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A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E SUA ABORDAGEM CORPORATIVISTA

Introdução: O corporativismo é uma prática desde então criticada por Hipócrates na qual os
profissionais, em uníssono, defendem os próprios interesses principalmente profissionais de
forma a reprimir ou suprimir os interesses populacionais, distanciando a sociedade daquela
classe. A medicina, por ventura, não é excluída no que tange as profissões com alto grau de
corporativismo, sendo um dos exemplos a clara relação corporativista e a violência obstétrica,
devido a falta de jurisdição ativa no que se refere a esse assunto. Revisão da literatura: A
saúde da mulher na história das políticas brasileiras apresenta uma construção negligenciada,
com abordagem acerca desse assunto considerada irrelevante e trabalhada apenas de forma
superficial dentro dos parâmetros que se referem aos cuidados materno-infantil, sendo as
políticas públicas direcionadas apenas à dimensão procriativa. As mudanças sofridas nesse
âmbito, ocorreram somente após 1970, incluindo outras esferas como o bem-estar físico,
emocional e mental. A principal problemática é que o sistema jurídico do Brasil traz consigo
legislações genéricas e indiretas no âmbito federal (recusa à admissão ao hospital (Lei
11.634/2007) e lei contra o impedimento de entrada de acompanhante (11.108/2007)) e
projetos de leis no âmbito estadual. Em comparação à necessidade nacional, esse fato facilita
o acometimento de violências obstétricas e dá lugar aos profissionais da saúde que fomentam
uma rede corporativista em defesa do próprio interesse: o de não respeitar a parturiente, mas
considerar suas necessidades e dos demais profissionais em primeiro plano. Conclusão:
Compreende-se que a saúde da mulher, no que circunda a problemática da violência obstétrica
não pode ser analisada de forma isolada, sendo que a negligência por parte dos próprios
profissionais de saúde refletem o cenário crítico no qual as gestantes brasileiras vivem, haja
vista que, como supracitado acima, esses tendem a defender os próprios interesses em
detrimento dos seus pacientes, caracterizando o corporativismo médico. Dessa forma,
evidencia-se a necessidade de que mesmo com o déficit legislativo acerca do tema, os
médicos assimilem as raízes do problema da violência obstétrica, considerando seus fatores
históricos e socioculturais para que assim, haja efetivamente na base dos problemas e não
substancialmente nas suas consequências. Palavras-chave: Violência Obstétrica,
Corporativismo Médico.

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