. Em 11 de outubro de 1945, as
Filipinas se tornaram um dos membros fundadores das Nações Unidas.[34] Em 4 de julho de
1946, as Filipinas foram oficialmente reconhecidas pelos Estados Unidos como nação
independente por meio do Tratado de Manila e Manuel Roxas se torna o primeiro
presidente do país, governando até sua morte, em 1948. [34][35]

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