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Psicologia de grupo e

análise do ego
(1921)

S. Freud
Profª Ma. Alice Melo Pessotti
Mente Grupal

• Debates entre psicologia de grupo e psicologia


individual.
• A psicologia individual não despreza as relações
do individuo com os outros.

• Não convém diferenciar psicologia individual de


psicologia de grupo ou social.
Mente Grupal
• Interesses
• Psicologia individual:
• Número reduzido de pessoas, porém importantes.
• Relações com pais, irmãos, amores.
• Psicologia de grupo/social:
• Indivíduo como membro de grandes grupos (raça, nação, casta)
• As pessoas são ligadas por algo semelhante.
• As relações próximas são deixadas de lado.
Mente Grupal – Le Bon

• Por que, diante de um grupo, o indivíduo pode agir


de forma inesperada?
“Por trás das causas confessas de nossos atos, encontram-se
causas secretas ignoradas por todos”.
• O que é grupo?
• Como ele adquire a capacidade de exercer influência tão decisiva na
vida mental do indivíduo?
• Qual a natureza da alteração mental que ele reforça no indivíduo?
Mente Grupal – Le Bon

• Sejam quem forem os indivíduos, o grupo coloca-os numa


mente/alma coletiva.
• Faz agir, pensar e sentir de maneira diferente caso estivesse isolado.
• Certos atos só aparecem quando indivíduos estão em grupos.
• Superestrutura psíquica é desabilitada.
Mente Grupal – Le Bon

 Os indivíduos adquirem novas características em


grupo.
1. Sentimento de poder e invencibilidade.
1. Livre da repressão de alguns impulsos.
2. Contágio de sentimentos da massa.
3. Sugestionabilidade.
1. Dissolução da vontade e/ou discernimento.
2. Comprometimento das funções da inteligência.
 P. 23
Mente/Alma do Grupo – Le Bon

• Impulsivo, mutável, irritável;


• Levado pelo inconsciente;
• Não é perseverante: não tolera qualquer demora entre seu
desejo e realização do que deseja;
• Sentimento de onipotência;
• Aberto à influência;
• Sentimentos simples e exagerados;
• É extremista;
• Intolerante e obediente à autoridade;
• É conservador.
Mente Grupal – O Líder – Le Bon

• Os homens se submetem à lideres:


• O líder se coloca.
• Ele desperta os sentimentos e crenças do grupo.
• Possuem prestígio.
• Paralisa e enche de admiração e respeito.
Mente Grupal – McDougal

• McDougall
• Grupo não possui organização – multidão;
• Grupo:
• Os indivíduos devem ter algo em comum;
• Influência recíproca;
• Grande elevação emocional;
• Diminuição da crítica e elevação de afeto.
Favorecimento ao mecanismo de intensificação da emoção
Elevação da Mente Grupal –
McDougal
1) Continuidade de existência no grupo;
2) Desenvolvimento de uma relação emocional
com o mesmo;
3) Rivalidade entre os grupos;
4) Tradições e costumes;
5) Estrutura hierarquizada
Sugestão e Libido
• Por que cedemos normalmente a esse contágio,
estando na massa?
• Libido
• Derivada da teoria das emoções.
• Energia daqueles instintos que tem tudo a ver com a palavra
“amor”.
• Núcleo de significado: amor sexual.
• Mas não só: amor próprio, amor pelos pais, filhos, humanidade,
objetos.
Sugestão e Libido

 Está obscuro na sugestão.


 Essência da alma coletiva.
... Se o indivíduo abandona sua peculiaridade na massa e
permite que os outros o sugestionem, que ele o faz porque
existe nele uma necessidade de estar de acordo e não em
oposição a eles, talvez, então, ‘por amor a eles’. (p. 45)
Duas massas artificiais:
A igreja e o exército
• Grupos altamente organizados são artificiais.
• Forças externas são empregadas para impedi-los
de desagregar-se e para evitar alterações em sua
estrutura.
• As pessoas não são consultadas sobre o desejo de
fazer parte ou não desses grupos.
• O desligamento acarreta punições severas.
Duas massas artificiais:
A igreja e o exército
• O que importa
• Estruturas: a indissolubilidade.
• Estrutura
• Ambas possuem um chefe supremo, que ama a todos os
indivíduos do grupo da mesma maneira.
• Todas as exigências envolvidas derivam desse amor.
• O laço que une os indivíduos à Cristo e ao Exército é
também a causa do laço que une uns aos outros.
Duas massas artificiais:
A igreja e o exército
 Em ambos os grupos, cada indivíduo está ligado por laços
afetivos ao líder e aos membros do grupo.
 Principal fenômeno na psicologia de grupo: falta de liberdade.
 Indivíduos presos em duas direções por laços emocionais muito
intensos.
 Possível explicação para a alteração e limitação observadas em suas
personalidades.

 A essência de um grupo reside nos laços libidinais que nele


existem.
Duas massas artificiais:
A igreja e o exército

• A possibilidade da perda do líder (o nascimento de


suspeitas) causa a emergência do pânico.
• Independe de manifestações de perigo;
• Os mesmos laços perdidos com o líder, são
perdidos com o grupo.
Outros problemas e linhas de
trabalho
• Estudo de grupos com e sem líderes.
• Relações íntimas e prolongadas
• Sentimentos de aversão e hostilidade X amor;
• Ação da repressão.
• Antipatias e aversões por estranhos
• Narcisismo fica claro.
• Preservação do indivíduo.
• Qualquer divergência da própria linha de desenvolvimento
implicasse numa crítica e mudança.
Outros problemas e linhas de
trabalho
• Quando o grupo se forma, a totalidade dessa
intolerância se dissolve, temporariamente ou não.
• No grupo, os indivíduos toleram-se, igualam-se e não
sentem aversão.
• Ligação libidinal.

“O amor por si mesmo só conhece uma barreira: o


amor pelos outros, o amor por objetos”.
Outros problemas e linhas de
• Nos homens... trabalho
• Libido

• Satisfação das grandes necessidades


vitais

• Escolha dos primeiros objetos:


pessoas que tem parte nesse processo
Outros problemas e linhas de
trabalho
• O amor atua como fator civilizador.
• Saída do egoísmo em busca do altruísmo.
• Tanto no amor sexual quando no dessexualizado e
sublimado.
• Entre pessoas comuns, em um trabalho comum.
• Narcisismo é limitado no grupo.
• Prova de que a formação grupal consiste em novos tipos
de laços libidinais entre membros do grupo.
Identificação

• Mais remota expressão de laços emocionais com o outro.


• Desempenha papel importante no Complexo de Édipo.
• 1º Menino mostra interesse pelo pai.
• 2º Gostaria de ser como ele e tomar seu lugar.
• Pai: ideal
• Atitude tipicamente masculina.
• 3º Catexia de objeto com a mãe.
• Freud utiliza o Complexo de Édipo para
mostrar que, em um grupo, procuramos um
pai para nos representar e falar em nome de
um povo.
 Três aspectos importantes:

1. A identificação constitui a forma original de laço


emocional com um objeto (Complexo de Édipo).
2. De maneira regressiva, ela substitui algo em prol de uma
identificação libidinal, introjetando algo ao próprio ego
(Menina que tosse).
3. Novas percepções partilhadas com outras pessoas que
não são objeto de instinto sexual.
 Quanto mais importante essa qualidade em comum, mais bem
sucedida pode tornar-se a identificação parcial, podendo
representar o início de um novo laço.
• O laço social existente em um grupo é da
natureza de identificação desse tipo.
• Baseada em uma qualidade emocional comum.
• Essa qualidade reside na natureza do laço com o líder.

• Ego dividido:
• Uma parte vocifera contra uma segunda.
• Essa segunda parte é a que contém o objeto perdido.
Ideal de ego
• Ego desenvolve uma instancia capaz de isolar-se
daquele ego e conflitá-lo.
• Funções:
• Auto-observação, consciência moral, censura dos sonhos
e repressão.
• É herdeiro do narcisismo original: ego infantil
desfruta de autosuficiência.
• Exigências do meio são reunidas no ego.
Estar amando e Hipnose

• Estado de “estar amando”.


• Investimento por parte dos instintos sexuais, com
satisfação diretamente sexual que alcança seu objetivo:
amor sexual comum.
• Fim da necessidade
• Existe a necessidade de fazer reviver esta “necessidade”:
um dos motivos da manutenção do amor duradouro.
• Idealização:
• O objeto é tratado do mesmo modo como nosso ego.
• O objeto também pode servir como substituto para algum ideal
de ego.
• A satisfação narcísica é adquirida por meio do outro.
• Supervalorização sexual + “estar amando”
• O ego se torna despretensioso e o objeto, sublime.

 “Servidão enamorada” e hipnose: Mesma sujeição:


humildade, debilitação da iniciativa própria do
sujeito.
• Constituição libidinal da massa liderada

“Uma massa primária desse tipo é uma


quantidade de indivíduos que propuseram
um único objeto no lugar de seu ideal de Eu
e, em consequência, identificaram-se uns com
os outros em seu Eu.”
Instinto gregário

• Tendência de todos os seres vivos a juntar-se em


unidades abrangentes.
• Incompletude quando está só.
• Justiça social
• Nega para si elementos que outros também se negam.
• Tratamento igualitário.
• Raiz do sentimento de dever.
Horda Primeva

 Massa
 Revive a horda.
 Formação da massa originária a partir da horda
primeva.
 Líder da massa x pai primevo
 Líderes – lugar de ideal de Eu.
 Sugestão – ligação erótica, invés de perceptiva.
Eu

• Composição multigrupal dos indivíduos.


• Ergue-se de suas participações.

• Diferenciação entre Eu e Ideal de Eu


• Dupla ligação: Identificação e introjeção
Numa cidade da Europa, uma mulher estava gravemente doente.
Um medicamento recentemente descoberto por um farmacêutico
dessa cidade podia salvar-lhe a vida. A descoberta desse
medicamento tinha custado muito dinheiro ao farmacêutico, que
agora pedia dez vezes mais por uma pequena porção desse remédio.
Heinz, cuja mulher estava a morrer, contactou pessoas conhecidas
para lhe emprestarem o dinheiro e, assim, poder comprar o
medicamento. Apenas conseguiu juntar metade do dinheiro que o
farmacêutico exigia. Foi ter, então, com ele, contou-lhe que a sua
mulher estava a morrer e pediu-lhe para lhe vender o medicamento
mais barato. Em alternativa, pediu-lhe para o deixar levar o
medicamento, pagando mais tarde a metade do dinheiro que ainda
lhe faltava. O farmacêutico respondeu que não, que tinha descoberto
o medicamento e que queria ganhar dinheiro com a sua descoberta.
Heinz, que tinha feito tudo o que era possível para comprar o
medicamento, ficou desesperado e decidiu assaltar a farmácia e
roubar o medicamento para a sua mulher.

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