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CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUIMICA E EXTRAÇÃO DA

GELATINA DE PELE DO PEIXE TAMBAQUI (Colossoma


macropomum)
BRITO RS¹*; BEZERRA PN², SILVA NS³, COLAÇO RMN4, LOURENÇO LH
Email: rairabritto@gmail.com, priscila.n.bezerra@hotmail.com,
nataciassilva@yahoo.com.br, rafaellacolaco@hotmail.com, luciahl@ufpa.br.
1 Universidade Federal do Pará, Engenharia de Alimentos, Belém, Pará.
2 Universidade Federal do Pará, Engenharia de Alimentos, Belém, Pará.

INTRODUÇÃO
A região Norte possui uma das maiores produções de pescado no Brasil, onde o Tambaqui é uma espécie com posição de destaque, muito
explorada pela aquicultura recentemente. Na indústria de pescado durante a etapa de filetagem por volta de 70% viram resíduos, que por
vezes os mesmos são descartados no meio ambiente, causando grandes impactos ambientais. No entanto, podem ser utilizados como fonte
de proteínas ou lipídeos e também como matéria prima para a elaboração de produtos, como por exemplo, a gelatina. Esta gelatina extraída
da pele de peixe pode ser utilizada na fabricação de sobremesas, de filmes para produção de embalagens biodegradáveis e de cápsulas..

MATERIAL E METODOS
Foram realizadas as determinações de umidade, cinzas e proteínas por Kjedahl, segundo metodologia da AOAC (1970), e lipídeos
determinado por BLIGH e DYER (1959). Todas as análises foram conduzidas
. em triplicata. Para a extração da gelatina a pele foi imersa
primeiramente em solução salina, e na sequência em solução acida e básica. O material foi posteriormente lavado e deixado em banho-maria
por 12 horas, sendo em seguida filtrado e liofilizado

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pele de tambaqui apresentou umidade de 66,33%, próximo ao encontrado por


Franco et al. (2011), que também estudou a pele deste peixe. O teor de cinzas
Tabela 1: Composição centesimal da pele de tambaqui. encontrado foi de 0,70% considerado baixo em relação ao obtido por outros autores,
como Souza (2003) que encontrou valores de 1,32 a 2,21% de cinzas nas peles de
Componentes (%) Pele de tambaqui tilápia. Essa diferença entre as espécies segundo Muyonga et al, (2004) deve-se a
bu* bs** maior calcificação das escamas em função da idade, e não deve ser considerado um
Umidade 66,3 ± 0,14 -- fator indispensável, a não ser pelo fato de indicar o conteúdo máximo de cálcio da
0,7 ± 0,06 2,07 ± 0,06 amostra. O conteúdo de lipídeos foi de 3,08% e este baixo valor é considerado bom
Cinzas
para a extração da gelatina, dispensando o tratamento prévio da pele. O valor de
Lipídeos 3,08 ± 0,59 9,13 ± 0,6 proteínas encontrado foi de 23,72%, e segundo Bueno (2008), valores de proteínas
Proteínas 23,7 ± 0,53 70,32 ± 1,01 são de grande importância, pois estão relacionados aos valores máximos possíveis
*bu = base úmida; **bs= base seca; valores médios referentes a triplicata ± desvio padrão.
de gelatina extraída da pele. O rendimento da extração foi de 15,41%, podendo esse
valor variar conforme a idade do animal e o método de extração.

CONCLUSÃO

A caracterização da pele de tambaqui mostrou que o peixe apresenta potencial para a extração de gelatina, por possuir baixo teor de lipídeos,
e teor satisfatório de proteínas, que são considerados fatores importantes para se conseguir uma boa extração.

AGRADECIMENTOS

REFERÊNCIAS
A.O.A.C. INTERNATIONAL. Official methods of analysis. 16ª ed., 3ª rev. Association of Analytical Communities. Washington, DC. AOAC International, 1997.
BLIGH, E.G.; DYER,W.J. A rapid method for total lipid extraction and purification. Can. J. Biochem.Physiol, v.37, p.911-917, 1959.
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