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Impactus

Impactus
Sirius FIM
Lâmina

Outubro de 2023
Impactus Sirius FIM

INTRODUÇÃO

O Impactus Sirius FIM é um projeto da Impactus que simula a


estrutura de fundos das gestoras de investimento. Ele é um fundo
fictício multimercado que se apresenta como uma ótima
oportunidade para que os membros testem suas teses para
competições universitárias e aprimorem sua capacidade de análise
do mercado financeiro.

Ele é dividido em quatro books: Vega, Órion, Polaris e Endor. Cada


uma dessas equipes tem autonomia para a entrada nas posições e
dispõe de um patrimônio líquido de 100 milhões de reais para
realizar as alocações. As alocações do book Órion são feitas com
base nas análises do departamento de Equity Research, de acordo
com a filosofia de value investing, enquanto as demais equipes são
compostas por membros dos departamentos de Macro Research e
de Operações.

ROTINAS
Diariamente, é realizado o batimento da cota do fundo, o que nos
permite visualizar as variações de cada book todos os dias e, com
isso, ter noção dos retornos de cada posição. O batimento é feito via
Python em integração com a planilha do fundo, no Google Sheets.
Desse modo, a planilha é atualizada diariamente com as variações de
cada ativo, permitindo, assim, o cálculo das cotas. Posteriormente, o
resultado é divulgado internamente, no dia seguinte ao que a rotina
de batimento foi executada. Também rodamos um código de
atribuição de performance que calcula nossos ganhos do período
que desejamos analisar.

Gráfico 1: rentabilidade acumulada Sirius x CDI

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Contribuição Ganho por equipe no mês


Caixa 0,78% R$ 3.378.687,92

Endor -0,03% -R$ 144.402,31

Polaris 0,38% R$ 1.624.439,20

Vega 0,90% R$ 3.888.842,28

Orion -1,04% -R$ 4.502.986,79

Vol do Fundo 3,59% PL Inicial R$ 400.000.000,00

MDD do Fundo -1,76% PL Atual R$ 436.713.094,60

Número de Meses
VaR95 -0,32% 7
Positivos

Números de Meses
VaR99 -0,42% 1
Negativos

Taxa de
1,50% a.a
Administração

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Acum.%

Impactus
0,50% 0,47% 2,54% 3,37% 0,80% -0,25% 0,31% 1,14% 9,18%
2023 Sirius

CDI 0,46% 0,92% 1,12% 1,07% 1,07% 1,14% 0,98% 1,00% 8,03%

Gráfico 2: exposição por classe de ativo

Câmbio (Futuro)
6.8% Ações brasileiras
14.9%

Juros (Futuro)
44.2%
Ações americanas
34.1%

Net 3,59%

Gross -1,76%

Exposição comprada -0,32%

Exposição vendida -0,42%

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ESTRATÉGIAS GERAIS

As equipes têm autonomia para escolher qualquer estratégia de


alocação e teses, de acordo com a avaliação do gestor, porém alguns
métodos são utilizados por todos os grupos.

Inicialmente, podemos citar o estabelecimento de stop loss e stop


gain nas posições. Para realizar ganhos ou frear perdas envolvendo
as posições, cada equipe conta com códigos feitos em Python. Para
isso, calculamos, em um intervalo temporal definido de maneira
arbitrária, o Value-at-Risk (VaR) histórico com 95% de confiança e a
volatilidade de cada ativo. A partir dessas informações, definimos 2
tipos de stop: stops baseados na volatilidade (Vol) e stops baseados
no VaR.

É válido ressaltar que as equipes não têm a obrigatoriedade de


realizar o stop para todas as posições do portfólio, e a porcentagem a
ser realizada pode variar de acordo com a estratégia adotada. Dessa
forma, caso o retorno diário do ativo atinja variação percentual igual
ou superior aos stops definidos (ou seja, igual ou superior à
volatilidade ou VaR da posição), parte da posição vigente no fundo é
realizada.

Outra análise relevante é a avaliação de volume. Para simular ao


máximo a dinâmica de um fundo multimercado, montamos um
código de avaliação de volume em Python, com o intuito de impedir
a montagem de uma posição que ultrapasse o volume máximo que
seria realmente possível de se negociar em um dia. Com isso,
calculamos a média de volume do ativo analisado em determinado
período e assumimos 40% desse volume médio como limite.

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EQUIPE VEGA
INTRODUÇÃO

Na equipe Vega, nossa estratégia visa estabilizar a volatilidade da


carteira, sacrificando o mínimo possível de rentabilidade. Assim,
mesmo que atuemos com uma maior predominância das teses
macro, aderimos a duas posturas quantitativas fundamentais.
Primeiramente, controlamos nossa exposição em cada ativo entre
5% e 15%, mas vale pontuar que a exposição em relação aos futuros é
maior e é ponderada com base na tese e nas métricas
correspondentes.

Em segundo lugar, sempre nos atentamos à correlação entre os


ativos, de maneira a evitar uma carteira muito conectada mais
suscetível a flutuações. De maneira mais geral, estar atento a essas
métricas é fundamental para nossa estratégia, pois nos ajuda a
manter nosso equilíbrio em diferentes condições do mercado e,
assim, obter bons resultados para nossos investidores.

Além disso, possuímos uma estratégia mais focada em ações


americanas e utilizamos uma combinação de análise
macroeconômica geral e dados quantitativos para distinguir entre as
teses cores e as teses secundárias. As primeiras consistem nas teses
mais fundamentadas, frequentemente ligadas a processos macro de
mais longo prazo. Já nas segundas, incluem-se mais alocações de
curto prazo, buscando um retorno mais imediato e geralmente
“event driven”.

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ESTRATÉGIAS

Como pontapé inicial para o nosso trade, com o agravamento do


conflito em Israel, nos posicionamos com uma abordagem long-
short, na qual investimos em ações de empresas do setor de
petróleo (posições longas) e, ao mesmo tempo, tomamos posições
curtas em empresas de aviação. Dessa forma, o fundo se beneficia
do aumento dos preços do petróleo através das posições longas e, ao
mesmo tempo, busca lucrar com a queda dos preços das ações das
empresas de aviação devido ao aumento dos custos operacionais e
às incertezas do mercado.

HEDGE

A proteção da carteira desempenha um papel fundamental na nossa


gestão de investimentos, uma vez que visa diminuir a volatilidade e
aumentar a segurança das alocações. Dentro da classe de ativos,
existem opções que se destacam por sua capacidade de atuar como
mecanismos contenção de danos, principalmente em contextos de
recessão. Isso se reflete claramente ao observarmos as métricas de
risco, como o VaR 95 e o VaR 99, que são significativamente mais
conservadoras em comparação com outras alocações.

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EQUIPE POLARIS
INTRODUÇÃO

A estratégia de gestão da Polaris é fundamentada na análise das


tendências macroeconômicas, que abrangem setores em
crescimento, variações cambiais e na identificação e aproveitamento
de oportunidades em mercados com distorções. Para isso, a equipe
utiliza modelos de simulação e métodos quantitativos na
administração de riscos. O objetivo principal é otimizar o retorno
financeiro, respeitando os limites de risco predefinidos. Esta
abordagem tem se traduzido em ganhos consistentes de
rentabilidade e na mitigação de riscos.

ESTRATÉGIAS

Após uma análise detalhada realizada por nossos analistas


macroeconômicos, identificou-se uma tendência de queda no setor
varejista brasileiro, devido aos indicadores de desaceleração
econômica. Em seguida foi feita uma elaboração cuidadosa com
nosso time de risco, onde foi decidido adotar uma estratégia de
venda a descoberto no setor varejista, alocando 10% do nosso
patrimônio líquido (PL) de forma diversificada, visando minimizar o
risco em relação às empresas selecionadas.

Para otimizar a alocação de recursos, aplicamos o modelo de


Markowitz, estabelecendo limites de exposição mínima de 15% e
máxima de 25% em cada ativo. Isso resultou na simulação de 4000
carteiras, com as porcentagens finais. Essa estratégia foi
desenvolvida com o objetivo de maximizar o potencial de retorno
diante da tendência de queda no setor varejista, mantendo um
portfólio diversificado e gerenciando cuidadosamente o risco
associado a cada exposição.

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Outro ponto que nos ajuda nas alocações é o cálculo do beta dos
ativos. Ao se expor em uma posição, espera-se que os drivers que
causem movimentações no preço sejam inerentes a propriedades
daquele determinado ativo. Entretanto, ao fazer a regressão linear
entre dois ativos, sendo um deles o SPY, ETF que emula os retornos
do S&P 500, e X, um ativo hipotético da bolsa americana, obtemos
um r² de 0,56 no período de um ano. Ou seja, incluindo apenas uma
variável dependente no modelo, já obtemos um alto coeficiente de
determinação, indicando o nível elevado de relação entre as
variáveis.

Dessa forma, buscando se expor apenas à parcela de X que não está


associada a variações do SPY, estruturamos um trade que funciona
com posições em sentido oposto nas duas pontas. Ou seja, em uma
operação hipotética em que, a partir de uma tese macro setorial,
optássemos por vender X, realizaríamos a compra de SPY,
neutralizando a exposição da relação entre eles. O tamanho da
posição em SPY seria ponderada pelo coeficiente angular (beta) da
regressão linear entre as duas variáveis, uma vez que ele representa
o grau de proporcionalidade entre as variações de preço das duas.

Entre os diversos riscos aos quais nosso portfólio encontra-se


exposto, além dos usuais riscos macroeconômicos inerentes à nossa
própria estratégia de alocação e dos próprios riscos de mercado,
destaca-se o risco de liquidez. Ou seja, o risco representado na
impossibilidade de se negociar determinados ativos sem que nossas
alocações impactem nos preços de mercado e impactem nossa
rentabilidade esperada.

Neste caso, o impacto de nossas negociações nos preços de


mercado decorre, sobretudo, da escassez de contrapartes que
absorvam nossa oferta e/ou demanda por determinados ativos, o
que acarreta em spreads de preços crescentes ou até na não
efetivação completa de nossas ordens. Ademais, a cautela necessária
para com tal risco é acentuada pelo perfil diverso dos ativos em
nosso portfólio, que inclui diferentes ações da bolsa brasileira, da
bolsa americana e também títulos de mercado futuro.

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Assim, cada um dos ativos e dos mercados nos quais estão inseridos
possui um padrão diferente de volume negociado diariamente,
representando diferentes níveis de risco de liquidez em nossa
carteira. Com este perfil heterogêneo de riscos de liquidez, focamos
na análise individual para cada ativo, focada no volume diário de
negociações. Ou seja, para cada nova alocação definida pela equipe,
limitamos o volume das ordens diárias a 40% do volume médio de
negociações do ativo, com foco em minimizar o risco de impactarem
indesejadamente no preço do ativo negociado.

Além da utilização do modelo de Markowitz para a mensuração de


nossa exposição em cada ativo, busca-se mitigar o risco dos ativos ao
definir limites para nossas alocações. Neste sentido, definimos os
limites mínimos e máximos de 6% e 12,5% para quaisquer ativos de
nosso portfólio. Após a definição da alocação, dentro dos limites
impostos, buscamos analisar se há ativos com alta correlação entre
si, com o objetivo de evitar a falta de diversificação da carteira e a
existência de muitos ativos com movimentos e oscilações
semelhantes.

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EQUIPE ENDOR
INTRODUÇÃO

A gestão da Endor se baseia em análise conjunta de fatores


macroeconômicos e suas validações com diversos métodos
quantitativos. Seu objetivo foca principalmente em duas partes:
validar as teses de alocação, que podem ser as utilizadas em
competições ou similares, e buscar sempre aumentar a
rentabilidade, considerando o comportamento do ativo observado
no nosso modelo de Trend Following.

ESTRATÉGIAS

Utilizamos uma modelagem de Trend Following que procura estimar


a tendência de movimentação do ativo pela convergência entre
médias longas e curtas estrategicamente selecionadas. Seu uso
parte do princípio que, tudo mais constante, a média do vértice
curto tende a convergir a média do vértice longo. A partir dessa
análise, estipulamos o Target Price do ativo.

Ainda, com o uso de Slopes é possível entender o grau da direção da


convergência do ativo - sendo o coeficiente angular de uma
regressão linear entre o primeiro e último vértice de uma série
histórica móvel de 5 dias. Essa variável é usada para compreender a
magnitude do movimento do ativo, ajudando, também, na validação
da manutenção da tendência ao longo do tempo. Por fim, a
combinação específica entre as diferenças entre as médias e os
Slopes forma os critérios para a determinação do Buy Trend e Sell
Trend que são acompanhados diariamente.

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Em um movimento de controle do risco, também utilizamos uma


estratégia de avaliação do volume de posições a partir de um VaR
target para a carteira. O funcionamento dessa estratégia começa na
análise da média dos tamanhos das operações, definindo, assim,
participações grandes, médias e pequenas, e a atribuição de pesos
arbitrários para cada uma das categorias.

A partir disso, estabelecendo o financeiro do PL em risco, a partir do


VaR target especificado pela equipe, calculamos o valor padrão que
será atribuído, adicionando-se ao cálculo os respectivos pesos, para
cada nível de exposição (pequena, média e grande). Por fim,
dividimos cada posição calculada pelo Value At Risk, por ativo, e
estabelecemos o volume médio negociado nas bolsas, alocando
somente um percentual dentro de um limite estipulado.

Outra estratégia da Endor envolve a geração de um target price de


ativos baseado na volatilidade. Inicialmente, construímos uma média
histórica dos preços do ativo analisado e, posteriormente,
calculamos a volatilidade desse papel. Por fim, modelamos um
preço-alvo que se baseia nessa métrica. Desse modo, conseguimos
identificar se o valor do ativo desejado está além ou aquém do
esperado, isto é, se o target price foi batido ou não. Com o intuito de
aperfeiçoar nossa análise, estamos desenvolvendo, também, a
modelagem da volatilidade esperada no curto prazo a partir da
projeção de Monte Carlo.

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