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TERAPIA

COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
NA INFÂNCIA
ÍNDICE
02 Introdução
04 Terapia Cognitivo-comportamental na infância
07 Elementos da TCC na Infância
07 Estrutura da TCC com crianças
08 Conteúdo da TCC crianças
08 Processo da TCC com crianças
09 Empirismo colaborativo e descoberta guiada:
A relação terapêutica na TCC com crianças
11 Sessões iniciais: avaliação e conceitualização de caso
12 Sessões intermediárias: estratégias cognitivas e
comportamentais
13 Psicoeducação: foco na aquisição em habilidades
14 Técnicas de relaxamento e respiração diafragmática
14 Relaxamento muscular progressivo
15 Respiração diafragmática
17 Treinamento em habilidades sociais e habilidades
para a vida
18 Controle de contingências
19 Estratégias cognitivas: técnicas de autoinstrução e
análise racional para alterar os conteúdos e processos
de pensamento
21 Sessões finais e processo de alta
22 Considerações finais
24 Sobre este e-book
25 A Artmed
26 Referências
INTRODUÇÃO

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

Este e-book aborda a Terapia Cognitivo-


Comportamental (TCC) na infância, uma
abordagem terapêutica que visa tratar
dificuldades específicas por meio do
gerenciamento de cognições e comportamentos.
A TCC baseia-se na ideia de que o sofrimento
psicológico é influenciado pela forma como as
pessoas processam e interpretam as situações
que vivenciam. Esta abordagem terapêutica
considera diferentes elementos, como o contexto
interpessoal, cultural, social e ambiental,
aspectos fisiológicos, funcionamento emocional,
comportamento e cognição. A TCC com crianças
enfoca o contexto específico em que os sintomas
se manifestam e utiliza intervenções cognitivas
e comportamentais para modificar padrões
de pensamento, comportamento, emoções
e reações corporais. A relação terapêutica
é fundamental na TCC, sendo baseada no
empirismo colaborativo e na descoberta guiada.
O e-book também explora os princípios básicos
e os elementos da TCC na infância, incluindo
as etapas iniciais, intermediárias e finais da
terapia, além da importância da avaliação e da
conceitualização de caso.

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TERAPIA
COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
NA INFÂNCIA

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem Além da mediação cognitiva, a TCC considera cinco
psicoterápica desenvolvida nas décadas de 1960 e 1970 que elementos envolvidos na conceitualização das
parte do pressuposto da mediação da cognição como uma das dificuldades psicológicas, que interagem entre si de
instâncias responsáveis pelo gerenciamento do comportamento forma dinâmica e complexa (Friedberg & McClure, 2019;
humano, podendo ser um dos pontos a serem trabalhados a A. T. Beck, 1993; Greenberger & Padesky, 2017):
fim de obter mudanças terapêuticas (A. Beck, 1993; Petersen e
Wainer, 2011). De acordo com a TCC, o sofrimento psicológico é
• Contexto interpessoal e ambiental;
mediado pela forma como as pessoas processam e interpretam • Aspectos fisiológicos;
as situações que lhe ocorrem (J. S. Beck, 2021). A TCC é uma
abordagem terapêutica focada no problema, direcionada à ação e • Funcionamento emocional;
utilizada para tratar dificuldades específicas. É baseada em uma • Comportamento;
conceitualização cognitiva individualizada e é realizada por meio de
sessões estruturadas e colaborativas. (J. S. Beck, 2013). • Cognição.
A TCC se baseia em evidências de que distorções de pensamento
e comportamentos mal-adaptativos contribuem para o
desenvolvimento e manutenção de transtornos psicológicos.
Através do ensino de novas habilidades de processamento de
informações e formas de enfrentamento, é possível reduzir os
sintomas e o sofrimento associado a transtornos psicológicos e
dificuldades emocionais e comportamentais (Wright, Brown, Thase,
& Basco, 2018).

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

Os sintomas manifestados são conceituados


em sintomas cognitivos, comportamentais,
emocionais e fisiológicos, que surgem
dentro do contexto interpessoal e ambiental
de cada cliente/paciente. O modelo teórico
da TCC também leva em consideração o
contexto sistêmico, interpessoal e cultural,
reconhecendo sua fundamental importância
na psicoterapia com crianças (Petersen, &
Wainer, 2011; Friedberg & McClure, 2019).
A Terapia Cognitivo-Comportamental com
crianças considera, portanto, o contexto e
as circunstâncias específicas em que os
sintomas se manifestam. As intervenções
da TCC atuam nos níveis cognitivo e
comportamental, visando modificar os
padrões de pensamento, comportamento,
emoções e reações corporais (Friedberg
& McClure, 2019). Além disso, a pesquisa
como fundamento da TCC com crianças
é metodologicamente rigorosa e tem
apresentado eficácia significativa. São
achados promissores, que demandam
práticas empiricamente embasadas ou
empiricamente conceituadas (Friedberg,
McClure, & Garcia, 2011).

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

ELEMENTOS DA TCC NA INFÂNCIA


Friedberg e McClure (2002) desenvolveram uma forma de compreender a TCC com crianças de forma a integrar a estrutura, o processo e
as variáveis de conteúdo da psicoterapia.

ESTRUTURA DA TCC COM CRIANÇAS


Indica o procedimento e as técnicas características da TCC. Esses elementos incluem a (a) estrutura da sessão, (b) psicoeducação, (c)
avaliação, (d) conceitualização de caso, (e) automonitoramento cognitivo, (f) tarefas comportamentais, (g) treinamento de habilidades
sociais e habilidades para a vida, (h) reestruturação cognitiva, entre outros (Friedberg & McClure, 2019).
A estrutura da sessão de TCC é uma característica importante, que deve ser mantida ao longo do processo terapêutico ao empregar as
estratégias de intervenção. Essa estrutura pode envolver (Petersen, & Wainer, 2011):

• Avaliação de humor (de forma lúdica);


• Ponte com a sessão anterior;
• Revisão dos planos de ação (ou desafios da semana);
• Estabelecimento de agenda: importante que o terapeuta agende as atividades a serem
trabalhadas e permita que a criança agende o que deseja naquela sessão, bem como uma
atividade livre;
• Processamento dos conteúdos da sessão: através de recursos lúdicos como jogos,
brincadeiras, histórias, desenhos, baralhos, filmes, etc.;
• Designação dos planos de ação ou desafios para a semana;
• Resumo e feedback (Friedberg & McClure, 2002).

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

CONTEÚDO DA
TCC CRIANÇAS
O conteúdo é o material terapêutico direto
trazido pelo paciente através da estrutura da
psicoterapia. São os pensamentos automáticos,
as emoções, as respostas das avaliações
e testagens, as estratégias de coping/
enfrentamento e os resultados dos experimentos
comportamentais realizados pela criança
(Friedberg & McClure, 2002).

PROCESSO DA TCC
COM CRIANÇAS
O processo da psicoterapia consiste em uma
terceira dimensão, referindo-se à maneira única
como cada criança responde à estrutura e ao
conteúdo da sessão. É vital para a compreensão
do processo de tratamento considerar as reações
idiossincráticas das crianças às estratégias
cognitivo-comportamentais eliciadas no processo
terapêutico. Friedberg e McClure (2002) sugerem
que marcadores de processo das crianças podem
incluir respostas como cansaço, ruborização,
mudança de postura, movimento com os
pés, mudança de assunto, fuga para embaixo
da mesa, cinismo, complacência, irritação,
pessimismo, ansiedade por agradar, respostas
lacônicas e superficialidade.

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EMPIRISMO COLABORATIVO
E DESCOBERTA GUIADA:
A RELAÇÃO TERAPÊUTICA
NA TCC COM CRIANÇAS

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

A psicoterapia é um processo de trabalho baseado em uma O empirismo colaborativo e a descoberta guiada são os
relação interpessoal; dessa forma, a relação terapêutica é pilares da relação terapêutica na TCC, e permitem ao
crucial, mas não é suficiente para a mudança terapêutica, terapeuta ajustar o tratamento às necessidades dinâmicas
sendo necessário empreender estratégias cognitivas de diferentes crianças (Friedberg & McClure, 2019). A. T. Beck
e comportamentais, que são integradas ao processo e colaboradores (1997) postulam que, ao aplicar a terapia
terapêutico. É importante destacar que a construção da cognitiva, o terapeuta está continuamente ativo e em interação
relação terapêutica e as intervenções empregadas são com o paciente, abrangendo a noção de que o relacionamento
tarefas que ocorrem simultaneamente e em conjunto, com na terapia reflete um equilíbrio colaborativo entre paciente e
o objetivo de estabelecer alianças de trabalho poderosas. As terapeuta. No caso de crianças, a percepção da colaboração
intervenções terapêuticas contribuem para a construção de intensifica o processo de trabalho, tornando terapeutas
relacionamentos positivos, e alianças terapêuticas fortes e pacientes parceiros de equipe na jornada terapêutica
são fundamentais para alcançar intervenções efetivas. (acrescentando ao “time” os cuidadores primários, a escola e
A colaboração entre o paciente e o terapeuta fortalece a as principais referências de cuidado da criança). A abordagem
aliança terapêutica. Nesse sentido, a construção de uma colaborativa, além de oferecer às crianças oportunidades de
aliança terapêutica sólida envolve escuta empática, atenção participação no processo terapêutico, também incentiva a
e intervenções efetivas (Friedberg & McClure, 2019; Friedberg, responsabilidade na psicoterapia (Friedberg & McClure, 2019).
McClure, & Garcia, 2011).

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

A TCC com crianças pode ser compreendida em três (Ricarte & Lins, 2021). A avaliação inicial na TCC com
etapas: sessões iniciais, sessões intermediárias e crianças envolve uma visão descritiva do funcionamento
sessões finais. As sessões iniciais têm como objetivo da criança e dos problemas apresentados, seguida pela
estabelecer uma relação terapêutica de confiança, investigação dos fatores cognitivos, comportamentais,
compreender as queixas e dificuldades do paciente, realizar ambientais, emocionais e fisiológicos envolvidos na etiologia
uma avaliação psicológica e uma conceitualização do caso. das dificuldades apresentadas. É durante as sessões iniciais
Já as sessões intermediárias visam desenvolver estratégias que a formulação de caso começa a ser construída - porém
de enfrentamento e modificar padrões de pensamento é importante enfatizar que ela permanece em processo de
e comportamento disfuncionais, além de promover a construção durante todo o processo terapêutico (Friedberg &
aquisição de habilidades sociais e de regulação emocional. McClure, 2019).
Por fim, as sessões finais têm como objetivo consolidar A formulação de caso é fundamental para guiar a intervenção
os ganhos obtidos, preparar o paciente e sua família terapêutica, uma vez que fornece hipóteses que direcionam
para o encerramento da terapia e fornecer estratégias de a estrutura, o conteúdo e o processo de cada intervenção.
prevenção de recaídas. Cada etapa desempenha um papel A literatura aponta que a falta de uma formulação de caso
fundamental no processo de intervenção, contribuindo para pode levar a uma terapia desconexa e incoerente, sendo ela
o bem-estar e o desenvolvimento saudável da criança. fundamental para a condução de intervenções assertivas. A
formulação de caso organiza as cognições, comportamentos
SESSÕES INICIAIS: AVALIAÇÃO E e emoções associadas a eventos específicos. No trabalho
CONCEITUALIZAÇÃO DE CASO com crianças, a conceitualização de caso é o primeiro passo
na TCC e conduz o terapeuta a adaptar as técnicas da TCC
Durante as sessões iniciais, independentemente da ao contexto de desenvolvimento e contexto cultural da
demanda, o terapeuta deve realizar uma avaliação criança. Ela também facilita a escolha das técnicas, o ritmo
psicológica válida e adequada para que haja uma boa e a avaliação do progresso da terapia (Friedberg & McClure,
conceitualização de caso e o planejamento do tratamento 2019).

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A construção da conceitualização de caso envolve a uma ferramenta motivacional, aumentando a adesão ao


análise dos diferentes componentes que contribuem tratamento. O desafio adicional, na TCC com crianças, é
para as dificuldades emocionais e comportamentais da tornar os aspectos abstratos, como crenças, pensamentos
criança, incluindo histórico de desenvolvimento, contexto automáticos e emoções, mais concretos e compreensíveis.
cultural, antecedentes e consequências comportamentais, Portanto, recursos lúdicos, como jogos, desenhos e
estruturas cognitivas e predisposições cognitivas. histórias, são úteis para tornar a conceitualização simples
É importante investigar situações específicas que e colaborativa (Friedberg & McClure, 2019; Rodrigues e
desencadeiam pensamentos disfuncionais e emoções Neufeld, 2016).
intensas, a fim de compreender como a criança se vê, como
interpreta eventos passados e suas expectativas para o SESSÕES INTERMEDIÁRIAS:
futuro (Friedberg & McClure, 2019).
A conceitualização de caso na Terapia Cognitivo-
ESTRATÉGIAS COGNITIVAS E
Comportamental é um processo em que terapeutas COMPORTAMENTAIS
e pacientes constroem um mapa do funcionamento
do paciente. Inicialmente, o objetivo é descrever as As estratégias cognitivas e comportamentais que compõem
dificuldades apresentadas, mas a meta é alcançar uma a TCC com crianças precisam ser consideradas de acordo
explicação colaborativa dessas dificuldades (Rodrigues com as características e idiossincrasias de cada paciente,
e Neufeld, 2016). Portanto, é essencial compartilhar considerando contexto desenvolvimental, social, cultural,
as conceitualizações de caso com as crianças e suas socioeconômico, motivacional, étnico, racial, religioso e
famílias, pois as reações a essas informações fornecem de todas as esferas nas quais a criança está inserida. As
dados valiosos para a construção das conceitualizações. técnicas são adaptadas individualmente a cada criança,
A explicação das dificuldades busca facilitar o processo por meio do empirismo colaborativo e descoberta guiada,
terapêutico, proporcionando clareza tanto para terapeutas que permitem ao terapeuta ajustar o tratamento às
quanto para pacientes sobre o caminho da psicoterapia. necessidades dinâmicas de diferentes crianças (Friedberg &
Além disso, a conceitualização colaborativa atua como McClure, 2019).

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Quadro 1. Psicoeducação do modelo cognitivosão:


Além disso, é fundamental que as estratégias e técnicas sejam
aplicadas no contexto da excitação emocional negativa dos O objetivo da atividade “aumentando e diminuindo a bola do medo” é
pacientes, compondo assim um elemento vital da TCC com trabalhar a reflexão de como os pensamentos aumentam à medida que
crianças: tornar o conteúdo da terapia um processo experiencial o medo vai ficando mais intenso e frequente, o quanto o pensamento
(Friedberg & McClure, 2019). Os procedimentos são mais bem pode se tornar grande. A técnica mostra, por meio da psicoeducação,
eficazes quando as crianças estão experienciando emoções uma forma de diminuir o número de pensamentos automáticos e
difíceis e problemáticas naquele momento. Dessa forma, o desadaptativos, e, assim, trabalhar o medo (Rabelo e Viana, 2021).
terapeuta elicia e processa sensivelmente as emoções profundas A atividade, indicada para crianças entre 8 e 11 anos, consiste em duas
dos pacientes, empregando as técnicas para que possam ser etapas - “aumentando a bola” e “diminuindo a bola”.
utilizadas nos contextos emocionalmente difíceis.
Primeira etapa: “aumentando a bola”
PSICOEDUCAÇÃO: FOCO NA • A criança escreve todos os seus pensamentos sobre o medo em uma

AQUISIÇÃO EM HABILIDADES folha de exercício e, em seguida, transcreve cada pensamento em folhas


separadas.
Para uma TCC com crianças eficaz, é fundamental que as • As folhas são amassadas uma a uma, formando uma bola que
crianças possam aplicar suas habilidades adquiridas em representa a quantidade de pensamentos negativos relacionados ao
psicoterapia nos contextos de estimulação de emoções medo.
desagradáveis e desafiadoras. A psicoeducação, portanto, é • O terapeuta guia a reflexão sobre a quantidade de pensamentos
marcada por uma aquisição de habilidades, e o processo de desenvolvidos e como eles podem afetar a vida da criança.
psicoterapia é marcado pela aplicação dessas habilidades.
Segunda etapa: “diminuindo a bola”
Na psicoeducação, são ensinadas às crianças e às famílias
informações, conceitos e habilidades relacionados às dificuldades • A criança desfaz a bola, retirando um papel de cada vez, e questiona
apresentadas e ao plano de tratamento, como por exemplo: cada pensamento para determinar se é verdadeiro ou distorcido.
modelos de raiva, formas de lidar com a raiva, estratégias de • A técnica do questionamento socrático é usada para ajudar a criança a
relaxamento, modelo cognitivo, automonitoramento, treinamento identificar e desafiar seus pensamentos automáticos.
em autoinstrução, entre outros (Friedberg & McClure, 2019).
No quadro 1 apresentamos uma estratégia lúdica que visa • São construídos cartões de enfrentamento com estratégias para lidar
psicoeducar a criança sobre seus pensamentos relacionados com os medos.
ao medo e auxiliar na identificação e enfrentamento dos • Ao finalizar a atividade, a criança compartilha seu feedback sobre a
pensamentos automáticos desadaptativos. experiência.

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

TÉCNICAS DE RELAXAMENTO E para que outras técnicas sejam aplicadas e bem-sucedidas.


No entanto, tornar os exercícios de relaxamento mais
RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA envolventes são um desafio para o clínico (Friedberg &
McClure, 2019; Friedberg, McClure, & Garcia, 2011), mas
As técnicas de relaxamento são amplamente utilizadas na com adaptações adequadas elas tendem a ser divertidas
TCC com crianças, sendo uma técnica comportamental que para as crianças. Desse modo, com o objetivo de promover
pode ser aplicada em uma variada gama de dificuldades regulação emocional, as estratégias de relaxamento
relacionadas à regulação das emoções, como manejo também fortalecem a aliança terapêutica (Friedberg,
da ansiedade e da raiva, por exemplo (Rizzo, 2021; McClure, & Garcia, 2011).
Friedberg & McClure, 2019). Ao trabalhar com exercícios
de relaxamento, é importante que o foco principal seja RELAXAMENTO MUSCULAR
a obtenção de relaxamento, mas também é importante
promover a consciência corporal do indivíduo, permitindo
PROGRESSIVO
que ele perceba o aumento da tensão em áreas específicas. Uma estratégia tradicional de relaxamento muscular
Antes de introduzir a prática, é necessário realizar algumas amplamente utilizada é o relaxamento muscular
sessões de exercícios de relaxamento no consultório, assim progressivo de Jacobson (Jacobson, 1938). Nessa
como gravar as instruções dos exercícios pode facilitar a abordagem, os pacientes são orientados a tensionar e
adesão entre as sessões, em casa. Os exercícios devem relaxar grupos musculares específicos. As crianças são
ser realizados tanto durante as sessões como em casa, ensinadas a tensionar diferentes grupos musculares e,
sendo propostos como planos de ação. Sugere-se utilizar após cerca de cinco a oito segundos, são instruídas a
expressões como “técnicas de tranquilização” ou “truques liberar completamente a tensão e relaxar os músculos.
para acalmar” em vez de “técnicas de relaxamento” (Rizzo, Geralmente, os grupos musculares são trabalhados
2021). individualmente, começando de um extremo do corpo e
As técnicas de relaxamento podem reduzir os sintomas seguindo para o outro.

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

As crianças requerem adaptações lúdicas e instruções


mais específicas, além de demonstrações do exercício,
visualizações ou metáforas. Um exemplo é comparar o
braço solto e relaxado a um espaguete cozido, versus o
braço tenso a um espaguete cru. Além disso, é possível
utilizar a técnica da visualização, como instruir a criança a
imaginar a extração de suco de um limão ao tensionar os
punhos. A prática frequente é essencial para desenvolver
essa habilidade, portanto, os exercícios devem ser repetidos
tanto no consultório quanto em casa (Friedberg, McClure, &
Garcia, 2011).

RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA
Treinos de relaxamento envolvem atenção à respiração
e à tensão muscular. A respiração profunda e controlada,
conhecida como respiração diafragmática, ajuda a reduzir
os sintomas de ansiedade, enquanto a respiração curta e
superficial aumenta esses sintomas. Quando trabalhados
de forma lúdica e adequada, são de grande utilidade na
clínica infantil, já que auxiliam no manejo de sintomas
de ansiedade e auxiliam na regulação emocional como
um todo. Uma vez que a aprendizagem da respiração
diafragmática requer prática diária e repetição, cabe ao
terapeuta ensinar as técnicas, avaliar sua eficácia e orientar
o paciente a aplicá-las fora das sessões para lidar com
situações estressantes. Veja o quadro 2 para uma forma
de adaptação do treino de respiração diafragmática com
crianças:

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Quadro 2. Respiração diafragmática

Uma estratégia para ensinar a respiração diafragmática a crianças de 7 a 11 anos consiste


na “respiração milk-shake” (Gomes e Lins, 2021). Os passos são descritos a seguir:

Etapa I: Etapa II:


1. Decore um copo com adesivos decorativos, como os de 1. Desafie a criança a soprar o canudo no copo sem tampa,
milk-shake. sem derramar a água.
2. Peça à criança para encher o copo pela metade com 2. Pergunte à criança como ela acha que deve fazer para não
água, auxiliando se necessário. derramar a água. Geralmente, a resposta será “soprar bem
3. Explique que farão de conta que a água é um milk-shake devagarzinho”.
refrescante. 3. Explique que o desafio é soprar no copo sem tampa,
4. Reforce que quando estamos com raiva, é importante mantendo a água no lugar.
deixar a cabeça fria como um milk-shake para nos 4. Peça à criança para repetir o desafio pelo menos três
acalmarmos. vezes, soprando no canudo devagar.
5. Pergunte à criança como ela se acalma em situações de 5. Enfatize que a forma como a criança respirou durante o
estresse. Se necessário, explique que a respiração profunda desafio é a mesma que ela deve usar para se tranquilizar
é uma boa opção. em situações de medo, raiva, frustração, ciúme, tristeza ou
6. Peça à criança para fazer bolhas na água com o canudo, qualquer outra emoção desagradável.
repetindo o ato algumas vezes.

Após a atividade, é fundamental que o exercício seja realizado também na frente dos pais, para que
eles aprendam seu funcionamento e possam lembrar as crianças dessa estratégia em situações
de desregulação emocional. É importante combinar com os pais e a criança se essa técnica será
feita apenas com o copo da respiração milk-shake ou se poderá ser aplicada em outros copos,
considerando as preferências dos pais em diferentes ambientes sociais (Gomes e Lins, 2021).

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS E HABILIDADES PARA A VIDA

O trabalho com habilidades sociais e habilidades para a vida


se constitui em um processo cognitivo e comportamental,
Quadro 3. Treinamento em empatia
perpassando o ensino da habilidade através de instrução direta, o
uso de eventuais materiais psicoeducativos, modelagem, prática Uma forma de trabalhar treinamento em empatia com crianças
gradual, feedback, e a aplicação das habilidades no mundo real na faixa de 6 a 10 anos é a confecção de um livro que retrate a
(Friedberg & McClure, 2019). A expressão “habilidades para a habilidade a ser trabalhada, no caso, a empatia. É uma estratégia
vida” refere-se a um conjunto de habilidades necessárias para que tende a ser motivadora, divertida e eficaz. Antes de começar
o enfrentamento saudável das demandas cotidianas, sendo a escrever o livro, é importante fornecer uma breve explicação
listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como: sobre a empatia, e, em seguida, sugere-se que a criança crie
autoconhecimento, o relacionamento interpessoal, a empatia, o um livro que conte uma história relacionada a essa habilidade.
manejo dos sentimentos, o manejo do estresse, a comunicação A criança tem liberdade para escrever a história da maneira que
eficaz, o pensamento crítico, o pensamento criativo, a tomada de desejar, sendo encorajada a incluir a empatia em seu enredo.
decisão e a resolução de problemas (Peron & Neufeld, 2021). Dependendo da idade da criança, é possível começar uma frase
e pedir que ela complete o restante, ou fornecer instruções mais
Diferentes áreas podem ser abrangidas pelo treinamento
básicas e permitir que a criança escreva com pouca mediação.
de habilidades sociais e habilidades para a vida, como por
Durante a construção do livro, a criança pode criar problemas
exemplo: novas formas de fazer amizades, como lidar com
para os personagens que ela mesma inventou, e resolver esses
provocações, como controlar a agressividade, como dar e
problemas de maneira empática. Essa atividade permite que a
receber cumprimentos, expressar insatisfação e desagrado e
criança se aproprie do conceito de empatia e compreenda como
fazer pedidos de ajuda (Del Prette, Rocha, M. M. & Del Prette,
aplicá-lo em situações cotidianas. É encorajado que ela continue
2011; Friedberg & McClure, 2019). Treinamentos de empatia e de
a utilizar essas habilidades fora das sessões terapêuticas (Rebessi
assertividade tendem a ser bastante úteis na TCC com crianças
& Neufeld, 2021; Adaptada de Friedberg, McClure, & Garcia, 2011)
(Friedberg & McClure, 2019). A seguir, no quadro 3, descrevemos
um exemplo de adaptação de técnica de treinamento em empatia
com crianças:

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

CONTROLE DE CONTINGÊNCIAS Quadro 4. Controle de contingências

Camila vai estudar na sala em silêncio, por 10 minutos,


Assim, o controle de contingências especifica quais os
3 vezes por semana.
reforçadores que se seguirão à ocorrência de determinados
comportamentos desejáveis. É assim que comportamentos Após a identificação do comportamento-alvo, as contingências
novos, mais adaptativos, são estimulados: ao serem seguidos serão estabelecidas, pelo modelo do “se-então”:
por recompensas. Por outro lado, os comportamentos Se Camila estudar na sala em silêncio, ao longo de 20 minutos,
pertubadores ou desafiadores são reduzidos de frequência 3 vezes na semana, então [alguma coisa boa para Camila irá
através da remoção desses reforçadores (Friedberg & McClure, acontecer] a Camila poderá escolher o filme a ser assistido pela
2019). família (Friedberg & McClure, 2019).
Para iniciar o controle de contingências, é necessário identificar Dessa forma, no controle de contingências, é conduzido o
os comportamentos que são desejados que ocorram com estabelecimento de um acordo relativo a recompensas e
mais frequência e aqueles que deseja-se que ocorram com consequências a serem aplicadas em resposta a comportamentos
menos frequência. Assim, a natureza do comportamento específicos. O gerenciamento de contingências é benéfico
esperado (sua clara descrição), sua frequência e duração para ampliar e moldar comportamentos desejados (Friedberg,
precisam ser expressos e definidos, conforme no exemplo McClure, & Garcia, 2011).
descrito no quadro 4:

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

ESTRATÉGIAS COGNITIVAS: cognitivas está na redução e na transformação das


cognições distorcidas, possibilitando uma abordagem mais
TÉCNICAS DE AUTOINSTRUÇÃO E adaptativa diante das situações vivenciadas (Friedberg,
ANÁLISE RACIONAL PARA ALTERAR McClure, & Garcia, 2011).

OS CONTEÚDOS E PROCESSOS DE A fim de identificar e modificar as distorções cognitivas,


utiliza-se o questionamento socrático e experiências
PENSAMENTO corretivas planejadas, tanto durante as sessões
terapêuticas quanto fora delas. Os questionamentos
As estratégias de autoinstrução representam uma socráticos consistem em fazer perguntas que auxiliam
abordagem inicial no campo da TCC para lidar com o paciente na identificação dos seus diálogos internos.
pensamentos disfuncionais e perturbadores. São técnicas Através do questionamento socrático, o terapeuta busca
que envolvem o treinamento da fala interna, que é a desafiar e explorar os padrões de pensamento do paciente,
forma como as pessoas falam consigo mesmas em ajudando-o a examinar e questionar suas próprias crenças,
seus pensamentos, refletindo o conteúdo cognitivo. O suposições e interpretações (Gauy, 2021). Ao promover uma
objetivo dos procedimentos de fala interna é modificar reestruturação no sistema de crenças, consegue-se que ela
o diálogo interno de crianças e adolescentes quando se sinta melhor e saiba lidar com as adversidades, sofrendo
estão enfrentando uma emoção perturbadora ou uma menos (Gameleira & Lins, 2021).
situação desafiadora (Friedberg, McClure, & Garcia, 2011).
As experiências corretivas planejadas são utilizadas para
A reestruturação cognitiva mostra à criança que, se é
proporcionar ao paciente novas vivências que possam
possível mudar seus pensamentos (a fala interna), também
desafiar e contradizer as distorções cognitivas presentes
é possível mudar as sensações e as emoções. O objetivo
em sua visão de mundo. Essas experiências podem ocorrer
principal não é eliminar completamente as cognições
tanto durante as sessões terapêuticas, através de exercícios
negativas e as perturbações emocionais, mas sim reduzi-
práticos e role plays, quanto fora delas, por meio de tarefas
las e transformá-las em perspectivas mais adaptativas. O
e atividades que encorajem o paciente a testar suas crenças
objetivo da TCC é questionar certezas e criar dúvidas em
e desenvolver uma perspectiva mais realista e adaptativa
relação a crenças, com foco na promoção de mudanças
(Gauy, 2021).
nas crenças disfuncionais, visando uma visão de mundo
mais equilibrada e realista (Padesky& Greenberger, 2021).
O elemento fundamental para o êxito das intervenções

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

As distorções cognitivas frequentemente encontradas Quadro 5. Adaptação do questionamento socrático com crianças
em crianças são baseadas na interpretação de situações
como perigosas ou ameaçadoras (em especial em crianças Um exemplo de adaptação do questionamento socrático com
ansiosas). Portanto, um passo importante é ajudá-las a crianças é a condução de um jogo em que a criança constrói
identificar os pensamentos que desencadeiam sinais de um dado em que cada face contém um pensamento (escrito
ameaça ou perigo, a fim de associar suas reações emocionais ou desenhado) trazido no diário de pensamentos ou coletados
negativas às cognições (Stallard, 2010). É crucial não apenas em sessão. Em seguida, joga o dado e lê o pensamento
mostrar à criança os pensamentos que não são úteis para automático correspondente. Ela joga então, um dado alternativo,
enfrentar as situações, mas também destacar o impacto chamado de “dado do detetive do pensamento”, com perguntas
desses pensamentos em diversas situações (Gameleira & Lins, como: “Quantas vezes isto já aconteceu? Quantas vezes isto não
2021). aconteceu? O que diria a um amigo que estivesse nesta situação?
O que é mais provável que aconteça? Quais as provas a favor
As crianças muitas vezes precisam conseguir visualizar algo
deste pensamento? Quais as provas contra este pensamento?”.
de forma concreta em sua mente para compreender melhor o
O dado alternativo é utilizado para cada pensamento automático
que os adultos estão tentando explicar. Contar histórias, utilizar
analisado. Ele contém frases que promovem a reflexão do
metáforas e realizar jogos as ajuda a conectarem as situações
pensamento em questão. A criança pode jogá-lo quantas vezes for
aos seus pensamentos e comportamentos (Gameleira & Lins,
necessário até ser capaz de encontrar provas a favor e contra o
2021). No quadro 5 descrevemos uma forma de trabalhar o
seu pensamento, auxiliando, assim, na elaboração de um novo
questionamento socrático de forma adaptada a um jogo com
pensamento (Serra & Schroeder, 2021).
crianças:

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

SESSÕES FINAIS E PROCESSO DE ALTA


Na TCC, o objetivo do terapeuta é ajudar o cliente a desenvolver processo de reconhecimento e avaliação final (Ferreira, Rios, &
habilidades e motivação para lidar com diversos problemas Neufeld, 2021). O quadro 6 sugere uma maneira de verificar se
ao longo da vida. Ao formular o caso e planejar o tratamento, os principais tópicos trabalhados durante a psicoterapia foram
o terapeuta tem em mente o encerramento do processo compreendidos, bem como avaliar o cumprimento das metas
terapêutico, visando potencializar o funcionamento adaptativo terapêuticas.
e promover o bem-estar do cliente. Desde o primeiro encontro,
o término da terapia e a prevenção de recaídas são abordados,
Quadro 6. Avaliação do cumprimento dos tópicos
garantindo um planejamento que considera o objetivo final do e das metas terapêuticas
tratamento (Rizo & Lins, 2021). Assim sendo, espera-se que, ao
final da psicoterapia, o paciente tenha atingido as metas iniciais A técnica é semelhante a um jogo de caça ao tesouro, onde
postuladas e experimentado uma melhora significativa dos o terapeuta espalha papéis pela sala de atendimento com
problemas que o levaram ao tratamento (Ferreira, Rios, & Neufeld, perguntas relacionadas ao processo terapêutico da criança. Ao
2021). encontrar e responder corretamente uma pergunta, a criança
recebe uma pista para a próxima pergunta. Ao responder a última
A etapa de avaliação final na Terapia Cognitivo-Comportamental
pergunta, a criança recebe uma recompensa simbolizando
envolve a revisão das metas iniciais, a identificação dos principais
o cumprimento das metas terapêuticas. As perguntas são
avanços terapêuticos e o planejamento dos próximos passos.
elaboradas de acordo com o caso de cada paciente, e as pistas
Essa etapa é realizada de forma colaborativa entre terapeuta
são espalhadas antes da sessão. A atividade visa avaliar o
e paciente, permitindo que o paciente avalie todo o processo
aprendizado e as mudanças terapêuticas da criança. No
terapêutico, reconhecendo os ganhos, mudanças, capacidades
final, a criança recebe um certificado do processo terapêutico
e limitações trabalhados durante o tratamento (Ferreira, Rios, &
como recompensa (que pode ser plastificado ao ser entregue
Neufeld, 2021).
à criança). A técnica também pode ser utilizada para identificar
Considerando que crianças podem ter dificuldades em dificuldades e auxiliar a criança em assuntos que ainda apresenta
reconhecer as mudanças promovidas pelo processo dificuldades. Ao final da atividade, é importante realizar um
terapêutico automaticamente, pois sua cognição ainda está fechamento para destacar os avanços alcançados pela criança e
em desenvolvimento, tornando-se comum a percepção dos discutir possíveis tópicos de dificuldade (Ferreira, Rios, & Neufeld,
benefícios ocorridos somente ao longo do seu amadurecimento, 2021; Adaptado de Lopes et al., 2012).
torna-se crucial adaptar estratégias com vias de auxiliar nesse

21
CONSIDERAÇÕES
FINAIS

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

A TCC na infância pressupõe que a maneira


como as crianças interpretam as suas
experiências molda de forma profunda seu
funcionamento emocional e comportamental
(Friedberg & McClure, 2019). Ela baseia-se
no pressuposto de que distorções cognitivas
e comportamentos mal-adaptativos
contribuem para problemas psicológicos.
A TCC com crianças considera o contexto
individual e cultural de cada criança,
utilizando intervenções focadas no
problema, estruturadas, colaborativas
e baseadas em evidências. A relação
terapêutica é baseada no empirismo
colaborativo e na descoberta guiada, em
que terapeuta e criança trabalham juntos
como uma equipe.
A TCC na infância é dividida em sessões
iniciais, intermediárias e finais, que incluem
avaliação, conceitualização do caso e uso de
estratégias cognitivas e comportamentais
para promover mudanças terapêuticas.
Sobretudo, pesquisas têm demonstrado a
eficácia da TCC com crianças e destacam a
importância de intervenções baseadas em
evidências.

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA

SOBRE ESSE E-BOOK

Como citar: Lobo, B. O. M., & Neufeld, C. B. (juL 2023). Terapia Cognitivo-Comportamental na Infância [E-Book]. Artmed.

Autora: Beatriz de Oliveira Meneguelo Lobo Editora-chefe: Carmem Beatriz Neufeld


Psicóloga e Mestra em Psicologia/Cognição Humana Psicóloga. Livre docente em TCC pela Faculdade de
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP. Pós-
do Sul (PUCRS). Especialista em Terapias Cognitivo- Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio
Comportamentais e com Formação em Terapia do de Janeiro. Doutora e Mestra em Psicologia pela PUCRS.
Esquema. Professora de graduação em Psicologia e Fundadora e Coordenadora do Laboratório de Pesquisa
em cursos de Pós-Graduação em Terapia Cognitivo- e Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP.
Comportamental, Terapia Cognitivo-Comportamental Professora Associada do Departamento de Psicologia
na Infância e Adolescência e Terapia do Esquema. da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Supervisora Clínica. Pesquisadora Colaboradora no Preto da Universidade de São Paulo – USP. Presidente da
Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo- Federação Latino Americana de Psicoterapias Cognitivas
Comportamental - LaPICC da Faculdade de Filosofia, e Comportamentais - ALAPCCO (2019-2022). Presidente-
Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São fundadora da Associação de Ensino e Supervisão
Paulo (USP). Baseados em Evidências - AESBE (2020-2023). Bolsista
Produtividade do CNPq.

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REFERÊNCIAS

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