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Fórmulas ................................................................................................................................................. 33
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INTRODUÇÃO
Nesta segunda parte dos Princípios de Administração Financeira, abordaremos os princípios de
alavancagem financeira e operacional, bem como a formatação de orçamento para a administração
financeira de curto e longo prazos.
- Básico, em que os conceitos gerais de orçamento e a gestão de caixa de curto prazo são suficientes
- Intermediário, em que se pede explicitamente as questões de alavancagem, de forma que precisamos falar
de administração financeira de longo prazo (estrutura de capital)
- Completo, em que se adiciona análise de balanços com foco em Administração Financeira (não com foco
em contabilidade ou AFO pública).
O aluno que estiver estudando para concursos com o curso completo, verá bastante interseção entre as
matérias, mas é importante, pois são complementares e nós sempre fazemos material completo, com toda
a matéria, para que o aluno não precise ficar abrindo outros PDFs para acessar a teoria.
Outra questão importante é a curadoria das questões, pois praticamente não há questões específicas sobre
administração financeira privada nos bancos de dados, é necessário descobri-las em meio às centenas de
milhares de questões da AFO e Contabilidade. Fazemos isso para os alunos focarem exclusivamente no tipo
de questão específica para administração financeira geral.
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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ALAVANCAGEM
Alavancagem remete ao efeito de uma alavanca, que significa multiplicar o esforço aplicado. Em termos de
finanças, quando tratamos de alavancagem, estamos sempre falando de lucros e lucratividade, do
percentual de lucros em relação ao patrimônio líquido (esforço aplicado pelo acionista), já quando falamos
de alavancagem em termos operacionais também se trata de lucro, porém o esforço aplicado é o esforço
de vendas.
Dependendo do concurso, é possível que o aluno veja esse conteúdo, um pouco modificado, em aulas de
análise de balanços. Se for o seu caso, não é necessário repassar a teoria, podendo ir diretamente aos
exercícios. A opção por manter as matérias sempre completas é para respeitar os hábitos de estudo dos
alunos, que preferem ter sempre à mão, no mesmo material, a teoria completa junto com os exercícios.
Em essência a alavancagem operacional quer avaliar qual o ganho adicional no lucro operacional (LAJIR,
lucro antes dos juros e IR) para cada nova unidade de receita adicionada.
É importante esse cálculo, pois se descobrirmos que a receita adicional gera lucros decrescentes (ou a uma
taxa decrescente) pode ser melhor não aumentar a produção e o esforço de venda.
Na construção das planilhas para cálculo de alavancagem operacional costuma-se dividir os elementos de
custos e despesas em 2 partes, a parte FIXA, que não muda em relação à receita, e a parte variável, que
muda em relação à receita (guarda até certa proporcionalidade).
Não é uma construção idêntica à que se observa na Demonstração de Resultados, mas é bem parecida,
conforme já vimos na parte inicial destas aulas de Administração Financeira. Na falta de informações
precisas sobre qual a parte do custo ou da despesa que é fixa ou variável, vale usar o Custo da Mercadoria
Vendida (CMV) como variável e as despesas gerais como parte fixa.
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Atual 10% 20% -10% -20%
Receitas Líquidas 1.000 1.100 1.200 900 800
CMV - custos variáveis (400) (440) (480) (360) (320)
Margem de contribuição 600 660 720 540 480
Custos fixos (400) (400) (400) (400) (400)
Lucro antes do IR e Juros 200 260 320 140 80
Este é um orçamento de resultados, considerando vários cenários possíveis para as receitas, de um cenário
base de R$ 1.000, para uma redução ou alta de até 20%.
Perceba que, a partir da receita atual, um aumento de R$ 100 (10%) na receita faz com que o lucro cresça R$
60 (aumenta 30%, indo de 200 para 260), assim como uma queda de 10% faz com que o lucro caia 30% (indo
de 200 para 140).
Dizemos que o grau de alavancagem dessa empresa é de 3 vezes, ou seja, PARA AQUELE PATAMAR
INICIAL DE RECEITA, um incremento de 1% nas vendas gerará um incremento de 3% no lucro operacional.
É importante colocar que esse cálculo sempre depende do patamar inicial, da receita
esperada ou atual.
Agora podemos calcular os graus de alavancagem. É fundamental termos as fórmulas bem decoradas!
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260 − 200
200 0,3
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐺𝐴𝑂 = = = 3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠
1.100 − 1.000 0,1
1.000
600
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐺𝐴𝑂 = = 3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠
200
Perceba que a partir de fórmulas diferentes, chegamos ao mesmo resultado. Muitas vezes nas questões de
prova, saber a fórmula certa agiliza bastante as coisas.
Aqui vale um parêntese. Pode parecer que isso sempre crescerá, nessa mesma proporção, porém não é
como a coisa acontece na prática.
As empresas costumam trabalhar no máximo possível de suas capacidades, quando aparece capacidade
ociosa é porque a economia arrefeceu e os investimentos feitos deixaram as fábricas com bem mais
capacidade do que o mercado consegue absorver.
Quando as empresas estão no limite de suas capacidades, até podem fazer um esforço para elevar a
produção, sem grandes investimentos, em 5% ou 10%, aumentando os turnos, comprando mais matéria
prima, melhorando a produtividade etc., isso, em geral, não entra como custo FIXO, mas como variável.
Ainda que a relação não seja tão linear, pois um terceiro turno à noite trará adicional noturno, de forma que
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o custo variável será um pouco maior, a alavancagem operacional AINDA deverá trazer benefícios, ou seja,
amplificar os ganhos com a nova receita.
Ocorre que, se há necessidade de subir de patamar de produção, a partir do estado atual em que a fábrica
está operando com 90% a 100% da capacidade, será necessário investimento de capital mais pesado, o que
incorrerá no aumento dos ativos fixos, das depreciações, da curva de aprendizado etc.
Então, a partir de determinado patamar, para subir de forma significativa as vendas, poderá ser necessário
mudar o nível de custos fixos, com investimentos em ativos permanentes.
O conceito completo de alavancagem financeira é matéria para tópicos mais avançados de finanças, onde
se discute a teoria da firma, impacto do Imposto de Renda, irrelevância dos dividendos, proposições de
Modigliani-Miller, WACC etc.. Neste ponto trataremos apenas dos cálculos simples relacionados ao tema e
que tratam exclusivamente do que se costuma pedir em provas de Administração Financeira.
Atual Nova
Ativos totais 1.000 1.000
Patrimônio Líquido 600 400
Passivo Exigível 400 600
Juros pagos 60 90
A empresa tem duas estruturas de capital, a atual e a desejada. Na atual, seu grau de endividamento é de
40% (400/1.000), na desejada será de 60% (600 de passivo, para 1.000 de ativos totais).
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𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 400
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 = = = 40%
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 1.000
O aluno pode se questionar porque motivo a empresa gostaria de aumentar seu grau de endividamento. É
exatamente esse o ponto da alavancagem financeira. Caso a dívida custe MENOS do que o retorno
proporcionado, vale a pena se endividar.
Ainda sobre as estruturas de capital apresentados, consideremos que a empresa tenha um lucro operacional
(LAJIR - Lucro antes dos juros e do Imposto de Renda) de R$ 200 (que não muda com a alteração da estrutura
de capital), e que paga juros de 15% ao ano. Qual o resultado esperado para ambas as estruturas?
Atual Nova
LAJIR 200 200
Juros (60) (90)
LAIR 140 110
IR (não há) - -
Lucro Líquido 140 110
Retorno sobre Ativo ROA 14,00% 11,00%
Retorno sobre Ativo PL 23,33% 27,50%
O LAIR - Lucro Antes do Imposto de Renda - cai de 140 para 110, pois há um endividamento maior (de 400
para 600), significando um pagamento de juros indo de 60 (15% x 400) para 90 (15% x 600).
O retorno sobre os ativos ROA (return on assets) e sobre o patrimônio líquido ROE (return on equity), no caso
atual (considerando que não há imposto de renda, ou seja LAIR = Lucro Líquido), seriam:
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Perceba que, mesmo com uma QUEDA no lucro, há um aumento nos ganhos sobre o patrimônio líquido (de
23,3% para 27,5%).
Uma das fórmulas mais comuns, envolvendo contas patrimoniais, para cálculo do GRAU de alavancagem
financeira é:
𝑅𝑂𝐸
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐺𝐴𝐹 =
𝑅𝑂𝐴
A interpretação do GAF é que, se for igual a 1, a alavancagem será nula (o que significa que o ROE é igual ao
ROA, o que só é possível se A=PL, ou seja, não há dívida). Se for menor que 1 significa que a alavancagem é
desfavorável (esse caso é raríssimo, pois significaria passivo negativo, sem que seja chamado de ativo), se
for acima de 1, é favorável.
Há um modelo para cálculo da alavancagem financeira, que é introduzido no conceituado livro Corporate
Finance do Stephen Ross.
Essa fórmula mede a diferença percentual entre o LAIR com e sem alavancagem (é essencialmente a
diferença de juros).
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As fórmulas são as seguintes:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
Como exemplo, imaginemos uma empresa com lucro operacional (LAJIR) de R$ 1 milhão em determinado
ano, suponha que sua despesa com juros seja de R$ 100.000. Naturalmente, como não há imposto de renda,
seu lucro líquido será R$ 900.000.
1.000.000
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 1,11
1.000.000 − 100.000
Isso significa que um aumento de 1% no LAJIR representará um aumento de 1,11% no lucro líquido.
Temos, portanto, duas fórmulas que relacionam a variação do lucro líquido com a variação do lucro
operacional e com a variação da Receita:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐺𝐴𝐹 =
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
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𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐶𝑜𝑚𝑏𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎 =
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
Atual
Receitas Líquidas 1.000
CMV - custos variáveis (400)
Margem de contribuição 600
Custos fixos (400)
Lucro antes do IR e Juros 200
Despesa de juros 90
Margem líquida (LL) 110
GAO 3,00
GAF 1,82
GAC 5,45
Mostrando os cálculos:
O GAC é a multiplicação dos dois, mas há outra forma de ver, que nos indica o significado do grau de
alavancagem combinado.
Isso dá uma ideia do significado do GAC, indica que, para cada 1% de variação na margem de contribuição
haverá 5,45% de variação na margem líquida. Perceba que ele realmente incorpora os resultados das
alavancagens operacional e financeira.
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O aluno, nesse momento, pode achar a matéria complexa, ou acreditar que terá
dificuldade para memorizar tantas fórmulas. E tem razão, essa matéria, como quase todas
da área financeira, não se aprende apenas "lendo", mas praticando. Não há outra forma
de fazer essa matéria ficar simples, exceto fazendo MUITOS exercícios, mesmo os mais
fáceis.
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2 - Administração Financeira de Longo Prazo (Orçamento de Capital)
Já tratamos de orçamentos de fluxo de caixa de curto prazo, agora adotaremos um orçamento anual para
os exemplos a seguir, para um planejamento orçamentário de 5 anos (comum no planejamento estratégico
de empresas médias e grandes).
A lógica para orçamentos anuais é a mesma utilizada para formatar orçamentos mensais, muda,
essencialmente, a periodicidade das revisões e do acompanhamento.
Os orçamentos plurianuais costumam dizer respeito ao plano estratégico das empresas, enquanto os de
prazo menor (mensais ou até diários) tratam da execução tática das diretrizes estratégicas.
Como já vimos, há autores que partem da Receita Bruta e consideram os impostos diretos sobre a receita
como “custos” da mercadoria vendida. NÃO VAMOS adotar esse modelo, pois basta uma breve pesquisa
no site da CVM para ver que as Companhias Abertas, as principais empresas do Brasil, nem informam nas
demonstrações financeiras padronizadas (DFPs) sua Receita Bruta.
Como já dissemos, se o governo pudesse, esse dinheiro nem transitaria nas contas das Companhias. Aliás,
o modelo de substituição tributária, em que um contribuinte maior e mais fácil de fiscalizar, acaba por reter
o imposto do contribuinte menor (explicado de forma simplificada), é um indicativo de que o FISCO nem
considera esses impostos diretos como receita da Companhia.
Isso não vai mudar nossas análises, até porque, do ponto de vista prático, tanto faz se eu vou retirar o custo
com impostos diretos da base de cálculo da receita líquida ou da margem de contribuição, o resultado desta
última será o mesmo. Veremos adiante.
Via de regra, essa “primeira linha” do orçamento deve ser projetada sem qualquer viés, nem otimista, nem
conservador, pois dela partirão todas as outras destinações possíveis dentro do orçamento.
Se a projeção for otimista, provavelmente haverá espaço para mais gastos nas outras rubricas do
orçamento, o que poderá gerar transtorno para as áreas se houver frustração de receitas.
Por outro lado, um orçamento conservador pode deixar as áreas engessadas, sem possibilidade de projetar
e planejar investimentos importantes para o crescimento da empresa.
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Deve-se partir, portanto, de um orçamento “sem viés”. A partir deste, podem ser criados cenários, os mais
diversos, para fazer o que se chama comumente de “teste de estresse”, ou seja, piorar bastante as premissas
para ver como o orçamento se comportaria.
A CVM tinha uma deliberação, criada após a crise de derivativos de 2008, que exige que as Companhias
apresentem testes de estresse para os derivativos que não sejam para proteção (hedge) com pioras de 25%
e 50% nas premissas de futuro (para dólar, juros, inflação etc.). Apesar de ter sido revogada, ainda é comum
nos Formulários de Referências e Demonstrações Financeiras.
É também comum testar cenários otimistas, não para efeitos de regulação, mas para conforto dos
investidores, para que saibam que sua remuneração tem alguma probabilidade de ser maior do que a
apresentada no orçamento padrão.
Exemplo de como calcular um retorno esperado a partir das probabilidades dos cenários.
Se a chance de um retorno de R$ 1 milhão (cenário base) for de 40%, de um prejuízo de R$ 1 milhão (entra
NEGATIVO, cenário pessimista) for de 30% e de retorno de R$ 2 milhões (cenário otimista) for de 30%,
teremos o seguinte resultado esperado (ponderado pelas probabilidades):
Para empresas com histórico confiável e amplo de resultados de vendas, o orçamento de receita costuma
estar associado a modelagens estatísticas (projeções a base de regressão linear) ou simplesmente com base
na experiência passada dos orçamentos e dos profissionais de vendas.
Se o setor for bastante consolidado e pouco volátil, como distribuição de energia elétrica por exemplo, o
orçamento de receita costuma ser bastante preciso, dependendo de variáveis que podem oscilar fora dos
parâmetros projetados, mas de forma controlada e ordenada.
Variáveis como crescimento do PIB, crescimento da renda per capita, em especial para a região em que a
empresa de distribuição de energia está localizada, são utilizadas nas previsões de receitas.
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Sempre lembrando que, normalmente, as variáveis macroeconômicas JÁ SÃO líquidas de inflação, ou seja,
quando se fala de previsão de crescimento do PIB ou da Renda, já se está falando de crescimento REAL, ou
seja, acima da inflação.
Isso é importante, pois se o orçamento for NOMINAL, o crescimento do PIB deverá ser acrescido do
aumento inflacionário, que impactará preços dos produtos e custos.
Minha experiência mostra que, quando se trata de orçar projetos de investimentos para longo prazo,
costuma-se trabalhar com moeda estável, ou seja, fazer o orçamento em termos REAIS e não nominais
(desconsiderando o efeito da inflação nos números). Porém, quando o orçamento é criado para controles
de curto prazo, suas variáveis estão em valores nominais, considerando a inflação, pois as notas fiscais a
pagar precisarão ser comparadas e cotejadas com o orçamento previsto (nominal).
Quando se trata de um projeto NOVO, as incertezas aumentam bastante, pois não há base de dados da
própria empresa para estimar as vendas futuras.
Nesse caso vale a pesquisa de mercado, que vai levantar o público alvo potencial (quantidade e capacidade
de compra), de acordo com questões socioeconômicas, geográficas, demográficas etc., analisar a
concorrência e as vendas de produtos semelhantes na região alvo, buscando identificar qual o percentual
de mercado (market share) a empresa conseguirá atingir quando lançar o produto neste mercado etc.
Para nosso exemplo de orçamento plurianual (5 anos), vamos adotar as seguintes premissas:
Nesse modelo de projeção, tomamos como base o ANO ZERO e projetamos o crescimento do PIB do setor
de acordo com os valores descritos. Esse crescimento que está na planilha é REAL, já descontada a inflação.
Projetamos a inflação e também o diferencial que achamos ser possível colocar no preço, além da inflação.
Alguns orçamentos mais simples, apenas projetam os crescimentos das quantidades vendidas e dos preços
de acordo com a experiência passada, nesse caso vamos adotar o modelo mais complexo.
O crescimento do PIB impactará a quantidade vendida. Já a inflação, mais o diferencial de preço, impactarão
no preço de venda projetado.
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Vejamos, com base no REALIZADO no ano zero, como ficariam as projeções:
Perceba que os percentuais reais de crescimento das receitas não “batem” com a soma dos percentuais das
premissas anteriores, isso é porque a taxa de crescimento das quantidades é impactada também pela taxa
de crescimento dos preços (cresço 4% no preço sobre uma base 2,4% maior, por exemplo, no ano 1, isso dá
cerca de 6,5% a mais na receita total).
Dessa forma, os R$ 1.740.000 passariam a ser R$ 1.781.760 (2,4% superior, que é o crescimento projetado
do PIB do setor), porém esse valor projetado seria EM VALORES DE HOJE, sem perda de poder aquisitivo.
Vale colocar que alguns autores separam vendas em “pulverizadas” e “concentradas”. Exemplo de vendas
pulverizadas são aquelas em que muitas unidades são vendidas a preços baixos. Essas vendas costumam
ser projetadas com auxílio de estatísticas. As vendas concentradas ocorrem quando poucas unidades têm
muito impacto nos resultados, como é o caso da indústria de aviação. Ás vezes 1 contrato é responsável por
60% da receita. A perda desse contrato costuma trazer sérios problemas de caixa. Essas receitas costumam
ser projetadas com base nos contratos fechados e em andamento, e a probabilidade de virem a se
concretizar na íntegra, ou de serem cancelados ou reduzidos. É uma análise qualitativa, raramente se usa
estatística de projeção nesses casos.
Vamos continuar exemplificando com dados nominais (considerando o efeito da inflação nas projeções).
Normalmente é o CMV – Custo da Mercadoria Vendida. Nesse ponto é fundamental buscar APENAS os
custos que variam diretamente, ou de forma muito próxima, com a receita.
Vamos imaginar que nosso exemplo se refira a gêneros alimentícios. O custo da mercadoria vendida,
normalmente, é obtido diretamente dos balancetes da empresa, alguma média, em termos de CAIXA, que
possa demonstrar o custo unitário médio dos gêneros alimentícios vendidos (considere o valor da saca, por
exemplo).
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Esse item de projeção é DEPENDENTE do orçamento de receitas, pois a quantidade vendida deverá
coincidir com a quantidade baixada no estoque. A empresa deverá avaliar somente o custo individual e as
premissas para os anos seguintes.
Vamos utilizar as mesmas premissas para o PIB do setor (que não serão usadas, pois impactam APENAS a
quantidade vendida, que já foi calculada na receita), a inflação esperada, mas colocaremos um diferencial
no preço do insumo um pouco maior, por exemplo, por uma previsão de quebra de safra nos dois primeiros
anos (o custo subiria).
Importante notar que PIB e Inflação são dados macroeconômicos, já o diferencial de preço, é associado
diretamente à capacidade da empresa de repassar os custos ao consumidor.
Perceba que há uma alta forte por previsão de quebra de safra nos dois primeiros anos (talvez uma
expectativa de El niño, La niña, ou outros fenômenos climáticos devastadores nesses anos). No ano 3, com
a volta à normalidade, os preços dos insumos (custos) baixam.
Essas técnicas são fundamentais para montagem de orçamentos de capital, porém o que
é necessário saber para provas, é essa diferença entre crescimento real e crescimento
nominal.
A Margem de Contribuição
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Receita líquida 1.853.030 1.976.417 2.117.901 2.226.438 2.338.469
A margem de contribuição para o ano 1 seria de R$ 864.154, calculada pela subtração do CMV total da
Receita Líquida, e a margem percentual seria de 46,63% da receita líquida. Essa margem cai bastante no
ano 2 e volta a crescer atingindo um equilíbrio nos anos 4 e 5 (49%), pois a evolução dos custos unitários
está igual à evolução da receita.
A discriminação dos custos variáveis é fundamental para o cálculo da Margem de Contribuição, porém, para
o cálculo de outra entidade orçamentária importante, o lucro bruto, precisamos colocar a parcela NÃO
variável dos custos na conta.
Imaginemos, por hipótese, que os custos de mão-de-obra direta possam ser incorporados integralmente
nos custos variáveis, assim como o custo dos insumos das fábricas, luz, gás etc.
Perceba que consideramos fixos MESMO os custos, não estão variando, isso porque é uma depreciação
calculada com base em investimentos já feitos. Qualquer empresa consegue fazer uma projeção da
depreciação dos investimentos já realizados sem dificuldade.
Por que a depreciação é considerada um custo e não uma despesa? Porque é depreciação sobre investimentos
feitos diretamente na parte produtiva (fábrica, softwares etc.).
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Há uma linha que, por enquanto, vamos deixar sem preenchimento, que é a depreciação do investimento
novo (CAPEX – Capital Expenditure), que será abordado melhor quando falarmos de orçamento de
investimentos.
Lucro Bruto
Normalmente é nesse ponto que se integram os orçamentos das outras áreas (fora da área operacional) da
empresa.
Não faz parte desta matéria detalhar orçamentos de marketing, de pesquisa e desenvolvimento, de
propaganda, de verbas de representação etc., essas questões são próprias da necessidade de cada área e
esses orçamentos costumam se basear nos objetivos e realizações do passado, normalmente se adequando
à realidade de receita projetada na parte operacional.
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O Orçamento integrado receberá todas as previsões de despesas de todas as áreas a vai compilar em uma
ou poucas linhas gerais de despesas. Em nosso exemplo, trataremos de forma geral como DESPESAS
FIXAS.
Ao contrário da depreciação sobre investimentos já realizados, as despesas fixas costumam ter alguma
variação, normalmente baseada na inflação. Despesas com energia, aluguéis de escritórios, limpeza ou
manutenção costumam variar de acordo com a inflação, mais ou menos.
Dessa forma, com base nas premissas já adotadas, partindo de um valor de R$ 400.000 de despesas fixas
no ano ZERO e aplicando a inflação projetada, teríamos:
Uma dúvida que os alunos costumam ter é sobre a aplicação do percentual de inflação na projeção. A
inflação projetada para determinado ano costuma ser um acumulado de 12 meses. Como estamos fazendo
uma projeção anual, por praticidade aplicamos diretamente a inflação projetada à base do ano anterior.
Não é perfeito matematicamente, mas é usual.
Temos agora condições de calcular, do ponto de vista orçamentário, o Lucro Operacional, também tratado
como LAJIR (lucro antes de juros e imposto de renda):
Note que a Margem é sempre calculada com base na receita líquida. Da receita líquida do ANO 1, o lucro
operacional da empresa representou uma margem de 13,39%.
𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
A próxima linha do orçamento será a do Resultado Financeiro, onde elementos não operacionais,
normalmente relacionados ao financiamento da empresa são colocados. Assim como no CAPEX,
deixaremos esse elemento ZERADO, pois será trabalhado no orçamento de investimentos ou de capital,
adiante.
Após o Resultado Financeiro temos o LAIR – Lucro antes dos impostos. Consideraremos a alíquota média
projetada de impostos sobre a renda em 34% do LAIR, dessa forma o lucro líquido projetado seria:
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Margem LAJIR 13,39% 11,19% 15,99% 19,51% 20,33%
O LAJIDA (lucro antes de juros, imposto de renda, depreciação e amortização) ou EBITDA (earnings before
interest, taxes, depreciation and ammortization) representariam o fluxo de caixa livre da empresa PARA
FAZER FRETE AOS COMPROMISSOS com os principais stakeholders (acionistas e credores).
A partir do Lucro Líquido retornamos a depreciação sobre o investimento atual, a depreciação sobre o
CAPEX, os impostos e o Resultado financeiro.
Por que retornamos essas despesas/custos? Por que a depreciação é uma despesa/custo contábil, mas não
é um desembolso de caixa. Portanto, para ajustar o fluxo de caixa, devemos retornar esse valor, pois ele
aumentaria a disponibilidade de caixa de empresa ou do projeto.
Já o retorno do IR, se dá por questões de Finanças Corporativas, pouco relevantes para Administração
Financeira. Quando retornamos o IR, significa que calculamos o fluxo de caixa suficiente para bancar ambos
os stakeholders que financiam a empresa, credores e acionistas.
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Em resumo, o que significa o LAJIDA? Significa o montante de caixa que estaria disponível para atender aos
acionistas e credores.
Quando tratamos de Finanças Corporativas, para análise de viabilidade de projetos, esse fluxo de caixa
(LAJIDA) precisa ser ajustado, uma vez que dos Impostos não se pode escapar.
Além disso, há dois fatores que costumam ser considerados no ajuste do fluxo de caixa para projeto
financeiro: Canibalização e Custo de Oportunidade.
Canibalização é a perda que a introdução de um novo produto impõe ao fluxo de caixa da empresa como
um todo. O lançamento do Chevrolet Meriva tirou vendas do Chevrolet Zafira. Essa perda precisa ser
contabilizada, ajustando o fluxo de caixa, para ver se, mesmo com a canibalização o negócio deve ir adiante.
O Custo de Oportunidade normalmente é considerado quando temos algum ativo aplicado, por exemplo
uma fábrica arrendada, que precisaremos retomar para operação própria. É preciso considerar a perda
(líquida de IR) desse fluxo de caixa para ver se o projeto compensa a perda.
Como estamos tratando mais de orçamentos empresariais, com base em negócios já consolidados, não
trataremos desses ajustes.
Normalmente em provas sobre orçamentação, o que se pede são conceitos, mais do que
cálculos. Porém, é difícil sedimentar os conceitos sem fazer as contas. Uma sugestão, caso
o aluno já não tenha feito isso, é procurar colocar todo o orçamento feito anteriormente
numa planilha de Excel e procurar calcular por conta própria. Isso deve ajudar inclusive a
encarar a complexidade dos orçamentos seguintes.
Para a formatação do orçamento de investimentos, vamos imaginar que, por hipótese, a empresa vá investir
R$ 100.000 por ano em novos equipamentos (depreciação em 5 anos, 20% ao ano), tomando dívida no não
ZERO para bancar o investimento, pagando juros de 10% ao ano (sem amortização da dívida, com
devolução do principal no Ano 5). A dívida será tomada no início do ano e o investimento será feito no início
do ano, de forma que a despesa de juros será apropriada ainda nesse ano (regime de caixa), assim como a
depreciação.
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Investimentos Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Dívida tomada 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000
Juros 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000
Amortização - - - - 500.000
CAPEX 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000
Depreciação CAPEX 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000
Tomaremos R$ 100 mil por ano, pagando 10% de juros (perceba que o montante aumenta a cada ano),
devolvendo os R$ 500.000 ao final. A amortização final quita os 500.000 devidos.
O impacto dos juros e da amortização no lucro líquido NÃO é integral, pois ambos são dedutíveis do IR,
portanto, apenas 66% desses valores impactarão o lucro líquido (100% - 34%).
22
Nesse momento, como professor também de finanças corporativas, reconheço que o
orçamento ficou complicado. Há uma notícia boa e outra ruim a respeito disso. A boa é
que dificilmente será necessário calcular um orçamento nesse nível de detalhe, a notícia
ruim é que, pelo menos, será necessário saber os efeitos, positivos ou negativos, que a
tomada de investimentos, pagamento de juros, quitação de empréstimos etc., terão no
fluxo de caixa das empresas.
Voltemos ao exemplo.
Tomemos o ano 1. A dívida tomada se cancela com o CAPEX, pois um é entrada de caixa e outro é saída.
O efeito dos juros é de R$ 6.600, pois pagamos R$ 10.000, porém é dedutível do IR, de forma que o impacto
no fluxo de caixa é NEGATIVO, em R$ 6.600.
IMPORTANTE. Na presença de Imposto de Renda (IR), o custo REAL do empréstimo tem que ser abatido
do benefício fiscal da dívida, que é calculado da seguinte forma:
Isso significa que o impacto REAL dos 10.000 de juros, por ser abatido da base de cálculo do IR, é de apenas
6.600 (10.000 menos o benefício fiscal da dívida).
Temos uma despesa de R$ 20.000 de depreciação, também dedutível, de forma que o impacto será de R$
13.200 NEGATIVO no fluxo de caixa.
Ocorre que, ao ajustarmos o fluxo de caixa, devemos RETORNAR as despesas com depreciação e
amortização, pois não representam desembolso de caixa.
23
Receitas Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Quantidade vendida 445.440 454.349 463.436 472.704 482.159
Preço de venda (líq) 4,16 4,35 4,57 4,71 4,85
Receita líquida 1.853.030 1.976.417 2.117.901 2.226.438 2.338.469
Como se vê, a diferença para o lucro líquido ANTES das atividades de investimento e DEPOIS, é exatamente
a que calculamos para as atividades de financiamento.
Ficará muito difícil acompanhar a construção desse orçamento sem que o aluno tente
reproduzir os cálculos em uma planilha eletrônica. Apesar de ser raro cair em provas um
cálculo complexo desses (é comum em Finanças Corporativas), reproduzir o orçamento
vai ajudar o aluno a sedimentar melhor os conceitos, estes sim, podem cair nas provas.
24
2.8 – Diferença entre CAPEX e OPEX.
A questão da necessidade de capital de giro para gestão financeira de curto prazo foi tratada na parte
anterior, aqui trataremos do efeito final no fluxo de caixa disponível para a empresa.
Vamos imaginar que a empresa tinha R$ 50.000 de capital de giro no ano zero e a administração passou a
exigir 6% da receita líquida como margem mínima de capital de giro.
Como se vê, a empresa terá que reter mais R$ 61.182 no primeiro ano para fazer frente à exigência de
manter em capital de giro, pelo menos, 6% da receita líquida (R$ 111.182). A cada ano esse patamar
aumenta um pouco, sempre em relação à própria receita.
Como já dito, as questões relativas à gestão da necessidade de capital de giro, no curto prazo, já foram
tratadas em oportunidades anteriores.
25
2.10 – Juntando tudo - Orçamento Global.
Fluxo operacional.
Esse lucro líquido está livre das atividades de investimento e de financiamento (foi calculado sem o impacto
do CAPEX novo e das despesas de juros).
É também conhecido como NOPAT (net operational profit after taxes), lucro operacional APÓS impostos.
Em tese, da operação atual, sem novos investimentos, essa seria a realidade de caixa livre aos acionistas (no
caso não há credores).
O efeito caixa FINAL das operações de investimento já foram demonstrados anteriormente. Ao aliarmos ao
fluxo de caixa operacional, temos o resultado acima.
26
Op+Inv+Caixa Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Operacional 183.781 185.997 283.577 366.731 413.715
Investimentos 200 400 600 800 499.000)
Variação Cap giro (61.182) (7.403) (8.489) (6.512) (6.722)
Fluxo Total 122.800 178.994 275.688 361.018 (92.007)
O fluxo final é precisamente o que sobrará para a empresa, com base no orçamento montado.
Fluxo Esquemático
Esse fluxo esquemático é um resumo de tudo o que vimos anteriormente e pode cair na
prova. Variações dele caíram em provas passadas. Seu uso e entendimento ficam mais
fáceis a partir dos exercícios.
27
Fluxo das Atividades Operacionais
Geração Interna de Caixa Variação Necessidade de Capital de Giro
+
Fluxo das Atividades de Investimento
Variação aplicações financeiras de longo
Variação Ativo Permanente
prazo
+
Fluxo das Atividades de Financiamento
Variação do Passivo Financeiro Variação do Patrimônio Líquido
=
Fluxo de Caixa Período
+
Saldo Inicial de Caixa
=
Saldo Final de Caixa
28
2.10 – Conceitos Relacionados a Projeções.
Sem entrar nas técnicas estatísticas das projeções, é importante saber diferenciar as principais
características das séries temporais.
Tendência - Procura captar elementos de longo prazo que influenciam a evolução do dado observado com
o tempo. Pode ser uma tendência de queda, de alta ou de estagnação.
Ciclicidade – Mostra se a evolução dos dados ao longo do tempo apresenta retorno à média ou à linha de
tendência. Caso haja oscilações evidentes em torno da linha de tendência, há ciclicidade temporal nos
resultados.
Sazonalidade – Procura identificar fatores regulares e recorrentes na série ao longo do tempo. Não é
reversão à média, pois a ciclicidade é algo que pode acontecer SEM algum fator regular identificável.
Além disso, as séries podem ser: Estacionárias (ou convergentes) ou Não-estacionárias (e divergentes).
Séries convergentes são aquelas que flutuam ao longo de uma mesma média ao longo do tempo.
Séries divergentes são aquelas que não convergem para a média ao longo do tempo.
Na série acima temos exemplos de sazonalidade, pois os picos e vales (máximos e mínimos) ocorrem em
períodos regulares (no caso de 12 meses), mas não temos ciclicidade, pois não há volta à média ou à linha
de tendência. Há tendência de alta, pois tanto os picos como os vales estão mais elevados a cada período.
29
3 - Fontes de Financiamento de Longo Prazo
As principais fontes de financiamento para projetos de longo prazo são o capital próprio (emissão de ações)
e dívida.
A emissão de novas ações se dá através de Ofertas públicas iniciais (IPO – Initial Public Offering) ou de ofertas
subsequentes (follow on).
Oferta primária – acontece quando a própria empresa é a vendedora das ações. Neste caso, há um aumento
real do capital social da empresa com emissão de novas ações e os recursos resultantes da venda são
canalizados para o caixa da empresa e utilizados em investimentos, financiamento de projetos ou outras
necessidades.
Oferta secundária – acontece quando um ou vários acionistas, que podem ser controladores da empresa
ou não, colocam seus papéis para a venda. Como são ações já existentes, não há qualquer modificação no
capital social da companhia. Neste caso, os recursos financeiros resultantes da venda são canalizados para
os acionistas vendedores e não para a empresa.
O que fica evidente é que a empresa SÓ se capitaliza em ofertas primárias, em ofertas secundárias quem se
capitaliza é o acionista vendedor, uma vez que o dinheiro entra para ele e não para a empresa
As ações de uma empresa podem ser ofertadas ao público em uma quantidade determinada por meio de
um processo disciplinado por lei e regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no caso de
ofertas públicas. Esse processo compreende várias etapas, que vão desde o levantamento das intenções do
mercado a respeito das ações que serão ofertadas até a negociação delas de fato.
30
Quando uma empresa faz sua primeira oferta pública de ações, essa operação recebe o nome de IPO (Initial
Public Offer). Mas se ela já tem o capital aberto e já realizou IPO, as novas ofertas são denominadas
subsequentes (follow-on).
31
pela instituição financeira. É um péssimo indicador, pois pode significar que a instituição financeira
apresentou a garantia firme de forma leviana, apenas para “forjar” uma demanda que não existia.
Debêntures
São valores mobiliários de renda fixa, representativos de dívida de médio e longo prazos de empresas.
As debêntures podem ser emitidas por sociedades por ações, de capital aberto ou fechado. Para que sejam
distribuídas publicamente, devem ser emitidas por companhias de capital aberto com prévio registro na
CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
São regidas (suas regras de emissão, distribuição etc.) pelas leis 6385/76 e 6404/76 e pela Resolução CVM
85/22, as debêntures dão aos seus detentores direito de crédito sobre a companhia emissora e possuem
características particulares de prazo e rentabilidade definidas em sua escritura de emissão. Essa escritura
especifica as condições da emissão, os direitos dos possuidores e os deveres da emitente, descrevendo
todas as características do papel: valor nominal; indexador pelo qual o valor é atualizado; prazo; forma de
cálculo; rentabilidade proposta pelo emissor; fluxo de pagamento; e condições que devem ser obedecidas
pela companhia emissora ao longo da vida útil do ativo.
Há duas formas de debêntures: nominativas ou escriturais. Quanto à classe, podem ser simples, conversíveis
(normalmente conversíveis em instrumentos patrimoniais, como ações) ou permutáveis, além de poder ter
garantia real, flutuante (situação em que se trocam as garantias ao longo do contrato), quirografária (sem
garantia real) ou subordinada (que não tem prioridade no recebimento).
O valor nominal das debêntures é atualizado ao longo da existência do título, de acordo com as
características previamente estabelecidas na escritura de emissão. Os negócios realizados com debêntures
no mercado secundário podem ser diferentes do seu preço na curva, em função das condições de mercado
e liquidez, o que dá origem aos preços de negociação. Além disso, por determinação do Banco Central, os
investidores institucionais são obrigados a marcar suas carteiras a mercado.
As debêntures podem ter cláusulas com exigências sobre determinadas condições financeiras da empresa.
Podem exigir múltiplos máximos de endividamento, ratings mínimos entre outros itens que assegurariam a
saúde da empresa tomadora do empréstimo. Essas cláusulas são conhecidas como covenants, e
normalmente a punição para a empresa é a antecipação do vencimento da dívida.
É comum ver empresas descumprirem esses covenants, mas como as dívidas costumam ser bem relevantes,
os detentores dos papéis, reunidos em Assembleia Geral de Debenturistas, podem optar por dar um waiver
(autorização) para a Companhia descumprir os covenants. Normalmente repactuam as taxas de juros.
32
FÓRMULAS
Grau de Alavancagem 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % 𝑑𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝐴𝑂 =
Operacional GAO 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % 𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎
Grau de Alavancagem 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 (𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)
𝐺𝐴𝑂 =
Operacional GAO 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟 𝑜𝑢 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)
Grau de Alavancagem 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠
𝐺𝐴𝑂 = 1 +
Operacional GAO 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
Grau de Alavancagem 𝑅𝑂𝐸
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
Financeira GAF 𝑅𝑂𝐴
Grau de Alavancagem 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝐺𝐴𝐹 =
Financeira GAF 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
Grau de Alavancagem 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝐴𝐹 =
Financeira GAF 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
Grau de Alavancagem 𝐺𝐴𝐶 = 𝐺𝐴𝐹 × 𝐺𝐴𝐶
Combinada GAC
Grau de Alavancagem 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠
𝐺𝐴𝐶 =
Combinada GAC 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
Grau de Alavancagem 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜
𝐺𝐴𝐶 =
Combinada GAC 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
33
LISTA DE QUESTÕES
As matérias de Administração Financeira estão se tornando mais comuns nos últimos anos em diversos
concursos. Desde concursos para tribunais de contas até para órgãos de controle, consultoria e de
arrecadação.
Porém, infelizmente, o histórico de questões é muito pobre e bem confuso. O aluno que tiver acesso aos
principais bancos de dados de questões, verá que quando se trata de Administração Financeira e
Orçamento, quase a totalidade das questões diz respeito a AFO no setor público.
Além disso, há três áreas que se confundem na hora de classificar as questões: Finanças Corporativas,
Contabilidade (Análise econômica e financeira) e Administração Financeira e Orçamentária propriamente
dita. Isso dificulta ainda mais os filtros, pois às vezes a questão é própria de Administração Financeira (como
algumas questões de alavancagem e gestão de caixa) outras é mais adequada à contabilidade pura (CPCs,
formas de contabilizar, interpretação de notas etc.).
Diante dessa dificuldade, é necessário trazer questões de concursos mais antigos e de várias bancas para
cobrir toda a matéria, além de propor questões inéditas, quando necessário para fixação dos temas. Além
de fazer uma curadoria para filtrar as questões relevantes para os alunos.
Os alunos que estiverem fazendo concurso que engloba Administração Financeira e Análise Financeira e
Econômica (de balanços) DENTRO de Administração geral, verão muita interseção entre as matérias,
porém isso é positivo, pois os estudos se reforçam e os exercícios são complementares.
As questões a seguir misturam questões bem recentes, com uma miscelânea de questões anteriores a 2015,
para cobrir toda a necessidade da matéria. Fique atento a aulas extras ou específicas para o seu concurso e
sua banca.
34
Assinale a alternativa que apresenta o Grau de Alavancagem Operacional GAO, caso a empresa consiga
aumentar em 20% a quantidade vendida, mantendo-se constantes o preço de venda e as despesas fixas e
variáveis.
A) 3,0
B) 2,7
C) 2,5
D) 2,0
Calcule o valor do EBITDA com os dados abaixo: Despesas com Vendas: 2.000,00 Despesas Gerais: 4.000,00
Despesas Administrativas: 1.500,00 Despesas com Depreciação: 1.000,00 Despesas com Amortização:
500,00 CMV: 2.000,00 Receita Operacional Líquida: 30.000,00
A) 19.000,00
B) 20.500,00
C) 20.000,00
D) 23.000,00
A capacidade de administração dos gestores é condição necessária para que um empreendimento, através
de seus fatores de produção, em especial o capital empregado, gere valor para a empresa. A partir das
informações disponibilizadas abaixo, identifique o EVA – Valor Econômico Agregado gerado pelo
empreendimento.
A) Positivo de R$ 90.000,00.
35
B) Positivo de R$ 320.000,00
C) Negativo de R$ 90.000,00.
D) Negativo de R$ 320.000,00.
E) Positivo de R$ 230.000,00.
A) exclusivamente o endividamento de curto prazo da empresa, e pode ser obtido, apurando-se o saldo
resultante da subtração das despesas financeiras do total das receitas financeiras, em períodos inferiores a
12 meses.
B) a presença de capital de terceiros na estrutura de capital da empresa, podendo ser obtido pela divisão do
LAJIR (Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda) pelo LAIR (Lucro Antes do Imposto de Renda).
C) o risco de inadimplência ou insolvência da empresa, podendo-se dizer que uma empresa está
“alavancada” quando apresenta patrimônio líquido negativo.
D) o percentual de investimentos realizados com fontes externas de capital (equity), o qual, quando superior
a 50%, indica grau de alavancagem elevado.
E) exclusivamente a dívida de longo prazo da empresa, contabilizada no exigível de longo prazo de seu
balanço patrimonial, vis a vis o montante dos seus ativos imobilizados (tangíveis e intangíveis).
Tem a utilidade de demonstrar a geração operacional de caixa da empresa no período analisado, ou seja, o
quanto ela consegue gerar de recursos lançando mão apenas de suas atividades operacionais, sem
considerar os efeitos financeiros, os impostos, a amortização de direitos e a depreciação de ativos. Estamos
falando de qual índice?
A) ROI.
B) EBITDA.
C) EVA.
D) GAF.
36
Questão 6) 2019 / Banca: FAFIPA / SAAE de Nova Fátima - PR - Contador
Suponhamos que a empresa Supremus S.A possua uma LAJIR de R$ 15.000,00 e que possua despesas
financeira (juros) no valor de R$ 5.000,00, qual o GAF (Grau de Alavancagem) desta empresa?
A) 1,5.
B) 1,0.
C) 0,5.
D) 2.5.
Ainda sobre Alavancagem financeira, o índice do GAF encontrado na questão anterior, quer dizer que:
D) A alavancagem financeira é favorável; o capital de terceiros está contribuindo para gerar retorno
adicional a favor do acionista.
A análise de balanço é uma das principais ferramentas para auxiliar as tomadas de decisões. Quais das
alternativas abaixo refere-se à análise que é utilizada para medir o grau de utilização do capital de terceiros
e seus efeitos na formação da taxa de retorno do capital próprio?
A) Análise contábil.
B) Análise financeira.
D) Análise econômica.
E) Análise de estrutura.
37
Questão 9) 2019 / Banca: CESPE/CEBRASPE / MPC-PA - Analista Ministerial - Administração
A partir dessas informações, um gestor que pretenda maximizar os lucros da referida empresa, sem levar
em consideração as questões relacionadas a risco, deve recomendar
O Fluxo de Caixa Livre de uma Empresa, para efeito da avaliação do seu valor, deve ser apurado, período a
período, conforme a seguinte expressão:
B) NOPAT (Net Operation Profits After Taxes) – Depreciação + Capex + NCG (necessidade de capital de
giro).
C) NOPAT (Net Operation Profits After Taxes) + Depreciação – Capex – variação da NCG (necessidade de
capital de giro).
D) EBITDA (Earning Before Interest Taxes Depreciation and Amortization) + Capex – Depreciação.
E) EBITDA (Earning Before Interest Taxes Depreciation and Amortization) – Depreciação + Capex + NCG
(necessidade de capital de giro).
38
A Cia. B fabrica o produto X, cujos custos fixos anuais com a fabricação montam a R$ 540.000,00. A margem
de contribuição unitária do produto X é R$ 300,00. O grau de alavancagem operacional quando a companhia
fabrica 2.800 unidades do produto X por ano e pretende aumentar em 20% a produção é igual a
A) 2,5.
B) 2,6.
C) 2,8.
D) 2,9.
E) 3,0.
Nas análises econômico-financeiras de empresas com capital aberto listadas em bolsa, o índice preço/lucro,
mais conhecido como P/L, é muito usado. Analise as afirmativas e marque a alternativa correta.
I. É usado também para avaliar a confiança dos investidores na empresa. Quando maior o P/L, maior a
confiança no seu desempenho futuro.
II. É usado comumente para avaliar quão barato ou caro está o preço de uma ação. Quanto maior o P/L,
teoricamente, mais cara ela estaria.
III. A restrição ao P/L é que só pode ser utilizado ao avaliar empresas com elevada geração de fluxo de caixa,
como os bancos.
A) todas.
B) somente I e III.
C) somente II e III.
D) somente I e II.
E) nenhuma.
Com relação à administração financeira e orçamentária nas empresas, julgue os itens a seguir.
39
Questão 13) CESPE 2004
Uma das fontes de financiamento de longo prazo à disposição das empresas é a subscrição pública de suas
ações por uma instituição financeira não-bancária, visando à colocação posterior dessas ações no mercado
acionário do tipo residual (standby), operação em que a instituição financeira não se responsabiliza, no
momento do lançamento, pela integralização do total das ações emitidas, mas compromete-se a fazê-lo
após um período de negociação das novas ações, caso o mercado não as absorva integralmente.
Certo
Errado
O orçamento geral é o resumo dos planos da organização e estabelece metas específicas das atividades de
venda, produção, de distribuição e financeira. É, geralmente, representado por um orçamento de caixa, uma
demonstração de resultado orçada e um balanço patrimonial orçado.
Certo
Errado
As demonstrações financeiras reúnem informações de curto e de longo prazos da empresa, as quais podem
ser analisadas separadamente ou integrar um sistema de informação gerencial.
Certo
Errado
A estimativa do fluxo de caixa de um projeto a ser implantado é uma das etapas da análise de investimentos.
40
Certo
Errado
A alavancagem financeira é representada pelo uso de ativos operacionais, com custos e despesas fixas, com
o objetivo de se garantir aos acionistas o retorno.
Certo
Errado
O uso de capital de terceiros, que consiste na utilização de recursos externos sob a forma de endividamento,
é uma das formas de se realizar financiamento de longo prazo.
Certo
Errado
Certo
Errado
41
O planejamento financeiro de longo prazo deve refletir os objetivos traçados no planejamento estratégico
da empresa.
Certo
Errado
A gestão e a projeção do orçamento de caixa para períodos inferiores a um ano inserem-se no âmbito do
planejamento financeiro de curto prazo.
Certo
Errado
Quando uma Sociedade Anônima pretende lançar novas ações, precisa contratar uma instituição financeira
para realizar essa subscrição. As principais formas de subscrição pública de ações (underwriting) realizadas
pelas instituições financeiras são:
42
Sabendo-se que a empresa utiliza a alavancagem financeira como ferramenta de avaliação do desempenho
operacional e desconsiderando-se qualquer efeito inflacionário na avaliação, o Grau de Alavancagem
Financeira (GAF) da empresa no exercício foi de
(A) 1,55
(B) 1,49
(C) 1,38
(D) 1,13
(E) 1,10
No estudo da alavancagem financeira, a fórmula para se calcular o ROA (Retorno sobre o Ativo Total) divide
o lucro antes dos encargos financeiros sobre o ativo total.
Tal fato ocorre porque, no conceito de administração financeira, o lucro antes dos encargos financeiros
representa a(o)
(A) geração bruta de caixa obtida pela diferença entre as receitas geradas pelas operações e as despesas
operacionais e não operacionais.
(B) geração de recursos oriundos das operações que não transitam em resultado.
(C) valor gerado pela empresa no período, quer seja operacional, quer seja de outra fonte.
(D) valor efetivo que os ativos conseguem gerar, independentemente da forma como são financiados.
43
(E) lucro antes dos juros, da depreciação, da amortização e do imposto de renda, isto é, O EBTIDA.
Os orçamentos financeiros são as últimas peças orçamentárias a serem elaboradas num orçamento
empresarial, qualquer que seja seu nível de detalhamento. O orçamento da demonstração do resultado é
fundamentado nos orçamentos operacionais de vendas, produção e despesas, o mesmo ocorrendo com o
orçamento de caixa, que projeta as entradas e saídas dos fluxos financeiros de uma empresa e permite
tentar conhecer esses fluxos tanto no curto prazo, como no longo prazo.
Desejando participar de uma proposta para a realização de um determinado serviço, a Companhia Q S/A
levantou os seguintes dados, em reais, retirados do balancete de verificação, levantado em novembro/2013:
44
Considerando exclusivamente os dados fornecidos, as normas contábeis para elaboração das
demonstrações contábeis e a boa técnica de análise financeira, o grau de alavancagem financeira da
Companhia Q S/A é de
(A) 1,21
(B) 1,50
(C) 1,67
(D) 2,50
(E) 2,77
Os fluxos de caixa operacionais de uma empresa são as entradas e saídas relacionadas diretamente à
produção e venda de seus produtos. Assim, fazem parte desse fluxo:
O controle financeiro é um método de controle administrativo. Uma abordagem eficaz para avaliar o
desempenho total de uma empresa é utilizar índices financeiros importantes que ajudam a indicar possíveis
pontos fortes e fracos. O índice que demonstra a quantia relativa de fundos na empresa fornecidos por
credores a acionistas é o índice de
(A) liquidez.
(B) alavancagem.
(C) percepção.
45
(D) resultados.
A administração financeira, no contexto empresarial, tem como função típica a tomada de decisão que
defina a melhor estrutura de ativos da organização. Essa função está relacionada
(D) receita bruta de venda de bens e serviços (+ impostos sobre vendas; + descontos comerciais e
abatimentos).
a) Lucro líquido.
b) Lucro tributável.
c) Resultado operacional.
46
d) Lucro bruto.
e) Lucro operacional.
A partir da análise das demonstrações financeiras da empresa AGA, obteve-se os seguintes indicadores:
Grau de Endividamento (participação de capitais de terceiros em relação ao capital próprio) 200%;
Composição do Endividamento 40%, Liquidez Corrente 1,6 e Liquidez Geral 1,0. Sabendo que o Ativo Total
era R$ 375.000,00, o seu Ativo Circulante era, em reais,
a) 240.000.
b) 160.000.
c) 150.000.
d) 125.000.
e) 100.000.
Com base no Balanço Patrimonial de 31/12/2013 de uma empresa, foram obtidas as seguintes informações:
Sabendo-se que o Patrimônio Líquido da empresa, em 31/12/2012, era R$ 200.000,00, que não houve
aumento de Capital nem distribuição de dividendos durante o ano de 2013, e que ainda não foi realizada a
distribuição do resultado obtido em 2013, o Resultado Líquido obtido pela empresa em 2013, foi, em reais,
a) 34.000,00 (Lucro).
47
b) 32.300,00 (Lucro).
c) 24.225,00 (Lucro).
d) 46.000,00 (Prejuízo).
e) 46.000,00 (Lucro).
Uma empresa vende produtos sob encomenda, com prazo médio de recebimento de 60 dias após a entrega
na fábrica do comprador. A empresa paga a seus fornecedores com prazo médio de 30 dias após receber a
matéria prima. Em consequência, sua necessidade de capital de giro é elevada.
Para reduzi-la, a empresa poderia adotar várias providências, entre as quais NÃO se inclui a diminuição do(s)
48
a) 4,00; 1,50; 5,50
CESPE – TCU/2013
Questão 36) CESP 2013 TCU
O grau de alavancagem financeira é a razão entre a taxa de retorno sobre o investimento e a de retorno
sobre o ativo:
Certo
Errado
49
Questão 37) CESGRANRIO – BNDES/2013
A maioria das empresas utiliza capital de terceiros em suas estruturas de capital, a fim de conseguir uma
maior alavancagem financeira.
A) o custo médio ponderado de capital ser cada vez menor quanto mais capital de terceiros a empresa tiver
em sua estrutura de capital.
B) o serviço da dívida com relação ao capital de terceiros ser lançado contabilmente na DRE da empresa
antes do cálculo do imposto de renda.
C) o capital próprio sempre receber sua remuneração antes da remuneração do capital de terceiros.
D) a remuneração pela utilização do capital próprio, via dividendos, ser lançada contabilmente na DRE da
empresa, antes do cálculo do imposto de renda.
E) as empresas não possuírem restrição de capital para realizarem todos os seus projetos.
50
GABARITO COM COMENTÁRIOS
As respostas estão associadas ao número das questões do capítulo anterior, com comentários logo a seguir.
Optamos por não negritar as respostas e deixá-las apenas no gabarito.
Assinale a alternativa que apresenta o Grau de Alavancagem Operacional GAO, caso a empresa consiga
aumentar em 20% a quantidade vendida, mantendo-se constantes o preço de venda e as despesas fixas e
variáveis.
A) 3,0
B) 2,7
C) 2,5
D) 2,0
No caso, como estamos falando de "variação", é para usar a fórmula acima e precisamos calcular tanto o
lucro operacional quanto a receita, com 1.000 unidades e depois com 1.200 unidades (20% a mais).
A margem de contribuição por unidade vendida é 30 reais (50 de preço menos 20 de custo variável). 1.000
unidades vendidas traria uma margem de contribuição de 30.000 reais para uma receita de 50.000 reais. O
lucro operacional (retirando custos fixos) seria 30.000 - 20.000 = 10.000.
51
Vendendo 1.200 unidades - Receita 60.000 (50 x 1.200) e lucro operacional 16.000 (30x 1.200 - 20.000)
Resposta A
Calcule o valor do EBITDA com os dados abaixo: Despesas com Vendas: 2.000,00 Despesas Gerais: 4.000,00
Despesas Administrativas: 1.500,00 Despesas com Depreciação: 1.000,00 Despesas com Amortização:
500,00 CMV: 2.000,00 Receita Operacional Líquida: 30.000,00
A) 19.000,00
B) 20.500,00
C) 20.000,00
D) 23.000,00
O EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) ou LAJIDA (Lucro antes de
Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), calcula a geração de caixa ANTES de pagar juros e impostos,
portanto DEVOLVE amortização e depreciação, pois são despesas que não representa saídas de caixa. A
sua fórmula pode ser escrita como se segue:
Lucro Operacional = receita líquida – custos das mercadorias comercializadas – despesas operacionais –
despesas financeiras líquidas.
Resposta: B
A capacidade de administração dos gestores é condição necessária para que um empreendimento, através
de seus fatores de produção, em especial o capital empregado, gere valor para a empresa. A partir das
informações disponibilizadas abaixo, identifique o EVA – Valor Econômico Agregado gerado pelo
empreendimento.
52
Resultado do exercício - R$230.000,00 Capital empregado - R$ 2.000.000,00 Custo do capital - 16%
A) Positivo de R$ 90.000,00.
B) Positivo de R$ 320.000,00
C) Negativo de R$ 90.000,00.
D) Negativo de R$ 320.000,00.
E) Positivo de R$ 230.000,00.
Esse exercício é impreciso, pois o NOPAT não é exatamente o lucro líquido nem o resultado do exercício, é
o lucro operacional MENOS os impostos. Porém, não se discute com a questão.
A lógica do EVA é simples, saber se o resultado paga o custo de capital. O custo de capital seria 16% x o
investimento (2MM).
Resposta C
A) exclusivamente o endividamento de curto prazo da empresa, e pode ser obtido, apurando-se o saldo
resultante da subtração das despesas financeiras do total das receitas financeiras, em períodos inferiores a
12 meses.
B) a presença de capital de terceiros na estrutura de capital da empresa, podendo ser obtido pela divisão do
LAJIR (Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda) pelo LAIR (Lucro Antes do Imposto de Renda).
C) o risco de inadimplência ou insolvência da empresa, podendo-se dizer que uma empresa está
“alavancada” quando apresenta patrimônio líquido negativo.
D) o percentual de investimentos realizados com fontes externas de capital (equity), o qual, quando superior
a 50%, indica grau de alavancagem elevado.
E) exclusivamente a dívida de longo prazo da empresa, contabilizada no exigível de longo prazo de seu
balanço patrimonial, vis a vis o montante dos seus ativos imobilizados (tangíveis e intangíveis).
𝑅𝑂𝐸
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
𝑅𝑂𝐴
53
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝐺𝐴𝐹 =
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝐴𝐹 =
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
A) Errado. O grau de alavancagem não leva em consideração apenas o endividamento de curto prazo, essa
despesa com juros normalmente é de longo prazo.
C) Errado. Nenhum sentido. Pode ter evidentemente alavancagem financeira com PL positivo.
D) Errado. Esse tipo de afirmação costuma sempre estar errada, pois faz uma inferência de qualidade (50%
é considerado alto). Isso raramente faz sentido.
E) Errado. Errado, na primeira fórmula, que fala de Ativos, os ativos são TOTAIS não apenas o imobilizado
para calcular o ROA.
Resposta B
Tem a utilidade de demonstrar a geração operacional de caixa da empresa no período analisado, ou seja, o
quanto ela consegue gerar de recursos lançando mão apenas de suas atividades operacionais, sem
considerar os efeitos financeiros, os impostos, a amortização de direitos e a depreciação de ativos. Estamos
falando de qual índice?
A) ROI.
B) EBITDA.
C) EVA.
D) GAF.
É uma questão praticamente de aplicação da definição de EBITDA. (Lucro antes de Juros, Impostos,
Depreciação e Amortização).
Resposta B
A) 1,5.
B) 1,0.
C) 0,5.
D) 2.5.
O aluno que tiver em mãos as fórmulas e suas variações consegue resolver de forma mais fácil.
Gabarito: A.
Ainda sobre Alavancagem financeira, o índice do GAF encontrado na questão anterior, quer dizer que:
D) A alavancagem financeira é favorável; o capital de terceiros está contribuindo para gerar retorno
adicional a favor do acionista.
Regra geral:
Alavancagem financeira maior que 1, há ganhos de alavancagem, ou seja, a presença de dívida faz com que
a rentabilidade do ACIONISTA (patrimônio líquido) aumente mais que proporcionalmente.
Alavancagem financeira menor do que 1: Alavancagem desfavorável, ou seja, a presença de dívida reduz o
ganho sobre o patrimônio líquido.
55
D resposta correta.
A análise de balanço é uma das principais ferramentas para auxiliar as tomadas de decisões. Quais das
alternativas abaixo refere-se à análise que é utilizada para medir o grau de utilização do capital de terceiros
e seus efeitos na formação da taxa de retorno do capital próprio?
A) Análise contábil.
B) Análise financeira.
D) Análise econômica.
E) Análise de estrutura.
Análise contábil, financeira e econômica são gerais, envolvem praticamente todos os índices da
contabilidade, o foco é que muda (se é apenas competência, caixa ou de custo de oportunidade).
A análise de estrutura até poderia ser opção se estivesse falando de estrutura PATRIMONIAL. Porém a
resposta é mesmo C, a alavancagem financeira é a medida do impacto do capital de terceiros no retorno do
capital próprio.
A partir dessas informações, um gestor que pretenda maximizar os lucros da referida empresa, sem levar
em consideração as questões relacionadas a risco, deve recomendar
56
D) redução do grau de alavancagem operacional da empresa.
Essa não é uma questão para cálculos, mas teórica. O que o enunciado diz que o retorno sobre o ativo
(investimentos) é de 30%, mas que a empresa paga 40% se tomar dívida, o que é um indicador que a
presença de dívida é indesejável, portanto deve FUGIR de alavancagem financeira (aumento da dívida).
As questões de alavancagem operacional, com as informações que temos, não têm qualquer relação com a
questão. Devem ser descartadas.
Com relação à presença de alavancagem financeira, ela deve ser reduzida e evitada, portanto item B.
O Fluxo de Caixa Livre de uma Empresa, para efeito da avaliação do seu valor, deve ser apurado, período a
período, conforme a seguinte expressão:
B) NOPAT (Net Operation Profits After Taxes) – Depreciação + Capex + NCG (necessidade de capital de
giro).
C) NOPAT (Net Operation Profits After Taxes) + Depreciação – Capex – variação da NCG (necessidade de
capital de giro).
D) EBITDA (Earning Before Interest Taxes Depreciation and Amortization) + Capex – Depreciação.
E) EBITDA (Earning Before Interest Taxes Depreciation and Amortization) – Depreciação + Capex + NCG
(necessidade de capital de giro).
A está errado, pois o fluxo de caixa também precisa retirar as despesas não operacionais.
B está errado, pois o CAPEX representa SAÍDA de caixa, assim como a NCG.
E está completamente errado, tira depreciação 2 vezes em soma capex e NCG que são para ser retirados.
Gabarito C.
57
A Cia. B fabrica o produto X, cujos custos fixos anuais com a fabricação montam a R$ 540.000,00. A margem
de contribuição unitária do produto X é R$ 300,00. O grau de alavancagem operacional quando a companhia
fabrica 2.800 unidades do produto X por ano e pretende aumentar em 20% a produção é igual a
A) 2,5.
B) 2,6.
C) 2,8.
D) 2,9.
E) 3,0.
A fórmula correta é:
A empresa parte de 300 x 2.800 de margem de contribuição = 840.000 e 300.000 de lucro operacional
(840.000 - 540.000)
Nas análises econômico-financeiras de empresas com capital aberto listadas em bolsa, o índice preço/lucro,
mais conhecido como P/L, é muito usado. Analise as afirmativas e marque a alternativa correta.
I. É usado também para avaliar a confiança dos investidores na empresa. Quando maior o P/L, maior a
confiança no seu desempenho futuro.
II. É usado comumente para avaliar quão barato ou caro está o preço de uma ação. Quanto maior o P/L,
teoricamente, mais cara ela estaria.
III. A restrição ao P/L é que só pode ser utilizado ao avaliar empresas com elevada geração de fluxo de caixa,
como os bancos.
A) todas.
B) somente I e III.
58
C) somente II e III.
D) somente I e II.
E) nenhuma.
I está correta, pois quando o P/L é alto, significa que o mercado paga "caro" pelo lucro que a empresa está
entregando, isso é sinal de confiança.
O item II está certo, pois o P/L é um indicador de caro e barato e quanto maior, mais caro.
O item III está errado, pois o P/L pode ser usado para qualquer empresa que tem lucro (com prejuízo o
indicador fica prejudicado e não faz sentido).
Resposta D
Com relação à administração financeira e orçamentária nas empresas, julgue os itens a seguir.
Uma das fontes de financiamento de longo prazo à disposição das empresas é a subscrição pública de suas
ações por uma instituição financeira não-bancária, visando à colocação posterior dessas ações no mercado
acionário do tipo residual (standby), operação em que a instituição financeira não se responsabiliza, no
momento do lançamento, pela integralização do total das ações emitidas, mas compromete-se a fazê-lo
após um período de negociação das novas ações, caso o mercado não as absorva integralmente.
Certo
Errado
A atividade de underwriting é aquela em que instituições financeiras buscam investidores para subscreverem as
ações a serem emitidas pelas empresas que querem se capitalizar.
Melhores esforços ou “best efforts”, é quando a instituição financeira contratada se compromete a realizar
os melhores esforços para a colocação dos títulos emitidos pela empresa junto ao mercado.
59
Não há garantias de colocação por parte do intermediário financeiro. A empresa corre o risco de não conseguir
aumentar o seu capital no montante pretendido, uma vez que assume todos os riscos do lançamento.
Normalmente o que acontece é que o preço estipulado no prospecto de lançamento, se ficar alto demais
(verificado no processo de bookbuilding, ou seja, a avaliação do interesse de investidores institucionais nas
ações), a instituição pode indicar que é necessário baixar o preço. Se a empresa aceitar, a colocação continua,
se recusar, retira-se a oferta.
É comum quando o apetite do mercado é baixo, mas o intermediário tem interesse nos papéis, mas não o
suficiente para “encarteirar” toda a oferta.
Infelizmente, já vimos recentemente no mercado com empresas do grupo X (Eike Batista), acontece de uma
garantia firme de subscrição, logo após a tomada de preços e interesse do mercado fracassar, ser retirada pela
instituição financeira. É um péssimo indicador, pois pode significar que a instituição financeira apresentou a
garantia firme de forma leviana, apenas para “forjar” uma demanda que não existia.
Resposta certa.
O orçamento geral é o resumo dos planos da organização e estabelece metas específicas das atividades de
venda, produção, de distribuição e financeira. É, geralmente, representado por um orçamento de caixa, uma
demonstração de resultado orçada e um balanço patrimonial orçado.
Certo
Errado
A afirmativa está incompleta, mas não está errada, principalmente porque utiliza a palavra “geralmente”.
60
Resposta certa.
As demonstrações financeiras reúnem informações de curto e de longo prazos da empresa, as quais podem
ser analisadas separadamente ou integrar um sistema de informação gerencial.
Certo
Errado
Resposta certa.
A estimativa do fluxo de caixa de um projeto a ser implantado é uma das etapas da análise de investimentos.
Certo
Errado
Evidente, como vimos no material teórico, a estimativa de fluxo de caixa do projeto é uma etapa (a mais
importante) da análise de investimentos.
Resposta certa.
A alavancagem financeira é representada pelo uso de ativos operacionais, com custos e despesas fixas, com
o objetivo de se garantir aos acionistas o retorno.
Certo
61
Errado
Alavancagem financeira é estrutura de capital, uso de capital de terceiros, nada a ver com uso de ativos
operacionais. Isso estaria relacionado à alavancagem operacional.
Resposta errada.
O uso de capital de terceiros, que consiste na utilização de recursos externos sob a forma de endividamento,
é uma das formas de se realizar financiamento de longo prazo.
Certo
Errado
Sim, juntamente com o capital próprio, representam as formas de captação a longo prazo.
Certo
Errado
Capital de giro é curto prazo, contas circulantes do balanço. Longo prazo são contas da estrutura patrimonial.
O planejamento financeiro de longo prazo deve refletir os objetivos traçados no planejamento estratégico
da empresa.
62
Certo
Errado
Perfeito, foi o que vimos em orçamento empresarial. Os planos estratégicos são de longo prazo, costumam
envolver toda a empresa e com projeções por vários anos. Os planos táticos e operacionais são de curto prazo.
A gestão e a projeção do orçamento de caixa para períodos inferiores a um ano inserem-se no âmbito do
planejamento financeiro de curto prazo.
Certo
Errado
Por definição, se está se referindo a períodos inferiores a um ano, é tratado como circulante.
Quando uma Sociedade Anônima pretende lançar novas ações, precisa contratar uma instituição financeira
para realizar essa subscrição. As principais formas de subscrição pública de ações (underwriting) realizadas
pelas instituições financeiras são:
Opção B.
63
Questão 23) CESGRANRIO 2014
Sabendo-se que a empresa utiliza a alavancagem financeira como ferramenta de avaliação do desempenho
operacional e desconsiderando-se qualquer efeito inflacionário na avaliação, o Grau de Alavancagem
Financeira (GAF) da empresa no exercício foi de
(A) 1,55
(B) 1,49
(C) 1,38
(D) 1,13
(E) 1,10
Questão aparentemente simples, mas esconde uma pegadinha. A despesa com juros tem que ser líquida de IR.
Como os 300.000 reduzem a base de cálculo do imposto (35%) o impacto líquido da despesa financeira no lucro
líquido é de apenas 65% (195.000).
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
1.700.000
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 1,13
1.700.000 − 195.000
Resposta D.
64
Questão 24) CESGRANRIO 2011
No estudo da alavancagem financeira, a fórmula para se calcular o ROA (Retorno sobre o Ativo Total) divide
o lucro antes dos encargos financeiros sobre o ativo total.
Tal fato ocorre porque, no conceito de administração financeira, o lucro antes dos encargos financeiros
representa a(o)
(A) geração bruta de caixa obtida pela diferença entre as receitas geradas pelas operações e as despesas
operacionais e não operacionais.
(B) geração de recursos oriundos das operações que não transitam em resultado.
(C) valor gerado pela empresa no período, quer seja operacional, quer seja de outra fonte.
(D) valor efetivo que os ativos conseguem gerar, independentemente da forma como são financiados.
(E) lucro antes dos juros, da depreciação, da amortização e do imposto de renda, isto é, O EBTIDA.
Ao retirar os efeitos líquidos das despesas financeiras, estamos RETIRANDO os efeitos da forma de
financiamento desses ativos. Isso é útil para sabermos o retorno ANTES da influência da estrutura de capital.
Resposta D
Os orçamentos financeiros são as últimas peças orçamentárias a serem elaboradas num orçamento
empresarial, qualquer que seja seu nível de detalhamento. O orçamento da demonstração do resultado é
fundamentado nos orçamentos operacionais de vendas, produção e despesas, o mesmo ocorrendo com o
orçamento de caixa, que projeta as entradas e saídas dos fluxos financeiros de uma empresa e permite
tentar conhecer esses fluxos tanto no curto prazo, como no longo prazo.
65
(E) fundamentar os controles e a análise orçamentária.
D) O fluxo de caixa operacional e financeiro são identificados no orçamento empresarial, na DRE projetada.
C) a política de crédito tem a ver com recebíveis, que é um item sensível no orçamento de caixa. É a opção que
melhor se encaixa.
Opção C
Desejando participar de uma proposta para a realização de um determinado serviço, a Companhia Q S/A
levantou os seguintes dados, em reais, retirados do balancete de verificação, levantado em novembro/2013:
(A) 1,21
(B) 1,50
(C) 1,67
(D) 2,50
66
(E) 2,77
24.000
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 1,67
24.000 − 9.600
O problema dessa solução é que utilizamos uma premissa que não está no enunciado, que é o IR igual a zero. Se
houvesse IR, teríamos que utilizar a receita financeira líquida de IR.
Como o enunciado é claro, devemos usar exclusivamente os dados fornecidos, deve ser por isso que essa
resposta está errada.
𝑅𝑂𝐸
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
𝑅𝑂𝐴
0,36
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 2,5
0,144
Também não é a resposta, e também assumimos 2 premissas, que não havia IR que todo o ativo é operacional.
67
Nessa abordagem temos o
0,36
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 1,5
0,24
Que é o gabarito.
Outra abordagem, que não faz qualquer inferência sobre o IR é considerar que a banca queria medir o índice de
alavancagem financeira (debt/equity ratio), que daria 1,5 também 60.000/40.000.
Normalmente as bancas não colocam 2 ou 3 respostas que podem ser obtidas por diferentes abordagens.
Infelizmente aconteceu nessa prova.
Os fluxos de caixa operacionais de uma empresa são as entradas e saídas relacionadas diretamente à
produção e venda de seus produtos. Assim, fazem parte desse fluxo:
A resposta da banca é razoavelmente controversa, pois o imposto de renda não deveria fazer parte do fluxo
operacional, uma vez que depende de lucro tributável e de não haver prejuízos acumulados.
Ocorre que as outras opções não têm nenhuma relação com a operação da empresa. Vendas e recompras de
ações, ativos imobilizados e participações societárias, além de pagamentos em dinheiro.
Como o imposto de renda representa uma saída de caixa, a banca pode ter entendido que fazia parte do fluxo
operacional.
A única opção viável é A, apesar de estar bem fora dos padrões do ensino de finanças no Brasil e no mundo.
68
Questão 28) UFG 2015
O controle financeiro é um método de controle administrativo. Uma abordagem eficaz para avaliar o
desempenho total de uma empresa é utilizar índices financeiros importantes que ajudam a indicar possíveis
pontos fortes e fracos. O índice que demonstra a quantia relativa de fundos na empresa fornecidos por
credores a acionistas é o índice de
(A) liquidez.
(B) alavancagem.
(C) percepção.
(D) resultados.
Índice de liquidez diz respeito à capacidade de pagamento, mas é exclusivamente relacionada a ativos e
passivos.
A resposta precisa seria índice de endividamento, pois relaciona a quantidade de fundos fornecidos por credores
(passivo) e acionistas (patrimônio líquido).
Não há essa opção. Como sabemos que alavancagem está associada a quanto tomamos de dívida, em relação
ao que temos de capital próprio, sobra essa opção.
Opção B
A administração financeira, no contexto empresarial, tem como função típica a tomada de decisão que
defina a melhor estrutura de ativos da organização. Essa função está relacionada
69
(C) à tomada de decisões de investimento.
A - Se estamos falando de definição de estrutura de ativos, não estamos falando de controle financeiro. Tudo o
que está tratado nas opções está relacionado à administração financeira, mas ele reduziu o escopo ao falar
sobre estrutura de ativos (onde aplicar o fruto do financiamento).
B- Mesma coisa, tem a ver com Adm Fin, mas não com o enunciado.
Estrutura de ativos diz respeito aos investimentos que serão feitos. Estrutura de passivos e patrimônio (estrutura
de capital) diz respeito aos financiamentos que serão tomados.
D- como ele fala de definir estrutura de ATIVOS, não está definindo como financiar esses ativos, mas como usar
o financiamento.
A resposta direta é C.
(D) receita bruta de venda de bens e serviços (+ impostos sobre vendas; + descontos comerciais e
abatimentos).
No C após o lucro operacional nós somamos as receitas não operacionais e subtraímos as despesas não
operacionais.
No D após a receita bruta de vendas nós não somamos impostos e descontos, mas subtraímos.
70
Questão 31) IFMT 2008
a) Lucro líquido.
b) Lucro tributável.
c) Resultado operacional.
d) Lucro bruto.
e) Lucro operacional.
Lucro tributável é base para IR. Resultado (lucro) operacional e lucro bruto não podem ser base de distribuição,
pois há ainda outras obrigações a pagar.
O lucro líquido está no final da demonstração de resultados e é a base pra cálculo de dividendos. (A rigor, pela
lei brasileira, é o lucro líquido ajustado segundo o artigo 202 da LSA).
A partir da análise das demonstrações financeiras da empresa AGA, obteve-se os seguintes indicadores:
Grau de Endividamento (participação de capitais de terceiros em relação ao capital próprio) 200%;
Composição do Endividamento 40%, Liquidez Corrente 1,6 e Liquidez Geral 1,0. Sabendo que o Ativo Total
era R$ 375.000,00, o seu Ativo Circulante era, em reais,
a) 240.000.
b) 160.000.
c) 150.000.
d) 125.000.
e) 100.000.
71
O índice de endividamento padrão, definido pela CVM na ICVM 480/09, não é o que o enunciado trata, ele divide
o passivo exigível pelo ativo total, no caso, o enunciado trata da divisão entre capital de terceiros e capital
próprio.
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = = 1,6
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = 0,4
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = =2
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜
Com base no Balanço Patrimonial de 31/12/2013 de uma empresa, foram obtidas as seguintes informações:
72
− Ativo Não Circulante = R$ 174.000,00.
Sabendo-se que o Patrimônio Líquido da empresa, em 31/12/2012, era R$ 200.000,00, que não houve
aumento de Capital nem distribuição de dividendos durante o ano de 2013, e que ainda não foi realizada a
distribuição do resultado obtido em 2013, o Resultado Líquido obtido pela empresa em 2013, foi, em reais,
a) 34.000,00 (Lucro).
b) 32.300,00 (Lucro).
c) 24.225,00 (Lucro).
d) 46.000,00 (Prejuízo).
e) 46.000,00 (Lucro).
Como PL + Passivo tem que ser igual ao Ativo Total, temos que o lucro é:
73
Uma empresa vende produtos sob encomenda, com prazo médio de recebimento de 60 dias após a entrega
na fábrica do comprador. A empresa paga a seus fornecedores com prazo médio de 30 dias após receber a
matéria prima. Em consequência, sua necessidade de capital de giro é elevada.
Para reduzi-la, a empresa poderia adotar várias providências, entre as quais NÃO se inclui a diminuição do(s)
A diminuição do endividamento de longo prazo reduz caixa. A diminuição dos prazos médios de estocagem e de
processamento (reduz o ciclo do estoque) reduz o ciclo de caixa, pois ele poderá vender MAIS rápido. A
diminuição do tempo de transportes reduz o tempo para receber, melhorando a situação de caixa e a diminuição
de adiantamentos pagos a fornecedores mantém MAIS caixa.
74
a) 4,00; 1,50; 5,50
Em tese o que sobraria de lucro disponível aos acionistas ordinaristas (com direito a voto) seria R$ 6.000 pós IR,
logo R$ 10.000 antes do IR.
Ações preferenciais no Brasil são consideradas equity (patrimônio), porém, nesse caso elas são dívida, pois a
empresa estaria OBRIGADA a pagar R$ 12.000 de dividendo obrigatório a elas, independente do lucro.
75
A alavancagem é sempre calculada ANTES do IR, de forma que os “juros” pagos aos preferencialistas também
precisam ser calculados ANTES do IR. Se depois do IR seriam R$ 12.000, antes seriam R$ 12.000/0,6 = R$
20.000.
É uma questão extremamente difícil de acertar, porém muito fácil de ganhar o ponto, pois a única opção
POSSÍVEL é a D, pois o GAC é a multiplicação de ambos.
Opção D
CESPE – TCU/2013
O grau de alavancagem financeira é a razão entre a taxa de retorno sobre o investimento e a de retorno
sobre o ativo:
Certo
Errado
Nesse caso o retorno sobre investimentos NÃO é o retorno sobre o patrimônio líquido, que seria o retorno sobre
o investimento DO ACIONISTA.
O retorno sobre os investimentos totais da empresa (investimento de acionistas e de credores) é o próprio ROA,
retorno sobre os ativos.
Errado.
A maioria das empresas utiliza capital de terceiros em suas estruturas de capital, a fim de conseguir uma
maior alavancagem financeira.
76
A) o custo médio ponderado de capital ser cada vez menor quanto mais capital de terceiros a empresa tiver
em sua estrutura de capital.
B) o serviço da dívida com relação ao capital de terceiros ser lançado contabilmente na DRE da empresa
antes do cálculo do imposto de renda.
C) o capital próprio sempre receber sua remuneração antes da remuneração do capital de terceiros.
D) a remuneração pela utilização do capital próprio, via dividendos, ser lançada contabilmente na DRE da
empresa, antes do cálculo do imposto de renda.
E) as empresas não possuírem restrição de capital para realizarem todos os seus projetos.
A) Isso, na prática, não é verdade, pois existem custos adicionais pelo alto endividamento, de forma que, apesar
de a teoria da Modigliani-Miller sugerir que o endividamento poderia ser total, na prática isso não se verifica e
os custos para tomar capital a partir de determinado nível de dívida ficam altos demais, aumentando o WACC.
B) Correto. Isso é que permite o tal benefício fiscal da dívida, pois nem tudo que é pago em dívida é retirado do
lucro líquido da Companhia. Imagine uma empresa sem dívida com LAJIR de R$ 100 e IR de 30%. Seu lucro
líquido seria R$ 70. Se colocarmos uma despesa financeira de R$ 50, o LAIR cairia para R$ 50,00 e o imposto
seria de R$ 15, dando um lucro líquido de R$ 35. Ou seja, pagamos 50 de dívida, mas o lucro líquido caiu apenas
R$ 35,00.
D) Os dividendos são pagos APÒS o IR, com base no lucro líquido ajustado (menos reserva legal).
Resposta B.
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