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“A AÇÃO PELA AÇÃO, NÃO É DE NENHUM MODO SUPERIOR, AO

PENSAR PELO PENSAR, SI NÃO ESTE MAIS BEM SUPERAR”.

Agir no sentido mais geral do termo significa tomar iniciativa, iniciar, imprimir
movimento a alguma coisa. Por constituírem um initium, por serem recém-
chegados e iniciadores, em virtude do fato de terem nascido, os homens
tomam iniciativa, são impelidos a agir. (...) O fato de que o homem é capaz de
agir significa que se pode esperar dele o inesperado, que ele é capaz de
realizar o infinitamente improvável. E isto, por sua vez, só é possível porque
cada homem é singular, de sorte que, a cada nascimento, vem ao mundo algo
singularmente novo. Desse alguém que é singular pode-se dizer, com certeza,
que antes dele não havia ninguém. Se a ação, como início, corresponde ao fato
do nascimento, se é a efetivação da condição humana da natalidade, o
discurso corresponde ao fato da distinção e é a efetivação da condição humana
da pluralidade, isto é, do viver como ser distinto e singular entre iguais.

O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria
explicações. Criando explicações, cria pensamentos. Na criação do
pensamento, estão presentes tanto o mito como a racionalidade, ou seja, a
base mitológica, enquanto pensamento por figuras, e a base racional, enquanto
pensamento por conceitos. Esses elementos são constituintes do processo de
formação do conhecimento filosófico. Este fato não pode deixar de ser
considerado, pois é a partir dele que o homem desenvolve suas idéias, cria
sistemas, elabora leis, códigos, práticas. Compreender que o surgimento do
pensamento racional, conceitual, entre os gregos, foi decisivo no
desenvolvimento da cultura da civilização ocidental é condição para que se
entenda a conquista da autonomia da razão.

Assim também podemos pensar a origem do pensamento moderno ocidental:


uma ordem social que se construiu com elementos das mais antigas
civilizações ocidentais e orientais. Entre a herança que os antigos como
Sófocles, Aristófanes, Hesíodo e Homero nos legaram estão os mitos,
maravilhosas narrativas sobre a origem dos tempos, que encantam,
principalmente, porque fogem aos parâmetros do modo de pensar racional que
deu origem ao pensamento contemporâneo. É certo que as tradições, os mitos,
e a religiosidade respondiam a todos os questionamentos. Contudo, essas
explicações não davam mais conta de problemas, como a permanência, a
mudança, a continuidade dos seres entre outras questões. Suas respostas
perderam convencimento e não respondiam aos interesses da aristocracia que
se estabelecia na pólis.

O homem tenta resolver os problemas e as contradições de sua época à


medida que as questões vão se apresentando a ele. O meio ambiente, por
exemplo, só se colocou como problema concreto no século XX, quando o
aquecimento global, os mais diversos tipos de poluição, a extinção de inúmeras
espécies animais e vegetais e o esgotamento de recursos naturais já se
tornavam situações preocupantes. O pensamento ambiental, pelo fato de ser
um campo do saber relativamente novo e por dialogar com um vasto enfoque
multidisciplinar, acaba sendo vítima de uma grande imprecisão de definições e
de seus próprios objetos de estudo. A necessidade de definirmos alguns
conceitos essenciais à compreensão das questões ambientais, antes do
aprofundamento do tema proposto por este trabalho, reflete essa imprecisão e
mostra que uma convergência da comunidade científica a respeito dessas
definições e objetos é urgente e indispensável para tornar os estudos
ambientais mais claros e concisos.

Aluna: Glaucia Lucia da Silva Santos

Trabalho: Filosofia Moderna

Professor: Pires

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