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TENHAO CONHECIMENTO

PERFEITO d a l í n g u a
PORTUGUESA PARA
PREGAR E ENSINAR
COM EXCELÊNCIA

Em diversas passagens, a Bíblia ensina que o cristão


deve fa z e r q u a lq u e r ta re fa com zelo e excelên cia.
E s ta v e rd a d e não é m eno r ao fa la rm o s do estudo
e tra n sm iss ã o d a s E s c ritu ra s S a g ra d a s .

>
M ANUAL DE N esta o b ra, o p ro fe sso r de Lín g u a P o rtu g u e sa e

LÍNGUA PORTUGUESA Literatura, Mareio Estevan, lhe levará a um mergulho


ao m undo d a s p a la v ra s . Fo rn e ce n d o co nceito s
P A R A O B R E IR O S CR ISTÃ O S
b á s ic o s d e g r a m á t ic a , a b ra n g e n d o fo n o lo g ia ,
0
m orfologia, sin taxe e se m â n tica , além da cita çã o
de diversos versículos, o Manual de Língua Portuguesa para
UMA FERRAMENTA
Obreiros Cristãos a b re um cam inho p a ra um a m aio r
e s s e n c ia l PARA
M ELH O R QUALIFICAÇÃO co m p reen são da P a la v ra de D eus, e a ju d a

D O S E U MINISTÉRIO na b u s c a d a e x ce lê n cia no e stu d o e tra n s m is s ã o

d e e n s in a m e n t o s b íb lic o s.

MARCIO 30SÉ F o rm a to : 14,5 x 2 2 ,5 cm / P á g in a s : 5 2 8

ESTEVAN

www.cpad.com.br

V . 0800-021-7373 e f i Liv raria s CPAD


£ ) (021) 2406-7373 O0 OO
CB4D
Editorial

EX P ED IEN TE
P re sid e n te da C C A D B
A G ra n d e C o m issão o u to rg ad a por
Jo sé W ellington Costa Júnior
C risto à Igreja com o foco na Esco la
P re sid e n te do C o n se lh o A d m in istra tiv o
Jo sé W ellington Bezerra da Costa Bíblica Dom inical
D ire to r-e x e cu tiv o
Ronaldo Rodrigues de Souza
Nesta edição da revista Ensinador Cristão, um dos temas em des­
E d ito r-c h e fe
Silas Daniel taque é o assunto das Lições Bíblicas de Adultos deste trimestre,
G e re n te d e P u b lic a ç õ e s que fala sobre M issões: "A té os Confins da Terra: Pregando o
Alexandre Claudino Coelho Evangelho a Todos os Povos até a Volta de Cristo". O comenta­
G e re n te F in a n c e iro
rista é o conhecido pastor Wagner Tadeu dos Santos Gaby, líder
Josafá Franklin Santos Bomfim
G e re n te C o m e rcia l da Assembleia de Deus em Curitiba (PR). O tema Missões já foi
Cícero da Silva abordado outras vezes na Escola Dominical, mas esta é uma re­
G e re n te d e P ro d u ç ã o vista totalmente voltada - todas as suas lições - para esse tema, e
Jarbas Ram ires Silva
considerando ainda os desafios atuais nessa área. Uma vez que a
G e re n te d e C o m u n ic a ç ã o
Leandro Souza da Silva principal missão da Igreja é levar o Evangelho a todos os povos,
C h e fe d e A rte & D e sig n nada mais propício do que tratar sobre isso em profundidade na
W agner de Almeida Escola Dominical.
Pro je to G rá fico , D ia g ra m a ç ã o e ca p a
Suzane Barboza Esta edição da revista Ensinador Cristão também traz os artigos
Pro je to D ig ital intitulados "A Escola Dominical como um Lugar de Transformação
A lan Valle Espiritual"; "Exercite o Diálogo Inteligente"; "Com o o pastor
Fo to s
deve selecionar o superintendente de EBD em sua igreja?"; e "A
Shutterstock
influência positiva do professor de EBD para os adolescentes".
TELEM A R K ETIN G Esses artigos trazem, dentro dos assuntos propostos, orientações
0 8 0 0 021 7373
relevantes para professores e superintendentes da Escola Bíblica
2 a a 6 a d a s 8 h a s 17:30m in
O p ç ã o 1 - Ig re ja s , c o ta s e a s s in a tu ra s Dominical que pretendem reciclar os seus conhecimentos na área
O p ç ã o 2 - C o lp o rto re s e L o jis ta s da pedagogia cristã.
O p ç ã o 3 - P a s to re s e d e m a is c lie n te s
Nesta edição, como já de costume, os comentaristas das Lições
W H A T S A P P - (21) 240 6-7 3 7 3
ASSINATURA IM PRESSA
Bíblicas Jovens, Lições Bíblicas Juvenis e Lições Bíblicas Adolescentes
R $ 110,00 - (2 a n o s) da CPAD também apresentam suas sínteses sobre as revistas que
ASSINATURA DIGITAL comentam, nas quais o professor vai encontrar informações que
R $ 2 9 ,0 0 (1 an o ) vão contribuir em suas explicações aos alunos na Escola Bíblica
w w w .c p a d d ig ita l.c o m .b r
Dominical.
ATENDIMENTO ASSINATURA IM PRESSA
(21) 2 4 0 6-7 4 3 2 Na página 30, o pastor Cyro Mello responde à pergunta que muitos
E -m a il: a s s in a tu ra s @ c p a d .c o m .b r professores e até superintendentes de Escola Bíblica Dominical às
SUPORTE ASSINATURA DIGITAL vezes fazem: "Para qual classe devem ser acomodados os visitan­
(21) 2406-7315
tes não crentes?". A Escola Bíblica Dominical continua sendo um
E -m a il: c p a d w e b @ c p a d .c o m .b r
departamento em que as pessoas continuam sendo recepcionadas
Ano 24 I n°95 ! out/nov/dez de 2023 com um sonoro "bem -vindo", independente se o visitante faz
Ensinador Cristão - revista evangélica trimestral, parte da família de Deus ou ainda não comunga da fé evangélica.
lançada em novembro de 1999, editada pela Casa
Publicadora das Assembleias de Deus. Os subsídios e dicas da seção Boas Ideias dão o toque final para
Correspondência para publicação deve ser endere­
quem pretende atrair a atenção de seus alunos com informações
çada ao Departamento de Jornalismo. As remessas
de valor (pagam ento de assinatura, publicidade adicionais e exemplos simples, mas práticos, que vão atrair a aten­
etc.) exclusiva m ente à CPAD. A direção é respon­
ção dos alunos e contribuir no aprendizado, que é o objetivo a ser
sável perante a Lei por toda m atéria publicada.
Perante a igreja, os artigos assinados são de res­ alcançado por professores e superintendentes. Enfim, esta edição
ponsabilidade de seus autores, não representando
foi preparada, como as demais, com muito carinho, na certeza que
necessariam ente a opinião da revista. Assegura-se
a publicação, apenas, das colaborações solicitadas. seu conteúdo será bênção para a sua vida e ministério. Portanto,
O m esm o princípio vale para anúncios.
boa leitura e até à próxima edição!
Revista Ensinador Cristão
E-mail: ensinador@ cpad.com .br
Sumário 1

06 Q CAPA
A Escola Dominical como um lugar
de transformação espiritual

14 @ ARTIGO
A Prova da vossa Fé: Vencendo
a Incredulidade para uma Vida
Bem-Sucedida

1Ö (S ) ARTIGO
Espírito Santo: O Deus
Presente em Nós
i
36 © SUBSÍDIOS
Até os Confins da Terra: Pregando
o Evangelho até a Volta de Jesus

05 ESPAÇO DO LEITOR

10 ED EM FOCO

11 CO N VERSA FRANCA Divulgue as atividades


do departamento de
22 REPORTAGEM ensino de sua igreja

Entre em contato com


25 EN T REVIS TA DO COMEN TARIS TA
ENSINADOR CRISTÃO
Avenida Brasil, 34.401
29 SALA DE LEITURA Bangu • Rio de Janeiro • RJ
CEP 21852-002
Telefone 21 2406-7371
30 O PROFESSOR RESPONDE Fax 21 2406-7370
en sin ado r@ cpad.com .b r
31 BOAS IDEIAS R e c la m a ç ã o , c rític a e/ou
s u g e s tã o ? L ig u e :
21 2406-7416
44 A RTIG O
21 2406-7418

S E T O R D E A S S IN A T U R A S
46 EM EVIDÊNCIA
A te n d im e n to a todo s
os nosso s p erió dico s
MENSAGEIRO DA PAZ
MANUAL DO OBREIRO
ENSINADOR CRISTÃO
Espaço de Leitor

© Meu prim eiro contato com o revisto


En sin a d o r C ristão
Meu prim eiro contato com a revista Ensinador Cristão, da
CPAD, ocorreu no último trimestre de 2014, sendo o exem plar
da revista o de n° 67. Eu acabara de chegar à Igreja Evangélica
A ssem bleia de Deus em Altamira, no Pará, oriundo do Rio de
Janeiro. A Assembleia de Deus em Altamira sempre foi, na pessoa
de seu pastor-presidente, pastor Waldemar Nascimento Oliveira,
uma incentivadora da boa leitura por partes de seus obreiros e
membros. De uma forma simples e de fácil entendimento, o pastor
Antônio Gilberto, na parte introdutória de seu artigo publicado
na referida edição da revista, já pontuava os alertas que o líder
cristão precisa observar. Guardo até hoje com muito carinho este
exem plar pelas lembranças que tenho do tem po em que servir
ao Senhor na Assembleia de Deus em Altamira e também por ter
essa matéria do pastor Antônio Gilberto como um referencial em
minha caminhada.
Ev. E d im ilso n J o s é S ilvin o , S ã o M ig u e l d o O e s te (SC )

© Uma revisto poro aqueles que amam o


Palavra de Deus
A revista Ensinador Cristão é muito importante para aqueles
que amam a Palavra de Deus e têm prazer no exercício do dom
de ensinar que receberam do Senhor. Por esse motivo, tenho essa
revista sempre em minhas mãos. Suas dicas literárias e pedagó­
gicas, os subsídios para os professores e as matérias publicadas
C O M U N IQ U E -S E CO M A nela ajudam a melhorar a nossa aula e a conquistar os corações
ENSINADOR CRISTÃO de nossos irmãos pela Escola Dominical, para que também amem
Por carta: Av. Brasil, 34.401 - Bangu cada dia mais o estudo das Sagradas Escrituras.
21852-002 - Rio de Janeiro/RJ M a rce lo R ib e iro d o s S a n to s, J u n d ia í (SP)
Por fax: 21 2406-7370
Por email: ensinador@cpad.com.br ® Uma revista que ajud a no desem penho do
docente cristão
Entre em contato com a A Ensinador Cristão é uma revista que traz conteúdos atuais,
revista Ensinador Cristão. ajudando o professor a desem penhar um trabalho melhor na sala
Sua opinião é de aula na Escola Bíblica Dominical, e também na liderança e nas

im portante para nós! atividades de diversos departamentos, como o Departamento de

e n s in a d o r@ c p a d .c o m .b r Adolescentes, que é o meu caso.


E liú d e Lima d e A lm e id a , M anaus (A M )

Devido às limitações de espaço, as


cartas serão selecionadas e transcritas © Conteúdo p rep arado por quem se d ed ica ao
na íntegra ou em trechos considerados ensino d as S a g ra d a s E scritu ra s
mais significativos. Serão publicadas A revista Ensinador Cristão traz em suas páginas um material
as co rrespo n d ências assinadas e riquíssimo e fundamental para os educadores cristãos. Seu conteúdo
que contenham nome e endereço
é formulado por articulistas que militam no ensino das Sagradas
completos e legíveis. No caso de uso
Escrituras. Considero excelentes os subsídios dessa revista para
de fax ou e-mail, só serão publicadas
as cartas que informarem também a a formação continuada de pastores, de superintendentes e de
cidade e o Estado onde o leitor reside. professores da Escola Bíblica Dominical.
Pr. Le o n a rd o A lb u q u e rq u e , Rio das O stra s (R J)

\ "
Capa
Gil Monteiro

E S C O LA DO M IN ICAL
COM O UM LU GAR D E
TRA N SFO RM A ÇÃ O
ESP IR IT U A L
Desde a sua criação a EBD continua
sendo uma ferramenta eficaz na
restauração de vidas através do
ensino da Palavra de Deus

A o bra de tra n sfo rm a ç ã o e sp iritu a l p le n a e com pleta por meio da fé objetiva, na dim ensão da
com pleta na vida do p e ca d o r é operada a partir sua obediência (resposta) aos ensinamentos da Bíblia,
do cum p rim ento das duas g ran d e s o rd enan ças como regra de fé e prática cristã. Também é uma
que Je su s deixou para a Sua Igreja: a pregação e o obra operada pela instrum entalidade do Espírito.
ensino. Uma complementa a outra. O mesmo Cristo Mas é uma obra paulatina, progressiva, cumulativa,
que ordenou "Ide e pregai" é o Cristo que exortou constatada de modo perceptível na m udança do
"Id e e en sin ai". E por quê? Qual é a interrelação seu com portam ento, ações e atitudes. Em outras
existente entre elas? palavras, uma vida transform ada, cujo testem unho
A fé subjetiva na dim ensão do sentim ento, uma se torna uma carta conhecida e lida por todos os
vez provocada pela pregação do evangelho, tem o hom ens (2Co 3.2,3). Em sum a, do m esm o modo
poder de transformar a natureza do pecador, quan­ como a fé no nosso coração testifica para Deus que
do ele crê na obra expiatória de Cristo no Calvário. somos seus filhos, o nosso testemunho testifica para
Ela é p lenam ente eficaz para torná-lo uma nova o mundo (Mt 5.14-16). A verdadeira transform ação
criatura. Um novo nascimento - do alto - provê uma deve ser no interior e no exterior da vida do crente.
nova natureza. É uma obra instantânea, com resul­ A comissão para pregar o evangelho encontra-se
tado im ediato (2Co 5.17). A transform ação do seu em M arcos 16.15, enquanto que a com issão para
caráter, entretanto, somente é alcançada de forma ensinar todas as coisas que Je su s havia m andado
ENSINADOR CRISTÃO 7
gfe.
encontra-se em M ateus 28.19,20. No versículo 20, anunciam os, adm oestando a todo homem e ensi­
o verbo "ensinar" (ARC) corresponde ao vocábulo nando a todo homem em toda a sab ed oria; para
grego didasko, que denota instruir doutrinariamente que apresentem os todo homem perfeito em Jesus
(o termo traduzido como doutrina tem a mesma raiz Cristo" (Cl 1.28). Mais uma vez, na língua original do
na língua original), expondo de modo m etódico, Novo Testamento, o verbo ensinar nesse versículo é
desdobrado e sistematizado o ensinamento proposto o mesmo de Mateus 28.20.
pelo mestre. O objetivo é levar o aluno ou discípulo Ainda que não tivesse sido testem unha ocular
a guardar (obedecer) o conteúdo ensinado, apre­ | do ministério terreno de Je su s, de certa forma era
sentando resultados práticos do que foi aprendido. I com o se Paulo tivesse aprendido diretam ente do
Esse sentido fica muito bem exem plificado nas ; seu Senhor (1Co 15.3-8). A fundam entação de tudo
páginas do Novo Testam ento, quando o apóstolo que Paulo ensinava não estava no seu conhecimento
Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, escreve uma terreno e intelectual, angariado em muitos anos de
carta a uma com unidade de fé cristã na Ásia Menor. estudo acadêm ico. Ele alicerçava o seu ensino no
Cônscio de todas as coisas que por três anos havia que havia recebido do Senhor, inclusive por reve­
ensinado diligentem ente aos seus filhos na fé em lação (1Co 11.23; Gl 1.12). Por isso que Paulo dava
Éfeso (At 20.31), anos mais tarde, quando escreve tanto crédito para o ensino à Igreja b aseado no
a carta, Paulo não deixa dúvidas do que esperava conceito grego de didasko. Esse ensino som ente
dos efésios (Ef 4.20-29). O verbo ensinar no versículo fazia sentido com a transform ação espiritual plena
21 é o mesmo de Mateus 28.20. "Deixai a mentira e e com pleta, na natureza e no caráter daqueles que
falai a verdade cada um com o seu próximo" (v. 25); estão e perm anecem em Cristo.
"Aquele que furtava não furte mais" (v. 28); "Não saia Seguindo os mesmos preceitos de Mateus 28.20,
da vossa boca nenhuma palavra torpe" (v. 29); "Toda nos últimos 168 anos, a Escola Dominical tem cum ­
amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e prido com labor e dedicação a missão de ensinar as
toda malícia seja tirada de entre vós" (v. 31). Sagradas Escrituras para o povo de Deus, nas igrejas
O processo de crescim ento e am adurecim ento evangélicas espalhadas de norte a sul do nosso país.
da vida cristã, e consequentem ente da Igreja, deve É um desafio descom unal, em razão da extensão
estar firmado no ensino das verdades espirituais das continental do território nacional, agravado pelas
Sagradas Escrituras. Não de modo circunstancial e limitadas condições socioeconômicas do nosso povo.
ocasional, mas, sim , de form a m etódica, didática Mas sem pre com o amparo da graça e misericórdia
e sistem atizada. O que funcionou e deu resultado 1 j do Senhor. A té m esm o outras nações que falam
nos dias da Igreja Primitiva continua funcionando e I português têm sido alcançadas pelo modelo didasko
dando resultado nos dias de hoje: "[Cristo] a quem I de ensinar da nossa abençoada EBD .

8 ENSINAOOR CRISTÃO
//
"Uma EÔD forte e
prestigiada reverbera
em uma igreja
firme e alicerçada
espiritualmente"

O ensino deve ser metódico, didático, sistemati­ deveria ser ocupado pela Escola Dominical termina
zado. O seu livro texto é a Bíblia. O roteiro de estudo ficando sob risco de cair nas mãos de "lobos cruéis",
é o com entário da revista trimestral, que alcança e "hom ens que falam coisas perversas" (At 20.29,30).
alim enta sem analm ente inúm eras vidas fam intas Alertas bíblicos têm se tornado mais atuais do que
pelo Pão da Vida, desde o novo convertido até o nunca: "engan am o coração dos sím p lices" (Rm
obreiro mais m aduro. Todas as faixas etárias são 16.17,18); "outro evangelho" (Gl 1.8,9); "naufrágio na
atendid as, nos mais diversos espaço s de ensino- fé" (1Tm 1.3,4,18-20); "ensinando o que não convém"
-aprendizagem . Sem pre com a mesma proposta: a (Tt 1.10,11); "falsos doutores" (2Pe 2.1); "engano dos
consolidação da fé cristã no processo contínuo de homens abom ináveis" (2Pe 3.17).
transform ação espiritual. Urge o resgate de princípios e verdades espirituais
Uma Escola Bíblica Dominical forte e prestigiada inegociáveis para a genuína fé cristã e, para isso, a
reverbera em uma igreja firme e alicerçada espiri­ Escola Dominical, juntamente com outros trabalhos
tualm ente. A leitura devocional diária da Bíblia é normativos voltados para o campo do ensino bíblico,
indubitavelm ente uma bênção para o crente. Mas é de inestimável valia. A condição de filho não anula o
a Escola Dominical vai além disso, tendo o profes­ espaço de servo (Jo 1.12; 12.26); o anúncio da graça de
sor como aio (pedagogo), conduzindo o aluno na Deus não esconde o pecado do homem (Rm 5.20,21;
construção do seu conhecim ento bíblico, de forma 6.23); a porta do aposento que Jesus nos chama para
m etódica e regular. O resultado é a edificação do assentar à mesa é estreita, não é larga (Mt7.13,14). A
Corpo de Cristo pelo aperfeiçoam ento dos santos, morte de Jesus no calvário não foi para denunciar a
chegando à unidade da fé (Ef 4.12,13). Também age injustiça, a desigualdade, a miséria, a fome ou qualquer
de modo preventivo, ao levantar muros de contenção outra mazela social, mas, sim, para pagar a dívida do
para proteger a Igreja de ventos de doutrinas, tanto pecado e satisfazer a justiça de Deus, o que ninguém
as falsas quanto as falsificadas (Ef 4.13; Hb 13.9). mais poderia fazer (Rm 3.23-26).
Infelizmente, um movimento de enfraquecimento Concluindo, a leitura e o estudo da Palavra de
da Escola Dominical vem ocorrendo nas últimas duas Deus fom entado pela Escola Dom inical, contribui GIL MONTEIRO
décadas em diversas denominações evangélicas no decisivamente para um ciclo virtuoso de transforma­ é pastor-auxiliar
na Assembleia de
Brasil. Abdicar da maior agência de ensino da Bíblia ção espiritual na vida de seus participantes. Quanto
Deus em Jardim f c y
para a família cristã tem custado um alto e amargo mais ler e estudar a Bíblia, mais vontade de orar, de Alvorada, Nova
preço para essas igrejas e ministérios. A programação jejuar, de consagrar corpo, alma e espirito ao Senhor. Iguaçu (RJ); g r a d u a i
ado em Teologia;
semanal vespertina outrora dedicada ao estudo da Assim foi a oração sacerdotal de Cristo pelos Seus
pós-graduado em
Palavra de Deus é substituída por liturgias de "adora­ seguidores: "Santifica-os na verdade; a tua palavra História da Igreja;
ção" e “ativação espiritual". Com isso, o espaço que é a verd ade", Jo 17.17.« escritor e profes­
sor de Teologia.

ENSINADOR CRISTÃO 9
PROJETO “ALUNO NOTA 10” COLHE
FRUTOS NA REGIÃO NORTE DO BRASIL
A estratégia foi recebida com satisfação pelos fiéis
da Assembleia de Deus roraimense, que viram
nele a chance de reciclar conhecimentos bíblicos
e formar uma nova geração temente a Deus
Fotos: COMADER

A C o n ven çã o de M inistros e "A lg u n s visitantes sim patizaram


Igrejas das A ssem bleias de Deus com o projeto e solicitaram cópias
no Estado de Roraima (COMADER), das estratégias trabalhadas para
sob a liderança do pastor Milton inserirem em suas igrejas", informa
Carvalho de Oliveira Filho, lançou o líder assembleiano.
o projeto "Aluno Nota 10" com o O p asto r M ilton de O liv e ira
objetivo de incentivar a assiduidade conta ainda que havia famílias que
e a particip ação dos m em bros e não comungavam a fé evangélica,
congreg ado s nas program ações mas voltaram-se para o Evangelho
da E sc o la B íb lic a D o m in ica l, e por causa dos filhos que frequen­
O pastor Milton de Oliveira (ao centro, na primeira fileira)
dedica total apoio ao projeto Aluno Nota 10, que contribui tam bém de d esp e rtar os alunos tavam as aulas do projeto. O resul­
na otimização do ensino bíblico entre os fiéis assembleianos quanto à importância da Palavra de tado foi a decisão de muita gente
Deus como regra de fé e prática na em abandonar a vida antiga para
jornada do cristão neste mundo. O dedicar-se a Cristo.
projeto foi bem recebido pelos fiéis O su ce sso na ad m in istra çã o
roraimenses, que enxergaram nele do "Aluno Nota 10" levou a lide­
não somente uma oportunidade de rança assem bleiana a im plem en­
reciclar seus conhecim entos, mas tar pro jeto s auxiliares no intuito
tam bém uma ferram enta para a de otimizar ainda mais o projeto.
formação de uma geração temente "Tem os estudado a im plantação
a Deus. de treinam entos para o preparo e
"O s fiéis reagiram bem, todos a capacitação dos professores. Já
gostarm da dinam icidade dos tra­ inserido também dentro do projeto,
A s atividades lúdicas fazem parte do currículo do projeto
visando ao aperfeiçoamento das crianças na Palavra de Deus b alh o s a p re s e n ta d o s , in clu sive temos o incentivo à prática do culto
eles ficaram bem anim ados para doméstico, uma prática adormecida
alcançar as m etas estab elecidas. e agora re vig o ra d a ", exp licou o
Isso tem proporcionado e motivado pastor M anassés Silva de Paula,
os alunos à participação de forma co o rd e n a d o r do D ep artam ento
mais intensa na Escola Bíblica Do­ de Ensino Cristão (DEC).
minical. O número de matriculados A equipe do projeto é formada
na EBD tem aumentado a cada lição pela diretoria da Escola Bíblica Do­
tra b a lh a d a ", aleg ra-se o p asto r minical e pelos superintendentes,
Milton de Oliveira. secretários, professores e obreiros,
A aplicação do conteúdo funcio­ com todos atuiando de acordo com
nou tão bem entre os assembleianos as diretrizes estabelecidas pela lide­
que e os fiéis das igrejas do entor­ rança geral da igreja, subordinada
O final do 1° trimestre é marcado pela premiação por classe
com o uma forma de reconhecer o em penho do aluno no no adaptaram o pro jeto "A lu no à diligência do pastor-presidente
projeto desenvolvido pela CO M AD ER Nota 10" em suas com unidades. Milton de Oliveira. •

10 ENSINADOR CRISTÃO
© Conversa Franca

ES C O LA DOM INICAL, G ER A Ç Õ ES
Y E Z , U N IV ERSID A D E, PÓS-
M O D ERN ID AD E, PO LÍTICA E
IN TELIG ÊN CIA A R TIFIC IA L
Pastor e jurista Valmir Nascimento
Milomem fala sobre como
o cristão deve lidar com
a hostilidade aos valores
cristãos nas instituições
universitárias, como tornar
a EBD mais atraente aos
jovens e adolescentes, e
os desafios éticos frente à
Inteligência Artificial

O entrevistad o desta edição da revista E n sin a d o r C ristão é Valm ir


N ascim e n to M ilo m em , p asto r-au xilia r da A sse m b le ia de D eus em
C u iab á (M T), m estre em Teo lo g ia, p ó s-graduado em D ire ito , do u­
torando em Filosofia Política e So cial, p resid ente do Co nselho de
Educação e Cultura da A ssem bleia de Deus em C uiab á, conselheiro //
e 3 o vice -p re sid e n te do Instituto Brasileiro de D ireito e Religião
(IBD R ), p alestrante e co n feren cista, autor das obras "E n tre a Fé "Assim como
e a Po lítica" e " O C ristão e a U n iv e rsid a d e ", am bas p ub licad as Daniel enfrentou
pela C P A D , dentre outros títu lo s, e com entarista de Lições B í­ o ensino pagão do
b licas Jo v e n s da C P A D . N esta conversa fran ca, ele fala sobre
Império Babilónico
os ataques que os valo res cristãos têm sofrido nas instituições
de ensino no Brasil e exterior, sobre o ad vento da In telig ên­
e permaneceu fiel
cia A rtificial e seus d e safio s, do papel da Esco la D om inical a Deus, o cristão
de incutir o ensino b íb lico nas m entes e co ra çõ e s, e sobre pode ingressar na
q u estõ es envolvendo a fé e a po lítica. faculdade, buscar
uma boa formação
e usá-la para a
glória de Deus"

E N S IN A D O R Cristão 11
//
Não podemos
conceber a
O se n h o r te m tra b a lh a d o já educação Palavra de Deus às novas gerações.
há a lg u n s a n o s co m o te m a crista relevante Caso contrário, nosso ensino será
da fé cristã em m eio ao a m ­ sem abordar a irrelevante, pois os nossos jovens
b iente a ca d ê m ico , in clu sive estão im ersos em um cultura mi-
importância da
co m u m livro p u b licad o pela diática que apela a todos os seus
C P A D so b re e sse assu n to (“O
educação contínua
sentidos e desejos. A EBD dinâmica
C ristão e a U n iversid ad e"). ou aprendizado ao possui um enorme potencial para
Co m o o se n h o r avalia essa longo da vida discipular não somente as mentes,
atual situ a ç ã o de hostilid ad e mas os corações dos jovens cristãos,
aos valo res cristão s q u e m u i­ a fim de enfrentarem as questões
busca desconstruir os valores funda­
ta s ve ze s se m a n ife sta nas desse tempo (1 Pe 3.15). Para tanto,
mentais do Ocidente, legados pelo
u n ive rsid a d e s do B rasil, e não considero crucial que o educador
Cristianismo. No entanto, em vez de
só a q u i? E co m o, em lin h as dessa faixa etária com preenda as
abandonar a universidade, devemos,
g erais, o cristão pode e n fre n ­ cara cte rística s das g eraçõ es Y e
como cristãos, ser o sal da terra e
ta r p o sitiva m e n te e sse a m ­ Z, seus traços de comportamento,
a luz do mundo nesse am biente.
biente, co lh en d o fru to s para expectativas e as motivações que os
A ssim com o D aniel enfrentou o
a su a vid a e ta m b é m se n d o movem. Para atraí-los, em primeiro
ensino pagão do Império Babilónico
relevan te n esse co ntexto ? lugar, o ensino precisa ser integral,
e permaneceu fiel a Deus, o cristão
Realmente, tenho me dedicado ou seja, abordando tanto os aspectos
pode ingressar na faculdade, buscar
a este tema há alguns anos, graças públicos quanto privados, mostran­
uma boa formação e usá-la para a
à minha experiência universitária e do o sentido da fé para a vida em
glória de Deus. No entanto, isso
à minha atuação no evangelism o geral. Em segundo lugar, devemos
requer preparo bíblico, teológico e
estud an til, que resultou no livro usar sabiamente as novas tecnolo­
espiritual, destacando a importância
"O Cristão e a Universidade", pela gias a serviço do ensino. Terceiro,
de a igreja se preocupar cada vez
CPAD. Em primeiro lugar, é impor­ devemos empregar estratégias de
mais com esse tema.
tante lembrar que a universidade é comunhão e pertencimento, pois o
uma instituição essencial na socie­ O u tro s te m a s ca ro s ao irm ão jovem se sente atraído por aquilo
dade, desem penhando um papel são a C o sm o visão C ristã e os do qual ele se sente parte e para o
central na form ação educacional, d e sa fio s da P ó s-m odern ida- qual se sente útil.
profissional e cultural. E oportuno de, p rin cip a lm e n te e n tre os
Um dos títu lo s d e su a lavra
lembrar que as primeiras universi­ jo ve n s. O ra, sa b e m o s q u e a
lan ça d o s pela C P A D é “ E n tre
dades europeias surgiram a partir Escola D o m in ical, q u an d o
a Fé e a P o lítica ”. Q u ais os
da tradição cristã. No entanto, ao b em ap ro veitad a, fu n cio n a
p rin cíp io s b íb lico s fu n d a ­
longo do s an o s, o p ro ce sso de co m o u m a notável fe rra m e n ­
m e n ta is q u e d e ve m nortear
secularização e a mentalidade racio- ta para se d im e n ta r o en sin o
o cristão em relação a esse
nalista levaram ao enfraquecimento bíblico nos co raçõ e s. Logo,
te m a , tão ab o rd ad o pelos
da educação clássica, que buscava d ian te dos d e sa fio s do nosso
e va n g é lico s nos ú ltim o s anos,
a verdade e o desenvolvimento de tem p o , q u ais são, a seu ver,
m a s m u ita s ve ze s d e fo rm a
virtudes humanas, substituindo-a por a s m e lh o re s fo rm a s de atrair
d isto rcid a? E co m o a Escola
um estilo de ensino relativista e com ain d a m a is os nosso s jo v e n s
D o m in ical pode se r u m in s­
viés ideológico. Isso gerou diversos para a Escola D o m in ical e
tru m e n to d e co n scie n tiza çã o
desafios aos cristãos que frequentam torná-la ainda m a is relevan te
co rreta d e sse s p rin cíp io s?
a universidade. A hostilidade em para a vida d eles?
A Bíblia não é um manual de
relação à fé cristã nesses ambientes Tenho enfatizado nas C o n fe ­
teoria política, mas, com o o livro
ocorre principalmente porque muitas rências de Escola Dominical a im­
revelado de Deus, ela oferece princí­
disciplinas contemporâneas, espe­ portância de adotarmos uma visão
pios para todos os aspectos da vida
cialmente nas ciências humanas e abrangente da fé cristã e sua relação
humana, incluindo a política. Antes
sociais, estão comprometidas com com a sociedade, especialm ente
de tudo, é necessário desmistificar
uma visão política progressista que para comunicarmos efetivamente a

12 E N S IN A D O R Cristão
as visões distorcidas desse termo e sos dias, levantando para os cristãos m in isté rio n e sse s te m p o s em
entender que a política nada mais é algumas questões cruciais. Não há q u e vive m o s?
do que a administração da vida em dúvidas de que a sua capacidade O e d u cad o r cristão é, acim a
com unidade, pois Deus nos criou de processam ento e de soluções de tudo , um servo de D eus que
como seres gregários, sociais. Eu rápidas poderá contribuir em mui­ co n sta n te m e n te d e ve b u scar a
destacaria os seguintes princípios: tas tarefas cotidianas. No entanto, ajuda do Senhor, subm etendo-se
prim eiro, todo po der em ana de também existem diversos riscos que a ele em tudo. Nos dias atuais, em
Deus, por isso o apóstolo Paulo diz devemos considerar. Por essa razão, um ambiente repleto de produtos e
para nos sujeitarmos às autoridades é realmente tarefa dos cristãos se en­ conteúdos digitais, compartilhados
(Rm 13.1); segundo, "Dai a César o volverem proativamente com temas e acessados em diversas platafor­
que é de César, e a Deus o que é desta natureza, para compreender e mas que capturam a atenção da
de Deus" (Mc 12.7) implica entender orientar outros sobre as implicações juventude, não podemos conceber
que estado e igreja possuem funções desses novos algoritmos que simu­ a educação cristã relevante sem
distintas, mas não antagônicas. A lam a inteligência humana. Embora abordar a importância da educação
igreja não pode q u e re r assum ir seja um assunto amplo, gostaria de contínua ou aprendizado ao longo
o pap el de estad o e vice-versa. destacar três aspectos importantes. da vida (life lo n g learn ing). Meu
Terceiro, a política é necessária e O primeiro desafio está relacionado conselho, portanto, é que o ed u­
importante, mas ela não é a razão à existência e à singularidade huma­ cador cristão adote essa postura
da esperança do cristão, pois só nas. Considerando que o homem foi consciente de adquirir novos co­
tem os um salvador: Je su s. Com o criado à imagem e semelhança de nhecimentos e desenvolver novas
agência de ensino da Palavra de Deus, a manutenção da vida é um habilidades. Este conceito pressu­
Deus, a EBD tem o papel primordial princípio fundamental, juntamente põe uma atitude de abertura para
de conscientizar a igreja a respeito com a sua dignidade. Isso traz à tona aproveitar todas as oportunidades
deste tema, demonstrando a neces­ questões atuais, como o transuma- de desenvolvimento em diferentes
sidade da participação cívica dos nismo e a busca pela singularidade lugares e tempos. Adote uma men­
crentes. Isso envolve dem onstrar alcançada pela tecnologia. talidade de crescim ento para
não somente o exercício sábio do Outro desafio refere-se ao em ­
voto, mas também outras formas de prego da IA na tomada de decisões.
participação na sociedade, como Embora os uso de informações e da­
o envolvimento com questões do dos possam subsidiar deliberações,
bairro e da esco la . Por m eio da as novas ferramentas tecnológicas
Escola Bíblica Dom inical, a igreja não podem retirar a responsabilida­
pode compreender que tanto uma de individual, elemento crucial da
postura apolítica de afastam ento antropologia cristã. Devemos refletir
quanto um envolvimento excessivo sobre como a tomada de decisões
e d ep endente da política gover­ autom atizada pode afetar nossa
nam ental representam riscos ao compreensão de livre arbítrio, mo­
testemunho cristão. É fundamental ralidade e responsabilidade pessoal.
equilibrar uma postura bíblica de Em terceiro lugar, há o desafio ético
envolvimento cívico com uma firme na utilização da IA para a produção
convicção de que nosso verdadeiro de conteúdo e educação. A facili­
Salvador é Jesus Cristo. dade de captação de informações
a respostas rápidas pode eliminar
Q u ais os d e sa fio s ético s q u e
a leitura individual e o estudo pro­
se le va n ta m para o cristão
fundo, caindo na dependência das
d ian te da a sce n sã o da In teli­
novas tecnologias.
g ê n cia A rtific ia l?
Q u e c o n s e lh o s o s e n h o r
Inegavelm ente, a Inteligência daria para um educador cristão
Artificial (IA) é uma realidade em nos­ que deseja ser relevante em seu
A PRO V A DA V O SSA
F É : V EN C EN D O A
IN C R ED U LID A D E PA R A UMA
V ID A BEM - S U C ED ID A
Este é o tema da revista Lições Bíblicas
Jovens da CPAD deste trimestre

14 ENSINADOR CRISTÃO
O tem a da revista Lições Bíblicas de Jo ve n s da Bauman argum enta que a m odernidade líquida
CPAD deste último trimestre de 2023, a qual tenho o enfraqueceu as instituições tradicionais, incluindo as
privilégio de estar com entando, é "A Prova da Vossa religiosas, e promoveu um individualismo crescente.
Fé: Vencendo a Incredulidade Para Uma Vida Bem- Nesse contexto, as pessoas são levadas a questionar
-S u ce d id a ". N este artigo , tratarem os panorâm ica e a duvidar das crenças estabelecidas, buscando uma
e resum idam ente sobre esse assunto, destacando liberdade e autonomia cada vez maiores. A religião,
alguns pontos que é muito im portante o professor por sua vez, é frequentem ente vista como uma forma
estar ressaltando em sala de aula. de controle e restrição, levando muitos a se afastarem
A fé desem penha um papel fundamental na vida da fé e a adotarem uma postura de incredulidade.
do crente, especialm ente nos dias de hoje, onde a E importante destacar que a fé cristã não é incompa­
incredulidade parece prevalecer. A Bíblia nos apre­ tível com a modernidade líquida. Embora as estruturas e
senta a fé como uma convicção firme e confiança em as formas tradicionais de religiosidade possam ser ques­
Deus, na Sua Palavra e nos Seus propósitos. É por tionadas, a essência da fé permanece sólida e relevante.
meio da fé que podem os superar a incredulidade do A fé cristã oferece um ancoradouro diante da incerteza e
mundo e experim entar uma vida bem sucedida em da fragmentação do mundo moderno, oferecendo uma
um contexto bíblico. base sólida para a esperança e a segurança em Deus.
A fé é apresentada na Bíblia como algo essencial Diante da incredulidade e da modernidade líquida,
para a vida cristã. O livro de Plebreus nos diz: "O ra, a os cristãos são cham ados a viver uma fé autêntica e
fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e relevante. Isso implica uma com preensão profunda
a prova das coisas que se não veem " (Hebreus 11.1). das verdades bíblicas, uma vida de oração e de comu­
E por meio da fé que som os justificados diante de nhão com Deus, um testem unho autêntico do amor
Deus e recebem os a salvação, como nos é dito pelo e da verdade de Cristo, e um engajam ento ativo na
apóstolo Paulo em Efésios 2.8: "Porque pela graça transformação do mundo ao nosso redor.
sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é A incredulidade contem porânea se manifesta de
dom de D e u s.” várias formas. Algumas pessoas simplesmente negam
a existência de Deus, considerando a fé como uma
A in cre d u lid a d e de n o sso s d ia s
mera ilusão ou superstição. Outras têm dificuldade
A incredulidade tem sido uma marca característica
em acreditar nas verdades bíblicas, questionando a
do nosso tem po. Vivem os em uma sociedade cada
autenticidade das Sagradas Escrituras e interpretando-as
vez mais secularizada, onde a fé em Deus e nas ver­
de acordo com os seus próprios critérios. Além disso,
dades espirituais é frequentemente questionada e até
há aqueles que, mesmo reconhecendo a existência de
mesmo rejeitada. Muitas pessoas são influenciadas
Deus, não confiam plenam ente em Suas promessas
pelo ceticism o e pelo pensam ento racionalista, que
e acabam caindo na tentação do materialismo e da
desconsideram a dim ensão espiritual da existência
busca desenfreada por prazeres terrenos. Ela é ali­
humana.
mentada pelo espírito do mundo, que muitas vezes
A incredulidade de nosso tem po tam bém pode
questiona a existência de Deus e a Sua intervenção
ser com parada com a modernidade líquida descrita
na vida humana. No entanto, a Palavra de Deus nos
pelo so ció lo go Zygm unt Baum an. Segundo ele, a
chama a resistir à incredulidade e a vencê-la pela fé.
m o dernidade líquida é caracterizada pela fluidez,
Em Marcos 9.23, Jesus declara: "Se tu podes crer,
incerteza e frag m entação das estruturas so ciais e
tudo é possível ao que crê." A fé nos capacita a enxergar
culturais. Da mesma forma, a incredulidade contem ­
além das circunstâncias, confiando nas promessas de
porânea é marcada pela falta de solidez e confiança
Deus e agindo de acordo com Sua vontade.
nas verdades espirituais e religiosas.

ENSINADOR CRISTÃO 15
É fundam ental viver uma vida de testem unho e se tornou o pai da fé. Jo sé perseverou na fé durante
dem onstrar a realidade do poder transform ador de as provações e se tornou um líder poderoso no Egito.
Deus em nosso próprio viver. Q uando as pessoas Davi confiou em Deus para vencer gigantes e se tornou
veem o im p acto da fé em no ssas vid a s, quando um rei segundo o coração de Deus.
experim entam o am or de Deus através de nossas Nas Sagradas Escrituras, não há uma condenação
ações, isso pode ajudá-las a superar a incredulidade bíblica para o a ser "bem sucedido" financeiramente.
e despertar o desejo de conhecer a Deus. No entanto, elas afirmam que a vida bem sucedida
Devem os orar para que Deus fortaleça nossa fé, é aquela que está alinhada com a vontade divina.
aum ente nossa convicção e nos ajude a superar as Provérbios 3.5-6 nos ensina: "Confia no Senhor de
dúvidas e incertezas que podem surgir. Por meio da todo o teu coração e não te estribes no teu próprio
Eduardo Leandro comunhão com Deus e do poder do Espírito Santo, entendim ento. Reconhece-o em todos os teus cami­
Alves é pastor
somos capacitados a vencer a incredulidade e a viver nhos, e ele endireitará as tuas veredas".
da Assembleia
de Deus em uma vida de fé vibrante e transformadora. Quando buscam os em primeiro lugar o Reino de
Rio Tinto (PB), Deus e a Sua justiça, Ele cuida de todas as nossas
doutor e mestre Uma vida bem-sucedida
necessidades (Mateus 6.33).
em Teologia pela Uma vida bem sucedida, em um contexto bíblico,
Faculdade EST Uma vida bem sucedida, do ponto de vista bíbli­
não se trata apenas de prosperidade m aterial, mas
diretor do Centro co, envolve confiar em Deus em todas as áreas da
de Estudos
de viver de acordo com os princípios e propósitos de
vida, buscando a Sua vontade por meio da oração,
Teológicos da Deus. A vida bem sucedida é aquela que está alinhada
AD na Paraíba e
estudando a Sua Palavra e buscando a Sua direção
com a vontade divina, experim entando a plenitude
comentarista das em todas as decisões. É viver uma vida de obediência
do relacionamento com Deus e buscando a Sua glória
Lições Bíblicas aos mandamentos de Deus e de serviço ao próximo,
Jovens da CPAD. em todas as áreas da vida
m anifestando os frutos do Espírito Santo em nosso
A Bíblia nos apresenta exem plos de homens e de
caráter.*
mulheres de fé que enfrentaram incredulida­
de e, por meio da confiança em Deus,
alcançaram uma vida bem sucedida.
A braão, por exem plo, creu nas CONCLUSÃO
promessas de Deus, mesmo
Em co n traste, por exem p lo , com a in credulidade da
quando as circunstâncias m odernidade líquida, a fé em Deus nos leva a buscar
pareciam impossíveis, e uma vida bem su ced ida de acordo com os padrõ es
divinos. Isso envolve colocar nossa confiança em Deus,
buscar a Sua vontade por meio da oração e do estudo
da Palavra, viver em obediência aos Seus mandamentos
e servir aos outros com amor.
Portanto, a fé em Deus nos capacita a tran scend er a
superficialidade e a incerteza, nos conduzindo a uma
vida de propósito, significado e plenitude em comunhão
com o Criador. Por meio da fé, encontramos um alicerce
sólido que nos sustenta em meio às mudanças constantes
do mundo, permitindo-nos experim entar um verdadeiro
sucesso à luz da eternidade.
A prova da nossa fé está em vencer a incredulidade do
mundo, confiando em Deus e em Suas prom essas. Ao
cam inharm os em fé , exp erim en tam o s uma vida bem
sucedida, alinhada com a vontade divina. Que a nossa
fé seja fortalecida e que possamos, pela graça de Deus,
m anifestar uma vida de fé , vencendo a incredulidade
e desfrutando de uma vida bem sucedida em C risto.
Q ue Deus abençoe abundantem ente sua jo rnada de
fé e que você seja encorajado a prosseguir em busca
de uma vida plena e bem sucedida, de acordo com os
princípios estabelecidos em Sua Palavra.
JO S EP H
BEN SO N
Um dòs braços
direitos de
John Wesley,
ele foi educador,
teólogo e célebre
apologista
metodista

Jo sep h Benson (1749-1821) foi um dos prim eiros grande am igo e apoiador de W esley, que o indicou
m inistros m etodistas ingleses e um dos líderes do à condessa de Huntingdon, que em 1770 o convida­
m ovim ento durante e após a época do seu funda­ ria para assumir o cargo de chefe do sem inário que
dor Jo h n W esley. Ele se destacou com o educador, ela criara, o Trevecca C o lle g e . Problem as, porém ,
teólogo e apologista do m etodism o. surgiriam por divergência teológica: a condessa era
Os pais de Joseph - John Benson e Isabella Robin- calvinista enquanto John Fletcher e Jo se p h Benson
son - desejavam que seu filhõ se tornasse um pastor, eram arminianos, assim com o W esley. Logo, depois
então o mandaram para a escola da aldeia e depois o de um tem po, se separaram .
colocaram sob a tutela de um ministro presbiteriano Nos anos seguintes, Jo se p h se destacou como
que vivia na paróquia onde moravam. O desenvolvi­ pregador e ensinador metodista, e como apologeta.
mento de Joseph foi rápido, de maneira que, aos 15 Vários foram os livros, artigos e cartas escritos em
anos, ele mesmo abriu uma pequena escola. defesa dos valores bíblicos frente ao m aterialism o,
A co nversão de Jo se p h ao m etodism o se deu em defesa do arm inianism o e sobre outros tem as
quando um primo o levou a uma reunião clandestina prem entes naqueles dias. N esse período, ele tam ­
metodista na região, onde eles leram os serm ões de bém tentou, juntam ente com Fletcher, negociar um
John W esley. Tocado pelos serm ões, em dezem bro acordo com a Igreja Anglicana para tornar os m eto­
de 1765, Joseph partiu a pé para ouvir W esley pregar distas uma "igreja filha" da Igreja da Inglaterra, mas
em Newcastle, porém ele chegou depois que W esley não chegaram a um acordo, provavelm ente devido
já havia partido e então o seguiu até Londres. Após a divergências de W esley sobre certas condições.
c o n h e c e r W esley, em 1766, Jo s e p h foi cham ado Em 1803, Jo se p h se tornou editor da revista "O
para Bristol, onde foi nom eado m estre clássico na M e to d is ta ", ó rg ão o ficial do m e to d ism o , te n d o
Kingswood School. Ali ele aproveitou para pregar e o cu p ad o essa fun ção até o final de sua vid a, em
realizou reuniões de oração m etodistas. 1821, quando faleceu aos 74 anos. A n tes, porém ,
Em 1769, Jo s e p h Ben son foi para O xfo rd , no poucos anos após o falecim ento de John Wesley, ele
m esm o ano em que seu pai m orreu. Pouco tem po assumiu a função de líder do M ovimento M etodista
d ep o is, conheceu o pastor Jo h n W illiam Fletcher, de 1798 a 1 8 1 0 .*

ENSINADOR CRISTÃO 17
ESPÍRITO SANTO, O DEUS

0 PRESEN TE EM NÓS
A p e sa r da relevância, o estudo sistem ático da
doutrina do Espírito Santo, no contexto do desenvol­
adoração a Ele. (R evestido d e P oder, CPA D , p. 16).
Essa negligência teológica é responsável por inúmeras
vimento da teologia, não teve a atenção que deveria. confusões e equívocos em relação à obra e à natureza
No contexto teoló g ico, o Espírito Santo, "O Deus do Espírito Santo.
que habita em nós", é "O Deus esquecido". Isso fica Ainda no contexto do desenvolvim ento histórico
evidente ao examinar inúmeras Teologias Sistemáticas. do pensamento teológico, é importante destacar que
Muitas delas apresentam capítulos inteiros sobre ques­ o M ovimento Pentecostal m oderno, iniciado com o
tões teológicas relacionadas à Doutrina de Deus Pai ministério de Charles Fox Parham, na cidade de
e de Cristo, mas silenciam sobre o Espírito Santo. Tal
postura trouxe muitas dúvidas sobre o entendimento
Topeka, Kansas, e posteriorm ente
na Rua A zusa, na cidade de ^ \ I I
da pessoa bendita do Espírito Santo, que perduram Los Angeles, com o pastor ^
até hoje. Por exem plo, Gutierres Fernandes destaca
que existem cristãos que têm dúvidas se podem orar
diretam ente ao Espírito Santo ou render louvores e

18 ENSINADOR CRISTÃO
^ , M M #
W illiam Seymour, foi responsável por lançar luz sobre sobre a natureza e a obra do Espírito Santo com forte
a Paracletologia (Doutrina sobre o Espírito Santo). Esta embasam ento bíblico.
é a maior contribuição teológica que os pentecostais Nós nos ale g ra m o s em p e rte n ce rm o s a uma
ofertam para a cristandade. denominação de forte tradição pentecostal clássica.
No B ra sil, a A sse m b le ia de D e u s, atra vé s da Reconhecem os que a Assem bleia de Deus no Brasil
Casa Publicadora das A ssem bleias de Deus (CPAD), deve seu crescim ento à intrínseca dependência que
tem se dedicado a publicar inúmeras obras sobre a tem o s da obra do E sp írito Santo, que habita em
Doutrina do Espírito Santo, com destaque para a sua nós e dirige a nossa vida. As lições deste trim estre Carlos
natureza e obra. Dessa forma, cristãos pentecostais precisam ser ministradas objetivando manter acesa Alexandre
Ribeiro Dorte
e não-pentecostais podem ter acesso a reflexões e a cham a p e n te co sta l que "va rre u " o nosso p aís,
tratados teológicos que auxiliam na compreensão da mudando com pletam ente os rumos da cristandade -auxiliar da
Paracletologia. por aqui, fazendo do Brasil um celeiro m issionário Assembleia
de Deus em
A s revistas de L iç õ e s B íb lica s p u b licad as pela para as nações.
CPAD possuem uma orientação confessional de tra­ A proveitem os este trim estre para despertar em e
dição pentecostal clássica e, neste quarto trimestre, nossos juvenis o interesse de buscar o batism o no tarista de
mais uma vez a revista Juvenis (15 a 17 anos) aborda Lições
Espírito Santo, os dons espirituais e o desenvolvimento
Juvenis da
lições relacio nadas à Paracleto lo g ia. É inegável a das virtudes do fruto do Espírito. Que CPAD neste
confusão que o neopentecostalism o tem gerado na tenhamos um trimestre avivado
igreja brasileira e global, ao flertar com o sincretismo pelo Espírito de Deus! •
religioso. Muito "fogo estranho" tem "ardido" por aí.
Mas, neste trim estre, nós tem os a oportunidade de
oferecer aos nossos alunos uma reflexão teológica
Querido professor e profes­ atividades com o departamento
sora, neste trimestre, o tema da de assistência social.
revista Adolescentes Vencedores Para incentivar a prática du­
é o amor na vida cristã. Embora rante a semana do que foi trata­
Fomos chamados para
amor seja uma palavra comum do em sala de aula, dê motivos
sermos imitadores
do dia a dia do adolescente, ele de oração, sugira exercícios de
de Jesus, portanto
pode desconhecer o seu signifi­ reflexão diários. Por exemplo, na
devemos amar com
cado bíblico. Daí a importância lição 3, que trata de compaixão
Ele amou
de transm itir o conteúdo das pelos enferm os, pergunte aos
lições com a preocupação de dar a d o le s c e n te s se e le s sab em
vida ao texto bíblico para que o de alguém que está doente. É
* • • • • • • • • adolescente possa experimentar p o ssível tam bém levar a lista
» • • • • • • • • o am or de Deus. Na verd ade, d e m o n stra çã o de am or p ela de pedidos de oração do culto
» • • • • • • • • você próprio, como ensinador, ao doação de ofertas e dízimos, e anterior. Então, a classe se com­
» • • • • • • • •
preparar as aulas, tem a oportuni­ pelo trabalho de evangelism o; promete em orar pela cura dos
» • • • • • • • •
dade de reavaliar seus princípios e o amor nos relacionamentos: a doentes. Dê oportunidade nas
• • • • • • • • •
bíblicos e padrões de vida cristã família, os amigos e Deus. aulas seguintes para que o ado­
• • • • • • • • em relação ao amor. As lições combinam teoria e lescente compartilhe como foi a
• • • • • • • O fundamento das lições é: prática, ou seja, embora sejam sua experiência e testemunhe o
• • • • • •
o sentido de am or não é uma discutidos term os e conceitos que Deus tem feito na vida dele.
• • • • •
emoção, mas comprometimento teológicos, eles servem de base Para aproximar o adolescente
e devoção, uma ação de sacrifí­ para explicar como o cristão deve da Bíblia, promova gincanas de
cio. Deus é amor e sua revelação viver. Os escritores bíblicos, ins­ memorização da mensagem, do
m áxim a está na vida, m orte e pirados pelo Espírito Santo, não trecho da leitura bíblica ou mes­
ressurreição de Jesus Cristo (1 Jo registraram a mensagem divina mo de versículos do devocional.
4.8; Jo 3.16). Fomos cham ados para que fo sse sim p lesm ente Isso ajudará no andam ento da
para sermos imitadores de Jesus, motivo de reflexão filosófica. A aula e no aprendizado do assun­
IDaniele Soares to da lição seguinte, porque o
portanto devem os amar como Palavra de Deus é para ser vivida,
- Membro da
lAssembleia de Deus
Ele amou (Jo 13.34). A proposta, ou seja, o seu ensino resulta na adolescente já pensou no texto
|em Jundiaí (SP)] então, é mergulhar no texto bí­ fé com binada com o estilo de durante a semana.
Im estre em TeoLogia blico para apresentar o que essa vida. A ssim , o crente reflete a Tenha um trimestre abenço­
|com ênfase no estude
passagem significa e nos ensina. glória de Cristo pelas suas ações. ado, sem pre lembrando: "Q ue
|de línguas bíblicas]
(professora de EBD Os assuntos tratados serão: Como o tema dá oportunidade a vida de vocês seja dominada
(da EscoLa Teológica o am or de D e u s na B íb lia ; o de prática, você pode planejar pelo amor, assim como Cristo nos
^Pr. Elyseu Queirot
amor que salva e perdoa; o en­ atividades fora da sala de aula, amou e deu a sua vida por nós,
de Souza (ETEQS)|
sino de C risto sobre tratar os como visitas a orfanatos, hospitais, com o uma oferta de perfum e
de textos teológicos, enferm os com com p aixão, os asilos e outras instituições. Além agradável e como um sacrifício
e comentarista d; enlutados com m isericórdia e disso, dependendo da estrutura da que ag rad a a D e u s !" (E f 5.2,
revista Lições Bíblica;
Adolescentes di
os n ecessitad o s com ajuda; a igreja, pode ser possível organizar NTLH). •
CPAD deste trimestre

20 ENSINADOR CRISTÃO
h HBh

AO LEREM O QUE ESCREVI, PODERÃO ENTENDER


A MINHA COMPREENSÃO DO MISTÉRIO DE CRISTO
Efésios 3.4
CRISTOLOGIA PAULINA, GORDON D. FEE

Esta obra única em sua abordagem e temática oferece um estudo exaustivo da


Cristologia Paulina pelo acadêmico Gordon Fee. O autor oferece uma análise detalhada
das cartas de Paulo individualmente, explorando a cristologia de cada uma e então elabora
uma síntese da obra exegética com os seguintes temas:

• O papel de Cristo como o salvador


divino preexistente e salvador
GORDON D. FEE encarnado;

•Jesus como o segundo Adão;

• O Messias judeu e filho de Deus;

• Como o Messias e Senhor exaltado.

Gordon D. Fee
PhD pela University of Southern California, Fee é professor
emérito de Estudos do Novo Testamento no Regent College,
em Vancouver, Canadá. Exerce a função de editor da série
New International Commentary. Fee tem publicado vários livros
e artigos, entre eles, Exegese?Para quê? e Je s u s o Senhor
segundo o Apóstolo Paulo, publicados no Brasil pela CPAD.

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TAMBÉM
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A PERFEIÇO A M EN TO
DO CO RPO D O CEN TE D E IG REJA
A SSEM B LEIA D E D EU S NA
CA PITA L BAIANA

• REC Q | 99%

Utilização de livros presenteados pela


CPAD à igreja soteropolitana em 2017,
através do “Prêmio Professor do Ano”,
serviram de início para o projeto,
que fluiu após o fim da pandemia

22 ENSINADOR CRISTÃO
pro jeto foi o prim eiro de outros que a
liderança im plem entou com o objetivo
de a u m e n ta r a a d e sã o à E B D . M as a
dem anda exigia cada vez mais do corpo
docente local, e o pastor Rômel Araújo
destacou essa necessid ad e. "Em deter­
minado momento, percebem os que não
' o aoerfeiçoamento do corpo adiantava sempre trazer novos alunos, se
O objetivo do PJ°>eto e aos rec|ames da Grande não tivéssemos uma EBD que alcançasse
seus objetivos finais. Em 2022, com o fim
dos d e cre to s de en fren tam ento da p an dem ia da
Covid-19, nosso departam ento de Educação Cristã
resolveu investir fo rtem e n te na p ad ro nização do
processo de educação e na capacitação de nossos
O corpo docente da A ssem b leia de Deus Bon­ professores", revela pastor Rômel. No final de 2022,
fim , em Sa lva d o r (BA ), desfruta da o p o rtu n id ad e a necessidade de im plementar um programa de trei­
de p articip ar da "A ca d e m ia de P ro fe sso re s", um namento de alto nível levou o líder assem bleiano e
projeto que teve início em fevereiro do ano corren­ seus auxilaires a estruturar oficialmente a "Academ ia
te e tem com o objetivo a valorização do saber de de Pro fesso res", que serve com o um program a de
cada p ro fesso r envolvid o . De acordo com o líder especialização para professores e auxiliares da EBD
da igreja b aiana, pasto r Rôm el A raújo Santos, "o interessados em ap erfeiço ar seus conhecim entos.
p ro jeto envo lve m e to d o lo g ia s de ap ren d izag em "Trata-se de um pro jeto d e stin ad o a au m entar a
criativas e in o va d o ras, que prio rizam a troca e o exp eriência e aprofundar o conhecim ento na p rá­
com partilham ento de diferentes saberes de forma tica didática para diferentes faixas etárias, baseado
a criar um am biente de aprendizagem significativa". nos princípios da Educação C ristã ", define pastor
C o n d u zid o pela S u p e rin te n d ê n c ia da Esco la
D o m in ical da re fe rid a ig re ja , em p arce ria com a
Pasta de Educação Cristã, a academ ia é voltado aos
professores, auxiliares e líderes da Escola Dominical,
e conta hoje com uma turma formada por 30 alunos
dipostos a reciclar seus conhecimentos didáticos. "A
proposta é oferecer aos participantes conhecimentos
de alto nível, além de conhecim entos técnico s que
p erm item ao e d u ca d o r a n alisar seu co n te xto de
atuação, rever suas práticas e garantir resultados
para nossa igreja. Convidam os profissionais da área
de en sin o , com notório saber, para co m p artilh ar
seu s co n h e cim e n to s e a p e rfe iço a r nossa p rática
p e d a g ó g ic a , para q u e , com isso , a lca n ce m o s os
objetivos da E B D ", explica o líder assem bleiano.
O embrião de tudo foi em 2017, quando a igreja
baiana foi ag raciada com o "Prêm io Professor do A c id a r e s7 u a sd Z id a sq nu7nt e C° m
35 quant° so ensino bíbl
A no" concedido pela Casa Publicadora das A ssem ­
bleias de Deus (CPAD), que proporcionou material de
prim eira qualidade teológica à igreja. Esse material
seria usado pelos futuros participantes do curso. O

ENSINADOR CRISTÃO 23
cim ento da igreja local. Essa visão, sustentada pela
liderança local, nos fez pensar sobre as diferentes
n e c e ssid a d e s e com o e nfren tá-las na busca pela
m elhoria. Nós queríam os form ar um program a que
pudesse ser replicado por todas as igrejas nacionais,
porque nossa m issão é mais am pla do que apenas
dar aula na E B D ".
A professora Renata Damasceno qualifica a Escola
Bíblica Dom inical como "um instrum ento voltado a
alcançar todas as faixas etárias e, por esse motivo,
os p ro fessores têm de estar cap acitad o s para e n ­
frentar os diferentes desafios da pedagogia cristã".
o Ela atua como curadora de conteúdo e responsável
o l u ç i da
S 3roDJ , qualidade do ensino
____iiriarlff do ensino pela avaliação dos docentes convidados ao projeto.
O pastor Rômel Araújo enfatiza que o projeto visa
Rôm el. O diácono Rafael Nery, m em bro da equipe a instruir e a preparar, de m aneira mais profunda,
que form ulou o projeto ed ucacio nal, disse que "o todos os que desejam estar envolvidos no ministério
pasto r procurou fo rm ar um com itê que envolveu do ensino, no resgate do sentido prioritário: "o fe ­
a liderança do departam ento de Educação Cristã, recer direção espiritual a todo crente para que seja
isto é, a mim e ao pastor Rubem D am asceno ", com capaz de resistir às diversas tentações e ser guiado
am bos form ando a liderança da Educação Cristã . pela Palavra de D e u s".
"Fo rm am o s, então , um com itê que contou ainda O p ro je to o fe re c e 30 v a g a s p o r tu rm a , com
com a professora Renata D am asceno . Com licen­ se is e nco ntro s p re se n c ia is, além de ativ id a d e s e
ciatura em Letras e bacharelado em A dm inistração, encontros na m odalidade Educação à Distância. Os
a p ro fe sso ra inicio u um p ro ce sso de co n stru ção encontros presenciais acontecem aos sábados, das
teórico-pedagógica do program a. Foram realizados 8h às 12h30, em um sábado por mês.
levantamentos de diversos materiais bibliográficos e "T ra ta -se de um d e p a rta m e n to d e d ic a d o ao
construído o program a, que contempla uma relação ensino bíb lico , então deve ser baseado nas S a g ra­
de com petências técnicas e com portam entais para das Escrituras, prática p ed ag ó g ica, planejam ento
o p ro fesso r", exp lica o pastor Romel A raújo. e m etas, ser cristocêntrico, estim ular o crescim ento
O pastor Rubem Dam asceno faz m enção sobre do aluno e buscar transform ação. Contam os com a
o bom desem penho da EB D como uma ferram ente colaboação de professores, p ed ag ogo s, teólo go s,
para crescimento espiritual do corpo discente. "Esse p sicólogo s e outros convidados, todos de notório
pro jeto surgiu do en te n d im en to de que a E B D é sa b er e aptos para e xp o r as d iferen tes te m áticas
ferram enta fundam ental para a m anutenção e cres­ de en sin o ", declara pastor Rôm el. •

24 ENSINADOR CRISTÃO
o Entrevista do Comentarista

ALCAN ÇAR VIDAS PELO EVANGELHO


A TÉ A VOLTA D E JES U S
O entrevistado desta edição da Ensinador Cristão é o pastor
W agner Tadeu dos Santos Gaby, líder da Assem bleia de Deus
em Curitiba (PR), membro fundador da Casa de Letras Emílio
Conde, membro titular da Academ ia Evangélica de Letras
do Brasil, membro do Conselho Deliberativo da Sociedade
Bíblica do Brasil, autor de vários livros pela CPA D , mestre
em Teologia e Educação, advogado, comentarista de Lições
Bíblicas da C PA D , e major capelão reformado do Exército.
O p asto r W ag n er G a b y é o co m en tarista da revista
Lições Bíblicas Adultos da CPA D neste trim estre, que trata
dio tem a M issões. O entrevistado fala acerca da conexão
da Escola Dom inical com o tem a e sobre a necessidade de a
igreja em preender um grande esforço missionário para alcançar
mais vidas com a m ensagem do Evangelho, cum prindo, assim, a sua
missão, dada por Cristo.

Qual a im portância de se ter co da G rande Com issão. Fale com tensão constante, equilíbrio
um a revista inteira de E B D resu m id am en te sobre esse e perspectiva histórica adequados
tratando sobre M issões? enfoque e sua im portância. até que todo o mundo tenha tido
Primeiramente, quero parabenizar A Grande Comissão tem como oportunidade de ouvir a boa nova
a nossa CPAD pela nobre iniciativa objetivos proclam ar o Evangelho da salvação de Deus em Cristo Jesus.
de dedicar uma edição completa da em palavras e ações a toda criatu­ Q uando falam o s em Missões
Lições Bíblcias Adultos ao tema, no ra; discipular os novos convertidos, tran scu ltu rais na Bíblia, nos
4o trimestre de 2023. Certamente, o tornando-os fiéis seguidores de Cristo; vem à m en te exem p lo s do
Senhor tem um propósito especial e integrá-los espiritual e socialmente Novo Testam ento, m as ta m ­
nesse desiderato. À medida que se na igreja local, a fim de que cresçam bém há no Antigo Testam ento.
aproxima a Volta de Jesus, urge que a na graça e no conhecimento de nos­
Levando em consideração o AT
Igreja esteja conscientizada e desper­ so Senhor e Salvador Jesus Cristo,
como um todo, constata-se que o
tada para cumprir a Grande Comissão, por intermédio da ação do Espírito
conceito de "missão" não aparece
conforme ordenou o Senhor Jesus em Santo em suas vidas, desfrutando
nele, senão marginalmente. O povo
Mateus 28.19-20. A obra missionária sempre da comunhão dos santos.
de Israel, desde as suas origens até
realizada pela Assembleia de Deus no A Grande Com issão preocupa-se,
o período do exílio (séc. VI a.C ), não
Brasil terá um grande impulso na sua principalmente, com a expansão da
mostrou nenhuma tendência a difundir
tarefa de ganhar almas para o Reino igreja no universo dos que ainda não
o conteúdo e a prática de sua fé entre
de Deus, aumentando o contingente pertencem à igreja, quem quer que
os outros povos. Somente no período
de irmãos e irmãs chamados por Deus seja e onde quer que esteja. Ela é um
pós-exílico o povo de Israel começou a
a buscarem maior conhecimento das grande guia para a evangelização do
desenvolver uma visão mais universal,
"coisas que o Senhor tem mandado", mundo e não um programa para tornar
que já estava presente em tradições
a fim de estarem em plenas condições o mundo cristão, nem mesmo uma
mais antigas, e que incluía também
de ensinar "todas as nações". prescrição para a edificação da igreja.
as nações como destinatárias do
A ênfase, portanto, é fazer discípulos
U m dos pontos tratad os na mesmo projeto de salvação do Deus
e evangelizar as nações. Esses dois
revista é o enfoque etnocêntri- de Israel. No entanto, é bom lembrar
im perativos devem ser realizados

ENSINADOR CRISTÃO 25
que o AT não fala explicitamente de e agora. Esse elemento da prática como os Morávios, que influenciou
"missão" em sentido atual. Johannes pentecostal tem, em sua maior parte, de forma profunda os pensamentos
Blauw, erudito que escreveu sobre os servido do necessário corretivo da vida e sentimentos dessa obra na Europa,
fundamentos do Antigo Testamento da igreja tradicional, que perdeu de influenciado pelo pietismo, tinha como
para missões, afirma que, desde o vista a presença manifesta de Deus. lema o seguinte: 1) cada cristão deve
início, Deus mantinha Seus olhos Nesse ponto, mais uma vez, os pen­ entregar-se totalmente a Cristo para
em todas as nações e povos. Nos tecostais têm um rico legado para trabalhar em qualquer lugar do mundo
capítulos 40 a 55 de Isaías e no livro passar adiante". John Garret, ministro e com total amor à família humana.
de Jonas, vemos que a preocupação congregacional, após ter observado 2) cada cristão é um missionário e
universal de Deus é clara. Nos livros cuidadosam ente as atividades de deve compartilhar sua fé onde está.
proféticos, encontramos profecias igrejas pentecostais, escreveu: "Não 3) cada missionário é um trabalhador
de restauração que incluem um dia se pode excluir a ênfase que o povo e sustenta a si próprio e sua família.
futuro no qual as nações estarão pentecostal dá ao Espírito Santo e à
A Ja n ela 10x40 co ntinua sendo
entre os redimidos (Is 45.6,22; 49.6; descida do mesmo sobre os discípulos
um g ran d e desafio. Qual o
52.10). Temos a viúva de Sarepta e o em Jerusalém. Os pentecostais são
panoram a dela hoje?
profeta Elias (1 Rs 17.8-24). Enquanto crentes dinâmicos e anima-os o es­
a princesa estrangeira Jezabel negava pírito missionário. Desde o primeiro Uma das razõ es p e la s quais
as evidências e tentou acabar com pentecoste, todo o Cristianismo é devem os estar focados na Janela
a fé do povo de Israel, uma mulher chamado a ser pentecostal. Será que 10/40 é que nela estão fortalezas
pobre e humilde, cidadã do mesmo os pentecostais compreendem melhor de Satanás. Bilhões de pessoas que
país dela, se converteu a Deus. Ela que os outros cristãos a ordem de Je ­ vivem nela não só estão debaixo de
foi ricamente abençoada, enquanto sus? Será que a possibilidade de êxito enfermidades, pobreza e calamida­
a princesa Jezabel foi comida por desse povo se deve, em parte, ao fato des, mas têm sido impossibilitadas
cães (2 Reis 9.30-37). Deus envia Jo ­ de aderirem a uma verdade central da de conhecer o poder transformador
nas para uma missão redentora em religião cristã? Seja como for, o fato do evangelho . São um exem p lo
Nínive (Jn 1.1,2). Jonas foi um dos é que todos deviam transformar-se claro do que lemos em 2 Coríntios
poucos missionários bíblicos para os em membros revolucionários de uma 4.4. Embora a Janela 10/40 seja o
estrangeiros. Não é por acaso que o sociedade espiritual tal como fizeram local onde se concentram 80% de
tema do seu livro é a misericórdia de os primeiros discípulos". todos os povos não-alcançados do
Deus para com todos os homens (Jn mundo, só 8% da força missionária
Nem todos são ch am ad o s mundial atua ali. Ela é considerada
1.2; 3.2; 4.4-11).
a ir a outra cultura pregar o o últim o desafio m issionário do
Qual a im po rtante co ntribu i­ Evangelho, m as todos podem mundo porque as maiores mega-
ção da Doutrina Bíblica Pente- contribuir para Missões. Fale lópoles, cidades com mais de um
costa I para M issões? sobre isso. milhão de habitantes, encontram-se
Robert P. Menzies, teólogo pente- O missionário Ronaldo Lidório nessa região - Deus tem muito povo
costal, na sua obra Pentecostes: essa disse com razão: "A grande Comissão nestas cidades (At 18.10). Bilhões de
história é a nossa história (CPAD), ao não foi dada a uns poucos escolhidos, pessoas nessa região estão enfermas
afirmar sua gratidão aos pentecostais mas a todo cristão comprometido com ou são miseráveis, ou fanáticas, ou
do mundo inteiro, assim se expressa: o Reino de Deus. E essa ordem de vivendo sob calamidades e guerras,
"A impressionante presença de Deus Jesus não é antiga ou ultrapassada. impossibilitadas de conhecer o poder
no meio de nós, sua vontade graciosa Apesar de grandes avanços em todas transform ador do evangelho (Jo
em conceder dons espirituais, seu as áreas da existência humana, o co­ 15.20). Nessa região estão as pessoas
desejo de curar, libertar e transformar ração de milhões de pessoas continua mais necessitadas materialmente da
vidas são temas muito centrais à pie­ buscando sentido para a vida. O que Terra. De cada Í0 pobres, 8 estão ali
dade pentecostal e destacam o fato você tem feito para que a água da vida (Lc 4.18). Se faltar amor e consciência
de que o Reino de Deus está presente. chegue aos que morrem de sede es­ por parte do povo de Deus acerca
Os pentecostais proclamam um Deus palhados por todo mundo?". O conde desta gritante realidade, a Janela
que é próximo, um Deus cujo poder Nicolaus Ludwig Von Zinzendorf, líder 10/40 continuará fechada à mensa­
pode e deve ser experimentado aqui do movimento missionário conhecido gem de Cristo (Ef 6.12; Rm 8.35-39). •
□= Artigo
A u riclé ssio Lim a

EXERCITE O DIÁLOGO
INTELIGENTE
Poderia com eçar esse artigo tentando te explicar A instrução divina abraça a necessidade do bom
o que é um diálogo, mas, honestam ente, é d esn e­ uso das p a la v ra s, isso p o rq ue as co n se q u ê n cia s
cessário, uma vez que todos sabem os. No entanto, podem ser devastadoras se as palavras são usadas
ao longo dos anos, p e rce b i que, por e xe m p lo , a im prudentem ente.
maioria dos problem as conjugais estão associados No célebre livro Com o fazer am igos e influenciar
ao diálogo. Este é tão im portante nas relações que pessoas, Dale Carnegie explica a importância da forma
a Bíblia traz algum as orientações sobre o bom uso com o nos conectam os com o próxim o. Essa forma
das palavras: "A resposta branda desvia o furor, mas com eça pelo interesse verd ad eiro em ente n d e r o
a palavra dura suscita a ira" (Pv 15.1); "A morte e a outro, em ouvir, se predispor sinceramente para quem
vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza está nos ouvindo (p. 134). A maioria dos diálogos é
com e do seu fruto" (Pv 18.21). Logo, entendem os marcada pela individualidade, um querendo manter
q u e , p ara te rm o s p alavras de vid a , é n e ce ssário a sua opinião e descartar a opinião dos dem ais. O
sabedoria e controle da língua. problema maior das relações está aqui: não saber se

iDOR CRISTÃO
‘. '
com unicar de forma inteligente, sábia e em pática. ocorrendo de longas datas, ou seja, já havia se n ti­
Quantos episódios em sua vida foram marcados por mentos feridos e não tratados anteriorm ente. Nesse
um m om ento de troca de adjetivos ofensivos? Em ponto, precisamos extrair a seguinte lição: não guarde
conversa com um casal, Jo w e Lisa (nomes fictícios), problem as, não ignore os detalhes do dia a dia. Na
*1 percebi claramente a dificuldade de comunicação entre primeira vez que você presenciar um comportamento
ambos. Um exem plo está em um episódio relatado negativo, trate-o. Quanto mais cedo, mais sabedoria
por eles. Veja: e paciência haverá para estabelecer um bom diálogo.
"N ossa! Quantas vezes já falei pra você não der­ Segundo - Cham ar atenção através de palavras
ramar com ida no fogão? Parece um anim al". ofensivas. Perceba que Lisa já estava saturada do com­
"Lisa, a cada dia você fica mais insuportável, fica portamento descuidado do esposo, logo ela queria
procurando pelo em ovo. Reclama dessas besteiras. chamar a atenção de uma forma que o incomodasse,
Pelo amor de Deus, vai procurar o que fazer". que o impactasse. E fato que ela conseguiu, mas não
"Eu fico procurando pelo em ovo? Você não faz resolveu o problema. A verdade é que, dentro de Lisa,
nada aqui e ainda age como uma criança. Acha que ela não queria ofender o esposo, ela queria que ele
ainda está na casa da mamãe que fazia tudo? Cai na fosse mais parceiro.
real e aprende a ter responsabilidade!" Terceiro - Uso das palavras erradas. Isso é comum
"Vai infernizar a vida outro! Cria uma confusão no dia a dia. Uma situação bem típica é chamarmos
por causa da porcaria de um arroz no fogão. Esse de desorganizado alguém que querem os que seja
casamento já deu!" organizado. Se de cara você já afirma que a pessoa
Podemos chamar essa troca de ofensas de diálogo? é desorganizada, ela será! Com o, pois, alguém terá
Sim. As trocas de palavras entre Jow e Lisa foram uma m o tivaçõ e s para m elh o rar? A form a de falarm o s
comunicação estabelecida, porém improdutiva. É um deve conter vida: "Acredito que você pode ser mais
diálogo improdutivo. Se diálogo é "trocar palavras, organizado".
discutir ideias, opiniões e falar alternadamente, (FER ­ Precisamos parar com o diálogo destrutivo e passar
Auricléssio Lima
é presbítero REIRA, 2001 ,p .210), o acima teve todos esses fatores, a usar as palavras de forma inteligente, evitando cada
na Assembleia porém em form a de insulto s. C ad a um entendeu uma das características citadas. Pare de ficar guardando
de Deus em
perfeitam ente as ofensas. Todavia, convenham os, ressentimentos. Elim ine as palavras ofensivas do seu
Parauapebas
(PA)„ bacharel a frustação de Jo w e Lisa foi tratada? Não! Am bos diálogo, passe a utilizar palavras respeitosas, escolha
em Teologia, usaram as palavras de forma destrutiva. Vamos analisar palavras encorajadoras, motivadoras, ao invés de ad­
licenciado em
alguns traços presentes no diálogo destrutivo do casal. jetivos ruins. Com isso, alcançará um relacionamento
Pedagogia e
Letras-Inglês, e Prim eiro - Ressentim entos, m ágoas guardadas. cheio de bons m om entos, de boas lem b ranças e
escritor. Logo de início, é perceptível que o problema já vinha momentos felizes. •

áá
A s consequências
podem ser BIBLIOGRÁFICA:
devastadoras se as
BÍBLIA D E EST U D O , Macarthur. Barueri, SP.
palavras são usadas
Sociedade Bíblica do Brasil. Texto, Alm eida
imprudentemente Revista e A tualizada, 1988,1993, SBB.
C A R N E G IE , D a le , 1 88 8-1955. C o m o Faze
Am igos e Influenciar Pessoas. 2a reimpressão
- Com panhia Editora Nacional, SP 2006.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Flolanda. Novo
Dicionário da Língua Portuguesa. 2a ed. rev.
ampl. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1986.

28 ENSINAOOR CRISTÃO
Sala de leitura

£ WAGNER GABV

ATÉ OS CONFINS

, ..................... viiiAu“iiriii.i

Até os Confins da Terra Vida Plena O Bom Samaritano


Wagner Gaby Kelem Gaspar Abraão de Almeida
De autoria do comentarista das Não são os frutos do E sp íri­ A Parábola do Bom Samaritano
Lições Bíblicas de Adultos da CPAD to, mas, sim, o fruto (Gl 5.22-23). é um poderoso exemplo ilustrativo
deste quarto trimestre, pastor Wag­ Está no singular e não no plural, das ações de b e nevo lência em
ner Tadeu dos Santos Gaby, líder da logo são cara cte rística s que se contraste com os atos de egoís­
Assem bleia de Deus em Curitiba co m p le tam , to d as in te rlig a d a s mo. Inspirados nessa paráb o la,
(PR), esta obra serve de livro-texto e igualm ente im p ortan tes, in e ­ surgiram ao longo da história as
para os professores e alunos que g o ciáveis. Não adianta ter uma casas de misericórdia, os hospitais
querem se aprofundar no tema da atitude madura em uma ou duas beneficentes etc. Mas, o pastor e
lição. A obra fala sobre o enfoque áreas e ser d e se q u ilib ra d o em teólogo Abraão de Almeida vê nela
etnocêntrico da Grande Comissão, outras. É claro que sozinhos não mais do que a ação da verdadeira
sobre m issões transculturais no temos condições de desenvolver caridade e do amor fraternal. Ele
Antigo e no Novo Testam entos, todas essas virtudes em nossos utiliza os personagens e fatos da
sobre a perspectiva pentecostal de corações, mas a boa notícia é que famosa parábola contada por J e ­
missões, sobre as várias formas de não precisamos fazê-lo sozinhos: o sus para traçar paralelos com os
contribuir para a obra missionária, Espírito Santo nos auxiliará e nos perigos que a igreja enfrenta hoje.
sobre a responsabilidade da igreja dará as co n d içõ e s n e ce ssárias. Trata-se de uma abordagem nova
com os missionários, sobre os mis­ Deus éo mais interessado em que e enriquecedora.
sionários "fazedores de tend a", tenhamos uma vida plena. O autor é muito conhecido nos
sobre a igreja perseguida, sobre Escrita pela missionária Kelem círculos acadêmicos e teológicos
os desafios da Janela 10x40 hoje, Gaspar, esta obra reune informa­ por suas obras literárias editas pela
sobre o modelo bíblico de missões ções que irão contribuir para uma CPAD e por outras editoras, no
e acerca do propósito de missões. exp o sição sobre esse tem a nas Brasil e no exterior, as quais têm
Ela é indispensável não só para este reuniões públicas, cultos de ora­ contribuído na educação teológica
trimestre, mas como uma excelente ção, palestras e demais atividades dos crentes em todo o país e no
obra introdutória sobre missiologia. exercidas na igreja. mundo.
ENTRE ASPAS

confessa n Umapessoa
Del * ° seu or9ulho
Pecaminoso, admite =
e s e submete a Deus adn
contra Ele U S ' 3 9oerra
'SenHr, 3 encerrada:
“ NO CA SO DA VISITA D E P ESSO A S
NÃO C R EN TES À EB D f EM Q U A L
C LA S S E DEVEM S E R ACO M O D AD O S
E S S E S V ISITA N TES?"

\ Se não houver u m a classe específica,


lem b rem os que a m e n sa g e m d a P a la vra
de Deus opera no co ração do ser hum ano,
in d ep en d en te de su a faixa etária, gênero
ou co n d içã o so cia l

O ideal é haver uma classe específica para novos seja, se o culto é de adoração ou doutrinário, não
convertidos, cuja temática seja direcionada à evange­ deveria ser redirecionado para o âmbito evangelístico.
lização e ao crescimento espiritual. Neste segmento, a Neste caso, os hinos e a mensagem não deveriam ser
revista O Caminho para o Céu, publicada pela CPAD, de cunho evangelístico. Nesse tom, ele pondera que
atende muito bem a estes objetivos. Embora essa revista "com ida de ovelha, bode tam bém com e".
seja pouco conhecida, ela surgiu exatam ente dessa Na história das A sse m b le ia s de D eus, descrita
necessidade de apresentar o nosso Senhor de uma principalmente nos livros Enviado po r Deus e Diário do
maneira racional e prática aos visitantes não crentes Pioneiro, de autoria de Daniel Berg e Gunnar Vingren
da EBD . A dinâmica do conteúdo apresenta a fé em respectivamente, estão mencionados alguns fatos de
Jesus Cristo de forma muito clara, para que a pessoa pessoas descrentes que, ao visitarem os cultos, foram
seja conscientizada e consequentem ente alcançada. im pactadas pelo poder de Deus, inclusive mediante
A partir do questionamento, surge outra indagação, o dom de interpretação de línguas que glorificavam
Cyro Mello é
praticamente inevitável, aplicando ao nosso contexto a Deus na língua materna do visitante! Daí surgiu a
pastor-auxiliar
da Assembleia denom inacional: E quando não houver tal classe es­ expressão: "Iam , viam e ficavam ".
de Deus em pecífica, o visitante descrente deve ser recebido em Em uma classe de Escola D om inical, não pode
Cubatão (SP) e uma classe compatível à sua faixa etária? ser diferen te. A final, não é a Palavra de Deus que
autor do livro
“Manual do
Gilberto Pickering afirma no seu livro Guerra Espiri­ está sendo e xp o sta ? E ela não é "viva e eficaz, e
Discipulador tual (CPAD) que um culto não deveria ser redirecionado mais penetrante do que q ualquer espada de dois
Cristão'(CPAD). por causa da presença de um visitante descrente. Ou gum es" (Hb 4.12)? •

30 ENSINADOR CRISTÃO
KI Boas Ideias

A T É O S CO N FIN S DA T E R R A
Pregando o Evangelho até
a Volta de Jesus

A GRANDE COM ISSÃO: UM M ISSÕ ES TRANSCUTURAIS: A SUA


EN FO Q U E ETN O CÊN TRICO ORIGEM NA NATUREZA DE DEUS
LIÇÃO 1 LIÇÃO 2

Prezado(a) professor(a), neste trimestre estu­ Um dos atributos de Deus é o amor. Seu amor
daremos a respeito da missão mais importante e pela humanidade fez com que Ele se tornasse o pri­
urgente da Igreja: a pregação do Evangelho a todos meiro missionário. O Senhor foi à busca do homem
os povos até a volta de Cristo. Antes de ascender perdido e fez a primeira promessa de redenção já
aos céus, Jesus deu uma tarefa aos Seus discípulos: no livro de Gênesis (Gn 3.15). Deus também fez do
continuar a Sua obra de evangelização (Mt 28.19,20). Seu único Filho um missionário.
Atarefa concedida à Igreja é resultado do amor de Objetivo: Mostrar que o amor que o crente tem
Deus pela humanidade. Ele ama a todos os povos em seu coração procede tão somente de Deus, mas
e não deseja que ninguém pereça. esse amor precisa ser demonstrado em atitude.
Objetivo: Mostrar que a missão mais importante Material: Tiras de papel ofício e caneta.
e urgente da Igreja de Cristo é a obra missionária. P ro ce d im e n to : C o n verse com os alunos a
Material: Palitos de churrasco. respeito do amor de Deus e sobre missões como
Procedimento: Apresente a nova revista e o tema atividade dEle. Ele nos amou tanto que enviou o
do trimestre. Em seguida, faça a seguinte indagação Seu Filho para morrer em nosso lugar (Jo 3.16). O
aos alunos: "Qual a missão suprema da Igreja?". amor de Deus é incondicional. Precisamos amar as
Ouça as respostas e diga que é a obra missionária. pessoas, as nações, como Ele nos amou. Quem já
Explique que missões é responsabilidade de todos experimentou do amor de Deus tem um coração
os crentes, e não apenas dos pastores e missioná­ am oroso e m issionário. Em seguida, distribua
rios. Em seguida, entregue a um aluno um palito de as tiras de papel ofício e a caneta. Peça que os
churrasco e peça que ele o quebre ao meio. Com alunos formem duplas. Depois, cada aluno deverá
certeza, o irmão(a) não terá dificuldade em quebrar o escrever, na tira de papel, uma tarefa para que seu
palito. Diga que para a igreja cumprir sua missão na irmão(a) cumpra (cantar um hino missionário, falar
localidade onde ela está inserida também não terá um versículo a respeito de missões, falar a respeito
tanta dificuldade, se cada crente for uma testemunha de algum hábito cultural de algum país etc). Após
de Jesus. Depois pegue três palitos de churrasco e todos terminarem, diga que eles serão surpreendidos.
peça que outro irmão(a) quebre os três juntos. Com Cada um vai ler o que escreveu para o irmão(a) e
certeza, o grau de dificuldade será maior, mas com vai executar tal tarefa. Mostre que o amor de Deus
esforço é possível. Em seguida, pegue uns 15 palitos em nossos corações nos leva a desejar ao próximo
e peça que outro aluno(a) tente quebrar todos de aquilo que queremos para nós. Se desejamos que
uma vez. Com certeza, ele(a) não conseguirá. Então, toda a nossa família seja salva e nos esforçamos
distribua os palitos entre os alunos e peça que cada para isso, precisamos tam bém nos esforçar para
um quebre um. Diga que a tarefa se tornou possível que outras famílias da Terra conheçam o amor de
e mais fácil, pois todos deram a sua contribuição. Deus e sejam alcançadas pela Sua graça.
Mostre que assim é a obra missionária: sozinho nin­
guém conseguirá fazê-la com sucesso, mas unidos
conseguiremos fazer missões nacionais e transculturais.

ENSINADOR CRISTÃO 31
ORANDO, CONTRIBUINDO E A RESPONSABILIDADE DA IGREJA
FAZENDO M ISSÕ ES COM OS MISSIONÁRIOS
LIÇÀO 7

Na sexta lição do trimestre, vamos estudar a Na lição 7, os alunos vão estudar a respeito da
respeito da nossa responsabilidade para com a responsabilidade da igreja com os missionários. É
obra m issionária. A Palavra de Deus nos ensina papel da Igreja responsabilizar-se integralmente
que o Espírito Santo confere dons a algumas pes­ com os m issionários que foram enviados. Para
soas (Ef 4.11). Alguns recebem dons ministeriais, isso, é preciso oração, recursos financeiros e es­
todavia, de maneira geral, nem todos os crentes tratégia. Estratégia é a "parte da arte militar que
são cham ados para irem aos cam pos m issioná­ trata das operações e movimento de um exército",
rios, mas todos têm a responsabilidade de orar um plano de ação para vencer uma barreira ou
e contribuir com essa obra. inimigo. Precisamos de estratégias para vencer o
O b je tivo : Ressaltar a responsabilidade com Inimigo e alcançar as nações.
a oração e com a contribuição para a obra mis­ O b jetivo : Mostrar aos alunos a necessidade
sionária. de estabelecer estratégias missionárias.
M aterial: Caixa de fósforo. M a te ria l: Fo lha de p ap e l o fício e can e ta,
Procedim ento: Peça que os alunos formem quadro, potes com as tiras de papel com as es­
um círculo. Depois, leia o texto áureo, que está tratégias (ver abaixo).
em Isaías 6.8. Explique que, assim como o profeta Procedimento: Escreva no quadro uma defini­
Isaías, a pessoa que recebeu o chamado para ser ção de estratégia ("Parte da arte militar que trata
um m issionário(a) transcultural com certeza vai das operações e movimento de um exército"). Em
apresentar algumas características bem peculiares seguida, peça que os alunos formem três grupos.
que vão identificar seu chamado. Em seguida, diga Cada grupo deverá tirar uma tira de papel do
que você vai passar a caixa de fósforos e cada um pote com a estratégia que terá que ser debatida
deverá retirar um fósforo e acendê-lo. Enquanto o e explicada pelo grupo. Para concluir, peça que
fósforo estiver aceso, a pessoa deverá dizer uma form em um único grupo. C a d a grupo terá 10
característica do missionário ou missionária (amor minutos para explicar a estratégia que tirou.
pelas almas, sábio, prudente, amoroso, dedicado,
disponibilidade etc). A pessoa só poderá parar EST R A T ÉG IA S
de falar quando o fósforo apagar. Conclua enfa­ 1- A estratégia financeira;
tizando que, de maneira geral, todos os crentes 2- A estratégia com o cuidado espiritual;
têm a incum bência de orar e contribuir com a 3- A estratégia com o cuidado físico e mental.
obra missionária.

32 ENSINADOR CRISTÃO
O DESAFIO DA JA N ELA 10/40 EU A M O A CASA DE DEUS

L IÇ Ã O 10 PR IM Á R IO S

Como Igreja do Senhor, temos a responsabilidade Professor(a), você ama a Casa de Deus? Então
de levar o Evangelho a todos. Existem milhares de não terá dificuldades de ensinar a respeito do tema
grupos étnicos que estão na Janela 10/40 e carecem do trimestre. Tenha cuidado para que suas aulas
de conhecer a Jesus Cristo. Em seu ministério terreno, não sejam apenas informativas, mas que seus alunos
Jesus, o Filho de Deus, não deixou de evangelizar possam compreender que a igreja não nasceu da
os publicanos, as prostitutas, os aleijados, os cegos vontade do homem, mas de Deus. Que eles tenham
etc. O amor de Jesus era tanto que Ele chegou a uma visão correta a respeito da Casa de Deus, tendo
ser chamado de amigo dos publicanos e pecadores a consciência de que a igreja não é uma organização,
(Mt 11.19). uma empresa, um clube social ou lugar de entre­
Objetivo: Mostrar que o Evangelho é para todos tenimento, mas lugar onde as pessoas de várias
os povos e nações. gerações (idades) se unem para louvar e exaltar o
Procedimento: Peça que os alunos formem um Todo-Poderoso. Que seus alunos possam desenvolver
círculo e deem as mãos. Em seguida, escolha dois um amor profundo pela igreja e por aquEle que é o
alunos para que fiquem de fora do círculo. Explique verdadeiro dono da Casa, Deus.
que os dois alunos (que ficaram de fora) devem fazer Objetivo: Mostrar que a igreja é a Casa de Deus.
de tudo para entrar na roda. Os alunos que estão Material: Uma caixa de papelão e tiras de papel
de mãos dadas devem impedir a entrada deles no escritas: Edifício de Deus, Lavoura de Deus, Corpo
círculo. Dê alguns minutinhos para a atividade. Caso de Cristo, Farol, Família de Deus, Lugar de Adoração.
os alunos tenham conseguido furar o bloqueio, faça Atividade: Sente-se com os seus alunos em círculo.
as seguintes perguntas: "Com o você se sentiu ao Explique que, infelizmente, muitas pessoas têm uma
furar o bloqueio e conseguir estar no centro do visão errada da igreja e dos crentes. A igreja é um
grupo?" e "Com o você se sentiu fora do grupo?". lugar onde as pessoas que creem em Jesus se reúnem
Caso os dois ou apenas um não tenha conseguido para adorá-IO. Em seguida, peça que a turma forme
furar o bloqueio e entrar no grupo, pergunte: "Como dois grupos (meninos x meninas). Peça que cada
você se sentiu?" e "Você se sentiu excluído?". Con­ grupo retire um papel da caixa. Só os componentes
clua explicando que a Janela 10/40 nos apresenta do grupo podem saber o que está escrito. Devem
grandes desafios: o da necessidade humana e o manter segredol. Após todos os grupos retirarem
da perseguição aos cristãos. Esses desafios fazem os papéis, explique que o grupo todo terá que
com os que estão nessa "janela" sejam excluídos representar o que está no papel através de gestos,
e tenham menos chances de ouvir o Evangelho mímica ou desenhos (Nesse caso, distribua lápis e
de Jesus Cristo. Por isso, como Igreja, precisamos papel). O outro grupo terá que descobrir o que eles
alcançar aqueles que não têm a liberdade para ouvir estão tentando dizer ou desenharam. Conclua
as Boas Novas. enfatizado que a igreja é a Casa de
Deus, um lugar em que nos reunimos
para adorá-IO ; e peça que cada
aluno fale uma frase de adoração
ao Senhor.

ENSINADOR CRISTÃO 33
PRESERVANDO OS
OS EN SIN O S DE PAULO
VALORES CRISTÃOS
J U N IO R E S P R É-A D O LESC EN TES

Professor(a), a temática do trimestre de junio­ Neste trimestre, os adolescentes vão estudar


res é a respeito dos ensinos do apóstolo Paulo. a respeito dos valores cristãos e na primeira lição
Na lição 3, os alunos vão estudar a respeito dos a temática é sobre a família cristã. A família tem
ensinos de Paulo sobre o fruto do Espírito. Eles sofrido muitos ataques por parte do Inimigo, mas
precisam com preender que os dons precisam ser ela é e continuará sendo a célula mais importante
exercidos e acom panhados dos frutos. Diga que de uma sociedade. Deus criou a família e deseja
precisamos dos dons espirituais, tanto quanto do que tenhamos uma vida familiar saudável.
fruto do Espírito. O bjetivo: Introduzir o trimestre e mostrar aos
Objetivo: Fazer os alunos refletirem a respeito alunos a importância da família.
dos frutos que eles estão produzindo. M aterial: Caixa com diferentes objetos (porta-
Material: Ramos ou algumas folhas de árvores, -retrato, caneta, chaveiro, pilha etc.).
com o, por exem plo, laranjeira, limoeiro, abaca­ Atividade: Professor(a), sente-se com os alunos
teiro, figo etc. em círculo. Coloque no centro do círculo a caixa com
Atividade: Sente-se com os alunos em círculo. os vários objetos que você trouxe. Depois, peça que
Em seguida, mostre as folhas ou ramos e peça os alunos escolham um objeto que possa representar
que eles digam o nome da árvore a que perten­ um membro de sua família. Dê um tempo para que
cem. Explique que é difícil identificar uma árvore os alunos façam suas escolhas. Em seguida, peça
apenas olhando as folhas ou ramos. Depois faça que o aluno diga qual membro da família o objeto
a seguinte indagação: "O que identifica uma ár­ representa e o porquê da escolha. Ouça com atenção
vore?". Ouça-os e depois peça que leiam Lucas os alunos e explique que a família é a reunião de
6.44. Explique que cada árvore é conhecida por pessoas com temperamentos e personalidades dife­
seus frutos. Assim como uma macieira não pode rentes. Para que a vida em família seja uma bênção,
produzir banana, uma árvore má não pode produzir é preciso que os membros da família cumpram os
bons frutos. Os frutos representam as nossas ações princípios bíblicos estabelecidos pelo Senhor. Peça
(atitudes). Quando o nosso caráter é transformado que os alunos leiam esses princípios relacionados
e moldado segundo a Palavra de Deus, passamos em Efésios 5. 22-33 e 6.1-4:
a produzir o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Peça
que leiam Gálatas 5.19-22 e enumerem os frutos - Princípio para os maridos:
do Espírito e as obras da carne. Exp liq u e que
Am ara esposa (Ef 5.27,28)
quem vive segundo a carne produz frutos podres
- Princípio para as esposas:
e não herdará o Reino de Deus.
Honrar (ser submissa) ao marido (Ef 5.23,24)
- Princípio para os filhos:
O bedecer aos pais (Ef 6.1,2)
- Princípio para os pais:
Não provocar os filhos (Ef 6.4)

34 ENSINADOR CRISTÃO
O ESPIRITO SANTO: DEUS
O AMOR NA VIDA CRISTÃ
PRESEN TE EM NÓS
A D O LESC EN TES JU V EN IS

Professor(a), neste trimestre, os adolescentes Neste último trimestre do ano, os juvenis vão
estudarão a respeito do amor na vida cristã. No estudar a respeito da Terceira Pessoa da Trindade,
decorrer das lições, enfatize que o amor é um dos o Espírito Santo. Seus alunos estão uma fase em
fundam entos que vão alicerçar a fé deles. que têm muitos questionamentos. Não podemos
O bjetivo : Mostrar a importância do amor na fugir das suas questões, mas procurar solucionar
vida cristã. as dúvidas com sabedoria e amor. Essa atividade
M aterial: Latas de leite vazias. tem como objetivo tirar as dúvidas que seus alunos
A tivid ad e : Sente-se com os seus alunos em possam ter a respeito do Consolador.
círculo e apresente o tema do trimestre. Em se­ Objetivo: Elucidar algumas dúvidas em relação
guida, peça que os alunos formem duas equipes à pessoa e à obra do Espírito Santo.
(meninos x meninas). Disponibilize as latas sobre M aterial: Confeccione em E.V.A. um ponto de
uma mesa. Peça que os alunos empilhem as latas. O interrogação bem grande.
grupo que conseguir empilhar a maior quantidade Atividade: Peça que os alunos formem um círcu­
de latas sem deixar cair é o vencedor. Conclua lo. Em seguida, apresente a nova revista e faça um
m ostrando aos alunos que os fundam entos da pequeno comentário a respeito do tema da lição.
fé são alicerces que nos ajudam a não cairm os Peça que os alunos manuseiem rapidamente a re­
diante das investidas do mundo, da carne e do vista, observando os títulos das lições. Em seguida,
Maligno. Se esse alicerce for defeituoso, toda a explique que todos devem formar um círculo. Diga
construção corre risco de desabar. Diga que o que juntos vão cantar um hino. Enquanto estiverem
amor a Deus e ao próximo são fundamentais para cantando o hino, o ponto de interrogação deverá
que tenham os uma vida abençoada. ser passado de mão em mão. Quando você parar
de cantar, quem estiver segurando a interrogação
terá que fazer para um dos colegas uma pergunta
a respeito das lições. Caso o colega não saiba res­
ponder, você deverá dar a resposta e, em seguida,
quem perguntou e quem não soube responder
deixam o círculo. Só ficam no círculo o aluno que
respondeu corretamente e o colega que lhe fez a
pergunta respondia acertadamente.
Telma Bueno
Pedagoga,
Jornalista e
bacharel em
Teologia. Pós-
graduada em
Gestão Escolar
e editora das
revistas de Jovens
e Maternal da
CPAD. Palestrante
das conferências
da CPAD e do
CAPED. Autora
de diversas obras,
todas publicadas
pela CPAD.

ENSINADOR CRISTÃO 35
Lições Bíblicas

A GRANDE COMISSÃO: UM
ENFOQUE ETNOCÊNTRICO

ATÉ OS CONFINS Prezado(a) professor(a), a paz do Senhor. Neste


trimestre, estudaremos a respeito da grande missão

DA TERRA que o Senhor Jesus outorgou a seus discípulos: "Ide,


por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura"

Pregando o (Mc 16.15). A lição deste trimestre tem como título


"Até os Confins da Terra: Pregando o Evangelho a

Evangelho a Todos Todos os Povos até a Volta de Cristo". Veremos neste


estudo em que consiste a ordem imperativa de nosso

os Povos até a Mestre com vista à universalidade da pregação do


Evangelho. A realização dessa missão requer da igreja

Volta de Cristo conhecimentos fundamentais sobre missões transcul-


turais, evangelização local e formação de missionários
para o desenvolvimento da obra missionária.
O cumprimento da missão evangelizadora trata-se
de um aspecto inerente à essência do que é a Igreja.
Reconciliar a humanidade com o Criador não foi o único
objetivo da vinda de nosso Senhor a este mundo. Ele
veio para reunir um povo que teria, de fato, todas as
condições espirituais necessárias para adorar, servir,
bem como para viver em plena comunhão e santidade
com o Criador. Nesse sentido, o povo escolhido por
Deus para viver essas promessas não estaria limitado
ao aspecto étnico, cultural ou linguístico. Deus chama
todos os povos à salvação e, por essa razão, incumbiu os
apóstolos de proclamarem os fundamentos da fé cristã.
Stanley Horton, na obra Teologia Sistem ática:
Até os Confins Uma Perspectiva Pentecostal, editada pela CPAD
d a Terra (1996), destaca do ponto de vista teológico de que
Pregando o Evangelho
a Todos os Povos até a Volta "a missão da Igreja é realmente uma continuação
da missão divina da reconciliação. A missão de Deus
sempre foi suscitar um povo para refletir a Sua glória
(inclusive o Seu caráter e Sua presença). A revelação
que Deus faz de si mesmo sem pre envolve Seus
esforços para reconciliar a hum anidade e para se
restaurar a com unhão com D eus. A d eclaração
dessas boas-novas foi iniciada na proclamação e no
ministério de Jesus Cristo. O Pentecoste garante-nos
que a missão de Cristo permanece intacta" (p. 597).
Em conformidade com o plano divino para Igreja
neste presente século, os crentes não podem se furtar
Envie sua carta ou em ail para CPAD da sua responsabilidade com o compromisso mis­
Suas críticas e su gestõ es são muito im portantes sionário. Anunciar as Boas Novas e formar discípulos
para a equipe de produção de Ensinador Cristão. comprometidos com as verdades ortodoxas da fé
Av. Brasil, 34.401, Bangu - 21852-000 pentecostal são missões que devem ser cumpridas
Rio de Janeiro - ensinador@ cpad.com .br com excelência.
Tel.: 212406-7371 / Fax: 21 2406-7370

36 ENSINADOR CRISTÃO
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Lição 3
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MISSÕES TRANSCULTURAIS NO
ANTIGO TESTAMENTO

Amigo(a) professora(a), a paz do Senhor. Nesta Prezado(a) professor(a), nesta lição, veremos que Deus
lição, veremos que a finalidade da missão transcultural escolheu a nação de Israel com um propósito missionário.
é inerente à natureza divina. Houve um tempo em que O plano de reconciliação entre o Criador e a humanidade
a rebeldia e o orgulho da humanidade deram lugar à foi estabelecido desde os tempos antigos e a vontade de
Deus era que Seu povo O divulgasse às demais nações.
tentativa de estabelecer uma união política centraliza­
No decorrer da história, percebemos que essa missão não
dora no mundo antigo. Na ambição de estabelecer o
foi acolhida pelos israelitas, haja vista as muitas vezes que
próprio domínio à parte de Deus, a humanidade em
o Senhor os repreendeu para que não se contaminassem
Sinar projetou edificar uma cidade com uma torre, a com as religiões pagãs que habitavam ao seu redor.
torre de Babel (Gn 11.1-9). Mas Deus frustrou os desíg­ Os diversos eventos que ocorreram na história de
nios daqueles homens pela confusão das línguas, que Israel - a majestosa libertação dos hebreus da escravidão
espalhou a todos pelo mundo, formando, assim, novas no Egito e as vitórias alcançadas durante a ocupação
línguas, etnias e povos que se diversificaram pela Terra. da Terra Prometida - marcaram a nação e serviram de
Em Abraão, Deus promete reunir em um só povo testemunho às gerações seguintes. Entretanto, as leis e
os moradores da Terra com o fim de adorá-IO e servi- os testemunhos dos profetas não foram suficientes para
-IO em santidade (Gn 12.1-3). Note que o propósito que os descendentes permanecessem fiéis à aliança
que Deus havia estabelecido (Êx 19.5,6). Com o passar
de Deus nunca foi separar os povos com o fim de
dos anos, a iniquidade se multiplicou de modo que não
desuni-los ou criar animosidade entre as nações. No
restou alternativa a não ser a repreensão pelo cativeiro
entanto, a cisão se deu em decorrência do pecado que
(Jr 25.8-12). Nesse período, o Reino do Sul, responsável
dominou o coração dos homens e os levou a praticar
por manter o concerto divino, foi devastado. Todavia, o
idolatrias, feitiçarias e outras formas de pecado que os propósito divino ficaria firme por meio do remanescente fiel.
levaram cada vez mais para longe de Deus. George Segundo George W. Peters (Teologia Bíblica de
W. Peters, na obra Teologia Bíblica de M issões (CPAD, Missões, CPAD), "dentre todas as religiões, a religião
2000), declara: "Observamos o mesmo princípio ope­ revelada do Antigo Testamento constitui a missão de
rado na vida e história de Abraão e, posteriormente, Deus no mundo pelo menos de quatro maneiras: 1. Ela é
em Israel, em sua libertação do Egito. A iniciativa uma ação divina, expressando desaprovação das religiões
encontra-se em Deus. A salvação se originou no cora­ etnicamente desenvolvidas e humanamente criadas, e das
ção e no plano de Deus, e foi realizada pelo braço do práticas pagãs do mundo. Ela está designada a preservar
o mundo da suprema decadência moral e religiosa e
Todo-Poderoso. [...]. No Antigo Testamento, Deus é
de um total vazio espiritual. É a testemunha constante
conhecido como o 'Deus da salvação'. O humanismo
de Deus no mundo (At 14.17); 2. É um monoteísmo
é uma filosofia separada da Bíblia que não encontra
étnico, divinamente inspirado, que preserva o homem
lugar na revelação. As declarações são numerosas
da desorientação total no panteísmo, na idolatria e no
e específicas e as demonstrações são convincentes espiritismo. O monoteísmo étnico por si só pode conferir
quanto à salvação do homem se originar em Deus significado ao universo, à história e particularmente à cruz,
e nunca no homem. Dessa forma, toda a honra é de assim como profundidade ao evangelho da graça; 3. E a
Deus. Ele é o Deus de nossa salvação" (pp. 78 e 79). criação de Deus para sustentar a esperança divinamente
O Evangelho de Cristo é o método definido por inspirada no Redentor prometido (Gn 3.15), que salvaria
Deus para trazer a humanidade de volta à comunhão a humanidade da condição do pecado e destruição e
com Ele. Dessa vez, não há mais uma cidade edificada restauraria sua glória, seu propósito e significado ori­
com base no orgulho humano, mas uma cidade onde ginais; 4. É o chamado divino de uma minoria seletiva
usada como instrumento capaz de gerar um ímpeto
reina a paz, a justiça e a bondade (Hb 11.10), a qual o
eficaz missionário na humanidade, almejando bênçãos
próprio Jesus prometeu (Jo 14.2,3). A proatividade pela
e salvação para toda a humanidade" (p. 108).
reconciliação nasce no coração de Deus. A expressão
Tanto as vitórias de Israel quanto a sua queda serviram
sincera de Jesus ao declarar que preparará um lugar
de testemunho para que as outras nações soubessem que
para Seus discípulos estarem com Ele endossa a vontade o relacionamento com Deus não pode ser estabelecido
do Pai de estar com Seus filhos em plena comunhão. de forma superficial e inconsistente.

ENSINADOR CRISTÃO 37
UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL
DE MISSÕES
Professor(a), a paz do Senhor. Na lição anterior, A paz do Senhor, professor(a). A lição desta semana
analisamos o propósito missionário para Israel no An­ destaca a relevância do Movimento Pentecostal para o
tigo Testamento. Nesta lição, veremos que no Novo desenvolvimento da obra missionária em todo o mundo.
Testamento esse propósito foi consolidado por meio O avivamento espiritual provocado pela crença na expe­
do envio de Jesus, o Filho Unigénito de Deus, e depois riência do batismo no Espírito Santo trouxe dinamismo
comissionado aos discípulos, que deveriam prosseguir e eficácia à evangelização já realizada pela igreja nos
com missão evangelizadora após a ascensão do Senhor. séculos precedentes. Isso ocorreu em razão de que
O ponto inicial da missão outorgada aos discípulos é o poder do Espírito é uma marca muito presente na
o encontro da Grande Comissão. Observe que o dever Igreja Primitiva e que, diga-se de passagem, justifica o
de anunciar a mensagem da salvação não estava restrita impacto da pregação do Evangelho no mundo antigo.
às regiões de Israel. Os discípulos tinham o compromisso Após o advento do Movimento Pentecostal no início
de "fazer discípulos de todas as nações" (Mt 28.19). Nesse do século XX, a Igreja pôde contar novamente com o
sentido, o empenho por pregar a mensagem do Reino entendimento de que o poder do Espírito nos moldes
não deveria delimitar barreiras geográficas, étnicas ou do que ocorreu com os primeiros crentes é indispensá­
culturais. Ao contrário, a missão exigia dos discípulos a vel também para a igreja atual. Logo, a experiência do
flexibilidade de adequar não o conteúdo da mensagem Pentecostes está intrinsecamente ligada à missão da
regeneradora, mas a estratégia missionária para alcançar igreja, bem como relacionada à sua existência enquanto
o maior número de pessoas em todos os lugares. representante do Reino sacerdotal divino.
"A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o Para o missiólogo Paul A. Pomerville, em sua obra
testemunho missionário resultem apenas em decisões A Força Pentecostal em M issões (CPAD, 2020), "o
de conversão. As energias espirituais não devem ser Pentecostes representou a renovação do Espírito de
concentradas meramente em aumentar o número de profecia, um tremendo fluxo do Espírito após o seu
membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que refluxo na história da salvação" (p. 222). Em seguida,
se separam do mundo, que observam os mandamentos Pomerville cita Boer, que diz que "a tarefa é testemunhar
de Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e das grandes obras de Deus no poder do Espírito nos
vontade (cf. Jo 8.31)" (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 'últimos dias'. Boer vê a proclamação do evangelho e o
1995, p. 1452). Nesse sentido, os discípulos deveriam derramamento do Espírito como sinais do fim (1961, p.
trabalhar pela consistência da fé e fidelidade à prática 103). Portanto, tanto a pregação do evangelho quanto
dos princípios na nova vida cristã, independentemente o derramamento do Espírito são 'sinais do Reino'. Eles
se eram judeus convertidos ou gentios (Cl 3.10,11). representam duas grandes dimensões do ministério
Nessa mesma perspectiva, o apóstolo Paulo foi um do Espírito Santo na era do Espírito: seu ministério
missionário transcultural que, diga-se de passagem, vivificador pela palavra e seu ministério carismático em
fazia-se servo de todos, mesmo sendo livre, para al­ relação com essa palavra" (p. 223).
cançar a todos; fazia-se judeu para ganhar os judeus; A experiência do batismo no Espírito Santo, mais do
fazia-se como se estivesse debaixo da lei para os que que uma marca do pentecostalismo, é, na sua essência,
consideravam a lei; fazia-se sem lei para alcançar os que o poder que capacita a igreja a impactar as camadas
estavam sem lei (1Co 9.19-23). O propósito do apóstolo mais profundas da sociedade com a sua simplicidade
não era transgredir os princípios cristãos ou conformar-se e acessibilidade ao Espírito. Para vivenciá-lo, não há
com o mundo (Rm 12.2), mas abnegar da sua condição distinção étnica-social ou quaisquer critérios rigorosa­
para considerar as convicções do próximo com o fim de mente religiosos que o tornem inalcançável. Basta ao
trazê-lo ao conhecimento da verdade de Cristo. Esse crente fervoroso pedi-lo com fé, sem que haja dúvida,
entendimento é importante para aqueles que exercem pois o que dúvida é como a onda do mar, que é lançada
o chamado missionário em regiões nas quais a cultura, pelo vento de uma parte à outra (Tg 1.6). Todavia, é
os costumes, as leis e as relações são completamente prazeroso ao coração de Deus que seus servos desejem
diferentes das que conhecemos no Ocidente. Mesmo ansiosamente buscar maior intimidade com o Seu Santo
assim, o amor de Deus por cada pessoa, independen­ Espírito a fim de servi-IO melhor. Que o compromisso
temente da sua condição, permanece inabalável. Da com Missões, alimentado pelas chamas do pentecos­
mesma forma, a igreja desses últimos dias não pode talismo, possam nutrir em nossos corações o amor por
negligenciar a missão que justifica a sua existência. almas para o Reino de Deus.

38 ENSINADOR CRISTÃO
Lição 7

ORANDO, CONTRIBUINDO E A RESPONSABILIDADE DA IGREJA


FAZENDO MISSÕES COM OS MISSIONÁRIOS

Amigo(a) professor(a), a paz do Senhor. Na lição Caro(a) professor(a), a paz do Senhor. Anteriormen­
desta semana, veremos que o trabalho missionário deve te, tratamos sobre as formas pelas quais a igreja deve
ser realizado ao menos por três maneiras: oração pela se importar com missões. Nesta lição, veremos que
causa de missões, contribuição em favor dos missionários a igreja tem a responsabilidade como mantenedora
e exercício da chamada missionária. Esses elementos da obra missionária. E muto comum encontrarmos
devem nortear a igreja que tem o compromisso com a igrejas que são calorosas quanto ao incentivo para
visão missionária. a realização de missões. Outras têm a pretensão de
A Palavra de Deus instrui sobre o dever de orar pelos enviar missionários ao campo porque anelam realizar
irmãos que estão exercendo o chamado missionário no essa obra de forma mais direta. Todavia, é preciso
campo (Ef 6.18-20). Embora os outros compromissos considerar alguns aspectos que envolvem assumir o
materiais que envolvem missões sejam relevantes, a compromisso em ser mantenedor de um missionário.
realização da obra de Deus inicia-se com oração. Foi Em primeiro lugar, é importante considerar a capa­
por meio da oração que a igreja selecionou os primeiros citação das pessoas que têm o chamado para missões.
irmãos para compor o ministério (At 1.23-25; 6.4-6); a Há muitas dificuldades que implicam na realização
igreja intercedeu para que Pedro fosse liberto da prisão da obra missionária, que vão desde a escassez de
(At 12.5-8); e também foi através da oração que Barnabé recursos até questões emocionais e de ordem familiar.
e Paulo foram separados pelo Espírito Santo para a obra Quando se seleciona missionários para o campo, não
missionária, que resultou em muitos milagres e conversões basta identificar pessoas com boa vontade. É preciso
na região da Ásia (At 13.2,3). Assim sendo, o compromisso também verificar se elas têm o preparo emocional para
da igreja com a oração deve ser fielmente preservado. lidar com as intempéries do campo. Há muitas pessoas
Semelhantemente, a contribuição financeira fez e que, em virtude da empolgação, empregam forças e
deve continuar fazendo parte do compromisso da igreja até realizam um bom trabalho, porém o desânimo, a
com Missões. Os recursos são poucos e nem sempre o pressão por resultados ou mesmo a distância da família
suficiente para manter os missionários em atividade no faz com que muitos pensem em desistir do chamado.
campo (Fp 4.15-18). Muitos deles precisam dividir o com­ Nesse sentido, a igreja deve entender seu papel
promisso entre a Obra e as atividades laborais. Todavia, é como mantenedora do trabalho m issionário não
papel da igreja sustentá-los para que tenham condições apenas no envio de recursos materiais, mas também
de continuar a pregar o Evangelho até os confins da no apoio emocional e espiritual dos missionários. Por
Terra. E, por fim, mas não menos importante, a igreja sua vez, cabe àqueles que foram chamados por Deus
deve ir ao campo para exercer a chamada missionária. entender a dimensão da abnegação que terão de
Obviamente, nem todos dispõem do chamado missio­ enfrentar em razão do chamado. Conforme afirma o
nário transcultural, porém nada impede a maioria dos missionário Olinto de Oliveira: "Aqui a palavra maior
irmãos de investir tempo na divulgação do Evangelho é abnegação. É duro, é difícil. A dor da separação da
do Reino às pessoas mais próximas. família e dos amigos é enorme. A saudade da cultura
O pastor Olinto de Oliveira, missionário por 40 anos nativa pressiona e leva o missionário a questionar a
na China, discorre em seu livro Missões: a Hora Chegou validade da renúncia em favor do trabalho. Isso, no
(CPAD, 2020) que "o chamado para o trabalho já foi dado! entanto, precisa acontecer para que o Evangelho seja
O momento pede ação de nossa parte. Pede envolvimen­ anunciado transculturalmente. A pergunta permanece:
to total no uso dos talentos que recebemos do Senhor você está disposto a passar por tudo isso para que
e a aplicação dos mesmos onde estamos localizados. a mensagem do evangelho alcance outras pessoas?
Precisamos entender também que cabe a nós agora Aqueles que foram chamados por Deus e obedeceram
administrar os talentos que Ele já nos tem dado através largaram tudo, até mesmo os seus próprios ideais e
do Espírito Santo quando o aceitamos em nossa vida" (p. ambições, para fazer aquilo que está no coração de
20). A igreja deve entender que a missão evangelizadora Deus" (M issões: a Hora Chegou, CPAD, 2020, p. 187).
vai requerer recursos materiais e humanos para que o E fundamental que a igreja tenha esse entendi­
trabalho seja feito com eficiência e alcance o propósito mento. Cabe àqueles que são responsáveis pelos
esperado. Não se pode pensar em fazer Missões sem departamentos de Missões de suas igrejas compartilhar
que haja recursos para continuidade do trabalho. Que a visão e conscientizar a igreja de que o cuidado e a
Deus faça prosperar a obra de nossas mãos! manutenção da obra missionária devem ser contínuos.

ENSINADOR CRISTÃO 39
MISSIONÁRIOS FAZEDORES A IGREJA E O SUSTENTO
DE TENDAS MISSIONÁRIO

Amigo(a) professor(a), a paz do Senhor. Há muitas Querido(a) professor(a), a paz do Senhor. Nesta lição,
formas de servir a Deus e aos outros, inclusive por meio veremos que o sustento financeiro da obra missionária
da nossa profissão. Muitos pensam que para exercer o é um dever da igreja local. Um episódio bíblico que
chamado missionário é preciso abandonar completamen­ exemplifica essa prática foi quando o apóstolo Paulo
te a profissão. Todavia, não é bem assim que acontece. recebeu dos filipenses a ajuda financeira necessária
Quando se trata de missões transculturais, em que os para suprir suas necessidades na viagem missionária
irmãos são enviados para exercer a obra missionária em quando partiu da Macedonia (Fp 4.15). Naquela ocasião,
outros países, muitas vezes o único recurso é aquele nenhuma igreja havia se sensibilizado com a condição
fornecido pela igreja. Mas esse modelo compõe uma material do apóstolo como a igreja de Filipos. A igreja
pequena parcela de missionários. A maioria cumpre seu de Corinto, por exemplo, bem mais rica que a de Filipos,
chamado em seu próprio país fazendo uso da profissão não teve a mesma sensibilidade a ponto de o próprio
para obter recursos e autossustento. Nesse sentido, a igreja apóstolo instruir sobre esse aspecto em sua Primeira
deve atentar para o fato de que todos são chamados a Carta direcionada a essa igreja (1Co 9.9-14).
exercer o papel de missionários locais. O fato de não ter O apóstolo Paulo expressa sua gratidão a Deus
o título oficial de missionário não nos isenta de cumprir o pela vida dos irmãos de Filipos ao mencionar que eles
dever da evangelização. Jesus declarou: "Vós sois o sal da fizeram bem em tomar parte na sua aflição (Fp 4.14).
terra; [...]. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder Da mesma forma, muitos missionários estão aflitos em
uma cidade edificada sobre um monte" (Mt 5.13,14). nossos dias, sem perspectiva se continuarão a obra
Independente de onde estivermos e da nossa profissão, missionária para a qual foram chamados, pelo fato de
temos o compromisso de levar a mensagem da Salvação. que a igreja não tem se importado com suas aflições.
A atividade laborai realizada pelos crentes neste mundo Paulo continua a discorrer sobre o compromisso dos
não contraria a mensagem do retorno iminente de nosso filipenses e menciona que a oferta dos irmãos é rece­
Senhor Jesus Cristo. Na igreja de Tessalônica, por exemplo, bida por Deus como "cheiro de suavidade e sacrifício
havia aqueles que não viam mais a necessidade de trabalhar agradável" (v. 18). Isso significa que a oferta dedicada
por conta da Volta de Cristo que já estava às portas (2Ts à obra missionária agrada grandemente o coração de
3.10-12). Esse mal-entendido trouxe graves problemas Deus. Trata-se de um investimento no Reino Celestial que
para os irmãos daquela igreja, haja vista que aqueles que tem promessa de recompensa abundante para a igreja.
não trabalhavam tornavam-se pesados para os demais. De De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal,
modo semelhante, a igreja atual deve compreender que, "Paulo responde à magnitude das ofertas filipenses
enquanto o grande Dia do Senhor não chega, devemos assegurando-lhes confiantemente que Deus os recom­
trabalhar honestamente para o nosso próprio sustento a pensará por sua participação. O afeto desta resposta
fim de não sermos penosos a nossos irmãos e também pode ser visto primeiramente no uso da referência
com o propósito de ajudar os necessitados. pessoal: 'meu Deus' (1.3). Pelo fato de terem fielmente
De acordo com Lawrence Richards, "os cristãos devem suprido as suas necessidades, Deus, por sua vez, suprirá
aceitar a responsabilidade de ganhar seu próprio sustento, as necessidades deles. Sua provisão a favor deles será
e devem ganhar dinheiro para compartilhar com aqueles 'segundo as suas riquezas', uma expressão que denota
que são verdadeiramente necessitados. Em um sentido a fonte de suas provisões e a maneira abundante pela
especial, o Novo Testamento vê o trabalho não como um qual são dadas a eles. A palavra 'gloriosa' (literalmente,
fim em si mesmo, mas antes como uma oportunidade que 'em glória') admite várias interpretações. Pode indicar
os cristãos têm para dar um exemplo do comportamento o fato de que a bênção de Deus aos cristãos de Filipos
correto, servir diretamente de modo que o nosso trabalho estará reservada para uma época futura — isto é, para
beneficie outros e como uma oportunidade de servir indi­ quando chegarem ao céu" (CPAD, 2003, p. 510).
retamente compartilhando recursos extras com aqueles Que deus conceda à Sua igreja hoje um coração
que estão necessitados" (Comentário Histórico-Cultural sensível à causa missionária. Que semelhantemente aos
do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 466). cristãos da igreja de Filipos, a igreja atual possa nutrir a
O trabalho do crente deve glorificar a Deus. A maior confiança de que o Senhor nos chamou nestes últimos
pregação que um missionário pode levar ao ambiente dias para acolher afetuosamente os irmãos que estão
de trabalho é o testemunho da coerência entre o que sendo perseguidos, para que perseverem em pregar
prega e o que vive. com amor a Palavra de Deus em diversos lugares.
A paz do Senhor, amigo(a) professor(a). A lição desta Prezado(a) professor(a), a copiosa paz do Senhor. Na
semana enfatiza a realidade do campo missionário, lição anterior, tratamos sobre o desafio enfrentado pela
bem como o maior desafio da igreja na atualidade: igreja na evangelização em regiões do mundo onde o
pregar a Palavra de Deus em países que são extrema­ Evangelho é rejeitado. Nesta lição, veremos de modo
mente fechados ao Evangelho. Nesse sentido, a igreja mais detalhado que, em muitos lugares, ser cristão é muito
depara-se com dois aspectos cruciais que não podem perigoso, haja vista a intensa perseguição aplicada à igreja.
ser desconsiderados. Antes de abordarmos a gravidade da situação enfren­
Primeiramente, a pregação do Evangelho trata-se tada pela igreja atual, é indispensável compreender que a
de uma obra espiritual e, como tal, enfrenta embates perseguição contra a igreja é inevitável. As investidas de
espirituais que devem ser enfrentados de forma estra­ Satanás contra a igreja dos primeiros séculos abrangiam
tégica com vista à salvação de almas (Ef 6.10-12,19). O desde a admissão a falsos ensinamentos, que tentavam
segundo aspecto diz respeito à perseguição da igreja. deturpar a sã doutrina, até prisões e flagelos contra os
Nosso Senhor, antes de ser assunto ao céu, informou cristãos que pagavam com a própria vida o preço de
aos Seus discípulos que o ministério apostólico seria pregar o Evangelho. Na atualidade, as estratégias de
marcado por grandes realizações e obras até mesmo Satanás têm se diversificado, porém o modus operandi
maiores do que aquelas que o próprio Mestre realizou. ainda tem sido a perseguição, prisão e morte aos cristãos
Todavia, a perseguição, assim como a morte em razão em países que são extremamente fechados à liberdade
da causa do Evangelho, eram também esperados. religiosa. Como igreja livre, que desfruta da liberdade
Aprender a sofrer em razão da pregação do Evan­ religiosa em seu país, nós, cristãos brasileiros, devemos
gelho é uma lição que a igreja ocidental, localizada em nos sensibilizar com a causa da igreja perseguida. Muitos
países onde não há perseguição direta devido à liber­ cristãos de várias denominações em nosso país sequer
dade religiosa como ocorre no Brasil, precisa atentar. A ouviram falar que haja igreja perseguida no mundo.
perspectiva de pregar o Evangelho atualmente enfrenta Por essa razão, é fundamental que os departamentos
grandes dilemas, haja vista que muitas igrejas não têm de Missões e Evangelismo que operam em nossas igrejas
priorizado temas como arrependimento, conversão e desenvolvam eventos e cultos de conscientização mis­
salvação. Entretanto, a missão de anunciar é extrema­ sionária. São oportunidades para mostrar à igreja livre o
mente urgente e necessária. Cristo está às portas e a que está acontecendo com nossos irmãos perseguidos
igreja não pode negligenciar sua missão mais essencial: em todo o mundo. Além disso, a igreja pode também
alcançar os não-alcançados. patrocinar algum projeto de ajuda à igreja perseguida
A respeito desse tema, a Bíblia de Estudo Pentecos- ou mesmo realizar campanhas de intercessão em prol
tal discorre: "Os discípulos somente deviam pregar o da causa dos irmãos que se encontram presos. Há muito
perdão dos pecados juntamente com o arrependimento a ser feito e pode ser feito pela igreja livre no tocante a
do pecador. O pregador que anuncia a salvação como apoiar os irmãos que estão sendo perseguidos.
uma simples 'crença' ou religião fácil, ou uma formal O pastor José Satírio, ao descrever a sua experiência
aceitação da salvação gratuita, sem nenhum compro­ no campo missionário, afirma que "se em Jesus Cristo
misso voluntário do pecador de obedecer a Cristo houve essa disposição ao sofrimento, ela também deve
e à Sua Palavra, está pregando um falso evangelho. estar presente em seus seguidores, especialmente na­
O verdadeiro arrependimento inclui o abandono do queles que foram chamados ao santo ministério. O nosso
pecado, isto é, um elemento fundamental e imutável Senhor, quando nos chamou, não prometeu que, enquanto
do verdadeiro evangelho neotestamentário (Mt 3.2)" servíssemos, nos protegeria dos sofrimentos, nem que
(CPAD, 1995, p. 1565). enriqueceríamos. Mas deixou claro que no mundo teríamos
Nesse contexto, podemos perceber que a obra aflições (Jo 16.33) e que deveríamos ser canal de bênçãos
missionária, ordenada por Cristo, não é uma tarefa e de enriquecimento para os outros" (SANTOS, José S.
opcional da igreja. Antes, os salvos em Cristo são en­ Fé, Visão e Destino Profético. Rio de Janeiro: CPAD, 2015,
carregados de cumpri-la de forma prioritária. Se a igreja p. 113). Que Deus nos conceda um coração com empatia
a cumpre com sinceridade e amor, há uma recompensa para compreender a dor de nossos irmãos perseguidos.
reservada. Caso a cumpra por mera formalidade, não Tomar conhecimento do que se passa com eles é ter o
há o que se esperar como recompensa (1Co 9.17). Que mesmo sentimento que os filipenses tiveram em relação
Deus no ajude a cumpri-la com fidelidade. a Paulo (Fp 4.14,15). É preciso se importar!
O MODELO DE MISSÕES DA
O PROPÓSITO DE MISSÕES
IGREJA DE ANTIOQUIA

Caro(a) professor(a), a paz do Senhor Jesus Cristo Amigo(a) professor(a), a paz do Senhor. Nesta lição,
seja com você e sua classe. Na lição desta semana, veremos que Deus tem um propósito universal para a
conheceremos o funcionamento da obra missionária Sua igreja. A missão de pregar o Evangelho deve alcan­
a partir do exemplo da igreja de Antioquia da Síria. çar todos os povos, etnias, línguas e nações; grandes,
O local, a propósito, tratava-se de um dos maiores pequenos, ricos ou pobres, pois diante de Deus não há
centros populacionais do antigo oriente. Nesta cidade, acepção de pessoas (Rm 2.11). Todos pecaram e des­
a pregação do Evangelho encontrou espaço para ser tituídos se encontram da presença de Deus (Rm 3.23).
realizada com maior eficiência pela instrumentalidade Cabe à igreja do Senhor a responsabilidade de anunciar
dos cristãos que ali residiam. o caminho para que os pecadores possam encontrar
O modelo de missões realizado em Antioquia a salvação. Não se trata apenas de um chamado, mas
tem muito a ensinar para a igreja da atualidade, pois de um dever honroso que Deus conferiu à Sua Igreja.
o compromisso daqueles cristãos resultou no avanço Nessa perspectiva, a Bíblia de Estudo Pentecostal
da evangelização de modo que muitas vidas foram discorre que "o próprio Cristo institui a obra missionária
alcançadas nas regiões da Ásia Menor e Europa. Bar- cristã como uma tarefa santa e obrigatória da igreja.
nabé e Saulo, por exemplo, foram enviados a Chipre Missões é um tema prioritário, tanto no Antigo como
pelos irmãos cie Antioquia, após fervorosos momentos no Novo Testamento (Gn 22.18; 1 Rs 8.41-43; SI 72.8-
de oração e jejum (At 13.2,3). 11; Is 2.3; 45.22-25; Mt 28.19; At 1.8; 28.28; Ef 2.14-18)"
O C om entário D evocion al da Bíblia discorre (CPAD, 1995, p. 1565). Devemos compreender que a
sobre a estratégia missionária de Paulo: "Paulo é obra missionária é prioridade da igreja, haja vista que se
reconhecido por desenvolver a estratégia missio­ trata de um dever inerente à sua existência neste mundo.
nária da igreja. Ele foi às cidades que eram centros
de comunicações, de transportes e centros comer­
ciais. Ele ia, em primeiro lugar, à sinagoga judaica,
onde alcançava não somente o seu próprio povo,
mas também os gentios que eram atraídos à fé e
m oralidade dos judeus. A equipe missionária de
Paulo instruía os primeiros convertidos de maneira
tão abrangente quanto o tempo permitia, e seguia
para a cidade seguinte. As congregações que eles MISSÕES E A VOLTA DO
estabeleceram serviam como núcleo para a evan­ SENHOR JESU S
gelização das regiões vizinhas, além de sua própria
cidade (cf. 1Ts 1.4-8). [...] A estratégia itinerante de Estamos concluindo mais um trimestre e, nesta oportu­
Paulo colocava grande responsabilidade sobre cada nidade, veremos a relação existente entre a obra missionária
igreja local pela sua própria vida. E mostrava a total e a esperança gloriosa da Igreja: a Volta do Senhor Jesus.
confiança do apóstolo na capacidade do Espírito Uma das promessas feitas por Cristo é que o Evangelho
Santo de guiar e sustentar o povo de Deus" (CPAD, seria pregado em todo o mundo antes que chegasse o
Thiago Santos 2012, pp. 737 e 738). fim (Mt 24.14). Esse aspecto acentuado por Jesus revela
é evangelista, Aprendem os com o exemplo da igreja de An­ a urgência da igreja em cumprir a missão de propagar a
pedagogo, tioquia que a obra missionária requer organização e mensagem da salvação. O apóstolo Paulo declara, em 1
especialista manutenção. A igreja não realiza a obra sozinha, pois Timóteo 2.4, que Deus, nosso Salvador, "quer que todos
em Docência e Deus constituiu os membros, cada qual com suas os homens se salvem e venham ao conhecimento da
Gestão Escolar, respectivas funções para atuar em prol da salvação verdade". Nesse sentido, a pregação do Evangelho visa à
editor do Setor de vidas. Deus escolhe aqueles que são enviados e salvação de todos, sem acepção, embora muitos rejeitem
de Educação usa aqueles que são intercessores e mantenedores o meio determinado por Deus para esse fim. Aos cristãos
Cristã da CPAD e da missão com os recursos materiais concedidos por romanos, Paulo declara que "já é hora de despertarem do
comentarista do Ele. A igreja de nossos dias tem muito a aprender sono, porque a nossa salvação está agora mais perto do
Novo Currículo com o exemplo da igreja de Antioquia. Que Deus nos que quando no princípio cremos" (Rm 13.11). Que pos­
de Escola fortaleça com o seu Espírito Santo para realizarmos a samos nutrir a fé para termos um estilo de vida vigilante,
Dominical missão de forma organizada. compatível com a Bíblia, nosso manual de fé e prática.
da CPAD.

42 ENSINADOR CRISTÃO
D iv ir ta -s e len d o h is t ó r ia s
BÍBLICAS MUITO LEGAIS
A o r e c o n ta r h is tó r ia s fid e d ig n a s da B íb lia de fo r m a in o v a d o ra , e s ta s o b ra s e d u c a m
e e n tr e tê m e m ca d a p á g in a . C o m o uso de repetições de sons e palavras,
e n s in a a lg u m a s h a b ilid a d e s lin g u ís tic a s in te r e s s a n te s p a ra c ria n ç a s , a lé m de t e r
ilu s tr a ç õ e s c o lo rid a s e d iv e rtid a s . In d ic a d o p a ra c ria n ç a s a p a r t ir de 1 a n o .

Form ato: 20,7 X 21 cm / Páginas: 24

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CBC
Artigo
 ríe t S ítv e ira l
vi -M.

O CONSELHO DE JETRO
MOISÉS NA ESCOLHA DE
#■* a — ■ ■ ■ ■ ' w a ■ ■ ãk
W B -a W *? ... >aP

AÍgumas dás qualidades citadas


no texto que narra esse episódio
servem como parâmetro ao
líder preocupado em escolher
superintendentes de EBD que
mantenham a qualidade do ensino
‘ ' 'A lista

Encontrar a pessoa certa para o lugar certo é uma executadas pelo Corpo de Cristo para o crescimento
tarefa árdua. Jim Collins, professor da Escola de Ne­ do Reino de Deus. Aqui já encontramos capacidades
gócios de Harvard, disse, ao final de sua carreira como importantes para a escolha dos novos cooperadores
executivo, que, ao avaliar suas dez mais importantes para a EBD .
decisões, percebeu que oito delas envolveram a escolha A escolha d e ve o b servar quatro pilares: ad m i­
de pessoas. Nas nossas igrejas, onde há um ambiente nistrativo, estrutura física, gestão de pessoas (apoio
de trabalho essencialm ente voluntário, escolher pes­ a professores) e, por fim, as questões pedagógicas.
soas se torna ainda mais difícil, mas não impossível. O O b servem o s algum as cap acid ad es desejáveis dos
Espírito Santo sem pre deve ser um aliado importante candidatos para o cargo em cada um desses pilares
nessa escolha. Ele é muito mais interessado do que que formarão o perfil que deve ser buscado.
nós em um resultado efetivo. O superintendente deve ter capacidade administra­
A Bíblia Sagrada narra o episódio em que Jetro tiva para gerenciar questões envolvendo assiduidade
aco nselho u seu genro M oisés a dividir o trabalho dos alunos e p ro fesso res, sistem a de inform ática,
de atender ao povo. Naquele momento, o veterano gestão financeira, estoque e controle dos materiais e
ofereceu o perfil indispensável daqueles que deve­ equipamentos de apoio, e principalmente capacidade
riam ajudar o líder hebreu (Ex 18.19-22). A equipe de de desenvolver um bom marketing para a EBD . Nas
auxiliares deveria ser formada por candidatos capazes, questões de estrutura física, o candidato deve ter ca­
tementes a Deus, homens de verdade e não avarentos. pacidade de trânsito (política) com a direção da igreja,
Esse perfil traz dois requisitos que gostaria de destacar: pois acomodar a estrutura física dos templos para a EBD
"capazes" e "hom ens de verdade". Moisés precisou vai requerer muita negociação (que é outra capacidade
definir quais seriam essas capacidades, habilidades desejada). Outra atitude requerida nesse particular é
e atitudes indispensáveis para a função de julgar o a criatividade na busca de soluções sim ples, de alto
povo, além do requisito de serem tem entes a Deus impacto e baixo custo. No pilar gestão de pessoas, para
e não avarentos. a equipe de professores e de apoio, o candidato deve
Da m esm a m a n e ira , para a esco lh a do su p e ­ demonstrar grande capacidade de lidar com pessoas.
rintendente da Escola Bíblica D om inical, definir as Essa pilar se reveste de uma capacidade que, na falta
capacidades necessárias é fundamental. Em pesquisa dela, p ode pôr todos os outras pilares a perder. As
recente que fiz com mais de 150 superintendentes de pessoas precisam ser encorajadas, engajadas, treina­
EBD , descobri que 7% não dedicam nenhum tempo na das e acom panhadas nos seus desem penhos. Essas
semana para ao menos pensar no departamento; que com petências e atitudes devem ser vistas com muita
37% dedicam de 20 a 60 minutos semanais para alguma atenção no momento da escolha. Ariel da Silveira |
atividade voltada para a EB D ; e 33% utilizam de 90 a Por fim, há uma quantidade grande de superin­ é pastor-auxiliar I
da Assembleia d ei
180 minutos na semana. O s que ultrapassam 2h30 e te n d e n te s que até co n se g u e m se r e ficie n te s nos
Deus em Curitiba«
vão até 4h semanais de atividades voltadas para a EBD pilares anteriores, mas falham no acom panham ento PR), onde exerce |
com pletam os 23% restantes. O superintendente que do desem penho dos professores nas questões p e ­ a função de |
não dedica tempo para o departamento que administra dagógicas. O candidato a superintendente da EB D superintendente |
de Educação|
faz apenas abertura e fecham ento das atividades do deve ser preocupado com um ensino de resultado.
ristã. Preside |
setor. Não é disso que precisamos. Mais do quer ter professores, eles devem ser preocu­ a Associação I
O term o "superintendente" procede do latim e pados com o aprendizado efetivo do aluno, com um Educacional \
significa "aquele que dirige na qualidade de chefe"; ensino que produza mudança de perspectiva no dia dessa mesma I
greja, que é a |
"aquele que inspeciona, supervisiona". Em G ênesis a dia. Ter professores é até possível, mas professores
mantenedora da I
41.34, vem os Jo s é aconselhar Faraó a e stab e le cer com p reo cup ação com o aprendizado relevante é : aculdade Cristã I
supervisores. O termo hebraico usado é paqiyd, que o d esejável. E isso requer treinam ento e avaliação de Curitiba (FCC),|
significa "adm inistrador", "supen/isor". Em 2 Crônicas constante dos professores para que o rumo possa uma instituição j
nota máxima ]
31.13, pa q iyd é utilizado novamente e na A R A é tra­ ser garantido.
do MEC. Foi,l
duzido como "superintendente". Em Romanos 12.8, o Não se preocupe em encontrar uma pessoa com por dez anos, |
apóstolo Paulo utiliza o grego proistem i, que é o que um perfil que acom ode p erfeitam ente todas essas uperintendente |
"p re sid e ", "literalm ente aquele que está à frente". capacidades. Ela na verdade não existe. O segredo é de Recursos *
Humanos da
O A póstolo dos G entios indicou que os líderes são encontrar a pessoa que reúna o maior número deles e
Usina de ITAIPU,
pessoas capacitadas sobrenaturalmente pelo Espírito trabalhar essas qualidades. O que faltar vai depender onde trabalhou .
Santo para administrar, presidir e liderar atividades de treinamento dessa pessoa. * por qo anos.

' q ic i
ENSINADOR CRISTÃO 45
IGREJA CAPIXABA LANÇA ESPAÇO
KIDS PARA OTIMIZAR O ENSINO
BÍBLICO JUNTO ÀS CRIANÇAS DE
CARIACICA (ES)
Objetivo é preparar cidadãos aptos para o Reino
de Deus e a vida na sociedade hodierna com
conteúdo de revistas editadas pela CPAD
Após período de oração e jejum
em busca de o rie n ta ç ã o divina
quanto ao que fazer em torno dessa
complexa situação, o Senhor colo­
cou no coração do pastor a estraté­
gia a ser colocada em prática pela
igreja local. "Considerando essas
verdades, estivemos em oração e
jejum diante de nosso Deus para
mudarm os esse quadro, e ajudar
as famílias a alcançarem as crianças
para Je su s. A pós im plem entação
do projeto, vemos que as crianças
amam o am biente da igreja, bem
Em Marcos 10.3-16, lemos sobre e demais membros da igreja a fim como o que elas aprendem e rea­
os contemporâneos de Jesus levan­ de criar um trabalho especial para lizam nessa atm osfera. E elevado
do até à sua presença seus filhos, conduzir as crianças ao aprisco do o índice de crianças nos cultos e
sobrinhos e outros pequenos para Sumo Pastor. eventos", analisou o ministro.
serem abençoados pelo M essias. " O tra b a lh o da fa m ília e da O pastor Jairo Carvalho e sua
Entretanto, aquelas pessoas foram igreja devem ser um vetor facili- equipe docente lançaram o projeto
com pelidas pelos discípulos a de­ tador, por um lado, e im pedidor, denominado Ministério Infantil, que
sistirem da ideia e irem em bora, por outro, considerando o espírito abrange um Espaço Kids com uma
no que resultou na indignação do secular da época em que vivemos. g estão que inclui uma d iretoria
próprio Cristo, que ordenou para Precisamos considerar o trabalho formada por coordenadores, peda­
que as crian ças fo ssem trazid as de levar as crianças a Cristo como gogos e professores para atuarem
até Ele. O pastor Jairo Carvalho, algo m uito sé rio . Se ap en as le ­ nas d ive rsas faixas etárias e em
líder da A ssem bleia de Deus Mi­ varm os as crianças aos cultos ou eventos infantis. Os coordenadores
nistério Marcas do Evangelho em à Escola Bíblica Dominical (EBD), passaram a investir na qualidade
C a ria cica (ES), levou em conta a mesmo assim ainda não será nada e na efetividade do ensino bíblico
p e d ag o g ia e va n g e lística de J e ­ comparado ao volume de informa­ para as crianças. "Percebemos que
sus, que alcançou as fam ílias de ções que recebem toda semana do não bastava som ente repassar de
sua época, inclusive as crianças, e secularism o ateu", refletiu o líder forma simples o conteúdo bíblico às
logo convocou o corpo ministerial assembleiano. crianças, de modo que resolvemos

46 ENSINADOR CRISTÃO
torn ar esse co nteúd o m ais con- vina tam bém , para
textualizado, adaptando o ensino o desenvolvimento
à linguagem dos pequenos, com de uma cosmovisão
assuntos pertinentes ao universo bíblica nas crianças
de vivência delas, usando as lições que produza uma
ed itad as pela C P A D ", revelou o cultura salutar para
líder assem bleiano. elas. Para alcançar
O pastor Jairo Carvalho cita o e sse o b je tiv o , os
exemplo da história da criação nar­ d o c e n te s p a rtic i-
rada em Gênesis, fazendo conexão ,-io r,r, ,~i„
U d i l l U t r u i u p v J b Ufcí
Todos
.
atentos
r
ao que
.
está. sendo
_
aplicado
' ,
na sala de aula 'pelos dedi-
, cados professores do projeto Espaço Kids
com o Criadonismo bíblico e a boa oração durante os
Ciência, reforçando, assim, a obra evento s da igreja.
m aravilhosa da criação divina e, A experiência tem dado certo e os
sim ultaneam ente, desfazendo os pequenos têm experimentado um
enganos da Teoria da Evolução. grande m over espiritual em suas
De acordo com o líder da Con­ vidas, com a maioria já tendo sido
venção Evangélica dos Ministros das batizada no Espírito Santo.
Assembleias de Deus no Estado do A s aulas ap lica d as na Escola
Espírito Santo (CEMADES), pastor Ál­ Bíblica Dominical incluem o período
varo Oliveira Lima, que oferece total criativo sem esquecer o lúdico e o
apoio ao projeto lançado pela igreja participativo indicado no currículo.
capixaba, "o currículo contempla As crianças interagem nas aulas e
todo o ensino e demais programa­ são acompanhadas por um grupo
ções com as crianças, que inclui a de professores que se esmeram a
Escola Dominical, Escola Bíblica de fim de proporcionar um conteúdo
Férias, culto infantil, musicais, musi- salutar para a formação de cidadãos O pastor Jairo Carvalho é um incen-
tivador do ensino bíblico e procura
calização, teatro, arte cristã, História para o Reino de Deus e para a vida implementar estratégias, como acon­
da Igreja, estudo das biografias de na sociedade hodierna. • teceu com o Espaço Kids em Cariacica
homens e mulheres que militaram
na Seara do Mestre, entretimentos,
passeios, acampadentro, jornadas m
de oração, jejum , cursos, leitura i.i
sistemática da Bíblia etc". **
As atividades são acom panha­
das de p erto p elo p a sto r Ja iro
Carvalho com a participação dos
seguintes gestores: A line Antero
de Carvalho Fortunato, Aline A p a­
recida Barreto Santos, Andréia de
Barros Furtad o , A retha Leandro
M oraes, Débora Leandro Soares,
Elizabeth de Oliveira Couto Rosa,
Flávia Fricks C y p re ste , Jo ã o de
Je su s Fortunato, Pedro de Barros
Furtado e Stephan ie dos Santos
Queres da Silva.
O pastor Jairo Carvalho afirma
contar não só com o esforço dos O pastor Álvaro Lima, presidente da CEM AD ES, oferece apoio ao projeto lançado pelo pastor
professores, mas com a ajuda di­ Jairo Carvalho com vistas a alcançar o público infanto-juvenil

ENSINADOR CRISTÃO 47
Artigo □=
Leonardo Borros

COM O O P R O FE S S O R D E EB D
P O D E S E R M AIS E FIC IE N T E
EM SU A A U LA A O S PRÉ-
A D O LESCEN TES
O professor continua sendo um
personagem vital na formação do caráter
cristão dos seus alunos e no preparo deles
para sociedade e o serviço no Reino de Deus
"Com o vencer a tim idez?"- Essa foi a pergunta de jovem. Cantando em grupo ou indi­
uma aluna da classe de pré-adolescentes durante a vidualmente, orando em comunhão
aula na Escola Bíblica Dominical. O assunto abordado com os demais integrantes, lendo a
era sobre dons e talentos a serviço do Reino de Deus. Palavra de Deus em voz alta, estes
A jovem não justificou a pergunta, apenas sentiu a são atos de serviço e um passo a
necessidade de fazê-la, o que me fez entender que a mais para a auto estima ganhar a
incomodava muito. Após alguns minutos analisando luta contra a timidez.
o contexto, respondi: "Servin d o !" Servir é uma lição bíblica que
Os olhos arregalados da garota e de todos os que vai além de suas atribuições; é uma
estavam ao redor me pediam uma explicação, então ordenança do próprio Deus quando
im ediatam ente propus o seguinte questionam ento: nos diz para amar o próximo. Como
"Você já viu um professor tím ido? Ele continuam en­ está escrito em Mateus 20.28: "Tal
te está em sala de aula, diante de várias pesso as, como o Filho do Homem, que não
transm itindo conhecim ento e sem pre com o poder veio para ser se rv id o , m as para
da fala. Você já viu um pregador tím ido? Por mais servir e dar a sua vida em resgate
que ele esteja, ali no púlpito, nunca vai dem onstrar por m uitos". Servir ao Senhor nos
porque sabe que sua dependência está no Senhor". faz crescer, vencer as barreiras da
Eu poderia parar a resposta por aqui e seguir a lição tim idez, ser alguém melhor, com
adiante. Mas, para o pré-adolescente, essa resposta confiança e auto estima elevadas.
seria apenas o com eço. Explicar a parte técnica não Ao concluir a resposta, percebi
é uma opção, mas precisa ser m encionada. Hoje em os olhares dos alunos diferentes.
dia, existem várias estratégias de oratória, inclusive A final, eles já estavam servindo ,
cursos rápidos que podem ajudar uma pessoa a se m as ainda tinham ve rg o n h a. O
apresentar de forma excepcional. No entanto, como apóstolo Paulo ensina ao jovem
dizer isso a um pré-adolescente com desejo de fa­ T im ó te o : "D e u s não nos co n ce ­
zer algo a mais na igreja? Ela e os colegas na turma deu espírito de covardia, mas de
precisavam de uma orientação, um caminho a seguir. poder, de amor e de equilíbrio" (1
Sabem os que os adolescentes têm o desejo de Tim óteo 2.7). Enfrentar a tim idez
se agrupar e precisam desenvolver suas habilidades servindo a Deus e aos irm ãos na
recém descobertas. E é exatam ente nessa fase, dei­ igreja é o rem édio.
xando o infantil e iniciando a adolescência, que os Outra estratégia para ganhar a
"p ré" se encontram. Dentro da igreja sem pre temos confiança e a atenção dessa turma
uma turma disposta a contribuir na obra, uns com é contar sua própria história. Eles
aquele desejo de se tornar cantor, outros com o dom am am ouvir as e xp e riê n cias dos
da liderança, e tem ainda aqueles mais tím idos nos professores, principalmente quan­
cultos. Nessa fase, precisam os estim ular os alunos a do se conectam com suas próprias
desenvolver seus dons, a compartilhar com os amigos vidas. Quando descobri que relatar
e a aperfeiçoar os talentos. e xp eriências cham ava a atenção
Assim como Jesus nos ensina através das parábolas, dos meus alunos, isso trouxe um
precisamos apresentar modelos próximos à realidade elo maior. A s vezes, apenas para
dos pré-adolescentes. Com isso, a figura do professor, d e sp e rta r a c u rio sid a d e , eu co ­
seguindo pelo voluntariado dos irmãos na igreja, foram meçava um pequeno relato e não
minhas estratégias para a resposta. "À medida que terminava, de propósito, para ver a
uma pessoa se disponibiliza a participar de algum reação. E sem pre aparece aquele
dep artam ento, ela já está servindo " - justifiquei à que diz: "Tia, termina a história!".

ENSINADOR CRISTÃO 49
c isam o s da re sp o sta do o u tro . A o c o m p a rtilh a r
suas vivê n cias, o p ro fesso r d eve esp e rar algo em
troca. Então, sem pre pergunte aos alunos: "Isso já
aco nteceu com v o c ê s ? ". A troca sincera fará eles
ganharem confiança e estím ulo para se abrirem e
com partilharem o que pensam , a form a com o têm
aprendido as lições e como irão aplicar em suas vidas.
A minha experiência em sala de aula, mais es­
pecificam ente na Escola Bíblica Dominical, produziu
em mim grandes mudanças. De uma menina tímida,
passei a ser professora, aplicando as próprias técni­
cas com uma dosagem de auto-estima e ousadia do
Espírito Santo. O planejam ento das aulas, os cursos
oferecidos pela igreja e as oportunidades para minis­
trar fizeram e ainda hoje fazem algo surpreendente.
A credito que todo cristão tím ido consegue usufruir
desse m ilagre.
Foi assim com M oisés que, m esm o dotado de
dons e talento s, e educado em toda a ciência dos
mestres no antigo Egito, também tinha essa timidez.
Fato exp re sso por ele m esm o a D eus, registrado
em Êxo d o 4 .1 0 : "Ó Senhor! Nunca tive facilid ad e
para falar, nem no passado nem agora que falasse a
teu servo. Não consigo falar bem !". Mas a resposta
foi contundente: "D isse-lhe o Senhor: "Q uem deu
a boca ao hom em ? Q uem o fez surdo ou m udo?
Quem lhe concedeu vista ou torna o cego? Não sou
eu, o Senhor? A gora, pois vá, eu estarei com você,
ensinando-lhe o que dizer" (vv. 11 e 12).
Diante desse exem plo, nós, cristãos, precisam os
abrir a porta da d isp o nib ilid ad e, e star ap to s para
servir e se preparar à luz das Escrituras. O exem plo
do professor dentro e fora de aula é muito importan­
te. Uma vez conectados pelo elo da Escola Bíblica
D o m in ical, em todo s os cultos vo cês serão vistos
com o professor e aluno. Estim ular essa geração a
desenvolver habilidades, descobrir talentos e usá-los
à serviço do Reino de Deus faz parte da nossa missão
enquanto educadores. Devem os conduzi-los à obra
de Deus com am or e responsabilidade para garan­
tirmos um futuro como servos bons, fiéis e ousados
no Espírito Santo. •
Bíblias emdiversas cor
e uma única verdade:
H Sagrada Escritura O

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Um e x e m p l a r d a p a l a v r a d e D e u s q u e c o n c ilia b e le z a , c o n t e ú d o e p r a t i c i d a d e . B íb lia c o m
te x to b íb lic o n a v e r s ã o A l m e i d a R e v is ta e C o r r ig id a e o f a m o s o h i n á r i o H a r p a C ristã .

N este e x e m p la r v o cê e n c o n tra :

S f P a lav ras d e Je su s e m V erm elh o

(Vf Tabela d e Pesos, M o e d a s e M ed id a s

P la n o A n u a l d e L eitu ra d a B íblia

(yf P a lav ras d e O rien ta çã o d e C onsolo

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CB4D
A PARTICIPAÇÃO ESSENCIAL
DOS PENTECOSTAIS
NO DEBATE NACIONAL

O ETHOS PENTECOSTAL
0 ETHOS PENTECOSTAL

NA ESFERA PÚBLICA
Douglas Baptista

A participação na esfera pública de


cidadãos que professam sua fé
é cada vez maior, em especial de
pentecostais. Um direito que não
deve ser cerceado em nome de
visões equivocadas do que seja
Estado Laico.

Com sólida fundamentação


acadêmica, o autor apresenta,
à luz da Declaração de Fé das
Assembleias de Deus, a vitalidade
da doutrina teológica institucional
na formação do "ethos", isto
é, da identidade pentecostal e
demonstra sua influência positiva
na esfera pública.

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