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No decurso das atividades laboratoriais, exploradas no Manual, são colocadas questões pré-
-laboratoriais, questões para a execução laboratorial e questões pós-laboratoriais, às quais procuramos
aqui dar resposta e sugerir abordagens. Também se apresentam, para cada atividade, resultados
experimentais e o seu tratamento, os quais resultaram da execução das atividades no laboratório.
Optou-se por não facultar as respostas no Manual, dado que essas questões deverão promover um
esforço de reflexão sobre as atividades propostas, que poderia ficar comprometido se os alunos
consultassem imediatamente as soluções.
Para cada atividade laboratorial, apresentam-se não só a respetiva aprendizagem essencial como
também sugestões de implementação e de objetivos de aprendizagem que deverão ser atingidos,
proporcionando, assim, uma maior facilidade de leitura e uma maior aproximação à sua exploração na
prática letiva. Pretende-se, deste modo, potenciar uma abordagem das atividades que seja facilitadora
de aprendizagens significativas.
Neste caderno, na sequência das sugestões e das propostas do Manual para implementação das
atividades laboratoriais, apresentam-se mais algumas questões no âmbito das atividades laboratoriais.
Estas questões complementares podem ser:
selecionadas, de forma diferenciada, de acordo com as características de cada aluno, em
atividades formativas;
incluídas, parcial ou totalmente, em questionários relativos a uma ou várias atividades
laboratoriais;
incluídas em testes (formativos ou sumativos) que avaliem diversas competências.
São também propostas grelhas para a avaliação das atividades, baseadas nas propostas do Manual, as
quais poderão ser adaptadas em cada escola.
Aprendizagem Essencial
Determinar, experimentalmente, a aceleração da gravidade num movimento de queda livre, investigando se
depende da massa dos corpos, avaliando procedimentos e comunicando os resultados.
Aprendizagens processuais
Identificar material e equipamento de laboratório e manuseá-lo corretamente, respeitando regras de
segurança e instruções recebidas.
Selecionar material de laboratório adequado a um trabalho laboratorial.
Construir uma montagem laboratorial a partir de um esquema ou de uma descrição.
Executar corretamente técnicas laboratoriais.
Identificar aparelhos de medida, analógicos e digitais, o seu intervalo de funcionamento e a respetiva
incerteza de leitura.
Efetuar medições utilizando material de laboratório analógico, digital ou de aquisição automática de dados.
Representar um conjunto de medidas experimentais em tabela, associando-lhes as respetivas incertezas de
leitura dos aparelhos de medida utilizados.
Aprendizagens conceptuais
• Identificar o objetivo de um trabalho prático.
• Identificar o referencial teórico no qual se baseia o procedimento utilizado num trabalho prático, incluindo
regras de segurança específicas.
• Descrever o procedimento que permite dar resposta ao objetivo de um trabalho prático.
• Conceber uma tabela de registo de dados adequada ao procedimento.
• Representar esquemas de montagens.
• Utilizar regras de contagem de algarismos significativos.
• Distinguir erros aleatórios de erros sistemáticos.
• Indicar a medida de uma grandeza numa única medição direta, atendendo a incerteza experimental associada
à leitura no aparelho de medida.
• Indicar a medida de uma grandeza quando há um conjunto de medições diretas, efetuadas nas mesmas
condições, tomando como valor mais provável o valor médio.
• Calcular a incerteza absoluta do valor mais provável de um conjunto de medições diretas (o maior dos desvios
absolutos), assim como a incerteza relativa em percentagem (desvio percentual), e indicar a medida da
grandeza.
• Associar a precisão das medidas à sua maior ou menor dispersão, quando há um conjunto de medições
diretas, e aos erros aleatórios.
• Determinar o erro percentual associado a um resultado experimental quando há um valor de referência.
• Associar a exatidão de um resultado a maior ou menor proximidade a um valor de referência e aos erros
sistemáticos, relacionando-a com o erro percentual.
• Identificar erros que permitam justificar a baixa precisão das medidas ou a baixa exatidão do resultado.
• Avaliar a credibilidade de um resultado experimental, confrontando-o com previsões do modelo teórico, e
Na coluna do «Tempo» estão registados os instantes em que o feixe é cortado e reposto. Na coluna
«B2U», os intervalos de tempo de bloqueio do feixe. O sistema permite ainda definir o número de casas
decimais dos dados. A coluna «V» mostra o cálculo das velocidades de passagem das duas tiras.
Para um tratamento estatístico pode largar-se a placa sempre da mesma posição, por exemplo, três
vezes, e registar os tempos e os intervalos de cada queda. As velocidades são calculadas pelo quociente
da espessura das tiras pelas médias dos intervalos de tempo, ∆ t 1 e ∆ t 2. A aceleração calcula-se pelo
quociente da variação de velocidade pelo intervalo de tempo médio entre dois bloqueios.
Exemplificando com os valores indicados nas figuras, tira de espessura 1,05 cm, de apenas uma
queda:
−2
∆ t 1=0,00806 s; v 1= 1 , 05 ×10 m =1 ,30 m s−1;
0,00806 s
−2 −2
1 , 05 ×10 m −1 1 , 05 ×10 m −1
v 1= =1 ,29 m s ; v 2= =2 ,39 m s ;
0,00817 s 0,00440 s
v 2−v 1 ( 2 , 39−1 , 29 ) m s−1
a= = =10 m s−2
∆t 0 ,11 s
b) A maçã em queda livre tem um movimento retilíneo uniformemente acelerado. A aceleração tem
sempre a mesma direção e o mesmo sentido da resultante das forças. Logo, como a resultante das
forças, o peso da maçã, tem a direção da velocidade, a aceleração também terá, o que significa que o
movimento é retilíneo (a velocidade apenas varia em módulo). O sentido da resultante das forças, e da
aceleração, é também o da velocidade, o que implica que o movimento seja acelerado. Como a altura
de queda é pequena, comparada com o raio da Terra, a força gravítica que atua na maçã é constante
e, em consequência, também a aceleração, daí tratar-se de um movimento uniformemente acelerado.
c) A aceleração de queda livre é a aceleração gravítica, e esta é igual para todos os corpos,
independentemente da sua massa.
3. Uma célula fotoelétrica pode acionar o cronómetro digital quando o feixe de luz entre as suas hastes
é interrompido ou resposto. Se um corpo atravessar o feixe de luz da célula fotoelétrica, o
cronómetro mede o intervalo de tempo que a espessura do corpo demora a passar pelo feixe. Por
isso, pode calcular-se a velocidade média do corpo pelo quociente entre a espessura do corpo e esse
intervalo de tempo. Esta velocidade média aproxima-se tanto mais da velocidade no instante em que
o feixe começa a ser interrompido quanto menor for o intervalo de tempo que o corpo demora a
atravessar o feixe de luz (se o intervalo de tempo for muito pequeno, a variação de velocidade nesse
intervalo é desprezável).
4. Mede-se o intervalo de tempo que a esfera demora a percorrer a distância entre as duas fotocélulas
e determinam-se as velocidades com que a esfera atravessa as fotocélulas 1 e 2, medindo os tempos
de passagem e o diâmetro da esfera. Pode calcular-se a aceleração da esfera, que é a aceleração
gravítica, pelo quociente entre a variação de velocidade e o intervalo de tempo que a esfera demora
fotocélulas).
Trabalho Laboratorial
1. Medida do diâmetro com uma craveira:
ℓ1 = (0,02050 ± 0,00005) m
ℓ2 = (0,01530 ± 0,00005) m
2. Se a esfera tiver uma velocidade nula na posição inicial, apenas tem de se determinar a velocidade
final, em vez de se determinarem duas velocidades, o que pode ser uma vantagem.
3. Incerteza de leitura do cronómetro: 0,001 ms
t1 = 7,172 ms; t2 = 7,109 ms; t3 = 7,385 ms
4. Exemplo de dados obtidos.
t1/ ms
7,171 7,109 7,385
(±0,001)
t2/ ms
261,48 261,69 261,06
(±0,01)
2. As medidas diretas são as obtidas com a craveira (diâmetro da esfera) e com o cronómetro digital
(tempo de passagem da esfera em frente à fotocélula 2, e tempo que a esfera demorou a percorrer a
distância da fotocélula 1 à 2). As medidas indiretas são a velocidade e a aceleração.
3. Erros experimentais que poderão ter sido cometidos:
– as esferas poderão não ter velocidade nula na posição da primeira fotocélula, pois há alguma
dificuldade em colocá-la tão perto sem que o cronómetro inicie a contagem do tempo;
– as esferas poderão também não interromper o feixe exatamente com o seu diâmetro.
4. Os valores obtidos para a aceleração gravítica com as duas esferas são muito próximos. Com ambas
as esferas, obteve-se um valor maior do que o valor tabelado da aceleração gravítica. As diferenças
poderão resultar dos erros experimentais identificados em 3. (prevê-se que ambos os erros
conduzam a uma determinação da aceleração gravítica com um erro por excesso).
5. Erro percentual na medida da aceleração da gravidade: esfera de maior raio:
10 ,86−9 , 8 10 ,04−9 ,8
×100=11%; esfera de menor raio: ×100=2 , 4 % . O resultado mais
9 ,8 9,8
exato é o que apresentar menor erro percentual. Logo, o valor medido para a esfera de menor raio
foi mais exato.
6. Se o diâmetro da esfera não estiver alinhado com o feixe de luz, o feixe é interrompido por um
tempo menor do que o que seria se tivéssemos o diâmetro alinhado. Como não se sabe exatamente
qual a espessura do corpo que corta o feixe, e se continua a admitir que é o diâmetro, vão calcular-se
As precisões de cada um dos aparelhos de medida utilizados foram diferentes. Por isso, as
medidas efetuadas não têm o mesmo número de algarismos significativos.
O arredondamento da medida com mais algarismos significativos, ficando ambas com o mesmo
número de algarismos significativos, conduz a valores de medidas iguais. Logo, têm igual exatidão.
8. A esfera de maior raio tinha uma massa mais de duas vezes maior do que a mais pequena. Porém, os
valores encontrados para as acelerações das duas esferas são muito próximos, sendo que as
diferenças verificadas resultarão de erros e de incertezas nas medidas efetuadas. Então, pode
concluir-se que a aceleração de queda livre não depende da massa. Logo, os amigos teriam a mesma
aceleração de queda.
Os alunos começaram por medir, com uma craveira, o diâmetro, d , de cada uma das esferas.
Realizaram, seguidamente, diversos ensaios para determinar:
– o tempo que cada esfera demora a percorrer a distância, D, entre as fotocélulas X e Y, ∆ t queda ;
– o tempo que cada esfera demora a passar em frente à célula Y, ∆ t Y .
Tiveram o cuidado de largar cada esfera sempre da mesma posição inicial, situada imediatamente
acima da célula X, usando um eletroíman, de modo a poderem considerar nula a velocidade da esfera
nessa célula ( v X=0).
1. Qual das expressões traduz o módulo da velocidade, v Y, com que cada esfera passa na célula Y?
d D d D
(A) (B) (C) (D)
∆ tY ∆ tY ∆ t queda ∆ t queda
2. O tempo que uma esfera demora a passar em frente à célula Y, ∆ t Y ,
(A) diminui se a distância D aumentar.
(B) não depende da distância D .
(C) diminui se o diâmetro da esfera, d , aumentar.
(B) não depende do diâmetro da esfera, d .