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Trabalho apresentado à disciplina de Metodologia da Pesquisa em Comunicação, ministrada pela professora
Sandra Depexe e pelo professor Cássio Tomaim, no Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em
Comunicação (POSCOM) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
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Bacharela em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), campus Frederico Westphalen.
Mestranda em Comunicação na mesma Instituição, campus sede, no Programa de Pós-Graduação em
Comunicação (POSCOM). Integrante do grupo de pesquisa Resto – Laboratório de Práticas Jornalísticas. E-mail:
annajuliacarlos@outlook.com.
de aula. Desse modo, ela sugere reflexões que possibilitem pensar os tipos de conhecimento do,
sobre e para o Jornalismo - referenciando Meditsch (2014) -, olhando para um universo
microssociológico.
Isto posto, Silva (2015, p. 19) estabelece como problema de pesquisa a seguinte questão:
“de que forma se manifestam e são problematizados nos processos de ensino e aprendizagem
do jornalismo os valores sociais e os sistemas classificatórios de diferença hegemônicos, e como
estes se interseccionam aos paradigmas e conceitos dominantes no campo acadêmico?”. Para
responder à pergunta, aponta como objetivo geral
A obra de Silva (2015) divide-se em sete capítulos: Introdução (1); As lentes pelas quais
o Jornalismo é observado (2); O percurso metodológico da pesquisa (3); O sistema-mundo e os
marcadores de diferença nas estruturas e nas interações ensino-aprendizagem na universidade
(4); O conhecimento para o Jornalismo e as redes tecidas pelo poder-saber (5); Saberes de
profissão: um olhar sobre a teoria e a prática do Jornalismo nos discursos do ensino (6) e
Considerações finais (7).
A Introdução realiza a exposição dos principais itens da pesquisa e destaca as
inspirações e aspirações pessoais, profissionais e acadêmicas da autora. No subcapítulo, “As
origens da pesquisa: a localização dos saberes” (1.1), Silva (2015) retoma alguns raciocínios e
percursos que já fizera acerca de temas análogos ao da obra.
O segundo capítulo divide-se em três subcapítulos, respectivamente “O poder e o saber
numa perspectiva foucaultiana e pós-colonial” (2.1); “Cientificismo e masculinismo na
produção do conhecimento jornalístico” (2.2); “A produção do saber jornalístico na
universidade: alguns contornos políticos” (2.3). Neste momento, a autora aciona seus
referenciais teóricos para refletir sobre as vertentes epistemológicas, metodológicas, bem como
as visões de mundo relativas ao Jornalismo e as possíveis relações com a reprodução de
sistemas hegemônicos.
No terceiro capítulo, há a apresentação dos fundamentos metodológicos adotados,
descritos ao longo de outros subcapítulos – “Metodologia e técnicas de pesquisa” (3.1) e
“Universo da pesquisa e procedimentos éticos” (3.2), que origina “Os lugares da pesquisa”
(3.2.1); “A mirada sobre Atenas” (3.2.1.1); “A mirada sobre Gavdos” (3.2.1.2); e “As
universidades: interlocutores/as, disciplinas e contexto institucional” (3.2.1.3). Nesse momento,
a autora apresenta a perspectiva da abordagem qualitativa, do método etnográfico; bem como a
descrição do “universo de pesquisa” e dos procedimentos adotados.
O quarto capítulo carrega outros três subcapítulos – “A racionalidade capitalista no
‘corpo’ da universidade pública” (4.1); “Os lugares das cores: classe e raça nas interações de
ensino-aprendizagem” (4.2); e “De que concepção de gênero, sexualidade, classe, etnia e
geração falam os discursos que formam os jornalistas?” (4.3). Aqui, Silva (2015) procura
evidenciar compreensões sobre como a universidade exprime os valores sociais hegemônicos
do sistema-mundo capitalista (masculinista, racista, heterossexista, classista) – referenciando
Grosfoguel (2012) - em suas normas e hierarquias, nas relações de poder e nos processos de
ensino e aprendizagem que envolvem a formação dos profissionais jornalistas.
O quinto capítulo conta com dois subtítulos: “Tá faltando professor. Só tem jornalistas
no curso de jornalismo (?)” (5.1); “Do limite simplificador à potencialidade crítica: a vanguarda
pedagógica como aliada no conhecimento jornalístico” (5.2). Nesses textos, Silva (2015)
destaca, principalmente, o modo como as práticas pedagógicas para o ensino do Jornalismo
estão próximas à racionalidades e métodos hegemônicos, que não incitam o pensamento crítico
dos alunos. Assim, a autora discute o conhecimento ponderando as práticas e ressaltando suas
relações com os sistemas de poder e saber dominantes, que afetam a compreensão da realidade.
O sexto capítulo divide-se em “O ensino dos saberes de reconhecimento, de
procedimento e de narração” (6.1) e “De que Jornalismo se está falando? Os discursos sobre a
teoria e as possibilidades de apreensão da realidade” (6.2). Neste momento, a autora volta-se
aos saberes de profissão ensinados nas disciplinas teóricas e práticas, discutindo as técnicas
procedimentais principais e os quadros conceituais correspondentes. No sétimo capítulo, as
Considerações Finais, Silva (2015) reforça o que foi estabelecido como itens principais na
Introdução e complementa com as principais interpretações resultantes da pesquisa e adiciona
questionamentos para estimular novos debates e estudos.
Durante o percurso de pesquisa, Silva (2015) menciona diversos autores, que aparecem,
sobretudo, nas seções que possuem maior protagonismo teórico, como é o caso do segundo
capítulo. Dentre os principais citados, aparecem mais recorrentemente o filósofo francês
Foucault (2009, 2010, 2012), o educador brasileiro Freire (1985, 2005, 2013), o jornalista
brasileiro Genro Filho (2012), o sociólogo porto-riquenho Grosfoguel (2010, 2012) e os
pesquisadores brasileiros Meditsch (1992, 1997, 2010, 2012, 2014) e Motta (2002, 2014).
3 APRECIAÇÃO DA TESE