UCEFF Faculdades Curso: Psicologia Período: 6° Disciplina: Teoria e Técnicas Psicoterápicas I (A): cognitiva-comportamental Professor: Domingos Luiz Palma
AV3 1 - Psicologia Cognitiva comportamental a integração possível?
A Psicologia Cognitiva e a Psicologia Comportamental são dois subcampos da
Psicologia, e a diferença entre ambas se dá principalmente em relação ao foco de cada campo. Em suma, a Psicologia Cognitiva é um ramo onde o foco é sobre a cognição do ser humano, enquanto a Comportamental está focada principalmente no comportamento humano. É com base nessas áreas focais que cada uma direciona seus estudos, conteúdos e práticas. A Psicologia Comportamental postula o comportamento como o principal objeto de estudo da Psicologia, onde a mesma acontece com base em estímulos e respostas, estímulos os quais o sujeito recebe do ambiente em que está inserido, ou seja, o comportamento humano é função do seu ambiente. O principal pressuposto para os comportamentalistas é que todo comportamento pode ser adquirido e/ou ensinado através de condicionamentos, e utilizam dos chamados reforços, positivos ou negativos, e das punições, com o objetivo de estimular a repetição ou diminuição de um comportamento (PACHECO, 2021). A Psicologia Cognitiva, por outro lado, tem como principais objetos de estudo a percepção, o aprendizado, a memória, etc., com o objetivo de explicar como o ser humano entende o mundo e como utiliza desse conhecimento para desenvolver diversas funções cognitivas, como falar, raciocinar, resolver situações-problema, memorizar, entre outras (VESCE, 2020). Psicólogos cognitivos tentam compreender como as pessoas aprendem coisas novas, lembram-se de informações, pensam e chegam a decisões. Para isso são feitas várias pesquisas, a fim de entender e melhorar os processos mentais como a memória, a tomada de decisões e aprendizagem. Na terapia cognitiva, o sujeito tem a possibilidade de testar a teoria cognitiva no contexto de seu ambiente natural e no seu sistema de crenças. A Psicologia Cognitiva apresenta crescimento a partir da década de 60, pois antes disso, a predominante era apenas a Comportamental. Dessa forma, fica claro que a principal diferença entre ambas se dá no objeto de estudo e na maneira como entendem o sujeito. Enquanto uma foca na parte comportamental, a outra se dedica à parte cognitiva e as funções mentais. A psicologia comportamental estuda o comportamento, que, por sua vez, está em função das contingências ambientais (BAUM, 2006). A psicologia cognitiva estuda a forma como as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam sobre a informação (STERNBERG, 1996/2010). Conhecido como o pai da Teoria Cognitivo Comportamental, Aaron Beck desenvolveu sua teoria depois de perceber que os métodos antes utilizados, não eram tão eficientes no tratamento de algumas psicopatologias. Dessa forma, torna-se possível a integração entre ambas as teorias. A Teoria Cognitivo Comportamental (TCC), é uma junção entre a psicologia cognitiva e a comportamental e se tratando de psicoterapia, é uma forma orientada para o momento presente (DUARTE, 2021). Desta forma, o psicólogo considera sentimentos, somatizações, atitudes, emoções, valores e pensamentos de um indivíduo como variáveis dependentes, resultantes deste processo interativo denominado de contingências. Portanto, as intervenções da terapia cognitivo comportamental tendem a focar na modificação das contingências como forma de alterar o comportamento (MARCAL, 2005). Ou seja, integram os estudos, conhecimentos e técnicas tanto da área comportamental, bem como das funções mentais e processos que englobam a cognição do sujeito. O principal objetivo da teoria cognitivo comportamental, integrando as duas áreas é compreender a influência de nossa interpretação e mostrar que o que tem influência sobre nós não são diretamente os acontecimentos e situações diárias, mas sim a forma que interpretamos cada uma dessas situações e a partir disso, possibilitar ao sujeito um entendimento sobre esse processo, tendo como propósito remodelar o pensamento do sujeito para que mude seus comportamentos em prol de seus objetivos e demandas a serem atendidas (MARTINS, 2020). REFERÊNCIAS
BARBOSA, Arianne de Sá; TERROSO, Lauren Bulcão; ARGIMON, Irani Iracema de
Lima. Epistemologia da terapia cognitivo-comportamental: casamento, amizade ou separação entre as teorias? Bol. - Acad. Paul. Psicol., São Paulo, v. 34, n. 86, p. 63-79, 2014. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415- 711X2014000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 20 ago. 2022.
BAUM, W.M. (2006) Compreender o behaviorismo. Porto Alegre: ArtMed.