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s é r i e • d e • c a s o s

Distalização em massa com mini-implantes na


crista infrazigomática e buccal shelf em pacientes
com e sem extração
a b

Resumo

INTRODUÇÃO: Várias formas de tratamento podem ser


utilizadas para tratar a má oclusão de Classe I, entre as
quais a distalização em massa não é uma escolha comum.
c d Dispositivos de ancoragem temporária (DATs) fornecem um
melhor controle de ancoragem. MÉTODOS: Nesta série de
casos, ambos os pacientes tinham má oclusão de Classe I
e foram tratados com mini-implantes extra-alveolares nas
regiões da crista infrazigomática (IZC) e de buccal shelf (BS),
bilateralmente, para distalização em massa, visando obter
uma oclusão ideal e melhora acentuada na estética do perfil
facial. No caso clínico 1, não foram extraídos pré-molares; já
a) Manish GOYAL1
no caso clínico 2, a distalização foi realizada após a extra-
b) Mukesh KUMAR1 ção de pré-molares e terceiros molares. RESULTADOS:
c) Tanisha SINGH 1 A distalização em massa foi realizada com sucesso usando
mini-implantes extra-radiculares. No caso 1, a distalização
d) Haripriya NONGTHOMBAM1
em massa foi de 5mm; já no caso 2, a distalização em
massa foi de 4mm. CONCLUSÃO: O plano de tratamento e
a satisfação do paciente são dois fatores importantes para
um tratamento bem-sucedido. A distalização em massa
também pode ser usada como uma abordagem alternativa
1. Teerthanker Mahaveer Dental College, Departamento de Ortodontia e
Ortopedia Dentofacial (Moradabad, Uttar Pradesh, India). para tratamento da má oclusão de Classe I.

Palavras-chave

Má oclusão Classe I de Angle. Extração dentária. Estética.

Como citar: Goyal M, Kumar M, Singh T, Nongthombam H. En-masse distalization


with infrazygomatic crest and buccal shelf miniscrews in extraction and non-
extraction patients. Clin Orthod. 2023 Aug-Sep;22(4):88-103.
DOI: https://doi.org/10.14436/2675-486X.22.4.088-103.art Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade
ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias
Enviado em: 19/11/2022 - Revisado e aceito: 30/03/2023 descritos nesse artigo. O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo
autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e
Endereço para correspondência: Tanisha Singh intrabucais, radiografias ou outros exames imagiológicos e informações
E-mail: : tanisha.singh1790@gmail.com diagnósticas.

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Goyal M, Kumar M, Singh T, Nongthombam H Distalização em massa com mini-implantes na crista infrazigomática e buccal shelf em pacientes com e sem extração

INTRODUÇÃO Existem poucos estudos em que a distalização


em massa foi realizada em conjunto com a ex-
Tradicionalmente, o tratamento ortodôntico é tração de pré-molares. Normalmente, a extração
planejado levando-se em consideração o perfil de terceiro molar é considerada um tratamento
em tecidos moles, a oclusão e o desejo do pacien- sem extração, conforme demonstrado no estudo
te . A extração dentária durante o tratamento or-
1
realizado por Aslan et al.10
todôntico tem sido uma questão controversa por
um longo período. Inicialmente, a decisão de ex- No presente estudo, apresentamos o tratamento
trair um pré-molar era baseada principalmente bem-sucedido de dois pacientes com má oclusão
no perfil de tecidos duros; porém, devido a uma de Classe I tratados com distalização em massa
mudança de paradigma, o perfil de tecidos mo- usando mini-implantes inseridos nas regiões
les também se tornou um componente crucial da IZC e BS. No caso clínico 1, a distalização em
do planejamento do tratamento . 2
massa foi atingida sem extração; já no caso clí-
nico 2, a distalização foi realizada conjuntamen-
A ancoragem é um importante fator a ser con- te com extração de todos os primeiros pré-mola-
siderado tanto em tratamentos com extração res, com a finalidade de se alcançar uma oclusão
quanto em tratamentos sem extração. Os mi- ideal e um perfil em tecidos moles estético.
ni-implantes, ou miniparafusos, são extrema-
mente úteis como sistema de ancoragem abso- DIAGNÓSTICO E PLANO DE
luta. Embora seja comum instalá-los em regiões TRATAMENTO
de processo alveolar, localizadas entre as raízes
de dentes adjacentes, outras regiões, conheci- Caso 1
das como extra-alveolares, têm sido sugeridas . 3-7

Chang et al.11 fizeram a distalização em massa Paciente com 16 anos de idade compareceu ao
usando mini-implantes extra-alveolares de aço Departamento de Ortodontia e Ortopedia Den-
inoxidável, com diâmetro e comprimento maio- tofacial da Teerthanker Mahaveer Dental Col-
res, inserindo-os em áreas de cortical mais den- lege (Índia) com queixa principal de um dente
sa, como a região da crista infrazigomática (IZC) anterior superior rotacionado. Ao exame ex-
e a buccal shelf (BS) mandibular. trabucal, observou-se um perfil mesocefálico,
mesoprosópico e convexo, com lábios compe-
Para distalizar a arcada inteira, seja a superior ou tentes. A paciente apresentava relação de cani-
a inferior, os mini-implantes extra-alveolares, nas nos e molares em Classe I em ambos os lados,
regiões de IZC ou BS, são usados com maior fre- com sobressaliência de 3mm e sobremordida
quência do que os mini-implantes intra-alveolares, de 2mm. O incisivo central superior esquer-
devido à sua capacidade de oferecer melhor anco- do (#21) apresentava rotação de 90°, e havia
ragem ou estabilidade primária imediata. A quali- apinhamento moderado (5mm) na região an-
dade óssea nas regiões de BS e IZC é ideal para se terior inferior. Foi identificada, também, uma
obter estabilidade do mini-implante. Além disso, o restauração por vestibular no primeiro molar
risco de causar danos às raízes é menor e não há inferior direito permanente (#46). Além disso,
impedimento para a movimentação dos dentes9. observou-se cárie oclusal no segundo molar

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inferior esquerdo permanente (#37) e a pacien- lares estavam presentes. A análise cefalométri-
te foi encaminhada para realizar restauração. ca confirmou o padrão esquelético de Classe I
A paciente não apresentou sinais ou sintomas (ANB = 2°) com padrão de crescimento dentro
de disfunção temporomandibular (DTM) (Fig. 1). da média (SN.Go-Me = 33°). Os incisivos supe-
riores apresentavam proclinação (1.SN = 114°,
A radiografia panorâmica revelou trabeculado 1.NA = 26°, 1-NA = 7mm), assim como os infe-
ósseo com padrão normal, níveis adequados de riores (1.NB = 28°, 1-NB = 6mm, IMPA = 112°), re-
osso alveolar, côndilos e seios maxilares nor- sultando em um ângulo interincisal reduzido
mais em ambos os lados. Todos os terceiros mo- (122°) (Fig. 1, Tab. 1).

Tabela 1: Análise cefalométrica.

PRÉ- PÓS-
SL. NÚM. MEDIDAS NORMA
TRATAMENTO TRATAMENTO
1 SNA 82˚ 84˚ 83˚
2 SNB 80˚ 82˚ 82˚
3 ANB 2˚ 2˚ 1˚
4 N perpendicular ao ponto A (N ┴ Pt A) 0 - 1mm 4mm 2mm
5 N perpendicular ao Pogônio (N ┴ Pog) -4 a 0mm -5mm -3mm
6 Ângulo do plano mandibular (SN.Go-Me) 32˚ 33˚ 29˚
7 Ângulo de inclinação (Plano Pal. a Pn ┴) 85˚ 89˚ 87˚
8 Eixo-Y [S-N a S-Gn (ângulo externo)] 66˚ 69˚ 67˚
Ângulo do eixo facial [B-Na a Ptm-Gn
9 90˚ 91˚ 94˚
(ângulo interno)]
10 Soma de Björk (soma do ângulo posterior) 394 ± 6˚ 395˚ 393˚
11 1-NA (mm) 4mm 7mm 4mm
12 1 .NA (graus) 22˚ 26˚ 22˚
13 1 -NB (mm) 4mm 6mm 2mm
14 1 .NB (graus) 25˚ 28˚ 24˚
15 1 . 1 (ângulo interincisal) 131˚ 122˚ 136˚
16 Incisivo superior ao plano SN 102 ± 2˚ 114˚ 109˚
17 Molar superior a Ptv Idade + 3mm 20mm 15mm
18 Distância 1 - A 4 - 6mm 6mm 4,5mm
19 IMPA 90˚ 112˚ 98˚
20 Lábio superior – Linha S 0-2mm 2mm 1,5mm
21 Lábio inferior – Linha S 0-2mm 2,5mm 1,5mm
22 Ângulo nasolabial 94 - 110˚ 98˚ 108˚

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Figura 1: Paciente do sexo feminino, 16


anos de idade, com relação bilateral de
caninos e molares em Classe I e incisivo
central superior esquerdo (#21) com
rotação de 90° antes do tratamento.

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Objetivos do tratamento da rotação, os braquetes de Begg foram removi-


dos e foi realizada a colagem do braquete MBT.
Os principais objetivos nesse caso foram: Uma mola em espiral aberta foi instalada nos ar-
cos 0,016” x 0,022” de NiTi (Nitinol superelástico,
» Corrigir a rotação dos dentes anteriores supe- 3M Unitek, EUA) entre o incisivo central direito e o
riores do lado esquerdo. incisivo lateral esquerdo, e um fio tipo piggyback
» Nivelar e alinhar ambas as arcadas. foi instalado no incisivo central esquerdo (#21)
» Obter sobremordida e sobressaliência normais. para uma maior correção da rotação (Fig. 3).
» Manter a relação de caninos e molares em
Classe I em ambos os lados. Após 7 meses, foi realizada a colagem na arcada
» Melhorar a estética do sorriso e alcançar um inferior. O nivelamento e alinhamento foi realiza-
perfil em tecidos moles estético. do por três meses. Após a extração de todos os ter-
ceiros molares, dois mini-implantes de aço inoxi-
Alternativas de tratamento dável (SK Surgicals, Delhi, Índia, diâmetro de 2mm
e comprimento de 12mm), foram inseridos sob
Duas alternativas de tratamento foram apresenta- anestesia local, na região da IZC, entre os primei-
das e explicadas à paciente. A primeira opção en- ros e segundos molares permanentes de ambos
volvia o uso de aparelho ortodôntico e extração de os lados, 2mm abaixo da junção mucogengival.11
todos os primeiros pré-molares. Uma abordagem Os mini-implantes foram inseridos no osso, com
alternativa de tratamento era a distalização em angulação de cerca de 60°, até que somente sua
massa das arcadas superior e inferior associada à cabeça ficasse visível através da mucosa alveolar11.
extração de todos os terceiros molares, para se ob- De forma semelhante, dois mini-implantes de aço
ter uma melhor intercuspidação. A paciente optou inoxidável (SK Surgicals, Delhi, Índia, diâmetro de
pela segunda alternativa de tratamento. 2mm e comprimento de 10mm) foram inseridos
na BS, entre os primeiros e segundos molares per-
Progresso do tratamento manentes em ambos os lados. Inicialmente, o mi-
ni-implante foi inserido a 90° e, posteriormente,
O tratamento começou com a colagem de bra- esse ângulo foi reduzido para cerca de 65°12. A dis-
quetes Edgewise 0,022” x 0,028” pré-ajustados talização foi, então, iniciada nas duas arcadas, com
(prescrição MBT, 3M Unitek, EUA) na arcada su- uso de elásticos em cadeia (American Orthodonti-
perior. O nivelamento e alinhamento da arcada cs) conectados dos mini-implantes a dois ganchos
superior foi feito com arcos 0,014” e 0,016” de NiTi confeccionados no arco 0,019” x 0,025” de aço ino-
(Nitinol superelástico, 3M Unitek, EUA). Simul- xidável (S.S. American Orthodontics). Dois ganchos
taneamente, para corrigir a rotação do incisivo foram instalados entre o canino e o primeiro pré-
central superior esquerdo (#21), foram instalados -molar e entre primeiro e segundo pré-molares,
dois braquetes de Begg, nas superfícies mesial e bilateralmente, nas duas arcadas13,14. Uma força de
distal. Foi instalado um botão palatino de Nance 350g por quadrante foi aplicada na arcada supe-
modificado, com ganchos a partir dos quais elás- rior, enquanto uma força de 250g por quadrante
ticos em cadeia foram conectados até o incisivo foi aplicada na arcada inferior (Fig. 4). Essa fase
central esquerdo (Fig. 2). Após correção parcial continuou por mais cinco meses.

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Figura 2: Arcada superior com bandas


e braquetes instalados, e comum botão
de Nance modificado, com elásticos em
cadeia, para correção de rotação.

Figura 3: Correção da rotação do incisivo central superior esquerdo.

Figura 4: Distalização em massa nas duas arcadas, com uso de mini-implantes instalados nas regiões de IZC e BS.

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Pré-tratamento
Pós-tratamento

Figura 5: Fotografias intrabucais e extrabucais da paciente após 17 meses de tratamento; radiografias pós-tratamento
e sobreposição de traçados cefalométricos pré- e pós-tratamento.

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Após quinze meses de tratamento, o refinamen- bilateralmente, com caninos em topo a topo
to de ambas as arcadas foi realizado com arco no lado direito e em Classe I no lado esquerdo.
de NiTi 0,014” (Nitinol superelástico, 3M Unitek, A sobressaliência e a sobremordida eram, res-
EUA) por um período de dois meses. Realizou-se, pectivamente, de 6mm e 3mm. Apinhamento
então, a remoção dos braquetes e contenções fi- moderado foi observado em ambas as arcadas.
xas linguais foram instaladas nas arcadas supe- Também foram identificadas mordida cruzada
rior (3 x 3) e inferior (3 x 3). no primeiro pré-molar direito superior (#14) e
mordida em tesoura no segundo pré-molar in-
Resultados do tratamento ferior direito (#45). Também foi identificada a
raiz de um dente decíduo retido entre o segun-
Após 17 meses de tratamento, obteve-se um per- do pré-molar (#45) e o molar (#46) inferiores di-
fil facial mais agradável, com boa intercuspida- reitos permanentes. A paciente não apresentou
ção, sobressaliência e sobremordida adequadas sinais ou sintomas de disfunção temporoman-
(Fig. 5). Foi mantida a relação de caninos e mola- dibular (DTM) (Fig. 6).
res em Classe I bilateralmente. A radiografia pa-
norâmica final revelou inclinação mesial da raiz A radiografia panorâmica revelou osso trabecu-
do incisivo lateral superior direito (#12) e do in- lar com padrão de normalidade, níveis adequa-
cisivo central superior esquerdo (#21) — que não dos de osso alveolar, côndilos e seios maxilares
pôde ser corrigida porque a paciente insistiu em normais em ambos os lados. Todos os terceiros
finalizar o tratamento, por motivo de mudança molares estavam presentes. A análise cefalo-
para outra cidade. A análise cefalométrica reali- métrica confirmou o padrão de Classe I esque-
zada após o tratamento pode ser vista na Tabe- lética (ANB = 1°), com padrão de crescimento
la 1. A sobreposição dos traçados cefalométricos dentro da média (SN.Go-Me = 33°). Os incisivos
demonstrou uma distalização em massa de 5mm. superiores estavam proclinados (1.SN = 112°,
No aspecto extrabucal, houve melhora nos lábios 1.NA = 27°, 1-NA = 6mm), assim como os inferiores
superior e inferior em relação à linha S. A pacien- (1.NB = 28°, 1-NB = 6mm, IMPA = 114°) , resultando
te foi orientada a buscar tratamento conservador em ângulo interincisal reduzido (120°).
para a fratura de Classe 1 de Ellis no incisivo cen-
tral superior esquerdo permanente (21). Objetivos do tratamento

Caso 2 Os objetivos principais para esse caso foram:

Paciente com 18 anos de idade, compareceu ao » Nivelar e alinhar ambas as arcadas.


Departamento de Ortodontia da Teerthanker » Obter sobremordida e sobressaliência normais.
Mahaveer Dental College com queixa principal » Obter relação de caninos em Classe I bilate-
de dentes superiores anteriores proclinados. ralmente.
Ao exame clínico extrabucal, observou-se um » Manter a relação de molares em Classe I
perfil facial mesocefálico, mesoprosópico e bilateralmente.
convexo, com lábios incompetentes. A pacien- » Melhorar a estética do sorriso e obter um
te apresentava relação de molares em Classe I perfil em tecidos moles estético.

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Figura 6: Paciente de 18 anos de idade,


com má oclusão de Classe I e incisi-
vos superiores proclinados, antes do
tratamento.

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Plano de tratamento Para resolver o problema, foi necessário mo-


dificar o plano de tratamento, e optamos pela
Considerando-se a quantidade de apinhamen- distalização em massa das duas arcadas, com
to presente, o plano de tratamento escolhido instalação de mini-implantes nas regiões de IZC
foi a extração dos quatro primeiros pré-mola- e BS, bilateralmente. Também foi necessário rea-
res associada ao tratamento ortodôntico com lizar a extração de todos os terceiros molares.
aparelho fixo. Essa necessidade foi discutida com a paciente
que concordou em seguir em frente com esse
Progresso do tratamento plano de tratamento apresentado.

O tratamento se iniciou pelo encaminha- Após a extração de todos os terceiros molares,


mento para extração dos quatro primeiros dois mini-implantes de aço inoxidável (SK Sur-
pré-molares e da raiz do dente decíduo reti- gicals, Delhi, Índia, diâmetro de 2mm e com-
do. Duas semanas depois, foram realizadas primento de 12mm) foram inseridos, sob anes-
a bandagem e a colagem da arcada superior, tesia local, na região da IZC entre os primeiros
com uso de braquetes Edgewise pré-ajusta- e segundos molares permanentes de ambos os
dos (0,22” x 0,028,” prescrição MBT, 3M Unitek, lados, 2mm abaixo da junção mucogengival11,
EUA). O nivelamento e alinhamento foi inicia- sendo completamente inseridos a um ângulo
do com arco 0,014” de NiTi (Nitinol superelás- final de cerca de 60 graus12. Da mesma forma,
tico, 3M Unitek, EUA) e progrediu para arcos dois mini-implantes de aço inoxidável (SK Sur-
0,016” e 0,016” x 0,022” de aço inoxidável (SS gicals, Delhi, Índia, diâmetro de 2mm e com-
American Orthodontics). primento de 10mm) foram inseridos na região
de BS bilateralmente, sendo inicialmente inse-
Três meses depois, foi instalada uma placa ridos a 90 graus e, em seguida, esse ângulo foi
de mordida na região anterior, para facilitar reduzido para cerca de 65 graus12. A aplicação
a correção da mordida cruzada, e realizada de força para a distalização foi feita usando
a colagem da arcada inferior. O nivelamento elásticos em cadeia (American Orthodontics):
e alinhamento da arcada inferior continuou 350g na arcada superior e 250g na arcada in-
por mais cinco meses. Após chegar no arco ferior, bilateralmente (Fig. 7). Essa fase conti-
0,019” x 0,025” de aço inoxidável (SS American nuou por mais cinco meses13,14.
Orthodontics) nas duas arcadas, foi utilizada
uma mecânica MBT com ancoragem do Gru- Após 21 meses de tratamento, foi realizado o
po A para a retração dos segmentos anteriores refinamento de ambas as arcadas usando arco
superior e inferior. Após oito meses, o fecha- 0,014” de NiTi (Nitinol superelástico, 3M Unitek,
mento dos espaços nas arcadas superior e in- EUA) por um período de dois meses. Foi reali-
ferior foi concluído. zada a remoção dos braquetes, e contenções
foram instaladas em ambas as arcadas: placa
No entanto, não foi possível concluir o tratamento de contenção do tipo wraparound na arcada
nessa etapa, pois a paciente não estava satisfeita superior, e um aparelho fixo de contenção lin-
com o resultado e reclamou dos lábios protruídos. gual na arcada inferior (3 x 3).

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Resultados do tratamento
Na prática clínica, é comum encontrar pacien-
A paciente ficou satisfeita com os resultados do tes que se sentem apreensivos com relação à
tratamento. Intercuspidação, sobressaliência e extração dos pré-molares, devido a preocupa-
sobremordida adequadas foram atingidas após ções estéticas. Nesses casos, a distalização to-
23 meses de tratamento. Obteve-se relação de tal da arcada é o tratamento apropriado para
caninos e molares em Classe I em ambos os la- resolver apinhamentos leves a moderados.
dos. As linhas médias ficaram coincidentes. A ra- Assim, no caso clínico 1, optamos pela distali-
diografia panorâmica final revelou bom parale- zação em massa das duas arcadas para tratar
lismo radicular, exceto por uma leve inclinação a queixa principal da paciente, ao mesmo tem-
mesial do incisivo lateral superior direito (#12). po em que evitamos a extração dos pré-mola-
A sobreposição dos traçados cefalométricos de- res. No caso clínico 2, o plano de tratamento
monstrou uma distalização total de 4mm. A es- originalmente incluía a extração de todos os
tética do perfil facial da paciente apresentou primeiros pré-molares. No entanto, durante o
melhora significativa. Houve melhora na posi- curso do tratamento, a paciente não ficou satis-
ção dos lábios superior e inferior em relação à feita, pois não percebeu muita melhora na es-
linha S (Fig. 8, Tab. 2). tética do perfil facial. Além disso, grande parte
do espaço resultante das extrações realizadas
DISCUSSÃO nas duas arcadas foi utilizada para corrigir o
apinhamento presente. Assim, o plano de trata-
Tratar a má oclusão de Classe I por meio da mento precisou ser modificado e optou-se pela
distalização em massa das duas arcadas não distalização total das arcadas para satisfazer
é uma abordagem comum, e são poucos os o desejo da paciente por um perfil facial mais
casos encontrados na literatura ortodôntica. harmonioso. Resultados satisfatórios foram al-
Na presente série de casos, optamos pela dis- cançados e houve melhora na estética do perfil
talização em massa das duas arcadas (inferior facial em ambos os casos (caso 1: distância lábio
e superior) com uso de mini-implantes insta- superior–Linha S = 1,5mm; e caso 2: distância
lados nas regiões da IZC e BS. lábio superior–Linha S = 1mm).

Figura 7: Distalização em massa nas duas arcadas usando mini-implantes instalados nas regiões de IZC e BS.

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Pré-tratamento
Pós-tratamento

Figura 8: Fotografias intrabucais e extrabucais da paciente após 23 meses de tratamento; radiografias pós-tratamento
e sobreposição de traçados cefalométricos pré- e pós-tratamento.

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Tabela 2: Análise cefalométrica.

PRÉ- PÓS-
SL. NÚM. MEDIDAS NORMA
TRATAMENTO TRATAMENTO
1 SNA 82˚ 85˚ 84˚
2 SNB 80˚ 84˚ 83˚
3 ANB 2˚ 1˚ 1˚
4 N perpendicular ao ponto A (N ┴ Pt A) 0 - 1mm 5mm 2mm
5 N perpendicular ao Pogônio (N ┴ Pog) -4 a 0mm -6mm -3,1mm
6 Ângulo do plano mandibular (SN.Go-Me) 32° 33˚ 28˚
7 Ângulo de inclinação (Plano Pal. a Pn ┴) 85° 88˚ 86˚
8 Eixo-Y [S-N a S-Gn (ângulo externo)] 66˚ 70˚ 67˚
Ângulo do eixo facial [B-Na a Ptm-Gn
9 90˚ 90˚ 93,8 ˚
(ângulo interno)]
10 Soma de Björk (soma do ângulo posterior) 394˚ ± 6˚ 396˚ 391˚
11 1-NA (mm) 4mm 6mm 2mm
12 1 .NA (graus) 22˚ 27˚ 23˚
13 1 -NB (mm) 4mm 6mm 2mm
14 1 .NB (graus) 25˚ 28˚ 22,3˚
15 1 . 1 (ângulo interincisal) 131˚ 120˚ 135˚
16 Incisivo superior ao plano SN 102 ± 2° 112˚ 108 ˚
17 Molar superior a Ptv Idade + 3mm 21mm 17mm
18 Distância 1 - A 4 - 6mm 7mm 4,7mm
19 IMPA 90˚ 114˚ 95˚
20 Lábio superior – Linha S 0-2mm 1,5mm 1mm
21 Lábio inferior – Linha S 0-2mm 2,5mm 2mm
22 Ângulo nasolabial 94˚ - 110˚ 97˚ 109,1˚

Antes da invenção dos mini-implantes, aparelhos distalizadores convencionais, o uso de mini-im-


convencionais, incluindo o aparelho extrabucal, plantes como ancoragem oferece um controle
arco de Nance modificado e o aparelho pêndu- aprimorado da ancoragem.17 Aparelhos com an-
lo, eram utilizados para obter essa distalização. coragem em mini-implantes palatinos também
Sliding jigs ou distalizadores Carriere motion po- podem ser utilizados para distalização em mas-
dem ser utilizados para a distalização de mola- sa; no entanto, demandam maior trabalho e con-
res superiores . No entanto, frequentemente, seu
15
sultas adicionais por parte do paciente16. Usando
uso vem acompanhado de desvantagens como mini-implantes inter-radiculares, pode-se obter
falta de cooperação por parte do paciente, incli- uma distalização total da arcada de 2,8mm, em
nação dos dentes anteriores superiores, perda de média18; mas para continuar com a distalização,
ancoragem posterior, etc16. Em comparação aos é necessário reposicioná-los19.

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Goyal M, Kumar M, Singh T, Nongthombam H Distalização em massa com mini-implantes na crista infrazigomática e buccal shelf em pacientes com e sem extração

Os mini-implantes extra-alveolares têm uma Em uma revisão sistemática24, verificou-se dista-


vantagem sobre os mini-implantes inter-radi- lização dos molares superiores variando de 1,8 a
culares, pois eles não entram em contato com 6,4mm durante um período médio de tratamen-
os dentes em movimento, o que é crucial para to de 4,6 a 11,2 meses. Resultados semelhantes
se obter uma distalização da arcada toda em foram obtidos nos dois casos relatos no presente
tratamentos sem extrações. As miniplacas tam- estudo. Sugawara et al.25 obtiveram uma dista-
bém oferecem a vantagem de serem extra-al- lização dos molares inferiores de 3,5mm e uma
veolares; porém, é necessário realizar cirurgia recidiva média de 0,3mm.
de retalho para instalá-las18.
Muitos estudos têm relatado distalização em
A posição onde os mini-implantes são insta- massa bem-sucedida em más oclusões de Clas-
lados desempenha um papel fundamental na ses II e III usando mini-implantes extra-alveola-
distalização das arcadas dentárias . Áreas com 20
res. No entanto, no presente estudo, demonstra-
camadas mais espessas de osso cortical incluem mos êxito na realização da distalização em massa
a região retromolar, a região de BS e a região da de ambas as arcadas em pacientes com má oclu-
IZC. Na face vestibular das raízes dos primeiros são de Classe I, tanto no tratamento com extra-
e segundos molares superiores, os mini-implan- ções quanto sem extrações, o que difere dos ca-
tes são inseridos na região da IZC, na porção la- sos relatados anteriormente. Além disso, as duas
teral do processo alveolar posterior. Do mesmo pacientes apresentaram melhora na estética do
modo, mini-implantes posicionados na região perfil facial. Nos dois casos, acompanhamento
de BS devem ser instalados entre as raízes dos foi realizado para verificar as contenções após
primeiros e segundos molares inferiores , reco- 11
um mês, três meses e um ano. Os resultados do
mendação seguida no presente estudo. Estudos tratamento permaneceram estáveis após um ano
anteriores relataram baixas taxas de falha para de acompanhamento. Uma das limitações dessa
mini-implantes extra-alveolares instalados nas série de casos foi a apresentação de apenas dois
regiões da IZC (7,0%) ou de BS (7,2%), em compa- casos demonstrando a distalização em massa
ração com outros locais .
21,22
de ambas as arcadas e, em um dos casos, foram
extraídos 8 dentes (todos os terceiros molares e
Uma distalização bem-sucedida foi alcançada primeiros pré-molares permanentes).
nos dois casos aqui relatados. No caso clínico 1,
a quantidade de distalização obtida foi de 5mm CONCLUSÃO
(do molar superior a PTV, 15mm); já no caso clíni-
co 2, foi de 4mm (do molar superior a PTV, 17mm). Pode-se concluir que, por meio de um diagnósti-
A retração dos incisivos superiores no caso 1 foi co preciso e um plano de tratamento adequado,
de 3mm (1.NA = 22°, 1-NA = 4mm), enquanto no a distalização em massa usando mini-implantes
caso 2 foi de 4mm (1.NA = 23°, 1-NA =2mm). Estu- extra-alveolares em pacientes com má oclusão de
do semelhante foi conduzido por Wu et al. utili- 23
Classe I é uma abordagem alternativa à extração
zando mini-implantes na IZC para distalização. de pré-molares. Essa abordagem também pode ser
Os autores observaram 3,5mm de distalização considerada em tratamentos com extrações, per-
e 4,3mm de retração dos incisivos superiores. mitindo obter melhoras na estética do perfil facial.

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Goyal M, Kumar M, Singh T, Nongthombam H Distalização em massa com mini-implantes na crista infrazigomática e buccal shelf em pacientes com e sem extração

En-masse distalization with in- occlusion and vast improvement in facial pro-
file aesthetics. In the first case, no premolars
frazygomatic crest and buccal
extraction was done; and in the second case,
shelf miniscrews in extraction and
distalization was done after extraction of premo-
non-extraction patients lars along with third molars. Results: Successful
en-masse distalization was carried out with
Abstract extra-radicular mini-implants. In case 1, 5 mm
and in case 2, 4 mm of en-masse distalization
Introduction: Various treatment modalities can was achieved. Conclusion: Treatment planning
be used for the treatment of Class I malocclusion, and patient’s satisfaction are two important
and en-masse distalization is not the common factors for a successful treatment. En-masse
treatment choice for this. Temporary anchorage distalization can also be used as an alternative
devices (TADs) provide a better anchorage con- treatment plan in Class I malocclusion.
trol. Methods: In this case series, both the cases
having Class I malocclusion were treated using
extra-alveolar mini-implants at infrazygomatic Keywords
crest (IZC) and buccal shelf (BS) areas bilaterally Malocclusion, Angle Class I.
for en-masse distalization, achieving an ideal Tooth extraction. Esthetics.

Contribuição dos autores (ORCID ) Concepção/design do estudo: MG, MK. Aquisição,


Manish Goyal (MG): 0000-0002-0187-723X análise ou interpretação dos dados: MG, MK, TS,
Mukesh Kumar (MK): 0000-0002-6000-3321 HN. Escrita do artigo: TS. Revisão crítica do artigo:
Tanisha Singh (TS): 0000-0003-4957-418X MG, MK, TS, HN. Aprovação final do artigo: MG, MK,
Haripriya Nongthombam (HN): 0000-0002-7254-1442 TS, HN. Responsabilidade geral: MG, MK, TS, HN.

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Goyal M, Kumar M, Singh T, Nongthombam H Distalização em massa com mini-implantes na crista infrazigomática e buccal shelf em pacientes com e sem extração

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