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Apoio às Atividades Laboratoriais

No decurso das atividades laboratoriais, exploradas no Manual, são colocadas questões pré-
-laboratoriais, questões para a execução laboratorial e questões pós-laboratoriais, às quais procuramos
aqui dar resposta e sugerir abordagens. Também se apresentam, para cada atividade, resultados
experimentais e o seu tratamento, os quais resultaram da execução das atividades no laboratório.
Optou-se por não facultar as respostas no Manual, dado que essas questões deverão promover um
esforço de reflexão sobre as atividades propostas, que poderia ficar comprometido se os alunos
consultassem imediatamente as soluções.

Para cada atividade laboratorial, apresentam-se não só a respetiva aprendizagem essencial como
também sugestões de implementação e de objetivos de aprendizagem que deverão ser atingidos,
proporcionando, assim, uma maior facilidade de leitura e uma maior aproximação à sua exploração na
prática letiva. Pretende-se, deste modo, potenciar uma abordagem das atividades que seja facilitadora
de aprendizagens significativas.

Neste caderno, na sequência das sugestões e das propostas do Manual para implementação das
atividades laboratoriais, apresentam-se mais algumas questões no âmbito das atividades laboratoriais.
Estas questões complementares podem ser:
 selecionadas, de forma diferenciada, de acordo com as características de cada aluno, em
atividades formativas;
 incluídas, parcial ou totalmente, em questionários relativos a uma ou várias atividades
laboratoriais;
 incluídas em testes (formativos ou sumativos) que avaliem diversas competências.

São também propostas grelhas para a avaliação das atividades, baseadas nas propostas do Manual, as
quais poderão ser adaptadas em cada escola.

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Atividade Laboratorial 1.1
Queda livre: força gravítica e aceleração gravítica
Um conjunto de objetos é deixado cair. Terão a mesma aceleração no movimento de queda?

Aprendizagem Essencial
Determinar, experimentalmente, a aceleração da gravidade num movimento de queda livre, investigando se
depende da massa dos corpos, avaliando procedimentos e comunicando os resultados.
Aprendizagens processuais
 Identificar material e equipamento de laboratório e manuseá-lo corretamente, respeitando regras de
segurança e instruções recebidas.
 Selecionar material de laboratório adequado a um trabalho laboratorial.
 Construir uma montagem laboratorial a partir de um esquema ou de uma descrição.
 Executar corretamente técnicas laboratoriais.
 Identificar aparelhos de medida, analógicos e digitais, o seu intervalo de funcionamento e a respetiva
incerteza de leitura.
 Efetuar medições utilizando material de laboratório analógico, digital ou de aquisição automática de dados.
 Representar um conjunto de medidas experimentais em tabela, associando-lhes as respetivas incertezas de
leitura dos aparelhos de medida utilizados.

Aprendizagens conceptuais
• Identificar o objetivo de um trabalho prático.
• Identificar o referencial teórico no qual se baseia o procedimento utilizado num trabalho prático, incluindo
regras de segurança específicas.
• Descrever o procedimento que permite dar resposta ao objetivo de um trabalho prático.
• Conceber uma tabela de registo de dados adequada ao procedimento.
• Representar esquemas de montagens.
• Utilizar regras de contagem de algarismos significativos.
• Distinguir erros aleatórios de erros sistemáticos.
• Indicar a medida de uma grandeza numa única medição direta, atendendo a incerteza experimental associada
à leitura no aparelho de medida.
• Indicar a medida de uma grandeza quando há um conjunto de medições diretas, efetuadas nas mesmas
condições, tomando como valor mais provável o valor médio.
• Calcular a incerteza absoluta do valor mais provável de um conjunto de medições diretas (o maior dos desvios
absolutos), assim como a incerteza relativa em percentagem (desvio percentual), e indicar a medida da
grandeza.
• Associar a precisão das medidas à sua maior ou menor dispersão, quando há um conjunto de medições
diretas, e aos erros aleatórios.
• Determinar o erro percentual associado a um resultado experimental quando há um valor de referência.
• Associar a exatidão de um resultado a maior ou menor proximidade a um valor de referência e aos erros
sistemáticos, relacionando-a com o erro percentual.
• Identificar erros que permitam justificar a baixa precisão das medidas ou a baixa exatidão do resultado.
• Avaliar a credibilidade de um resultado experimental, confrontando-o com previsões do modelo teórico, e

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discutir os seus limites de validade.
Objetivos específicos
 Medir tempos e determinar velocidades num movimento de queda.
 Fundamentar o procedimento da determinação de uma velocidade com uma célula fotoelétrica.
 Determinar a aceleração num movimento de queda (medição indireta), a partir da definição de aceleração
média, e compará-la com o valor tabelado para a aceleração da gravidade.
 Avaliar a exatidão do resultado e calcular o erro percentual, supondo uma queda livre.
 Concluir que, na queda livre, corpos com massas diferentes experimentam a mesma aceleração.
Sugestões de operacionalização
• Fazer uma montagem de forma a calcular a aceleração da queda de um corpo, usando o conceito de
aceleração média, admitindo que a aceleração é constante.
• Para simplificar a execução laboratorial, pode considerar-se o intervalo de tempo entre o instante em que o
corpo é largado e o instante em que atinge uma posição mais baixa da trajetória, de modo a medir apenas
uma velocidade (a velocidade final).
• Repetir o movimento de queda, medindo três valores para o tempo de queda, e determinar o valor mais
provável deste tempo para efetuar o cálculo da velocidade.
• Os alunos devem distinguir o intervalo de tempo que decorre quando o corpo passa pela fotocélula, cujo
valor é necessário para a determinação da velocidade, e o intervalo de tempo que decorre entre duas
posições na trajetória.
• Grupos diferentes podem usar corpos de massas diferentes para compararem resultados.

Na primeira atividade laboratorial do 10. o ano determinaram-se velocidades a partir do conceito de


velocidade média, não se exigindo na altura a explicitação da distinção entre velocidade e velocidade
média. Nesta atividade pretende-se medir a aceleração da gravidade usando o conceito de aceleração
média. Carecendo este processo da determinação de duas velocidades, os alunos, também por isso,
devem estar conscientes da diferença entre velocidade
média e velocidade.
Note-se que são medidas as velocidades médias, que
serão tanto mais próximas das velocidades, que se fazem
corresponder a um dado instante, quanto menor for o
intervalo de tempo.
O gráfico ao lado ilustra a situação relativa a esta
atividade. As velocidades médias, v m 1 e v m 2, que
correspondem respetivamente às velocidades para os
∆ t1 ∆t 2
instantes t 1+ e t 2+ , são tão mais próximas das
2 2
velocidades v 1 e v 2 quanto menores forem os intervalos de tempo.
Do gráfico pode concluir-se que quanto menor for a distância entre o ponto de queda e a
fotocélula, mais afastada ficará a velocidade medida do valor que deveria ter no instante considerado .
Igualmente se observa que quanto mais afastada ficar, menor será o intervalo de tempo de passagem,
o que exige maior sensibilidade do sistema de medida.
Note-se que não sugerimos que a análise gráfica que aqui fazemos seja, necessariamente, abordada
com os alunos.

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O corpo a largar e o processo de largada estão relacionados. Por exemplo, se na largada do corpo se
usar um eletroíman, ligado a uma fonte de alimentação com interruptor, o corpo, esfera ou placa,
deverá ser de um material ferromagnético, ou ter uma parte desse material. Naturalmente que o corpo
pode ser de outro material e para a largada pode usar-se outro
processo.
Ao utilizar-se uma esfera, é necessário ter o cuidado de que seja o
diâmetro da esfera a cortar o feixe de luz da célula fotoelétrica. Se o
diâmetro da esfera não estiver alinhado com o feixe de luz, o feixe é
interrompido por um tempo menor do que o que seria se tivéssemos
o diâmetro alinhado. Como não se sabe exatamente qual a espessura
do corpo que corta o feixe, e se continua a admitir que é o diâmetro, vão calcular-se velocidades
maiores e, como resultado disso, a aceleração determinada será maior do que se houvesse
alinhamento.
Embora seja mais fácil alinhar uma placa retangular com o
feixe de luz da célula fotoelétrica, o seu uso também não está
isento de erros semelhantes aos referidos para a esfera. De facto,
se no movimento de queda a placa tiver um ligeiro movimento de
rotação, o comprimento da parte da placa que vai interromper o
feixe será maior do que a sua largura. Neste caso, a tendência será
a inversa da verificada com o referido para a esfera.
O procedimento experimental fica bastante simplificado se na medida do tempo de queda se
considerar que a esfera, imediatamente antes de cortar o feixe, que inicia a contagem do tempo de
queda, se encontra em repouso. No entanto, na prática, não é muito fácil que essa situação se
concretize, e é necessário um ajuste cuidado das posições de partida do corpo e da posição do feixe para
encontrar a melhor configuração. Se quando o corpo interrompe o feixe já tiver alguma velocidade, a
aceleração que se vai determinar será maior do que se mediria se isso não se verificasse. Na figura
seguinte ilustra-se a situação.

À esquerda, a situação pretendida e no gráfico da esquerda, da velocidade em função do tempo, a área


A1, a sombreado, corresponde ao comprimento de queda. No entanto, se o corpo já tiver velocidade quando
interrompe o feixe, a distância será percorrida em menos tempo. Situação da direita e gráfico da direita.

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Se a velocidade inicial não for nula, mas se isso for admitido, no gráfico da esquerda, a tracejado,
mostra-se as conclusões que se podem obter. Como o intervalo de tempo é menor, e a distância é a
mesma – área no gráfico v(t) –, o declive da reta assim obtida deverá ser maior do que o que se obteria
se o corpo fosse largado imediatamente antes de cortar o feixe. Assim, será de esperar que a aceleração
medida seja maior do que a real.
Esta atividade laboratorial pode ser implementada com um processo alternativo, no qual não se
tenha que considerar que a velocidade numa das posições é nula. Naturalmente que as opções a tomar
estarão também condicionadas pelos equipamentos disponíveis. Por exemplo, se a escola possuir
sistemas de aquisição de dados com memórias, estarão disponíveis recursos que não deverão deixar de
ser explorados. Todos os recursos e processos usados terão vantagens e limitações.
Numa possível alternativa com um sistema de aquisição de dados com memória, os intervalos de
tempo são guardados e o processo de aquisição simplifica-se. A seguir, indicamos uma possível
alternativa com o sistema de aquisição da Texas Instruments.

Procedimento alternativo – Sistema de aquisição de dados de Texas


Instruments
Ligando apenas uma fotocélula (photogate) ao LabCradle com a máquina TI-Nspire
acoplada, há que configurar a aquisição.
Como se usa apenas uma fotocélula, o corpo que se deixa cair é uma placa de
policarbonato (pintada de preto) com a forma indicada na figura. À parte superior
adaptou-se um pedaço de ferro, para que se possa usar um eletroíman para a
largada, e as tiras A e B têm exatamente a mesma espessura.
São as tiras A e B que vão sucessivamente interromper o feixe de luz. Em vez de duas fotocélulas usa-
se apenas uma que é interrompida duas vezes por igual espessura de duas partes do mesmo corpo em
queda livre.
Nas partes laterais da placa, e de forma que fique equilibrada, podem colocar-se pequenas massas
para variar a massa total.
O sistema configura-se para recolher os instantes em que o feixe é interrompido, reposto, e os
intervalos de tempo de interrupção. Faz ainda cálculos de velocidades. A figura seguinte ilustra uma
montagem de um dispositivo experimental usado.
Dão-se, a seguir, algumas indicações de execução.
Com a máquina TI-Nspire acoplada ao LabCradle, ligar a fotocélula (photogate) e acionar a aplicação
DataQuest. Normalmente, o sistema deteta o sensor acoplado.

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Para a configuração de recolha de dados:
Pressione a tecla menu e em 1: Experiência selecione o modo de recolha 8: Configuração de recolha
e o modo porta. Introduza depois a espessura da tira opaca, e, para terminar a recolha, usa-se a opção
«Após eventos Num», colocando-se 4 no número de eventos.
A configuração de recolha fica concluída.
Após acionar o sistema para a recolha de dados, larga-se a placa e o sistema retribui com o ecrã da
figura seguinte.

Na coluna do «Tempo» estão registados os instantes em que o feixe é cortado e reposto. Na coluna
«B2U», os intervalos de tempo de bloqueio do feixe. O sistema permite ainda definir o número de casas
decimais dos dados. A coluna «V» mostra o cálculo das velocidades de passagem das duas tiras.
Para um tratamento estatístico pode largar-se a placa sempre da mesma posição, por exemplo, três
vezes, e registar os tempos e os intervalos de cada queda. As velocidades são calculadas pelo quociente
da espessura das tiras pelas médias dos intervalos de tempo, ∆ t 1 e ∆ t 2. A aceleração calcula-se pelo
quociente da variação de velocidade pelo intervalo de tempo médio entre dois bloqueios.
Exemplificando com os valores indicados nas figuras, tira de espessura 1,05 cm, de apenas uma
queda:
−2
∆ t 1=0,00806 s; v 1= 1 , 05 ×10 m =1 ,30 m s−1;
0,00806 s

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−2
∆ t 2=0,00441 s; v 2= 1 , 05 ×10 m =2 ,38 m s−1;
0,00441 s
Tempo entre dois bloqueios = (1,26 – 1,16) s = 0,10 s
v 2−v 1 ( 2 , 38−1 , 30 ) m s−1
a= = =11m s−1
∆t 0 , 10 s

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Na tabela seguinte foram registados os valores correspondentes à queda da placa em três ensaios
realizados sempre nas mesmas condições.
∆ t/ s ∆ t/ s ∆ t 1/ s ∆ t 1/ s ∆ t 2/ s ∆ t 2/ s
0,11 0,00811 0,00435
0,11 0,11 0,00833 0,00817 0,00444 0,00440
0,10 0,00806 0,00441

−2 −2
1 , 05 ×10 m −1 1 , 05 ×10 m −1
v 1= =1 ,29 m s ; v 2= =2 ,39 m s ;
0,00817 s 0,00440 s
v 2−v 1 ( 2 , 39−1 , 29 ) m s−1
a= = =10 m s−2
∆t 0 ,11 s

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Respostas às Questões Pré-Laboratoriais
1. a) A expressão «queda livre» significa que a única força que atua sobre um corpo é a força gravítica.
b) À aceleração do corpo em «queda livre», chama-se aceleração da gravidade (ou aceleração gravítica).
c) Rigorosamente, sobre a Terra atuam as forças resultantes da interação com todos os outros
astros, por exemplo, a Lua ou os outros planetas do sistema solar. No entanto, a força que o Sol
exerce na Terra é muito superior às restantes forças. Assim, ao analisar-se o movimento da Terra
em relação ao Sol, pode considerar-se apenas a força gravítica que o Sol exerce na Terra. À
semelhança do que ocorre com um corpo que cai para a Terra, pode afirmar-se que a Terra está
em queda livre para o Sol.
d) Um paraquedista não está em queda livre pois as forças de resistência do ar que nele atuam não são
desprezáveis.
2. a)

b) A maçã em queda livre tem um movimento retilíneo uniformemente acelerado. A aceleração tem
sempre a mesma direção e o mesmo sentido da resultante das forças. Logo, como a resultante das
forças, o peso da maçã, tem a direção da velocidade, a aceleração também terá, o que significa que o
movimento é retilíneo (a velocidade apenas varia em módulo). O sentido da resultante das forças, e da
aceleração, é também o da velocidade, o que implica que o movimento seja acelerado. Como a altura
de queda é pequena, comparada com o raio da Terra, a força gravítica que atua na maçã é constante
e, em consequência, também a aceleração, daí tratar-se de um movimento uniformemente acelerado.
c) A aceleração de queda livre é a aceleração gravítica, e esta é igual para todos os corpos,
independentemente da sua massa.
3. Uma célula fotoelétrica pode acionar o cronómetro digital quando o feixe de luz entre as suas hastes
é interrompido ou resposto. Se um corpo atravessar o feixe de luz da célula fotoelétrica, o
cronómetro mede o intervalo de tempo que a espessura do corpo demora a passar pelo feixe. Por
isso, pode calcular-se a velocidade média do corpo pelo quociente entre a espessura do corpo e esse
intervalo de tempo. Esta velocidade média aproxima-se tanto mais da velocidade no instante em que
o feixe começa a ser interrompido quanto menor for o intervalo de tempo que o corpo demora a
atravessar o feixe de luz (se o intervalo de tempo for muito pequeno, a variação de velocidade nesse
intervalo é desprezável).
4. Mede-se o intervalo de tempo que a esfera demora a percorrer a distância entre as duas fotocélulas
e determinam-se as velocidades com que a esfera atravessa as fotocélulas 1 e 2, medindo os tempos
de passagem e o diâmetro da esfera. Pode calcular-se a aceleração da esfera, que é a aceleração
gravítica, pelo quociente entre a variação de velocidade e o intervalo de tempo que a esfera demora

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a ter essa variação de velocidade (intervalo de tempo que levou a percorrer a distância entre as duas

fotocélulas).

Trabalho Laboratorial
1. Medida do diâmetro com uma craveira:
ℓ1 = (0,02050 ± 0,00005) m
ℓ2 = (0,01530 ± 0,00005) m
2. Se a esfera tiver uma velocidade nula na posição inicial, apenas tem de se determinar a velocidade
final, em vez de se determinarem duas velocidades, o que pode ser uma vantagem.
3. Incerteza de leitura do cronómetro: 0,001 ms
t1 = 7,172 ms; t2 = 7,109 ms; t3 = 7,385 ms
4. Exemplo de dados obtidos.
t1/ ms
7,171 7,109 7,385
(±0,001)
t2/ ms
261,48 261,69 261,06
(±0,01)

5. A tabela resume as medidas dos tempos com a segunda esfera.


t1/ ms
5,807 5,868 5,782
(±0,001)
t2/ ms
263,13 262,87 263,01
(±0,01)

6. Tabela que permite organizar o registo de medidas.


Diâmetro da tqueda entre as duas
t de passagem na célula 2 / ms v / m s-1 a / m s-2
esfera/mm células / ms

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AL 1.1 Queda livre: força gravítica e aceleração da gravidade
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Aprendizagens Pré-laboratoriais Laboratoriais Pós-laboratoriais Global

Grelha de Avaliação da Atividade Laboratorial 1.1


e Questões CP
N.o 1.a 1.b 1.c 1.d 2.a 2.b 2.c 3. 4. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 1.a 1.b 2. 3. 4. 5. 6. 7.a 7.b 8.
Nome

CP – Competências do tipo processual.


Respostas às Questões Pós-Laboratoriais
1. Tabela:
a) ℓA = (0,02050 ± 0,00005) m ; ℓB = (0,01530 ± 0,00005) m
Esfera A Esfera B
Intervalo de tempo de interrupção Intervalo de tempo
Velocidade Velocidade
do feixe de interrupção do feixe
t1 / ms ∆ t 1 / ms t1 / ms ∆ t 1 / ms
v / m s-1 v / m s-1
(±0,001) (±0,001) (±0,001) (±0,001)
7,171 5,807
7,109 7,222 2,839 5,868 5,792 2,641
7,385 5,782
b)
Esfera A Esfera B
Tempo de queda Tempo de queda
Aceleração Aceleração
até à fotocélula até à fotocélula
t /ms ∆ t /ms t /ms ∆ t /ms
a / m s-2 a / m s-2
(±0,01) (±0,01) (±0,01) (±0,01)
261,48 263,13
261,69 261,41 10,86 262,87 263,00 10,04
261,06 263,01

2. As medidas diretas são as obtidas com a craveira (diâmetro da esfera) e com o cronómetro digital
(tempo de passagem da esfera em frente à fotocélula 2, e tempo que a esfera demorou a percorrer a
distância da fotocélula 1 à 2). As medidas indiretas são a velocidade e a aceleração.
3. Erros experimentais que poderão ter sido cometidos:
– as esferas poderão não ter velocidade nula na posição da primeira fotocélula, pois há alguma
dificuldade em colocá-la tão perto sem que o cronómetro inicie a contagem do tempo;
– as esferas poderão também não interromper o feixe exatamente com o seu diâmetro.
4. Os valores obtidos para a aceleração gravítica com as duas esferas são muito próximos. Com ambas
as esferas, obteve-se um valor maior do que o valor tabelado da aceleração gravítica. As diferenças
poderão resultar dos erros experimentais identificados em 3. (prevê-se que ambos os erros
conduzam a uma determinação da aceleração gravítica com um erro por excesso).
5. Erro percentual na medida da aceleração da gravidade: esfera de maior raio:
10 ,86−9 , 8 10 ,04−9 ,8
×100=11%; esfera de menor raio: ×100=2 , 4 % . O resultado mais
9 ,8 9,8
exato é o que apresentar menor erro percentual. Logo, o valor medido para a esfera de menor raio
foi mais exato.
6. Se o diâmetro da esfera não estiver alinhado com o feixe de luz, o feixe é interrompido por um
tempo menor do que o que seria se tivéssemos o diâmetro alinhado. Como não se sabe exatamente
qual a espessura do corpo que corta o feixe, e se continua a admitir que é o diâmetro, vão calcular-se

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velocidades maiores e, como resultado disso, a aceleração determinada será maior do que se
houvesse alinhamento.
223 ,7 +225 , 2+ 220 ,5
7. a) ∆ t queda = ms=223 ,1 ms
3
Os desvios de cada medida em relação ao valor mais provável são:
d 1=( 223 , 7−223 , 1 ) ms=0 , 6 ms;
d 2= (225 ,2−223 ,1 ) ms=2 ,1 ms;
d 3= ( 220 ,5−223 ,1 ) ms=−2 , 6 ms.
Tomando o máximo do módulo do desvio como a incerteza de medida, o desvio percentual é
2, 6
×100 %=1 ,2 %
223 ,1
∆ t queda =223 , 1 ms comum desvio de 1 ,2 %
b)
Diâmetro ∆ t queda entre as duas
∆ t de passagem na célula 2/ms
da esfera /mm células/ms v / m s1 a / m s 2
(±0,1)
(±0,05) (±0,1)
8,4 223,7
19,27 8,9 8,6 225,2 223,1 2,2 10
8,5 220,5

As precisões de cada um dos aparelhos de medida utilizados foram diferentes. Por isso, as
medidas efetuadas não têm o mesmo número de algarismos significativos.
O arredondamento da medida com mais algarismos significativos, ficando ambas com o mesmo
número de algarismos significativos, conduz a valores de medidas iguais. Logo, têm igual exatidão.
8. A esfera de maior raio tinha uma massa mais de duas vezes maior do que a mais pequena. Porém, os
valores encontrados para as acelerações das duas esferas são muito próximos, sendo que as
diferenças verificadas resultarão de erros e de incertezas nas medidas efetuadas. Então, pode
concluir-se que a aceleração de queda livre não depende da massa. Logo, os amigos teriam a mesma
aceleração de queda.

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Questões Complementares
Para investigar se o valor da aceleração gravítica depende da massa dos corpos em queda livre, um
grupo de alunos usou duas células fotoelétricas, X e Y, separadas entre si por uma distância, D ,
constante, e ligadas a um cronómetro digital e três esferas maciças de um mesmo material com
diâmetros diferentes. A figura seguinte representa um esquema da montagem utilizada.

Os alunos começaram por medir, com uma craveira, o diâmetro, d , de cada uma das esferas.
Realizaram, seguidamente, diversos ensaios para determinar:
– o tempo que cada esfera demora a percorrer a distância, D, entre as fotocélulas X e Y, ∆ t queda ;
– o tempo que cada esfera demora a passar em frente à célula Y, ∆ t Y .
Tiveram o cuidado de largar cada esfera sempre da mesma posição inicial, situada imediatamente
acima da célula X, usando um eletroíman, de modo a poderem considerar nula a velocidade da esfera
nessa célula ( v X=0).
1. Qual das expressões traduz o módulo da velocidade, v Y, com que cada esfera passa na célula Y?
d D d D
(A) (B) (C) (D)
∆ tY ∆ tY ∆ t queda ∆ t queda
2. O tempo que uma esfera demora a passar em frente à célula Y, ∆ t Y ,
(A) diminui se a distância D aumentar.
(B) não depende da distância D .
(C) diminui se o diâmetro da esfera, d , aumentar.
(B) não depende do diâmetro da esfera, d .

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3. Para cada uma das três esferas, A, B e C, mediram-se o Esfera d / cm ∆ t Y / ms v Y/ m s-1
diâmetro, d, o tempo de passagem das esferas pela célula
A 1,105 4,903 2,254
Y, ∆ t Y , e o módulo da velocidade, v Y, com que cada esfera
B 1,345 6,029 2,231
passa na célula Y, apresentados na tabela à direita.
C 1,920 8,487 2,262
a) Preveja, fundamentando sem efetuar cálculos, se a
aceleração gravítica depende da massa das esferas em queda livre.
Ensaio ∆ t queda / ms
b) Na tabela, apresentam-se os valores de tempo, ∆ t queda , que a esfera B
1.o 222,6
demora a percorrer a distância, D, entre as células X e Y.
2.o 219,1
Calcule o módulo da aceleração gravítica obtido na experiência.
3. o
218,8
Apresente todos os cálculos efetuados.
c) O erro percentual da medida da aceleração gravítica da esfera C foi 7,2% por excesso.
Determine o módulo da aceleração gravítica da esfera C obtido experimentalmente.
Considere 9 , 8 m s−2 como referência para o módulo da aceleração gravítica.
4. Qual dos esquemas pode representar a aceleração, a⃗ , e a velocidade, ⃗v , das esferas A e B quando
passam no ponto médio entre a célula X e a célula Y?

5. A velocidade média no deslocamento entre as células X e Y é metade da velocidade da esfera em


frente da célula Y, v Y.
Conclua, justificando, se a velocidade da esfera no ponto médio de um dado deslocamento é maior,
menor ou igual à velocidade média da esfera nesse deslocamento.
6. A aceleração de uma esfera em queda livre num certo local
(A) é diretamente proporcional à força gravítica que nela atua.
(B) é inversamente proporcional à massa da esfera.
(C) não depende da distância, D , entre as células X e Y.

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(D) depende do diâmetro da esfera, d .

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Respostas às Questões Complementares
1. (A)
O intervalo de tempo que a esfera demora a passar pela célula Y, ∆ t Y , é muito pequeno, pelo que se
pode afirmar que, nesse intervalo de tempo, a velocidade da esfera é praticamente constante.
Assim, pode calcular-se um valor aproximado da velocidade em Y através da velocidade média
correspondente a um deslocamento da esfera igual ao seu diâmetro (no intervalo de tempo, ∆ t Y , de
interrupção do feixe de luz na célula fotoelétrica, o módulo do deslocamento da esfera é igual ao seu
d
diâmetro d): v Y= .
∆ tY
2. (A)
Se a distância, D , aumentar, a esfera deverá demorar mais tempo para a percorrer, o que implica
que adquira maior velocidade, visto que se move com aceleração constante. Se passar em frente à
célula Y com maior velocidade, irá percorrer uma distância igual ao seu diâmetro em menos tempo.
Ora, este é o intervalo de tempo, ∆ t Y .
3.
a) Após terem percorrido a mesma distância, partindo do repouso, as velocidades com que as três
esferas, de massas diferentes, passam na célula Y são aproximadamente iguais.
Como, partindo do repouso, as variações de velocidade das três esferas são aproximadamente
iguais para a mesma distância percorrida, prevê-se que o tempo necessário para percorrer essa
distância seja também o mesmo. Logo, as suas acelerações são aproximadamente iguais.
Portanto, prevê-se que a aceleração de um corpo em queda livre, aceleração gravítica, não
dependa da massa do corpo.
b) O valor mais provável do tempo que a esfera demora a percorrer a distância entre as células X e Y
222 ,6+ 219 ,1+218 , 8
é ∆ t queda = ms=220 , 2 ms=0,2202s .
3
O valor experimental do módulo da aceleração da gravidade obtido pelos alunos é
v Y −v X ( 2,231−0 ) m s−1
g= = =10 , 13 m s−2.
∆ t queda 0,2202 s
−2
c) O erro absoluto, e a, desvio do valor experimental em relação ao valor exato (gexato=9 , 8 m s ),
pode ser determinado a partir do erro relativo:
ea 7 ,2 ea −2
e r ( % )= ×100 % ⇒ = ⇒ ea =0 ,71 m s . Como, neste caso, o valor
valor exato 100 9 , 8 m s−2
experimental desvia-se do valor exato por excesso, concluiu-se que o erro é positivo.
−2 −2
O valor experimental é gexp=g exato+ e a=(9 , 8+0 ,71)m s =1 0 ,5 m s .
4. (B)

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A aceleração não depende da massa das esferas, sendo, portanto, a mesma para ambas. Na mesma
posição, ambas as esferas percorreram o mesmo deslocamento a partir do repouso, logo,
demoraram o mesmo tempo e, sendo a aceleração constante, apresentam velocidades iguais.
5. O movimento da esfera é uniformemente acelerado, ou seja, o aumento de velocidade é
diretamente proporcional ao intervalo de tempo decorrido. Assim, a velocidade média é alcançada a
metade do tempo de percurso. A primeira metade do percurso é feita a velocidades menores, logo,
é percorrida em mais tempo do que a segunda metade. Portanto, o ponto médio entre as células é
alcançado depois de ter decorrido mais de metade do tempo total de percurso. Então, conclui-se que
num instante posterior a metade do tempo de percurso – quando alcança o ponto médio –, a esfera
tenha uma velocidade maior do que a sua velocidade média em todo o deslocamento.
6. (C)
Estando a esfera em queda livre significa que sobre ela apenas atua a força gravítica. Verifica-se que
a aceleração, devido a esta força, aceleração gravítica, é uma constante, ou seja, não depende da
massa da esfera nem, num certo local, da força gravítica.
Sendo a aceleração gravítica uma constante característica da queda livre num determinado local,
esta não depende nem da distância, D , entre as células X e Y nem do diâmetro, d , da esfera.

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