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OBADIAS

Original em inglês:

OBADIAH -

The Book of Obadiah

Commentary by A.R. Faussett

Tradução: Carlos Biagini

Introdução

Obadias 1
Obadias (Jamieson-Fausset-Brown) 2
INTRODUÇÃO

Este é o livro mais curto do Antigo Testamento. O nome significa:


"Servo de Jeová". Obadias está colocado como o quarto dos profetas
menores segundo a ordem hebraica do cânon, e o quinto conforme o
grego. Alguns consideram que ele é o mesmo Obadias que dirigiu a
restauração do templo no tempo de Josias, 627 a.C. (2Cr_34:12). Mas os
vv. 11-16, 20 indicam que Jerusalém estava naquela época derrotada
pelos caldeus, e que ele se refere à crueldade de Edom para com os
judeus naquela ocasião, a qual se faz referência também em Lm_4:21-
22; Ez_25:12-14, Ez_35:1-15; Sl_137:7. Da comparação do v. 5 com
Jr_49:9; do v. 6 com Jr_49:10; do v. 8 com Jr_49:7, parece que Jeremias
inclui em suas profecias partes das profecias de Obadias, como o fez no
caso de outras profecias também (veja-se Isaías 15 e 16 com Jeremias
48).
A razão da presente posição de Obadias com relação a outros dos
profetas menores anteriores a ele quanto à data, é porque Amós no fim
de suas profecias, prediz a subjugação de Edom pelos judeus no futuro;
aquele que ordenou num volume os profetas menores, portanto, colocou
a Obadias depois de Amós por ser uma exposição mais ampla, e como se
fosse um comentário sobre a breve profecia precedente de Amós,
referente a Edom (Maurer) (veja-se Am_1:11). A data das profecias de
Obadias foi possivelmente imediatamente depois da tomada de
Jerusalém por Nabucodonosor, em 588 a.C. Cinco anos depois (em 583
a.C.) Edom foi conquistado por Nabucodonosor. Jeremias deve ter
incorporado parte das profecias de Obadias com as suas imediatamente
depois que estas foram pronunciadas, selando deste modo a sua
canonicidade.
Jerônimo o faz contemporâneo com Oseias, Joel e Amós. É um
argumento em favor deste ponto de vista o fato de que Jeremias mais
provavelmente teria inserido em suas profecias uma parte de um profeta
anterior que de um contemporâneo. Se for assim, a alusão dos vv. 11-14
Obadias (Jamieson-Fausset-Brown) 3
será a alguma das anteriores capturas de Jerusalém; pelos egípcios no
tempo de Roboão (1Rs_14:25-26; 2Cr_12:2, etc.), ou pelos filisteus e
árabes no reinado de Jeorão (2Cr_21:16-17); ou por Jeoás, rei de Israel,
no reinado de Amazias (2Cr_25:22-23); ou aquela no reinado de
Jeoaquim (2Rs_24:1, etc.); ou aquela no reinado de Joaquim (2Rs_24:8-
16). Em todas as ocasiões os idumeus foram hostis aos judeus; e os
termos que caracterizam aquela inimizade não são mais fortes em
Obadias que em Jl_3:19 (veja-se Ob_1:10; Am_1:11-12). A provável
captura de Jerusalém a qual alude Obadias é aquela por Jeoás e os
israelitas no reinado de Amazias. Pois assim como um pouco antes, no
reinado do mesmo Amazias, os judeus tinham tratado asperamente aos
edomitas, depois de conquistá-los em batalha (2Cr_25:11-23), é provável
que os edomitas, em vingança, se unissem aos israelitas no ataque a
Jerusalém. (Jager).

Este livro pode ser dividido em duas partes:


(1) Vv. 1-16, que expõe a violência de Edom para com seu irmão
Israel no dia da desgraça deste, e sua próxima destruição com o resto dos
inimigos de Judá;
(2) Vv. 17-21, o próximo restabelecimento dos judeus em suas
próprias posses, às quais serão acrescentadas aquelas dos povos vizinhos,
e especialmente aquelas de Edom.
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Obadias 1

Vv. 1-21. A Sentença de Edom Por Sua Crueldade Para com Judá,
Irmão de Edom; A Restauração dos judeus.

1. Obadias — ou seja, servo de Jeová; o mesmo que Abdeel, e no


árabe Ob-allah.
Temos — Eu e meu povo.
ouvido — (Is_21:10.)
foi enviado um mensageiro — certamente, um embaixador já está
enviado, quer dizer: um anjo, que desperte aos assírios (e depois aos
caldeus) contra Edom. O resultado nos gentios da mensagem do
embaixador é que simultaneamente exclamam: “Levantai-vos, e
levantemo-nos (com forças unidas) …” Jr_49:14 cita este texto.
2. Eis que te fiz pequeno — sua redução à insignificância é tão
segura como se já estivesse consumada; portanto emprega-se o tempo
pretérito. (Maurer). Edom se estendia então de Dedã da Arábia até Bozra
ao norte (Jr_49:8, Jr_49:13). Calvino o explica: “Visto que foste feito
por mim um povo insignificante, por que és tão orgulhoso (v. 3)?” Mas
se assim fosse, por que se necessitaria os povos gentios para subjugar a
um tão insignificante? Jr_49:15 confirma o ponto de vista de Maurer.
3. fendas das rochas — (Ct_2:14; Jr_48:28.) As cidades de Edom,
e entre elas Petra (no hebraico, sela, que significa rocha, 2Rs_14:7), a
capital em Wady Musa, composta principalmente de casas lavradas na
pedra viva.
4. te remontares — a ti mesma, ou suprido pela segunda cláusula
“teu ninho” (Maurer) (Veja-se Jó_20:6; Jr_49:16; Am_9:2).
puseres o teu ninho entre as estrelas — quer dizer: sobre as mais
elevadas colinas, as quais parecem alcançar as próprias estrelas. Edom é
um tipo do Anticristo (Is_14:13; Dn_8:10; Dn_11:37).
de lá te derribarei — apesar da tua jactância (v. 3), “Quem me
derrubará por terra?”
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5. O despojamento que sofrerás, não será tal como aquele que
fazem os ladrões, mau como é isso, porque estes, quando tiverem
tomado quanto quiserem ou quanto possam em seu apuro, deixarão o
resto; nem tampouco como aquele que causam na vinha os
vindimadores, porque estes ao colher a maior parte das uvas, deixam
cachos atrás de si: mas sim será por completo, assim como para não te
deixar nada. A exclamação: “Como foste destruído!” parêntese que
irrompe em meio das palavras da figura, denotam fortíssima emoção. É
surpreendente o contraste entre Edom, onde não serão deixados nem
cachos, e Israel, onde nas piores circunstâncias se deixa um resíduo
(Is_17:6; Is_24:13).
6. Como foram rebuscados os bens de Esaú! — pelos soldados
hostis que buscavam despojo. Veja-se com os vv. 5, 6 aqui, Jr_49:9-10.
os seus tesouros escondidos — ou “lugares”. Edom abundava em
tais esconderijos, como cavernas, fendas na rocha, etc. Nenhum destes
seria deixado sem revisar pelo inimigo.
7. Todos os teus aliados — os teus confederados.
te levaram para fora dos teus limites — Quer dizer, quando os
embaixadores idumeus vão aos estados confederados buscando ajuda,
estes os conduzirão com a devida cerimônia até a fronteira, dando-lhes
vãos cumprimentos, mas não a ajuda requerida. (Drusius). Este ponto de
vista concorda com o contexto, o qual fala dos falsos amigos que
enganaram a Edom: isto é, falhando em lhe dar ajuda em sua
necessidade (veja-se Jó_6:14-15). Calvino traduz: “conduziram-te,” ou
seja, conduzir-te-ão; ajudarão a te conduzir até a fronteira no caminho do
teu cativeiro em terras estrangeiras.
os que gozam da tua paz — lit., os homens de sua paz. Veja-se
Sl_41:9; Jr_38:22, onde ocorre a mesma fórmula, “prevaleceram contra
ti.”
os que comem o teu pão — As mais pobres tribos do deserto, que
subsistiam pela generosidade de Edom. Veja-se outra vez, o Sl_41:9, o
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qual parece ter estado na mente de Obadias, como as palavras dele
estiveram antes na mente de Jeremias.
puseram armadilhas para teus pés — Parece que aproveitaram a
intimidade para “tender” uma armadilha, com o fim de ferir; estes
hóspedes edomitas, em vez dos travesseiros que colocavam usualmente
para os convidados na mesa, tenderam laços para fazer mal; quer dizer,
tiveram entendimento secreto com os inimigos de Edom para aquele
propósito. Maurer traduz: “laço”. A Versão Inglesa diz: “tenderam uma
ferida”, o que concorda com o hebraico; vale dizer: “a bandagem para
uma ferida.”
não há em Edom entendimento — nada de sabedoria, astúcia,
pela qual Edom era famoso (veja-se o v. 8) para desenredar-se de sua
perigosa posição.
em Edom — “Nele”, em lugar de “em ti.” A mudança denota o
afastamento de Edom de parte de Deus: Edom se apartou tanto de Deus,
que Deus agora fala dele, não a ele.
8. (Is_49:7; Jó_5:12-13; Is_19:3; Jr_19:7.)
farei perecer os sábios de Edom — até agora Idumeia, por meio
de seu intercâmbio com Babilônia e Egito, e por seus meios de
informação pela ida e vinda de suas muitas caravanas entre a Europa e a
Índia, foi famosa por seu conhecimento; mas naquele dia, por fim,
destruirei os sábios deles.
monte de Esaú — quer dizer, Edom, que era região montanhosa.
9. seja cada um exterminado pela matança — Maurer traduz:
“por causa da matança,” quer dizer, a que foi feita a Judeia por Edom
(veja-se o v. 14). A LXX, a Siríaca e a Vulgata conectam estas palavras
com o v. 10, “Por causa da violência (da qual és culpado) feita a teu
irmão Jacó …” A Versão Inglesa: “cortado pela espada” (isto é, um
corte total), corresponde bem a “exterminado para sempre” (v. 10).
Entretanto, o arranjo da LXX dá melhor um paralelismo quádruplo no v.
10. A frase, “Por causa da violência” (1), está balançada, em justa
retribuição, por “exterminado para sempre” (4); assim como “Por causa
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da violência feita a teu irmão Jacó” (2) está balançada por “cobrir-te-á a
vergonha” (3). A vergonha e a extinção retribuirão pela violência e a
matança respectivamente (Mt_26:52; Ap_13:10). Quanto à injúria, e
violência, de Edom, veja-se Sl_137:7; Ez_25:12; Am_1:11.
10. a teu irmão — O que agrava o pecado de Esaú é que o fez
contra aquele que era seu irmão por nascimento e pela circuncisão. A
posteridade de Esaú pela violência contra a semente de Jacó, seguiu os
passos de ódio de seu pai (Gn_27:41).
Jacó — não meramente seu próprio irmão, mas sim seu próprio
irmão gêmeo; portanto o nome de Jacó está posto aqui enfaticamente, e
não Israel, Veja-se Dt_23:7, quanto ao sentimento diferente que se
ordena à semente de Jacó que tivesse para com a de Edom.
cobrir-te-á a vergonha — (Sl_35:26; Sl_69:7).
para sempre — (Is_34:10; Ez_35:9; Ml_1:4). Idumeia, como
nação, devia ser “exterminada para sempre,” mesmo quando sua terra
devia ser outra vez habitada.
11. estando tu presente — em atitude de hostilidade, em vez de
simpatia, própria de irmão, desfrutando-se seus olhos (veja-se o v. 12) da
miséria de Jacó, e ansiosamente esperando a destruição dele. Assim o
Messias, antítipo de Jerusalém, abandonado por seus parentes
(Sl_38:11).
estranhos — os filisteus, árabes, no reinado de Jeorão, etc.
(2Cr_21:16); os sírios no reinado do Jeoás de Judá (2Cr_24:24); os
caldeus (2 Crônicas 36.)
os forasteiros levavam cativo o seu exército (RC) — (v. 20), a
multidão dos habitantes de Jerusalém.
deitaram sortes sobre Jerusalém — (Jl_3:3.) Assim ao Messias,
antítipo de Jerusalém, tiraram-lhe sua única possessão terrestre e sobre
ela lançaram sortes (Sl_22:18).
12. tu não devias ter olhado — com prazer maligno, e brutal
descaramento. Assim olharam os antítipos, os inimigos do Messias
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(Sl_22:17). Maurer traduz, como a marginal inglesa: “Tu não deves
olhar” mais. Nossa Versão concorda melhor com o contexto.
o dia de teu irmão — seu dia de calamidade.
o dia da sua calamidade — quer dizer, foi banido, como um
estranho, de sua própria terra. Deus envia duras calamidades sobre
aqueles que se alegram das calamidades de seus inimigos (Pr_17:5;
Pr_24:17-18). Contraste a outra conduta de Davi e de seu divino Filho,
num caso semelhante (Sl_35:13-15.)
nem ter falado de boca cheia — orgulhosamente, insultando ao
caído (Ez_35:13; veja-se 1Sm_2:3; Ap_13:6)
13. seus bens — traduzido “seu exército” no v. 11.
14. parado nas encruzilhadas, para exterminares os que
escapassem — Os judeus, naturalmente, fugiram pelas encruzilhadas
(Maurer traduz: “passagens estreitas de montanha”) por eles bem
conhecidas, para escapar ao deserto, e através de Edom até o Egito; mas
os edomitas ficaram preparados para interceptar a passagem dos
fugitivos, e para matá-los, ou entregá-los ao inimigo.
15. Porque — reassume a conexão com o v. 10, onde Edom foi
ameaçado sendo destruído para sempre.
o Dia do SENHOR — o dia no qual se manifestará como o justo
Castigador dos povos ímpios (Jl_3:14). O “todas” demonstra que o
cumprimento não está esgotado com o castigo infligido por
Nabucodonosor às nações circunvizinhas; mas sim, como em Jl_3:14 e
Zc_12:3, ao que se refere, é ao último juízo que há de vir sobre as nações
confederadas contra Jerusalém.
como tu fizeste, assim se fará contigo — o justo princípio da
retribuição na mesma espécie (Lv_24:17; Mt_7:2; veja-se Jz_1:6-7;
Jz_8:19; Et_7:10).
o teu malfeito — o prêmio dos teus atos (veja-se Is_3:9-11).
16. bebestes no meu santo monte — uma paráfrase por “vós os
judeus” (Maurer), aos quais agora Obadias dirige-se por um repentino
apóstrofo. A frase “sobre meu santo monte,” expressa a razão da
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vingança que será tomada-nos inimigos de Judá, ou seja: que Jerusalém
está no monte santo de Deus, o assento de seu templo, e Judá é o povo de
sua aliança. Jr_49:12, texto de Obadias copiado, estabelece este ponto de
vista (veja-se 1Pe_4:17).
como bebestes, etc. — quer dizer, a taça de ira, sendo despojados
de vossos bens e lugares como nação, por Edom e todos os gentios;
assim também beberão todos os gentios (inclusive Edom) a mesma taça
(Sl_60:3; Is_51:17; Is_51:22; Jr_13:12-13; Jr_25:15-33; Jr_49:12;
Jr_51:7; Lm_4:21-22; Na_3:11; Hc_2:16).
de contínuo — enquanto que a calamidade de Judá será temporária
(v. 17). Os inimigos de Judá nunca recuperarão sua primeira posição (vv.
18, 19).
sorverão — como para não deixar nada na taça de calamidade; não
meramente “beberão” (Sl_75:8).
serão como se não tivessem sido—não será deixada nem uma
traçado de sua existência nacional (Jó_10:19; Sl_37:36; Ez_26:21).
17. Mas, no monte Sião, haverá livramento — no sentido literal
tanto como no espiritual (Jl_2:32; Is_46:16; Is_59:20; Rm_11:26).
Maurer o explica: “haverá um remanescente que escapará.” Compare-se
Is_37:32; a libertação por Senaqueribe ali descrita, pensa Grocio que
Obadias aqui se refere. “Jerusalém não será tomada, e muitos dos povos
vizinhos também acharão nela libertação.” Distintamente dos inimigos
de Judá, dos quais não escapará nem um remanescente (vv. 9, 16), um
resíduo dos judeus escapará quando o resto da nação tiver perecido,
aquele que recuperará suas antigas “posses.”
o monte será santo — isto é, Sião será sacrossanto e inviolável:
não será mais violada por invasores estranhos (Is_42:1; Jl_3:17).
18. fogo — veja-se a mesma figura em Nm_21:28; Is_5:24;
Is_10:17).
casa de Jacó … José — ou seja, os dois reinos, Judá e Efraim, ou
Israel. (Jerônimo). Os dois formarão um só reino, deixando de lado sua
anterior inimizade (Is_11:12-13; Is_37:22-28; Jr_3:18; Os_1:11). Os
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judeus retornarão sob João Hircano com alguns dos israelitas desde
Babilônia e de tal modo subjugarão os idumeus, obrigando-os a
circuncidar-se e incorporando-os consigo, que chegarão a fazer parte da
nação. (Josefo, Antiguidades, 13.17; 12.11). Isto não foi senão sinal da
futura união de Israel e Judá como um reino na possessão da terra
aumentada (Eze_37:16, etc.).
restolho — (Ml_4:1).
19. Os de Neguebe — os judeus que no futuro vão ocupar o sul da
Judeia possuirão, em adição a seu próprio território, a contígua região
montanhosa de Edom.
os da planície — os judeus que ocuparão os planos ao longo do
Mediterrâneo, ao sul e sudoeste da Palestina possuirão, em adição a seu
próprio território, a terra dos “filisteus,” a qual corre como uma longa
faixa entre as colinas e o mar.
possuirão também os campos de Efraim — isto é, serão
restaurados os legítimos donos, os efraimitas aos campos de Efraim.
Benjamim possuirá a Gileade — quer dizer, a região a leste do
Jordão, ocupada antigamente por Rúben, Gade, e a meia tribo de
Manassés. Benjamim possuirá além de seu próprio território, o território
contíguo em direção ao leste, enquanto que as duas tribos e meia,
ocuparão, na redistribuição, o território limite de Moabe e Amom.
20. Os cativos do exército — ou seja, os cativos desta multidão de
israelitas.
possuirão os cananeus — Maurer traduz: “os cativos … que os
cananeus (levaram cativos a Fenícia) ainda até Sarepta … possuirão as
cidades do sul,” quer dizer, a Idumeia assim como o sul (v. 19).
Henderson, similarmente: “os cativos que estão entre os cananeus …”
Mas as cláusulas correspondentes do paralelismo estão melhor
balançadas em nossa Versão: “Os cativos do exército dos filhos de Israel
possuirão os cananeus” (quer dizer, Palestina ocidental e Fenícia,
Jz_3:3); e “os cativos de Jerusalém (e Judá) ... possuirão as cidades do
sul,” quer dizer, a Edom, etc. Cada um tem respectivamente atribuída a
Obadias (Jamieson-Fausset-Brown) 11
região contígua: Israel tem a região cananeia ocidental; Judá, a parte
meridional.
até Sarepta — perto de Sidom; também chamada Sarepta em
Lc_4:26. O nome denota que era lugar de fundição de metais. Desta
região veio a “mulher cananéia” (Mt_15:21-22). Os cativos judeus
tinham sido levados às costas da Palestina, ou seja, Canaã, perto de Tiro
e Sidom (Jl_3:3-4; Am_1:9). Os judeus, quando forem restaurados
possuirão o território de seus antigos opressores.
em Sefarade — quer dizer, no Bósforo. (Jerônimo, de seu instrutor
hebreu). Sefar, segundo outros (Gn_10:30). A paleografia confirma a
Jerônimo. Na inscrição cuneiforme que contém uma lista das tribos da
Pérsia (Niebuhr, Tab. 31:1), antes de Jônia e Grécia e depois de
Capadócia, aparece o nome CPaRaD. Era, pois, um distrito da Ásia
Menor Ocidental, perto de Lídia, e perto do Bósforo. Maurer o entende
por apelativo. “Os cativos de Jerusalém da dispersão” (veja-se Tg_1:1),
onde quer que estejam dispersados, retornarão e possuirão as cidades do
sul. Sefarade, embora seja literalmente o distrito perto do Bósforo,
representa a dispersão universal aos judeus. Jerônimo diz que o nome
significa em assírio um limite ou termo; vale dizer, “os judeus
espalhados em todas as fronteiras e regiões.”
21. Salvadores — no reino por vir não haverá um rei, e sim um
príncipe; o período sabático dos juízes retornará (veja-se a frase tão
frequente em Juízes, achada uma só vez na época dos reis, 2Cr_14:1, “a
terra esteve em paz”), quando não havia rei visível, mas sim Deus
reinava na teocracia. Os israelitas, não estranhos, administrarão justiça a
um povo temente a Deus (Is_1:26; Ezequiel 45). Os juízes não foram
tanta carga para o povo como resultaram ser os reis depois (1Sm_8:11-
20). O povo mais facilmente se arrependia na época dos Juízes que sob
os reis (veja-se 2Cr_15:17). (Roos). Os juízes eram de tempo em tempo,
levantados como salvadores ou libertadores de Israel da opressão do
inimigo. Estes, e libertadores similares na longa era subsequente de
Antíoco, os Macabeus, que venceram os idumeus (tal qual se prediz aqui;
Obadias (Jamieson-Fausset-Brown) 12
veja-se 2Mc_10:15, 23), eram tipos do pacífico período ainda por vir a
Israel.
para julgarem o monte de Esaú — para castigar (assim “julgar,”
1Sm_3:13) a Edom (veja-se os vv. 1-9, 15-19). Edom é o tipo dos
últimos inimigos de Israel e de Deus (Is_63:1-4).
e o reino será do SENHOR — sob o Messias (Dn_2:44; Dn_7:14,
Dn_7:27; Zc_14:9; Lc_1:33; Ap_11:15; Ap_19:6).

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