Você está na página 1de 15

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/293795078

SOFTWARE DE APOIO À ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA


INTELECTUAL – SACDI MOBILE

Conference Paper · September 2013

CITATIONS READS

0 2,303

2 authors, including:

Raul Benites Paradeda


Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
30 PUBLICATIONS 138 CITATIONS

SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Raul Benites Paradeda on 10 February 2016.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


SOFTWARE DE APOIO À ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL – SACDI MOBILE

SILVA, Giliard Faustino


Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
giliard_gfs@hotmail.com
PARADEDA, Raul Benites
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
raulparadeda@uern.br
Résumé. Ce travail présentera le SACDI mobile v1.0, conçu pour aider
dans le processus d'alphabétisation des enfants ayant une déficience
intellectuelle, en particulier les enfants servis dans des salles de ressources
multifonctionnelles. Le SACDI mobile v1.0 vise à répondre aux principales
difficultés des enseignants qui travaillent dans les salles de ressources
multifonctionnelles, avec l'utilisation des ressources de motivation et
d'interactivité pour les appareils mobiles avec le système d'exploitation
Android.
Mots-clés: Mobile SACDI. Une déficience intellectuelle.
L'alphabétisation. Logiciel. Android.
Resumo. Este trabalho descreve o SACDI Mobile v1.0, desenvolvido
com o intuito de auxiliar o processo de alfabetização de crianças com
deficiência intelectual, principalmente, às crianças atendidas nas salas de
recursos multifuncionais. O SACDI Mobile v1.0 objetiva atender as principais
dificuldades dos professores que atuam nas salas de recursos multifuncionais,
com a utilização de recursos motivacionais e de interatividade para dispositivos
móveis com sistema operacional Android.
Palavras-chave: SACDI Mobile. Deficiência Intelectual. Alfabetização.
Software. Android.

1 Introdução

A constante evolução da tecnologia tem possibilitado cada vez mais melhorias na


qualidade de vida das pessoas. Um dos campos beneficiados por essa evolução é o da
Educação, onde a introdução do computador tem provocado uma verdadeira revolução
na concepção de ensino e de aprendizagem, principalmente no que diz respeito à
alfabetização de pessoas com deficiência intelectual.
“...o ambiente computacional no processo de aprendizagem
proporciona maior autonomia nos trabalhos, estimulando à criatividade, a
curiosidade, a interação e contribui para o desenvolvimento das habilidades
de comunicação e de estrutura lógica do pensamento” (CINTRA et al, 2010,
p. 81).
2

A utilização de recursos tecnológicos no processo de alfabetização de pessoas


com deficiência intelectual oportuniza uma aprendizagem voltada para suas condições,
compensando assim, uma ou mais funções limitadas.
De acordo com Cruz (2011, p. 2730), a deficiência intelectual é um distúrbio que
se caracteriza por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual
(raciocínio, aprendizagem, solução de problemas), quanto no comportamento
adaptativo, envolvendo habilidades conceituais, sociais e práticas.
A tecnologia no processo de alfabetização de pessoas com deficiência intelectual é
de extrema valia, haja vista que esta pode auxiliar a compensar as limitações causadas
pela deficiência e permitir o alcance de objetivos que certamente seriam mais difíceis de
serem alcançados sem esta ferramenta tão importante.

2 A Deficiência Intelectual

Ao longo da história as pessoas com deficiência intelectual receberam várias


denominações, muitas delas preconceituosas e influenciadas por pensamentos e atitudes
discriminatórias.
O consultor de inclusão social, Romeu Sassaki, descreve em seu artigo “Como
chamar as pessoas que tem deficiência?” (SASSAKI, 2005) os vários termos utilizados
ao longo da história para fazer referência às pessoas com deficiência intelectual. Através
de suas pesquisas concluiu que em nenhum momento na história existiu um consenso
em relação à designação mais adequada para tal público, sendo o termo “pessoas com
deficiência” o mais aceito.
Além disso, são diversas as definições sobre a deficiência intelectual, no entanto,
não existe um consenso que defina um conceito único, por se tratar de um termo
complexo e de grande variedade de abordagens.
Partindo do conceito da AAIDD (do inglês, American Association on Intellectual
and Developmental Disabilities) descrito por (CRUZ, 2011) podemos definir que a
Deficiência Intelectual (DI) é um distúrbio que se caracteriza por limitações no
funcionamento cognitivo, que envolve raciocínio, aprendizagem e solução de
problemas, e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de
relacionamento social. Tais limitações são responsáveis por um atraso na aprendizagem
e no desenvolvimento de habilidades sociais, cotidianas e práticas.
3

Porém, deve ficar claro que a pessoa com deficiência intelectual não apresenta
uma incompetência generalizada, já que possui muitas capacidades e habilidades que
permitem o seu desenvolvimento global.
Para identificar a deficiência intelectual é necessário realizar um diagnóstico
(CARVALHO et al, 2002) que pode ser feito observando duas coisas: o funcionamento
cognitivo ou intelectual que está relacionado à capacidade para aprender, pensar,
resolver problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência no mundo que as
rodeia; e/ou comportamento ou funcionamento adaptativo que diz respeito à
competência necessária para viver com autonomia e independência na comunidade em
que se insere.
O primeiro deve ser realizado por médicos e psicólogos clínicos em hospitais,
consultórios, centros de reabilitação e clínicas, já o segundo são diagnosticados através
da observação e análise por parte da família e dos educadores.
A deficiência intelectual pode ser classificada, conforme descrito por (SILVA et
al, 2011) que é baseada no critério quantitativo (Quociente Intelectual – QI). Estes
critérios consideram, para fins de classificação, a gravidade da deficiência que pode ser
leve, moderada, grave ou profunda.
Já o atual modelo da AAIDD traz uma concepção funcional e multidimensional
que facilita a compreensão e o planejamento dos apoios necessários à inclusão das
pessoas com deficiência intelectual na sociedade, conforme descrito por MICROSOFT
(2008).
CARVALHO et al (2002) descrevem as cinco dimensões definidas pela AAMR –
American Association on Mental Retardation (2002), envolvendo vários aspectos
relacionados às pessoas; ao seu funcionamento individual; o ambiente físico e social; ao
contexto e aos sistemas de apoio. Já a concepção funcional destaca-se pela importância
dos sistemas de apoio que funcionam como mediadores entre o funcionamento do
sujeito e o modelo dimensional. Estes sistemas aplicados de forma correta
desempenham papel essencial na forma como a pessoa responde às demandas
ambientais, como também propiciam estímulos ao desenvolvimento e à aprendizagem
da pessoa com deficiência ao longo da vida. (CARVALHO et al, 2002)
O apoio é qualquer auxílio que melhore o funcionamento da vida da pessoa. A
organização destes apoios para crianças com deficiência intelectual deve proporcionar
uma melhor compreensão sobre a situação da criança diagnosticada com atraso
4

cognitivo. A partir do diagnóstico são estudadas as potencialidades e as dificuldades


apresentadas, como também a quantidade e natureza dos apoios necessários para o bem-
estar em casa, na escola e na comunidade.

3 A Educação de Crianças com Deficiência Intelectual

3.1 O Atendimento Educacional Especializado - AEE

GOMES et al (2007) apresenta o AEE como uma nova concepção de educação


especial, e uma das condições indispensáveis para a inclusão escolar de crianças com
deficiência intelectual, sendo seu objetivo principal proporcionar a aprendizagem de
conteúdos necessários à superação das limitações causadas pela deficiência. Tal
atendimento é realizado em lugar específico, com materiais didáticos e pedagógicos,
equipamentos e profissionais especializados para o atendimento as necessidades
educacionais especiais, denominado Sala de Recursos Multifuncionais ou Centro de
Atendimento Educacional Especializado.
Dentre os equipamentos, o computador aparece como um recurso pedagógico
eficaz, principalmente quando utilizado no atendimento a criança com deficiência
intelectual, pois favorece o processo de aprendizagem possibilitando maior autonomia
nos trabalhos, estimulando à criatividade, a curiosidade, a interação e contribuindo para
o desenvolvimento das habilidades de comunicação e de estrutura lógica do
pensamento.
GOMES et al (2007) fala da importância do estímulo, a cada passo, aos alunos
atendidos no AEE, pois estes já são marcados pelo sentimento de incapacidade, sendo
necessário buscar o equilíbrio entre o cognitivo e o afetivo para manter a coerência da
prática pedagógica, como também propiciar condições e liberdade para que o aluno
construa sua inteligência, tornando-se agente capaz de produzir conhecimento.
A base do atendimento está em fazer com que os alunos percebam que possuem
capacidade de pensar, de realizar ações em pensamento, de tomar consciência de que
são capazes de usar a inteligência de que dispõem e de ampliá-la, pelo seu esforço de
compreensão, ao resolver uma situação problema.

3.2 A Alfabetização de Crianças com Deficiência Intelectual


5

A alfabetização é considerada um meio para que as distâncias que separam


crianças com deficiência intelectual das demais crianças sejam reduzidas. Aprender a
ler, escrever e calcular é a meta desejada pelos pais quando matriculam seus filhos.
Para FALCONI et al (2010, p. 7):
“não existe um método ideal para o direcionamento das atividades
para os alunos com deficiência intelectual, de forma alguma se propõe que
deva ser utilizada uma gama de métodos indiscriminadamente. O professor
deve planejar diversas atividades, quanto mais diversificados e adequados às
diferenças de ritmo e estilos de aprendizagem dos alunos forem os métodos
de ensino, menores serão as barreiras para sua a aprendizagem.”

3.2.1 Métodos de alfabetização

São várias as formas para alfabetizar e cada uma delas destaca um aspecto no
aprendizado. No entanto, não existe um consenso sobre qual o melhor método para
alfabetização (BORGES CA, 2011), são denominados de método sintético e analítico.

O método sintético estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o


oral e o escrito, através do aprendizado letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por
palavra.
Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos (BORGES CA, 2011):
- Alfabético: também conhecido como soletração, é um dos mais antigos sistemas
de alfabetização, no qual o aluno aprende primeiramente as letras, depois as sílabas,
através do estudo das famílias silábicas, por fim a junção das sílabas formando palavras
e assim por diante.
- Fônico: também conhecido como fonético, baseia-se no ensino a partir da
associação entre o som (fonemas) e a letra (grafema). As relações entre os sons e letras
são feitas através do planejamento de atividades lúdicas para levar as crianças a
aprender a codificar a fala em escrita e a decodificar a escrita no fluxo da fala e do
pensamento.
- Silábico: também conhecido como silabação, neste método a aprendizagem
acontece através de uma leitura mecânica do texto, da decifração das palavras, vindo
posteriormente a sua leitura com compreensão. O estudante aprende primeiro as sílabas
para depois formar as palavras.
O método analítico defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo
deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades
completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a
6

criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais
simples, as sílabas (BORGES CA, 2011).
Este método pode ser divido em:
- Palavração: as palavras são apresentadas em agrupamentos e os alunos
aprendem a reconhecê-las pelo contato com os vocábulos em uma sequência que
engloba todos os sons da língua e, depois da aquisição de certo número de palavras,
inicia-se a formação das frases.
- Sentenciação: iniciam-se pela frase, depois as palavras das quais são extraídos
os elementos mais simples: as sílabas. A estratégia é comparar palavras e isolar
elementos conhecidos nelas, para ler e escrever outras palavras.
- Global: parte do reconhecimento global de um texto, onde o aluno precisa
memorizar um texto para depois reconhecer as sentenças.
Além disso, o jogo não pode ser visto apenas como passatempo. É uma atividade
imprescindível para o desenvolvimento global das crianças, favorecendo sua autoestima
e auxiliando na aquisição e aprendizagem de novos conceitos, deve-se valorizar e
incentivar o trabalho pedagógico pautado em atividades lúdicas. KISHIMOTO (2008,
apud MAFRA, 2008, p. 11) afirma que ao atender as necessidades infantis, o jogo
infantil torna-se forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares.
A utilização do jogo como recurso didático pode contribuir para o aumento das
possibilidades de aprendizagem da criança com deficiência intelectual, pois através
desse recurso, ela poderá vivenciar corporalmente as situações de ensino-aprendizagem,
exercendo sua criatividade e expressividade, interagindo com outras crianças, exercendo
a cooperação e aprendendo em grupo.
Segundo IDE (2008, apud MAFRA, 2008):
“O jogo possibilita à criança deficiente mental aprender de acordo
com seu ritmo e suas capacidades. Há um aprendizado significativo
associado à satisfação e ao êxito, sendo este a origem da autoestima. Quando
esta aumenta, a ansiedade diminui, permitindo à criança participar das tarefas
de aprendizagem com maior motivação. O uso do jogo também possibilita
melhor interação da criança deficiente mental com os seus coetâneos normais
e com o mediador.”

Os jogos utilizados na prática pedagógica transformam conteúdos maçantes em


atividades interessantes e prazerosas, pois com os mesmos há motivação, disciplina e
interesse pelo que está sendo ensinado. Porém, o professor deve estar consciente de que
os jogos pedagógicos devem ser desenvolvidos como provocação a uma aprendizagem
7

significativa e estímulo à construção de um novo conhecimento com o desenvolvimento


de novas habilidades.

4 Recursos e Softwares para Alfabetização de Crianças com Deficiência


Intelectual

A partir da preocupação de atender as exigências de uma sociedade que se


encontra em frequente renovação, buscamos associar a maneira pela qual os novos
recursos tecnológicos podem auxiliar e favorecer o processo educacional para os alunos
com necessidades educacionais especiais. Sabe-se que para que isso ocorra de forma
satisfatória alguns aspectos precisam ser levados em consideração como a qualificação
do professor e o ambiente adequado para estes alunos.
Junto ao crescimento do olhar mais atento em direção à Educação Inclusiva, os
centros acadêmicos se destacam devido às muitas pesquisas publicadas referentes a essa
modalidade de ensino. Como consequência dessas pesquisas, a variedade de recursos
voltados à Educação Inclusiva começa a aumentar.
Equiparado a este processo de crescimento de recursos e softwares, é possível
encontrar mais um campo de pesquisa que se preocupa com essa nova política, as
Tecnologias Assistivas.

4.1 Tecnologia Assistiva

DOMICIOLI et al (2010) define Tecnologia Assistiva (TA) como:


“Termo recente, apresentado para especificar qualquer recurso ou
serviço que auxilie as habilidades de pessoas com algum tipo de deficiência.
São muito utilizadas, principalmente nas escolas especiais, e se baseiam,
normalmente, em recursos de baixa tecnologia como adaptação de
brinquedos, ambientes e materiais utilizados em sala.”

Segundo Galvão (2006), dentre os grupos de tecnologias utilizadas na educação


especial, está à criação de softwares voltados à acessibilidade de pessoas com algum
tipo de deficiência. Isto se tornou possível, graças aos avanços da tecnologia, tais
recursos integram os alunos ao sistema de computadores ganhando cada vez mais
espaço na sociedade.

4.1.1 Software educacional

São sistemas que possibilitam a interação aluno/computador, com fins


educacionais. Nessa concepção, o computador “ensina” ao aluno como ocorre nos
8

métodos tradicionais de ensino. Outra forma de pensar o uso do computador é a criação


de ambientes de aprendizagem que priorizam a construção do conhecimento.
“Nessa concepção, o aluno exerce o papel de quem usa o computador,
também por meio de um software, para explicitar suas ideias, ao invés de ser
ensinado por ele, produzindo algo palpável” (SCHLÜNZEN, 2000, apud
FALCONI, 2010, p. 20).

A utilização desses softwares propicia ao professor maiores possibilidades de


compreender o caminho mental percorrido pelo aluno, ajudando-o a interpretar as
respostas dadas pelo computador, questionando-o sobre as mesmas e propondo-lhe
desafios que o levarão à construção do conhecimento (MENEZES, 2006, apud
FALCONI, 2010, p. 21).
A elaboração de softwares e a produção de máquinas que atendam a um público
bem específico como os que apresentam deficiência intelectual, ainda são realizadas em
baixa quantidade e pouco adequadas a grupos específicos. Mesmo assim consegue-se
perceber que há uma produção de recursos em alta tecnologia a favor da Educação
Especial (DOMICIOLI et al, 2010).
DOMICIOLI et al (2010) menciona também um projeto que tem apresentado
resultados positivos no auxílio à educação é o da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), denominado Dosvox. Trata-se de um sistema operacional que auxilia
deficientes visuais na manipulação do computador e no gerenciamento de arquivos.
Comunica-se com usuário por sistema de voz, indicando todos os possíveis comandos
para a gestão da máquina.
Outro projeto bastante interessante é o Rybená, desenvolvido pelo Instituto
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia de Software, apresenta versão
para a Web, Painéis Eletrônicos, Uso Pessoal, Tradutor de Documentos Eletrônicos e
Uso Judiciário. Dependendo da versão, além de traduzir para Libras, pode também,
emitir Voz, atendendo desta forma, pessoas com outras deficiências (RYBENÁ, 2012).
Existem outros softwares que podem auxiliar o professor e também a instituição
de ensino na preparação de um ambiente inclusivo. Mas, a maioria está voltada à
acessibilidade de deficientes e não à necessidade educacional especial.

4.2 Trabalhos relacionados

Na busca por um software voltado para a alfabetização de crianças com


deficiência intelectual foi observado alguns trabalhos que possuem relação com o
SACDI Mobile.
9

4.2.1 O Participar

O Participar, idealizado pelos professores Wilson Veneziano e Maraísa Borges e


desenvolvido pelos estudantes da Universidade de Brasília, Renato Domingues e Tiago
Galvão, como projeto do Trabalho de Conclusão de Curso (SILVA et al, 2011)
disponibiliza recursos multimídia e métodos de alfabetização mais populares, sendo o
público-alvo os jovens e adultos com deficiência intelectual.

4.2.2 O SEADM 2005

Desenvolvido pela aluna, do curso de Ciência da Computação da Fundação de


Ensino Eurípedes Soares da Rocha, Mayra Miranda Marques, em 2005. O Software
Educacional para Auxílio na Alfabetização de Deficientes Mentais – SEADM 2005 tem
o objetivo de estimular o desenvolvimento do deficiente de forma divertida e dinâmica,
fazendo com que o usuário do software tenha sua atenção totalmente voltada para o
objetivo principal: a alfabetização (MARQUES, 2005).

4.2.3 Os Jogos da Mimocas

Desenvolvido pela Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 –


APPT21, trata-se de um software educativo para promoção do acesso das crianças com
deficiência mental, aos processos de ensino /aprendizagem, no âmbito da intervenção
precoce (CONSTANTINO et al, 2001).

5 O SACDI Mobile

A primeira versão do SACDI Mobile traz as principais telas, disponibilizando no


Menu Principal várias opções das quais se destaca o botão “Atividades” que leva os
usuário ao Menu Atividades, onde as atividades são subdivididas nas categorias
“Alfabetização”, “Lógica e Matemática”, “Colorir” e “Cuidados Pessoais”, sendo
funcional nesta primeira versão apenas as atividades de Alfabetização. É importante
frisar que os botões em tons de cinza representam funcionalidades ainda não disponíveis
nesta versão do SACDI Mobile.

5.1 Visão Geral

As telas do SACDI Mobile foram desenvolvidas para proporcionar aos usuários


um ambiente atrativo e de fácil utilização, com uso de imagem coloridas e legendas nos
botões, pensando em melhor atender as crianças com deficiência intelectual.
10

A primeira tela apresentada aos usuários é a tela do login (Figura 1), onde é
apresentado o nome do sistema e disponibilizado campos para digitação de login e
senha para acesso ao sistema e os botões “entrar”, caso o usuário queira acessar o
sistema, e “fechar”, para fechar o aplicativo. Quando o usuário informa os dados de
acesso e clica em “entrar” é realizada a verificação dos dados, sendo liberado o acesso
como “aluno” ou “professor”, dependendo do perfil associado ao usuário, ou é exibida
uma mensagem informado a invalidade do(s) dado(s) informado(s).

Figura 1 – Tela de login

Após realizar o login será apresentado o Menu Aluno (Figura 2) para usuários com
perfil de Aluno, ou Menu Professor (Figura 3) para usuários com perfil de Professor.
Com exceção dos botões “Gerenciar” e “Relatórios” restritos ao perfil de Professor e do
botão “Minhas Estatísticas” restrito ao perfil de Aluno, os demais são comuns a todos os
usuários.

Figura 2. Tela Menu Aluno Figura 3. Tela Menu Professor

O botão “Atividades” direciona o usuário a tela do “Menu Atividades”, já o botão


“Minhas Estatísticas” deverá apresentar as estatísticas do aluno “logado” e o botão
“Relatórios” apresentar opções de emissão de relatórios de um ou mais alunos. Temos
também os botões “Opções” e “Sobre”. Bem como o botão “Gerenciar” que deve
permitir a inclusão, edição e exclusão de cadastro de alunos. Por fim, temos o botão
“Sair” que retorna para tela inicial de login.
O “Menu Atividades” (Figura 4), com os botões “Alfabetização”, “Lógica e
Matemática”, “Colorir” e “Cuidados Pessoais” correspondentes as categorias de
11

atividades previstas para o SACDI MOBILE. Entretanto, o protótipo do sistema


disponibiliza apenas atividades de alfabetização.

Figura 4. Tela Menu Atividades Figura 5. Tela Atividades de Alfabetização

O botão “Alfabetização” leva o usuário à relação de atividades de alfabetização. A


Figura 5 mostra a relação de atividades disponíveis nesta versão. Foram
disponibilizadas duas atividades que trabalham as letras e as sílabas.
A primeira atividade, denominada “Com que letra começa?”, apresenta uma
figura e a palavra correspondente a esta figura sem a primeira letra, onde o usuário deve
escolher dentre as opções a letra que completa a palavra, conforme Figura 6. A segunda
atividade, denominada “Com que sílaba começa?”, apresenta uma figura e a palavra
correspondente a esta figura sem a primeira sílaba, onde o usuário deve escolher dentre
as opções a sílaba que completa a palavra, conforme Figura 7.

Figura 6. Atividade “Com que letra Figura 7. Atividade “Com que sílaba
começa?” começa?”

Ambas as atividades buscam trabalhar o método alfabético, onde a alfabetização é


realizada através do ensino da letra, depois das sílabas, com o estudo das famílias
silábicas, e por fim a formação de palavras com a junção das sílabas.
A utilização de imagens não faz parte do método alfabético, mas em se tratando
de crianças, ainda mais crianças com deficiência intelectual, considerou-se importante a
utilização de ilustrações para melhor aproveitamento das atividades.
Nas ilustrações a seguir, são apresentadas as telas que são mostradas aos usuários
dependendo de sua resposta para cada atividade. Ao escolher a alternativa correta é
apresentada a tela com a mensagem “Muito bem, você acertou!” (Figura 8), com o
botão “Continuar” apresentando ao usuário a próxima atividade.
12

Quando a resposta do usuário não estiver correta é apresentada a mensagem


“Você errou, tente novamente!” (Figura 9), com os botões “Tentar novamente” que
permite realizá-la novamente e “Continuar” que apresenta a próxima atividade.

Figura 8. Tela “Muito bem, você acertou!” Figura 9. Tela “Você errou, tente
novamente!”
Ao final, quando o usuário concluir todas as atividades, será exibida tela com
mensagem “Parabéns, você concluiu com sucesso!” parabenizando pela conclusão e
disponibilizando botão “Menu Atividades” que permite retornar para o menu das
atividades.

6 Conclusão

Através deste trabalho foi apresentado o SACDI Mobile – Software de Apoio à


Alfabetização de Crianças com Deficiência Intelectual. Para que o desenvolvimento
fosse possível foi necessário realizar estudos sobre a deficiência intelectual, a
alfabetização de crianças com deficiência intelectual, os recursos e softwares
educacionais, e por fim foi realizada a modelagem do sistema, com apresentação dos
diagramas e telas do aplicativo a partir de prints do emulador Android.
Os estudos realizados fundamentam a proposta do sistema, demonstrando a
importância do uso de recursos tecnológicos na educação de modo geral, como também
na educação de crianças com deficiência intelectual. Para fins de definição da
tecnologia utilizada foi primordial observar os avanços tecnológicos, principalmente na
área da tecnologia móvel, com a grande expansão da utilização do sistema operacional
Android. Considerou-se também a distribuição de tablet pelo Governo Federal para
todas as escolas do país.
O desenvolvimento do SACDI MOBILE vai além da construção de um software,
buscou-se oportunizar as crianças com deficiência intelectual a utilização de um recurso
desenvolvido especificamente pensando em suas necessidades, contribuindo para
melhoria da qualidade de vida, para sua inclusão na escola e na sociedade.
13

7 Referências Bibliográficas

BORGES CA, Cezar A. Educação Infantil e Alfabetização: Técnicas de


Alfabetização. Instituto Superior de Educação do Vale do Juruema. Juina/MT, 2011.

BORGES JAS, José A. dos S. Projeto Dosvox, 2013. Disponível em:


http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/ferramentas.htm, Acesso em: 01 de fevereiro de
2013.

CARVALHO, Erenice N. S.; MACIEL, Diva Maria M. de A. Nova concepção


de deficiência mental segundo a American Association on Mental Retardation –
AAMR: Sistema 2002. XXXII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Psicologia, Florianópolis/SC, 2002.

CINTRA, R. C. G. G.; JESUINO, M. S.; PROENÇA, M. A. M.


Aprendizagem do Deficiente Intelectual com a Utilização de Recursos da
Informática: Experiência com Alunos de Salas de Recursos Multifuncional da
Rede Municipal de Ensino de Campo Grande/MS. Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, 2010.

CONSTANTINO, Jorge; COTRIM, Luísa e FERREIRA, Teresa. Os Jogos da


Mimocas: Um Software Educativo para a Promoção do Acesso, das Crianças
com Deficiência Mental, aos Processos de Ensino / Aprendizagem, no Âmbito da
Intervenção Precoce. 2001.

CRUZ, Maria Lúcia R. M. Ambiente Virtual de Aprendizagem e


Letramento para Alunos com Deficiência Intelectual. Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2011.

DOMICIOLI, Amauri Oliveira et al., Métodos Tecnológicos de Inclusão


Digital para o Aluno Deficiente Intelectual: Uma Análise Teórica e Prática que
Contribui para a Educação Inclusiva. Instituto Superior de Tecnologia do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro/RJ, 2010.

FALCONI, Eliane R. M. e SILVA, Natalie A. S., Estratégias de Trabalho


para Alunos com Deficiência Intelectual AEE: Atendimento Educacional
Especializado – AEE. 2010.

GALVÃO FILHO, Teófilo A. e DAMASCENO, Luciana L., Tecnologia


Assistiva para Autonomia do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais.
Revista INCLUSÃO, Brasília: Secretaria de Educação Especial do Ministério da
Educação (SEESP/MEC), ano 2, n. 02, p. 25-32, 2006.

MARQUES, Mayra M. Software Educacional para Auxílio na


Alfabetização de Deficientes Mentais. Fundação de Ensino “Eurípedes Soares da
Rocha”. Marília/SP, 2005.

MENEZES, E. C. P.; CARVALHO, R. C; MUNHOZ, M. A. Atendimento


Educacional Especializado para alunos com Deficiência Mental. Curso E-proinfo
– Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria/RS, 2006.
14

MICROSOFT; EDUCAÇÃO, Ministério da. Tecnologia Assistiva nas


Escolas: Recursos básicos de acessibilidade sócio-digital para pessoas com
deficiência. Instituto de Tecnologia Social Brasil. São Paulo/SP, 2008.

RYBENÁ. Organização do Grupo - Instituto Centro de Pesquisa e


Desenvolvimento em Tecnologia de Software. 2012. Disponível em:
http://www.grupoicts.com.br/?pg=paginas&area=acessibilidade, Acesso em: 30 de
agosto de 2012.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Como chamar as pessoas que têm deficiência?


São Paulo/SP, 2005.

View publication stats

Você também pode gostar