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Lei 9.605/1998documento PDF
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ESPECIAL
Lei n. 9.605/1998 - Crimes Ambientais
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 9.605/1998 - Crimes Ambientais
Douglas Vargas
Sumário
Lei n. 9.605/1998 – Crimes Ambientais ..............................................................................................................5
Introdução ............................................................................................................................................................................5
Conceitos Básicos ...........................................................................................................................................................5
Pessoas Jurídicas & Crimes Ambientais .............................................................................................................6
Crimes em Espécie...........................................................................................................................................................6
Crimes contra a Fauna ...................................................................................................................................................7
Caça Ilegal (Art. 29) ........................................................................................................................................................7
Condutas Equiparadas ..................................................................................................................................................8
Exportação Ilegal de Peles e Couros (Art. 30) ............................................................................................ 10
Importação Ilegal de Animais (Art. 31) ...............................................................................................................11
Maus-Tratos de Animais (Art. 32) ........................................................................................................................12
Extermínio de Espécie Aquática pela Poluição de Águas ......................................................................14
Pesca Proibida .................................................................................................................................................................15
Pesca Predatória ............................................................................................................................................................18
Crimes contra a Flora ..................................................................................................................................................19
Destruição de Floresta de Preservação Permanente .............................................................................20
Destruição de Mata Atlântica .................................................................................................................................21
Corte de Árvore em Floresta de Preservação Permanente .................................................................. 22
Dano a Unidade de Conservação ..........................................................................................................................23
Incêndio em Mata ou Floresta ............................................................................................................................... 24
Soltar Balões ...................................................................................................................................................................25
Extração Ilegal de Minerais ....................................................................................................................................26
Transformação de Madeira de Lei em Carvão ...............................................................................................27
Comércio ou Industrialização Irregular de Produtos Vegetais .......................................................... 28
Impedimento ou Dificultação da Regeneração de Florestas ou Vegetação ............................... 28
Destruir, Danificar, Lesar ou Maltratar Plantas de Ornamentação de Logradouros
Públicos ou em Propriedade Privada ................................................................................................................29
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Apresentação
E aí guerreiros e guerreiras!
Prontos para mais uma aula sobre legislação extravagante?
Pois hoje iremos estudar a famosa Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998).
Assim como ocorre com a maioria das leis penais especiais, trata-se de diploma extenso,
um pouco chato, mas importante para que possamos exaurir nosso edital.
Nosso trabalho será direcionar você para os pontos mais importantes do conteúdo, sem-
pre apontando pontos-chave para a resolução de questões.
Desejo a todos uma excelente sessão de estudos, ao passo que me coloco à disposição de
vocês no fórum de dúvidas, como sempre.
Um abraço!
Douglas.
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Introdução
A Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998) é outro daqueles diplomas legais extensos, cuja
leitura do texto de lei se faz muito importante.
Entretanto, é virtualmente impossível que o aluno memorize todas as disposições ali con-
tidas, de modo que se torna essencial direcionar nossos estudos de uma forma pragmática,
com foco nos assuntos mais cobrados em prova.
Será exatamente essa a nossa abordagem na aula de hoje, focando nos conceitos e nos
delitos propriamente ditos, bem como em pontos relevantes da doutrina e jurisprudência.
ConCeItos BásICos
Primeiramente, precisamos definir o conceito de meio ambiente, aplicável ao estudo da
legislação em comento. Segundo Nucci:
Meio ambiente é o espaço ocupado pelos seres vivos, onde habitam e há interação recíproca, in-
fluenciando na forma de vida e na mantença com todas as suas naturais características.
Note, portanto, que o meio ambiente não se restringe aos conceitos de fauna e flora – mo-
tivo pelo qual os delitos contra o meio ambiente são tipificados para inibir todo tipo de conduta
que atente contra o habitat de qualquer ser vivo.
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Tal dispositivo veio também a ser reafirmado pelo legislador, no próprio texto da Lei n.
9.605/1998:
Como não poderia deixar de ser, esse assunto foi objeto de discussão tanto no STF quanto
no STJ, que após algumas mudanças de posicionamento, firmaram entendimento no sentido
de que é possível a responsabilização penal de pessoa jurídica, por crime contra o meio am-
biente, ainda que não haja responsabilização de pessoas físicas.
Esse posicionamento diverge da doutrina majoritária (que entende incompatível a respon-
sabilização penal de pessoa jurídica com base na teoria do crime adotada no Brasil). Entretan-
to, para fins de prova, recomenda-se adotar a posição do STF e o do STJ.
CrImes em esPéCIe
Antes de discutir outros aspectos como a destinação das apreensões realizadas sob a
égide da lei de crimes contra o meio ambiente e penas específicas para cada caso, devemos
conhecer quais são os delitos tipificados no texto da Lei n. 9.605/1998.
E a primeira categoria que vamos estudar são os chamados crimes contra a fauna.
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Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desa-
cordo com a obtida:
Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.
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Características
• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• A competência é, em regra, da Justiça Estadual.
• Será de competência da Justiça federal quando:
• For praticado em parque nacional;
• For praticado a bordo de navio ou aeronave;
• Configurar tráfico internacional de animais;
• Envolver animais sob risco de extinção.
O delito de caça ilegal é um crime de perigo abstrato, de modo que não há a necessidade
de comprovar que houve risco à fauna com os atos praticados pelo agente. Uma vez praticada
a conduta prevista no tipo, a periculosidade será presumida.
Condutas equIParadas
São condutas equiparadas:
Merece destaque a conduta prevista no inciso III, que atinge até mesmo a exportação dos
espécimes (tráfico internacional).
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Perdão Judicial
Aumento de Pena
A pena aplicável à conduta do art. 29 será aumentada da metade, nos seguintes casos:
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IV – com abuso de licença;
V – em unidade de conservação;
VI – com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.
Além disso, a pena é aumentada do triplo (isso mesmo, do triplo) se o crime decorre de
caça profissional:
O parágrafo 6º do art. 29 dispõe que o artigo não se aplica aos atos de pesca. Isso ocorre
pois existem tipos penais, na própria Lei n. 9.605, que são específicos para esse caso (arti-
gos 34 e 35).
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
autoridade ambiental competente:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Note que a conduta criminalizada no art. 30 não é a extração das peles e couros de anfí-
bios e répteis sem autorização – e sim a sua exportação.
Se o agente faz a comercialização desses itens internamente (dentro do nosso país), incor-
rerá no art. 29, parágrafo 1º, inciso III, o qual acabamos de estudar.
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Características
• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• A competência é, em regra, da Justiça FEDERAL, em
razão da internacionalidade do delito.
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Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida
por autoridade competente:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Características
• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• A tentativa é admissível.
• A competência é, em regra, da Justiça
FEDERAL, haja vista que o ingresso de
animais exóticos no Brasil está sujeito a
autorização do IBAMA, que é autarquia
federal.
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Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou do-
mesticados, nativos ou exóticos:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Em primeiro lugar, cuidado: a prática de maus tratos contra animais tipificada no art. 32
da Lei n. 9.605/1998 não se confunde com o delito de maus tratos previsto no Código Penal
(Art. 136 CP).
Dito isso, note que o delito de maus tratos de animais tem como sujeito passivo a socieda-
de, de modo que o próprio animal não é vítima – e sim objeto – do delito em estudo.
São exemplos de condutas que configuram o delito do art. 32 as “rinhas de galo” e a exposição
de animais a trabalhos excessivos, sem a alimentação e o descanso necessários.
Características
• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• A tentativa é admissível.
• Consuma-se com a prática efetiva dos verbos do tipo
(abusar, ferir, mutilar ou praticar maus-tratos a
animais).
Conduta Equiparada
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda
que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
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Cães e Gatos
§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste
artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda. (Incluído pela
Lei n. 14.064, de 2020)
É importante ressaltar que a Lei n. 14.064/2020 incluiu o § 1º-A no art. 32, prevendo pena de
2 a 5 anos e proibição da guarda quando a conduta do caput for praticada contra cães ou gatos.
ADPF 640
Nesse contexto, cabe ainda citar a ADPF 640, no âmbito da qual o STF declarou a ilegiti-
midade da interpretação dos arts. 25, §§ 1º e 2º da Lei n. 9.605/1998, bem como dos artigos
101, 102 e 103 do Decreto n. 6.514/2008 e demais normas infraconstitucionais, que autorizem
o abate de animais apreendidos em situação de maus-tratos, assim, efetivamente tornando
ilegal o abate de animais em situação de maus tratos.
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espé-
cimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais
brasileiras:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
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O delito previsto no art. 33 se consuma com a efetiva morte das espécies, que deve ter sido
causada pela poluição depositada nas águas de forma dolosa (não há previsão de modalidade
culposa para o delito).
Ademais, é importante notar que quando o legislador enumera rios, lagos, açudes, lagoas,
entre outros locais nos quais a conduta pode ser perpetrada, a doutrina entende que estamos
diante de rol exemplificativo, haja vista que o delito pode efetivamente ser praticado em qual-
quer ambiente aquático.
Características
• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
Condutas Equiparadas
O indivíduo que pratica as condutas previstas nos incisos I, II e III também incorre nas pe-
nas do caput do art. 33. Cabe esclarecer que “estações de aquicultura” nada mais são do que
ambientes aquáticos artificiais para a criação de peixes.
PesCa ProIBIda
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Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão com-
petente:
Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Em determinadas situações, a pesca fica proibida por um período determinado, com o ob-
jetivo de preservar as espécies de peixes concedendo o tempo necessário para sua desova e
reprodução.
O indivíduo que, de forma dolosa, desobedece a proibição em comento pode vir a ser autu-
ado no art. 34 da lei de crimes contra o meio ambiente.
O período de pesca proibida é conhecido como o período de defeso, o qual é destinado,
conforme já observamos, à reprodução dos peixes.
Quanto à conduta de pescar em locais interditados, a doutrina entende que só se configura
o delito do art. 34 se a interdição tiver como objetivo a proteção do meio ambiente.
Características
• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• O delito é de ação múltipla
(conteúdo variado). Se o agente
pratica mais de uma conduta
prevista, incide em um único crime.
Condutas Equiparadas
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Portanto, o indivíduo que pesca nas condições dos incisos I e II, ou que comercializa espé-
cies que são produto da pesca proibida, também incorre nas penas previstas no caput.
Veja que o legislador procurou criminalizar todo tipo de conduta que possa impactar na
correta reprodução das espécies e que possa resultar em sua extinção.
Importante:
Art. 36. Para efeitos desta Lei, considera-se pesca TODO ATO TENDENTE A retirar, extrair, coletar,
apanhar, apreender, ou capturar...
Note como o legislador equiparou atos tendentes a realizar a pesca com o ato que atinge
êxito. Assim sendo, caso a situação hipotética da questão afirme que o indivíduo praticou atos
de pesca, ainda que sem êxito, estará configurado o delito.
Princípio da Insignificância
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PesCa PredatórIa
A pesca predatória é uma modalidade delitiva muito mais agressiva, visto que o autor utili-
za de substâncias explosivas ou tóxicas em sua conduta.
Características
• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• Explosivo é a substância capaz de causar explosão
(liberação de grande volume de gases e aumento
intenso da temperatura mediante reação química
rápida).
• Substâncias tóxicas são aquelas capazes de causar
intoxicação ou envenenamento dos animais.
Note que os meios listados nos incisos I e II são sempre proibidos, independentemente do
período em que o indivíduo realizar a conduta. Estando ou não a pesca liberada à época dos
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fatos, se o autor utilizar meios explosivos ou substâncias tóxicas na pesca, irá incorrer no art.
35 da lei de crimes contra o meio ambiente.
Pesca
Proibida Predatória
(Art. 34) (Art. 35)
Excludentes de Ilicitude
O art. 37 da lei nos apresenta excludentes de ilicitude específicas para o abate de animais,
nas seguintes circunstâncias:
Estado de
Inciso I
necessidade
Art. 37
Exercício
regular de um Incisos II e IV
direito
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Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em for-
mação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Características
• É crime comum.
• As modalidades destruir ou danificar são
materiais, e se consumam com a efetiva
destruição ou dano ao bem jurídico.
• Já a modalidade utilizar é crime de
PERIGO e também crime PERMANENTE
(STF).
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Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio
de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
O art. 38-A se parece muito com o art. 38, porém só veio a ser incluído após a edição da
Lei n. 11.428/2006. O objetivo do legislador foi o de melhor preservar o que restou da Mata
Atlântica em nosso país.
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Características
• É crime comum.
• As modalidades destruir ou danificar são
materiais, e se consumam com a efetiva
destruição ou dano ao bem jurídico.
• Já a modalidade utilizar é crime
PERMANENTE.
Nesse aspecto, é comum que o examinador faça a inversão, dizendo que há majorante na
forma dolosa. Essa afirmação não é verdadeira!
Outra norma penal em branco (haja vista que também precisa de complemento do Código
Florestal para fornecer o conceito de floresta de preservação permanente), o art. 39 possui
pena idêntica ao art. 38. Na verdade, ambas as condutas são muito parecidas, pois tratam de
dano praticado à floresta de preservação permanente.
Se o indivíduo danifica, de
Se o indivíduo CORTA
qualquer outra forma, uma
ÁRVORES em floresta de
floresta de preservação
preservação permanente
permanente
Incorre no art. 39 da Lei n.
Incorre no art. 38 da Lei n.
9.605
9.605
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Características
• É crime comum.
• Não apresenta modalidade culposa, ao contrário do art. 38.
• O delito se consuma com o efetivo corte das árvores (é
crime material).
• É crime especial em relação ao art. 38.
Observe-se que a lei expressamente admite a punição do delito previsto no art. 40 na mo-
dalidade culposa, com redução da pena pela metade.
Majorante
Se o autor praticar CAÇA no interior de Unidade de Conservação, incorrerá nas penas do art. 29,
parágrafo 4º, inciso V, e não no delito em estudo.
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Características
• É crime comum.
• Admite a modalidade culposa.
• O delito se consuma com o efetivo dano causado (trata-
se de crime material).
• É, segundo o STJ, crime instantâneo de efeitos
permanentes.
O art. 41 tem por objetivo inibir a ocorrência de incêndio em áreas de mata ou floresta, os
quais são infelizmente muito comuns nas épocas de seca (na qual o bioma está mais susce-
tível à ação do fogo).
O delito do art. 41 admite a forma culposa!
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.
Cabe ressaltar que a conduta de incêndio necessita, para sua configuração, de um certo
dano ao meio ambiente (previsão doutrinária). Por esse motivo, meramente fazer uma fogueira
na mata não irá configurar o delito.
Por outro lado, a conduta do agricultor que realiza “queimadas” para limpar o terreno é ca-
paz de configurar o delito em estudo, segundo a doutrina.
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Características
• É crime comum.
• Admite-se a modalidade culposa.
• O delito se consuma com o incêndio,
independentemente do dano ou prejuízo
causado.
soltar Balões
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e
demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:
Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
O art. 42 também tem como objetivo inibir os incêndios florestais, mas de uma forma in-
direta, criminalizando a conduta daquele que vende, transporta, fabrica ou solta balões que
possam causar incêndios na vegetação.
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Segundo a doutrina, os balões em questão são os modelos não tripulados, que tenham
potencial para causar incêndios. Por esse motivo, o tipo penal não é aplicável a qualquer
tipo de balão.
Características
• É crime comum.
• Admite-se apenas a modalidade dolosa.
• O delito se consuma com o mero ato de
fabricar, vender, transportar ou soltar o balão –
ainda que não ocorra dano efetivo (é crime de
perigo abstrato – STJ).
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.
O art. 44 também é norma penal em branco, pois depende de integração com as normas
que regulam a extração regular de minerais para sua correta interpretação.
Este é um delito bastante simples. Observe apenas que não é qualquer extração de mine-
rais que irá configurar o delito – apenas a realizada de forma irregular, sem autorização.
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Características
• É crime comum.
• Por floresta entende-se a associação arbórea de grande
extensão e continuidade.
• Bem de domínio público é aquele pertencente à pessoas
jurídicas de direito público interno (União, Estados, DF,
Municípios, autarquias e fundações públicas).
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Pú-
blico, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em
desacordo com as determinações legais:
Pena – — reclusão, de um a dois anos, e multa.
Madeira de lei é a madeira nobre, de alta durabilidade, originária de árvores de grande porte
e que exigem maior proteção contra o corte desenfreado.
Características
• É crime comum.
• Só admite a modalidade dolosa.
• Requer o dolo específico de destinar o corte para fins
industriais, energéticos ou de exploração, econômica ou não.
• A prática de mais de uma conduta resulta na
responsabilização por um só crime (tipo misto alternativo).
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Podem ser objeto do art. 46 a madeira em estado natural ou mesmo sob a forma de lenha
ou carvão. A norma atinge também outros produtos de origem vegetal.
Características
• É crime comum.
• Só se admite a modalidade dolosa.
• A prática de mais de uma conduta resulta na
responsabilização por um só crime (tipo misto alternativo).
• A consumação ocorre com a efetiva prática das condutas
descritas no tipo.
Forma Equiparada
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, trans-
porta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para
todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.
Sobre a forma equiparada do delito, a posição majoritária é de que não é exigido o intuito
de comercialização.
Por regeneração natural, entende-se o processo de reprodução vegetal que ocorre regular-
mente, sem a intervenção humana.
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Características
• É crime comum.
• Só se admite a modalidade dolosa.
• Segundo o STF, é crime permanente.
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação
de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:
Pena – — detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Este tipo penal é alvo de críticas da doutrina, pois é considerado exagero a utilização do
Direito Penal para criminalizar, com tamanha severidade, a conduta de destruir plantas de or-
namentação, principalmente as que são de propriedade privada.
Tamanho foi o exagero do legislador (segundo a doutrina), que há inclusive a criminaliza-
ção da conduta na forma culposa:
Características
• É crime comum.
• Admite-se a forma dolosa e culposa.
• O delito se consuma com a efetiva
destruição ou dano (é crime material).
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Pena – — detenção, de três meses a um ano, e multa.
Existem poucos comentários doutrinários sobre esse delito, de modo que basta ao aluno
conhecer suas características básicas e a literalidade do art. 50.
Características
• É crime comum.
• Admite-se apenas a forma dolosa.
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras
de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
Características
• É crime comum.
• Admite-se apenas a forma dolosa.
• Apresenta previsão de aumento de pena e
de possibilidade de exclusão do crime.
Exclusão do Crime
O art. 50-A apresenta hipótese que muito se assemelha ao estado de necessidade, em que
o crime é excluído:
§ 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente
ou de sua família.
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§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um)
ano por milhar de hectare.
Características
• É crime comum.
• Admite-se apenas a forma dolosa.
• O delito se consuma com a mera
comercialização ou utilização do objeto – não
há a necessidade de resultado naturalístico.
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Características
• É crime comum.
• Admite-se apenas a forma dolosa.
• É crime de perigo, que se consuma com o mero ingresso na
Unidade de Conservação.
• É também considerado crime permanente.
• Segundo a jurisprudência, o art. 52 da Lei de Crimes Ambientais é
especial em relação ao delito de porte de arma de fogo.
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se:
I – do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime
climático;
II – o crime é cometido:
a) no período de queda das sementes;
b) no período de formação de vegetações;
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local
da infração;
d) em época de seca ou inundação;
e) durante a noite, em domingo ou feriado.
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Características
• É crime comum.
• Admite-se também a forma culposa do delito.
• É crime de perigo, que se consuma com a mera prática das
condutas previstas no tipo penal.
• Excepcionalmente, exige-se o resultado material nas
modalidades de destruição signifcativa da flora e de provocação
de mortandade de animais.
Forma Qualificada
§ 2º Se o crime:
I – — tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II – — causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes
das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;
III – — causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água
de uma comunidade;
IV – — dificultar ou impedir o uso público das praias;
V – — ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou subs-
tâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos;
Pena – — reclusão, de um a cinco anos.
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Forma Omissiva
3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim
o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave
ou irreversível
A atividade mineradora é tão agressiva ao meio ambiente que o legislador tipificou tanto a
conduta de extrair recursos minerais sem autorização quanto a conduta equiparada de deixar
de recuperar a área explorada, nos termos da autorização concedida.
Características
•É crime comum.
•Admite-se apenas a forma dolosa. Não há necessidade de que a
extração seja realizada com finalidade comercial.
•O delito se consuma com a mera extração do material sem a
autorização da autoridade competente.
•A competência para processar e julgar o delito em estudo é da Justiça
Federal, haja vista que a conduta recai sobre bens jurídicos que
pertencem à União.
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humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Segundo a doutrina, o art. 56 é uma forma especial de contrabando, quando praticado nas
modalidades importar e exportar.
Características
• É crime comum.
• É crime formal e de perigo abstrato, que se
consuma com a mera prática da conduta típica
(não exige dano efetivo ao meio ambiente).
• Admite-se a modalidade culposa.
Aumento de Pena
Crimes Preterdolosos
O art. 58 apresenta as formas qualificadas pelo resultado dos delitos previstos na Seção
III (Da Poluição e outros Crimes Ambientais), nas quais ocorre um aumento de pena variável,
dependendo da forma praticada:
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Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas:
I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral;
II – de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem;
III – até o dobro, se resultar a morte de outrem.
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato não
resultar crime mais grave.
Embora os artigos 60 e 61 também integrem a seção III – da poluição e outros crimes ambien-
tais – a doutrina entende que as formas preterdolosas em estudo não se aplicam a tais artigos,
que são posteriores ao artigo 58.
A CF/1988 determina ao Poder Público que atue exigindo estudo de impacto ambiental nas
obras que forem potencialmente lesivas ao meio ambiente.
O dispositivo em estudo, portanto, trata de conferir proteção, na esfera penal, à exigência
de licenciamento ambiental.
Cabe ressaltar que, no entanto, não basta a inexistência de licença ou autorização para a
configuração do delito, exigindo-se a comprovação de que as obras ou serviços realizados
são potencialmente poluidores.
Características
• É crime comum.
• Não se admite a forma culposa.
• É delito de ação múltipla ou conteúdo variado, que se consuma
com a prática de qualquer das condutas previstas no tipo.
• Segundo a jurisprudência, na modalidade "fazer funcionar" é
crime permanente.
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Trata-se de delito que revogou o art. 259 (caput), do Código Penal, que ao contrário deste
último, não admite a forma culposa.
Características
• É crime comum.
• Não se admite a forma culposa.
• Se consuma com a mera disseminação da doença, praga ou
das espécies danosas – não se requer prática habitual ou
que a conduta resulte em dano efetivo ao meio ambiente.
Trata-se de delito que revogou o art. 165 do Código Penal, e cuja conduta consiste em des-
truir, inutilizar ou deteriorar bens cuja importância é considerada especialmente relevante pelo
legislador.
Características
• É crime comum.
• Admite-se a forma culposa.
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Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico,
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autorida-
de competente ou em desacordo com a concedida:
Pena – — reclusão, de um a três anos, e multa.
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Características
• É crime comum.
• A consumação se dá com a ocorrência do
impacto ambiental.
• Não há previsão de forma culposa.
O art. 64 tem por objetivo proteger os mesmos bens jurídicos que a norma anterior, tam-
bém em razão de seu valor especial.
Note que para a configuração do delito é necessário que a conduta seja praticada sem au-
torização da autoridade competente ou em desacordo com a autorização concedida.
Características
• É crime comum.
• Só admite a modalidade dolosa.
PIChação
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, ar-
queológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa.
§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio pú-
blico ou privado mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando
couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização
do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos
governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico
nacional.
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A conduta do art. 65 consiste na famosa pichação, ou em qualquer outro ato apto a cons-
purcar (sujar, danificar) edificações ou monumentos urbanos.
É muito importante chamar a atenção para a previsão contida no parágrafo 2º, que torna lí-
cita a prática de grafite realizada para valorizar o patrimônio objeto da conduta – desde que re-
alizada com autorização do proprietário (bem privado) ou do órgão competente (bem público).
Características
• É crime comum.
• Só admite a modalidade dolosa.
Características
• É crime próprio.
• Só admite a modalidade dolosa.
• É crime formal, que se consuma no momento em que o
funcionário faz a afirmação, omite a verdade ou sonega a
informação, independentemente do resultado causado por
sua conduta.
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Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo
da multa.
Características
• É crime próprio.
• Admite tanto a forma dolosa quanto a forma culposa.
• Segundo a jurisprudência, é necessário que a concessão da
licença possa causar dano ou colocar em risco o meio ambiente,
para que ocorra a configuração do delito.
O delito do art. 68 também é crime próprio. Entretanto, ressalte-se que não é crime próprio
de funcionário público, e sim do indivíduo que possui obrigação (contratual ou legal) de rele-
vante interesse ambiental.
Dessa forma, é possível que o delito em estudo seja praticado tanto por funcionário público
quanto por particular, a depender do caso. Este é o entendimento do STJ.
Características
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Diferentemente dos demais delitos contra a administração ambiental, o art. 69 é crime co-
mum, que pode ser cometido por qualquer pessoa.
Segundo a doutrina, é um delito parecido com o art. 329 do Código Penal (Resistência),
entretanto não exige violência ou grave ameaça para sua configuração, e se aplica apenas
quando o ato que é obstado ou dificultado é de fiscalização ambiental.
Características
Assim como ocorre com o art. 69, o art. 69-A é crime comum, que pode ser cometido por
qualquer pessoa. Segundo a doutrina, é uma forma especial de falsidade ideológica, voltada
aos estudos ambientais / florestais.
O delito é caracterizado pela elaboração de um documento falso ou enganoso, que tenha
por fim induzir o destinatário em erro. Note, portanto, que a forma omissiva é admissível, visto
que pode configurar o delito a falta intencional de informação relevante.
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Características
• É crime comum.
• Admite-se tanto a forma dolosa quanto a culposa.
• Trata-se de crime formal, que se consuma com a
mera elaboração do documento enganoso.
• Se houver prejuízo ao meio ambiente, a pena é
majorada, nos termos do parágrafo 2º.
cumprir obrigação de
Art. 68 – Omissão de interesse ambiental se omite.
obrigação relevante Não é conduta exclusiva de
funcionários públicos, mas é
crime próprio.
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Penas Aplicáveis
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo
com o disposto no art. 3º, são:
I – — multa;
II – — restritivas de direitos;
III – — prestação de serviços à comunidade.
Em primeiro lugar, cabe destacar que o magistrado decidirá pela aplicação cumulativa ou
alternativa com base no art. 6º da LCA:
Dentre as três espécies de penas aplicáveis às pessoas jurídicas, merecem especial aten-
ção as penas restritivas de direito, que acabam apresentando uma natureza um pouco diferen-
te daquelas aplicadas às pessoas naturais.
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Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:
I – — custeio de programas e de projetos ambientais;
II – — execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III – — manutenção de espaços públicos;
IV – — contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
Nenhuma das penas aplicáveis às pessoas jurídicas (tais como sua suspensão, interdição ou
proibição de contratar com o poder público) pode ser cominada de modo indefinido ou perpétuo.
E por fim, merece destaque o efeito da condenação mais drástico previsto na LCA:
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, fa-
cilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu
patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Peniten-
ciário Nacional.
Tal sanção não é mera desconsideração da personalidade jurídica da empresa, e sim ver-
dadeira liquidação forçada, de modo que a doutrina defende que tal pena só pode ser comina-
da em casos extremos, sempre de forma motivada na sentença.
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RESUMO
Lei de Crimes Ambientais – 9.605/1998
Meio Ambiente
• Meio ambiente é o espaço ocupado pelos seres vivos, onde habitam e há interação re-
cíproca, influenciando na forma de vida e na mantença com todas as suas naturais ca-
racterísticas.
Pessoas Jurídicas
• O atual entendimento do STJ e do STF é de que é possível a responsabilização penal de
pessoa jurídica, por crime contra o meio ambiente, ainda que não haja responsabiliza-
ção de pessoas físicas.
Crimes em Espécie
Caça Ilegal
• Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade
competente, ou em desacordo com a obtida;
• O estado de necessidade exclui o crime do art. 29.
• Perdão judicial
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
autoridade ambiental competente
• É competência da Justiça Federal (Internacionalidade).
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida
por autoridade competente;
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou do-
mesticados, nativos ou exóticos;
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Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espé-
cimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais
brasileiras;
Pesca Proibida
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão com-
petente;
Pesca Predatória
Excludentes de Ilicitude
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio
de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção;
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da
autoridade competente;
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Se o indivíduo danifica, de
Se o indivíduo CORTA
qualquer outra forma, uma
ÁRVORES em floresta de
floresta de preservação
preservação permanente
permanente
Incorre no art. 39 da Lei n.
Incorre no art. 38 da Lei n.
9.605
9.605
Soltar Balões
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas
e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais;
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Pú-
blico, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em
desacordo com as determinações legais;
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros pro-
dutos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade
competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento;
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Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação;
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação
de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia;
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, prote-
tora de mangues, objeto de especial preservação;
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras
de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente;
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem
licença ou registro da autoridade competente;
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Pichação
• Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano.
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I – — multa;
II – — restritivas de direitos;
III – — prestação de serviços à comunidade.
• As penas restritivas de direitos cominadas à pessoa jurídica não têm caráter substitutivo
– e sim natureza ORIGINÁRIA.
• Nenhuma das penas aplicáveis às pessoas jurídicas (tais como sua suspensão, interdi-
ção ou proibição de contratar com o poder público) pode ser cominada de modo indefi-
nido ou perpétuo.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) A respeito de
política urbana, responsabilidade e licenciamento ambiental, julgue o item subsecutivo.
Cortar madeira de lei para transformá-la em carvão constitui crime tipificado na legislação bra-
sileira; caso o referido crime seja praticado com o objetivo de exploração econômica, a pena
será agravada.
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rede de pesca de uso proibido), com dez camarões em uma bacia e mais dois camarões pre-
sos na rede proibida. O Ministério Público denunciou os dois pescadores pela prática de crime
ambiental descrita no artigo 34 da Lei n. 9.605/1998. Em relação ao tema, é correto afirmar
que a jurisprudência do STJ
a) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando a conduta tenha
ocorrido durante o período de defeso, mas afasta tal tese quando da utilização de petrechos
proibidos ou da apreensão do pescado no momento do flagrante.
b) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando ocorra a apreen-
são do pescado no momento do flagrante.
c) não admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais, ainda
quando demonstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado.
d) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando a conduta tenha
ocorrido durante o período de defeso e com petrechos proibidos.
e) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando a conduta for
realizada com petrechos proibidos.
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c) Reclusão de 1 a 5 anos.
d) Reclusão de 2 a 10 anos.
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GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. C
5. C
6. C
7. E
8. C
9. E
10. E
11. E
12. E
13. C
14. C
15. E
16. d
17. a
18. c
19. c
20. b
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) A respeito de
política urbana, responsabilidade e licenciamento ambiental, julgue o item subsecutivo.
Cortar madeira de lei para transformá-la em carvão constitui crime tipificado na legislação bra-
sileira; caso o referido crime seja praticado com o objetivo de exploração econômica, a pena
será agravada.
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Pú-
blico, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em
desacordo com as determinações legais:
Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa.
Errado.
Exatamente. Nesse caso (Art. 42 da LCA) o perigo é presumido pelo legislador, de modo que
não há necessidade de perícia ou de comprovação no caso concreto. Basta a prática da con-
duta prevista no tipo penal!
Certo.
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de empresas públicas federais, pois basta que os crimes sejam contra a fauna para atrair a
competência do Poder Judiciário federal.
Não mesmo. Tais crimes só serão de competência da Justiça Federal se houver algum tipo
de bem jurídico ou de circunstância que possa atrair a competência de tal órgão jurisdicional,
como no caso da transnacionalidade dos delitos, por exemplo.
Errado.
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quan-
do:
I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos;
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II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como
os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de
reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma duração
da pena privativa de liberdade substituída.
Certo.
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, faci-
litar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patri-
mônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário
Nacional.
Certo.
Questão muito boa – pois a competência realmente seria da Justiça Federal. No entanto, note
que o examinador falou que o delito se caracteriza com a exportação de peles e couros de ma-
míferos, quando na verdade, o art. 30 da LCA prevê a conduta de exportação de peles e couros
de anfíbios e répteis. Esse é o erro da questão!
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
autoridade ambiental competente:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Errado.
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Na verdade, tal circunstância é sim uma atenuante, prevista no art. 14 da lei em estudo:
A questão está errada por generalizar, afirmando que sempre que houver dano a espécies ame-
açadas de extinção em UC irá ocorrer a agravante.
Na verdade, a agravante só incide quando ocorrer no interior de UC de proteção integral.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27
do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades
de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da
pena. (Redação dada pela Lei n. 9.985, de 2000)
Errado.
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A competência da justiça estadual é sempre derivada. Ou seja: Tudo aquilo que não é compe-
tência da justiça federal, em regra, será de competência da justiça estadual.
É por esse motivo que o legislador não fala expressamente que a competência da justiça esta-
dual incide sobre um determinado delito – pois tal conclusão deriva do fato de que tal conduta
não é competência da justiça federal.
Dessa forma, não há na Lei n. 9.605/1998 qualquer previsão expressa de que o julgamento
e processamento dos crimes ambientais são de competência da justiça estadual, como não
poderia deixar de ser.
Errado.
O examinador misturou tudo. Na verdade, o crime é em regra, doloso. Se for praticado na mo-
dalidade culposa, a pena será reduzida da metade – e não o contrário.
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio
de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Errado.
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Isso mesmo. Questão extraída do art. 29, inciso II, da lei em estudo:
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desa-
cordo com a obtida:
Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
Certo.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e
demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:
Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Certo.
O delito, no caso narrado pelo examinador, só se configura se não houver permissão da auto-
ridade competente:
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da
autoridade competente:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente
Errado.
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Art. 54 Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa
da flora.
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
II – ter o agente cometido a infração:
g) em período de defeso à fauna;
Dessa forma, o gabarito que se adéqua à situação narrada é a letra d.
Letra d.
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Mais uma vez os examinadores insistem em cobrar a pena aplicável ao delito, mesmo sabendo
o quão punitivo isso é aos alunos estudiosos, bem como da dificuldade de memorização de
penas em uma lei com tantos delitos.
Dito isso, vale relembrar:
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, prote-
tora de mangues, objeto de especial preservação:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Letra c.
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sujeito a receber como pena caso cause dano direto ou indireto às Unidades de Conservação,
conforme a Lei n. 9.605/1998.
a) Não há período de reclusão como pena. apenas multa.
b) Reclusão de 1 a 3 anos.
c) Reclusão de 1 a 5 anos.
d) Reclusão de 2 a 10 anos.
Art. 40, Lei n. 9.605. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que
trata o art. 27 do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
Letra c.
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Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).
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