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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PRÓ-REITORIA DE

ENSINO CURSO DE LICENCIATURA LETRAS/PORTUGUÊS – EaD


DISCIPLINA: SOCIOLINGUÍSTICA

ALESSANDRA COELHO MARTINS


ALINE PEREIRA COSTA
FRANCILEIA COELHO MARTINS
KARINA CARNEIRO
MAYLDE LINO
TAMARA PEREIRA BARROS

TEXTO DISSERTATIVO: A FORMAÇÃO CONTEMPORÂNEA DO PROFESSOR


DE LÍNGUA PORTUGUESA NO TRABALHO DE REEDUCAÇÃO
SOCIOLINGUÍSTICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA

LORETO/MA
OUTUBRO DE 2023
ALESSANDRA COELHO MARTINS

ALINE PEREIRA COSTA


FRANCILEIA COELHO MARTINS
KARINA CARNEIRO
MAYLDE LINO
TAMARA PEREIRA BARROS

TEXTO DISSERTATIVO : A FORMAÇÃO CONTEMPORÂNEA DO PROFESSOR DE


LÍNGUA PORTUGUESA NO TRABALHO DE REEDUCAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA
DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Redação apresentado ao Curso de


Licenciatura em Letras Português – EaD,
como parte das exigências da disciplina
Sociolinguística

LORETO/MA
OUTUBRO DE 2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
COORDENADORIA DO CURSO DE LETRAS
DISCIPLINA: DIAGNÓSTICO DA REALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA II
PROFESSORA: KATIA FRANÇA

A formação contemporânea do professor de língua portuguesa no trabalho de


reeducação sociolinguística da educação básica

Atualmente, os desafios enfrentados pelo docente atuante na educação básica


são diversos: a adaptação do profissional à heterogeneidade das turmas, o cuidado com
o ensino dos conteúdos de forma significativa e o lado prejudicial do contato excessivo
com as tecnologias são alguns deles, e tais questões afetam diretamente a ação do
docente no ensino-aprendizagem da língua. Desta forma, o docente, além de contornar
tais questões, precisa compreender que seu papel não é de uma formação escolar, e sim
social.
De acordo com Bagno (2009, p.168), “a língua é uma atividade social, ela é parte
integrante (e constitutiva) da vida em sociedade”, sendo assim, o ato de ensinar e
aprender a língua é igualmente social e vai além do “certo” ou “errado”. É nesse ponto
que se encontra a diferença entre alfabetização e letramento, processos que ocorrem
no decorrer da educação básica.
Soares (2003) aponta que a alfabetização é o processo de aprendizado da leitura
e da escrita, enquanto o letramento é o desenvolvimento do uso competente da leitura
e da escrita nas práticas sociais, ou seja, nem todo alfabetizado é letrado, assim como
nem todo letrado é, necessariamente, alfabetizado. Mas há de se questionar o papel do
professor de língua portuguesa nessa diferença, pois o que muito se discursa é que o
ensino da língua portuguesa está relacionado, exclusivamente, à norma culta. Porém, é
possível relacionar as abordagens dos autores citados à atuação do docente.
O professor de língua portuguesa, sendo um dos sujeitos no ensino-
aprendizagem é então um sujeito social. Tal profissional ocupa essa posição em sala de
aula por compreender o uso social da língua, não somente suas regras e sua escrita.
Sendo assim, agregando à sua responsabilidade enquanto contribuinte na formação de
sujeitos sociais(alunos), percebemos a necessidade de que esse docente compreenda
que o ensino da língua deve se dar em suas muitas variações e implicações sociais.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aborda que o ensino da língua
portuguesa deve se dar considerando pontos específicos relacionados à variação
linguística, como “conhecer algumas das variedades linguísticas do português do Brasil
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COORDENADORIA DO CURSO DE LETRAS
DISCIPLINA: DIAGNÓSTICO DA REALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA II
PROFESSORA: KATIA FRANÇA

e suas diferenças fonológicas, prosódicas, lexicais e sintáticas, avaliando seus efeitos


semânticos” e “discutir, no fenômeno da variação linguística, variedades prestigiadas e
estigmatizadas e o preconceito linguístico que as cerca, questionando suas bases de
maneira crítica” (BRASIL, 2018, p. 83). Tais variações são, então, parte da formação
sociolinguística do aluno. No entanto, quando se percebe que esta formação está
direcionada a mitos e padrões pré-estabelecidos que sustentam relações sociais
excludentes, é necessário que aja uma revisão, reformulação e reeducação
sociolinguística.
Para Bagno (2009), a reeducação sociolinguística é concebida como o espaço em
que o aluno pode e deve tornar-se consciente da atribuição de valores às variedades
linguísticas, e isso significa tonar a escola um espaço de compartilhamento e
consideração de saberes que vêm de fora da escola e que formam os sujeitos que
integram o processo de ensino e aprendizagem. Essa articulação por parte do professor
é adquirida em sua formação e faz parte de seus saberes.
Considerando que tratamos no decorrer do texto acerca de uma formação que
deve considerar fatores sociais e culturais para o ensino da língua portuguesa na
educação básica, ao abordar a formação do professor de língua portuguesa não seria
diferente. Ao considerar que a formação desse profissional é inteiramente adquirida na
universidade, a partir de artigos e livros de autores consagrados, estaremos nos
contradizendo.
Pimenta (1997) apresenta que os saberes docentes integram os saberes da
experiência, saberes do conhecimento e saberes pedagógicos, então, para uma atuação
adequada a essa reeducação sociolinguística, a formação do professor deve contemplar
os três pilares, sendo uma formação de integração entre os âmbitos profissional, social,
cultural e pedagógico.
A educação básica na atualidade requer mais do que um diploma universitário,
pois ao planejar uma aula que considere as individualidades culturais, sociais e
geográficas integradas ao uso presente e futuro da língua por cada indivíduo, o professor
necessita de uma sensibilidade que não se adquire na universidade. É preciso que tal
profissional esteja vulnerável a suas próprias experiências e ao que ocorre dentro e fora
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PROFESSORA: KATIA FRANÇA

de si para que, então, possa proporcionar a seus alunos uma reeducação significativa,
em que o uso da língua seja realmente um ato social de reflexão, e não de exclusão.

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