Giddens e Willis enfatizam a reprodução social na
A sociologia, nascida no século XIX para entender as
mudanças sociais da modernidade, coincidiu com a
implementação de sistemas educacionais de massa. No
Brasil, a década de 1920 marcou a educação como um
problema social, abordado com perspectivas psicológicas
e sociológicas, refletindo em reformas educacionais. Essa
conexão entre o surgimento dos sistemas educacionais e
a modernidade destaca a educação como fator explicativo
crucial nas ciências sociais.
O sistema educativo, enquanto instituição social, necessita
ser compreendido historicamente. A sociologia acadêmica,
originada no século XIX com a modernidade, viu a
diminuição da relevância do tema educacional ao longo
de seu desenvolvimento. No Brasil, a década de 1920
testemunhou a educação ser reconhecida como um
problema social, abordado por perspectivas psicológicas
e sociológicas.
Os pensadores clássicos, como Marx, Weber e Durkheim,
estudaram a educação olhando para os sistemas
educacionais ao seu redor. Durkheim, especialmente,
achava que a educação era essencial para manter a ordem
social e moralizar a sociedade. Pensadores como Bourdieu,
Giddens e Habermas têm visões diferentes. Bourdieu
questiona a legitimidade do discurso meritocrático,
enquanto Giddens e Habermas tratam a educação de forma
mais abstrata, não a vinculando diretamente com a história
de outras instituições sociais.
educação, destacando constrangimentos estruturais e o
papel do currículo oculto. Ao contrário de Durkheim, que via
a educação como fundamental para a transformação social,
eles tendem a ver a escola como passiva na reprodução de
SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO: valores. Archer, com uma abordagem macrossociológica,
define os sistemas educacionais como coleções nacionais
um debate teórico e empírico de instituições formais, argumentando que entender a
sobre modernidade educação requer considerar quem ganhou ou perdeu nas
lutas pelo poder.
Norbert Elias rejeita a dicotomia indivíduo-sociedade,
preferindo uma abordagem de processos dinâmicos.
Destacando interações de interesses individuais, ele e
Archer rejeitam determinismo, enfatizando a importância
histórica nos sistemas educacionais. Archer analisa a
integração sistêmica e social, enquanto Elias destaca a
dinâmica das configurações sociais. Propõe-se uma sócio-
história educacional brasileira, influenciada por Elisa Reis,
explorando projetos ao longo do tempo e influências
materiais e ideais.
O desenvolvimento histórico e as mudanças nos
Em "Les Héritiers" (1964), Bourdieu & Passeron destacam
significados da educação são cruciais para entender suas
que o desempenho na escola está ligado às origens
configurações. Como uma instituição social, ela envolve
sociais, influenciado pelos "gostos de classe". Mais
interações diretas e possui uma organização burocrática.
tarde, Bourdieu reconhece que ter um diploma é útil na
Norbert Elias destaca a importância do processo histórico
competição profissional, mas ainda vê a escola como um
na sociologia. Ao redefinir a educação como histórica, a
meio de perpetuar as desigualdades sociais. Essa ideia,
sociologia abre espaço para discutir novas possibilidades,
por vezes chamada de funcionalista, destaca como a
evitando extremos. A sociologia brasileira pode contribuir
escola contribui para manter as diferenças entre as
para construir um sistema educacional que permita ao
classes sociais.
Brasil definir sua própria modernidade