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LEGISLAÇÃO

ESPECIAL
Lei n. 9.605/1998 - Crimes Ambientais

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 9.605/1998 - Crimes Ambientais
Douglas Vargas

Sumário
Lei n. 9.605/1998 – Crimes Ambientais ..............................................................................................................5
Introdução ............................................................................................................................................................................5
Conceitos Básicos ...........................................................................................................................................................5
Pessoas Jurídicas & Crimes Ambientais .............................................................................................................6
Crimes em Espécie...........................................................................................................................................................6
Crimes contra a Fauna ...................................................................................................................................................7
Caça Ilegal (Art. 29) ........................................................................................................................................................7
Condutas Equiparadas ..................................................................................................................................................8
Exportação Ilegal de Peles e Couros (Art. 30) ............................................................................................ 10
Importação Ilegal de Animais (Art. 31) ...............................................................................................................11
Maus-Tratos de Animais (Art. 32) ........................................................................................................................12
Extermínio de Espécie Aquática pela Poluição de Águas ......................................................................14
Pesca Proibida .................................................................................................................................................................15
Pesca Predatória ............................................................................................................................................................18
Crimes contra a Flora ..................................................................................................................................................19
Destruição de Floresta de Preservação Permanente .............................................................................20
Destruição de Mata Atlântica .................................................................................................................................21
Corte de Árvore em Floresta de Preservação Permanente .................................................................. 22
Dano a Unidade de Conservação ..........................................................................................................................23
Incêndio em Mata ou Floresta ............................................................................................................................... 24
Soltar Balões ...................................................................................................................................................................25
Extração Ilegal de Minerais ....................................................................................................................................26
Transformação de Madeira de Lei em Carvão ...............................................................................................27
Comércio ou Industrialização Irregular de Produtos Vegetais .......................................................... 28
Impedimento ou Dificultação da Regeneração de Florestas ou Vegetação ............................... 28
Destruir, Danificar, Lesar ou Maltratar Plantas de Ornamentação de Logradouros
Públicos ou em Propriedade Privada ................................................................................................................29

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Destruição ou Dano de Florestas ou Vegetação de Especial Preservação ................................29


Desmatamento, Exploração Econômica ou Degradação de Floresta em Terras de
Domínio Público ou Devolutas ..............................................................................................................................30
Comercialização ou Utilização de Motosserra sem Licença ou Registro (art. 51) ...................31
Ingresso Irregular em Unidade de Conservação Portando Substância ou Instrumento
para Caça ou Exploração Florestal (Art. 52) ..................................................................................................31
Aumento de Pena (Crimes contra a Flora)......................................................................................................32
Da Poluição e outros Crimes Ambientais .......................................................................................................32
Poluição (Art. 54) ..........................................................................................................................................................33
Lavra sem Autorização (Art. 55) ..........................................................................................................................34
Substância Tóxica, Perigosa ou Nociva............................................................................................................34
Obra ou Serviço Potencialmente Poluidor sem Licença ........................................................................36
Disseminação de Doença, Praga ou Espécies Danosas .........................................................................36
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural (Seção IV) .......................37
Destruição, Inutilização ou Deterioração de Bem Protegido ..............................................................37
Alteração de Edificação ou Local Protegido .................................................................................................38
Construção em Solo não Edificável ....................................................................................................................39
Pichação .............................................................................................................................................................................39
Crimes contra a Administração Ambiental (Seção V) ..............................................................................40
Concessão Irregular de Licença, Autorização ou Permissão ..............................................................40
Afirmação Falsa ou Enganosa, Omissão da Verdade ou Sonegação de Informações ou
Dados ...................................................................................................................................................................................40
Omissão de Obrigação de Relevante Interesse Ambiental ...................................................................41
Obstar ou Dificultar a Fiscalização .....................................................................................................................41
Estudo, Laudo ou Relatório Falso ou Enganoso .........................................................................................42
Das Penas Aplicáveis às Pessoas Jurídicas .................................................................................................44
Resumo ...............................................................................................................................................................................46
Questões de Concurso ...............................................................................................................................................52
Gabarito ..............................................................................................................................................................................57
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................58

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Apresentação

E aí guerreiros e guerreiras!
Prontos para mais uma aula sobre legislação extravagante?
Pois hoje iremos estudar a famosa Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998).
Assim como ocorre com a maioria das leis penais especiais, trata-se de diploma extenso,
um pouco chato, mas importante para que possamos exaurir nosso edital.
Nosso trabalho será direcionar você para os pontos mais importantes do conteúdo, sem-
pre apontando pontos-chave para a resolução de questões.
Desejo a todos uma excelente sessão de estudos, ao passo que me coloco à disposição de
vocês no fórum de dúvidas, como sempre.
Um abraço!
Douglas.

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LEI N. 9.605/1998 – CRIMES AMBIENTAIS

Introdução
A Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998) é outro daqueles diplomas legais extensos, cuja
leitura do texto de lei se faz muito importante.
Entretanto, é virtualmente impossível que o aluno memorize todas as disposições ali con-
tidas, de modo que se torna essencial direcionar nossos estudos de uma forma pragmática,
com foco nos assuntos mais cobrados em prova.
Será exatamente essa a nossa abordagem na aula de hoje, focando nos conceitos e nos
delitos propriamente ditos, bem como em pontos relevantes da doutrina e jurisprudência.

ConCeItos BásICos
Primeiramente, precisamos definir o conceito de meio ambiente, aplicável ao estudo da
legislação em comento. Segundo Nucci:

Meio ambiente é o espaço ocupado pelos seres vivos, onde habitam e há interação recíproca, in-
fluenciando na forma de vida e na mantença com todas as suas naturais características.

Note, portanto, que o meio ambiente não se restringe aos conceitos de fauna e flora – mo-
tivo pelo qual os delitos contra o meio ambiente são tipificados para inibir todo tipo de conduta
que atente contra o habitat de qualquer ser vivo.

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Pessoas JurídICas & CrImes amBIentaIs


É claro que uma pessoa natural (física) é capaz de delinquir, e consequentemente, de pra-
ticar crimes contra o meio ambiente. Entretanto, a Constituição Federal gerou polêmica ao
apresentar em seu texto previsão de responsabilização penal da pessoa jurídica:

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pes-


soas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.
Art. 225, CF/1988

Tal dispositivo veio também a ser reafirmado pelo legislador, no próprio texto da Lei n.
9.605/1998:

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o


disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante
legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras,
coautoras ou partícipes do mesmo fato.

Como não poderia deixar de ser, esse assunto foi objeto de discussão tanto no STF quanto
no STJ, que após algumas mudanças de posicionamento, firmaram entendimento no sentido
de que é possível a responsabilização penal de pessoa jurídica, por crime contra o meio am-
biente, ainda que não haja responsabilização de pessoas físicas.
Esse posicionamento diverge da doutrina majoritária (que entende incompatível a respon-
sabilização penal de pessoa jurídica com base na teoria do crime adotada no Brasil). Entretan-
to, para fins de prova, recomenda-se adotar a posição do STF e o do STJ.

CrImes em esPéCIe
Antes de discutir outros aspectos como a destinação das apreensões realizadas sob a
égide da lei de crimes contra o meio ambiente e penas específicas para cada caso, devemos
conhecer quais são os delitos tipificados no texto da Lei n. 9.605/1998.
E a primeira categoria que vamos estudar são os chamados crimes contra a fauna.

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CrImes Contra a Fauna


Caça Ilegal (art. 29)

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desa-
cordo com a obtida:
Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.

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Características

• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• A competência é, em regra, da Justiça Estadual.
• Será de competência da Justiça federal quando:
• For praticado em parque nacional;
• For praticado a bordo de navio ou aeronave;
• Configurar tráfico internacional de animais;
• Envolver animais sob risco de extinção.

O delito de caça ilegal é um crime de perigo abstrato, de modo que não há a necessidade
de comprovar que houve risco à fauna com os atos praticados pelo agente. Uma vez praticada
a conduta prevista no tipo, a periculosidade será presumida.

O estado de necessidade exclui o crime do art. 29.

Se o indivíduo caçar espécimes da fauna silvestre, nas condições previstas no artigo em


estudo, mesmo que sem licença, permissão ou autorização, mas com o objetivo de prover
alimentação para si e sua família (caça de subsistência), aplica-se a excludente de ilicitude do
estado de necessidade para impedir a responsabilização do autor.

Condutas equIParadas
São condutas equiparadas:

§ 1º Incorre nas mesmas penas:


I – quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;
II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza
ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como
produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida per-
missão, licença ou autorização da autoridade competente.

Merece destaque a conduta prevista no inciso III, que atinge até mesmo a exportação dos
espécimes (tráfico internacional).

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A doutrina é bastante crítica quanto à penalização imposta no artigo 29 (detenção de seis


meses a um ano e multa), haja vista que tal sanção é muito leve quando comparada com a
lucratividade que pode ser alcançada pelo agente delitivo através das condutas em estudo.

Perdão Judicial

No caso de guarda doméstica de animal silvestre não ameaçado de extinção, o legislador


apresentou a possibilidade de que o magistrado, ao avaliar as circunstâncias do caso concreto,
deixe de aplicar a pena.
Tal previsão é bastante razoável, haja vista que em diversas localidades de nosso país é
comum (por uma questão cultural) que as pessoas tenham alguns tipos de animais silvestres
como verdadeiros animais de estimação (como passarinhos e papagaios), conduta que seria
passível de punição se não fosse tal hipótese de perdão judicial.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção,


pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Aumento de Pena

A pena aplicável à conduta do art. 29 será aumentada da metade, nos seguintes casos:

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:


I – contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infra-
ção;
II – em período proibido à caça;
III – durante a noite;

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IV – com abuso de licença;
V – em unidade de conservação;
VI – com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.

Além disso, a pena é aumentada do triplo (isso mesmo, do triplo) se o crime decorre de
caça profissional:

§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional.

O parágrafo 6º do art. 29 dispõe que o artigo não se aplica aos atos de pesca. Isso ocorre
pois existem tipos penais, na própria Lei n. 9.605, que são específicos para esse caso (arti-
gos 34 e 35).

exPortação Ilegal de Peles e Couros (art. 30)

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
autoridade ambiental competente:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Note que a conduta criminalizada no art. 30 não é a extração das peles e couros de anfí-
bios e répteis sem autorização – e sim a sua exportação.
Se o agente faz a comercialização desses itens internamente (dentro do nosso país), incor-
rerá no art. 29, parágrafo 1º, inciso III, o qual acabamos de estudar.

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Características

• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• A competência é, em regra, da Justiça FEDERAL, em
razão da internacionalidade do delito.

• Repare que o art. 30 fala em EXPORTAÇÃO, e não na


extração.

• Comercialização em âmbito nacional: art. 29, § 1º, III.


• Exportação dos espécimes em si: art. 29, § 1º, III.

ImPortação Ilegal de anImaIs (art. 31)

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Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida
por autoridade competente:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

A importação ilegal de animais consiste na mera introdução de espécie animal no País,


sem parecer técnico ou licença emitida pela autoridade com competência para tal.
Note que o legislador não faz distinção entre a importação de animal silvestre ou não, de
modo que o delito se aplica a ambos os casos.

Características

• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• A tentativa é admissível.
• A competência é, em regra, da Justiça
FEDERAL, haja vista que o ingresso de
animais exóticos no Brasil está sujeito a
autorização do IBAMA, que é autarquia
federal.

maus-tratos de anImaIs (art. 32)

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Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou do-
mesticados, nativos ou exóticos:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Em primeiro lugar, cuidado: a prática de maus tratos contra animais tipificada no art. 32
da Lei n. 9.605/1998 não se confunde com o delito de maus tratos previsto no Código Penal
(Art. 136 CP).
Dito isso, note que o delito de maus tratos de animais tem como sujeito passivo a socieda-
de, de modo que o próprio animal não é vítima – e sim objeto – do delito em estudo.

São exemplos de condutas que configuram o delito do art. 32 as “rinhas de galo” e a exposição
de animais a trabalhos excessivos, sem a alimentação e o descanso necessários.

Características

• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• A tentativa é admissível.
• Consuma-se com a prática efetiva dos verbos do tipo
(abusar, ferir, mutilar ou praticar maus-tratos a
animais).

• Não confunda com a previsão de maus-tratos do art.


136 CP.
• A vítima do delito é a sociedade.

Conduta Equiparada

Equipara-se à conduta prevista no caput:

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda
que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

Note que não é proibida a realização de experiências em animais vivos – o legislador se


limitou a proibir as experiências dolorosas ou cruéis, quando existirem recursos alternativos.

Em ambos os casos, se ocorre a morte do animal, a pena é aumentada de 1/6 a 1/3.

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Cães e Gatos

§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste
artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda. (Incluído pela
Lei n. 14.064, de 2020)
É importante ressaltar que a Lei n. 14.064/2020 incluiu o § 1º-A no art. 32, prevendo pena de
2 a 5 anos e proibição da guarda quando a conduta do caput for praticada contra cães ou gatos.

ADPF 640

Nesse contexto, cabe ainda citar a ADPF 640, no âmbito da qual o STF declarou a ilegiti-
midade da interpretação dos arts. 25, §§ 1º e 2º da Lei n. 9.605/1998, bem como dos artigos
101, 102 e 103 do Decreto n. 6.514/2008 e demais normas infraconstitucionais, que autorizem
o abate de animais apreendidos em situação de maus-tratos, assim, efetivamente tornando
ilegal o abate de animais em situação de maus tratos.

extermínIo de esPéCIe aquátICa Pela PoluIção de águas

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espé-
cimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais
brasileiras:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.

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O delito previsto no art. 33 se consuma com a efetiva morte das espécies, que deve ter sido
causada pela poluição depositada nas águas de forma dolosa (não há previsão de modalidade
culposa para o delito).
Ademais, é importante notar que quando o legislador enumera rios, lagos, açudes, lagoas,
entre outros locais nos quais a conduta pode ser perpetrada, a doutrina entende que estamos
diante de rol exemplificativo, haja vista que o delito pode efetivamente ser praticado em qual-
quer ambiente aquático.

Características

• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.

Condutas Equiparadas

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:


I – quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aquicultura de domínio público;
II – quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou
autorização da autoridade competente;
III – quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos
ou corais, devidamente demarcados em carta náutica.

O indivíduo que pratica as condutas previstas nos incisos I, II e III também incorre nas pe-
nas do caput do art. 33. Cabe esclarecer que “estações de aquicultura” nada mais são do que
ambientes aquáticos artificiais para a criação de peixes.

PesCa ProIBIda

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Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão com-
petente:
Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Em determinadas situações, a pesca fica proibida por um período determinado, com o ob-
jetivo de preservar as espécies de peixes concedendo o tempo necessário para sua desova e
reprodução.
O indivíduo que, de forma dolosa, desobedece a proibição em comento pode vir a ser autu-
ado no art. 34 da lei de crimes contra o meio ambiente.
O período de pesca proibida é conhecido como o período de defeso, o qual é destinado,
conforme já observamos, à reprodução dos peixes.
Quanto à conduta de pescar em locais interditados, a doutrina entende que só se configura
o delito do art. 34 se a interdição tiver como objetivo a proteção do meio ambiente.

Características

• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• O delito é de ação múltipla
(conteúdo variado). Se o agente
pratica mais de uma conduta
prevista, incide em um único crime.

Condutas Equiparadas

São condutas equiparadas à pesca proibida:

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:


I – pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permi-
tidos;
II – pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos,
técnicas e métodos não permitidos;
III – transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha
e pesca proibidas.

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Portanto, o indivíduo que pesca nas condições dos incisos I e II, ou que comercializa espé-
cies que são produto da pesca proibida, também incorre nas penas previstas no caput.
Veja que o legislador procurou criminalizar todo tipo de conduta que possa impactar na
correta reprodução das espécies e que possa resultar em sua extinção.
Importante:

Art. 36. Para efeitos desta Lei, considera-se pesca TODO ATO TENDENTE A retirar, extrair, coletar,
apanhar, apreender, ou capturar...

Note como o legislador equiparou atos tendentes a realizar a pesca com o ato que atinge
êxito. Assim sendo, caso a situação hipotética da questão afirme que o indivíduo praticou atos
de pesca, ainda que sem êxito, estará configurado o delito.

Princípio da Insignificância

O STJ já reconheceu a aplicabilidade do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA em caso de


pesca em época proibida, destacadamente em caso no qual não houve qualquer apreensão
de espécie animal.
No caso concreto (REsp 1430848 / RN) entendeu-se que a lesão ao bem jurídico era inex-
pressiva, de modo que era cabível, naquele caso, a aplicação do princípio da insignificância.

Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CRIME DE PESCA. ART. 34,


PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO III, DA LEI N.º 9.605/1998. CRIMINOSO CONTUMAZ. PRINCÍ-
PIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL
NÃO PROVIDO. 1. A aplicação do princípio da insignificância, como causa de atipicidade
da conduta, especialmente em se tratando de crimes ambientais, é cabível desde que
presentes os seguintes requisitos: conduta minimamente ofensiva, ausência de pericu-
losidade do agente, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e lesão jurídica
inexpressiva.

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PesCa PredatórIa

Art. 35. Pescar mediante a utilização de:


I – explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante;
II – substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena – reclusão de um ano a cinco anos.

A pesca predatória é uma modalidade delitiva muito mais agressiva, visto que o autor utili-
za de substâncias explosivas ou tóxicas em sua conduta.

Características

• É crime comum.
• Não admite a forma culposa.
• Explosivo é a substância capaz de causar explosão
(liberação de grande volume de gases e aumento
intenso da temperatura mediante reação química
rápida).
• Substâncias tóxicas são aquelas capazes de causar
intoxicação ou envenenamento dos animais.

• Veja que no art. 35 NÃO estamos falando do


período. Os meios em questão são SEMPRE
proibidos.

Note que os meios listados nos incisos I e II são sempre proibidos, independentemente do
período em que o indivíduo realizar a conduta. Estando ou não a pesca liberada à época dos

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fatos, se o autor utilizar meios explosivos ou substâncias tóxicas na pesca, irá incorrer no art.
35 da lei de crimes contra o meio ambiente.

Pesca

Proibida Predatória
(Art. 34) (Art. 35)

LUGAR PERÍODO MODO de Explosivos,


interditado. proibido. pescar tóxicos, etc.

Excludentes de Ilicitude

O art. 37 da lei nos apresenta excludentes de ilicitude específicas para o abate de animais,
nas seguintes circunstâncias:

Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:


I – em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;
II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, des-
de que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

Segundo a doutrina, o inciso I configura verdadeiro estado de necessidade, enquanto os


incisos II e IV apresentam o amparo da conduta pelo exercício regular de direito.

Estado de
Inciso I
necessidade
Art. 37
Exercício
regular de um Incisos II e IV
direito

CrImes Contra a Flora


A segunda categoria de crimes previstos na Lei n. 9.605/1998 é a de crimes contra a flora.

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destruIção de Floresta de Preservação Permanente

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em for-
mação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

A definição de floresta de preservação permanente é dada pelo Código Florestal – e não


pela Lei de Crimes Ambientais, de modo que o art. 38 em estudo é considerado pela doutrina
como norma penal em branco.

O delito do art. 38 admite a forma culposa!

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Características

• É crime comum.
• As modalidades destruir ou danificar são
materiais, e se consumam com a efetiva
destruição ou dano ao bem jurídico.
• Já a modalidade utilizar é crime de
PERIGO e também crime PERMANENTE
(STF).

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destruIção de mata atlântICa

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio
de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

O art. 38-A se parece muito com o art. 38, porém só veio a ser incluído após a edição da
Lei n. 11.428/2006. O objetivo do legislador foi o de melhor preservar o que restou da Mata
Atlântica em nosso país.

O delito do art. 38-A também admite a forma culposa!

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

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Características

• É crime comum.
• As modalidades destruir ou danificar são
materiais, e se consumam com a efetiva
destruição ou dano ao bem jurídico.
• Já a modalidade utilizar é crime
PERMANENTE.

Atenção para a previsão do § único:

Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Nesse aspecto, é comum que o examinador faça a inversão, dizendo que há majorante na
forma dolosa. Essa afirmação não é verdadeira!

Corte de árvore em Floresta de Preservação Permanente


Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da
autoridade competente:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Outra norma penal em branco (haja vista que também precisa de complemento do Código
Florestal para fornecer o conceito de floresta de preservação permanente), o art. 39 possui
pena idêntica ao art. 38. Na verdade, ambas as condutas são muito parecidas, pois tratam de
dano praticado à floresta de preservação permanente.

Se o indivíduo danifica, de
Se o indivíduo CORTA
qualquer outra forma, uma
ÁRVORES em floresta de
floresta de preservação
preservação permanente
permanente
Incorre no art. 39 da Lei n.
Incorre no art. 38 da Lei n.
9.605
9.605

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Características

• É crime comum.
• Não apresenta modalidade culposa, ao contrário do art. 38.
• O delito se consuma com o efetivo corte das árvores (é
crime material).
• É crime especial em relação ao art. 38.

dano a unIdade de Conservação


Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27
do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.

O art. 40 trata de dano praticado contra as chamadas unidades de conservação, as quais


têm seu conceito definido no parágrafo 1º do mesmo artigo:

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Re-


servas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre.

Observe-se que a lei expressamente admite a punição do delito previsto no art. 40 na mo-
dalidade culposa, com redução da pena pela metade.

Majorante

É agravante do delito em estudo:

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de


Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena.

Se o autor praticar CAÇA no interior de Unidade de Conservação, incorrerá nas penas do art. 29,
parágrafo 4º, inciso V, e não no delito em estudo.

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Características

• É crime comum.
• Admite a modalidade culposa.
• O delito se consuma com o efetivo dano causado (trata-
se de crime material).
• É, segundo o STJ, crime instantâneo de efeitos
permanentes.

InCêndIo em mata ou Floresta

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:


Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

O art. 41 tem por objetivo inibir a ocorrência de incêndio em áreas de mata ou floresta, os
quais são infelizmente muito comuns nas épocas de seca (na qual o bioma está mais susce-
tível à ação do fogo).
O delito do art. 41 admite a forma culposa!

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.

Cabe ressaltar que a conduta de incêndio necessita, para sua configuração, de um certo
dano ao meio ambiente (previsão doutrinária). Por esse motivo, meramente fazer uma fogueira
na mata não irá configurar o delito.
Por outro lado, a conduta do agricultor que realiza “queimadas” para limpar o terreno é ca-
paz de configurar o delito em estudo, segundo a doutrina.

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Características

• É crime comum.
• Admite-se a modalidade culposa.
• O delito se consuma com o incêndio,
independentemente do dano ou prejuízo
causado.

soltar Balões

Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e
demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:
Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

O art. 42 também tem como objetivo inibir os incêndios florestais, mas de uma forma in-
direta, criminalizando a conduta daquele que vende, transporta, fabrica ou solta balões que
possam causar incêndios na vegetação.

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Segundo a doutrina, os balões em questão são os modelos não tripulados, que tenham
potencial para causar incêndios. Por esse motivo, o tipo penal não é aplicável a qualquer
tipo de balão.

Características

• É crime comum.
• Admite-se apenas a modalidade dolosa.
• O delito se consuma com o mero ato de
fabricar, vender, transportar ou soltar o balão –
ainda que não ocorra dano efetivo (é crime de
perigo abstrato – STJ).

extração Ilegal de mIneraIs

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

O art. 44 também é norma penal em branco, pois depende de integração com as normas
que regulam a extração regular de minerais para sua correta interpretação.
Este é um delito bastante simples. Observe apenas que não é qualquer extração de mine-
rais que irá configurar o delito – apenas a realizada de forma irregular, sem autorização.

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Características

• É crime comum.
• Por floresta entende-se a associação arbórea de grande
extensão e continuidade.
• Bem de domínio público é aquele pertencente à pessoas
jurídicas de direito público interno (União, Estados, DF,
Municípios, autarquias e fundações públicas).

transFormação de madeIra de leI em Carvão

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Pú-
blico, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em
desacordo com as determinações legais:
Pena – — reclusão, de um a dois anos, e multa.

Madeira de lei é a madeira nobre, de alta durabilidade, originária de árvores de grande porte
e que exigem maior proteção contra o corte desenfreado.

Características

• É crime comum.
• Só admite a modalidade dolosa.
• Requer o dolo específico de destinar o corte para fins
industriais, energéticos ou de exploração, econômica ou não.
• A prática de mais de uma conduta resulta na
responsabilização por um só crime (tipo misto alternativo).

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ComérCIo ou IndustrIalIzação Irregular de Produtos vegetaIs


Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros pro-
dutos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade
competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:
Pena – — detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Podem ser objeto do art. 46 a madeira em estado natural ou mesmo sob a forma de lenha
ou carvão. A norma atinge também outros produtos de origem vegetal.

Características

• É crime comum.
• Só se admite a modalidade dolosa.
• A prática de mais de uma conduta resulta na
responsabilização por um só crime (tipo misto alternativo).
• A consumação ocorre com a efetiva prática das condutas
descritas no tipo.

Forma Equiparada

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, trans-
porta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para
todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

Sobre a forma equiparada do delito, a posição majoritária é de que não é exigido o intuito
de comercialização.

ImPedImento ou dIFICultação da regeneração de Florestas ou


vegetação
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Por regeneração natural, entende-se o processo de reprodução vegetal que ocorre regular-
mente, sem a intervenção humana.

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Características

• É crime comum.
• Só se admite a modalidade dolosa.
• Segundo o STF, é crime permanente.

destruIr, danIFICar, lesar ou maltratar Plantas de ornamentação


de logradouros PúBlICos ou em ProPrIedade PrIvada

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação
de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:
Pena – — detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Este tipo penal é alvo de críticas da doutrina, pois é considerado exagero a utilização do
Direito Penal para criminalizar, com tamanha severidade, a conduta de destruir plantas de or-
namentação, principalmente as que são de propriedade privada.
Tamanho foi o exagero do legislador (segundo a doutrina), que há inclusive a criminaliza-
ção da conduta na forma culposa:

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Características

• É crime comum.
• Admite-se a forma dolosa e culposa.
• O delito se consuma com a efetiva
destruição ou dano (é crime material).

destruIção ou dano de Florestas ou vegetação de esPeCIal


Preservação
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, prote-
tora de mangues, objeto de especial preservação:

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Pena – — detenção, de três meses a um ano, e multa.

Existem poucos comentários doutrinários sobre esse delito, de modo que basta ao aluno
conhecer suas características básicas e a literalidade do art. 50.

Características

• É crime comum.
• Admite-se apenas a forma dolosa.

desmatamento, exPloração eConômICa ou degradação de Floresta


em terras de domínIo PúBlICo ou devolutas

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras
de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.

Conceitos relevantes sobre o tipo penal em estudo:


• Terras devolutas: terras que nunca foram objeto de ocupação por particulares.
• Floresta nativa: existe naturalmente no local.
• Floresta plantada: existe em decorrência da ação do homem.

Características

• É crime comum.
• Admite-se apenas a forma dolosa.
• Apresenta previsão de aumento de pena e
de possibilidade de exclusão do crime.

Exclusão do Crime

O art. 50-A apresenta hipótese que muito se assemelha ao estado de necessidade, em que
o crime é excluído:

§ 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente
ou de sua família.

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Ademais, a pena pode ser aumentada se presentes as circunstâncias narradas no pa-


rágrafo 2º:

§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um)
ano por milhar de hectare.

ComerCIalIzação ou utIlIzação de motosserra sem lICença ou


regIstro (art. 51)
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem
licença ou registro da autoridade competente:
Pena – — detenção, de três meses a um ano, e multa.

Poucas pessoas imaginam que a comercialização de motosserra, sem licença ou registro


seja crime – pois é exatamente essa a conduta prevista no art. 51 – juntamente com a conduta
de utilizar a motosserra em florestas ou demais tipos de vegetação, sem licença ou registro.

Características

• É crime comum.
• Admite-se apenas a forma dolosa.
• O delito se consuma com a mera
comercialização ou utilização do objeto – não
há a necessidade de resultado naturalístico.

Ingresso Irregular em unIdade de Conservação Portando suBstânCIa


ou Instrumento Para Caça ou exPloração Florestal (art. 52)

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios


para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade
competente:
Pena – — detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Trata-se da conduta de quem ingressa em Unidades de Conservação portando substâncias


ou instrumentos próprios para caça ou exploração de produtos florestais.

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Características

• É crime comum.
• Admite-se apenas a forma dolosa.
• É crime de perigo, que se consuma com o mero ingresso na
Unidade de Conservação.
• É também considerado crime permanente.
• Segundo a jurisprudência, o art. 52 da Lei de Crimes Ambientais é
especial em relação ao delito de porte de arma de fogo.

aumento de Pena (CrImes Contra a Flora)


O art. 53 da LCA prevê as seguintes causas de aumento de pena para os crimes contra a
flora (previstos entre os artigos 38 e 52 do diploma legal):

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se:
I – do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime
climático;
II – o crime é cometido:
a) no período de queda das sementes;
b) no período de formação de vegetações;
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local
da infração;
d) em época de seca ou inundação;
e) durante a noite, em domingo ou feriado.

da PoluIção e outros CrImes amBIentaIs

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A seção III apresenta os crimes relacionados à poluição, os quais passaremos a anali-


sar a seguir.

PoluIção (art. 54)


Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa
da flora:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Poluidor, segundo a Lei n. 6.938/1981, é a pessoa física ou jurídica responsável, direta ou


indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
Para fins de configuração do delito, a poluição pode ser de qualquer natureza, seja ela
aquática, sonora, visual, atmosférica ou do solo.

Características

• É crime comum.
• Admite-se também a forma culposa do delito.
• É crime de perigo, que se consuma com a mera prática das
condutas previstas no tipo penal.
• Excepcionalmente, exige-se o resultado material nas
modalidades de destruição signifcativa da flora e de provocação
de mortandade de animais.

Forma Qualificada

O delito possui a seguinte forma qualificada:

§ 2º Se o crime:
I – — tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II – — causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes
das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;
III – — causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água
de uma comunidade;
IV – — dificultar ou impedir o uso público das praias;
V – — ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou subs-
tâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos;
Pena – — reclusão, de um a cinco anos.

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Há divergência na doutrina sobre a admissibilidade da forma culposa no delito de polui-


ção qualificada, não existindo uma posição majoritária nesse sentido. Dificilmente será obje-
to de prova.

Forma Omissiva

O delito ainda admite a forma omissiva:

3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim
o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave
ou irreversível

Na modalidade omissiva, o delito é de mera conduta, consumando-se ante a mera omis-


são do agente.

lavra sem autorIzação (art. 55)


Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização,
permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explo-
rada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão compe-
tente.

A atividade mineradora é tão agressiva ao meio ambiente que o legislador tipificou tanto a
conduta de extrair recursos minerais sem autorização quanto a conduta equiparada de deixar
de recuperar a área explorada, nos termos da autorização concedida.

Características

•É crime comum.
•Admite-se apenas a forma dolosa. Não há necessidade de que a
extração seja realizada com finalidade comercial.
•O delito se consuma com a mera extração do material sem a
autorização da autoridade competente.
•A competência para processar e julgar o delito em estudo é da Justiça
Federal, haja vista que a conduta recai sobre bens jurídicos que
pertencem à União.

suBstânCIa tóxICa, PerIgosa ou noCIva


Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, arma-
zenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde

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humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Segundo a doutrina, o art. 56 é uma forma especial de contrabando, quando praticado nas
modalidades importar e exportar.

Características

• É crime comum.
• É crime formal e de perigo abstrato, que se
consuma com a mera prática da conduta típica
(não exige dano efetivo ao meio ambiente).
• Admite-se a modalidade culposa.

O legislador previu ainda a modalidade culposa do delito, além de duas condutas


equiparadas:

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:


I – abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em desacordo com as
normas ambientais ou de segurança;
II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a
resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento.
§ 3º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Aumento de Pena

Há ainda a previsão de aumento de pena, quando a conduta envolver produtos nucleares


ou radioativos:

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um


terço.

Crimes Preterdolosos

O art. 58 apresenta as formas qualificadas pelo resultado dos delitos previstos na Seção
III (Da Poluição e outros Crimes Ambientais), nas quais ocorre um aumento de pena variável,
dependendo da forma praticada:

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Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas:
I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral;
II – de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem;
III – até o dobro, se resultar a morte de outrem.
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato não
resultar crime mais grave.

Embora os artigos 60 e 61 também integrem a seção III – da poluição e outros crimes ambien-
tais – a doutrina entende que as formas preterdolosas em estudo não se aplicam a tais artigos,
que são posteriores ao artigo 58.

oBra ou servIço PotenCIalmente PoluIdor sem lICença


Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território na-
cional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização
dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinen-
tes:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

A CF/1988 determina ao Poder Público que atue exigindo estudo de impacto ambiental nas
obras que forem potencialmente lesivas ao meio ambiente.
O dispositivo em estudo, portanto, trata de conferir proteção, na esfera penal, à exigência
de licenciamento ambiental.
Cabe ressaltar que, no entanto, não basta a inexistência de licença ou autorização para a
configuração do delito, exigindo-se a comprovação de que as obras ou serviços realizados
são potencialmente poluidores.

Características

• É crime comum.
• Não se admite a forma culposa.
• É delito de ação múltipla ou conteúdo variado, que se consuma
com a prática de qualquer das condutas previstas no tipo.
• Segundo a jurisprudência, na modalidade "fazer funcionar" é
crime permanente.

dIssemInação de doença, Praga ou esPéCIes danosas


Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária,
à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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Trata-se de delito que revogou o art. 259 (caput), do Código Penal, que ao contrário deste
último, não admite a forma culposa.

Características

• É crime comum.
• Não se admite a forma culposa.
• Se consuma com a mera disseminação da doença, praga ou
das espécies danosas – não se requer prática habitual ou
que a conduta resulte em dano efetivo ao meio ambiente.

dos CrImes Contra o ordenamento urBano e o PatrImônIo Cultural


(seção Iv)
destruIção, InutIlIzação ou deterIoração de Bem ProtegIdo
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
I – bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido por lei,
ato administrativo ou decisão judicial:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo
da multa.

Trata-se de delito que revogou o art. 165 do Código Penal, e cuja conduta consiste em des-
truir, inutilizar ou deteriorar bens cuja importância é considerada especialmente relevante pelo
legislador.

Características

• É crime comum.
• Admite-se a forma culposa.

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alteração de edIFICação ou loCal ProtegIdo

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico,
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autorida-
de competente ou em desacordo com a concedida:
Pena – — reclusão, de um a três anos, e multa.

A conduta do art. 63 consiste na alteração de aspecto ou estrutura de edificação ou local


protegido por lei, em razão de seu valor para alguma das áreas narradas no tipo (tais como
ecologia, turismo, entre outras).
O legislador busca preservar o estado das coisas que possuem algum tipo de valor espe-
cial (do ponto de vista paisagístico, ecológico, turístico...) que justifique a proteção na esfera
penal para evitar que seu aspecto ou estrutura sejam alterados.
Segundo a doutrina e a jurisprudência atuais, a configuração do delito, no entanto, requer
a ocorrência de impacto no aspecto da área protegida. Ademais, entende-se também que o
crime só pode ocorrer na inexistência de autorização emanada por autoridade competente.

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Características

• É crime comum.
• A consumação se dá com a ocorrência do
impacto ambiental.
• Não há previsão de forma culposa.

Construção em solo não edIFICável


Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em
razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueo-
lógico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo
com a concedida:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

O art. 64 tem por objetivo proteger os mesmos bens jurídicos que a norma anterior, tam-
bém em razão de seu valor especial.
Note que para a configuração do delito é necessário que a conduta seja praticada sem au-
torização da autoridade competente ou em desacordo com a autorização concedida.

Características

• É crime comum.
• Só admite a modalidade dolosa.

PIChação
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, ar-
queológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa.
§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio pú-
blico ou privado mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando
couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização
do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos
governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico
nacional.

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A conduta do art. 65 consiste na famosa pichação, ou em qualquer outro ato apto a cons-
purcar (sujar, danificar) edificações ou monumentos urbanos.
É muito importante chamar a atenção para a previsão contida no parágrafo 2º, que torna lí-
cita a prática de grafite realizada para valorizar o patrimônio objeto da conduta – desde que re-
alizada com autorização do proprietário (bem privado) ou do órgão competente (bem público).

Características

• É crime comum.
• Só admite a modalidade dolosa.

CrImes Contra a admInIstração amBIental (seção v)


ConCessão Irregular de lICença, autorIzação ou PermIssão
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informa-
ções ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

O primeiro dos crimes contra a administração ambiental cuida da conduta do funcionário


público que faz afirmação falsa, omite a verdade ou sonega informações em procedimentos
de autorização ou licenciamento ambiental.
Trata-se, portanto, de crime próprio, que exige a qualidade de funcionário público para ser
praticado.

Características

• É crime próprio.
• Só admite a modalidade dolosa.
• É crime formal, que se consuma no momento em que o
funcionário faz a afirmação, omite a verdade ou sonega a
informação, independentemente do resultado causado por
sua conduta.

aFIrmação Falsa ou enganosa, omIssão da verdade ou sonegação de


InFormações ou dados
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo com as
normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autoriza-
tivo do Poder Público:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

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Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo
da multa.

Novamente, estamos diante de crime próprio de funcionário público. Trata-se de conduta


muito semelhante com a de prevaricação, mas de uma forma mais específica, haja vista o in-
teresse de tutelar o funcionamento regular da administração pública ambiental.

Características

• É crime próprio.
• Admite tanto a forma dolosa quanto a forma culposa.
• Segundo a jurisprudência, é necessário que a concessão da
licença possa causar dano ou colocar em risco o meio ambiente,
para que ocorra a configuração do delito.

omIssão de oBrIgação de relevante Interesse amBIental


Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de rele-
vante interesse ambiental:
Pena – — detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo da multa.

O delito do art. 68 também é crime próprio. Entretanto, ressalte-se que não é crime próprio
de funcionário público, e sim do indivíduo que possui obrigação (contratual ou legal) de rele-
vante interesse ambiental.
Dessa forma, é possível que o delito em estudo seja praticado tanto por funcionário público
quanto por particular, a depender do caso. Este é o entendimento do STJ.

Características

• É crime próprio, mas sua prática não se restringe a


funcionários públicos.
• Admite tanto a forma dolosa quanto a forma culposa.
• Trata-se de crime omissivo próprio.
• Não é necessária a ocorrência de resultado
naturalístico para a consumação do delito em estudo.

oBstar ou dIFICultar a FIsCalIzação


Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais:
Pena – — detenção, de um a três anos, e multa.

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Diferentemente dos demais delitos contra a administração ambiental, o art. 69 é crime co-
mum, que pode ser cometido por qualquer pessoa.
Segundo a doutrina, é um delito parecido com o art. 329 do Código Penal (Resistência),
entretanto não exige violência ou grave ameaça para sua configuração, e se aplica apenas
quando o ato que é obstado ou dificultado é de fiscalização ambiental.

Características

• É crime comum, ao contrário dos demais delitos


contra a administração ambiental.
• Admite apenas a forma dolosa.
• Trata-se de crime formal, que se consuma com
o mero ato de obstar ou dificultar a fiscalização.

estudo, laudo ou relatórIo Falso ou enganoso


Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedi-
mento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso,
inclusive por omissão:
Pena – — reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena – — detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio
ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa.

Assim como ocorre com o art. 69, o art. 69-A é crime comum, que pode ser cometido por
qualquer pessoa. Segundo a doutrina, é uma forma especial de falsidade ideológica, voltada
aos estudos ambientais / florestais.
O delito é caracterizado pela elaboração de um documento falso ou enganoso, que tenha
por fim induzir o destinatário em erro. Note, portanto, que a forma omissiva é admissível, visto
que pode configurar o delito a falta intencional de informação relevante.

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Características

• É crime comum.
• Admite-se tanto a forma dolosa quanto a culposa.
• Trata-se de crime formal, que se consuma com a
mera elaboração do documento enganoso.
• Se houver prejuízo ao meio ambiente, a pena é
majorada, nos termos do parágrafo 2º.

Funcionário público utiliza


informações falsas ou
Art. 66 – Afirmação falsa ou
enganosas em
enganosa
procedimentos de
licenciamento ambiental.

Funcionário público concede


Art. 67 – Concessão irregular a licença, autorização ou
de licença permissão em desacordo
com as normas ambientais.

Pessoa com dever legal de


Capítulo V
Seção V

cumprir obrigação de
Art. 68 – Omissão de interesse ambiental se omite.
obrigação relevante Não é conduta exclusiva de
funcionários públicos, mas é
crime próprio.

Crime comum, consiste em


Art. 69 – Obstar ou dificultar dificultar a ação fiscalizadora
fiscalização do Poder Público em
questões ambientais.

É forma especial de falsidade


ideológica. Consiste na
apresentação de estudo,
Art. 69-A – Estudo, laudo ou
laudo, relatório ambiental
relatório falso ou enganoso
total ou parcialmente falso
em licenciamentos
ambientais.

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das Penas aPlICáveIs às Pessoas JurídICas


Uma vez que conhecemos os delitos previstos na LCA, podemos finalmente discutir as
penas aplicáveis às pessoas jurídicas – tendo em vista que a sanção penal de privação de
liberdade só pode ser aplicada às pessoas naturais.
Primeiramente, façamos a leitura do texto de lei:

Penas Aplicáveis

Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo
com o disposto no art. 3º, são:
I – — multa;
II – — restritivas de direitos;
III – — prestação de serviços à comunidade.

Em primeiro lugar, cabe destacar que o magistrado decidirá pela aplicação cumulativa ou
alternativa com base no art. 6º da LCA:

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:


I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde
pública e para o meio ambiente;
II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III – a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Dentre as três espécies de penas aplicáveis às pessoas jurídicas, merecem especial aten-
ção as penas restritivas de direito, que acabam apresentando uma natureza um pouco diferen-
te daquelas aplicadas às pessoas naturais.

Penas Restritivas de Direitos

Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:


I – — suspensão parcial ou total de atividades;
II – — interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III – — proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou
doações.
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposi-
ções legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando
sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal
ou regulamentar.
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações
não poderá exceder o prazo de dez anos.

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Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:
I – — custeio de programas e de projetos ambientais;
II – — execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III – — manutenção de espaços públicos;
IV – — contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

As penas restritivas de direitos cominadas à pessoa jurídica merecem especial atenção


porque não tem caráter substitutivo – e sim natureza ORIGINÁRIA, diferentemente do que
ocorre com as penas restritivas de direitos aplicáveis às pessoas físicas (que, via de regra,
substituem a pena privativa de liberdade).
Ademais, a jurisprudência se posiciona no sentido de que a pena imposta à pessoa jurí-
dica deve ser proporcional àquela que porventura tenha sido aplicada a seu dirigente pelos
mesmos fatos.

Nenhuma das penas aplicáveis às pessoas jurídicas (tais como sua suspensão, interdição ou
proibição de contratar com o poder público) pode ser cominada de modo indefinido ou perpétuo.

E por fim, merece destaque o efeito da condenação mais drástico previsto na LCA:

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, fa-
cilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu
patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Peniten-
ciário Nacional.

Tal sanção não é mera desconsideração da personalidade jurídica da empresa, e sim ver-
dadeira liquidação forçada, de modo que a doutrina defende que tal pena só pode ser comina-
da em casos extremos, sempre de forma motivada na sentença.

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RESUMO
Lei de Crimes Ambientais – 9.605/1998
Meio Ambiente
• Meio ambiente é o espaço ocupado pelos seres vivos, onde habitam e há interação re-
cíproca, influenciando na forma de vida e na mantença com todas as suas naturais ca-
racterísticas.

Pessoas Jurídicas
• O atual entendimento do STJ e do STF é de que é possível a responsabilização penal de
pessoa jurídica, por crime contra o meio ambiente, ainda que não haja responsabiliza-
ção de pessoas físicas.

Crimes em Espécie
Caça Ilegal
• Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade
competente, ou em desacordo com a obtida;
• O estado de necessidade exclui o crime do art. 29.
• Perdão judicial

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção,


pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Exportação Ilegal de Peles e Couros

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
autoridade ambiental competente
• É competência da Justiça Federal (Internacionalidade).

Importação Ilegal de Animais

Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida
por autoridade competente;

Maus Tratos de Animais

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou do-
mesticados, nativos ou exóticos;

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Extermínio de Espécie Aquática pela Poluição de Águas

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espé-
cimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais
brasileiras;

Pesca Proibida

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão com-
petente;

Pesca Predatória

Art. 35. Pescar mediante a utilização de:


I – explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante;
II – substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente

Excludentes de Ilicitude

Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:


I – em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;
II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, des-
de que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

Crimes contra a Flora


Destruição de Floresta de Preservação Permanente
• Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em
formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção.

Destruição de Mata Atlântica

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio
de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção;

Corte de Árvore em Floresta de Preservação Permanente

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da
autoridade competente;

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Se o indivíduo danifica, de
Se o indivíduo CORTA
qualquer outra forma, uma
ÁRVORES em floresta de
floresta de preservação
preservação permanente
permanente
Incorre no art. 39 da Lei n.
Incorre no art. 38 da Lei n.
9.605
9.605

Dano a Unidade de Conservação


• Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art.
27 do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização;
• Se o autor praticar CAÇA no interior de Unidade de Conservação, incorrerá nas penas do
art. 29, parágrafo 4º, inciso V.

Incêndio em Mata ou Floresta

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta;


• O delito do art. 41 admite a forma culposa.

Soltar Balões

Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas
e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano

Extração Ilegal de Minerais

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais;

Transformação de Madeira de Lei em Carvão

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Pú-
blico, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em
desacordo com as determinações legais;

Comércio ou Industrialização Irregular de Produtos Vegetais

Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros pro-
dutos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade
competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento;

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Impedimento ou Dificultação da Regeneração de Florestas ou Vegetação

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação;

Destruir, Danificar, Lesar ou Maltratar Plantas de Ornamentação de Logradou-


ros Públicos ou em Propriedade Privada

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação
de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia;

Destruição ou Dano de Florestas ou Vegetação de Especial Preservação

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, prote-
tora de mangues, objeto de especial preservação;

Desmatamento, Exploração Econômica ou Degradação de Floresta em Terras


de Domínio Público ou Devolutas

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras
de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente;

Comercialização ou Utilização de Motosserra sem Licença ou Registro

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem
licença ou registro da autoridade competente;

Ingresso Irregular em Unidade de Conservação Portando Substância ou Instru-


mento para Caça ou Exploração Florestal

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios


para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade
competente;

Da Poluição e outros Crimes Ambientais


Poluição
• Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar
em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destrui-
ção significativa da flora.

Lavra sem Autorização


• Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autoriza-
ção, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida.

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Substância Tóxica, Perigosa ou Nociva


• Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, ar-
mazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou
nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabe-
lecidas em leis ou nos seus regulamentos.

Obra ou Serviço Potencialmente Poluidor sem Licença


• Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território
nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença
ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais
e regulamentares pertinentes.

Disseminação de Doença, Praga ou Espécies Danosas


• Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecu-
ária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas.

Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural


Destruição, Inutilização ou Deterioração de Bem Protegido
• Destruir, inutilizar ou deteriorar:

I – bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;


II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido por lei,
ato administrativo ou decisão judicial;

Alteração de Edificação ou Local Protegido


• Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turísti-
co, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem
autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida.

Construção em Solo não Edificável


• Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em
razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente
ou em desacordo com a concedida.

Pichação
• Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano.

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Concessão Irregular de Licença, Autorização ou Permissão


• Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar in-
formações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licen-
ciamento ambiental.

Afirmação Falsa ou Enganosa, Omissão da Verdade ou Sonegação de Informa-


ções ou Dados
• Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo com
as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de
ato autorizativo do Poder Público.

Omissão de Obrigação de Relevante Interesse Ambiental


• Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de
relevante interesse ambiental.

Obstar ou Dificultar a Fiscalização


• Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambien-
tais.

Estudo, Laudo ou Relatório Falso ou Enganoso


• Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro proce-
dimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso
ou enganoso, inclusive por omissão.

Das Penas Aplicáveis às Pessoas Jurídicas


• As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de
acordo com o disposto no art. 3º, são:

I – — multa;
II – — restritivas de direitos;
III – — prestação de serviços à comunidade.
• As penas restritivas de direitos cominadas à pessoa jurídica não têm caráter substitutivo
– e sim natureza ORIGINÁRIA.
• Nenhuma das penas aplicáveis às pessoas jurídicas (tais como sua suspensão, interdi-
ção ou proibição de contratar com o poder público) pode ser cominada de modo indefi-
nido ou perpétuo.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) A respeito de
política urbana, responsabilidade e licenciamento ambiental, julgue o item subsecutivo.
Cortar madeira de lei para transformá-la em carvão constitui crime tipificado na legislação bra-
sileira; caso o referido crime seja praticado com o objetivo de exploração econômica, a pena
será agravada.

002. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO) Com relação aos crimes e às infrações


administrativas ambientais, julgue o item subsequente.
Situação hipotética: Durante festividade junina, um grupo de pessoas adultas e capazes soltou
balões com potencial de provocar incêndio em floresta situada nas redondezas do local da
festa. Assertiva: Nessa situação, para serem tipificadas como crime, tais condutas indepen-
derão de prova de que a probabilidade de lesão ao meio ambiente era efetiva, por constituírem
infração de perigo abstrato.

003. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO) Com relação aos crimes e às infrações


administrativas ambientais, julgue o item subsequente.
Situação hipotética: Cláudio, maior e capaz, caçou e matou espécime da fauna silvestre, sem
a devida autorização da autoridade competente. Assertiva: Segundo o atual entendimento do
STJ, a competência para julgar o referido crime será da justiça federal, independentemente de
a ofensa ter atingido interesse direto e específico da União, de suas entidades autárquicas ou
de empresas públicas federais, pois basta que os crimes sejam contra a fauna para atrair a
competência do Poder Judiciário federal.

004. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA FISCALIZAÇÃO – DIREI-


TO) Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser
julgada de acordo com o Código Penal, com a legislação penal extravagante e com a jurispru-
dência do STJ.
O Ministério Público ofereceu denúncia contra pessoa jurídica e seus representantes legais
(pessoas físicas) pela prática de delito ambiental previsto na Lei n. 9.605/1998. Os represen-
tantes legais da pessoa jurídica foram absolvidos sumariamente. Nessa situação, é possível
a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da
responsabilização concomitante das pessoas físicas que agiam em seu nome.

005. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – VESPERTINA) Ao tratar da aplicação da


pena, a Lei n. 9.605/1998 (Crimes Ambientais) estabelece que as penas restritivas de direitos
são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: tratar-se de crime culposo
ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos; a culpabilidade, os ante-

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cedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as cir-


cunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação
e prevenção do crime.

006. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – VESPERTINA) Segundo a Lei n.


9.605/1998: poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente; a pessoa
jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar
a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio
será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciá-
rio Nacional.

007. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Em relação aos crimes contra a fé pú-


blica, aos crimes contra a administração pública, aos crimes de tortura e aos crimes contra o
meio ambiente, julgue o item a seguir.
Exportar para o exterior peles e couros de mamíferos, em estado bruto, sem a autorização da
autoridade competente caracteriza crime ambiental, devendo o autor desse crime ser proces-
sado e julgado pela justiça federal.

008. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL) Considere que Jorge te-


nha sido preso por pescar durante a piracema, o que o tornou réu em processo criminal. Nessa
situação hipotética, se a lesividade ao bem ambiental for ínfima, segundo o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, o juiz poderá aplicar o princípio da insignificância.

009. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA) Segundo dispõe a Lei n.


9.605/1998, o baixo grau de instrução ou escolaridade do agente não é circunstância que
atenua a pena do infrator ambiental, não podendo ser levada em consideração quando da
condenação.

010. (CESPE/ICMBIO/TÉCNICO AMBIENTAL) Acerca da proteção à fauna e das sanções e


infrações relativas a condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, julgue o item.
Os danos diretos ou indiretos causados a UC são penalizados com reclusão de um a cinco
anos, sendo considerada situação agravante a ocorrência de dano que afete espécie ameaça-
da de extinção.

011. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) A lei que dispõe sobre


as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio am-
biente determina, expressamente, que os crimes ambientais nela previstos são de competên-
cia da justiça estadual.

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012. (CESPE/MPU/ANALISTA – GEOGRAFIA) Com base na legislação ambiental, julgue o


item a seguir.
A pena de degradação de floresta em área de proteção permanente, a exemplo da destruição
ou dano irreparável da vegetação primária ou secundária da mata atlântica, é acrescida pela
metade, caso o crime apresente dolo.

013. (CESPE/MPU/ANALISTA – GEOGRAFIA) Com base na legislação ambiental, julgue o


item a seguir.
Comete crime contra o meio ambiente quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou
criadouro natural, assim como quem vende, adquire ou guarda animais silvestres sem a devida
permissão, licença ou autorização da autoridade competente

014. (CESPE/CPRM/ANALISTA EM GEOCIÊNCIAS – DIREITO) Com relação à responsabi-


lidade por danos ambientais e aos crimes contra o meio ambiente, julgue os próximos itens.
Praticará crime contra a flora aquele que fabricar, vender, transportar ou soltar balões que pos-
sam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou em
qualquer tipo de assentamento humano.

015. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Responderá por crime contra a flora


o indivíduo que cortar árvore em floresta considerada de preservação permanente, indepen-
dentemente de ter permissão para cortá-la, e, caso a tenha, quem lhe concedeu a permissão
também estará sujeito às penalidades do respectivo crime.

016. (FGV/PC RN/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/2021) Josué, garimpeiro, se utiliza


de material tóxico para a lavra de ouro, causando, com isso, a mortandade de peixes em lagoa
contígua à jazida explorada.
Nesse caso, quanto à tipificação como crime ambiental, o ato:
a) apenas será tipificado como crime caso a espécie de peixe atingida esteja no rol de animais
com risco de extinção;
b) apenas será tipificado como crime caso a lagoa esteja inserida em unidade de conservação
de proteção integral;
c) apenas será tipificado como crime caso praticada em local em que é vedada a lavra de ouro;
d) é tipificado como crime ambiental, sendo a pena agravada caso a mortandade tenha ocorri-
do em período de defeso à fauna;
e) é tipificado como crime ambiental, salvo se a mortandade ocorrer em espécie de peixe que
não seja nativa da fauna do bioma atingido.

017. (IDECAN/PC CE/INSPETOR/2021) Joelma e Godofredo são pescadores e foram surpre-


endidos pescando em período de defeso, bem como utilizando artefatos de uso proibido (uma

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rede de pesca de uso proibido), com dez camarões em uma bacia e mais dois camarões pre-
sos na rede proibida. O Ministério Público denunciou os dois pescadores pela prática de crime
ambiental descrita no artigo 34 da Lei n. 9.605/1998. Em relação ao tema, é correto afirmar
que a jurisprudência do STJ
a) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando a conduta tenha
ocorrido durante o período de defeso, mas afasta tal tese quando da utilização de petrechos
proibidos ou da apreensão do pescado no momento do flagrante.
b) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando ocorra a apreen-
são do pescado no momento do flagrante.
c) não admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais, ainda
quando demonstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado.
d) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando a conduta tenha
ocorrido durante o período de defeso e com petrechos proibidos.
e) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando a conduta for
realizada com petrechos proibidos.

018. (IBFC/SEAP PR/AGENTE DE EXECUÇÃO – TÉCNICO DE MANEJO E MEIO AMBIEN-


TE/2021) De acordo com o art. 50 da Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, assinale a alternativa que apresenta a pena para quem destruir ou danificar florestas
nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de espe-
cial preservação.
a) Reclusão, de dois anos a quatro anos e multa
b) Reclusão de três anos
c) Detenção, de três meses a um ano, e multa
d) Detenção, de um ano a dois anos, e multa
e) Detenção, de um ano a três anos

019. (INSTITUTO CONSULPAM/CODESSUL/FISCAL DE LICENCIAMENTO AMBIEN-


TAL/2021) Assinale a alternativa em que consta o período de reclusão que o infrator estará
sujeito a receber como pena caso cause dano direto ou indireto às Unidades de Conservação,
conforme a Lei n. 9.605/1998.
a) Não há período de reclusão como pena. apenas multa.
b) Reclusão de 1 a 3 anos.

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c) Reclusão de 1 a 5 anos.
d) Reclusão de 2 a 10 anos.

020. (INSTITUTO AOCP/PC PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2021) De acordo com a Lei n.


9.605/1998 (crimes contra o meio ambiente), a pena mínima de reclusão prevista àquele que,
dolosamente, provoca incêndio em mata ou floresta é de
a) um ano.
b) dois anos.
c) três anos.
d) quatro anos.
e) cinco anos.

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GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. C
5. C
6. C
7. E
8. C
9. E
10. E
11. E
12. E
13. C
14. C
15. E
16. d
17. a
18. c
19. c
20. b

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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) A respeito de
política urbana, responsabilidade e licenciamento ambiental, julgue o item subsecutivo.
Cortar madeira de lei para transformá-la em carvão constitui crime tipificado na legislação bra-
sileira; caso o referido crime seja praticado com o objetivo de exploração econômica, a pena
será agravada.

A conduta em questão realmente é crime, previsto no art. 45 da Lei de Crimes Ambientais.


Entretanto, o objetivo ou não de exploração econômica é irrelevante (a conduta incorrerá nas
mesmas penas):

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Pú-
blico, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em
desacordo com as determinações legais:
Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa.
Errado.

002. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO) Com relação aos crimes e às infrações


administrativas ambientais, julgue o item subsequente.
Situação hipotética: Durante festividade junina, um grupo de pessoas adultas e capazes soltou
balões com potencial de provocar incêndio em floresta situada nas redondezas do local da
festa. Assertiva: Nessa situação, para serem tipificadas como crime, tais condutas indepen-
derão de prova de que a probabilidade de lesão ao meio ambiente era efetiva, por constituírem
infração de perigo abstrato.

Exatamente. Nesse caso (Art. 42 da LCA) o perigo é presumido pelo legislador, de modo que
não há necessidade de perícia ou de comprovação no caso concreto. Basta a prática da con-
duta prevista no tipo penal!
Certo.

003. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO) Com relação aos crimes e às infrações


administrativas ambientais, julgue o item subsequente.
Situação hipotética: Cláudio, maior e capaz, caçou e matou espécime da fauna silvestre, sem
a devida autorização da autoridade competente. Assertiva: Segundo o atual entendimento do
STJ, a competência para julgar o referido crime será da justiça federal, independentemente de
a ofensa ter atingido interesse direto e específico da União, de suas entidades autárquicas ou

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de empresas públicas federais, pois basta que os crimes sejam contra a fauna para atrair a
competência do Poder Judiciário federal.

Não mesmo. Tais crimes só serão de competência da Justiça Federal se houver algum tipo
de bem jurídico ou de circunstância que possa atrair a competência de tal órgão jurisdicional,
como no caso da transnacionalidade dos delitos, por exemplo.
Errado.

004. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA FISCALIZAÇÃO – DIREI-


TO) Cada item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser
julgada de acordo com o Código Penal, com a legislação penal extravagante e com a jurispru-
dência do STJ.
O Ministério Público ofereceu denúncia contra pessoa jurídica e seus representantes legais
(pessoas físicas) pela prática de delito ambiental previsto na Lei n. 9.605/1998. Os represen-
tantes legais da pessoa jurídica foram absolvidos sumariamente. Nessa situação, é possível
a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da
responsabilização concomitante das pessoas físicas que agiam em seu nome.

Exatamente! Conforme estudamos, a jurisprudência atual admite a responsabilização da Pes-


soa Jurídica sem vinculação à responsabilização penal de seus responsáveis legais ou repre-
sentantes (pessoas físicas).
Certo.

005. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – VESPERTINA) Ao tratar da aplicação da


pena, a Lei n. 9.605/1998 (Crimes Ambientais) estabelece que as penas restritivas de direitos
são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: tratar-se de crime culposo
ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos; a culpabilidade, os ante-
cedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as cir-
cunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação
e prevenção do crime.

Isso mesmo. É o que prevê o art. 7º da lei:

Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quan-
do:
I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos;

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II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como
os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de
reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma duração
da pena privativa de liberdade substituída.
Certo.

006. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – VESPERTINA) Segundo a Lei n.


9.605/1998: poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente; a pessoa
jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar
a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio
será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciá-
rio Nacional.

Com certeza. Tal previsão está no art. 24 da lei em estudo:

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, faci-
litar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patri-
mônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário
Nacional.
Certo.

007. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Em relação aos crimes contra a fé pú-


blica, aos crimes contra a administração pública, aos crimes de tortura e aos crimes contra o
meio ambiente, julgue o item a seguir.
Exportar para o exterior peles e couros de mamíferos, em estado bruto, sem a autorização da
autoridade competente caracteriza crime ambiental, devendo o autor desse crime ser proces-
sado e julgado pela justiça federal.

Questão muito boa – pois a competência realmente seria da Justiça Federal. No entanto, note
que o examinador falou que o delito se caracteriza com a exportação de peles e couros de ma-
míferos, quando na verdade, o art. 30 da LCA prevê a conduta de exportação de peles e couros
de anfíbios e répteis. Esse é o erro da questão!

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
autoridade ambiental competente:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Errado.

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008. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL) Considere que Jorge te-


nha sido preso por pescar durante a piracema, o que o tornou réu em processo criminal. Nessa
situação hipotética, se a lesividade ao bem ambiental for ínfima, segundo o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, o juiz poderá aplicar o princípio da insignificância.

É sim possível a aplicação do princípio da insignificância diante de crimes ambientais, se a


lesão for ínfima, como é o caso da conduta de Jorge, na situação hipotética narrada.
Certo.

009. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA) Segundo dispõe a Lei n.


9.605/1998, o baixo grau de instrução ou escolaridade do agente não é circunstância que
atenua a pena do infrator ambiental, não podendo ser levada em consideração quando da
condenação.

Na verdade, tal circunstância é sim uma atenuante, prevista no art. 14 da lei em estudo:

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:


I – baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
Errado.

010. (CESPE/ICMBIO/TÉCNICO AMBIENTAL) Acerca da proteção à fauna e das sanções e


infrações relativas a condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, julgue o item.
Os danos diretos ou indiretos causados a UC são penalizados com reclusão de um a cinco
anos, sendo considerada situação agravante a ocorrência de dano que afete espécie ameaça-
da de extinção.

A questão está errada por generalizar, afirmando que sempre que houver dano a espécies ame-
açadas de extinção em UC irá ocorrer a agravante.
Na verdade, a agravante só incide quando ocorrer no interior de UC de proteção integral.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27
do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades
de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da
pena. (Redação dada pela Lei n. 9.985, de 2000)
Errado.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 9.605/1998 - Crimes Ambientais
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011. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) A lei que dispõe sobre


as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio am-
biente determina, expressamente, que os crimes ambientais nela previstos são de competên-
cia da justiça estadual.

A competência da justiça estadual é sempre derivada. Ou seja: Tudo aquilo que não é compe-
tência da justiça federal, em regra, será de competência da justiça estadual.
É por esse motivo que o legislador não fala expressamente que a competência da justiça esta-
dual incide sobre um determinado delito – pois tal conclusão deriva do fato de que tal conduta
não é competência da justiça federal.
Dessa forma, não há na Lei n. 9.605/1998 qualquer previsão expressa de que o julgamento
e processamento dos crimes ambientais são de competência da justiça estadual, como não
poderia deixar de ser.
Errado.

012. (CESPE/MPU/ANALISTA – GEOGRAFIA) Com base na legislação ambiental, julgue o


item a seguir.
A pena de degradação de floresta em área de proteção permanente, a exemplo da destruição
ou dano irreparável da vegetação primária ou secundária da mata atlântica, é acrescida pela
metade, caso o crime apresente dolo.

O examinador misturou tudo. Na verdade, o crime é em regra, doloso. Se for praticado na mo-
dalidade culposa, a pena será reduzida da metade – e não o contrário.

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio
de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Errado.

013. (CESPE/MPU/ANALISTA – GEOGRAFIA) Com base na legislação ambiental, julgue o


item a seguir.
Comete crime contra o meio ambiente quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou
criadouro natural, assim como quem vende, adquire ou guarda animais silvestres sem a devida
permissão, licença ou autorização da autoridade competente

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Lei n. 9.605/1998 - Crimes Ambientais
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Isso mesmo. Questão extraída do art. 29, inciso II, da lei em estudo:

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desa-
cordo com a obtida:
Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
Certo.

014. (CESPE/CPRM/ANALISTA EM GEOCIÊNCIAS – DIREITO) Com relação à responsabi-


lidade por danos ambientais e aos crimes contra o meio ambiente, julgue os próximos itens.
Praticará crime contra a flora aquele que fabricar, vender, transportar ou soltar balões que pos-
sam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou em
qualquer tipo de assentamento humano.

Isso mesmo. É o que prevê o art. 42 da LCA:

Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e
demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:
Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Certo.

015. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Responderá por crime contra a flora


o indivíduo que cortar árvore em floresta considerada de preservação permanente, indepen-
dentemente de ter permissão para cortá-la, e, caso a tenha, quem lhe concedeu a permissão
também estará sujeito às penalidades do respectivo crime.

O delito, no caso narrado pelo examinador, só se configura se não houver permissão da auto-
ridade competente:

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da
autoridade competente:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente
Errado.

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Lei n. 9.605/1998 - Crimes Ambientais
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016. (FGV/PC RN/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/2021) Josué, garimpeiro, se utiliza


de material tóxico para a lavra de ouro, causando, com isso, a mortandade de peixes em lagoa
contígua à jazida explorada.
Nesse caso, quanto à tipificação como crime ambiental, o ato:
a) apenas será tipificado como crime caso a espécie de peixe atingida esteja no rol de animais
com risco de extinção;
b) apenas será tipificado como crime caso a lagoa esteja inserida em unidade de conservação
de proteção integral;
c) apenas será tipificado como crime caso praticada em local em que é vedada a lavra de ouro;
d) é tipificado como crime ambiental, sendo a pena agravada caso a mortandade tenha ocorri-
do em período de defeso à fauna;
e) é tipificado como crime ambiental, salvo se a mortandade ocorrer em espécie de peixe que
não seja nativa da fauna do bioma atingido.

Vejamos, de forma contextualizada, em qual artigo melhor se enquadra a conduta de Josué:

Art. 54 Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa
da flora.
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
II – ter o agente cometido a infração:
g) em período de defeso à fauna;
Dessa forma, o gabarito que se adéqua à situação narrada é a letra d.
Letra d.

017. (IDECAN/PC CE/INSPETOR/2021) Joelma e Godofredo são pescadores e foram surpre-


endidos pescando em período de defeso, bem como utilizando artefatos de uso proibido (uma
rede de pesca de uso proibido), com dez camarões em uma bacia e mais dois camarões pre-
sos na rede proibida. O Ministério Público denunciou os dois pescadores pela prática de crime
ambiental descrita no artigo 34 da Lei n. 9.605/1998. Em relação ao tema, é correto afirmar
que a jurisprudência do STJ
a) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando a conduta tenha
ocorrido durante o período de defeso, mas afasta tal tese quando da utilização de petrechos
proibidos ou da apreensão do pescado no momento do flagrante.
b) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando ocorra a apreen-
são do pescado no momento do flagrante.

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c) não admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais, ainda


quando demonstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado.
d) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando a conduta tenha
ocorrido durante o período de defeso e com petrechos proibidos.
e) admite a possibilidade de aplicação da insignificância aos delitos ambientais quando de-
monstrada a ínfima ofensividade ao bem ambiental tutelado, mesmo quando a conduta for
realizada com petrechos proibidos.

Conforme estudamos, há jurisprudência do STJ no sentido de que é aplicável o princípio da


insignificância ao art. 34 da legislação em estudo, o que valida a premissa da assertiva A. No
julgado, no entanto, não houve nenhuma apreensão de animal, o que invalida a assertiva b.
Letra a.

018. (IBFC/SEAP PR/AGENTE DE EXECUÇÃO – TÉCNICO DE MANEJO E MEIO AMBIEN-


TE/2021) De acordo com o art. 50 da Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, assinale a alternativa que apresenta a pena para quem destruir ou danificar florestas
nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de espe-
cial preservação.
a) Reclusão, de dois anos a quatro anos e multa
b) Reclusão de três anos
c) Detenção, de três meses a um ano, e multa
d) Detenção, de um ano a dois anos, e multa
e) Detenção, de um ano a três anos

Mais uma vez os examinadores insistem em cobrar a pena aplicável ao delito, mesmo sabendo
o quão punitivo isso é aos alunos estudiosos, bem como da dificuldade de memorização de
penas em uma lei com tantos delitos.
Dito isso, vale relembrar:

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, prote-
tora de mangues, objeto de especial preservação:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Letra c.

019. (INSTITUTO CONSULPAM/CODESSUL/FISCAL DE LICENCIAMENTO AMBIEN-


TAL/2021) Assinale a alternativa em que consta o período de reclusão que o infrator estará

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sujeito a receber como pena caso cause dano direto ou indireto às Unidades de Conservação,
conforme a Lei n. 9.605/1998.
a) Não há período de reclusão como pena. apenas multa.
b) Reclusão de 1 a 3 anos.
c) Reclusão de 1 a 5 anos.
d) Reclusão de 2 a 10 anos.

E novamente, a mesma situação (cobrança de pena).

Art. 40, Lei n. 9.605. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que
trata o art. 27 do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
Letra c.

020. (INSTITUTO AOCP/PC PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2021) De acordo com a Lei n.


9.605/1998 (crimes contra o meio ambiente), a pena mínima de reclusão prevista àquele que,
dolosamente, provoca incêndio em mata ou floresta é de
a) um ano.
b) dois anos.
c) três anos.
d) quatro anos.
e) cinco anos.

Sabe aquela velha frase “e se a moda pega...”


Pois bem. Três bancas diferentes, e a mesma prática reprovável: a cobrança tão somente da
pena aplicável ao delito.
Nos moldes do Art. 41 da Lei n. 9.605/1998, a conduta de provocar incêndio em mata ou flo-
resta é punível com pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Letra b.

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Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

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