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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CAMPUS X – TEIXEIRA DE FREITAS-BA
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – LICENCIATURA

APOSTILA DE MICROBIOLOGIA
Prof. Dr. JORGE LUIZ FORTUNA

2ª edição

jfortuna@uneb.br – magoofortuna@gmail.com

Te i xeira d e Fre ita s - B A


2021
Para referenciar esta apostila:

FORTUNA, J. L. Apostila de Microbiologia. Teixeira de Freitas: UNEB, Campus X. 2021, 88 p.

Fortuna, Jorge Luiz

Apostila de Microbiologia / Jorge Luiz Fortuna – Teixeira de Freitas-BA, 2021.


88 f. : il.

Organizador: Jorge Luiz Fortuna.


Apostila (Ciências Biológicas) – Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Educação – Campus X, 2021.

1. Microbiologia. 2. Biologia. 3. Laboratório. 4. Ensino. 5. Apostila. I. Fortuna,


Jorge Luiz. II. Título.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
1.1. HISTÓRICO DA MICROBIOLOGIA, p. 7
1.2. INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA, p. 12
1.3. IMPORTÂNCIA DA MICROBIOLOGIA, p. 12
1.4. ESPECIALIDADES DA MICROBIOLOGIA, p. 12

2. BIOSSEGURANÇA
2.1. INTRODUÇÃO, p. 14
2.2. CONCEITOS DE BIOSSEGURANÇA, p. 14
2.3. HISTÓRICO, p. 15
2.4. RISCOS, p. 15
2.5. TIPOS DE RISCOS, p. 15
2.6. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO BIOLÓGICO, p. 16
2.7. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA LABORATORIAL, p. 16
2.8. PERIGOS EXISTENTES NO LABORATÓRIO, p. 17
2.9. MÉTODOS UTILIZADOS NA BIOSSEGURANÇA LABORATORIAL, p. 17
2.10. PRÁTICAS PADRÕES NO LABORATÓRIO, p. 18

3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
3.1. VIDRARIAS, p. 19
3.2. EQUIPAMENTOS, p. 20
3.3. MATERIAIS DE CONSUMO, p. 22
3.4. PARTES DO MICROSCÓPIO ÓPTICO, p. 23

4. TAXONOMIA E FILOGENIA DOS MICRORGANISMOS


4.1 CONCEITOS, p. 24
4.2 HISTÓRICO, p. 24
4.3 NOMENCLATURA, p. 25
4.4 CLASSIFICAÇÃO, p. 25
4.5. HIERARQUIA TAXONÔMICA, p. 26
4.6. CONCEITO DE ESPÉCIE EM MICROBIOLOGIA, p. 26
4.7. VARIEDADES DENTRO DE UMA ESPÉCIE, p. 26
4.8. IDENTIFICAÇÃO, p. 26

5. ESTRUTURA GERAL DOS MICRORGANISMOS


5.1. INTRODUÇÃO, p. 27
5.2. ESTRUTURAS CELULARES DOS PROCARIOTAS, p. 28
5.3. VÍRUS, p. 30
5.4 DOMÍNIOS EUBACTERIA & ARCHAEABACTERIA, p. 30
5.5 REINO PROTOCTISTA (PROTISTA), p. 32
5.6. REINO FUNGI, p. 34
6. FISIOLOGIA MICROBIANA
6.1. TIPOS NUTRICIONAIS, p. 35
6.2. ENZIMAS, p. 35
6.3. METABOLISMO, p. 36
6.4. PRODUÇÃO DE ENERGIA, p. 36
6.5. CRESCIMENTO MICROBIANO, p. 37
6.6. MEIO DE CULTURA, p. 37
6.7. CURVA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL, p. 38
6.8. TEMPO DE GERAÇÃO, p. 39

7. GENÉTICA BACTERIANA
7.1. ESTRUTURA GENÉTICA, p. 40
7.2. REPLICAÇÃO DO DNA, p. 40
7.3. SÍNTESE PROTÉICA, p. 40
7.4. PLASMÍDEOS, p. 40
7.5. TRANSPOSONS, p. 41
7.6. REGULAÇÃO GÊNICA, p. 41
7.7. MUTAÇÃO, p. 41
7.8. AGENTES MUTAGÊNICOS, p. 41
7.9. TIPOS DE MUTAÇÕES, p. 41
7.10. VARIAÇÕES FENOTÍPICAS, p. 42
7.11. RECOMBINAÇÃO GENÉTICA, p. 42
7.12. DNA RECOMBINANTE, p. 42
7.13. CRISPR, p. 43

8. INTERAÇÕES HOMEM-MICRORGANISMOS
8.1. MICROBIOTA ENDÓGENA, p. 44
8.2. MICROBIOTA DA PELE, p. 44
8.3. MICROBIOTA DA BOCA, p. 44
8.4. MICROBIOTA DOS OUVIDOS E OLHOS, p. 45
8.5. MICROBIOTA DO TRATO RESPIRATÓRIO, p. 45
8.6. MICROBIOTA DA ÁREA UROGENITAL, p. 45
8.7. MICROBIOTA DO TRATO GASTRINTESTINAL, p. 45
8.8. BENEFÍCIOS DA MICROBIOTA ENDÓGENA, p. 45
8.9. RELAÇÕES SIMBIÓTICAS, p. 46
8.10. CICLO DOS NUTRIENTES, p. 46

9. ECOLOGIA MICROBIANA
9.1. INTRODUÇÃO, p. 47
9.2. IMPORTÂNCIA DOS MICRORGANISMOS, p. 47
9.3. FATORES DETERMINANTES DA ECOLOGIA MICROBIANA, p. 47
9.4. INTERAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS, p. 48
9.5. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS, p. 48
9.6. PROCESSOS MICROBIOLÓGICOS, p. 49

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10. CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO
10.1. HISTÓRICO, p. 50
10.2. IMPORTÂNCIA, p. 50
10.3. CONTROLE DA FONTE DE INFECÇÃO, p. 50
10.4. CONCEITOS APLICADOS À MICROBIOLOGIA, p. 50
10.5. FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO MICROBIANO, p. 51
10.6. MÉTODOS ANTIMICROBIANOS, p. 51
10.7. MÉTODOS ANTIMICROBIANOS FÍSICOS, p. 52
10.8. MÉTODOS ANTIMICROBIANOS QUÍMICOS, p. 52
10.9. COMO ATUAM OS ANTIMICROBIANOS QUÍMICOS, p. 53
10.10. QUIMIOTERAPIA, p. 53
10.11. CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES QUIMIOTERÁPICOS, p. 53
10.12. MECANISMOS DE AÇÃO, p. 53
10.13. ATUAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS, p. 53
10.14. COMO ATUAM OS AGENTES QUIMIOTERÁPICOS, p. 54
10.15. EFEITOS COLATERAIS DOS AGENTES QUIMIOTERÁPICOS, p. 54
10.16. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA, p. 55
10.17. MECANISMOS QUE LEVAM A RESISTÊNCIA BACTERIANA, p. 55

11. VÍRUS & PRIONS


11.1. VÍRUS, p. 56
11.2. CARACTERÍSTICAS VIRAIS, p. 56
11.3. ESTRUTURA VIRAL, p. 56
11.4. MORFOLOGIA GERAL, p. 56
11.5. REPLICAÇÃO DOS BACTERIÓFAGOS, p. 57
11.6. REPLICAÇÃO DE VÍRUS DE EUCARIONTES, p. 58
11.7. CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS, p. 58
11.8. CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA, p. 59
11.9. PRINCIPAIS FAMÍLIAS, p. 59
11.10. CLASSIFICAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA, p. 60
11.11. PRINCIPAIS MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DAS VIROSES, p. 60
11.12. PRIONS, p. 61
11.13. HIPÓTESE, p. 61

12. PATOGENICIDADE E PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS


12.1. DOENÇAS E INFECÇÕES, p. 62
12.2. DESENVOLVIMENTO DA INFECÇÃO, p. 62
12.3. PROCESSO DA DOENÇA, p. 62
12.4. MECANISMOS DE DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA, p. 63
12.5. EPIDEMIOLOGIA E TRANSMISSÃO DE DOENÇA, p. 64
12.6. RESERVATÓRIOS DE AGENTES INFECCIOSOS, p. 65
12.7. MODOS DE TRANSMISSÃO (CONTÁGIO) DE DOENÇAS, p. 65
12.8. CONTROLE DAS DOENÇAS INFECCIOSAS, p. 65
12.9. INFECÇÕES HOSPITALARES, p. 66
12.10. MEDIDAS GERAIS DE CONTROLE, p. 66
12.11. PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DA INFECÇÃO, p. 67
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12.12. ISOLAMENTO DE PACIENTES, p. 67
12.13. ELIMINAÇÃO DO LIXO HOSPITALAR, p. 68
12.14. MEDIDAS DE CONTROLE DE DOENÇA AMBIENTAL, p. 68
12.15. CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO, p. 69

13. DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO


13.1. COLETA DE ESPÉCIMES (AMOSTRAS), p. 71
13.2. REMESSA DE ESPÉCIMES, p. 72
13.3. DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO, p. 72

PRINCIPAIS DOENÇAS INFECCIOSAS


VIROSES – DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS, p. 75
BACTERIOSES – DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS, p. 78
PROTOZOOSES – DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS, p. 80
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (I.S.T.), p. 82

REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS, p. 84

SITES
SITES, p. 85

BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO – BPL


NORMAS GERAIS DO LABORATÓRIO, p. 87

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1. INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
1.1. HISTÓRICO DA MICROBIOLOGIA
 Antigas civilizações do Egito e da China
Banhos com água para prevenção de doenças.
Produção de vinhos e pães.
Sabiam que algumas doenças eram transmitidas.
Isolavam os doentes.
Pacientes que sobreviviam a algumas doenças ficavam protegidos e podiam cuidar de
outros doentes.
Uso de sandálias mofadas para evitar infecções bacterianas nos pés.
Guerra biológica  usavam sangue e corpos de animais e pessoas mortas por doenças
para contaminar o suprimento de água dos inimigos e disseminar doenças.
 Velho Testamento
Primeiro registro de leis referentes à saúde pública.
Êxodo 30:19:
 “E lançada água, Aarão e seus filhos lavarão nela as suas mãos, e os seus pés.”
Levítico 11:24-25:
 “Tudo o que tocar, estando mortos, será produto, e ficará imundo até a tarde.”
 “Se lhe for necessário pegar em algum destes animais depois de mortos, lavará os seus vestidos, e
ficará imundo até o pôr do Sol.”
Isaías 38:21:
 “Ora Isaías mandou que tomassem uma massa de figos, e que feita dela uma cataplasma lhe
pusessem sobre a chaga, e sararia.”
Povo hebreu tinha que praticar a higiene pessoal.
Enterrar o lixo longe dos acampamentos.
Isolar os doentes e queimar roupas contaminadas.
Proibidos de comer animais que tinham morrido naturalmente.
Procedimentos para matar os animais.
 Séc. XI  Avicena (980-1037)
Nome original  Abu Ali Huceine ibne Abdala ibne Sina.
Escreveu duas importantes enciclopédias: “O Livro da Cura” e “Cânone da Medicina”.
Foram traduzidas para o latim e serviu de base para as grandes universidades da
Europa.
O Cânone da Medicina é considerado um dos livros mais famosos da história da
medicina.
 Séc. XII – Séc. XVIII  Período das Trevas (Santa Inquisição)
Perda dos conhecimentos sobre saúde pública e transmissão de doenças.
 Séc. XIV – Séc. XVI  Renascimento
Pesquisas sobre como as doenças eram transmitidas.
Maioria do povo acreditava que as doenças eram provocadas por vontade de Deus 
tratamentos estranhos  sangria, abertura de buracos na cabeça, sanguessuga, vômitos
 usados para remover o mal ou os sintomas.

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 Séc. XIV  Peste “Negra” / Peste Bubônica


Pandemia causada pela bactéria Yersinia pestis;
Transmitida pela picada da pulga (Xenopsylla cheopis) do rato-preto (Rattus rattus);
Iniciou-se em 1333 na China  Chegou à Europa em 1347  25 milhões de mortes.
 1546  Girolamo Fracastorius (1478-1553)
Sugeriu que os agentes das doenças contagiosas eram germes vivos que poderiam ser
transmitidos.
 1590  Hans Janssen (15??-1???) & Zacharias Janssen (1580-1638)
Invenção do microscópio.
 1609  Galileo Galilei (1564-1642)
Microscópio composto.
 1650 – 1850  Abiogênese X Biogênese
Abiogênese  Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.); Jean Baptista van Helmont (1579-1644);
John Needham (1713-1781).
Biogênese  Francesco Redi (1626-1697); Lazzaro Spallanzani (1729-1799); Louis
Pasteur (1822-1895).
 1660  Robert Hooke (1635-1703)
Microscópios compostos  Lentes múltiplas.
 1667  Antony van Leeuwenhoek (1632-1723)
“Pai da Microbiologia”.
Microscópio rudimentar.
Animálculos ou animalículos.
 Séc. XVIII  Conhecimento da “variolação” chegou ao ocidente (Europa).
 1717-1721  Lady Mary Wortley Montagu (1689-1762) – MULHERES NA
CIÊNCIA
1717  “Letters From the Levant”  menciona sobre a “variolação” que presenciou na
Turquia.
1718  Realizou a “variolação” em seu filho de 5 anos de idade.
1721  “Variolação” em sua filha de 4 anos de idade.
 1795  Nicolas Appert (1749-1841)
Aquecimento de alimentos em recipientes fechados.
Impedia o processo de fermentação.
Processo de Apertização.
 1796  Edward Jenner (1749-1823)
Inventor da vacina contra a Varíola.
Vacca  Vaccina.
Menino James Phipps (8 anos).
 1847  Ignaz Semmelweis (1818-1865)
Demonstrou a importância da lavagem das mãos dos médicos antes de realizarem o
parto.
Controle da febre puerperal  causadora de morte de mulheres e recém-nascidos.
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 1861  Louis Pasteur (1822-1895)


Comprovou definitivamente a Biogênese  Pescoço de cisne.
 1864  Louis Pasteur (1822-1895)
Criou a Pasteurização  Aquecimento do alimento em determinado tempo:
 Pasteurização Lenta  aplicação de temperatura +65oC por 30 minutos.
 Pasteurização Rápida  aplicação de temperatura 72-75 oC por 15-20 segundos.
 1865  Joseph Lister (1827-1912)
Demonstrou que o ácido carbólico (fenol) era um efetivo antisséptico.
Redução de mortes por infecções pós-operatórias.
 1870  Ferdinand Cohn (1828-1898)
Classificou as bactérias de acordo com as suas formas  esféricas; hastes curtas; linhas
e espirais.
Primeiro a mostrar que os Bacillus spp. Podem formar esporos.
 1871  Louis Pasteur (1822-1895)
Obrigou os médicos militares a ferverem os instrumentais e as bandagens antes do uso.
 1880  Julius Richard Petri (1853-1921)
Desenvolveu a placa de Petri.
Desenvolveu a técnica de cultura bacteriana em placas contendo Ágar.
 1881  Angelina Fanny Hesse (1850-1934) – MULHERES NA CIÊNCIA
Possibilitou o isolamento de bactérias ao sugerir que o Ágar, para crescimento de
microrganismos, fosse colocado em placas de Petri.
 1882  Robert Koch (1843-1910)
Descobriu o bacilo causador da tuberculose (Bacilo de Koch)  Mycobacterium
tuberculosis.
 1884  Hans Christian Joachim Gram (1853-1938)
Desenvolveu a técnica de coloração das bactérias.
Procedimento padrão da microbiologia  Bactérias Gram-positivas e Gram-negativas.
 1884  Robert Koch (1843-1910)  Postulados de Koch
O agente causador deve estar presente em todos os casos de doenças e não deve estar
presente em animais saudáveis.
O patógeno deve ser isolado do animal hospedeiro doente e deve crescer em cultura
pura.
A mesma doença deve ser produzida quando os micróbios da cultura pura são
inoculados em animais sadios suscetíveis.
O mesmo patógeno deve ser recuperado outra vez do hospedeiro animal
artificialmente infectado e ser capaz de crescer novamente em cultura pura.
Exceções aos Postulados de Koch:
 Muitas pessoas sadias carregam patógenos, mas não exibem sintomas de doença.
 Alguns micróbios são muito difíceis em crescer in vitro em meios artificiais.
 Alguns animais são resistentes às infecções microbianas.
 Certas doenças se desenvolvem somente quando um patógeno oportunista invade
um hospedeiro enfraquecido.
 Nem todas as doenças são causadas por microrganismos.
UNEB – Campus X – Prof. Dr. Jorge Luiz Fortuna – Ciências Biológicas – Apostila de Microbiologia
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 1902-1904  Oswaldo Cruz (1872-1917)  Revolta da Vacina


Campanha de vacinação obrigatória contra a varíola.
Maioria da população era contra  desinformação.
Agentes sanitários invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força.
Reforma urbana  desalojou milhares de pessoas dos cortiços  construção de
avenidas, jardins e prédios modernos.
 1909  Carlos Chagas (1876-1934)
Lassance-MG  Descobre a tripanossomíase (Trypanosoma cruzi) americana  Doença
de Chagas.
Primeiro a descobrir o vetor, o agente etiológico e o quadro clínico da doença.
 1918-1919  Gripe Espanhola
Pandemia do vírus da Influenza A do subtipo H1N1.
 1928  Frederick Griffith (1881-1941)
Experimentos com pneumococos (Streptococcus pneumoniae).
Transferência genética (ácido nucleico) de uma bactéria para outra, transmitindo suas
características.
 1928  Alexander Fleming (1881-1955)
Descobriu a penicilina e suas propriedades antimicrobianas.
Placas de Petri com cultura de Staphylococcus aureus contaminadas por Penicillium
notatumm.
 Anos 30  Maud Menten (1879-1960) – MULHERES NA CIÊNCIA
Caracterizou as toxinas bacterianas de Bacillus paratyphosus, Streptococcus scarlatina e
Salmonella ssp.
Primeira mulher no Canadá a obter um doutorado (1913).
 1931  Ernst Ruska (1906-1988)
Inventou o microscópio eletrônico:
 Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET)  observação de cortes
ultrafinos.
 Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV)  alta ampliação para a
observação de superfícies.
 Microscópio Eletrônico de Varredura de tunelamento (MEVT)  para
visualização de átomos.
 1945  Ernst Boris Chain (1906-1979) & Howard Walter Florey (1898-1968)
Descobriram um método de purificação da penicilina  permitindo a síntese e
distribuição comercial
 1946  Joshua Lederberg (1925-2008)
Descobriu a conjugação bacteriana  troca ou transferência de material genético entre
bactérias.
Bactérias doadoras de DNA (F+) e receptoras (F-).
 1947  Gerty Theresa Radnitz Cori (1896-1957) – MULHERES NA CIÊNCIA
Descobriu o mecanismo pelo qual o glicogênio é transformado em ácido lático nos
músculos.
Ganhadora do Prêmio Nobel de Fisiologia.
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 1948  Elizabeth Lee Hazen (1885-1975) & Rachel Fuller Brown (1898-1980) –
MULHERES NA CIÊNCIA
Desenvolveram o primeiro antifúngico  Nistatina.
 1952  Rosalind Elsie Franklin (1920-1958) – MULHERES NA CIÊNCIA
Ajudou a elucidar as estruturas moleculares do DNA e dos vírus.
 Anos 60  Margaret Pittman (1901-1995) – MULHERES NA CIÊNCIA
Realizou avanços na luta contra coqueluche, tétano, febre tifoide, cólera, meningite e
conjuntivite.
 1964  Dorothy Crowfoot Hodgkin (1910-1994) – MULHERES NA CIÊNCIA
Determinou a estrutura da penicilina e da vitamina B12.
Vencedora do Prêmio Nobel de Química.
 1970 Howard Temin (1934-1994); David Baltimore (1938-) & Satoshi Mizutani
Descobriram a enzima transcriptase reversa  Vírus.
 1974  Johanna Liesbeth Kubelka Döbereiner (1924-2000) – MULHERES NA
CIÊNCIA
Primeira a descrever a associação entre bactérias fixadoras de Nitrogênio do gênero
Azospirillum e a gramínea Paspalum notatum.
Fixação biológica do Nitrogênio em leguminosas tropicais  melhoramento da soja.
Indicada ao Nobel de Química em 1997.
É a sétima cientista brasileira mais citada pela comunidade científica mundial e a
primeira entre as mulheres.
 1980  Erradicação da Varíola
Causada pelo Orthopoxvirus  Primeira doença erradicada pelo ser humano.
 1981  HIV / AIDS
Primeira descrição de um caso de AIDS nos EUA  Causada pelo vírus HIV.
 1983  Barbara MaClintock (1902-1992) – MULHERES NA CIÊNCIA
Transposição genética.
Vencedora do Prêmio Nobel de Fisiologia.
 1983  Françoise Barré-Sinoussi (1947-) – MULHERES NA CIÊNCIA & Luc
Montainger (1932-)
Descobrem o retrovírus HIV  Causador da AIDS.
Vencedores do Prêmio Nobel de Fisiologia por terem descobertos o vírus HIV.
 1988  Gertrude Bell Elion (1918-1999) – MULHERES NA CIÊNCIA
Medicamentos no tratamento da AIDS, Herpes (Aciclovir) e Leucemia.
Diferenças bioquímicas entre células humanas normais e patógenos.
Vencedora de Prêmio Nobel de Fisiologia.
 Séc. XXI  Biotecnologia
 2019-2020  Início da Pandemia de COVID-19  SARS-CoV-2

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 2020  Ester Cerdeira Sabino (1960-) & Jaqueline Goes de Jesus (1990-) –
MULHERES NA CIÊNCIA
Determinaram, em apenas 48 horas, a sequência completa do genoma viral encontrado
no Brasil, que foi chamado de SARS-CoV-2.
 2020  Emmanuelle Charpentier (1968-) & Jennifer Doudna (1964-) –
MULHERES NA CIÊNCIA
Prêmio Nobel de Química, pelo desenvolvimento de um método de edição de genoma
utilizando CRISPR-Cas9.

1.2. INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA


 MICROBIOLOGIA  MIKROS = pequeno; BIOS = vida; LOGOS = ciência.
 Estudo dos organismos microscópicos (microrganismos)  estudo da vida dos seres vivos
microscópicos.
 Bactérias; vírus; fungos; protozoários e algas.
 Micróbios ou germes  Apenas 1% dos microrganismos causam doenças.
 Microrganismos originaram-se aproximadamente há 4 bilhões de anos.
 Ancestrais de todas as outras formas de vida.

1.3. IMPORTÂNCIA DA MICROBIOLOGIA


 Ecologia microbiana.
 Ciclos biogeoquímicos.
 Fertilização do solo.
 Reciclagem de nutrientes.
 Auxilia no estudo e interpretação das funções fisiológicas de outros seres vivos.
 Microbiota endógena.
 Indústrias alimentícias e farmacêuticas.
 Biotecnologia.
 Estudo das doenças infecciosas.

1.4. ESPECIALIDADES DA MICROBIOLOGIA

 MICROBIOLOGIA GERAL:
Classificação e Fisiologia Geral dos microrganismos.
Abrange todas as áreas da Microbiologia.

 MICROBIOLOGIA MÉDICA:
Estudo dos patógenos, das doenças e das defesas do corpo.
Relaciona-se com a epidemiologia, transmissão, profilaxia, tratamento e imunologia.

 MICROBIOLOGIA VETERINÁRIA:
Estuda a disseminação e o controle das doenças infecciosas entre os animais e também
entre animais e homens (zoonoses).

 MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS:
Produção e higiene de alimentos (inspeção de produtos de origem animal).
Microbiologia dos alimentos.
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Produção, processamento, estocagem, cozimento e utilização adequada dos alimentos.


Toxinfecção alimentar.

 MICROBIOLOGIA AGRÍCOLA:
Microrganismos responsáveis pela formação e fertilização do solo.
Ciclos biogeoquímicos.

 MICROBIOLOGIA SANITÁRIA:
Processamento e eliminação de lixo e esgoto.
Purificação e processamento dos estoques de água.
Inspeção de instalações de produção de alimentos e estabelecimentos de alimentação.

 MICROBIOLOGIA INDUSTRIAL:
Indústria alimentícia.
Indústria farmacêutica.

 MICROBIOLOGIA AMBIENTAL:
Biodegradação de produtos químicos tóxicos.
Ciclos biogeoquímicos.

 MICROBIOLOGIA GENÉTICA e FISIOLÓGICA:


Estuda as funções dos microrganismos e a estrutura do DNA.
Manipulação genética.
Biotecnologia.

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2. BIOSSEGURANÇA
2.1. INTRODUÇÃO
BIOSSEGURANÇA  Bio = Vida + Segurança = Livre de Perigo;
Laboratório  Clínico; Biológico; Biomédico; Saúde; Microbiológico; Parasitológico; etc.
 Microrganismos  Doenças infecciosas.
Obrigatório  Condições de Biossegurança.

2.2. CONCEITOS DE BIOSSEGURANÇA


Pode ser considerada como ações que contribuem para a segurança de pessoas.
Conjunto de medidas para minimização dos riscos para os humanos, outros animais e o
meio ambiente.
Conjunto de cuidados e procedimentos que devem ser tomados para prevenir acidentes em
laboratórios e/ou diminuir ou eliminar os riscos destes acontecerem, assegurando assim a
execução apropriada do trabalho, além de proteger os profissionais do laboratório.
Qualidade na segurança do trabalho.
Conjunto de ações (técnicas, administrativas, educacionais, biológicas, médicas,
psicológicas, comportamentais) empregadas para a prevenção, minimização ou eliminação
de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, assegurando o avanço dos processos (bio)tecnológicos,
visando a proteger a saúde humana, dos outros animais e do meio ambiente; e também a
qualidade dos resultados e/ou produtos desenvolvidos.
Biossegurança Profissional:
 Todas as profissões envolvem riscos inerentes à natureza de sua própria atividade e ao
ambiente onde o profissional exerce suas atividades, podendo ser responsáveis por
acidentes ocupacionais ou doenças profissionais.
Biossegurança Laboratorial:
 Conjunto de medidas, princípios de contenção, tecnologias e práticas que são usadas
para evitar a exposição não intencional a agentes biológicos e toxinas ou a sua
liberação acidental.
Biosseguridade Biológica:
 Conjunto de medidas de proteção, controle e responsabilidade para agentes biológicos
e toxinas de modo a evitar sua perda, roubo, uso indevido, extravio, acesso não
autorizado ou liberação intencional.
Biosseguridade Veterinária:
 Conjunto de medidas e procedimentos de cuidados com a saúde do plantel aplicados
em todas as etapas da criação, em interação com os diversos setores que compõem o
sistema produtivo para diminuir o risco de infecções, aumentar higidez nos plantéis,
minimizar a contaminação do ecossistema, resguardar a saúde do consumidor final do
produto.

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2.3. HISTÓRICO
1973  Transferência e expressão do gene insulina para a bactéria Escherichia coli.
1974  Conferência de Asilomar (Califórnia):
 Questões sobre os riscos das técnicas de engenharia genética e sobre a segurança dos
espaços laboratoriais.
Origem do Conceito:
 Anos 70
 Conferência de Asilomar.
 Proteção aos pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas áreas onde se
realiza o projeto da pesquisa.
 Saúde dos trabalhadores frente aos riscos biológicos no ambiente ocupacional.
 Anos 80
 Incorporação aos riscos periféricos presentes em ambientes laboratoriais que
trabalhavam com agentes patogênicos para o homem (diferentes tipos de riscos).
 Anos 90
 Inclusão de temas como ética em pesquisa, meio ambiente, animais, DNA
recombinante, etc.
1997  Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)  Instrução Normativa
(IN) nº 7 (06.06.1997):
 Classificação de Agentes Etiológicos Humanos e Animais com Base no Risco
Apresentado.
2005  Lei de Biossegurança  Lei nº 11.105 (24.03.2005):
 Normas de Segurança e Mecanismos de Proteção para Pesquisas.

2.4. RISCOS
A Biossegurança envolve a análise dos riscos a que os profissionais estão constantemente
expostos em suas atividades e ambientes de trabalho.
Função da Biossegurança  despertar a consciência dos profissionais em relação aos
riscos a que estão expostos e conduzi-los a adotarem os procedimentos de segurança
durante suas atividades de rotina.
AÇÕES HUMANAS E RISCOS SÃO CONCEITOS INSEPARÁVEIS:
• Risco de não obter os resultados desejados.
• Risco de danificar ferramentas e/ou equipamentos.
• Risco de acidentes  HUMANO + RISCO.
• NÃO EXISTE RISCO ZERO!!!!

2.5. TIPOS DE RISCOS


Acidente; Ergonômico; Físico; Químico; Biológico.
Acidente (Mecânico)  situações de perigo que possam afetar a integridade, o bem estar
físico e moral dos indivíduos presentes no local de trabalho  pisos lisos; instalações
elétricas; equipamentos desregulados.

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Ergonômico  qualquer ocorrência que venha a interferir nas características


psicofisiológicas do indivíduo, podendo gerar desconforto ou afetando sua saúde  LER
(lesões por esforço repetitivo); DORT (doenças osteomoleculares relacionadas com o
trabalho).
Físico  diversas formas de energia que os indivíduos estão expostos  ruídos;
vibrações; temperaturas extremas; radiações; ultrassom; materiais cortantes e pontiagudos.
Químico  todas as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo por via respiratória, pele/mucosas ou ingestão  gases; vapores; poeiras;
fumaças; névoas; neblinas.
Biológico  abrange a manipulação de agentes e materiais biológicos  vírus; bactérias;
fungos; parasitas; OGM; tecidos vivos; excreções.

2.6. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO BIOLÓGICO


Classificação de risco de um determinado microrganismo patogênico depende do potencial
de risco que ele oferece ao indivíduo, à comunidade e ao meio ambiente.
Classe de Risco 1  Risco individual e para a comunidade é ausente ou muito baixo 
Microrganismos com baixa probabilidade de causar infecções  Bacillus subtilis.
Classe de Risco 2  Risco individual é moderado e para a comunidade é baixo 
Microrganismos que podem causar infecções, mas apresentam medidas terapêuticas e
profiláticas eficientes com risco de propagação limitado  Vírus da febre amarela;
Schistosoma mansoni.
Classe de Risco 3  Risco individual é alto e para a comunidade é limitado 
Microrganismos podem provocar infecções graves no homem e nos outros animais,
podendo se propagar entre os indivíduos, mas existem medidas terapêuticas e profiláticas
 Vírus da encefalite equina; Mycobacterium tuberculosis.
Classe de Risco 4  Risco individual e para a comunidade é alto  Microrganismos que
representam sério risco para o homem e para os outros animais, sendo altamente
patogênicos, fácil dispersão, sem medidas terapêuticas e profiláticas  Vírus Ebola.

2.7. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA LABORATORIAL


Níveis de Biossegurança 1 (NB1)  Laboratórios de ensino e pesquisa acadêmica 
Microrganismos da Classe de Risco 1  Adoção de Boas Práticas Laboratoriais (BPL).
Níveis de Biossegurança 2 (NB2)  Laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis
primários de diagnóstico  Microrganismos da Classe de Risco 2  BPL + Barreiras
físicas primárias  Cabine de segurança biológica e uso obrigatório de Equipamentos de
Proteção Individual (EPI).
Níveis de Biossegurança 3 (NB3)  Laboratórios especiais de diagnóstico 
Microrganismos da Classe de Risco 3 ou grandes volumes e altas concentrações de
microrganismos da Classe de Risco 2  Roupas especiais e acesso controlado.

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Níveis de Biossegurança 4 (NB4)  Laboratórios especiais  Microrganismos


patogênicos perigosos  Procedimentos especiais de Biossegurança  Acesso totalmente
restrito.

2.8. PERIGOS EXISTENTES NO LABORATÓRIO


Formação de aerossóis.
Atividades com grandes volumes e/ou altas concentrações de microrganismos.
Sobrelotação de pessoal e equipamento.
Infestação de roedores e artrópodes.
Entradas não autorizadas.
Fluxo de trabalho.
Utilização de amostras e reagentes específicos.
59% das infecções de origem laboratorial ocorrem em laboratórios de pesquisa e de aula e
17% em laboratórios clínicos.
Em geral, a aquisição da infecção é decorrente da manipulação profissional de agentes
infecciosos (40%) e em segundo lugar pela ocorrência de acidentes no laboratório.
A fonte de exposição está relacionada a procedimentos com risco de ingestão, de
inoculação, de contaminação da pele e/ou mucosas e de inalação de aerossóis.
18% dos acidentes são decorrentes de descuido por parte do funcionário ou de erro
humano.
Dos acidentes em laboratório:
 27% por materiais que espirram durante sua manipulação;
 25% são associados ao uso e descarte incorreto de agulhas;
 16% por ferimentos com materiais cortantes (tubos e vidraria);
 13% pela pipetagem com a boca.

As pessoas que menos se acidentam tem como características pessoais:


 A aderência aos regulamentos de BIOSSEGURANÇA;
 Hábitos defensivos no trabalho;
 Habilidade em reconhecer situações de risco.

As pessoas envolvidas em grande número de acidentes:


 Têm pouca opinião formada sobre os programas de BIOSSEGURANÇA;
 Se expõem a riscos excessivos;
 Trabalham rápido demais;
 Têm pouco conhecimento sobre os materiais que estão manipulando.

2.9. MÉTODOS UTILIZADOS NA BIOSSEGURANÇA LABORATORIAL


Contenção (ou Barreira) Primária:
 Proteção do trabalhador e do ambiente de trabalho contra a exposição a agentes
infecciosos.
 Obtida através das práticas microbiológicas seguras e pelo uso adequado dos
equipamentos de segurança.
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Contenção (ou Barreira) Secundária:


 Proteção do ambiente externo contra a contaminação proveniente do laboratório e/ou
setores que manipulam agentes nocivos.
 Alcançada tanto pela adequada estrutura física do local como também pelas rotinas
adequadas de trabalho.

2.10. PRÁTICAS PADRÕES NO LABORATÓRIO


Limitar ou restringir o acesso ao laboratório  Local de Trabalho.
Lavar as mãos.
Não comer, beber, fumar, mascar chicletes, manusear lentes de contato, aplicar cosméticos
ou armazenar alimentos para consumo nas áreas de trabalho.
Evitar a pipetagem com a boca.
Evitar o uso de calçados abertos.
Manter as unhas cortadas e os cabelos presos.
Não usar anéis, pulseiras, relógios e cordões longos, durante as atividades laboratoriais.
Não lamber as etiquetas ou colocar objetos na boca.
Não utilizar a pia do laboratório como lavatório.
Usar roupa de proteção durante o trabalho  Equipamentos de Proteção Individual (EPI):
 Essas peças de vestuário não devem ser usadas em outros espaços que não sejam do
laboratório (escritório, biblioteca, salas de estar e refeitório).
 Jalecos, luvas, toucas, óculos, máscaras, protetores, dispositivos para pipetagem, etc.
Verificar os equipamentos de proteção coletiva (EPC)  Extintores, chuveiro de água fria
e lava-olhos.
Manter Boas Práticas de Laboratório (BPL).
Restringir ao máximo a utilização de agulhas.
Todos os procedimentos da análise devem ser realizados  Protocolos.
As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas antes e depois das atividades.
Todas as culturas, colônias e outros resíduos devem ser descontaminados antes de serem
descartados.
Afixar o símbolo internacional de "Risco Biológico" na entrada do laboratório.
Providenciar o exame médico adequado.
Presença de kits de primeiros socorros, na área de apoio ao laboratório.
O responsável pelo laboratório precisa assegurar a capacitação da equipe em relação às
medidas de segurança e emergência.
Deve haver um programa de controle de roedores e artrópodes.

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3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
3.1. VIDRARIAS
 Alça Drigalsky
 Almofariz com Pistilo
 Balão de Fundo Chato
 Balão de Fundo Redondo
 Balão Volumétrico
 Bastão de Vidro
 Becker
 Bureta
 Condensador
 Erlenmeyer
 Frascos de Vidros (Transparente / Âmbar)
 Funil de Buchner
 Funil de Vidro (Haste Longa / Curta)
 Funil de Separação
 Kitassato
 Lâminas de Vidro e Lamínulas
 Pipeta Volumétrica
 Pipetas de Vidro
 Placas de Petri
 Proveta
 Tubos de Ensaio
 Vidro de Relógio

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3.2. EQUIPAMENTOS
 Autoclave
 Balança de Precisão
 Bico de Bunsen
 Cabine de Fluxo Laminar
 Cabo Kolle + Alça Bacteriológica / Agulha Bacteriológica
 Capela de Exaustão
 Chapa Aquecedora
 Condutivímetro
 Contador de Colônias
 Deionizador
 Destilador de Água
 Espectrofotômetro ou Espectrômetro
 Estante para Tubos de Ensaio
 Estereoscópio ou Estereomicroscópio (Lupa)
 Estufa de Banho-Maria
 Estufa de Esterilização (Forno Pasteur)
 Estufa de Incubação (Estufa Microbiológica)
 Freezer
 Hastes de Ferro + Garras + Suportes
 Homogeneizador (Agitador) de Tubos de Ensaio
 Manta Aquecedora
 Medidor de pH
 Microscópio
 Oxímetro

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 Refrigerador
 Tela de Amianto
 Tripé
 Turbidímetro

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3.3. MATERIAIS DE CONSUMO


 Álcool
 Algodão Hidrofílico
 Algodão Hidrofóbico
 Caneta Marcadora
 Corantes
 Detergente
 Escova para Tubos
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 Esponja
 Hipoclorito de Sódio (Água Sanitária)
 Lápis Dermatográfico
 Meios de Cultura
 Microtubos (Tubos Eppendorf)
 Microplacas
 Óleo de Imersão
 Papel Alumínio
 Papel Toalha
 Pipeta Pasteur
 Pisseta
 Potes Coletores
 Reagentes Químicos
 Swabs (Suabes) (Zaragatoa)

3.4. PARTES DO MICROSCÓPIO ÓPTICO

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4. TAXONOMIA E FILOGENIA DOS MICRORGANISMOS


4.1 CONCEITOS
TAXONOMIA
 Taxis = Arranjo + Nomia = Método.
 Classifica os seres vivos em categorias de acordo com suas similaridades e diferenças.
FILOGENIA
 File/Filon = Tribo ou Raça + Genia = Origem ou Nascimento.
 Classifica os seres vivos de acordo com sua história evolutiva.

4.2 HISTÓRICO
Bíblia  ADÃO
 Nomeou os seres vivos.
 Gênesis 2:19  “Tendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais dos campos, e
todas as aves dos céus, levou-os ao homem, para ver como ele os havia de chamar; e todo o nome que o
homem pôs aos animais vivos, esse é o seu verdadeiro nome.”
Séc. IV a.C.  ARISTÓTELES (384-322 a.C.)
 Classificação dos seres vivos  Plantas e animais.
1650  JOHN RAY (1627-1705)
 Tentou catalogou os organismos da Terra.
 Classificou diversas plantas.
 Primeiro a usar o termo ESPÉCIE.
1735  KARL VON LINNÉ (1707-1778)
 Pai da Taxonomia Moderna.
 Criou o sistema binominal dos seres vivos.
1857  CARL VON NÄGELI (1817-1891)
 Classificou as bactérias e os fungos no Reino Plantae.
1859  CHARLES DARWIN (1809-1882)
 Descreveu que a seleção natural era responsável pelas similaridades e diferenças entre
os seres vivos.
1866  ERNEST HAECKEL (1834-1919):
 Classificou as bactérias, protozoários, algas e fungos no Reino Protista.
1925  ÉDOUARD CHATTON (1883-1947):
 Diferenciou organismos com células com núcleo (eucariontes) e os anucleados
(procariontes).
1961  ROGER STANIER (1916-1982):
 Autor da definição atual de procarioto.
1968  ROBERT GEORGE EVERITT MURRAY (1919-):
 Criou o Reino Procaryotae (Monera).
 Bactérias Gram-Positivas; Bactérias-Negativas; Micoplasmas.
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1969  ROBERT H. WHITTAKER (1920-1980):


 Criou o sistema de classificação com cinco (5) Reinos.
 Monera  Protista  Fungi  Plantae (Metaphyta) Animalia (Metazoa).
1978  CARL R. WOESE (1928-2012):
 Criou o sistema de classificação com três (3) Domínios.
 Análise filogenética do RNA-r (ribossomal) 16S.
 Archaea + Eubacteria  Prokaryotes.
 Eukarya  Eukaryotes

4.3 NOMENCLATURA
Regulamentada pelo Código Internacional de Nomenclatura, que se baseia no Sistema
Binominal desenvolvido por Karl Von Linné.
Regras de Nomenclatura:
 A nomenclatura de espécie é obrigatoriamente binominal, sendo o primeiro deles a
designação de gênero;
 Sua grafia deve obedecer à colocação de ambos em destaque representado por letras
em itálico ou sublinhado;
 A primeira letra referente ao gênero em maiúsculo e o termo específico em minúscula;
 As palavras correspondentes devem ter origem latina ou latinizada  Escherichia coli;
 Opcionalmente se, já citada no texto, as demais vezes em que uma espécie for escrita,
poderá ser colocada de forma que a primeira letra do gênero seja seguida de ponto 
Clostridium perfringens (1ª citação) e C. perfringens (próximas citações);
 Caso não se especifique a espécie, mas sabe-se o gênero, deve ser escrito o gênero
seguido do termo spp. (gênero com diferentes espécies)  Clostridium spp.

4.4 CLASSIFICAÇÃO
É responsável pelo agrupamento de bactérias que compartilham certas características
comuns em grupos taxonômicos.
Os sistemas de classificação podem ser artificiais ou naturais.
 Artificiais  características fenotípicas (morfológicas e fisiológicas).

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 Naturais  relações filogenéticas (moléculas de RNA-r; parede celular; lipídeos;


proteínas).

4.5. HIERARQUIA TAXONÔMICA


Domínio
Reino
Filo
Classe
Ordem
Família
Gênero
Espécie.

4.6. CONCEITO DE ESPÉCIE EM MICROBIOLOGIA


Populações clonais que apresentam alto grau de similaridade fenotípica e genotípica, além
de apresentarem dissimilaridade com outros grupos relacionados.
Espécie microbiana representa um grupo de biotipos semelhantes à cepa (estirpe) padrão e
diferente de outras. Para cada espécie é designada uma cepa padrão ou type strain, que é
mantida em coleções especializadas.

4.7. VARIEDADES DENTRO DE UMA ESPÉCIE


BIOTIPO  Comportamento bioquímico.
SOROTIPO  Composição antigênica.
FAGOTIPO  Receptores para bacteriófagos.
PATOTIPO  Propriedades patogênicas.

4.8. IDENTIFICAÇÃO
Consiste na determinação da espécie ou de outra unidade taxonômica de uma bactéria
recém-isolada.
 Características Fenotípicas:
 Cultivo  Características nutricionais; características morfológicas e tintoriais;
 Microscopia  Formato das células; Técnica de coloração de Gram;
 Testes Bioquímicos  Primários (Família; Gênero); Secundários e Terciários
(Espécie). BIOTIPO
 Características Genotípicas:
 PCR  Identifica fragmentos específicos de DNA;
 Porcentagens de Guanina e Citosina (%GC);
 RNA-ribossomal.
 Características Antigências: SOROTIPO
 Sorotipagem  Soros com anticorpos específicos.

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5. ESTRUTURA GERAL DOS MICRORGANISMOS


5.1. INTRODUÇÃO
Célula  Unidade viva fundamental dos seres vivos.
 1665  Robert Hooke (1635-1703)
 Visualizou pequenas câmaras vazias na estrutura da cortiça  Microscópio.
 1838  Matthias Schleiden (1804-1881) & Theodore Schwann (1810-1882)
 Teoria Celular.
 1858  Rudolf Virchow (1821-1902)
 Células surgem de outras pré-existentes.

Célula Procariota X Célula Eucariota


Estrutura das Células Estrutura das Células
Procariotas (Procarióticas) Eucariotas (Eucarióticas)
Membrana Celular
Plasmídeo + Cromossomo
Membrana Nuclear
(Material Genético)
Núcleo (Material Genético)
Citoplasma
Citoplasma:
Partículas Citoplasmáticas
Ribossomos
(Ribossomos e Polirribossomos)
Retículos Endoplasmáticos
Membrana Celular
Complexo Golgiensi
Parede Celular
Lisossomos
Cápsulas
Mitocôndrias
Flagelos
Centríolos
Pili (Fímbrias)
Parede Celular
Esporos (Endosporos)
Flagelos e Cílios

ESTRUTURAS CÉLULAS CÉLULAS


CELULARES PROCARIÓTICAS EUCARIÓTICAS
Protozoários e animais
Todas as bactérias (AUSENTE)
PAREDE CELULAR
(PEPTIDOGLICANO) Vegetais (CELULOSE)
Fungos (QUITINA)
MEMBRANA
Ausente Presente
NUCLEAR
ORGANELAS Ausentes
Presentes
MEMBRANOSAS (exceto MESOSSOMOS)
MICROTÚBULOS E
Ausentes Presentes
CENTRÍOLOS
RIBOSSOMOS Menores (70S) Maiores (80S)
CROMOSSOMOS Somente DNA DNA e Proteínas
Estrutura proteica A partir dos
FLAGELOS E CÍLIOS (FLAGELINA) MICROTÚBULOS dos
Ausência de cílios CENTRÍOLOS

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Classificação dos Seres Vivos:


DOMÍNIOS REINOS EXEMPLOS
Cyanobacteria; Bactérias Gram-Positivas e
EUBACTERIA
------------- Gram-Negativas
ARCHAEABACTERIA Thermophila; Halophila; Methanobacterium
PROTISTA Protozoários e Algas microscópicas
FUNGI Fungos, Mofos e Leveduras
Talófitas, Briófitas, Pteridófitas,
PLANTAE
Gimnospermas e Angiospermas
EUKARYA
Poríferos, Cnidários, Platelmintos,
Nematelmintos, Anelídeos, Artrópodes,
ANIMALIA
Anelídeos, Moluscos, Equinodermos, Peixes,
Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos
Diferenças Entre os Principais Microrganismos:
ALGAS
DIFERENÇAS PROTOZOÁRIOS FUNGOS BACTÉRIAS VÍRUS
(MICROSCÓPICAS)
TIPO CELULAR Eucariota Eucariota Eucariota Procariota Acelular
PAREDE Presente Presente Presente
Ausente --------
CELULAR (celulose) (quitina) (peptidoglicano)
FOTOSSÍNTESE Sim Não Não Sim / Não --------
MOTILIDADE Sim / Não Sim Não Sim / Não --------
Único
ÁCIDO
Ambos Ambos Ambos Ambos (DNA ou
NUCLÉICO
RNA)
METABOLISMO Próprio Próprio Próprio Próprio Dependente

5.2. ESTRUTURAS CELULARES DOS PROCARIOTAS


Membrana Plasmática:
 Não contem esteróis  Exceto Micoplasmas.
 Mesossomos:
 Replicação do DNA.
 Sítio da respiração celular.

Parede Celular:
 Peptidoglicano (Mureína):
 NAG  Ácido N-Acetilglucosamina.
 NAM  Ácido N-Acetilmurâmico (Acetilgalactosamina).
 Peptídeo.
 Formação de monômeros.
 Bactoprenol  Transporta os monômeros (NAG+NAM).
 Ligação Horizontal (Transglicolização)  NAM + NAG.
 Ligação Cruzada (Transpeptidase)  Peptídeo + NAM.
 Bactérias Gram-Positivas  Camada espessa de PEPTIDOGLICANO.
 Bactérias Gram-Negativas  Fina camada de PEPTIDOGLICANO + Membrana
externa de LIPOPOLISSACARÍDEOS (LPS).

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 Membrana de LPS:
 Sítio de ligação de bacteriófagos.
 Antígeno O  Antígeno de membrana.
 Lipídeos + Polissacarídeos.
 Micobactérias:
 Parede celular mais resistente.
 Ácido Micólico.
 Bactérias Álcool-Ácido Resistentes (BAAR).

Ribossomos:
 Formado por 60% de RNA-r e 40% de proteínas ribossomais (RNA-r + Ptns
ribossomais).
 Eucariontes  80S  60S+40S  18S RNA-r + Proteínas.
 Procariontes  70S  50S+30S  16S RNA-r + Proteínas.
 S  Coeficiente de Sedimentação  Velocidade.
 Polissomos / Polirribossomos  Agrupados.
Nucleóide:
 Cromossomo único circular.
 DNA (dupla hélice) + Proteínas.
Cápsula:
 Dificulta a fagocitose pelas células de defesa.
 Função de aderência.
 Polissacarídeos semelhantes aos eucariotos.
Flagelos:
 Formados por proteína  Flagelina.
 Função de locomoção.
 Nem todas as bactérias possuem.
 Classificação das bactérias de acordo com o número de flagelos:
 Monotríquias  Possuem um único flagelo.
 Anfitríquias  Tem um flagelo em cada extremidade da célula.
 Lofotríquias  Apresentam múltiplos flagelos em um único ponto da célula.
 Peritríquias  Possuem flagelos em toda a superfície da célula.

Pilus / Fímbrias:
 Pilus  Proteína Pilina  Mais longo  Adesão, receptores, conjugação.
 Fímbrias  Mais curtos  Adesão, receptora.
Grânulos ou Inclusões Citoplasmáticas:
 Polímeros insolúveis.
 Reserva de nutrientes.
Endósporos ou Esporos:
 Envoltório composto por cálcio.
 Ambiente inóspito  Condições desfavoráveis  Bactéria se esporula.
 Função  Resistência  Dessecação, calor, agentes químicos, radiações, lisozima
(quebra ligação glicolítica).
 Germinação  Volta a ser uma célula germinativa.

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5.3. VÍRUS
Possuem DNA ou RNA.
Parasitas intracelulares.
Constituído de um genoma (material genético) de DNA ou RNA revestido por um
CAPSÍDIO (capa de proteína), o qual é composto por várias unidades proteicas menores
chamadas CAPSÔMEROS.
REPLICAÇÃO VIRAL  Ciclo lisogênico e ciclo lítico.
Bacteriófagos  Vírus que infectam bactérias.
Viroides  Formados por uma única fita de RNA circular que pode infectar uma célula
vegetal.
Príons  Pequenas proteínas que causam doenças no sistema nervoso do homem e dos
outros animais.

5.4 DOMÍNIOS EUBACTERIA & ARCHAEABACTERIA


Classificação:
 Arqueobactérias  Bactérias primitivas (antigas).
 Eubactérias  Bactérias verdadeiras.
 Cianobactérias  Algas cianofíceas (algas azuis).
Arqueobactérias:
 Bactérias que habitam locais com características extremas:
 HALÓFILAS: lagos salgados.
 TERMOACIDÓFILAS: fontes de águas quentes e ácidas.
 METANOGÊNICAS: pântanos e trato digestivo de herbívoros, produzem
Metano.
Eubactérias:
 Cianofíceas:
 Autotróficas fotossintetizantes.
 Maioria dulcícolas, isoladas ou em colônias.
 Clorofila; Ficocianina; Ficoeritrina.
 Reprodução assexuada.
 Bactérias.
Características das Bactérias:
 Procariontes.
 Parede celular  PEPTIDOGLICANO.
 Importância das bactérias:
 Decompositoras  Reciclagem da matéria orgânica.
 Associações  Bactérias nitrificantes; microbiota endógena.
 Indústrias de alimentos e farmacêutica.
 Muitas características fornecem dados para a identificação e classificação das bactérias:
 Morfologia  Crescimento  Metabolismo  Composição Genética
 Coloração  Atmosfera  Patogenicidade  Temperatura
 Motilidade  Nutrição  Aminoácidos
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Morfologia:
 Três formas básicas:
 COCOS  Células esféricas:
 Diplococo  Cocos em dupla  Neisseria meningitides; Streptococcus pneumoniae
 Tétrade  Cocos em quarteto  Sarcina spp.
 Sarcina  Oito cocos agrupados formando um cubo  Sarcina spp.
 Estafilococos  Cocos agrupados em forma de cachos  Staphylococcus aureus
 Estreptococos  Cocos agrupados em fila Streptococcus pyogenes
 Cocobacilos  Célula apresentando morfologia entre um coco e um bacilo 
Acinetobacter spp.
 BACILOS  Células em forma de bastão  Mycobacterium spp.; Escherichia coli;
Salmonella spp.:
 Diplobacilo  Bacilos em dupla;
 Estreptobacilo  Bacilos agrupados em fila;
 Vibrião  Bacilos curvados parecendo uma vírgula  Vibrio cholerae
 HELICÓIDES  Células espiraladas (espirais):
 Espirilos  Apresentam menos espirais, são menos espiralados  Treponema
pallidum
 Espiroquetas  São mais espiralados  Leptospira spp.
COCOS BACILOS ou BASTONETES
DIPLOCOCO DIPLOBACILO
TÉTRADE ESTREPTOBACILO
SARCINA VIBRIÃO
PNEUMOCOCO HELICÓIDES ou ESPIRALADOS
ESTREPTOCOCO ESPIRILO
ESTAFILOCOCO ESPIROQUETA
Crescimento:
 Tamanho, cor, forma das colônias dependem do meio de cultura utilizado, sendo
característico de cada espécie;
 A sua velocidade de crescimento é também uma característica importante.

Motilidade:
 Associada à presença de flagelos;
 Bactérias móveis e imóveis.

Coloração:
Método de ZIEHL-NEELSEN
Método de GRAM Bactérias Álcool-Ácido
Resistentes (BAAR)
GRAM-POSITIVAS BAAR-POSITIVAS
(púrpuras ou violetas) (vermelhas)
Corante: Cristal Violeta Corante: Fucsina
GRAM-NEGATIVAS BAAR-NEGATIVAS
(vermelhas) (azuis)
Corante: Safranina ou Fucsina Corante: Azul de Metileno

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Exigências Atmosféricas:

Aeróbia Aeróbia Anaeróbia


Anaeróbia Anaeróbia
Obrigatória Microaerofílica Obrigatória
Facultativa Aerotolerante
(Estrita) (Microaerófila) (Estrita)
CAPNÓFILAS  Bactérias que crescem melhor na presença de concentrações
aumentadas de CO2
Exigências Nutritivas:
 Necessidade de alguma substância que forneça CARBONO, HIDROGÊNIO,
OXIGÊNIO, ENXOFRE, FÓSFORO e NITROGÊNIO.
Atividades Bioquímica e Metabólica:
 Em meios específicos, certas bactérias são caracterizadas pela produção de CO2,
H2SO4, O2 ou Metano.
Patogenicidade:
 Presença de cápsulas, toxinas (endo e exo) e enzimas que danificam células e tecidos.
Sequência de Aminoácidos das Proteínas:
 Algumas proteínas encontradas nas bactérias são específicas daquela espécie.
Composição Genética:
 Composição do material genético (DNA) é única para cada espécie.
Temperatura:
BACTÉRIAS TEMPERATURAS
PSICRODÚRICAS Congelamento (<0oC)
PSICRÓFILAS 0oC – 20oC
PSICROTRÓFILAS -5oC – 35oC (Ideal: 25oC – 30oC)
MESÓFILAS 20oC – 40oC (Ideal: 35oC – 37oC)
TERMÓFILAS 40oC – 90oC (Ideal: 45oC – 55oC)
TERMODÚRICAS Fervura (>100oC)

5.5 REINO PROTOCTISTA (PROTISTA)


Representado pelos Protozoários e Algas Unicelulares.
Características dos Protozoários:
 Heterótrofos.
 Aeróbicos.
 Vida livre / parasitas;

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 Associação com seres vivos: cupim /fungos / mamíferos.


 Reprodução assexuada (cissiparidade); reprodução sexuada (conjugação).
 Formação de CISTOS: condições desfavoráveis.
Classificação dos Protozoários:
PROTOZOÁRIOS CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
Não possuem cílios nem flagelos.
Locomovem-se através de
SARCODÍNEOS Entamoeba histolytica
PSEUDÓPODES ou
(RIZÓPODES) Amoeba proteus
PSEUDOPÓDIOS.
Fagocitose ou Pinocitose.
Trypanosoma cruzi
FLAGELADOS Movem-se por meio de um ou mais
Giardia lamblia
(MASTIGÓFORAS) FLAGELOS.
Trichomonas vaginalis
CILIADOS Movem-se por meio de um grande Balantidium coli
(CILIÓFORAS) número de CÍLIOS. Paramecium aurelia
Plasmodium malariae
ESPOROZOÁRIOS Não são móveis.
Toxoplasma gondii
 Algas:
 ALGAS UNICELULARES:
 São organismos eucarióticos.
 Classificados no Reino Protoctista.
 ALGAS PLURICELULARES:
 Formadas por várias células eucarióticas.
 Classificadas como TALÓFITAS no Reino Vegetal.

 Características das Algas Unicelulares:


 Autótrofas fotossintetizantes.
 Formam o PLÂNCTON  FITOPLÂNCTON + ZOOPLÂNCTON;
 MARÉ VERMELHA:
  Temperatura;
  Luminosidade;
  Nutrientes  EUTROFIZAÇÃO.

 Classificação das Algas Unicelulares:


ALGAS CARACTERÍSTICAS
Algas douradas, conhecidas como DIATOMÁCEAS.
CRISÓFITAS
Possuem FUCOXANTINA e SÍLICA.
Capacidade de BIOLUMINESCÊNCIA.
Dotadas de dois flagelos, se movimentam em rodopios.
PIRRÓFITAS
Conhecidas como DINOFLAGELADAS.
São responsáveis pela MARÉ VERMELHA.
Principalmente dulcícolas.
EUGLENÓFITAS
Dois flagelos (um emergente e outro não-emergente).

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5.6. REINO FUNGI


 Características dos Fungos:
 Cogumelos; bolores; mofos e leveduras.
 Heterotróficos: matéria orgânica em decomposição.
 Parede celular  QUITINA.
 Muitos fungos são unicelulares  LEVEDURAS.
 Outros crescem como filamentos (HIFAS), que se entrelaçam para formar uma massa
(MICÉLIO).
 Alguns formam o CORPO FRUTÍFERO (ESTROMA)  Estruturas reprodutoras.
 Reprodução assexuada  Esporos.
 Reprodução sexuada: fusão de duas HIFAS haplóides.
 MUTUALISMO:
 LÍQUENS: fungos + cianofíceas;
 MICORRIZAS: fungos + raízes de plantas.

 Classificação dos Fungos:


FUNGOS CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
Reproduzem-se sexuadamente por meio de Phytophtera infestans
OOMYCOTA
esporos móveis e flagelados. Plasmopara viticola
Parasitas microscópicos de plantas e animais
ZIGOMYCOTA inferiores, e alguns bolores que causam Rhyzopus stolonifer
mofos. Bolor Negro do Pão.
Aspergillus fumigatus
Formam ASCÓPOROS, esporos originados
Aspergillus flavus
no interior de ASCOS.
ASCOMYCOTA Saccharomyces cerevisae
Fabricação de queijos. Levedos; trufas;
Penicillium roquefortii
bolores; parasitas de plantas.
Penicillium camembertii
Formados por MICÉLIO, que crescem no
solo ou madeira em decomposição.
Agaricus campestri
BASIDIOMYCOTA Apresenta basidioma (COGUMELO), que
Amanita muscaria
libera esporos (BASIDIÓSPOROS)
formados nos BASÍDIOS.
Candida albicans
DEUTEROMYCOTA
Fungos parasitas, causadores de doenças Trichophyton purpureum
(FUNGOS
(MICOSES). Epidermophyton
IMPERFEITOS)
floccosum

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6. FISIOLOGIA MICROBIANA
6.1. TIPOS NUTRICIONAIS
FONTE DE FONTE DE
SERES VIVOS EXEMPLOS
ENERGIA CARBONO
Vegetais; algas;
FOTOAUTOTRÓFICOS CO2 e outros
LUZ cianobactérias;
(FOTOLITOTRÓFICOS) (INORGÂNICA)
bactérias sulfurosas.
FOTOETEROTRÓFICOS Bactérias não
LUZ ORGÂNICA
(FOTORGANOTRÓFICOS) sulfurosas.
Bactérias
QUÍMICA
QUIMIOAUTOTRÓFICOS CO2 e outros nitrificantes;
(H2S; S; NH3;
(QUIMIOLITOTRÓFICOS) (INORGÂNICA) hidrogênicas;
NO2-; H2; Fe-2)
ferrosas e sulfurosas.
Animais;
QUIMIOETEROTRÓFICOS QUÍMICA ORGÂNICA
protozoários; fungos;
(QUIMIORGANOTRÓFICOS) (Glicose) (Glicose)
maioria das bactérias.
6.2. ENZIMAS
Enzimas:
 Proteínas que aceleram a velocidade das reações químicas.
 Componentes das enzimas:
 APOENZIMA  Porção proteica.
 COENZIMA (COFATOR)  Componente não-proteico.
 HOLOENZIMA  APOENZIMA + COFATOR.

Mecanismo de Ação:
 Substrato entra em contato com o sítio da enzima.
 Forma-se o COMPLEXO ENZIMA+SUBSTRATO.
 Transformação da molécula do substrato:
 Quebra da molécula;
 Combinação com outra molécula.
 Liberação dos produtos da reação.
 Enzima livre para reagir com outras moléculas do substrato.
Fatores que Influenciam a Atividade Enzimática:
 Temperatura.
 Ph.
 Concentração do substrato.
 Inibidores:
 Inibidores Competitivos  Ocupam o sítio ativo de uma enzima, competindo
com o substrato.
 Inibidores Não-Competitivos (Alostéricos)  Interagem com uma parte da
enzima, causando uma deformidade no sítio ativo da enzima  Inibição
Alostérica.

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Enzimas Metabólicas:
 ENDOENZIMAS  Encontradas dentro das células.
 EXOENZIMAS  Secretadas para fora da célula.

6.3. METABOLISMO
Metabolismo Celular:
 Soma de todas as reações químicas dentro de um organismo vivo, podendo ser dividido
em duas classes de reações químicas:
 Aquelas que liberam energia  Catabolismo.
 Aquelas que requerem energia  Anabolismo.
 CATABOLISMO  Degradação metabólica de compostos orgânicos, resultando na
produção de energia e moléculas menores.
 ANABOLISMO  Processos biossintéticos que usam energia para a síntese de
substâncias necessárias para o crescimento, manutenção e funções celulares.
 As reações catabólicas (degradativas) fornecem a energia necessária para as reações
anabólicas (biossintéticas).
Biossíntese Metabólica (Anabolismo):
 Conversão de Energia.
 Uso de Energia.
 Fotossíntese:

 Quimiossíntese  Envolve uma fonte química de energia e matéria-prima para


sintetizar os metabólitos e macromoléculas necessários ao crescimento e realização das
funções do organismo.
 Oxidação aeróbica (Quimioautotróficos).
 Nutrientes a partir de materiais orgânicos (Quimiorganotróficos).

Metabolismo Energético:
 Reações de OXIRREDUÇÃO.
6.4. PRODUÇÃO DE ENERGIA
Respiração (Aeróbica) Celular da Glicose:
 Glicólise.
 Ciclo do Ácido Cítrico e Sistema Transportador de Elétrons.

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Respiração Anaeróbica (Fermentação Anaeróbica):


 Fermentação Láctica:

 Fermentação Alcoólica:

Oxidação Aeróbica pelos Quimiolitotróficos (Quimioautotróficos):


 São capazes de realizar as reações da respiração oxidando:
H2 H2O NH3 e NO2- NO3-
Hidrogênio Água Amônia Nitrito Nitrato
C e CO CO2 H2S e S SO4-2
Carbono Monóxido Carbono Dióxido de Carbono Gás Sulfídrico Enxofre Sulfato
Respiração Anaeróbica pelos Quimioautotróficos:
 O doador de elétrons normalmente é um composto orgânico, tal como a glicose.
 Os compostos inorgânicos servem como aceptores finais de elétrons no lugar do
oxigênio.
NO3- NO2- e N2
Nitrato Nitrito Gás Nitrogênio
CO 3
-2
CO2 e CH4
Carbonato Dióxido Carbono Metano
SO4- S e H2S
Sulfato Enxofre Gás Sulfídrico
6.5. CRESCIMENTO MICROBIANO
O crescimento bacteriano é considerado o aumento do número de indivíduos
(populacional) e não o aumento de tamanho (individual) de uma determinada célula 
Aumento do número de microrganismos.
Divisão binária  Cissiparidade ou Bipartição.
Depende de:
 Temperatura e pH.
 Umidade.
 Nutrientes.
 Atmosfera.

6.6. MEIO DE CULTURA


Composição:
 Complexo  Natural (extrato de carne).
 Sintético  Quimicamente conhecido.

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Consistência:
 Líquido.
 Semi-sólido.
 Sólido.
Utilização:
 Enriquecido  Contem um rico suprimento de nutrientes especiais que promovem o
crescimento dos microrganismos:
 Ágar Sangue  5% de sangue de carneiro.
 Ágar Chocolate  Hemoglobina.
 Seletivo  Apresenta inibidores:
 Ágar MaConkey  Inibe o crescimento de bactérias Gram-Positivas (G+).
 Ágar Dextrose Sabouraud  Seletivo para fungos.
 Ágar Verde Brilhante  Inibe bactérias Gram-Negativas (G-).
 Diferencial ou Indicador  Permite a diferenciação de microrganismos:
 Ágar MaConkey  Lactose + (colônias cor-de-rosa); Lactose – (colônias sem
cor).
 Ágar Manitol Salgado  Crescimento de Staphylococcus aureus.
 Ágar Sangue  Diferentes tipos de hemólise.
COMPOSIÇÃO CONSISTÊNCIA UTILIZAÇÃO
Enriquecido
Líquido
Complexo Seletivo
Semi-sólido
Sintético Diferencial
Sólido
(Indicador)

6.7. CURVA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL

1 – FASE INICIAL (LAG ou LATÊNCIA):


 Bactéria absorve nutrientes, sintetiza enzimas e se prepara para a reprodução.
2 – FASE LOGARÍTMICA DO CRESCIMENTO (LOG ou EXPONENCIAL):
 Bactéria se multiplica rapidamente, o número de população dobra a cada TEMPO DE
GERAÇÃO.

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3 – FASE ESTACIONÁRIA:
 Equilíbrio entre o número de novas bactérias e o número de bactérias mortas.
4 – FASE DE MORTE (DECLÍNIO):
 O número de bactérias mortas excede o número de novas bactérias  Extinção da
colônia.
6.8. TEMPO DE GERAÇÃO
Contaminação inicial.
Taxa de crescimento  Variação no número ou massa por unidade de tempo.
Tempo de geração  Intervalo de tempo necessário para que uma célula se duplique 
Número de gerações.
Reprodução assexuada  Divisão binária (bipartição).
Cálculo do número final de células:
N = N 0 x 2n
 N  Número total de bactérias após determinado tempo.
 N0  Número inicial de células bacterianas;
 n  Número de gerações.
Cálculo do número de gerações:
n = log N – log N0 / 0,301
Cálculo do tempo de geração:
g=t/n n=t/g
 g  Tempo de geração.
 t  Tempo de crescimento.
 n  Número de gerações.

Exemplo:
Três (3) bactérias iniciais (N0) com um tempo de geração (g) de dez (10) minutos. Quantas
bactérias (N) em uma hora e vinte minutos (t)?

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7. GENÉTICA BACTERIANA

7.1. ESTRUTURA GENÉTICA


Molécula DNA.
Molécula RNA.

7.2. REPLICAÇÃO DO DNA


Semiconservativa.
5’  3’: fita líder (Ladding Strand) continua.
3’  5’: fragmentos de OKASAKI + DNA-ligase.

7.3. SÍNTESE PROTÉICA


TRANSCRIÇÃO  síntese de uma fita complementar de RNA (RNA-m) a partir de um
molde de DNA.
TRADUÇÃO  síntese de proteínas, através da decodificação do RNA-m convertendo a
sua informação em proteínas.

7.4. PLASMÍDEOS
Moléculas extracromossomiais circulares de DNA.
Replicação independente  Autorreplicante.
Todos os plasmídeos contem pelo menos uma sequência de DNA que serve como uma
"origem de replicação" ou ori (ponto inicial para a replicação de DNA), e que permite ao
DNA do plasmídeo replicar-se independentemente do DNA cromossômico.
Tipos de plasmídeos:
 PLASMÍDEOS CONJUNTIVOS  Contem um gene chamado tra-gene, que pode
iniciar a conjugação.
 PLASMÍDEOS NÃO-CONJUNTIVOS  São incapazes de iniciar a conjugação e,
por esse motivo, não há movimento independente para outra bactéria, mas podem ser
transferidos com plasmídeos conjuntivos durante a conjugação.
 PLASMÍDEO SEXUAL (PLASMÍDEO F):
 Genes dos PILIS sexuais;
 FATOR F  Fator de fertilidade; F+  F-
 Hfr (Hfr+)  Alta frequência de recombinações. F+  cromossomo  Hfr
 PLASMÍDEO R  Resistência a antibióticos;
 PLASMÍDEO Col  Produz colicinas  Matam outras bactérias;
 PLASMÍDEO VIRULENTO  Favorece a virulência  Bactéria torna-se agente
patogênico;
 PLASMÍDEO DEGRADATIVO  Permite a degradação de substâncias;
 EPISSOMAS  Plasmídeos que conseguem se integrar no DNA cromossômico.

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7.5. TRANSPOSONS
Pequenos segmentos de DNA que podem se mover de uma região de uma molécula de
DNA para outra.
Mediadores da evolução nos organismos  Mutações.

7.6. REGULAÇÃO GÊNICA


A célula conserva energia produzindo somente aquelas proteínas necessárias em um
momento particular  Regulação da transcrição do RNA-m.
REPRESSÃO  Diminui a síntese das enzimas, mediada por PTNs reguladoras
(repressoras).
INDUÇÃO  Ativa a transcrição de um gene ou genes (indutor)  Formando enzimas
induzíveis.

7.7. MUTAÇÃO
Alterações na estrutura química ou física do DNA.
Alterações na sequência de bases do DNA, causando uma alteração no produto codificado
por aquele gene.
Espontânea ou influenciada.

7.8. AGENTES MUTAGÊNICOS


QUÍMICOS:
 Ácido Nitroso.
 Análogo de Base  Similares às bases nitrogenadas (drogas antivirais e antitumorais).
 Benzopireno  Presente na fumaça e na cinza;
 Aflatoxina  Aspergillus flavus.
 Acridinas  Corantes.
RADIAÇÕES:
 Raio X.
 Raio Gama;
 Luz Ultravioleta (UV).

7.9. TIPOS DE MUTAÇÕES


Substituições de pares de bases (mutação de ponto):
 Transição  Pirimídica  Pirimídica ou Púrica  Púrica.
 Transversão  Púrica (A-G)  Pirimídica (T-C-U).
Mutações sem sentido  Não especificam nenhum aminoácido.
Mutações de sentido errado (perda de sentido)  Afetam uma base, ocorrendo
substituição de um aminoácido por outro.

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Mutações silenciosas  Substituição de uma base do DNA por outra mas que codifica o
mesmo aminoácido.
Mutações de fase de leitura (frameshif)  Afetam toda a sequência de bases, devido a
inserções ou deleções numa sequência.
Mutações supressoras  Formando códon sem sentido (UAG / UGA / UAA).

7.10. VARIAÇÕES FENOTÍPICAS


AUTOTRÓFICAS  São incapazes de sintetizar fatores de crescimento.
RESISTENTE A DROGAS  Exibem tolerância a drogas.
MORFOLÓGICAS  Apresentam alterações estruturais.
TEMPERATURA-SENSÍVEIS  Incapazes de sintetizar substâncias ou função a
temperaturas diferentes à normal (temperatura restrita).
SUPRESSOR-SENSÍVEIS  Incapazes de funcionar, a menos que uma segunda mutação
ou fator, ou supressor, esteja presente.

7.11. RECOMBINAÇÃO GENÉTICA


Refere-se à troca de genes entre duas moléculas de DNA, para formar novas combinações
de genes em um cromossomo.
Variabilidade genética.
TRANSFORMAÇÃO  Processo pelo qual o DNA livre no meio é tomado pela célula,
resultando em alterações genotípicas desta  Experimento de Griffith.
CONJUGAÇÃO  Mecanismo de transferência de informação genética que requer
contato entre as células  Fator F.
TRANSDUÇÃO  Processo no qual o DNA bacteriano é transferido entre células
mediado por um vírus  Bacteriófago.

7.12. DNA RECOMBINANTE


Técnica de transferência de genes dentro de uma espécie ou entre espécies diferentes.
Engenharia Genética  Manipulação gênica feita em ambiente de laboratório.
Biotecnologia  Termo que inclui todas as aplicações industriais de sistemas ou processos
biológicos, identifica as aplicações industriais da Engenharia Genética.
Principais objetivos:
 Isolamento de um gene particular, parte de um gene ou de uma região do genoma de interesse.
 Produção de um RNA particular e proteínas.
 Melhoramento na produção de compostos bioquímicos.
 Produção de plantas com características desejáveis.
 Produção de vacinas.
 Terapia genética  Geneterapia.

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7.13. CRISPR
CRISPR  Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (Repetições Palindrômicas
Curtas Agrupadas e Regularmente Espaçadas).
Este termo surgiu em 2001  artigo de Francisco Mojica e Ruud Jansen  mas a primeira
observação da sua ação foi feita em 1987 por Yoshizumi Ishino, da Universidade de Osaka.
O lócus CRISPR é uma área do material genético de bactérias e arqueas onde se encontram
repetições, que são “intercaladas” com pequenos fragmentos de DNA de vírus que
infectaram esses organismos no passado (ou seus antepassados).
Esse processo é parte de um mecanismo de defesa das bactérias e arqueas contra esses
vírus invasores.
Quando um vírus, com uma sequência de DNA que já está contida nesse “histórico de
ameaça” da bactéria ou arquea invade essa célula, ela envia uma enzima capaz de cortar a
fita dupla do DNA viral na região em que há essa compatibilidade  proteínas Cas9
(CRISPR associada a proteína 9).
Para essa enzima conseguir identificar essa parte do material genético do vírus que já é
reconhecida como perigosa, a célula produz um complexo guia, contendo um RNA feito a
partir da sequência de DNA viral que já está em seu genoma  os nucleotídeos que
compõem esse RNA são complementares a área alvo do vírus invasor.
Possíveis aplicações:
 Ferramenta de edição do genoma  totalidade dos genes  em vez de cortar o DNA
viral invasor, a Cas9 é “carregada” com um RNA guia que indicará que parte do DNA
de um ser vivo deve ser cortada  reparo, que geralmente leva a retirada ou adição de
nucleotídeos, descaracterizando a informação contida na antiga sequência, inutilizando
o gene.
 Inativar ou “destruir” genes causadores de doenças, como a hemofilia, que é
hereditária.
 Ajudar a identificar a função de determinado gene, analisando a diferença entre
organismos com o gene ativo, e outros com o gene silenciado pelo processo.
 Em um segundo tipo de restauração, um novo pedaço de DNA, que traz novas
informações, pode ser incorporado para ligar as duas pontas que foram desconectadas.
 Possibilitando inserir características de interesse nos organismos, como tornar espécies
agrícolas mais resistentes a condições climáticas ou mais produtivas.
Em 2020, Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna receberam o Prêmio Nobel de
Química, pelo desenvolvimento de um método de edição de genoma utilizando CRISPR-
Cas9.

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8. INTERAÇÕES HOMEM-MICRORGANISMOS

8.1. MICROBIOTA ENDÓGENA


Microbiota normal de uma pessoa incluindo todos os microrganismos usualmente
encontrados na superfície ou no interior do corpo;
Células do corpo humano  1013 células  10 trilhões  10.000.000.000.000;
Células bacterianas no corpo humano  1014 bactérias  100 trilhões  100.
000.000.000.000;
Um feto NÃO tem microbiota endógena;
Umidade, pH, temperatura, oxigênio, nutrientes  Favorecem crescimento de
microrganismos;
Microbiota residente;
Microbiota transiente  Instala-se temporariamente:
 Retiradas pelo banho;
 Competição com microbiota residente;
 Eliminados pelas excreções ou secreções.
Antibioticoterapia destrói microbiota intestinal;
Oportunistas  Normalmente não causam doença em seu habitat normal, em uma pessoa
saudável.

8.2. MICROBIOTA DA PELE


Bactérias e fungos;
Umidade da pele  Suor; gordura  Axilas; virilha; dedos;
Staphylococcus spp.; Streptococcus spp.; Candida albicans;
Áreas secas  Poucos microrganismos;
Áreas úmidas  Muitos microrganismos.

8.3. MICROBIOTA DA BOCA


Boca e garganta possuem ótima umidade e temperatura;
Partículas de alimentos e resíduos de células epiteliais ao redor dos dentes;
Lactobacillus spp., Streptococcus spp. e Staphylococcus spp.;
Doença periodôntica e gengivite  Alimentos favorecem as bactérias  Baixa acidez;
PORTADORES SADIOS  Resistentes a patógenos, mas transmitem a pessoas
suscetíveis  Difteria; meningite; pneumonia; tuberculose.

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8.4. MICROBIOTA DOS OUVIDOS E OLHOS


Ouvidos médio e interno são estéreis;
Ouvido externo e canal auditivo  Microbiota idêntica à boca e nariz;
Tosse; espirro; assoar  Microrganismos carregados pela Tuba Auditiva (ouvido médio)
 Podendo causar infecção;
Membranas mucosas dos olhos são lavadas por lágrimas que contêm LISOZIMA.

8.5. MICROBIOTA DO TRATO RESPIRATÓRIO


Abaixo da laringe livre de microbiota;
Trato superior com rica microbiota;
Streptococcus spp.; Staphylococcus spp.; Neisseria spp.; leveduras.

8.6. MICROBIOTA DA ÁREA UROGENITAL


Rins, ureteres e bexiga são estéreis;
Abertura da uretra abriga muitos microrganismos;
Staphylococcus spp.; Enterococcus spp.; leveduras;
Não invadem, pois a urina é ácida e fluxo constante da micção;
Relação sexual  fluxo urinário;
Sistemas reprodutores estéreis, exceto vagina;
Puberdade e menopausa secreções vaginais são alcalinas  Streptococcus spp.; Staphylococcus
spp. e coliformes;
Período reprodutivo e gravidez secreções vaginais ácidas  Lactobacillus spp. e leveduras.

8.7. MICROBIOTA DO TRATO GASTRINTESTINAL


Meio ácido do estômago impede crescimento de microbiota endógena;
Bile inibe o crescimento de microbiota;
Duodeno  Poucas bactérias;
Parte inferior do intestino delgado  Staphylococcus spp.; Lactobacillus spp.; Streptobacillus
spp.; Clostridium spp.
Intestino  Escherichia coli produz BACTERIOCINAS  Inibem o crescimento de outras
bactérias;
Cólon ou intestino grosso  Grande número de microrganismos.

8.8. BENEFÍCIOS DA MICROBIOTA ENDÓGENA


Vitaminas K, B12, ácido pantotênico, piridoxina e biotina a partir de coliformes intestinais;

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Fonte de substâncias irritantes e antígenos para estimular sistema imune  Produção de


anticorpos;
Competição de local e nutrientes com microrganismos patogênicos;
Produção de antibióticos por certos microrganismos residentes.

8.9. RELAÇÕES SIMBIÓTICAS


SIMBIOSE  Relação entre diferentes organismos (SIMBIONTES) vivendo juntos em
estreita relação;
Pode ser benéfico, inofensivo ou prejudicial:
 MUTUALISMO  Ambos os organismos são beneficiados e um depende do outro
metabolicamente:
 Bactéria Escherichia coli  Vitamina K;
 COMENSALISMO  Relação na qual um dos seres é beneficiado mas o outro não é
nem beneficiado nem prejudicado:
 COMENSAIS  Micróbios da microbiota humana recebem nutrientes e habitat
sem causar nenhum efeito no hospedeiro;
 INDIFERENÇA ou NEUTRALISMO  Quando os organismos ocupam o
mesmo nicho, mas um não afeta o outro;
 ANTAGONISMO ou ANTIBIOSE  Quando os produtos de excreção de um
microrganismo podem destruir certas bactérias vizinhas.
 PARASITISMO  Relação na qual um organismo se beneficia com prejuízo do
hospedeiro:
 ECTOPARASITAS  INFESTAÇÃO;
 ENDOPARASITAS  INFECÇÃO.
 RELAÇÕES PATOGÊNICAS  Quando os microrganismos causam danos ao
hospedeiro durante um processo infeccioso:
 Comensal fora do seu lugar normal  Staphylococcus spp. na pele  Infecção em
queimaduras ou feridas;
 Microrganismo altamente virulento;
 Oportunista  Baixa imunidade  Invasão  Sangue; bexiga urinária; pulmões.
 MICRÓBIOS NÃO-PATOGÊNICOS  Nunca causam doença.
 Exceto pacientes imunossuprimidos  AIDS.

8.10. CICLO DOS NUTRIENTES


SAPRÓBIOS  Fungos e bactérias de vida livre que decompõem matéria orgânica;
FOTOSSÍNTESE;
CICLO DO NITROGÊNIO  Importante para o solo  Agricultura.

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9. ECOLOGIA MICROBIANA

9.1. INTRODUÇÃO
Ecologia.
Ecossistema.
Habitat.
Nicho.

9.2. IMPORTÂNCIA DOS MICRORGANISMOS


Produtores  Microrganismos autótrofos fotossintetizantes.
Decompositores  Decomposição da matéria orgânica  Reciclagem.
Equilíbrio ecológico.
Ciclos biogeoquímicos.
Relações ecológicas.
Indústria de alimentos e bebidas  Fermentação.
Indústria farmacêutica  Antimicrobianos.
Controle biológico  Agricultura / Poluição.
Biotecnologia  Engenharia genética.
Doenças.
Eutrofização:
Aumento de Proliferação de microrganismos Aumento do consumo de O2 disponível Morte dos seres vivos
matéria orgânica decompositores e diminuição da fotossíntese aeróbios

9.3. FATORES DETERMINANTES DA ECOLOGIA MICROBIANA


Nutrientes.
Aeração.
Umidade.
Temperatura.
pH.
Manejo do solo.
Relações ecológicas.
Ciclos biogeoquímicos.

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9.4. INTERAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS


MUTUALISMO (++):
 Ambos organismos se beneficiam.
 Algas + Fungos  LÍQUENS.
 Fungos + Raízes Vegetais  MICORRIZAS.
 Rhizobium + Raízes Leguminosas  NÓDULOS.
AMENSALISMO (+–):
 Um organismo inibe outro pela ação ou produção de substâncias tóxicas.
 Agaricus X Coprinus
ANTIBIOSE (+–):
 Produção e difusão de substâncias químicas capazes de matar ou impedir o
desenvolvimento de outros microrganismos.
 Penicillium X Staphylococcus
PARASITISMO (+–):
 Organismo se beneficia da extração de nutrientes, com prejuízo ao outro organismo 
Patogenia  Parasitose.
 Bacteriófagos  Parasitas de bactérias.
 Microrganismos patogênicos  Causadores de doenças.
PREDATISMO (+–):
 Organismos de uma espécie (predadora) se alimentam de organismos de outra espécie
(presa).
 Microrganismos que participam na produção de alimentos e bebidas.

9.5. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS


Carbono.
Oxigênio.
Nitrogênio:

 AMONIFICAÇÃO  Decompositores  PTN  Aminoácido (AA)  NH3

 NITRIFICAÇÃO  Nitrosomonas  NH3  Nitrato.

 DENITRIFICAÇÃO  Pseudomonas  Nitrato  N2

 FIXAÇÃO DO NITROGÊNIO  Rhizobium  N2  NH3

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9.6. PROCESSOS MICROBIOLÓGICOS


BIORREMEDIAÇÃO  Uso de micróbios para detoxificar ou degradar poluentes
químicos (derramamento de petróleo).
COMPOSTAGEM  Processo utilizado para converter resíduos biodegradáveis em
HÚMUS.
BIOFILME  Formado por microrganismos que vivem em comunidades limosas
aderidos em superfícies.
TRATAMENTO DE ESGOTO  Resíduos líquidos + resíduos sanitários.
FOSSA SÉPTICA.
TRATAMENTO DA ÁGUA.

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10. CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO

10.1. HISTÓRICO
 PASTEUR (1877)  Agentes antimicrobianos (desinfetantes, fenóis, iodo)  Alta taxa de
toxicidade ao paciente.
 FLEMING (1928)  Penicillium notatum
 QUIMIOTERAPIA (1936)  Sulfonamidas.
 FLOREY & CHAIM (1941)  Iniciaram a utilização experimental da Penicilina em seres
humanos.

10.2. IMPORTÂNCIA
 Prevenir e controlar doenças infecciosas nos homens, animais e plantas.
 Preservar os alimentos.
 Impedir que microrganismos contaminantes interfiram com certos processos industriais.
 Impedir a contaminação de culturas puras.

10.3. CONTROLE DA FONTE DE INFECÇÃO


 Destruir ou inibir os microrganismos causadores das doenças.
 Bloquear as fontes, as vias e os vetores de transmissão dos agentes causadores das doenças.
 Proteger uma pessoa infectada das consequências da doença com a criação de defesas no
corpo e administração de drogas quimioterapêuticas adequadas.

10.4. CONCEITOS APLICADOS À MICROBIOLOGIA


 Assepsia  Ausência de patógenos nos tecidos vivos:
 Destina-se a eliminar todos os microrganismos infecciosos pela esterilização de
equipamentos, desinfecção do meio ambiente e limpeza dos tecidos do corpo com
antissépticos.
 Esterilização  Completa destruição de todos os organismos vivos.
 Desinfecção  Destruição ou remoção de microrganismos infecciosos de objetos sem
vida.
 Desinfetante  Desinfeta objetos inanimados.
 Pasteurização  Eliminação de microrganismos patogênicos.
 Antisséptico  Desinfeta a pele e outros tecidos vivos.
 Sanitização  Reduz as populações de microrganismos aos padrões de saúde pública.
 Antimicrobianos  Substâncias que matam microrganismos.

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 Bacteriostáticos  Substâncias que inibem o crescimento e a reprodução de


microrganismos.

10.5. FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO MICROBIANO


 Temperatura:
 Psicrodúricas  Temperaturas de congelamento.
 Psicrófilas  –20 C a 35 C (0 C a 20 C).
o o o o

 Psicrotrófilas  -5 C a 35 C (25 C a 30 C).


o o o o

 Mesófilas  20 C a 40 C (35 C a 37 C).


o o o o

 Termófilas  40 C a 90 C (45 C a 55 C).


o o o o

 Termodúricas  Sobrevivem à fervura.

 Pressão Osmótica:
 Osmose.
 HALODÚRICOS  Organismos que são capazes de sobreviver em meios salgados.
 HALOFÍLICOS  Organismos que preferem meios salgados.
OSMOSE HIPOTÔNICA HIPERTÔNICA
Hemácias HEMÓLISE CRENAÇÃO
Célula Vegetal TURGÊNCIA PLASMOPTISE
Bactérias TURGÊNCIA PLASMÓLISE
 Umidade.
 pH:
 ACIDÓFILOS  Preferem pH entre 2,0 e 5,0.
 ALCALÍFILOS  Preferem um meio alcalino, pH > 8,5.
 Pressão Barométrica:
 BARÓFILAS  Crescem em regiões onde a pressão é muito alta.
 AUTOCLAVE  Pressão de 15 libras a 121oC / 15 min.
 Gases.

10.6. MÉTODOS ANTIMICROBIANOS


 Métodos antimicrobianos físicos e químicos.
 A eficácia do método depende de:
 Intervalo de tempo em que é aplicado.
 Temperatura.
 Concentração da substância.
 Natureza e número de microrganismos e esporos presentes  CARGA
MICROBIANA.
 Presença de matéria orgânica nos materiais que estão sendo tratados, tais como
proteínas nas fezes, sangue, vômitos e pus.

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10.7. MÉTODOS ANTIMICROBIANOS FÍSICOS


 Calor:
 Quanto mais alta for a temperatura, menor o tempo necessário para matar os
microrganismos.
 Calor úmido é mais rápido e eficiente que calor seco.
 Calor Seco:
 Metais, vidros, pó, óleos e graxas.
 Forno Pasteur (Estufa de Esterilização)  170-180oC / 2-3 horas.
 INCINERAÇÃO ou QUEIMA  Destruir materiais secos contaminados a serem
desprezados.
 FLAMBAGEM  Elimina microrganismos de superfície de materiais resistentes ao
calor (metais).
 Calor Úmido:
 Provoca inativação das proteínas dos microrganismos.
 Maioria dos microrganismos são eliminados após exposição de vapor a 70oC / 10 min;
 Fervura a 90-100oC / 10 a 30 min.
 Vapor pressurizado  Autoclavar a 121oC / 15 min.
 Frio:
 Método antibiostático (microbiostático).
 Dessecação:
 Liofilização  Desidratação (ou secagem) de organismos congelados.
 Radiação:
 Luz direta do Sol (Infravermelho; raios visíveis; Ultravioleta).
 Raios X; Raios gama e beta.
 Ondas Ultrassônicas:
 Desagregam mecanicamente os restos orgânicos em instrumentos e vidrarias.
 Filtração:
 Rolha de algodão.
 Gaze seca e máscaras de papel.
 Câmaras de fluxo laminar.

10.8. MÉTODOS ANTIMICROBIANOS QUÍMICOS


 As características de um bom agente antimicrobiano químico são:
 Matar os microrganismos dentro de um prazo razoável e numa concentração específica.
 NÃO deve ser tóxico para os tecidos humanos e NÃO corrosivo e NÃO destrutivo
para materiais nos quais ele é usado.
 Ser solúvel em água e fácil de aplicar.
 NÃO deve ser caro e deve ser fácil de preparar para uso em procedimentos simples e
específicos.

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 Deve ser estável nas formas dissolvida ou sólida de modo que possa ser transportado e
estocado por um período razoável.
 Deve ser estável a mudanças de pH e temperatura.

10.9. COMO ATUAM OS ANTIMICROBIANOS QUÍMICOS


 Lesão de Membranas Celulares  Surfactantes (sabões e detergentes).
 Inativação de Enzimas  Álcool; fenol; permanganato de potássio.
 Danos ao Material Genético  Formol; violeta genciana; cristal violeta.

10.10. QUIMIOTERAPIA
 Tratamento de doenças com substâncias químicas:
 QUIMIOTERÁPICOS  Sintetizados em laboratório.
 ANTIMICROBIANOS (ANTIBIÓTICOS)  Produzidos por seres vivos.

 Ações:
 Antibacteriana
 Antifúngica  Inibição
AGENTE
 Antiviral  Inativação
INFECCIOSO
 Antiblástica  Morte

10.11. CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES QUIMIOTERÁPICOS


 Matar ou inibir o crescimento de microrganismos.
 NÃO causar danos ao hospedeiro.
 NÃO causar reação alérgica no hospedeiro.
 Ser estável quando estocado na forma líquida ou sólida.
 Permanecer no tecido específico do corpo tempo suficiente para ser eficaz.
 Matar os microrganismos antes que eles sofram mutação e se tornem resistentes a ele.

10.12. MECANISMOS DE AÇÃO


 OBJETIVO  Matar ou inibir microrganismos, sem afetar o hospedeiro.
 BACTERICIDAS  Causam a morte dos microrganismos.
 BACTERIOSTÁTICOS  Inibem o crescimento dos microrganismos.

10.13. ATUAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS


 Parede Celular  Estrutura e biossíntese.
 Membrana Citoplasmática  Estrutura e função.
 Síntese de Proteínas.
 Síntese de Ácidos Nucléicos.
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10.14. COMO ATUAM OS AGENTES QUIMIOTERÁPICOS


 Sulfas:
 Inibem a produção do ÁCIDO FÓLICO nas bactérias que requerem o ÁCIDO
PARA-AMINOBENZÓICO (PABA) para sintetizar o ÁCIDO FÓLICO.
 As SULFAS são chamadas de INIBIDORES COMPETITIVOS  Competem com o
PABA.
 São BACTERIOSTÁTICAS.
 Penicilina:
 Interfere com a síntese do PEPTIDOGLICANO  Necessário à parede celular das
bactérias G+.
 Outros Agentes:
 Inibem a síntese da parede celular.
 Agem como inibidores competitivos de enzimas para bloquear a formação dos
metabólitos essenciais.
 Inibem a síntese de proteínas atuando nos ribossomos 70S.
 Danificam a membrana plasmática.
 Inibem a síntese do ácido nucléico.
 Antifúngicos:
 Ligam-se aos esteróis da membrana celular.
 Interferem com a síntese do esterol  ERGOSTEROL.
 Bloqueiam a mitose ou a síntese do ácido nucléico.
 Antiprotozoários:
 Interferem com a síntese de DNA e RNA.
 Interferem com o metabolismo do protozoário.
 Antivirais:
 Atuam interferindo na ação de certas enzimas necessárias à replicação viral.
 Interferem com a duplicação do DNA e a transcrição do RNA.
 Quimioterapia em Câncer:
 Inibem a síntese de DNA e RNA.
 Interferem na função normal do DNA, independente das células serem normais ou
malignas.

10.15. EFEITOS COLATERAIS DOS AGENTES QUIMIOTERÁPICOS


 Os microrganismos podem sofrer mutação e se tornarem resistentes ao agente.
 O paciente pode tornar-se alérgico ao agente.
 Muitos agentes antimicrobianos são tóxicos para o homem, e alguns são tão tóxicos que só
são administrados nos casos de doenças graves para as quais não existe nenhum outro
agente.

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 Com uso prolongado, os antimicrobianos de largo espectro podem destruir a microbiota da


boca, do intestino ou da vagina. Sem esta proteção a pessoa torna-se mais suscetível a
infecções por oportunistas.

10.16. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA


 Três condições devem ser preenchidas para que um antimicrobiano iniba ou mate um
microrganismo:
 Existência de um alvo (microrganismo).
 Antimicrobiano deve ter a capacidade de atingir o alvo.
 Não pode ser inativado antes de atingir o microrganismo.
 Os microrganismos podem ser classificados em:
 Resistência Natural  corresponde a uma característica da espécie, todas as amostras
desta espécie são resistentes.
 Resistência Adquirida  somente parte das amostras da espécie é resistente.

UM ANTIMICROBIANO NÃO INDUZ A RESISTÊNCIA.


ELE FUNCIONA COMO UM SELECIONADOR DOS
MICRORGANISMOS MAIS RESISTENTES EXISTENTES NO
MEIO DE UMA POPULAÇÃO.
 A aquisição de resistência por uma célula bacteriana sensível é sempre decorrência de uma
alteração genética:
 Mutações.
 Aquisição de Plasmídios;
 Transposons.

10.17. MECANISMOS QUE LEVAM A RESISTÊNCIA BACTERIANA


 Produção de enzimas que modificam a molécula do antimicrobiano tornando-o inativo.
 Diminuição da permeabilidade à entrada do antimicrobiano.
 Alteração do alvo (sítio).
 Síntese de novas enzimas que não sofrem ação do antimicrobiano.
 Expulsão do antimicrobiano da célula.

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11. VÍRUS & PRIONS

11.1. VÍRUS
Agentes infecciosos extremamente pequenos (filtráveis).
Parasitos intracelulares obrigatórios.
Virion  Partícula submicroscópica (partícula viral) na forma extracelular.

11.2. CARACTERÍSTICAS VIRAIS


Possuem um único tipo de ácido nucleico (material genético)  DNA ou RNA.
Possuem uma cobertura proteica (cápsula proteica) que envolve o ácido nucleico 
Capsídeo e capsômeros.
Alguns são recobertos por um envelope de lipídios, proteínas e carboidratos  Membrana
plasmática da célula hospedeira.
Multiplicam-se dentro de células vivas utilizando o material genético da célula hospedeira
 Parasitas intracelulares obrigatórios.
Induzem a síntese de estruturas especializadas capazes de transferir o ácido nucleico viral
para outras células  Pili; fímbrias.
Possuem poucas (ou nenhuma) enzimas para seu metabolismo.
Infectam tipos específicos de células de uma única espécie de hospedeiro.
Vírus que infectam bactérias são denominados de Bacteriófagos ou Fagos.
Tamanhos e formas variados.

11.3. ESTRUTURA VIRAL


Ácido Nucleico:
 Somente um tipo de ácido nucleico  DNA ou RNA.
 Pode ser de fita simples ou de fita dupla.
 Pode ser linear ou circular.
 DNA fita dupla; DNA fita simples; RNA fita dupla; RNA fita simples; RNA fita
simples circular.
 Alguns vírus apresentam ácido nucleico segmentado.
Capsídeo:
 Formado por proteínas (subunidades proteicas)  Capsômeros.
 Alguns vírus apresentam o capsídeo coberto por um envelope (lipídeos, proteínas e
carboidratos)  Camada derivada da membrana plasmática da célula hospedeira.
 Vírus envelopados e vírus não-envelopados.

11.4. MORFOLOGIA GERAL


Podem ser classificados em vários tipos morfológicos.
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Depende da forma do capsídeo.


Principais formas:
 Helicoidal  Bastões rígidos ou flexíveis (Vírus da Raiva).
 Poliédrico  Geralmente icosaedro (Adenovírus; Poliovírus).
 Envelopados  Aproximadamente esféricos (Influenza; Simplexvírus).
 Complexos  Capsídeos com estruturas adicionais aderidas:
 Capsídeo poliédrico.
 Bainha helicoidal.
 Fibras da cauda.
 Placa basal.
 Pino.

11.5. REPLICAÇÃO DOS BACTERIÓFAGOS


Ciclo Lítico e Ciclo Lisogênico.
Ciclo Lítico:
 Ancoragem ou Adsorção:
 Fago ancora na célula hospedeira.
 Sítio de adsorção do vírus se liga ao sítio de adsorção da célula hospedeira.
 Penetração:
 Fago injeta o material genético na célula hospedeira.
 Cauda libera uma enzima (LISOZIMA), que destrói a parede celular;
 Capsídeo permanece no lado de fora da célula hospedeira.
 Biossíntese:
 Síntese proteica da célula hospedeira é interrompida pela degradação do DNA
induzida pelo vírus  Proteínas virais que interferem com a transcrição.
 Fago utiliza nucleotídeos e várias enzimas do hospedeiro para sintetizar cópias do
seu DNA.
 Síntese de proteínas virais  Enzimas e capsídeos.
 Maturação:
 Formação completa dos vírus.
 Componentes virais se organizam espontaneamente formando novos vírus.
 Liberação:
 Lisozima é sintetizada dentro da célula hospedeira e destrói a parede celular 
Lise.
 Liberação dos bacteriófagos recém-produzidos que irão infectar novas células.
Ciclo Lisogênico:
 Alguns vírus não causam lise, nem morte da célula hospedeira, ao se multiplicarem;
 No ciclo lisogênico o material genético do vírus é incorporado ao DNA da célula
hospedeira.
 Os fagos que se multiplicam por ambos os mecanismos são denominados  Fagos
lisogênicos ou temperados.
 Células bacterianas hospedeiras  Células lisogênicas.

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 O DNA viral inserido no DNA da célula hospedeira denomina-se PROFAGO.


 Sempre que o DNA da célula hospedeira se replica, o DNA viral (Profago) também é
replicado.
 Ações físicas ou químicas podem levar ao início do ciclo lítico.
 Consequências do ciclo lisogênico:
 Células lisogênicas são imunes à reinfecção pelo mesmo fago  Mas não são
imunes à infecção por outros tipos de fagos.
 Células hospedeiras podem vir a apresentar novas características:
 Corynebacterium diphtheriae  Toxina diftérica codificada por um profago.
 Streptococcus spp.  Toxina relacionada com escarlatina.
 Clostridium botulinum  Toxina botulínica.
 Vibrio cholerae  Toxina colínica.
 Transdução especializada  Genoma do fago é removido e transferido para outra
célula levando genes adjacentes do DNA da célula hospedeira, dentro do
capsídeo.

11.6. REPLICAÇÃO DE VÍRUS DE EUCARIONTES


Adsorção:
 Sítios de adsorção distribuídos na superfície do vírus.
 Os sítios de ancoragem são proteínas da membrana plasmática e glicoproteínas da
célula do hospedeiro.
Penetração  O capsídeo entra por endocitose ou por fusão.
Decapsidação  Remoção enzimática das proteínas do capsídeo.
Biossíntese:
 No núcleo  Vírus de DNA.
 Citoplasma  Vírus de RNA.
Infecção Crônica:
 Semelhante à lisogenia dos bacteriófagos.
 Genoma viral integrado ao genoma da célula hospedeira  PROVÍRUS.
 Latência  Infecções virais lentas.
 Infecção Latente  Quando um vírus infecta uma célula e não há produção de
partículas virais infecciosas.
Liberação:
 Vírus envelopados brotam da célula do hospedeiro.
 Vírus não-envelopados rompem a membrana plasmática da célula do hospedeiro.

11.7. CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS


Classificação de Baltimore  De acordo com o tipo de material genético.
CLASSE I  DNA fita dupla (dsDNA):
dsDNA RNA-m PTN’s Virais

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CLASSE II  DNA fita simples (ssDNA):


ssDNA dsDNA RNA-m PTN’s Virais

CLASSE III  RNA fita dupla (dsRNA)  Dependente da RNA-polimerase 


Transcreve o RNA para RNA-m:
dsRNA RNA-m PTN’s Virais

CLASSE IV  RNA fita simples (+ssRNA)  +ssRNA = RNA-m:


+ssRNA –ssRNA

PTN’s Virais

CLASSE V  RNA fita simples (–ssRNA)  RNA-polimerase:


–ssRNA +ssRNA
PTN’s Virais
(RNA-m)

CLASSE VI  Retrovírus RNA fita simples (+ssRNA-RT)  Enzima Transcriptase


Reversa  Transcreve RNA em DNA:
+ssRNA ssDNA dsDNA RNA-m PTN’s Virais

CLASSE VII  Retrovírus DNA fita dupla (dsDNA-RT)  Com RNA intermediário
 Transcriptase Reversa:
dsDNA +ssRNA ssDNA dsDNA RNA-m PTN’s Virais

11.8. CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA


CLASSIFICAÇÃO NOMENCLATURA EXEMPLO
ORDEM ...virales Mononegavirales
FAMÍLIA ...viridae Paramyxoviridae
SUBFAMÍLIA ...virinae Paramyxovirinae
GÊNERO ...virus Morbillivirus
ESPÉCIE Vírus do(a) ... (Doença) Vírus do Sarampo

11.9. PRINCIPAIS FAMÍLIAS


CLASSE I (dsDNA):
 Adenoviridae  Infecções respiratórias.
 Herpesviridae  Herpes; varicela (catapora).
 Poxviridae  Varíola.
 Papovaviridae  Papiloma; verruga.

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CLASSE II (ssDNA):
 Parvoviridae  Anemia em imnucomprometidos.
 Circoviridae  Circovirose suína.
 Inoviridae  Bacteriófago.
 Microviridae  Bacteriófago.
CLASSE III (dsRNA):
 Reoviridae  Gastroenterite (Rotavírus); infecções respiratórias.
CLASSE IV (+ssRNA):
 Picornaviridae  Poliomielite; hepatite A; resfriados.
 Caliciviridae  Hepatite E; gastroenterite (Norovírus).
 Togaviridae  Rubéola.
 Flaviviridae  Hepatite C; febre amarela; dengue; encefalite.
 Coronaviridae  Infecções respiratórias; gripe comum; COVID-19.
CLASSE V (–ssRNA):
 Rabdoviridae  Raiva; estomatite vesicular.
 Paramixoviridae  Parainfluenza; caxumba; doença de Newcastle.
 Orthomixoviridae  Influenza; gripe.
 Deltaviridae  Hepatite D.
 Filoviridae  Ebola; marburg.
 Bunyaviridae  Hantavirose.
CLASSE VI (+ssRNA-RT):
 Retroviridae  Tumores; leucemia; AIDS.
CLASSE VII (dsDNA-RT):
 Hepadnaviridae  Hepatite B.

11.10. CLASSIFICAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA


Vírus causadores de gastroenterites.
Vírus transmitidos por artrópodes  Arbovírus.
Vírus respiratórios.
Vírus sexualmente transmitidos.
Vírus causadores de hepatites.

11.11. PRINCIPAIS MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DAS VIROSES


Ar.
Água e alimentos.
Vetores e/ou reservatórios.
Infecções sexualmente transmissíveis (mucosas e/ou sangue).

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AR VETORES e/ou RESERVATÓRIOS


Rubéola Dengue
Gripe / Resfriado Febre Amarela
Caxumba Raiva
Poliomielite IST (MUCOSAS e/ou SANGUE)
Sarampo AIDS
Varicela Hepatite B
ÁGUA & ALIMENTOS Hepatite C
Hepatite A Herpes
Rotavírus Papiloma

11.12. PRIONS
Protenaceous Infectious Particle  Partícula Proteica Infecciosa.
Não contêm ácido nucléico para comandar a síntese da progênie  São formas anormais
de proteínas celulares.
Stanley Prusiner (1982)  Proteínas infecciosas  SCRAPIE:
 Doença neurológica.
 Encefalopatias espongiformes.
 Vacúolos cerebrais.
Doenças humanas:
 Kuru.
 Creutzfeldt-Jakob (CJD).
 Síndrome de Gerstmann-Sträussler-Scheinker.
 Insônia Familiar Fatal.
Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB / BSE)  Doença da Vaca Louca:
 Gado alimentado com ração a base de carne de ovelhas.

11.13. HIPÓTESE
Proteína Prion (PrP)  gene de um DNA normal.
Proteína Prion Anormal (PrPSc)  forma anormal em animais com SCRAPIE.
Sc  prion sickness (doença por prion).
PrPSc causa mudança em PrP transformando-o em PrPSc.

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12. PATOGENICIDADE E PREVENÇÃO DAS DOENÇAS


TRANSMISSÍVEIS

12.1. DOENÇAS E INFECÇÕES


Doenças que não são causadas por patógenos:
 Mau funcionamento de um órgão  Diabete e hipertireoidismo.
 Deficiência de vitaminas  Escorbuto e raquitismo.
 Resposta alérgica  Asma.
 Crescimento descontrolado de células  Tumor e câncer.
Doenças infecciosas  Causadas por patógenos.
Quando não ocorre infecção:
 Instalação do patógeno em local errado.
 Número de patógenos.
 Fatores antimicrobianos  Destruição ou inibição.
 Microbiota endógena  Competição.
 Presença de anticorpos.
 Presença de fagócitos.

12.2. DESENVOLVIMENTO DA INFECÇÃO


Ocorre quando os patógenos são capazes de entrar no hospedeiro, se aderirem, se
multiplicarem e causarem danos aos tecidos.
INFECÇÃO  INFLAMAÇÃO.
INFLAMAÇÃO  EDEMA + RUBOR + CALOR + DOR.

12.3. PROCESSO DA DOENÇA


INFECÇÃO LOCAL  Patógeno fica confinado a uma única área.
INFECÇÃO GENERALIZADA (SISTÊMICA)  Patógeno emerge dos locais de foco e
invade os tecidos ou é carregado para outros órgãos.
DOENÇA AGUDA  Tem um rápido desenvolvimento seguido por uma recuperação
rápida.
DOENÇA CRÔNICA  Inicia-se de forma lenta e tem longa duração;
DOENÇA ASSINTOMÁTICA  Alcança um estágio no qual não há sintomas 
Conhecida como uma INFECÇÃO LATENTE ou considerada em ESTÁGIO
LATENTE.
DOENÇA (INFECÇÃO) PRIMÁRIA  Doença infecciosa que é a primeira doença ou a
doença original.
DOENÇA (INFECÇÃO) SECUNDÁRIA  Causada por patógeno que invade
organismo de imunodeprimidos.

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ESTÁGIOS DA INFECÇÃO:
 INCUBAÇÃO  Quando não há sintomas.
 PRODRÔMICO  Durante o qual o paciente sente-se mal mas os sintomas reais
ainda não ocorreram.
 DOENÇA  Com progressão de sintomas.
 CONVALESCÊNCIA, INCAPACIDADE ou MORTE.

12.4. MECANISMOS DE DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA


VIRULÊNCIA  Refere-se ao grau de patogenicidade:
 PATOGENICIDADE  Capacidade dos patógenos de causarem doença, está
relacionada com o poder de:
 INFECTIVIDADE.
 INVASIBILIDADE.
 TOXIGENICIDADE.
 FATORES DE VIRULÊNCIA  Propriedades ou características que contribuem
para a virulência de um patógeno.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS ASSOCIADAS À INFECÇÃO
(INFECTIVIDADE):
 ADESINAS  Moléculas de superfície.
 CÁPSULAS  Fixação aos tecidos e resistência à fagocitose.
 FLAGELOS  Motilidade das bactérias.
 PILI (FÍMBRIAS)  Adesão nas células.
 DOSE INFECTANTE  Carga infecciosa:
 Shigella spp.  <100 células.
 Salmonella spp.  >100.000 células.
 Vibrio cholerae  100.000.000 de células.

ENZIMAS ASSOCIADAS À INVASIBILIDADE:


 COAGULASE  Staphylococcus aureus  Coagula o plasma, formando uma capa de
FIBRINA ao redor da bactéria protegendo-a contra os fagócitos.
 QUINASE (FIBRINOLISINA)  Dissolve coágulos de FIBRINA, permitindo a
invasão e disseminação da bactéria pelo corpo.
 HIALURONIDASE  Staphylococcus aureus e Streptococcus spp.  Dissolve o ÁCIDO
HIALURÔNICO que mantém as células tissulares unidas, favorecendo a disseminação
da bactéria.
 COLAGENASE  Clostridium spp.  Degrada COLÁGENO, ajudando na
disseminação.
TOXINAS E ENZIMAS ASSOCIADAS À TOXIGENICIDADE:
 HEMOLISINA  Streptococcus spp. Lise de ERITRÓCITOS, fornecendo FERRO à
bactéria.

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64

 LEUCOCIDINA  Staphylococcus aureus e Streptococcus spp. Lise dos LEUCÓCITOS


(Macrófagos).
 LECITINASE  Degrada os fosfolipídios (LECITINA).
 EXOTOXINAS  Proteínas secretadas pelas bactérias vivas (Citotoxinas,
Neurotoxinas, Enterotoxinas  Esfoliativas, Eritrogênicas, Cardiotoxinas,
Nefrotoxinas):
 Toxina Diftérica  Corynebacterium diphteriae  Citotoxina que inibe a síntese de
proteínas de células do sistema nervoso.
 Toxina Eritrogênica  Streptococcus pyogenes  Citotoxina que lesiona os capilares
sanguíneos sob a pele.
 Toxina Botulínica  Clostridium botulinum  Neurotoxina que impede a
transmissão de impulsos das células nervosas ao músculo  Paralisia muscular ou
paralisia flácida.
 Toxina Tetânica  Clostridium tetani  Neurotoxina conhecida como
Tetanospasmina  Atinge o sistema nervoso central  Sintomas convulsivos.
 Enterotoxina Colérica  Vibrio cholerae  Aumenta a secreção de grandes
quantidades de líquidos e eletrólitos  Diarreia e vômitos.
 Enterotoxina Estafilocócica  Staphylococcus aureus  Diarreia e vômitos.
 ENDOTOXINAS  Lipídios presentes na membrana externa de LPS das bactérias
Gram-negativas  Destruição de fagócitos; distúrbio no equilíbrio hídrico intestinal;
desidratação; infecções secundárias:
 Agem quando a bactéria Gram-negativa morre  Parede celular sofre lise 
Liberação de endotoxina.
 Ativam proteínas da coagulação  Formação de coágulos.
 São pirogênicas  Produzem febre e reações de hipersensibilidade;
 Causam choque séptico ou choque endotóxico  Aumento da permeabilidade
dos capilares sanguíneos  Perda de líquidos  Queda da pressão arterial 
Choque.

PROPRIEDADES EXOTOXINA ENDOTOXINA


Parede celular da bactéria
Produto do metabolismo
ORIGEM Liberado com a lise
bacteriano
bacteriana
CONSTITUIÇÃO Proteína Lipídica
Citotóxico
AÇÃO Neurotóxico Circulação sanguínea
Enterotóxico
TOXICIDADE Alta Baixa
FEBRE Não Sim

12.5. EPIDEMIOLOGIA E TRANSMISSÃO DE DOENÇA


ENDEMIAS  Sempre presentes numa população ou comunidade, em geral envolvendo
relativamente poucas pessoas, porém a doença nunca desaparece completamente.

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65

EPIDEMIAS  Infecções que aumentam acima do normal numa área, dentro de um


período determinado.
PANDEMIAS  São epidemias de doenças específicas que ocorrem em todo o mundo.
DOENÇAS ESPORÁDICAS NÃO-ENDÊMICAS  Doenças que não apresentam
padrão endêmico, podendo ocorrer ocasionalmente.

12.6. RESERVATÓRIOS DE AGENTES INFECCIOSOS


São fontes de microrganismos que causam doenças infecciosas.
RESERVATÓRIO  Qualquer lugar onde o patógeno pode se multiplicar ou sobreviver
até ser transferido para o hospedeiro.
PORTADOR INCUBADOR  Indivíduo que carrega o patógeno sem manifestar
sintomas.
PORTADOR CONVALESCENTE  Transmite o patógeno durante a fase de
recuperação.
PORTADOR ATIVO  Continua a abrigar o patógeno indefinidamente.
PORTADOR PASSIVO  Carrega o patógeno sem mesmo ter tido a doença.
RESERVATÓRIOS INANIMADOS  Ar, solo, poeira, alimentos, água e fômites.

12.7. MODOS DE TRANSMISSÃO (CONTÁGIO) DE DOENÇAS


DIRETA  O microrganismo é transmitido diretamente entre os seres vivos  Ar;
perdigotos; pele.
INDIRETA  Ocorre quando um agente etiológico é transmitido via água, alimentos,
sangue ou fômites contaminados com microrganismos causadores de doença.
ATRAVÉS DE VETORES:
 VETORES  Seres vivos que transportam microrganismos e que potencialmente
podem transmiti-los a indivíduos sadios.
 VETORES MECÂNICOS Seres vivos que transportam microrganismos adquiridos
do ambiente nas superfícies de seus corpos ou aparelhos bucais e que ao entrar em
contato com outro ser vivo pode contaminá-lo com os microrganismos que
transportam.
 VETORES BIOLÓGICOS  Seres vivos que transportam em seus órgãos internos
algum tipo de microrganismo patogênico que se vale do vetor para realizar parte de seu
ciclo vital (HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO), e que são transmitidos a outros
seres vivos, então denominados HOSPEDEIROS DEFINITIVOS, por contágio
direto (insetos hematófagos) ou indireto (larvas).

12.8. CONTROLE DAS DOENÇAS INFECCIOSAS


Notificar casos de doenças transmissíveis.
Saneamento básico.

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Educação sanitária.
Investigação e/ou estudos epidemiológicos.
Conhecer os mecanismos de transmissão das doenças.
Identificação e controle dos reservatórios e vetores das infecções.
Isolamento e tratamento das pessoas.
Programas de imunização.

12.9. INFECÇÕES HOSPITALARES


INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS).
DESENVOLVIMENTO DAS INFECÇÕES HOSPITALARES:
 INFECÇÕES ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE  Presentes ou incubadas na
ocasião da admissão hospitalar.
 INFECÇÕES HOSPITALARES (NOSOCOMIAIS).
 INFECÇÕES IATROGÊNICAS  Causadas pelos profissionais da saúde (médicos,
enfermeiros).
 AUMENTO DAS INFECÇÕES NOSOCOMIAIS:
 Uso indiscriminado de antibióticos de largo espectro.
 Longo período de duração das cirurgias.
 Superlotação.
 Descuido no controle de infecção.
 Aumento do uso de agentes anti-inflamatórios e imunossupressores.

MICRORGANISMOS MAIS COMUNS (ESKEP):


 Escherichia coli
 Staphylococcus aureus
 Klebsiella spp.
 Enterococcus spp.
 Pseudomonas spp.
Principalmente no trato urinário, ferimentos, queimaduras, infecções respiratórias e
cirurgias.
PACIENTES MAIS VULNERÁVEIS:
 Crianças prematuras e recém-nascidos.
 Parto.
 Pós-cirurgia e queimaduras.
 Diabéticos e cancerosos.
 Tratamento com esteroides, anticâncer, radiação e corticoides.
 Imunodeficientes, diálise renal ou cateterização.

12.10. MEDIDAS GERAIS DE CONTROLE


PREVENÇÃO DA CONTAMINAÇÃO PELO AR:
 Cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar.
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 Limite de pessoas no quarto.


 Remover sujeira e poeira do quarto.
 Abrir o quarto (arejar e luz).
 Enrolar as roupas de cama com cuidado, evitando a dispersão de microrganismos.
MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS E UTENSÍLIOS NA ALIMENTAÇÃO:
 Alimento fresco com qualidade.
 Armazenamento e refrigeração adequada.
 Manipulação adequada do alimento.
 Lavagem das mãos.
 Cobrir cabelos e roupas.
 Exames periódicos de saúde.
 Limpeza dos equipamentos.
MANIPULAÇÃO DE FÔMITES:
 Equipamentos descartáveis.
 Desinfecção e esterilização dos equipamentos.
 Usar equipamento individualizado para cada paciente.
LAVAGEM DAS MÃOS:
 Mãos limpas todo o tempo.
 Usar luvas ou pinças para manipulação de materiais contaminados.
 Lavar as mãos com sabão desinfetante antes e após contato com paciente.

12.11. PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DA INFECÇÃO


ASSEPSIA MÉDICA  Excluir todos os microrganismos patogênicos do ambiente
(limpeza);
ASSEPSIA CIRÚRGICA  Excluir todos os microrganismos do ambiente cirúrgico
(esterilização);
PRECAUÇÕES UNIVERSAIS COM AS SUBSTÂNCIAS DO CORPO:
 Mãos sempre lavadas.
 Uso de luvas, jalecos, máscara e protetor para os olhos.
 Manipulação cuidadosa com objetos perfurantes (cortantes ou afiados).
 Sangue  Amostra biológica perigosa.

12.12. ISOLAMENTO DE PACIENTES


Prevenir a disseminação para pessoas suscetíveis.
Proteger um paciente muito suscetível.
ISOLAMENTO REVERSO  Imunocomprometidos:
 ISOLAMENTO PROTETOR OU NEUTROPÊNICO.
 Pacientes vulneráveis à infecção:
 Queimaduras graves.
 Leucemia.
 Transplantados.
 Imunodeficientes.
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 Crianças prematuras.
FONTE DE ISOLAMENTO:
 Pacientes com doenças contagiosas  Isolamento dos agentes infecciosos, evitando a
disseminação dos patógenos.
TÉCNICAS DE ISOLAMENTO:
 OBJETIVO  Imediata destruição dos patógenos nas secreções infecciosas do
paciente.
 Equipamentos descartáveis ou que possam ser lavados e esterilizados.
LAVAGEM DAS MÃOS:
 Evita a transmissão dos patógenos para o paciente ou do paciente para outras pessoas.
JALECOS; MÁSCARAS; LUVAS.

12.13. ELIMINAÇÃO DO LIXO HOSPITALAR


REGULAMENTOS GERAIS:
 Recipiente do lixo feito com material resistente.
 Remoção frequente de todo tipo de sujeira.
 Programa de controle de infecções  Manipulação e eliminação de objetos
contaminados.
INSTRUMENTOS PERFURANTES E DESCARTÁVEIS:
 Agulhas não devem ser recolocadas na capa protetora; dobradas ou quebradas com as
mãos; nem removidas das seringas descartáveis.
 Seringas descartáveis, lâminas de bisturi e objetos perfurantes  Colocados em
recipientes próprios de descarte.
AMOSTRAS DE LABORATÓRIO:
Colocados em recipiente próprio, com tampa para impedir o vazamento e/ou
contaminação.

12.14. MEDIDAS DE CONTROLE DE DOENÇA AMBIENTAL


SAÚDE PÚBLICA:
 Aumentar a resistência do hospedeiro  VACINAS.
 Segregar, isolar e tratar aqueles que contraíram uma doença contagiosa, evitando a
disseminação.
 Identificar e controlar os reservatórios e os vetores das doenças infecciosas.
SUPRIMENTOS DE ÁGUA E ELIMINAÇÃO DE ESGOTO:
 Poluição Química  CHUVA ÁCIDA.
 Poluição Biológica  Matéria Orgânica.
 FONTES DE CONTAMINAÇÃO DE ÁGUA.
 TRATAMENTO DE ÁGUA.
 TRATAMENTO DE ESGOTOS.

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12.15. CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO

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13. DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO

13.1. COLETA DE ESPÉCIMES (AMOSTRAS)

FUNÇÃO DO PROFISSIONAL:
Extremo cuidado na coleta, manipulação e processamento de espécimes:
 Minimizar a contaminação por microbiota normal.
 Envio rápido para o laboratório.
 Alguns podem ser mantidos sob refrigeração.
 Material identificado.
Coleta e manipulação inadequada:
 Agente causador pode não ser encontrado ou pode ser destruído.
 Crescimento excessivo da microbiota endógena pode mascarar o patógeno.
 Contaminantes podem interferir com a identificação dos patógenos.

COLETA ADEQUADA DE ESPÉCIMES:


Espécimes coletadas de maneira estéril.
Espécimes obtidas antes de uma terapia antimicrobiana.
Estágio agudo da doença é o período mais apropriado para a coleta.
Evitar danos, desconforto ou dificuldades desnecessárias ao paciente.
Espécimes protegidos do calor e do frio e enviados rapidamente ao laboratório.
Recipiente adequadamente rotulado e identificado.

TIPOS DE ESPÉCIMES:
SANGUE:
 Seringas; agulhas e tubos descartáveis.
URINA:
 Primeira urina da manhã.
 Fluxo urinário mediano.
FLUIDO CÉREBRO-ESPINHAL:
 Punção lombar;
SWAB DE MEMBRANAS:
 Uso de swabs (suabes) estéreis.
 Meio para transporte num tubo estéril.
ESCARRO:
 Cuspir material oriundo da tosse dentro de frasco estéril.
 Evitar contaminar com a saliva.
 Extremo cuidado se a suspeita for TUBERCULOSE.

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FEZES:
 Levar imediatamente ao laboratório.
 Evitar a queda da temperatura  pH baixo  Morte de Shigella spp. / Salmonella spp.
(bactérias patogênicas).
ÁGUA / ALIMENTOS:
 Frascos (recipientes) de coleta esterilizados.
 Água tratada  Tiossulfato de Sódio.
 Armazenar sob refrigeração.
 Analisar até 24 horas.

13.2. REMESSA DE ESPÉCIMES

MEIO DE TRANSPORTE:
É um meio de cultivo que permite manter a viabilidade bacteriana até o seu cultivo ou até a
sua identificação:
 Solução Salina / Tampão Fosfato / Meio Cary-Blair.
 MIF  Mertiolate + Iodo + Formol.

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MEIOS DE TRANSPORTES:


A amostra clínica deve ser inoculada rapidamente no meio de transporte.
pH adequado à sobrevivência bacteriana.
Composição do meio de transporte compatível com a sobrevivência das bactérias.

13.3. DIAGNÓSTICOS MICROBIOLÓGICO


PROVAS DE IDENTIFICAÇÃO:
 Método de GRAM.
 Método de ZIEHL-NEELSEN.
 Meios indicadores, seletivos e diferenciais.
 Testes bioquímicos.
 Sorotipagem.
 Diagnóstico molecular  PCR.
TÉCNICA DE SEMEADURA:
 Isolamento de microrganismos:
 Características morfotintoriais.
 Características bioquímicas.
 Características de patogenicidade.
 Características sorológicas.
 Semeadura  Inoculação de microrganismos em um meio de cultura a partir da
amostra.
 Repique  Transferência de microrganismos de um meio de cultura para outro.

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TIPOS DE SEMEADURAS E/OU REPIQUES:


 Meios sólidos inclinados:
 Esgotamento (estriamento) de alça bacteriológica.
 Picada  Agulha bacteriológica.
 Meios sólidos em placas de Petri:
 Esgotamento em superfície  Alça bacteriológica.
 Espalhamento em placa  Tapete uniforme de crescimento microbiano:
 Swab (Zaragatoa / Suabe).
 Alça de Drigalsky  Técnica de espalhamento em superfície  “Spread
Plate”.
 Inoculação em profundidade  “Pour Plate”.
 Meios semissólidos:
 Picada  Agulha bacteriológica.
 Meios líquidos:
 Alça bacteriológica.
 Pipetas.
 Micropipetas com ponteiras.
MEIOS DE CULTURA  Isolamento do microrganismo:
 Ágar Sangue  Streptococcus spp.
 Ágar Manitol Salgado  Staphylococcus spp.
 Ágar Baird-Parcker  Staphylococcus spp.
 Ágar MacConkey  Enterobactérias.
 Ágar Eosina Azul Metionina  Enterobactérias.
 Ágar Löwenstein Jensen  Mycobacterium tuberculosis
 Colimetria  Técnica do Número Mais Provável (NMP).
 Ágar Sabouraud Dextrose  Mofos, bolores e leveduras.
 Ágar Batata Dextrose  Mofos, bolores e leveduras.
 Meios cromogênicos.
TESTE DE SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS (TSA):
 Anteriormente conhecido como Antibiograma.
 É um exame rotineiramente feito em microbiologia clínica para avaliar a capacidade de
um antimicrobiano de inibir o crescimento de bactérias em meio de cultura.
 Este teste é essencial na escolha do agente antimicrobiano a ser usado na terapia do
doente
 Teste qualitativo:
 Método de difusão de disco antimicrobiano em placas  Ágar Müeller-Hinton 
Técnica de Kirby-Bauer.
 Utiliza discos de papel de filtro impregnados com antimicrobianos.

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 Teste quantitativo  Concentração Inibitória Mínima (CIM / MIC):


 Diluição em caldo  Macrodiluição e microdiluição  Utiliza microplacas ou
tubos de ensaio.
 E-test  Utiliza fita plástica impregnada por concentrações crescentes de
antimicrobiana em uma de suas faces  CIM.
 Automatizados.
 Medida do halo de inibição  Consultar tabela para classificação:
 Microrganismos SENSÍVEIS  Infecção pode ser tratada pelo antimicrobiano
testado, pois houve inibição do crescimento microbiano.
 Microrganismos INTERMEDIÁRIOS  Usar maior concentração do
antimicrobiano para conseguir combater a infecção  aplicação do
antimicrobiano somente em sítios onde o antimicrobiano é mais concentrado ou
quando doses maiores podem ser utilizada.
 Microrganismos RESISTENTES  Infecção não é inibida pelo antimicrobiano
testado  a infecção não poderá ser tratada pelo antimicrobiano, pois os
microrganismos não foram inibidos.
 Interação medicamentosa:
 SINERGISMO  combinação de antimicrobianos potencializa a atividade
antimicrobiana.
 INDIFERENTE  combinação dos antimicrobianos apresenta a mesma ação de
quando estes estavam isolados.
 ANTAGONISMO  combinação diminui ou inibe a atividade antimicrobiana.

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PRINCIPAIS DOENÇAS INFECCIOSAS


VIROSES – DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
VIROSES TRANSMISSÃO PREVENÇÃO SINTOMAS
Como o vírus do HIV destrói os linfócitos (células de
 Uso de preservativos (camisinha) nas relações sexuais; defesas), o sistema imunitário fica fraco (debilitado),
 Relações sexuais com parceiros portadores  Uso de sangue não contaminado em transfusões deficiente. Assim o indivíduo fica exposto às mais
do vírus; sanguíneas; diversas doenças infecciosas. Essas infecções
 Transfusões com sangue contaminado;  Esterilizar agulhas e seringas ou usar agulhas e seringas oportunistas é que podem levar a pessoa à morte.
AIDS ou SIDA descartáveis; Porém, alguns sintomas podem ser verificados, tais
 Uso de seringas e agulhas contaminadas;
 Evitar gravidez e amamentação de mulheres portadoras como:
 Mulheres grávidas portadoras podem do HIV;
transmitir através da placenta ou pelo leite  Manchas pelo corpo;
materno.  Evitar o uso de várias pessoas (coletivo) de materiais  Diarreia;
cortantes ou perfurantes (giletes, agulhas, alicates,  Febre alta;
tesouras, etc.).  Prostração (cansaço).
 Tratamento das pessoas doentes;
 Tanto o herpes labial quanto o herpes genital, produzem
 Contato direto com pessoas portadoras da  Evitar contato íntimo com as pessoas que apresentam os
HERPES pequenas bolhas (vesículas) cheias de líquido,
doença, que estejam apresentando os sintomas;
doloridas, que ficam juntas. Quando as bolhas se
sintomas.  Separar toalhas, copos e talheres das pessoas que estejam rompem, surgem feridas e inchaços.
apresentando os sintomas.
 Através da mordedura de cães ou gatos
infectados, uma vez que o vírus se  Vacinação anual de cães e gatos;
RAIVA ou encontra na saliva desses animais;  O vírus ataca o sistema nervoso e na fase terminal da
 Pessoas que tenham sido mordidas por animais suspeitos, doença ocorrem convulsões e paralisia dos músculos
HIDROFOBIA  Também pode ser transmitido por animais devem procurar imediato atendimento médico, para respiratórios, levando o indivíduo à morte.
silvestres, tais como: morcegos, quatis, tomarem vacina e soro antirrábicos.
raposas, macacos, etc.
 Vacinação;  Febre;
 Contato direto e através da saliva de
RUBÉOLA  Evitar contato com pessoas doentes;  Prostração;
pessoas doentes.
 Evitar locais fechados.  Manchas avermelhadas na pele.
 Icterícia (pele amarelada);
 Vacinação;
 Através da água e alimentos contaminados,  Febre;
 Usar somente água tratada;
além de serem eliminados no meio  Dores de cabeça;
HEPATITE A  Lavar bem os alimentos do consumo;
ambiente juntamente com fezes da pessoa  Náuseas;
infectada.  Evitar o banho em águas poluídas;
 Vômitos;
 Tratamento de água e esgotos.
 Dores musculares.

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VIROSES – DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS


VIROSES TRANSMISSÃO PREVENÇÃO SINTOMAS
 Icterícia (pele amarelada);
 Através de transfusões com sangue  Vacinação;  Febre;
contaminado;  Transfusões sanguíneas com sangue não contaminado;  Dores de cabeça;
HEPATITE B
 Relações sexuais com pessoas doentes;  Uso de preservativos (camisinha);  Náuseas;
 Da mãe para o feto, através da placenta.  Evitar a gravidez em mulheres portadoras.  Vômitos;
 Dores musculares.
 Através de transfusões com sangue  NÃO EXISTE VACINA;  Geralmente a doença é assintomática (não apresenta
contaminado;  Transfusões sanguíneas com sangue não contaminado; sintomas), mas alguns doentes podem desenvolver:
HEPATITE C
 Relações sexuais com pessoas doentes;  Uso de preservativos (camisinha); icterícia, dores de cabeça e de garganta, vômitos e
 Da mãe para o feto, através da placenta.  Evitar a gravidez em mulheres portadoras. fadiga.
 Combate aos mosquitos transmissores;  Dores musculares;
 O vírus da dengue é transmitido aos  Evitar o acúmulo de água no interior de garrafas, latas  Febre;
DENGUE humanos, através da picada das fêmeas do vazias, pneus velhos, vasos de flores;  Manchas avermelhadas pelo corpo;
mosquito Aedes aegypti.  Usar tela protetora em janelas e portas;  Dores pelo corpo;
 Uso de inseticidas.  Sensação de cansaço.
 Febre alta;
 Calafrios;
 Combate aos mosquitos transmissores;
 Dores de cabeça e musculares;
 O vírus da febre amarela é transmitido  Evitar o acúmulo de água no interior de garrafas, latas
FEBRE  Prostração;
aos humanos, através da picada das fêmeas vazias, pneus velhos, vasos de flores;
AMARELA  Sede intensa;
do mosquito Aedes aegypti.  Usar tela protetora em janelas e portas;
 Dor e estômago;
 Uso de inseticidas.
 Náuseas;
 Vômitos.
 Febre;
 Vacinação somente com a orientação médica;
 Mal-estar;
 Através de gotículas de saliva ou de  Evitar contato com pessoas doentes;
GRIPE &  Dores de cabeça e no corpo;
RESFRIADO secreção respiratória eliminadas no ar por  Evitar locais fechados;
meio de tosse, espirro, fala ou ar expirado.  Coriza (eliminação de muco pelo nariz);
 Alimentação adequada (frutas, sucos, saladas e muito
líquido).  O resfriado apresenta sintomas semelhantes, porém
mais brando e com menor duração.

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VIROSES – DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS


VIROSES TRANSMISSÃO PREVENÇÃO SINTOMAS
 Mal-estar;
 Vacinação;  Dor de cabeça;
 Através de gotículas de saliva eliminadas no  Evitar contato com pessoas doentes;  Febre;
CAXUMBA ar e por objetos contaminados, como  Evitar locais fechados;  Inchaço das glândulas parótidas;
talheres, toalhas, etc.  Separar toalhas, copos e talheres das pessoas que estejam  Nos casos mais graves, o vírus pode atingir os
apresentando os sintomas. testículos ou os ovários, podendo tornar o doente
estéril.
 Febre;
 Mal-estar;
POLIOMIELITE  Através de gotículas de saliva e secreções
ou PARALISIA respiratórias eliminadas no ar, além de  Vacinação.  Paralisia em músculos locomotores (principalmente
INFANTIL alimentos e objetos contaminados. dos membros inferiores);
 Pode ocorrer paralisia dos músculos respiratórios,
levando a pessoa doente à morte.
 Vacinação.  Febre alta;
 Através de gotículas de saliva e secreções
SARAMPO  Evitar contato com pessoas doentes;  Tosse;
respiratórias eliminadas no ar.
 Evitar locais fechados.  Vermelhidão por todo o corpo.

 Vacinação;  Aparecimento de pequenas vesículas (feridas)


 Através de gotículas de saliva ou por  Evitar contato com pessoas doentes; espalhadas pelo corpo;
CATAPORA ou
objetos contaminados, como talheres e  Evitar locais fechados;  Febre;
VARICELA
toalhas.  Separar toalhas, copos e talheres das pessoas que estejam  Náuseas;
apresentando os sintomas.  Vômitos.

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BACTERIOSES – DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS


BACTERIOSES
TRANSMISSÃO PREVENÇÃO SINTOMAS
(Agente causador)
 Evitar beber água que não tenha sido tratada,
fervida ou clorada;
 Proteger os alimentos para evitar a contaminação;
 Diarreia esbranquiçada (lembra a água de arroz);
CÓLERA  Através de água e de alimentos  Evitar o consumo de alimentos preparados em
(Vibrio cholerae)  Vômitos;
contaminados pela bactéria. locais de higiene duvidosa;
 Cólicas intestinais.
 Cuidados higiênicos, como lavar bem as mãos antes
das refeições;
 Lavagem de frutas e verduras.
 Através de gotículas de saliva e
COQUELUCHE secreções respiratórias eliminadas
(Haemophilus pertussis)  Vacinação.  Tosse frequente e prolongada.
pelo doente por meio de espirros,
tosse ou fala.
GONORRÉIA ou  Corrimento com pus no pênis ou vagina;
 Relações sexuais com parceiros  Uso de preservativos (camisinha) nas relações
BLENORRAGIA  Ardência ao urinar;
(Neisseria gonorrhoeae) portadores da bactéria. sexuais.
 Pode provocar esterilidade.
 Evitar andar descalço (principalmente em dias de
chuvas);
 Evitar beber água que não tenha sido tratada,
 Através da água, alimentos e fervida ou clorada; Proteger os alimentos para evitar  Febre;
LEPTOSPIROSE objetos contaminados pela urina a contaminação;  Dor de cabeça;
(Leptospira interrogans) de animais infectados com a  Evitar o consumo de alimentos preparados em  Vômitos;
bactéria. locais de higiene duvidosa;  Dores musculares.
 Cuidados higiênicos, como lavar bem as mãos antes
das refeições;
 Lavagem de frutas e verduras.
 Através do contato direto com a
HANSENÍASE pessoa contaminada (é muito
(Mycobacterium leprae)  Vacinação (apenas com o pedido do médico).  Lesões cutâneas, oculares e de nervos.
importante saber que a
capacidade de contágio é baixa).

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BACTERIOSES – DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS


BACTERIOSES
TRANSMISSÃO PREVENÇÃO SINTOMAS
(Agente causador)
 Através de contato com objetos
MENINGITE contaminados, como talheres e  Dores de cabeça e de garganta;
 Vacinação;
MENINGOCÓCICA copos;  Febre alta;
(Neisseria menigitidis)  Evitar locais totalmente fechados.
 Através do sistema respiratório  Rigidez na nuca.
(ar contaminado).
 Através de transfusões com
sangue contaminado com a 
 Transfusões sanguíneas com sangue não Lesões no sistema nervoso central;
bactéria;
SÍFILIS ou LUES contaminado;  Cegueira;
 Relações sexuais com pessoas
(Treponema pallidum)  Uso de preservativos (camisinha);  Paralisia geral;
doentes;
 Evitar a gravidez em mulheres portadoras.  Morte.
 Da mãe para o feto, através da
placenta.
 Através da penetração no corpo  Dor de cabeça;
humano da bactéria causadora  Vacinação;  Febre;
TÉTANO
(Clostridium tetani) por meio de ferimentos, contato  Aplicação do soro antitetânico no caso de suspeita  Rigidez na nuca, no pescoço e na mandíbula;
com terra ou objetos de contágio.  Paralisia dos músculos respiratórios;
contaminados.  Morte.
 Tosse;
 Através das vias respiratórias, por  Expectorações com sangue;
TUBERCULOSE meio do ar contaminado;  Febre;
(Mycobacterium tuberculosis)  Vacinação (BCG).
 Gotículas de saliva expelida pela  Suores;
tosse, fala ou espirros.  Emagrecimento;
 Fadiga.

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PROTOZOOSES – DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS


PROTOZOOSES
TRANSMISSÃO PREVENÇÃO SINTOMAS
(Agente causador)

 Evitar beber água que não tenha sido tratada,


fervida ou clorada;
 Proteger os alimentos para evitar a contaminação;  Diarreias, às vezes com sangue;
AMEBÍASE  Através de água e alimentos  Evitar o consumo de alimentos preparados em  Úlceras intestinais;
(Entamoeba histolytica) contaminados pela ameba. locais de higiene duvidosa;  Dores abdominais;
 Cuidados higiênicos, como lavar bem as mãos antes  Desidratação.
das refeições;
 Lavagem de frutas e verduras.

 Através das fezes contaminadas do


Barbeiro (percevejo hematófago);
 Durante a picada, o Barbeiro
infestado pelo protozoário elimina  Tapar as frestas onde os Barbeiros possam se
fezes contaminadas. Coçando o local esconder;
da picada, a pessoa espalha as fezes  Febres altas;
 Combater o percevejo Barbeiro com o uso de
DOENÇA DE CHAGAS do Barbeiro e acaba introduzindo os
(Trypanosoma cruzi) protozoários parasitas em seu
inseticida;  Cansaço e fadiga;
organismo por meio do pequeno  Uso de sangue não contaminado em transfusões  Problemas cardíacos.
orifício deixado pela picada; sanguíneas;
 A transmissão também ocorre através  Evitar a gravidez em mulheres portadoras.
de sangue contaminado;
 Da mãe para o feto, através da
placenta.

 Através da picada do mosquito


LEISHMANIOSE contaminado flebótomo (gênero  Controle dos mosquitos transmissores;  Lesões em mucosas dos lábios e do nariz,
(Leishmania brasiliensis) Phlebotomus), popularmente conhecido  Tratamento das pessoas doentes. produzindo muitas feridas.
como mosquito-palha ou birigui.

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PROTOZOOSES – DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS


PROTOZOOSES
TRANSMISSÃO PREVENÇÃO SINTOMAS
(Agente causador)

 Evitar beber água que não tenha sido tratada,


fervida ou clorada;
 Proteger os alimentos para evitar a contaminação;
GIARDÍASE  Através de água e alimentos  Evitar o consumo de alimentos preparados em  Diarreias;
(Giardia lamblia) contaminados pela giárdia locais de higiene duvidosa;  Desidratação.
 Cuidados higiênicos, como lavar bem as mãos antes
das refeições;
 Lavagem de frutas e verduras.

MALÁRIA  Através da picada do mosquito


(Plasmodium vivax) contaminado anófeles (gênero  Controle dos mosquitos transmissores;
(Plasmodium falciparum)  Febre alta (com intervalos regulares).
Anopheles), popularmente conhecido  Tratamento das pessoas doentes.
(Plasmodium malariae) como mosquito-prego.

 Evitar o contato direto com pelos, penas e fezes de  Mal-estar;


animais domésticos;  Dores de cabeça;
 Através do contato com animais  Proteger os alimentos para evitar a contaminação;  Dores musculares;
TOXOPLASMOSE domésticos contaminados;  Evitar o consumo de alimentos preparados em  Febre;
(Toxoplasma gondii)  Alimentos contaminados com o locais de higiene duvidosa;  Lesões oculares;
protozoário.  Cuidados higiênicos, como lavar bem as mãos antes  No caso de mulheres grávidas, o protozoário
das refeições; pode atingir o feto, provocando-lhe cegueira,
 Lavagem de frutas e verduras. deficiência mental e morte.

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INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (I.S.T.)


I.S.T.
AGENTES CARACTERÍSTICAS TRANSMISSÃO PREVENÇÃO
(SINÔNIMOS)
Síndrome (variedade de sintomas e manifestações
clínicas) causada pelo vírus HIV, comprometendo o
funcionamento do sistema imunológico (defesa)
SÍNDROME DA Relação sexual (vaginal, oral,
humano, impedindo-o de executar a proteção contra as Uso de preservativo e evitar
IMUNODEFICIÊNCIA anal) sem o uso de
Vírus HIV agressões externas por bactérias, vírus, (parasitas e transfusão de sangue sem
ADQUIRIDA preservativo; sangue
células cancerígenas). Com o tempo o organismo torna- saber a origem.
(SIDA / AIDS) contaminado e leite materno.
se cada vez mais sensível a determinadas infecções e
tumores, conhecidas como doenças oportunistas, que
acabam levando o doente à morte.
Relação sexual (vaginal, oral, Uso de preservativo e higiene
CANCRO MOLE Haemophilus ducreyi Ulceração (lesão ou ferida) dolorosa avermelhada
anal) sem o uso de genital antes e após a relação
(Cancróide; Cancro venéreo) (bactéria) purulenta de forma irregular altamente contagiosa.
preservativo. sexual.
Caracteriza-se por prurido (coceira), ardor, dispaurenia Uso de preservativo; evitar o
Relação sexual (vaginal, oral)
(dor durante a penetração) e pela eliminação de um uso de roupas apertadas
CANDIDÍASE Candida albicans sem o uso de preservativo; uso
corrimento vaginal esbranquiçado, semelhante ao leite durante muito tempo e higiene
(Monilíase) (fungo) de roupas contaminadas com
coalhado. A vulva e a vagina encontram-se edemaciadas genital antes e após a relação
o fungo.
(inchadas) e hiperemiadas (avermelhadas). sexual.
Caracteriza-se pela presença de secreção (corrimento) Relação sexual (vaginal, oral, Uso de preservativo e higiene
CLAMIDIOSE Chlamydia trachomatis
uretral translúcido geralmente matinal, podendo ocorrer anal) sem o uso de genital antes e após a relação
(Uretrite não gonocócica) (bactéria)
ardor uretral ou vaginal. preservativo. sexual.
CONDILOMA ACUMINADO Infecção que se caracteriza por apresentar lesões Relação sexual (vaginal, oral, Uso de preservativo e higiene
(Verruga genital; Crista de galo; Vírus HPV papilares (verrugas) que se unem formando uma massa anal) sem o uso de genital antes e após a relação
Cavalo de crista) com um aspecto de couve-flor. preservativo. sexual.
Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões
DONOVANOSE granulomatosas (grânulos ou caroços), feridas, indolores Uso de preservativo e higiene
Donovania granulomatis Relação sexual (vaginal, anal)
(Granuloma inguinal; Granuloma que se localizam na região genital, perianal (ao redor do genital antes e após a relação
(bactéria) sem o uso de preservativo.
venéreo) ânus) e inguinal (virilha), podendo ocorrer em outras sexual.
regiões do organismo.
Doença infectocontagiosa que se caracteriza por um
GONORRÉIA Uso de preservativo e higiene
Neisseria gonorrhoeae corrimento purulento pela uretra no homem e vagina Relação sexual (vaginal) sem o
(Blenorragia; Pingadeira; Uretrite genital antes e após a relação
(bactéria) e/ou uretra na mulher, além de prurido (coceira) e uso de preservativo.
gonocócica) sexual.
disúria (ardência quando urina).

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83

INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (I.S.T.)


I.S.T.
AGENTES CARACTERÍSTICAS TRANSMISSÃO PREVENÇÃO
(SINÔNIMOS)
Infecção das células hepáticas (do fígado) pelo vírus Relação sexual (vaginal, oral,
Uso de preservativo e evitar
HEPATITE B HBV, causando os seguintes sintomas: falta de apetite; anal) sem o uso de
Vírus HBV transfusão de sangue sem
(Hepatite sérica) náuseas; vômitos; astenia (fraqueza); diarreia; dores preservativo e sangue
saber a origem.
articulares; icterícia (pele amarelada). contaminado.
Relação sexual (vaginal, oral)
Infecção recorrente (vai e volta) que se caracteriza por Uso de preservativo e higiene
HERPES sem o uso de preservativo; uso
Vírus da herpes lesões genitais vesiculares (em forma de pequenas genital antes e após a relação
(Herpes genital; Herpes labial) de talheres, toalhas e roupas
bolhas) agrupadas muito dolorosas. sexual.
contaminadas.
LINFOGRANULOMA Caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão que tem
VENÉREO curta duração, surgindo em seguida o bubão inguinal Uso de preservativo e higiene
Chlamydia trachomatis Relação sexual (vaginal, anal)
(Doença de Nicolas-Favre; (íngua) que é uma inchação dolorosa dos gânglios das genital antes e após a relação
(bactéria) sem o uso de preservativo.
Linfogranuloma inguinal; Mula; virilhas, que ao evoluir se rompem espontaneamente sexual.
Bubão) formando fístulas por onde saem secreções purulentas.
Infestação da região pubiana causada por um inseto do
Escolha do(a) parceiro(a) e
PEDICULOSE Phtirus pubis grupo dos piolhos e cuja manifestação é o intenso Relação sexual (contato
higiene genital antes e após a
(Fitiríase; Chato) (artrópoda – inseto) prurido (coceira) que causa. Pode acometer também os íntimo).
relação sexual.
pelos da região do abdome, ânus e coxas.
Doença infectocontagiosa, que acomete múltiplos
órgãos. Divide-se em três fases (primária; secundária e
terciária). Sua lesão primária é conhecida como cancro
duro, que é a porta de entrada do agente na pessoa. Na Relação sexual (vaginal, oral,
fase primária surge uma lesão (cancro duro) que anal) sem o uso de Uso de preservativo e evitar
SÍFILIS Treponem pallidum
geralmente não apresenta dor desaparecendo depois de preservativo; sangue transfusão de sangue sem
(Cancro duro; Cancro sifilítico; Lues) (bactéria)
alguns dias. Na fase secundária aparecem manchas pelo contaminado e transplacentária saber a origem.
corpo da pessoa contaminada (inclusive na palma da (mãe para o feto).
mão e sola dos pés). Na terceira fase ocorre
comprometimento de vários órgãos e sistemas do
organismo podendo levar a pessoa à morte.
Caracteriza-se pela presença de secreção (corrimento) Relação sexual (vaginal, oral, Uso de preservativo e higiene
TRICOMONÍASE Trichomonas vaginalis
uretral translúcido geralmente matinal, podendo ocorrer anal) sem o uso de genital antes e após a relação
(Uretrite não gonocócica) (protozoário)
ardor uretral ou vaginal. preservativo. sexual.

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REFERÊNCIAS
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Epidemiológica. Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8 ed. rev. Brasília: Ministério da
Saúde. 2010. 444 p.
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http://posmicrobiologiaagricola.ufv.br/ (Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Agrícola. Universidade Federal de Viçosa – UFV)
http://ppgbbm.uesc.br/ (Programa de Pós-Graduação em Biologia e Biotecnologia de
Microrganismos – PPGBBM. Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC)
http://ppgmpa.sites.uff.br/mestrado/ (Programa de Pós-Graduação em Microbiologia e
Parasitologia Aplicadas – PPGMPA. Universidade Federal Fluminense – UFF)
http://textbookofbacteriology.net (Textbook of Bacteriology)
http://www.lemc.com.br/ (Laboratório Especial de Microbiologia Clínica – UNIFESP)
http://www.mgc.ac.cn/VFs (Virulence Factors Database)
http://www.microbiologia.ufrj.br (Instituto de Microbiologia – UFRJ)
http://www.microbiologia.ufrj.br/portal/index.php/pt/pos-
graduacao/microbiologia/editais/mestrado (Pós-Graduação em Microbiologia. Universidade
Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)
http://www.microbiologia.vet.br (Microbiologia Geral)
http://www.misac.org.uk/ (Microbiology in Schools Advisory Committee – MiSAC)
http://www.pasteur.fr/fr (Instituto Pasteur)
http://www.pgmicrobiologia.bio.ufba.br/ (Programa de Pós-Graduação em Microbiologia.
Universidade Federal da Bahia – UFBA)
http://www.pgmicrobiologia.uerj.br/ (Programa de Pós-Graduação Microbiologia.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ)
http://www.ppgmicrobiologiamedica.ufc.br/public_html/index.php/pt-BR/ (Programa de
Pós-Graduação em Microbiologia Médica – PPGMM. Universidade Federal do Ceará – UFC)
http://www.prpg.usp.br/pt-br/faca-pos-na-usp/programas-de-pos-graduacao/60-
microbiologia-icb (Pós-Graduação em Microbiologia. Universidade de São Paulo – USP)
http://www.prppg.ufpr.br/ppgmpp/index.php/o-programa/ (Pós-Graduação em
Microbiologia, Parasitologia e Patologia. Universidade Federal do Paraná – UFPR)
http://www.sbi.org.br (Sociedade Brasileira de Imunologia)
http://www.sbmicrobiologia.org.br (Sociedade Brasileira de Microbiologia)
http://www.uel.br/pos/microbiologia/portal/pages/egressos/mestrado.php (Pós-
Graduação em Microbiologia. Universidade Estadual de Londrina – UEL)
http://www.ufrgs.br/ppgmaa (Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola e do
Ambiente. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS)
https://asm.org/ (American Society for Microbiology – ASM)

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86

https://cienciacomicrobios.wixsite.com/projeto (Ciências com Micróbios)


https://ib.rc.unesp.br/#!/pos-graduacao/secao-tecnica-de-pos/programas/microbiologia-
aplicada/linhas-de-pesquisa (Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas –
Microbiologia Aplicada. Universidade do Estado de São Paulo – UNESP – Campus Rio
Claro)
https://microbiologia.icb.usp.br/ (Departamento de Microbiologia da Universidade de São
Paulo – USP)
https://microbiologyonline.org/index.php (Microbiology Online)
https://microbiologysociety.org/members-outreach-resources/education-outreach-
resources.html?publishYear=&orderBy=title (Education Resources)
https://onlinelibrary.wiley.com/journal/20458827 (Microbiology Open)
https://ufmg.br/cursos/pos-graduacao/mestrado/2588/90760 (Programa de Pós-graduação
em Microbiologia. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG)
https://wp.ufpel.edu.br/ppgmpar/2019/12/26/414/ (Programa de Pós-Graduação em
Microbiologia e Parasitologia – PPGMPAR. Universidade Federal de Pelotas – UFPEL)
https://www.amnh.org/explore/ology/microbiology/microbes-coloring-book-scavenger-
hunt? (Microbes Coloring Book and Scavenger Hunt)
https://www.microbiologybook.org/ (Microbiology and Immunology On-line)
https://www.microbiologyinpictures.com/index.php (Microbiology Pictures)
https://www.micropia.nl/en/visit/what-is-micropia/museum-microbes/ (Museum of
Microbes)
https://www.nature.com/nmicrobiol/ (Nature Microbiology)
https://www.ufrb.edu.br/pgmicrobiologia/ (Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola.
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB)

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BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO – BPL


NORMAS GERAIS DOS LABORATÓRIOS
1. Os laboratórios devem ser utilizados para aulas práticas e atividades de pesquisa, ensino e
extensão sob a supervisão e/ou a orientação dos(as) professores(as), técnico(a) do
laboratório e/ou monitores(as).
2. Poderão utilizar os laboratórios, apenas estudantes devidamente autorizados(as) pelos(as)
professores(as) e/ou técnico(a) do laboratório. (UMA LISTA COM O NOME
DOS(AS) DISCENTES AUTORIZADOS(AS) DEVERÁ SER ENTREGUE À
COORDENAÇÃO DO LABORATÓRIO).
3. Todos(as) os(as) usuários(as) dos laboratórios devem colaborar para mantê-lo limpo e
organizado, sempre colocando os objetos lavados e secos em seus devidos lugares. (É
BEM SIMPLES: “SUJOU, LIMPOU. RETIROU, RECOLOQUE”).
4. Todos os materiais de pesquisa utilizados pelos(as) estudantes no laboratório devem ser
identificados com: nomes dos responsáveis, telefones de contato e data de uso inicial e
final. (CASO NÃO OCORRA A CORRETA IDENTIFICAÇÃO, O MATERIAL
SERÁ DESCARTADO OU REUTILIZADO).
5. NÃO É PERMITIDO ao(à) estudante retirar nenhum EQUIPAMENTO ou objeto
do lugar sem a devida autorização do(a) professor(a) ou técnico(a) do laboratório.
6. Os equipamentos dos laboratórios devem ser manipulados e usados cuidadosamente.
Qualquer dano ou defeito deve ser comunicado ao(à) professor(a) ou técnico(a) do
laboratório.
7. Antes de utilizar qualquer equipamento tenha certeza que sabe e conhece o protocolo de
uso. Caso não saiba usar, não se arrisque. Chame alguém que saiba utilizá-lo.
8. Siga fielmente o protocolo de uso dos microscópios e lupas. Após o uso destes limpe-os
de acordo com o recomendado no protocolo.
9. Não arraste as balanças do seu lugar de origem e após o uso limpe-as com álcool 70%.
10. Todos os materiais necessários para a realização de atividades fora dos laboratórios
deverão ser registrados na ficha de empréstimo e autorizados pelos(as) professores(as) ou
técnico(a) do laboratório, sendo os(as) estudantes responsáveis pela devolução dos
materiais na data estipulada e com as mesmas condições de uso apresentadas no momento
do empréstimo.
11. O JALECO (AVENTAL) É DE USO OBRIGATÓRIO. O jaleco não deve ser usado
em outros espaços da universidade (salas-de-aula, biblioteca, corredores, cantina, etc.).
12. O material pessoal (bolsas, mochilas, agasalhos, garrafas etc.) não deve ser deixado sobre
as bancadas de trabalho. Todo material do aluno deverá ficar nas prateleiras da estante.
13. Lave as mãos e higienize-as com álcool 70% antes e depois de realizar as atividades no
laboratório.

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14. As superfícies de trabalho (bancadas) devem ser limpas (descontaminadas) com álcool
70% antes e depois das atividades.
15. Não é permitido comer, beber, fumar, mascar chicletes, manusear lentes de contato,
aplicar cosméticos ou armazenar alimentos para consumo no laboratório.
16. Utilizar calçados fechados durante as aulas práticas e pesquisas laboratoriais.
17. Em caso de qualquer acidente este deverá ser comunicado imediatamente aos(às)
professores(as), monitores(as) ou técnico(a) do laboratório.
18. Antes de sair definitivamente do laboratório é importante verificar:
(a) equipamentos desligados, limpos e guardados nos seus lugares de origem.
(b) materiais que foram utilizados limpos e recolocados em seus locais de origem.
(c) bancadas e pias limpas.
(d) computadores desligados.
(e) armários fechados.
(f) registro do gás fechado.
(g) ar condicionado desligado.
(h) luzes apagadas.
(i) portas fechadas.

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