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DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.

vl2022p26

Tumor de Wilms: Relato de caso


Ellen de Brito Oliveira dos Santos. E-mail: ellendebrito19@gmail.com
Emilly Chagas Barros Martins, Eliza Barroso Siqueira, Adilson Gonçalves Marinho Junior,
Maria Júlia Silva Moreira de Souza, Thaís Louvain de Souza
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)
RESUMO
Introdução: O tumor de Wilms (TW) ou nefroblastoma representa o tumor renal maligno pediátrico mais
comum, responsável por 80% de todos os tumores pediátricos renais. Em relação à faixa etária, 95% dos casos
correspondem a crianças menores de 10 anos, sendo majoritariamente menores de 5 anos.. A incidência é de
1:10.000 crianças com idade inferior a 15 anos. Apresenta-se uni ou bilateralmente em até 13% dos pacientes.
Objetivo: Relatar um caso de tumor de Wilms em uma criança que compareceu à consulta com quadro de
constipação intestinal e presença de massa abdominal à direita. Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 4
anos, residente em Campos dos Goytacazes. Ao exame físico: bom estado geral, ritmo cardíaco regular em dois
tempos, com bulhas normofonéti- cas, sem sopros; frequência cardíaca 120 bpm; ausculta cardiopulmonar
normal; PA: 120x80 mmHg; frequência respiratória 30 irpm, pesando 13,5kg, massa abdominal palpável à
direita se estendendo da hemicúpula frênica até a linha média do abdome. Solicitados exames complementares.
Na TC abdominal foi identificado uma volumosa tumoração renal direita, rechaçando as estruturas adjacentes,
com extensão até a hemicúpula frênica. Também foi encontrado um implante secundário na base pulmonar
esquerda e um microcálculo na vesícula biliar. USG de abdome total evidenciou uma imagem nodular de
contorno lobulado e áreas císticas de permeio, medindo aproximadamente 14x8cm. Nos exames laboratoriais
apresentou uma discreta anemia, uma leucocitose com aumento de monócitos, VHS e PCR elevados, EAS com
presença de cetona sem hemácias. A criança foi encaminhada à instituição oncológica para a conclusão da
investigação e tratamento. Conclusão: Este relato além de oferecer informação atualizada sobre o tumor de
Wilms e seus achados de imagem, reforça a necessidade da suspeita e do diagnóstico precoce para o sucesso
terapêutico.

Palavras-chave: Tumor de Wilms. Nefroblastoma. Radiologia. Pediatria.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.26


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p23

Prevalência e tipos de benzodiazepínicos prescritos antes e


durante a pandemia para a COVID-19
Ana Claudia Leal Ferreira Lopes. E-mail: anlpca2@gmail.com
Carlos Eduardo Faria Ferreira, Thiago Barbosa de Souza

RESUMO
A pandemia provocada pela COVID-19 produziu um aumento de sintomas de ansiedade e pressões psicológicas
de uma maneira geral na população e associado às situações de emergências e crises não pode ser ignorado. O
cenário produzido pela COVID-19 é percebido como uma oportunidade para o desenvolvimento de estratégias
de orientação, atenção e tratamento à saúde mental dos envolvidos. Dados clínicos e epidemiológicos sobre as
implicações da COVID-19 na saúde mental ainda são recentes. Este estudo, teve o objetivo de avaliar a
prevalência e tipos de benzodiazepínicos prescritos antes e durante a pandemia da COVID-19, dispensados para
atendimento pelo SUS, no Município de São Fidélis, RJ. Os dados coletados se referem ao período de 2019 a
2021, de maneira a atender o estudo proposto. A metodologia foi estudo observacional transversal, utilizando-
se pesquisas bibliográfica e documental. A fonte para essa última foram, informações dos bancos de dados da
Farmácia Municipal. As informações foram tabuladas e apresentadas em forma de gráficos e comparados os
períodos antes e durante a pandemia, sendo considerados os tipos e quantidades de benzodiazepínicos (BZDs)
dispensados nesse período. Os resultados poderão contribuir com informações que poderão ser utilizadas em
futuro(s) estudos e pesquisas, colaborando para a melhoria desse serviço no município em estudo. Constatou-
se que os BZDs que apresentaram maior prevalência de dispensação nos anos estudados foram: Alprazolam 1,0
mg e o Clonazepam 2,0 mg mostrando-se uma maior elevação nos anos de 2020 e 2021 (com pandemia) em
relação a 2019 (sem pandemia). Esses dados trazem grande preocupação sobre as evidências do aumento de uso
de BZDs e sugerem medidas e planejamento de estratégias para o uso racional dos medicamentos nas Unidades
Básicas de Saúde do município de São Fidélis-RJ.

Palavras-chaves: Medicamentos. Pandemia. Consumo. Saúde mental.

Instituição de fomento: PIBIC/FMC

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.23


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p30

Diagnóstico diferencial em caso de Injúria


Renal Aguda pré-renal
Laura Paes Moraes. E-mail: analauraventurinelli@gmail.com
Ana Laura Campos Venturinelli Martins, Letícia Rodrigues Crespo,
Vívia Lima Cabral Rodrigues e Márcia Valéria Azeredo Gomes de Carvalho

RESUMO
Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença multissistêmica que acomete homens com
uma incidência dez vezes menor e tem repercussões clínicas variadas relacionadas ao caráter autoimune.
Objetivo: Relatar o caso de um paciente portador de Lúpus Eritematoso Sistêmico com Injúria Renal Aguda e
discutir diagnósticos diferenciais. Descrição do caso: Masculino, 21 anos, deu entrada no hospital com artralgia,
dispnéia e relato de sintomas gripais há 12 dias. Na investigação diagnostica foi encontrado derrame pericárdico
e pleural volumoso, com sinais de tam- ponamento cardíaco e marcadores sorológicos positivos para LES.
Métodos: as informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, registro fotográfico dos métodos
diagnósticos aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura. Não houve necessidade do TCLE de
acordo com a justificativa V”” Conclusão: O caso relatado e publicações levantadas trazem à luz a discussão da
complexa fisiopatologia do LES, no qual pode cursar com vários processos patológicos que explicam os sinais
e sintomas sistêmicos. Dentre eles, a injúria renal que embora seja mais obviamente associada a
glomerulonefrite lúpica, pode ser proveniente de outros diagnósticos, que quando bem estudados podem
minimizar repercussões mais complexas com procedimentos mais simples.

Palavras-chave: Lúpus. Injúria renal aguda. Diagnóstico diferencial.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.30


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v!2022p 19

Mieloma Múltiplo: Relato de Caso Clínico


LuisaAguirre Buexm. E-mail: luisa.buexm@fmc.br
Thaís Gama de Oliveira, William Rodrigues da Silva, Juliana Batista Alvarenga,
José de Assis Silva Júnior
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)
RESUMO
Introdução: O mieloma múltiplo é uma doença causada pela proliferação de um clone de células B neoplásicas
que originam múltiplas lesões pelo corpo. A partir do crescimento clonal ocorre a produção de imunoglobulinas
anômalas e não funcionais em excesso pelo corpo, gerando sintomas clássicos da doença como: a hipercalcemia,
a insuficiência renal, a anemia e lesões ósseas. A invasão da medula óssea está diretamente associada aos
sintomas típicos, além de tomar o paciente mais suprimido em relação a sua imunidade humoral. O uso de altas
doses de quimioterapia seguida do transplante de células-tronco hematopoiéticas autólogo continua sendo o
tratamento padrão para essa doença. Objetivo: Relatar um caso clínico de mieloma múltiplo. Descrição do caso:
Paciente do gênero masculino, 49 anos, com relato de episódios de lombalgia intensa associado a cefaleia que
não apresentavam melhora após a administração de medicamentos. Não apresentava alterações extra- ósseas
ou acometimento neurológico. Foi solicitado exames laboratoriais e ressonância magnética da coluna lombo-
sacra, que evidenciaram, respectivamente, anemia normocrômica normocítica, aumento das cadeias leves da
imunoglobulina G monoclonal e lesões líticas em L3. Assim, foi submetido a biópsia de medula óssea, com
confirmação diagnostica de mieloma múltiplo. Logo, foi iniciado o tratamento quimioterápico com VCD
(Bortezomibe, Ciclofosfamida e Dexametasona) associado ao transplante de medula óssea autólogo, com boa
resposta (normalização da paraproteinemia). Houve recaída da doença de forma agressiva após 18 meses, com
dor óssea difusa e acometimento de ossos cranianos. Assim, foi indicado um segundo procedimento de ao
transplante de medula óssea com quimioterapia venosa com VCD, mas sem sucesso. O paciente veio a óbito
um ano e meio após a segunda modalidade terapêutica. Conclusões: O mieloma múltiplo é uma doença
progressiva incurável, com prognóstico ruim. Logo, este relato de caso auxilia no conhecimento das principais
características clínicas dessa doença corroborando com o clínico no entendimento da sua patogênese, com
ênfase no processo de diagnóstico e tratamento.

Palavras-chave: Mieloma Múltiplo. Anemia. Diagnóstico. Prognóstico. Relatos de Casos.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.19


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p9

Estudo da prevalência de etiologias da doença renal


crônica em Campos dos Goytacazes
Isis GomesMussi. E-mail: isisgumemusse@gmail.com
Sthéfanny Figueiredo Mozzer, Marina Tosi Torres, Valdebrando Mendonça Lemos

RESUMO
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é caracterizada por redução da taxa de filtração glo- merular por
três meses ou mais, podendo ter ou não presença de lesão renal e constitui problema de saúde pública mundial,
tendo como principais causas a hipertensão e o diabetes mellitus. O controle rigoroso destas permite prevenir e
preservar a função renal. Após o diagnóstico de DRC toma-se necessário dar início a um programa de terapia
renal substitutiva. Objetivos: Analisar, a partir dos prontuários dos acometidos com DRC em Campos dos
Goytacazes, as causas prevalentes responsáveis por levar os pacientes ao programa de diálise. Métodos: Estudo
transversal realizado a partir da coleta de informações dos prontuários no período janeiro de 2022 a dezembro
de 2022. O projeto foi submetido à aprovação do diretor técnico dos dois serviços de tratamento dialítico
existentes em Campos, bem como do Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados e Discussão: A etiologia mais
prevalente, até o momento, foi o diabetes (35,44%), seguido da hipertensão arterial (30,12%), o que soma a 140
e 119 pacientes, respectivamente, em um N=395. Conclusão: O diabetes e a hipertensão foram encontradas em
mais de 65% dos pacientes. Os resultados foram compatíveis com o esperado.

Palavras-chave: Hemodiálise. Diabetes. Hipertensão. Doença Renal Crônica.

Instituição de fomento: PIBIC/FMC

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.9


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p11

Prevalência de uso e perfil dos estudantes universitários que


consomem metilfenidato em uma instituição de ensino
superior ensino superior
Juliana Soares de Faria Neto. E-mail: coordenacaoestagio@fmc.br
Greyce kelly Pedrosa Corrêa

RESUMO
O metilfenidato vem sendo utilizado com a finalidade de melhorar o rendimento nos estudos. O objetivo deste
trabalho foi avaliar a prevalência de uso e o perfil dos estudantes que consomem metilfenidato em uma instituição
de ensino superior. Trata-se de um estudo observacional transversal, realizado na Faculdade de Medicina de
Campos- FMC, com questionário online aplicado aos alunos dos cursos de graduação em farmácia e medicina.
Os dados foram avaliados e apresentados em gráficos e tabelas, considerando as variáveis significativas, sendo
que 368 atenderam ao critério de inclusão da pesquisa. A prevalência de uso foi de 29,3%, com o seguinte perfil:
faixa etária prevalente 23 a 25 anos (35,2%), sexo feminino (62%), curso medicina (69,4%), período 7o (14,8%),
a maioria se sente pressionado a ter um bom desempenho para ter reconhecimento social (89,8%), 79,6%
declararam que o período de avaliações é período de uso, 80,6% que motivo é para melhorar o rendimento dos
estudos. Quanto à forma de aquisição: 65,7% sem prescrição médica, 46,3% obtido com amigo/ conhecido. Sobre
conhecimento do medicamento: 94,4% sabem que se trata de um medicamento de controle especial e 99,1%
conhecem suas indicações clínicas. Em relação aos efeitos adversos: 75,9% não apresentaram reação adversa
durante o uso, sendo que os que relataram, em sua maioria, foi taquicardia/agitação. A prevalência de uso do
cloridrato de metilfenidato em cerca de um terço dos estudantes universitários como forma de obter melhora no
rendimento dos estudos no curso superior é relevante dentro de uma perspectiva de saúde pública. O perfil
avaliado desses usuários revela serem estudantes que se importam com o reconhecimento social, portanto buscam
o medicamento como forma de solução para um melhor desempenho, fazendo uso, principalmente, nos períodos
de avaliações, sem prescrição médica e obtidos com amigos, algumas vezes em sites. Mesmo com poucos relatos
da presença de reações adversas, como taquicardia/agitação durante o uso do cloridrato de metilfenidato, o
número revelado na pesquisa deve ser considerado, mostrando uma necessidade de orientação aos futuros
profissionais de saúde, de forma a conscientizá-los sobre os riscos da utilização indiscriminada do medicamento.
Sugere-se a criação de medidas preventivas em relação ao uso abusivo, o oferecimento de apoio psicológico para
os estudantes que já utilizam o medicamento sem prescrição médica, além de campanhas de conscientização para
os estudantes de medicina e farmácia, abordando a responsabilidade de uma prescrição e uma dispensação
correta, adequada que seja baseada na ética de ambas as profissões.

Palavras-chave: Cloridrato de metilfenidato. Uso não prescrito. Estudantes universitários. Prcvalên- cia.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.11


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p24

Unidade de Terapia Intensiva COVID-19: Perfil dos pacientes


internados e as possíveis interações medicamentosas aponta-
das para os medicamentos mais prescritos
Adriano Gomes Monteiro. E-mail: a.monteyro@hotmail.com
Virginia Freitas Rodrigues

RESUMO
No fim do ano de 2019, o mundo foi surpreendido por um surto viral provocado pelo vírus SARS- -CoV-2,
causador da COVID-19. Em alguns casos, a COVID-19 evolui com prognóstico insatisfatório, causando
síndrome respiratória grave e distúrbios da coagulação, necessitando o paciente de internação em unidade de
terapia intensiva (UTI) e uso de politerapia. Nesse contexto, o presente estudo objetiva identificar o perfil dos
pacientes internados em UTI COVID de um hospital particular de Campos dos Goytacazes e levantar as possíveis
interações medicamentosas relacionadas aos medicamentos mais prevalentes nas prescrições. Trata-se de um
estudo observacional transversal retrospectivo, com dados coletados nos prontuários de pacientes internados, no
período de 25 de junho a 25 de agosto de 2021, com as seguintes variáveis: idade, sexo, comorbidade pré-
existente e medicamentos prescritos. Dos 22 pacientes incluídos no estudo, 54,5% eram do sexo masculino. A
idade média dos pacientes era de 71,3 (± 17,6) anos e 100% apresentavam doença pré-existente, sendo a média
de comorbidades por paciente de 2,9. Das comorbidades descritas nos prontuários, as doenças cardiovasculares
eram as mais comuns, seguida da Diabetes Mellitus (DM). Quanto aos medicamentos prescritos, 13 foram
identificados em 50% ou mais das prescrições, tendo suas possíveis interações fármaco/fármaco e gravidade
levantadas por meio da base de dados Micromedex. A fen- tanila, medicamento de maior previdência nas
prescrições, apresentou o maior número de possíveis interações classificadas como de gravidade importante,
seguida do midazolan que, por sua vez, apresentou o maior percentual de possíveis interações classificadas como
contra-indicação. As interações farmacocinéticas se revelaram a mais prevalente (73,8%). De posse do perfil dos
pacientes acometidos por COVID-19 internados em UTI e conhecedores dos riscos quanto à interação associada
aos medicamentes frequentemente prescritos no tratamento dos mesmos, é possível traçar estratégias para melhor
estruturar o serviço de saúde visando a qualidade e segurança no tratamento.

Palavras-chave: Interação Medicamentosa. COVID-19. UTI. Politerapia.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.24


FACULDADE DE MEDICINA OE CAMPO Trabalho - Pôster
VIV COltGPESSDMÉQICÜ ( PJ Al A DA Cl DA
PEDE CAMPOS XJdít 04AE6DE 0U1D6R0DE2022

BPN
DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p31
Diagnóstico de três pacientes com Síndrome de Morquio IV-A em
centro de referência em genética no Norte Fluminense
Thaynná Alvim Gomes. E-mail: thaynnaagomes@yahoo.com.br
Sara Oliveira Maia, Vitor Hugo Silva de Aguiar Ribeiro, Ana Paula Galvão Baptista
RESUMO
Dentre as doenças de depósito lisossomal (DLS) que ocorrem por mutações hereditárias autossômicas recessivas, as mucopolissac arido- ses (MPS)
podem ser classificadas em sete distúrbios de acumulo de glicosaminoglicanos. A síndrome de Morquio A (MPSIV-A), ocorre por atividade
aberrante da enzima N-acetilgalactosamina 6-sulfatase, codificada pelo gene GALNS modificado com incidência de 1 entre 76.000 a 640.000
nascidos vivos. Os portadores da MPS IV-A apresentam displasias esqueléticas, face grosseira, baixa estatura, dores articulares e patologias
cardiorrespiratórias, sendo que a terapia de reposição enzimática (IRE) com alfaelosulfase semanalmente é o protocolo aprovad o. Embora não
interrompa a evolução da doença, ocorre melhora na qualidade de vida dos portadores. Objetivo: promover triagem retrospectiva de MPS
diagnosticadas no serviço de genética em um centro de referência no Norte Fluminense, no período de 2006 a 2022. Descrições: após aplicação
metodológica escolhida, foram filtrados três pacientes em um total de 3.500 pacientes com sinais e sintomas clássicos de MPS e diagnóstico
confirmado por exames bioquímicos de MPS IV-A. Primeiro relato: paciente masculino, 20 anos. Chegou ao serviço de genética aos 4 anos e 7
meses de idade no ano de 2006, portando exames com alterações compatíveis com MPS IV-A. Na revisão neonatal, foi relatado pela mãe do
paciente internação prévia na unidade de terapia intensiva por comunicação interventricular com resolução espontânea. O exame quantitativo dos
metabólitos de glicosaminoglicanos (GAG’s) na urina demonstra elevação na concentração com 171 mg GAG/mmol creatinina para a referência
de 4-6 anos (<9,2 mg GAG/mmol creatinina). O se- quenciamento do gene GALNS (16q24.3) revelou mutação missense no éxon 11. Ao exame
físico, apresentava baixa estatura (100 cm), abdome globoso, encurtamento de membros, voz fina, macrocefalia (54 cm de perímetro cefálico),
encurtamento de pescoço e membros superiores em antebraço, pés e mãos em valgo, flush de esclera, tórax encurtado, discr eto afastamento
dentário e déficit auditivo. Além disso, relatou artralgia intensa em joelho e quadril, apresentando limitação de marcha e di spnéia. O
desenvolvimento cognitivo mostrau- -se preservado. Após oito anos da primeira consulta, o paciente retomou com artralgia crônica, cansaço físico
durante a anamnese e dois episódios de dor precordial. Aos 11 anos e 8 meses, o exame quantitativo dos GAG’s urinários mantev e elevação com
8,34 mg GAG/ mmol creatinina (<6,7 mgGAG/mmol creatinina, entre 10-15 anos). Entretanto, o tratamento com alfaelosulfase não foi realizado
por perda de seguimento. Segundo relato: paciente feminina, 27 anos e 9 meses. Procurou o serviço de genética em 2013 aos 18 anos com
diagnóstico prévio de MPS IV-A. Ao exame físico: baixa estatura (100 cm), pescoço encurtado, ponte nasal aumentada, dentes espaçados, tórax
encurtado, pectus protuso, encurtamento dos membros superiores com proeminência bilateral dos antebraços, mãos displásicas co m clinodactilia
do quinto dedo, quadril e membros inferiores encurtados bilaterahnente, pés displásicos com tortuosidade de dedos bilateralmente e voz anasalada
com respiração forçada, mesmo em repouso. Por motivos burocráticos, a paciente interrompeu IRE e demonstrou piora significati va da clínica.
Dois anos após, retomou com tosse e secreção purulenta, artralgia intensa em punhos, mãos, quadril e dorso. Após realização de rad iografia
torácica, tratou com amoxicilina por apresentar infiltrado pulmonar em hemitórax direito. Desde o início do tratamento a paciente interrompeu e
reiniciou o tratamento em intervalos irregulares. Em 2019 retomou para consulta com o protocolo em pausa e as queixas pregres sas mantidas. A
paciente segue na terapia referida sem mudanças estatísticas em parâmetros antropométricos. Terceiro relato: paciente feminina, 9 anos e 10
meses. Aprimeira consulta ocorreu no ano de 2013 aos 5 meses de idade. Ao exame físico: mão em tridente, face discretamente g rosseira, abdome
globoso e hérnia umbilical. A hipótese diagnóstica de MPS foi direcionada pelo aumento dos índices de GAG’s urinários, pois os exames de
dosagem de cariótipo G, quitotriosidase, e teste expandido do pezinho para estabelecer os diagnósticos diferenciais para as d oenças de Prune -
Belly e Gaucher foram não reagentes. Por esse motivo, a contraprova da elevação de GAG’s foi solicitada para dar início ao protocolo de reposição
enzimática, em que o laudo retomou elevado, confirmando o achado. Em 2014, aos 9 meses de idade, iniciou o tratamento com alf aelosulfase
após confirmação de MPS IV-A. Após dois anos, a avaliação antropométrica apresentava baixa estatura, discreto ganho de peso, displasia
esquelética importante, aumento da ponte nasal, piora da face grosseria e pectus protruso, escoliose do tipo GIBA, braquidactilia, voz anasalada,
roncos, dificuldades para dormir e espessamento discreto do primeiro quirodáctilo. A mãe da paciente relatava melhora nas com plicações
respiratórias, com alívio do cansaço e diminuições dos roncos, porém observava-se o início das displasias esqueléticas. Em 2016, aumentou-se a
dose do tratamento, sendo que, por intercorrências no agendamento da reposição enzimática, ficou aproximadamente quarenta e oito semanas sem
TRE e desenvolveu um quadro de infecção respiratória evoluindo para unidade de terapia intensiva (UTI) com recidivas esporádicas nos dois anos
seguintes. A paciente seguiu com consultas de acompanhamento e em sua avaliação física no ano de 2020, apresentava discreto c rescimento em
estatura (104 cm) e, no ano seguinte, 107 cm. Até o dia de hoje mantem o uso de TRE. Conclusão: os pacientes encontrados pela triagem
demonstraram clínicas semelhantes e compatíveis com os dados literários sobre os indivíduos já diagnosticados com a Síndrome de Morquio IV-
A. Pode-se observar que a paciente do índice três, a qual iniciou a terapia de forma mais precoce, teve relativo crescimento em altura, comparada
aos outros pacientes encontrados. Vide ressaltar que, ao interromper a terapia, os pacientes dois e três desenvolveram infecç ões respiratórias,
demonstrando a necessidade de se manter a TRE para prevenção e estabilização dos quadros respiratórios. Os casos relatados são po ucos para
definir prevalência da síndrome no município, no entanto, apontam a suma importância do trabalho de rastreio, diagnóstico precoce das doenças
genéticas e implementação do tratamento que é promovido pelo serviço de genética. A triagem dos casos auxiliou na análise da evolução dos
sintomas e da qualidade de vida dos pacientes após TRE. Palavras-chave: Mucopolissacaridoses. GAGs. Síndrome de Morquio A. Gene GALNS.
Elosulfatase alfa.
Instituição de fomento: PIBIC/FMC

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.31


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p28

Rótulos de especialidades farmacêuticas de uso tópico e/ou


dermatológico comercializadas em drogarias
Ana Carolina Gonçalves Mota. E-mail: ana-carolinamota@hotmail.com
Jaise Silva Ferreira
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

RESUMO
A administração tópica de medicamentos refere-se a sua aplicação sobre a pele, de produtos como cremes e
pomadas. São classificadas como preparações semissólidas, e geralmente compostas por um veículo base. O
estudo foi realizado em uma drogaria, para obtenção de informações contidas nos rótulos e no bulário eletrônico
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Foram selecionadas 20 especialidades farmacêuticas de
uso tópico e/ou dermatológico (cremes e pomadas), das classes farmacológicas antimicrobiana e antifungica (ou
associações), similares e de referência. Os rótulos foram observados para anotação de informações como forma
farmacêutica e princípio ativo. Das bulas, foram anotados: composição e classe farmacológica. Quanto a serem
do tipo similar ou referência, foi consultada a lista de medicamentos similares intercambiáveis, conforme RDC
58/2014. Posteriormente, foi verificada a possibilidade de divergência, após busca na literatura dos conceitos de
composição de creme e pomada, avaliação da forma farmacêutica intitulada no rótulo e insumos inertes utilizados
na base da especialidade farmacêutica. Das 20 especialidades farmacêuticas, 15 tinham descrito em seus rótulos
o título de creme, e apenas 5 continham o título de pomada. Quanto à classe farmacológica, 5 eram
antimicrobianas, 6 eram antifungicas, e 9 tinham associações com outras classes farmacológicas. Em relação à
qualificação das especialidades, quanto a serem similares ou referência, 8 eram do tipo similar e 12 eram do tipo
referência. Quanto as possíveis divergências, em relação à classificação da forma farmacêutica, foram
encontradas em 10 amostras. Dessas, as intituladas como creme, foram qualificadas por apresentarem
divergências devido a presença do pe- trolato branco, e em algumas, a depender da concentração. Salienta-se que
nas composições descritas nas bulas das especialidades farmacêuticas não consta a concentração de cada
componente, apenas os seus nomes, fazendo com que essas divergências sejam possíveis, mas não confirmatórias.

Palavras-chave: Especialidades Farmacêuticas. Rótulos. Divergências. Forma Farmacêutica.

DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p29

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.28


Saúde ocular de crianças em fase escolar durante o período
de pandemia do COVID-19
Ricardo Guerra Peixe. E-mail: ricardogpeixe@gmail.com
Ester Gomes Martins, Paloma da Cruz Pereira, Gustavo Barbosa e Silva

RESUMO
Introdução: A miopia é um grande problema de saúde mundial. Nos últimos anos, a redução do tempo gasto em
atividades ao ar livre tem sido reconhecida como um importante fator de risco para o desenvolvimento da doença.
A duração e a intensidade do uso de telas digitais, também sugere associação a este desenvolvimento. Com a
pandemia do COVID-19, o isolamento social foi adotado, disponibilizando de aulas on-line nas escolas, que
podem ter contribuído também neste aspecto. A acessibilidade à consulta oftalmológica foi prejudicada,
dificultando a detecção de problemas oculares e prejudicando o desenvolvimento educacional dessas crianças.
Objetivos: Realizar, em conjunto com médicos oftalmologistas, uma pesquisa em escolas municipais de Campos
dos Goytacazes, a fim de entender o surgimento de problemas oculares durante o período de pandemia e
promover a disseminação de informações sobre os cuidados oculares durante a infância. Métodos: Essa é uma
pesquisa observacional, do tipo transversal, iniciada após a aprovação pelo Comitê de Ética da Faculdade de
Medicina de Campos, que tem como corte temporal, fevereiro de 2022 a dezembro de 2022 e avalia a saúde
ocular das crianças através da acuidade visual (escala de Snellen), dos exames de motilidade ocular e
fundoscopia. Também estão sendo coletadas informações como idade, sexo, sintomatologia ocular geral e
exposição as telas, através de um questionário físico, após autorização dos pais. Os alunos com AV < 20/30 ou
com alguma alteração nos exames realizados serão direcionadas ao Hospital Escola Álvaro Alvim. Resultados e
discussão: Foram avaliados, até o mês de agosto de 2022, 68 alunos de uma escola do município, 27 do sexo
masculino e 36 do feminino. Ao exame, 12 escolares apresentaram baixa acuidade visual, ou seja,
aproximadamente 17%. Desses 12, 6 são do sexo feminino e 6 do sexo masculino, 8 apresentaram deficiência na
acuidade, 3 na acuidade e na fim- doscopia e 1 na fundoscopia apenas. Além disso, todas as crianças referiram
uso de telas em mais de um turno. Assim, estes alunos estão sendo encaminhados ao ambulatório de oftahnologia
do HEAA a fim de realização do exame oftalmológico completo. Conclusão: O rastreio precoce concomitante à
redução do tempo de exposição às telas e ao aumento de exposição à luz solar, motivada por práticas ao ar livre,
podem reduzir o avanço dos problemas oculares, e contribuir para o desenvolvimento educacional e social dessas
crianças. Além disso, o trabalho também servirá como análise para implementação de políticas públicas voltadas
para saúde ocular no município de Campos.

Palavras-chave: Saúde Ocular. Isolamento social. COVID-19. Telas. Crianças.

Instituição de fomento: FMC, DGP, CNPq

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.29


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p20

Hiponatremia por uso de tiazídicos: Relato de Caso


Maria Tavares Pereira Monteiro. E-mail: maria_tavares_monteiro@hotmail.com
Laís Martins Vieira, Laura Dos Santos Fernandes, Laura Paes Moraes,
Izabel Fontana Cristo, Kassia Piraciaba Barboza
Instituição de fomento: PIBIC/FMC.
Resumo
Introdução: A hiponatremia consiste no distúrbio eletrolítico trivial da prática clínica, definido como um valor
de sódio (Na+) sérico< 135mmol/L. Associa-se a elevadas taxas de morbimortalidade e tempo de internação
prolongado, sendo de grande valia o diagnóstico e tratamento precoce. Os diu- réticos tiazídicos compreendem
um dos grupos farmacológicos de maior relevância na indução da hiponatremia. Esta é induzida secundariamente
pela depleção de volume, depleção de sódio e deple- ção de potássio. A sintomatologia clínica é variada, podendo
apresentar-se com cefaleia, alteração do estado de consciência, convulsões, sonolência, entre outros. E sabe-se
que o manejo inadequado de um paciente hiponatrêmico pode causar graves danos neurológicos ou até mesmo a
morte. Objetivos: Este relato de caso objetiva descrever o quadro de uma paciente diagnosticada com
hiponatremia associada ao uso de fármacos tiazídicos, destacando a importância da investigação e intervenção
precoce, visando a redução de possíveis malefícios e ampliação de estudos acerca do tema. Descrição do caso: O
presente estudo relata o caso de um indivíduo do sexo feminino, 67 anos, natural de Campos dos Goytacazes-RJ,
portadora de hipertensão arterial sistêmica (HAS) há 35 anos, diabetes mellitus tipo 2 (DM2) há 40 anos,
depressão há 5 anos e insuficiência venosa crônica. A mesma apresentava episódios de náuseas e vômitos não
correlacionados a hábitos alimentares, inapetência, fraqueza em membros inferiores, perda ponderai significativa
e agitação psicomotora em um período de 4 meses. Relata ter buscado atendimento ambulatorial com o
diagnóstico de hiponatremia (Na 127 mEq/L), sem melhora do quadro clínico apesar do tratamento com reposição
de sódio com administração de solução salina a 3% e suplementos vitamínicos prescritos. Dentre os fármacos em
uso, a paciente fazia uso de Espironolactona, Losartana, Indapamida, Succinato de Metoprolol, Anlodipino, entre
outros. Conclusão: Dentro desse contexto, é imprescindível que a equipe médica se atente aos efeitos adversos
do uso de diuréticos tiazídicos e da polifarmácia, incluindo a identificação e remoção dos possíveis fatores causais
da hiponatremia. Portanto, é de grande valia tal alteração laboratorial, ainda que presente em cenários
assintomáticos, visando o tratamento precoce e bem estar do paciente.

Palavras-chave: Hiponatremia. Tiazídicos. Sódio.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.20


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p14

Baixo índice de eventos tromboembólicos nos pacientes


hospitalizados com COVID-19 sob anticoagulação
Thátila Alicia Gonçalves Malta. E-mail: thatilagoncalves@gmail.com
Victória Machado Calil, Giovanna Ressiguier Peixoto, Camila Ziccardi El Kik.

RESUMO
A COVID-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2, e o quadro clínico é semelhante às demais
infecções respiratórias virais sendo os sintomas mais comuns: febre, tosse seca, dispnéia, mialgia e fadiga.
Contudo, os pacientes com COVID-19 podem estar suscetíveis ao desenvolvimento de eventos trombóticos
relacionados à excessiva liberação de citocinas inflamatórias e marcadas pelo aumento do D- dímero. É
comprovado que esses eventos trombóticos podem evoluir para tromboem- bolismo pulmonar e morte, portanto
o uso de anticoagulação está sendo amplamente discutido dentre as estratégias de tratamento e prevenção. Esse
projeto visa determinar a prevalência de eventos trombóticos em pacientes que foram acometidos pela COVID-
19, atendidos em um hospital privado no município de Campos dos Goytacazes- RJ durante o período de abril
de 2020 até o final de março de 2021. É um estudo transversal, do tipo analítico, aprovado pelo CEP CAAE:
56660222.0.0000.5244, que utilizou como critério de inclusão 109 pacientes que foram acometidos pela COVID-
19, receberam doses profiláticas ou plenas de enoxaparina. Dos pacientes incluídos, 43 (39,4%) receberam anti-
coagulação plena por apresentarem D-dímero acima de 1000 e 66 (60,6%) anticoagulação proíilática. No total
10 (9,17%) pacientes faleceram com uma idade média de 57±16 anos, sendo que apenas 5 (50%) apresentavam
D-dímero alto e nenhum evoluiu para evento tromboembólico, sendo a causa de óbito relacionada a outras
complicações. No total, apenas 3 pacientes receberam o diagnóstico de evento tromboembólico, sendo todos com
D-dímero acima de 1000 e o sexo feminino foi o mais prevalente com 2 (67%) dos casos. Foi encontrado um
número de eventos trombóticos muito abaixo do esperado, demonstrando a importância do uso profilático de
anticoagulante nos pacientes internados pela COVID-19. No hospital em que foi realizada a pesquisa, pacientes
com D-dímero maior que 1000 fizeram dose plena de enoxaparina (Img/kg, 12/12 h), e nos pacientes que
apresentavam d-dímero menor que 1000 foi feito a dose proíilática com enoxaparina (40mg dia). Somente não
foi feita a profilaxia com anticoagulante em pacientes que apresentavam contra indicação ao uso, como por
exemplo, plaquetopenia, sangramento ativo e hipersensibilidade, sendo esses não contabilizados na pesquisa.
Sabendo do potencial tromboembólico da COVID- 19, o estudo mostra que o uso profilático de anticoagulantes
em pacientes internados com COVID-19 pode levar a uma significativa redução de eventos trombóticos,
assegurando mais benefícios do que malefícios aos pacientes. Com isso, temos uma maior segurança em
prescrever a anticoagulação em processos trombogênico.

Palavras-chave: COVID-19. SARS-CoV-2. Tromboembolismo. Anticoagulação.

Instituição de fomento: PIBIC/FMC

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.14


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p15

Perfil demográfico, de conhecimento e comportamento para


COVID-19 como medida de prevenção e autocuidado
Thiago Freitas Marotti. E-mail: thiagomarottimed@gmail.com
André Luiz Vargas , Raleigh Pinto Dias , Virginia Alves Gomes,
Larissa de Paula Viana Souza, Thais Louvain de Souza, Inez Barcellos de Andrade
Instituição de fomento: Faculdade de Medicina de Campos (FMC).
RESUMO
O SARS-CoV-2 surgiu no final de 2019, na cidade de Wuhan, China, quando vários casos de um tipo de
pneumonia grave foram relatados e com muitas mortes. A gravidade da doença está relacionada com diferentes
fatores inerentes aos indivíduos infectados, incluindo aspectos referentes ao seu perfil de conhecimento sobre a
COVID-19 e comportamento no autocuidado e prevenção. Desse modo, a identificação desses aspectos é
imprescindível para proposições de estratégias no controle à educação em saúde. O objetivo do presente trabalho
é caracterizar o perfil demográfico, o conhecimento e comportamento para prevenção da COVID-19 de
moradores do bairro de Novo Eldorado, em Campos dos Goytacazes, RJ. Para realização da investigação foi feito
um estudo transversal, com maiores de idade, utilizando um questionário adaptado de inquérito aplicado na
China, complementado com questões demográficas e epidemiológicas, de modo a compreender aspectos do
público-alvo. Os dados foram coletados entre julho e dezembro/2021, geridos por smartphones, a partir da
plataforma RED- Cap que contribuiu também na análise das variáveis e descrição dos perfis sociais, de
conhecimento e comportamento para prevenção da COVID-19. Dos 156 participantes, a idade média é de 53 (DP
2,9) anos, 115 (74%) mulheres, solteiras (48%), com ensino fundamental incompleto (54%), sendo 48%
desempregados ou autônomos (28%). Possuem rendimento de cerca de um salário mínimo mensal (64%). 101
(65%) dos respondentes identificaram corretamente o SARS-cov2 como um vírus e 51% assinalaram que a
transmissão é por via aérea. O uso de máscara é citado por 142 indivíduos (91%), quando perguntado sobre
“como me devo proteger”. Quanto ao conhecimento sobre os sintomas para COVID-19, a febre foi o mais citado,
104 (66,7%). O uso de máscaras de tecido com uma/duas camadas é prevalente (133/78%), sendo considerada a
necessidade de troca frequente para limpeza. O isolamento social foi praticado por 89 (57%) dos indivíduos. O
perfil demográfico dos moradores do Novo Eldorado é de mulheres solteiras, protestantes, com ensino
fundamental incompleto, desempregadas, com renda mensal inferior ao salário mínimo. Sobre o conhecimento e
comportamento para o autocuidado e preocupação com a contaminação de terceiros, os participantes do estudo
relataram, em sua maioria, que a forma de transmissão é aérea e que utilizam máscara de pano, sendo essa que
eles têm acesso. Verifica-se assim que estratégias de educação em saúde poderão minimizar a carência de
informações a fim de promover a prevenção e autocuidado para COVID-19.

Palavras-chave: COVID-19. Prevenção de Doenças. Autocuidado. Demografia. Comportamento.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.15


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p17

Perfil dos pacientes que buscaram por cirurgia bariátrica no


Hospital Escola Álvaro Alvim entre 2010 e 2016
Pedro Cardoso Siqueira Albernaz. E-mail: pedroalbernaz10@gmail.com
Tifany Bartolomeu da Silva, Bianca Moreira Belido, Luiz Clóvis Parente Soares
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

RESUMO
Introdução: A obesidade é uma doença crônica considerada um problema de saúde pública e de etio- logia
multifatorial. Se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e acomete indivíduos em qualquer faixa
etária, incluindo a infância. A cirurgia bariátrica gera grande impacto no controle e no tratamento da obesidade
mórbida e os seus benefícios incluem: resolução ou melhora de doenças crônicas como hipertensão, diabetes,
dislipidemia, entre outras comorbidades, além de aspectos psicológicos e sociais. Objetivos: Identificar o perfil
dos pacientes submetidos a cirurgia bariátrica para tratamento da obesidade. Métodos: Utilizou-se formulários do
programa REDcap, contendo identificação, comorbidades associadas, tipo de técnica utilizada na cirurgia e data
de sua realização, além das medidas antropométricas pré e pós operatórias, incluindo o índice de massa corpórea
(IMC). Foi feita uma amostragem de 185 prontuários de pacientes num período de 2010 a 2016, no Hospital
Escola Álvaro Alvim (HEAA), em Campos dos Goytacazes/RJ, Brasil. Resultados: Dos pacientes submetidos a
cirurgia bariátrica, 84.4% eram do sexo feminino, 24.6% se declaravam de raça branca, 65.4% eram apresentados
como solteiros, 5.6% relataram ter iniciado a obesidade entre 18 e 39 anos, 79.9% moravam em Campos dos
Goytacazes na época da cirurgia, 88.8% dos indivíduos foram submetidos à técnica de gastroplastia com
derivação intestinal (bypass gástrico), 38.0% não fumavam, 50.8% eram portadores de hipertensão arterial
sistêmica (HAS) em tratamento ou não com anti-hipertensivos orais, 28.5% eram portadores de diabetes mellitus
do tipo II (DM2), 21.2% eram dislipidêmicos, 15.1% eram eutireoideos e a média do IMC das pessoas antes da
cirurgia foi de 44,76% kg/m2. Discussão: Os achados sugerem uma atenção maior para a saúde das mulheres que
estão na idade reprodutiva, visto a prevalência da obesidade nesse período. Logo, toma-se importante o
acompanhamento multidisciplinar nesse período, antes da evolução para indicação cirúrgica. Foram identificadas
limitações em relação às variáveis analisadas devido à falta de informações nos prontuários médicos por
preenchimento inadequado. As informações ausentes, foram representadas nos formulários pela opção “não
informado”. Sugere-se rigorosidade e padronização no preenchimento dos prontuários médicos para melhoria
das análises. Conclusão: O perfil cirúrgico dos pacientes que buscaram a cirurgia bariátrica para correção da
obesidade teve predomínio de mulheres, com idade média de 39 anos que se declararam brancas, solteiras, com
histórico de ter iniciado a obesidade entre os 18 aos 39 anos. As doenças relatadas com maior frequência foram
HAS, DM2 e dislipidemia, demonstrando a importância da detecção e tratamento precoce.

Palavras-chave: Cirurgia bariátrica. Obesidade. Tratamento.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.17


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p27

Alta prevalência de automedicação em estudantes do terceiro


ano de uma escola pública em Campos dos Goytacazes
Cindy Silva Martins. E-mail: cindysm2001@gmail.com
Alaide Maria Saab da Silva, Miguel de Lemos Neto, Anderson Nunes Teixeira
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)
RESUMO
A automedicação é uma prática cultural no Brasil e quando realizada de forma irresponsável eventuais riscos à
saúde podem ocorrer. A análise de dados sobre a conduta de adolescentes quanto ao uso de medicamentos permite
minimizar efeitos indesejáveis e fomentar benefícios possíveis, como autocuidado efetivo. O objetivo do estudo
foi analisar a prevalência, causas e efeitos dessa prática em estudantes do terceiro ano de uma escola pública, em
Campos dos Goytacazes, no ano de 2022. Este é um estudo transversal, com aplicação de questionário na escola.
Foram convidados 160 alunos e excluídos os que não contemplavam a faixa etária de 17 a 19 anos, ou não
informaram a idade, os faltantes e os que não apresentaram o TCLE assinado, totalizando, por fim, 41
participantes. Os dados foram analisados utilizando o programa Microsoft Excel®. A idade média dos
participantes foi 17,854± 0,69. Do total, 17 (42,5%) eram do sexo masculino e 31 (75,6%) relataram consumo
de um ou mais medicamentos sem prescrição, sendo que 30 (88,3%) afirmaram ter melhorado pelo menos 75%.
Os medicamentos mais usados foram Dipirona, citada por 19 (59,3%), Dorflex (associação de dipirona,
orfenadrina e cafeína), consumido por 8 (25%), além de Cimegripe (associação de paracetamol, fenilefrina e
clorfeniramina), utilizado por 6 (19%). Antibióticos foram citados por 4 (12,5%). Destaca-se que 23 (71,8%)
utilizaram medicamentos para alívio da dor. Em relação às indicações, 20 (60,6%) afirmaram que as substâncias
foram recomendadas pela mãe, 12 (36,4%) referiram uso de forma autônoma, indicadas pelo próprio aluno, e 5
(15,2%) receberam auxílio do farmacêutico. Entre os principais motivos, 25 (78,1%) evidenciaram ter
experiência prévia com o medicamento, 13 (40,6%) reconheceram ter sintomas leves, desconsiderando uma
consulta médica, e 7 (21,9%) consideravam prático adquirir um medicamento diretamente na farmácia. Além
disso, 28 (68,3%) afirmaram ter usado álcool e 12 (30%) cigarro neste ano. Quanto ao evento adverso, 3 (8,8%)
descreveram a ocorrência de problemas de saúde após uso do medicamento. Ao serem questionados sobre o uso
racional da medicação, 27 (73%) conferem a data de validade e apenas 6 (17,1%) julgam a possibilidade do
medicamento causar dano. Os estudantes são assertivos quanto a afirmativa de que é correto o uso de celular para
criar alarmes com horários adequados a fim de tomar os medicamentos no horário correto, 39 (95,1%); procurar
um profissional de saúde em caso de dúvidas, 36 (87,8%); mas 5 (12,2%) consideravam correto usar um
medicamento indicado por alguém que não seja da área da saúde. A participação das mães como orientadoras da
automedicação foi considerável, o que contribui para que essa prática perpetue entre gerações. A avaliação de
que é aceitável usar medicamentos não prescritos por profissionais de saúde demonstra maior suscetibilidade a
riscos que variam em gravidade. A automedicação pode resultar em pequenas reações alérgicas, intoxicação,
resistência bacteriana e até óbito. Assim, faz-se necessária melhor educação dos adolescentes sobre o uso correto
de medicamentos. A prevalência da automedicação foi elevada, o que sustenta a necessidade da abordagem do
tema, para edificar condutas que espelham uso racional de medicamentos, zelando pela saúde pública.
Palavras-chave: Automedicação. Adolescente. Uso de Medicamentos.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.27


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p10

Perfil clínico e sobrevida dos pacientes com neoplasias


malignas gastrointestinais do Hospital Escola Álvaro Alvim
Igor Menezes de Faria Pereira. E-mail: igormenezesp7@gmail.com
Júlia de Vasconcellos Sales Pizelli, Lara Tanus Salim Khouri,
José de Assis Silva Júnior, Lara Vianna de Barros Lemos, Luisa Aguirre Buexm
Instituição de fomento: PIBIC/FMC.
RESUMO
Introdução: Anualmente mais de 18,1 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas com câncer, sendo que
mais da metade morrem vítimas dessa doença. Sabe-se que 50% dos casos no Brasil são diagnosticados em fases
avançadas e 70% estão relacionados a fatores ambientes e poderíam ser evitados com uma mudança no estilo de
vida. No que tange a mortalidade, as neoplasias malignas gastrointestinais estão entre as maiores causadoras de
morte. Objetivo: Esse trabalho visa analisar o perfil clínico e sobrevida de pacientes com neoplasias malignas
gastrointestinais tratados no Hospital Escola Álvaro Alvim, durante cinco anos. Métodos: Estudo observacional,
retrospectivo e descritivo, realizado no setor de oncologia do Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA), com análise
secundária e anônima de prontuários médicos de 675 pacientes com neoplasias malignas de gastrointestinais
entre de 01 de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2016, e aprovado pelo Comitê de Ética. Foram incluídos os
maiores de 18 anos diagnosticados com neoplasia maligna gastrointestinais confirmado por exame
histopatológico no HEAA, e excluídos os menores de 18 anos com exame negativo para essas neoplasias. e que,
portanto, não são acompanhados no hospital. As análises das variáveis so- ciodemográficas e clínico-patológicas
foram realizadas através de proporções e médias, utilizando gráficos e tabelas, com auxílio de programa
estatístico. Resultados e Discussão: Do total de 675 pacientes, 25,8% apresentavam tumores localizados na região
gástrica e 74,2% na região intestinal. Homens (52,7%), brancos (31,1%), casados (49,6%), com 60 anos ou mais
(54,2%), procedentes de Campos dos Goytacazes (71,7%), com histórico de câncer familiar (24,6%), sem
hábitos, como tabagismo (36,3%) e etilismo (36,1%), com tumores classificados histopatologicamente como
adeno- carcinoma (68,9%), em estadiamento clínico avançado (42,2%), submetidos a tratamento cirúrgico
primário (37,5%), que não apresentavam metástase (85,6%), nem progressão da doença (61%) e que não vieram
a óbito (32%) foram os mais acometidos pelas neoplasias malignas de gastrointestinais. Foram observadas
associações entre estadiamento avançado e tipo histopatológico adenocarcinoma (p=0,024), tratamento
quimioterápico (p=0,010) e óbito (p<0,0001). Já as neoplasias intestinais foram associadas ao sexo feminino
(p<0,0001), não tabagismo (p=0,002) e não etilismo (p=0,001). A sobrevida global (SG) média da população do
estudo foi de 36,2 meses. Pacientes do sexo masculino (p=0,014), com câncer gástrico (p<0,0001), em
estadiamento clínico IV (p<0,0001), com metástase ao diagnóstico (p<0,0001) apresentaram uma pior SG.
Conclusões: As neoplasias malignas de gastrointestinais apresentam uma incidência elevada na população do
Norte Fluminense. O câncer intestinal foi a neoplasia maligna de maior incidência, seguida do câncer gástrico,
corroborando com os dados da literatura. Este levantamento epidemiológico contribui para traçar um perfil
clínico, estra- tificando os grupos de risco e auxilia na prevenção, detecção precoce e tratamento para as
neoplasias malignas gastrointestinais.
Palavras-chave: Patologia. Oncologia. Neoplasias Gastrointestinais. Coleta de Dados. Sobrevida.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.10


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p13

Coronavírus: associação dos sintomas e o prognóstico da doença


na população idosa em um município do Noroeste Fluminense
Letícia Longue Corrêa. E-mail: leticialonguec@gmail.comDanillo Antunes Merat, Ihury de
Almeida Correia Ferraz, Gabriel Marotti de Oliveira, Paulo Cavalcante Apratto Júnior
Faculdade de Medicina de Campos
RESUMO
Introdução: O surgimento de uma nova doença respiratória potencialmente grave, denominada CO- VID-19, no
ano de 2019 movimentou as instâncias governamentais de todo o mundo. Com o aumento do número de casos
no ano de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou a COVID-19 como uma doença pandêmica. Esta
trouxe impactos na saúde de toda a população mundial, principalmente para os idosos, considerada um fator de
risco para o desenvolvimento da forma grave da COVID-19. Devido à relação da idade dos pacientes infectados
e os sintomas mais graves desenvolvidos por estes, foram analisados esta influência em relação ao risco de
internações hospitalares - setores de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ou enfermaria, e pacientes conduzidos
ambulatorialmente. Objetivos: Esse presente estudo, pretende demonstrar a relação dos sintomas manifestados
pelos pacientes que positivaram para à doença, seu prognóstico e sua evolução clínica. Metodologia: Nesse
estudo de Coorte, realizado entre 01/03/2020 e 31/05/2021, forma incluídos os pacientes moradores do município
de Itaperuna, estado do Rio de Janeiro, com 60 anos ou mais, apresentando COVID-19 positivo e que se
enquadrem na evolução do caso para cura, óbito, internação em enfermaria ou UTI ou tratamento ambulatorial.
Os dados foram anexados em tabelas e analisados, obtendo resultados através do teste do qui-quadrado de
Mentel-haenszel, apresentando um nível de significância p<0,05 em teste bicaudal. Resultados: Em uma análise
da população estudada, obtivemos 931 pacientes de ambos os sexos. Em relação a idade dos pacientes, temos
uma maior proporção de participantes na faixa etária de 60 a 69 anos, seguido de 70 a 79 anos. Ao ser feita a
análise das manifestações clínicas encontradas e a evolução de cada paciente encontrou-se como resultado que
pacientes com sintomas mais leves como ageusia, anosmia, cefaleia e coriza apresentaram uma maior chance de
tratamento ambulatorial. A respeito da relação dos sintomas em paciente que evoluíram para óbito a presença de
dispnéia se mostrou como fator de risco, apresentando um aumento na chance de óbito de mais de 400% - com
Intervalo de Confiança (IC) 2,79 - 6,06, dentre os 90 pacientes que evoluíram a óbito, 50 apresentavam dispneia.
Em contrapartida, a presença de cefaleia e a odinofagia se mostraram como fatores de proteção para o óbito
reduzindo em 70% o risco de óbitos em pacientes com cefaleia e redução de 52% no risco de óbito em pacientes
que apresentaram odinofagia. Dentre a análise de risco de internação hospitalar ou seguimento ambulatorial, os
sintomas como ageusia, anosmia e cefaleia, apresentam um fator de risco para tratamento ambulatorial, ou seja,
apresentam 20% mais chance de não evoluir para internação hospitalar. Quando analisamos o sintoma de dispneia
manifestados pelos pacientes, obtivemos 37% menos chance de ser tratado ambulatorialmente, sendo conduzido
para internação hospitalar, com Risco Relativo de 7,24 e 7,78 dos casos, respectivamente. Conclusão: Diante do
estudo foi possível concluir que o principal sintoma com pior prognóstico é a dispneia, aumentando em 4 vezes
a chance de óbito e mais de 7 vezes a chance de internação hospitalar. Observou-se também que sintomas mais
leves se apresentam como sintomas de melhor evolução clínica. Palavras-chave: Dispneia. Hospitalização.
Coronavírus. Prognóstico.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.22


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p2

Identificação precoce de risco para autismo


Camila Carvalho Leite. E-mail: leitecamila13@gmail.com
Maria Antônia Andrade Rangel, Maria Clara Fonseca Artiles,
Maria Clara Guerra Peixe, Odila Maria Ferreira de Carvalho Mansur
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

RESUMO
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está categorizado no DSM-5 como um transtorno do
neurodesenvolvimento, e tem como principal característica alterações qualitativas da interação social recíproca
e linguagem, além de comportamentos estereotipados, interesses restritos e dificuldade com o uso do imaginário
em jogos simbólicos. O Autismo infantil é descrito como alterações condizentes com TEA ocorrendo nos três
primeiros anos, podendo se manifestar a partir dos primeiros meses de vida. O diagnóstico precoce é essencial
para um aproveitamento da neuro- plasticidade presente no período inicial da vida, onde as sinapses cerebrais
constantes colaboram para uma diminuição das perdas cognitivas da criança, possibilitando o desenvolvimento
de habilidades sociais, cognitivas e de linguagem. Objetivos: Identificar crianças entre dezoito e trinta e seis
meses de idade com sinais de risco para TEA, por meio do Instrumento Escala Modified Checklist for Autism in
Toddlers (M-CHAT) e encaminhar para tratamento no Ambulatório Interdisciplinar do Hospital Plantadores de
Cana (HPC) em casos positivos. Relato da Experiência: A aplicação do M-CHAT no ambulatório de pediatria do
HPC foi de extrema relevância para as extensionistas e a comunidade. Foi organizado um grupo de mães onde
fomentamos um diálogo de extremo valor e compartilhamento de conhecimento de suma importância na saúde
de seus filhos. Ademais, ensinar é o melhor jeito de aprender, e a escuta das mães por parte do grupo gerou
discussões produtivas e necessárias, expandindo os horizontes de todos presentes, e abrindo espaço para ainda
mais diálogo. Reflexões: Para esse trabalho, foram analisadas 20 crianças. Os resultados revelaram que, dentre as
crianças avaliadas, 85% apresentaram risco positivo para autismo (17 crianças). O diagnóstico e a intervenção
precoce do Transtorno do Espectro Autista são essenciais para garantir a saúde e o crescimento da criança, além
de estimular a formação de sinapses para que ela possa se desenvolver de forma satisfatória e realizar atividades
diárias com independência no futuro. Conclusões: Este trabalho busca evidenciar a relevância da aplicação do
questionário M-CHAT para a identificação precoce do TEA. Desse modo, promove a inserção precoce de
crianças com sinais deste transtorno em atividades de estímulo especializado, visando atingir as áreas comumente
afetadas pelo TEA e melhorar o prognóstico a longo prazo.

Palavras-chave: Autismo. M-CHAT. Intervenção Precoce. TEA.

Instituição de fomento: FMC, FBPN

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.2


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p8

Prevalência de depressão na população em situação de


rua de Campos dos Goytacazes e fatores associados
Gabriela Espíndola. E-mail: gabrielafribeiroe@gmail.com,
Déborah Lessa da Silva, Yasmim de Souza Leite, Gabriela Ferreira Dal Molin
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

RESUMO
Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), indivíduos que passam por situações difíceis são
mais suscetíveis a transtornos depressivos. Sendo assim, pode-se dizer que a população em situação de rua é um
grupo com risco considerável de desenvolvê-los. Objetivos: Determinar o perfil da população em situação de rua
de Campos dos Goytacazes, bem como a prevalência de depressão neste grupo e os fatores associados a ela.
Método: Estudo transversal realizado no período de 12 meses no Centro POP com 108 pessoas atendidas na
unidade pela aplicação de um questionário socioeconômico e do inventário de depressão de Beck. Os dados do
estudo foram analisados quantitativamente em números percentuais a partir do programa Epidata 3.1. Critérios
de inclusão: pessoas em situação de rua maiores de 18 anos que frequentem o Centro POP para atendimento e/ou
refeições, que tenham condições físicas e psíquicas para responder aos questionários e aceitem participar do
projeto voluntariamente, mediante TCLE. Projeto aprovado no CNPq n° 26899219.0.0000.5244. Resultados e
Discussão: Foram abordadas 108 pessoas, sendo 95 questionários válidos. 87,4% dos respondedores eram do sexo
masculino; 48,8% de cor preta; 43 (45,2 %) tinham entre 18 e 35 anos; 56,8% está na rua há menos de 2 anos;
58 (61%) estudaram até o ensino fundamental. Com relação à saúde mental dos entrevistados, 82 (86,3%)
apresentaram algum grau de depressão, sendo 26 (27,4%) leve (L), 27 (28,4%) moderada (M) e 29 (30,5%) severa
(S). Apenas 8% dos moradores que estão na rua entre 3 e 10 anos não possuem depressão. Todos os interrogados
que responderam vícios como fatores motivadores para a situação em rua manifestaram akgum grau de transtorno
depressivo. A prevalência de depressão foi de 68,42% no grupo que não apresentava vícios, enquanto que este
valor foi de 88,14%, 90,57% e 97,44% entre os que usavam cigarro, álcool e outras drogas, respectivamente.
Entre os que tinham contato com a família, a prevalência de depressão foi 77,6%, sendo a maioria leve (30,65%),
enquanto que no grupo sem contato com a família, a prevalência foi de 95,7%, sendo a maioria severa (41,3%).
O índice de depressão encontrado na amostra foi 86,3%, sendo a maioria (30,5%) enquadrada como depressão
grave, enquanto que um estudo semelhante, com a população em situação de rua de Belo Horizonte, demonstrou
prevalência de 56,3%, sendo a maioria dos casos (26,9%), depressão leve. Conclusões: Este estudo está de acordo
com a teoria de que populações vulneráveis estão propensas a desenvolver transtornos depressivos. Nesta
amostra, foi encontrada correlação maior entre gravidade da depressão, vícios e contato com a família. A
população em situação de rua é um grupo heterogêneo que está mais suscetível que a população em geral a
agravos de saúde, uma alternativa inicial seria implementar estratégias que facilitem o acesso dessa população a
centros de apoio a saúde mental.

Palavras-chaves: População de rua. Depressão. Saúde mental

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.8


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p3

Educação em Saúde para prevenção da COVID-19:


divulgando ciência usando mídias sociais
André Luiz Vargas. E-mail: andre_vargas10@hotmail.com
Amanda Rainha Monteiro, Bruna EwaldMontenegro, Gabrielle Alves Martins Pavoni, Larissa
de Paula Viana Souza, Thais Louvain de Souza, Inez Barcellos de Andrade
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)
RESUMO
Informações sobre o novo coronavírus tem circulado diariamente, chegando a população por diversas fontes como mídia
televisionada, radiodifusão e mídias digitais, sendo necessário e urgente que essas informações sejam produzidas e
veiculadas de forma precisa e confiável, contribuindo para que as pessoas tomem decisões conscientes e adotem
comportamentos positivos de modo a proteger a si e o outro. A Educação em Saúde (ES) tem trabalhado nesse sentido,
utilizando diversas estratégias para comunicação com a sociedade, entre elas o uso de imagens, da arte. O mural grafite,
como expressão artística, vem sendo utilizado em projetos para ES em várias cidades no Brasil e no mundo. Em Campos
dos Goytacazes, RJ, o uso de mural grafite com temas relacionados à saúde, a prevenção de doenças é algo inédito. Objetiva-
se assim, compreender os significados atribuídos pelos indivíduos sobre medidas de proteção e prevenção para COVID-19
a partir da interação com um mural grafite, visando a promoção da educação em saúde para a doença. A pesquisa foi do tipo
observacional transversal com moradores da cidade, em circulação na área de exposição do mural, que responderam a uma
entrevista com questões sobre perfil demográfico e para COVID-19, comportamento e atitudes relacionadas à doença. A
análise dos dados quantitativos foi por frequência de ocorrência e, qualitativamente, pela Análise Textual Discursiva. O
projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Humanos com Parecer 5.398.177. De um total de 227
indivíduos, 212 assinaram o Termo de Consentimento. O perfil demográfico constitui-se por: gênero feminino (63,7%),
idade média de 39 anos, branca (70,8%), carteira assinada (33,6%), católica (44,8%), casada (48,1%), Ensino Superior
incompleto (32,4%) e residente na região central da cidade (13,7%). Quanto ao perfil para COVID-19, 43,6% afirmaram ter
tido a doença, desses, 87% fizeram exame diagnóstico e 8,7% estiveram hospitalizados. O comportamento e atitude para
prevenção da doença: 44 realizam o uso de máscara na rua, 99 o fazem somente em ambientes fechados e 7, o tempo todo.
Quanto à higienização das mãos, 92,9% lavam e 95,3% fazem uso de álcool em gel. O isolamento social foi praticado por
85,8% e 14,7% fazem distanciamento social. Quanto à vacinação, 99,1 % já fizeram, desses com 3 doses, 67,9% e, 2, 30,1%.
As interações com as imagens do mural possibilitaram significações para prevenção da COVID-19 expressas nas palavras:
vacina, vacinação, máscara, distanciamento, cuidado, pandemia não acabou, trabalho coletivo, importância do profissional
de saúde. Observa-se assim, um perfil demográfico de mulheres, com carteira assinada, brancas, católicas, com Ensino
Superior incompleto e residentes na área central da cidade, sendo que metade afirmaram terem tido COVID-19, sendo a
maioria diagnosticada e com baixa prevalência de hospitalizações. A prevenção da doença é realizada com o uso de máscara,
por menos da metade dos indivíduos e em ambientes fechados. A higienização das mãos é feita com álcool em gel ou água
e sabão, por quase todos, assim como a vacinação, sendo que mais da metade já tomou ao menos três doses. Os significados,
registrados após interação com o mural, foram observados a partir das expressões que marcam aspectos positivos para
prevenção da doença. Infere-se que a prática de ações de Educação em Saúde pela arte possibilitou a interação e comunicação
pública do conhecimento científico para o autocuidado e prevenção da COVID-19.

Palavras-chave: COVID-19. Mural grafite. Educação em Saúde. Prevenção. Autocuidado.

Instituição de fomento: Fundação Benedito Pereira Nunes - Faculdade de Medicina de Campos. Coordenação de Extensão
(Projeto/Edital 2021).

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.5


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p4

Importância da identificação precoce dos riscos para autismo


Paula Ney Teixeira. E-mail:paula.ney@hotmail.com
Júlia Moraes Ferreira, Luanna Cherene Almeida, Victoria Dias de Miranda Paula
Barroso, Odila Maria Ferreira de Carvalho Mansur
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

RESUMO
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neuro-desenvolvimento e que pode
manifestar-se precocemente, geralmente em tomo de 12 a 36 meses. Esse transtorno afeta áreas relacionadas à
linguagem, interação social e comunicação, principalmente. Além disso, indivíduos com TEA podem apresentar
comportamentos estereotipados, interesses repetitivos e/ou restritos, dificuldade em funções executivas,
dificuldade em pensamentos simbólicos e rigidez de pensamento. O desenvolvimento de TEA foi associado a
fatores genéticos e muitos genes estão possivelmente envolvidos - tanto herdados quanto novos - não obstante,
outras causas podem influenciar, tais como idade avançada dos progenitores, negligenciamento extremo da
criança, exposição a certas medicações intrautero, nascimento pré termo e com baixo peso. Sendo assim, é
causado por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A gravidade da apresentação é variável e embora
não exista cura, quanto mais precoce a intervenção adequada, melhor o prognóstico. Isso ocorre devido a
neuroplas- ticidade cerebral que são remodelamentos e reajustes que acontecem de forma mais intensa nos pri-
meiros anos de vida. Objetivos: Identificar crianças de um a seis anos de idade com sinais de risco para TEA, por
meio do Instrumento Escala Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) e encaminhamento para
tratamento em casos positivos. Métodos: Aplicação do M-CHAT no ambulatório de pediatria. Resultados: Para
ter risco positivo para autismo, o resultado deve apontar falha em no mínimo três itens ou em dois itens
considerados críticos. Para esse trabalho, foram analisadas 29 crianças. Os resultados revelaram que, dentre as
crianças avaliadas, 82,75% apresentaram risco positivo para autismo (24 crianças) e dentre essas, 83,22%
apresentaram falhas em pontos críticos (21 crianças). 17,24% (5 crianças) não apresentaram falhas (incluindo as
críticas); 10,34% apresentaram entre 1 e 4 falhas (3 crianças); 24,13% apresentaram entre 5 e 8 falhas (7
crianças); 37,93% apresentaram entre 9 e 13 falhas (11 crianças); 10,34% apresentaram 14 ou mais falhas (3
crianças). Ademais, 72,41% apresentaram alguma falha crítica (21 crianças) e 34,48% apresentaram 3 ou mais
falhas críticas (10 crianças). Discussão: O M-CHAT é um teste de rastreio, ou seja, não é usado para diagnóstico
e, sim para triagem de crianças. É preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, devendo ser aplicado nas
consultas pediátricas a partir de 18 meses de idade. Os resultados superiores a três (falha em três perguntas no
total) ou dois dos itens considerados críticos (2,7,9,13,14,15), após confirmação, justificam uma avaliação formal
por especialistas em neurodesenvolvimento. Conclusão: Esse trabalho em questão busca colaborar com o
enriquecimento acerca do Transtorno do Espectro Autista, salientando a importância da investigação precoce dos
sinais para TEA via instrumentos de rastreio, como o teste do M-CHAT. Dessa forma, com o diagnóstico precoce,
a criança poderá ser encaminhada para tratamento especializado e é estimulada nas áreas afetas pelo TEA. O
rastreio se faz cada vez mais importante pois quanto mais novo, melhor é o prognóstico da criança.

Palavras-chave: TEA. Autismo. Identificação Precoce. M-CHAT.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.5


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p5

Educação em Saúde usando mural de rua com grafite para


prevenção da COVID-19: interação e construção de significados
André Luiz Vargas. E-mail: andre_vargas10@hotmail.com
Amanda Rainha Monteiro, Bruna EwaldMontenegro, Gabrielle Alves Martins Pavoni, Larissa de
Paula Viana Souza, Thais Louvain de Souza, Inez Barcellos de Andrade
RESUMO
No período da e pós-pandemia pela COVID-19, as redes sociais se tomaram cada vez mais um ambiente de
caráter informativo e educacional. Por ser uma plataforma de fácil acesso e que abrange um grande público, a
divulgação nas mídias de informações com base científica e confiáveis se faz extremamente necessária e deve
ser incentivada para que a população possa adquirir conhecimento e seja capaz de formular um pensamento
crítico sobre tais assuntos. Os infográficos, nesse sentido, têm sido uma promissora ferramenta de ensino utilizada
para promoção da educação em saúde nas plataformas sociais, sendo utilizado como um popular recurso digital
para disseminar informações de modo eficiente, objetivo e com credibilidade. Os infográficos se apresentam
como uma publicação de fácil compreensão, com resumos bem didáticos e referências confiáveis, ajudando a
combater a desinformação, promovendo melhor alfabetização em saúde do público-alvo. No entanto, o acesso
volumoso de informações na internet não capacita os usuários a identificar a veracidade do que leem. Em geral,
a aquisição da notícia se limita à visualização de uma única publicação, aos primeiros resultados da busca, sem
preocupação em identificar a fonte e então seguem para outros assuntos, muitas vezes, sem nem recordarem onde
consumiram tal informação. Muitas agências de saúde, como a própria OMS, encontram-se mais ativas nas redes
sociais e, por conseguinte, a população está se acostumando a recorrer a essas mídias para adquirir conhecimento.
A internet, portanto, também é um ambiente perigoso pois, por entre as notícias verídicas, muitas fake news
também são disseminadas e acabam não sendo reconhecidas pelos leitores. Mediante essa situação, movimentos
contra a ciência, como o discurso antivacina, encontraram no meio digital força para disseminar idéias baseadas
em suposições com males não documentados causados pelas vacinas e minimização da gravidade da infecção
pela COVID-19. Diante desse cenário, o principal objetivo do presente trabalho é promover a Educação em Saúde
por meio de estratégias de divulgação científica sobre autocuidado e prevenção para COVID-19 no Instagram e
Facebook.A metodologia utilizada foi: i) levantamento bibliográfico em bases de dados com os descritores
COVID-19, coronavírus, prevenção, tratamento, sintomas, mídias sociais, divulgação científica e educação em
saúde em português e inglês; ii) criação de um perfil no Instagram e Facebook para o projeto: fincsaude_arte. iii)
elaboração de posts e stories com base em pesquisas e evidências científicas e; iv) disponibilização semanal
desses materiais de dez. 2021 a ago. 2022, totalizando 97 publicações e 153 stories no período. O alcance de
contas é de 2300, com 132 seguidores, 704 não seguidores, visitas ao perfil 856, 651 curtidas e 1257 interações.
Observa-se que os seguidores se concentram em Campos dos Goytacazes, RJ (76%), são do gênero feminino
(73%), na faixa de 25 a 44 anos (60%). A Educação em Saúde com uso de estratégias que viabilizam a
comunicação pública da ciência, tais como as mídias sociais são um caminho possível para divulgação de
informação confiável e segura para a população. Os resultados obtidos apontam a necessidade de se pensar novas
medidas para ampliação de contas e seguidores, além de estratégias para avaliação da interação que vem sendo
realizada com o material disponibilizado.
Palavras-chave: COVID-19. Prevenção. Mídias sociais. Educação em Saúde. Divulgação científica Instituição
de fomento: Faculdade de Medicina de Campos (Projeto de Extensão/Edital 2022).

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.5


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p12

Incidência de Injúria Renal Aguda em pacientes com


COVID-19 internados em Unidades de Terapia Intensiva na
cidade de Campos dos Goytacazes, RJ
Maria Tavares Pereira Monteiro. E-mail; maria_tavares_monteiro@hotmail.com
Laura Paes Moraes, Daniel Tavares Peres, Márcia Valéria Azeredo Gomes de Carvalho

RESUMO
Introdução: O ano de 2020 foi marcado por uma pandemia global resultado da transmissão do novo coronavírus
causador da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2) e causador da doença COVID-19. O
acometimento respiratório apresenta maior evidência, entretanto, essa patologia pode causar comprometimento
em diversos sistemas do corpo humano. Objetivos: O presente estudo determinou a incidência do surgimento de
Injúria Renal Aguda (IRA) secundária ao COVID-19 em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva
(UTI) de hospitais públicos da cidade de Campos dos Goytacazes-RJ. Métodos: Os dados contidos neste estudo
foram obtidos a partir da análise de prontuários de pacientes acometidos pela Covid-19 admitidos na UTI de dois
hospitais da rede pública do município, no período de 10 de julho de 2020 a 10 de julho de 2021, comparando os
seguintes parâmetros: idade, sexo, dias de internação, desfecho, se houve necessidade de diálise, valores de
creatinina no momento da admissão no setor da UTI e da saída do mesmo e comorbidades. Os seguintes critérios
de exclusão foram empregados: idade inferior a 18 anos, história prévia de doença renal crônica (DRC) ou
indivíduos que necessitam de terapia dialítica precedente à internação na UTI. Resultados: Dentre os 146
pacientes, 58,2% eram do sexo masculino e 41,8% do sexo feminino. As idades variaram de 23 até 92 anos. Em
relação ao tempo de internação, variou de 1 dia até 60 dias. 35,6% dos pacientes precisaram ser submetidos a
terapia dialítica enquanto 64,4% deles não necessitam. Sobre as comorbidades, compreendem em ordem
crescente, respectivamente: hipertensão arterial; diabetes mellitus, obesidade, doença obstrutiva pulmonar
crônica, tabagismo, insuficiência cardíaca congestiva, e fibrilação atrial. Outras comorbidades também foram
registradas, entre elas: Neoplasia, esteatose hepática, dislipidemia, HIV, lúpus eritematoso sistêmico, acidente
vascular encefálico prévio, cardiopatias e artrite reumatoide. Como desfecho, 100% evoluíram para óbito.
Seguindo o parâmetro KDIGO, conclui-se que dos 146 pacientes, 43 apresentaram IRA durante sua internação,
dentre eles, 16 necessitam de diálise. E importante ressaltar que todos aqueles pacientes que deram entrada na
UTI com a creatinina maior do que 1,5 mg/dL foram excluídos, totalizando 68 pacientes. Não foram constatadas
alterações nos valores da creatinina de 34 pacientes. Não foi possível concluir a coleta de 2 pacientes por
informações insuficientes, estes também foram excluídos da pesquisa. Discussão: Seguindo os critérios KDIGO,
a IRA é descrita como aumento na creatinina sérica em 0,3 ou mais ou em 1,5x o valor basal em 48 horas e/ou
débito urinário <0,5 mL/kg/hora (por 6 horas ou mais). Em pacientes internados com COVID-19, ela está
associada a uma piora do quadro e aumento nos números de óbito. Conclusão: Os resultados coletados mostraram
a alta incidência de IRA em pacientes internados pela COVID-19. Na literatura, a IRA vem associada como fator
agravante à COVID-19, sendo esta uma doença de elevada incidência de morbimortalidade.
Palavras-chave: Mortalidade. COVID-19. Creatinina.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.12


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v!2022p21

Alta prevalência de depressão em gestantes acompanhadas no


Hospital Plantadores de Cana em Campos dos Goytacazes
RenataBaptista de Sant’Anna.. E-mail: renata_baptista@yahoo.com.br
Kennya da Silva Andrade, Monica Muniz Manhães, Cláudio Rodrigues Teixeira,
Scheilla Maria Ribeiro Rocha Ferreira
RESUMO
Introdução: A depressão durante a gestação é muito comum, podendo ser diagnosticada em 1 a cada 2 gestantes
e com altas chances de levarem a doença para o puerpério. Seus fatores de risco incluem idade materna,
escolaridade, ajuda do companheiro, ser ou não multípara, ter planejado a gestação, pensamentos de aborto, ter
feito tratamento psíquico ao longo da vida, eventos estressantes nos últimos dias e ser usuária de drogas lícitas
ou ilícitas. Objetivo: Analisar a prevalência de depressão pré-natal em gestantes da cidade de Campos dos
Goytacazes/RJ atendidas no Hospital Plantadores de Cana no primeiro semestre de 2022. Métodos: A pesquisa
em questão é do tipo transversal, realizada em uma grande maternidade com a inclusão de 378 pacientes
gestantes que autorizaram a entrevista. As informações coletadas foram provenientes de um questionário
sociodemográfico e da Escala de Edinburgh, adaptada para o período pré-natal. Resultados: O levantamento de
dados revelou que a média de idade materna é de 25 ± 6,32 anos e a média de idade gestacional nos dias de
entrevista foi de 40 ± 1,41 semanas. Do total, 44,3% das entrevistadas possuem escolaridade de ensino médio
completo, enquanto 25,7% possuem ensino fundamental completo e 25,3% ensino fundamental incompleto.
Das 79,9% pacientes que não são solteiras, cerca de 88,9% possuem ajuda do parceiro e 90,7% possuem apoio
emocional da família. Entretanto, 49,9% relataram ter sofrido eventos estressantes dias antes da entrevista,
sendo que 72,1% das gestantes não planejaram a gestação e 12,2% já tiveram pensamentos de aborto. Com
históricos 14,8% afirma que já fez algum tratamento psíquico ao longo da vida e 5,8% relatou fazer tratamento
atualmente. Quanto ao uso de drogas lícitas e ilícitas 8,8% se declarou usuária. Após apontadas diferentes
respostas adquiridas com os dados sociodemográficos concomitantemente com a Escala de Edinburgh o
resultado foi de 24,07%. Discussão: A análise desse projeto fez evidente que o cuidado com a saúde mental das
gestantes precisa ser atenciosamente acompanhado, devido à alta taxa de pacientes com o transtorno depressivo.
Ao longo do período de coleta das respostas ficou inquestionável que validar o sentimento das pacientes e o
olhar humano perante ao sofrimento relatado é fundamental para que o apoio psicoterapêutico se destaque e se
aprofunde na conduta individual. Os dados adquiridos com as respostas referentes aos fatores associados
indicam que o suporte emocional, o número de gestações e pensamentos de aborto são fortes elementos que
contribuem com uma elevada pontuação final. A literatura aponta que um score igual ou maior que 12 na Escala
de Edinburgh é definitivo para a depressão. E significativo que a notabilidade deste assunto seja discutida entre
psicólogos, psiquiatras, obstetras e direção hospitalar a fim de promover inclusão do suporte psicológico que
as gestantes necessitam em período pré-natal para que o estado depressivo não seja levado após o parto.
Conclusão: E de importante relevância o adequado rastreio relacionado à saúde mental de pacientes gestantes,
apesar da escassez do serviço especializado nas matemidades, para o correto diagnóstico e tratamento prévio.
O diagnóstico precoce faz-se necessário em todos os casos para que complicações futuras com mãe e bebê não
aconteçam.
Palavras-chave: Depressão. Gestantes.Edinburgh. Instituição de fomento: PIBIC/FMC

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.24


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v!2022p6

Prevalência da Hipertensão Arterial em Campos dos


Goytacazes e sua Relação com a Etnia Afrodescendente
ValdebrandoLemos. E-mail: valdebrando@censanet.com.br
Aline Pereira Pessanha, Fernanda Pinto Torquato, Mariana Paes Retameiro Fagundes,
Raphaela Gomes de Carvalho
Faculdade de Medicina de Campos
RESUMO
Introdução: A hipertensão arterial é caracterizada por elevados níveis pressóricos, com pressão sistó- lica maior
ou igual a 140 mmHg e pressão diastólica maior ou igual a 90 mmHg. O inquérito Vigitel, em 2016, mostrou
prevalência de 25,7% de hipertensão na população brasileira. A hipertensão constitui um problema de saúde
pública, com riscos de doenças cardiovasculares e alta morbimortalidade. Há fatores como gênero, idade,
obesidade, tabagismo, etilismo, alimentação e etnia. Nos Estados Unidos, os não brancos são mais acometidos.
No Brasil, alguns estudos mostram maior prevalência na população negra, mas também há relação com fatores
sociais e econômicos. Objetivo: Conhecer a prevalência da hipertensão em adultos de 20 a 84 anos e se há
associação com a população afro- descendente, em Campos-RJ. Relato da experiência: O tamanho amostrai
mínimo foi calculado em 400 indivíduos, para população adulta projetada em 2021 de 250.000 habitantes. A
pesquisa foi feita em lojas, filas de banco, supermercados, mercado municipal, filas de vacinação, “shoppings” e
praças públicas, com questionário contendo perguntas relacionadas à hipertensão e outras variáveis. A pergunta
principal era se algum médico ou outro profissional da saúde havia dito ao pesquisado que êle era hipertenso.
Foram entrevistados 404 adultos de 20 a 84 anos, com média de idade de 40,68 anos (±16,46), residentes em
Campos; 256 (63,4%) do sexo feminino e 148 (36,6%) do sexo masculino; 227 (56,2%) de cor branca e 177
(43,8%) não brancos. Quanto ao estado civil, 174(43,1% eram solteiros, 171 (42,3%) casados, 35 (8,7%)
separados ou desquitados e 24 (5,9%) viúvos. A escolaridade foi de 0 a 7 anos, nível fundamental, em 70 (17,3%);
de 8 a 11 anos, nível médio, em 183 (45,3%) e 12 anos ou mais, nível superior, em 151 (37,4%). A renda salarial
foi menor que 1 a 1 salário mínimo em 113 (28,0%), maior que 1 a 3 salários em 133 (32,9%) e maior que 3
salários mínimos em 158 (39,1%). A prevalência de hipertensão, foi de 135 (33,42%), intervalo de confiança de
95%, ( 28,8 a 38,04%). Na análise estatística, a hipertensão nos não brancos foi de 45,8% contra 23,8% em
brancos, com p < 0,001. Quanto ao estado civil, a hipertensão esteve mais associada aos grupos separados/des-
quitados e viúvos, com p < 0,001. Também esteve mais associada àqueles com salários maiores, p < 0,001. A
menor escolaridade se associou à hipertensão, p = 0,029. A hipertensão esteve mais associada com os de mais
idade, quando comparamos um grupo com média de idade de 35,4 anos com um grupo com média de idade de
55,2 anos, p < 0,001 (Teste de Wilcoxon). A hipertensão esteve mais associada ao genero masculino,4 2% contra
28 % no feminino, p = 0,008. Reflexão sobre a experiência: A experiência foi válida e preencheu uma lacuna, pois
não conhecíamos a prevalência de hipertensão no município. Também permitiu conhecer a associação com outras
variáveis. Conclusões: A prevalência de hipertensão em Campos é alta, 33,42% (28,8 a 38,04%) com IC de 95%,
constituindo um alerta para a saúde pública do município, uma vez que se associa a doenças cardiovasculares e
complicações como acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e doença
renal crônica. O estudo é relevante e mostra dados gerados no município, que refletem nossa realidade.
Palavras-chave: Hipertensão. Prevalência. Afrodescendente. Etnia.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.6


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p22

Aspectos que corroboram para o aumento do número de casos


de doenças cardiovasculares na atenção primária em Campos
dos Goytacazes, RJ
Maria Eduarda Sardinha Estrella. E-mail: dudardo2011@hotmail.com
Gabrielle Freitas Paravidine, Luyza Medina Pimentel, Sebastião de Melo Fonseca
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)
RESUMO
Introdução: Na perspectiva das doenças cardiovasculares (DCV) um cuidado de qualidade exercido pela atenção
primária visa não só a prescrição de medicamentos, mas também a melhoria da qualidade de vida do paciente, a
fim de evitar o desenvolvimento dos fatores de risco. A doença crônica mais evidenciada atualmente em idosos
é a hipertensão arterial, que pode causar insuficiência cardíaca, insuficiência renal e doença vascular de
extremidades. Vale ressaltar a importância de investigar e da busca da prevenção das DCV, já que elas formam
o grupo de doenças crônicas mais frequentes e acarretam o desenvolvimento de outras doenças. Objetivos:
Analisar a ocorrência de doenças cardiovasculares entre os pacientes atendidos na Unidade Básica de Saúde
Custodópolis e a ação da unidade em relação a esse cenário. Métodos: Esse estudo possui uma amostragem de
100 pacientes, foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos e a inclusão neste
projeto foi voluntária por meio de assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados e
discussão: Diante a aplicação dos formulários 44,6% dos entrevistados possuem doenças cardiovasculares e
dentre eles 67,3% não descobriram tais doenças precocemente. Cerca de 46,5% dos participantes possuem mais
de 60 anos e 42,6% entre 30 e 60 anos, estando de acordo com a literatura. Ademais, 52,5% possuem diagnóstico
de Diabetes Mellitus (DM), 58,4% de Hipertensão Arterial (HA) e 45,5% de Dislipidemia, o que vai de encontro
com as estatísticas já existentes. De acordo com os pacientes que possuem comorbidades, 67,3% relataram usar
a medicação regularmente para controle e tratamento delas. Ressalta-se que 25,7% relataram ingerir bebida
alcoólica e 14,9% são tabagistas. 46,5% apresentaram ter uma alimentação não balanceada. Entretanto, 75,2%
disseram ir ao médico regularmente, evidenciando a ação da Unidade Básica de Saúde de Custodópolis.
Conforme estudos pré-existentes, os fatores de risco em relação a DCV são tabagismo, dislipidemia, hipertensão
arterial, diabetes mellitus, sedentarismo, uma dieta pobre em vegetais e frutas, uso de álcool, idade acima de 45
anos para homens e 55 anos para mulheres, entre outros. Dentre esses fatores de risco, o sedentarismo costuma
ser o mais prevalente nos pacientes acometidos pelas DCV e isso vai de encontro ao resultado obtido nos
formulários, onde 64,4% relataram não praticar atividade física. Além disso, a maior parte dos participantes da
pesquisa possuem HA e DM já diagnosticados, indo de encontro aos estudos que abordam a relação entre essas
patologias e as doenças cardiovasculares. Por fim, percebe-se a grande relação entre os fatores de risco abordados
em teoria nos estudos existentes e na prática nos pacientes atendidos em Custodópolis. Conclusão: Destaca-se a
importância das medidas educativas a fim de orientar a comunidade sobre mudanças nos hábitos de vida, ligados
à alimentação, prática de atividade física e comorbidades, uma vez que o mesmo encontra-se diretamente atrelado
ao desfecho vivenciado por muitos pacientes na atenção primária de saúde. Assim, a atenção básica mostra-se
como peça fundamental na consolidação e promoção de saúde entre comunidade e políticas públicas.
Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares. Atenção Primária à Saúde. Comorbidade. Fatores de Risco.
Instituição de fomento: PIBIC/FMC.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.22


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p16

Antidepressivos na atenção básica do município de Itaocara,


RJ: características do usuário e da dispensação
Lethicia CostaBraz de Souza. E-mail: lethiciabraz27@gmail.com
Virginia Freitas Rodrigues
Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

RESUMO
A depressão é uma doença mental comum que afeta mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Trata-se
de um transtorno preocupante para saúde pública que não se limita a sexo, faixa etária, região ou classe
socioeconômica. Este estudo busca avaliar qualitativamente e quantitativamente os antidepressivos dispensados
na farmácia básica do município de Itaocara-RJ e características dos usuários atendidos nesse serviço. Após
consulta ao Sistema Integrado de Saúde Fiorilli, base de dados da farmácia municipal, foram identificados 762
pacientes que receberam antidepressivos nos meses de outubro a dezembro de 2021, em sua maioria com idade
inferior a 65 anos. Encontrou-se uma prevalência de usuários do sexo feminino e a classe dos inibidores seletivos
de recaptação de serotonina como a mais utilizada. Dentre os medicamentos, a amitriptilina foi o medicamento
mais dispensado, sendo a administração dos fármacos realizada em dose única diária ou duas vezes ao dia.
Afirma-se o papel fundamental do profissional farmacêutico na atenção primária na orientação e acompanhamen-
to dos pacientes.

Palavras-chave: Depressão. Antidepressivos. Farmácia Básica. Dispensação de medicamentos.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.16


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p25

Crescente taxa de novos casos e ampla distribuição geográfica


da esporotricose em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro
Thais Louvain de Souza. E-mail: thaislsouza@gmail.com
Liana Moura de Almeida, Ana Paula Moura de Almeida,
Adriana Jardim de Almeida, Edilbert Pellegrini Nahn Junior
RESUMO
A Esporotricose é a micose subcutânea mais comum, geralmente adquirida a partir da inoculação traumática
acidental do fungo por animais domésticos, tendo como agente etiológico uma das espécies do gênero
Sporothrix. O estado do Rio de Janeiro endêmico para a doença, em sido apontado como um dos epicentros no
Brasil. O objetivo deste trabalho é descrever a taxa de notificação e localização desta zoonose em Campos dos
Goytacazes, RJ. Logo, dados conglomerados da primeira notificação em 25/03/1986 até 15 de julho de 2022
foram obtidos da secretaria municipal de saúde e por esse motivo não há necessidade de aprovação ao CEP.
Para análises estatísticas descritivas o software livre R foi utilizado e um critério de pelo menos 6 meses entre
a data de diagnóstico e data de óbito foi adotado para refinamento da possibilidade de óbito causada por
Esporotricose. Os dados conglomerados totalizaram 1809 casos sendo o perfil dos pacientes na época do
diagnóstico caracterizado por jovens com média de 37 ± 12,515 anos e do sexo masculino 1154 (63,8%). Os
dois primeiros casos notificados ocorreram no sexo masculino em 1986 (17 anos) morador do bairro Jardim
Carioca e em 1989 (39 anos) do bairro Presidente Vargas. Após um período de 8 anos sem notificação iniciou-
se a série com no mínimo 1 caso por ano e em 2001 a taxa de notificação de casos novos foi de 1,229 casos por
100.000 habitantes, alcançando o ápice em 2018 com 47,657 por 100.000 habitantes. Com a instalação
dapandemia do novo coronavírus a taxa de notificação reduziu drasticamente com 13,694 e 26,426 por 100.000
habitantes nos anos de 2020 e 2021. Entretanto, neste ano de 2022, foram já computadas 87 notificações até a
data de 15 de julho (16,905 casos por 100.000 habitantes). No total, 98 (80,3%) dos 122 bairros de Campos dos
Goytacazes possuem notificação de quatro casos ou mais nos últimos 36 anos. Os dez bairros em ordem
decrescente de número de notificação são: Centro (127), Penha (63), Jardim Carioca (59), Novo Jockey (41),
Guarus (41), Parque Aurora (38), Turf Club (36), Novo Eldorado (34), Travessão (33) e Parque Rosário (29).
A localização dos casos não foi identificada ou foi considerada “Outros” em 427 (24%) notificações. Dos
pacientes notificados, 122 (7%) casos foram a óbito, sendo 67 (55%) do sexo masculino com 39 anos em média.
Se considerarmos o critério de menos de 6 meses para apontar os óbitos como altamente suspeito por
esporotricose, apenas 38 pacientes seriam incluídos. Os resultados demonstraram que ocorreu uma ampla
disseminação da doença em todo o município principalmente na última década devido a instalação da
notificação compulsória de esporotricose em 2013, quando a incidência se manteve sempre com pelo menos 13
casos a cada 100.000 habitantes. A alta incidência de casos e a ampla distribuição geográfica da esporotricose
nos bairros do município deve sempre ser lembrada na formulação das hipóteses diagnosticas no contexto da
epidemia zoonótica vivenciada no estado do Rio de Janeiro. Este estudo revela que há um crescente número de
novos casos e que 4 a cada 5 bairros da cidade de Campos dos Goytacazes já possui pelo menos uma notificação.
Como o período de tratamento é longo, apesar de variar de acordo com a forma clínica da doença e da idade
dos pacientes, há a necessidade da educação dos profissionais de saúde para diagnóstico precoce, aderência ao
tratamento farmacológico e reavaliação a fim de alcançar a erradicação da doença.
Palavras-chave: Esporotricose. Atenção à Saúde. Doenças do Gato.

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.25


DOI: https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.vl2022p7

Implementação de um canteiro de plantas medicinais no


Centro de Saúde Escola de Custodópolis
Maycon Bruno de Almeida. E-mail: farmaycon@yahoo.com.br
Liz Stefanie Morais Viana, Bruna Alves Nunes, Brenda Vieira Pinheiro,
Maria Júlia Pessanha Gonçalves, Carlos Eduardo Faria Ferreira
Faculdade de Medicina de Campos

RESUMO
Sabe-se que o uso de plantas medicinais pela população mundial sempre teve seu lugar na terapêutica empírica
e popular. Dados da Organização Mundial de Saúde - OMS mostram que cerca de 80% da população mundial
fez uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa. A utilização de plantas
medicinais tem inclusive recebido incentivos da OMS, os quais têm sido reverberados pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária por meio de práticas integrativas e complementares do Sistema Único de Saúde. Nesse
contexto, faz parte do escopo de atuação deste projeto a concatenação de práticas de educação em saúde que
tangem à disseminação de informações que visem o uso racional de plantas medicinais entre idosos assistidos
pelo Centro de Saúde Escola de Custodópolis. Em seu segundo ano de edição, o projeto se consolida com a
implantação de sua Horta Medicinal. Sustentado em seu viés ambiental, já foram montados 34 canteiros de
plantas, somando mais de 150 pneus reciclados. O uso dos pneus permite melhores condições ergonômicas para
visitantes, alunos e professores no manejo das plantas. Uma vez definida a planta de interesse, sob supervisão
docente, um dos alunos participantes do projeto irá elaborar uma monografia da espécie vegetal descrevendo
informações científicas atualizadas, tais como caracterização morfológica e taxonômica, indicação terapêutica,
modo de usar, contraindicações, efeitos adversos, entre outras. A partir das monografias são montadas placas
de identificação da planta para fixação nos canteiros, o que permite ao visitante, por meio da leitura eletrônica
de um QR Code, o acesso direto às principais informações da espécie. Até o momento temos registro de 39
monografias de plantas medicinais. Dessas, 34 espécies já foram plantadas e identificadas. Destacam-se
espécies como Aloe vera, Cymbopogon citratus, Ma- tricaria camomila, Mikania glomerata, Pereskia aculeata,
Pfaffea paniculata, Rosmarinus officinalis, dentre outras. O projeto demonstra sua importância extra muro da
faculdade uma vez que tem recebido visitas e agendamentos de diferentes grupos da sociedade civil e organiza
oficinas ministradas pelos estudantes para discussão periódica do uso racional de plantas medicinais. O próximo
desafio é o depósito das espécies em um Banco de Plantas Medicinais registrado.

Palavras-chave: Plantas Medicinais. Difusão do Conhecimento. Idosos.

Instituição de fomento: Extensão/FMC

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.7


Editorial
É com imensa satisfação que publicamos o primeiro volume dos Anais da Semana Científica da Faculdade de
Medicina de Campos. Os trinta resumos disponibilizados são oriundos de trabalhos de pesquisa originais, relato de caso
e trabalhos de extensão desenvolvidos por discentes, docentes e pesquisadores que participaram da XV Semana Científica
da FMC, ocorrida no período de 04 a 06 de outubro de 2022. O evento aconteceu de forma simultânea ao XIX Congresso
Médico Cidade de Campos, XXIX Congresso da SUPEM, II Mostra de Extensão e II Semana de Egressos da FMC. Assim,
o evento contou com a participação de 655 inscritos, 39 trabalhos científicos aprovados, além de oficinas, mesas redondas
e conferências, voltadas para profissionais e acadêmicos da área da saúde da região Norte Fluminense.
A COVID-19, motivador da suspensão dos eventos científicos presenciais, em função da necessidade do iso-
lamento social, foi um dos principais temas abordados pelos trabalhos científicos apresentados. Entre os premiados, na
modalidade pôster, o Io. lugar ficou com o trabalho intitulado “Saúde ocular de crianças em fase escolar durante o período
de pandemia do COVID-19 “e o 2o lugar, na modalidade apresentação oral, a pesquisa “Incidência de injuria renal aguda
em pacientes com COVID-19 internados em Unidades de Terapia Intensiva na cidade de Campos dos Goytacazes-RJ”.
A pandemia acentuou preocupações relacionadas a investigação, com ênfase na importância e necessidade de
evidências científicas, qualificação das pesquisas em seres humanos e incentivo ao pensamento científico, não apenas para
os acadêmicos, mas também aos profissionais que atuam na área da saúde, principalmente em função da grande produção
científica publicada diariamente.
Os resumos desse v. 1, 2022 dos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos possuem
individualmente um número de DOI (Identificador de Objeto Digital). Trata-se de um código único - formado por um
padrão de letras e números - e apresentado na forma de link, que é atribuído a publicações que estejam disponíveis na
internet (digitais). A função do DOI é tomar os arquivos permanentes na internet, uma vez que possibilita a criação de um
link para um documento digital publicado. A atribuição de DOI aos resumos, configura uma das etapas para a qualidade
dessa publicação, mas é importante destacar que o principal critério utilizado pela Comissão dos Trabalhos Científicos, foi
convidar e encaminhar as propostas para avaliadores, que gentilmente colaboraram, disponibilizando o seu conhecimento
e tempo para leitura e emissão de pareceres, possibilitando aos participantes da II Mostra de Extensão e da XV Semana
Científica da FMC terem seus resumos indicados para publicação.
Essa publicação tem como uma de suas propostas deixar registrado o retomo presencial de nossos eventos
científicos, por se tratar de momentos enriquecedores para todos que participaram do processo, com destaque para os
acadêmicos que de forma carinhosa e responsável montaram seus pôsteres e apresentações orais, recebendo o apoio de
seus orientadores e demais profissionais envolvidos. Importantes desdobramentos, advindos dessas produções científicas,
estão acontecendo e, certamente, retomarão de forma direta e/ou indireta tanto para os participantes quanto para
comunidade científica regional. Ressalta-se ainda, o quanto esses eventos e suas produções reforçam e valorizam a
importância do pensamento e da produção cientifica como prioridades na Faculdade de Medicina de Campos.
A todo(a)s o(a)s autore(a)s e avaliadore(a)s os nossos agradecimentos pela dedicação e participação. Aos leitores e leitoras
disponibilizamos esse primeiro volume, desejando uma ótima leitura!!

Comissão de Trabalhos Científicos


Edilbert Pellegrini Nahn Júnior
Inez Barcellos de Andrade Thais
Louvain de Souza

AnaisSemanaCientíficaFMC/v.l, 2022, p.1

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