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O Preconceito Racial Enraizado na Sociedade Brasileira:

Durante anos a luta contra o preconceito no Brasil vem sendo pautada pelos estudiosos da desigualdade
racial, eles afirmam que para a luta contra a desigualdade negra tenha resultados consistentes, nós bras
ileiros precisamos assumir que somos sim racistas, seja como indivíduo ou como sociedade.

Os brasileiros entendem que é lá fora que existe ódio racial, não aqui. Acreditam que no Brasil vivemos n
uma democracia racial, miscigenados, felizes e sem conflito. Essa é a perversidade do nosso racismo. El
e foi construído de uma forma tão habilidosa que os brasileiros chegam ao ponto de não quererem ou nã
o conseguirem enxergar a realidade gritante que está bem diante dos seus olhos.

O senso comum tende a compreender o racismo de maneira simplista, limitando àquelas situações em q
ue uma pessoa negra é proibida de entrar no clube, impedida de tomar o elevador social, revistada ao sai
r da loja ou insultada com palavras pejorativas que remetem à cor da pele. Tais casos, claro, configuram
racismo e são passíveis de punição

O racismo se manifesta de forma menos gritantes, como julgar alguém como “bandido” pelo seu estilo de
se vestir ou pela cor de sua pele, mas geram efeitos devastadores nas vidas pessoas pretas. No Brasil,
ser negro significa ser mais pobre do que o branco, ter menos escolaridade, receber salário menor, ser m
ais rejeitado pelo mercado de trabalho, ter menos oportunidades de ascensão profissional e social, dificil
mente chegar à cúpula do poder público e aos postos de comando da iniciativa privada, estar entre os pri
ncipais ocupantes dos subempregos, ter menos acesso aos serviços de saúde, ser vítima preferencial da
violência urbana, ter mais chances de ir para a prisão, morrer mais cedo.

Enquanto a sociedade Brasileira fechar os olhos e se negar a enxergar o real tumor do Brasil, não vamos
diminuir as estatísticas de pretos e pretas morrendo por violência policial ou sendo presos por nada mais
nada menos que a cor de sua pele. Enquanto nos preocuparmos com coisas fúteis, nunca vamos evoluir
e se tornar uma sociedade livre do preconceito racial.

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