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SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA


CENTRO DE ENSINO BOMBEIRO MILITAR

DIMENSIONAMENTO DA OCORRÊNCIA
Passos Guia de Execução Observações
1 Acionamento S¹ - Coletar informações junto ao COBOM; Utilizar FIRECAST; Confirmar tipo de
ocorrência, quantidade de vítimas e suas respectivas condições; Solicitar maiores informações
sobre riscos existentes e necessidade de apoio de recursos adicionais; S¹ e S² - Colocação dos
EPIs;
2 Deslocamento S¹ - Definir papéis e elaborar estratégias de atendimento com funções definidas; S³ - Conduzir
viatura conforme critérios da direção defensiva;
3 Cena da emergência S³ - Parada correta e posicionamento da viatura; S³ - Sinalização da ocorrência; S¹ - Garantir
que todos estejam com EPI adequado (luvas, máscara, óculos, colete, fardamento
operacional);
S¹ - Confirmar dados junto ao COBOM, se necessário; S¹ - informar o J10 via FIRECAST;
S¹ e S² - Analisar cinemática da ocorrência; Visualizar, dimensionar e gerenciar riscos
potenciais.
S¹ e S² - Caso a cena esteja segura, abordar a vítima e iniciar a avaliação geral do paciente;
Destaca-se que somente em casos extremos deverá ser considerada a retirada emergencial da
vítima (chave de rauteck).
S¹ - Caso não esteja segura, solicitar e aguardar a chegada de recursos adicionais, solicitar
novos recursos, se necessário e/ou empregar os meios disponíveis objetivando minimizar os
riscos existentes na cena.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
Equipe - Prestar suporte emocional ao paciente durante todo atendimento;
4 Contato visual S¹ - Realizar a impressão geral do paciente, levantando informações de maneira antecipada as
quais servirão de parâmetro para o socorrista traçar o seu plano de ação mental.
5 Abordagem do paciente S¹ - Buscar informações que ameacem a vida do paciente a curto prazo.
X - Exsanguinação (hemorragia grave) S¹ - De forma concomitante, a depender do grau de ameaça à vida, realizar uma impressão
geral do paciente, verificando sua responsividade (AVDI) e a possibilidade de exsanguinação
(hemorragia externa significativa) para controlá-la (X). Em caso de haver uma hemorragia
significante, o S¹ juntamente com o S² (se o S³ ainda não estiver na cena) utilizará a técnica de
compressão direta, curativo compressivo e torniquete, se necessário, para controlar a
hemorragia.
S¹ - Se não houver hemorragia significativa, e o paciente estiver verbalizando, é possível já
verificar se as vias aéreas estão pérvias e solicitar autorização para realizar o atendimento.
6 A - AIRWAY - Vias aéreas Após tratar as hemorragias o S¹ verifica a região ântero posterior do pescoço, buscando
possíveis alterações/lesões (desalinhamento da traqueia, turgência de jugular, desalinhamento
da cervical, sangramentos e crepitação). Se não houver lesões após o exame, com a
autorização do S¹, o S² estabiliza e mobiliza a cervical e promove a abertura das vias aéreas
(A). Se houver lesões ou resistência à mobilidade (referência a dor), permanece na posição
encontrada.
S² - Paciente consciente, orientado e conversando normalmente, apresenta suas vias aéreas
desobstruídas. Desta forma, manter via aérea pérvia com alinhamento da cervical em posição
neutra. Paciente inconsciente, ou com rebaixamento de status neurológico, ou com
dificuldades na fala (ruído ao respirar), a abertura da via aérea deve ser feita através do
empurre mandibular, para paciente de trauma, e da extensão da cabeça, para pacientes de
emergência médica, sendo que o S¹ deverá realizar a aplicação da cânula orofaríngea. S¹ -
Atentar que, antes da colocação da cânula, deverá ser realizada a inspeção da cavidade oral e
nasal (ossos da face e do nariz) com auxílio de uma lanterna pupilar, se necessário, verificando
se na boca há dente quebrado, se faz uso de prótese, se tem algum outro objeto ou alimento na
cavidade oral.
7 B - BREATTHING - respiração (ventilação e oxigenação, se Após verificação das vias aéreas, o S¹ deve avaliar o padrão ventilatório do paciente. Para isso,
necessário) é necessário verificar a frequência ventilatória e a amplitude dos movimentos respiratórios.
Se o padrão respiratório estiver normal, o S¹ segue para próximo passo (C).
Se há a presença de esforço respiratório, analisar o ritmo ventilatório do paciente. Iniciar a
monitorização da saturação com o uso do oxímetro.
Se há a presença de esforço respiratório, saturação abaixo de 95%, com movimentos
respiratórios abaixo de 30 e acima de 8 mrpm, S¹ avalia a boca e o nariz do paciente e inicia a
administração de oxigênio suplementar (12 a 15 litros por minuto), com auxílio do S³. Deve
ser mantido o cilindro de oxigênio preferencialmente deitado, ao lado do paciente para evitar
possível queda.
Se há a presença de esforço respiratório, movimentos respiratórios acima de 30 ou abaixo de 8
mrpm, o S¹ e S² devem iniciar ventilação mecânica (bolsa-válvula-máscara com auxílio de
oxigênio suplementar de 12 a 15 litros por minuto), com auxílio do S³.
Após auxílio respiratório/ventilatório, o S¹ deverá expor o tórax e inspecionar à procura de
lesões ou deformidades, como tórax instável (movimento paradoxal de uma parte) ou
assimetria do tórax. S¹ e S³ - caso seja encontrado tórax instável o realizar imobilização. Se
encontrar algum tipo de ferimento aspirativo no tórax, realizar curativo de três pontos. Se
encontrar objeto cravado no tórax, realizar a estabilização do objeto.
8 C - CIRCULATION - circulação O próximo passo é verificar o sistema circulatório. S¹ - Avaliar a circulação utilizando a regra
dos 6Ps (Pele, Pulso, Perfusão, Pança, Pelve e Perna) procurar por hemorragias ocultas (C).
Pele - O S¹ deverá verificar a coloração da pele (normal, pálida, cianótica ou ruborizada).
Pulso - O S¹ deverá verificar a presença de pulso central (carotídeo) e distal (radial). Se o
pulso carotídeo não for identificado dentro de 10 segundos, realizar RCP conforme protocolo
próprio.
Perfusão - O S¹ deverá verificar no leito ungueal (unha) a perfusão (menor que 2 segundos).
Pança - O S¹ deverá realizar avaliação visual e física dos quadrantes abdominais procurando
lesões, hematomas e rigidez. Se encontrar ferimentos abertos, realizar curativo.
Pelve - O S¹ deverá realizar a avaliação visual e física da pelve e genitais, procurando por
lesões e fraturas. Se for encontrada fratura, S¹ e S³ realizar imobilização e estabilização com
cinta pélvica.
Perna - O S¹ deverá realizar a avaliação visual e física das duas regiões femorais, procurando
por lesões e fraturas. Se for encontrada fratura, S¹ e S³ realizar imobilização e estabilização.
9 D - DISABILITY - neurológico Após verificação do sistema circulatório, S¹ deverá realizar a checagem do status neurológico
do paciente através da Escala de Coma de Glasgow: Abertura Ocular (Espontânea - 4; Verbal -
3, Estímulo Físico - 2; Nenhum - 1; ou NT - não foi possível testar); Resposta Verbal
(Orientado - 5; Desorientado - 4; Palavras desconexas- 3; Sons - 2; Nenhuma - 1; ou NT - não
foi possível testar) e Resposta Motora (Obedece comando - 6; Localiza a dor - 5; Flexão
normal - 4; Flexão anormal - 3; Extensão a dor - 2; Nenhuma - 1; ou NT - não foi possível
testar). Determinar o valor da escala de coma de Glasgow. (D)
10 Classificação As vítimas serão classificadas apenas como Estável e Instável.
S¹ - Identificar a necessidade de transporte imediato. Estável: 20 min em cena; Instável: 10
min em cena.
Para pacientes estáveis, seguir para a avaliação secundária.
Para pacientes instáveis, aplicar restrição do movimento da coluna e estabilizar para
transporte. Realizar as demais etapas da Avaliação Geral do Paciente durante o deslocamento.
11 E - EXPOSURE - exposição Após a checagem do status neurológico, o S¹ irá realizar a exposição e controle da hipotermia
(E). Esta etapa da avaliação geral do paciente serve de apoio para todas as demais etapas
acima descritas, ou seja, onde houver a necessidade de exposição, esta deverá ser realizada
para inspeção e tratamento de queixa principal ou lesão que possa comprometer a estabilidade
do paciente.
S¹ e S³ - Quando o paciente estiver exposto a uma necessidade de controle da temperatura
corporal, deverá ser realizada a aplicação da manta térmica (atentar para temperatura interna
da ambulância).
S¹ e S³ - Se identificada alguma fratura ou lesão que ameace a vida a curto prazo, realizar o
tratamento adequado. Em caso de mais de uma lesão, ordenar por prioridade de gravidade para
solucionar os problemas identificados.
O S¹ deverá examinar o local lesionado e realizar o tratamento adequado conforme protocolo.
S¹ - usar o processo mnemônico ILITIADA para auxiliar na caracterização da dor referida
pelo paciente: (I - início - o que você estava fazendo quando a dor começou? A dor começou
repentinamente ou gradualmente? Alguma outra vez sentiu algo parecido?; L - localização -
Em que lugar você sente a dor?; I - irradiação - É uma dor localizada ou que se irradia para
outro local?; T - tempo/duração - Há quanto tempo você se sente dessa maneira?; I -
intensidade - Que nota você dá para a dor em uma escala de 0 a 10? (sendo 0 o menor e 10, o
maior grau); A - agravo/alívio - A dor piora ou melhora com alguma posição ou movimento?;
D - duração - Por quanto tempo você sente essa dor?; A - associados - Algum fator associado
com a dor?)
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Equipe - Prestar suporte emocional ao paciente durante todo atendimento;
O socorrista deverá utilizar o mnemônico VOS (V - ver, não apenas olhar; O - ouvir, não apenas escutar; S - sentir, não apenas tocar) de forma ampla, ao longo de toda a
avaliação secundária.

12 Sinais Vitais As etapas de sinais vitais e entrevista podem ser realizadas de forma concomitante, atentando
para que esta (entrevista) não interferira na resposta daquela (sinais vitais).
S³ - Verificar os sinais vitais: Frequência Respiratória, Frequência Cardíaca, Pressão Arterial e
Temperatura da Pele. Realizar a ausculta, se necessário.
13 Entrevista As etapas de entrevista e sinais vitais podem ser realizadas de forma concomitante, atentando
para que aquela (entrevista) não interferira na resposta desta (sinais vitais). Atentar para
identificação completa do paciente (nome completo, CPF, idade).
S¹ - usar o processo mnemônico SAMPLE para auxiliar na condução da entrevista do paciente
de forma ampla: S - Sinais e sintomas; A - Alergias; M - Medicações; P - Passado médico; L -
Líquidos e alimentos; e E - Eventos relacionados.
14 Exame físico detalhado O S¹ deverá inspecionar e apalpar detalhadamente, todas partes do corpo do paciente à procura
de possíveis lesões e/ou sangramentos ainda não identificados:
S¹ - Inspecionar e apalpar: a cabeça, a testa e orelhas, a face e os olhos (analisar a reatividade
pupilar utilizando lanterna pupilar);
S¹ - Inspecionar e apalpar os ombros, o tórax, os quadrantes abdominais (se não realizado
ainda), a região pélvica e genitais.
S¹ - Inspecionar e apalpar os membros inferiores (realizar análise do PPMS - Pulso, Perfusão,
Motricidade e Sensibilidade) - Se houver fraturas que necessitem de imobilização checar
PPMS antes e depois da imobilização.
S¹ - Inspecionar e apalpar os membros superiores (realizar análise do PPMS - Pulso, Perfusão,
Motricidade e Sensibilidade) - Se houver fraturas que necessitem de imobilização checar
PPMS antes e depois da imobilização.)
ESTABILIZAÇÃO E FINALIZAÇÃO DA OCORRÊNCIA
15 Restrição do movimento da coluna Equipe - A necessidade, ou não, da restrição do movimento da coluna do paciente é analisada
de forma dinâmica durante toda a avaliação geral do paciente. No momento da manipulação
para o transporte a equipe deverá decidir pela restrição completa, ou não, do movimento da
coluna, realizando a imobilização e manipulação adequada conforme protocolo.
Usar o processo mnemônico BAD3C2L2TI2 (Barreiras na comunicação, Acidente de Trânsito >
100km/h, Dor, sensibilidade ou deformidade na linha média da coluna, Dor durante a rotação
ativa do pescoço, Déficit neurológico focal, Capotamento ou ejeção, Colisões de motocicletas
ou bicicletas, Lesões supraclaviculares, Lesões distratoras, Trauma com alta carga axial,
Intoxicação, Idade >65 anos) para auxiliar na decisão da aplicabilidade da restrição do
movimento da coluna.
16 Estabilização e transporte Equipe - Não sendo necessária a restrição do movimento da coluna, o paciente será
transportado em maca articulada (confortável, semi-sentado e com cinto de segurança).
Equipe - Sendo necessária a restrição do movimento da coluna, o paciente receberá a
imobilização com colar cervical e maca rígida longa. Durante a manipulação para maca rígida
realizar a inspeção posterior do corpo do paciente;
S¹ ou S³ - Indicar J0 intermediário no FIRECAST;
S¹ - Atentar para o acionamento de recursos complementares (se necessário);
Equipe - A segurança e conforto do paciente durante o transporte;
Equipe - Atentar para a biossegurança durante o transporte;
S¹ - Atentar para o correto preenchimento da Ficha de APH;
S³ - Atentar para a direção defensiva e cuidado na condução da viatura.
17 Monitoramento e reavaliação Durante o transporte para unidade hospitalar deverá ser realizado o monitoramento e a
reavaliação do paciente:
S² - Reavaliar XABCDE: X - nova avaliação das hemorragias; A - posicionar, se necessário, a
coluna e colar cervical; B - checar se a saturação permanece igual, ou maior, que 95%; C -
checar se a perfusão está menor, ou igual, a 02 (dois) segundos; D - reavaliar o reatividade
pupilar; E - checar a manutenção da temperatura corporal.
18 Transferência para unidade hospitalar S¹ - usar o processo mnemônico ITMIST para realizar a transferência de cuidados para equipe
médica no hospital, repassando os dados relevantes sobre o estado do paciente (ITMIST: I -
Idade: idade e dados gerais do paciente; T - Tempo: horário do incidente ou de início dos
sintomas; M - Mecanismo do Trauma: mecanismo do trauma ou queixa principal; I - Injúrias -
lesões apresentadas ou achados clínicos; S - Sinais Vitais - sinais e sintomas identificados; T -
tratamento - manobras de suporte de vida executados.
19 Retorno a prontidão Equipe - limpeza e desinfecção da viatura e materiais; manutenção e reposição de materiais
(bolsas e viatura); Debriefing - Avaliação do atendimento realizado.

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