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Luís M
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Um distrito com pólos culturais de costas voltadas…


Quantos de nós conhecemos a agenda cultural do nos- mas instituições distritais como grupos, associações e coo- ral, com todas as suas consequentes mais-valias para o dis-
so distrito? E que circuitos culturais existem nele? perativas culturais também dão o seu contributo. As regiões trito.
Tal como o leitor pode ter alguma dificuldade em res- de turismo ajudam na divulgação. O desenvolvimento regional também passa por aqui. Se,
ponder, também eu não consigo uma resposta muito váli- No entanto temos três regiões de turismo (Leiria/Fátima, isoladamente, se conseguem bons programas culturais que
da. E porque será? Centro e Oeste), 16 municípios, 148 freguesias e muitas arrastam multidões, imagine o que se poderia obter caso o
As informações que dispomos acabam por ficar limita- (não faço ideia quantas) instituições culturais no distrito distrito se unisse no desenvolvimento de circuitos pelos
das aos eventos culturais locais e aos grandes eventos regio- de Leiria. nossos pólos culturais ou até na produção de um mega
nais e nacionais. No entanto há quem não se resigne e pro- Não existindo esse “fio condutor cultural” que desen- evento distrital…
cure mais, bastando por vezes despender um pouco de volva elos entre todas estas entidades, dificilmente se pode- Manter os pólos culturais de Leiria de costas voltadas
tempo e aceder à internet. rão realizar eventos intermunicipais significativos, divul- resulta num subaproveitamento do nosso potencial cultu-
Na realidade, o que parece justificar esta situação é a gar eventos em concelhos não contíguos e, principalmente, ral. É tempo de uma nova visão estratégica, pois como em
ausência de um “fio condutor cultural” no distrito ou, se dar a conhecer às pessoas o que de cultural se faz por cá. tantas outras coisas, o todo é sempre maior que a soma
existe, a sua acção é muito diminuta. E quando falo em pessoas, não me restrinjo apenas a quem das partes!
Os grandes motores das agendas culturais do distrito é do distrito, mas a qualquer cliente cultural interessado
são as câmaras municipais. As juntas de freguesia e algu- em nos visitar. É o momento de apostar no turismo cultu-

entado
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As iniciativas culturais que conseguem vingar e Os projectos culturais e potenciais dinamizado- A falta de motivação das pessoas em colaborar
manter a fasquia bem alta, mesmo em alturas de cri- res que aguardam o momento ideal para sair da gave- e participar nos pequenos eventos culturais a nível
se, e todos os seus organizadores que com dinamis- ta. Esse momento pode passar despercebido levan- local, assim como os “acanhados” apoios financeiros
mo e ambição conseguem grandes resultados, mui- do esses projectos a pecar por tardios. Fóruns de e logísticos para o seu desenvolvimento. Esses com-
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tas vezes só por amor à camisola… objecto cultural podem ajudar a reunir pessoas, par- portamentos de passividade podem aniquilar o empe-
tilhar ideias e criar parcerias e condições para o tiro nho e iniciativa de quem tenta criar algo.
de partida.

Jornal de Leiria . 7 de Janeiro de 2010

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