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A AULA DE ESTUDO DE MEIO COMO POSSIBILIDADE

METODOLÓGICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM


DA GEOGRAFIA: UM ESTUDO REALIZADO NO PIBID

Beraldo, Laysa Ogliari1


Acadêmica do curso de Licenciatura em Geografia da Unicentro
Silva, Clayton Luiz da2
Doutor em Geografia, professor do Departamento de Geografia da Unicentro

Informar o eixo temático do trabalho: Ensino de Geografia.

RESUMO:

O presente trabalho tem como principal objetivo expor a importância e incentivar a


realização de trabalhos de campo no ensino básico. Isso ocorre porque os estudos de meio são
metodologias didáticas de grande aproveitamento científico, que fomentam nos estudantes a
curiosidade e, consequentemente, o anseio pelo desenvolvimento de novos saberes. Nesse
sentido, esse estudo foi realizado no Colégio Estadual Ana Vanda Bassara, em 2023, com as
turmas do 7º ano da disciplina de Geografia, com o auxílio da Professora Supervisora Elza de
Farias, do Professor Orientador Clayton Luiz da Silva e da equipe de direção e pedagógica do
Colégio, como parte das ações desenvolvidas no contexto do Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação à Docência – PIBID. O objetivo central das saídas de campo foi permitir que os
estudantes da educação básica travassem contato concreto com os temas trabalhados em sala
de aula, permitindo maior aproveitamento e compreensão das atividades nelas desenvolvidas.
Foi notório o ânimo dos estudantes com a proposta de atividades práticas e a produção de um
senso crítico, cultural e geográfico.

Palavras-Chave: PIBID; Ensino; Estudo de Meio; Geografia.

1
Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. E-mail: ogliarilaysa@gmail.com
2
Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. E-mail: clsilva@unicentro.br
Anais da XXVII SEMANA ACADÊMICA DE GEOGRAFIA “Atuação dos profissionais em Geografia: dos pesquisadores e
professores aos geógrafos com soluções socioambientais”, de 16 a 21 de outubro de 2023.
UNICENTRO-Guarapuava, ISSN – 2238-5940
1 INTRODUÇÃO

Durante a graduação muitas atividades de campo são sugeridas e desenvolvidas pelos


docentes com o objetivo de materializar e ampliar os conhecimentos geográficos dos
acadêmicos, o que é fundamental para a formação e o aprimoramento científico dos
licenciados. Em contrapartida, poucas são as instituições de ensino básico que promovem
qualquer tipo de atividade prática com os alunos, independentemente da matéria, da idade dos
alunos e até mesmo do comportamento positivo ou não da turma. Isso acontece porque esse
tipo de atividade exige muito esforço dos professores, engajamento da equipe pedagógica e,
muitas vezes, auxílio financeiro para suprir a falta de recursos de alguns alunos, somado à
responsabilidade que é colocada nas mãos do educador. Por essas e outras razões, a aula de
campo é uma metodologia que é constantemente deixada de lado e a rotina de atividades
escolares se mantém sempre em linearidade, com atividades quase exclusivamente em sala de
aula.
Visto isso, como o debate sobre o aprimoramento e a inserção das metodologias
didáticas no ensino é muito contemporâneo e essencial, os acadêmicos e bolsistas
participantes do PIBID se uniram e desenvolveram tais atividades para aprimorar habilidades
docentes e se integrar por meio das inovações pedagógicas em um contexto social de
motivação e incentivo ao estudo ativo, conforme proposto (LIBÂNEO, 1990). Além disso,
outro ponto de destaque na atuação dos estagiários em sala foi a tentativa de aproximar os
familiares dos alunos ao ambiente escolar, para que compreendessem a orientação e a
importância das atividades extraescolares, participassem mais da vida escolar das crianças e
os incentivassem a manter uma rotina de estudos metódica e diária.
Nesse sentido, os graduandos, com o auxílio dos professores, selecionaram uma
temática específica, relacionada ao âmbito de aprendizagem da cultura, principalmente na
escala local, e associaram-na aos conteúdos determinados pela SEED, nesse caso a
regionalização do Brasil e as especificidades de cada localidade. Desse modo, cada equipe de
pibidianos desenvolveu aulas expositivas sobre a importância governamental e política da
regionalização e as características de cada região brasileira. Para associar esse conteúdo com
uma temática cultural, foi explicado as características do patrimônio cultural material e
imaterial do Brasil, do Paraná e, por fim, do município de Guarapuava, que caracterizam a
nossa região, sem deixar de explicar a importância da conservação de tais patrimônios para
resguardar a cultura, a identidade e a história do nosso país.
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A partir dessa explicação inicial, verificaram-se locais de representação patrimonial,
cultural e até mesmo política da cidade, como a Casa do Imigrante, o Museu Visconde de
Guarapuava, o Santuário e Catedral Nossa Senhora de Belém e a Câmara Municipal de
Guarapuava. Sendo assim, o propósito final desse trabalho é expor diversos registros das
atividades desenvolvidas em um evento escolar anual para a equipe pedagógica, os familiares
dos discentes e os demais alunos do Colégio Estadual Ana Vanda Bassara. Para isso, os
alunos do 7º ano, juntamente com os graduandos em Geografia, retrataram os estudos de meio
utilizando-se de fotografias, áudios e vídeos, para a produção subsequente de materiais
audiovisuais, podcasts e cartazes expositivos.
O andamento desse estudo ainda está em curso e, apesar dos obstáculos evidenciados
durante o percurso, é incontestável os frutos produzidos a partir dele. Isso ocorre porque o
desenvolvimento das ações se deu mediante a dodiscência e com o ensino e aprendizagem
ativo, em busca de suscitar o interesse dos alunos e, por consequência, o seu desenvolvimento
cognitivo. Diante disso, pode-se afirmar que:

O estudo é a atividade cognoscitiva do aluno por meio de tarefas concretas e


práticas, cuja finalidade é a assimilação consciente de conhecimentos,
habilidades e hábitos sob direção do professor. A atividade cognoscitiva não
pode ser considerada simplesmente como a manipulação de objetos,
vivências de situações concretas, memorização de regras e fórmulas ou
resoluções de problemas e tarefas. Essas atividades externas somente têm
relevância se, gradativamente, forem transformando-se em atividades
internas, como instrumento de pensamento. (Libâneo, 1990, p. 107).

Assim como Libâneo propôs, adquirir conhecimento não é um processo fácil ou linear;
por isso, os docentes devem sempre se utilizar de meios didáticos e práticos que estimulem o
pensamento crítico, o entendimento geográfico, social, cultural e as premissas contraditórias
da nossa sociedade capitalista a partir de observações, vivências e situações concretas. Essas
atividades externas têm relevância, pois, com o passar do tempo, se transformaram em
internas e produzirão ideias e pensamentos estruturais e fundamentais para o desenvolvimento
intelectual dos estudantes.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As ações desenvolvidas com os estudantes da educação básica tiveram como base
autores de teorias pedagógicas nacionais, como José Carlos Libâneo e Paulo Reglus Neves
Freire. Dessa forma, o conceito de "dodiscência", que diz respeito à necessária articulação
entre a orientação docente e discente, visto que não existe educador/a sem educando/a e nem
educando/a sem educador/a, e a teoria da aprendizagem ativa, que surge com a intenção de

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alterar o sistema educacional tradicional e trazer o aluno para atuar de maneira ativa na
produção do seu próprio conhecimento, são exemplos de conceitos utilizados no presente
trabalho.

Além disso, a tendência pedagógica de Libâneo foi de grande valor para a produção
deste escrito. Isso porque, em diversas obras, o autor explica o processo de ensino e
aprendizagem, sem deixar de enfatizar aspectos neurofisiológicos e a importância dos estudos
de meio para a aprendizagem dos discentes. Além de instigar reflexões muito pertinentes
sobre a influência do modelo de sociedade capitalista no âmbito escolar e no desenvolvimento
da pedagogia no Brasil.
Ainda, foram utilizados artigos que relataram experiências vinculadas ao Programa de
Iniciação à Docência – PIBID, principalmente na área de Geografia, que é o foco deste
estudo. Essas experiências enriqueceram a pesquisa ao trazer insights práticos sobre como os
conceitos teóricos discutidos pelos autores mencionados podem ser aplicados na realidade da
sala de aula, evidenciando a pertinência dessas abordagens para a formação dos futuros
educadores e o aprimoramento do ensino de Geografia.
No entanto, é importante destacar que, apesar da conversão das teorias em práticas, a
implementação prática desses conceitos pode encontrar diversos desafios, desde a resistência
à mudança por parte de alguns educadores até a adaptação dessas abordagens a diferentes
contextos educacionais. Portanto, é fundamental uma abordagem flexível e contínua,
permitindo ajustes conforme a dinâmica da sala de aula e conforme as necessidades dos
estudantes, de modo a garantir uma educação significativa e eficaz.

2.1 SANTUÁRIO E CATEDRAL NOSSA SENHORA DE BELÉM


O primeiro estudo de meio realizado ocorreu no Santuário e Catedral Nossa Senhora
de Belém, intitulado como a maior diocese do Paraná, construído há mais de 200 anos, onde
os professores e graduandos discorreram para os estudantes sobre as características sociais e
culturais dos primórdios da colonização e do povoamento município de Guarapuava. Além
disso, foi desenvolvido um debate sobre os elementos ornamentais da Catedral e seus
significados, que são explicados detalhadamente pela Diocese de Guarapuava:

O projeto, que tem as formas do Espírito Santo com suas asas abertas sobre a cidade,
une modernidade e religiosidade fazendo com que a construção se apresente
harmoniosa e bela ocupando lugar de destaque em Guarapuava, sem inibir ou ofuscar
a beleza da Antiga Catedral (Diocese de Guarapuava, 2018).

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Embora, inicialmente, esse estudo de meio tenha evidenciado conhecimentos
históricos, a ciência geográfica apresenta-se de diversas formas, como na visualização da
paisagem que envolvem a Catedral, no entendimento do papel político e territorial da igreja e
nas características urbanas do bairro em questão. Dessa forma, é notável a importância desse
estudo para que os estudantes possam entrar em contato com a cultura local, entender os
conceitos geográficos e o contexto de surgimento da cidade de Guarapuava, bem como o
papel da igreja no primeiro ordenamento territorial do município.

2.2 MUSEU VISCONDE DE GUARAPUAVA


O Museu Visconde de Guarapuava, também visitado pelas turmas, foi reaberto
recentemente e comporta um acervo riquíssimo de objetos culturais que remonta os anos de
1840, época em que o ‘’Visconde’’ residia no local que hoje é destinado a relembrar e
memoriar a sua história.
O estudo do meio foi guiado por historiadoras 3 responsáveis pela recepção dos
visitantes e explicação do significado dos itens ali preservados, bem como pelo relato da vida
de José de Sá Camargo (Visconde de Guarapuava), figura de grande importância para o
desenvolvimento do município. Contudo, existem diversas contradições que remontam essa
história, principalmente aplicadas à escravidão e ao preconceito, que eram ainda mais
evidentes à época. Essas contradições não foram deixadas de lado na explicação realizada no
estudo de campo, justamente para que os estudantes desenvolvam um senso crítico e
entendam as relações de poder que permeiam a sociedade.

2.3 CENTROS DE ARTES IRACEMA TRINCO RIBEIRO


O Centro de Artes Iracema é um local que busca valorizar a cultura por meio de cores,
peças artesanais e obras contemporâneas. São feitas exposições com acervo de pintores locais,
artesanatos, trabalhos premiados da arte contemporânea e diversas outras formas de
representações artísticas, oficinas e atividades culturais e recreativas.
A ideia de conduzir os alunos até esse local surgiu no sentido de despertar curiosidade,
estimular e promover o conhecimento a partir da diversidade social presente no Brasil e que
são produzidas por artistas locais. Além disso, estimular a criatividade e o desenvolvimento
de novas habilidades por meio das celebradas obras do Centro era um objetivo. Afinal, o
hábito de conhecer espaços culturais vem se perdendo ao longo das gerações, portanto,

3
Em nossa visita fomos acolhidos pela Patricia Danguy, professora e uma das responsáveis pelo museu.
Também nos recebeu Cleonice Barbosa, Pedagoga e guia do museu.
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recuperar a prática de frequentar esses locais e enriquecer o conhecimento dos discentes é
fundamental.

2.4 PARÓQUIA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA


A Paróquia Assunção de Nossa Senhora do Rito Ucraniano teve sua fundação
oficializada no dia 15 de agosto do ano 1994. Sua edificação foi consequência da forte presença
de imigrantes ucranianos na região intermediária de Guarapuava, que iniciou nos intermédios da
década de 30, época em que Guarapuava ainda era uma pequena cidade do interior do Paraná. De
acordo com os registros oficias da Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, mais
famílias ucranianas chegaram depois desta data, oriundas de cidades vizinhas, sobretudo de
Prudentópolis, à época foram registradas aproximadamente trinta unidades familiares, que
ainda hoje, mantém a hierarquia cultural, enraizada na sucessão familiar por meio das
tradições religiosas, culinárias, linguísticas e artesanais.
Assim sendo, o estudo de meio na Paróquia, foi guiado pelo Pároco Pe. Moacyr
Leczuk, atual responsável pelo espaço. No trabalho, Moacyr discorreu de maneira dinâmica
sobre o funcionamento semanal dos ritos ucranianos, dos festivais culinários e artesanais da
igreja e demais diretrizes do espaço. Além disso, o Pároco comentou sobre as famílias
ucranianas que migraram para o município de Guarapuava recentemente devido a Guerra da
Ucrânia. Durante essa fala, Moacyr salientou que a Paróquia recebeu algumas visitas dessa
população, mas a pouco tempo, os imigrantes já se deslocaram novamente para outros
municípios.
No decorrer desse estudo de meio, uma vasta gama de conhecimentos já trabalhados
em sala foram evidenciados, como por exemplo; as dinâmicas de migração da região de
Guarapuava. Essa abordagem contribuiu para a fixação dos conteúdos e da visualização
prática dos mesmos. Ainda, a Guerra da Ucrânia é uma temática muito presente nas aulas de
Geografia, apresentar outras abordagens desse assunto é importância para que os estudantes
desenvolvam um olhar globalizado sobre as relações de poder que permeiam a nossa
sociedade e as interferências destas em diferentes escalas geográficas.

2.5 CASA DO IMIGRANTE


A Casa do Imigrante Polonês, localizada em Guarapuava, representa um dos mais
importantes pontos turísticos da cultura edificada dos imigrantes europeus no terceiro
planalto. A construção foi realizada em 1914 e ainda preserva características originais

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externas e internas, com pilares, umbrais, lambequins, teto de cerâmica e um sistema de
construção ausente de pregos, tipo encaixe ou enxambre.
A Casa do Imigrante é a atual Secretária de Turismo e Eventos de Guarapuava. A
Secretária de Turismo, Katriane Mila, guiou o estudo de meio, mostrando o espaço aos
estudantes e explicando sobre as atividades turísticas realizadas pela equipe de funcionários.
Ela também explicou sobre a montagem da casa polonesa, sobre as migrações polonesas no
Paraná e sobre a logística metodológica da produção de políticas públicas do município.
Durante esse estudo de meio, além de aprenderem sobre as migrações e a cultura local,
os discentes desenvolveram um entendimento mais profundo sobre a dinâmica política de
Guarapuava. Esse conhecimento adicional fornece um valor inestimável para a formação e a
conscientização cidadã de cada aluno, mesmo que ainda esteja na fase adolescente. Ao
explorar as raízes históricas das migrações na região, os estudantes não apenas expandiram
seus horizontes de aprendizagem, mas também se conectaram de maneira mais significativa
com a rica herança cultural da área. Compreender como as questões políticas moldaram a
comunidade ao longo do tempo, permite que os alunos observem além do óbvio e se tornem
participantes informados e engajados em sua própria jornada de aprendizado.

2.4 FIGURAS
Figura 1 – Mapa dos Locais Visitados no 1º campo

Fonte: Elaboração Cartográfica Laysa Ogliari Beraldo.

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Figura 2 – Mapa dos Locais Visitados no 2º campo

Fonte: Elaboração Cartográfica Laysa Ogliari Beraldo.

3 METODOLOGIA
Para alcançar os objetivos deste estudo, adotou-se o método de pesquisa qualitativa,
caracterizado pela aplicação de uma abordagem que busca desenvolver conceitos e ideias
fundamentais e relacionar essas teorias aos estudos de meio no contexto do ensino de
educação básica. O presente texto se baseia tanto em pesquisa conduzida diretamente em
campo quanto em análises críticas da literatura acadêmica, além de abranger as contribuições
de alguns dos principais estudiosos e pesquisadores no campo da pedagogia brasileira. Essa
combinação de abordagens permite uma compreensão mais efetiva e aprofundada das teorias
e práticas dos estudos de meio no cenário educacional.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se, então, que a aula de campo é uma possibilidade metodológica muito eficaz
para o processo de ensino e aprendizagem da geografia. Essa conclusão não é apenas
resultado deste artigo, relato das práticas desenvolvidas no contexto do PIBID, mas é
confirmada por diversos outros trabalhos produzidos nessa área temática e pelos demais
investigadores, cientistas e pedagogos clássicos e contemporâneos nacionais. A avaliação
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diagnóstica positiva da professora efetiva da turma, Elza de Farias, do professor coordenador
do Programa, Clayton Luiz da Silva, além da equipe pedagógica e dos próprios alunos das
turmas que participaram dos estudos de meio, confirma a importância desse tipo de ação na
educação básica.
Os objetivos e metas iniciais dos trabalhos e da pesquisa foram alcançados. Entre eles,
estão a produção de novos conhecimentos, a aplicação de metodologias diversas no processo
de ensino e aprendizagem e a aproximação entre a família dos discentes e o ambiente escolar.
Como o trabalho ainda está em execução, novas atividades serão desenvolvidas com as
turmas para dar continuidade ao projeto. Algumas dessas atividades incluem um estudo de
meio mais extenso, que será realizado em algum município vizinho a ser escolhido pelos
professores, e produção de materiais que serão apresentados pelos alunos, estagiários e
professores em um evento escolar.
Assim sendo, a interação direta com o ambiente geográfico, social, cultural e histórico
da região trouxe benefícios para os alunos. A observação, a reflexão e a análise dos
fenômenos no contexto real possibilitaram uma compreensão mais profunda e significativa
dos conceitos geográficos estudados. A abordagem ativa e prática do ensino, associada à
metodologia de estudos de meio, tornou o aprendizado mais envolvente e estimulante, gerou
um maior engajamento dos estudantes para a construção de um senso crítico geográfico.
Além disso, a experiência prática fornecida pelas atividades de campo pôde contribuir
para o desenvolvimento de habilidades de observação, coleta de dados e análise crítica, que
são cruciais não apenas na disciplina de geografia, mas também em sua jornada educacional e
futuras atividades profissionais. Portanto, a combinação entre aulas expositivas e explorações
de campo oferece uma abordagem abrangente e enriquecedora para o ensino de geografia.

REFERÊNCIAS
Dickmann, Ivanio; Dickmann. Ivo. Didática Freiriana: Reinventando Paulo Freire.
Revista Educere Et Educare, v. 13, n. 28, maio/agos. 2018.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Ibge.gov.br. 2021. Disponível em:


https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/malhas-territoriais.html.
Acesso em: 20 de agosto de 2023.

Libâneo, José C. Didática. 29. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

Metropolia Católica Ucraniana São João Batista. Metropolita,org.br. 2017. Disponível em:
https://metropolia.org.br/eparquia/guarapuava/. Acesso em: 20 de agosto de 2023.

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Monteiro, Gildênia Lima. Educação ambiental no ensino da geografia: Uma contribuição
no PIBID para alunos do ensino fundamental. Revbea, v. 10º, n. 1: 281-290, 2015.

Prefeitura de Guarapuava. Museu Visconde de Guarapuava: Preservando a Nossa


História. Guarapuava.pr.gov.br. 2021. Disponível em:
https://www.guarapuava.pr.gov.br/noticias/museu-visconde-de-guarapuava-preservando-
nossa-historia/. Acesso em: 20 de agosto de 2023.

Santos, A. F. L.; Buriti, M. M. S. A importância da aula de campo no processo de


ensino e aprendizagem de Geografia. GeoUECE(online), v. 09, n. 16,p. 181-194, 2020.

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