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EMOÇÕES E SENTIMENTOS
GRUPO Nº 08
Luanda/2023-2024
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
EMOÇÕES E SENTIMENTOS
Autor: Grupo nº 08
Luanda/2023-2024
II
INTEGRANTES DO GRUPO
ID: 10000 29458
Nome: Berícia Alberto
III
AGRADECIMENTOS
Este trabalho não seria uma realidade sem a intervenção de DEUS, que nos dá forças
para nos levantarmos todos dias, por isso O agradecemos pela sabedoria, paciência e
inteligência que nos foi cedida para a elaboração deste trabalho. Agradecemos à professora
Encarnação Pimenta pelo tema interessante que nos concedeu e pelos ensinamentos que nos
tem passado na sala de aula.
IV
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS IV
INTRODUCÃO 7
OBJECTIVOS 8
OBJECTIVOS GERAIS 8
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 8
CAPÍTULO I: EMOÇÕES 9
1.3.1. MEDO 10
1.3.2. VERGONHA 11
1.3.3. ALEGRIA 11
1.3.4. RAIVA 11
1.4. ABORDAGENS SOBRE AS EMOÇÕES 11
1.4.1. HIPÓTESE EVOLUCIONISTA – CHARLES DARWIN (1809 – 1882) 12
1.4.2. HIPÓTESE FISIOLOGISTA WILLIAM JAMES (1842 – 1910) 12
1.4.3. HIPÓTESE COGNITIVISTA EPICTETO (55 – 135 D.C.) 13
1.4.4. HIPÓTESE CULTURALISTA MARGARET MEAD (1901-1978) 13
1.5. ABORDAGENS PSICOLÓGICAS DAS EMOÇÕES 14
1.5.1. ABORDAGEM PSICODINÂMICA 14
1.5.2. A ABORDAGEM COGNITIVA 15
1.5.3. A ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA 15
1.5.4. A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA 16
V
2.3.2. TIPOS DE SENTIMENTOS NEGATIVOS 19
2.3.3. TIPOS DE SENTIMENTOS NEUTROS 19
2.4. OS PRINCIPAIS SENTIMENTOS 19
2.4.1. PRINCIPAIS SENTIMENTOS POSITIVOS 19
2.4.2. PRINCIPAIS SENTIMENTOS NEGATIVOS 20
2.4.3. PRINCIPAIS SENTIMENTOS NEUTROS 21
2.5. AS FUNÇÕES DOS SENTIMENTOS 21
2.5.1. EXPRESSAM A SUBJECTIVIDADE E PARTICULARIDADE DO SUJEITO 21
2.5.2. INDICAM O ESTADO FÍSICO E MENTAL 22
2.5.3. INDICAM OS VALORES SEGUNDO OS QUAIS A PESSOA AGE 22
2.5.4. SÃO A BASE DA CONEXÃO QUE NOS UNE AO RESTO DO MUNDO 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24
VI
INTRODUCÃO
Falar sobre as emoções e sentimentos levante em nós, enquanto estudantes de
psicologia, a percepção do quanto ainda devemos aprender no decurso da nossa formação. É
um tema actual e que traz à tona várias disfuncionalidades que levam ao adoecimento psíquico
e não só. Por este motivo, entendê-los e moldá-los de forma positiva traz ao profissional uma
capacidade de intervenção mais qualificada e eficaz.
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OBJECTIVOS
O presente trabalho comporta os seguintes objectivos:
OBJECTIVOS GERAIS
• Compreender as Emoções e os Sentimentos.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
• Conceituar Emoções e Sentimentos;
• Reflectir sobre a Evolução Etimológica das Emoções e os Sentimentos;
• Apresentar os tipos de Emoções e Sentimentos;
• Descrever as Emoções e os Sentimentos mais comuns;
• Compreender como o psicólogo pode intervir na compreensão das Emoções e dos
Sentimentos.
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CAPÍTULO I: EMOÇÕES
1.1. CONCEITO DE EMOÇÕES
A palavra aparece normalmente para mostrar a natureza imediata dessa agitação nos
humanos e a forma em que é experimentada por eles, ainda que em algumas culturas e em
certos modos de pensamento é atribuída a todos os seres vivos. Os mesmos autores
acrescentam que a comunidade científica a aplica na linguagem da psicologia, desde o
século XIX, a toda criatura que mostra respostas complexas similares às que os humanos
se referem geralmente como emoção (Bock, et. al, 2019).
Segundo Neubern (1999), muitos estudiosos, anteriores ao século XX, já se
preocupavam com a emoção e os seus efeitos sobre o comportamento humano. Desde a
Grécia Antiga e até meados do século XIX, filósofos e psicólogos acreditavam que as
emoções eram instintos básicos que deveriam ser controlados sob pena de o homem ter
a sua capacidade de pensar seriamente afectada. Atémeados do século XX, a emoção
era totalmente descartada dos seus domínios por influência do pensamento cartesiano. No
século XX, as investigações produzidas sobre a emoção levaram-nosa um outro olhar e
entendimento.
O autor supracitado, Neubern (1999), frisa que, com o auxílio dos desenvolvimentos
tecnológicos, os pesquisadores estão a descobrir que a emoção influi directamente no
nosso sistema imunológico, na nossa saúde. O mal do século XXI, o stress, é de origem
fundamentalmente emocional, é o resultado daincapacidade de lidar com as emoções; aliás,
esta capacidade foi definida como uma das múltiplas inteligências do ser humano
(inteligência emocional), pelo psicólogo americano Howard Gardner (1999).
Bock, et al (2019) acrescentam que um dos teóricos mais estudados actualmente, o
psicólogo e médico francês Henri Wallon, (1879-1962), que iniciou as suas pesquisas
com crianças lesadas neurologicamente, elaborou uma teoria da emoção. Para ele, a
emoção tem dupla origem: é tanto biológica quanto social, e o que ela garante é a
sobrevivência da espécie humana.
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1.2. CLASSIFICAÇÃO DAS EMOÇÕES
Existem vários tipos de emoções, porém, para esta pesquisa, iremos abranger o medo,
vergonha, a alegria e a raiva, que são as emoções básicas, não esquecendo, claro, que
existem outros tipos de emoções, tais como o ciúme, nojo, desprezo, surpresa, interesse,
inveja (Neubern, 1999).
Optou-se por falar sobre estas quatro emoções porque durante a pesquisa, notou-se
que todos os investigadores nesta área não têm uma absoluta certeza acerca do número
exacto de emoções. Na verdade, a maioria acha que existem emoções provenientes de outras
emoções, tornando-se assim uma espécie de interligação de emoções.
1.3.1. Medo
Para Mendes (2019), o medo é conhecido como a emoção mais estudada entre os
cientistas. É a emoção do perigo. Esta emoção causa um forte impacto fisiológico, o
coração começa a bater mais forte, a respiração acelera, os músculos contraem, as mãos
tremem. A autora refere que todas estas sensações derivam do sistema nervoso simpático,
adrenalina e noradrenalina que agem sobre o nosso corpo quando temos medo. Estas sensações
vão obrigar-nos a enfrentar o perigo ou a fugir dele. O corpo é preparado para uma acção física,
fuga ou luta.
O medo pode ser confundido com ansiedade, mas as diferenças são muitas. O medo é
uma reacção ao perigo que acontece naquele momento, a ansiedade é o “medo” sentido por
antecipar perigos que podem ou não ocorrer. Na emoção medo, este sentimento de medo
passa em breves instantes e a ansiedade pode tornar-se crónica. Na ansiedade, enquanto as
manifestações são psicológicas (preocupação), no medo são físicas (arrepios, tremores,
calafrios, sudorese, etc.) (Neubern 1999).
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1.3.2. Vergonha
Segundo Bock, et al (2019), a vergonha é uma das emoções que mais nos
acompanham durante toda a vida, desde a infância que sentimos esse tipo de emoção. A
vergonha só é sentida quando se tenta mostrar ao grupo a que se pertence que não
conseguimos atingir as normas do mesmo, tais como sexualidade, competição ou estatuto,
compreensão e ajuda.
1.3.3. Alegria
A Alegria é uma das emoções que engloba o amor, paixão, amizade, bom humor,
felicidade. É a emoção mais “procurada” pelo ser humano. A emoção que ajuda a ultrapassar
dificuldades, ódio, rancor, ciúme, e muitos outros sentimentos negativos (Neubern, 1999).
A alegria não se manifesta apenas num sorriso. Por exemplo, as crianças quando estão
alegres adoptam um jeito de andar diferente, pulam e saltam, não precisam mostrar um
sorriso para mostrarem a sua felicidade.
1.3.4. Raiva
Segundo Mesas (2004), a raiva é uma emoção humana completamente normal,
saudável, e uma determinadaquantidade dela é necessária à nossa sobrevivência. A raiva
surge quando nos sentimos fracos e frustrados ao termos de reconhecer nossos limites
internos e externos. Inspira os sentimentos e oscomportamentos poderosos e agressivos,
que permitem ao ser humano lutar e defender-se quandoé atacado. A raiva pode ser causada
por factores externos e internos.
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1.4.1. Hipótese Evolucionista – Charles Darwin (1809 – 1882)
Este ponto de vista é o dos discípulos modernos de Darwin, os psicólogos
evolucionistas.Se sentimos raiva, alegria, tristeza, medo e outras emoções, é porque, tal
como temos a capacidade de nos mantermos de pé ou agarrar objectos, essas emoções
permitiram-nos sobreviver ou reproduzirmo-nos melhor no nosso meio natural. Foram
seleccionadas no decorrer da evolução da nossa espécie como verdadeiros “órgãos
mentais”, e continuam a transmitir-sepor hereditariedade (Schultz & Schultz, 2009).
O precursor desta teoria, Charles Darwin (1872/2000), defende que as emoções nos
salvam: as emoções fundamentais desencadeiam-se em situações que representam para nós
um desafio vital em termos de sobrevivência ou de estatuto. Por exemplo, omedo ajuda-nos
a fugir do perigo, a raiva a triunfar sobre os rivais, o desejo leva-nos a encontrar um parceiro
para nos reproduzirmos. As emoções foram, portanto, favoráveis à sobrevivência e à
reprodução de todos os antepassados da nossa espécie, o que explicaria a sua transmissão
até nós.
Outra proposição defendida por este teórico é que os bebés experimentam emoções:
reacções emocionais como a raiva ou o medo surgem no bebé humano numa idade muito
precoce (a alegria aos três meses, a raiva entre os quatro e os seis meses), o que advoga
a favor de uma “programação” das suas emoções no seu capital genético, ele próprio
seleccionado no decorrer da evolução Darwin (1872/2000).
Schultz & Schultz (2009) realçam que William James (1842-1910), psicólogo e
filósofo americano, é o precursor desta teoria, que defendia similaridade entre as emoções
e as sensações. Temos tendência para crer que trememos porque temos medo ou que
choramos porque estamos tristes. Para James, é o inverso que se produz: é o facto de sentir
que trememos que nos leva a sentir medo ou o de chorar que nos torna tristes.
Os mesmos autores enfatizam que, à primeira vista, esta hipótese choca com o senso
comum, mas a investigação acumulou numerosas observações a seu favor. Por exemplo,
em certas situações a nossa reacção física desencadeia-se antes de termos uma experiência
emocional completa. Assim, quando evitamos com precisão uma colisão de carro,
sentimos muitas vezes medo depois do acontecimento,enquanto o nosso corpo reagiu
desde a primeira fracção de segundo com um jacto de adrenalina e a aceleração do coração.
Por outro, lado as nossas emoções seriam vazias de conteúdo sem as sensações provenientes
do nosso corpo (idem, 2009).
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António Damásio apud Neubern, (1999) fala dos marcadores somáticos que informam
o nosso espírito da presença de uma emoção e nos ajudam a decidir mais depressa: por
exemplo, as sensações físicas desagradáveis associadas ao medo vão ajudar-nos a evitar
rapidamente as situações de perigo.
Os mesmos autores frisam que a aplicação destas teorias apareceu sob diferentes
formas de psicoterapias, em especial as psicoterapias cognitivas, que ajudam o paciente a
pensar diferentemente. Por exemplo, umpaciente deprimido tem tendência para classificar
os acontecimentos desfavoráveis como “não controláveis” e “causados por ele”. Uma
análise desses mecanismos de pensamento pode ajudá-lo a pensar de maneira menos
estereotipada e a diminuir as suas emoções tristes e ansiosas (idem, 2009).
Para Schultz & Schultz (2009), os defensores da abordagem dita culturalista, uma
emoção é, em primeiro lugar, um papel social que aprendemos justamente crescendo num
certo tipo de sociedade, o que supõe que outras pessoas criadas noutros sítios sentirão e
exprimirão emoções diferentes. De um continente a outro, as emoções humanas seriam tão
variadas como as línguas dos diferentes povos. Levando esta hipótese ao extremo, poderia
imaginar-se que certas etnias ignoram algumas das nossas emoções, como, por exemplo, o
ciúme sexual ou a tristeza. Veremos que as observações metódicas iludiram a esperança de
descobrir um “bom selvagem”.
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Se sentimos tristeza quando o nosso clube desportivo favorito é derrotado, ou raiva
quando não obtemos aumento de salário, é porque reconhecemos estas duas fases
emocionais adaptadas asituações próprias da nossa sociedade. Ninguém à nossa volta
se surpreenderá por sentirmos essas emoções, nem pela maneira como as exprimimos ao
chegar ao escritório com o semblante abatido ou ar indignado, porque os outros conhecem
e sabem reconhecer essas situações.
A abordagem culturalista das emoções recorda-nos que devemos estar atentos ao meio
em que nos encontramos antes de exprimir uma emoção ou interpretar as dos outros. Por
exemplo,em certos grupos humanos chorar em público provoca atenção e simpatia; noutros
é sinal de falta de virilidade ou “self-control”.
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Quando o consegue, segue o princípio de que o pensamento causa a emoção e o
comportamento. Gradualmente, durante várias sessões, vai usando técnicas para
desmistificar o recalcamento, acabando por modificar o pensamento em relação a maneiras
de ver os acontecimentos que o paciente encaravade maneira disfuncional por associação
com o episódio passado, alterando consequentemente as emoções e induzindo uma melhor
qualidade de vida ao paciente em relação à maneira como se sente com ele próprio, com os
outros e com o mundo, (idem, 2009).
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Os terapeutas tomam em relação ao paciente uma atitude directiva e de “comando”,
de maneira a melhor poderem tomar nas suas mãos a conduta do paciente. São pouco
adeptos dos “insights” e, de certo modo, quase anti-psicodinâmicos. É comum o terapeuta
de cariz comportamentalista fazer planos diários para os pacientes de modo a induzir-lhes
certos comportamentos diários e repetitivos de forma a mecanizar os mesmos. Acreditam
que as emoções se modificam a partir daí (Gazzaniga, Ivry & Mangun, 2006).
Segundo Atkinson & Adolphs (2005), com base numa tese chamada “regulagem das
emoções” direccionam o paciente a uma sequência mental para adoptar os seguintes
procedimentos: identificar e classificar as emoções, identificar os obstáculos à mudança de
emoções, reduzir a vulnerabilidade à mente emotiva (emoções descontroladas), aumentar e
melhorar os eventos emocionais positivos, tomar consciência das emoções presentes em
cada momento e finalmente adoptar acções contrárias à tendência emocional indesejada.
Podemos designar uma outra condição base nesta terapia como compreensão por
empatia. Aqui o terapeuta é sensível aos sentimentos e reacções pessoais que o paciente
experimenta acada momento, quando pode apreendê-los “de dentro” tal como o paciente
os vê e quando consegue com êxito alguma dessa compreensão ao paciente (Schultz &
Schultz, 2009).
O paciente começa, passo a passo, a ser capaz de se ouvir a si mesmo, já que encontra
alguém que ouve e aceita os seus sentimentos. À medida que começa a “abrir” mais para o
que se passa nele, torna-se capaz de atender aos sentimentos que sempre negou e reprimiu.
Enquanto vai aprendendo a ouvir-se a si mesmo, começa igualmente a aceitar-se. Vai
exprimindo cada vez mais aspectos ocultos de si próprio, apercebendo-se, em simultâneo,
que o terapeuta tem para consigo uma atitude positiva incondicional e de “congruência”.
Descobre que é possível abandonar a fachada atrás da qual se escondia, que é possível
minimizar os comportamentos de defesa e ser de uma maneira mais aberta o que na verdade
é (Schultz & Schultz, 2009).
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Conquista, progressivamente, uma concepção de si mesmo como uma pessoa de valor,
autónoma, capaz de fundamentar os próprios valores e normas na sua própria experiência.
Desvia-se de uma ideia que o torna inaceitável aos seus próprios olhos, indigno de
consideração eobrigado a viver segundo as normas dos outros. As suas percepções tornam-
se mais realistas e mais diferenciadas e a sua adaptação psicológica melhora. Dá-se uma
redução da tensão em todas as suas formas (tensão fisiológica, mal-estar psicológico,
ansiedade) e o seu comportamento torna-se mais evoluído, melhorando assim a
funcionalidade das suas emoções (idem, 2009).
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1. CAPÍTULO II: SENTIMENTOS
2.1. CONCEITO DE SENTIMENTO
Os sentimentos são um estado de ânimo que surge em relação a estímulos externos,
sendo considerados a expressão mental da emoção. Quando a emoção se processa no cérebro
e a pessoa é consciente dela e do estado de humor que provoca em si mesma, ocorre um
sentimento. Logo, Marina & Penas (1999) realçam que a origem dos sentimentos são as
emoções definidas e avaliadas racionalmente que determinarão o nosso estado de espírito.
Outra diferença entre sentimentos e emoções, conforme apontado por Reeve (2006) e
Bock, Furtado e Teixeira (2008) é a duração. Os sentimentos são mais duradouros, menos
explosivos e não vêm acompanhados de reações orgânicas intensas. Já as emoções são fortes,
passageiras e mutáveis. Portanto, o que emociona um indivíduo hoje, pode não emocioná-lo
amanhã.
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2.3.1. Tipos de sentimentos positivos
Fredrickson (2004) realça que os sentimentos positivos são sentimentos agradáveis que
provocam uma percepção de bem-estar na pessoa e comportam sensações de agrado. Os
sentimentos positivos contribuem em grande medida para preservar a nossa saúde física e
psíquica, uma vez que ajudam a diminuir as sensações de estresse e ansiedade. Por outro lado,
ajudam a prevenir o aparecimento dos sentimentos negativos.
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❖ Amor: o amor é um sentimento em relação a alguém ou alguma coisa e nasce o desejo
que aquela pessoa ou coisa tenha todo o bem que possa ter.
❖ Euforia: a euforia é a expressão máxima de alegria que implica um aumento da nossa
energia e nos faz comtemplar a vida de um jeito muito mais positivo.
❖ Esperança: ter fé em alcançar o que se deseja.
❖ Motivação: reação de entusiasmo e energia perante um dever ou uma ação.
❖ Paixão: sentimento que está intimamente relacionado com o amor e tende a aparecer
na esfera sexual.
❖ Satisfação: sentimento que se produz após a realização de algo bem feito, que estimula
a confiança e segurança em nós mesmos.
❖ Diversão: focar a atenção numa acção que faz o tempo passar de forma agradável e que
oferece bem-estar.
❖ Bem-estar: estado de equilíbrio entre os níveis somáticos e psíquicos da pessoa.
❖ Entusiasmo: sentimento que nasce perante a motivação frente a um acontecimento.
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❖ Frustração: sentimento que nasce perante a impossibilidade de completar o que se
necessitava ou desejava.
❖ Indignação: sentimento que conta com zanga por considerar um evento ou acção
injusta.
❖ Vergonha: desconforto em relação a um evento sobre o qual a pessoa se sente
humilhada ou por antecipação de medo de fazer algo ridículo.
❖ Vulnerabilidade: sentimento que engloba sentimentos de fragilidade, impotência,
sensibilidade e insegurança que desencadeiam um sentimento global de percepção de
vulnerabilidade.
Os estudos coincidem (Fredrickson (2004); Marina & Penas (1999); Pallarés (2010))
em apontar quatro funções principais das emoções:
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2.5.2. Indicam o estado físico e mental
De maneira subjetiva e diferente para cada indivíduo, eles indicam o estado em que nos
encontramos em todos os níveis (biológico, mental, social, econômico, etc.).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordar esta temática que nos foi proposta foi, de certa forma, uma experiência
desafiante e, ao mesmo tempo, gratificante. Desafiante porque falar de um tema tão amplo e
complexo como as emoções e os sentimentos, demanda uma certa expertise na selecção do
material a abordar. Enquanto uns sofrem pela ausência ou escassez de bibliografia na
construção dos seus trabalhos científicos, o nosso desafio foi ter um acervo excessivo de
informação relacionada ao tema em questão. Assim, saber o que é que deve constar no nosso
trabalho e saber o que se deve excluir foi um calcanhar de Aquiles para nós, pois muita coisa
parecia relevante e importante, mas teve de ficar de fora.
Apesar disso, foi gratificante, pois, descobrimos várias facetas das emoções e dos
sentimentos, conseguimos entender os seus desdobramentos e evolução de abordagem ao longo
dos tempos. Ainda assim, apesar de termos feito uma pesquisa exaustiva para um trabalho desta
dimensão, reconhecemos que é impossível abordar sobre tudo o que tem a ver com o tema,
pelo que, reconhecemos a nossa pequenez e pedimos compreensão aos demais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Atkinson, A. P., & Adolphs, R. (2005). Visual emotion perception: Mechanisms and processes.
Em L. F. Barrett, P. M. Niedenthal, & P. Winkielman (Eds.), Emotion and consciousness (pp.
150-182). New York: Guilford.
Bock, A. M. B., Odair, F. & Teixeira, M. L. T. (2019). Psicologia. Saraiva Educação SA.
Darwin, C. (1872/2000). A expressão das emoções no homem e nos animais. São Paulo:
Companhia das Letras.
Marina, J. A., & Penas, M. L. (1999). Diccionario de los sentimientos. Barcelona: Anagrama.
Mendes, J. P P. (2019). O trabalho do psicólogo nas emoções infantis: considerações
neurofisiológicas das emoções.
Schultz, D. P., & Schultz, S. E. (2009). História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage
Learning.
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