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COMPOSIÇÃO DESTA APOSTILA

PROFESSOR (TODAS AS ÁREAS)

•LÍNGUA PORTUGUESA
•MATEMÁTICA
•INFORMÁTICA
•LEGISLAÇÃO
•LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL/DIDÁTICA

CADERNO DE ATIVIDADES
1. Elaboração específica para o concurso do Edital 01/2017;
2. Exercícios de fixação com gabarito;
3. Manual simplificado da nova ortografia;
4. Dicionário de termos jurídicos.

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Porto Alegre/RS
PORTUGUÊS
LÍNGUA PORTUGUESA

SUMÁRIO

Compreensão e interpretação de textos: ideia central e intenção co-


municativa; estruturação e articulação do texto; significado contextual de
palavras e expressões; pressuposições e inferências; emprego de nexos e
outros recursos coesivos; recursos de argumentação ........................................... 5
Ortografia..................................................................................................... 14
Acentuação gráfica ........................................................................................ 17
Classes de palavras ....................................................................................... 20
Estrutura e formação de palavras .................................................................... 27
Semântica .................................................................................................... 29
Colocação pronominal .................................................................................... 29
Flexão nominal e verbal ................................................................................. 31
Emprego de tempos e modos verbais ............................................................... 35
Vozes do verbo ............................................................................................. 39
Termos da oração.......................................................................................... 42
Coordenação e subordinação: emprego das conjunções, locuções conjunti-
vas e dos pronomes relativos. ......................................................................... 45
Concordância nominal e verbal ........................................................................ 50
Regência nominal e verbal .............................................................................. 55
Ocorrência de crase ....................................................................................... 57
O uso dos porquês ......................................................................................... 58
Pontuação .................................................................................................... 59
Figuras de linguagem ..................................................................................... 62
Vícios de linguagem ....................................................................................... 65

Técnica de memorização rápida ................................................................. 66

Exercícios Gerais ........................................................... distribuídos na matéria

Exercícios de Fixação ..................................................... Caderno de Atividades


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Você acha que o lobo irá conseguir realizar o seu
LÍNGUA PORTUGUESA intento? Por quê?

Por que esse fato - o da proibição da utilização


das rocas em todo o reino (em “A Bela Adormecida”) -
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO foi mencionado agora, logo no começo da história?

Será que o príncipe irá encontrar a princesa? Por


INTRODUÇÃO: quê? O que faz você pensar assim?

Interpretar significa comentar, explicar algo. Podemos No que se refere ao produto do processo de leitura
dizer que interpretar um texto é dar a ele um valor sim- e compreensão do texto, as questões devem estimular
bólico, uma explicação. os alunos a realizarem inferências e reconstrução de
Por exemplo, um fato ocorre em uma via pública, informações de trechos do texto e não apenas a localiza-
várias pessoas são testemunhas desse fato, contudo, ção de informações. Por exemplo:
cada pessoa dará a ele um valor, uma prioridade distinta,
pois cada um traz uma história pessoal e será essa histó- Quais fadas estiveram no batizado/nascimento da
ria que permeará as análises, os símbolos de cada inter- Bela Adormecida?
pretação.
De que animal o caçador retirou o coração para
Então... como interpretar textos em prova, se cada enganar a rainha (em “Branca de Neve”)?
pessoa possui seu modo específico de ver os fatos?
Inferência: que sentido faz descobrir que a prince-
A resposta não é simples. Não obstante, o valor sub- sa identifica um grão de ervilha colocado embaixo dos
jetivo do texto possui uma estrutura interna básica e colchões (em “A Princesa e a Ervilha”)?
independente de quem o lerá. Essa estrutura textual
garante uma interpretação primordial que trabalha o Reconstrução de informações: por que o lobo con-
texto e que o vê como um objeto a ser analisado em seu seguiu chegar à casa da vovó antes de Chapeuzinho?
interior, objetivamente.
Esses tipos de questões e estratégias de leitura podem
Para efeito didático, vamos dizer que há basicamente levar à compreensão efetiva do texto.
três tipos de estruturas de texto, que irão se mesclar,
conforme o estilo, intenção, etc., do autor. Vamos cha-  REESCRITURA DE TEXTOS INCLUINDO
má-las de MACROESTRUTURAS: NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO DOMÍNIO DAS MORFOSSINTÁTICAS
e DISSERTAÇÃO, que irão se organizar tendo como sus-
tentáculo elementos característicos de cada uma. A se- A síntese de texto é um tipo especial de composição que
guir, iremos estudar as MACROESTRUTURAS e seus ele- consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que o
mentos característicos. autor expressou amplamente. Desse modo, só devem
ser aproveitadas as ideias essenciais, dispensando-se
IDENTIFICAÇÃO DO ASSUNTO tudo o que for secundário.

Com base na leitura do título do texto e da articu- Procedimentos:


lação dessa informação com outras como, por exemplo, I) Leia atentamente o texto, a fim de conhecer
autoria, fonte e características do gênero, é importante o assunto e assimilar as ideias principais;
solicitar aos alunos que haja informações prévias do que II) Leia novamente o texto, sublinhando as par-
o leitor irá encontrar no texto. Por exemplo: tes mais importantes, ou anotando à parte
os pontos que devem ser conservados;
Considerando que o título do texto é “A Princesa e III) Resuma cada parágrafo separadamente,
as Ervilhas”, que tipo de assunto você acha que o texto mantendo a sequência de ideias do texto
abordará? original;
IV) Agora, faça seu próprio resumo, unindo os
Você acha que será uma história, uma notícia, um parágrafos, ou fazendo quaisquer adapta-
poema...? ções conforme desejar;
V) Evite copiar partes do texto original. Procure
Sabendo que quem o escreveu foi o mesmo autor exercitar seu vocabulário. Mantenha, porém,
de “Chapeuzinho Vermelho”, você mantém suas respos- o nível de linguagem do autor;
tas anteriores ou as modifica? Por quê? VI) Não se envolva nem participe do texto. Limi-
te-se a sintetizá-lo.
E sabendo que ela foi publicada em um livro cujo
título é “Um Tesouro de Contos de Fadas”, que hipóteses Exercitando o que aprendeu:
levantadas até agora você mantém?
Durante a leitura, é preciso que sejam explicitadas Sem copiar frases, RESUMIR, no espaço reservado, o
as pistas e os procedimentos utilizados pelos diferentes texto abaixo:
leitores (os alunos) que possibilitaram determinadas
compreensões. Para tanto, é importante que sejam feitas O QUINZE
questões ao longo da leitura para propiciar inferências e
antecipações, assim como a verificação de ambas em Debaixo de um juazeiro grande, todo um bando de reti-
todas as pistas linguísticas. Por exemplo: rantes se arranchara: uma ovelha, dois homens, uma
Você acha que a Chapeuzinho Vermelho irá seguir mulher nova, algumas crianças.
o caminho da floresta ou o caminho do rio? O sol, no céu, marcava onze horas. Quando Chico Bento,
com seu grupo, apontou na estrada, os homens esfola-
Por quê? vam uma rês e as mulheres faziam ferver uma lata de
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querosene cheia de água, abanando o fogo com um cha- Texto Literário Texto não-Literário
péu de palha muito sujo e remendado. Conotação Figurada Denotação clara
Em toda a extensão de cansaço. A Limpa-Trilho gania e subjetivo, pessoal. objetivo, informativo
parava, lambendo os pés queimados.
Os meninos choramingavam, pedindo comer. Basicamente, existem três tipos de redação: narração
E Chico Bento pensava: - Por que, em menino, a inquie- (base em fatos), descrição (base em caracterização) e
tação, o calor, o cansaço, sempre aparecem com o nome dissertação (base em argumentação).
de fome?
- Mãe, eu queria comer... me dá um taquinho de rapadu-
ra! IDÉIA CENTRAL E INTENÇÃO COMUNICATIVA
- Ai, pedra do diabo! Topada desgraçada! Papai, vamos
comer mais aquele povo, debaixo desse pé de pau?
Nesse tipo de interpretação, devemos escolher a alterna-
O juazeiro era um só. O vaqueiro também se achou no
tiva cuja idéia está de acordo com o texto, eliminando as
direito de tomar seu quinhão de abrigo e de frescura.
que contenham dados contrários, alheios ou exagerados
E depois de arriar as trouxas e aliviar a burra, reparou
em relação ao texto.
nos vizinhos. A rês estava quase esfolada. A cabeça
Parece muito difícil generalizar entre nós o uso do che-
inchada não tinha chifres. Só dois ocos podres, mal chei-
que. Brasileiro gosta mesmo é de receber aquele Santos
rosos, donde escorria uma água purulenta.
Dumont de chapéu e ar angélico, deslumbrado de tantos
Encostando-se ao tronco, Chico Bento se dirigiu aos
zeros em sua célula de dez mil ou um melancólico Floria-
esfolados:
no, a garantir, atrás do bigode mongólico, a autenticida-
- De que morreu essa novilha, se não é da minha conta?
de de seus cem cruzeiros.
Um dos homens levantou-se, com a faca escorrendo
Negócio de ver o freguês rabiscar uma ordem dirigida a
sangue, as mão tintas de vermelho, um fartum sangren-
um banco não apetece a ninguém. O talão pode ser fur-
to envolvendo-o todo:
tado. O signatário pode não ser o próprio nem residir
- De mal-dos-chifres. Nós já achamos ela doente. E va-
onde alega. A conta bancária pode estar gélida. A assina-
mos aproveitar mode não dar para os urubus.
tura pode não conferir com os registros do banco. Enfim,
Chico Bento cuspiu longe, enojado:
uma porção de possibilidades indesejáveis se antepõem
- E vosmecês têm coragem de comer isso? Me ripuna só
entre o papelucho e a ambiciosa "moeda corrente nacio-
de olhar...
nal".
O outro explicou calmamente:
Faz dois dias que a gente não bota um de-comer de
Questão: Segundo o texto, brasileiro não gosta de rece-
panela na boca...
ber cheque, porque:
Chico Bento alargou os braços, num grande gesto de
a) normalmente o cheque não tem fundo.
fraternidade:
b) o dinheiro vale mais do que o cheque.
- Por isso não! Aí nas cargas eu tenho um resto de cria-
c) somente o dinheiro em "moeda corrente nacional"
ção salgada que dá para nós. Rebolem essa porqueira
inspira confiança.
pros urubus, que já é deles! Eu vou lá deixar um cristão
d) o talão de cheques é normalmente falso.
comer bicho podre de mal, tenho um bocado no meu
e) em geral, a assinatura do cheque não confere com o
surrão!
registro bancário.
Realmente a vaca já fedia, por causa da doença.
Toda descarnada, formando um grande bloco sangrento,
Resposta: C; porque é a única que está de acordo com o
era uma festa para os urubus vê-la lá de cima, lá de
texto.
frieza mesquinha das nuvens. E para comemorar o acha-
do executam no ar grande rondas festivas, negrejando
c) Texto cuja interpretação é baseada em síntese:
as asas pretas em espirais descendentes.
Rachel de Queiroz
Nesse tipo de texto, o trabalho consiste em reduzi-lo a
uma ideia (a ideia básica). Devemos, para tanto, esco-
Modelo
lher a opção que encerra essa ideia:
O Japão, elevado à condição de terceira potência mundi-
Arranchados sob o juazeiro, em meio àquela desolação,
al, conserva ainda muito de sua milenar cultura, embora
um bando de retirantes tentava aproveitar uma vaca já
haja o influxo de outras civilizações, especialmente a
em estado de putrefação, para combater-lhe a fome de
norte-americana.
dois dias. Quando Chico Bento, com seu bando, aproxi-
ma-se também em busca de abrigo e, compadecendo-se
Questão: Segundo o texto:
daquela situação, divide com os miseráveis o resto de
a) A cultura japonesa sofre a interferência de outras
alimento que trazia, deixando o animal para os urubus.
civilizações.
b) Como terceira potência mundial, o Japão ainda é tra-
TIPOLOGIA TEXTUAL
dicional.
c) O tradicionalismo japonês é uma realidade, embora
Tipologia Textual: Tudo o que se escreve recebe o nome
seja uma grande potência.
genérico de redação ou composição textual.
d) A elevação do Japão à condição de terceira potência
mundial não alterou sua cultura.
Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor
e) Como terceira potência mundial, o Japão conserva
que também é transmitida através de figuras, impregna-
suas tradições, mesmo sofrendo influência de outras
do de subjetivismo. Ex: um romance, um conto, uma
culturas.
poesia...
Resposta: E, porque é esta que respeita a íntegra do
Texto não-Literário: preocupa-se em transmitir uma
texto.
mensagem da forma mais clara e objetiva possível. Ex:
uma notícia de jornal, uma bula de medicamento.

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ORIENTAÇÃO: Com a finalidade de auxiliar o raciocínio Frequentemente, o conflito entre o que o usuário “quis
de quem deve responder a questões de compreensão de dizer” e o conteúdo dito “literalmente” é fruto de uma
textos, observe o seguinte: intenção deliberada.
1) Atenha-se exclusivamente ao texto. No entanto, há casos nos quais ocorre um “deslize”, por
2) Proceda através de eliminação de hipóteses. parte do usuário, decorrente de uma atitude não-
3) Compare o sentido das palavras: às vezes, uma pala- intencional.
vra decide a melhor alternativa.
4) Tente encontrar o tópico frasal, ou seja, a frase que Observação: O conteúdo de significação contextual de
melhor sintetiza o texto. palavras e expressões está inserido na apostila na parte
dos processos sintáticos.
Para tanto, guarde as palavras:
O BICHO
1) INVERSÃO: as informações contidas nas alternativas
contradizem o texto. Manuel Bandeira

2) FALTA: quando na alternativa faltam informações 1. Vi ontem um bicho


essenciais. 2. na imundície do pátio
3. catando comida entre os detritos.
3) EXCESSO: quando na alternativa se encontram in- 4. Quando achava alguma,
formações estranhas ao texto. 5. não examinava nem cheirava:
6. engolia com voracidade.
IDÉIA CENTRAL E IDÉIAS CONVERGENTES 7. O bicho não era um cão,
8. não era um gato,
A ideia central é (ou deveria ser) o motor de qualquer 9. não era um rato.
obra artística autoral. Entretanto é comum verificar que 10. O bicho, meu Deus!, era um homem.
muitos trabalhos artísticos não estão fundamentados em
uma ideia central. Mas afinal o que seria esta tal “ideia IDÉIA CENTRAL
central”? E INTENÇÃO COMUNICATIVA
A ideia central nada mais é do que a opinião que o autor
tem sobre determinado tema, fato, e etc. 1- de que fala o texto?

A ideia central é de responsabilidade do autor, mas tam- 2- como está problematizado?


bém pode ser herdada de outro autor.
3- qual o fio condutor da explanação?
IDÉIAS CONVERGENTES
4- que tipo de raciocínio ele segue na argumenta-
Diz-se quando mais de um étimo (= palavra que dá ori- ção?
gem a outra) se torna uma palavra homônima numa Todavia, é necessário lembrar que a ideia
língua derivada. Assim, latim sunt mudou para são (em central defendida pelo autor só pode tomar corpo associ-
eles são), tornando-se homônimo de sanu > são (em ada a outras que são chamadas de secundárias em rela-
homem são). Dizemos então que são (verbo) e são (ad- ção à primeira.
jetivo) são formas convergentes.
Mas como trabalha esta fase de leitura?
No dicionário do Aurélio, verificamos o vocábulo velar, Com apoio em unidades s bem determina-
com três origens diferentes: 1. velar, adj. - relativo ao das (parágrafos), tendo sempre à frente o tema proble-
véu palatino; origina-se do latim velu acompanhado do ma que é o fio condutor de todo texto. Nesse trabalho de
sufixo adjetivo -ar; 2. velar (do latim velare), verbo - análise, o texto é subdividido refazendo toda a linha de
cobrir com véu; 3. velar - (do latim vigilare), verbo - raciocínio do auto.. Para deixar às claras a ideia central
passar a noite acordado; estar atento, vigiar, proteger. no texto é fundamental a técnica de sublinhar.

Em gramática histórica, este processo é chamado de DICAS


formas convergentes: duas ou mais palavras que vão
originar um vocábulo em português. A diferença signifi- 1. nunca sublinhar na primeira leitura.
cativa é explicada, portanto, pela diferença de origem, 2. só sublinhar as ideias principais e os pormeno-
isto é, são três étimos diferentes. res significativos
3. elaborar um código a fim de restabelecer os si-
INFERÊNCIAS nais que identifiquem o seu modo pessoal de empreender
a leitura, exemplo: um sinal de interrogação face aos
Nem sempre quando se utiliza a linguagem, o entendi- pontos obscuros do parágrafo; outro exemplo: um retân-
mento entre os interlocutores é bastante simples. gulo para colocar em destaque as palavras chave.
Ao contrário, na maioria das vezes em que um enunciado 4. reconstruir o texto observando todas as pala-
é proferido, seu sentido literal e o sentido que ele adqui- vras sublinhadas em cada parágrafo, além da pintura
re no contexto não coincidem. analítica serve de base para a elaboração do resumo ou
Dessa forma, se uma mãe deseja que sua filha saia da síntese do livro. Convém lembrar que o resumo não é
frente da TV porque está atrapalha a visão daquela, pode uma redução de ideias apreendidas nos parágrafos, mas
expressar sua vontade com a frase “Saia da frente da é fundamentalmente a síntese das ideias do pensamento
TV” ou, simplesmente dizer, em outras palavras (“indire- do autor.
tamente”), “Você não é de vidro...”
Assim sendo, o uso de alusões, insinuações, ironias, ESTRUTURA DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS
ambiguidades, dentre outras, são recursos comuns na
linguagem cotidiana. a) NARRAÇÃO:

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Identificamos um texto narrativo quando ele se propõe a expectativa que o autor tem de seu tema, ou seja, con-
contar algo, seja real ou fictício. Qualquer história, qual- forme a intenção do autor, ele irá criar personagens que
quer assunto contado será uma narração. Podemos reiteram ou não sua intenção. Personagens podem ser
exemplificar o texto narrativo como o conto, romance, pessoas, animais, objetos, sentimentos, etc. As persona-
novela. gens PRINCIPAIS atuam no encaminhamento do enredo
central da história. Quando as personagens são boas,
b) DESCRIÇÃO: chamamos de PROTAGONISTAS; quando agem na esfera
do mal, ANTAGONISTAS.
Identificamos um texto descritivo quando ele caracteriza, Num texto, devemos identificar quais ou qual a persona-
detalha, “fotografa” um objeto, uma pessoa, um senti- gem principal, a seguir caracterizá-la como antagonista
mento, etc. Geralmente, a descrição acompanha a Narra- ou protagonista e em alguns casos, identificar as duas
ção e a Dissertação. coisas. As personagens secundárias atuam num segundo
plano, podem ser apenas mencionadas ou aparecerem
c) DISSERTAÇÃO: apenas num determinado instante do texto, sempre atu-
am no intuito de reforçar as personagens principais. Per-
Identificamos um texto dissertativo quando ele propõe sonagens SECUNDÁRIAS também podem ser objetos,
uma ideia, quando defende uma opinião, quando traz forças da natureza, etc.
argumentos sobre algum tipo de tese. Podemos exempli-
ficar o texto dissertativo como o ensaio, crônica, crítica. 4) O COMO SE DEU O ENREDO

NARRAÇÃO É modo pelo qual as personagens alcançaram os objeti-


vos. É nesse ponto que devemos ter bastante atenção,
Noite na Taverna – Álvares de Azevedo porque será nesse momento que o autor dará as pistas,
fará o suspense, apresentará álibis. Podemos dizer que
(...) Godofredo Walsh era um desses velhos subli-
esse é o “meio” do texto, pois daí sairão as definições
mes, em cujas cabeças as cãs semelham o diadema pra-
das personagens, as pistas para o leitor.
teado do gênio. Velho já, casara em segundas núpcias
com uma beleza de vinte anos. Era pintor: diziam uns
5) O ESPAÇO FÍSICO, O LOCAL
que este casamento fora um amor artístico por aquela
beleza romana, como que feita ao molde das belezas
Pode ser descrito em detalhes, ou simplesmente ser
antigas - outros criam-no compaixão pela pobre moça
mencionado com algumas características. Há casos em
que vivia de servir de modelo. O fato é que ele a queria
que o espaço da ação é dentro das personagens: o corpo
como filha - como Laura, a filha única de seu primeiro
físico ou as emoções. O espaço físico também pode ser
casamento - Laura, corada como uma rosa, e loira como
omitido em função de um clima pretendido, seja misté-
um anjo.
rio, suspense, drama, etc.
Eu era nesse tempo moço era aprendiz de pintura
em case de Godofredo. Eu era lindo então! Que trinta 6) O TEMPO DA AÇÃO, QUANDO OCORREU O FATO DO
anos lá vão! Que ainda os cabelos e as faces me não TEXTO
haviam desbotado como nesses longos quarenta e dois
anos de vida! Eu era aquele tipo de mancebo ainda puro Pode ser tratado de duas formas: cronologicamente ou
do ressumbrar infantil, pensativo e melancólico como o psicologicamente.
Rafael se retratou no quadro da galeria Barberini. Eu No tempo cronológico, há indicação de quando ocorrem
tinha quase a idade da mulher do mestre. Nauza tinha as ações do texto, isto é, através de datas, horários,
vinte - e eu tinha dezoito anos. dias, indicações climáticas, estações do ano, enfim, tudo
que fizer referência ao tempo que passa / passou /
Amei-a, mas meu amor era puro como meus sonhos de
passará é uma marcação do tempo cronológico.
dezoito anos. Nauza também me amava: era um sentir
tão puro! Era uma emoção solitária e perfumosa como as
No tempo psicológico, o narrador (aquele que nos conta
primaveras cheias de flores e de brisas que nos embala-
o fato) não organiza as ações dentro de uma sequência
vam aos céus da Itália... (...)
temporal. Isto significa que ele, o narrador, pode relem-
Dissemos que narrar é contar, relatar fatos. Nes-
brar os fatos sem ordená-los na ordem do acontecimen-
se relato ocorre com a presença de determinados ele-
to, pois não há interesse em precisar o tempo correto da
mentos, que poderão aparecer ou não na ordem abaixo
história, e a ação seguirá o registro dos fatos sem a pre-
exposta:
ocupação de uma ordem temporal.
1) O NARRADOR
7) O PORQUÊ DOS FATOS, O MOTIVO DAS AÇÕES
Podemos dizer que nesse momento do texto o leitor terá
É aquele que nos conta o fato, a história. O narrador
parte do texto compreendido, isto porque será o momen-
pode contar a história a partir de suas posições, que
to da explanação do porquê das atitudes das persona-
chamamos de PONTO DE VISTA.
gens e aí, então, compreende-se suas opções ou pelo
bem ou pelo mal. Por exemplo, o antagonista tornou-se
2) O FATO, A AÇÃO, O ENREDO
“ruim” devido a uma carência na infância, ou um trauma,
Define o que aconteceu, o que ocorreu; Trata-se de um
etc. Alguns textos não trazem esse porquê devidamente
conjunto de fatos em que as ações se encadeia com as
explanado, vai depender exclusivamente da intenção do
personagens se envolvem num determinado tempo e
autor, de seu estilo característico.
lugar. Então, num texto, precisamos identificar o que
está ocorrendo e em que as personagens se envolvem
DESCRIÇÃO
para definirmos seu enredo.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha
3) AS PERSONAGENS
os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais lon-
gos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era
A caracterização das personagens está relacionada à
doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bos-
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que como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema Real?
selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas O que se descreve?
do Ipu onde campeava sua guerreira tribo da grande
nação tabajara, o pé grácil e nu, mal roçando alisava Imaginário?
apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primei-
ras águas. Objetivamente?
Como se descreve?
(Iracema – José de Alencar)
1) CONCEITUAÇÃO Subjetivamente?

A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe 5) EXEMPLO DE TEXTO DESCRITIVO (autor consa-
ação. É uma estrutura pictórica (relativa à pintura) em grado)
que os aspectos sensoriais predominam. A Casa Materna
Toda técnica descritiva implica uma contemplação
e uma apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o reda- Vinícius de Moraes
tor, ao descrever, precisa possuir um certo grau de sen- Há, desde a entrada, um sentimento de tempo na
sibilidade. casa materna. As grades do portão têm uma velha ferru-
Assim como o pintor capta o mundo exterior ou in- gem e o trinco se oculta num lugar que só a mão filial
terior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza conhece. O jardim pequeno parece mais verde e úmido
cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. que os demais, com suas palmas, tinhorões e samam-
baias que a mão filial, fiel a um gesto de infância, desfo-
2) TIPOS lha ao longo da haste.

A descrição, conforme o objetivo que se propõe, É sempre quieta a casa materna, mesmo aos do-
pode ser literária ou técnica. mingos, quando as mãos filiais se pousam sobre a mesa
Na primeira, não deve haver preocupação quanto farta do almoço, repetindo uma antiga imagem. Há um
à exatidão da imagem descrita, porque a finalidade é tradicional silêncio em suas salas e um dorido repouso
transmitir a impressão sensorial que a coisa vista causa em suas poltronas. O assoalho encerado, sobre o qual
no autor. ainda escorrega o fantasma da cachorrinha preta, guarda
Isso não implica preocupação com detalhes. O que as mesmas manchas e o mesmo taco solto de outras
importa é que o conjunto, ao deixar sobressair os traços primaveras. As coisas vivem como em prece, nos mes-
principais, seja enfatizado. mos lugares onde as situaram as mãos maternas quando
É importante a seleção desses traços, para que o eram moças e lisas. Rostos irmãos se olham dos porta-
trabalho mais precioso não dê a impressão de uma foto- retratos, a se amarem e compreenderem mudamente. O
grafia, mas, sim, seja a imagem do objeto (como o piano fechado, com uma longa tira de flanela sobre as
autor vê e sente esse objeto). teclas, repete ainda passadas valsas, de quando as mãos
Na descrição literária, predomina o aspecto sub- maternas careciam sonhar.
jetivo. O autor transfigura o ser de acordo com suas
vivências psicossensoriais. Aqui predomina a conotação. A casa materna é o espelho de outras, em peque-
Com relação à descrição de tipos, pode-se des- nas coisas que o olhar filial admira ao tempo em que
crevê-los física ou psicologicamente. A primeira será tudo era belo: o licoreiro magro, a bandeja triste, o ab-
uma descrição em que predomina a objetividade; na surdo bibelô. E tem um corredor à escuta de cujo teto à
segunda, porém, predominará a subjetividade. noite pende uma luz morta, com negras aberturas para
Às vezes, o autor, através da caricatura intencio- quartos cheios de sombras. Na estante, lei, inclusive, seu
nal dos traços físicos da personagem, deixa entrever o gênero literário. Com ele, aprendi a cantar e a viver:
retrato psicológico da pessoa que aparece em narrações John Winston Lennon.
ou poemas, caracterizando suas idiossincrasias, isto é,
suas maneiras de ser. Basta lembrar Quincas Borba, em DISSERTAÇÃO
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de
Assis. O Donjuanismo na poesia de Florbela Espanca
Quanto à descrição técnica, aqui sim, há grande
preocupação com a exatidão dos detalhes e precisão O donjuanismo pode ser visto por ângulos distintos.
vocabular. É uma descrição objetiva. O autor descreve o O primeiro se caracteriza através da conquista pela
ser tal qual ele se apresenta na realidade. Há predomínio conquista, pela satisfação dos instintos, em que o
da denotação. Outro não possui valor algum, sendo considerado
Qualquer manual de instruções de aparelhos ou apenas como um corpo sem alma, uma forma de
mecanismos é uma descrição técnica. Poderíamos tam- chegar ao prazer.
bém citar outros exemplos, como: descrição de um mine- Don Juan, em “El Burlador de Sevilla” (2002), de Tir-
ral, descrição anatômica de um corpo, etc. so de Molina, diz que é um homem sem nome (MO-
LINA, 167), ou seja, um homem, um sexo, que se-
3) CARACTERIZAÇÃO FORMAL duz e engana o Outro com promessa de amor eterno
Com relação ao aspecto formal da descrição, de- e união. A promessa de casamento é, para ele, uma
vem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que forma de iludir a sua vítima, que será apenas um
se usem então as formas nominais, o presente e o preté- meio de saciar seu desejo de infinito, revigorando
rito imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferên- sua energia para uma nova conquista e, ao mesmo
cia aos verbos que indiquem estado ou fenômeno. tempo, reforçando a autoestima do Narciso que o
Todavia, deve predominar o emprego dos adjeti- habita.
vos e advérbios, que conferem colorido ao texto. Por outro lado, o donjuanismo pode representar uma
marca de humanidade quando o que acontece é a
4) ESQUEMA DA DESCRIÇÃO procura pelo amor, sentimento demasiado profundo
que ninguém sabe explicar... É algo supremo que se
desperta no interior do ser humano, sem hora para
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chegar, nem data para partir. Simplesmente entra e análise será bem mais fácil. Às vezes, o texto não possui-
invade o coração dos seres sem avisar O donjuanis- rá todos esses elementos, mas haverá sempre a presen-
mo de Florbela Espanca é sinônimo de busca com o ça de alguns mais significativos.
propósito de encontro, embora isto não ocorra du-
rante a sua vida – “Talvez seja a alma, a alma doen- UM CERTO CAPITÃO RODRIGO
te / D´alguém que quis amar e nunca amou!” (Alma
perdida, 1919). (Érico Veríssimo)
A Bela poetisa, em versos, expressou que deseja Toda a gente tinha achado estranha a maneira
amar, amar perdidamente. “Este, Aquele, o Outro e como o Capitão Rodrigo Cambará entrara na vida de
toda a gente” refletem a sua busca interminável. Não Santa fé. Um dia, chegou a cavalo, vindo ninguém sabia
foi possível com Este, mas talvez será com Aquele e de onde, com chapéu de barbicacho puxado para a nuca,
Bela percorre os caminhos com a esperança de en- a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele
contrar o Prince Charmant, uma característica co- seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fas-
mum aos seres humanos. Assim somos, buscamos a cinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos
felicidade ao lado deste e, se não encontramos, par- trinta, montava um alazão e vestia calças de riscado,
timos acreditando que iremos encontrá-la ao lado botas com chilenas de prata e o busto musculoso aperta-
daquele. Seríamos todos “Don Juans” ao desejarmos do num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões
o Outro? Considerando que a busca é uma marca de de metal. Tinha um violão a tiracolo; sua espada rebri-
humanidade, podemos dizer que somos apenas hu- lhava ao sol daquela tarde de outubro de 1828 e o lenço
manos ao desejá-lo. encarnado que trazia no pescoço esvoaçava no ar como
Patrícia Aragão – Professora de uma bandeira. Apeou na frente da venda do Nicolau,
Língua Portuguesa amarrou o alazão no tronco dum cinamomo e entrou
arrastando as esporas, batendo na coxa com o rebenque
Um texto dissertativo não nos conta uma histó- e foi logo gritando com ar de velho conhecido:
ria, não nos descreve um lugar; um texto dissertativo - Buenas e me espalho! Nos pequenos dou de
apresenta-nos uma idéia a ser defendida, argumentada prancha, nos grandes dou de talho!
através de exemplos, estatísticas, etc. O texto dissertati-
vo é formado de três partes: Introdução, Desenvolvimen- Havia por ali uns dois ou três homens que o mira-
to e Conclusão. ram de soslaio, sem dizer palavra. Mas dum canto da
sala ergueu-se um moço moreno, que puxou a faca,
- INTRODUÇÃO olhou para Rodrigo e exclamou:
- Pois dê!
Deverá apresentar o assunto chave do texto. Normal-
mente, vem expresso em um parágrafo, o qual deve ser Os outros homens afastaram-se como para deixar
formado por mais de um período. Na introdução o assun- a arena livre, e Nicolau, atrás do balcão, começou a gri-
to precisa ser delimitado com a escolha de dois enfoques. tar:
Para encontrar esses argumentos, basta perguntar Por - Aqui dentro, não! Lá fora! Lá fora!
quê? Ao respondermos ao porquê, começamos a definir
quais os aspectos a serem tratados no desenvolvimento. Rodrigo, porém, sorria imóvel, de pernas abertas,
A introdução tem de ser menor do que os parágrafos de rebenque pendente do pulso, mãos na cintura, olhando
desenvolvimento. para o outro com um ar que era, ao mesmo tempo, de
desafio e simpatia.
- DESENVOLVIMENTO - Incomodou-se, amigo? – perguntou, jovial, exa-
minando o rapaz de alto a baixo.
É a parte mais importante da dissertação. Será nela que
o autor apresentará os exemplos, as justificativas, o - Não sou de briga, mas não costumo aguentar
aspecto positivo e negativo do assunto em questão, desaforo.
sempre com base no que já delineou na introdução. - Ooi, bicho bom!

- CONCLUSÃO Os olhos de Rodrigo tinham uma expressão cômi-


ca.
Aqui o leitor terá acesso à opinião formalizada do autor; - Essa sai ou não sai? - perguntou alguém do lado
formalizada porque a maneira de ver de quem escreve de fora, vendo que Rodrigo não desembainhava a adaga.
já foi sendo desenvolvida no corpo de todo o texto até O recém-chegado voltou a cabeça e respondeu calmo:
chegar à conclusão. É mister retomar o tema e fazer um - Não sei. Estou cansado de pelejar. Não quero
fecho que coloque uma expectativa de solução. puxar arma pelo menos um mês. Voltou-se para o ho-
mem moreno e, num tom sério e conciliador, disse: -
OBSERVE O SEGUINTE ESQUEMA: guarde a arma, amigo.
INTRODUÇÃO Qual é o tema? Qual é o problema? O outro, entretanto, continuou de cenho fechado e
Exemplos faca em punho. Era um tipo indiático, de grossas sobran-
Estatísticas celhas negras e zigomas salientes.
Fatos Concretos - Vamos, companheiro – insistiu Rodrigo. – Um
Aspectos positivos e negativos homem não briga debalde. Eu não quis ofender ninguém.
DESENVOLVIMENTO Foi só um jeito de falar.
Argumentações
Comparações
Pessoas envolvidas na mesma Depois de alguma relutância, o outro guardou a
ideia arma, meio desajeitado, e Rodrigo estendeu-lhe a mão,
Há solução? dizendo:
CONCLUSÃO - Aperte os ossos.
Qual a solução?

Com esse esquema, a identificação das partes para a

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Saímos do campus universitário às 14 horas com destino
SIGNIFICADO CONTEXTUAL DE ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e
PALAVRAS E EXPRESSÕES alguns pontos comerciais. À direita o término da constru-
ção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-
É uma lista de vocábulos em ordem alfabética, com 232 onde encontraremos várias formas de relevo e vege-
definições, explicações, etc. Conjunto de termos inte- tação.
grantes de um idioma; léxico. Conjunto de termos espe-
No início da viagem observamos uma típica agricultura
cíficos de ciência ou arte; terminologia. Conjunto de ter-
de subsistência bem à margem da BR-232. Isso prova-
mos peculiares a um escritor, região, atividade, etc. Con-
velmente facilitará o transporte desse cultivo a um gran-
junto de palavras conhecidas por uma pessoa.
de centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE.
Vocábulo e Palavra O vocábulo é a menor unidade signifi-
DESCRIÇÃO CONOTATIVA
cativa autônoma da frase, constituída por um ou mais
morfemas, associados segundo uma ordem própria da
língua. Servindo-nos de uma distinção terminológica que Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido
se tem mostrado útil, dividiremos os vocábulos em dois figurado, ricas em polivalência.
grupos:
Exemplo:
1. Vocábulos dotados de morfema lexical, que serão
palavras;
João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam
bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento
2. Vocábulos desprovidos de tais morfemas, ou seja,
daquele pobre objeto.
constituídos por morfemas gramaticais, que serão vocá-
bulos ou instrumentos gramaticais.
Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no
Classes de Vocábulos
céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássa-
Às classes das palavras pertencerão os substantivos, ros felizes cantarolavam pelo ar.
os adjetivos, os numerais, os advérbios de modo e os
verbos. (Com base no texto da página 10)

1) VOCABULÁRIO
Formação de Palavras
a) cenho: rosto fechado
b) indiático: asiático
Chamam-se primitivas as palavras que não se for-
c) debalde: em vão
mam de nenhuma outra e que, pelo contrário, permitem
d) zigomas: maçãs do rosto
que dela se originem novas palavras no idioma. Assim:
e) adaga: faca
cara, seco, pedra e roupa.
f) conciliador: aquele que faz as pazes
Denominam-se derivadas as que se formam de outras
g) relutância: dúvida.
palavras da língua mediante o acréscimo ao seu radical
de um prefixo ou sufixo. Assim, careta, secura, encarado
e ressecar. 2) FIGURAS DE LINGUAGEM
“... e aquele seu olhar de gavião...” – metáfora
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO “... não quero puxar arma pelo menos por um mês...” -
metonímia
“___ aperte os ossos.” – metonímia
Denotação
“Toda a gente tinha achado estranha...” – hipérbole
Uso geral, comum, literal, finalidade prática, utilitária,
“... entrava na vida de Santa Fé” – prosopopeia.
objetiva, usual.
3) TEMA CENTRAL
Ex.: A corrente estava pendurada na porta.

Corrente – cadeia de metal, grilhão (dicionário Aurélio). Contar a chegada do Capitão Rodrigo a Santa Fé.

4) FATOS PRINCIPAIS
Conotação
- sua chegada
Uso expressivo, figurado, diferente daquele empregado
- a briga no bar
no dia-a-dia, depende do contexto.
5) FATOS SECUNDÁRIOS
Ex.: “A gente vai contra a corrente, até não poder resis-
tir.” (Chico Buarque).
- quando apeou o alazão
Corrente – opinião da maioria.
- o dono do bar pediu para brigar lá fora

DESCRIÇÃO DENOTATIVA 6) PERSONAGEM PRINCIPAL

- Capitão Rodrigo
Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva,
direta sem metáforas ou outras figuras literárias, cha-
7) PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
mamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa
as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de
- o homem com tipo asiático
acordo com a definição do dicionário.
- o dono do bar
- as pessoas do bar
Exemplo:

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8) CARACTERIZAÇÃO DO TEMPO E DO AMBIENTE c) Não parar de brigar mais.
Tempo - “sua espada rebrilhava ao sol daquela tarde d) Não ir mais à guerra
de outubro de 1828.” e) N.D.A.

Ambiente – Santa fé - Bar 7) Indique a única expressão que não foi usada por
Rodrigo:
9) NARRADOR (FOCO NARRATIVO) a) “Incomodou-se, amigo?”
Narrador – observador, conta a história como quem b) “Ooi, bicho bom!”
observa. c) “Não sou de briga.”
d) “Guarde a arma, amigo.”
10) DISCURSOS e) N.D.A.

Há discurso direto: “Buenas e me espalho!” 8) A expressão “recém-chegado”, presente no texto,


As personagens falam diretamente no texto. refere-se:
Baseados nessa primeira interpretação ou investiga-
ção do texto, podemos passar para um outro tipo de a) Ao dono da venda.
investigação: o das perguntas mais gerais, do tipo que b) Ao moço que queria brigar com Rodrigo.
normalmente é cobrado em provas; você verá que após c) A Rodrigo
aquela primeira análise, essa será feita com muito mais d) A um dos homens que estava na venda.
facilidade. e) N.D.A.

A seguir, selecionamos algumas perguntas do texto- 9) Segundo o texto, qual a idade aproximada de Rodri-
exemplo: go?

SEGUNDA PROPOSTA DE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL (ver a) 20 anos


texto pág. 10) b) 30 anos
1) O texto se prende: c) 53 anos
d) 35 anos.
a) À expectativa da chegada de um grande herói. e) N.D.A.
b) À partida do Capitão Rodrigo de Santa Fé.
c) AO momento da chegada do Capitão Rodrigo a Santa 10) Indique no texto onde há claro exemplo de descri-
Fé. ção:
d) À permanência do Capitão Rodrigo em Santa Fé.
e) N.D.A. a) Da linha 11 à 23
b) Da linha 23 à 32
2) O Capitão Rodrigo chegou a Santa Fé: c) Da linha 01 à linha 16.
d) Da linha 18 à 34.
a) Num dia chuvoso, à tarde. e) N.D.A.
b) Num dia chuvoso, de manhã.
c) Num dia ensolarado, de manhã. RESPOSTAS: 1 – c; 2 – d; 3 – b; 4 – e; 5- d;
d) Num dia ensolarado, à tarde. 6 – b; 7 – c; 8 – c; 9 – d; 10 – c.
e) N.D.A.
PRESSUPOSIÇÕES E INFERÊNCIAS
3) Rodrigo Cambará é descrito:
Nem sempre quando se utiliza a linguagem, o entendi-
a) Retrospectivamente, quanto à origem. mento entre os interlocutores é bastante simples.
b) Detalhadamente, quanto à profissão. Ao contrário disso, na maioria das vezes em que um
c) Física, cronológica e psicologicamente. enunciado é proferido, seu sentido literal e o sentido que
d) Vagamente, quanto ao tipo de indumentária. ele adquire no contexto não coincidem.
e) N.D.A. Dessa forma, se uma mãe deseja que sua filha saia da
4) A saudação de Rodrigo, com ar de velho conhecido, frente da TV porque está atrapalha a visão daquela, pode
foi recebida com: expressar sua vontade com a frase “Saia da frente da
TV” ou, simplesmente dizer, em outras palavras (“indire-
a) simpatia tamente”), “Você não é de vidro...”
b) admiração Assim sendo, o uso de alusões, insinuações, ironias,
c) aplausos ambiguidades, dentre outras, são recursos comuns na
d) alegria linguagem cotidiana.
e) N.D.A. Frequentemente, o conflito entre o que o usuário “quis
dizer” e o conteúdo dito “literalmente” é fruto de uma
5) Ao declarar que não brigava, Rodrigo assumiu um intenção deliberada.
tom:
a) Alegre e agressivo No entanto, há casos nos quais ocorre um “deslize”, por
b) Alegre e conciliador parte do usuário, decorrente de uma atitude não-
c) Sério e agressivo intencional.
d) Sério e apaziguador Observação: O conteúdo de significação contextual de
e) N.D.A. palavras e expressões está inserido na apostila na parte
dos processos sintáticos.
6) Segundo o autor, Rodrigo vinha de muitas batalhas.
Isso justifica por que motivo ele queria: OS IMPLÍCITOS
(PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS)
a) Continuar arrumando confusões
b) Parar de brigar
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Na leitura, a construção do sentido, realiza-se com base
QUE QUANTO MAIS..,
em dados expressos no texto (explícitos), em dados omi-
(TANTO) MAIS,
tidos no texto (implícitos), e em dados não pertencentes
QUANTO MENOS...,
ao texto, mas relativos à produção, (metaplícitos), se-
(TANTO) MENOS
gundo Poersch (1991).
Assim: COMO, TAL
A pressuposição parte do conteúdo implícito considerado COMO, MAIS, ME-
como necessário para que valha o enunciado explícito. COMO: (seme- NOS, MAIOR, ME-
Assim, pressuposto, como o nome sugere, é o significado lhança) NOR,
suposto antes daquilo que foi posto no enunciado. Trata- COMPARATIVAS
MAIS QUE: PIOR,
se de uma espécie de condição de validade deste. (quantidade) MELHOR, QUE
Assim, “pressupor não é dizer o que o ouvinte sabe ou o ¯
que se pensa que ela sabe ou deveria saber, mas situar o DO QUE
diálogo na hipótese de que ele já soubesse” (Ducrot,
apud Koch, 1987: 58- 59). TAL, TAMANHO,
Segundo Koch (1998), pressupostos são elementos lin- CONSECUTIVAS TÃO...QUE ¯
guísticos que, quando presentes no enunciado, introdu- TANTO, QUE
zem nele conteúdos semânticos adicionais os quais, sem
a presença deles, não existiriam e as marcas que os
introduzem são chamadas “marcadores de pressuposi- Coesão
ção”.
Forma como os elementos de um texto se interligam. Ela
Além dos pressupostos, é interessante enfocar também comporta o conjunto de elementos linguísticos que asse-
os subentendidos sempre que estes se mostrarem rele- guram as ligações entre frases ou no interior de frases,
vantes para a construção do sentido. que permitem a um enunciado falado ou escrito ser um
texto. Dentre os elementos coesivos podemos citar: as
O subentendido nada mais é que uma transgressão conjunções, os advérbios ou expressões adverbiais que
deliberada de máxima conversacional de Grice que induz funcionam para organizar o texto (então, agora, a seguir,
– e responsabiliza - o co-enunciador a chegar a uma abaixo, acima, primeiramente), as expressões como isto
interpretação do que foi dito, embora evidentemente é, quer dizer, de um lado, de outro lado, além disso, os
manipulada pelo locutor. pronomes pessoais de terceira pessoa, possessivos, de-
monstrativos, que retomam um elemento já posto no
Deve-se compreender os implícitos e pressupostos de um texto. A coesão se faz também por recursos lexicais,
texto. Perceber que os pressupostos decorrem do sentido como a repetição de palavras, o uso de sinônimos, ou
de certas palavras do texto. Perceber que os subentendi- ainda pelo uso de termos pertencentes ao mesmo campo
dos são insinuações não marcadas linguisticamente no lexical (férias, lazer, passeio, diversão).
texto.
Coerência

NEXOS E OUTROS RECURSOS COESIVOS Entendeu-se inicialmente a coerência como uma proprie-
dade centrada no texto, que faz com que o texto faça

SUBORDINATIVOS COORDENATIVOS
CONJUNÇÃO
CLASSIFICAÇÃO SINÔNIMOS ADITIVAS E NEM
BÁSICA

CASO, A MENOS PORÉM, TODAVIA, CON-


CONDICIONAIS SE QUE, CONTANTO TUDO, ENTRETANTO, NO
ADVERSATIVAS MAS
QUE, SALVO SE ENTANTO, NÃO OBSTAN-
TE
JÁ QUE, DESDE
CAUSAIS POR QUE QUE, UMA VEZ ORA..ORA, QUER...QUER,
ALTERNATIVAS (OU)...(OU)
QUE, VISTO QUE SEJA...SEJA

AINDA QUE, APE- POR TANTO, POIS, POR


SAR DE QUE, POS- ISSO, CONSEQÜENTE-
CONCESSIVAS EMBORA CONCLUSIVAS LOGO
TO QUE, SE BEM MENTE, POR CONSE-
QUE, MESMO QUE GUINTE

LOGO QUE, ASSIM EXPLICATIVAS POR QUE POIS


QUE, MAL, APENAS, sentido para o receptor. Atualmente, concebe-se a coe-
TEMPORAIS QUANDO ANTES QUE, DE- rência como construção de sentidos efetuada no processo
POIS QUE, SEMPRE de interação, a partir do texto. Isto porque a coerência
QUE está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer
um sentido para o texto, em uma determinada situação
FINAIS A FIM DE QUE PARA QUE, PARA comunicativa, o que depende de vários fatores, dentre
eles o conhecimento de mundo e o conhecimento parti-
SEGUNDO, CONSO-
CONFORMATIVAS CONFORME lhado pelos interlocutores. Se o interlocutor não domina
ANTE, COMO
conhecimentos prévios para apreender o sentido do texto
PROPORCIONAIS À PROPORÇÃO À MEDIDA QUE, e se o locutor não calcula adequadamente o sentido de
seu texto, omitindo informações não conhecidas pelo
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interlocutor, fica prejudicada a construção de sentidos ideias o levaram a determinado posicionamento. Dito de
para o texto, ou seja, a construção da coerência. outra maneira, ao escrever um texto o locutor estabelece
relações a partir do tema que se propôs a discutir e tira
RECURSOS COESIVOS conclusões, procurando convencer o receptor ou conse-
guir sua adesão ao texto.
O termo coesão pode ser conceituado como a união ínti-
ma das partes de um todo. Assim, o texto coeso é aquele Não devemos preocupar-nos mais com o conteúdo do
em que as palavras, as orações, os períodos e os pará- que com a forma do texto ou vice-versa.
grafos estão interligados e coerentemente dispostos. Para fazer um bom texto, é preciso mais do que estar
Às vezes, o cuidado com a estrutura do parágrafo pode informado. Escrever uma dissertação em geral, essa é a
induzir ao equívoco de encará-lo como redação autôno- modalidade exigida em todos os concursos requer do
ma, bastante em si mesmo. Apesar de ser uma unidade aluno um posicionamento diante do que vê, ouve ou lê.
lógica completa (começo, meio e fim), não pode estar Dada a quantidade de informações disponíveis atualmen-
solto do restante do texto. te, é preciso, mais do que nunca, saber relacionar fatos,
Para que esse desligamento não ocorra, temos de traba- associar e hierarquizar ideias, distinguir diferentes pontos
lhar com mecanismos de ligação entre os parágrafos. A de vista sobre um mesmo tema, diferençar o que é rele-
utilização desses mecanismos chama-se transição ou vante do que é secundário, discernir o que é geral do que
coesão. é específico, o que é causa do que é consequência.
A transição não é necessariamente feita por partículas ou
expressões. Ela pode ocorrer, por exemplo, com a utili- Um texto é fluente quando conduz o leitor por meio de
zação do mesmo sujeito da oração precedente. O impor- um raciocínio - a esse exercício da razão chamamos ar-
tante nos mecanismos de transição é manter a fluência gumentação. Para argumentar de maneira eficaz, o reda-
do texto. tor deve não só lançar mão de exemplos pertinentes mas
Exemplos de algumas partículas e expressões de transi- também prever as possíveis refutações àquilo que diz.
ção: da mesma forma, aliás, também, mas, por fim, Por mais consistente e coerente que seja, toda ideia pode
pouco depois, pelo contrário, assim, enquanto isso, além ser contestada. Assim, antecipar-se às possíveis réplicas,
disso, a propósito, em primeiro lugar, no entanto, final- mostrando os outros lados da questão, constitui um vali-
mente, em resumo, portanto, por isso, em seguida, en- oso recurso argumentativo, por meio do qual se envolve
tão, já que, ora, daí, dessa forma, além do mais. o leitor no raciocínio, conduzindo-o à conclusão pretendi-
da.
IDÉIA CENTRAL E IDÉIAS CONVERGENTES
A todo custo deve ser evitado o simplismo, raciocínio
A ideia central é (ou deveria ser) o motor de qualquer vicioso praticado por quem omite dados importantes de
obra artística autoral. Entretanto é comum verificar que uma questão, tratando-os como se fossem secundários.
muitos trabalhos artísticos não estão fundamentados em Defender a implantação da pena de morte com base no
uma ideia central. Mas afinal o que seria esta tal “ideia argumento de que "quem matou deve morrer" é um
central”? exemplo de simplismo. Afirmações que demonstrem
A ideia central nada mais é do que a opinião que o autor radicalismo (político, religioso, moral etc.) podem criar
tem sobre determinado tema, fato, e etc. no leitor uma predisposição negativa ante o texto - que,
naturalmente, perde em eficácia argumentativa.
A ideia central é de responsabilidade do autor, mas tam-
bém pode ser herdada de outro autor. A linguagem deve ser simples e objetiva, atendendo ao
IDÉIAS CONVERGENTES padrão culto. Convêm evitar o artificialismo decorrente
do emprego de palavras menos usuais na tentativa de
Diz-se quando mais de um étimo (= palavra que dá ori- impressionar o examinador. O texto pode resultar pedan-
gem a outra) se torna uma palavra homônima numa te e, por conseguinte, insincero. É importante que o lei-
língua derivada. Assim, latim sunt mudou para são (em tor perceba um compromisso do autor com as próprias
eles são), tornando-se homônimo de sanu > são (em ideias.
homem são). Dizemos então que são (verbo) e são (ad-
jetivo) são formas convergentes.
ORTOGRAFIA
No dicionário do Aurélio, verificamos o vocábulo velar,
com três origens diferentes: 1. velar, adj. - relativo ao Sistema oficial vigente
véu palatino; origina-se do latim velu acompanhado do
sufixo adjetivo -ar; 2. velar (do latim velare ), verbo - A palavra ortografia significa grafia correta. Observe
cobrir com véu; 3. velar - (do latim vigilare), verbo - o texto abaixo e em seguida o emprego de algumas le-
passar a noite acordado; estar atento, vigiar, proteger. tras:
Alfabeto
Em gramática histórica, este processo é chamado de
formas convergentes: duas ou mais palavras que vão Conjunto de sinais gráficos destinados a transportar
originar um vocábulo em português. A diferença signifi- determinada língua do plano da oralidade para o da es-
cativa é explicada, portanto, pela diferença de origem, crita. A palavra foi formada com as duas primeiras letras
isto é, são três étimos diferentes. gregas (alpha e beta). Consta o nosso alfabeto de 23
letras, em que não se incluem o K, o W e o Y.
RECURSOS DE ARGUMENTAÇÃO Adaptado. ELIA, Silvio.
In: Dicionário Gramatical. Porto Alegre: Globo.

É através dela que o locutor defende seu ponto de vista.  EMPREGO DAS LETRAS
A argumentação contribui na criação de um jogo entre Letra E Letra I
quem escreve o texto e um possível leitor, já que aquele
Prefixo ante- (an- Prefixo anti- (con-
discute com este, procurando mostrar-lhe que tipos de
tes de, anterior) tra)
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Ex.: anterior, ante- Ex.: antipático, AN- encharcar e seus
sala, anteprojeto, TICOLORADO, ANTI- derivados.
anteontem. HIGIÊNICO, ANTI- Em palavras de ori-
ANTE Pede hífen GREMISTA, ANTIÉ- gem indígena ou
com H, R OU S TICO, ANTIAÉREO. africana.
ANTI pede hífen Ex.: orixá, oxalá.
com H, R ou S
Dígrafo SS Ç (grafado antes
Letra G Letra J de a, o, u)
Terminadas em – Origem africana ou Terminação dos Palavras derivadas
agem, -igem, - indígena. superlativos sintéti- de primitivas escri-
ugem, -ágio, - Ex.: acarajé. cos e do imperfeito tas com Ç.
égio, -ígio, -ógio, de todos verbos. Ex.: embaçado
-úgio. Ex.: belíssimo. (embaço)...
Ex.: homenagem,
Palavras ou radicais Verbos em -ecer, -
vertigem, rugem,
iniciados por S que escer.
relógio, refúgio, es-
entram na forma- Ex.: fenecer, flores-
tágio, colégio, pro-
ção de palavras de- cer.
dígio, coragem, vi-
rivadas ou compos- Derivados de outros
agem.
tas. verbos: retenção
Exceções: pajem,
Ex.: homossexual (reter), detenção
lajem, lambujem,
(homo + sexual). (deter).
viajem (verbo) e
encorajem (verbo)  Exercícios:
Instrução: utilize o texto abaixo para responder à ques-
Derivadas de pala- Derivadas de pala-
tão 1.
vras que possuam vras que possuam J
Língua é caráter. O português brasileiro é mais
G. e verbos que termi-
anasalado do que o de Portugal. Eles dizem “ao” onde
Ex.: selvageria nem em -jar ou -
nós ..................... “ão”, por isso a nossa “corrupção”
(selvagem), mar- jear.
............... maior, tem a força descritiva de um superla-
gear (margem) Ex.: nojento (nojo),
tivo. (...) Nosso português, liberado pelo nosso tama-
pajear (pajé), gren-
nho, nos .................. só aos grandes pecados. A culpa
jear (granja) goejar
não é nossa, é da geografia. Espaço é destino. Ditongo
(gorja).
nasal é destino. (L.F. Veríssimo)
Letra S Letra Z
Derivadas de pala- Derivadas de pala- 1. (UFRGS) Assinale a alternativa que completa
vras primitivas com vras primitivas com corretamente as lacunas pontilhadas.
S. Z. (A) dizemos – paresse – compeliria
Ex.: visitante (visi- Ex.: cozinheiro (co- (B) dizemos – parece – compeliria
ta). zinha). (C) dizemos – paresce – compiliria
Nas formas dos Sufixo formador de (D) dissemos – parece – compiliria
verbos pôr, querer verbo –izar. (E) dissemos – paresce – compeliria
e derivados. Ex.: ironizar.
Ex.: repusesse, 2. Chama-se ............... um conjunto de tubos e
Quisesse. seus diversos .................... . Tubos, por sua vez,
são condutos fechados, destinados principalmente
Sufixo –oso (adje- Sufixo –ez(a)
ao transporte de fluidos. ............. em alguns casos,
tivos). (substantivos abs-
apresentam-se como cilindros ocos.
Ex.: misterioso. tratos).
Ex.: leveza.
Selecione a alternativa que preenche corretamente as
Após um ditongo. Outras palavras: lacunas abaixo.
Ex.: pausa. azedo, bazar, ben- (A) tubulação – ascessórios – exceto
zer, trazer, fazer. (B) tubulassão – assessórios – eceto
Sufixos -isa, -ês, - (C) tubulasão – acessórios – esseto
esa (profissão e (D) tubulação – acessórios – exceto
nacionalidade) (E) tubulação – ascessórios – exceto
Ex.: baronesa e
português. 3. (UFRGS) Em qual dos “slogans” abaixo se en-
Letra X Dígrafo CH contra erro de grafia?
Após ditongos. Alguns verbos: in- (A) Previna-se! Viaje sempre em boa companhia.
Ex.: deixar. char, encher, en- (B) Adquira aqui seu novo guia de viagem.
charcar, etc. (C) Estenda sua capacidade de atuar.
(D) Nossa assistência técnica é uma extensão de sua
Depois da sílaba Outras palavras: bi-
garantia.
me-. cho, salsicha, ficha,
(E) Chegou a sua vez! Participe dos movimentos contex-
Ex.: mexer. chope, flecha, chu-
tatórios.
Exceção: mecha chu, churrasco, co-
4. (ULBRA) Assim como viagem, são grafadas:
(substantivo). chilo, etc.
(A) selvageria – ageitar – nogento
Depois da sílaba (B) geitoso – vertigem – cafageste
en-. (C) geito – selvagem – genipapo
Ex.: enxada. (D) selvageria – massagem – vertigem
Exceções: encher, (E) viagem – garagem – mensajem

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5. (PUC) A frase que apresenta grafia correta é: 5) (Fund. Carlos Chagas) Na biblioteca, todos têm
(A) O não-cumprimento dos acordos firmados na confe- ____________ aos livros que desejam
rência realizada na China seria frustrante para al- ____________.
guns segmentos da sociedade. a) assesso / compulsar
(B) O comportamento pedratório do homem tem trazido b) asseço / compulsar
prejuízos incalculáveis à natureza. c) acesso / compulsar
(C) Os espectadores presentes à palestra sobre biotec- d) acesso / compulçar
nologia não poderiam advinhar o que os esperava. e) assesso / compulçar
(D) Talvez os humanos do final do milênio se encoragem 6) (Fund. Carlos Chagas) A ____________ a ser desen-
e lutem. volvida visava à ____________ de objetos bastante
____________.
(E) Os homens do futuro dispenderão quantias extraor- a) pesquisa / consecução / pretensiosos
dinárias para concertar os estragos ecológicos feitos b) pesquisa / consecussão / pretenciosos
até hoje. c) pesquisa / consecução / pretenciosos
d) pesquiza / consecução / pretensiosos
6. Exercício de fixação. e) pesquiza / consecussão / pretenciosos
Complete as lacunas corretamente:
 ascen.....orista preten.....ioso 7) (Fund. Carlos Chagas) Estavam ____________ de
 conver.....ível excur....ao que os congressistas chegassem
 e....agero deze....eis ____________para a__________________de aber-
 exce...ão repul...ivo tran....exual tura.
 deten....ão exce....ivo obse....ão a) receosos / atrasados / sessão
 di....ente a....iduidade rece....ão b) receosos / atrazados / seção
c) receiosos / atrazados / seção
Gabarito: d) receiosos / atrasados / sessão
e) receiosos / atrazados / sessão
01 B 02 D 03 E 04 D 05 A
8) Preencha as lacunas com S ou Ç:
6 – ascensorista, pretensioso, conversível, excursão, a) sumi___o
exagero, dezesseis, exceção, repulsivo, transexual, de- b) sen___ato
tenção, excessivo, obsessão, discente, assiduidade, re- c) proibi___ão
cessão. d) compul___ório
e) imer___ão
EXERCÍCIOS f) far___a
g) ra___ão
1) Assinale a alternativa que contenha uma palavra mal h) sem___ato
grafada:
a) capitalizar, socializar, canalizar, radicalizar 9) Preencha as lacunas com S ou Z:
b) analisar, alisar, deslizar, imunizar a) desli___amento
c) alizar, abalizar, catalisar, bisar b) análi___e
d) idealizar, simbolizar, avisar, improvisar c) despre___o
e) fertilizar, concretizar, cicatrizar, matizar. d) a___edo
e) vi___inho
2) (Mackenzie) Assinale a alternativa em que todas as f) co___inhar
palavras estão corretamente grafadas: g) sinu___ite
a) assessores, exceção, incansável h) i___ento
b) pretencioso, aspectos, sossego
c) excessivo, expontâneo, obseção 10) Preencha as lacunas com SS ou Ç:
d) quiseram, essência, impecilio a) regre___o
e) obsecado, reinvidicação, repercussão. b) exce___ão
c) conce___ão
3) (FUVEST) Preencha os espaços vazios com a alternati- d) agre___ão
va adequada. e) exce___ivo
Estava _____________ a ____________ da guerra, f) so___ego
pois os homens ____________ nos erros do passa- g) extin___ão
do. h) alma___o
a) eminente / deflagração / incidiram
b) iminente / deflagração / reincidiram RESPOSTAS:
c) eminente / conflagração / reincidiram
d) preste / conflagração / incidiram 1) c; 2) a; 3) b; 4) e; 5) c; 6) a; 7) a;
e) prestes / flagração / recindiram 8) a) ç; b) s; c) ç; d) s; e) s; f) s; g) ç; h) s;
9) a) z; b) s; c) z; d) z; e) z; f) z; g) s; h) s;
4) (Fund. Carlos Chagas) Use ___________ de 10) a) ss; b) ç; c) ss; d) ss; e) ss; f) ss; g) ç; h) ç
____________ diferentes para____________ na
lousa a relação dos materiais. UTILIZAÇÃO DAS LETRAS MAIÚSCULAS
a) gis / côres / dispôr E MINÚSCULAS
b) giz / côres / dispôr
c) gis / cores / dispor EMPREGO DAS LETRAS MAIÚSCULAS
d) gis / côres / dispor
e) giz / cores / dispor 1. Em início de frase.
2. Em substantivos próprios:

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- José, Sílvia, Tupã, Marte, Deus, Via-Láctea, Maceió, da erosão.
Suécia, Campinas, etc.
3. Em épocas históricas, datas e fatos importantes:
- Romantismo, Proclamação da República, Natal, ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Páscoa, etc.
Regras de Acentuação Gráfica
4. Nomes de cargos políticos e de dignidades políticas e
religiosas: Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua,
- Presidente, Deputado, Prefeito, Papa, Bispo. as palavras mais numerosas são as paroxítonas, segui-
das pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina
5. Nomes de conceitos religiosos, cívicos, políticos: em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de "s".
- Nação, Pátria, etc. Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentua-
das graficamente. Já as proparoxítonas, por serem pouco
6. Expressões de tratamento: numerosas, são sempre acentuadas.
- Vossa Excelência, Sua Senhoria, etc.
Proparoxítonas
7. Nomes de ruas, praças, etc:
- Ipanema, Largo do Machado, Praça da Sé, Rua dos Sílaba tônica: antepenúltima
Andradas, etc. As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente.
8. Nomes de produções artísticas, culturais, religiosas,
políticas, etc: Exemplos:
- O Guarani, Arquitetura, Manchete, etc.
trágico, patético, árvore
9. Nomes comuns, quando usados para personificar:
- o Ódio, o Moral; a Morte, etc. Paroxítonas

EMPREGO DAS LETRAS MINÚSCULAS Sílaba tônica: penúltima

Nos versos modernos tem-se dispensado o uso de letras Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
minúsculas:

“No meio do caminho haviam pedras l fácil


haviam pedras no meio do caminho n pólen
haviam pedras r cadáver
em meu caminho”
ps bíceps
Os nomes de países escrevem-se com maiúsculas, mas x tórax
os de povos e de línguas com minúsculas: us vírus
O Brasil a França a Espanha i, is júri, lápis
os brasileiros os franceses o espanhol
om, ons iândom, íons
Os nomes próprios tornados comuns, inclusive nos com- um, uns álbum, álbuns
postos unidos por hífen, também se escrevem com mi- órfã, órfãs, ór-
núscula: ã(s), ão(s)
fão, órfãos
ditongo oral (segui-
castanha – do- pará jóquei, túneis
do ou não de s)
pau-brasil
ave-maria
Observações:
Os nomes comuns tornados próprios escrevem-se com 1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentua-
maiúscula: das (hífen), mas as que terminam em "ens", não
(hifens, jovens).
“Uma modificação necessária seria, por exemplo, acres-
centar um Sintagma Adverbial aos constituintes da 2) Não são acentuados os prefixos terminados
oração” (Mario Perini). em "i "e "r" (semi, super).
Em títulos de obras literárias, deve-se usar maiúscula
apenas na palavra inicial do título: 3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em
Memórias de um sargento de milícias e A cidade e as ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s),
serras. ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s).
Exemplos:
Nos nomes dos dias dos meses da semana: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tê-
janeiro fevereiro sexta-feira sábado nue, cárie, ingênuo, início

Nos nomes de festas populares ou pagãs também usam- Oxítonas


se letras minúsculas:
o carnaval - nas festas juninas - a festa da cerveja Sílaba tônica: última

Obs.: Quando os pontos cardeais indicam localização, Acentuam-se as oxítonas terminadas em:
usam-se minúsculas:
a(s): sofá, sofás
A extremidade sul da ponte ruiu.
e(s): jacaré, vocês
Ao norte, pegando-se essa estrada, nota-se o princípio
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o(s): paletó, avós Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
em, ens: ninguém, armazéns
IMPORTANTE
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”,
Segundo o Novo Acordo Ortográfico “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e “u” tônicas, portanto
hiatos?
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u”
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, e o “i” tônicos de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas
“O”, "ÊM", "ÉM", "ÊNS", seguidas ou não de “S”, in- com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já
clusive as formas verbais quando seguidas soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba
de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
oxítonas terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”,
“ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S” 5. Trema
Não se usa mais o trema em palavras da língua portu-
Ex. guesa. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Mül-
Chá Mês nós ler, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)
Gás Sapé cipó
Dará Café avós 6. Acento Diferencial
Pará Vocês compôs
O acento diferencial permanece nas palavras:
vatapá pontapés só pôde (passado), pode (presente)
Aliás português robô pôr (verbo), por (preposição)
dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª
guardá-la Fé compô-los pessoa do verbo está no singular ou plural:
réis (moeda) Véu dói
méis céu mói SINGULAR PLURAL
pastéis Chapéus anzóis Ele tem Eles têm
ninguém parabéns Jerusalém Ele vem Eles vêm

Resumindo:
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter”
Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a
e “vir”, como: conter, manter, intervir, deter, sobrevir,
não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as pa-
reter, etc.
lavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas
porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras. Fonte:
MEDEIROS, João Bosco. Português Instrumental. 8 ed. São Pau-
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando termina- lo, Atlas, 2009, p. 15, 22-3.
das em:
EXERCÍCIOS
 L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
 N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. 01. (UFF-RJ) Só numa série abaixo estão todas as
palavras acentuadas corretamente. Assinale-a:
 R – câncer, caráter, néctar, repórter.
 X – tórax, látex, ônix, fênix. a) rápido, séde, côrte
 PS – fórceps, Quéops, bíceps. b) ananás, ínterim, espécime
 Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. c) corôa, vatapá, automóvel
 ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão. d) cometi, pêssegozinho, viúvo
 I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. e) lápis, raínha, côr
 ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
 UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
02. (PUCC-SP) Assinale a série em que todos os
 US – ânus, bônus, vírus, Vênus. vocábulos estão escritos de acordo com as normas
vigentes de acentuação gráfica:
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em
ditongos crescentes (semivogal+vogal): a) ítem, fi-lo, juri, córtex, íbero
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, b) luís, vírus, eletron, hífens, espírito
férias, lírio. c) hiper, táxi, rúbrica, bênção, récorde
d) através, intuito, álbuns, varíola, sauna
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. e) dolar, zebu, ritmo, atrai-lo, bangalô
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido,
sândalo, crisântemo, público, pároco, proparoxítona. 03. Identifique as regras de acentuação utilizadas
nos vocábulos abaixo:
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VO-
CÁLICOS a) xícara
b) razão
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando: c) hífen
d) parabéns
 Formarem sílabas sozinhos ou com “S”

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04. Escreva corretamente os sinais gráficos retira- quadrar-se em duas regras de acentuação:
dos de forma intencional das palavras dos textos
abaixo: a) combustível
a) Inversoes linguísticas e estilo rebuscado podem ser b) está
itens valorizados na literatura. Na comunicaçao de nego- c) três
cios, os excessos estilisticos se trasformam em ruido, d) países
atrapalhando a compreensao e distanciando o leitor do e) veículos
emissor.

b) Nao deixe que fiquem duvidas. Muitas vezes essas 12. (UM-SP) Assinale a alternativa em que a acen-
duvidas sao criadas pela falta de precisao generica, que tuação da forma verbal está incorreta:
tangencia os objetivos especificos da mensagem, mas
nao os atinge. a) Os pais não veem graça nos atos dos filhos indiscipli-
nados.
05. Reescreva os vocábulos seguintes, corrigindo- b) Toda sua conversa contém palavras ora de revolta,
os segundo as regras de acentuação gráfica pres- ora de ternura.
critas pelo novo Acordo Ortográfico: c) Nada me perturba a paz interna, nem mesmo quando
a minha consciência me argúi.
panacéia, idéia, européia, alcatéia, estréio, epopéia, es- d) Em quase todas as reuniões, os ministros retêm as
tóico, paranóico, heróico, heróico, alcalóide, andróide, reformas dos planos de ensino.
asteróide, apóio, jóias, bóia e tramóia. e) Seus atos inconscientes intervêm constantemente na
minha tranquilidade.
06. (CESGRANRIO-RJ) Assinale a opção em que os
vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação 13. (UM-SP) Assinale a alternativa que completa
gráfica: corretamente as frases:

a) terás / limpida 1) Normalmente ela não ... em casa.


b) necessário / verás 2) Não sabíamos onde ... os discos.
c) dá-lhe / necessário 3) De algum lugar ... essas ideias.
d) indêndio / também
e) extraordinário / incêndio a) pára - pôr - provém
b) para - pôr - proveem
07. (UFJF-MG) As palavras se agrupam pela mesma c) pára - por - provêem
regra de acentuação em: d) para - pôr – provêm (=provir)
e) para - por - provém
a) é, só, até
b) também, através, aí 14. (FGV-RJ) Assinale a alternativa que completa
c) involuntária, hermético, substituível corretamente as frases:
d) arrogância, inconsistência, mistério
e) arbitrária, água, transpô-la I. Cada qual faz como melhor lhe ( * )
II. O que ( * ) estes frascos.
08. Assinalar a alternativa na qual a acentuação III. Neste momento os teóricos ( * ) os conceitos.
gráfica das palavras se justifique da mesma forma
que em 'glória', 'papéis', 'hermenêutica', respecti-
vamente.

a) maiúscula, tríduo, rédea


b) estoico, obliquem, Bocaiúva
c) próton, tranquilo, saúde
d) órfão, constrói, pífano
e) réu, bilíngue, pégasus

09. (FGV-RJ) Assinale a alternativa em que todas IV. Eles ( * ) a casa


as palavras estão corretamente grafadas: do necessário.

a) raiz, raízes, sai, apóio, Grajau a) convém, contêm, reveem, proveem


b) carretéis, funis, índio, hifens, atrás b) convém, contêm, revêem, provêm
c) juriti, ápto, âmbar, dificil, almoço c) convém, contém, revêem, provém
d) órfão, afável, cândido, catéter, Cristovão d) convêm, contém, revêem, proveem
e) chapéu, rainha, Bangú, fossil, conteúdo e) convêm, contêm, reveem, provêem

RESPOSTAS:
10. (UFSCar-SP) Estas revistas que eles ... , ... arti- 1) b; 2) d;
gos curtos e manchetes que todos ... .
3) a) xícara (acentuam-se todas as proparoxítonas)
a) leem - tem - vêem b) razão (não acentuam as oxítonas terminadas em ‘ão’)
b) lêm - têem - vêm c) hífen (acentuam-se as paroxítonas terminadas em
c) leem - têm - veem ‘em’ ou ‘n’)
d) lêem - têm - vêm d) parabéns (acentuam-se as oxítonas terminadas em
e) lêm - tem - vêem ‘ens’)
11. (AMAN-RJ) Das palavras abaixo, uma admite
duas formas de justificar o acento gráfico, por en- 4) a) Inversoes linguísticas e estilo rebuscado podem ser
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itens valorizados na literatura. Na comunicaçao de nego-  Uniformes - possuem apenas uma forma para os dois
cios, os excessos estilisticos se trasformam em ruido, gêneros. Subdividem-se em:
atrapalhando a compreensao e distanciando o leitor do  Epicenos – apenas uma forma para os dois gêneros,
emissor. em que a distinção é feita através das palavras ma-
cho e fêmea. Ex.: cobra macho/cobra fêmea.
Resposta: Inversões linguísticas e estilos rebusca-
do podem ser itens valorizados na literatura. Na comuni-  Comuns de dois gêneros – apenas uma forma para
cação de negócios, os excessos estilísticos se transfor- os dois gêneros, em que distinção é feita por um de-
mam em ruído atrapalhando a compreensão e distanci- terminante (artigo, pronome, adjetivo...). Ex.: a pia-
ando o leitor do emissor. nista/ o pianista.
 Sobrecomuns – apenas uma forma para os dois gê-
b) Nao deixe que fiquem duvidas. Muitas vezes neros. Não é possível fazer a distinção pelos deter-
asa duvidas sao criadas pela falta de precisao generica, minantes. A distinção pode ser feita pela expressão:
que tangencia os objetivos especificos da mensagem, do sexo masculino/ do sexo feminino. Ex.: a pessoa,
mas nao os atinge. a criatura, a criança, o cônjuge.

Resposta: Não deixe que fiquem dúvidas. Muitas vezes Exercícios comentados:
as dúvidas são criadas pela falta de precisão genérica,
que tangencia os objetivos específicos da mensagem, (PETROBRÁS) Assinale a opção que só contenha
mas não os atinge.5) heroína – ínterim – cônsul – baú – substantivos biformes:
júri. a) onça - jacaré - tigre.
b) aluno - homem - carneiro.
05. Resposta: panaceia, ideia, europeia, eucateia, es- c) artista - estudante - jornalista.
treio, epopeia, estoico, paranoico, heroico, alcaloide, d) pessoa - criatura - criança.
androide, asteroide, apoio, joias, boia e tramoia. e) pianista - catequista - boneca.

6) e; 7) d; 8) d; 9) b; 10) c; 11) e; 12) c; 13) d; 14) a. Resposta: letra B. Substantivos biformes são aqueles que
possuem duas formas, ou seja, uma para o feminino e
outra para o masculino. Na letra A, são todos epicenos:
CLASSES DE PALAVRAS substantivos que designam animais; na C, são comuns
de dois gêneros e na D são sobrecomuns.
 Substantivo
(TJ-DF) Assinale a opção que contém um substan-
Como se chama tivo do gênero feminino:
a) anátema, telefonema, teorema, trema.
b) edema, ágape, cauda, champanha.
Se recebo um presente dado com ca- c) eclipse, lança-perfume, dinamite, estratagema.
rinho por pessoa de quem não gosto — d) alvará, guaraná, plasma, proclama.
como se chama o que sinto? Uma pessoa de e) dó, cã, fibroma, grama (unidade de peso).
quem não se gosta mais e que não gosta
mais da gente - como se chama essa má- Resposta: letra C. A palavra dinamite é um substantivo
goa e esse rancor? Estar ocupada, e de re- feminino.
pente parar por ter sido tomada por uma
desocupação beata, milagrosa, sorridente e (TRT-DF) Assinale a opção em que um dos subs-
idiota — como se chama o que se sentiu? O tantivos é do gênero masculino:
único modo de chamar é perguntar: como a) omelete, aluvião análise;
se chama? Até hoje só consegui nomear b) cal, derme, champanha;
com a própria pergunta. Qual é o nome? e c) ênfase, alface, cataplasma;
este é o nome. d) comichão, aguardente, bacanal;
e) libido, sentinela, hélice.
(LISPECTOR, Clarice. Para
não esquecer. Resposta: letra B. O único vocábulo masculino é cham-
São Paulo, Círculo do livro, 1988. p. 33.) panha.

Substantivo é a palavra que nomeia tudo o que exis- (TJ-AL) Abaixo encontramos cinco pares de subs-
te e também o que imaginamos. Pode ser classificado tantivos. Todos ao mudarem de gênero, mudam de
como: significado, exceto:
a) o cabeça / o capital;
 comum ou próprio - flores / Alexei; b) o rádio / o moral;
 simples ou composto - rosas / lua-de-mel; c) o lotação / o lente;
 primitivo ou derivado - pedra / pedregulho; d) o alfaiate / o coma;
 concreto ou abstrato - casa / amor. e) o nascente / o guia.

Além disso, os substantivos se flexionam em gênero, Resposta: Não há troca de sentido apenas na letra D, o
número e grau. alfaiate.

Gênero (TALCRIM-SP) Assinale a opção em que o artigo


determina corretamente o gênero do substantivo:
a) O mascote do regimento veste farda vermelha;
Quanto ao gênero, podem ser: b) O dinamite foi inventado por Alfred Nobel;
 Biformes - possuem duas formas, uma para o femi- c) Todos os anos a gente pode observar o eclipse da
nino e outra para o masculino. Ex.: cabra/bode. lua;
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d) A lança-perfume foi proibida no Brasil durante o
governo de Jânio Quadros; COLETIVOS
e) Eles participaram de um grande bacanal.
Alcateia De lobos
Resposta: letra C. É correto dizer: a mascote, a dinami- Álbum De fotografias
te, o lança-perfume e uma grande bacanal. Antologia De trechos literários
De parlamentares,
Assembleia
Número associados
Baixela De objetos de mesa
Banca De examinadores
Os substantivos podem estar no singular ou no
Bandeira De garimpeiros
plural. Vejamos como ocorre a formação de plural nos
Bando De aves
substantivos simples:
Cacho De uvas
Cancioneiro De poemas, canções
 Regra geral  o plural é formado pelo acréscimo da
Concílio De bispos
desinência -s.
Corja De ladrões
Ex.: capa/capas, bola/bolas.
Elenco De artistas
 Terminados em -ão  plural em -ões, -ães ou ãos.
Enxoval De roupas
Ex.: questão/questões, decisão/decisões, ór-
Feixe De lenha
gão/órgãos.
Flora De vegetais
Girândola De fogos de artifício
 Terminados em -r, -z  acréscimo de -es.
De examinadores,
Ex.: lar/lares, juiz/juízes. Junta
médicos, bois
 Terminados em -s  acréscimo de -es quando forem
De demônios, solda-
oxítonos; invariáveis quando não forem oxítonos. Legião
dos, anjos
Ex.: país/países, lápis/lápis
Malta De desordeiros
 Terminados em -l  substitui-se o -l por -is.
Nuvem De insetos
Ex.: papel/papéis, álcool/álcoois.
Panapaná De borboletas
Exceções: mal/males, cônsul/cônsules.
Pinacoteca De pinturas
De atletas, animais de
 Terminados em -m  trocam -m por -ns. Plantel
raça
Ex.: álbum/álbuns.
De peças teatrais,
Repertório
anedotas, músicas
 Terminados em -x  são invariáveis.
Revoada De pássaros
Ex.: látex/látex, xerox/xerox.
Romanceiro De poesias populares
 Terminados em -zinho  pluraliza-se a palavra primi-
 Artigo
tiva sem o -s e a terminação.
Canção mínima
Ex.: balão + zinho = balõe(s) + zinhos  balõezi-
nhos; coração + zinho = coraçõe(s) + zinhos  co-
No mistério do Sem-Fim,
raçõezinhos.
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
Nos substantivos compostos, a formação do plural
e, no jardim, um canteiro,
ocorre de forma distinta:
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
 Flexionam-se os substantivos, adjetivos, numerais e
entre o planeta e o Sem-Fim,
pronomes sem preposição entre eles. Ex.: primeiro
a asa de uma borboleta.
(numeral) - ministro (substantivo)  primeiros-
ministros
(MEIRELES, Cecília. Obra poética. 3. ed. Rio de Janeiro,
Nova Aguilar, 1985. p. 163.)
 Verbos, advérbios e demais palavras invariáveis não
são flexionadas.
Artigo é a palavra que antecede o substantivo para
Ex.: vira (verbo) - lata (substantivo)  vira-latas.
determiná-lo ou indeterminá-lo; indica gênero e número.
 Quando há palavras ligadas por preposição, apenas a
Subdivide-se em:
primeira é flexionada.
Ex.: mula-sem-cabeça  mulas-sem-cabeça.
 definido - o, a, os, as - (ser ou objeto já conheci-
 Nas palavras que se repetem ou nas onomatopaicas
do do ouvinte) Ex.: Peguei o livro de Borges.
só o segundo elemento é flexionado.
 indefinido - um, uma, uns, umas - (qualquer ser
Ex.: pingue-pongue  pingue-pongues; tique-taque
ou objeto) Ex.: Pequei um livro da biblioteca.
 tique-taques.
 Adjetivo
 Quando o segundo elemento limita ou determina o
primeiro, apenas o primeiro é flexionado. Ex.: cane-
A pedra
ta-tinteiro/canetas-tinteiro.
A pedra é bela, opaca,
peso-a gostosamente como um pão.
Os substantivos também podem ser classificados como
É escura, baça, terrosa. Avermelhada,
coletivos, transmitindo a noção de plural, porém grafados
polvilhada de cinza.
no singular. Neste caso, nomeiam um agrupamento de
Contemplo-a: é evidente, impenetrável,
seres da mesma espécie. Vejamos alguns exemplos na
preciosa.
tabela a seguir:
(ROSA. Antônio Ramos. A palavra e o lugar.
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Lisboa, Dom Quixote. 1977. p. 98.) e) mulher bonita - bonita mulher.
O adjetivo é a palavra que caracteriza o substantivo Resposta: letra E, pois alto funcionário é funcionário
através de qualidade, estado ou origem. Flexiona-se em graduado e funcionário alto é aquele que possui estatura
gênero, número e grau, podendo ser classificado como: elevada; homem simples é o homem humilde e simples
homem é um homem qualquer; amigo velho é um amigo
 primitivo - A criança teimosa; idoso e velho amigo é aquele amigo de muito tempo;
 derivado - O rapaz atencioso; mulher grande é a mulher de avantajado porte e grande
 simples - Cabelos loiros; mulher é aquela que possui muitas qualidades.
 composto - Olhos verde-água.
(ITA-SP) Assinale a opção em que os adjetivos cor-
 Locução adjetiva – na maioria dos casos, é respondem às expressões sublinhadas nas seguin-
constituída por preposição e substantivo ou pre- tes frases, completando as lacunas.
posição e advérbio, equivalendo a um adjetivo. 1. Apresentou uma redação sem mácula: era...
Ex.: cadeira de ferro, casa de madeira. 2. Meu amigo não tem habilidade: é, pois,...
3. Um argumento sem defesa é um argumento...
Gênero e Número 4. O rapaz não foi escrupuloso. Pode-se dizer que ele é...
5. Aquela casa não está habitada, logo é...
Os adjetivos simples concordam em gênero e
a) imaculada, inabilitado, indefensável, desescrupuloso,
número com os substantivos. Ex.: professor simpático /
inabitável;
professora simpática / alunos dedicados / alunas dedica-
b) imaculável, inabilitado, indefensável, desescrupuloso,
das. Há casos em que o adjetivo se refere aos dois gêne-
inabitável;
ros: alunos/alunas inteligentes.
c) imaculada, inábil, indefensível, desescrupuloso, inabi-
tada;
Nos adjetivos compostos, somente o gênero do
d) imaculável, inábil, indefensável, inescrupuloso, inabi-
último elemento varia. Ex.: olho verde-claro/ saia ver-
tável;
de-clara. Da mesma maneira, quando for pluralizado,
e) imaculada, inábil, indefensável, inescrupuloso, inabi-
somente o segundo elemento é flexionado. Ex.: bolsa
tada.
marrom-escura / bolsas marrom-escuras. Exceção:
estudante surdo-mudo/ estudantes surdos-mudos.
Resposta: letra E. Não podem ser as letras A, B e C por-
Grau que não existe a palavra desescrupuloso, da mesma
forma que não pode ser a letra D, pois sem mácula equi-
A flexão de grau corresponde à variação em in- vale a maculada.
tensidade da qualidade expressa pelo adjetivo, podendo
ser comparativo, superlativo absoluto ou superlativo (CESGRANRIO-RJ) Assinale a opção em que todos
relativo. os adjetivos não se flexionam em gênero.
a) delgado, móbil, forte;
COMPARATIVO: b) oval, preto, simples;
c) feroz, exterior, enorme;
 Igualdade - Este animal é tão dócil quanto aquele. d) brilhante, agradável, esbelto;
e) imóvel, curto, superior.
 Superioridade - Este animal é mais dócil que aquele.
Resposta: letra C. Na A, delgado/delgada; na B, pre-
 Inferioridade - Este animal é menos dócil que aquele. to/preta; na D, esbelto/esbelta e na E, curto/curta.

(TRE-CE) Relativamente à concordância dos adjeti-


SUPERLATIVO: vos compostos designativos de cor, uma dentre as
seguintes opções está errada. Marque-a:
 Absoluto a) saia amarelo-ouro;
b) papel amarelo-ouro;
 Sintético - Este animal é ferocíssimo. c) caixa vermelho-sangue;
 Analítico - Este cão é muito feroz. d) caixa vermelha-sangue;
e) caixas vermelho-sangue.
 Relativo
Resposta: letra D. Se o adjetivo composto indica cor e o
 Superioridade - Este animal é o mais feroz de último é substantivo, ficará invariável em gênero e nú-
todos. mero.
 Inferioridade - Este animal é o menos feroz de
todos.  Numeral

Numeral é a palavra que dá ao substantivo a ideia


Exercícios comentados: de quantidade expressa em números. Pode ser:

 cardinal - 1, 2, 3, 4 - indica uma quantidade exa-


ta;
(TCE-GO) Assinale o par em que não há diferença  ordinal - 1º, 2º, 3º - indica uma posição exata;
quanto ao sentido do adjetivo:  multiplicativo - dobro, triplo - indica um aumen-
a) alto funcionário - funcionário alto; to proporcional;
b) homem simples - simples homem;  fracionário : ½ , ¼ - indicam uma diminuição
c) amigo velho - velho amigo; exatamente proporcional.
d) mulher grande - grande mulher;
 Pronome
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Pronome é a palavra que substitui/acompanha um  3ª Conjugação - verbo terminado em IR. Ex.: Partir,
substantivo em relação às pessoas do discurso. Dormir, Sair.

Se subdivide em:  Particípio: amado, comido, partido.


 Gerúndio: amando, cantando, partindo.
 pessoais - eu tu, ele, nós, vós, eles;
Tempos:
 possessivos - meu, teu, dele, nosso, vosso, de- Mãos dadas
les;
Não serei o poeta de um mundo caduco.
 demonstrativos - esse, este, isso, isto, aquilo, Também não cantarei o mundo futuro.
aquele; Estou preso à vida (...)
O presente é tão grande, não nos afastemos.
 indefinidos - algo, tudo, nada, alguém; Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas(...)
O tempo é a minha matéria, o tempo presente,
 interrogativos - qual, quem, que; os homens presentes, a vida presente.

 relativos - que, quem, onde, o qual; (ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião - 10 livros de
poesia.)
 átonos - me, te, se, o(s), a(s), lhe(s) e nos.

 Verbo
Além da Terra, além do Céu PRESENTE - Indica um fato que se realiza no momento
em que se fala.
Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas, AR ER IR
Eu amo
no rastro dos astros, -O -O -O
Tu amas
na magnólia das nebulosas.
Ele ama AS -ES ES
Além, muito além do sistema solar,
Nós amamos -A -E E
até onde alcançam o pensamento
e o coração, vamos! Vós amais
Eles amam -AMOS -EMOS -IMOS
Vamos conjugar
o verbo fundamental essencial, -AIS -EIS -IS
o verbo transcendente, -AM -EM -EM
acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política, PRETÉRITO IMPERFEITO - Indica ação inacabada no pas-
o verbo sempreamar, o verbo pluriamar, sado, ou ainda uma ação que o sujeito costumava fazer.
razão de ser e de viver.
AR ER/IR
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Amar se aprende Eu amava
amando. Rio de Janeiro, Record, 1985, p. 16.) Tu amavas -AVA -IA
Ele amava -AVAS -IAS
O verbo exprime um fato (ação, estado ou fenômeno) Nós amáva-
-AVA -IA
representado no tempo. O verbo apresenta variações de mos
número, pessoa, modo, tempo e voz: Vós amáveis -ÁVAMOS -ÍAMOS
Eles amavam -ÁVEIS -ÍEIS
 flexão de número - singular e plural;
-AVAM -IAM
 flexão de pessoa - 1ª, 2ª, 3ª;
 flexão de modo - indicativo, subjuntivo, impera-
tivo, infinitivo, particípio, gerúndio;
 flexão de tempo - passado, presente, futuro;
Ação Inacabada
 vozes verbais - ativa e passiva.

Modos: PRETÉRITO PERFEITO – Indica ação ou fato que começou


e terminou no passado.
 Indicativo: Apresenta o fato de uma maneira real.
Exemplo: Eu estudo geografia.
AR ER IR
Eu amei
 Subjuntivo: Pode exprimir um desejo e apresenta o Tu amaste -EI -I -I
fato como algo possível ou duvidoso. Ex.: Se eu ti- Ele amou -ASTE -ESTE -ISTE
vesse dinheiro, compraria um carro. Nós amamos
 Imperativo: Exprime ordem. Exemplo: Feche a jane- -OU -EU -IO
Vós amastes
la. -AMOS -EMOS -IMOS
Eles amaram
-ASTES -ESTES -ISTES
 Infinitivo: 1ª, 2ª e 3ª conjugações verbais.
-ARAM -ERAM -IRAM
 1ª Conjugação - verbo terminado em AR. Exemplo:
Cantar, Pular, Amar, Voltar.
Ação Acabada
 2ª Conjugação - verbo terminado em ER. Ex.: Co-
mer, Beber, Vender.

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PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO SIMPLES - fato já con- Eu empobreço de repente
cluído antes de outro também no passado. Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Eu cantara AR, ER, IR Nós entramos em concordata
Tu cantaras Vós protestais por preferência
-RA
Ele cantara Eles escafedem a massa
-RAS Sê pirata
Nós cantáramos
-RA Sede trouxas
Vós cantareis
Abrindo o pala
Eles cantaram -RAMOS
Pessoal sarado.
-REIS
-RAM Oxalá que eu tivesse sabido que esse verbo era irregular.

(ANDRADE. Oswald de.


Ação Acabada Memórias sentimentais de João Miramar.
Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978)
Além das características acima, os verbos podem ser
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES - indica fato futuro em classificados da seguinte maneira:
relação ao que se fala, imediato e certo.  Regulares: não há grandes modificações no radi-
cal da 1ª pessoa do presente do indicativo e do
+ pretérito perfeito. Ex.: cantar, beber, partir.
Eu amarei
Tu amarás -EI  Irregulares: nestes verbos ocorrem modificações
Ele amará -ÁS no radical. Ex.: Pedir – peço, pedi; Ser – sou, fui.
Nós amaremos

Vós amareis  Defectivos: são os verbos que não possuem 1ª
Eles amarão -EMOS pessoa do singular. Ex.: falir, colorir.
-EIS
 Anômalos: são aqueles que possuem mais de um
-ÃO
radical. Ex.: fazer, ser, ir.

FUTURO DO PRETÉRITO – Refere-se a uma ação futura,  Advérbio


que pode indicar condição. Está vinculado a um momento
do passado. O advérbio é uma palavra invariável que modifica o
sentido do verbo, podendo alterar também o sentido de
AR um adjetivo ou até mesmo de outro advérbio.
Eu amaria O advérbio pode ser de:
-IA
Tu amarias  tempo - ontem, hoje, depois, agora, sempre,
Ele amaria -IAS nunca;
Nós amaríamos -IA  modo - bem, devagar, rapidamente;
Vós amaríeis  lugar - aqui, lá, ali;
-ÍAMOS
Eles amariam  afirmação - sim, certamente, realmente;
-ÍEIS  negação - não, absolutamente;
-IAM  dúvida - talvez, acaso, provavelmente;
 intensidade: muito, bastante, pouco, tão.
INFINITO PESSOAL
 Locução adverbial – Ocorre quando há duas ou
mais palavras com valor de advérbio. Ex.: Paulo
Tipologia Verbal está morrendo de medo da professora (locução
adverbial que expressa a circunstância de causa);
Tipo Característica Exemplo O belo rapaz apareceu na festa. (locução adver-
Intransitivo Não necessita de com-  O giz caiu. bial que expressa a circunstância de lugar).
plemento.
Transitivo Necessita de comple-  Giovana tem Exercícios comentados:
Direto mento – objeto direto uma bolsa
(OD), que pode ser ou (OD).
não preposicionado  Amo a você
(quando se deseja (OD preposi- (TJ-SP) Marque a opção em que a palavra em des-
enfatizar o significado cionado). taque é advérbio.
do verbo). a) O colega mal entendia o que lhe dizíamos.
Transitivo Necessita de um com-  Rodrigo gosta b) Mal chegando, pusemo-nos a gritar.
Indireto plemento – objeto de escutar c) Não pratiques o mal.
indireto (OI), que ne- música (OI). d) Maneco, você é mau, hein?
cessariamente deve ser e) Aquele garoto pratica sempre o mal.
preposicionado.
Transitivo Aceita os dois comple-  Norberto Resposta: letra A.
Direto e mentos, isto é, o obje- reclamou a Na B, mal é uma conjunção subordinativa temporal e
Indireto to direto e o indireto. terra (OD) ao pode ser substituída por assim que (chegamos); na C e
pai (OI). na E, mal é um substantivo que significa errado; e na D,
mau é um adjetivo.
Verbo crackar

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(Objetivo-SP) Aponte a alternativa em que mais é nais. Confesso-te que estou ansiosa .......... ver-te
advérbio de tempo: com os pensamentos situados.......... esferas mais
a) Você voltou mais cedo que nós. tranquilas.”
b) Não somos mais alunos. a) para com – à - a.- de - entre
c) Quero comprar mais imóveis. b) por - a - à - por - nas
d) Tens mais compromissos do que eu? c) para- à - à- de - em
e) Sansão foi mais forte. d) com - à - a - para - em
e) sobre - à - aos -por - entre
Resposta: letra B. Resposta: letra D. Na primeira lacuna é adequada a pre-
A oração “Não somos mais alunos” equivale a “Não so- posição com, pois quem está aflito, está aflito com algu-
mos, a partir de agora, alunos” e por isso tem a função ma coisa; a segunda, pede a preposição a porque o su-
de advérbio de tempo. jeito não se encontra apto a alguma coisa; a terceira
lacuna, da mesma forma, solicita a preposição a. A quar-
(TCE- TO) Aponte a alternativa em que não ocorre ta lacuna é preenchida pela preposição para (sujeito está
advérbio de intensidade. ansioso para algo) e na quinta utiliza-se em (situados
a) Pedrinho fala bem mal. em).
b) As meias custaram caro.
c) As meias estão caras.  Conjunção
d) João é meio maluco.
e) Ele era um homem bem trajado. Embora soneto

Resposta: letra C. Vivo meu porém


Na letra A, bem intensifica o advérbio mal, assim como No encontro do todavia
na B, caro intensifica o verbo custaram; na D, meio in- Sou mas.
tensifica o adjetivo maluco e na E, o adjetivo trajado é Contudo
intensificado pelo advérbio bem. Encho-me de ainda
Na espera do quando
(BOMBEIROS-GO) Uma das opções abaixo contém Desando ou desbundo.
um advérbio de modo. Marque-a. Viver é apesar
a) Hoje faz mau tempo. Amar é a despeito
b) Os maus serão castigados. Ser é não obstante.
c) Não deves fazer o mal. Destarte
d) Maria anda mal vestida. Sou outrossim
e) Mal chegou, olhou desconfiado. Ilusão, sem embargo Malgrado senão.

Resposta: letra D. (BARROS, Paulo Alberto M. Monteiro. (Artur da Távola)


Na alternativa A, mau é um adjetivo (contrário de bom); Calentura.
na B, maus desempenha a função de substantivo comum Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 17.)
(contrário de os bons); na C, mal é um substantivo abs-
trato e na E, mal desempenha a função de conjunção Conjunção é a palavra que liga orações ou termos
subordinativa temporal, equivalendo a assim que. semelhantes de uma oração. Se subdivide em:
 Coordenativa - aditivas, adversativas, alternati-
 Preposição vas, conclusivas; e
Flor da pele  Subordinativas - concessivas, condicionais, con-
formativas, causais, comparativas, consecutivas,
flor da boca da pele do céu finais, integrantes, proporcionais, temporais.
pele do céu da flor da boca
céu da flor da boca da pele  Locução conjuntiva – ocorre quando há duas
boca da pele do céu da flor ou mais palavras com valor de uma conjunção.
Ex.: já que, a fim de.
(CAMPOS, Augusto de. Viva vaia.
São Paulo, Duas Cidades, 1979. p. 107)  Interjeição

Preposição é o que liga duas palavras entre si, Uai!


estabelecendo entre elas certas relações. Pode ser:
Uai! é o que se diz, se o tempo vai
 simples (expressa por apenas um vocábulo) – de,
ou fica preso em nós, e lastimável.
com, por, para, a, ante, após, até, com, contra,
Uai! para a manhã; o outono, o espasmo,
desde, em, entre, perante, sem, sobre, trás.
para os muros da infância e o amor sumido.
Dizer uai! uai! agora, e nunca
 composta (locução prepositiva) - além de, por en-
dizer senão uai! aos que fugiram,
tre.
tempos do mesmo uai! desirmanados.
Exercício comentado: (CÉSAR. Guilhermino.
Sistema do imperfeito & outros poemas.
Porto Alegre. Globo, 1977. p. 17.)
(MACK-SP) Indique a letra correspondente à alter-
nativa que completa, com as preposições adequa-
A interjeição é um vocábulo-frase. Exemplos: Ah!
das as lacunas do seguinte período:
Oh! Uai!
“Pareci muito aflita ........... tua mudança inexplicá-
vel porque não me encontrava apta .......... nova
situação, nem sou imune ......... choques emocio-
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 Locução interjetiva é o conjunto de duas ou c) receiara / opussem / obtivera
mais palavras com valor de interjeição. Ex.: Que d) receiara / oposessem / obtera
horror! e) receara / opossem / obtera

Exercício comentado: 3) (FUNDAÇÃO LUSÍADA) Assinale a alternativa que se


encaixe no período seguinte: “Se você _____________ e
o seu irmão _____________, quem sabe você
(TCE-CE) A classificação do vocábulo destacado _____________ o dinheiro.”
está correta em:
a) “Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro”. Adjeti- a) requeresse / interviesse / reouvesse
vo. b) requisesse / intervisse / reavesse
b) “Mas como haviam repousado bastante na areia do c) requeresse / intervisse / reavesse
rio seco...”. Pronome. d) requeresse / intervisse / reavesse
c) “Espiou os quatro cantos, zangado, praguejando e) requisesse / intervisse / reouvesse
baixo...”. Advérbio.
d) “Entregou a espingarda a Vitor”. Artigo. 4) A segunda pessoa do singular do pretérito perfeito do
Resposta: letra C. Erros – infelizes = substantivo; bas- indicativo do verbo precaver é:
tante = advérbio; a = preposição. a) precavias d) precaviste
b) precavieste e) n.d.a.
(FISCAL-PB) Marque a alternativa que indica as c) precaveste
classes de palavras destacadas conforme a ordem
em que estas aparecem a seguir: “Ante essa repul- 5) Assinale a opção que completa corretamente as lacu-
sa obstinada, teve as mais variadas reações.” e nas da seguinte frase: “Quando _____________ mais
“Isso produzia nele um constrangimento não só aperfeiçoado, o computador certamente _____________
perante todos quantos sabiam da estória como um eficiente meio de controle de toda a vida social.”
também perante si mesmo.”
a) estivesse / será d) estivesse / era
a) advérbio, adjetivo, numeral, pronome demonstrativo, b) estiver / seria e) estiver / será
advérbio c) esteja / era
b) preposição, adjetivo, advérbio, pronome demonstrati-
vo, preposição 6) Quando _____________ todos os documentos,
c) preposição, adjetivo, advérbio, pronome demonstrati- _____________ um requerimento e ___________ a
vo, advérbio chamada de seu nome.
d) advérbio, verbo, pronome indefinido, pronome relati-
vo, adjetivo a) obtiver / redija / aguarda
e) conjunção coordenativa, adjetivo, numeral, pronome b) obteres / rediges / aguardes
indefinido, preposição c) obtiveres / redige / aguarda
d) ob-ter / redija / aguarde
Resposta: letra B. Ante = preposição; obstinada = adje- e) ob-tiver / redija / aguarde
tivo (qualifica o substantivo repulsa); mais = advérbio
(modifica o adjetivo variadas); isso = pronome demons- 7) Ele _____________ numa questão difícil de ser resol-
trativo; perante = preposição (equivale a diante de) vida e _____________ seus bens graças ao bom senso.

(Objetivo-SP) Aponte a alternativa em que mais é a) interviu / reouve d) interveio / reouve


advérbio de tempo: b) interveio / rehaveu e) interviu / rehouve
c) interviu / reaveu
a) Você voltou mais cedo que nós.
b) Não somos mais alunos. 8) Em que frase a forma verbal não está flexionada cor-
c) Quero comprar mais imóveis. retamente?
d) Tens mais compromissos do que eu?
e) Sansão foi mais forte. a) Eu águo as flores que a sua mãe planta.
Resposta: letra B. b) Ninguém creu no que ela declarou.
c) Se pores tudo em ordem, ficarei satisfeito.
A oração “Não somos mais alunos” equivale a “Não so- d) Foi aos gritos que ela interveio na discussão.
mos, a partir de agora, alunos” e por isso tem a função e) Eu môo o grão, você depois faz o pão.
de advérbio de tempo.
9) (PUC) Indique a frase onde houver uma forma verbal
EXERCÍCIOS incorreta.

1) (CARLOS CHAGAS) Se você _____________ no pró- a) O vegetais clorofilados sintetizam seu próprio
ximo domingo e _____________ de tempo alimento.
_____________ assistir a final do campeonato. b) Se ela vir de carro, chame-me.
a) vir / dispor / vá d) vier / dispuser / vá c) Lembramos-lhe que o eucalipto é uma excelente
b) vir / dispuser / vai e) vier / dispor / vai planta para o reflorestamento.
c) vier / dispor / vá d) Há rumores de que pode haver novo raciona-
mento de gasolina.
1) (CARLOS CHAGAS) Ele _____________ que lhe e) N.d.a.
_____________ muitas dificuldades, mas enfim
_____________ a verba para a pesquisa. 10) (MACK) Assinale a alternativa em que não há erro na
forma verbal.
a) receara / opusessem / obtera a) Minha mãe hesitou; tu não hesitastes.
b) receara / opusessem / obtivera
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b) Esta página vale por meses; quero que valha bais).
para sempre.
c) Tu tiveste dezessete anos; vós tivesteis sempre VOGAIS OU CONSOANTES DE LIGAÇÃO
a mesma idade.
d) A análise das minhas emoções é que entrava no São elementos sem qualquer sentido que se interca-
meu plano; vós não entravais. lam entre outros, para facilitar a pronúncia.
e) Achavam-se lindo e diziam-mo; achavais-me
lindo e dizieis-mo. Exemplos: café - z - inho, gás – ô - metro, cha – l -
eira, pau – l - ada, etc.
RESPOSTAS:
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
1)d; 2)b; 3)a; 4)c; 5)e; 6)e; 7)d; 8)c;
9)b; 10)b. DERIVAÇÃO, COMPOSIÇÃO, REDUPLICAÇÃO

As línguas vivas possuem a faculdade de criar novas


ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS palavras que atendam a novas necessidades da expres-
são e ao crescente desenvolvimento da cultura.
As palavras da língua portuguesa podem apresentar Dois são os processos de que nossa língua se socorre
os seguintes elementos estruturais: radical, vogal temá- para a criação das palavras: a derivação e a composição.
tica, tema, afixo, desinência, vogal temática e consoante
de ligação. DERIVAÇÃO
Os elementos estruturais atualmente são conhecidos
também por morfemas. O processo da derivação consiste em formar uma
RADICAL palavra nova (derivada) de outra, a partir do acréscimo
É o elemento básico e significativo das palavras, con- de um sufixo ou prefixo.
sideradas sob o aspecto gramatical e prático, dentro da A derivação pode ser:
língua portuguesa atual.
Acha-se o radical despojando-se a palavra de seus 1) PREFIXAL: quando uma palavra nova é formada por
elementos secundários (quando houver). meio do acréscimo de prefixo.
Exemplos: cert - o, cert - eza, in – cert - eza, a – Exemplos: ler - reler
jeit - ar, receb - er, educ - ar, etc. Feliz – infeliz
Leal - desleal
TEMA - VOGAL TEMÁTICA 2) SUFIXAL: quando uma nova palavra é formada por
meio do acréscimo de um sufixo.
O tema é o radical mais uma vogal (vogal temática)
que o prepara para receber as desinências. Nos nomes Exemplos: magro - magricela / feliz - felizmente / leal
nem sempre é fácil apontar a vogal temática, quando – lealdade
coincide com as desinências do gênero, ou não passa de
simples semivogal; além disso, pode nem existir. Nos 3) PARASSINTÉTICA: quando a um radical são aglutina-
verbos, obtemos o tema com a eliminação da desinência dos, simultaneamente, um prefixo e um sufixo. Por meio
do infinitivo ®. Ex.: ama – é o tema (amaR), am – é o da parassíntese, formam-se nomes (substantivos e adje-
radical e a a vogal temática (característica da primeira tivos) e, sobretudo, verbos.
conjugação).
Exemplos: mudo – emudecer
A vogal temática é aquela que torna possível a ligação Frio - esfriar
entre a desinência e o radical. Alma - desalmado

AFIXOS OBS.: Para que haja parassíntese é necessário que o


prefixo e o sufixo tenham-se agregado simultaneamente
São elementos que se colocam antes ou depois do ao radical.
radical para formar palavras novas. Os afixos chamam-se Em infelizmente não há parassíntese, uma vez que o
prefixos, quando se antepõem ao radical, e sufixos quan- prefixo e o sufixo não se agregaram ao mesmo tempo ao
do se pospõem. radical.
Observe que existe a palavra infeliz e a palavra felizmen-
Exemplos: desleal (des = prefixo); sapateiro (eiro = te. Por outro lado, em entristecer ocorreu parassíntese,
sufixo). uma vez que prefixo e sufixo agregaram-se ao mesmo
tempo ao radical.
DESINÊNCIAS Observe que não existe a palavra entriste, nem a palavra
tristecer.
São elementos que terminam as palavras, indicando
as flexões gramaticais. Dividem-se em desinências nomi- Convém lembrar ainda que por parassíntese formam-se
nais, quando indicam as flexões de gênero e de número principalmente verbos.
dos nomes; desinências verbais quando indicam as fle-
xões de número e pessoa, tempo e modo do verbo. 4) REGRESSIVA: quando a palavra nova é obtida por
Assim, as formas menino, menina, meninos, meninas; o, redução da palavra primitiva
a, são desinências de gênero; s é desinência de número
(desinências nominais). A derivação regressiva tem importância maior na varia-
ção dos substantivos deverbais ou pós-verbais (substan-
Na forma amávamos, temos AM (radical primitivo). A tivos que derivam de verbos) formados pela junção de
(vogal temática), VA (desinência de modo temporal) e uma das vogais o, a ou e ao radical do verbo.
MOS (desinência de número – pessoal) desinências ver-
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Exemplos: combater - combate As reduplicações ou onomatopeias são palavras
caçar - caça imitativas, isto é, palavras que procuram reproduzir
pescar - pesca aproximadamente certos sons ou certos ruídos.

Como nem sempre é fácil determinar se a palavra primi- Exemplos: tique-taque, cacarejar, miar, fonfon.
tiva é o verbo ou o substantivo, sugerimos o critério do
filólogo Mário Barreto, citado por Celso Cunha na Gramá- TESTES
tica do Português Contemporâneo: se o substantivo de-
nota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra pri- 1) Os vocábulos “boquiaberto” e “passatempo” apresen-
mitiva; mas, se o nome denota algum objeto ou substân- tam, respectivamente, os processos:
cia, se verificará o contrário. Assim: combate, caça, pes-
ca, são derivados, respectivamente, de combater, caçar, a) aglutinação e justaposição
pescar. b) aglutinação e aglutinação
c) justaposição e aglutinação
Mas planta, âncora e telefone são palavras primitivas que d) justaposição e justaposição
dão origem, respectivamente, aos verbos plantar, anco- e) n.d.a
rar e telefonar.
2) O vocábulo sociologia é formado por:
5) IMPRÓPRIA: quando não há ocorrência de afixos. A a) derivação
palavra nova derivada é obtida pela mudança de classe b) hibridismo
gramatical da palavra primitiva. Não ocorre, pois, mu- c) parassíntese
dança na forma, mas tão somente na classe gramatical. d) prefixação
Observe: e) sufixação

a) O substantivo usado como adjetivo. Ex.: criança ca- 3) (FACULDADES OBJETIVO) “O embarque dos passagei-
peta. ros será feito no aterro.” Os dois termos sublinhados
b) O adjetivo é usado como substantivo. Ex.: Os bons representam, respectivamente, casos de:
serão premiados. a) palavra primitiva e palavra primitiva
c) O verbo é usado como substantivo. Ex.: O jantar está b) conversão e formação regressiva
pronto. c) formação regressiva e conversão
d) O substantivo próprio é usado como substantivo co- d) derivação prefixal e palavra primitiva
mum. Ex.: Ele é Judas da turma. e) formação regressiva e formação regressiva
e) O advérbio é usado como substantivo. Ex.: Ele rece-
beu um não como resposta. 4) É correto afirmar que são hibridismos:
f) A conjunção é usada como substantivo. Ex.: Esse é o a) capim-gordura
porquê do problema. b) goleiro
c) telefone
COMPOSIÇÃO d) azeite-de-dendê
e) biologia
A composição é o processo que consiste em for- f) televisão
mar novas palavras por meio da junção de dois ou mais g) burocracia
radicais. Ela pode ser realizada por: 5) Assinale a opção onde, a partir do radical PEDR -,
formou-se uma palavra através de um processo conheci-
a) JUSTAPOSIÇÃO: quando os radicais estão ligados sem do como derivação parassintética.
perda de autonomia fonética e sem alterações gráficas. a) pedraria
b) pedrada
Exemplo: passatempo, girassol, vaivém, mata-borrão, c) pedreira
quinta-feira, couve-flor. d) pedrinha
b) AGLUTINAÇÃO: quando os radicais estão de tal forma e) apedrejar
ligados que passam a constituir uma palavra com um
único acento tônico, sofrendo alterações gráficas. 6) O vocábulo CATEDRAL, do ponto de vista de sua for-
mação, é:
Exemplo: Aguardente (água + ardente) Primitivo
Embora (em + boa + hora) a) composto por aglutinação
b) derivado sufixal
Observe que o que distingue a justaposição da aglutina- c) parassintético
ção é o fato de haver ou não alteração fonética. d) derivado regressivo de catedrático.

Em girassol, ocorre justaposição já que as palavras man- 7) Aponte a alternativa cujas palavras são respectiva-
têm a mesma pronúncia que tinham quando separadas. mente formadas por justaposição, aglutinação e paras-
síntese.
HIBRIDISMO I. penugem / plenilúnio / despedaçar
II. vaivém / pontiagudo / enfurecer
Quando uma nova palavra é formada a partir da junção III. varapau / girassol / enfaixar
de elementos originários de línguas diferentes. IV. pontapé / anoitecer / ajoelhar
V. maldizer / petróleo / embora
Exemplos: automóvel (auto = grego; móvel = la-
tim) 8) (OSWALDO CRUZ) As palavras claramente, bonzinho,
Sociologia (sócio + latim: logia = grego) homenzarrão são formadas por derivação.
a) prefixal e sufixal
REDUPLICAÇÃO (ONOMATOPÉIAS) b) regressiva
c) sufixal
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d) prefixal c) Na festa do seu aniversário, a anciã disfarçava a sua
e) parassintética severidade.
Não guardava rancor, mas sabia que todos estavam
9) Embora é palavra formada pelo processo de aglutina- ali só para comer e beber.
ção, assim como: d) José enxugou a testa, risonho, com riso frouxo, e
a) chaleira começou a contar a história que não agradou à espo-
b) madressilva sa.
c) adormecer a) O locutor de rádio era perito em falar dos suicídios e
d) fidalgo assassinatos.
e) bem-te-vi b) Não pagando os impostos, acabaram lesando a popu-
10) As palavras pernilongo, pontapé, pontiagudo, alto- lação.
falante são compostos por:
a) aglutinação, aglutinação, aglutinação, justaposi- 2) Reescreva os períodos usando os antônimos das pala-
ção vras destacadas.
b) aglutinação, aglutinação, aglutinação, aglutina- a) Ele era um profissional de mãos sujas: usava o dis-
ção curso pomposo e mentiroso para convencer os clien-
c) justaposição, justaposição, justaposição, agluti- tes da oficina.
nação b) A decência do ministro impediu a mentira.
d) aglutinação, justaposição, aglutinação, justapo- c) Nós desconfiávamos dele, queríamos decisões que
sição. beneficiassem a população.
e) n.d.a. d) A incompetência do técnico estragou o aparelho de
televisão.
RESPOSTAS: 1) a; 2) b; 3) e; 4) a-b-d-f-g; 5) e; 6) e) Ele poderia considerar-se um indivíduo respeitoso,
c; 7) b; 8) c; 9) d; 10) d. responsável e consequente.
Respostas:
SEMÂNTICA 1)
a) angustiados, nervosos / inexplicável / colaborava /
A Semântica estuda o sentido das palavras, que agudo
envolve os seguintes aspectos: b) Carta Magna / desconhecia
c) idosa / austeridade / mágoa
 Família de ideias  Paronímia
d) fraco / contentou, satisfez
 Antonímia  Homonímia
e) especialista
 Sinonímia  Polissemia f) prejudicando
 Família de ideias: são palavras que possuem uma
relação de sinonímia, apresentando um mesmo signi- 2)
ficado. Ex.: casa, lar, moradia. a) limpas / simples / verdadeiro
b) indecência / verdade
 Sinonímia: ocorre quando duas ou mais palavras têm c) confiávamos (nele)
o mesmo sentido, ou sentidos semelhantes. Ex.: d) competência / consertou
chato – desagradável. e) desrespeito / irresponsável / inconsequente
 Antonímia: ocorre quando duas ou mais palavras
possuem significados opostos. Ex.: belo – feio.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
 Homonímia: são palavras que possuem significados
diferentes, mas têm a mesma estrutura fonológica. -Me
Ex.: O gosto de chocolate. // Eu gosto de chocolate;
cela, sela; sessão, cessão, seção. Moscou (substanti- Gargal(h)o de mim
vo) e moscou (verbo, pretérito perfeito do verbo Lucido-me tolo.
moscar=sumir) Olhos de análise, tudo sei
Menos o mim. Desminto-me.
 Paronímia: ocorre quando duas ou mais palavras têm Me mito ou me mato
significados diferentes, mas são parecidas ao serem Em suor e de lírio
pronunciadas. Ex.: cavaleiro // cavalheiro; cumpri- Não sei se sei, se sou ou suo.
mento // comprimento. Cego, só ego sou
Cogito ergo sum.
 Polissemia: trata-se do fato de que as palavras po- Inciente de mim
dem ter vários significados. Ex.: Ele visa a um alto Não posso -verme.
posto há anos. // Ela deixou o carro estacionado ao Imparcial, petulante,
lado do posto. // Irei ao cinema, posto que (embora) Soslaio-me, infrutífero
possa chover. E fero, voraz, implacável,
Tombo, incapaz-me
Exercício Delirante luz.
(BARROS, Paulo Alberto M. Monteiro de (Artur da Távola).
Calentura. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. p. 53.)
1) Procure um sinônimo para cada palavra destacada.
a) Os vizinhos, aflitos, fecharam as janelas. Parecia um
caso misterioso e tudo contribuía para intensifica o
medo: falta de luz, barulho de panelas e o miado es- PRÓCLI- VERBO ÊNCLI-
tridente do gato. SE SE
b) Aquele homem suburbano não sabia dos seus direitos
de cidadão, desconhecia a Constituição e ignorava
que o motorista poderia ser punido por enganá-lo. MÊSÓCLISE

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A colocação pronominal trata sobre uso dos prono- C) pronomes indefinidos;
mes oblíquos átonos ME, TE, SE, O(S), A(S), LHE(S) e
NOS. Vejamos algumas orientações a serem seguidas. Exemplos:
Alguém me disse que você vai viajar.
Quem lhe disse essas bobagens?
REGRAS PRÁTICAS PARA A COLOCAÇÃO DOS PRO-
Dos vários candidatos entrevistados, alguns (diversos)
NOMES ÁTONOS:
nos pareceram bastante inteligentes.
Os pronomes átonos são geralmente empregados depois
Entre os dez pares de sapato, qualquer um me serve
do verbo (ÊNCLISE), muitas vezes antes (PRÓCLISE) e,
para ir a festa no sábado.
mais raramente, no meio (MESÓCLISE).
Quem quer que me traga uma flor, conquistará meu
coração.
ÊNCLISE
As formas verbais do infinitivo impessoal (precedido ou
D) conjunções subordinativas;
não da preposição "a"), do gerúndio e do imperativo
afirmativo pedem a ênclise pronominal.
Exemplos:
Deixarei você sair, quando me disser a verdade.
Exemplos:
Posso ajudar-te na obra, se me levares contigo.
Urge obedecer-se às leis.
Faça todo esse trabalho, como lhe ensinei.
Obrigou-me a dizer-lhe tudo.
Entramos no palácio, porque nos deram permissão.
Bete pediu licença, afastando-se do grupo.
Fiquem em nossa casa, enquanto vos pareça agradável.
Aqueles livros raros? Compra-os imediatamente!
Continuo a gostar de ti, embora me magoasse muito.
Observação: Se o gerúndio vier precedido da preposição
Confiei neles, logo que os conheci.
"em", deve-se empregar a próclise.
E) advérbios;
Exemplo: "Nesta terra, em se plantando, tudo da."
Não se inicia um período pelo pronome átono nem a
Exemplos:
oração principal precedida de pausa, assim como as ora-
ções coordenadas assindéticas, isto é, sem conjunções.
Talvez nos seja fácil fazer esta tarefa.
Ontem os vi no cinema.
Exemplos:
Aqui me agrada estar todos os dias.
Agora vos contarei um conto de fadas.
Me contaram sua aventura em Salvador. (errado)
Pouco a pouco te revelarei o mistério.
Contaram-me sua aventura em Salvador. (certo)
De vez em quando me pego falando sozinho.
De súbito nos assustamos com os tiros.
Permanecendo aqui, se corre o risco de ser assaltado.
(errado)
Observação: O pronome átono pode ser colocado antes
Permanecendo aqui, corre-se o risco de ser assaltado.
ou depois do infinitivo impessoal, se antecedendo o infi-
(certo)
nitivo vier uma das palavras ou expressões mencionadas
acima.
Segui-o pela rua, o chamei, lhe pedi que parasse. (erra-
do)
Exemplos:
Segui-o pela rua, chamei-o, pedi-lhe que parasse. (certo)
Observação: A ênclise não pode ser empregada com
"Tudo faço para não a perturbar naqueles dias difíceis";
verbos no futuro e no particípio passado.
ou "Tudo faço para não perturbá-la..."
PRÓCLISE
MESÓCLISE.
Deve-se colocar o pronome átono antes do verbo, quan-
Emprega-se o pronome átono no meio da forma verbal,
do antes dele houver uma palavra pertencente a um dos
quando esta estiver no futuro simples do presente ou no
seguintes grupos:
futuro simples do pretérito do indicativo.
A) palavras ou expressões negativas;
Exemplos:
Exemplos:
Chamar-te-ei, quando ele chegar.
Se houver tempo, contar-vos-emos nossa aventura.
Não me deixe sozinho esta noite!
Dar-te-ia essas informações, se soubesse.
Nunca se recuse ajudar a quem precise.
Observação: Se antes dessas formas verbais houver uma
Nem nos conte porque você fez isso.
palavra ou expressão que provocam a próclise, não se
Nenhum deles me prestou a informação correta.
empregará, consequentemente, o pronome átono na
Ninguém lhe deve nada.
posição mesoclítica.
De modo algum (Em hipótese alguma) nos esqueceremos
disso.
Exemplos:
PRONOMES RELATIVOS
Nada lhe direi sobre este assunto.
Livrar-te-ei dessas tarefas, porque
Exemplos:
Exercícios sobre sintaxe de colocação
O livro que me emprestaste é muito bom.
Este é o senhor de quem lhe contei a vida.
Questões:
Esta é a casa da qual vos falei.
O ministro, cujo filho lhe causou tantos problemas, está
Nos testes de 01 a 03, assinale a alternativa que apre-
aqui.
senta erro de colocação pronominal.
Aquela rua, onde me assaltaram, foi melhor iluminada.
Pagarei hoje tudo quanto lhe devo.
01.
a) Alguém me disse que tu amas novamente.
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b) Esvaindo-se em sangue, o criminoso conseguiu pôr-se a) Você não devia calar-se.
a salvo. b) Não lhe darei qualquer informação.
c) Em se tratando de dificuldades, ele sempre se portava c) O filho não o entendeu.
com a maior dignidade possível. d) Se apresentar-lhe os pêsames, faça-o discretamente.
d) Diria-te toda a verdade, se dissesses-me por que te e) Ninguém quer aconselhá-lo.
perseguiam.
e) Nada nos foi informado sobre a realização dos exames 09. (MED. SANTO ANDRÉ) Assinale a alternativa em
finais. que todos os pronomes pessoais estão colocados corre-
tamente, segundo o uso clássico da língua portuguesa:

02. a) Eu o vi, não lhe falei, darei-te o livro.


a) Os matutos propuseram-se a trabalhar por muito b) Eu o vi, falei-lhe, nada lhe direi.
pouco. c) Nada dir-lhe-ei, não o estimo, Deus ajude-nos.
b) Não se chegou a nenhuma conclusão lógica sobre a d) Deus nos ajude! Não quero te ofender, mas vai-te
solução do problema. embora.
c) Colocou-se a disposição daqueles que o criticavam, e) Me dá o livro, que eu te devolvo assim que o ler.
para dirimir qualquer dúvida sobre seu comportamento.
d) Isto se passou em casa de nossos amigos. 10. (OMEC) Assinale a frase em que há pronome enclíti-
e) Chegaria cedo à festa de encerramento do ano letivo. co:
a) Far-me-ás um favor?
03. b) Nada te direi a respeito.
a) O fato a que você se referiu ontem foi discutido por c) Convido-te para a festa.
todos aqueles que se propuseram a cooperar conosco. d) Não me fales mais nisso.
b) Depois de revê-la, apossou-se dele uma tristeza pro- e) Dir-se-ia uma incoerência.
funda.
c) Me entregou os originais e me disse que não os con- Gabarito
siderava dignos de serem publicados.
d) Esperava-se que tudo se acalmasse com a chegada 01. D; 02. E; 03. C; 04. A; 05. A; 06. C; 07. C; 08. D;
do responsável pelo setor. 09. B; 10. C.
e) Estando a examiná-lo, o médico disse-lhe que a do-
ença não era séria.
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL
04. “Mestre Romão ordenou que _______________ o
cravo para a sala do fundo, que dava para o quintal:
________________ preciso ar.” (M.A.) Flexão nominal e verbal:

a) lhe levassem – era-lhe São morfemas colocados no final das palavras para
b) levassem-lhe – era-lhe indicar flexões verbais ou nominais.
c) levassem-lhe – lhe era
d) lhe levassem – lhe era Elas podem ser:
e) levassem-no – era-lhe
Flexões Nominais: indicam gênero e número Ex.: casa –
05. “Algumas notas chegaram a ____________ ;ele casas, gato – gata
___________ obra de uma folha de papel, não
mais.”(M.A.) De gênero:

a) se ligar – escreveu-as Os substantivos masculinos são antecedidos pelo artigo


b) ligar-se – escreveu-as “o”. Como exemplo temos os substantivos o lança-
c) ligar-se – escreveu-lhe perfume, o tapa, o champanha, o dó, o diabetes.
d) se ligar – lhes escreveu
e) se ligar – as escreveu Já os substantivos femininos são antecedidos pelo artigo
“a”. É o caso de a agravante, a bacanal, a fênix, a alfa-
06. Em que alternativa NÃO há erro na colocação do ce, a ênfase, a poetisa.
pronome?
a) Preciso vê-lo, me disse o rapaz. A maioria dos substantivos têm duas formas: uma para
b) Este é um trabalho que absorve-se muito. o masculino, e outra para o feminino. São os substanti-
c) Far-se-á tudo para que se salvem. vos biformes. Veja algumas regras de formação do fe-
d) Não arrepender-se-ia de haver dito a verdade. minino:
e) Em pondo-se o sol os pássaros debandam.
1) Substantivos terminados em -o mudam para -a. o
07. (CESGRANRIO) Indique a estrutura verbal que sapo = a sapa o canário = a canária o piloto = a pilota
CONTRARIA a norma oculta:
2) Substantivos terminados em -ão mudam para -ã,
a) Ter-me-ão elogiado. outros para -oa e ainda para -ona (neste caso, em au-
b) Tinha-me lembrado. mentativos). o capitão = a capitã o tecelão = a tecelã/
c) Teria-me lembrado. teceloa o chorão = a chorona
d) Temo-nos esquecido.
e) Tenho-me alegrado. 3) Substantivos terminados em -or formam o feminino
com o acréscimo de -a. o doutor = doutora o coletor =
08. (MACKENZIE) Assinale a alternativa que apresenta coletora o trabalhador = trabalhadora
erro de colocação pronominal:

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4) Alguns substantivos terminados em -or podem fazer Os substantivos que terminam em ‘il’ são pluralizados
feminino mudando essa terminação para -eira. o arru- de duas formas:
mador = a arrumadeira o lavador = lavadeira o traba-
lhador = trabalhadeira 0 sufixo -eira pode indicar quali- a) Em palavras oxítonas terminadas em ‘il’:
dade e, portanto, adjetivação: mulher trabalhadeira;
pessoa faladeira anil – anis
juvenil – juvenis
5) Alguns substantivos com terminação -e podem fazer
o feminino mudando a terminação para -a. o infante = b) Em palavras paroxítonas terminadas em ‘il’:
infanta o governante = a governanta o elefante = a
elefanta inútil – inúteis
réptil – répteis
6) Substantivos terminados em -ês, -L e -z fazem o
feminino com o acréscimo de -a. o freguês =a freguesa Os substantivos terminados em consoante ‘s’ fazem o
o oficial = oficiala o juiz = juíza plural de duas formas:

Há ainda substantivos que são masculinos ou femininos, a) Em substantivos monossilábicos ou oxítonos, há o


conforme o sentido com que se acham empregados: acréscimo de ‘es’.

a cabeça (parte do corpo)/ o cabeça (o chefe) a grama paz – pazes


(relva)/ o grama (unidade de peso) algoz – algozes

De números: b) Os substantivos paroxítonos ou proparoxítonos são


invariáveis.
Os nomes ( substantivos, adjetivos, pronomes, nume-
rais ), de modo geral admitem a flexão de número: férias – férias
Singular e plural. ônibus – ônibus

Plural dos substantivos simples Os substantivos terminados em ‘ão’ podem ser plurali-
zados de três formas:
Aos substantivos que terminam em vogal, ditongo oral e
consoante ‘n’ devem ser acrescidos a consoante ‘s’ ao a) Substituindo o ‘ão’ por ‘es’:
final da palavra.
doação – doações
Observe os exemplos: emoção – emoções

herói – heróis b) Substituindo o ‘ão’ por ‘ães’:


irmão – irmãos
plâncton – plânctons alemão – alemães
pão – pães
Aos substantivos que terminam em consoante ‘m’ de-
vem ser acrescidos as consoantes ‘ns’ ao final da pala- c) Substituindo o ‘ão’ por ‘ãos’:
vra.
cidadão – cidadãos
Observe os exemplos:
Os substantivos terminados em consoante ‘x’ são inva-
abordagem – abordagens riáveis
modelagem – modelagens
homem – homens córtex – córtex

Aos substantivos que terminam com as consoantes ‘r’ e Flexões Verbais:


‘z’ devem ser acrescidos ‘es’ ao final da palavra.
Dentre todas as classe gramaticais, a que mais se apre-
Observe os exemplos: senta passível de flexões é a representada pelos verbos.
Flexões estas relacionadas a:
hambúrguer – hambúrgueres
chafariz – chafarizes Pessoa – Indica as três pessoas relacionadas ao discur-
colher – colheres so, representadas tanto no modo singular, quanto no
plural.
Nos substantivos que terminam em ‘al’, ‘el’, ‘ol’, ‘ul’,
deve ser substituída a consoante ‘l’ por ‘is’ Número – Representa a forma pela qual o verbo se
refere a essas pessoas gramaticais.
Observe os exemplos:

girassol – girassóis Singular Plural


vogal – vogais
azul – azuis Eu gosto de estudar Nós chegamos cedo

* Há duas exceções:
Tu andas depressa Vós estais com pressa
mal – males
cônsul – cônsules
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Desinências modo-temporal (DMT) e desinências núme-
Ele é muito gentil Eles são educados ro-pessoal (DNP).

Por meio dos exemplos em evidência, podemos consta- Ex.: Nós corremos, se eles corressem (DNP); se nós
tar que o processo verbal se encontra devidamente corrêssemos, tu correras (DMT)
flexionado, tendo em vista as pessoas do discurso (eu, Fonte: Mundo educação e Português UOL
tu, ele, nós, vós, eles).
Exercícios e questões de concursos
Tempo – Relaciona-se ao momento expresso pela ação
verbal, denotando a ideia de um processo ora concluído, Exercícios de Flexão nominal:
em fase de conclusão ou que ainda está para concluir,
representado pelo tempo presente, pretérito e futuro. 1. (CESGRANRIO) Assinale o par de vocábulos que for-
mam o plural como órfão e mata-burro, respectivamen-
Modo – Revela a circunstância em que o fato verbal te:a) cristão / guarda-roupa b) questão / abaixo-
ocorre. Assim expresso: assinado
c) alemão / beija-flor
Modo indicativo – exprime um fato certo, concreto.
d) tabelião / sexta-feira
Modo subjuntivo – exprime um fato hipotético, duvido-
so. e) cidadão / salário-família

Modo imperativo – exprime uma ordem, expressa um 2. (U-UBERLÂNDIA) Relativamente à concordância dos
pedido. adjetivos compostos indicativos de cor, uma, dentre as
seguintes, está errada. Qual?
Para que possamos constatar acerca de todos esses
pressupostos, basear-nos-emos no caso do verbo can- a) saia amarelo-ouro
tar, tendo em vista o modo indicativo. b) papel amarelo-ouro
c) caixa vermelho-sangue
Modo Indicativo d) caixa vermelha-sangue
e) caixas vermelho-sangue

3. (ITA) Indique a frase correta:

a) Mariazinha e Rita são duas leva-e-trazes.


b) Os filhos de Clotilde são dois espalhas-brasas.
c) O ladrão forçou a porta com dois pés-de-cabra.
d) Godofredo almoçou duas couves-flor.
e) Alfredo e Radagásio são dois gentil homens.

4. (BB) Flexão incorreta:

a) os cidadãos
b) os açúcares
c) os cônsules
d) os tóraxes
e) os fósseis
Voz
A voz verbal caracteriza a ação expressa pelo verbo em 5. (BB) Mesma pronúncia de “bolos”:
relação ao sujeito, classificada em:
a) tijolos
Voz ativa – o sujeito é o agente da ação verbal. b) caroços
c) olhos
Os professores aplicaram as provas. d) fornos
e) rostos
Voz passiva – o sujeito sofre a ação expressa pelo ver-
bo. 6 . (BB) Não varia no plural:a) tique-taque
b) guarda-comida
As provas foram aplicadas pelos professores. c) beija-flor
d) pára-lama
Voz reflexiva – o sujeito, de forma simultânea, pratica e e) cola-tudo
recebe a ação verbal.
7. (EPCAR) Está mal flexionado o adjetivo na alternati-
O garoto feriu-se com o instrumento. va:

Voz reflexiva recíproca – representa uma ação mútua a) Tecidos verde-olivas


entre os elementos expressos pelo sujeito. b) Festas cívico-religiosas
c) Guardas noturnos luso-brasileiros
Os formandos cumprimentaram-se respeitosamente. d) Ternos azul-marinho
e) Vários porta-estandartes
Existem dois tipos de desinências verbais:
8. (UF-UBERLÂNDIA) Na sentença “Há frases que con-
têm mais beleza do que verdade”, temos grau:
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
a) comparativo de superioridade
b) superlativo absoluto sintético
c) comparativo de igualdade
d) superlativo relativo
e) superlativo por meio de acréscimo de sufixo

9. (MACK) Assinale a alternativa em que a flexão do


substantivo composto está errada:
Calvin e Haroldo, criação do desenhista americano Bill
a) os pés-de-chumbo Watterson. Os verbos também podem ser estudados a
b) os corre-corre e) os vaivéns partir da análise de tirinhas
c) as públicas-formas
d) os cavalos-vapor I – O verbo “colocou”, no primeiro quadrinho, está no
pretérito perfeito;
10. (UM-SP) Aponte a alternativa em que haja erro II – A forma verbal “olhando”, no segundo quadrinho,
quanto à flexão do nome composto: está no modo indicativo;
III – A forma verbal “poderia”, no segundo quadrinho,
a) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora está no futuro do pretérito do modo subjuntivo;
b) tico-ticos, salários-família, obras-primas IV – A forma verbal “acharmos”, no quarto quadrinho,
c) reco-recos, sextas-feiras, sempre-vivas está no futuro do subjuntivo;
d) pseudo-esferas, chefes-de-seção, pães-de-ló V – A forma verbal “fosse”, no quarto quadrinho, está
e) pisca-piscas, cartões-postais, mulas-sem-cabeças no pretérito imperfeito do modo indicativo.

GABARITO Estão corretas:


A 2. D; 3. C; 4. D; 5. E; 6. E; 7. A; 8. A; 9. B; 10. E;
a) I e IV.
Flexão Verbal b) II, III e V.
c) I, IV e V.
Questão 1 d) III e V.

Sobre os modos verbais, está correta a sequência: Questão 4

I – Modo verbal que expressa ideia de certeza, quando “Com o último trompejo do berrante, engarrafam no
um fato é concluído como real; curral da estrada-de-ferro o rebanho” (Guimarães Ro-
II –Modo verbal que expressa dúvida, incerteza, quando sa). A forma verbal engarrafam se encontra no tempo:
há poucas possibilidades de concretização da ação ver-
bal; a) presente do subjuntivo
III – Modo verbal que pode estar na forma afirmativa ou b)imperfeito do indicativo
na forma negativa. Expressa ideia de ordem, conselho c) pretérito perfeito do indicativo
ou pedido. d) presente do indicativo
e) imperativo afirmativo
a) modo imperativo – modo subjuntivo – modo indicati-
vo. Questão 5
b) modo imperativo – modo indicativo – modo subjunti-
vo. Observe a tirinha de Fernando Gonsales:
c) modo indicativo – modo subjuntivo – modo imperati-
vo.
d) modo indicativo – modo imperativo – modo subjunti-
vo.

Questão 2

Assinale a alternativa em que uma forma verbal foi


empregada incorretamente:
Tirinha de Fernando Gonsales, do livro Nem tudo que
balança cai. São Paulo: Devir, 2003. p.16
a) O superior interveio na discussão, evitando a briga.
b) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será
Sobre os verbos do primeiro e segundo quadrinhos,
absolvido.
“abaixa, enrola, puxa, torce, vira, remexe, pula”, estão
c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida.
no modo verbal:
d) Quando você vier a Campinas, ficará extasiado.
e) Ele trará o filho, se vier a São Paulo.
a) modo indicativo
b) modo subjuntivo
Questão 3
c) modo imperativo
d) modo gerúndio.
Observe a tirinha “Calvin e Haroldo”, de Bill Watterson,
e julgue as proposições:
Respostas:
1–C
2 – B . Na frase em questão, a correta conjugação é
“depuser”
3 – A A forma verbal “olhando” pertence à forma nomi-
nal gerúndio. A forma verbal “poderia” está no futuro do
34
NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
pretérito do modo indicativo. A forma verbal “fosse” 1º) O INDICATIVO - exprime um fato certo, positivo:
está no pretérito imperfeito do modo subjuntivo. Vou hoje.
4 – D . A forma verbal “engarrafam” está na forma ver- Sairás cedo.
bal do presente do indicativo, já que a ação verbal indi-
ca uma ideia de certeza, de fato que se concluiu. 2º) O IMPERATIVO - exprime ordem, proibição, conse-
5 – C . O modo imperativo expressa uma ideia de or- lho, pedido:
dem, pedido ou conselho. Lembrando que o gerúndio Volte logo. Não fiquem aqui. Sede prudentes.
trata-se de uma forma nominal, e não um modo verbal. 3º) O SUBJUNTIVO - enuncia um fato possível, duvido-
so, hipotético:
Se chover poderás te molhar.
EMPREGO E FLEXÃO DE TEMPOS E
MODOS VERBAIS. VERBOS REGULARES

Verbo é uma palavra que exprime ação, estado, fato ou REGULAR: é o verbo que não apresenta modifica-
fenômeno. ção em seu radical, no decurso da conjugação.

Dentre as classes de palavras, o verbo é a mais rica em ADOTAR CONCEDER DISCUTIR ANDAR
flexões. Com efeito, o verbo reveste diferentes formas
para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o
modo e a voz. MODO DO INDICATIVO

Flexão verbal Presente do Indicativo:

A flexão verbal exprime noções referentes à ação: Adoto Concedo Discuto Ando
— voz: ativa, passiva, média. Adotas Concedes Discutes Andas
— modo: indicativo, subjuntivo, optativo, imperativo, Adota Concede Discute Anda
infinitivo, particípio. Adotamos Concedemos Discutimos Andamos
— aspecto: durativo, pontual, perfectivo. Adotais Concedeis Discutis Andais
— momento temporal: presente, passado, futuro. Adotam Concedem Discutem Andam
— pessoa do discurso: 1ª, 2ª, 3ª.
— número: singular, plural, dual. Pretérito imperfeito do indicativo:

O verbo varia em número e pessoa: Adotava Concedia Discutia Andava


Singular Plural Adotavas Concedias Discutias Andavas
1ª pessoa: eu penso nós pensamos Adotava Concedia Discutia Andava
2ª pessoa: tu pensas vós pensais Adotávamos Concedíamos Discutíamos Andávamos
3ª pessoa: ele pensa eles pensam Adotáveis Concedíeis Discutíeis Andáveis
Adotavam Concediam Discutiam Andavam
Os TEMPOS situam o fato ou a ação verbal dentro de
determinado momento. São três: Pretérito perfeito do indicativo:
Adotei Concedi Discuti Andei
1º) O PRESENTE: Agora eu leio. Adotaste Concedeste Discutiste Andaste
Adotou Concedeu Discutiu Andou
2º) O PRETÉRITO (= passado) Adotamos Concedemos Discutimos Andamos
Adotastes Concedestes Discutistes Andastes
IMPERFEITO: Ele trancava a porta. Adotaram Concederam Discutiram Andaram

PERFEITO: Ele trancou a porta. Pretérito mais que perfeito:

MAIS-QUE-PERFEITO: Quando cheguei, ele já trancara Adotara Concedera Discutira Andara


a porta. Adotaras Concederas Discutiras Andaras
Adotara Concedera Discutira Andara
3º) O FUTURO Adotáramos Concedêramos Discutíramos Andáramos
Adotáreis Concedêreis Discutíreis Andáreis
FUTURO DO PRESENTE: Beatriz ganhará o concurso. Adotaram Concederam Discutiram Andaram

FUTURO DO PRETÉRITO: Beatriz ganharia o concurso. Futuro do presente:

Quanto à forma, os tempos podem ser simples ou com- Adotarei Concederei Discutirei Andarei
postos. Adotarás Concederás Discutirás Andarás
Na conjugação ativa, os tempos simples apresentam-se Adotará Concederá Discutirá Andará
sob formas simples (leio, andava, corremos, etc.) e os Adotaremos Concederemos Discutiremos Andaremos
compostos, sob formas compostas: tenho lido, tenham Adotareis Concedereis Discutireis Andareis
andado, havia corrido, etc. Adotarão Concederão Discutirão Andarão
Na voz passiva, tanto os tempos simples como os com-
postos apresentam formas compostas: sou premiado, Futuro do pretérito:
tens sido visto, etc.
Adotaria Concederia Discutiria Andaria
OS MODOS indicam as diferentes maneiras de um fato Adotarias Concederias Discutirias Andarias
se realizar. Adotaria Concederia Discutiria Andaria
São três: Adotaríamos Concederíamos Discutiríamos Andaríamos
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
Adotaríeis Concederíeis Discutiríeis Andaríeis Futuro do presente:
Adotariam Concederiam Discutiriam Andariam
Beneficiarei Impregnarei Venderei Partirei
MODO DO SUBJUNTIVO Beneficiarás Impregnarás Venderás Partirás
Beneficiará Impregnará Venderá Partirá
Presente do subjuntivo: Beneficiare- Impregnaremos Venderemos Partiremos
mos Impregnareis Vendereis Partireis
Adote Conceda Discuta Ande Beneficiareis Impregnarão Venderão Partirão
Adotes Concedas Discutas Andes Beneficiarão
Adote Conceda Discuta Ande
Adotemos Concedamos Discutamos Andemos Futuro do pretérito:
Adoteis Concedais Discutais Andeis Beneficiaria Impregnaria Venderia Partiria
Adotem Concedam Discutam Andem Beneficiarias Impregnarias Venderias Partirias
Beneficiaria Impregnaria Venderia Partiria
Pretérito imperfeito do subjuntivo: Beneficiaríamos Impregnaríamos Venderíamos Partiríamos
Beneficiaríeis Impregnaríeis Venderíeis Partiríeis
Beneficiariam Impregnariam Venderiam Partiriam
Adotasse Concedesse Discutisse Andasse
Adotasses Concedesses Discutisses Andasses
Adotasse Concedesse Discutisse Andasse MODO SUBJUNTIVO
Adotásse- Concedêsse- Discutísse- Andásse-
mos mos mos mos Presente do subjuntivo:
Adotásseis Concedêsseis Discutísseis Andásseis
Adotassem Concedessem Discutissem Andassem Beneficie Impregne Venda Parta
Beneficieis Impregnes Vendas Partas
Futuro do subjuntivo: Beneficie Impregne Venda Parta
Beneficiemos Impregnemos Vendamos Partamos
Beneficieis Impregneis Vendais Partais
Adotar Conceder Discutir Andar
Beneficiem Impregnem Vendam Partam
Adotares Concederes Discutires Andares
Adotar Conceder Discutir Andar
Adotarmos Concedermos Discutirmos Andarmos Pretérito imperfeito do subjuntivo:
Adotardes Concederdes Discutirdes Andardes
Beneficiasse Impregnasse Vendesse Partisse
Adotarem Concederem Discutirem Andarem
Beneficiasses Impregnasses Vendesses Partisses
Beneficiasse Impregnasse Vendesse Partisse
MODO DO INDICATIVO Beneficiássemos Impregnássemos Vendêssemos Partíssemos
Beneficiásseis Impregnásseis Vendêsseis Partísseis
Presente do Indicativo: Beneficiassem Impregnassem Vendessem Partissem

Beneficio Impregno Vendo Parto Futuro do subjuntivo:


Beneficias Impregnas Vendes Partes
Beneficia Impregna Vende Parte Beneficiar Impregnar Vender Partir
Beneficiamos Impregnamos Vendemos Partimos Beneficiares Impregnares Venderes Partires
Beneficiais Impregnais Vendeis Partis Beneficiar Impregnar Vender Partir
Beneficiam Impregnam Vendem Partem Beneficiarmos Impregnarmos Vendermos Partirmos
Beneficiardes Impregnardes Venderdes Partirdes
Pretérito imperfeito do indicativo: Beneficiarem Impregnarem Venderem Partirem

Beneficiava Impregnava Vendia Partia VERBOS IRREGULARES


Beneficiavas Impregnavas Vendias Partias
Beneficiava Impregnava Vendia Partia IRREGULAR: é o verbo que apresenta modificação
Beneficiáva- Impregnáva- Vendía- Partía- em seu radical.
mos mos mos mos
Beneficiáveis Impregnáveis Vendíeis Partíeis DAR IR VIR DIZER
Beneficiavam Impregnavam Vendiam Partiam

Pretérito perfeito do indicativo: MODO DO INDICATIVO

Beneficiei Impregnei Vendi Parti Presente do Indicativo:


Beneficiaste Impregnaste Vendeste Partiste
Beneficiou Impregnou Vendeu Partiu Dou Vou Venho Digo
Beneficiamos Impregnamos Vendemos Partimos Dás Vais Vens Dizes
Beneficiastes Impregnastes Vendestes Partistes Dá Vai Vem Diz
Beneficiaram Impregnaram Venderam Partiram Damos Vamos Vimos Dizemos
Dais Ides Vindes Dizeis
Pretérito mais que perfeito: Dão Vão Vêm Dizem

Beneficiara Impregnara Vendera Partira Pretérito imperfeito do indicativo:


Beneficiaras Impregnaras Venderas Partiras
Beneficiara Impregnara Vendera Partira Dava Ia Vinha Dizia
Beneficiáramos Impregnáramos Vendêramos Partíramos Davas Ias Vinhas Dizias
Beneficiareis Impregnáreis Vendêreis Partíreis Dava Ia Vinha Dizia
Beneficiaram Impregnaram Venderam Partiram Dávamos Íamos Vínhamos Dizíamos
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Dáveis Íeis Vínheis Dizíeis Estamos Somos Fazemos Lemos
Davam Iam Vinham Diziam Estais Sois Fazeis Ledes
Estão São Fazem Leem
Pretérito perfeito do indicativo:
Pretérito imperfeito do indicativo:
Dei Fui Vim Disse
Deste Foste Vieste Disseste Estava Era Fazia Lia
Deu Foi Veio Disse Estavas Eras Fazias Lias
Demos Fomos Viemos Dissemos Estava Era Fazia Lia
Destes Fostes Viestes Dissestes Estávamos Éramos Fazíamos Líamos
Deram Foram Vieram Disseram Estáveis Éreis Fazíeis Líeis
Pretérito mais que perfeito: Estavam Eram Faziam Liam

Dera Fora Viera Disse Pretérito perfeito do indicativo:


Deras Foras Vieras Disseste
Dera Fora Viera Disse Estive Fui Fiz Li
Déramos Fôramos Viéramos Dissemos Estiveste Foste Fizeste Leste
Déreis Fôreis Viéreis Dissestes Esteve Foi Fez Leu
Deram Foram Vieram Disseram Estivemos Fomos Fizemos Lemos
Estivestes Fostes Fizestes Lestes
Futuro do presente: Estiveram Foram Fizeram Leram

Darei Irei Virei Direi Pretérito mais que perfeito:


Darás Irás Virás Dirás
Dará Irá Virá Dirá Estivera Fora Fizera Lera
Daremos Iremos Viremos Diremos Estiveras Foras Fizeras Leras
Dareis Ireis Vireis Direis Estivera Fora Fizera Lera
Darão Irão Virão Dirão Estivéramos Fôramos Fizéramos Lêramos
Estivéreis Fôreis Fizéreis Lêreis
Futuro do pretérito: Estiveram Foram Fizeram Leram

Daria Iria Viria Diria Futuro do presente:


Darias Irias Virias Dirias
Daria Iria Viria Diria Estarei Serei Farei Lerei
Daríamos Iríamos Viríamos Diríamos Estarás Serás Farás Lerás
Daríeis Iríeis Viríeis Diríeis Estará Será Fará Lerá
Dariam Iriam Viriam Diriam Estaremos Seremos Faremos Leremos
Presente do subjuntivo: Estareis Sereis Fareis Lereis
Estarão Serão Farão Lerão
Dê Vá Venha Diga
Dês Vás Venhas Digas Futuro do pretérito:
Dê Vá Venha Diga
Demos Vamos Venhamos Digamos Estaria Seria Faria Leria
Deis Vades Venhais Digais Estarias Serias Farias Lerias
Deem Vão Venham Digam Estaria Seria Faria Leria
Estaríamos Seríamos Faríamos Leríamos
Pretérito imperfeito do subjuntivo: Estaríeis Seríeis Faríeis Leríeis
Estariam Seriam Fariam Leriam
Desse Fosse Viesse Dissesse
Desses Fosses Viesses Dissesses Presente do subjuntivo:
Desse Fosse Viesse Dissesse
Déssemos Fôssemos Viéssemos Disséssemos Esteja Seja Faça Leia
Désseis Fôsseis Viésseis Dissésseis Estejas Sejas Faças Leias
Dessem Fossem Viessem Dissessem Esteja Seja Faça Leia
Estejamos Sejamos Façamos Leiamos
Futuro do subjuntivo: Estejais Sejais Façais Leiais
Estejam Sejam Façam Leiam
Der For Vier Disser
Deres Fores Vieres Disseres Pretérito imperfeito do subjuntivo:
Der For Vier Disser
Dermos Formos Viermos Dissermos Estivesse Fosse Fizesse Lesse
Derdes Fordes Vierdes Disserdes Estivesses Fosses Fizesses Lesses
Derem Forem Vierem Disserem Estivesse Fosse Fizesse Lesse
Estivéssemos Fôssemos Fizéssemos Lêssemos
MODO DO INDICATIVO Estivésseis Fôsseis Fizésseis Lêsseis
Estivessem Fossem Fizessem Lessem
Presente do Indicativo:
Futuro do subjuntivo:
Estou Sou Faço Leio Estiver For Fizer Ler
Estás És Fazes Lês Estiveres Fores Fizeres Leres
Está É Faz Lê Estiver For Fizer Ler
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Estivermos Formos Fizermos Lermos Pusesse Quisesse Soubesse Pudesse
Estiverdes Fordes Fizerdes Lerdes Pusesses Quisesses Soubesses Pudesses
Estiverem Forem Fizerem Lerem Pusesse Quisesse Soubesse Pudesse
Pusésse- Quisésse- Soubésse- Pudésse-
MODO DO INDICATIVO mos mos mos mos
Presente do Indicativo: Pusésseis Quisésseis Soubésseis Pudésseis
Ponho Quero Sei Posso Pusessem Quisessem Soubessem Pudessem
Pões Queres Sabes Podes Futuro do subjuntivo:
Põe Quer Sabe Pode
Pomos Queremos Sabemos Podemos Puser Quiser Souber Puder
Pondes Quereis Sabeis Podeis Puseres Quiseres Souberes Puderes
Põem Querem Sabem Podem Puser Quiser Souber Puder
Pusermos Quisermos Soubermos Pudermos
Pretérito imperfeito do indicativo: Puserdes Quiserdes Souberdes Puderdes
Punha Queria Sabia Podia Puserem Quiserem Souberem Puderem
Punhas Querias Sabias Podias
Punha Queria Sabia Podia MODO DO INDICATIVO
Púnhamos Queríamos Sabíamos Podíamos Presente do Indicativo:
Púnheis Queríeis Sabíeis Podíeis Trago Vejo Ouço Peço
Punham Queriam Sabiam Podiam Trazes Vês Ouves Pedes
Traz Vê Ouve Pede
Pretérito perfeito do indicativo: Trazemos Vemos Ouvimos Pedimos
Trazeis Vedes Ouvis Pedis
Pus Quis Soube Pude Trazem Veem Ouvem Pedem
Puseste Quiseste Soubeste Pudeste
Pôs Quis Soube Pôde Pretérito imperfeito do indicativo:
Pusemos Quisemos Soubemos Pudemos
Pusestes Quisestes Soubestes Pudestes Trazia Via Ouvia Pedia
Puseram Quiseram Souberam Puderam Trazias Vias Ouvias Pedias
Trazia Via Ouvia Pedia
Pretérito mais que perfeito: Trazíamos Víamos Ouvíamos Pedíamos
Trazíeis Víeis Ouvíeis Pedíeis
Pusera Quisera Soubera Pudera Traziam Viam Ouviam Pediam
Puseras Quiseras Souberas Puderas
Pusera Quisera Soubera Pudera Pretérito perfeito do indicativo:
Puséramos Quiséramos Soubéramos Pudéramos
Puséreis Quiséreis Soubéreis Pudéreis Trouxe Vi Ouvi Pedi
Puseram Quiseram Souberam Puderam Trouxeste Viste Ouviste Pedistes
Trouxe Viu Ouviu Pediu
Futuro do presente: Trouxemos Vimos Ouvimos Pedimos
Trouxestes Vistes Ouvistes Pedistes
Porei Quererei Saberei Poderei Trouxeram Viram Ouviram Pediram
Porás Quererás Saberás Poderás
Porá Quererá Saberá Poderá Pretérito mais que perfeito:
Poremos Quereremos Saberemos Poderemos
Poreis Querereis Sabereis Podereis Trouxera Vira Ouvira Pedira
Porão Quererão Saberão Poderão Trouxeras Viras Ouviras Pediras
Trouxera Vira Ouvira Pedira
Futuro do pretérito: Trouxéramos Víramos Ouvíramos Pedíramos
Trouxéreis Vireis Ouvíreis Pedíreis
Poria Quereria Saberia Poderia Trouxeram Viram Ouviram Pediram
Porias Quererias Saberias Poderias
Poria Quereria Saberia Poderia Futuro do presente:
Poríamos Quereríamos Saberíamos Poderíamos
Poríeis Quereríeis Saberíeis Poderíeis Trarei Verei Ouvirei Pedirei
Poriam Quereriam Saberiam Poderiam Trarás Verás Ouvirás Pedirás
Trará Verá Ouvirá Pedirá
Presente do subjuntivo: Traremos Veremos Ouviremos Pediremos
Trareis Vereis Ouvireis Pedireis
Ponha Queira Saiba Possa Trarão Verão Ouvirão Pedirão
Ponhas Queiras Saibas Possas
Ponha Queira Saiba Possa Futuro do pretérito:
Ponhamos Queiramos Saibamos Possamos
Ponhais Queirais Saibais Possais Traria Veria Ouviria Pediria
Ponham Queiram Saibam Possam Trarias Verias Ouvirias Pedirias
Traria Veria Ouviria Pediria
Pretérito imperfeito do subjuntivo: Traríamos Veríamos Ouviríamos Pediríamos
Traríeis Veríeis Ouviríeis Pediríeis
Trariam Veriam Ouviriam Pediriam

MODO SUBJUNTIVO
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
Presente do subjuntivo: voz, por alguns chamados recíprocos, usam-se geralmen-
te, no plural e podem ser reforçados pelas expressões
Traga Veja Ouça Peça um ao outro, reciprocamente, mutuamente. Ex.: Amam-
Tragas Vejas Ouças Peças se como irmãos. Os pretendentes insultaram-se.
Traga Veja Ouça Peça
Tragamos Vejamos Ouçamos Peçamos CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
Tragais Vereis Ouçais Peçais
Tragam Vejam Ouçam Peçam Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alte-
rar substancialmente o sentido da frase: Gutemberg
Pretérito imperfeito do subjuntivo: inventou a imprensa. – A imprensa foi inventada por
Gutemberg.
Trouxesse Visse Ouvisse Pedisse Observe que o objeto direto será o sujeito da
Trouxesses Visses Ouvisses Pedisses passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e
Trouxesse Visse Ouvisse Pedisse o verbo ativo revestirá a forma passiva, conservando o
Trouxéssemos Víssemos Ouvíssemos Pedíssemos mesmo tempo. Ex.: Os calores intensos provocam chu-
Trouxésseis Vísseis Ouvísseis Pedísseis vas. – As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Trouxessem Vissem Ouvissem Pedissem Eu o acompanharei. – Ele será acompanhado por mim.
Futuro do subjuntivo:
Obs.: Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado,
Trouxer Vir Ouvir Pedir não haverá complemento agente da passiva. Ex.: Preju-
Trouxeres Vires Ouvires Pedires dicaram-me. – Fui prejudicado.
Trouxer Vir Ouvir Pedir VERBOS ANÔMALOS
Trouxermos Virmos Ouvirmos Pedirmos
Trouxerdes Virdes Ouvirdes Pedirdes São chamados de anômalos os verbos que apre-
Trouxerem Virem Ouvirem Pedirem sentam mais de um radical em sua conjugação. São
anômalos, em português, os verbos ser, ir, pôr e vir,
cujas conjugações já vimos.
VOZES DO VERBO VERBOS DEFECTIVOS

Verbos defectivos são os que não possuem a


Voz do verbo é a forma que este toma para indicar que a conjugação completa por não serem usados em certos
ação verbal é praticada ou sofrida pelo sujeito. Três são modos, tempos ou pessoas. A defectividade verbal verifi-
as vozes dos verbos: a ativa, a passiva e a reflexiva. ca-se principalmente em formas quer, por antieufônicas
Um verbo está na voz ativa quando o sujeito é agente, (ex.: abolir, primeira pessoa do singular do Indicativo
isto é, faz a ação expressa pelo verbo. Ex.: O caçador Presente) ou homofônicas (ex.: soer, primeira pessoa do
abateu a ave. singular do Presente do Indicativo), não foram vivi-
ficadas pelo uso. Há, porém, casos de verbos defectivos
Um verbo está na voz passiva quando o sujeito é pacien- que não se explicam por nenhuma razão de ordem foné-
te, isto é, sofre, recebe ou desfruta a ação expressa pelo tica, mas pelo simples desuso. Registra-se maior incidên-
verbo. Ex.: A ave foi abatida pelo caçador. cia de defectividade verbal na terceira conjugação e em
formas rizotônicas.
Obs.: Só verbos transitivos podem ser usados na voz
passiva. Os verbos defectivos podem ser distribuídos em
quatro grupos:
O verbo varia em número e pessoa:
1º) Os que não tem as formas em que ao radical seguem
FORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA “A” ou “O”, o que ocorre apenas no Presente do Indicati-
vo e do Subjuntivo e no Imperativo.
A voz passiva, mais frequentemente, é formada: Pertencem a este grupo, entre outros, aturdir,
brandir, carpir, colorir, delir, demolir, exaurir, explodir,
1) Pelo verbo auxiliar SER seguido do particípio do verbo fremir, haurir, delinquir, extorquir, puir, ruir, retorquir,
principal (passiva analítica). Ex.: O homem É AFLIGIDO latir, urgir, tinir, nascer.
pelas doenças.
Obs.: Em escritores modernos aparecem, no entanto,
Na passiva analítica, o verbo pode vir acompanhado pelo alguns desses verbos, na primeira pessoa do Presente do
agente da passiva. Menos frequentemente, pode-se e Indicativo, como explodo, lato, etc.
exprimir-se passiva analítica com outros verbos auxilia-
res. Ex.: Regue-se as plantas. Organizou-se o campeona- 2º) Os que só se usam nas formas em que ao radical
to. segue “I”, ou seja, nas formas arrizotônicas.
A defectividade desses verbos, como nos do primeiro
VOZ REFLEXIVA grupo, só se verificara no Presente do Indicativo e do
Subjuntivo e no Imperativo.
Na voz reflexiva o sujeito é, ao mesmo tempo, Seguem este paradigma: aguerrir, embair, empedernir,
agente e paciente: faz uma ação cujos efeitos ele mesmo remir, transir, etc. Pertencem também a este grupo os
sofre. Ex.: O caçador feriu-se. A menina penteou-se. verbos adequar e precaver-se, pois só possuem as for-
O verbo reflexivo é conjugado com os pronomes mas arrizotônicas.
reflexivos “me, se, nos, vos, se”. Estes pronomes são
reflexivos quanto se lhes pode acrescentar: a mim mes- Obs.: Arrizotônicas são os vocábulos cujo acento tônico
mo, a ti mesmo, a si mesmo, a nós mesmos, etc., res- incide no radical. Aqueles, pelo contrário, que têm o
pectivamente. Ex.: Consideras-te aprovado? (a ti mes- acento tônico depois do radical, se dizem arrizotônicos.
mo). Uma variante da voz reflexiva é a que denota reci-
procidade, ação mútua ou correspondia. Os verbos desta
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
3º) Verbos, que pela sua significação, não podem ter tornando obsoletos os particípios ganhado e pagado.
Imperativo (acontecer, poder e caber) ou que, por ex- Assim também se explicam as formas pasmo e empre-
primir ação recíproca (entrechocar-se, entreolhar-se) se gue, por pasmado e empregado, indevidamente conde-
usam exclusivamente nas três pessoas do plural. nadas por alguns autores, mas de largo uso na língua
falada e escrita.
4º) Os três seguintes, já estudados, que apresentam
particularidades especiais: reaver, prazer e soer. VERBOS IMPESSOAIS

Verbos que exprimem fenômenos meteorológicos, como Sabemos o que vem a ser sujeito; pois bem, um
chover, ventar, trovejar, etc. a rigor não são defectivos, verbo se diz impessoal quando a ação não faz referência
uma vez que, em sentido figurado, podem ser usados em a nenhum sujeito especificado, a nenhuma causa deter-
todas as pessoas. minada.
Se, por um lado, há verbos como escrever, ler,
As formas inexistentes dos verbos defectivos são abrir, quebrar, que sempre apresentam a ação em rela-
compensadas: ção com uma causa produtora, com uma pessoa grama-
a) com as de um verbo sinônimo: eu recupero, tu recu- tical – chamando-se por isso, verbos pessoais – por outro
peras, etc. (para reaver); eu redimo, tu redimes, ele lado há certos verbos como chover, trovejar, ventar,
redime, eles redimem (para remir); eu me previno ou me nevar, relampejar, anoitecer e outros, cuja ação não é
acautelo, etc. (para precaver); atribuída a nenhum sujeito, constituindo estes verbos a
b) com construções perifrásticas: estou demolindo, estou classe dos verbos impessoais.
colorindo, vou à falência; embora o cachorro comece a
latir, etc. Exemplos:

2º) Os que só se usam nas formas em que ao radical “Chovia torrencialmente.”


segue “I”, ou seja, nas formas arrizotônicas. “Ventou muito durante a noite.”

VERBOS ABUNDANTES Obs.: Nessas orações acima, não há quem pratique a


ação dos verbos sublinhados.
Verbos abundantes são os que apresentam duas Dos verbos impessoais, há os que são essencialmente
ou mais formas em certos tempos, modos ou pessoas: impessoais e os que são acidentalmente impessoais.
comprazi-me e comprovou-me, apiedo-me e apiedo-me e
apiado-me, elegido e eleito. IMPESSOAIS ESSENCIAIS

Estas variantes verbais são mais comuns no Um verbo se diz impessoal essencial quando, no
particípio, havendo numerosos verbos, geralmente tran- seu sentido verdadeiro e usual, não atribui a ação a ne-
sitivos, que, ao lado do particípio regular em “ADO” ou nhuma causa verdadeira, isto é, a nenhum sujeito.
“IDO”, possuem outro, irregular, às vezes, proveniente
do particípio latino. A classe dos impessoais essenciais pertencem os
verbos que indicam fenômenos da natureza inorgânica ou
Eis alguns desses verbos: fenômenos meteorológicos, ou seja, os que indicam fe-
absolver: absolvido, absolto, expressar: expres- nômenos da atmosfera.
sado, expresso Exemplos:
aceitar: aceitado, aceito, exprimir: exprimido,
expresso “Chove hoje.”
acender: acendido, aceso, extinguir: extinguido, “Anoitecia quando ele chegou.”
extinto “Ontem trovejou.”

Foi temeridade haver aceitado o convite. São orações em que os verbos (chove, anoitecia, trove-
O convite foi aceito pelo professor. jou) são impessoais essenciais, pois nesse sentido são
O caçador tinha soltado os cães. comumente usados sem atribuir a ação de chover, de
Os cães não seriam soltos pelo caçador. anoitecer, de trovejar a nenhum sujeito.
O pescador teria salvado o náufrago.
O náufrago (estaria ou seria) salvo. Todos esses verbos só se conjugam na 3ª pessoa do
singular.
Esta regra, no entanto, não é seguida rigorosamente, Obs.: Tais verbos deixar de ser impessoais uma vez que
havendo numerosas formas irregulares que se usam se lhes dê um sujeito que se apresentem ao espírito
tanto na voz ativa como no passiva, e algumas formas como causa da ação por eles expressa; se dissermos:
regulares também são empregadas na voz passiva. “Os céus chovem”, “As nuvens trovejam”, “O dia ama-
nheceu nublado” – passamos a empregar esses verbos
Exemplos: pessoalmente, pois estamos a eles atribuindo um sujeito
Tinha aceitado ou aceito o convite. O convite foi aceito. (Os céus, As nuvens, O dia).

Tinha acendido ou aceso as velas. As velas foram acesas Ainda um segundo processo existe de tornar pessoal um
ou acendidas. verbo impessoal: empregá-lo em sentido figurado, com-
parado.
Tinham elegido ou eleito os candidatos. Os candidatos
são ou estão eleitos. Exemplos:
“Os caminhões trovejam.”
As formas irregulares, sem dúvida por serem mais bre- “A vida já nos anoitece.”
ves, gozam de franca preferência, na língua atual e al- “A baionetas relampagueavam.”
gumas, tanto se impuseram, que acabaram por suplantar “Amanhecemos alegres.” (Estávamos alegres quando
as concorrentes. É o caso de ganho e pago, que vêm amanheceu.)
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
Os verbos dessas orações estão empregados comparati- 2) (CARLOS CHAGAS) Ele _____________ que lhe
vamente, isto é, em sentido que não lhes é próprio, em _____________ muitas dificuldades, mas enfim
sentido figurado, comparado. _____________ a verba para a pesquisa.
IMPESSOAIS ACIDENTAIS a) receara / opusessem / obtera
b) receara / opusessem / obtivera
Ao lado dos verbos impessoais essenciais há os c) receiara / opussem / obtivera
impessoais acidentais; assim se denominam os verbos d) receiara / oposessem / obtera
que, em sua significação natural, isto é, como comumen- e) receara / opossem / obtera
te são usados, têm sempre o respectivo sujeito, mas
que, em determinados casos, ou seja, acidentalmente, 3) (FUNDAÇÃO LUSÍADA) Assinale a alternativa que se
torna-se impessoais. encaixe no período seguinte: “Se você _____________ e
o seu irmão _____________, quem sabe você
Se no parágrafo anterior o verbo era de natureza _____________ o dinheiro.”
impessoal e só eventualmente se tornava pessoal, agora
temos o caso contrário. a) requeresse / interviesse / reouvesse
b) requisesse / intervisse / reavesse
São verbos impessoais: c) requeresse / intervisse / reavesse
1º) HAVER – sendo, portanto, usado invariavelmente na d) requeresse / intervisse / reavesse
3ª pessoa do singular, quando significa: e) requisesse / intervisse / reouvesse

- EXISTIR: 4) A segunda pessoa do singular do pretérito perfeito do


indicativo do verbo precaver é:
Exemplos: a) precavias d) precaviste
“Sofria sem que houvesse motivos.”: b) precavieste e) n.d.a.
“Há plantas carnívoras.” c) precaveste
“Havia rosas em todo o canto.”
- ACONTECER, SUCEDER: 5) Assinale a opção que completa corretamente as lacu-
nas da seguinte frase: “Quando _____________ mais
Exemplos: aperfeiçoado, o computador certamente _____________
“Houve casos difíceis.”: um eficiente meio de controle de toda a vida social.”
“Não haja desavenças entre nós.”
a) estivesse / será d) estivesse / era
- DECORRER, FAZER: b) estiver / seria e) estiver / será
Exemplos: c) esteja / era
“Há meses que não o vejo.”
“Haverá nove dias que ele nos visitou.” 6) Quando _____________ todos os documentos,
“Havia já duas semanas que não trabalhava.” _____________ um requerimento e _____________ a
chamada de seu nome.
- REALIZAR-SE: a) obtiver / redija / aguarda
b) obteres / rediges / aguardes
Exemplos: c) obtiveres / redige / aguarda
“Houve festas e jogos.” d) ob-ter / redija / aguarde
e) ob-tiver / redija / aguarde
Obs.: O verbo haver transmite a sua impessoalidade aos
verbos que com ele formam locução, os quais, por isso, 7) Ele _____________ numa questão difícil de ser resol-
permanecem invariáveis na 3ª pessoa do singular: vida e _____________ seus bens graças ao bom senso.

Exemplos: a) interviu / reouve d) interveio / reouve


Vai haver eleições e não “Vão haver.” b) interveio / rehaveu e) interviu / rehouve
(locução verbal) c) interviu / reaveu
Deve haver homens na sala e não “Devem haver”.
(locução verbal) 8) Em que frase a forma verbal não está flexionada cor-
2º) FAZER, SER E ESTAR – (com referência a tempo) retamente?
Exemplos: a) Eu águo as flores que a sua mãe planta.
Faz dois anos que me formei. b) Ninguém creu no que ela declarou.
Hoje fez muito calor. c) Se pores tudo em ordem, ficarei satisfeito.
Era no mês de maio. d) Foi aos gritos que ela interveio na discussão.
Abria a janela, se estava calor. e) Eu moo o grão, você depois faz o pão.
Obs.: Estes verbos também passam a sua impessoalida-
de para os seus auxiliares na locução verbal. 9) (PUC) Indique a frase onde houver uma forma verbal
Exemplo: “Vai fazer cinco anos que ele morreu.” incorreta.
(locução verbal)
a) O vegetais clorofilados sintetizam seu próprio
EXERCÍCIOS alimento.
b) Se ela vir de carro, chame-me.
1) (CARLOS CHAGAS) Se você _____________ no pró- c) Lembramos-lhe que o eucalipto é uma excelente
ximo domingo e _____________ de tempo planta para o reflorestamento.
_____________ assistir a final do campeonato. d) Há rumores de que pode haver novo raciona-
mento de gasolina.
a) vir / dispor / vá d) vier / dispuser / vá e) N.d.a.
b) vir / dispuser / vai e) vier / dispor / vai
c) vier / dispor / vá
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
10) (MACK) Assinale a alternativa em que não há erro na a) Faz meses que ela não comparece às aulas.
forma verbal. b) Faz muitos dias que não vou ao cinema.
a) Minha mãe hesitou; tu não hesitastes. a) Havia alunos por toda a parte da escola.
b) Esta página vale por meses; quero que valha b) Havia alguns participantes sem crachá.
para sempre.
c) Tu tiveste dezessete anos; vós tivesteis sempre  Preste atenção nas seguintes orações:
a mesma idade. a) Hão de existir cavalos na fazenda. Cavalos = su-
d) A análise das minhas emoções é que entrava no jeito.
meu plano; vós não entravais. b) Hão de haver cavalos na fazenda. Cavalos = ob-
e) Achavam-se lindo e diziam-mo; achavais-me jeto direto por causa do verbo haver no sentido
lindo e dizieis-mo. de existir.
a) Choveu uma semana em Porto Alegre. Não há su-
RESPOSTAS: jeito.
1)d; 2)b; 3)a; 4)c; 5)e; 6)e; 7)d; b) Nevou em Gramado. Não há sujeito.
8)c; 9)b; 10)b.  Entretanto, em “O dia amanheceu”, há sujeito sim-
ples (O dia).
 Oculto, elíptico ou desinencial: quando não está es-
crito na oração, mas é reconhecido. Ex.: Comi maçã.
TERMOS DA ORAÇÃO
O sujeito, na verdade, vem marcado através da desi-
nência do verbo (Eu).
 SUJEITO - É o termo sobre o qual se dá informa-  As orações que apresentam os verbos MANDAR, FA-
ções. Para encontrá-lo, pergunta-se o seguinte: ZER, DEIXAR, VER, OUVIR e SENTIR acompanhadas por
QUE(M) É QUÊ? + VERBO. Caso esteja no começo um pronome átono mais um verbo no infinitivo possuem
da frase, teremos ordem a direta, sujeito - verbo - DOIS sujeitos.
objeto - advérbio. Ex.: (EU) Fi-lo cantar. Sujeito 1: EU / Sujeito 2: LO.

Ex.: O menino chegou. (Quem é que chegou? Sujeito MANDAR, FAZER, DEIXAR, VER, OUVIR e SENTIR
simples: o menino)  Exercícios: +
Viver é bom. (O que é bom? Sujeito simples: viver PRONOME ÁTONO
- aqui o sujeito é um verbo) 1. (F. Chagas-SP) Assinale + a oração sem sujeito:
Eles chegaram. (Quem é que ‘chegaram’? Sujeito a) Convidaram-me
VERBOpara
NOa festa.
INFINITIVO
simples: Eles) b) Diz-se muita coisa errada.
c) O dia está quente.
 Tipos de Sujeito d) Alguém se enganou.
e) Vai fazer bom tempo amanhã.
 Simples: quando há apenas um núcleo.
Ex.: Sabrina é bonita. Pedro de Alcântara Francisco 2. (ACADEPOL-ES) Aponte a alternativa em que
Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joa- ocorre oração sem sujeito.
quim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragan- a) Basta de férias!
ça e Bourbon nasceu em Lisboa no dia 12 de outubro de b) Choveu muito confete na comemoração.
1798. c) Anderson faz vinte anos amanhã.
Nota: O sujeito é simples por se referir apenas a uma d) Consertam-se carrinhos de mão.
pessoa. e) Eles haviam feito todo o trabalho solicitado.

 Atenção: o núcleo é caracterizado pela quantidade das 3. (TCE-AL) Assinale o período em que há sujeito
palavras e não pelo seu valor numérico. Em “Nós volta- indeterminado.
mos de Brasília ontem”, o sujeito é simples (nós). a) Amanheceu radiante o dia de hoje.
b) No inverno anoitece muito cedo.
 Composto: quando há dois ou mais núcleos.
c) Vive-se bem com Deus.
Ex.: Sabrina e Ana são bonitas.
d) Conta-se que vai haver festa.
O rapaz e a moça saíram.
e) Contam-se muitas coisas de você.
 Atenção: Em “Joseína, Maledicéia e Zoroastro, nin-
4. (GDF-SEA-IDR) Nas orações: “Considera-se a
guém voltou”, o sujeito é composto, ou seja, Joseína,
pesquisa reveladora” e “Fala-se muito na pesquisa
Maledicéia e Zoroastro. O termo ninguém é um aposto
sobre drogas”, temos, respectivamente:
resumitivo.
a) sujeito paciente e sujeito agente.
b) sujeito paciente e sujeito indeterminado.
 Indeterminado: quando há verbos na 3a pessoa do c) sujeito agente e sujeito agente.
plural ou quando precedem a partícula “SE” (índice de d) sujeito indeterminado e sujeito indeterminado.
indeterminação do sujeito), desde que sejam intransi- e) sujeito indeterminado e sujeito paciente.
tivos ou transitivos indiretos.
Ex.: Bateram no João. 5. (FGV -RJ) Preencha a segunda coluna conforme
Precisa-se de empregados. o código estabelecido na primeira e assinale a al-
ternativa correta dê acordo essa relação.
Quando não há sujeito, dizemos que ele é inexistente (1) sujeito determinado simples
ou que a oração não possui sujeito. É o que ocorre quan- (2) sujeito indeterminado
do o verbo da oração é impessoal: ser, estar ou fazer (3) sujeito desinencial (implícito na terminação verbal)
com o sentido de tempo cronológico, haver no sentido de (4) sujeito paciente
existir, ocorrer, acontecer e tempo decorrido, além dos (5) oração sem sujeito
verbos que indicam fenômenos da natureza. Vejamos os
exemplos a seguir: ( ) Era um mistério curioso aquela vida.

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( ) No auge da rebelião, houve um tiroteio de quinze verbo de ligação (VL), devido ao fato de que sua
minutos entre policiais e presos. função é ligar o sujeito à sua “qualidade”. Ex.: O
( ) Quando se dispõe de força interna, vive-se melhor. relatório está (VL) pronto.
( ) Corrigiram-se os artigos após a última emenda do
jornalista. Os verbos de ligação servem para estabelecer a união
( ) Nem quererá despejá-lo imediatamente. entre duas palavras ou expressões de caráter nominal.
a) 5 - 3 - 2 - 1 - 4 Não trazem propriamente uma ideia nova ao sujeito;
b) 5 - 3 - 2 - 4 - 1 funcionam como um elo entre o sujeito e o seu predicati-
c) 1 - 5 - 2 - 4 - 3 vo.
d) 1 - 3 - 5 - 2 - 4  Predicado Verbo-nominal - tem dois núcleos, um
e) 1 - 5 - 3 - 2 – 4 verbo nocional (vazio de significado) e um nome
atribuindo “qualidade” ao sujeito ou ao OD. Ex.:
6. (PRF-MJ) Existem muitas definições de sujeito. O professor entrou contente (subentende-se o
Uma delas é: Sujeito é aquele que pratica a ação estado do sujeito) na sala.; Ela voltou apaixona-
verbal”. Das frases a seguir, qual contraria a defi- da (nos remete a ideia de que: ela voltou e esta-
nição? va apaixonada).
a) O rato foi comido pelo gato.
b) O rapaz leu toda a revista em quadrinhos. PREDICATIVO – O predicativo é a caracte-
c) A menina brinca diariamente com a sua boneca. rística atribuída ao sujeito.
d) O pequeno vendedor entregou o jornal ao assinante. Exemplo: Ela está feliz.
e) Viajo todos os domingos para a minha casa de praia.
 TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
7. (MACK-SP) O sujeito é simples e determinado
em:  Complemento Verbal:
a) Há somente um candidato ao novo cargo, doutor?
b) Vive-se bem ao ar livre.
c) Na reunião de alunos, só havia pais.  Objeto Direto: é complemento do verbo, sem o uso
d) Que calor, filho! da preposição. Pode ser identificado através das per-
e) Viam-se eleitores indecisos durante a pesquisa. guntas QUEM É QUE? O QUE?
Ex.: Chame o elevador.
8. (TCE-CE) Quando a oração não tem sujeito, o
verbo fica na terceira pessoa do singular. Esta  Em alguns casos, o objeto direto pode ser preposicio-
afirmação pode ser comprovada em: nado. Isso ocorre quando se deseja enfatizar o significa-
a) Chegou o pacote de livros. do da oração, inserindo uma preposição em verbos tran-
b) Existe muita gente amedrontada. sitivos.
c) Ainda há criança sem escola. Amo você. / Amo a você.
d) Não procede a acusação contra ele. Quero você. / Quero a você.
e) É proibida a entrada.
O verbo amar é transitivo direto, no entanto pode
9. (TALCRIM-SP) Assinala a opção em que há sujei- aparecer acompanhado por preposição para enfatizar o
to indeterminado. sentido da palavra. Da mesma forma, o verbo querer, no
a) Compram-se jornais velhos. sentido de querer bem, é transitivo direto.
b) Confia-se em suas palavras.
c) Chama-se Cacilda a menina de cabelos vermelhos.  Objeto Indireto: complemento do verbo que vem
d) Choveu muito essa noite. acompanhado por preposições. Pode ser identificado
e) É tarde. através das perguntas A QUEM? DE QUEM? POR
QUEM? COM QUEM? EM QUEM?
10. (MAGISTÉRIO-PR) Indique, dentre os itens Ex.: Gostamos de elogios.
abaixo, a oração sem sujeito.
a) Falaram mal de você.  Complemento Nominal: trata-se do complemento
b) Ninguém se apresentou. do substantivo, adjetivo ou advérbio. Geralmente é
c) Precisa-se de professores. regido por preposição.
d) A noite estava agradável. Ex.: Tenho necessidade de carinho.
e) Vai haver um campeonato. Tenho dúvida sobre alguns conceitos da
gramática.
Gabarito:
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10  Agente da Passiva: é o complemento de um verbo
E A C B C A E C B E na voz passiva.
Ex.: A mercadoria foi examinada pelos fiscais.
 PREDICADO - é toda a informação que diz respeito
ao sujeito, concordando sempre em número e pes-  TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
soa. Quando há um caso de oração sem sujeito, o
verbo do predicado fica na forma impessoal, 3ª pes-  Adjunto Adnominal: podem ser adjetivos, artigos,
soa do singular. O núcleo do predicado pode ser um numerais, pronomes adjetivos e/ou locuções adjeti-
verbo, um nome ou os dois ao mesmo tempo. Se vas que se referem ao substantivo. Indicam posse,
subdividem em: origem ou qualidade.
 Predicado Verbal - o núcleo é um verbo, intransi-
Ex.: Não gosto de discursos. / Não gosto de dis-
tivo ou transitivo. Ex.: A plateia aplaudiu o espe-
cursos longos.
táculo.
Eu gosto de trabalhar. / Eu gosto de traba-
 Predicado Nominal - o núcleo é um nome cha- lhar bastante.
mado de predicativo e o seu verbo é chamado
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
Maria estuda todos os dias. / A minha mãe c) João é alto, mas treinador nenhum chamou-o para
estuda todos os dias. jogar.
d) Era a viúva a chamar pelo falecido.
O adjetivo pode ser adjunto adnominal ou predi-
cativo do sujeito (quando há verbos de ligação). 4. (EsPCEx) Assinale a alternativa que contenha
predicativo do objeto:
Ex.: A menina bonita (adjunto adnominal) saiu. a) Essa mulher é muito fofoqueira.
A menina é bonita (predicativo do sujeito). b) Está satisfeita com o novo emprego.
c) A guerra deixou aquela cidade arruinada.
 Adjunto Adverbial: é todo advérbio e locução que d) Este homem ficou rico e orgulhoso.
se refere ao verbo, adjetivo e advérbio. Exprime cir- e) Não seja tão pessimista!
cunstância.
Ex.: Carlos procedeu bem. 5. (BANESTES-ES) Em uma das alternativas há uma
Certamente Norberto não virá. oração com predicado verbo-nominal. Assinale-a:
a) O mar estava calmo naquela manhã.
 Aposto: é um termo que explica, esclarece, re- b) Nenhum navio partiu ontem.
sume ou desenvolve outro termo. c) Achei esse sujeito muito antipático.
Ex.: Paulo Vargas, o professor, voltou. d) O homem ficou furioso com a brincadeira.
Sujeito simples: Paulo Vargas. Aposto: o professor. e) Ele terminou o trabalho ontem à tarde.

Voltou o professor, Paulo Vargas. 6. (ESAer-SP) Analise a classificação do predicado


Sujeito simples: o professor. Aposto: Paulo Vargas. das orações abaixo e assinale a incorreta.
a) A neve deixa os campos inteiramente brancos. (predi-
Paula, Pedro, José, todos voltaram cedo. cado verbo-nominal)
Sujeito composto: Paula, Pedro, José. Aposto resumiti- b) Empreste o1ivro ao seu colega. (predicado verbal)
vo: todos. c) Ele ficou nervoso com a notícia. (predicado verbal)
Comprei duas coisas: um livro e um pão. (devem ser d) Achei justa a decisão do juiz. (predicado verbo-
substantivos) nominal)
Sujeito oculto: eu. Objeto direto: duas coisas. e) Marcelo parece desanimado hoje. (predicado nominal)
Aposto enumerativo: um livro e um pão.
7. (Professor-IDR-DF) Em relação ao trecho: “Pre-
O aposto modifica um núcleo nominal: se aplica gada em larga tábua de pita, via-se formosa e
diretamente a um núcleo e restringe seu conteúdo se- grande borboleta, com asas meio abertas, como
mântico de valor genérico (como faz um adjetivo) e/ou que disposta a tomar vôo” podemos afirmar que o
explica o conceito do termo, podendo ser indicado por sujeito da oração principal é:
vírgula, travessão, parênteses ou dois-pontos. a) simples, tendo por núcleo implícito alguém.
b) composto, tendo por núcleos formosa e grande.
 VOCATIVO: evidencia o ser a quem nos dirigi- c) simples, tendo por núcleo asas.
mos, não mantendo relação sintática com outro d) indeterminado, tendo por índice de indeterminação do
termo. sujeito a partícula se.
Ex.: A alegria de pobre dura pouco, (ó) meu e) Simples, tendo por núcleo borboleta.
amigo.
Sujeito simples: A alegria de pobre 8. (PUC-SP) “Em 1949 reuniram-se em Peru a con-
(ó) Marta, não faça assim. vite da quase totalidade dos cineastas italianos,
Sujeito oculto: você (faça). seus colegas de diversas partes do mundo.”
É importante lembrar que o vocativo nunca O núcleo do sujeito de “reuniram-se” é:
assume função de sujeito. a) cineastas.
b) convite.
 Exercícios: c) colegas.
d) totalidade.
1. (ESA) - Assinale a opção que contenha verbo
e) se.
transitivo indireto:
a) A festa, acabou.
9. (UNB-CESPE) “Quando percebi que o doente
b) Meus cabelos estão molhados
expirava, recuei e dei um rito, mas ninguém me
c) A menina arrumou o quarto.
ouviu” (Machado de Assis). A função sintática das
d) O vaso virou um monte de cacos.
palavras doente - grito - ninguém - me é, respecti-
e) Você precisa de ajuda?
vamente:
a) sujeito, objeto direto, objeto direto, objeto indireto.
2. (ESA) Assinale a alternativa com oração sem
b) objeto direto, sujeito, objeto direto, sujeito.
sujeito.
c) sujeito, objeto indireto, sujeito, objeto direto.
a) Trouxeram essa encomenda para você.
d) objeto indireto, objeto direto, sujeito. objeto direto.
b) Hoje fez muito frio em São Paulo.
e) sujeito, objeto direto, sujeito, objeto direto.
c) Precisa-se de um ajudante de pedreiro.
d) A noite de ontem foi muito fria em São Paulo.
10. (MAGISTÉRIO-MG) Assinale a frase em que o
e) O céu está nublado.
objeto direto é pleonástico.
a) A borboleta negra, encontrei-a à noite, no quarto.
3. (STA. CASA) Quando chamar tem sentido de
b) Eu a sacudi de novo.
qualificar, pode-se construir o período, por exem-
c) Fiquei a contemplar o cadáver com alguma simpatia.
plo, com objeto direto mais predicativo. Tudo se
q) Um golpe de toalha rematou a aventura.
observa na alternativa:
e) Vi dali o retrato de meu pai.
a) Chamei pelo colega em voz alta.
b) Os inimigos chamam-lhe de traidor do povo.
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11. (TJ-CE) Analise pela ordem os termos destaca- 17. (TCE-SP) No período: “Sem dúvida este jovem
dos e aponte sua função: gosta de música e toca órgão muito bem”, os ter-
1. As meninas assistiam alegres ao espetáculo. mos destacados são, respectivamente:
2. Uma flor, o Quincas Borba! a) complemento nominal e objeto direto.
3. Isto é típico dele! b) complemento nominal e agente da passiva.
4. Consideramos indiscutíveis os direitos de herdeira. c) objeto indireto e adjunto adverbial de instrumento.
d) objeto direto e objeto indireto.
a) predicativo do sujeito, todos. e) objeto indireto e objeto direto.
b) predicativo do sujeito, predicativo do sujeito, predica-
tivo do sujeito, predicativo do objeto. 18. (TJ-SP) Assinale a alternativa correta quanto à
c) objeto direto, sujeito, predicativo do sujeito, objeto função sintática do termo destacado: A aldeia era
direto. povoada de indígenas.
d) predicativo do objeto, sujeito, objeto direto, predicati- a) agente da passiva.
vo do objeto. b) complemento nominal.
e) predicativo do sujeito, aposto, predicativo do sujeito, c) adjunto adverbial.
objeto direto. d) objeto indireto.
e) objeto direto.
12. (MACK-SP) Assinale a opção em que o termo
destacado é objeto direto: 19. (TJ-PA) Assinale a alternativa em que o termo
a) Plastificam-se documentos. destacado NÃO está corretamente classificado:
b) Faltaram quatro pessoas. a) Mozart nasceu compositor. (predicativo do sujeito)
c) Ocorreram fatos estranhos. b) Não duvides das verdades divinas. (objeto indireto)
d) Deve haver pessoas interessadas na vaga. c) Foi demorado o desembaraço das bagagens. (com-
e) Devem existir pessoas interessadas na vaga. plemento nominal)
d) Vives cercado por perigos. (agente da passiva)
13. (MACK-SP) Em: “Não eram tais palavras com- e) Caíram bombas sobre a cidade. (objeto direto)
patíveis com a sua posição”, o termo em destaque
a) é complemento nominal. Gabarito
b) é objeto indireto. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
c) é objeto direto. E A C C C A E C E A
d) é sujeito. 11 12 13 14 15 16 17 18 19
e) é agente da passiva. B D A E C A E A E

14. (AFC-MG) Assinale o item em que a função não


corresponde ao termo em destaque. COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO: EMPREGO
a) Comer demais é prejudicial à saúde. - complemento DAS CONJUNÇÕES, LOCUÇÕES CONJUNTIVAS E
nominal. DOS PRONOMES RELATIVOS.
b) Jamais me esquecerei de ti. - objeto indireto.
c) Ele foi cercado de amigos sinceros. - agente da pas-
PERÍODO
siva.
d) Não tens interesse pelos estudos. - complemento
É um enunciado composto de uma ou mais orações. Pode
nominal.
ser simples (apenas uma oração) ou composto (mais de
e) Tinha grande amor à humanidade. - objeto indireto.
uma oração). De uma forma prática, cada oração é orga-
nizada em torno de um verbo:
15. (TJ-SP) Observe os termos destacados: “Alu-
gam-se vagas”, “Precisa-se de faxineiras”, “Parai-
Período simples:
bana expansiva machucou-se”. Eles exercem, res-
pectivamente, a função sintática de:
O amor vence sempre.
a) objeto direto - objeto indireto - objeto direto.
b) sujeito - sujeito - sujeito.
Período composto:
c) sujeito - objeto indireto - objeto direto.
d) sujeito - objeto indireto - sujeito.
O comandante garante que a tropa chegará a tempo.
e) sujeito - sujeito - objeto direto.
 Período composto por COORDENAÇÃO: é o perí-
16. (TJ-SP) Em:
odo composto por duas ou mais orações independen-
1. Tinha grande amor à humanidade.
tes entre si, que podem ser assindéticas ou sindéti-
2. As ruas foram lavadas pela chuva.
cas, isto é, ligadas por um conectivo. São classifica-
3. Ele é rico em virtudes.
das de acordo com a conjunção que as introduzem.
Os termos destacados são, respectivamente:
A palavra “independente” para definir oração
a) complemento nominal, agente da passiva, comple-
coordenada está baseada somente na estrutura sintática.
mento nominal.
As orações coordenadas possuem dependência semânti-
b) objeto indireto, agente da passiva, objeto indireto.
ca, portanto há uma autonomia sintática, mas não se-
c) complemento nominal, objeto indireto, complemento
mântica. Enquanto isso, as orações subordinadas depen-
nominal.
dem sintática e semanticamente de uma oração principal.
d) objeto indireto, complemento nominal, agente da
passiva.
 Orações Coordenadas Aditivas:
e) objeto preposicionado, agente da passiva, comple-
Ela estuda e trabalha.
mento nominal.
Ele estuda, e ela trabalha.
f)
Nota: Vírgula antes do e quando os sujeitos forem dife-
rentes.
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
 Orações Coordenadas Conclusivas: 4. (FISCAL-MG) Por definição, “oração coordenada
Ela estudou muito para o vestibular, portanto conse- que se prende à anterior por conectivo é denomi-
guiu a aprovação. nada sindética e é classificada pelo nome da con-
Ele estudou muito para o concurso; conseguiu, por- junção que a encabeça”. Assinale a alternativa em
tanto, a aprovação. que aparece uma coordenada sindética explicativa,
Nota: Quando a conjunção não estiver no início da ora- conforme a definição:
ção e aparecer deslocada, ela fica isolada por vírgulas. a) A casaca dele estava remendada, mas estava limpa.
 Orações Coordenadas Adversativas: b) Ambos se amavam, contudo não se falavam.
Ela estudou muito, no entanto não conseguiu a apro- c) Todo mundo trabalhando: ou varrendo o chão ou la-
vação. vando as vidraças.
Ele estudou muito; não conseguiu, no entanto, a d) Chora, que lágrimas lavam a dor.
aprovação. e) O time ora atacava, ora defendia e no placar aparecia
o resultado favorável.
 Orações Coordenadas Explicativas: 5. (TST) Em relação ao trecho: “Durante o enterro,
Choveu, porque a calçada está molhada. abraçou-se ao caixão, aflita; levaram-na para den-
tro”, é correto afirmar:
Obs.: Se a frase estiver no imperativo, é explicativa - a) há uma oração subordinada adverbial.
Feche a janela porque faz frio. Se a oração indicar um b) a primeira oração é coordenada assindética.
fato hipotético, também é explicativa. A calçada está c) uma das orações é reduzida de infinitivo.
molhada por chuva ou por algum outro motivo. d) trata-se de um período composto por coordenação e
subordinação.
 Orações Coordenadas Alternativas: e) há apenas uma oração coordenada sindética.
Ora a criança chorava, ora sorria.
Gabarito
 Ora... ora... / Ou... ou... (partícula expletiva ou 1C 2C 3D 4D 5B
de realce).
Nota: O primeiro OU pode ser partícula expletiva ou de Período composto por SUBORDINAÇÃO
realce por não fazer muita falta: Ou fale agora ou se cale
para sempre. Observe que o sacerdote pode dizer, na Apresenta orações dependentes entre si. A oração
hora do casamento: Fale agora ou se cale para sempre. regente é chamada principal e não apresenta conec-
tivo; oração regida é a subordinada e apresenta co-
 Exercícios: nectivo.
Obs.: O período que tem orações coordenadas e
1. (MAGISTÉRIO/DF) Apenas um dos períodos subordinadas chama-se período misto.
abaixo é composto por coordenação. Assinale-o.
a) “Minha terra tem palmeira onde canta o sabiá.” (A.  Orações Subordinadas Adjetivas: equivalem a um
Gonçalves Dias) adjetivo, cuja função é de adjunto adnominal do
b) “Já se vê quem, muito vai do saber aparente ao saber termo que elas modificam. São iniciadas por prono-
real.” (Rui Barbosa) me relativo.
c) “A morte é para qualquer momento, não se pode estar
de pijama.” (Guimarães Rosa) Podem ser:
d) “Carmélia bailava à sombra de árvores que refulgiam  Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas -
ao sol.” (Cyro dos Anjos) explicam o termo anterior, amplo e genérico. Es-
e) “Todos os pais aconselham, se bem que nem todos tas orações vêm sempre entre vírgulas.
possam jurar pelo valor de seus conselhos.” (Rui Barbo- Ex.: Brasília, que é capital do Brasil, foi fundada
sa) em 1960.
2. (TCU) Aponte a alternativa em que ocorra oração  Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas - res-
coordenada sindética conclusiva. tringem o sentido do termo que elas modificam.
a) Todos estavam presentes, porém ninguém prestou Ex.: O livro que eu li é velho.
atenção. É importante lembrar que o significado da oração
b) Saiu cedo, no entanto não chegou na hora combinada. explicativa não é o mesmo da restritiva. Por exemplo:
c) Estes exercícios são mais fáceis, portanto resolva-os em “Os rapazes, que são altos, saíram”, significa que
agora. TODOS os rapazes são altos. Por outro lado, em “Os
d) Vá embora; que logo começará a chover. rapazes que são altos saíram” apenas os rapazes altos
e) Não só compareceram, mas também ajudaram. saíram.
3. (AMAN) Por definição, oração coordenada que  Orações Subordinadas Substantivas: exercem
seja desprovida de conectivo é denominada assin- função substantiva (sujeito, OD, OI, CN, predicativo,
dética. aposto) e são introduzidas pelas conjunções inte-
Observando os períodos seguintes: grantes “que” e “se”.
I - Não caía um galho, não balançava uma folha.
II - O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou. Podem ser:
III - O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a  Orações Subordinadas Substantivas Subjetivas –
prova. Acabara o exame. funcionam como sujeito da oração principal.
Ex.: Parece que você é feliz. (Que é que parece?
Nota-se que existe coordenação assindética em: que você é feliz - sujeito)
a) I apenas.  Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Di-
b) II apenas. retas – exercem a função de objeto direto (OD)
c) III apenas. da oração principal.
d) I, II e III.
e) em nenhum deles.
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Ex.: Quero que você seja feliz. (O que EU quero? 2. ......................................................................
que você seja feliz - OD) ..............................................
 Orações Subordinadas Substantivas Objetivas In- 3. ......................................................................
diretas – desempenham o papel de objeto indire- ..............................................
to (OI) da oração principal.
Ex.: Lembre-se de que você é feliz. f) Meu desejo é que fiques alegre.
1. ......................................................................
 Orações Subordinadas Substantivas Completivas ..............................................
Nominais. 2. ......................................................................
Ex.: Tenho a certeza de que você será feliz. ..............................................
3. ......................................................................
A oração completiva nominal pede comple- ..............................................
mento assim como a objetiva indireta. No entanto, a
primeira completa um nome (vontade de, certeza Respostas:
de, favorável a, desejo de, necessidade de) que po- a) Convém que fiques alegre.
de ser um substantivo abstrato, um advérbio ou um 1. Localizar o verbo.
adjetivo, enquanto a segunda é o complemento do 2. Localizar o sujeito. O que convém? Que fiques
verbo (necessito de, assisto a, etc.). alegre (sujeito – oração principal).
3. Classificar a oração: oração subordinada subs-
 Orações Subordinadas Substantivas Predicativas tantiva subjetiva, pois exerce a função de su-
– geralmente apresentam um verbo de ligação jeito da oração principal.
(VL) que indica estado e caracteriza o sujeito
(oração principal). b) Espero que fiques alegre.
Ex.: Minha vontade é que você seja feliz. (sujeito 1. Verbo = esperar.
simples: minha vontade; verbo ser= VL) 2. Sujeito. Quem espera? Sujeito oculto EU.
3. Classificar a oração: oração subordinada substan-
 Todo VL possui predicativo do sujeito, mas nem tiva objetiva direta, pois desempenha a função
todo o predicativo pede VL. de OD da oração principal = O que eu espero?
 Orações Subordinadas Substantivas Apositivas – Que fiques alegre (OD).
apresentam um aposto.
Ex.: Quero somente isto: que você seja feliz. c) Necessito de que fiques alegre.
(sujeito oculto: eu; objeto direto: somente isto) 1. Verbo = necessitar.
2. Sujeito: Quem necessita? Sujeito oculto EU.
3. Classificar a oração: oração subordinada substantiva
Exercícios comentados: objetiva indireta, pois desempenha a função de OI da
oração principal = DE que eu necessito? De que fiques
1. Classifique as orações subordinadas substanti- alegre (OI).
vas de acordo com o exemplo:
a) Convém que fiques alegre. d) Tenho necessidade de que fiques alegre.
1. Localizar o verbo. 1. Verbo = ter.
2. Localizar o sujeito. O que convém? Que fiques 2. Sujeito: Quem é que tem? Sujeito oculto EU.
alegre (sujeito). 3. Classificar a oração: oração subordinada substan-
3. Classificar a oração: oração subordinada subs- tiva completiva nominal, pois há um nome (NE-
tantiva subjetiva. CESSIDADE – substantivo abstrato) antecedendo
a preposição DE.
b) Espero que fiques alegre.
1. ......................................................................
.............................................  Cuidado para não confundir objeto indireto com
2. ...................................................................... complemento nominal
..............................................
3. ...................................................................... e) Desejo apenas isto: que fiques alegre.
.............................................. 1. Verbo = desejar.
3. Sujeito: Quem é que deseja? Sujeito oculto Eu. - O
c) Necessito de que fiques alegre. que? Apenas isto – objeto direto.
1. ...................................................................... 2. Classificar a oração: oração subordinada substanti-
.............................................. va apositiva porque desempenha a função de
2. ...................................................................... aposto.
..............................................
3. ...................................................................... f) Meu desejo é que fiques alegre.
.............................................. 1. Verbo = ser  verbo de ligação (VL)
d) Tenho necessidade de que fiques alegre. 2. Sujeito: O que é? Sujeito simples: meu desejo
1. ...................................................................... 3. Classificar a oração: oração subordinada substanti-
.............................................. va predicativa porque desempenha a função pre-
2. ...................................................................... dicativo do sujeito.
..............................................
3. ...................................................................... 1. Orações Subordinadas Adverbiais: funcionam
.............................................. como adjunto adverbial da oração principal.
Podem ser:
e) Desejo apenas isto: que fiques alegre.
1. ......................................................................  Causais - identificam a causa do que se declara na
.............................................. oração principal.

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Ex.: Irei ao teatro porque gosto do autor da pe- que, tão... como, tanto... quanto, assim
ça. como, como se
Concessivas embora, ainda que, mesmo que, se bem
Atenção: A oração causal é parecida com a expli- que, posto que, conquanto, apesar de
cativa, mas não é igual. Uma forma de identificá-la é que
substituir “porque” por “como” na inversão da frase - Irei Condicionais se, caso, sem que, se não, a não ser
ao teatro porque gosto do autor da peça = Como gosto que, contanto que
do autor da peça, irei ao teatro. Conformativas Conforme, consoante, como, segundo
Consecutivas de modo que, de maneira que, tão...que,
 Comparativas - representam o segundo termo de tal...que, tamanho...que, tanto...que
uma comparação. Finais para que, a fim de que, de modo que, de
Ex.: A vida vai se apagando como a chama de maneira que
uma vela. Proporcionais à proporção que, à medida que, ao passo
 Concessivas - demonstram um fato contrário ao da que
oração principal. Temporais quando, enquanto, assim que, logo que,
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia. sempre que, depois que, desde que
 Condicionais - exprimem uma condição para que
Integrantes que, se (quando introduzem orações
ocorra o que está sendo expresso na oração princi-
subordinadas substantivas)
pal.
Ex.: O resultado será satisfatório se você ficar
Observações importantes:
atento.
 Conformativas - exprimem a conformidade de um
 POIS
pensamento com o outro.
Ex.: Cada um colhe conforme semeia.
- Conclusivo: posposto ao verbo, isolado por vírgulas.
 Consecutivas - indicam a consequência do que se
Ex.: Estudei muito para o vestibular, consegui, pois
fala na oração principal.
(portanto) a aprovação.
Ex.: A liberdade é tão querida, que todos a dese-
jam.
- Explicativo: anteposto ao verbo quando a oração for
 Proporcionais - exprimem um fato simultâneo ao da
imperativa (ordem) ou houver alguma hipótese.
oração principal. Ex.: À medida que estudas, mais
Ex: Não acredito em você, pois já mentiu muitas
aprendes.
vezes.
 Finais - indicam a finalidade do que se afirma na
- Causal: anteposto ao verbo, completando uma
oração principal.
oração que tem sentido de conseqüência.
Ex.: Saí rapidamente a fim de que ele entrasse.
Ex.: Choveu, pois a calçada está molhada.
 Temporais - exprimem o tempo em que ocorre o fato
expresso na oração principal. Ex.: Quando a gente
 COMO
conhece alguém, conhece-lhe o rosto e não o cora-
ção.
- Causal
Ex.: Como gosto de dançar, sairei à noite com meus
 Orações reduzidas: apresentam o verbo em uma
amigos.
das formas nominais (infinitivo, gerúndio, particípio).
- Comparativo
a) orações reduzidas de gerúndio - geralmente serão Ex: Ele é inteligente como uma porta.
adverbiais.
Ex.: Estando cansados, dormiram. - Conformativo: une duas orações com verbos
distintos. Pode ser substituído por conforme.
b) orações reduzidas de particípio - serão sempre adver- Ex.: Ele fez o trabalho como o professor pediu.
biais ou adjetivas.
Ex.: Preocupada com o temporal, esqueci o pacote na  Exercícios:
loja.
1. (MACK-SP) Assinale a alternativa em que a pala-
c) orações reduzidas de infinitivo - serão sempre adver- vra como assume valor de conjunção subordinativa
biais ou substantivas. conformativa.
Ex.: Ao sair, feche a porta. a) Como ele mesmo afirmou, viveu sempre tropeçando
nos embrulhos da vida.
Conjunções Coordenativas b) Como não tivesse condições necessárias para com-
Aditivas e, nem, não só, mas também, não somen- petir, participou, com muita insegurança, das ativi-
te dades esportivas.
Adversativas mas, porém, todavia, contudo, entretanto, c) As frustrações caminham rápidas como as tempesta-
não obstante des das matas devastadoras.
Alternativas ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, se- d) Indaguei-te apreensiva como papai tinha assumido
ja...seja aquela contínua postura de contemplação.
Conclusivas logo, pois (posposto ao verbo), por tanto, e) Como as leis eram taxativas naquele vilarejo, todos
por isso, por conseguinte, assim os moradores tentavam um meio de obediência às
Explicativas porque, pois (anteposto ao verbo), que normas.

Conjunções Subordinativas 2. (GDF-SEA-IDR) Nas frases abaixo, cada espaço


Causais porque, que, visto que, já que, uma vez pontilhado corresponde a uma conjunção retirada.
que, pois, porque, porquanto, como 1. “Porém já cinco sóis eram passados..............dali nos
Comparativas como, mais... (do) que, menos... (do) partíramos...”
2. ..........estivesse doente, faltei à escola.
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3. ..........haja maus nem, por isso devemos descrer c) Estuda para passar no concurso.
dos bons. d) Perdeu o trem por estar atrasado
4. Pedro será aprovado...........estude. e) Encontrou um peregrino rezando fervoroso.
5. ..........chova eu sairei de casa.
As conjunções retiradas são, respectivamente: 9. (NCE- UFRJ) “Podem acusar-me: estou com a
a) quando, ainda que, sempre que, desde que, como. consciência tranquila.” Os dois-pontos (:) do perío-
b) que, como, embora. desde que, ainda que. do poderiam ser substituídos por vírgula,
c) como, que, porque, ainda que, desde que. exp1icitando-se o nexo entre as duas orações pela
d) que, ainda que, embora, como, logo que. conjunção:
e) que, quando, embora, desde que, já que. a) portanto
b) e
3. (MACK-SP) Embora todas as conjunções sejam c) como
aditivas, uma das orações abaixo apresenta ideia d) pois
adversativa. e) embora
a) Não achou os documentos nem as fotocópias.
b) Queria estar atento à palestra e o sono chegou. 10. (TRT -ES) No seguinte período: “Choveu duran-
c) Não só aprecio a medicina como também a odonto- te a noite, porque as ruas estão molhadas”, a ora-
logia. ção destacada é:
d) Escutei o réu e lhe dei razão. a) subordinada adverbial consecutiva;
e) Não só escutei o réu, mas também lhe dei razão. b) coordenada sindética explicativa;
c) subordinada adverbial causal;
4. (CORREGEDORIA-TJ-BA) Sabendo que a oração d) coordenada sindética conclusiva;
subordinada substantiva apositiva exerce a função e) subordinada adverbial concessiva.
de aposto e que este é “um termo de natureza
substantiva que se refere a um outro, também de 11. (EMESCAM-ES) Assinale a alternativa que ex-
natureza substantiva”, marque a alternativa que pressa a idéia correta da segunda oração, conside-
apresenta uma oração apositiva. rando a conjunção que a introduz. A torcida incen-
a) Disse-me: vá embora. tivou os jogadores; esses, contudo, não consegui-
b) Cometeu dois erros, aliás, três. ram vencer.
c) Havia apenas um meio de ajudá-la: contar-lhe a a) proporção
verdade, b) conclusão
d) “Como Sofia falasse das bonitas rosas que possuía, c) explicação
Rubião pediu para ir vê-las: era doido por flores.” d) oposição
e) Não preciso de ajuda: sei arrumar-me sozinho. e) concessão

5. (TRT-AM) Todas as orações destacadas nos itens 12. (POLÍCIA CIVIL-PE) Na frase: “Maria do Carmo
abaixo são reduzidas. Assinale a opção cuja oração tinha a certeza de que estava para ser mãe”, a ora-
destacada se classifica como subordinada reduzida ção destacada é:
do particípio adverbial condicional: a) subordinada substantiva objetiva indireta
a) “Feita a partilha, o Leão tomou a palavra.” b) subordinada substantiva completiva nominal
b) “Armado com tais provas, até que eu o enfrentaria.” c) subordinada substantiva predicativa
c) “A tropa, acampada às margens do Iguaçu, foi sur- d) coordenada sindética conclusiva
preendida.” e) coordenada sindética explicativa
d) “Ernestina estava certa de ser amiga.
e) “Transposto o rio, seguimos viagem. 13. (ASSEMBLÉIA-MG) Em todas as alternativas há
uma oração subordinada substantiva subjetiva,
6. (FGV -RJ) Assinale a alternativa que corresponde exceto em:
à classificação da oração destacada: “O orador en- a) Urge que tomemos uma atitude
careceu a necessidade de sermos amantes da paz”. b) Parece que o tempo voa
c) objetiva indireta c) O ideal seria que todos participassem
d) subjetiva d) É preciso que você nos apoie
e) completiva nominal e) Importa apenas que sejamos felizes.
f) apositiva
e) adverbial final. 14. (CEF) Em: “O moço ficou tão emocionado que
chorou”, a oração subordinada é uma adverbial
7. (TCE.MG) Assinale a opção em que haja uma a) comparativa
oração completiva nominal: b) proporcional
a) Certamente não suspeita de que um desconhecido o c) consecutiva
vê. d) causal
b) Ninguém desconfiou de que o plano pudesse fracas- e) temporal
sar.
c) Chego à conclusão de que o contrato só beneficiou os 15. Aponte a alternativa em que ocorra oração co-
ingleses. ordenada sindética adversativa.
d) Ninguém duvidou de que a propaganda mentiu. a) Ou você resolve o exercício, ou fica sem nota.
e) Karl Marx acreditava em que a barbárie era a ausên- b) Ele não resolveu o exercício, logo ficou sem nota.
cia do socialismo. c) Resolva o exercício, porque você ficará sem nota.
d) Ele preferia ficar sem nota a resolver o exercício.
8. (TRF-SP) Em todos os períodos abaixo, há ora- e) Ele ficou sem nota, mas não resolveu o exercício.
ções reduzidas. Aponte, dentre elas, a subordinada
adverbial final. 16. (TFC) A única alternativa correta a respeito do
a) O menino fingia ouvir seus conselhos. período: “Imagina que para agradar-lhes é preciso
b) Pressentindo o mau tempo, não viajamos. ter qualidades acima do vulgar” é que ele:
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a) apresenta quatro orações;  Cerveja é bom.
b) apresenta três orações;  É proibido entrada.
c) apresenta duas orações;  É necessário aprovação.
d) é composto por coordenação e subordinação;  Patrícia é bonito. (Subentende-se “o nome Patrí-
e) é composto por orações que se caracterizam por não cia é bonito”)
possuir sujeito determinado.
Porém, quando houver artigo feminino determi-
17. (CESESP-PE) Chamando de: nando o substantivo, a concordância fica da seguinte
I - o período composto por coordenação sindética; forma:
II - o período composto por coordenação assindética.  A cerveja é boa.
 É proibida a entrada.
Assinalar a alternativa correta:  A aprovação é necessária.
a) Colhemos frutos, jogamos bola. (I)  A Patrícia é bonita.
b) Bem depressa chegou o trem; despedimo-nos sem
demora. (I)  TODO / TODO O – TODA / TODA A
c) Os dois anos de serviço acabaram em 1855, o escra- Quando não há artigo antes da palavra todo(a), sig-
vo ficou livre, mas continuou o ofício. (I) nifica qualquer; se houver artigo posposto, significa
d) Dormi tarde, mas acordei cedo. (II) inteiro(a).
e) Fui bem em Física, mas não acertei nada de Química.  Todo (qualquer) ser humano deve ser respeitado.
(II)  Todo o mundo (o mundo inteiro) deve combater
a desigualdade social.
18. “Não chores que a vida é luta.”; “Segue o teu
ritmo, não contraries a tua índole.”; “Os alicerces  QUITE
cederam: a casa ruiu, pois.” As orações apresenta- Concorda com o verbo:
das são coordenadas:  Estou quite. => Estamos quites.
a) sindética conclusiva / sindética negativa / sindética
explicativa.  ALERTA
b) assindética / sindética aditiva / sindética explicativa. Não admite plural.
c) sindética explicativa / assindética / sindética conclu-  Ela está alerta. => Eles estão alerta.
siva.
d) sindética aditiva / assindética / sindética conclusiva.  SÓ
a) assindética / sindética adversativa / sindética conclu- Pode significar “sozinho” ou “apenas” (somente).
siva.  Estou só. (sozinho)
19. (ESEx) Na oração “Que saibam, não creio: mas  Estamos sós. (sozinhos)
desconfiam”, o trecho destacado é uma oração:  Eles só (apenas) fizeram aquilo.
a) coordenada sindética adversativa;  Estamos a sós. (sozinhos)
b) coordenada sindética explicativa;
c) coordenada sindética conclusiva;  TAL QUAL
d) coordenada sindética aditiva; É uma expressão invariável. Entretanto, será va-
e) coordenada assindética adversativa. riável quando estiver ao lado de um verbo de liga-
ção.
20. (MAGISTÉRIO-MG) Assinale a alternativa que  Compramos os livros tal qual pediram.
contém uma coordenativa conclusiva: Verbo de Ligação:
a) Sérgio foi bom filho; logo será bom pai.  O filho é tal qual o pai.
b) Os meninos ora brigavam, ora brincavam.  Os filhos são tais qual o pai.
c) Jaime trabalha depressa, contudo produz pouco.  O filho é tal quais os pais.
d) Os cães mordem, não por maldade, mas por precisa-  Os filhos são tais quais os pais.
rem viver.
e) Adão comeu a maçã, e nossos dentes até hoje doem.  MESMO
Desempenha a função de adjetivo (variável) ou de
Gabarito advérbio (invariável).
01A 02B 03B 04C 05B 06B 07C 08C 09D 10B  Elas mesmas (adjetivo) fizeram aquilo.
11D 12B 13C 14C 15E 16A 17C 18C 19A 20A  Elas fizeram aquilo mesmo (advérbio).
 LESO
Concorda com o termo posterior.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL  Lesa nacionalidade.
 Lesos patriotismos.
 CONCORDÂNCIA NOMINAL
Quando for advérbio, ficará invariável, significando
Para evitar ambiguidade e erros gramaticais na lín-
“suficiente” e quando for adjetivo, será variável, po-
gua portuguesa, é importante prestar atenção em algu-
dendo ser substituído por muito(s) ou muita(s)
mas situações de concordância nominal. A regra geral é
Eles estão bastante alegres.
que adjetivos, pronomes, artigos e numerais concordam,
em gênero e número, com os substantivos a que se refe-
 Comprei bastantes (adjetivo - muitos) livros.
rem.
 MEIO
Vejamos alguns casos a seguir:
Será advérbio (invariável) quando significar “mais ou
menos” e adjetivo (variável) quando se significar “meta-
 BOM / É BOA - É PROIBIDO / É PROIBIDA – É
de”.
NECESSÁRIA/NECESSÁRIO - NOMES PRÓPRIOS
 Ela ficou meio aborrecida com a notícia.
FEMININOS
 Paulo comeu meia laranja.

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 ANEXO / INCLUSO a) Mencionou, no relatório, que além do motorista, havi-
Concordam com o termo a que se referem. am duas pessoas embriagadas no veículo envolvido
 As folhas seguiram anexas (ou em anexo). no acidente.
 O papel seguiu anexo (ou em anexo). b) Diante das previsões de que fará invernos cada vez
mais rigorosos no sul do país, o governo vai priorizar
 O/A... POSSÍVEL / OS/AS... POSSÍVEIS a duplicação das estradas desta região.
 Elas são as mais poderosas possíveis. c) Fazem dois anos que fui interrogado e não omiti, em
momento algum, que fui eu quem começou a discus-
 Exercícios: são.
1. (BOMBEIRO-GDF-SEA-IDR) Segundo as normas d) Alguns de nós, ao entrar no ônibus, percebeu que o
da concordância verbal, está incorreto o item: motorista estava muito nervoso, mas ainda não exis-
a) Fazem cinco anos da publicação deste livro. tia motivos para chamar o guarda.
b) No seu relatório ainda faltam alguns dados.
c) Quais de vocês serão os primeiros a responder aos 8. (MACK-SP) Assinale a frase em que a concordân-
questionários? cia verbal não é aceita pelos padrões da norma
d) Deram onze horas e os candidatos ainda não estavam culta.
na fila. a) Minha família e eu gostaríamos de que as lojas de São
Paulo acabassem com as incertezas da economia.
2. (BOMBEIRO-GDF-SEA-IDR) A concordância ver- b) Faltava apenas dois veículos para que a indústria au-
bal está incorreta em: tomobilística aquecesse o mercado de vendas de car-
a) A gente do campo é mais solidária, mais confiante e, ros modernos.
muitas vezes, mais social que a dos centros urbanos. c) Um mês, um ano, uma década não é suficiente para
b) O festival de cinema e o curso de música em que os estabilizar os problemas deste país.
participantes inscreverão seus trabalhos começarão d) Ocuparam-se, para surpresa das Forças Armadas,
amanhã. todas as instalações militares da capital.
c) Jovens recém-chegados, com muito entusiasmo, tam- e) Poderão existir combinações afinadíssimas entre ima-
bém aplaudia a destreza, a coragem e a perseverança gens e sons nos arranjos desse compositor extraordi-
dos bombeiros. nário.
d) Tu e teu amigo estareis seguros aqui, mesmo durante
a implosão dos edifícios interditados. 9. (MACK-SP) O período está expresso correta-
mente em:
3. (BOMBElRO-GDF-SEA-IDR) A concordância no- a) Não se pensam em miséria com dinheiro no bolso.
minal está incorreta em: b) Estudaram-se esta matéria.
a) Anexadas, remeto-lhe a procuração e a listagem dos c) Esclareceram-se as dúvidas.
outros documentos. d) Comentaram-se muito durante a estreia da peça.
b) “Agradáveis, passeio e compras” - desejaram-lhes os e) Convocou-se os candidatos à Prefeitura.
guias turísticos, ao terminar a excursão.
c) As jovens estagiárias caminhavam rápida e decidida- 10. (HSCAL-MT) A concordância verbal não está
mente em direção ao incêndio. correta em:
d) Elas próprias conseguiram salvar as crianças da gran- a) Isso são verdadeiros absurdos.
de e repentina enchente. b) Os Andes ficam na América.
c) Entre nós não haviam segredos.
4. (BOMBEIRO-GDF-SEA-IDR) Assinale o item cujos d) Isso não passa de absurdos comentários.
adjetivos preenchem, respectivamente, as lacunas e) Menos de dois candidatos disputam a vaga.
da frase abaixo, de modo correto.
Mesmo estando.......... com a tesouraria do clube, era 11. (FGV-SP) Aponte a frase gramaticalmente cor-
............ a entrada dos associados que não apresentas- reta:
sem o comprovante de pagamento. a) Existem uma série de problemas insolúveis.
a) quites / proibida b) Existe uma série de problemas insolúveis.
b) quite / proibido c) Existe uma seria de problemas insolúveis.
c) quites / proibido d) Existem uma série de problemas insolúveis.
d) quite / proibida e) Existe uma série de problemas insolúveis.

5. (AUXILIAR- TRE-RJ) A única frase em que há 12. (TFC-TCU) Aponte a oração correta.
erro de concordância nominal na palavra grifada é: a) Aluga-se casas.
a) Essas consultas não ficam baratas. b) Vendem-se apartamentos.
b) Ficaram decepcionados a juíza, o padre e o réu. c) Precisa-se pedreiros.
c) As crianças não devem ficar descalças. d) Precisam-se de pedreiros
d) A discórdia, por qualquer motivos é sempre um mal. e) Fez-se reformas na escola.
c) Anexas seguem as informações solicitadas.
13. (POL. CIVIL/PE) Como.............meses que a
6. (AUXILIAR-TRE-RJ) A alternativa que apresenta produção estava parada, não ............ peças
erro quanto à concordância verbal é: ............ para atender à clientela.
a) Eram dois irmãos bem parecidos. a) faziam - haviam - suficientes
b) Só eles podem fazer tais exceções. b) fazia - havia - suficiente
c) São dificuldades a serem vencidas. c) faziam - havia - suficiente
d) Deram quatro hora., no relógio da Central. d) fazia - havia - suficientes
e) Tudo estava bem, como se não houvessem ameaças. e) faziam haviam - suficientes

7. (AGENTE DE TRÂNSITO-DF) Assinale a opção 14. (ASSEMBLÉIA-MG) Assinale a alternativa que,


correta quanto à concordância verbal: na sequência, completa corretamente as orações
abaixo.
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
I – Isto...........migalhas. 22. (CEF) A apuração dos dois crimes.......... até que
I1 - Nossa vida...........loucuras. se............ provas decisivas.
III – Vocês............meu castigo. a) vai continuar - encontrem
IV - As cores vermelha e negra............ a marca do b) vão continuar - encontre
Flamengo. c) vão continuar – encontrem
V – Hoje.........12 de janeiro. d) vai continuarem - encontrem
e) vão continuarem - encontrem
a) são, eram, serão, eram, são
b) é, eram, serão, era, é 23. (FUVEST-SP) Num dos provérbios abaixo não se
c) são, era, serão, era, são observa o uso correto da gramática. Indique-o.
d) é, eram, serão, eram, são a) Não se apanham moscas com vinagre
e) são, eram, serão, era, é b) Casamento e mortalha no céu se talha
c) Quem ama o feio, bonito lhe parece.
15. (ASSEMBLÉIA-MG) Assinale a frase gramati- d) De boas ceias, as sepulturas estão cheias.
calmente correta nas opções abaixo: e) Quem cabras não tem e cabritos vende, de algum
a) Há menas pessoas hoje. lugar lhe vêm.
b) Ele comportou-se muito mau durante a entrevista.
c) Esperava-se menos perguntas na prova. 24. (F.C.Chagas-SP) Sempre............... pessoas re-
d) Os atletas apresentavam-se afim de iniciarem a cor- voltadas com pequenas coisas a que não se..........
rida. dar maior importância.
e) Cristina viajou há três semanas. a) há de haver - devem
b) há de haverem - devem
16. (F.C.Chagas/SP) Complete: ......... fazer cinco c) hão de haver - devem
meses que não a vemos; ............ existir motivos d) há de haver - deve
imperiosos para a sua ausência, pois se e) hão de haver - deve
não............., ela já nos teria procurado.
a) vai - deve - houvessem Gabarito
b) vai - devem - houvessem 01A 02C 03B 04A 05D
c) vão - deve - houvessem 06E 07B 08B 09C 10C
d) vão - devem - houvesse 11E 12E 13D 14A 15E
e) vão - devem - houvessem 16B 17D 18A 19A 20A
21B 22A 23B 24D
17. (FUVEST/SP) Indique a alternativa correta.
a) Tratavam-se de questões fundamentais.  CONCORDÂNCIA VERBAL
b) Comprou-se terrenos no subúrbio.
c) Precisam-se de datilógrafos.  SUJEITO SIMPLES
d) Reformam-se temos. O verbo concorda com o sujeito.
e) Obedeceram-se aos severos regulamentos. Ex.: O rapaz saiu.
O cantar faz bem!
18. (MACK-SP) Já.......... muitos anos que se altera- Paula saiu com o pai.
ram algumas regras de acentuação, mas.........
muitas pessoas que ainda............ao grafar certas  SUJEITO COMPOSTO
palavras. O verbo pode concordar com um elemento do
a) deve fazer - há - hesitam sujeito ou com ambos.
b) devem fazer - tem - excitam Ex.: Saiu/saíram o rapaz e a moça.
c) deve fazerem - há - hesita O andar e o cantar faz/fazem bem.
d) deve fazer - tem - hesitam Paula com o pai saiu/saíram.
e) fazem - há - excitam
 UM E OUTRO / NEM UM NEM OUTRO
19. (FUVEST -SP) ...........dez horas que se......... Nesses casos, o verbo pode ficar na 3ª pessoal
iniciado os trabalhos de apuração dos votos sem do singular ou do plural.
que se ......... quais seriam os candidatos vitorio- Ex.: Um e outro rapaz saiu/saíram.
sos. Nem uma nem outra moça saiu/saíram
a) fazia - haviam - previsse
b) faziam - haviam - prevesse  UM OU OUTRO
c) fazia - havia - previsse O verbo fica na 3ª pessoa do singular quando as
d) faziam - havia - previssem ideias são contrárias e na 3ª pessoa do plural quando
e) fazia - haviam - prevessem necessariamente se deve escolher um dos elementos do
sujeito
20. (DER-CE) Assinale a opção correta. Ex.: São Paulo ou Grêmio será campeão.
a) Mais de um retirante se afastou do serviço. Café ou chocolate me agradam.
b) Qual de vós sabeis o destino do retirante.
c) Podem haver, no campo, dias horríveis.  OU / E
d) Espera-se dias mais propícios. Quando a ideia for de uma coisa OU outra, o verbo
ficará na 3ª pessoa do singular, mas quando se tratar de
21. (PRF) Acredito que..........muitas enchentes, uma coisa E outra, ficará na 3ª pessoa do plural.
pois.......... fatos que...........afiná-lo. Ex.: Um olhar, (ou) um toque, (ou) um carinho
a) haverão - ocorre - permitem basta.
b) haverá - ocorrem - permitem Um olhar, (e) um toque, (e) um carinho bastam.
c) haverá - ocorre - permitem
d) haverão - ocorre - permite
e) haverão - ocorrem – permite
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 MAIS DE UM Os verbos impessoais permanecem na 3ª pessoa
O verbo permanece na 3ª pessoa do singular, do singular.
embora a ideia seja de plural. Ex.: Faz duas horas.
Ex.: Mais de um aluno passou. Deve fazer duas horas.
Porém - Menos de dois alunos passaram. O ver- Há árvores.
bo fica na 3ª p. do plural.
 REGRA DO ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO
 UM DOS... QUE SUJEITO
A concordância verbal pode ser feita com a ex- Quando o verbo é intransitivo direto acompanha-
pressão ou com o núcleo do sujeito. do pela partícula SE, permanece na 3ª pessoa do
Ex.: Um dos alunos que saiu/saíram. singular, ainda que o objeto indireto (OI) esteja no
Fui eu um dos alunos que saiu/saíram. plural. Neste caso o sujeito é indeterminado.
Porém – Um dos alunos saiu. Ex.: Precisa-se do livro (OI).
Precisa-se dos livros (OI).
 QUE / QUEM
No primeiro caso, o verbo concorda com o sujei-  PARTÍCULA APASSIVADORA
to apenas, mas no segundo, o verbo pode concordar O verbo concorda com o sujeito.
com o pronome quem ou com o sujeito. Ex.: Comprou-se o livro (sujeito).
Ex.: Eu que comprei.  Eu quem comprei. ou Eu Compraram-se os livros (sujeito).
quem comprou.
Nós que compramos.  Nós quem compramos.  USO DA PARTÍCULA SE
ou Nós quem comprou.
1. Conjunção
 COLETIVOS A partícula SE pode desempenhar a função de
Se estiver especificado, o verbo pode concordar com conjunção.
o coletivo ou com o elemento que o especifica. Exemplo: Eu não sei se ele já voltou.
Ex.: Um bando de aves saiu/saíram.
Meu molho de chaves foi/foram perdido/as. 2. Expletiva / de realce
Da mesma maneira, pode ter a função expletiva,
 PALAVRAS NO PLURAL ou seja, se for retirado da oração não altera o sentido.
Em alguns casos, o verbo estará na 3ª pessoa do plu- Exemplo: Eles foram-se embora. Ou Eles foram em-
ral, em outros na 3ª pessoa do singular: bora.
 Canoas é pequena.
 O lápis tem duas cores. 3. Pronome reflexivo
 Os Alpes são distantes. A partícula SE será um pronome reflexivo no
 Meus óculos estão na gaveta. seguinte caso: Lucas cortou-se. Em outras palavras,
 Minhas costas estão doendo. Lucas cortou a si mesmo – Lucas cortou o Lucas. Desem-
 “Os Lusíadas” é/são de Camões. penhará, nesse caso, a função de objeto direto.
“Lucas cortou-se”.
Nota: Se houver artigo antes, aí o verbo vai para o Sujeito: Lucas / Verbo: cortar (algo) / Objeto
plural: Os Estados Unidos participaram do Pan- Direto: se.
americano. Não havendo artigo, o verbo fica no singular:
Estados Unidos participou do Pan-Americano no Brasil. 4. Pronome recíproco

 HAJA VISTA Ex.: Os namorados deram-se as mãos. SE, neste


Indicando causa permanece invariável. caso, desempenha a função de objeto indireto.
Ex.: Ela não saiu haja vista (porque) seu carro “Os namorados deram-se as mãos”.
estava quebrado. Sujeito: Os namorados / Verbo: dar (algo a al-
guém) / Objeto Indireto: se.
 FALTAR 5. Sujeito do infinitivo
O verbo concorda com o sujeito.
Ex.: Faltam as pastas. Na estrutura a partícula SE obrigatoriamente
Falta encontrar as pastas. será sujeito. Ex.: Marta deixou-se estar triste.

 PARECER deixar, ver, ouvir, sentir, mandar, fazer + SE +


Em uma locução verbal, poderá alternar com o verbo no infinitivo
verbo principal, ficando na 3ª pessoa do plural ou do
singular.
Ex.: Elas parecem gostar do carro. 6. Partícula apassivadora (PA) – pronome apassi-
Elas parece gostarem do carro. vador (DIFERENTE de índice de indeterminação do
sujeito)
Quando desempenhar a função de verbo intran-
sitivo, ficará na 3ª pessoa do singular. Neste caso, temos verbo transitivo direto (VTD)
Ex.: Parece que ela gosta do carro. ou verbo transitivo direto e indireto (VTDI) mais a partí-
cula SE.
 APOSTO RESUMITIVO
O verbo concorda com o aposto resumitivo e não Ex.: Jogam-se búzios. Sujeito: búzios / Verbo:
com o sujeito. jogar (VTD) / PA: se.
Ex.: Leo, Henrique e Marcelo, ninguém (aposto) A oração pode ser invertida: Búzios são jogados.
voltou. SUJEITO SIMPLES
Vendem-se casas. Sujeito: Casas / Verbo: ven-
 VERBOS IMPESSOAIS der (VTD) / PA: se.
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A oração pode ser invertida: Casas são vendidas. Índice de indeterminação. Verbo: procurar (VTI) / OI:
SUJEITO SIMPLES por emprego.
O verbo é transitivo indireto.
7. Índice de indeterminação do sujeito Sujeito indeterminado.
f) Ama-se a cidade.
Neste caso, temos verbo intransitivo (VI), verbo Partícula apassivadora. Sujeito simples: a cidade / Ver-
transitivo indireto (VTI) e verbo de ligação (VL) mais a bo: amar (VTD)
partícula SE. O verbo é transitivo direto.
Ex.: Caiu-se na rua. Verbo: cair (VI) / Ind. de A oração pode ser invertida: A cidade é amada.
indet.: se / Adjunto Adverbial: na rua.
NÃO pode ser invertida e não há sujeito. g) Bebeu-se o vinho.
Precisa-se do livro. Verbo: precisar / Ind. Partícula apassivadora. Sujeito simples: o vinho / Verbo:
de indet.: se / OI: do livro. beber (VTD)
Precisa-se dos livros. Verbo: precisar / Ind. O verbo é transitivo direto.
de indet.: se / OI: dos livros. A oração pode ser invertida: O vinho foi bebido.
SUJEITO INDETERMINADO.
 Exercícios:

1. (CESGRANRIO-RJ) Assinale a opção cuja lacuna


Exercício comentado:
não pode ser preenchida pela preposição entre
parênteses.
a) uma companheira desta,........ cuja figura os mais
Classifique a partícula SE como apassivadora (PA) velhos se comoviam (com)
ou como índice de indeterminação do sujeito. b) uma companheira desta,........ cuja figura já nos refe-
rimos anteriormente (a)
a) Comeu-se o bolo. c) uma companheira desta,......... cuja figura havia um
.................................................................. ar de grande dama decadente (em)
d) uma companheira desta,......... cuja figura andara
b) Gosta-se do bolo. todo o regimento apaixonado (por)
.................................................................. e) uma companheira desta,......... cuja figura as crianças
se assustavam (de)
c) Vive-se em Gramado.
.................................................................. 2. (F1NEST -SP) “Se você vai sair agora, nunca
saberá se dissemos a verdade a eles e qual foi sua
d) Comprou-se a blusa. reação ao se verem diante daquela descoberta.” No
.................................................................. texto acima, a partícula se é, respectivamente:
a) conjunção condicional, conjunção condicional, partícu-
e) Procura-se por emprego. la apassivadora.
.................................................................. b) conjunção integrante, partícula expletiva, partícula
f) Ama-se a cidade. apassivadora.
.................................................................. c) conjunção integrante, pronome reflexivo, pronome
reflexivo.
g) Bebeu-se o vinho. d) conjunção condicional, conjunção integrante, prono-
.................................................................. me reflexivo.
e) conjunção condicional, conjunção integrante, partícula
Respostas: apassivadora.

a) Comeu-se o bolo. 3. (TCE-AL) Aponte a alternativa em que a partícula


Partícula apassivadora. Sujeito simples: o bolo / Verbo: SE é índice de indeterminação do sujeito.
comer (VTD) a) Resolver-se-ão os exercícios.
O verbo é transitivo direto. b) Não se reprovarão estes alunos.
A oração pode ser invertida: O bolo foi comido. c) Trabalha-se com afinco naquela empresa.
d) Vendem-se relógios.
b) Gosta-se do bolo. e) Plastificam-se documentos.
Índice de indeterminação. Verbo: gostar (VTI) / OI: do
bolo. 4. (Professor-MO) Assinale a opção em que o sujei-
O verbo é transitivo indireto. to está indeterminado.
Sujeito indeterminado. a) Na placa liam-se os dizeres: cobrem-se botões.
b) Acontecem coisas estranhas por aqui.
c) Vive-se em Gramado. c) Não se deve nadar em alto mar.
Índice de indeterminação. Verbo: viver (VTI) / OI: em d) Emprega-se auxiliar de mecânico.
Gramado. e) Decorreram alguns instantes de silêncio.
O verbo é transitivo indireto.
Sujeito indeterminado. 5. (FISCAL-PE) Aponte a alternativa em que a pala-
vra se é partícula apassivadora.
d) Comprou-se a blusa. a) Vive-se bem no campo.
Partícula apassivadora. Sujeito simples: a blusa / Verbo: b) Revogar-se-á este dispositivo.
comprar (VTD) c) Obedeceu-se ao pedido do diretor.
O verbo é transitivo direto. d) Estuda-se muito naquela escola.
A oração pode ser invertida: A blusa foi comprada. e) Come-se muito no inverno.

e) Procura-se por emprego.


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6. (UnB-CESPE) “Não se sabe se é verdade ou não.”  contrário a
Os dois se que aparecem no texto são, conforme a  curioso de, para, por
sua colocação:  desatento a
a) partícula apassivadora e pronome reflexivo.  descontente com
b) partícula apassivadora e conjunção integrante  desejoso de
c) partícula integrante do verbo e conjunção condicional  desfavorável a
d) índice de indeterminação do sujeito e partícula de  devoto a, de
realce  diferente de
e) partícula integrante do verbo e conjunção integrante  difícil de
7. (UnB-CESPE) “...se em troca nem ao menos se  digno de
garante a chance de viver...” A palavra se no perío-  entendido em
do é, respectivamente:  equivalente a
a) conjunção condicional e conjunção integrante  erudito em
b) pronome apassivador e conjunção integrante  escasso de
c) pronome reflexivo e pronome reflexivo  essencial para
d) conjunção integrante e pronome reflexivo  estranho a
e) conjunção condicional e pronome apassivador.  fácil de
 favorável a
Gabarito  fiel a
01E 02D 03C 04C  firme em
05B 06B 07E  generoso com
 grato a
 hábil em
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL  habituado a
 horror a
 hostil a
 REGÊNCIA NOMINAL
 idêntico a
 impossível de
Regência Nominal é o nome da relação entre um
 impróprio para
substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respec-
 imune a
tivo complemento nominal. Essa relação é intermediada
 incompatível com
por uma preposição.
 inconsequente com
 indeciso em
No estudo da regência nominal, deve-se levar em
 independente de, em
conta que muitos nomes seguem exatamente o mesmo
 indiferente a
regime dos verbos correspondentes.
 indigno de
 inerente a
Conhecer o regime de um verbo significa, nesses
 insaciável de
casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
 leal a
Temos assim como os verbos, alguns nomes (ad-
 liberal com
jetivos e substantivos) necessitam de um complemento
 medo a, de
nominal (CN). Em outras palavras, o CN representa para
 natural de
o nome aquilo que o objeto indireto representa para o
 necessário a
verbo, complementando vocábulos que não possuem
 negligente em
sentido sozinhos.
 nocivo a
 ojeriza a, por
Vejamos alguns exemplos:
 paralelo a
 parco em, de
 acessível a
 passível de
 acostumado a, com
 perito em
 adaptado a, para
 permissivo a
 afável com, para com

 aflito com, em, para, por
 REGÊNCIA VERBAL
 agradável a
 alheio a, de
Regência é a relação necessária que se estabelece entre
 alienado a, de
duas palavras, uma das quais servindo de complemento
 alusão a
a outra (dependência gramatical).
 amante de
 análogo a
TERMO REGENTE = palavra principal a que outra se su-
 ansioso de, para, por
bordina.
 apto a, para
 atento a, em
TERMO REGIDO = palavra dependente que serve de
 aversão a, para, por
complemento e que se subordina ao TERMO REGENTE.
 ávido de, por
 benéfico a
Assim, a relação entre o verbo (termo regente) e o seu
 capaz de, para
complemento (termo regido) chama-se REGÊNCIA VER-
 certo de
BAL, orientada pela transitividade dos verbos, que podem
 compatível com
se apresentar diretos ou indiretos, ou seja, exigindo um
 compreensível a
complemento na forma de objeto direto ou indireto.
 comum a, de
Lembrando que o OBJETO DIRETO é o complemento do
 constante em
verbo que não possui preposição e que também pode ser
 contemporâneo a, de
representado pelos pronomes oblíquos "o", "a", "os",
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"as". Já o OBJETO INDIRETO vem acrescido de preposi- estudar.
ção e igualmente pode ser representado pelos pronomes PRECISAR *Marcar com * Ter neces-
"lhe", "lhes". Cuidado, porém, com alguns verbos, como precisão. sidade.
"assistir" e "aspirar", que não admitem o emprego desses Ex.: O relojoeiro Ex.: Preciso
pronomes. precisou o defeito de mais
do relógio. tempo para
Os pronomes "me", "te", "se", "nos" e "vos" podem, en- estudar.
tretanto, funcionar como objetos diretos ou indiretos.
QUERER *Desejar para si. * Gostar,
ATENÇÃO: Muitas vezes alguns verbos podem apresentar Ex.: Quero uma estimar. Ex.:
diferentes regências sem que seus sentidos sejam alte- mulher que saiba Adoro o
rados ou, ao contrário, acarretando diferentes significa- lavar e cozinhar. Mallmann e
dos e acepções. lhe quero
muito.
1. VERBOS QUE MUDAM DE SIGNIFICADO AO MUDAR VISAR * Por o visto. Ex.: * Almejar,
DE REGÊNCIA: O gerente visou o pretender.
cheque. Ex.: Visas a
VERBO TRAN- OBJETO DIRETO OBJETO * Apontar uma um bom
SITIVO DIRE- – VTD INDIRETO arma. emprego?
TO (VTD) OU – VTI (pe- Sim, viso a
TRANSITIVO de preposi- ele.
INDIRETO ção) IMPLICAR * Envolver. Ex.: * Ter impli-
(VTI) Implicaram o cância. Ex.:
AGRADAR * Mimar, fazer * Satisfazer, rapaz no crime. Implicou com
carinho. ser agradá- * Acarretar. Ex.: o marido o
Ex.: A noiva vel. Sua atitude impli- dia todo.
agrada o namora- Ex.: O pro- ca demissão.
do. fessor não DEPARAR * Encontrar. Ex.: * Encontrar
Agradou aos Olhando sua pro- com alguém.
alunos. va, deparei 3 Ex.: Estava
ASPIRAR * Sugar, sorver. * Almejar, erros. no bar e
Ex.: A servente desejar, deparei com
aspirou o pó do pretender. o Marcelo.
carpete. Ex.: Aspira- * Apresen-
* Cheirar. Ex.: A mos a um tar-se. Ex.:
menina aspirou o bom empre- Hoje, duran-
ar do campo. go. te a aula,
ASSISTIR * Dar assistência, * Ver, olhar, deparou-se
tomar conta. Ex.: presenciar. ao professor.
O médico assistiu Ex.: Os tor- PAGAR/PERDOAR * Quando se refe- * Quando se
o doente. / O cedores as- re a coisas. Ex.: refere a pes-
governo assistiu sistiram ao Pagar um mico. soas. Ex.:
os flagelados. jogo. Perdoe aos
* Morar, que peca-
residir. Ex.: ram.
Caio assiste
em Brasília. VERBOS QUE REPELEM O LHE E ACEITAM A ELE, A ELA.
* Caber,  Aspirar (desejar, almejar, pretender)
pertencer.  Assistir (ver, olhar, presenciar)
Ex.: Isto não
lhe assiste.  Visar (desejar, almejar, pretender)
ATENDER * Atender pesso- * Atender a
as. Ex.: O balco- coisas, fatos
nista atendeu o e pessoas. VERBOS COM UM SENTIDO E MAIS DE UMA REGÊNCIA
freguês. Ex.: Atenda
* Deferir, aceitar. ao telefone. / VERBO TRAN- OBJETO DI- OBJETO INDIRE-
Ex.: O professor A ambulância SITIVO DIRETO RETO – VTD TO – VTI (pede
atendeu o pedido atendeu ao (VTD) OU preposição)
do aluno. acidente. TRANSITIVO
INDIRETO
CUSTAR * Acarretar. Ex.: * Ser custo- (VTI)
A preparação paro so, difícil. ABRAÇAR * Mallmann * Mateus abraçou-se
o concurso custa Ex.: Custou- abraçou a ami- na amiga.
aos alunos muita me entender ga. * Márcio abraçou-se
dedicação. / O a questão. ao amigo.
remorso custou * Mallmann abra-
lágrimas aos per- çou-se com a ami-
dedores. ga.
* Ter necessida- AGUARDAR * Aguardamos * Aguardamos pelo
de. Ex.: Preciso o colega. colega.
mais tempo para

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AJUDAR * Paulo o aju- * Paulo lhe ajudou. Crase não é acento, mas, sim, a fusão entre a prepo-
dou. sição a com o artigo definido a ou, ainda, com o a inicial
dos demonstrativos aquele, aquela, aquilo, etc.
ESQUECER, LEM- * Esqueci o * Esquecer-se, lem-  REGRA GERAL: a crase ocorre quando o termo an-
BRAR, ADMIRAR, guarda-chuva. brar-se, recordar- terior exige a preposição a e o termo posterior admi-
RECORDAR / Lembrei que se, admirar-se. Ex.: te o artigo a ou as.
ele viria mais Esqueci-me do
tarde. guarda-chuva. / Ex.: Vou a a escola dar aula amanhã = Vou à escola
Lembrei-me de que dar aula amanhã.
ele viria mais tarde. Importante: para nos certificarmos da ocorrência da
ENCONTRAR * Encontrei * Eu me encontrei crase, podemos substituir o termo feminino por um mas-
Marcelo ontem. com Marcelo. culino; se a contração ao for necessária, a crase também
RENUNCIAR * Leonardo * Henrique renunci- será.
renunciou o ou ao cargo.
cargo. Ex.: Vou ao colégio dar aula amanhã. = Vou à escola dar
SATISFAZER * Kamir não * Kamir não satisfez aula amanhã.
satisfez as às exigências. Obedeceu a aquele chefe. = Obedeceu àquele che-
exigências. fe.

1. VERBOS CUJA REGÊNCIA MAIS SE ERRA.  EMPREGO OBRIGATÓRIO


1. Nos casos em que a regra geral for aplicada.
VERBO TRANSI- OBJETO DI- OBJETO INDI-
Ex.: Referiu-se à matéria.
TIVO DIRETO RETO – VTD RETO – VTI
(VTD) OU TRAN- (pede preposi- 2. Nas expressões à moda de, à maneira de, ainda que
SITIVO INDIRETO ção) estejam implícitas.
(VTI)
Ex.: Farei para o almoço pizza à paulista.
NAMORAR * Marcelo Não se usa a pre-
namora Patrí- posição com. 3. Nas locuções conjuntivas adverbiais e prepositivas.
cia há um ano Ex.: À medida que passa tempo a o dinheiro acaba.
e meio.
OBEDECER E DE- * Preposição A. Os estudantes vivem à mercê de alguns professores
SOBEDECER Ex.: O filho deso- sem ética.
bedeceu ao pai. Gosto muito de sair à noite com meus amigos.
PREFERIR * Preposição A.
Prefiro dança do 4. Na indicação de horas.
ventre à dança de Nota: Se aparecer preposição antes do “a” ou do “as”
salão. não precisa o sinal de crase. Exemplo: Estou aqui desde
RESPONDER * Para dar a * Preposição A no as vinte horas. O intervalo será feito após as nove horas.
resposta. Ex.: sentido de dar
Respondeu resposta. Ex.: Ela saiu às 10h.
que estava Responda às ques- Ela sairá às 10h. (Porém: Ela saíra a 10h)
satisfeito. tões abaixo.
* Ficar responsá- Das 8h às 10h. (Porém De 8h a 10h)
vel. Ex.: Respon- Obs.: se ao trocarmos o número de horas pela palavra
deu pelos erros. meio-dia, teremos a expressão ao meio-dia, então ocor-
rerá crase. Ex.: Mateus retornou às oito horas. = Mateus
CHEGAR * Preposição A. retornou ao meio-dia.
Ex.: Chegar a casa
 EMPREGO FACULTATIVO
para comer. /
Aonde queres 1. Diante de nomes próprios femininos.
chegar?
Ex.: Estou me referindo à Míriam. / Estou me referin-
do a Míriam
 Preposições utilizadas nos verbos transitivos
indiretos: 2. Diante de pronomes possessivos femininos.
Ex.: Márcio vai à sua apresentação. / Márcio vai a sua
A ANTE APÓS ATÉ PARA
apresentação.
POR PELO PELA COM CONTRA
DESDE EM ENTRE SEM PERANTE 3. Após a preposição até.
SOB SOBRE Ex.: Vou até à esquina. / Vou até a esquina.

Atenção!  CASOS EM QUE NÃO OCORRE

Verbos com regências diferentes em uma mesma frase 1. Diante de palavras masculinas.
são estruturados da seguinte forma: Ex.: Estou a serviço.
CORRETO: Li o livro e gostei dele.
ERRADO: Li e gostei do livro. 2. Diante de verbos.
Ex.: Mallmann está apto a participar do concurso.
OCORRÊNCIA DE CRASE
3. Diante de nome de cidade não utiliza o artigo.
Ex.: Alan vai todos os anos a Garopaba.
Dicas:
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Estou NA -> Crase HÁ 17. Elas saíram do trabalho as 20 horas.
Ex.: Estou na Bahia. Vou à Bahia.
18. Fui a Bahia nas últimas férias.
Estou EM -> Crase NÃO TEM
Ex.: Estou em Londres. Vou a Londres. 19. Fui a Salvador no ano passado.
20. Irei a Portugal assim que puder.
 Atenção: caso o nome da cidade esteja determi-
nado, a crase será obrigatória. 21. Dei os livros a sua amiga.
Ex.: Fui à bela Garopaba. 22. Entreguei os relatórios a suas colegas.
4. Em expressões formadas por palavras repetidas (cara
23. Chegaremos até a esquina.
a cara, frente a frente, gota a gota, etc.). Ex.: Preciso
falar com Marcelo frente a frente. 24. Comuniquei as mudanças a Paula.
5. Quando o a estiver no singular diante de uma palavra 25. A enfermeira assistiu a enferma com dedicação.
no plural.
 Respostas:
Ex.: Leonardo não resiste a mulheres encantadoras.
1. Os amigos foram à praia, às pressas, às 8 horas.
6. Diante do artigo indefinido uma.
2. À colega Giovana, durante a reunião, os diretores
Ex.: Aquilo me fez chegar a uma conclusão: ele não é fizeram alusão.
fiel, nem nunca foi.
3. Obedeço às regras tradicionais.
7. Diante da palavra terra, quando esta significar terra
firme, tomada em oposição a mar ou ar. 4. Referiram-se a Roma.
Ex.: Os astronautas não puderam voltar a terra. 5. Referiram-se à Roma de César.
8. Diante da palavra casa (no sentido de lar, moradia) 6. Viram as meninas a distância.
quando esta não estiver determinada por adjunto adno- 7. Pedi a ele que ficasse à distância de dois metros de
minal. mim.
Ex.: Vou a casa dormir. 8. Cheguei a casa ontem.
Dicas: Se a palavra casa estiver determinada por um 9. Cheguei à casa de meus tios para visitá-los.
adjunto adnominal, haverá crase. Ex.: Vou à casa de
meu pai dormir. 10. Vou à esquina.
9. Diante de pronomes que não admitem artigo: relati- 11. A menina a quem ofereceram rosas não está mais
vos, indefinidos, pessoais, tratamento e demonstrativos. namorando.
Ex.: Disse a ele que não o amo mais. / Solicito a V.Sª 12. Viso àquele cargo há anos.
que compareça amanhã. 13. Prefiro isto àquilo.
10. Diante da palavra distância quando não estiver 14. Vende-se sapatos a partir de R$30.
determinada.
15. Fiz referências a algumas propostas oportunas.
Ex.: Curso a distância. / Falei para ele: fique a distância
de mim. (Porém: Fique à distância de 2m do parque) 16. Às 18 horas, tenho um encontro.

 Exercício - Complete as frases com crase se for 17. Elas saíram do trabalho às 20 horas.
necessário. 18. Fui à Bahia nas últimas férias.
1. Os amigos foram a praia, as pressas, as 8 horas. 19. Fui a Salvador no ano passado.
2. A colega Giovana, durante a reunião, os diretores 20. Irei a Portugal assim que puder.
fizeram alusão.
21. Dei os livros à sua amiga (facultativa).
3. Obedeço as regras tradicionais.
22. Entreguei os relatórios a suas colegas.
4. Referiram-se a Roma.
23. Chegaremos até à esquina (facultativa).
5. Referiram-se a Roma de César.
24. Comuniquei as mudanças à Paula (facultativa).
6. Viram as meninas a distância.
25. A enfermeira assistiu a enferma com dedicação.
7. Pedi a ele que ficasse a distância de dois metros de
mim.
O USO DOS PORQUÊS
8. Cheguei a casa ontem.
9. Cheguei a casa de meus tios para visitá-los. "POR QUE" EM PERGUNTAS E AFIRMAÇÕES Por quê - quê
10. Vou a esquina. - porque - porquê

11. A menina a quem ofereceram rosas não está mais Toda uma geração de brasileiros que aprendeu o seguin-
namorando. te: por que separado se usa em perguntas; porque junto
12. Viso aquele cargo há anos. se usa na resposta. É verdade, mas não é a verdade
toda. O correto é acrescentar que por que separado tam-
13. Prefiro isto aquilo. bém se usa em respostas e afirmações. Vejamos esses
14. Vende-se sapatos a partir de R$30. casos esquematicamente.

15. Fiz referências a algumas propostas oportunas. 26. POR QUE


16. As 18 horas, tenho um encontro.

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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
Expressão formada pela seqüência de preposição + pro- Acentuado, numa palavra só e antecedido de artigo -
nome interrogativo ou relativo. Utilizada em perguntas agora é substantivo masculino, pluralizável, com o senti-
diretas e indiretas; em frases afirmativas/negativas e do de motivo, causa, razão ou indagação:
exclamativas; em títulos de obras/artigos. Equivale a por
qual razão / por qual motivo. Exemplos: • Não entendo o porquê da rejeição.
• O Congresso precisaria analisar o porquê de tantos
• Por que está tão difícil a captação de recursos? desmandos.
• Vocês entenderam agora por que é importante ler bons • É difícil achar respostas para todos (os) nossos por-
textos? quês.
• Sabes por que ela não veio? Sinceramente, não sei por
que ela não veio. Fonte: “Maria Tereza de Queiroz Piacentini, autora dos
• Por que navegar na Internet, eis a nova questão. livros” “Só Vírgula" e "Só Palavras Compostas”, é diretora
• Sempre me pergunto por que a inflação está voltando a do Instituto Euclides da Cunha”.
esse patamar.
• Teve de explicar aos superiores por que acontecera 30. O QUE, QUE; QUÊ?, O QUÊ? -
outro acidente.
• Ninguém entende por que você o abandonou. a) Tudo o que pretendes será alcançado. – O que = O é
• Vamos verificar por que as vendas estão caindo nesse pronome demonstrativo, cujo sentido é aquilo, e que é
setor. pronome relativo. Na linguagem culta às vezes o de-
• Por que parar de fumar monstrativo fica subentendido; também na linguagem
popular essa omissão ocorre com frequência. O demons-
Observe que a palavra razão ou motivo pode estar ape- trativo fica subentendido.
nas subentendida ou aparecer claramente na frase:
• Se pago, quero saber por que (motivo) pago. b) O que desejas? Que desejas? – O que? ou Que? é
• O cliente teve de explicar por que (razão) atrasou o pronome interrogativo. O, que se pode omitir, é apenas
pagamento. uma partícula expletiva.
• Houve um engarrafamento, daí por que nos atrasamos.
[= daí o motivo pelo qual] QUÊ?!.
• Não consigo entender por que razão foram descontados
os dias de greve. O monossílabo átono ‘que’ passa a ser tônico em final de
• Eis os motivos por que eles parecem tão felizes. frase. Acentue-o, portanto, antes do ponto (final, de
interrogação ou de exclamação):
27. POR QUÊ?!. e QUÊ?!.
Funções do QUE
O monossílabo átono ‘que’ passa a ser tônico em final de
frase. Acentue-o, portanto, antes do ponto (final, de Pronome relativo: (o qual, a qual)
interrogação ou de exclamação): A curiosidade é um vício que desconhece termos.

• Obrigado. - Não há de quê. Pronome substantivo indefinido: (= que coisa) ligado


• O prefeito convocou uma reunião, mas não compareceu a verbo.
ninguém, só Deus sabe por quê. Elas não sabiam que fazer.
• Quem foi à festa adorou. Você não quer descobrir por
quê? Pronome adjetivo indefinido: (= quanto, quanta)
• Correr tanto pra quê?! ligado a substantivo.
• Ela é especial, sabes por quê? Que tristeza, meu Deus!
• Qual o quê! Isso é pura intriga.
Pronome interrogativo: (se, no final de frase, é acen-
28. PORQUE tuado)
Por que não vai conosco? Você não foi, por quê?
Conjunção explicativa ou causal, substituível por POIS,
uma vez que, já que, porquanto, ou pelo fato de que,
como (caso dos dois últimos exemplos): PONTUAÇÃO

• Não foi ao treino porque não se sentia bem. Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia,
• Ele se sente meio confuso porque não leu a matéria entonação e, até mesmo, silêncio - que só estão presen-
com concentração. tes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir
• Por que foram a juízo? Porque estavam cheios de ra- tais recursos, usamos os sinais de pontuação. Estes são
zão. também usados para destacar palavras, expressões ou
• Abandonou o curso de pós-graduação porque, tendo de orações e esclarecer o sentido de frases, a fim de dissi-
dar aulas à noite e trabalhar de manhã, sentiu-se no par qualquer tipo de ambiguidade.
limite.
• Ela, sim, soube a razão do confisco, porque além do 1. Vírgula
cargo tinha outros poderes. Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):
• Porque o fumo é plantado em lombas, as mudas nem a) para separar os elementos mencionados numa, ou
sempre podem ser replantadas em terreno contínuo. seja, separar os itens de uma mesma série (ou palavras
• Porque a onça caça à noite é difícil registrar seus hábi- coordenadas).
tos. Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno,
Urano e Netuno têm saudade de Plutão, porque o caçuli-
29. PORQUÊ nha não é mais considerado como planeta.
A nossa empresa está contratando engenheiros,
economistas, analistas de sistemas e secretárias.

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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala Com muito amor,
de jantar, área de serviço e dois banheiros. Respeitosamente,

NOTA n) para isolar as orações adjetivas explicativas:


Mesmo que o e venha repetido antes de cada um Marina, que é uma criatura maldosa, "puxou o tape-
dos elementos da enumeração, a vírgula deve ser em- te" de Juliana lá no trabalho.
pregada: Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi
escrito por Graciliano Ramos.
Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e
gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as unhas. o) para isolar orações intercaladas:
b) para isolar o vocativo: Não lhe posso garantir nada, respondi secamente.
Cristina, desligue já esse telefone! O filme, disse ele, é fantástico.
Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.
Eu te comparo, amada minha, às éguas dos carros 2. Ponto
do Faraó (Salomão, conforme registro feito no Cântico Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o
dos Cânticos). término de uma frase declarativa de um período simples
Vamos, Tesouro, não se misture com esta gentalha! ou composto.

c) para isolar o aposto: Desejo-lhe uma feliz viagem.


Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, A casa, quase sempre fechada, parecia abandona-
ficou presa no elevador. da, no entanto tudo no seu interior era conservado com
Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbi- primor.
no.
Salomão, rei de Israel, tinha mil mulheres e ainda O ponto é também usado em quase todas as abre-
namorou a Rainha de Sabá e a filha de um Faraó. viaturas, por exemplo:
fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia.
d) para isolar palavras e expressões explicativas (a
saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso, O ponto que é empregado para encerrar um texto
etc.): escrito recebe o nome de ponto final.

Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do apartamento, 3. Ponto-e-vírgula


isto é, tudo o que tínhamos economizado durante anos. Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma
Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma pau-
Canadá. sa intermediária entre o ponto e a vírgula.
Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:
e) para isolar o adjunto adverbial antecipado: a) separar orações coordenadas que tenham um
Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. certo sentido ou aquelas que já apresentam separação
Ontem à noite, fomos todos jantar fora. por vírgula:
Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteli-
f) para isolar elementos repetidos: gente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma
O palácio, o palácio está destruído. doidivanas.
Estão todos cansados, cansados de dar dó!
b) separar vários itens de uma enumeração:
g) para isolar, nas datas, o nome do lugar: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos
São Paulo, 23 de maio de 1995. seguintes princípios:
Roma, 13 de dezembro de 1995. I - igualdade de condições para o acesso e perma-
nência na escola;
h) para isolar os adjuntos adverbiais: II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e
A multidão foi, aos poucos, avançando para o palá- divulgar o pensamento, a arte e o saber;
cio. III - pluralismo de ideias e de concepções, e coe-
Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, xistência de instituições públicas e privadas de ensino;
pelo próprio gerente. IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos
oficiais;
i) para isolar as orações coordenadas, exceto as ........
introduzidas pela conjunção e: (Constituição da República Federativa do Brasil)
Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de
confiança. 4. Dois-pontos
Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuida- Os dois-pontos são empregados para:
do ao dirigir.
Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doen- a) uma enumeração:
te. ... Rubião recordou a sua entrada no escritório do
j) para indicar a elipse de um elemento da oração: Camacho, o modo porque falou: e daí tornou atrás, ao
Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outra próprio ato.
estrebuchava como um animal. Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o
Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um
irmã, que foi um acidente. ímpeto irresistível...
(Machado de Assis)
l) para separar o paralelismo de provérbios:
Ladrão de tostão, ladrão de milhão. b) uma citação:
Ouvir cantar o galo, sem saber onde. Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:
m) após a saudação em correspondência (social e - Afinal, o que houve?
comercial):
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
c) um esclarecimento: “Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino...
Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: Perdi-te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... e
seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar morro, porque não posso, nem poderei jamais resgatar-
Lucila. te.”
(Camilo Castelo Branco)
Observe que os dois-pontos são também usados 8. Aspas
na introdução de exemplos, notas ou observações. As aspas são empregadas:
Parônimos são vocábulos diferentes na significação
e parecidos na forma. Exemplos: ratificar/retificar, cen- a) antes e depois de citações textuais:
so/senso, descriminar/discriminar, etc. Roulet afirma que "o gramático deveria descrever
Nota: A preposição per, considerada arcaica, so- a língua em uso em nossa época, pois é dela que os alu-
mente é usada na frase de per si (= cada um por sua nos necessitam para a comunicação quotidiana".
vez, isoladamente). Nota: As aspas simples podem ser usadas, quando hou-
Observação: Na linguagem coloquial pode-se apli- ver interesse em dar destaque a uma palavra em um
car o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, longi- período que já esteja abrangido pelas aspas duplas: “O
nho, melhorzinho, pouquinho etc. homem nasce, cresce, ‘fica bobo’ e casa.”

NOTA b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gí-


A invocação em correspondência (social ou co- rias e expressões populares ou vulgares:
mercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula: O "lobby" para que se mantenha a autorização de
Querida amiga: importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais
Prezados senhores, descarado.

5. Ponto de interrogação (Veja)


O ponto de interrogação é empregado para indicar Na semana passada, o senador republicano Charles
uma pergunta direta, ainda que esta não exija resposta: Grassley apresentou um projeto de lei que pretende "de-
letar" para sempre dos monitores de crianças e adoles-
O criado pediu licença para entrar: centes as cenas consideradas obscenas.
- O senhor não precisa de mim?
- Não obrigado. A que horas janta-se? (Veja)
- Às cinco, se o senhor não der outra ordem. Popularidade no "xilindró"
- Bem. Preso há dois anos, o prefeito de Rio Claro tem
- O senhor sai a passeio depois do jantar? De carro apoio da população e quer uma delegada para primeira-
ou a cavalo? dama.
- Não.
(José de Alencar) (Veja)
Com a chegada da polícia, os três suspeitos "puxa-
6. Ponto de exclamação ram o carro" rapidamente.
O ponto de exclamação é empregado para marcar
o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa, c) para realçar uma palavra ou expressão:
que normalmente exprime admiração, surpresa, assom- Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não"
bro, indignação etc. sonoro.
- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um Aquela "vertigem súbita" na vida financeira de
comedouro muito compreensível e muito repousante, Ricardo afastou-lhe os amigos dissimulados.
Jacinto!
- Então janta, homem! 9. Travessão
(Eça de Queiroz) Emprega-se o travessão para:

NOTA a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo:


O ponto de exclamação é também usado com in- - Que gente é aquela, seu Alberto?
terjeições e locuções interjetivas: - São japoneses.
Oh! - Japoneses? E... é gente como nós?
Valha-me Deus! - É. O Japão é um grande país. A única diferença é
que eles são amarelos.
7. Reticências - Mas, então não são índios?
As reticências são empregadas para: (Ferreira de Castro)
a) assinalar interrupção do pensamento:
- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a b) colocar em relevo certas palavras ou expressões:
consciência de que fiz o meu dever. Mas o mundo sabe- Maria José sempre muito generosa - sem ser artifi-
rá... cial ou piegas – a perdoou sem restrições.
(Júlio Dinis) Um grupo de turistas estrangeiros - todos muito
b) indicar passos que são suprimidos de um texto: ruidosos - invadiu o saguão do hotel no qual estávamos
O primeiro e crucial problema de linguística geral hospedados.
que Saussure focalizou dizia respeito à natureza da lin-
guagem. Encarava-a como um sistema de signos... Con- c) substituir a vírgula, os dois-pontos e os parênte-
siderava a linguística, portanto, com um aspecto de uma ses:
ciência mais geral, a ciência dos signos... Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eterna-
(Mattoso Camara Jr.) mente selvagem, a arte é a superioridade humana - aci-
ma dos preceitos que se combatem, acima das religiões
c) marcar aumento de emoção: que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga
As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela como a orgia e como o êxtase.
carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas: (Raul Pompéia)
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
Perdi todo o trabalho corrigido – infelizmente –  figuras de palavras;
por ter faltado luz.  figuras de harmonia;
 figuras de pensamento;
d) ligar palavras ou grupos de palavras que formam  figuras de construção ou sintaxe.
um "conjunto" no enunciado:
A ponte Rio-Niterói está sendo reformada.  FIGURAS DE PALAVRAS
O triângulo Paris-Milão-Nova York está sendo ame-
açado, no mundo da moda, pela ascensão dos estilistas As figuras de palavra consistem no emprego de um ter-
do Japão. mo com sentido diferente daquele convencionalmente
empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex-
10. Parênteses pressivo na comunicação.

Os parênteses são empregados para: 1) Metáfora: é o desvio da significação própria de uma


palavra, nascido de uma comparação mental ou caracte-
a) destacar num texto qualquer explicação ou co- rística comum entre dois seres ou fatos.
mentário:
Todo signo linguístico é formado de duas partes Ex.: Toda profissão tem espinhos.
associadas e inseparáveis, isto é, o significante (unidade As derrotas e as desilusões são amargas.
formada pela sucessão de fonemas) e o significado (con- “Mas o empregado não se dobrou a esses sofismas.”
ceito ou ideia). (Carlos Drummond de Andrade)

b) incluir dados informativos sobre bibliografia (au- Obs.: Não confundir metáfora com a comparação. Nes-
tor, ano de publicação, página etc.): ta, os termos vêm expressos e unidos por nexos compa-
Mattoso Camara (1977:91) afirma que, às vezes, rativos.
os preceitos da gramática e os registros dos dicionários Nero foi cruel como um monstro. (comparação)
são discutíveis: consideram erro o que já poderia ser Nero foi um monstro. (metáfora)
admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser
posto de lado. 2) Metonímia: consiste em usar uma palavra por ou-
tra, com a qual se acha relacionada. Há metonímia quan-
c) indicar marcações cênicas numa peça de teatro: do se emprega:
Abelardo I - Que fim levou o americano? 1º) o efeito pela causa:
João - Decerto caiu no copo de uísque! Os aviões semeavam a morte. [= bombas mortíferas]
Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já! (sai pela direita) [as bombas = a causa; a morte = efeito]
(Oswald de Andrade)
d) isolar orações intercaladas com verbos declarati- 2º) o autor pela obra:
vos, em substituição à vírgula e aos travessões: Nas horas de folga lia Camões. [Camões = a obra de
Camões]
Afirma-se (não se prova) que é muito comum o re- 3º) o continente pelo conteúdo:
cebimento de propina para que os carros apreendidos Tomou uma taça de vinho. [= o vinho contido na taça]
sejam liberados sem o recolhimento das multas. 4º) o instrumento pela pessoa que utiliza:
Ele é um bom garfo. [= comedor]
11. Asterisco
5º) o sinal pela coisa significada:
O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, é um O trono estava abalado. [o Império]
recurso empregado para: 6º) o lugar pelos seus habitantes ou produtos:
Aprecio o madeira. [= o vinho fabricado na ilha de ma-
a) remissão a uma nota no pé da página ou no fim de deira]
um capítulo de um livro:
Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, 7º) o abstrato pelo concreto:
confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfe- A mocidade é entusiasmada. [mocidade = moços]
ma preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à con- 8º) a parte pelo todo:
clusão de que este afixo está ligado a estabelecimento Não tinha teto onde se abrigasse. [teto = casa]
comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades,
como em: bruxaria, gritaria, patifaria etc. 9º) o singular pelo plural:
* É o morfema que não possui significação autô- O homem é mortal. [o homem = os homens]
noma e sempre aparece ligado a outras palavras.
b) substituição de um nome próprio que não se dese- 10º) a espécie ou a classe pelo indivíduo:
ja mencionar: “Andai como filhos da luz”, recomenda-nos o Apóstolo
O Dr.* afirmou que a causa da infecção hospitalar na São Paulo.
Casa de Saúde Municipal está ligada à falta de produtos [São Paulo (indivíduo) foi um dos apóstolos (espécie)]
adequados para assepsia.
11º) o indivíduo pela espécie ou classe:
Os mecenas das artes. [protetores]
FIGURAS DE LINGUAGEM
12º) a qualidade pela espécie:
Os mortais [em vez de os homens].
Figuras de linguagem são recursos especiais utilizados
por quem fala ou escreve, para atribuir à expressão mais
13º) a matéria pelo objeto:
força e colorido, intensidade e beleza.
Tanger o bronze [o sino].
As figuras de linguagem classificam-se em:
3) Sinestesia: é a transferência de percepções da esfera
de um sentido para a de outro, do que resulta uma fusão
62
NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
de impressões sensoriais de grande poder sugestivo. alegoria, todas as palavras estão transladadas para um
Ex.: Sua voz doce e aveludada era uma carícia em plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos
meus ouvidos. completos e perfeitos - um referencial e outro metafóri-
[voz: sensação auditiva; doce: sensação gustativa; ave- co.
ludada: sensação tátil]
Em seu olhar gelado percebi uma ponta de desprezo. Ex.: "A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor
e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e
4) Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo dos comprimários, quando não são o soprano e o contral-
específico para designar um conceito, torna-se outro por to que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e
empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos
mais se percebe que ele está sendo empregado em sen- bailados, e a orquestra é excelente..."
tido figurado. (Machado de Assis)
Ex.: O pé da mesa estava quebrado.
 FIGURAS DE HARMONIA
5) Comparação: Ocorre comparação quando se estabe-
lece aproximação entre dois elementos que se identifi- Chamam-se figuras de som ou de harmonia os
cam, ligados por conectivos comparativos explícitos - efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de
feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, sons ou, ainda, quando se procura "imitar"sons produzi-
que nem - e alguns verbos - parecer, assemelhar-se e dos por coisas ou seres.
outros.
As figuras de harmonia ou de som são:
Ex.: "Amou daquela vez como se fosse máquina.
Beijou sua mulher como se fosse lógico." 1) Aliteração: Ocorre aliteração quando há repetição da
(Chico Buarque) mesma consoante ou de consoantes similares, geralmen-
te em posição inicial da palavra.
6) Sinédoque: Ocorre sinédoque quando há substituição Ex.: "Toda gente homenageia Januária na janela."
de um termo por outro, havendo ampliação ou redução (Chico Buarque)
do sentido usual da palavra numa relação quantitativa.
Encontramos sinédoque nos seguintes casos: 2) Assonância: Ocorre assonância quando há repetição
o todo pela parte e vice-versa: da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.
Ex.: "Sou Ana, da cama
"A cidade inteira1 viu assombrada, de queixo da cana, fulana, bacana
caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos2 Sou Ana de Amsterdam."
de seu cavalo." (Chico Buarque)
(J. Cândido de Carvalho)
1 O povo. 3) Paronomásia: Ocorre paronomásia quando há repro-
2 Parte das patas. dução de sons semelhantes em palavras de significados
o singular pelo plural e vice-versa: diferentes.
Ex.: "Berro pelo aterro pelo desterro
O paulista3 é tímido; o carioca4, atrevido. berro por seu berro pelo seu erro
quero que você ganhe que você me apanhe
3 Todos os paulistas. sou o seu bezerro gritando mamãe."
4 Todos os cariocas. (Caetano Veloso)

o indivíduo pela espécie (nome próprio 4) Onomatopeia: consiste no aproveitamento de pala-


pelo nome comum): vras cuja pronúncia imita o som ou voz natural dos se-
res.
Para os artistas ele foi um mecenas5. Ex.: “Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept!
lept! arrancou estrada afora.” (Monteiro Lobato)
5 Protetor.
 FIGURAS DE PENSAMENTO
Modernamente, a metonímia engloba a sinédo-
que. Elas podem ser construídas por:
a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
7) Catacrese: A catacrese é um tipo de especial de me- b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
táfora, "é uma espécie de metáfora desgastada, em que c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e
já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação hipálage;
individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lin- d) ruptura: anacoluto;
guístico, já fora do âmbito estilístico." e) concordância ideológica: silepse.
(Othon M. Garcia)
Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:
São exemplos de catacrese:
pele de tomate 1) Antítese: consiste na aproximação de palavras ou
folhas de livro expressões de sentido oposto. É um poderoso recurso de
montar em burro estilo.
dente de alho Ex.: “A areia, alva, está agora preta, de pés que pisam.”
cabeça de prego (J. Amado)
céu da boca “Quando a bola saía, entravam os comentários dos tor-
8) Alegoria: A alegoria é uma acumulação de metáforas cedores”. (Carlos Eduardo Novais)
referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que
consiste em expressar uma situação global por meio de 2) Apóstrofe: é a interrupção que faz o orador ou
outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na escritor, para se dirigir a pessoas ou coisas presentes ou
63
NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
ausentes, reais ou fictícias. dos verbos e de palavras de ligação (preposições e con-
junções).
Ex.: “Abre-se a imensidade dos mares, e a borrasca en- Ex.: João estava com pressa. Preferiu não entrar. [elipse
verga, como o condor, as foscas asas sobre o abismo”. do suj. ele]
As mãos eram pequenas e os dedos, delicados. [elipse do
3) Eufemismo consiste em suavizar a expressão de v. eram]
uma ideia molesta, substituindo o termo contundente por “Parece que, quando menor, Sereia era bonita.” (Raquel
um giro, por palavras ou circunlocuções menos desagra- de Queirós)
dáveis ou mais polidas. [elipse do verbo era: quando era menor]
Ex.: Fulano foi desta para melhor. [= morreu] A elipse das conjunções e preposições assegura
Rômulo contraíra o mal-de-lázaro. [= a lepra] à frase concisão, leveza e desenvoltura:

4) Gradação é uma sequência de ideias dispostas “E espero tenha sido a última.” (Viana Moog) [elipse da
em sentido ascendente ou descendente. conj. que]
Ex.: Ele foi um tímido, um frouxo, um covarde. Se trabalhares e fores honesto, serás feliz. [= e se fores
Um ser imitado, uma ínfima criatura, um grão de pó honesto]
perdido no cosmos, eis o que o homem é. Pode ocorrer elipse total ou parcial de uma ora-
ção:
5) Hipérbole é uma afirmação exagerada. É uma Perguntei-lhe quando voltava. Ele disse que não sabia.
deformação da verdade que visa a um efeito expressivo. [Isto é: Ele disse que não sabia quando voltava.]

Ex.: Chorou rios de lágrimas. 2) Pleonasmo: é o emprego de palavras redundantes,


Estava morto de fome. com o fim de reforçar ou enfatizar a expressão.
Estou um século à sua espera.
Ex.: “Foi o que vi com meus próprios olhos.” (Antônio
6) Ironia é a figura pela qual dizemos o contrário do Calado)
que pensamos, quase sempre com intenção sarcástica. O seu leito era a pedra fria, a pedra dura.

Ex.: Fizeste um excelente serviço! [para dizer: péssimo] Obs.: O pleonasmo, como figura de linguagem, visa
Vejam os altos feitos destes senhores: dilapidar os bens a um efeito expressivo e deve obedecer ao bom
do país e fomentar a corrupção! gosto.

7) Personificação ou prosopopeia: é a figura pela 3) Polissíndeto: é a repetição intencional do conec-


qual fazemos os seres inanimados ou irracionais agirem e tivo coordenativo (geralmente a conjunção e). É parti-
sentirem como pessoas humanas. É um precioso recurso cularmente eficaz para sugerir movimentos contínuos ou
da expressão poética. Esta figura, chamada também séries de ações que se sucedem rapidamente:
animização, empresta vida e ação a seres inanimados.
Ex.: “Os sinos chamam para o amor” (Mário Quintana) Ex.: “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.” (Antônio
“O rio tinha entrado em agonia, após anos de devastação Tomás)
em suas margens”. (Inácio de Loiola Brandão) “Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” (Alberto de Oli-
veira)
8) Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na apro-
ximação de palavras de sentido oposto, mas também na 4) Anacoluto é a quebra ou interrupção do fio da
de ideias que se contradizem referindo-se ao mesmo frase, ficando termos sintaticamente desligados do resto
termo. É uma verdade enunciada com aparência de men- do período, sem função.
tira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para Ex.: Pobre, quando come frango, um dos dois está doen-
paradoxo. te.
A rua onde moras, nela é que desejo morar.
Ex.:
"Amor é fogo que arde sem se ver; 5) Silepse ocorre esta figura quando efetuamos a
É ferida que dói e não se sente; concordância não com os termos expressos, mas com
É um contentamento descontente; ideia a eles associada em nossa mente.
É dor que desatina sem doer;" A silepse pode ser:
(Camões)
A) de gênero: Vossa Majestade será informado acerca de
9) Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um tudo.
torneio de palavras para expressar algum objeto, aciden-
te geográfico ou situação que não se quer nomear. B) de número: Corria gente de todos os lados, e grita-
vam.
Ex.:
"Cidade maravilhosa C) de pessoa: Ele e eu temos a mesma opinião.
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa 6) Assíndeto: Ocorre assíndeto quando orações ou
Coração do meu Brasil." palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenati-
(André Filho) vas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
Exigem do leitor atenção maior no exame de
 FIGURAS SINTÁTICAS cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas).

1) Elipse: é a omissão de um termo ou oração que fa- Ex.: Não nos movemos, as mãos é que se estenderam
cilmente podemos subentender no contexto. É uma es- pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se,
pécie de economia das palavras. fundindo-se."
São comuns as elipses dos pronomes sujeitos, (Machado de Assis)
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NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
7) Zeugma: Ocorre zeugma quando um termo já Ex: Vossa Mercê em vez de você.
expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua
repetição. - Neologismo: emprego de novas palavras que não
Ex.: "Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários foram incorporadas pelo idioma.
dos Felipes." 1 Ex: Que pode uma criatura senão,
(Camilo Castelo Branco) entre criaturas, amar?
1 Zeugma do verbo: "e foram assassinados..." amar e esquecer,
amar e malamar,
8) Anáfora: Ocorre anáfora quando há repetição in- amar, desamar, amar?
tencional de palavras no início de um período, frase ou sempre, e até de olhos vidrados, amar?
verso.
Ex.: "Depois o areal extenso... - Solecismo: erros de sintaxe contra as normas de con-
Depois o oceano de pó... cordância, de regência ou de colocação.
Depois no horizonte imenso - concordância: Sobrou muitas vagas (em vez
Desertos... desertos só..." de sobraram).
(Castro Alves)
- regência: Hoje assistiremos o filme (em vez de
9) Anástrofe: Ocorre anástrofe quando há uma ao filme).
simples inversão de palavras vizinhas (determinante/
determinado). - colocação: Me empresta o carro? (em vez de
Ex.: "Tão leve estou1 que nem sombra tenho." empresta-me)
(Mário Quintana)
1 Estou tão leve... - Ambiguidade: ocorre quando uma frase causa duplo
sentido de interpretação.
10) Hipérbato: Ocorre hipérbato quando há uma Ex: O ladrão matou o policial dentro de sua casa. (na
inversão completa de membros da frase. casa do ladrão ou do policial?).
Ex.: "Passeiam à tarde, as belas na Avenida. "1
(Carlos Drummond de Andrade) - Cacófato: refere-se ao mau som que resulta na união
de duas ou mais palavras no interior da frase.
1 As belas passeiam na Avenida à tarde.
Ex: Na boca dela estava a marca da agressão que sofre-
11) Sínquise: Ocorre sínquise quando há uma in- ra.
versão violenta de distantes partes da frase. É um hipér-
bato exagerado. - Eco: ocorrência de terminações iguais.
Ex.: "A grita se alevanta ao Céu, da gente."1 Ex: Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.
(Camões)
1 A grita da gente se alevanta ao Céu. - Pleonasmo: redundância desnecessária de informação.
Ex: Está na hora de entrarmos pra dentro.
12) Hipálage: Ocorre hipálage quando há inversão
da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a - Hiato: Aproximação de vogais idênticas.
uma objeto é atribuída a outro, na mesma frase. Ex: Ou eu ou outro faz o serviço.
Ex.: "... as lojas loquazes dos barbeiros." 2
(Eça de Queiros) - Colisão: Aproximação de sons consonantais idênticos
2 ... as lojas dos barbeiros loquazes. ou semelhantes.
Ex: Sua saia saiu suja da máquina.

VÍCIOS DA LINGUAGEM

Vícios de Linguagem são alterações defeituosas das nor-


mas da língua padrão, provocadas por ignorância, des-
cuido ou descaso por parte do falante.

Os vícios de linguagem se classificam em:

- Barbarismo: desvio da norma quanto à:

- grafia: proesa em vez de proeza;

- pronúncia: incrustrar em vez de incrustar;

- morfologia: cidadões em vez de cidadãos;

- semântica: Ele comprimentou o tio (em vez de


cumprimentou).
- todas as formas de estrangeirismo são conside-
radas, por diversos autores, barbarismo.
Ex: weekend em vez de fim de semana.
O show foi cancelado (espetáculo).

- Arcaísmo: emprego de palavras ou estruturas antigas


que deixaram de ser usadas.

65
NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
bem, é fundamental para manter uma boa atenção
TÉCNICA DE MEMORIZAÇÃO RÁPIDA e conservar a memória. A tensão e a ansiedade pre-
judicam a memória.

Interpretar é retirar do texto aquilo que ele  Cuide de Sua Saúde Mental - A depressão e a triste-
tem de relevante. za dificultam muito o processo de memorização. Por
DISSERTAÇÃO, como é um texto argumen- isso, procure estar sempre de bem consigo mesmo
tativo, é formado por três partes Introdu- e equilibre bastante seu estado emocional.
ção, Desenvolvimento e Conclusão.
ACENTUAÇÃO
 As dicas abaixo são básicas para a tarefa de memori- Hei você aí! Toda vez que os que(s) e
zação de Português. Se puder, recomendamos com- porque(s) baterem em um ponto, levarão
plementá-las com o treinamento completo que fala- acentos circunflexos (^). Ex.: Você fez
remos a seguir. Aplicando essas estratégias de me- isto, por quê?
mória, evitará os tão temidos brancos de memória e
não esquecerá de tudo que aprende em Português Derivados de "ter" não sofrem alteração com a
com o tempo: reforma ortográfica

 Transforme o texto em várias perguntas - Pegue um "Os Estados Unidos mantém a prisão de Guantánamo."
determinado conteúdo que precisa memorizar e crie
um resumo dele em forma de perguntas e respostas. Em tempos de reforma ortográfica, as dúvidas pululam.
Se quiser incrementar ainda mais o método você po- Até aqueles casos que permaneceram inalterados são
de escrever a pergunta com uma cor e a resposta motivo de hesitação na hora de escrever.
com outra cor e pronunciar também em voz alta para
si mesmo, de forma a envolver também a memória Um deles é o do verbo "manter" (diga-se: de todos os
auditiva. derivados do verbo "ter"), que, na terceira pessoa do
singular, recebe o acento agudo, mas, na terceira do
 Escreva o texto lido várias vezes – Algumas pessoas plural, recebe o circunflexo. Assim: ele mantém, eles
memorizam melhor o que fazem do que o que veem mantêm.
ou ouvem e nesses casos escrever a informação vá-
rias vezes é uma boa dica. Você pode inclusive usar Essa distinção é puramente gráfica, dado que a pronún-
cores variadas para títulos e subtítulos. Pode usar le- cia de ambas as formas é exatamente a mesma. O acen-
tras grandes ou com destaque, etc. to é necessário em ambas para satisfazer a regra das
oxítonas terminadas em "em" (sempre acentuadas), em
 Grave as informações com sua voz - Uma excelente oposição às paroxítonas terminadas em "em" (nunca
dica para as pessoas auditivas, que tem mais facili- acentuadas).
dade de memorizar o que ouvem é procurar gravar as
informações que deseja memorizar num armazenador Observe que a forma "mentem" (do verbo "mentir") é
digital como um MP3 Player ou um celular e ouvir es- paroxítona (sem acento) e as formas "mantém" e "man-
sa gravação diversas vezes até fixá-la perfeitamente. têm" (do verbo "manter") são oxítonas; o mesmo se dá
com "contem" (paroxítona, sem acento), do verbo "con-
 Dê Ênfase à Informação - Um critério que o cérebro tar", e "contém"/ "contêm" (oxítonas, acentuadas), do
usa para decidir se vai memorizar uma informação ou verbo "conter".
não é saber se aquilo é importante. Sendo assim, di-
ga para si mesmo que aquela informação que deseja O verbo "ter", ele próprio, só recebe o acento na terceira
memorizar é importante e o porquê dessa importân- pessoa do plural (eles têm), pois é uma palavra monos-
cia. sílaba, não caindo, portanto, na regra das oxítonas aci-
ma relembrada.
 Prepare o Ambiente para estudar - Torne o ambiente
bem arejado e luminoso, evitando deixar ligados a te- O caso em questão pode, porém, ser tratado como um
levisão, rádio e outros equipamentos que podem tirar erro de concordância, pois o acento funciona como indi-
sua atenção, afetando assim o processo de memori- cativo da pessoa gramatical. Assim, convém lembrar que
zação. Não se esqueça também de desligar o celular. o sujeito composto de nomes próprios no plural (plural
aparente) requer a concordância com o artigo que se
 Se Organize - Tomar notas, se organizar, usar um antepõe a eles. Dessa forma, "os Estados Unidos" são,
diário e ter pequeno bilhetes ajuda bastante na fixa- apoiam, fazem, mantêm... sempre no plural.
ção de tal informação na memória.
ORTOGRAFIA
 Estimule Seu Cérebro - Aprenda novas habilidades
Nova ortografia - Trema continua em nomes estrangeiros
que sejam totalmente desconhecidas para você. Por
e termos deles derivados
exemplo: Se você trabalha em um escritório, aprenda
a dançar, pois assim seu cérebro será estimulado e
Linguiça, bilíngue, consequência, sequestro, pinguim,
facilitará o processo de memorização.
sagui, tranquilidade... O trema acaba de ser suprimido
dos grupos de letras GUI, GUE, QUI e QUE, nos quais
 Procure Jogos Inteligentes - Existem atualmente
indicava a pronúncia átona (fraca) da letra "u".
diversos jogos que ajudam a estimular a memória.
Excelentes jogos são: jogo da memória e palavras
A pronúncia tônica (forte) da letra "u" nesses grupos era
cruzadas.
indicada por um acento agudo, que também deixa de ser
usado. Assim, formas como "argúi" e "averigúe" passam
 Relaxe - É impossível prestar atenção se você estiver
a ser escritas como "argui" e "averigue".
tenso ou nervoso. Estar relaxado e emocionalmente

66
NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
É interessante observar que esses grupos, agora grafa- Sujeito é o ser de quem se declara alguma
dos de forma comum, apresentam três diferentes pro- coisa.
núncias: "sagui" ("u" átono), "argui" ("u" tônico), "en-
guiçar" ("u" mudo, como parte de um dígrafo).
PREDICATIVO
Ao conjugar o verbo "arguir" no presente do indicativo, Predicativo é o nome que acompanha o
agora obteremos as formas: eu arguo, tu arguis, ele predicado nominal ou verbo-nominal.
argui, nós arguimos, vós arguis, eles arguem. Na grafia Só haverá predicativo na oração, quan-
antiga, assinalava-se a diferença entre a segunda pessoa do o verbo for de ligação: ser, estar,
do singular (tu argúis) e a segunda pessoa do plural (vós ficar, parecer, permanecer, continuar e
arguis), uma com acento, outra com trema. Agora, te- virar.
remos um par de homógrafos (palavras de grafia idênti- Verbo-nominal é aquele que possui dois
ca) heterófonos (de pronúncia diversa). núcleos, sendo que um deles é representa-
do por um verbo de ligação subentendido.
Não podemos, entretanto, dizer que o trema desapare- Verbal é aquela que tem por núcleo o pró-
ceu de todas as palavras da língua portuguesa. Isso prio verbo.
porque será mantido nos nomes estrangeiros e nos ter-
mos deles derivados. Assim: Müller e mülleriano, por
exemplo. Complemento Nominal completa o sentido
de um nome (substantivo, adjetivo ou ad-
vérbio) de significação incompleta.
Atrasado é aquele que escreve CONCORDÂNCIA NOMINAL: Relaciona-se
atrasado com “Z”. ao gênero e número entre o adjetivo e o
pronome adjetivo, o artigo, o numeral ou o
ASPECTOS GRAMATICAIS particípio e o substantivo ou pronome a que
Não se esqueça: Ditongo Crescente se referem.
é semivogal + vogal e Ditongo De-
crescente é vogal + semivogal. PONTUAÇÃO
As normas de pontuação se baseiam nos
CRASE tipos de pausa que, na linguagem escrita,
Não coloque crase, DE MANEIRA ALGUMA, diante de são representadas por sinais de pontuação.
palavra masculina, exceto quando se referir à Pausa breve: vírgula, ponto-e-vírgula, dois
moda ou naqueles casos em que se usa o sinal indi- pontos, parênteses e travessão.
cador da crase com o pronome demonstrativo aque-
le. Pausa longa: ponto simples e ponto pará-
grafo.
FONEMAS
Pausa emotiva: ponto de interrogação,
A sílaba é constituída por uma unida-
ponto de exclamação e reticências.
de sonora, formada por um ou mais
fonemas, pronunciados numa única
emissão de voz. CONCORDÂNCIA VERBAL
Há três tipos de fonemas: Vogal, Se-
É a concordância do verbo com o sujeito.
mivogal e Consoante.

ENCONTRO CONSONANTAL REGÊNCIA NOMINAL


O Encontro vocálico é a sequência de Quando um substantivo ou um adjetivo exi-
fonemas vocálicos em uma palavra. ge outro termo que lhes integre o sentido.

DÍGRAFO REGÊNCIA VERBAL


O Dígrafo é a sequência de duas letras Quando há uma relação entre o verbo e o
que representam um único fonema seu complemento. Essa relação é feita pelo
(som). emprego da preposição.
Exemplo: CARRO.
EMPREGO DOS PRONOMES
MORFOLOGIA
O Substantivo é uma palavra variável que Os pronomes retos eu, tu, ele, nós, vós e eles fun-
indica um ser. Exemplo: O cão é útil ao cionam como sujeito. EU e TU sempre são sujeitos, por
homem. isso não podem se unir com preposições. Assim, é erro
O Adjetivo é uma palavra variável que indi- escrever e dizer: Entre eu e tu vai tudo bem. Diga-se
ca uma qualidade do ser. Exemplo: Pedro “Entre mim e ti vai tudo bem.”
deu-me um conselho sábio.
O Verbo expressa ação, estado ou fenô- Como aquilo que faz parte do sujeito não se une a
meno. Exemplo: Ele correu rapidamente ao preposições, analise os casos a seguir.
escritório. João é honesto. Faz muito tempo Chegou a hora do povo, mas CHEGOU A HORA DE
que não a vejo. O POVO DECIDIR. Quem é que vai decidir? O povo. Ora,
aquilo que faz parte do sujeito não se liga com preposi-
SUJEITO ção.
O fato de esta apostila ter muitos exercícios é sinal
de carinho da Editora Nova Edição com os concursandos.

67
NOVA EDIÇÃO PORTUGUÊS
Quem é que tem muitos exercícios? ESTA APOSTI-
LA (SUJEITO). Por fazer parte do sujeito, o pronome
ESTA não pode se unir com a preposição.

A REGRA DA TPM

Lembrando aquele problema que incomoda, por


vezes, algumas mulheres, lembre-se de que COM NÓS e
COM VÓS só ficam separados se vierem seguidos de O,
T, P, M e N., ou seja, das palavras OUTROS, TODOS,
PRÓPRIOS, MESMOS E NÚMERO. Vamos refletir com os
exemplos:
As crianças sairão conosco. Não separa porque não
tem uma palavrinha do OTPM ou referência a um núme-
ro.

As crianças sairão com nós todos. As crianças sai-


rão com nós mesmos. As crianças sairão com nós dois.

CUIDADO COM OS VERBOS

Quando o verbo tiver primeira pessoa no presente


do Indicativo, basta mudar a vogal final para se conjugar
o presente do Subjuntivo.
Que eu venha
Tu vens
Ele vem
Nós vimos
Vós vindes
Eles vêm

Se o verbo não tiver primeira pessoa no presente


do Indicativo, não é possível conjugar o presente do
Subjuntivo.

Eu........
Tu........
Ele......
Nós reavemos
Vós reaveis
Eles.........

PRESTE MUITA ATENÇÃO AO PRETÉRITO PERFEI-


TO DOS VERBOS A SEGUIR: INTERVIR, REAVER, MAN-
TER, EXPOR
Eu intervim, tu intervieste, ele interveio, nós inter-
viemos, vós interviestes, eles intervieram. Eu reouve, tu
reouveste, ele reouve, nós reouvemos, vós reouvestes,
eles reouveram. Eu mantive, tu mantiveste, ele manteve,
nós mantivemos, vós mantivestes, eles mantiveram. Eu
expus, tu expuseste, ele expôs, nós expusemos, vós
expusestes, eles expuseram.

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MATEMÁTICA
MATEMÁTICA

SUMÁRIO
CONJUNTOS NUMÉRICOS
Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais, Reais - propriedades, operações, representação
geométrica ........................................................................................................................... 5

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
1º e 2º graus, exponencial, logarítmica, trigonométrica ............................................................15

FUNÇÕES
Função polinomial do 1º e 2º grau, exponencial, logarítmica e trigonométrica ..............................26

TRIGONOMETRIA: Trigonometria no triângulo retângulo, triângulos quaisquer e no ciclo.


Funções trigonométricas e inversas. Relações entre arcos, equações e inequações .......................31

SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS
Progressões aritméticas (PA) e geométricas (PG) .....................................................................40

MATRIZES E DETERMINANTES ...........................................................................................42

SISTEMAS LINEARES .........................................................................................................44

ANÁLISE COMBINATÓRIA ..................................................................................................46

PROBABILIDADE ...............................................................................................................50

ESTATÍSTICA .....................................................................................................................52

MATEMÁTICA FINANCEIRA
Juro simples e compostos, descontos, taxas proporcionais, razão e proporção, regra de três, porcen-
tagem, taxas de acréscimos e decréscimos, taxa de lucro ou margem sobre o preço de custo e sobre
o preço de venda................................................................................................................57

RACIOCÍNIO LÓGICO ........................................................................................................67

Aplicação dos conteúdos acima listados em situações cotidianas. ....... Distribuídos na matéria

Testes fixação ....................................................................................... Caderno de Atividades


NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
 Todo o conjunto A é subconjunto dele próprio, ou
CONJUNTOS NUMÉRICOS seja, ;
 O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de
Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais, Reais – qualquer conjunto, ou seja,
propriedades, operações, representação geomé-
trica. União de Conjuntos: dados os conjuntos A e B, defi-
ne-se como união dos conjuntos A e B ao conjunto
Símbolos
representado por , formado por todos os ele-
mentos pertencentes a A ou B, ou seja:
: pertence : existe

: não pertence : não existe

: está contido : para todo (ou qualquer que


seja)

: não está con-


tido : conjunto vazio
Intersecção de Conjuntos: dados os conjuntos A e B,
define-se como intersecção dos conjuntos A e B ao
N: conjunto dos números natu-
: contém conjunto representado por , formado por todos
rais
os elementos pertencentes a A e B, simultaneamente,
Z : conjunto dos números inteiros ou seja:
: não contém

Q: conjunto dos números racio-


/ : tal que
nais

Q'= I: conjunto dos números


: implica que irracionais

: se, e somen- R: conjunto dos números reais


te se
Diferença de Conjuntos: dados os conjuntos A e B,
define-se como diferença entre A e B (nesta ordem) ao
Símbolos das operações conjunto representado por A-B, formado por todos os
elementos pertencentes a A, mas que não pertencem a
: A intersecção
B B, ou seja

: A união B

a - b: diferença de A
com B

a < b: a menor que b


Produto Cartesiano: dados os conjuntos A e B, cha-
ma-se produto cartesiano A com B, ao conjunto AxB,
: a menor ou formado por todos os pares ordenados (x,y), onde x é
igual a b elemento de A e y é elemento de B, ou seja,

a > b: a maior que b


Número de subconjuntos de um conjunto: se um con-
: a maior ou igual junto A possuir n elementos, então existirão 2n subcon-
ab juntos de A.

Intervalos:
:aeb
Sendo a e b dois números reais, com a < b, temos os
seguintes subconjuntos de R chamados intervalos.
: a ou b
Intervalo fechado nos extremos a e b:
Conceitos de conjuntos =

Conjunto vazio: é um conjunto que não possui ele- Intervalo fechado em a e aberto em b:
mentos. O conjunto vazio é representado por { } ou

. Intervalo aberto em a e fechado em b:


Subconjuntos: quando todos os elementos de um
conjunto A qualquer pertencem a um outro conjunto B,
Intervalo aberto em a e b:
diz-se, então, que A é um subconjunto de B, ou seja
A B. Observações:

5
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Temos também: b. O antecessor de 2 é 1.
c. O antecessor de 56 é 55.
d. O antecessor de 10 é 9.
CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
números naturais pares. Embora uma seqüência real
O conjunto dos números naturais é representado pela seja um outro objeto matemático denominado função,
letra maiúscula N e estes números são construídos algumas vezes utilizaremos a denominação seqüência
com os algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que dos números naturais pares para representar o con-
também são conhecidos como algarismos indu- junto dos números naturais pares:
arábicos. No século VII, os árabes invadiram a Índia, P = {0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
difundindo o seu sistema numérico.
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
Embora o zero não seja um número natural no sentido números naturais ímpares, às vezes também chama-
que tenha sido proveniente de objetos de contagens do, a seqüência dos números ímpares.
naturais, iremos considerá-lo como um número natu- I = {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}
ral uma vez que ele tem as mesmas propriedades
algébricas que os números naturais. Na verdade, o Igualdade e Desigualdades
zero foi criado pelos hindus na montagem do sistema Diremos que um conjunto A é
posicional de numeração para suprir a deficiência de igual a um conjunto B se, e
algo nulo. Caso queira se aprofundar no assunto, veja somente se, o conjunto A está
o belíssimo livro: "História Universal dos Algarismos, contido no conjunto B e o con-
Tomos I e II, Editora Nova Fronteira, 1998 e 1999", junto B está contido no conjun-
de Georges Ifrah. to A. Quando a condição acima
Na seqüência consideraremos que os naturais têm for satisfeita, escreveremos A=B (lê-se: A é igual a B) e
início com o número zero e escreveremos este con- quando não for satisfeita denotaremos tal fato por:
junto como:
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,...}
(lê-se: A é diferente de B). Na definição de igualdade
Representaremos o conjunto dos números naturais de conjuntos, vemos que não é importante a ordem dos
com a letra N. As reticências (três pontos) indicam elementos no conjunto.
que este conjunto não tem fim. N é um conjunto com
infinitos números. Exemplo com igualdade: No desenho, em anexo,
Excluindo o zero do conjunto dos números naturais, o observamos que os elementos do conjunto A são os
conjunto será representado por: mesmos elementos do conjunto B. Neste caso, A=B.
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,...}
Consideraremos agora uma situação em que os ele-
A construção dos Números Naturais mentos dos conjuntos A e B serão distintos.
1. Todo número natural dado tem um sucessor (nú- Sejam A={a,b,c,d} e B={1,2,3,d}. Nem todos os ele-
mero que vem depois do número dado), considerando mentos do conjunto A estão no conjunto B e nem todos
também o zero. os elementos do conjunto B estão no conjunto A. Tam-
Exemplos: bém não podemos afirmar que um conjunto é maior do
a. O sucessor de M é M+1 se, m é um número natu- que o outro conjunto. Neste caso, afirmamos que o
ral. conjunto A é diferente do conjunto B.
b. O sucessor de 0 é 1.
c. O sucessor de 1 é 2. Operações com Números Naturais
d. O sucessor de 19 é 20. Na seqüência, estudaremos as duas principais opera-
ções possíveis no conjunto dos números naturais. Prati-
2. Se um número natural é sucessor de outro, então camente, toda a Matemática é construída a partir des-
os dois números juntos são chamados números con- sas duas operações: adição e multiplicação.
secutivos.
A adição de números naturais
Exemplos: A primeira operação fundamental
a. 1 e 2 são números consecutivos da Aritmética, tem por finalidade
b. 5 e 6 são números consecutivos reunir em um só número, todas
c. 50 e 51 são números consecutivos as unidades de dois ou mais nú-
3. Vários números formam uma coleção de números meros. Antes de surgir os alga-
naturais consecutivos se o segundo é sucessor do rismos indu-arábicos, as adições
primeiro, o terceiro é sucessor do segundo, o quarto é podiam ser realizadas por meio de tábuas de calcular,
sucessor do terceiro e assim sucessivamente. com o auxílio de pedras ou por meio de ábacos.

Exemplos: Propriedades da Adição


a. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 são números consecutivos 1. Fechamento: A adição no conjunto dos números
b. 5, 6 e 7 são números consecutivos naturais é fechada, pois a soma de dois números natu-
c. 50, 51, 52 e 53 são números consecutivos rais é ainda um número natural. O fato que a operação
4. Todo número natural dado n, exceto o zero, tem de adição é fechada em N é conhecido na literatura do
um antecessor (número que vem antes do número assunto como: A adição é uma lei de composição inter-
dado). na no conjunto N.

Exemplos: 2. Associativa: A adição no conjunto dos números


a. O antecessor do número m é m-1, se m é um naturais é associativa, pois na adição de três ou mais
número natural finito diferente de zero. parcelas de números naturais quaisquer é possível as-
sociar as parcelas de quaisquer modos, ou seja, com
6
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
três números naturais, somando o primeiro com o se- – 9 + 9 = 0 (operação entre números opostos, resulta-
gundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro, do sempre será 0)
obteremos um resultado que é igual à soma do primei-
ro com a soma do segundo e o terceiro. – 25 + 24 = – 1 (Sinais diferentes: subtrai e conserva
o sinal do maior módulo)

Operações com parênteses


Nesse caso, as operações de subtração podem ser re-
solvidas eliminando os parênteses, isso será feito apli-
3. Elemento neutro: No conjunto dos números cando algumas regras que envolvem jogo de sinal,
naturais, existe o elemento neutro que é o zero, pois observe:
tomando um número natural qualquer e somando com
o elemento neutro (zero), o resultado será o próprio + (+) = +
número natural. + (–) = –
– (+) = –
– (–) = +

Eliminado os parênteses, passa a valer as regras opera-


4. Comutativa: No conjunto dos números natu- tórias:
rais, a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas
não altera a soma, ou seja, somando a primeira parcela (+10) – (–23) = +10 + 23 = + 33
com a segunda parcela, teremos o mesmo resultado
que se somando a segunda parcela com a primeira (+20) – (+12) = +20 – 12 = + 8
parcela.
(–32) + (–5) = – 32 – 5 = – 37

(–27) – (–30) = –27 + 30 = + 3

Multiplicação de Números Naturais


É a operação que tem por finalidade
Subtração de Números Naturais adicionar o primeiro número deno-
A subtração é uma operação básica da Matemática, minado multiplicando ou parcela,
sendo representada pelo sinal de –. O desenvolvimento tantas vezes quantas são as unida-
da subtração entre números Naturais é de certa forma des do segundo número denomina-
bem simples. Observe os exemplos: do multiplicador.

10 – 2 = 8 Exemplo: 4 vezes 9 é somar o número 9 quatro vezes:


12 – 6 = 6 4 x 9 = 9 + 9 + 9 + 9 = 36
22 – 10 = 12 O resultado da multiplicação é denominado produto e
52 – 12 = 40 os números dados que geraram o produto, são chama-
101 – 10 = 91 dos fatores. Usamos o sinal × ou · ou x, para represen-
200 – 189 = 11 tar a multiplicação.

As operações de subtração envolvendo os números Propriedades da multiplicação


Inteiros requerem algumas situações teóricas que rela-
cionam os possíveis sinais operatórios. Para realizar a 1. Fechamento: A multiplicação é fechada no conjun-
subtração entre os números inteiros precisamos ter to N dos números naturais, pois realizando o produto
conhecimento sobre o módulo de um número. Módulo de dois ou mais números naturais, o resultado estará
de um número inteiro é calculado obtendo o seu valor em N. O fato que a operação de multiplicação é fechada
real. Observe: em N é conhecido na literatura do assunto como: A
multiplicação é uma lei de composição interna no con-
Módulo de +1: representado por |+1| = 1 junto N.
| – 3| = 3
| – 7| = 7 2. Associativa: Na multiplicação, podemos associar 3
ou mais fatores de modos diferentes, pois se multipli-
Regras operatórias: carmos o primeiro fator com o segundo e depois multi-
plicarmos por um terceiro número natural, teremos o
Sinais iguais: soma e conserva o sinal. mesmo resultado que multiplicar o terceiro pelo produ-
Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior to do primeiro pelo segundo.
módulo. (m.n).p = m.(n.p)
(3.4).5 = 3.(4.5) = 60
Operações sem parênteses
+ 10 – 7 = + 3 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o 3. Elemento Neutro: No conjunto dos números natu-
sinal do maior módulo) rais existe um elemento neutro para a multiplicação
que é o 1. Qualquer que seja o número natural n, tem-
– 3 – 3 = – 6 (Sinais iguais: soma e conserva o sinal) se que:
1.n = n.1 = n
+ 20 – 30 = – 10 (Sinais diferentes: subtrai e conserva 1.7 = 7.1 = 7
o sinal do maior módulo)
4. Comutativa: Quando multiplicamos dois números
– 12 + 3 = – 9 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o naturais quaisquer, a ordem dos fatores não altera o
sinal do maior módulo) produto, ou seja, multiplicando o primeiro elemento
7
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
pelo segundo elemento teremos o mesmo resultado 1. Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente
que multiplicando o segundo elemento pelo primeiro natural é n, denotada por 1n, será sempre igual a 1.
elemento. Exemplos:
m.n = n.m a. 1n = 1×1×...×1 (n vezes) = 1
3.4 = 4.3 = 12 b. 13 = 1×1×1 = 1
c. 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
Propriedade Distributiva
Multiplicando um número natural pela soma de dois 2. Se n é um número natural não nulo, então temos
números naturais, é o mesmo que multiplicar o fator, que no=1.
por cada uma das parcelas e a seguir adicionar os re- Exemplos:
sultados obtidos. a. no = 1
b. 5o = 1
c. 49o = 1

3. A potência zero elevado a zero, denotada por 0o, é


carente de sentido no contexto do Ensino Fundamental.
m.(p+q) = m.p + m.q O visitante que necessitar aprofundamento neste as-
6x(5+3) = 6x5 + 6x3 = 30 + 18 = 48 sunto deve visitar nosso link Zero elevado a zero?

Divisão de Números Naturais 4. Qualquer que seja a potência em que a base é o


número natural n e o expoente é igual a 1, denotada
Dados dois números naturais, às vezes necessitamos por n1, é igual ao próprio n.
saber quantas vezes o segundo está contido no primei-
ro. O primeiro número que é o maior é denominado Exemplos:
dividendo e o outro número que é menor é o divisor. O a. n1 = n
resultado da divisão é chamado quociente. Se multipli- b. 51 = 5
carmos o divisor pelo quociente obteremos o dividendo. c. 641 = 64
No conjunto dos números naturais, a divisão não é
fechada, pois nem sempre é possível dividir um número 5. Toda potência 10n é o número formado pelo
natural por outro número natural e na ocorrência disto algarismo 1 seguido de n zeros.
a divisão não é exata.
Exemplos:
Relações essenciais numa divisão de números a. 103 = 1000
naturais b. 108 = 100.000.000
c. 10o = 1
1. Em uma divisão exata de números naturais, o divi-
sor deve ser menor do que o dividendo. CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS
35 : 7 = 5
Este é mais um conjunto numérico que devemos
2. Em uma divisão exata de números naturais, o divi- conhecer para futuros estudos, representado pela letra
dendo é o produto do divisor pelo quociente. Z.
35 = 5 x 7 Você deve lembrar que na 5ª série foi estudado o
Conjunto dos Números Naturais representado pela
3. A divisão de um número natural n por zero não é letra N.
possível, pois se admitíssemos que o quociente fosse q,
então poderíamos escrever: O conjunto N = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,
n ÷ 0 = q e isto significaria que: 13,14...}, este conjunto é infinito ou seja não tem fim.
n = 0 x q = 0 o que não é correto! Assim, a divisão de Este ficou pequeno para a matemática, observe os
n por 0 não tem sentido ou ainda é dita impossível. exemplos:

Exercício: Substituindo X por 6 e Y por 9, qual é o a) 9 - 12 = ? b) 8 - 100 = ?


valor da soma do dobro de X pelo triplo de Y.
R.: 39 Dentro do conjunto dos números naturais não existe
resposta para estas perguntas, ou seja, as respostas
Potenciação de Números Naturais estão dentro do conjunto dos números inteiros.
Para dois números naturais m e n, a expressão mn é
um produto de n fatores iguais ao número m, ou seja: Vamos conhecer este conjunto:
mn = m . m . m ... . m . m O conjunto Z = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0, +1, +2, + 3,
m aparece n vezes +4, +5...}, observe que este conjunto é formado por
números negativos, zero e números positivos. Vale
O número que se repete como fator é denominado base lembrar que zero é um número nulo ou neutro, não é
que neste caso é m. O número de vezes que a base se negativo e nem positivo.
repete é denominado expoente que neste caso é n. O
resultado é denominado potência. 1. De que forma explícita podemos escrever o conjun-
to de todos os múltiplos de um número natural n?
Esta operação não passa de uma multiplicação com Resposta: O conjunto dos números naturais é
fatores iguais, como por exemplo: N={0,1,2,3,4,5,...}, logo se n é um número do qual
23 = 2 × 2 × 2 = 8, ou 43 = 4 × 4 × 4 = 64 queremos obter os múltiplos, então a multiplicação de
n por cada elemento de N terá a forma:
Propriedades da Potenciação M(n)={0,n,2n,3n,4n,...}
2. Quantos elementos possuem e como é escrito o
conjunto dos múltiplos do elemento 0?
8
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Resposta: Possui apenas um elemento e o conjunto de Na multiplicação de números decimais trabalh a-
múltiplos de 0 é escrito da forma: M(0)={0}. O conjun- mos sem considerar as vírgulas. No produto, t o-
to dos múltiplos de 0 é chamado de conjunto unitário, mam-se tantas casas decimais quantas forem as
porque: do multiplicando e multiplicador somadas.
M(0)={0x0,0x1,0x2,0x3,0x4,0x5,...} ou seja
M(0)={0,0,0,0,0,...}={0} Exemplo: 32,14 x 0,2 (três casas decimais, no
total)
3. Maria possui 3 tias. No aniversário de Maria, ela 3214
recebeu 2 presentes de cada tia. Quantos presentes x__2
Maria ganhou no total? 6428 resposta 6,428
Resposta: No total, Maria ganhou 6 presentes.
OBS: Para se multiplicar um número decimal por
4. Para obter os divisores de um número natural a, 10 ou potência de 10, basta deslocar a vírgula
basta saber quais os elementos que, multiplicados en- para a direita tantas casas quantos forem os ze-
tre si, têm por resultado o número a. Com base nessa ros do multiplicador.
afirmação, obtenha o conjunto de divisores de cada um
dos números: 25, 32, 13, 18 e 60. Exemplo: 4,576 x 10 = 45,76
Resposta: (25)={1,5,25}, D(32)={1,2,4,8,16,32},
D(13)={1,13},D(18)={1,2,3,6,9,18}, Divisão
D(60)={1,2,3,4,5,6,10,12,15,20,30,60}
Obtivemos apenas alguns números naturais que, multi- Na divisão de números decimais é preciso conto r-
plicados entre si, têm por resultado 32:1 x 32 = 32; 2 nar algumas dificuldades passageiras. Podem
x 16 = 32; 4 x 8 = 328 x 4 = 32; 16 x 2 = 32; 32 x 1 ocorrer três hipóteses:
= 32
a) o dividendo e o divisor têm o mesmo número
5. Qual o elemento do conjunto dos números naturais de casas decimais;
que é divisor de todos os números? b) o dividendo tem maior número de casas dec i-
Resposta: O número 1, pois se dividirmos um número mais;
natural n por 1 obteremos o próprio n. Por exemplo, 2 c) o divisor tem maior número de casas dec i-
maçãs para 1 garoto, 3 balas para 1 criança, 5 lápis mais.
para 1 estudante, etc...
1º Exemplo: Dividir 52,2 por 3,48. Nesse caso o
dividendo tem uma casa decimal e o divisor duas.
NÚMEROS FRACIONÁRIOS (RACIONAIS) Igualam-se as casas decimais, abandona-se a
Operações com números fracionários vírgula e trabalha-se como se fosse número intei-
ro:
Frações Decimais
5220 348
Adição
1740 15
0000
Na adição de números decimais colocam-se as parcelas
de modo que as vírgulas coincidam umas sobre as ou-
2º Exemplo: Dividir 9,539961 por 4,0253. Nesse
tras, somando-se normalmente. No total a vírgula será
caso o dividendo tem seis casas decimais e o div i-
colocada em correspondência com as demais.
sor quatro. Igualam-se as casas decimais e traba-
lha-se como se fosse número inteiro, abandonan-
Exemplo: 3,275 + 4,037 + 2,38
do a vírgula:
3,275
4,037
9539961 4025300
2,38_
9,692
1489361 2
Subtração Podemos continuar a divisão. Basta colocar uma
vírgula no quociente, acrescentando zero ao resto
Na subtração de números decimais colocam -se as indefinidamente.
parcelas de modo idêntico à soma. Para facilidade
de cálculo, pode-se igualar as casas decimais 3º Exemplo: Dividir 2 por 158.
colocando-se zeros.
Nesse caso, como o dividendo é menor que o divi-
Exemplo: 13,2785 – 7,5783 sor, coloca-se um zero seguido de uma vírgula no
13,2785 quociente ao mesmo tempo em que se acrescenta
– 7,5783 um zero ao dividendo. Se a operação ainda assim
5,7002 não for possível, isto é, se depois disso o divide n-
do ainda for menor que o divisor, acrescenta -se
137,35 – 117,37589 mais um zero ao quociente e outro zero também
137,35000  igualando as casas decimais com ao dividendo. Pratica-se tal operação (um zero no
117,37589 zeros quociente e um zero no dividendo) até que a div i-
19,97411 são seja possível de realizar.
2 : 158
Multiplicação Obs: esta operação será realizada em aula.
Frações Ordinárias

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O número decimal indica que a unidade foi dividi- Conversão de Frações
da em dez (ou potência de dez) partes. A fração
ordinária indica que a unidade foi dividida em um Para se converter um número decimal em fração
número qualquer das partes. Assim 0,72 significa ordinária, toma-se todo o número para numerador
que a unidade foi dividida em 100 partes e foram sem a vírgula, dando-se para denominador a uni-
tomadas 72 dessas 100. A fração ordinária é ex- dade seguida de tantos zeros quantas forem as
pressa por dois números, um acima e outro aba i- casas decimais.
xo de uma linha horizontal. (Podem ser represe n-
tadas também por dois números separados por Exemplo:
uma barra) indica em quantas partes foi dividida
a unidade. Chama-se NUMERADOR o algarismo de
36 9
cima (ou à esquerda da barra) indica quantas 0,36  
partes foram tomadas. O algarismo abaixo (ou à 100 25
direita) da barra chama-se DENOMINADOR. As-
4 Para se converter uma fração ordinária em um
sim: significa que a unidade foi dividida em 7 número decimal, basta dividir o numerador pelo
7
denominador. Exemplo: converter 2/5 em fração
partes, das quais foram tomadas 4.
decimal.
Operações com Frações Ordinárias
2
 0,4
Adição 5

Para somar duas ou mais frações ordinárias, é Quando a divisão do numerador pelo denominador
necessário reduzi-las ao mesmo denominador, o não dá exata, temos a dízima periódica.
que é sempre possível. Depois disso, somam -se
os numeradores e conserva-se o denominador Potenciação
comum.
Para elevar uma fração a uma dada potência,
Exemplo eleva-se o numerador e o denominador ao mesmo
expoente.
3 5 Exemplo:
 mínimo múltiplo comum entre 4 e 6 = 12 2
4 6 2 22 4
   2 
REGRA: divide-se o mmc por cada denominador e 3 3 9
multiplica-se o quociente obtido pelo numerador
correspondente. Assim, vamos obtendo os novos Problemas resolvidos
numeradores:
1. Se 3/5 de um carro valem R$ 900,00, qual o
9 10 19 preço do carro?
 
12 12 12
Solução: O valor total do carro é representado
Subtração 5
pela fração
5
Da mesma forma que na adição, para substituir- Se três partes (em 5) valem R$ 900,00, uma ún i-
mos frações ordinárias é necessário reduzi -las ao ca parte valerá:
mesmo denominador. Depois disso, subtrai-se o 1
numerador da fração diminuendo do numerador 900 : 3 = R$ 300,00 (valor de)
da fração minuendo, conservando-se o denomina- 5
dor comum.
Logo, as 5 partes que representam o todo, val e-
Multiplicação rão.
5 x 300 = R$ 1.500,00 (preço do carro)
Para multiplicarmos frações ordinárias multipli- 5
2. Quanto devo subtrair de para obter
cam-se os numeradores e multiplicam-se os de- 7
nominadores.
2 4
Exemplo: de ?
3 7
1 2 2
x  Solução:
3 5 15

Divisão 2 4 8 5 8 15 8 7 1
x  , logo     
3 7 21 7 21 21 21 21 3
Para dividirmos frações ordinárias, multiplica -se a
fração dividendo pela fração divisora invertida. 3. Certa pessoa gastou 2/5 e depois 1/5 do seu
Exemplo: dinheiro e ficou com R$ 0,40. Quanto possuía e
quanto gastou de cada vez?
4 3 4 5 20 Solução:
  x 
7 5 7 3 21

10
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2 1 3 Solução:
  = (gasto total) 5 2 3
5 5 5   , que é o que ainda falta pagar, e cor-
5 5 5
5 3 2 responde aos R$ 600,00
  = (saldo)
5 5 5 600 : 3 = 200
200 x 5 = R$ 1.000,00
2 1
Se corresponde a R$ 0,40, então corres-
5 5 9. No primeiro dia de uma viagem, um carro per-
corre 2/5 do percurso. No segundo dia percorre ¾
ponderá a R$ 0,40 : 2 = R$ 0,20.
do que falta e, no terceiro dia percorre 120Km,
Desse modo, temos:
completando a viagem. Qual a distância percorr i-
5 x 0,20 = R$ 1,00 (quantia total)
da pelo carro?
2 x 0,20 = R$ 0,20 (1º gasto)
Solução:
1 x 0,20 = R$ 0,20 (2º gasto)
2 5 2 3
1º dia percorreu: , logo, faltam:  
4. Uma quantia foi dividida entre 4 pessoas da 5 5 3 5
seguinte forma: a primeira recebeu 1/5; a Segu n-
da recebeu 2/7; a terceira recebeu ¼ e a Quarta
o saldo de R$ 74,00. Quanto recebeu as três pri-
3 3 9
2º dia percorreu: x 
meiras? 4 5 20
Solução:
Nos dois primeiros dias percorreu:
1 2 1 28 40 35 103 2 9 8 9 17
     
5 7 4 140 140 140 140    
5 20 20
20 20
As frações obtidas (28/140, 40/140 e 35/140) são
partes rigorosamente proporcionais da quantia 20 17 3
total, que no caso representaremos pela fração
no 3º percorreu:   , que equivale aos
20 20 20
140/140, logo:
120km, logo
120 : 3 = 40
140 103 37
  , que equivale aos R$ 74,00, e 40 x 20 = 800km
140 140 140
10. Uma torneira sozinha enche um tanque em 4h
74 : 37 = R$ 2,00 (valor de 1/140) e outra torneira sozinha enche o mesmo tanque
a) 28 x R$ 2,00 = R$ 56,00 em 6 h, em quanto tempo o tanque estará cheio,
b) 40 x R$ 2,00 = R$ 80,00 estando as duas torneiras abertas?
c) 35 x R$ 2,00 = R$ 70,00 Solução:
1
5. Num concurso público com 3.500 candidatos Em 1h, a 1ª torneira enche do tanque e a 2ª
inscritos, 4/7 destes foram reprovados. Qual o 4
número de reprovados?
1
Solução: torneira enche . Assim, em 1h, as duas tornei-
7 6
corresponde a 3.500, logo
7 1 1 5
ras juntas enchem + = do tanque.
3500 : 7 = 500 4 6 12
4 X 500 = 2.000 candidatos Então temos:

6. Um reservatório cheio tem capacidade de


5
50.000 litros. Qual a capacidade de 2/5 deste corresponde a 1h, ou 60 min.
reservatório? 12
Solução: 60 : 5 = 12 minutos
12 x 12 = 144 minutos, ou 2h24 minutos
5
corresponde aos 50.000 litros, logo 11. Gastei 1/5 do que possuía. Depois ¼ do resto
5 e fiquei com R$ 300,00. Quanto possuía?
Solução: este problema é resolvido do fim para o
50.000 : 5 = 10.000 princípio, pois a quantia inicial foi sucessivamente
2 x 10.000 = 20.000 litros reduzida a cada divisão em partes fracionárias,
até restar R$ 300,00. Assim, se, p or último, gas-
7. Uma pessoa gastou R$ 4.500,00 que corres- tei ¼, fiquei com:
pondem a ¾ de uma quantia. Qual é essa qua n-
tia? 4 1 3
Solução:   (igual aos R$ 300,00)
3 4 4 4
corresponde a 4.500, logo
4 300 : 3 = 100
4.500 : 3 = 1.500 100 x 4 = 400
1.500 x 4 = R$ 6.000,00 Na primeira operação, gastei 1/5, logo fiquei com
8. Uma pessoa pagou os 2/5 de uma dívida e ain- 5 1 4
da ficou devendo R$ 600,00. De quanto era a sua   (igual aos R$ 400,00)
dívida? 5 5 5
11
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
400 : 4 = 100 mesmo modo, fará, em 1 hora, 11/2 da tarefa; a
100 x 5 = R$ 500 (quantia total) válvula, igualmente, esvaziará, em cada hora,
1/18.
12. Gastei 1/5 e depois 2/3 do que possuía. G a- As três juntas, farão em cada hora:
nhei R$ 1.740, ficando, assim, com o quádruplo
do que possuía antes. Qual a quantia inicial? 1 1 1 11
   , logo. Se em 1 horas enchem
Solução:
8 12 18 72
11 72
, em “x” horas encherão , ou
1 2 13 72 72
  (gasto)
5 3 15
6
72:11 = 6 horas.
15 13 2 11
  (resto)
15 15 15
16. Em uma fábrica há 132 operários. Os 2/5 do
15 60 número de homens é igual a 1/3 do número de
x4  (quádruplo)
15 15 mulheres. Quantos elementos há de cada sexo?
2 60 Solução: Se a Terça parte (1/3) de mulheres é
(resto) + quantia ganha (R$ 1.740,00 - , igual a 2/5 dos homens, o número total de mulh e-
15 15 2 6 6
logo res será igual a 3 x dos homens, logo
5 5 5
60 2 58 5 11
  (correspondendo ao acréscimo de R$ (mulheres) + (homens)= (que equivalem a
15 15 15 5 5
1.740,00) 132 operários), logo:
132 : 11 = 12
1740 : 58 = 30 6 x 12 = 72 mulheres
15 x 30 = R$ 450,00 (quantia inicial) 5 x 12 = 60 homens

13. Distribui-se certa quantia de balas entre 4 17. Os 2/5 de 3/8 dp preço de um automóvel
crianças. A primeira recebeu 2/5 mais 6 balas; a equivale a 3/7 de 4/12 do preço de um iate, av a-
Segunda recebeu ¼ mais 5 balas; a terceira, 2/8 liado em R$ 84.000,00. Quanto custa o carro?
mais 9 balas e a Quarta, 20 balas. Quantas balas
foram distribuídas a cada uma das 3 primeiras? 2 3 3
Solução: somam-se as frações. Solução: x  automóvel
5 8 20
2 1 2 36
  
5 4 8 40 3 4 1
x  (iate)
Somam-se os inteiros: 7 12 7
6 + 5 + 9 + 20 = 40
Logo: 84.000 : 7 = 12.000 (que corresponde,
também, aos 3/20 do automóvel), então:
40 36 4
  (que corresponde ás 40 balas) 12.000 : 3 = 4.000
40 40 40 4.000 x 20 = R$ 80.000 (automóvel)

40 : 4 = 10 18. Numa fazenda, o número de carneiros é 1/6


40 x 10 = 400 (total) do número de vacas, e o de porcos é 1/5 do de
a) 16 x 10 = 160 + 6 = 166 balas carneiros. Sabendo-se que o total é de 720 ani-
b) 10 x 10 = 100 + 5 = 105 balas mais, pergunta-se quantos são os carneiros, as
c) 10 x 10 = 100 + 9 = 109 balas. vacas e os porcos?

14. Uma turma de alunos pode realizar determi- Solução: Se atribuirmos ao número de vacas a
nada tarefa em 12 dias. Outra pode fazê-lo em 20 1
dias. Se reuníssemos 1/3 de alunos da 1ª turma e unidade (1) o número de carneiros será igual a
1/5 dos da 2ª turma, em quanto tempo seria ef e-
6
tuada a tarefa? 1
e o número de porcos será: (1/5 “de” 1/6)
1 1 34 30
  da tarefa
36 100 900 Assim,

Para fazer a tarefa toda, gastarão: 11 36


1   (que corresponde aos 720 animais).
6 30 30
14 Logo
900:34 = 26 dias
34
15 Uma torneira enche um tanque em 8 horas: 720 : 36 = 20
outra enche em 12 horas e uma válvula o esvazia a) vacas: 30 x 20 = 600
em 16 horas. Abrindo-se as três ao mesmo tem- b) carneiros: 5 x 20 = 100
po, em quanto tempo o tanque ficará cheio? c) porcos: 1 x 20 = 20
Solução: se a 1ª torneira enche o tanque em 8
horas, em 1 hora, fará 1/8 do serviço, a 2ª, do

12
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
CONJUNTO DOS NÚMEROS IRRACIONAIS (I)  não está contido em
X pertence à
Conjunto dos números irracionais
O conjunto dos números que não podem ser represen-  não pertence à
tados por frações é o conjunto dos números irracionais, conjunto vazio, em computação simboliza o zero para
representado por I. diferenciar da letra décima quarta letra do alfabeto
(letra O).
Exemplos de números irracionais:
2  1,4142... CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS

 3  1,7320... R = {x; x é racional ou x é irracional}.


  1,141592... Notas:
e  2,718281... a) é óbvio que N  Z  Q  R
b) I  R
c) I  Q = R
A soma do conjunto dos números racionais com o con-
d) um número real é racional ou irracional, não
junto dos números irracionais é o conjunto dos núme-
existe outra hipótese!
ros reais, representado por R.
Segue as mesmas propriedades dos números racionais
I = {x | x é uma dízima não periódica}. (o símbolo |
e irracionais.
lê-se como "tal que").
Conjunto dos números naturais está contido no conjun-
Exemplos de números irracionais:
to dos números inteiros, que está contido no conjunto
p = 3,1415926... (número pi = razão entre o compri-
dos números racionais, que juntamente com o conjunto
mento de qualquer circunferência e o seu diâmetro)
dos números irracionais estão contidos no conjunto dos
2,01001000100001... (dízima não periódica)
números reais.
 3 = 1,732050807... (raiz não exata).
Representação
Existem dois tipos de números irracionais: os algébricos
e os transcendentes.
IR  Q  I  {x | x  Q ou x I}
Os números irracionais algébricos, são as raízes inexa-
tas dos números racionais, a exemplo de 2, 5, 17, Os números reais podem ser representados
103,... etc, ou qualquer outra raiz inexata. graficamente em uma reta numérica.

Já os números irracionais transcendentes complemen-


tam aqueles irracionais algébricos, sendo os exemplos
mais famosos de números irracionais transcendentes, o
número  (pi), o número de Euler e, cujos valores
Entre dois números reais existem infinitos números
aproximados com duas decimais são respectivamente
reais.
3,14 e 2,72.
Alguns subconjuntos importantes dos reais:
Identificação de números irracionais
R*  R  {0}  {x | x  R e x  0}  reais não
 a soma de um número racional com um número nulos.
irracional é sempre um número irracional. R   {x | x  R e x  0}  reais positivos
R   {x | x  R e x  0}  reais negativos
 a diferença de dois números irracionais, pode ser
um número racional. R   {x | x  R e x  0}  reais positivos não nu-
Exemplo: 5 - 5 = 0 e 0 é um número racional. los
R   {x | x  R e x  0}  reais negativos não
 o quociente de dois números irracionais, pode ser
um número racional. nulos
Exemplo: 8 : 2 = 4 = 2 e 2 é um número racio-
nal. CONJUNTOS

 o produto de dois números irracionais, pode ser Conjuntos são um dos conceitos básicos da matemáti-
um número racional. ca. Um conjunto é apenas uma coleção de entidades,
Exemplo: 5 . 5 = 25 = 5 e 5 é um número racio- chamadas de elementos. A notação padrão lista os
nal. elementos separados por vírgulas entre chaves (o uso
de "parênteses" ou "colchetes" é incomum) como os
seguintes exemplos:
W interseção de conjuntos
U união de conjuntos {1, 2, 3}
{1, 2, 2, 1, 3, 2}
T contido em {x} : x é um número inteiro tal que 0<x<4
V contém
Os três exemplos acima são maneiras diferentes de
 está contido ou é igual à representar o mesmo conjunto.
 contém ou é igual à

13
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
É possível descrever o mesmo conjunto de diferentes
maneiras: listando os seus elementos (ideal para con- 1. A A B, B A B, A B A, A B B
juntos pequenos e finitos) ou definindo uma proprieda- Inclusão relacionada: Quaisquer que sejam os conjun-
de de seus elementos. Dizemos que dois conjuntos são tos A e B, tem-se que:
iguais se e somente se cada elemento de um é também
elemento do outro, não importando a quantidade e nem 1. A B equivale a A B=B
a ordem das ocorrências dos elementos. A B equivale a A B=A

Caracterização Igualdade

Conjunto: representa uma coleção de objetos. Dois conjuntos A e B são ditos iguais se, e somente se,
O conjunto de todos os brasileiros. têm os mesmos elementos. Ou seja, todo elemento de
O conjunto de todos os números naturais. A é elemento de B e vice-versa. A simbologia usada é
O conjunto de todos os números reais tal que x²-4=0.
. Se um conjunto não é igual a outro, utiliza-
Em geral, um conjunto é denotado por uma letra mai-
se o símbolo .
úscula do alfabeto: A, B, C, ..., Z.
Operações
Elemento: é um dos componentes de um conjunto.
Símbolos
a) José da Silva é um elemento do conjunto dos
brasileiros.
b) 1 é um elemento do conjunto dos números na-
: pertence : existe
turais.
c) -2 é um elemento do conjunto dos números
reais que satisfaz à equação x²-4=0. : não pertence : não existe

Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado


: está contido : para todo (ou qualquer que
por uma letra minúscula do alfabeto: a, b, c, ..., z.
seja)
Pertinência
: não está con-
tido : conjunto vazio
É a característica associada a um elemento que faz
parte de um conjunto.
N: conjunto dos números natu-
: contém
a) José da Silva pertence ao conjunto dos brasilei- rais
ros.
b) 1 pertence ao conjunto dos números naturais. : não contém Z : conjunto dos números inteiros
c) -2 pertence ao conjunto de números reais que
satisfaz à equação x²-4=0. Q: conjunto dos números racio-
/ : tal que
nais
Símbolo de pertinência: Se um elemento pertence a
Q'= I: conjunto dos números
um conjunto utilizamos o símbolo que se lê: "per- : implica que irracionais
tence".

Para afirmar que 1 é um número natural ou que 1 per- : se, e somen- R: conjunto dos números reais
tence ao conjunto dos números naturais, escrevemos: te se
1 N
Símbolos das operações
Se é um elemento de , nós podemos dizer que o
elemento pertence ao conjunto e podemos es- : A intersecção
B
crever . Se não é um elemento de ,
nós podemos dizer que o elemento não pertence ao
: A união B
conjunto e podemos escrever .
a - b: diferença de A
Exemplos: com B

a < b: a menor que b

: a menor ou
igual a b

a > b: a maior que b

: a maior ou igual
ab
Inclusão

Inclusão: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, :aeb


tem-se que:
14
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
90
: a ou b x 2
45

Verificação. Substituindo o valor encontrado na


EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DO 1º E 2º GRAUS
equação inicial, observamos que o primeiro de-
nominador se anula, logo o resultado encontrado
Exponencial, logarítmica, trigonométrica.  
x  2 não pode ser a solução da equação. Por-
tanto: S = 0
EQUAÇÕES DO 1º GRAU
PROPRIEDADES DA IGUALDADE
Uma equação que pode ser escrita na forma ax + b =
0, onde a e b representam números reais conhecidos, Dados a, b, e c, números reais.
com a = 0, e x representa a variável, é chamada de
equação do 1º grau a uma variável. 1) Se a = b, então a + c = b + c e a - c = b - c
Observe que o expoente de x é igual a 1. Vem daí o 2) Se a = b, então a X c = b X c e a : c = b : c,
fato de chamarmos essa equação de 1º grau. para c  0.
O fator numérico que multiplica a variável é chamado
de coeficiente. Na parcela a x, a representa o coefici- RESOLUÇÃO DE EQUAÇÃO DO 1º GRAU A UMA
ente. VARIÁVEL

Exemplos: Exemplos:

1) 2x + 3 = 0 -> 2x =-3 -> x = -3/2 1)Achar a solução da equação 2x - 2 = 4, sendo U = R.

2) x + 1 = 0 -> x = -1/2 Adicionando 2 aos dois membros da equação, temos:

3) 5x – 1 = 2x + 2 -> 5x – 2x = 1 + 2 2x - 2 + 2 = 4 + 2, logo 2x = 4 + 2
3x = 3 -> x = 1
Dividindo por 2 os dois membros da equação, temos;
Conjunto universo de uma equação é o conjunto de
todos os valores que podem ser atribuídos à variável. 2x = 4 + 2 , logo x = 4 + 2 = 3
Ele é indicado pela letra U. 2 2 2

Raiz ou solução de uma equação é o valor que, atri- INEQUAÇÃO DO 1º GRAU A UMA VARIÁVEL
buído à variável, torna a sentença verdadeira. O con-
junto das raízes ou soluções de uma equação é chama- Uma inequação que pode ser escrita em uma das se-
do de conjunto solução e é indicado pela letra S. guintes formas:
ax + b > 0,
Para resolver uma equação do 1º grau, ou seja, para ax + b < 0,
achar a sua raiz, ou ainda, para achar seu conjunto ax + b  0,
solução, usamos as propriedades da igualdade. onde a e b são números reais conhecidos, com a  0 e
São igualdades literais que se verificam somente x variável, é chamada de inequação do 1º grau a
para determinados valores atribuídos às variá- uma variável.
veis. Problemas do 1º grau podem ser resolvidos
com uma variável, ou, no caso de haver 2 vari á- Exemplos:
veis, teremos um sistema do primeiro grau. 1) 2x + 3 > 0
2) 3x - 3 > 0
Exemplos: 3) 5x + 1 < 2x + 3
1. Resolver a equação: 4.x + 20 = 0 4) 1 - x > 5
20
Solução: 4.x = 0 –20  x   5 Conjunto universo de uma inequação é o conjunto de
4 todos os valores que podem ser atribuídos à variável.
2. Resolver a equação: 3. X –7 = 10 Ele é indicado pela letra U.
Solução: 3.x = 10 + 7 Solução de uma inequação é o valor que, atribuído,
17 torna a sentença verdadeira. O conjunto das soluções
3.x = 17  x 
3 de uma inequação, chamado de conjunto solução, é
indicado pela letra S.
7 3 Para resolver uma inequação do 1º grau, ou seja, para
3. resolver a equação: 
x  2  6.x  12 achar as suas soluções, ou ainda, para achar o seu
Solução: antes de resolver esta equação, observe conjunto solução, usamos as seguintes propriedades
que tem uma incógnita no denominador e, porta n- das desigualdades.
to, a solução encontrada não deve anular o de-
nominador. PROPRIEDADES DAS DESIGUALDADES
Multiplicando “em cruz”:
Dados a, b e c números reais, temos:
3.x  2  7. 6.x  12 1) Se a < b, então a + c < b + c e a - c < b - c
3.x  6  42.x  84 Exemplo:
3.x  42.x  84  6 6 < 9, então 6 + 4 < 9 + 4 e 6-4<9-4
45.x  90
Resolvendo Sistemas De Inequações Do 1º Grau
15
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Indicamos um sistema de inequações por uma das O par (1, 2) é a solução do sistema porque substituindo
seguintes maneiras: os valores de x e de y nas equações do sistema encon-
tramos sentenças verdadeiras:
1) 2x + 6 > 20 e 2x + 6 < 30 2X1+3X2=8
3X1+2X2=7
2) 2x + 6 > 20
2x + 6 < 30 PROBLEMAS DO 1º GRAU

Resolver o sistema de inequações significa encontrar 1) A soma da terça parte de um número com 6 é igual
todos os valores da variável x que sejam soluções, a 21. Qual é esse número?
simultaneamente, das duas inequações. Resposta: 45

Assim, temos: 2) A soma de dois números é 96. Um deles é o triplo do


2x + 6 > 20 2x > 20 - 6 2x > 14 x>7 outro. Quais são esses números?
2x + 6 < 30 2x < 30 -6 2x < 24 x < Resposta: 24 e 72
12
3) A diferença de dois números é 28. Um deles é a
O conjunto solução do sistema é formado por todos terça parte do outro. Quais são esses números?
os números reais que são maiores que 7 e menores que Resposta: 14 e 42
12.
Em símbolos: 4) A soma de dois números é 40. O maior é o
S = {x  R / x > 7 e x < 12) quádruplo do menor, mais 5. Quais são esses
números?
Vamos localizar os pontos da reta que representam as Resposta: 7 e 33
soluções reais de cada uma das inequações.
5) A soma de dois números é 63 e a diferença entre
eles é 15. Quais são esses números?

Solução: x + (x - 15) = 63 2 x = 78
Os pontos assinalados simultaneamente nas duas semi- x = 39 e x - 15 = 24
retas representam a solução do sistema. Resposta: 24 e 39
Assim, o conjunto solução do sistema está representa-
do na reta real abaixo: Testes de equações do 1º grau

1) André e Luís, almoçando juntos, gastaram 32 URVs.


Para facilitar o troco, André pagou a conta sozinho e
combinaram de acertar depois. Sabendo que a despesa
de André foi de URVs a mais que a de Luís, quando Luíz
SISTEMAS DE EQUAÇÕES DE 1º GRAU deve a André? Qual a despesa desse último?

Na resolução de sistemas de equações do 1º grau você Solução:


já trabalhou com os números naturais, inteiros e racio- Despesa de André: x
nais. Despesa de Luiz: y
Nesta unidade, você vai trabalhar também com os nú- x + y = 32 (despesa total)
meros irracionais. x - y = 6 (diferença entre os gastos)
Considere as seguintes equações do 1ºgrau a duas 2x + 0 = 38  x = 19
variáveis.
aXx+bXy=c x - y = 6  19 - y = 6  -y = -13  y = 13
onde a, b e c são números reais conhecidos, com a e b Resposta: Luiz deve a André 13 URVs. André gastou 19
não simultaneamente nulos. URVs.

mXx+nXy=p 2) 64 alunos foram a uma excursão. Se o número de


meninos superou o de meninas em 16, quantos alunos
onde m, n e p são números reais conhecidos, com m e de cada sexo havia?
n não simultaneamente nulos. Solução parcial:
Podemos escrever um mesmo sistema de equações do x + y = 64 meninos: x
1º grau, nas variáveis x e y, das seguintes maneiras: x - 16 = y meninas: y
1) a X x + b X y = c e mXx+nXy=p x + x – 16 = 64  2x=80  x=40
2) a X x + b X y + c x – 16 = y  40 – 16 = y  y=24
mXx+nXy=p Resposta: 24 meninas e 40 meninos.

Resolver um sistema é encontrar os números reais x e 3) Reparta 30 bombons entre suas crianças, de modo
y que satisfazem às duas equações. A dupla (x, y) que que uma recebe 1/5 do que a outra recebeu.
satisfaz às duas equações é chamada de solução do Solução parcial:
sistema. x + y = 30
Assim, x = 1 e y = 2 formam a dupla (1,2), que é a x = 1/5 X y
solução do sistema.
2x + 3y = 8 y/5 + y = 30  6y = 5X30  y = 25
3x + 2y = 7 x = 30 – y  x = 30 – 25  x = 5
Resposta: 5 e 25.

16
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
4) Dois atletas, treinando em uma pista de corrida, ax2+bx+c>0,ax2+bx+c>0,ax2+bx+c<0 e
percorreram juntos 7.500 metros. Se um deles correu o ax2+bx+c<0 com a# 0 são denominadas
dobro do outro, quantos metros percorrem cada um?
Solução parcial: Inequações do 2º grau.
x + y = 7.500
y = 2x Para resolvermos essas inequações devemos estudas o
sinal da função do 2º y=ax2+bx+c
x + 2x = 7500  3x = 7500  x = 2500 Assim resolver a inequação do 2º grau ax2+bx+c>0
y = 2x -> y = 5000 significa determinar os reais x para os quais a função
Resposta: 2.500 m e 5.000m y=ax2+bx+c tem imagens positivas, (y>0).

5) A soma de dois números é 73 e a diferença entre


eles é 41. Quais são esses números.
Solução parcial:
x + y = 73
x - y = 41
2x = 114  x = 57
y = 73 – x  y = 73 – 57= 16
Resposta: 57 e 16

6) A soma das idades de dois irmãos é 33 anos. Se um


deles é 7 anos mais velho que o outro, calcule a idade
de cada um.

Solução parcial:
x + y = 33
x=y-7

y – 7 + y = 33  2y = 40  y = 20
x = 20 – 7  x = 13
Resposta: 13 anos e 20 anos

Exercícios
1. x  1  7
Resposta: 6

2. x  3  9
Resposta: 12

3. 4.x  20
Resposta: 5
x
4. 3
2
Resposta: 6
EQUAÇÃO DO 2º GRAU
5. 2.x  3  x  5
Denomina-se equação do segundo grau, toda a equa-
Resposta 2 ção do tipo ax²+bx+c, com coeficientes numéricos a.b
e c com .
6. 4.x  x  5
Resposta: 2 Exemplos:

x x
7.  6 Equação a b c
2 4
x²+2x+1 1 2 1
Resposta: 8
5x-2x²-1 -2 5 -1
x  3 x 1
8.  0 a representa o coeficiente de x2.
4 3
b representa o coeficiente de x.
Resposta: 13
c representa o termo independente.
x 2  x  1
9.  1 x 5 Exemplos de equações do 2º grau.
2 3 5x2 – 3x + 2 = 0 onde: a = 5, b = - 3 e c = 2
Resposta: 4 x2 + 6x + 9 = 0 onde: a = 1, b = 6 e c = 9

10. 5.x  125 10.x  250 -3x2 + 7x + 1 = 0 onde: a = -3, b = 7 e c = 1


-x2 + 5x – 6 = 0 onde: a = - 1, b = 5 e c = -6
INEQUAÇÕES DO 1º GRAU
3x2 – 5 = 0 onde: a = 3, b = 0 e c = - 5
As desigualdades x2 + 4x = 0 onde: a = 1, b = 4 e c = 0

17
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
CLASSIFICAÇÃO: Fórmula de Bháskara:

- Completas: ax2 + bx + c = 0
Quando possui os coeficientes a, b e c.

Exemplos:

x2 – 4x – 12 = 0, onde: a = 1, b = - 4 e c = -12
-x2 + 11x – 18 = 0, onde: a = -1, b = 11 e c = - 18 Utilizando a fórmula de Bháskara, vamos resolver al-
- Incompletas: ax2 + bx = 0, ax2 + c = 0 ou ax2 = guns exercícios:
0
1) 3x²-7x+2=0
Se um dos coeficientes (b ou c) for nulo, temos uma a=3, b=-7 e c=2
equação do 2º grau incompleta.
= (-7)²-4.3.2 = 49-24 = 25
Quando b ou c é igual a zero, ou ambos iguais a zero.
Substituindo na fórmula:
Exemplos:
3x – 4a = 0, onde: a = 3, b = - 4 e c = 0
2x2 + 5 = 0, onde: a = 2, b = 0 e c = 5 =
3x2 = 0, onde: a = 3, b = 0 e c = 0

1º caso: b=0 e
Considere a equação do 2º grau incompleta: Logo, o conjunto verdade ou solução da equação é:

x²-9=0 » x²=9 » x= » x=

2º caso: c=0
Considere a equação do 2º grau incompleta: 2) -x²+4x-4=0
x²-9x=0 » Basta fatorar o fator comum x
x(x-9)=0 » x=0,9 a=-1, b=4 e c=-4
3º caso: b=c=0
= 4²-4.-1.-4 = 16-16 = 0
2x²=0 » x=0
Substituindo na fórmula de Bháskara:
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2º GRAU:

A resolução de equações do 2º grau incompletas já foi »


explicada acima, vamos agora resolver equações do 2º x=2
grau completas, ou seja, do tipo ax²+bx+c=0 com a, b
e c diferentes de zero.
- Uma equação do 2º grau pode ter até 2 raízes reais,
que podem ser determinadas pela fórmula de Bháskara. - Neste caso, tivemos uma equação do 2º grau com
duas raízes reais e iguais. ( )
Como Bháskara chegou até a fórmula de resolução de
equações do 2º grau? 3) 5x²-6x+5=0
Considerando a equação: ax²+bx+c=0, vamos deter- a=5 b=-6 c=5
minar a fórmula de Bháskara:
= (-6)²-4.5.5 = 36-100 = -64
Multiplicamos os dois membros por 4a:
Note que <0 e não existe raiz quadrada de um
4a²x²+4abx+4ac=0
número negativo. Assim, a equação não possui nenhu-
4a²x²+4abx=-4ac
ma raiz real.
Somamos b² aos dois membros: Logo: » vazio
4a²x²+4abx+b²=b²-4ac
PROPRIEDADES:
Fatoramos o lado esquerdo e chamamos de (delta)
b²-4ac:
Duas raízes reais e diferentes
(2ax+b)²=
Duas raízes reais e iguais
2ax+b= Nenhuma raiz real

2ax=-b Relações entre coeficientes e raízes

Logo:

ou Vamos provar as relações descritas acima:


Dado a equação ax²+bx+c=0, com e ,
suas raízes são:

18
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA

a) Onde , pois senão anularia o


e denominador.
Solução: Encontrando o m.m.c dos denominadores: 2x
A soma das raízes será:

Então:

Eliminando os denominadores, pois eles são iguais:


Logo, a soma das raízes de uma equação do 2º grau é
»
Aplicando a fórmula de Bháskara:
dada por:

O produto das raízes será:

Logo, x = 2 e x` = 4. » S={2,-4}

b) e

Logo, o produto das raízes de uma equação do 2º grau Solução: m.m.c dos denominadores: (x-1).(x+2)
é dada por: Então:

Podemos através da equação ax²+bx+c=0, dividir por


Eliminando os denominadores:
a.
» » »

Obtendo:
* Note que a solução da equação deve ser diferente de
1 e 2 pois senão anularia o denominador, logo a solu-
ção da equação será somente:
Substituindo por e : x=-1 » S={-1}

Obtendo a Soma e Produto de uma equação do 2º Resolução de equações literais do 2º grau:


grau:
Equações literais são as que possuem uma ou mais
x² - Sx + P = 0 letras além da incógnita.

Exemplos: Equação a b c
x² - (m+n)x + p = 0 1 -(m+n) p
1) Determine a soma e o produto das seguintes equa-
ções:
Exemplo: Determine o valor da incógnita x.
a) x² - 4x + 3=0
1) x²-3ax+2a²=0
Sendo a=1, b=-4 e c=3:
Aplicando a fórmula de Bháskara:
a=1, b=-3a, c=2a²

b) 2x² - 6x -8 =0
Sendo a=2, b=-6 e c=-8
,
Logo: x = 2a e x = a » S={a,2a}
c) 4-x² = 0
Sendo a=-1, b=0 e c=4: EXERCÍCIOS SOBRE EQUAÇÕES DO 2O GRAU

1. Um azulejista usou 2000 azulejos quadrados e iguais


para revestir 45 m2 de parede. Qual é a medida do
lado de cada azulejo?
Resolução de equações fracionárias do 2º grau: R: 15 cm
Equações fracionárias são as que possuem incógnitas
no denominador e o processo de resolução destas
2. A área de um retângulo é de 64 cm2 . Nessas condi-
equações é o mesmo das equações não fracionárias.
Exemplos resolvidos: ções, determine as dimensões do retângulo sabendo

19
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
que o comprimento mede (x+6)m e a largura mede (x- 10. Quais os valores reais de y para que as expressões
6)m. y2  3 e 2y  1 sejam iguais?
R: 16 cm e 4 cm
R: y  1  5 ou y  1 - 5
3. Se você multiplicar um número positivo por ele
mesmo e, do resultado, subtrair 9, você obterá 112. 1º e 2º graus, exponencial e
Qual é o número? R: 11 Logarítmica e trigonométrica.

4. Qual deve ser o valor real de y para que as frações EQUAÇÕES DO 1º GRAU
2y  1 y5
e sejam numericamente iguais?
y 2 y3 Uma equação que pode ser escrita na forma ax + b =
0, onde a e b representam números reais conhecidos,
R:  7 com a = 0, e x representa a variável, é chamada de
equação do 1º grau a uma variável.
5. Se você adicionar a cada uma das seguintes expres-
sões um determinado número, elas se transformarão Observe que o expoente de x é igual a 1. Vem daí o
em um trinômio quadrado perfeito. Nessas condições, fato de chamarmos essa equação de 1º grau.
escreva um número para cada expressão: O fator numérico que multiplica a variável é chamado
a) x2  4x R: 4 de coeficiente. Na parcela a x, a representa o coefici-
2 ente.
b) x  20x R: 100
2
c) x  16 x R: 64 Exemplos:
d) x2  14x R: 49 1) 2x + 3 = 0 -> 2x =-3 -> x = -3/2

e) x2  3x R: 9 4 2) x + 1 = 0 -> x = -1/2
2
f) x  7x R: 49 4
3) 5x – 1 = 2x + 2 -> 5x – 2x = 1 + 2
3x = 3 -> x = 1
6. As equações seguintes estão escritas na forma nor-
mal reduzida. Calcule o discriminante  de cada uma e Conjunto universo de uma equação é o conjunto de
identifique o tipo de raízes que cada equação apresen- todos os valores que podem ser atribuídos à variável.
ta. Ele é indicado pela letra U.

a) x2  4x  5  0 R:   36 A equação tem duas Raiz ou solução de uma equação é o valor que, atri-
raízes reais diferentes. buído à variável, torna a sentença verdadeira. O con-
junto das raízes ou soluções de uma equação é chama-
b) x2  8x  20  0 R:   16 A equação não tem
do de conjunto solução e é indicado pela letra S.
raízes reais
c) x2  6x  4  0 R:   52 A equação tem duas Para resolver uma equação do 1º grau, ou seja, para
raízes reais diferentes. achar a sua raiz, ou ainda, para achar seu conjunto
solução, usamos as propriedades da igualdade.
d) 9x2  6x  1  0 R:   0 A equação tem uma
São igualdades literais que se verificam somente
única raiz real para determinados valores atribuídos às variá-
e) 5x2  3x  1  0 R:   11 A equação não tem veis. Problemas do 1º grau podem ser resolvidos
raízes reais com uma variável, ou, no caso de haver 2 vari á-
veis, teremos um sistema do primeiro grau.
7. Encontrar o conjunto-solução de cada equação do 2o
grau abaixo: Exemplos:
a) x2  6x  16  0 R: 2,8
1. Resolver a equação: 4.x + 20 = 0
 5 
b) 6x2  x  5  0 R:  ,1 20
 6  Solução: 4.x = 0 –20  x   5
4
 1
c) 25x2  10x  1  0 R:   2. Resolver a equação: 3. X –7 = 10
 5 Solução: 3.x = 10 + 7
d) 3x2  4x  2  0 R:  3.x = 17  x 
17
e) y 2  16y  64  0 R: 8
3
7 3
3. resolver a equação: 
8. Num Congresso havia 50 pessoas entre homens e x  2  6.x  12
mulheres. Descubra quantas mulheres e quantos ho- Solução: antes de resolver esta equação, observe
mens estavam presentes, sabendo que o produto das que tem uma incógnita no denominador e, porta n-
quantidades dos dois grupos é igual a 621 e que a to, a solução encontrada não deve anular o d e-
quantidade de mulheres é maior do que a quantidade nominador.
de homens. Justifique a resposta pelo método da equa- Multiplicando “em cruz”:
ção do 2o grau.
R: 27 mulheres e 23 homens 3.x  2  7. 6.x  12
9. Determine os valores reais de x para que o valor 3.x  6  42.x  84
numérico da expressão x2  4x seja igual a - 3. 3.x  42.x  84  6
R: x= - 1 ou x= - 3 45.x  90

20
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
90 Indicamos um sistema de inequações por uma das
x 2 seguintes maneiras:
45 1) 2x + 6 > 20 e 2x + 6 < 30

Verificação. Substituindo o valor encontrado na 2) 2x + 6 > 20


equação inicial, observamos que o primeiro d e- 2x + 6 < 30
nominador se anula, logo o resultado encontrado
 
x  2 não pode ser a solução da equação. Por- Resolver o sistema de inequações significa encontrar
tanto: S = 0 todos os valores da variável x que sejam soluções,
PROPRIEDADES DA IGUALDADE simultaneamente, das duas inequações.
Assim, temos:
Dados a, b, e c, números reais 2x + 6 > 20 2x > 20 - 6 2x > 14
1) Se a = b, então a + c = b + c e a - c = b - c x>7
2) Se a = b, então a X c = b X c e a : c = b : c, 2x + 6 < 30 2x < 30 -6 2x < 24
para c  0. x < 12

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÃO DO 1º GRAU A UMA O conjunto solução do sistema é formado por todos
VARIÁVEL os números reais que são maiores que 7 e menores que
12.
Exemplos: Em símbolos:
S = {x  R / x > 7 e x < 12)
1)Achar a solução da equação 2x - 2 = 4, sendo U =
R Vamos localizar os pontos da reta que representam as
soluções reais de cada uma das inequações.
Adicionando 2 aos dois membros da equação, temos:

2x - 2 + 2 = 4 + 2, logo 2x = 4 + 2
Dividindo por 2 os dois membros da equação, temos;
Os pontos assinalados simultaneamente nas duas semi-
2x = 4 + 2 , logo x = 4 + 2 = 3
retas representam a solução do sistema.
2 2 2
Assim, o conjunto solução do sistema está representa-
do na reta real abaixo:
INEQUAÇÃO DO 1º GRAU A UMA VARIÁVEL

Uma inequação que pode ser escrita em uma das se-


guintes formas:
ax + b > 0,
ax + b < 0,
ax + b  0,
SISTEMAS DE EQUAÇÕES DE 1º GRAU
onde a e b são números reais conhecidos, com a  0 e
x variável, é chamada de inequação do 1º grau a Na resolução de sistemas de equações do 1º grau você
uma variável.
já trabalhou com os números naturais, inteiros e racio-
nais.
Exemplos:
Nesta unidade, você vai trabalhar também com os nú-
meros irracionais.
1) 2x + 3 > 0
Considere as seguintes equações do 1ºgrau a duas
2) 3x - 3 > 0 variáveis.
3) 5x + 1 < 2x + 3
4) 1-x>5
aXx+bXy=c
Conjunto universo de uma inequação é o conjunto de
onde a, b e c são números reais conhecidos, com a e b
todos os valores que podem ser atribuídos à variável.
não simultaneamente nulos.
Ele é indicado pela letra U.
mXx+nXy=p
Solução de uma inequação é o valor que, atribuído,
torna a sentença verdadeira. O conjunto das soluções
de uma inequação, chamado de conjunto solução, é onde m, n e p são números reais conhecidos, com m e
indicado pela letra S. n não simultaneamente nulos.
Para resolver uma inequação do 1º grau, ou seja, para
achar as suas soluções, ou ainda, para achar o seu Podemos escrever um mesmo sistema de equações do
conjunto solução, usamos as seguintes propriedades 1º grau, nas variáveis x e y, das seguintes maneiras:
das desigualdades.
1) a X x + b X y = c e mXx+nXy=p
PROPRIEDADES DAS DESIGUALDADES
2) a X x + b X y + c
Dados a, b e c números reais, temos: mXx+nXy=p
1) Se a < b, então a + c < b + c e a - c < b - c
Resolver um sistema é encontrar os números reais x e
Exemplo: y que satisfazem às duas equações. A dupla (x, y) que
6 < 9, então 6 + 4 < 9 + 4 e 6-4<9-4 satisfaz às duas equações é chamada de solução do
sistema.
Resolvendo Sistemas de Inequações do 1º Grau

21
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Assim, x = 1 e y = 2 formam a dupla (1,2), que é a Quando b ou c é igual a zero, ou ambos iguais a zero.
solução do sistema. Exemplos:
3x – 4a = 0, onde: a = 3, b = - 4 e c = 0
2x + 3y = 8 2x2 + 5 = 0, onde: a = 2, b = 0 e c = 5
3x + 2y = 7 3x2 = 0, onde: a = 3, b = 0 e c = 0
O par (1, 2) é a solução do sistema porque substituindo
os valores de x e de y nas equações do sistema encon- 1º caso: b=0
tramos sentenças verdadeiras: Considere a equação do 2º grau incompleta:
2X1+3X2=8
3X1+2X2=7 x²-9=0 » x²=9 » x= » x=

INEQUAÇÕES DO 1º GRAU 2º caso: c=0


Considere a equação do 2º grau incompleta:
Denominamos inequação toda sentença matemática x²-9x=0 » Basta fatorar o fator comum x
aberta por uma desigualdade. x(x-9)=0 » x=0,9
As inequações do 1º grau com uma variável podem
ser escritas numa das seguintes formas: 3º caso: b=c=0
2x²=0 » x=0
, , , ,
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2º GRAU:
como a e b reais .

Exemplos: A resolução de equações do 2º grau incompletas já foi


explicada acima, vamos agora resolver equações do 2º
grau completas, ou seja, do tipo ax²+bx+c=0 com a, b
e c diferentes de zero.

- Uma equação do 2º grau pode ter até 2 raízes reais,


Inequações do 2º grau. que podem ser determinadas pela fórmula de Bháskara.

Para resolvermos essas inequações devemos estudar o Como Bháskara chegou até a fórmula de resolução de
sinal da função do 2º y=ax2+bx+c equações do 2º grau?
Assim resolver a inequação do 2º grau ax2+bx+c>0 Considerando a equação: ax²+bx+c=0, vamos deter-
significa determinar os reais x para os quais a função minar a fórmula de Bháskara:
y=ax2+bx+c tem imagens positivas, (y>0).
Multiplicamos os dois membros por 4a:
EQUAÇÃO DO 2º GRAU 4a²x²+4abx+4ac=0
4a²x²+4abx=-4ac
Denomina-se equação do segundo grau, toda a equa-
ção do tipo ax²+bx+c, com coeficientes numéricos a.b Somamos b² aos dois membros:
e c com . 4a²x²+4abx+b²=b²-4ac
Fatoramos o lado esquerdo e chamamos de (delta)
Exemplos: b²-4ac:
Equação a b c
(2ax+b)²=
x²+2x+1 1 2 1
5x-2x²-1 -2 5 -1 2ax+b=

a representa o coeficiente de x2. 2ax=-b


b representa o coeficiente de x. Logo:
c representa o termo independente.

Exemplos de equações do 2º grau.


5x2 – 3x + 2 = 0 onde: a = 5, b = - 3 e c = 2 ou
x2 + 6x + 9 = 0 onde: a = 1, b = 6 e c = 9
-3x2 + 7x + 1 = 0 onde: a = -3, b = 7 e c = 1
-x2 + 5x – 6 = 0 onde: a = - 1, b = 5 e c = -6
3x2 – 5 = 0 onde: a = 3, b = 0 e c = - 5
x2 + 4x = 0 onde: a = 1, b = 4 e c = 0 Fórmula de Bháskara:

CLASSIFICAÇÃO:

- Completas: ax2 + bx + c = 0
Quando possui os coeficientes a, b e c.
Exemplos:
x2 – 4x – 12 = 0, onde: a = 1, b = - 4 e c = -12
-x2 + 11x – 18 = 0, onde: a = -1, b = 11 e c = - 18
Utilizando a fórmula de Bháskara, vamos resolver al-
- Incompletas: ax2 + bx = 0, ax2 + c = 0 ou ax2 = guns exercícios:
0 1) 3x²-7x+2=0
a=3, b=-7 e c=2
Se um dos coeficientes (b ou c) for nulo, temos uma
equação do 2º grau incompleta. = (-7)²-4.3.2 = 49-24 = 25

22
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Substituindo na fórmula:

e
Logo, o conjunto verdade ou solução da equação é:
Logo, o produto das raízes de uma equação do 2º grau
é dada por:

2) -x²+4x-4=0
a=-1, b=4 e c=-4 Podemos através da equação ax²+bx+c=0, dividir por
a.
= 4²-4.-1.-4 = 16-16 = 0

Substituindo na fórmula de Bháskara:


Obtendo:

»
x=2
Substituindo por e :

Obtendo a Soma e Produto de uma equação do 2º


- Neste caso, tivemos uma equação do 2º grau com grau:
duas raízes reais e iguais. ( )
x² - Sx + P = 0
3) 5x²-6x+5=0 Exemplos:
a=5 b=-6 c=5 1) Determine a soma e o produto das seguintes equa-
ções:
= (-6)²-4.5.5 = 36-100 = -64
a) x² - 4x + 3=0
Note que <0 e não existe raiz quadrada de um [Sol] Sendo a=1, b=-4 e c=3:
número negativo. Assim, a equação não possui nenhu-
ma raiz real.
Logo: » vazio
b) 2x² - 6x -8 =0
PROPRIEDADES: Sendo a=2, b=-6 e c=-8

Duas raízes reais e diferentes


Duas raízes reais e iguais c) 4-x² = 0
Sendo a=-1, b=0 e c=4:
Nenhuma raiz real

Relações entre coeficientes e raízes

Resolução de equações fracionárias do 2º grau:

Equações fracionárias são as que possuem incógnitas


no denominador e o processo de resolução destas
Vamos provar as relações descritas acima: equações é o mesmo das equações não fracionárias.
Exemplos resolvidos:
Dado a equação ax²+bx+c=0, com e ,
suas raízes são:
a) Onde , pois senão anularia o
denominador
Solução: Encontrando o m.m.c dos denominadores: 2x
e

A soma das raízes será:


Então:

Eliminando os denominadores, pois eles são iguais:


»
Logo, a soma das raízes de uma equação do 2º grau é
Aplicando a fórmula de Bháskara:

dada por:

O produto das raízes será:

Logo, x = 2 e x` = 4. » S={2,-4}

23
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
x
3 81
3)   
4 256
x x
b) e 3 81 3 34
Resolução: 4   4 
  256   44
x 4
3 3
Solução: m.m.c dos denominadores: (x-1).(x+2)  4    ; então x  4.
  4
Então:

4) 3x  4 27
4 3
Resolução: 3x  4 27  3x  3
3
Eliminando os denominadores: 3
 3x  3 4 ; logo x 
4
» » »
5) 23x-1 = 322x
* Note que a solução da equação deve ser diferente de
1 e 2, pois senão anularia o denominador, logo a solu- Resolução: 23x-1 = 322x  23x-1 = (25)2x  23x-1 =
ção da equação será somente: 210x ; daí 3x-1=10, de onde x=-1/7.
x=-1 » S={-1}
6) Resolva a equação 32x–6.3x–27=0.
Resolução de equações literais do 2º grau:
Resolução: vamos resolver esta equação através de
Equações literais são as que possuem uma ou mais uma transformação:
letras além da incógnita. 32x–6.3x–27=0  (3x)2-6.3x–27=0
Fazendo 3x=y, obtemos:
Equação a b c y2-6y–27=0 ; aplicando Bhaskara encontramos  y’=-
x² - (m+n)x + p = 0 1 -(m+n) p 3 e y’’=9
Exemplo: Determine o valor da incógnita x. Para achar o x, devemos voltar os valores para a equa-
1) x²-3ax+2a²=0 ção auxiliar 3x=y:
[Sol] Aplicando a fórmula de Bháskara:
y’=-3  3x’ = -3  não existe x’, pois potência de
a=1, b=-3a, c=2a²
base positiva é positiva
y’’=9  3x’’ = 9  3x’’ = 32  x’’=2

Portanto a solução é x=2


,
Logo: x = 2a e x = a » S={a,2a}  EQUAÇÃO LOGARÍTMICA

EQUAÇÕES EXPONENCIAIS Falamos de equação logarítmica quando nos referimos


a uma equação em que a incógnita aparece expressa
Chamamos de equações exponenciais toda num logaritmo.
equação na qual a incógnita aparece em expoente.
Resolução
Exemplos de equações exponenciais: Para resolver equações logarítmicas, dispomos de uma
1) 3x =81 (a solução é x=4) série de propriedades, tais como:
2) 2x-5=16 (a solução é x=9)
3) 16x-42x-1-10=22x-1 (a solução é x=1) • O cálculo do logaritmo de um produto.
4) 32x-1-3x-3x-1+1=0 (as soluções são x’=0 e x’’=1) • O cálculo do logaritmo de um quociente.
• O cálculo do logaritmo de uma potência.
Para resolver equações exponenciais, devemos rea-
lizar dois passos importantes: • O cálculo do logaritmo de uma raiz.
1º) redução dos dois membros da equação a • As mudanças de base de logaritmos.
potências de mesma base; • O uso da função exponencial.
2º) aplicação da propriedade:
• As propriedades que derivam do estudo das funções
logarítmicas.
am  an  mn (a  1 e a  0)
Para ilustrar a resolução das equações logarítmicas,
estruturamos dois exemplos resolvidos. Analisaremos
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS: os diferentes passos seguidos para alcançar a solução.

1) 3x=81
Além disso, assinalamos nos subitens acima os recursos
4 x 4 (propriedades) que utilizaremos em cada passo.
Resolução: Como 81=3 , podemos escrever 3 = 3
E daí, x=4.
Exemplo:
2) 9x = 1
Na equação logarítmica: 2 log x + 2 = log 4x, primeiro
Resolução: 9x = 1  9x = 90 ; logo x=0. agrupamos os termos semelhantes:

24
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
2 log x – log 4x = – 2
2 (x – 3) =
Depois, pela propriedade do cálculo do logaritmo de
uma potência:
e elevando os dois membros ao quadrado:

log x2 – log 4x = – 2
4 (x – 3)2 = 2x

Em seguida, usamos a propriedade do cálculo do loga-


ritmo de um quociente: eliminamos a raiz quadrada.

A partir desse ponto, continuamos operando como nu-


log x2 / 4x = – 2 ma equação de segundo grau qualquer:

Como a função exponencial é a função inversa da fun-


2 (x – 3)2 = x 2x2 – 13x + 18 = 0
ção logarítmica, se a um logaritmo de base 10 aplica-
mos uma exponencial de base 10, ambos desaparecem.
de onde deduzimos que o valor de x pode ser:
Assim,

x = 9/2
exp10 (log x2 / 4x) = exp10(– 2) ou
x=2

Também podemos escrever:


Substituindo o segundo valor na equação logarítmica
original, vemos que:
x2 / 4x = 10 2

log (x – 3) = log (– 1)
A partir daí, desenvolvemos como uma equação qual-
quer:
Pelo estudo da função logarítmica, sabemos que o loga-
ritmo de um número negativo não existe.
Por isso, a solução x = 2 não é válida.
x2 = 4x / 100 25x2– x = 0 x (25x – 1) = 0
EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
de onde deduzimos que o valor de x pode ser: Quando encontramos função trigonométrica
da incógnita ou função trigonométrica de alguma
função da incógnita em pelo menos um dos membros
x = 0, ou x = 1/25 de uma equação, dizemos que esta equação
é trigonométrica.

Substituindo um desses valores na equação logarítmica Exemplos:


inicial, vemos que o log 0 não existe e que, portanto, x
= 0 não é uma solução válida.
1) sen x + cos x = e sen 2x = cos2 x são equações
Exemplo: trigonométricas.

Na equação logarítmica: log 2 + log (x – 3) =


2) x + ( tg 30º) . x2 e x + sen 60º = não
são equações trigonométricas.
log
Dizemos que r é uma raiz ou solução da equação
Utilizamos a propriedade do cálculo do logaritmo de um trigonométrica f(x) = g(x) se r for elemento do domínio
produto: de f e g e se f(r) = g(r) for verdadeira.

log 2 (x – 3) = log Na equação sen x - sen =0, por exemplo, os

Usando a função exponencial, e como ela é a função números são algumas de suas raízes e os
inversa sempre nos dois membros da equação (como
no primeiro exemplo), obtemos:
números não o são.

25
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
O conjunto S de todas as raízes da equação é o O conjunto solução dessa equação será, portanto:
seu conjunto solução ou conjunto verdade.
Quase todas as equações trigonométricas, quando
convenientemente tratadas e transformadas, podem
ser reduzidas a pelo menos uma das três equações Equações Trigonométricas
seguintes:

sen x = sen a cos x = cos a tg x = tg a RESOLUÇÃO DA 3ª EQUAÇÃO FUNDAMENTAL


Ela baseia-se no fato de que, se dois arcos têm a mesma t
Estas são as equações trigonométricas ele- eles são côngruos ou têm suas extremidades simétricas em relação
mentares ou equações trigonométricas fundamen- ciclo trigonométrico.
tais.

RESOLUÇÃO DA 1ª EQUAÇÃO FUNDAMENTAL

Ela baseia-se no fato de que, se dois arcos têm o


mesmo seno, então eles são côngruos ou suplementa-
res.

Logo, podemos escrever que:

Logo, podemos escrever que: O conjunto solução dessa equação será, portanto:

FUNÇÕES
sen x = sen a
Função polinomial do 1º e 2º grau, exponencial,
O conjunto solução dessa equação será, portanto:
logarítmica e trigonométrica.

1 Definição:
Dados dois conjuntos não vazios A e B, uma relação f
de A x B recebe o nome de aplicação de A em B ou
função definida em A com imagens em B se, e somente
se, para todo x  A existe um só y  B tal que (x, y)  f

2 Domínio e Imagem
Toda função f é uma relação binária de A x B, portanto
f tem um domínio e uma imagem.
Chama-se domínio de f o conjunto D dos elementos x 
A para os quais existe y  B tal que (x, y)  f. pela
definição de função, todo elemento de A tem essa pro-
priedade, portanto, nas funções temos:

domínio = conjunto de partida


Chama-se imagem de f o conjunto Im dos elementos y
 B para os quais existe x  A tais que (x, y)  f, por-
tanto:
Logo, podemos escrever que:

imagem é subconjunto do contradomínio


cos x = cos a x = a
Exemplos:
+ 1º) f : x  2x
notando que 2x  IR para todo “x” real, temos:
26
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
D = IR 2) Resolver: |2x – 1| = |x + 3|
|2x – 1| = |x + 3| 
1  2x – 1 = x + 3  x = 4
2º) f : x   2x – 1 = - x – 3  x = -2/3
x
Resposta: S = {4, -2/3}
1
notando que  IR para todo “x” real DIFERENTE DE
x Gráfico
ZERO, temos: Para construir o gráfico da função modular
D = IR* procedemos assim:
1º passo: construímos o gráfico da função onde
f(x)> 0
3º) f : x  x
2º passo: onde a função é negativa, construímos
notando que x  IR para todo “x” real NÃO NEGATI- o gráfico de – f(x) (“rebate” para o outro lado na verti-
VO, temos: cal).
D = IR+ 3º passo: une-se os gráficos
Exemplos:
Equações modulares f(x) = |x|
f(x) = |x – 2|
Toda a equação que contiver a incógnita em um
módulo num dos membros será chamada equação
modular.

Exemplos:

a) | x2-5x | = 1
b) | x+8 | = | x2-3 |

Algumas equações modulares resolvidas:

1) Resolver a equação | x2-5x | = 6.


Resolução: Temos que analisar dois casos:
caso 1: x2-5x = 6
caso 2: x2-5x = -6

Resolvendo o caso 1:
x2-5x-6 = 0 => x’=6 e x’’=-1.
Resolvendo o caso 2:
x2-5x+6 = 0 => x’=3 e x’’=2.
Resposta: S={-1,2,3,6}
2) Resolver a equação | x-6 | = | 3-2x |.
Resolução: Temos que analisar dois casos:
caso 1: x-6 = 3-2x
caso 2: x-6 = -(3-2x)
Resolvendo o caso 1:
x-6 = 3-2x => x+2x = 3+6 =>
3x=9 => x=3
Resolvendo o caso 2:
f(x) = |x2 – 4|
x-6 = -(3-2x) => x-2x = -3+6 => -
x=3 => x=-3
Inequação modular
Resposta: S={-3,3}
|x| > a  x < -a ou x > a
|x| < a  -a < x < a
FUNÇÃO MODULAR
Exemplos:
1) Resolver a inequação: | x – 1| < 4
A função modular f : R -> R é definida
| x – 1| < 4  -4 < x – 1 < 4
por f (x) = |x|, se:
-3 < x < 5
 |x| = x , se x > 0 Resposta: S = {x  R| -3 < x < 5}
 -x , se x < 0, portanto temos que a função
modular é definida por duas sentenças: f (x) 2) Resolver a inequação: | 2x – 3| > 7
= x, se x>0 e f (x) = -x, se x<0. | 2x – 3| > 7 2x – 3 < -7  x < -2
2x – 3 > 7  x > 5
Equação modular Resposta: S = {x  R| x < -2 ou x > 5 }

A equação modular está baseada nas se- 3. FUNÇÃO POLINOMIAL DO 1º GRAU:


guintes propriedades: Se a > 0 e |x| = a, então x = a
ou x = -a; Se a=0 e |x| = 0, então x = 0. É toda função f : IR  IR definida por uma equação do
Exemplos: primeiro grau com duas variáveis: y = ax + b, onde a e
1) Resolver |3x – 2| = 2 b  IR, com a  0. “y” também é grafado como “f(x)”,
 |3x – 1| = 2  3x –1 = 2  x = 1, ou ou seja:
 3x –1 = -2 x = -1/3 y = f(x)
Resposta: S = {1, -1/3}
27
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Exemplos: 4.0
a) y = 3x - 1 (a = 3 e b = - 1)
b) f(x) = -2x (a = -3 e b = 0). 3.0

As funções do primeiro grau também podem ser classi- 2.0

ficadas em:
1.0

3.1 Função Afim:


É quando a  0 e b  0. Exemplo: y = 3x - 1 (a = 3 e b -4.0 -3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0
= - 1) -1.0

3.2 Função Linear: -2.0


É quando a  0 e b = 0. Exemplo: f(x) = -2x.
-3.0

3.3 Função Identidade:


Neste caso, a = 1 e b = 0. Exemplo: y = x -4.0

3.4 Função Constante: O ponto em que a reta “corta” o eixo “x” é chamado de
É quando a = 0 e b  0. Exemplo: y = 4. “raiz” ou “zero” da função. Este ponto é obtido quando
y = 0 na função dada.
3.5 Valor da Função em um Ponto:
Exemplos: Tanto o domínio quanto a imagem de uma função do 1º
a) Dada a função f(x) = 3x - 4, calcular f(4). grau é o conjunto dos nºs reais (IR).
Solução: f(4) = 3 . (4) - 4 = 8
Resposta: f(4) = 8. 3.7 Determinação da função do 1º grau a partir do
seu gráfico:
b) Se f(x - 1) = x + 3, calcule f(2). Exemplo:
Solução: para que x - 1 seja igual a 2 é necessário que: Dado o gráfico abaixo, determinar a função:
x - 1 = 2  x = 3. Então, devemos substituir o “x” por
4.0
“3”:
f(2) = 3 + 3 = 6.
3.0
Resposta: f(2) = 6.
3.6 Gráfico da Função do Primeiro Grau (reta):
2.0
Toda função do primeiro grau é uma reta. Uma reta
fica bem definida com a determinação de dois de seus 1.0
pontos. Assim, devemos “atribuir” dois valores quais-
quer para “x” e calcularmos os correspondentes valores
de “y”. Formamos, desse modo, dois pares ordenados -4.0 -3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0
(x, y), onde “x” é a abcissa e “y” é a ordenada, e mar- -1.0
cando-os no plano cartesiano. Ao unirmos esses dois
pontos (prolongando o traço nos dois sentidos) teremos -2.0
a reta que representa a função dada.
-3.0
Observação: Em toda e qualquer função, o termo
independente representa o ponto em que a curva -4.0
corta o eixo “y”. No caso da reta, esse ponto será
A partir de dois pontos conhecidos no gráfico podemos
dado por “b”.
determinar a função. Por exemplo: os pontos (1, 1) e
(2, 4) (entre outros) estão bem determinados no gráfi-
Exemplo:
co dado. A partir da forma geral da equação do primei-
Construir o gráfico de f(x) = x + 2.
ro grau: y = ax + b, substituímos as coordenadas de
Solução: “atribuindo-se” dois valores para “x” e calcu-
cada ponto, determinando duas equações:
lando-se os respectivos valores de “y”. (veja quadro
1 = a . (1) + b  a + b = 1 (equação 1)
abaixo)
4 = a . (2) + b  2a + b = 4 (equação 2)
x f(x) = x + 2 (x, y)
Temos, assim, um sistema com duas equações e duas
0 f(0) = 0 + 2 = 2 (0, 2) incógnitas (“a” e “b”). Resolvendo o sistema, encon-
2 f(2) = 2 + 2 = 4 (2, 4) tramos: a = 3 e b = -2. Tem-se, desse modo, a função
que determinou o gráfico dado: y = 3x - 2

3.8 Função Crescente e Decrescente


Uma função do 1º grau será CRESCENTE para a  0.
Exemplo: f(x) = 2x + 1
Gráfico:

28
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Uma função do 1º grau será DECRESCENTE para a  0.
Exemplo: f(x) = -x + 3
Gráfico:

3.9 FUNÇÃO DO 2º GRAU (quadrática ou polino-


mial):

Função do 2º grau é toda função da forma y = ax2 + bx


+ c, com a, b e c  IR e a  0. Exemplos:
a) y = x2 + x - 12
b) y = - x2 + 3.x
c) y = x2 - 9 Nota: Quando a concavidade está voltada para cima
d) y = 2.x2 (a>0), o vértice representa o VALOR MÍNIMO da
função. Quando a concavidade está voltada para baixo
Concavidade da parábola (a<0), o vértice representa o VALOR MÁXIMO.

Explicarei esta parte com um simples desenho. Quando o discriminante é igual a zero

Quando o valor de   B2  4ac  0 , o vértice a pará-


bola encontra-se no eixo x. A coordenada y será igual a
zero.

Exemplo: y=f(x)=x²+2x+1
x²+2x+1=0
Os desenhos até que ficaram bonitinhos, mas isso não
importa neste momento. O que nos importa agora é   B2  4ac  (2)2  4.1.1  4  4  0
que quando a>0, a concavidade da parábola está vol-
tada para cima (carinha feliz) e quando a<0, a parábola x=x`=-b/2a+.=-1
está voltada para baixo (carinha triste).
Exemplos: As coordenadas do vértice serão V=(-1,0)

y = f(x) = x² - 4 Gráfico:

Quando o discrimintante é maior que zero

Quando o valor de   B2  4ac  0 , a parábola inter-


y = f(x) = -x² + 4 cepta o eixo x em dois pontos. (São as raízes ou zeros
da função vistos anteriormente).
Exemplo: y = f(x) = x²-4x+3

x²-4x+3=0

  B2  4ac  (4)2  4.1.3  16  12  4  0


x=1, x`=3

Gráfico:

29
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA

a<0 a<0 a<0

3.9.1 Zeros ou Raízes:


São os valores de “x” para os quais y = 0. Teremos,
portanto, uma equação do segundo grau (ax2 + bx + c
= 0), cujas raízes são dadas pela fórmula de Bháskara:

Quando o discriminante é menor que zero  b  b2  4  a  c


x
2a
Quando o valor de   B2  4ac  0 , a parábola não
intercepta o eixo x. Não há raízes ou zeros da função. A fórmula acima pode também ser escrita sob a forma:
b  
Exemplo: y = f(x) = x²-x+2 x , onde o “” é o “discriminante”.
2a
x²-x+2=0
3.9.2 Coordenadas do Vértice:

b 
  B2  4ac  (1)2  4.(1).(2)  1  8  7  0 Fórmulas: xv  e yv 
2a 4a
Gráfico:
3.9.3 Representação Gráfica:
O gráfico de uma função do segundo grau fica bem
definido quando conhecemos seus “zeros” (ou raízes) e
as coordenadas do seu vértice.
Um dos pontos de qualquer função é conhecido pela
simples observação de sua equação: o termo indepen-
dente será o ponto em que a função irá “cortar” o eixo
“y”. No caso da parábola, esse ponto é dado por “c”.

Exemplo: Traçar o gráfico da função: f(x) = x2 - 6.x +


5.
Solução: “zeros” ou raízes da função:
  6    62  4  1  5 . E as raízes são: x’ = 5 e
x
2 1
x” = 1
b
As coordenadas do vértice são: xv  
2a
Resumindo   6 
xv  3
2 1

Um “truque”: a abcissa do vértice é o ponto médio das


raízes.

 1 6
e yv   yv   4 .
4a 4 1
O vértice é, portanto: V(3, -4).
Além disso, sabemos que a função irá cortar o eixo “y”
no ponto 5!
a>0 a>0 a>0
Gráfico:

30
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
6.0 ARCOS E ÂNGULOS EM GRAUS E RADIANO
5.0
Arcos côngruos: Dois arcos são côngruos se a dife-
4.0 rença de suas medidas é um múltiplo de 2.
3.0 Exemplo: Arcos de uma mesma família são côngruos.
2.0
Ângulos: As noções de orientação e medida algébrica
1.0 de arcos podem ser estendidas para ângulos, uma vez
que a cada arco AM da circunferência trigonométrica
-4.0 -3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 corresponde a um ângulo central determinado pelas
-1.0 semi-retas OA e OM.
-2.0 Como no caso dos arcos, podemos considerar dois ân-
gulos orientados um positivo (sentido anti-horário) com
-3.0
medida algébrica a correspondente ao arco AM e outro
-4.0 negativo (sentido horário) com medida b=a-2 corres-
pondente ao arco AM.
3.10 FUNÇÃO EXPONENCIAL: Existem também ângulos com mais de uma volta e as
mesmas noções apresentadas para arcos se aplicam
Função exponencial é toda função f : IR  IR dada por para ângulos.
f(x) = ax para a  0 e a  1 e para todo x real.

3.11 Função Exponencial Crescente:


Neste caso: a  1.

Exemplo: y = 2x.

Gráfico:
Unidades de medida de arcos
6.0
A unidade de medida de arco do Sistema Internacional
5.0 (SI) é o radiano, mas existem outras medidas utilizadas
pelos técnicos que são o grau e o grado. Este último
4.0
não é muito comum.
3.0
Radiano: Medida de um arco que tem o mesmo com-
2.0 primento que o raio da circunferência na qual estamos
1.0
medindo o arco. Assim o arco tomado como unidade
tem comprimento igual ao comprimento do raio ou 1
radiano, que denotaremos por 1 rad.
-4.0 -3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0

-1.0

-2.0

3.12 Função Exponencial Decrescente:


Neste caso: 0  a  1.

x
1
Exemplo: y    .
2
Gráfico:
5.0
Grau: Medida de um arco que corresponde a 1/360 do
4.0 arco completo da circunferência na qual estamos me-
3.0
dindo o arco.

2.0 Grado: É a medida de um arco igual a 1/400 do arco


1.0
completo da circunferência na qual estamos medindo o
arco.
-4.0 -3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0

-1.0 Exemplo: Para determinar a medida em radianos de


um arco de comprimento igual a 12 cm, em uma cir-
-2.0
cunferência de raio medindo 8 cm, fazemos,
-3.0

comprimento do arco(AB) 12
m(AB)= =
TRIGONOMETRIA comprimento do raio 8
Portanto m(AB)=1,5 radianos
Triângulo retângulo, em triângulos quaisquer,
círculo trigonométrico. Relações entre arcos,
equações e inequações.

31
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Arcos de uma volta
Vértice =
Se AB é o arco correspondente à volta completa de Letra Lado Triângulo Medida
Ângulo
uma circunferência, a medida do arco é igual a C=2
r, então: A = Ângu-
a Hipotenusa A=90°
lo reto
comprimento do arco(AB) 2 r
(AB)= = =2 B = Ângulo
b Cateto B<90°
comprimento do raio r agudo
C = Ângulo
c Cateto C<90°
agudo
2 rad=360 graus

Podemos estabelecer os resultados seguintes Assim, no triângulo retângulo BCA (fig. 180), se desig-
narmos os lados respectivamente opostos aos ângulos
A, B, C pelas minúsculas a, b, c, teremos qualquer que
Desenho sejam os comprimentos dos lados:

Grau 90 180 270 360


Grado 100 200 300 400
Radiano /2 3 /2 2
0 graus = 0 grado = 0 radianos
Fig. 180
RELAÇÕES DE CONVERSÃO
2º) Cosseno de um ângulo é a razão entre o cateto
Consideremos um arco AB de medida R em radianos,
adjacente ao ângulo e a hipotenusa. Logo, no triângulo
esta medida corresponde a G graus. A relação entre
retângulo BCA, da figura 180, teremos:
estas medidas é obtida pela seguinte proporção,
2 rad …………… 360 graus
3º) Tangente de um ângulo é razão entre o cateto
R rad …………… G graus
oposto e o cateto adjacente ao ângulo. Na figura 180
temos:
Assim, temos a igualdade R/2 =G/360, ou ainda,
R G 4º) Cotangente de um ângulo é a razão entre o cateto
= adjacente e o cateto ângulo. Na figura 180 teremos:
180
Exemplos 5º) Secante de um ângulo é a razão entre a hipotenusa
Para determinar a medida em radianos de um arco de e o cateto adjacente. Conforme a figura 180, teremos:
medida 60 graus, fazemos.
R 60 6º) Cossecante de um ângulo é a razão entre a hipote-
= nusa e o cateto oposto. De acordo com a figura 180
180 teremos:
Assim R= /3 ou 60 graus= /3 rad
Fórmulas importantes derivadas das definições
Razões trigonométricas das relações trigonométricas
Consideremos o triângulo retângulo B”C”A e
por dois pontos quaisquer B e B’ da hipotenusa trace- 1ª) Em um triângulo retângulo um cateto vale a hipo-
mos as perpendiculares BC e B’C’ ao cateto AC”. Fica- tenusa multiplicada pelo seno do ângulo oposto ou pelo
ram formados os triângulos retângulos BCA, B’C’A, cosseno do ângulo adjacente.
B”C”A que são semelhantes por terem um ângulo agu-
do igual. cateto = hipotenusa x seno do ângulo oposto
cateto = hipotenusa x cosseno do ângulo adjacente
De acordo com a Lei Linear de Tales, teremos:
Consideremos (fig. 181) um triângulo retângulo qual-
quer. Por definição:

Portanto, as razões entre os lados são as mesmas para


todos os triângulos retângulos que têm o mesmo ângu-
2º) Em um triângulo retângulo um cateto vale o outro
lo agudo. Basta conhecer uma dessas razões para fica-
cateto multiplicado pela tangente do ângulo oposto.
rem conhecidas todas as demais, pois essas razões só
cateto = outro cateto x tangente do ângulo oposto
dependem do valor do ângulo sem terem a menor de-
pendência com os comprimentos dos lados.
Consideremos (fig. 181) um triângulo retângulo qual-
quer. Por definição:
Para padronizar o estudo da Trigonometria, adotaremos
as seguintes notações:
3º) sen (90º – x) = cos x
Figura 180
cos (90º – x) = sen x
Convencionou-se chamar essas razões de:
Das definições de seno, cosseno e tangente de um
1º) seno de um ângulo é a razões entre o cateto opos-
ângulo vem:
to ao ângulo e a hipotenusa.
32
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
4ª) sen2 x+cos2 x=1 Solução:
Consideremos um triângulo retângulo no qual um ângu- Dizer que sen x = cos x é o mesmo que dizer que os
lo seja x (fig. 181). De acordo com o teorema de Pitá- catetos do triângulo são congruentes. Logo: trata-se de
goras podemos escrever: c2 + b2 = r2 um triângulo isósceles e o ângulo agudo mede 45º.

Por definição: vem que sen2 x + cos2 x = 1 4) Sendo x, do 2º quadrante e cos x = 3 23, calcu-
le tg x e cosec x. 16
5ª) Em um triângulo qualquer o quadrado de um lado é
igual à soma dos quadrados dos dois outros menos o Solução:
duplo produto desses outros pelo cosseno do ângulo O cosseno sendo a razão entre o lado adjacente ao
que eles formam. ângulo e a hipotenusa, teremos pelo teorema de Pitá-
goras:
Sabemos da Geometria que (fig. 182)
r2 = b2 + c2 + 2c.m (cateto oposto)2 = 162 — (3 23 )2

logo: 256 — 207

cateto oposto = 49 = 7

Logo:
tg x = cateto oposto = 7 = 7 23 2
cateto adjacente 3 23 69

cosec x = hipotenusa = 16
cateto oposto 7
Logo: m = b.cos (180º – x) = -b cos x
vem que: r2 = b2 + c2 – 2bc cos x
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:
Funções circulares
1) Sendo o valor absoluto de sen A igual a 3/5, calcule
o valor absoluto de sec A. As funções circulares constituem o objeto fundamental
da trigonometria circular e são importantes devido à
sua periodicidade pois elas podem representar fenôme-
Solução: nos naturais periódicos, como as variações da tempera-
Na figura 183, se sen A = 3/5 significa que o cateto tura terrestre, o comportamento ondulatório do som, a
oposto ao ângulo A mede 3 e a hipotenusa 5 (referidos pressão sanguínea no coração, os níveis de água dos
à mesma unidade). oceanos, etc.

Pelo teorema de Pitágoras, calcula-se outro cateto: 4. Funções reais


Por definição de secante:
Devemos ter um bom conhecimento das definições e
sec A = hipotenusa = 5 2 propriedades que caracterizam a teoria de funções
cateto oposto 4 reais, iniciaremos então com a definição de funções.

Função: Dados dois conjuntos não vazios A e B, uma


função f de A em B, é uma correspondência que associa
a cada elemento de A um único elemento de B.

O conjunto A é denominado o domínio de f, o conjunto


B é denominado contradomínio de f. O elemento y de B
que corresponde ao elemento x de A de acordo com a
lei f, é denominado imagem de x por f e é indicado por
y=f(x).

O conjunto de todos elementos de B que são imagem


de algum elemento de A é denominado conjunto Ima-
gem de f.

2) Porque o seno e o cosseno de um ângulo nunca po- Uma função f é denominada função real de variável
derão ser maiores que 1? real, se o domínio e contradomínio de f são subconjun-
tos do conjunto dos números reais.
Solução:
Função periódica: Uma função real f, com domínio
Sendo o seno e o cosseno razões de numeradores me- em A subconjunto da reta real, é dita periódica se,
nores que os denominadores (pois a hipotenusa é mai- existe um número real positivo T, tal que para todo x
or que qualquer cateto), a razão é representada por em A, vale
uma fração própria.
f(x+T) = f(x)
3) Classifique o triângulo retângulo, quanto aos lados,
quando o seno de um de seus ângulos agudos for igual
ao cosseno do mesmo ângulo agudo.
33
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Podem existir muitos números reais T com esta propri- Segue uma tabela com valores de f no intervalo [0,2
edade, mas o menor número positivo T, que satisfaz a ].
esta condição recebe o nome de período fundamental.
3 3
Exemplo: A função real definida por f(x)=x-[x], onde x 0 /4 /2 5 /4 7 /4 2
/4 /2
[x] é a parte inteira do número real x que é menor ou
igual a x. Esta função é periódica de período fundamen- -
y 1 ½ 0 ½ -1 0 ½ 1
tal T=1. ½

Função limitada: Uma função f de domínio A contido


Gráfico: O segmento Ox, que mede cos(x), é a projeção
em R é limitada, se existe um número real positivo L,
do segmento OM sobre o eixo horizontal OX.
tal que para todo x em A, valem as desigualdades:

-L < f(x) < L


Esta última expressão pode ser escrita como |f(x)|<L.

Exemplo: A função real f(x)=2x/(1+x²) é limitada pois:


-1 < x/(1+x²) < 1

Funções pares e ímpares


Função par: Uma função f é uma função par, se para
todo x do domínio de f:
Função tangente
f(-x) = f(x) Como a tangente não existe para arcos da forma
Funções pares são simétricas em relação ao eixo verti- (k+1) /2 onde k está em Z, estaremos considerando o
cal OY. conjunto dos números reais diferentes destes valores.
Definimos a função tangente como a relação que asso-
Exemplo: A função real definida por f(x)=x² é par. cia a este x real, a tangente de x, denotada por tan(x).

Função ímpar: Uma função f é uma função ímpar, se sen(x)


para todo x do domínio de f: f(x) = tan(x) =
cos(x)
f(-x) = -f(x)
Segue uma tabela com valores de f no intervalo [0,2
Funções ímpares são simétricas em relação à origem
].
(0,0) do sistema de eixos cartesiano.

Exemplo: A função real definida por f(x)=x³ é ímpar. x 0 /4 /2 3 /4 5 /4 3 /2 7 /4 2


não não
Função seno y 0 1 -1 0 1 -1 0
existe existe
Dado um ângulo de medida x, a função seno é a rela-
ção que associa a cada x em R, o seno do ângulo x,
Gráfico: O segmento AT, mede tan(x).
denotado pelo número real sen(x). A função é denotada
por f(x)=sen(x) ou y=sen(x).

Segue uma tabela com valores de f no intervalo [0,2


].

x 0 /4 /2 3 /4 5 /4 3 /2 7 /4 2

½ - -
y 0 1 ½ 0 -1 0
½ ½
Pelo gráfico, notamos que quando a medida do arco AM
Gráfico: Na figura, o segmento Oy' que mede sen(x), é está próximo de /2 (ou de - /2), a função tangente
a projeção do segmento OM sobre o eixo OY. cresce muito rapidamente, pois a reta que passa por
OM tem coeficiente angular cada vez maior vai se tor-
nando cada vez mais vertical e a interseção com a reta
t vai ficando mais distante do eixo OX.

Função cotangente

Como a cotangente não existe para arcos da forma


(k+1) onde k é um inteiro, estaremos considerando o
conjunto dos números reais diferentes destes valores.
Função cosseno Definimos a função cotangente como a relação que
Dado um ângulo de medida x, a função cosseno é a associa a cada x real, a cotangente de x, denotada por:
relação que associa a cada x em R o número real cos(x)
cos(x). Esta função é denotada por f(x)=cos(x) ou f(x)=cot(x)=
y=cos(x). sen(x)

34
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Segue uma tabela com valores de f no intervalo [0,2 1
]. f(x)=csc(x)=
sen(x)
3 5 3 7
x 0 /4 /2 2
/4 /4 /2 /4 Segue uma tabela com valores de f no intervalo [0,2
não não não ].
y 1 0 -1 1 0 -1
existe existe existe
x 0 /4 /2 3 /4 5 /4 3 /2 7 /4 2
Gráfico: O segmento Os' mede cot(x). não não não
y 1 - -1 -
existe existe existe

Gráfico: O segmento OU mede csc(x).

Observando no gráfico o que ocorre quando a medida


do arco AM está próxima de (ou - ), podemos veri-
ficar que o gráfico da função cotangente cresce muito
rapidamente, pois a reta que passa por OM vai ficando
cada vez mais horizontal e a sua intersecção com a reta
s vai se tornando muito longe. Quando x assume valores próximos de 0 , ou de 2 ,
sen(x) se aproxima de zero e a fração 1/sen(x) em
Função secante valor absoluto, tende ao infinito.

Como a secante não existe para arcos da forma (2k+1) Identidades trigonométricas básicas
/2 onde k em Z, estaremos considerando o conjunto
dos números reais diferentes destes valores. Definimos Conceito
a função secante como a relação que associa a este x Uma identidade trigonométrica é uma equação envol-
real, a secante de x, denotada por sec(x). vendo funções trigonométricas e que é verdadeira para
todos os valores das variáveis envolvidas. Estas identi-
1
dades são úteis sempre que expressões envolvendo
f(x)=sec(x)=
funções trigonométricas tem que ser simplificadas.
cos(x)
Geralmente é possível aproveitar as características
cíclicas das funções para modificar o seu comportamen-
Segue uma tabela com valores de f no intervalo [0,2 to, transformando uma ou mais funções trigonométri-
]. cas em outras operadas de forma que apresentem o
mesmo resultado da função original.
3 5 7 Identidade relacional básica.
x 0 /4 /2 3 /2 2
/4 /4 /4
Uma vez que no ciclo trigonométrico com ângulo po-
não - não
y 1 - -1 1 demos encontrar as coordenadas fazendo
existe existe
e , podemos verificar que
Gráfico: O segmento OV mede sec(x).
estas coordenadas e a distância entre a orígem e
o ponto formam um triângulo retângulo. Sendo
esta distância unitária, temos:

Portanto:

Uma identidade fundamental na trigonometria, que


realiza um papel muito importante em todas as áreas
da Matemática e também das aplicações é:
Quando x assume valores próximos de /2 ou de 3 sin²(a) + cos²(a) = 1
/2, cos(x) se aproxima de zero e a fração 1/cos(x) em
valor absoluto, tende ao infinito. que é verdadeira para todo ângulo a.
Função cossecante Necessitaremos do conceito de distância entre dois
pontos no plano cartesiano, que nada mais é do que a
Como a cossecante não existe para arcos da forma k relação de Pitágoras. Sejam dois pontos, A=(x',y') e
onde k em Z, estaremos considerando o conjunto dos B=(x",y").
números reais diferentes destes valores. Definir a fun-
ção cossecante como a relação que associa a este x
real, a cossecante de x, denotada por csc(x)

35
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
AT OA
=
MN ON

Como AT=|tan(a)|, MN=|sen(a)|, OA=1 e


ON=|cos(a)|, para todo ângulo a, 0<a<2 com a
/2 e a 3 /2 temos

sen(a)
Definimos a distância entre A e B, denotando-a por tan(a) =
d(A,B), como: cos(a)

Fórmulas de adição, subtração, duplicação e bis-


secção de arcos

Se M é um ponto da circunferência trigonométrica, Cosseno da soma


cujas coordenadas são indicadas por (cos(a),sen(a)) e
a distância deste ponto até a origem (0,0) é igual a 1. Seno da soma
Utilizando a fórmula da distância, aplicada a estes pon-
tos, d(M,0)=[(cos(a)-0)²+(sen(a)-0)²]1/2, de onde
segue que 1=cos²(a)+sin²(a).
Sabemos que . A partir disto e
sendo , obtemos:

Utilizando a fórmula do cosseno da diferença de dois


arcos nessa última expressão:

Segunda relação fundamental

Outra relação fundamental na trigonometria, muitas


vezes tomada como a definição da função tangente, é Substituindo e
dada por:

sen(a) nesta expressão, então:


tan(a) =
cos(a)

Deve ficar claro, que este quociente somente fará sen-


Tangente da soma
tido quando o denominador não se anular.

Se a=0, a= ou a=2 , temos que sen(a)=0, impli-


cando que tan(a)=0, mas se a= /2 ou a=3 /2, segue
Sabendo que e utilizando as fórmulas
que cos(a)=0 e a divisão acima não tem sentido, assim
anteriores para soma de senos e cossenos, podemos
a relação tan(a)=sen(a)/cos(a) não é verdadeira para
facilmente conseguir uma expressão para
estes últimos valores de a.
:
Para a 0, a , a 2 , a /2 e a 3 /2,
considere novamente a circunferência trigonométrica
na figura seguinte.

Então:

Vale lembrar que essa fórmula só pode ser usada se

Os triângulos OMN e OTA são semelhantes, logo:

36
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA

, porque a relação

só é válida se e somente se . Simplificando, temos:


Cotangente da soma

Como , podemos obter, de maneira Pelos motivos já citados anteriormente, esta fórmula só
semelhante à formula da tangente da soma, uma ex-
é válida se e
pressão para :

Cotangente da diferença

Simplificando, temos: Mais uma vez, usaremos a igualdade

e, desta vez, a fórmula da


cotangente da soma:

Como é válida se e somente se

, a identidade que demonstramos


Logo, obtemos a identidade:
acima só pode ser usada se e
.

Subtração de arcos
Está fórmula só pode ser aplicada se

Cosseno da diferença e .

Multiplicação de arcos
Para calcular , fazemos uso da igualda-
É possível deduzir fórmulas para calcular as funções
de na fórmula do cosseno da
soma, conforme a seguir: trigonométricas de , utilizando as fórmu-
las obtidas para a soma de arcos e fazendo

, conforme será
mostrado adiante.

Cosseno
Usando a fórmula do cosseno da soma, temos:
Então:

Logo, utilizando a Identidade relacional básica, pode-


Seno da diferença mos obter duas fórmulas finais:

Podemos fazer a mesma substituição da igualdade


ou
para encontrar as outras relações de
diferença de arcos. Para o seno, usaremos a fórmula do
seno da soma e a igualdade citada acima, conforme a
seguir:


Logo,

Utilizando a Identidade relacional básica e trabalhando


algebricamente, temos:

Tangente da diferença
Expressões para são obtidas
por processos semelhantes.
Usando novamente a igualdade
Seno
e, desta vez, a fórmula da Ultilizando a fórmula do seno da soma:
tangente da soma:

37
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Então, temos: Tangente

Finalmente, sabendo que , temos:


Utilizando a Identidade relacional básica:


Logo:
 LEI DOS SENOS E DOS COSSENOS
Expressões para são obtidas por Seja um triângulo qualquer, como o que aparece na
processos semelhantes. figura ao lado, com lados a, b e c, que são os lados
opostos aos ângulos A, B e C, respectivamente. O quo-
Tangente
ciente entre a medida de cada lado e o seno do ângulo
oposto a este lado é uma constante igual a 2R, em que
A partir da fórmula da tangente da soma:
R é o raio da circunferência circunscrita ao triângulo,
isto é:

a b c
 = = =2R
Logo: sen(A) sen(B) sen(C)


Ao substituímos a fórmula anterior para e Demonstração: Para simplificar as notações iremos
simplificarmos, obtemos como fórmula final: denotar o ângulo correspondente a cada vértice pelo
nome do vértice, por exemplo para o triângulo de vérti-
ces ABC os ângulos serão A, B e C respectivamente,
assim quando escrevermos sen(A) estaremos nos refe-
rindo ao seno do ângulo correspondente ao vértice A.
Expressões para são obtidas por Seja ABC um triângulo qualquer, inscrito numa circun-
processos semelhantes. ferência de raio R. Tomando como base do triângulo o
lado BC, construímos um novo triângulo BCA', de tal
BISSECÇÃO DE ARCOS modo que o segmento BA' seja um diâmetro da circun-
Cosseno ferência. Este novo triângulo é retângulo em C.
Vamos utilizar as duas fórmulas que encontramos para
a fim de que, dado o cosseno de uma arco

qualquer, possamos obter ou . Para


isto, consideraremos .

A partir de :


Temos três casos a considerar, dependendo se o triân-
gulo ABC é acutângulo, obtusângulo ou retângulo.

1. Triângulo acutângulo: Os ângulos correspondentes


Seno aos vértices A e A' são congruentes, pois são ângulos
inscritos à circunferência que correspondem a um
A partir de , temos: mesmo arco BC. Então:

38
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA

a b c
sen(A)=sen(
sen(A')=sen(A)= sen(B)= , sen(C)= e
/2)=1
2R a a

isto é, Como, neste caso a=2R, temos,

a b c
a = =
=2R sen(A) sen(B) sen(C)
sen(A)
Lei dos Cossenos
Repetindo o mesmo processo para as bases AC e AB,
encontraremos os outros quocientes Em um triângulo qualquer, o quadrado da medida de
um lado é igual a diferença entre a soma dos quadra-
b c dos das medidas dos outros dois lados e o dobro do
= =2R produto das medidas desses lados pelo cosseno do
sen(B) sen(C) ângulo formado por estes lados.
2. Triângulo obtusângulo: Se A e A' são os ângulos que a² = b² + c² - 2bc cos(A)
correspondem aos vértices A e A', a relação entre eles b² = a² + c² - 2ac cos(B)
é dada por A'= -A, pois são ângulos inscritos à circun- c² = a² + b² - 2ab cos(C)
ferência correspondentes a arcos replementares BAC e
BA'C. Então

Demonstração: Temos três casos a considerar, depen-


dendo se o triângulo ABC é acutângulo, obtusângulo ou
retângulo.

1. Triângulo retângulo: Se o triângulo ABC é retângulo,


com ângulo reto no vértice A. A relação
a
a² = b² + c² - 2bc cos(A)
sen( -A)= = sen( -A)
2R
recai no teorema de Pitágoras.
isto é,
a² = b² + c²
a uma vez que cos(A)=cos( /2)=0.
=2R
2. Triângulo acutângulo: Seja o triângulo ABC um tri-
sen(A)
ângulo acutângulo com ângulo agudo correspondente
ao vértice A, como mostra a figura.
Repetindo o mesmo processo para as bases AC e AB,
encontraremos os outros quocientes

b c
= =2R
sen(B) sen(C)

3. Triângulo retângulo: Como o triângulo ABC é


um triângulo retângulo, é imediato que
4.

Seja o segmento de reta HC perpendicular ao lado AB


(altura do triângulo relativa ao lado AB), passando pelo
39
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
vértice C. Aplicando o Torema de Pitágoras no triângulo Conjuntos de objetos de qualquer natureza, organiza-
CHB, temos: dos ou escritos numa ordem bem determinada.

a² = h²+(c-x)² = h²+(c²-2cx+x²) = Para representar uma seqüência, escrevemos seus


=(h²+x²)+c²-2cx (Eq.1) elementos, ou termos, entre parênteses.

No triângulo AHC, temos que b²=h²+x² e também É importante destacar que, ao contrário do que ocorre
cos(A)=x/b, ou seja, x = b cos(A) num conjunto, qualquer alteração na ordem dos ele-
Substituindo estes resultados na equação (Eq. 1), ob- mentos de uma seqüência altera a própria seqüência.
temos:
Exemplos:
a²=b² + c² - 2bc cosA
a) O conjunto (janeiro, fevereiro, março, abril... de-
3. Triângulo obtusângulo: Seja o triângulo obtusângulo zembro) é chamado seqüência ou sucessão dos meses
ABC com o ângulo obtuso correspondente ao vértice A, do ano.
como mostra a figura.
b) O conjunto ordenado (0, 1, 2, 3, 4, 5...) é chamado
seqüência ou sucessão dos números naturais.

Uma seqüência ou sucessão é um conjunto finito ou


infinito de elementos de qualquer natureza organizados
ou escritos numa ordem bem determinada. Uma se-
qüência genérica pode ser representada por (a1; a2;
a3; a4; ...; an; ...), com n  N*.

Três termos consecutivos de uma seqüência podem ser


representados por:
an - 1, an, an + 1, em que an - 1 é o antecessor de an e
Seja o segmento de reta HC perpendicular ao lado AB an + 1 é o sucessor de an.
(altura do triângulo relativa ao lado AB), passando pelo
vértice C. Aplicando o Torema de Pitágoras no triângulo Uma seqüência numérica pode ser definida por uma
CHB, temos que: fórmula, que permite calcular qualquer um de seus
termos. Essa fórmula recebe o nome de lei de forma-
a² = h²+(c+x)² = h²+(c²+2cx+x²) = ção.
=(h²+x²)+c²+2cx (Eq.2)
SEQÜÊNCIAS NUMÉRICAS
No triângulo AHC, temos que b²=h²+x² e também:
É o conjunto de elementos dispostos em uma determi-
nada ordem. Ex: {Domingo, Segunda, Terça, Quarta,
cos(D)=x/b=cos( -A)=-cos(A), então, x = -b cos(A)
Quinta, Sexta, Sábado}.
Substituindo estes resultados na equação (Eq.2), ob-
Seqüência numérica:
temos:
a² = b² + c² - 2bc cos(A) É um conjunto de números dispostos em uma determi-
nada ordem. Ex: {2, 6, 12, 40, 58, 70}.
As expressões da lei dos cossenos podem ser escritas
na forma Representação Matemática:
b²+c²- a²+c²- a²+b²- (a1, a2, a3, a4, a5, ........., an-1, an)
a² b² c² a1: 1º termo (a índice 1)
cos(A)= ,cos(B)= ,cos(C)=
a2: 2º termo (a índice 2)
2bc 2ac 2ab a3: 3º termo (a índice 3)
a4: 4º termo (a índice 4)
Área de um triângulo em função dos lados a5: 5º termo (a índice 5)
Existe uma fórmula que permite calcular a área de um an: n-ésimo termo (a índice n)
triângulo conhecendo-se as medidas de seus lados. Se
a, b e c são as medidas dos lados do triângulo, p a Uma seqüência pode ser:
metade do perímetro do triângulo, isto é: 2p=a+b+c,
então, Finita (2, 4, 6, 8, 10)
Infinita (3, 7, 12, 18...)
S = R[p(p-a)(p-b)(p-c)]
onde R[z] é a nossa notação para a raiz quadrada de Exemplos:
z>0.
a) (3, 6, 9, 12) é uma seqüência finita.
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS b) (5, 10, 15...) é uma seqüência infinita.

REPRESENTAÇÃO DE UMA SEQÜÊNCIA


Progressão Aritmética (PA) e Geométrica (PG)
A representação matemática de uma sucessão é dada
Seqüências ou sucessões da seguinte forma:

DEFINIÇÃO (a1, a2, a3, ...an-1, an), em que:

40
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
· a1 é o primeiro termo; Conceito:
Progressão Aritmética é uma sucessão numérica na
· a2 é o segundo termo; qual cada termo, a partir do segundo, e formado pelo
termo anterior acrescido de uma constante, chamada
· an é o enésimo termo. razão.

Aplicação Notação:
a1, a2, a3,..., an 
Dada a seqüência (2, 4, 6, 8, 10), calcular:
Fórmula do Termo Geral
a) a3 b) a2+ 3a1
an  a1  n  1  r
Solução:
onde: an é o “n-ésimo” termo; a1 é o primeiro termo;
a) a3 é o terceiro termo; logo, a3 = 6.
n é o número de termos e r é a razão.
b) a2+ 3a1 = 4 + 3.2 = 4 + 6 = 10.
Fórmula da Soma dos Termos
Determinação de uma seqüência:
Obter a seqüência onde an = 5n – 4 (lei de formação) e Sn 
a1  an   n
n E {1, 2, 3, 4, 5, 6}. 2

Resolução: S = {1, 6, 11, 16, 21, 26} Exemplo:


Uma gráfica cobra R$ 500,00 para imprimir 100 (cem)
para n = 1 a1 = 5 . 1 – 4 = 1 cartões de apresentação. Para cada centena adicional
para n = 2 a2 = 5 . 2 – 4 = 6 ela cobra R$ 25,00 a menos do que a precedente.
para n = 3 a3 = 5 . 3 – 4 = 11 Assim sendo, o custo para imprimir 1.200 cartões será:
para n = 4 a4 = 5 . 4 – 4 = 16
a) R$ 6.000,00 b) R$ 5.725,00 c) R$ 5.700,00
para n = 5 a5 = 5 . 5 – 4 = 21
d) R$ 4.350,00 e) R$ 4.200,00
para n = 6 a6 = 5 . 6 – 4 = 26
Solução:
Progressões aritméticas e geométricas. Temos uma P. A., na qual a1  500 , n  12 , r  25 .

Devemos calcular S12 , ou seja, o custo das 12 dúzias.


É o conjunto de elementos dispostos em uma determi-
nada ordem. Ex: {Domingo, Segunda, Terça, Quarta, S12 
a1  a12   12  S12  6  a1  a12 
Quinta, Sexta, Sábado}. 2
Precisamos calcular antes o valor de a12 :
 Seqüência numérica:
an  a1  n  1  r
É um conjunto de números dispostos em uma
determinada ordem. Ex: {2, 6, 12, 40, 58, 70}. a12  500  12  1   25  225
Completando o cálculo da soma...
 Representação Matemática: S12  6  500  225  S12  4350
(a1, a2, a3, a4, a5, ........., an-1, an)
a1: 1º termo (a índice 1) Resposta: letra d.
a2: 2º termo (a índice 2)
a3: 3º termo (a índice 3)  PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
a4: 4º termo (a índice 4)
a5: 5º termo (a índice 5) Conceito:
an: n-ésimo termo (a índice n)
Progressão Geométrica é uma sucessão numérica na
 Uma seqüência pode ser: qual cada termo, a partir do segundo, é formado pelo
Finita (2, 4, 6, 8, 10) termo anterior multiplicado por uma constante,
chamada razão.
 Infinita (3, 7, 12, 18...)
Notação:
 Determinação de uma seqüência: a1, a2, a3,..., an 
Obter a seqüência onde an = 5n – 4 (lei de
formação) e n E {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Fórmula do Termo Geral
an  a1  qn 1
Resolução: S = {1, 6, 11, 21, 26}
onde: an é o “n-ésimo” termo; a1 é o primeiro termo;
para n = 1 a1 = 5 . 1 – 4 = 1 n é o número de termos e q é a razão.
para n = 2 a2 = 5 . 2 – 4 = 6
para n = 3 a3 = 5 . 3 – 4 = 11 Fórmulas da Soma dos Termos
para n = 4 a4 = 5 . 4 – 4 = 16
para n = 5 a5 = 5 . 5 – 4 = 21 P. G. Finita
para n = 6 a6 = 5 . 6 – 4 = 26
a1   qn  1
Sn   
 PROGRESSÕES ARITMÉTICAS q 1

41
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
P. G. Infinita 2 1 1
 1  1 5
a1 2) para k = 2  5      5      
S   6  6 6
1q
3 1 2
 1  1 5
3) para k = 3  5      5     
Neste caso, devemos ter 0  q  1 OU  1  q  0  6  6 36
Dividindo o segundo termo pelo primeiro, encontramos
Observações: 1
 . Dividindo o terceiro termo pelo segundo, também
6
1) Se q < 0, a P. G. é alternada. Se a1  0 , todos
1
os termos de ordem ímpar serão positivos e todos os encontramos  , que é a razão da P. G. Como esta
6
termos de ordem par serão negativos. Por outro lado, razão é negativa, sabemos que se trata de uma P. G.
se a1  0 , todos os termos de ordem ímpar serão alternada. Além disto, para 1  q  0 :
negativos e todos os termos de ordem par serão a1 5 5 30
S   S   
positivos.; 1q  1 1 7
1     1
2) Se 0  q  1 , a P. G. é decrescente para a1  0 e  6 6
crescente para a1  0 Resposta: letra c.
3) Se q = 1, a P. G. é constante ou monótona;
4) Se q > 1, a P. G. é decrescente para a1  0 e MATRIZES E DETERMINANTES

crescente para a1  0 .
MATRIZES
Exemplos:
Matriz de ordem m x n: Para os nossos propósitos,
1) Questão 20 – Rac. Lógico – OUT/2000
podemos considerar uma matriz como sendo uma tabe-
la retangular de números reais (ou complexos) dispos-
Considere as seguintes sentenças:
tos em m linhas e n colunas. Diz-se então que a matriz
I- “Na progressão geométrica em que a1  0 e q < 0, tem ordem m x n (lê-se: ordem m por n).
todos os outros termos são negativos”. Exemplos:
II - “Existe uma progressão geométrica em que a1  0 A = (1 0 2 -4 5)  Uma linha e cinco colunas (matriz
e a20  0 ”. de ordem 1 por 5 ou 1 x 5)
III - “Se a razão q de uma progressão geométrica é tal
que q > 1, então ela é crescente”.

IV - Existe uma progressão geométrica de números


reais em que a3  0 e a21  0 B é uma matriz de quatro linhas e uma coluna, portanto
a) V, V, V, F b) V, F, V, V c) V, F, F, V de ordem 4 x 1.
d) F, V, F, F e) F, F, V, F Notas:

Solução: 1) se m = n, então dizemos que a matriz é quadrada de


I - FALSO! Vide observação “1”do quadro acima. ordem n.
II - VERDADEIRO! Vide observação “2” do quadro
acima. Exemplo:
III - FALSO! Vide observação “4” do quadro acima.
IV - FALSO! Vide observação “1” do quadro acima (se
um termo de ordem ímpar em uma P. G. alternada for
negativo, todos os outros também o serão!)
Resposta: letra d.

2) Questão 18 – Rac. Quantitativo – OUT/2000


k 1
A matriz X é uma matriz quadrada de ordem 3x3, dita
  1 simplesmente de ordem 3.
Com relação à soma da série infinita  5     ,
i 1  6 
pode-se dizer que: 3) Uma matriz A de ordem m x n, pode ser indi-
30 cada como A = (aij)mxn, onde aij é um elemento
a) não existe. B) é igual a 5 c) é igual a da linha i e coluna j da matriz.
7
4)
35 6
d) é igual a e) é igual a Assim, por exemplo, na matriz X do exemplo anterior,
6 7 temos a23 = 2, a31 = 4, a33 = 3, a31 = 4, a3,2 = 5, etc.
Solução:
Se o leitor não perceber que se trata de uma P. G. al- 3) Matriz Identidade de ordem n: In = (aij )n x n onde aij
1 = 1 se i = j e aij = 0 se i j .
ternada infinita com a1  5 e q   , poderá chegar a
6
essa conclusão escrevendo três termos da seqüência Assim a matriz identidade de 2ª ordem ou seja de or-
dada: dem 2x2 ou simplesmente de ordem 2 é:
1 1 0
 1  1
1) para k = 1  5      5     5
 6  6

42
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
A matriz identidade de 3ª ordem ou seja de ordem 3x3 Observe que o produto de uma matriz de ordem 3x2
ou simplesmente de ordem 3 é: por outra 2x3, resultou na matriz produto P
de ordem 3x3.

Nota: O produto de matrizes é uma operação não co-


mutativa, ou seja: A x B  B x A

DETERMINANTES
t
4) Transposta de uma matriz A: é a matriz A obtida de
Entenderemos por determinante, como sendo um nú-
A permutando-se as linhas pelas colunas e vice-versa.
mero ou uma função, associado a uma matriz quadra-
Exemplo:
da, calculado de acordo com regras específicas.

É importante observar, que só as matrizes quadradas


possuem determinante.
Regra para o cálculo de um determinante de 2ª ordem.
Dada a matriz quadrada de ordem 2 a seguir:

A matriz At é a matriz transposta da matriz A.

Notas:
4.1) se A = At , então dizemos que a matriz A é simé-  O determinante de A será indicado por det(A) e
trica. calculado da seguinte forma :
 det (A) =  A = ad - bc
4.2) Se A = - At , dizemos que a matriz A é anti-
simétrica. Exemplo:
É óbvio que as matrizes simétricas e anti-simétricas são
quadradas.

4.3) sendo A uma matriz anti-simétrica, temos que A +


At =0 (matriz nula). Ora, senx.senx + cosx.cosx = sen2x + cos2x = 1 (Rela-
ção Fundamental da Trigonometria ) . Portanto, o de-
Produto de matrizes terminante da matriz dada é igual à unidade.
Para que exista o produto de duas matrizes A e B, o Regra para o cálculo de um determinante de 3ª ordem
número de colunas de A, tem de ser igual ao número (Regra de SARRUS).
de linhas de B.
Amxn x Bnxq = Cmxq SARRUS (pronuncia-se Sarrí), cujo nome completo é
Pierre Frederic SARRUS (1798 - 1861), foi professor na
Observe que se a matriz A tem ordem m x n e a matriz universidade francesa de Strasbourg. A regra de SAR-
B tem ordem n x q, a matriz produto C tem ordem m x RUS foi provavelmente escrita no ano de 1833.
q.
Para o cálculo de um determinante de 3ª ordem pela
Vamos mostrar o produto de matrizes com um exem- Regra de Sarrus, proceda da seguinte maneira:
plo:
1 - Reescreva abaixo da 3ª linha do determinante, a 1ª
e 2ª linhas do determinante.

2 - Efetue os produtos em "diagonal", atribuindo sinais


negativos para os resultados à esquerda e sinal positivo
para os resultados à direita.
Onde L1C1 é o produto escalar dos elementos da linha
1 da 1ª matriz pelos elementos da coluna1 da segunda 3 - Efetue a soma algébrica. O resultado encontrado
matriz, obtido da seguinte forma: será o determinante associado à matriz dada.

L1C1 = 3.2 + 1.7 = 13. Analogamente, teríamos para Exemplo:


os outros elementos:
L1C2 = 3.0 + 1.5 = 5
L1C3 = 3.3 + 1.8 = 17
L2C1 = 2.2 + 0.7 = 4
L2C2 = 2.0 + 0.5 = 0
L2C3 = 2.3 + 0.8 = 6 Portanto, o determinante procurado é o número real
L3C1 = 4.2 + 6.7 = 50 negativo - 77.
L3C2 = 4.0 + 6.5 = 30
L3C3 = 4.3 + 6.8 = 60, e, portanto, a matriz produto Principais propriedades dos determinantes
será igual a: P1) somente as matrizes quadradas possuem determi-
nantes.

P2) o determinante de uma matriz e de sua transposta


são iguais: det(A) = det( At ).

43
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
P3) o determinante que tem todos os elementos de
uma fila iguais a zero, é nulo.
Obs.: Chama-se FILA de um determinante, qualquer
LINHA ou COLUNA.

P4) se trocarmos de posição duas filas paralelas de um


determinante, ele muda de sinal.
Ora, pela propriedade P9 acima, temos: D = 2.5.9 = 90
P5) o determinante que tem duas filas paralelas iguais
ou proporcionais, é nulo. SISTEMAS LINEARES
P6) multiplicando-se (ou dividindo-se) os elementos de
uma fila por um número, o determinante fica multipli-
cado (ou dividido) por esse número. Sistema Linear é um conjunto de equações lineares,
com duas ou mais incógnitas.
P7) um determinante não se altera quando se substitui Exemplo:
uma fila pela soma desta com uma fila paralela, multi- 2x  3y  z  4
plicada por um número real qualquer. 
x  2z  1
2x  4y  z  2

P8) determinante da matriz inversa: det( A-1) =
1/det(A)
Outra forma de se representar o sistema acima é por
Se A-1 é a matriz inversa de A, então A. A-1 = A-1. A = meio de suas matrizes associadas:
In, onde In é a matriz identidade de ordem n. Nestas 2 3 1  x   4 
     
condições, podemos afirmar que det(A.A-1) = det(In) e 1 0 2   y    1 
portanto igual a 1. 2  4 1   z   2
     
Logo, podemos também escrever det(A) . det(A-1) = 1;
logo, concluímos que: det(A-1) = 1 / det(A). ou, em notação reduzida: A  X  B , onde
2 3 1
 
Notas: A  1 0 2  é a matriz dos coeficientes das incógni-
1) se det(A) = 0 , não existe a matriz inversa A-1. Di- 2  4 1 
 
zemos então que a matriz A é SINGULAR ou NÃO IN-
tas
VERSÍVEL .
x 
 
2) se det A  0 , então a matriz inversa A-1 existe e é X  y  é a matriz das incógnitas, e
única . Dizemos então que a matriz A é INVERSÍVEL. z 
 
P9) Se todos os elementos situados de um mesmo lado
 4 
da diagonal principal de uma matriz quadrada de ordem  
n forem nulos (matriz triangular), o determinante é B   1  é a matriz dos termos independentes.
igual ao produto dos elementos da diagonal principal.   2
 

P10) Se A é matriz quadrada de ordem n e k  R então Observação: sistema homogêneo é aquele no qual a
det(k.A) = kn . det A matriz dos termos independentes é nula, ou seja, todos
os seus elementos são iguais a zero.
Exemplos:
1) Qual o determinante associado à matriz?
Resolução de Sistemas Lineares1

Seja o sistema2:
ax  by  c  a b  x  c 
 ou      
dx  ey  f d e  y  f 

Para resolvê-lo, seguem-se os passos abaixo:


Observe que a 4ª linha da matriz é proporcional à 1ª 1º passo: Calcula-se o determinante da matriz dos
linha (cada elemento da 4ª linha é obtido multiplicando coeficientes das incógnitas “”:
os elementos da 1ª linha por 3). Portanto, pela proprie- a b
dade P5, o determinante da matriz dada é NULO.  
d e
2) Calcule o determinante:
  ae  bd

2º passo: Calculam-se os determinantes auxiliares x


e  y , onde
x é obtido a partir do determinante principal , subs-
Observe que a 2ª coluna é composta por zeros; FILA tituindo-se os termos independentes na coluna corres-
NULA  DETERMINANTE NULO, conforme propriedade pondente à variável x.
P3 acima. Logo, D = 0.

3) Calcule o determinante: 1
No Teste a resolução de sistemas lineares limita-se aos sistemas
de segunda ordem. Questões com sistemas de terceira ordem
concentram-se, geralmente, na discussão dos mesmos.
2
Sistemas de segunda ordem também podem ser resolvidos por
substituição ou por adição.
44
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
c b Então os valores de a e b para que o sistema seja pos-
x   ce  bf sível, indeterminado, são, respectivamente:
f e
a) a = 1 e b = 1
y é obtido a partir do determinante principal , subs- b) a = 3 e b  IR qualquer
tituindo-se os termos independentes na coluna corres- c) a = 3 e b = 3
pondente à variável y. d) a = 3 e b = 0
e) a = 3 e b = 1
a c
y   af  cd
d f
Solução:
Para que o sistema seja possível e indeterminado, é
3º passo: os valores das incógnitas são determinados
por (Regra de Cramer):
necessário que:  = 0 e também x  y  z  0
a 3 9
 y   3  5  2 , observe que, se a = 3, teremos a
x  x e y 
  1 1 3
desde que  ≠ 0
primeira e terceira linhas proporcionais (condição para
que o determinante seja nulo).
Exemplo:
Para completar a condição de sistema possível e inde-
Um caixa eletrônico trabalha apenas com notas de R$
terminado, não precisamos calcular todos os determi-
5,00 e R$ 10,00. Se uma pessoa retirou 35 notas tota-
nantes auxiliares (basta que um deles seja igual a zero
lizando R$ 250,00, então pode-se dizer que a pessoa
para que a condição esteja satisfeita).
recebeu
3 3 9
a) vinte e cinco notas de R$ 4,00 e dez notas de R$
10,00.  x  6  5  2 observe que, se b = 1, a primeira e
b 1 3
b) quinze notas de R$ 5,00 e vinte notas de R$ 10,00. terceira linhas serão proporcionais (condição para que o
c) dez notas de R$ 5,00 e quinze notas de R$ 10,00. determinante seja nulo).

d) vinte notas de R$ 10,00 e dez notas de R$ 5,00. Resposta: letra e.

e) quinze notas de R$ 10,00 e vinte notas de R$ 5,00. Propriedades dos Sistemas

Solução: Trocando de posição as equações de um sistema, sua


Montamos um sistema de segunda ordem, consideran- solução não se altera;
do x o número de notas de R$ 5,00 e y o número de
notas de R$ 10,00: Multiplicando uma ou mais equações de um sistema por
x  y  35 uma constante k, sua solução será idêntica à solução

5x  10y  250 do sistema primitivo.
1 1
Determinante principal:   5 Adicionando-se equações do sistema, o mesmo não se
5 10
altera.
35 1
Determinantes auxiliares: x   100 e
250 10 Exemplo:
1 35 Do sistema abaixo, sabe-se que ele é possível e deter-
y   75 minado.
5 250
ax  by  cz  r (a, b e c não todos nulos)
x 100 y 75 
x    20 e y    15 fx  gy  hz  s (f , g e h não todos nulos)
 5  5 mx  ny  pz  t
 (m, n e p não todos nulos)
Resposta: letra e.

Discussão de Sistemas Lineares Então, pode-se dizer que:

Um sistema linear será possível e determinado, isto é, a) trocando de posição duas equações, o conjunto solu-
possui uma única solução, quando  ≠ 0 ção do sistema modificado é diferente do sistema origi-
nal.
Um sistema linear será possível e indeterminado, isto é, b) multiplicando ou dividindo as equações do sistema
possui infinitas soluções, quando  = 0 e também dado por um número diferente de zero, a solução do
 x  y  ...  0 sistema fica multiplicada ou dividida pelo mesmo núme-
ro.
c) trocando de posição duas colunas da matriz dos
Um sistema linear será impossível, isto é, não possui coeficientes do sistema dado, os valores das incógnitas
solução, quando  = 0 e  x  0, y  0,  z  0 ficam, correspondentemente, trocados.
d) adicionando-se uma equação à outro, os valores das
Exemplo: incógnitas ficam, correspondentemente, adicionados.
Considere o sistema: e) trocando duas linhas de posição, o sistema passa de
ax  3y  9z  3 possível determinada para impossível.

3x  5y  2 z  6
 x  y  3z  b Solução:
 a) FALSA! Vide propriedade 19.3.1 acima;
b) FALSA! Vide propriedade 19.3.2 acima;
c) VERDADEIRA!
45
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
d) FALSA! Vide propriedade 19.3.3 acima;
e) FALSA! Vide propriedade 19.3.1 acima;
Resposta: letra c.
Solução:

ANÁLISE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE. Os pares possíveis serão:


12, 13, 14, 21, 23, 24, 31, 32,
Princípio Fundamental da Contagem 34, 41, 42, 43

Vamos ilustrar o modo de raciocinar a conta-


gem com um exemplo básico.

Imaginemos que uma pessoa tem 2 calças (a e b) e Aplicando o princípio fundamen-


três camisas (c, d e e). De quantas maneiras ela con- tal da contagem, temos quatro
seguiria combinar as peças? algarismos e três possibilidades
de combinação para cada um
Por meio do diagrama abaixo (também chama- deles.
do de “árvore das possibilidades”), pode-se compreen-
der o raciocínio. Desse modo: 4 x 3 = 12

A partir do diagrama, formamos todos os pares possí-


veis:
(a, c); (a, d); (a, e); (b, c); (b, d); (b, e)

Se o nosso objetivo for encontrar apenas o to- Permutação Simples:


tal de possibilidades, basta-nos raciocinar da seguinte Uma Permutação simples de “n” elementos de um con-
maneira: junto dado é uma seqüência desses “n” elementos, de
Para cada calça, tem-se 3 camisas. Em matemática, a modo que cada mudança na ordem desses elementos
palavra “cada” significa “multiplicação”, ou seja: para determina uma permutação diferente.
cada calça, existem 3 camisas. Como o número de
calças é 2, então , tem-se: Fórmula: Pn  n!

O símbolo “!” ao lado de um número significa “fatorial”


deste e indica que se deve efetuar o produto de TODOS
os números naturais consecutivos, desde 1 até n.

Exemplo: 4! = 1 . 2 . 3 . 4 = 24
2 x 3 = 6 possibilidades
Por definição: 1! = 1 e 0! = 1

Arranjo Simples:
Um Arranjo simples de “p” elementos, extraídos de um
conjunto com “n” elementos (com p  n), é qualquer
Desse modo, para descobrirmos o total de possibilida- subconjunto de “p” elementos, nos quais a MUDANÇA
des, basta multiplicarmos o número de possibilidades DE ORDEM determina arranjos diferentes.
de cada evento.
n!
Fórmula: An, p 
Este exemplo ilustra um raciocínio que é conhecido n  p!
como princípio fundamental da contagem: o núme-
ro de possibilidades de ocorrer uma sucessão de even- Exemplo: Quantos números de dois algarismos distintos
tos é dado pelo produto dos números de possibilidades podemos formar com o conjunto {2, 3, 5, 7}
de ocorrer cada um dos eventos. Solução: há 4 elementos no conjunto dado, logo, n = 4.
Queremos arranjá-los 2 a 2. Então, p = 2.
Outro exemplo: Com a fórmula acima, teremos:
4! 4! 1  2  3  4
A4,2     12
Quantos números naturais de dois algarismos diferen- 4  2! 2! 12
tes podemos formar com 1, 2, 3 e 4
Raciocinando pelo princípio fundamental da contagem:
temos 4 algarismos. Para cada um escolhido, restam
outros 3 para formarmos os arranjos. Assim: 4 x 3 =
12

Combinação Simples:
Uma Combinação simples de “p” elementos, extraídos
de um conjunto com “n” elementos (com p  n), é
qualquer subconjunto de “p” elementos, nos quais a
mudança de ordem de tais elementos determina a
MESMA combinação.

46
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
n! 13 1
Fórmula: Cn, p  P( A)    25%
p!n  p! 52 4

Exemplo: Quantas comissões de três alunos podemos Evento Complementar:


formar com cinco estudantes: A, B, C, D, E É a probabilidade de um evento NÃO OCORRER, ou
Solução: Aqui, a ordem dos “p” elementos em cada seja:
subconjunto irá determinar a mesma combinação, logo, 
P A  1  P A
trata-se de um problema de Combinação Simples, no
qual: Combinação de Eventos:
n=5ep=3 Na combinação de eventos “E” significa INTERSEÇÃO
Usando diretamente a fórmula acima: () e OU significa UNIÃO (). Também devemos asso-
5! 5! 123 45 ciar o evento UNIÃO com “PELO MENOS”.
C5,3     10
3!5  3! 3!2! 1  2  3  1  2
Eventos Independentes: São aqueles em que a pro-
Probabilidade babilidade de ocorrência de um NÃO INFLUENCIA na
ocorrência do outro. A probabilidade de que os eventos
Conceito Básico: ocorram simultaneamente (interseção) é dada pelo
Seja S um espaço amostral e A um evento qualquer produto das probabilidades de cada evento ocorrer
desse espaço amostral, com A  S (isto é, A é um sub- isoladamente.
conjunto de S), então, a probabilidade de ocorrer o P A  B  P A  P B
evento A é dada por:
Eventos Mutuamente Exclusivos: São aqueles em
n( A) que a probabilidade de ocorrência de um IMPEDE a
P( A)  , ou seja,
n(S) ocorrência do outro. Em outras palavras, inexiste a
“A probabilidade de que um evento qualquer “A” ocorra probabilidade de que dois eventos mutuamente exclusi-
é dada pelo quociente entre o número de casos favorá- vos ocorram simultaneamente.
veis ao evento e o número de casos possíveis” P A  B   0
onde: n(A) é o número de elementos do conjunto A e
n(S) é o número de elementos de S. Eventos Dependentes (Probabilidade Condicio-
A definição acima é conhecida como “definição clássica nal): Não abordaremos este tópico neste polígrafo, por
de probabilidade” e supõe que todos os elementos do tratar-se de um conceito não incluso em programas de
espaço amostral sejam equiprováveis, ou seja: todos nível médio.
têm a mesma chance de ocorrer.
União (ou reunião) de Eventos: Quando desejamos
A probabilidade de um evento qualquer “A” ocorrer calcular a probabilidade de que. em um conjunto de
estará sempre entre zero e um, ou seja: eventos, qualquer deles ocorra, lançamos mão da fór-
0  P( A)  1 (entre 0 e 100%) mula da união de eventos, que é dada por:
Quando P( A)  0 , temos um EVENTO IMPOSSÍVEL. P A  B  P A  P B  P A  B
Observações:
Quando P( A)  1 , temos um EVENTO CERTO. a) se os eventos forem Mutuamente Exclusivos
P A  B  P A  P B , pois P A  B  0 ;
Exemplos: b) se os eventos forem Independentes
1) Numa urna há 12 bolas brancas e 18 bolas pretas. P A  B  P A  P B  P A  P B , pois
Qual é a probabilidade de sortearmos uma bola preta?
Solução: Tem-se 18 casos favoráveis ao evento “Bola
P A  B  P A  P B
Preta” em 12 + 18 (=30) casos possíveis. Então:
18 3
P( A)    0,6  60% PROBLEMAS PROPOSTOS:
30 5
1) Márcia tem quatro blusas, três calças e quatro pares
de tênis. De quantas maneiras diferentes ela pode
2) Um casal pretende ter três filhos. Qual é a probabili-
combinar as três peças?
dade de serem duas meninas e um menino?
Resposta: 4 x 3 x 4 = 64
Solução: O número de casos possíveis [n(S)] é: 2 . 2 .
2 = 8 (princípio fundamental da contagem!)
2) Irineu tem cinco camisas e três calças. De quantas
O número de casos favoráveis ao evento será [n(A)] =
maneiras diferentes ele pode combinar as duas peças?
3. Com efeito, teremos:
Resposta: 5 x 3 = 15
{(m, m, h); (m, h, m); (h, m, m)} (onde “h” significa
3) Lendo-se o cardápio de um restaurante, verifica-se
“menino” e “m” significa “menina”)
que há dois tipos de salada, dez pratos quentes, cinco
3
P( A)   0,375  37,5% bebidas e três tipos de sobremesa. Quantos pedidos
8
diferentes é possível fazer, escolhendo um item de
cada?
3) Num baralho3 de 52 cartas, qual é a probabilidade Resposta: 2 x 10 x 5 x 3 = 300
de retirarmos uma carta de copas?
Solução: São 13 casos favoráveis em 52 casos possí- 4) Tomando-se o conjunto {1, 2, 3, 4}, quantos núme-
veis. Então: ros naturais de dois algarismos podem ser formados?
Resposta: 4 x 3 = 12

3 5) Olavo quer saber quantas placas de motocicletas


Um baralho tem 52 cartas no total. São 4 naipes (copas, ouros,
paus e espadas). Cada naipe tem 13 cartas: A, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, podem ser formadas com 2 letras (entre 26) e três
10, J, Q, K. “J” é o valete; “Q” é a dama e “K” é o rei. algarismos. Como ele deve proceder?
47
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Resposta: 676.000 n  (n  1)  (n  2)!
 210 . Simplificando, vem: n. (n - 1)
(n  2)!
6) Nas placas de automóveis são três letras (entre 26) = 210 (que resulta numa equação do segundo grau
e quatro algarismos. Quantas placas diferentes podem idêntica à da solução 1).
ser formadas? Resposta: letra c.
Resposta: 175.760.000
4) TRF/2001 - 4ª região (FCC) - Considere todos os nú-
QUESTÕES DE CONCURSOS (RESOLVIDAS)4 meros de 3 algarismos distintos, escolhidos entre os ele-
mentos do conjunto A  {1, 2, 3, 4, 5}. Em quantos des-
1) CEF/1998 (FCC/CESGRANRIO) - Desejando limpar ses números a soma dos algarismos é ímpar?
uma prateleira, a arrumadeira retirou de lá uma cole- a) 8 b) 12 c) 16 d) 24 e) 48
ção de livros numerados de 1 a 9. Depois, ela recolocou Solução:
aleatoriamente os livros na prateleira. É claro que ela Para que a soma dos algarismos de números com 3
pode tê-los colocado na ordem normal, ou seja, 1, 2, 3 algarismos resulte ÍMPAR é necessário que tomemos
etc. No entanto, a chance de isso ocorrer é apenas uma dois algarismos pares com um ímpar ou então 3 alga-
em rismos ímpares. Como temos 3 algarismos ímpares,
a) 16.660 b) 40.320 c) 362.880 então uma parte da solução é dada pela permutação de
d) 368.040 e) 406.036 3:
Solução: P3 = 6. Os demais números (com dois pares e um ím-
Basta calcularmos a Permutação de 9: par) são obtidos facilmente, pois há 3 algarismos ímpa-
P9 = 1 x 2 x 3 x 4 x 5 x 6 x 7 x 8 x 9 = 362.880. res, 3 posições para cada um. Além disto, para cada
Resposta: letra c. algarismo ímpar, haverá 2 algarismos pares para as
duas posições restantes. Daí a multiplicação: 3 x 3 x 2
2) IBGE/2000 (NCE-UFRJ) - A soma do número de ana- = 18. Somando este resultado com o anterior, tere-
gramas que se pode fazer com as letras da palavra mos: 6 + 18 = 24.
AMOR com o número de anagramas que se pode fazer Resposta: letra d.
com as letras da palavra PAZ é um número:
a) divisível pelo mínimo múltiplo comum entre 2 e 15 5) TFC/2001 (ESAF) - Em uma circunferência são esco-
b) ímpar lhidos 12 pontos distintos. Ligam-se quatro quaisquer
c) múltiplo de 4 destes pontos, de modo a formar um quadrilátero. O
d) primo número total de diferentes quadriláteros que podem ser
e) divisível por 9 formados é:
Solução: Para encontrarmos o número de anagramas a) 128 b) 495 c) 545
com as letras de uma palavra (sem repetições de le- d) 1.485 e) 11.880
tras), basta calcularmos a PERMUTAÇÃO do número de
letras da palavra. Então: Solução:
P4 + P3 = 4! + 3! = 4 x 3 x 2 x 1 + 3 x 2 x 1 = 30. Este Basta encontrarmos a Combinação de 12, tomados 4 a
número é divisível pelo MMC de 2 e 15 (que é 30). 12  11  10  9
Resposta: letra a. 4... C12,4   495
4 321
3) Simulado PRF/2000 (unificado) - Numa biblioteca, Resposta: letra b.
cada pessoa presente cumprimentou todas as outras,
havendo, ao todo, 105 apertos de mão. Quantas pesso- 6) CEEE/2000 (FAURGS) - Numa competição da qual
as havia na biblioteca? participaram americanos e europeus, um grupo de
a) 21. b) 10 c) 15 atletas foi premiado com medalhas de ouro, prata ou
d) 35 e)impossível calcular! bronze de acordo com a tabela abaixo:
Solução 1:
Se tivermos “x” pessoas na biblioteca, cada uma das OURO PRATA BRONZE
“x” pessoas apertará mão de outras “(x - 1)” pessoas. AMERICANOS 10 13 22
O destaque na palavra “cada” não foi por acaso: as EUROPEUS 08 14 23
palavras “CADA” e “DE” em matemática significam
MULTIPLICAÇÃO. Desse modo, deveremos realizar o Sabendo que cada atleta recebeu apenas uma medalha
produto x.(x - 1). Entretanto, são necessárias DUAS e escolhendo, ao acaso, um atleta desse grupo, a pro-
pessoas para UM aperto de mão. O produto que reali- babilidade de ele ser americano e ter recebido medalha
zamos está contando o DOBRO dos apertos de mão de prata é
realizados. Disto tudo, então, irá resultar:
x.(x  1) a) 15% b) 20% c) 25% d) 30% e) 50%
 105  x2  x  210  0 . As raízes são: 15 e -
2 Solução: A probabilidade de o atleta ser americano E
14. A resposta negativa obviamente não serve! Então o ter recebido medalha de prata é:
13
resultado é: 15 pessoas. P A  P    14,44% . A resposta está APROXIMADA!
Solução 2: 90
Como segunda solução, basta pensarmos que, se a Resposta: letra a.
cada duas pessoas resulta um aperto de mão, devere-
mos COMBINÁ-LAS duas a duas para ter a solução do 7) IBGE/2000 (NCE-UFRJ) - Um arquivo contém 24
problema: fichas, numeradas de 1 a 24. Retira-se ao acaso uma
n! ficha. A probabilidade de se tirar uma ficha com o nú-
Cn,2   105 . Desenvolvendo o fatorial do
2!(n  2)! mero maior ou igual a 15 é aproximadamente igual a:
numerador, teremos:
a) 20,93% b) 37,50% c) 41;67% d)
4 43,48% e) 50%
Testes extraídos do livro: MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
- 500 questões de concursos resolvidas e comentadas, de autoria
do prof. Milton Araújo. Solução: Temos 10 fichas com número maior ou igual a
48
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
10 entre si, a probabilidade de que Beraldo não seja con-
15. Então a probabilidade pedida é: =0,4167 ou
24 vidado por nenhum dos três amigos para o jogo de
41,67%. futebol é:
Resposta: letra c. a) 12,5% b) 15,5% c) 22,5% d) 25,5% e)
30%
TESTES PROPOSTOS:
8) PMPA/2000 (PMPA) - Uma frota de 20 veículos de
1) PMPA/1993 (PMPA) - Numa reunião do partido que mesmo modelo e tipo, apresenta cinco deles com defei-
elegeu o Prefeito de uma capital, estão presentes 12 tos na surdina. Se escolhermos, aleatoriamente, um
professores e 18 médicos. Dentre estes profissionais veículo dessa frota, qual é a probabilidade dele ter
deve ser escolhido e levado ao Prefeito o nome de um defeito na surdina?
professor e o de um médico como sugestões para as a) 40% b) 35% c) 32% d) 28% e) 25%
funções de Secretário de Educação e de Secretário de
Saúde, respectivamente. Nestas condições, o número 9) PMPA/2000 (PMPA) - Num fichário existem 12 nomes
de diferentes duplas (professor, médico) que podem ser de mulher e 28 nomes de homem. Se retirarmos, ao
submetidas à escolha do Prefeito, é igual a: acaso duas dessas fichas, com reposição, qual a proba-
a) 30 b) 60 c) 128 d) 216 e) 432 bilidade de ambas serem com nomes de mulher?
a) 3% b) 5% c) 9% d) 15% e) 30%
2) PMPA/2000 (PMPA) - Atualmente as placas dos veí-
culos no Brasil possuem três letras e quatro algarismos. 10) TRENSURB/2001 (FAURGS) - Girando-se duas ve-
Vamos considerar um lote dessas placas onde as letras zes um ponteiro em um painel circular dividido em 6
utilizadas são somente A, B e C, mas com todos os partes iguais, como mostrado na figura abaixo, em que
algarismos. O número de placas, diferentes, nesse lote sempre um dos números é apontado, a probabilidade
é: de o produto dos dois números obtidos ser 6 é de:
a) 27.000 b) 90.000 c) 177.147 a) 5/36
d) 270.000 e) 300.000 b) 10/36
c) 12/36
3) PMPA/2000 (PMPA) - Uma comissão composta por 3
d) 13/36
pessoas será constituída a partir de um grupo de 7
agentes administrativos. Quantas comissões diferentes e) 18/36
podem ser formadas?

a) 21 b) 28 c) 35
d) 42 e) 49
4) TRENSURB/2001 (FAURGS) Há 5 linhas de trem 11) TRT/2001 (FAURGS) - Uma rifa, em que apenas um
servindo as cidades A e B e 4 linhas servindo as cidades número será sorteado, contém todos os números de 1
B e C. não há linhas diretas entre A e C. uma pessoa a 100. Os funcionários de um cartório compraram todos
deseja ir e voltar de A a C, sem passar mais de uma os números múltiplos de 8 ou 10. A probabilidade de
vez pela mesma estrada. O número de percursos distin- que um desses funcionários seja premiado no sorteio
tos que ela poderá fazer é: da rifa é de:
a) 16 b) 18 c) 40 d) 240 e) 400 a) 12% b) 18% c) 20% d) 22% e) 30%

5) TRT/2001 (FAURGS) - Oito processos distintos deve- 12) PMPA/2001 (PMPA) - As placas das motos em Porto
rão ser distribuídos entre três juízes de modo que o Alegre são formadas por duas letras e três algarismos,
primeiro juiz receba 4 processos, o segundo 2 e o ter- podendo existir repetição de letra e de algarismo numa
ceiro também 2. O número de maneiras em que a dis- mesma placa. Sabendo-se que foram utilizadas apenas
tribuição poderá ser feita é: 10 letras do alfabeto, a probabilidade de sortear-se, ao
a) 124 b) 250 c) 380 d) 400 e) 420 acaso, uma moto de uma empresa de telentrega, que
possui 100 motos emplacadas, é de:
6) PMPA/2001 (PMPA) - Dos 100 aprovados num con- a) 0,001% b) 0,01% c) 0,1% d) 1% e)
curso, 50 irão para o departamento A, 40 para o depar- 10%
tamento B e os restantes 10 para o C. o número de
possibilidades para preencher os 100 cargos, sabendo- 13) FUND. ZOOBOTÂNICA/2001 (FAURGS) - A probabi-
se que um aprovado não poderá vir a ocupar dois car- lidade de pelo menos um dos animais, de um casal de
gos diferentes, é. animais do zoológico, estar vivo em 10 anos é de 90%.
Se a probabilidade de o macho estar vivo nesse tempo
a)
50
C100  C 40
50 for de 60%, para a fêmea essa probabilidade será de:
a) 65% b) 75% c) 80% d) 85% e) 90%
b) C100  C 40
50
50  C10
10

c)
50
A100  C100
40
 A 10 14) Em uma sala de aula estão 4 meninas e 6 meninos.
100
Duas crianças são sorteadas para constituírem uma
d) A100  A100  A 10
50 40
100 dupla de ping-pong. A probabilidade de as duas crian-
ças escolhidas serem do mesmo sexo é:
e) A 100  A 50
50 40
4 9 21 7 8
a) b) c) d) e)
25 25 50 15 15
7) TFC/2001 (ESAF) - Beraldo espera ansiosamente o
convite de um de seus três amigos, Adalton, Cauan e 15) O medicamento A, usado para engorda de bovinos,
Délius, para participar de um jogo de futebol. A proba- é ineficaz em cerca de 20% dos casos. Quando se cons-
bilidade de que Adalton convide Beraldo para participar tata sua ineficácia, pode-se tentar o medicamento B,
do jogo é de 25%, a de que Cauan o convide é de 40% que é ineficaz em cerca de 10% dos casos. Nessas
e a de que Délius o faça é de 50%. Sabendo que os condições, é verdade que:
convites são feitos de forma totalmente independente a) o medicamento B é duas vezes mais eficaz que o
49
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
medicamento A. B: sair um número primo e par: B = {2}
b) numa população de 20 000 bovinos, A é ineficaz C: sair um número ímpar: C = {1, 3, 5}
para exatamente 4 000 indivíduos.
c) numa população de 16 000 bovinos, B é eficaz em Nota: O espaço amostral é também denominado espaço
cerca de 12 800 indivíduos. de prova.
d) a aplicação de A e depois de B, se o A não deu resul-
tado, deve ser ineficaz para cerca de 2% dos indiví- Trataremos aqui dos espaços amostrais equiprováveis,
duos. ou seja, aqueles onde os eventos elementares possuem
e) numa população de 20 000 bovinos, A é eficaz para a mesma chance de ocorrerem.
cerca de 18 000 indivíduos.
Por exemplo, no lançamento do dado acima, supõe-se
16) Oito casais participam de um jantar. São escolhidas que sendo o dado perfeito, as chances de sair qualquer
aleatoriamente, duas pessoas para discursar. A proba- número de 1 a 6 são iguais. Temos então um espaço
bilidade de que as pessoas escolhidas sejam marido e equiprovável.
mulher, é: Em oposição aos fenômenos aleatórios, existem os
fenômenos determinísticos, que são aqueles cujos re-
a) 1/4 b) 1/8 c) 3/8 d) 1/15 e) 1/6 sultados são previsíveis, ou seja, temos certeza dos
17) Um baralho consiste em 100 cartões numerados de resultados a serem obtidos.
1 a 100. Retiram-se 2 cartões ao acaso, sem reposição. Normalmente existem diversas possibilidades possíveis
A probabilidade de que a soma dos dois números dos de ocorrência de um fenômeno aleatório, sendo a me-
cartões retirados seja igual a 100, é: dida numérica da ocorrência de cada uma dessas possi-
a) 1/100 b) 1/2. c) 49/99 bilidades, denominada Probabilidade.
d) 49/4950 e) 5/99
Consideremos uma urna que contenha 49 bolas azuis e
18) Em uma gaveta, cinco pares diferentes de meia 1 bola branca. Para uma retirada, teremos duas possi-
estão misturados. Retirando-se ao acaso duas meias, a bilidades: bola azul ou bola branca. Percebemos, entre-
probabilidade de que elas sejam do mesmo par é: tanto que será muito mais freqüente obtermos numa
a) 1/5 b) 1/10 c) 1/4 d) 1/9 e) 1/45 retirada, uma bola azul, resultando daí, podermos afir-
mar que o evento "sair bola azul" tem maior probabili-
19) Uma parteira prevê, com 50% de chance de acerto, dade de ocorrer, do que o evento "sair bola branca".
o sexo de cada criança que vai nascer. Num conjunto
de três crianças, a probabilidade de acertar pelo menos Conceito elementar de Probabilidade
duas previsões é de: Seja U um espaço amostral finito e equiprovável e A
a) 5% b) 12,5% c) 25% d) 45% e) 50% um determinado evento, ou seja, um subconjunto de
U. A probabilidade p(A) de ocorrência do evento A será
20) Dentre um grupo formado por dois homens e qua- calculada pela fórmula:
tro mulheres, três pessoas são escolhidas ao acaso. A
probabilidade de que sejam escolhidos um homem e p(A) = n(A) / n(U)
duas mulheres é de: onde:
a) 20% b) 30% c) 50% d) 60% e) 75% n(A) = número de elementos de A e n(U) = número de
elementos do espaço de prova U.
21) O jogo da loto consiste em sortear 5 dezenas em
100 dezenas possíveis. Alguém querendo jogar nessa Vamos utilizar a fórmula simples acima, para resolver
loteria, pode escolher de 5 até 10 dezenas. Se alguém os seguintes exercícios introdutórios:
que escolhe 5 dezenas tem probabilidade “y” de ga- Considere o lançamento de um dado. Calcule a probabi-
nhar, então quem escolhe 7 dezenas tem que probabi- lidade de:
lidade de ganhar?
a) 7.y b) 14.y c) 100.y d) 21.y e) 500.y a) sair o número 3:
Temos U = {1, 2, 3, 4, 5, 6} [n(U) = 6] e A = {3}
Gabarito: [n(A) = 1]. Portanto, a probabilidade procurada será
1-d 2-d 3-c 4-d 5-e 6-a 7-c igual a p(A) = 1/6.
8-e 9-c 10- c 11- d 12- c 13- b 14- d b) sair um número par: agora o evento é A = {2, 4, 6}
15- d 16- d 17- d 18- d 19- e 20- d 21- d com 3 elementos; logo a probabilidade procurada será
p(A) = 3/6 = 1/2.

PROBABILIDADE c) sair um múltiplo de 3: agora o evento A = {3, 6}


com 2 elementos; logo a probabilidade procurada será
p(A) = 2/6 = 1/3.
Chama-se experimento aleatório àquele cujo resultado
é imprevisível, porém pertence necessariamente a um d) sair um número menor do que 3: agora, o evento A
conjunto de resultados possíveis denominado espaço = {1, 2} com dois elementos.
amostral. Portanto, p(A) = 2/6 = 1/3.
Qualquer subconjunto desse espaço amostral é deno-
minado evento. e) sair um quadrado perfeito: agora o evento A = {1,4}
Se este subconjunto possuir apenas um elemento, o com dois elementos. Portanto, p(A) = 2/6 = 1/3.
denominamos evento elementar. Considere o lançamento de dois dados. Calcule a pro-
babilidade de:
Por exemplo, no lançamento de um dado, o nosso es- a) sair a soma 8
paço amostral seria U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
Observe que neste caso, o espaço amostral U é consti-
Exemplos de eventos no espaço amostral U: tuído pelos pares ordenados (i,j), onde i = número no
A: sair número maior do que 4: A = {5, 6} dado 1 e j = número no dado 2.

50
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
É evidente que teremos 36 pares ordenados possíveis propriedade acima, fica fácil determinar a probabilidade
do tipo (i, j) onde i = 1, 2, 3, 4, 5, ou 6, o mesmo ocor- do evento.
rendo com j.
P5: Sendo A e B dois eventos, podemos escrever:
As somas iguais a 8, ocorrerão nos casos: p(A U B) = p(A) + p(B) – p(AB)
(2,6),(3,5),(4,4),(5,3) e (6,2). Portanto, o evento "so-
ma igual a 8" possui 5 elementos. Logo, a probabilidade Observe que se A B= Ø (ou seja, a interseção entre
procurada será igual a p(A) = 5/36. os conjuntos A e B é o conjunto vazio), então p(A U B)
= p(A) + p(B).
b) sair a soma 12
Com efeito, já sabemos da Teoria dos Conjuntos que
Neste caso, a única possibilidade é o par (6,6). Portan- n(A U B) = n(A) + n(B) – n(AB)
to, a probabilidade procurada será igual a p(A) = 1/36.
Uma urna possui 6 bolas azuis, 10 bolas vermelhas e 4 Dividindo ambos os membros por n(U) e aplicando a
bolas amarelas. Tirando-se uma bola com reposição, definição de probabilidade, concluímos rapidamente a
calcule as probabilidades seguintes: veracidade da fórmula acima.
a) sair bola azul
p(A) = 6/20 = 3/10 = 0,30 = 30% Exemplo:
Em uma certa comunidade existem dois jornais J e P.
b) sair bola vermelha Sabe-se que 5000 pessoas são assinantes do jornal J,
p(A) = 10/20 =1/2 = 0,50 = 50% 4000 são assinantes de P, 1200 são assinantes de am-
bos e 800 não lêem jornal. Qual a probabilidade de que
c) sair bola amarela uma pessoa escolhida ao acaso seja assinante de am-
p(A) = 4/20 = 1/5 = 0,20 = 20% bos os jornais?

Vemos no exemplo acima, que as probabilidades podem SOLUÇÃO:


ser expressas como porcentagem. Esta forma é conve- Precisamos calcular o número de pessoas do conjunto
niente, pois permite a estimativa do número de ocor- universo, ou seja, nosso espaço amostral. Teremos:
rências para um número elevado de experimentos. Por n(U) = N(J U P) + N.º de pessoas que não lêem jornais.
exemplo, se o experimento acima for repetido diversas n(U) = n(J) + N(P) – N(J P) + 800
vezes, podemos afirmar que em aproximadamente n(U) = 5000 + 4000 – 1200 + 800
30% dos casos, sairá bola azul, 50% dos casos sairá n(U) = 8600
bola vermelha e 20% dos casos sairá bola amarela.
Quanto maior a quantidade de experimentos, tanto Portanto, a probabilidade procurada será igual a:
mais a distribuição do número de ocorrências se apro- p = 1200/8600 = 12/86 = 6/43.
ximará dos percentuais indicados. Logo, p = 6/43 = 0,1395 = 13,95%.
Propriedades A interpretação do resultado é a seguinte: escolhendo-
P1: A probabilidade do evento impossível é nula. se ao acaso uma pessoa da comunidade, a probabilida-
Com efeito, sendo o evento impossível o conjunto vazio de de que ela seja assinante de ambos os jornais são
(Ø), teremos: de aproximadamente 14%.(contra 86% de probabilida-
p(Ø) = n(Ø)/n(U) = 0/n(U) = 0 de de não ser).
Probabilidade condicional
Por exemplo, se numa urna só existem bolas brancas, a Considere que desejamos calcular a probabilidade da
probabilidade de se retirar uma bola verde (evento ocorrência de um evento A, sabendo-se de antemão
impossível, neste caso) é nula. que ocorreu um certo evento B. Pela definição de pro-
P2: A probabilidade do evento certo é igual a unidade. babilidade vista anteriormente, sabemos que a probabi-
Com efeito, p(A) = n(U)/n(U) = 1 lidade de A deverá ser calculada, dividindo-se o número
de elementos de elementos de A que também perten-
Por exemplo, se numa urna só existem bolas verme- cem a B, pelo número de elementos de B. A probabili-
lhas, a probabilidade de se retirar uma bola vermelha dade de ocorrer A, sabendo-se que já ocorreu B, é
(evento certo, neste caso) é igual a 1. denominada Probabilidade condicional e é indicada por
p(A/B) – probabilidade de ocorrer A sabendo-se que já
P3: A probabilidade de um evento qualquer é um núme- ocorreu B – daí, o nome de probabilidade condicional.
ro real situado no intervalo real [0, 1].
Teremos então:
Esta propriedade, decorre das propriedades 1 e 2 aci-
ma. p(A/B) = n(A B)/ n(B)

P4: A soma das probabilidades de um evento e do seu onde A B = interseção dos conjuntos A e B.
evento complementar é igual a unidade.
Seja o evento A e o seu complementar A'. Sabemos Esta fórmula é importante, mas pode ser melhorada.
que A U A' = U. Vejamos:
n(A U A') = n(U) e, portanto, n(A) + n(A') = n(U)
Ora, a expressão acima, pode ser escrita sem nenhum
Dividindo ambos os membros por n(U), vem: prejuízo da elegância, nem do rigor, como:
n(A)/n(U) + n(A')/n(U) = n(U)/n(U), de onde conclui-
se: p(A) + p(A') = 1 p(A/B) = [n(A B)/n(U)] . [n(U)/n(B)]
p(A/B) = p(A B) . 1/p(B)
Nota: esta propriedade simples é muito importante, Vem, então: P(A/B) = p(A  B)/p(B), de onde concluí-
pois, facilita a solução de muitos problemas aparente- mos finalmente:
mente complicados. Em muitos casos, é mais fácil cal- p(A  B) = p(A/B).p(B)
cular a probabilidade do evento complementar e, pela

51
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Esta fórmula é denominada Lei das Probabilidades problema da área precisa partir de um enfoque sistêmi-
Compostas. co, de um processo que segue três fases:
a) levantamento dos dados ou coleta: como deve ser
Esta importante fórmula permite calcular a probabilida- feito o levantamento e quais os dados a levantar de-
de da ocorrência simultânea dos eventos A e B, saben- pende da natureza do problema que se pretende estu-
do-se que já ocorreu o evento B. dar e dos objetivos que se pretendem atingir. Para
Se a ocorrência do evento B, não mudar a probabilida- tanto, a Estatística oferece modelos, critérios, métodos
de da ocorrência do evento A, então p(A/B) = p(A) e, e técnicas próprios e o Thesaurus da área, os termos
neste caso, os eventos são ditos independentes, e a relativos aos dados a serem coletados e processados.
fórmula acima fica: b) Organização lógico-matemática dos dados: através
p(A B) = p(A) . p(B) da estatística descritiva se estruturam de forma lógico-
matemática os dados, de modo que se possa proceder
Podemos então afirmar, que a probabilidade de ocor- a uma análise tanto quanto possível objetiva e exausti-
rência simultânea de eventos independentes, é igual ao va da realidade em estudo. Esta estruturação já agrega
produto das probabilidades dos eventos considerados. valores aos dados brutos coletados.
c) Análise estatística dos dados: através da estatística
Exemplo: inferencial se faz a análise crítica dos dados estrutura-
Uma urna possui cinco bolas vermelhas e duas bolas dos, inferindo e tirando conclusões que vão orientar a
brancas. identificação dos problemas. A análise inferencial, nor-
malmente, se baseia em investigações teóricas como
Calcule as probabilidades de: hipótese de trabalho e nos aspectos qualitativos da
a) em duas retiradas, sem reposição da primeira bola realidade em estudo.
retirada, sair uma bola vermelha (V) e depois uma bola
branca (B). GRÁFICOS E TABELAS
Solução: Em estatística há um gráfico (ou pictograma) apropria-
p(V  B) = p(V) . p(B/V) do para cada tipo de variável. Desse modo, é conveni-
p(V) = 5/7 (5 bolas vermelhas de um total de 7). ente saber a classificação das variáveis.
Tipos de Variáveis:
Supondo que saiu bola vermelha na primeira retirada,
Variáveis Qualitativas ou Categóricas: São aquelas
ficaram 6 bolas na urna. Logo:
que dizem respeito ao nome, atributo ou proveniên-
p(B/V) = 2/6 = 1/3
cia dos dados. Exemplo: cor dos cabelos, cor dos olhos,
regiões de um território. Para este tipo de variável, o
Da lei das probabilidades compostas, vem finalmente
gráfico mais apropriado é o de setores circulares (ou
que:
pizza ou torta).
P(V  B) = 5/7 . 1/3 = 5/21 = 0,2380 = 23,8%
Exemplo: Na tabela abaixo, vê-se as áreas dos conti-
b) em duas retiradas, com reposição da primeira bola
nentes do mundo (em milhões de quilômetros quadra-
retirada, sair uma bola vermelha e depois uma bola
dos).
branca.
Tabela 1
Continente Área
Solução:
Com a reposição da primeira bola retirada, os eventos África 18,72
ficam independentes. Neste caso, a probabilidade bus- Ásia 23,04
cada poderá ser calculada como: Europa 9,44
P(V  B) = p(V).p(B) = 5/7.2/7 = 10/49 = 0,2041 = América 26,08
20,41% Oceania 5,28
Observe atentamente a diferença entre as soluções dos TOTAL 82,56
itens (a) e (b) acima, para um entendimento perfeito
daquilo que procuramos transmitir. Fonte: ONU

ESTATÍSTICA Áreas dos Continentes


Oceani
A estatística descritiva estuda os métodos científicos a
África
relacionados à coleta, organização, apresentação e 6%
23%
análise de dados. A estatística inferencial busca conclu- Améric
sões válidas e predições razoáveis, bem como a tomada a
de decisões, baseadas nas análises oriundas da estatís- 32%
tica descritiva.
Ásia
A estatística é uma ciência e uma técnica que trabalha Europa 28%
dados quantitativos referentes às mais variadas áreas- 11%
objeto. Trata-se, portanto de um instrumental.
Gráfico 1
Na estatística da educação, nós lidamos com termos
estatísticos (como censo, população, taxa, indicador,
A forma mais comum de construção do gráfico acima é
média, etc.), que são aplicáveis aos dados de qualquer
representando-se cada variável por seu respectivo per-
área, e com termos da área da educação para a coleta
centual. Obtém-se cada percentual através da resolu-
e o processamento dos dados (como alunos, matrícula,
ção de uma regra de três simples, como, por exemplo
rendimento escolar, etc.).
(para o continente americano):
Para elaborar um projeto de pesquisa quantitativa que
atenda aos princípios da estatística e às necessidades-
Área %

52
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
82,56  100
26,08  X 38
25
0 1 2 3 4 5
26,08  100
X   32% Número de caras
82,56
Outra maneira de se representar os dados da tabela 1 é
por meio de barras (abaixo):
Observações:
Áreas dos Continentes (1) Em alguns casos, as linhas verticais são substituí-
das por retângulos (ver a representação abaixo).
Continentes

Oceania (2) Não confundir o gráfico de linhas verticais com o


gráfico de barras nem com o histograma (que será
Europa
visto mais adiante).
África
0 10 20 30
Outra forma de representar o gráfico de linhas verticais

áreas em m ilhões de km
quadrados 400
Gráfico 2

Frequências
300

Variáveis Quantitativas: 200


São aquelas representadas por um valor numérico.
Exemplos: altura, salário, n.º de empregados por setor 100
em uma empresa, n.º de erros por página em um livro,
etc. 0
As variáveis quantitativas podem ser classificadas em 0 1 2 3 4 5
discretas e contínuas. Nº de caras

Variável Quantitativa Discreta:


São aquelas que somente podem ser representadas por Gráfico 4
um n.º inteiro positivo. Uma forma “pedestre” de dis-
tinguir este tipo de variável das outras é pensar que ela Variável Quantitativa Contínua:
só pode ser “contada nos dedos”. Exemplos: n.º de
empregados por setor em uma empresa, n.º de erros Quando se tem uma quantidade muito grande de dados
por página em um livro, n.º de filhos por família, n.º de brutos, costuma-se distribuí-los em classes ou catego-
acidentes de trânsito por ano em uma estrada, etc. rias, determinando-se o n.º de indivíduos pertencentes
O gráfico mais apropriado para representar este tipo de a cada classe (freqüência da classe). O agrupamento
variável é o gráfico de linhas verticais. em intervalos de classe são para aquelas variáveis que
Exemplo: cinco moedas foram lançadas 1000 vezes e, podem assumir qualquer valor dentro de cada uma das
em cada lance, foi anotado o número de caras. Os nºs classes.
de lances nos quais foram obtidas 0, 1, 2, 3, 4 e 5 ca- Exemplos de variáveis quantitativas contínuas: altura,
ras estão indicados na tabela abaixo: renda, peso, etc.
Tabela 2
N.º de lances Os tipos de gráficos mais apropriados para representar
N.º de caras este tipo de variável são: histograma e polígono de
(freqüência)
0 38 freqüências.
1 144
2 342 Um histograma é constituído de retângulos, cuja base
3 287 é igual à amplitude da classe e a altura é igual à fre-
4 164 qüência da respectiva classe.
5 25
TOTAL 1000 Um polígono é obtido ligando-se os pontos médios da
extremidade superior de cada retângulo que forma o
histograma.
Fonte: dados hipotéticos
Exemplo: a tabela a seguir mostra a distribuição das
alturas de 100 estudantes do sexo masculino da Uni-
Gráfico 3
versidade XYZ:
fi
342
Tabela 3
N.º de alunos
287 Alturas
(freqüência)
(cm)
150  2
155
155  15
164 160
144 160  22
165
165  39
53
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
170 Tabela 4
170  13 n.º filhos 1 2 3 4 5 6 7 8 9
175 freqüência 10 41 28 50 22 24 8 7 4
175  5 fonte: dados hipotéticos
180
180  3
185 Dados agrupados por intervalo de classe: Forma de
185  1 agrupamento própria para variáveis quantitativas con-
190 tínuas.
TOTAL 100 Exemplo: a tabela a seguir mostra a distribuição das
Fonte: dados hipotéticos alturas de 100 estudantes do sexo masculino da Uni-
versidade XYZ:
Histograma de Freqüências
Tabela 5
N.º de alunos
Alturas (cm)
Alturas dos Alunos da Universidade (freqüência)
XYZ 150  155 2
155  160 15
150 |--- 155 160  165 22
50
155 |--- 160 165  170 39
40 160 |--- 165 170  175 13
175  180 5
frequências

165 |--- 170


30 180  185 3
170 |--- 175 185  190 1
20
175 |--- 180 TOTAL 100
10 180 |--- 185 Fonte: dados hipotéticos
185 |--- 190
0 Observações:
Alturas (1) Em toda distribuição ou série estatística, a Ampli-
tude Total é dada pela diferença entre o maior e o
menor valor da variável em estudo.
Gráfico 5 (2) Para distribuições por intervalos de classe, h é dita
Amplitude de Classe e consiste na diferença entre os
extremos da classe.

Polígono de Frequências
MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL

1 60 Há várias medidas de tendência central, entretanto


Frequências

nesta apostila, será abordado o estudo de apenas


40 aquelas que forem as mais significativas para a teoria
0,5
20 de pesquisa mercadológica. As mais importante medi-
das de tendência central, são a média aritmética, média
0 0 aritmética para dados agrupados, média aritmética
1 2 3 4 5 6 7 8 ponderada, mediana, moda, média geométrica, média
harmônica, quartis. Quando se estuda variabilidade, as
Classes (ponto central)
medidas mais importantes são: amplitude, desvio pa-
Gráfico drão e variância.
6
Medi- Fórmula Exemplo
FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS DADOS ESTA- das
TÍSTICOS Média

Há três formas de apresentação de dados estatísticos: aritmé-

Dados não-agrupados: Série estatística na qual os tica


dados brutos aparecem enumerados um a um, na for-
ma de “rol”, sem qualquer preocupação com a ordem. Média
aritmé-
Exemplo: {1, 3, 0, 2, 1, 4, 2, 0, 5, 1, 2, 0, 1} tica
para
Dados agrupados por freqüências (ou distribui- dados
ções de freqüências): agrupa-
dos
Dados agrupados por pontos (ou pontuais): A Média 4 (4) + 6 (9) =
forma de agrupamento é própria para variáveis quanti- aritmé- 7
tativas discretas. tica
ponde-
Exemplo: A tabela abaixo mostra uma distribuição de rada
freqüências do número de filhos nas famílias de 200
alunos da Universidade XYZ:

54
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
1) Se n é impar, o valor é 12 13 14 = 13 É a maior ou menor diversificação dos valores de uma
central, 2) se n é par, o valor 12 13 14 15 = variável em torno de um valor de tendência central (
Mediana
é a média dos dois valores 13,5 média ou mediana ) tomado como ponto de compara-
centrais. ção.
Valor que ocorre com mais 22 23 22 22 34
Moda
freqüência. 45 = 22 A média - ainda que considerada como um número que
Média G = nv X1 X2... 3
v12 x 14 x 16 tem a faculdade de representar uma série de valores -
geomé- = 13,90 não pode, por si mesma, destacar o grau de homoge-
trica neidade ou heterogeneidade que existe entre os valores
que compõem o conjunto.
Média
harmô- Consideremos os seguintes conjuntos de valores
nica das variáveis X, Y e Z:

X = {70, 70, 70, 70, 70}


Quartis
Y = {68, 69, 70, 71, 72}

Exemplo de calculo de quartil: Z = {5, 15, 50, 120, 160}


Para a amostra abaixo, calcular o primeiro e o
terceiro quartis: Observamos então que os três conjuntos apresentam a
1) Valores em ordem crescente e cálculo de p(i). mesma média aritmética = 350/5 = 70
13,3 13,5 17,2 13,8 12,3 12,7 13,0 14,5
14,9 15,8 13,1 13,3 14,1 Entretanto, é fácil notar que o conjunto X é mais ho-
mogêneo que os conjuntos Y e Z, já que todos os valo-
12,3 12,7 13,0 13,1 13,3 13,3 13,5 13,8
res são iguais à média. O conjunto Y, por sua vez, é
14,1 14,5 14,9 15,8 17,2
mais homogêneo que o conjunto Z, pois há menor di-
versificação entre cada um de seus valores e a média
X (i) i representativa.

Concluímos então que o conjunto X apresenta disper-


12,3 01 0,038 são nula e que o conjunto Y apresenta uma dispersão
12,7 02 0,115 menor que o conjunto Z.
13,0 03 0,192
13,1 04 0,269
MEDIDAS DE DISPERSÃO ABSOLUTA
13,3 05 0,346
13,3 06 0,423
13,5 07 0,500 Amplitude total: É a única medida de dispersão que
13,8 08 0,577 não tem na média o ponto de referência.
14,1 09 0,654
14,5 10 0,731 Quando os dados não estão agrupados a amplitude
14,9 11 0,808 total é a diferença entre o maior e o menor valor ob-
15,8 12 0,885 servado: AT = X máximo - X mínimo.
17,2 13 0,962
Exemplo: Para os valores 40, 45, 48, 62 e 70 a ampli-
2) Valores imediatamente acima e abaixo de 0,25 tude total será: AT = 70 - 40 = 30
(13,0 e 13,1), associados com p(inf) = 0,192 e p
(sup) = 0,269 Quando os dados estão agrupados sem intervalos de
classe ainda temos: AT = X máximo - X mínimo.

Exemplo:
xi fi
Valores imediatamente acima e abaixo de
0,75: x(inf) = 14,5 e x (sup) = 14,9, associados com 0 2
p(inf) = 0,731 e p(sup) = 0,808: 1 6
3 5
4 3
AT = 4 - 0 = 4
Com intervalos de classe a amplitude total é a diferença
O valor para o segundo quartil é representado pela entre o limite superior da última classe e o limite
mediana (13,5). inferior da primeira classe. Então AT = L máximo -
l mínimo
MEDIDAS DE DISPERSÃO Exemplo:
Classes fi

Dispersão ou Variabilidade: 4 |------------- 6 6

55
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
6 |------------- 8 2
Xi | Xi -
8 |------------- 10 3 | Xi - Xi - Md
Xi - Md |
|
(- 4) - (-0,2) = (- 4) - (-2)
AT = 10 - 4 = 6 -4 3,8 2
-3,8 =-2
(- 3) - (-0,2) = (- 3) - (-2)
A amplitude total tem o inconveniente e só levar em -3 2,8 1
-2,8 =-1
conta os dois valores extremos da série, descuidando
do conjunto de valores intermediários. Faz-se uso da (- 2) - (-0,2) = (- 2) - (-2)
-2 1,8 0
amplitude total quando se quer determinar a amplitu- -1,8 =0
de da temperatura em um dia, no controle de qua- 3 - (-0,2) =
lidade ou como uma medida de cálculo rápido sem 3 3,2 3 - (-2) = 5 5
3,2
muita exatidão.
5 - (-0,2) =
5 5,2 5 - (-2) = 7 7
5,2
Desvio quartil

Também chamado de amplitude semi-interquatílica e é E= 16,8 E= 15


baseada nos quartis.
Símbolo: Dq e a Fórmula: Dq = (Q3 - Q1) / 2
Pela Média: Dm = 16,8 / 5 = 3,36 Pela Mediana :
Observações: Dm = 15 / 5 = 3

1 - O desvio quartil apresenta como vantagem o fato de Desvio médio para Dados Tabulados
ser uma medida fácil de calcular e de interpretar. Além
do mais, não é afetado pelos valores extremos, grandes Se os valores vierem dispostos em uma tabela de fre-
ou pequenos, sendo recomendado, por conseguinte, qüências, agrupados ou não em classes, serão usadas
quando entre os dados figurem valores extremos que as seguintes fórmulas:
não se consideram representativos.
Cálculo pela média: Dm = (E |Xi - |. fi ) / E fi
2- O desvio quartil deverá ser usado preferencialmente Cálculo pela mediana: Dm = (E |Xi - Md |. fi ) / E fi
quando a medida de tendência central for a mediana. Exemplo de cálculo pela média:

f Xi . f
3- Trata-se de uma medida insensível ã distribuição dos Xi Xi - | Xi - | Xi - | .
i i
itens menores que Q1, entre Q1 e Q3 e maiores que | fi
Q3. 3 2 6 4,7 - 1,7 1,7 3,4
4 2 8 4,7 - 0,7 0,7 1,4
Exemplo: Para os valores 40, 45, 48, 62 e 70 o desvio
5 3 15 4,7 0,3 0,3 0,9
quartil será:
6 3 18 4,7 1,3 1,3 3,9
Q1 = (45+40)/2 = 42,5 Q3 = (70+62)/2 = 66 Dq E
10 47 E= 9,6
= (66 - 42,5) / 2 = 11,75 =

Desvio médio absoluto


Dm = 9,6 / 10 = 0,96

Para dados brutos


Para o cálculo do Desvio médio pela mediana segue-se
o mesmo raciocínio.
É a média aritmética dos valores absolutos dos desvios
tomados em relação a uma das seguintes medidas de
tendência central: média ou mediana. Símbolo = Dm Xi f i Md Xi - Md | Xi - Md | | Xi - Md | . f i
3 2 5 -2 2 4
Fórmula: para a Média = E | Xi - | /n
4 2 5 -1 1 2

Fórmula: para a Mediana = E | Xi - Md | / n 5 3 5 0 0 0


6 3 5 1 1 1
As barras verticais indicam que são tomados os valores E = 10 E= 7
absolutos, prescindindo do sinal dos desvios.

Exemplo: Calcular o desvio médio do conjunto de nú- Dm = 7 / 10 = 0,70


meros { - 4 , - 3 , - 2 , 3 , 5 }
Obs.: Apesar de o desvio médio expressar aceitavel-
mente a dispersão de uma amostra, não é tão frequen-
= - 0, 2 e Md = - 2 temente empregado como o desvio-padrão. O desvio
médio despreza o fato de alguns desvios serem negati-
vos e outros positivos, pois essa medida os trata como
Tabela auxiliar para cálculo do desvio médio se fossem todos positivos. Todavia será preferido o uso
do desvio médio em lugar do desvio-padrão, quando

56
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
esse for indevidamente influenciado pelos desvios níveis de significância para os resultados obtidos em
extremos. amostras de certo tamanho. Muitas daquelas funções
são relacionadas a um tipo geral de função que é cha-
TESTES DE SIGNIFICÂNCIA mada de normal (ou gaussiana).

Um procedimento para verificar se uma quantidade MATEMÁTICA FINANCEIRA: JUROS SIMPLES E


submetida a uma variação aleatória difere de um valor COMPOSTOS, DESCONTOS, TAXAS PROPORCI-
postulado por uma quantidade superior à esperada por ONAIS, RAZÃO E PROPORÇÃO, REGRA DE
uma variação aleatória apenas. TRÊS, PORCENTAGEM, TAXAS DE ACRÉSCIMOS
E DECRÉSCIMOS, MONTANTE E CAPITAL; TAXA
O que é "significância estatística" (nível-p) DE LUCRO OU MARGEM SOBRE O PREÇO DE
CUSTO E SOBRE O PREÇO DE VENDA.
A significância estatística de um resultado é uma medi-
da estimada do grau em que este resultado é "verda-
deiro" (no sentido de que seja realmente o que ocorre JUROS SIMPLES
na população, ou seja, no sentido de "representativida-
de da população"). Mais tecnicamente, o valor do nível- Depositando-se dinheiro num Banco, ou empres-
p representa um índice decrescente da confiabilidade tando-o a uma pessoa, percebe-se um prêmio
de um resultado. Quanto mais alto o nível-p, menos se chamado juro. Fórmula:
pode acreditar que a relação observada entre as variá- J – C.i.n.
veis na amostra é um indicador confiável da relação Onde:
entre as respectivas variáveis na população. Especifi- C = Capital – é a quantia depositada ou empres-
camente, o nível-p representa a probabilidade de erro tada
envolvida em aceitar o resultado observado como váli-
do, isto é, como "representativo da população". Por i = Taxa – em geral é dada sob a forma de por-
exemplo, um nível-p de 0,05 (1/20) indica que há 5% centagem (taxa percentual) durante um tempo
de probabilidade de que a relação entre as variáveis, determinado. Quando este tempo não vem indic a-
encontrada na amostra, seja um "acaso feliz". Em ou- do, é um ano. Na resolução de problemas utiliza -
tras palavras, assumindo que não haja relação entre se a “taxa unitária”. Ex: Se a taxa é 15% a.m.
aquelas variáveis na população, e o experimento de sua “taxa unitária” será: 0,15. Basta, portanto
interesse seja repetido várias vezes, poder-se-ia espe- dividir a taxa percentual por 100.
rar que em aproximadamente 20 realizações do expe-
rimento haveria apenas uma em que a relação entre as n = Período ou Tempo – é o número de anos,
variáveis em questão seria igual ou mais forte do que a meses, dias, etc., durante os quais o capital é
que foi observada naquela amostra anterior. Em muitas depositado e produz juros.
áreas de pesquisa, o nível-p de 0,05 é costumeiramen-
te tratado como um "limite aceitável" de erro. Nesses problemas de juros, os meses têm todos
30 dias e o ano 360 dias. Porém, se o número de
Como é calculado o nível de significância estatís- dias fosse compreendido entre duas datas fixas,
tico como de 12/6 a 3/12, cantar-se-iam os meses
Assuma-se que já tenha sido calculada uma medida da com o número de dias que têm no calendário.
relação entre duas variáveis (como explicado acima). A
próxima questão é "quão significante é esta relação"? Observação Importante
Por exemplo, 40% da variação global ser explicada pela
relação entre duas variáveis é suficiente para conside- Os problemas só poderão ser resolvidos se a taxa
rar a relação significante? "Depende". Especificamente, e o período tiverem a mesma referência de tem-
a significância depende principalmente do tamanho da po. Assim, se a taxa for dada “ao ano”, o período
amostra. Como já foi explicado, em amostras muito deverá estar em anos. Para taxa “ao mês”, o p e-
grandes mesmo relações muito pequenas entre variá- ríodo deverá ser expresso em meses, e assim por
veis serão significantes, enquanto que em amostras diante.
muito pequenas mesmo relações muito grandes não
poderão ser consideradas confiáveis (significantes). Exemplos:
Assim, para determinar o nível de significância estatís-
tica torna-se necessária uma função que represente o 1. Que juros produz em três anos um capital de
relacionamento entre "magnitude" e "significância" das R$ 6.000,00 a 4% ao ano?
relações entre duas variáveis, dependendo do tamanho
da amostra. Tal função diria exatamente "quão prová- Solução: Fórmula dos juros simples. Verifica -se
vel é obter uma relação de dada magnitude (ou maior) que tanto a taxa quanto o período possuem a
de uma amostra de dado tamanho, assumindo que não mesma referência de tempo (taxa a.a, período em
há tal relação entre aquelas variáveis na população". anos)...
Em outras palavras, aquela função forneceria o nível de J = 6000 x 0,04 x 3 = R$ 720,00
significância (nível-p), e isso permitiria conhecer a pro-
babilidade de erro envolvida em rejeitar a idéia de que 2. Quais são os juros produzidos por R$
a relação em questão não existe na população. Esta 15.000,00 a 3,5% a.a, durante 3 anos e 6 meses?
hipótese "alternativa" (de que não há relação na popu-
lação) é usualmente chamada de hipótese nula. Seria Solução: Temos:
ideal se a função de probabilidade fosse linear, e, por C = 15000; i = 3,5% a.a.= 0,035; n = 3 anos e 6
exemplo, apenas tivesse diferentes inclinações para meses = 3 x 12 + 6 = 46 meses
diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente, a fun- Podemos observar, então que a taxa e o período
ção é mais complexa, e não é sempre exatamente a não estão na mesma referência de tempo, logo,
mesma. Entretanto, em muitos casos, sua forma é vamos converter a taxa para uma taxa mensal.
conhecida e isso pode ser usado para determinar os
57
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
0,0 3 5 o emprego mais comum de juros compostos na Econo-
i . Por praticidade, não efetuaremos esta mia. Na verdade, o uso de juros simples não se justifica
12
operação, levando esta fração diretamente á fó r- em estudos econômicos.
mula, para finalizar os cálculos.
Fórmula para o cálculo de Juros compostos
0,0 3 5
J = 15000 x x 42 = R$ 1.837,50 Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplica-
12 do a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10% (i
3. A que taxa devemos colocar R$ 300,00 para se = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal +
obter R$ 60,00 de juros em 4 anos? juros), mês a mês:

Solução: Temos: C = 300, n = 4 a., J = 60 Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 =
Manipulando algebricamente a fórmula de juros e 1000(1 + 0,1)
explicitando a taxa, teremos: Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 =
1000(1 + 0,1)2
J Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 =
i , então:
Cxn 1000(1 + 0,1)3

60 Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, tere-


i  0,0 5 (taxa unitária). Lembre-se: para mos evidentemente:
3 0 0 x4
obter a taxa percentual, basta multiplicar a taxa S = 1000(1 + 0,1)n
unitária por 100! Logo: i = 5% a.a.
De uma forma genérica, teremos para um principal P,
4. Qual é o capital que, colocado a 5% a.a., d u- aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o
rante 4 anos, produziu R$ 535,00 de juros? período n:
S = P (1 + i)n
Solução: Temos: 1 = 5% = 0,05, n = 4, J = 535
Novamente, manipulamos algebricamente a fó r- onde S = montante, P = principal, i = taxa de juros e n
mula de juros simples, a fim de explicitar o Capi- = número de períodos que o principal P (capital inicial)
tal. foi aplicado.

J 535 NOTA: Na fórmula acima, as unidades de tempo refe-


C , então: C  R$ 2.675,00
ixn 0,0 5x4 rentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser
necessariamente iguais. Este é um detalhe importantís-
5. Quanto tempo leva a quantia de R$ 8.000,00 a simo, que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo,
4% para produzir R$ 640,00 de juros? se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, devere-
mos considerar 2% ao mês durante 3x12=36 meses.
Solução: Temos: C = 8.000, i = 4% = 0,04, J = Exercícios Resolvidos:
640
Modificando a fórmula dos juros simples: 1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação,
em função do montante S e da taxa de aplicação i por
J 640 período.
n , então: n   2 anos
C xi 8 0 0 0x0,0 4
Solução:
Temos S = P(1+i)n
JUROS COMPOSTOS Logo, S/P = (1+i)n
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos
O capital inicial (principal) pode crescer como já sabe- escrever:
mos, devido aos juros, segundo duas modalidades, a n = log (1+ i) (S/P). Portanto, usando logaritmo deci-
saber: mal (base 10), vem:
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal
rende juros.
Juros compostos - após cada período, os juros são in- Temos também da expressão acima que:
corporados ao principal e passam, por sua vez, a ren- n.log(1 + i) = logS – logP
der juros. Também conhecido como "juros sobre juros".
Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos
capital através juros simples e juros compostos, com juros compostos é uma aplicação prática do estudo dos
um exemplo: logaritmos.
Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de
10% a.a. Teremos: 2 – Um capital é aplicado em regime de juros compos-
tos a uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de
Observe que o crescimento do principal segundo juros quanto tempo este capital estará duplicado?
simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo
juros compostos é EXPONENCIAL e, portanto tem um Solução:
crescimento muito mais "rápido". Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital inicial
Isto poderia ser ilustrado graficamente da seguinte estiver duplicado, teremos S = 2P. Substituindo, vem:
forma: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%]
Simplificando, fica:
Na prática, as empresas, órgãos governamentais e 2 = 1,02n, que é uma equação exponencial simples.
investidores particulares costumam reinvestir as quan- Teremos então:
tias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica
58
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 / 0,00860 = crédito. É determinada pelas condições de mercado
35 (custos bancários, expectativas inflacionárias, remune-
ração de outros ativos, etc.). Em geral, a taxa prefe-
Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valo- rencial de juros adotada por grandes bancos tende a
res podem ser obtidos rapidamente em máquinas cal- ser a referência para todo o setor bancário e normal-
culadoras científicas. Caso uma questão assim caia no mente será a menor taxa do mercado.
vestibular, o examinador teria de informar os valores
dos logaritmos necessários, ou então permitir o uso de Geralmente a taxa preferencial supera em alguns pon-
calculadora na prova, o que não é comum no Brasil. tos a taxa básica. Mas, na Inglaterra e na Eurozona, a
taxa preferencial de juros corresponde exatamente à
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses taxa vigente no mercado interbancário, e funciona co-
(observe que a taxa de juros do problema é mensal), o mo taxa básica de juros. É o caso da Libor e da Euribor.
que equivale a 2 anos e 11 meses. A Libor (London Interbank Offered Rate) é a taxa prefe-
Resposta: 2 anos e 11 meses. rencial de juros que remunera grandes empréstimos
entre os bancos internacionais operantes no mercado
Exercícios propostos: londrino e é também utilizada como base da remunera-
ção de empréstimos em dólares a empresas e institui-
1 – Um capital de $200000,00 é aplicado a juros com- ções governamentais. Euribor (Euro Interbank Offered
postos de 10% ao ano. Calcule o montante após 4 Rate) é a taxa de juros usada nas operações interban-
anos. cárias, feitas em euro, entre os países da Eurozona.5
Resposta: $292820,00

2 – Um certo capital é aplicado em regime de juros DESCONTOS SIMPLES


compostos à uma taxa anual de 12%. Depois de quanto
tempo este capital estará triplicado? Existem dois tipos básicos de descontos simples nas
Resposta: aproximadamente 9,7 anos ou aproximada- operações financeiras: o desconto comercial e o des-
mente 9 anos e 9 meses. conto racional. Considerando-se que no regime de capi-
talização simples, na prática, usa-se sempre o desconto
Observe que: comercial, este será o tipo de desconto a ser abordado
9,7a = 9 + 0,7a = 9a + 0,7x12m = 9a + 8,4m = 9a + a seguir.
8m + 0,4m = 9a + 8m + 0,4x30d = 9a + 8m + 12d.
Arredondamos o resultado para maior (9 anos e 9 me- Vamos considerar a seguinte simbologia:
ses). N = valor nominal de um título.
Nota: log3 = 0,47712 e log1,12 = 0,04922 V = valor líquido, após o desconto.
Dc = desconto comercial.
MONTANTE d = taxa de descontos simples.
n = número de períodos.
Chama-se montante a soma de um capital com
seus juros em determinado tempo. Teremos:
Fórmula V = N - Dc
M  C. 1  ixn No desconto comercial, a taxa de desconto incide sobre
o valor nominal N do título. Logo:
Onde M representa o montante. Dc = Ndn
Substituindo, vem:
Exemplo: V = N(1 - dn)
1. Qual o montante de um capital de R$ 6000,00
durante 3 anos a 6% a.a.? Exemplo: Considere um título cujo valor nominal seja
Solução: Temos: C = 6000, n = 3, i = 6% = 0,06 $10.000,00. Calcule o desconto comercial a ser conce-
M = 6000. (1 + 0,06 x 3) = R$ 7.080,00 dido para um resgate do título 3 meses antes da data
de vencimento, a uma taxa de desconto de 5% a.m.
TAXA DE JUROS
Solução:
Juro é a remuneração cobrada pelo empréstimo de V = 10000 . (1 - 0,05 . 3) = 8500
dinheiro. É expresso como um percentual sobre o valor Dc = 10000 - 8500 = 1500
emprestado (taxa de juro) e pode ser calculado de duas Resp: valor descontado = $8.500,00; desconto =
formas: juros simples ou juros compostos. $1.500,00

O juro pode ser compreendido como uma espécie de DESCONTO BANCÁRIO


"aluguel sobre o dinheiro". A taxa seria uma compensa-
ção paga pelo tomador do empréstimo para ter o direito Nos bancos, as operações de desconto comercial são
de usar o dinheiro até o dia do pagamento. O credor, realizadas de forma a contemplar as despesas adminis-
por outro lado, recebe uma compensação por não poder trativas (um percentual cobrado sobre o valor nominal
usar esse dinheiro até o dia do pagamento e por correr do título) e o IOF - imposto sobre operações financei-
o risco de não receber o dinheiro de volta (risco de ras.
inadimplência).
É óbvio que o desconto concedido pelo banco, para o
Taxa preferencial de juros resgate de um título antes do vencimento, através
desta técnica, faz com que o valor descontado seja
maior, resultando num resgate de menor valor para o
A taxa preferencial de juros (em inglês, prime rate) é a
proprietário do título.
taxa de juros bancária cobrada dos clientes preferenci-
ais, isto é, aqueles que têm as melhores avaliações de
Exemplo:
59
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Um título de $100.000,00 é descontado em um banco, 1 - Um título de $5000,00 vai ser descontado 60 dias
seis meses antes do vencimento, à taxa de desconto antes do vencimento. Sabendo-se que a taxa de juros é
comercial de 5% a.m. O banco cobra uma taxa de 2% de 3% a.m., pede-se calcular o desconto comercial e o
sobre o valor nominal do título como despesas adminis- valor descontado.
trativas e 1,5% a.a. de IOF. Calcule o valor líquido a Resp: desconto = $300,00 e valor descontado =
ser recebido pelo proprietário do título e a taxa de juros $4700,00
efetiva da operação.
2 - Um banco realiza operações de desconto de duplica-
Solução: tas a uma taxa de desconto comercial de 12% a. a.,
Desconto comercial: Dc = 100000 . 0,,05 . 6 = 30000 mais IOF de 1,5% a . a. e 2% de taxa relativa a despe-
Despesas administrativas: da = 100000 . 0,02 = 2000 sas administrativas. Além disto, a título de reciprocida-
IOF = 100000 . (0,015/360) . 180 = 750 de, o banco exige um saldo médio de 10% do valor da
Desconto total = 30000 + 2000 + 750 = 32750 operação. Nestas condições, para uma duplicata de
valor nominal $50000,00 que vai ser descontada 3
Daí, o valor líquido do título será: 100000 - 32750 = meses antes do vencimento, pede-se calcular a taxa
67250 efetiva de juros da operação.
Logo, V = $67250,00
Resp: 6,06% a.m
A taxa efetiva de juros da operação será: i =
[(100000/67250) - 1].100 = 8,12% a. m. DESCONTO POR DENTRO OU RACIONAL

Observe que a taxa de juros efetiva da operação, é Usual em operações a longo prazo
muito superior à taxa de desconto, o que é amplamente
favorável ao banco. Dr = A i n

Duplicatas comparar com J = C i n

Recorrendo a um dicionário encontramos a seguinte O valor do desconto é calculado sobre o valor atual,
definição de duplicata: como também o é em desconto racional simples, di-
Título de crédito formal, nominativo, emitido por nego- vergindo apenas por agora considerarmos uma capita-
ciante com a mesma data, valor global e vencimento da lização, ou seja, usarmos potenciação como em capita-
fatura, e representativo e comprobatório de crédito lização composta.
preexistente (venda de mercadoria a prazo), destinado
a aceite e pagamento por parte do comprador, circulá- O valor nominal é o valor que consta no título e é dado
vel por meio de endosso, e sujeito à disciplina do direi- por: N’= A’(1 + i)n
to cambiário.
O valor atual é o valor de resgate, valor presente ou
Obs.: valor líquido de um título descontado antes do seu
a) A duplicata deve ser emitida em impressos padroni- vencimento. É dado por:
zados aprovados por Resolução do Banco Central. A’ = N
b) Uma só duplicata não pode corresponder a mais de (1 in
uma fatura.
O desconto racional é a diferença entre o valor nomi-
Considere que uma empresa disponha de faturas a nal e o valor atual de um título que foi saldado antes do
receber e que, para gerar capital de giro, ela dirija-se a seu vencimento
um banco para trocá-las por dinheiro vivo, antecipando d’ = N’ - A’
as receitas. Entende-se como duplicatas, essas faturas EXERCÍCIOS
a receber negociadas a uma determinada taxa de des-
contos com as instituições bancárias. 1. Qual é o valor do título que, descontado 3 meses
antes de seu vencimento, a uma taxa de 10% a.m.,
Exemplo: capitalizável mensalmente, determinou um valor de
Uma empresa oferece uma duplicata de $50000,00 com resgate de R$ 12.400,00?
vencimento para 90 dias, a um determinado banco.
Supondo que a taxa de desconto acertada seja de 4% Solução
a. m. e que o banco, além do IOF de 1,5% a.a. , cobra A’= 12.400,00 N’= ? i = 10% a.m. n = 3 meses
2% relativo às despesas administrativas, determine o N’= A’ (1 +i)n
valor líquido a ser resgatado pela empresa e o valor da = 12.400. (1 + 0,1)3
taxa efetiva da operação. = 12.400. 1,331000 = 16.504,40

SOLUÇÃO: Pela HP-12C


Desconto comercial = Dc = 50000 . 0,04 . 3 = 6000 2. Qual o valor de resgate de um título de R$
Despesas administrativas = Da = 0,02 . 50000 = 1000 16.504,40 vencível daqui a 9 meses, à taxa efetiva de
IOF = 50000(0,015/360).90] = 187,50 desconto racional composto de 46,41% a.a. capitali-
zável trimestralmente?
Teremos então:
Valor líquido = V = 50000 - (6000 + 1000 + 187,50) = Solução
42812,50 N’= 16.504,40 A’ = ? i = 46,41% a.a. n = 9 meses = 3
Taxa efetiva de juros = i = [(50000/42812,50) - 1].100 trimestres
= 16,79 % a.t. = 5,60 % a.m.
Resp: V = $42812,50 e i = 5,60 % a.m. Precisamos primeiro estabelecer a equivalência de ta-
xas. Assim
Exercícios propostos: A’ (1 + 0,4641) i’ = A’ (1 + i)4
60
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
... os valores futuros devem ser iguais.
(1 + 0,4641) = (1 + i)4 Taxa Real é aquela efetivamente paga em
1 + i = (1,4641)1/4 uma operação qualquer, após descontarmos a inflação.
i = 1,10000 - 1 = 0,1 a.t. 1  iap
Sabendo todos os dados, podemos, agora, calcular o 1  ir 
1  ii
valor que o título
foi descontado antes do vencimento.
A’= N’/(1 + i)n onde: i r é a taxa real; i ap é a taxa aparente
= 16.504,40/(1 + 0,1)3
= 16.504,40/1,331000 = 12.400,00 e i i é a taxa de inflação.

TAXAS RAZÃO E PROPORÇÃO

Taxas Proporcionais Razão


Taxas Proporcionais são taxas de juros sim-
ples, cuja razão possui a mesma constante de proporci-
A razão entre dois números a e b, sendo b # 0 é
onalidade que os respectivos tempos a que se referem.
i1 n
a
 1 indicada pelo quociente entre a e b, ou seja: ,
i2 n2 b
que também pode ser representada por: a : b.
Exemplo:
As taxas de 6% ao ano e 3% ao semestre são Exemplos:
1. Calcular a razão entre 15 e 25.
proporcionais, pois:
6% 12 meses 15 3
 Solução: 
3% 6 meses 25 5

Taxas Equivalentes 2 3
2. Calcular a razão entre e
Taxas Equivalentes são aquelas que, quando 5 10
aplicadas ao mesmo capital, durante o mesmo intervalo 2
de tempo, produzirão o mesmo montante. 5 2 10 4
Solução: 5   x 
3 3 5 3 3
Em juros simples não há distinção entre taxas 10
proporcionais e equivalentes, pois significam a mesma
Exercícios
coisa.
Ex.: Aplicando-se, a juros simples, o capital
de R$ 100,00 (ou outro qualquer) a uma taxa de 24% 1. Determine a razão entre:
a.a., durante um ano teremos o mesmo montante se o 6
a) 3 e ;
capital for aplicado à taxa de 2% a.m., durante 12 7
meses.
Em juros compostos, a equivalência se dá pe-
1 1 2
la fórmula do juro composto: b) e ; c) 1,5 e 5; d) 7 e 3
1  i1 n'  1  i2 n" 2 3 4
7 3 3
onde: i1 e i 2 são as taxas a serem relaciona- Respostas: a) ; b) ; c ) ; d) 2 .
2 2 10
das; n’ e n” são os prazos, em unidades compatíveis de
tempo.
2
2. Numa razão igual a , o antecedente é 8. De-
5
Taxa Nominal termine a razão.
8
Taxa Nominal é, na verdade, uma taxa de ju- Resposta:
ros simples, cuja capitalização ocorre em período 20
diferente do período de referência da taxa.
3. O triplo do consequente de uma razão igual a
Exemplo: taxa de 24% ao ano com capitaliza- 3/7 é 63. Determine o antecedente e a razão i n-
ção mensal. versa.
Resposta: 9 e 21/9
Para convertermos uma taxa nominal em efe-
tiva, utilizamos o critério da proporcionalidade. 4. Num jogo de basquete, Oscar fez 60 arreme s-
sos, obtendo 50 pontos e Luis, em 30 arremessos,
Taxa Efetiva obteve 20 pontos. Quem tem a maior razão de
acordos?
Taxa Efetiva é aquela cujo período de capita- Resposta: Oscar.
lização coincide com o período da própria taxa. Nor-
malmente, costuma-se omitir o período de capitalização 5. O perímetro de um triângulo é 28m e o lado de
em uma taxa efetiva. um quadro mede 0,009hm. Qual é a razão entre
os perímetros dessas figuras?
Exemplo: taxa de 2% ao mês com capitaliza- 7
Resposta:
ção mensal, ou, simplesmente, 2% ao mês. 9
Taxa Real
61
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Proporção 2. A idade de um filho está para 2 assim como a
idade de seu pai está para 10. Determine essas
Proporção é uma igualdade de duas razões. Uma idades, sabendo que a soma deles é 54.
Resposta: 9 e 45 anos
a c
proporção é representada por  ; ou
b d 3. Calcule o valor de “x” nas proporções:
a : b : : c : d, e lê-se: “a está para b, assim co-
mo c está para d”. 2 X
a)  Resposta: 2,5
5 6,25
Propriedades

a) Propriedade fundamental: O produto dos “me i- x 4 24


b)  Resposta:
os” é igual ao produto dos “extremos”, ou seja: 3  0,75 1 5
b x c = a x d 2
8
Exemplo: calcular o valor de “x” na proporção
3
3 x 1 3
2
55
 c)  4 Resposta:
5 20 3 x 48
2
Solução: Pela propriedade fundamental, temos: 4
5 x x  1  20x3, donde x  11
4. Uma vara de 12 cm fixada verticalmente no
b) Adição ou Subtração: Em toda proporção a solo produz uma sombra de 15cm. Que compri-
soma ou a diferença dos antecedentes está para a mento deveria ter a vara para projetar uma so m-
soma ou diferença dos consequentes assim como bra de 45cm?
qualquer antecedente está para o seu correspon- Resposta: 36cm
dente.
5. Uma foto de dimensões 3cm x 4cm foi ampli a-
Desse modo: da passando o seu comprimento de 4cm para
a c ac ac ab cd ab cd 28cm. Quanto passou a medir sua largura?
       Resposta: 21cm
b d bd bd a c b d
6. A soma dos perímetros de dois quadrados é
Exemplo: 52cm. Determine esses perímetros sabendo que a
1. Dividir 45 em partes proporcionais a 3 e 2. razão entre eles é 3/10.
Solução: Resposta: 12m e 40m
x y xy x 45 x 7. Dividiu-se 14kg de carne em duas pessoas,
      x  27 e y  18 sendo a razão entre as partes igual a ¾. Quando
3 2 32 3 5 3
recebeu cada pessoa?
Resposta: 6kg e 8kg
2. A razão entre dois números é 2/3 e sua soma é
60. Calcule os dois números.
8. A idade de um pai e a de seu filho estão na
Solução:
razão de 3/1. Qual a idade de cada um, sabendo
x 2 x y xy x 60 x que a diferença entre eles é de 24 anos?
       
y 3 2 3 23 2 5 2 Resposta: 36 anos e 12 anos
x  24 e y  36 9. A diferença entre os comprimentos de duas
peças de fazenda é de 15m e estes estão entre si
c) Multiplicação dos antecedentes e dos conse- assim como 7 está para 4. Calcule a metragem de
quentes das duas razões. cada peça.
a c ac a2 c2 Resposta: 35m e 20m
   2  2
b d bd b d 10. Os ângulos internos de um quadrilátero são
proporcionais aos números 2, 3, 4 e 6. Calcule
Exemplo: esses ângulos, sabendo que a sua soma é igual a
360º.
1. O produto de dois números (positivos) é 4.800 Resposta: 48º, 72º, 96º e 144º.
e a razão entre eles é ¾. Calcule os números.
Solução: DIVISÃO PROPORCIONAL
x 3 x y xy x 2 4800 x 2
 ou    2    Divisão proporcional é uma aplicação de razões e
y 4 3 4 12 3 12 9 proporções. Para facilidade de estudo, vamos
x  60 e y  80 dividir o capítulo em três partes:

1. Divisão em partes diretamente proporcionais


Exercícios 2. divisão em partes inversamente propo rcionais
3. divisão em partes direta e inversamente pr o-
1. A razão entre dois números é 2/3 e a soma é porcionais ao mesmo tempo.
35. Calcular esses números.
Resposta: 14 e 21 Divisão em partes diretamente Proporcionais

62
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Exemplos: 1. Seja dividir 3.562 em partes inversamente
proporcionais a 2, 5 e 6.
1. Seja dividir o número 700 em partes diret a- Solução: Os inversos de 2, 5 e 6 são, respectiv a-
mente proporcionais a 3, 7, 10 e 15. mente, ½, 1/5 e 1/6.
Baseados na Segunda propriedade das propor-
ções, podemos escrever: 1 1 1 15 6 5 26
     
2 5 6 30 30 30 30
700 a b c d
    , logo
3  7  10  15 3 7 10 15 3562 : 26 = 137
700 15 x 137 = 2.055
Simplificando  20 , teremos 6 x 137 = 822
35 5 x 137 = 685
a = 3 x 20 = 60
b=7 x 20 = 140 2. Dividir o número 5.263 em três partes inver-
c = 10 x 20 = 200 samente proporcionais, ao mesmo tempo, a pr i-
d = 15 x 20 = 300 meira parte a 3 é 5, e a Segunda parte a 4 é 7 e
a terceira parte a 2; 8
2. Dividir o número 2.509 em partes diretamente
proporcionais a 2/5, 3/8 e 5/6. Solução: já vimos
Solução: reduzem-se as frações ordinárias ao
mesmo denominador. Isto feito, abandonam-se os A primeira parte será proporcional a:
denominadores e trabalha-se com os numerado-
1 1 1
res como se fossem números inteiros. x 
3 5 15
2 3 5 48 45 100 A Segunda parte será proporcional a:
, ,  , , 1 1 1
5 8 6 120 120 120 x 
4 7 28
48 + 45 + 100 = 193 A terceira parte será proporcional a:
2.509 : 193 = 13 1 1 1
48 x 13 = 624 x 
45 x 13 = 585
2 8 16
100 x 13 = 1300
Somando as três partes:
Quando cada parte é proporcional, ao mesmo 1 1 1 112 60 105 277
tempo, a dois ou mais números, será proporcional
     
15 28 16 1680 1680 1680 1680
ao produto desses números.
5263 : 277 = 19
Exemplo
112 x 19 = 2128
60 x 19 = 1.140
1. A quantia de R$ 60.450,00 foi dividida entre 4
105 x 19 = 1995
pessoas, em partes diretamente proporcionais às
suas idades e números de filhos. Sabendo -se que
Divisão em partes inversamente proporcionais ao
a primeira tem 30 anos e 2 filhos; a Segunda, 40
mesmo tempo
anos e 4 filhos; a terceira, 45 anos e 1 filho e a
Quarta, 50 anos e 4 filhos, calcular quanto rec e-
beu cada uma. Exemplos:
Solução: a quantia será dividida em 4 partes,
cada parte proporcional a 2 números, ao mesmo 1. Dividir 715 em 3 partes, diretamente proporc i-
tempo. Logo: onais a 2,7 e 5 e inversamente, ao mesmo tempo,
a 4, 6 e 8, respectivamente
1ª pessoa: 30 x 2 = 60 Solução: As partes serão diretamente proporcio-
2ª pessoa: 40 x 4 = 160 nais a:
3ª pessoa: 45 x 1 = 45 1 1
2 e ou
4ª pessoa: 50 x 4 = 200 4 2
O que perfaz um total de 465. Logo:
1 7
60.450 : 465 = 130 7 e ou
60 x 130 – R$ 7.800,00 6 6
160 x 130 = R$ 20.800,00 1 5
45 x 130 = R$ 5.850,00 5 e ou
200 x 130 – R$ 26.000,00 8 8

Para se dividir uma grandeza em partes invers a- Somando?


mente proporcionais a vários números, basta d i- 1 7 5 12 28 15 55
vidi-la em partes diretamente proporcionais aos
     
2 6 8 24 24 24 24
inversos desses números.
715 : 55 = 13
13 x 12 = 156
OBS.: Lembramos que inverso de um número é
13 x 28 = 364
uma fração ordinária que tem por numerador a
13 x 15 = 195
unidade e por denominador esse número.

Exemplos: Exercícios

63
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
1. Certa obra foi contratada por R$ 42,00. Dizer 10. Dividir o número 2 em quatro partes, de m a-
quanto recebeu cada operário, sabendo-se que o neira que cada uma seja igual à terça parte da
primeiro faltou 3 dias, o segundo 5 e o terceiro 6. anterior.
Resposta: R$ 20,00, R$ 12,00, R$ 10,00 Respostas: 1,35; 0,45; 0,15 e 0,05

2. Certa importância foi distribuída entre quatro REGRA DE TRÊS


pessoas em partes diretamente proporcionais ao
número de filhos e inversamente proporcionais às Nos problemas de regra de três, temos sempre 3
suas idades. A primeira tem 2 filhos e 42 anos; a grandezas conhecidas e uma desconhecida. Esses
Segunda, 3 filhos e 50 anos, a terceira, 5 filhos e 2 pares de grandezas guardam semelhança entre
48 anos e a Quarta, 6 filhos e 45 a nos. Sabendo- si e são proporcionais. A regra de três simples
se que a primeira recebeu R$ 156,00, calcular a pode ser direta ou inversa, dependendo se as
importância total e as partes das outras três. grandezas são direta ou inversamente proporcio-
Respostas: 1.130,61; 196,56; 341,25; 436;80 nais. Quando comparamos duas grandezas como,
por exemplo, quantidade de objetos e seus val o-
3. Certa quantia foi repartida entre Paulo, João e res, observamos que quando a quantidade a u-
José em partes inversamente proporcionais às menta o valor total também aumenta. Quando eu
suas idades, que são: 15, 18 e 20 anos. Verificou - comparo, por exemplo, velocidade e tempo, tenho
se, então, que a parte de José era menor que a duas grandezas inversamente proporcionais: a u-
de João R$ 5.307,00. Calcular as três partes: mentando a velocidade diminui o tempo e vice -
Respostas: R$ 21.280,00; R$ 17.690,00; R$ versa.
15.921,00
Regra de Três Simples
4. Certo número foi dividido em partes diret a-
mente proporcionais a 3, 5,7 e 10. Se tivesse sido Quando é conhecido um par de valores corre s-
dividido em partes diretamente proporcionais a pondentes de duas grandezas e se deseja calcular
6,7,9 e 15 e inversamente, ao mesmo tempo, a 2, um segundo valor de uma delas, correspo ndente
3, 5 e 9, a sua terceira parte ficaria diminuída de a um segundo valor conhecido da outra, dizemos
4.622 unidades. Calcular as quatro partes. que se tem um problema de regra de três si m-
Respostas: 7.188; 11.980; 16.772 e 23.960 ples.

5. Certa quantia foi dividida em 4 pessoas em Exemplos:


partes diretamente proporcionais a 12, 15, 20 e 1. Comprei 6 camisas por R$ 480,00. Quanto p a-
32. Sabendo-se que o dobro da primeira menos o garei por 8 dessas camisas?
triplo da Segunda, mais o quádruplo da terceira Solução: Temos duas grandezas, número de c a-
mais a Quarta parte da Quarta, dá como resultado misas e preço, um par de valores correspondentes
R$ 21.239,00 calcular quanto tocou a cada pes- e queremos calcular o valor correspondente a um
soa. segundo valor de uma delas. Este é um problema
Respostas: R$ 3.804,00; R$ 4.755,00; R$ de regra de três simples.
6.340,00 e R$ 10.144,00
Como as grandezas são diretamente proporcio-
6. Dividir o número 4 em cinco partes, de modo nais, a regra de três simples é direta:
que a Segunda seja o dobro da primeira; a terce i- 6 camisas ____________ R$ 480,00
ra o dobro da soma da primeira e Segunda pa r- 8 camisas ____________ x
tes; a Quarta, a Terça parte da soma das três 6 480
primeiras e a Quinta, igual à soma das quatro 
anteriores. 8 x
Resposta: R$ 640,00
1 1 1
Respostas: , , , 1e2
6 3 2 2. Com a velocidade média de 60km, fui de carro
a Niterói, pela ponte, em 16 minutos. Voltei em
7. Um pai dividiu certa quantia entre seus três 12 minutos. Qual a velocidade média da volta?
filhos, que tinham 15, 17 e 20 anos. Se a divisão Solução: O problema é de regra de três simples
fosse feita três anos depois, o mais moço teria inversa, porque as grandezas velocidade e tempo
recebido R$ 273,00 a mais. Qual a quantia divid i- são inversamente proporcionais. Portanto, os v a-
da? lores de uma grandeza são inversamente propo r-
Resposta: R$ 41.236,00 cionais aos valores da outra (temos que inverter
uma das razões):
8. Dividir a importância de R$ 154.840,00 em
quatro partes, de maneira que a segunda parte 60 km/h: ____________ 16 minutos
seja o dobro da primeira, a terceira a Quarta pa r- x ____________ 12
te da Segunda e a Quarta o triplo da terceira. x 16
Respostas: R$ 30.968,00; R$ 61.936,00; R$ 
60 12
15.484,00; R$ 46.452,00 Resposta: 80km/h
9. Dividir a quantia de R$ 11.310,00 entre quatro
partes, de modo que a parte da primeira esteja Regra de Três Composta
para a Segunda como 5 para 7; a da Segunda
para a terceira como 1 para 5 e da terceira para a
Se o problema envolve mais de duas grandezas,
Quarta como 7 para 8.
dizemos que é uma regra de três composta.
Respostas: R$ 650,00; R$ 910,00; R$ 4.550,00;
R$ 5.200,00
Exemplos:

64
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
1. Um pintor gasta 5 latas de tinta para pintar um 6. Uma máquina, trabalhando 6 horas por dia,
muro de 20m de comprimento e 2m de altura. produz 20.000 unidades de certa mercadoria em
Quantas latas de tinta gastaria para pintar um 10 dias. Quantas horas precisará trabalhar por dia
muro de 12m de comprimento e 3m de altura? para produzir 36.000 unidades, em 12 dias?
Solução: São três grandezas: número de latas, Resposta: 9
comprimento e altura. Temos:
7. Paguei R$ 60.00 por 5m de tecido. Quanto p a-
5 latas:__________ 20m ____________ 2m garia por 8m desse tecido?
x ___________ 12 ____________ 3 Resposta: R$ 96,00

Procedemos assim: 8. Um carro, com a velocidade de 80Km/h, per-


Comparemos cada uma das grandezas com aquela corre um trajeto em 4h. Em quanto tempo esse
que tem o elemento desconhecido (número de mesmo trajeto seria percorrido se a velocidade
latas), verificando se são diretamente proporcio- fosse de 64km/h?
nais, caso as demais sejam constantes. Resposta: 5h
Se a altura é a mesma, o número de latas é dire-
tamente proporcional ao comprimento do muro e, 9. Numa indústria, quatro máquinas trabalhando
se o comprimento é o mesmo, o número de latas 8 dias produzem 600 peças. Em quantos dias du-
é também diretamente proporcional à altura do as máquinas produziriam 900 peças?
muro. Então: Resposta: 24 dias

5 20 2 5 2 0x2 10. Um operário levou 10 dias de 8 horas para


  ou  resolvendo... fazer 1000m de fazenda. Quantos dias de 6h l e-
x 12 3 x 1 2x3
varia para fazer 2000m de outra fazenda que
Resposta: 4,5 latas.
apresenta uma dificuldade igual aos ¾ da prime i-
2. Duas máquinas imprimem 6.000 folhet os em ra?
18 dias. Em quantos dias 4 máquinas imprimem Resposta: 20 dias
8.000 folhetos, trabalhando o mesmo número de
11. Com 100kg de trigo pode-se fazer 85kg de
horas por dia?
farinha. Qual a quantidade de faria que se obtém
com 480kg de trigo?
2 máquinas_____ 6000 folhetos_______ 18 dias
Resposta: 408kg
4 _______ 8000 ________ x
12. A sombra de uma chaminé mede 4,5m e a de
Comparando cada uma das grandezas com núm e-
uma vara vertical, no mesmo instante é 0,9m.
ros de dias, verificamos que o número de dias é
Calcule a altura da chaminé sabendo-se que a
inversamente proporcional ao número de máqu i-
vara tem 2m de comprimento?
nas e diretamente proporcional ao número de
folhetos. Logo: Resposta: 10m
18 4 6000 1 8 4x6 0 0 0
  ou  13. Um parafuso avança 33 milímetros em cada 6
x 2 8000 x 2x8 0 0 0 voltas. Qual o número de voltas para avançar
Resposta: 12 dias 55mm?
Resposta: 14
Exercícios
14. Uma torneira despeja em meia hora 600 litros
1. Uma composição de 10 vagões iguais transpo r- de água. Quantos litros são escoados em 8 minu-
ta 360 toneladas de carvão-de-pedra. Se a com- tos?
posição tivesse apenas 6 vagões, quantas tonel a- Resposta: 160
das carregariam?
Resposta: 216t. 15. Uma roda com 50 dentes engrena com outra
de 40. Qual o número de voltas da primeira
2. Uma senhora comprou 3m de fazenda por R$ quando a Segunda dá 600 voltas por minuto?
75,00. Quanto teria de pagar por 5m? Resposta: 480
Resposta: R$ 125,00
16. Um livro tem 300 páginas com 25 linhas em
3. 10 máquinas iguais fazem uma certa tarefa e m cada uma. Para reimprimi-lo, empregando os
14 dias. Em quantos dias, 7 dessas máquinas mesmos caracteres, quantas páginas de 30 linhas
fariam essa tarefa? são necessárias?
Resposta: 20 Resposta: 250

4. Com a velocidade média de 50km/h, um aut o- 17. Uma árvore de 4,2m de altura projeta no solo
móvel percorre uma certa distância em 6 horas e uma sombra de 3,6m. no mesmo instante, uma
meia. Quantas horas e minutos levaria se mant i- torre projeta uma sombra de 28,80m. Qual a a l-
vesse uma média de 60km/h? tura da torre?
Resposta: 5 horas e 25 minutos Resposta: 33,60m
5. Um hotel recebe pela hospedagem de 12 pe s-
soas, durante 4 dias, R$ 4.320,00. Quanto rec e- 18. Para transportar certo volume de areia para
beria pela hospedagem de 20 pessoas, com a uma construção, foram necessários 20 caminhões
mesma diária das primeiras, durante 5 dias? de 4m 3 de areia cada um. Se cada caminhão pu-
Resposta: R$ 9.000,00 desse conter 5m 3 de areia, quantos caminhões
seriam necessários para fazer o mesmo serviço?
Resposta: 16
65
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
19. Vinte homens podem arar um campo em 6 Adotaremos os dois métodos e o aluno escolherá
dias, trabalhando 9 horas por dia. Quanto tempo aquele a que melhor se adaptar.
levarão para arar o mesmo campo 12 homens
trabalhando 5 horas por dia? A fórmula fundamental da porcentagem é:
Resposta: 18 dias C xi
P =
100
20. Com 4kg de algodão pode-se tecer 14 metros
de fazenda com 0,8m de largura. Quantos kg são
Onde:
necessários para produzir 350m com 1,2m de
P é a porcentagem;
largura?
C é o capital (ou principal) e;
Resposta: 150
i a taxa
21. Um ciclista percorreu 150km em 2 dias, ped a-
Exemplos:
lando 3 horas por dia. Em quantos dias faria uma 1. Seja calcular 8% de R$ 120,00
viagem de 400km pedalando 4 horas por dia? Solução 1: Utilizando a fórmula, temos:
Resposta: 4
1 2 0x8
P =  9,6
22. Um livro tem 300 páginas, cada página 40 100
linhas e cada linha 54 letras. Utilizando -se os Solução 2: Resolvendo através de regra de três, o
mesmos caracteres na reimpressão do livro, raciocínio será o seguinte: se em 100 eu tenho 8,
quantas páginas ele terá com 45 linhas por pág i- em R$ 120,00 terei x.
na e 50 letras por linha? 100 __________ 8
Resposta: 288 120 __________ x

23. Para construir um canal de 104m de compr i- 1 2 0x8


x =  9,6
mento por 5m de profundidade e 7m de largura, 100
100 operários, trabalhando 7 horas por dia lev a- Pelo que vimos, todo e qualquer problema de po r-
ram 2 meses e meio. Aumentando de 400 o n ú- centagem poderá ser resolvido através de regra
mero de operários e fazendo-os trabalhar 10 ho- de três simples e direta.
ras por dia, em quanto tempo os operários con s-
truiriam um outro canal com o mesmo compr i- 2. Em uma cidade de 72.000 habitantes, 20% são
mento, porém de profundidade e largura dupla do crianças. Quantas crianças há na cidade?
primeiro?
Resposta: 42 dias Solução:
100 _________ 20
24. Quinze operários, com capacidade 5, abriram 72000 _________ x
uma vala de 300 metros de comprimento, trab a-
lhando 10 horas por dia, num terreno de dificu l- Resolvendo, teremos: 14.400 crianças.
dade3. Vinte operários, com capacidade 4, t raba- 3. Num colégio de 2.700 alunos existem 810 m o-
lhando 12 horas por dia, num terreno de dificu l- ças. Qual a taxa percentual delas?
dade 2, abriram uma vala de quantos metros de Solução: Pela fórmula, temos:
comprimento?
Resposta: 576m Cxi
P = , isolando o valor de i, fica:
100
25. Uma firma construtora preparou 20km de
leito da estrada contratada em 200 dias de 8 h o- 1 0 0x P
i = Substituindo os valores, teremos:
ras de jornada de trabalho, utilizando 9 máquinas C
e empregando 45 homens. Em quantos dias de 1 0 0x 8 1 0
trabalho concluirão a preparação de outros 24km i =  3 0% ,
2700
da mesma estrada, se utilizarem na obra 10 m á-
quinas e 48 homens em jornada diária de 9 horas,
sabendo-se que a dificuldade deste trecho é 4/5 Exercícios
da do trecho concluído?
Resposta: 144 dias 1. Em uma classe de 60 alunos faltaram 15. Qual
a porcentagem dos alunos presentes?
PORCENTAGEM Resposta: 25%

2. Um comerciante recebeu um desconto de R$


Porcentagem é o cálculo baseado em cada cem
1.350,00 numa compra cujo valor era de R$
partes de um número. A cada uma dessas pa rtes
45.000,00. Calcular a taxa do desconto.
tira-se um número fixo.
Resposta: 3%
O número que sofre a ação da por da porcent a-
3. vendeu-se uma mercadoria no valor de R$
gem chama-se “taxa”. A representação gráfica da
200.000,00 com um desconto de 7%. Qual foi o
porcentagem é o sinal % (por cento), que se co-
desconto? Quanto foi pago?
loca à direita do número que exprime a taxa. A s-
Resposta: R$ 14.000,00; R$ 186.000,00
sim 5% lê-se: cinco por cento; 1/8%, um oitavo
por cento, etc.
4. 40% dos alunos de um colégio são meninas. O
total de alunos é 2.500. Quantas são as m eninas
Existem dois processos para solução dos probl e-
e quantos são os rapazes?
mas de porcentagem: algébrico (através de fó r-
Resposta: 1.000 meninas; 1500 meninos
mulas) e aritmético (através de regras de três.

66
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
5. 12% dos alunos de um colégio são internos. Os  CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas po-
alunos externos são 440. Qual é o total de alunos dem ser combinadas entre si e, para representar tais
do colégio? Quantos são os internos? combinações usaremos os conectivos lógicos:
Resposta: Total: 500 alunos; internos: 60 al unos : e, : ou,  : se... então,  : se e somente se, :
não
6. Ao comprar um livro paguei com um desconto
de R$ 2,50 que corresponde à taxa de 5%. Qual Exemplos:
era o preço do livro? Quanto paguei? A lua é quadrada e a neve é branca. : p q (p e q são
Resposta: preço: R$ 50,00; valor pago: R$ 47,50 chamados conjuntos)
A lua é quadrada ou a neve é branca. : p q ( p e q
7. Calcular a comissão de 3,3% sobre R$ são chamados disjuntos)
5.000,00 Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p  q (p
Resposta: R$ 165,00 é o antecedente e q o conseqüente)
A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. :
8. Uma duplicata sofreu o desconto de R$ 30,00, pq
correspondente a 7%. Qual o seu valor nominal? A lua não é quadrada. : p
Resposta: R$ 428,60 
9. Uma duplicata sofreu o desconto de 3,4% e SÍMBOLOS AUXILIARES: ( ), parênteses que ser-
ficou reduzida a R$ 2.898,00. Qual o seu va lor vem para denotar o "alcance" dos conectivos;
nominal?
Resposta: R$ 3.000,00 Exemplos:
Se a lua é quadrada e a neve é branca então a lua
10. A quanto ficou reduzida uma duplicata de R$ não é quadrada.:
15.000,00, que sofreu um desconto de 5,5%? ((p q)   p)
Resposta: R$ 14.175,00
A lua não é quadrada se e somente se a neve é bran-
ca.:
RACIOCÍNIO LÓGICO (( p) q)

Lógica Formal, também chamada de Lógica Simbólica, DEFINIÇÃO DE FÓRMULA:
preocupa-se, basicamente, com a estrutura do raciocí- 1. Toda fórmula atômica é uma fórmula.
nio. A Lógica Formal lida com a relação entre conceitos
e fornece um meio de compor provas de declarações. 2. Se A e B são fórmulas então (A B), (A B), (A 
Na Lógica Formal os conceitos são rigorosamente defi- B), (A  B) e ( A) também são fórmulas.
nidos, e as sentenças são transformadas em notações
simbólicas precisas, compactas e não ambíguas. 3. São fórmulas apenas as obtidas por 1 e 2...
Os parênteses serão usados segundo a seguinte ordem
dos conectivos: , , , , .
ESTRUTURAS LÓGICAS Com o mesmo conectivo adotaremos a convenção pela
direita.
PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, OPERAÇÕES LÓ-
GICAS SOBRE PROPOSIÇÕES (CONJUNÇÃO, Exemplo: a fórmula p q  r  p   q deve ser
DISJUNÇÃO, CONDIÇÃO, BICONDIÇÃO E NE- entendida como
GAÇÃO); (((p q) ( r))  ( p  ( q)))

CÁLCULO PROPOSICIONAL AS TABELAS VERDADE


Como primeira e indispensável parte da Lógica Mate- A lógica clássica é governada por três princípios (entre
mática temos o CÁLCULO PROPOSICIONAL ou CÁLCULO outros) que podem ser formulados como segue:
SENTENCIAL ou ainda CÁLCULO DAS SENTENÇAS. 
Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si
CONCEITO DE PROPOSIÇÃO mesmo.

PROPOSIÇÃO: sentenças declarativas afirmativas (ex- Princípio da Contradição: Dadas duas proposições
pressão de uma linguagem) da qual tenha sentido afir- contraditórias (uma é negação da outra), uma delas é
mar que seja verdadeira ou que seja falsa. falsa.
 
 A lua é quadrada. Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas proposi-
 A neve é branca. ções contraditórias, uma delas é verdadeira.
 Matemática é uma ciência. Com base nesses princípios as proposições simples são
ou verdadeiras ou falsas - sendo mutuamente exclusi-
OS SÍMBOLOS DA LINGUAGEM DO CÁLCULO PRO- vos os dois casos; daí dizer que a lógica clássica é biva-
POSICIONAL lente.

 VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas mi- Para determinar o valor (verdade ou falsidade) das
núsculas p, q, r, s,.... para indicar as proposições (fór- proposições compostas (moleculares), conhecidos os
mulas atômicas) . valores das proposições simples (atômicas) que as
compõem usaremos tabelas-verdade:
Exemplos: A lua é quadrada: p
A neve é branca: q Tabela verdade da "negação": p é verdadeira (falsa)
 se e somente se p é falsa (verdadeira).

67
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA

V F V F F V F
p p

V F F V V V V F F
F V
F F F V V F F

Tabela verdade da "conjunção": a conjunção é verda-


deira se e somente os conjuntos são verdadeiros. NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE:
Cada proposição simples (atômica) tem dois valores V
ou F, que se excluem. Para n atômicas distintas, há
p q p q tantas possibilidades quantos são os arranjos com re-
petição de 2 (V e F) elementos n a n. Segue-se que o
V V V
número de linhas da tabela verdade é 2n. Assim, para
duas proposições são 22 = 4 linhas; para 3 proposições
V F F
são 23 = 8; etc.
F V F
Exemplo: a tabela - verdade da fórmula ((p q)  r)
F F F terá 8 linhas como segue:

Tabela verdade da "disjunção": a disjunção é falsa se, e p q r ((p q)  r)


somente, os disjuntos são falsos.
V V V V V

p q p q V V F V F

V V V V F V F V

V F V V F F F V

F V V F V V F V

F F F F V F F V

F F V F V
Tabela verdade da "implicação": a implicação é falsa
se, e somente se, o antecedente é verdadeiro e o con- F F F F V
seqüente é falso.
p q pq NOTA: "OU EXCLUSIVO" É importante observar que
"ou" pode ter dois sentidos na linguagem habitual:
V V V inclusivo (disjunção) ("vel") e exclusivo  ( "aut")
onde p q significa ((p q)  (p q)).
V F F

F V V p q ((p q)  (p q))

F F V V V V F F V

V F V V V F
Tabela verdade da "bi-implicação": a bi-implicação é
verdadeira se, e somente se seus componentes são ou F V V V V F
ambos verdadeiros ou ambos falsos
F F F FV F
p q pq
PROPOSIÇÕES. CONECTIVOS.
V V V
Conceito de Proposição: Proposição é qualquer tipo de
V F F
frase ou sentença declarativa.
Exemplos:
F V F
a) Os pássaros voam.
F F V b) Os golfinhos são mamíferos.
c) Os administradores são inteligentes.
As proposições lógicas são identificadas por letras mi-
Exemplo: Construir a tabela verdade da fórmula: ((p núsculas p, q, r, s, etc.
q)  p)  (q p)
Valores lógicos das proposições: Uma proposição lógica
pode assumir valor lógico Verdadeiro (V) ou Falso (F).
p q ((p q)  p)  (q p)
Exemplos:
p: Os pássaros são mamíferos. v(p) = F (Lê-se: valor
V V V F F V V lógico de “p” é F - falso)

68
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
q: Golfinhos comem sardinha. v(q) = V (Lê-se: valor P Q P se Q
lógico de “q” é V - verdadeiro) V V V
V F F
Conectivos: F V F
Conectivos são palavras utilizadas para formar F F V
proposições compostas.
Após o tópico seguinte (Tabela-Verdade), serão estu-
Há 45 (quatro) tipos de conectivos:
dados, em detalhes, os usos de cada um desses conec-
tivos.
CONJUNTIVO “e”. Símbolo: “”:
Tabela-verdade.
Uma proposição composta é formada de duas ou mais
Quaisquer duas proposições, P e Q, podem ser conec-
proposições simples, associadas por meio de um conec-
tadas gerando uma proposição nova e complexa: "P e
tivo.
Q". A proposição "P e Q" será verdadeira se e apenas
A fim de analisarmos os resultados lógicos das proposi-
se "P" e "Q" forem verdadeiras. Com qualquer outra
ções, devemos recorrer à Tabela-Verdade, que consiste
combinação de valores de verdade será falsa.
em se representar todos os possíveis resultados lógicos
das proposições, com o objetivo de se chegar a uma
A tabela de verdade de P e Q é a seguinte:
conclusão.

P Q PeQ Número de linhas da tabela-verdade:


V V V Determina-se o número de linhas da tabela-verdade de
V F F uma proposição composta em função do número de
F V F proposições simples que formam essa proposição com-
F F F posta. Seja “n” o número de proposições simples que
formam a proposição composta. Determina-se o núme-
DISJUNTIVO “ou”. Símbolo “”
ro de linhas da tabela verdade por 2n .
Quaisquer duas proposições, P e Q, podem conectar-se
Exemplos:
como alternativas mútuas, produzindo uma nova pro-
a) Seja p uma proposição simples. Sua tabela-
posição (complexa), P ou Q. p
verdade (ao lado) terá 2  2 linhas, pois a pro-
1
V
A proposição "P ou Q" será verdadeira se pelo menos posição simples somente poderá assumir valores F
uma das alternativas, P ou Q, for verdadeira. Será falsa lógicos V ou F.
se nenhuma for verdadeira.
b) Para o caso de duas proposições simples p e q, o
A tabela de verdade de P ou Q é a seguinte: número de linhas da tabela-verdade é 22  4
P Q P ou Q Etapas para o preenchimento da tabela-verdade:
V V V Tomamos a coluna da primeira proposição da tabela e
V F V preenchemos metade das suas linhas com o valor lógi-
F V V co V, e, a outra metade, com o valor lógico F.
F F F Tomamos a segunda coluna preenchendo a primeira
quarta parte com valores lógicos V, a segunda quarta
CONDICIONAL “se..., então...”. Símbolo: “” parte com valores lógicos F, a terceira quarta parte
Ex.: com valores lógicos V e a última quarta parte com valo-
Se José é padeiro, então Márcia é cozinheira. res lógicos F.
Se amanhecer chovendo, então irei ao clube.
Se nasci em Porto Alegre, então sou gaúcho. Tomamos a coluna da terceira proposição e preenche-
mos, alternadamente, 1/8 com cada valor lógico (V e
p q pq F), iniciando pelo valor lógico V.

V V V Exemplos:
V V F a) Sejam duas proposições simples p e q. Sabemos que
F V V sua tabela-verdade tem 4 linhas. Então, a primeira
F F V coluna da tabela-verdade (proposição p) será preenchi-
da com dois valores lógicos iguais a V e dois valores
BICONDICIONAL “se... e somente se...”. Símbolo lógicos iguais a F. Já para o caso da segunda coluna
“” (proposição q) o preenchimento será V, F, V, F.
Quaisquer duas proposições P e Q podem ser ligadas
com o bicondicional, gerando uma nova proposição p q
complexa: P se e só se Q. V V
A proposição P se e só se Q é verdadeira se e apenas V F
se P e Q tiverem o mesmo valor de verdade — se am- F V
bas P e Q forem verdadeiras ou ambas falsas. F F

A tabela de verdade de P se e só se Q é a seguinte: b) Com as proposições p, q e r, a tabela verdade será


preenchida, na coluna da proposição p, com 4 valores
lógicos V e outros 4 valores lógicos F. A coluna q terá
5
Alguns autores consideram a negação (símbolo: “~”) como sendo um conectivo.
dois valores lógicos V, dois valores lógicos F e assim
Como a negação apenas faz uma “oposição” a uma proposição lógica (operação sucessivamente. Na última coluna (proposição r), o
lógica!) e não a transforma em proposição composta (reunindo duas ou mais propo-
sições simples), este autor não a considera como um conectivo.
69
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
preenchimento será alternado com V e F, sempre inici- Exemplo: vamos formar a Tabela- verdade para a
ando com V. proposição composta conjuntiva p  q.

p q p p q r
 V V V
q V V F
V V V V F V
V F F V F F
F V F F V V
F F F F V F
F F V
F F F
Exercícios:
Exercício:
1) Monte a tabela-verdade no caso de haver 4 proposi- 2) Julgue as proposições simples abaixo e também a
ções simples: p, q, r e s. proposição composta conjuntiva (p  q)
p: A Inglaterra é um país da Europa.
NEGAÇÃO q: O Uruguai é um país da América do Sul.
p  q: A Inglaterra é um país da Europa e o Uruguai é
Qualquer proposição P pode ser negada mediante o um país da América do Sul.
operador negação, gerando uma nova proposição com- Resposta: v(p  q) = V
plexa: Não-P
3) Julgue as proposições simples abaixo e também a
A proposição Não P será verdadeira apenas se P for proposição composta conjuntiva (p  q)
falsa. Será falsa apenas se P for verdadeira. A tabela p: A Capital do Brasil é Brasília.
de verdade de Não P é a seguinte: q: A Capital da Argentina é Montevidéu.
p  q: A Capital do Brasil é Brasília e a Capital da Ar-
P Não-P gentina é Montevidéu.
V F Resposta: v(p  q) = F
F V
4) Julgue as proposições simples abaixo e também a
OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES. proposição composta conjuntiva (p ( q)
p: 30% de 15 é 5.
Negação6 (Símbolo: “~”) q: 5% de 30 é 15.
A negação a uma proposição simples consiste em for- p  q: 30% de 15 é 5 e 5% de 30 é 15.
mar-se outra proposição cujo significado se oponha à Resposta: v(p  q) = F
primeira.
CONECTIVO DISJUNTIVO “ou” inclusivo (Símbolo:
Exemplo: Seja a proposição: “”)
p: Os pássaros são mamíferos. Sejam as proposições: simples:
p: Paris é a capital da França.
A negação da proposição acima será: q: O sistema solar tem 9 planetas.
a) Forma simbólica: ~p
b) Frase: Os pássaros não são mamíferos; ou: É falso Formamos a proposição composta disjuntiva da seguin-
que os pássaros são mamíferos; ou ainda: Não é ver- te maneira:
dade que os pássaros são mamíferos. Forma simbólica: p  q.

Conectivo Conjuntivo “e” (Símbolo “”) Frase: Paris é a capital da França ou o sistema solar
Sejam as proposições simples: tem 9 planetas.
p: A lua gira em torno da Terra.
q: A Terra gira em torno do sol. Segue-se que o símbolo “” realizou a disjunção entre
as duas proposições simples, formando uma proposição
Formamos a proposição composta conjuntiva da se- composta.
guinte maneira:
Forma simbólica: p  q. Exemplo: Vamos formar a Tabela-verdade para a pro-
Frase: A lua gira em torno da Terra e a Terra gira em posição composta disjuntiva p  q
torno do sol.
p q p
Segue-se que o símbolo “” realizou a conjunção entre 
as duas proposições simples, formando uma proposição q
composta. V V V
V F V
Nota Importante: A proposição composta conjuntiva F V V
p  q somente terá valor lógico verdadeiro no caso F F F
em que ambas as proposições simples (p e q) forem
verdadeiras. No caso em que pelo menos uma das Nota Importante: A proposição composta disjuntiva
Exemplo: Vamos
proposições formar
simples for a Tabela-verdade
falsa, o resultadopara a pro-
lógico da p  q terá valor lógico verdadeiro quando pelo me-
posição composta
proposição conjuntiva
composta também p será
 q falso. nos uma das proposições simples for verdadeira.
Apenas no caso em que as duas proposições simples
6
forem falsas, o resultado lógico da proposição compos-
Conforme já foi dito em nota anterior, este autor não considera a negação como
sendo um conectivo (é somente um operador lógico!), pois ela não associa duas ou ta será falso.
mais proposições simples para formar uma proposição composta.
70
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Exercícios: Resposta: ~[(p  q)  r]
5) Julgue as proposições simples abaixo e também a
proposição composta disjuntiva (p  q) 10) Julgue as proposições simples, e, após, julgue a
p: A Alemanha é um país da Europa. proposição composta condicional p  q
q: O Brasil é um país da América do Sul.
p: 2 é um número irracional.
p  q: A Alemanha é um país da Europa ou o Brasil é
um país da América do Sul. q: O Brasil já ganhou cinco copas do mundo.
Resposta: v(p  q) = V Resposta: v(p  q) = V

6) Julgue as proposições simples abaixo e também a 11) Julgue as proposições simples, e, após, julgue a
proposição composta disjuntiva (p  q) proposição composta condicional p  q
p: A Capital do Uruguai é Montevidéu. p:  é um número real.
q: A Capital da Bolívia é Caracas. q: 3 + 4 = 5.
p  q: A Capital do Uruguai é Montevidéu ou a Capital Resposta: v(p  q) = F
da Bolívia é Caracas.
Resposta: v(p  q) = V 12) Analise cada uma das proposições simples abaixo,
e, após, dê o resultado lógico das proposições compos-
Conectivo Condicional “se..., então...” (Símbolo: tas a seguir:
“”) p: 2 é um número irracional.
O conectivo condicional associa duas proposições sim- q: O Brasil já ganhou cinco copas do mundo.
ples dando, à primeira delas, o caráter de anteceden- r: 2 + 3 = 5
te ou implicante, e, à segunda, o caráter de conse- s: A Argentina é um país europeu.
quente ou implicada. t: 8 + 5 – 3 > 10.
z: Jorge Amado escreveu “O Guarani”.
a) s  (q  r) b) [(s  t)  q]  z
Notas Importantes:
c) p  (q  r) d) (s  t)  z
1. A proposição composta “se..., então...” (p  q)
Respostas: a) V b) F c) V d) F
assumirá o valor lógico F (falso) somente quando seu
antecedente for V (verdadeiro) e seu conseqüente for
F (falso). Nos demais casos, a proposição composta Recíproca de uma Proposição Condicional
será sempre verdadeira.
2. A proposição composta condicional p  q é equiva- Seja a proposição condicional p  q. sua recíproca
lente a ~(p  ~q). será: q  p

Exemplo:
Exemplo: Vamos construir a tabela-verdade da propo- Estabeleça a recíproca de: “Se patos podem voar, en-
sição condicional p  q com o auxílio de sua equivalen- tão golfinhos podem nadar.”
te: ~(p  ~q). Solução: “Se golfinhos podem nadar, então patos po-
dem voar”
p q ~q p  ~q ~(p  ~q) pq
V V F F V V Contrária (ou Inversa) de uma Proposição Condicional
V F V V F F Seja a proposição condicional p  q. sua contrária ou
inversa será: ~p  ~q
F V F F V V
F F V F V V
Exemplo:
Estabeleça a contrária de: “Se Goiânia é a capital do
Observe que as duas últimas colunas da tabela-verdade
Brasil, o Brasil é um país da Europa.”
acima têm o mesmo resultado lógico, evidenciando a
Solução: “Se Goiânia não é a capital do Brasil, o Brasil
equivalência7 lógica: p  q  ~(p  ~q)
não é país da Europa.”
Exercícios:
Contrapositiva de uma Proposição Condicional.
7) Escreva a sentença sob a forma simbólica, atribuindo
Seja a proposição condicional p  q. sua contrapositiva
uma letra qualquer para cada proposição simples: “Se
será: ~q  ~p
eu passar no Teste ANPAD, ficarei rico e irei morar no
exterior.”
Exemplo:
Solução:
Estabeleça a contrapositiva de: “Se é feriado, os bancos
p: passar no Teste ANPAD.
estão fechados.”
q: ficar rico.
Solução: “Se os bancos não estão fechados, não é
r: morar no exterior.
feriado.”
p  (q  r)
Nota Importante:
8) Escreva a sentença sob a forma simbólica, atribuindo
Teorema do Contra-recíproco: “Somente a CON-
uma letra qualquer para cada proposição simples: “Se
TRAPOSITIVA é equivalente à proposição condicional”
eu passar no Teste ANPAD e ficar rico, irei morar no
primitiva, ou seja:
exterior.”
Resposta: (p  q)  r
p  q ~ q ~ p
Exercícios:
9) Escreva a sentença sob a forma simbólica, atribuindo
13) Com base na proposição: “Se é carnaval, os sam-
uma letra qualquer para cada proposição simples: “Não
bistas dançam nas ruas.”, determine:
é verdade que se eu passar no Teste ANPAD e ficar
a) a recíproca;
rico, irei morar no exterior.”
b) a contrária;
7
c) a contrapositiva.
Equivalências lógicas serão tratadas no Capítulo 4.
71
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
sos)
14) Para a proposição: “Se eu estudar muito, passarei Condicional  se..., en- V+F=F
no Teste ANPAD”, determine: tão... (V, nos
a) a recíproca; demais ca-
b) a contrária; sos)
c) a contrapositiva. Bicondicional  se, somente V+V=V
se F+F=V
Conectivo Bicondicional “se, somente se” (Símbo- (F, nos de-
lo: “”) mais casos)

Realizando a conjunção () de p  q com q  p resul- IMPLICAÇÃO E EQUIVALÊNCIA


tará p  q, ou seja:
p  q  (p  q)  (q  p)
Dizemos que uma proposição, p, implica outra, q,
Nota Importante: A proposição composta “se, so- quando p for causa de q. Ou seja, quando a proposição
mente se” (p  q) assumirá o valor lógico V (verda- p → q for uma tautologia, e então denotamos por p 
deiro) somente quando as duas proposições simples q.
que a compõem tiverem valores lógicos iguais (em Exemplo: p  p v q
outras palavras, ambas devem ser verdadeiras ou Podemos ver tal implicação pela tabela-verdade* abai-
ambas devem ser falsas). xo, já que o condicional é uma tautologia.

Tabela-verdade:

p q pq
V V V
V F F
F V F
F F V
Equivalência
Exercícios:
15) Julgar as proposições simples abaixo e também a Dizemos que duas proposições são equivalentes quando
proposição composta p  q sempre apresentam o mesmo valor lógico. Ou seja,
p: O leão é um mamífero. duas proposições, p e q, são ditas equivalentes quando
q: log a 1  0 , com a > 0 e a  1. a proposição p ↔ q for uma tautologia, e então deno-
tamos por p  q.
Resposta: v(p  q) = V
Exemplo: p  q  q  p
16) Julgar as proposições simples abaixo e, após, julgar
a proposição composta p  q
p: O jogo do bicho é uma contravenção penal. QUANTIFICADORES LÓGICOS

q: log 4 8  3 . Existem sentenças onde o valor lógico não está bem


Resposta: v(p  q) = F definido e varia para cada sujeito. Assim, estas afirma-
ções não são proposições e sim funções proposicionais.
17) Julgar as proposições simples abaixo e, após, julgar Os quantificadores servem para especificar informações
a proposição composta p  q sobre variáveis em funções proposições, transforman-
p: Pelé jogou pelo Guarani F. C. do-as assim em proposições.
q: A capital da Alemanha é Berlin.
Resposta: v(p  q) = F Quantificador Universal – “para todo”; “para qualquer”
O quantificador universal traduz a idéia de abrangência
18) Julgar as proposições simples abaixo e, após, julgar de uma proposição a todo um conjunto. O quantificador
a proposição composta p  q universal é denotado pelo símbolo  e lido como “para
p: A capital da Alemanha é Bonn. todo”, “todo”, “para qualquer”, “qualquer”, “qualquer
q: 9 é um número primo. que seja”. Considerando uma função proposicional
qualquer p(x) e um conjunto qualquer A, temos a pro-
Resposta: v(p  q) = V posição ( x  A) ( p(x) ).
19) Construa a tabela-verdade das proposições abaixo: Quantificador Existencial – “existe”; “existe pelo menos
um”
a) p  ~q b) ~p  q c) (p  q)  ~(~p  q) O quantificador existencial traduz a idéia de existência
d) (p  ~q)  (~p  ~r) e) (~p  q)  [(~p  r)  s  de condições para a validade de uma proposição em um
~q] conjunto. O quantificador existencial é denotado pelo
símbolo  e lido como “existe” , “existe pelo menos
Quadro-Resumo um”. Considerando uma função proposicional qualquer
p(x) e um conjunto qualquer A, temos a proposição (
Proposição Símbolo Significado Resultado x  A) ( p(x) ).
composta Lógico
Conjuntiva  e V+V=V Quantificador Existencial Estrito – “existe um só”;
(F, nos de- “existe somente um”
mais casos) O quantificador existencial estrito é uma variação do
Disjuntiva  ou F+F=F quantificador existencial. Indica a existência de apenas
(V, nos um elemento capaz de tornar a proposição verdadeira.
demais ca- O quantificador existencial estrito é denotado pelo sím-
72
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
bolo ! e tem o significado de “existe apenas um”,
“existe somente um” , “existe um só”, “existe um úni- A B C
co”. Considerando uma função proposicional qualquer
p(x) e um conjunto qualquer A, temos a proposição (!
x  A) ( p(x) ). Afirmação 4 – Algumas empresas têm mais serviço no
verão, quando há estudantes disponíveis para empre-
RACIOCÍNIO VERBAL gos de férias.

Raciocínio verbal trata de questões nas quais um con-


junto de informações na forma textual é dado e pede- A B C
se para o candidato avaliar um conjunto de afirmativas
onde as possibilidades de repostas são: verdadeiro,
falso, impossível afirmar. Trata também das conhecidas
questões do tipo "A direção está para o carro assim RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
como o ......... está para o barco" (resposta: timão) ou
daquelas de encontrar, dentre um grupo de palavras, Raciocínio matemático considera problemas que tra-
aquela que não tem relação com as demais, ou ainda tam, dentre outros de conjuntos em geral (naturais,
encontra a característica comum entre vários objetos. inteiros, racionais, reais e complexos e suas respectivas
Em síntese, raciocínio verbal é o mesmo que raciocínio operações e propriedades), regras de três e porcenta-
analítico, que, em última instância, é interpretação gem, razões e proporções, divisões direta e inversa-
textual. Serve para verificar a capacidade cognitiva da mente proporcionais. (Descritos na página 5)
pessoa. Neste tópico se encontram as eternas questões das
torneiras que enchem um tanque, dos pulos dos gatos
Em testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe e ratos, das associações entre idades de pais e filhos,
um trecho com informações e precisa avaliar um con- das divisões de herança entre os filhos, das comidas
junto de afirmações, selecionando uma das possíveis para manter uma tripulação que varia com o tempo,
respostas: classes determinadas (união e interseção entre elas),
dentre outras.
A – Verdadeiro (A afirmação é uma conseqüência lógica
das informações ou opiniões contidas no trecho) Orientação espacial e temporal verifica a capacidade
de abstração no espaço e no tempo. Costuma ser co-
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, considera- brado em questões sobre a disposições de dominós,
das as informações ou opiniões contidas no trecho) dados, baralhos, amontoados de cubos com símbolos
especificados em suas faces, montagem de figuras com
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afir- subfiguras, figuras fractais, dentre outras. Inclui tam-
mação é verdadeira ou falsa sem mais informações) bém as famosas seqüências de figuras nas quais se
pede a próxima. Serve para verificar a capacidade do
No exemplo abaixo, dê sua resposta a cada pergunta candidato em resolver problemas com base em estímu-
clicando em A, B ou C. Você será informado se sua los visuais.
resposta está correta ou não.
RACIOCINIO SEQUENCIAL ==> aquelas em que ele
"Muitas organizações acham vantajoso empregar estu- mistura números e letras e pergunta qual será o próxi-
dantes durante o verão. O pessoal permanente costu- mo... Ex( 1, e, 2, 4, f....)
ma desejar tirar férias nesse período. Além disso, não é
raro ocorrerem picos de carga de trabalho no verão, LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO (ARGUMENTOS)
que exigem mais pessoal. Os empregos de verão tam-
bém atraem estudantes que podem retornar à organi- Conceito de Argumento.
zação como novatos qualificados depois de terminarem
seus estudos. Garantir que os estudantes aprendam o Um argumento é formado por duas ou mais proposi-
máximo possível sobre a organização estimula o inte- ções, chamadas premissas (representadas por letras
resse em um emprego permanente. As organizações maiúsculas: P1, P2,…) e uma proposição final, chamada
pagam aos estudantes um valor fixo, sem direito a de conclusão (representada pela letra maiúscula C).
férias remuneradas ou licença por motivo de saúde. A forma mais comum de representação de um argu-
mento é colocar todas as premissas (uma por linha), e,
Afirmação 1 - É possível que o serviço do pessoal per- logo abaixo, a sua conclusão, separada das premissas
manente que sai de férias seja feito por estudantes. por um traço.

Exemplo:
A B C Se log 5 125  5 , então Londres é a capital do Reino
Unido. (P1)
Afirmação 2 – Os estudantes com empregos de verão Mas log 5 125  5 (P2)
recebem os mesmos benefícios de férias remuneradas
Logo, Londres não é a capital do Reino Unido (C)
que o pessoal permanente.
Validade de um Argumento.
A B C Para que um argumento seja válido é necessário que
sua conclusão seja verdadeira sempre que suas pre-
missas também forem verdadeiras. Em outras palavras,
Afirmação 3 – Os estudantes estão sujeitos às normas
identificam-se, na tabela-verdade, todas as linhas que
disciplinares e de resolução de problemas trabalhistas
têm todas as premissas com valor lógico verdadeiro.
da organização.
Se, nessas linhas, a conclusão também for verdadeira,

73
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
diz-se que o argumento é válido, caso contrário, o ar- Silogismo.
gumento é dito não-válido, ou sofisma ou falácia. Silogismo é todo argumento constituído por apenas
duas premissas, seguidas de uma conclusão.
Etapas para validar um argumento:
Dado o argumento: Silogismo Hipotético.
Se log 5 125  5 , então Londres é a capital do Reino O silogismo hipotético é constituído de duas premissas
com proposições condicionais, seguidas de uma conclu-
Unido. (P1) são também dada sob a forma de proposição condicio-
Mas log 5 125  5 (P2) nal.
Em linguagem simbólica, temos:
Logo, Londres não é a capital do Reino Unido (C)
P1: p  q
P2: q r
1º Passo – Escrever as proposições lógicas que com-
C: p  r
põem o argumento na linguagem simbólica:
p: log 5 125  5 Observe que o conseqüente da primeira premissa é
q: Londres é a capital do Reino Unido. igual ao antecedente da segunda premissa. A conclusão
é formada pelo antecedente da primeira premissa com
2º Passo – Escrever o argumento em linguagem sim- o conseqüente da segunda premissa.
bólica:
P1: p  q Exemplo:
P2: ~p
C: ~q Questão 9 - Raciocínio Lógico – SET/02 - Se Felipe
toca violão, ele canta. Se Felipe toca piano, então ele
3º Passo – Montar a tabela-verdade, identificando as não canta. Logo
colunas das premissas e a coluna da conclusão:
a) Se Felipe não toca violão, então ele não toca piano.
p q ~p ~q pq b) Se Felipe toca violão, então ele não toca piano.
V V F F V c) Se Felipe toca violão, então ele não canta.
V F F V F d) Se Felipe canta, então ele não toca violão.
e) Se Felipe toca piano, então ele canta.
F V V F V
F F V V V Solução:
P2 C P1 Trata-se de um silogismo hipotético.
Transformando as frases para a linguagem simbólica:
4º Passo – Destacar as linhas em que todas as pre- p: toca violão
missas são verdadeiras (ver as linhas 3 e 4 na tabela q: canta
acima) r: toca piano

5º Passo – Verificar se, nas linhas assinaladas no pas- Colocando o argumento em linguagem simbólica:
so anterior, a coluna da conclusão contém somente P1: p  q
valores lógicos verdadeiros (caso em que o argumento P2: r  ~q
será válido). Caso haja, na coluna da conclusão, das C:
linhas selecionadas no 4º passo, um único valor lógico Buscamos a conclusão do argumento acima. Como a
falso, o argumento é dito não-válido, ou sofisma ou premissa 2 não está na ordem correta, vamos estabele-
falácia. cer a contrapositiva da segunda premissa:
P1: p  q
Exemplo: P2: q  ~r
1) Seja o argumento: C: p  ~r
4 é um número primo ou par.
Mas 4 não é um número primo, logo 4 é par. Em linguagem corrente: “Se Felipe toca violão, então
Solução: ele não toca piano”.
Resposta: letra b.
1º. Proposições em linguagem simbólica:
p: 4 é primo QUANTIFICADORES
q: 4 é par

2º. Argumento em linguagem simbólica: Quantificador Universal


P1: p  q
P2: ~p Há dois tipos de quantificadores universais:
C: q a) TODO (afirmativo) b) NENHUM (negativo)
3º Tabela-verdade:
Quantificador Existencial
q ~p p  q
p
V
V F V Há dois tipos de quantificadores existenciais:
V
F F V a) ALGUM (afirmativo) b) ALGUM... NÃO É... (negativo)
F
V V V
F
F V F Proposições Categóricas8:
C P2 P1 Usando-se quantificadores, as proposições categóricas
Observe, na tabela acima, o destaque dado à terceira apresentam-se das seguintes formas:
linha. Nela, as duas premissas são verdadeiras e a
conclusão também o é, indicando que temos um argu- 8
Proposições categóricas são formadas por quantificadores (Todo, Nenhum, Algum,
mento válido. Algum não é).
74
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
a) Todo A é B (proposição categórica universal afirma- O atributo maior é aquele que consta na premissa
tiva) maior (que normalmente é formulada primeiro). Este
b) Nenhum A é B (proposição categórica universal ne- atributo será o predicado da conclusão;
gativa) O atributo menor é aquele que consta na premissa
c) Algum A é B (proposição categórica existencial afir- menor (que normalmente é formulada em segundo
mativa) lugar). Este atributo será o sujeito da conclusão;
d) Algum A não é B (proposição categórica existencial O quantificador que irá, na conclusão, associar os atri-
negativa) butos maior e menor é dado pela tabela abaixo:

Negação de Proposições Categóricas: Proposições Categóricas Resultado


a) A negação de “Todo” é: “Pelo menos um não é”; OU Todo x Todo Todo
“Existe um que não é”. Algum x Algum Algum
Nenhum x Nenhum “pode” ser que Nenhum...
Exemplo: Todo x Nenhum Nenhum
Determinar a negativa da sentença: Todo x Algum “pode” ser que Algum...
“Todo político é desonesto.” Nenhum x Algum Algum... não é...
Solução:
“Pelo menos um político é honesto”; OU “Existe político Exemplos
que não é desonesto”; OU “Existe político que é hones- 1. Terceiro Simulado – FEV/03 – Se é verdade que
to”. “Alguns escritores são poetas” e que “Nenhum político é
b) A negação de “Algum” OU “Existe um...” é: “Todo... poeta”, então, é verdade que
não é...” OU “Nenhum” a) nenhum político é escritor
b) algum escritor é político
Exemplo: c) algum político é escritor
Determinar a negativa da sentença: d) algum político não é escritor.
“Existe ao menos um político honesto.” e) nenhum escritor é político ou poeta.
Solução:
“Qualquer que seja o político ele é desonesto”; OU Solução:
“Todo político é desonesto.” Trata-se de um silogismo categórico. Eliminando o
atributo comum a ambas premissas (poeta) e associan-
c) A negação de “Nenhum” é: “Algum” do os atributos restantes com “Algum... não é...”, re-
Exemplo: sulta: “algum político não é escritor”.
Determinar a negativa da sentença: Resposta: letra d.
“Nenhum político é honesto”.
Solução: 2. Segundo Simulado – FEV/03 – Todas as pessoas que
“Alguns políticos são honestos”. viajam de carro e avião preferem avião. Algumas pes-
soas que viajam de avião não têm preferência por esse
Argumentos Categóricos meio de transporte.
a) Todas as pessoas que viajam de avião preferem esse
Até aqui vimos os argumentos baseados em proposi- meio de transporte
ções lógicas (simples ou compostas) formadas com o b) Ninguém tem preferência por avião.
uso dos conectivos (e, ou, se..., então..., se, somen- c) Algumas pessoas que viajam de avião não viajam de
te, se). carro.
Um outro tipo de argumento é aquele no qual não d) Quem viaja de carro prefere avião.
constam os conectivos: são os argumentos categóri- e) Só quem viaja de carro e avião viaja de avião.
cos, cujas premissas são proposições categóricas. Solução:

Exemplos: Silogismo categórico: Após a eliminação do atributo


a) Todo A é B comum, vem: “Todo” com “Algum”, resulta “Algum”.
Nenhum B é C Vê-se que somente a alternativa “c” começa com o
Nenhum C é A quantificador “Algum”.
Resposta: letra c.
b) Todos os mô são bô.
Todos os rê são bô b) Argumento Categórico:
Alguns rê funcionam É aquele que possui mais de duas premissas.
Alguns bô funcionam Neste caso, não se pode utilizar as técnicas vistas para
o silogismo categórico.
O primeiro Exemplo é um silogismo categórico (du- Faremos a abordagem deste item com base em Exem-
as premissas, seguidas da conclusão). plos ilustrativos.
O segundo Exemplo é um argumento categórico
(três ou mais premissas e a conclusão). Exemplos:
Muito cuidado ao analisar a validade de argumentos 1. 2º Simulado – FEV/03 – Considere as seguintes
categóricos. premissas:
P1: Todos os A são B.
a) Silogismo Categórico: P2: Todos os C são B.
No caso de silogismo categórico, a conclusão pode ser P3: Alguns C não são D.
facilmente determinada, seguindo-se os seguintes pas-
sos: A conseqüência lógica das premissas acima é
Elimina-se o atributo comum às duas premissas; a) “Alguns B não são D”.
Associam-se os atributos restantes do maior para o b) “Todos os A são D”.
menor; c) “Alguns A são B, mas não são D”.
d) “Alguns A não são D”.
75
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
e) “Todos os A são C”. 4) (FEI-SP) Dadas as premissas: “Todos os corintianos
são fanáticos.” e “Existem fanáticos inteligentes”, pode-
Solução: se tirar a conclusão seguinte:
Da premissa 1 (Todos os A são B), resta apenas o con- a) Podem existir corintianos inteligentes.
junto B, pois A  B. b) Todo corintiano é inteligente
c) Nenhum corintiano é inteligente.
Da premissa 2 (Todos os C são B), continua restando d) Todo inteligente é corintiano.
apenas o conjunto B, pois C  B. e) Não se pode tirar conclusão.
Resposta: a
Da premissa 3 (Alguns C não são D), teremos o seguin-
te: como C  B, podemos afirmar que Alguns B não são 5) Determinar o conjunto-verdade (no conjunto N) da
D. sentença aberta: x  7 x  12
2
0
Resposta: V = {3, 4}
Resposta: letra a.
6) Determinar o conjunto-verdade da sentença aberta:
3. Raciocínio Lógico – São verdadeiras as seguintes
afirmações: 2 x  12  2
I. Todos os mô são bô.
Resposta: V = {5, 7}
II. Todos os rê são bô.
III. Alguns rê funcionam.
7) Determinar o conjunto-verdade (no conjunto dos
Então, a sentença que é conseqüência lógica de I, II e
números NATURAIS) de cada uma das sentenças aber-
III é:
tas a seguir:
a) Alguns bô que funcionam não são rê.
a) 13x = 91 b) 13x = 39 c) x – 2 < 3
b) Alguns bô funcionam e alguns bô que funcionam não
são rê. d) x 2  5x  6  0 e) x 2  5x  0 f)
c) Alguns bô funcionam e nenhum mô funciona.
d) Alguns mô funcionam.
x 2  25  0
Respostas:
e) Alguns bô funcionam.
a) V = {7} b) V = {3} c) V = {0, 1, 2, 3, 4}

d) V = {2, 3} e) V = {0, 5} f) V = {5}


Solução:
Da premissa 1 (Todos os mô são bô), resta apenas o
8) Verificar a validade dos silogismos abaixo:
conjunto bô, pois mô  bô.
a) Todo professor é inteligente.
Cláudio não é professor
Da premissa 2 (Todos os rê são bô), continua restando
Logo, Cláudio não é inteligente.
apenas o conjunto bô, pois rê  bô.
b) Alguns médicos são professores.
Nenhum médico é infalível.
Da premissa 3 (Alguns rê funcionam), teremos o se-
Logo, nenhum professor é infalível.
guinte: como rê  bô, podemos afirmar que Alguns bô
c) Nenhum europeu é brasileiro.
funcionam.
Nenhum brasileiro é asiático.
Logo, nenhum europeu é asiático.
Resposta: letra e.
d) Todas as pessoas que estudam muito passam no
Teste ANPAD.
4. Raciocínio Lógico – FEV/02 – São verdadeiras as
seguintes informações:
9) Quem passa no teste ANPAD é inteligente.
Todos os calouros são humanos.
Logo, toda pessoa que estuda muito é inteligente.
Todos os estudantes são humanos.
Respostas:
Alguns estudantes pensam.
a) F b) F c) F d) V
Assim, a sentença que é conseqüência lógica de I, II e
III é
SIMBOLOGIA:
“Alguns humanos pensam.”
“Alguns humanos que pensam não são estudantes.”
NOME (ordem alfabética) SÍMBOLO
“Alguns humanos pensam e nenhum calouro pensa.”
“Alguns humanos pensam e alguns humanos que pen- Aproximadamente igual a 
sam não são estudantes.” Conjunto vazio 
“Todos os calouros são estudantes e alguns humanos Contém 
pensam.” E 
Solução: É equivalente a 
Da premissa 1 (Todos os calouros são humanos), resta Está contido 
apenas o conjunto humanos, pois calouros  humanos. Existe (ou algum ou alguns) 
Da premissa 2 (Todos os estudantes são humanos), Implica 
continua restando apenas o conjunto humanos, pois Infinito 
estudantes  humanos. Interseção 
Maior ou igual a 
Da premissa 3 (Alguns estudantes pensam), teremos o Maior que 
seguinte: como estudantes  humanos, podemos afir- Menor ou igual a 
mar que Alguns humanos pensam. Menor que 
Não está contido 
Resposta: letra a.
Não existe 
Exercícios: Não pertence a 
Ou 
76
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Para todo (ou qualquer que seja)  A relação “é a capital de” é uma função. Se chamarmos de
Pertence a  C a função, teremos C (l, i), C (p, f), C (b, a) etc. Da
Se, somente se  mesma forma, em “João ama Maria”, a função ou relação
funcional é A (j,m).
Se..., então... 
Somatório 
União  Há predicados de um argumento, correspondendo a verbos
intransitivos (o argumento é o sujeito da oração); de dois
argumentos, a verbos transitivos; de três argumentos, a
LÓGICA SENTENCIAL E DE PRIMEIRA ORDEM verbos bitransitivos. Como a noção de predicação não é
idêntica a de predicados gramaticais, pode-se admitir pre-
A lógica de primeira ordem (LPO), conhecida tam- dicação quádrupla, em sentenças como "Mário comprou
bém como cálculo de predicados de primeira ordem para Maria um relógio por vinte reais" (argumentos: "Má-
(CPPO), é um sistema lógico que estende a lógica rio", "Maria", "um relógio", "por vinte reais").
proposicional (lógica sentencial) e que é estendida
pela lógica de segunda ordem. Quantificadores

As sentenças atômicas da lógica de primeira ordem O quantificador universal ∀ significa "tudo", "todo", "para
têm o formato P (t1,…, tn) (um predicado com um ou todo" "qualquer", "para qualquer". Uma expressão como:
mais “argumentos”) ao invés de serem símbolos sen-
tenciais sem estruturas.
?x| M(x) ? E(x), em que M= macaco e E= esperto, pode
ser lida das seguintes maneiras:
O ingrediente novo da lógica de primeira ordem não
encontrado na lógica proposicional é a quantificação:
(a) para qualquer x, acontece que, se x é macaco,
dada uma sentença f qualquer, as novas construções
então é esperto.
e -- leia “para todo x, f” e “para algum x, f”,
respectivamente -- são introduzidas. significa que (b) seja um x qualquer, se é macaco então é esper-
f é verdadeiro para todo valor de x e significa que to.
há pelo menos um x tal que f é verdadeiro. Os valores
das variáveis são tirados de um universo de discur- (c) se algo é macaco, então é esperto.
so pré-determinado.Um refinamento da lógica de pri-
meira ordem permite variáveis de diferentes tipos, para (d) todo macaco é esperto.
tratar de diferentes classes de objetos.
Fórmulas lógicas que contêm variáveis livres, isto é, não
LÓGICA DOS PREDICADOS quantificadas, são consideradas proposições abertas, sobre
as quais não se pode formular valor de verdade. Admita-
mos que F significa “está em fluxo”: F(x) expressa uma
A Lógica de primeira ordem, ou Cálculo de Predicados
relação (a função “está em fluxo”), mas não pode ser dita
de Primeira Ordem (CPPO) pode ser caracterizada como
verdadeira ou falsa; “x está em fluxo” não é verdadeiro
um sistema formal apropriado a definição de teorias do
nem falso. No entanto, ?x| F(x) já não é uma proposição
universo de discurso da Matemática. A motivação para se
aberta, porque pode ser atribuída a ela valor de verdade; x
estudar esta lógica é que a lógica sentencial não dá conta
não é mais uma variável individual, porque está quantifica-
da representação de frases do tipo:
da por ?. A expressão significa o axioma de Heráclito, "tu-
do está em fluxo”. O escopo da quantificação é a expressão
Sócrates é homem. que vem depois da barra vertical.

Platão é homem. A Lógica de primeira ordem, ou Cálculo de Predica-


dos de Primeira Ordem (CPPO) pode ser caracteriza-
Todos os homens são mortais. da como um sistema formal apropriado a definição de
teorias do universo de discurso da Matemática. A moti-
vação para se estudar esta lógica é que a lógica sen-
A Lógica Proposicional trata das relações entre proposi-
tencial não dá conta da representação de frases do
ções. Cabe à Lógica dos Predicados dar conta das relações
tipo:
no interior das proposições. A proposição é descrita como
estrutura que atribui ou predica propriedades a indivíduos.
Sócrates é homem.
A expressão Φ(x) ou f (x) indica a possibilidade de predicar
uma propriedade arbitrária a um indivíduo arbitrário. A Platão é homem.
notação entre parênteses é chamada de argumento.
Todos os homens são mortais.
Φ(x) representa uma função, no sentido que o termo tem
em matemática. A proposição é, assim, entendida como
função, isto é, estabelecimento de uma relação um-um ou A Lógica Proposicional trata das relações entre proposi-
vários-um. Tomemos uma tabela: ções. Cabe à Lógica dos Predicados dar conta das rela-
ções no interior das proposições. A proposição é descri-
ta como estrutura que atribui ou predica propriedades a
Londres Inglaterra Roma Itália indivíduos.
Paris França Madri Espanha
A expressão Φ(x) ou f (x) indica a possibilidade de
predicar uma propriedade arbitrária a um indivíduo
Os nomes dos países e das cidades são argumentos. arbitrário. A notação entre parênteses é chamada de
argumento.
77
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Φ(x) representa uma função, no sentido que o termo Aditiva - representada pelo conetivo 'e'.
tem em matemática. A proposição é, assim, entendida Optativa exclusiva - representada pelo conetivo 'ou'.
como função, isto é, estabelecimento de uma relação
um-um ou vários-um. Tomemos uma tabela: Optativa não exclusiva - representada pela conexão
'e/ou'.
Londres Inglaterra Roma Itália
Geralmente os elementos de uma enumeração são
Paris França Madri Espanha comuns a uma classe. Quando isso ocorre temos uma
enumeração com paralelismo de similaridade. Hipoteti-
camente pode-se supor uma enumeração caótica,
Os nomes dos países e das cidades são argumentos. aquela em que os elementos são totalmente disjuntos.

Enumeração ordenada: é aquela em que a disposição


A relação “é a capital de” é uma função. Se chamarmos
dos elementos na seqüência admite algum tipo de or-
de C a função, teremos C (l, i), C (p, f), C (b, a) etc.
dem.
Da mesma forma, em “João ama Maria”, a função ou
relação funcional é A (j,m).
Enumeração na enumeração: há casos em que um ou
mais elementos da enumeração são enumeração.
Há predicados de um argumento, correspondendo a
verbos intransitivos (o argumento é o sujeito da ora- Enumeração classificada: ocorre quando os termos da
ção); de dois argumentos, a verbos transitivos; de três enumeração são classes de uma taxonomia. Diferencia-
argumentos, a verbos bitransitivos. Como a noção de se da enumeração com paralelismo, pois no paralelis-
predicação não é idêntica a de predicados gramaticais, mo, não existe a obrigatoriedade de atender às regras
pode-se admitir predicação quádrupla, em sentenças que definem uma taxonomia, como conter todos os
como "Mário comprou para Maria um relógio por vinte elementos do universo considerado e não haver inter-
reais" (argumentos: "Mário", "Maria", "um relógio", seção de domínios.
"por vinte reais").
Enumeração, trata-se de um raciocínio indutivo basea-
Quantificadores do na contagem. Por exemplo, retirando uma amostra
de um saco de arroz, observa-se que aproximadamente
80% dos grãos são do tipo extrafino. Conclui-se então
O quantificador universal ∀ significa "tudo", "todo",
que o saco de arroz é do tipo extrafino. A validade des-
"para todo" "qualquer", "para qualquer". Uma expres- te argumento depende muito da quantidade da amostra
são como: e os métodos estatísticos são sua base de sustentação.
As prévias eleitorais são outro exemplo deste tipo de
?x| M(x) ? E(x), em que M= macaco e E= esperto, pode raciocínio indutivo.
ser lida das seguintes maneiras:
Método da autoridade: Freqüentemente se faz uso da
(a) para qualquer x, acontece que, se x é maca- opinião de uma autoridade para se concluir indutiva-
co, então é esperto. mente um argumento. Por exemplo, na disputa de um
jogo de futebol, decidir se um jogador estava ou não
em impedimento. Este tipo de argumento tem a se-
(b) seja um x qualquer, se é macaco então é guinte forma: uma hipótese é feita e a autoridade é
esperto. digna de confiança para decidir questões sobre ela. A
autoridade sustenta que a afirmação expressa na hipó-
(c) se algo é macaco, então é esperto. tese é verdadeira. Conclui-se que a hipótese é verda-
deira. Este raciocínio indutivo claramente gera refuta-
ções, pois a autoridade pode não entender do assunto,
(d) todo macaco é esperto.
não ter competência ou as evidências podem ser falhas.

Fórmulas lógicas que contêm variáveis livres, isto é, Método da contra-autoridade: Se uma pessoa não é
não quantificadas, são consideradas proposições aber- digna de confiança para afirmar uma certa sentença e
tas, sobre as quais não se pode formular valor de ver- faz isto, concluímos que ela provavelmente é falsa
dade. Admitamos que F significa “está em fluxo”: F(x) (basta pensar nos políticos).
expressa uma relação (a função “está em fluxo”), mas
não pode ser dita verdadeira ou falsa; “x está em fluxo” Passemos agora a considerar os raciocínios dedutivos.
não é verdadeiro nem falso. No entanto, ?x| F(x) já Este tipo de raciocínio é o preferido dos matemáticos.
não é uma proposição aberta, porque pode ser atribuí- As conclusões são obtidas, a partir das premissas,
da a ela valor de verdade; x não é mais uma variável usando-se o raciocínio lógico e, uma vez encontradas,
individual, porque está quantificada por ?. A expressão as conclusões são incontestáveis. Para sermos mais
significa o axioma de Heráclito, "tudo está em fluxo”. O precisos, um argumento lógico dedutivo é sempre for-
escopo da quantificação é a expressão que vem depois mado por três partes: as hipóteses (ou premissas), as
da barra vertical. conclusões (ou a tese) e a inferência (ou seja, o pro-
cesso pelo qual passamos das hipóteses à tese).
ENUMERAÇÃO POR RECURSO
(Princípio Fundamental da Contagem, Análise A lógica dedutiva pode ser ilustrada com o seguinte
Combinatória) exemplo:

1. Todo homem é mortal.


Enumeração é a seqüência de pelo menos dois elemen-
tos de mesmo status sintático no discurso. Há três tipos
2. Fernando Henrique é um homem.
de enumeração:
Conclusão: Fernando Henrique é mortal.
78
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Observemos que se aceitarmos as hipóteses 1 e 2,
somos forçados ou compelidos a aceitar a conclusão. É
importante salientar que o raciocínio dedutivo não trata
da verdade dos fatos, mas sim de sua validade; pode
muito bem ocorrer das premissas serem todas falsas,
da conclusão ser falsa e mesmo assim o raciocínio de-
dutivo ser correto. Vejamos um exemplo:

Exemplo:
Vamos apresentar agora dois exemplos que mostram
1. Todos os planetas são quadrados
como é interessante e difícil separar o pensamento
2. A Terra é um planeta
indutivo do dedutivo.
Conclusão: A Terra é quadrada.
A DEDUÇÃO FORMAL PODE CONTRARIAR NOSSA PER-
Este raciocínio está, de fato, correto.
CEPÇÃO DE MUNDO

Considere a seguinte argumentação dedutiva:


Existem também raciocínios dedutivos que não são
válidos, embora todas as premissas e a conclusão se-
1. Tudo o que é raro é caro
jam verdadeiras. Neste caso as premissas não susten-
2. Um carro bom e barato é raro
tam a conclusão:
Conclusão: Um carro bom e barato é caro.
Exemplo:
Pergunta-se: este raciocínio é correto? Note a contradi-
1. Todo ser humano é um mamífero
ção indutiva presente na conclusão.
2. Toda criança é um mamífero
A INDUÇÃO PODE LEVAR A CONCLUSÕES DEDUTIVAS
FALSAS
Conclusão: Toda criança é um ser humano.
Como exemplo, considere uma sala com o formato de
Este raciocínio dedutivo não é válido.
um cubo, na qual encontra-se em um canto uma pe-
quena abelha e no canto diametralmente oposto um
Entretanto, nos raciocínios dedutivos, se as premissas
pequeno grão de açúcar, como ilustrado na figura abai-
forem verdadeiras e o raciocínio for válido, então fatal-
xo:
mente a conclusão também será verdadeira pois, de
certo modo, ela já estava contida nas premissas. As-
Pergunta-se:
sim, em raciocínios dedutivos válidos, de algo verdadei-
ro nunca se pode concluir algo falso. Por outro lado, de
hipóteses falsas pode-se concluir tanto coisas verdadei-
ras como falsas e tudo isto por meio de um raciocínio
dedutivo absolutamente correto:

Exemplo:

Admita que 1 = 2 e que 3 = 2. Então, somando os


membros das igualdades, concluiremos que 4 = 1 + 3
= 2 + 2 = 4.
a) Qual é o caminho mais curto para a abelha chegar
ao grão de açúcar?
Porque então distinguir os raciocínios indutivos e dedu-
tivos? Enquanto que o pensamento dedutivo leva as
b) Imagine que no lugar da abelha encontra-se uma
conclusões inquestionáveis, porém já contidas nas hi-
formiga. Qual é o caminho mais curto para a formiga
póteses, o raciocínio indutivo leva a conclusões prová-
atingir o grão de açúcar?
veis, porém mais gerais do que o conteúdo das hipóte-
ses. O entrelaçamento dos argumentos indutivos e
A maioria das pessoas responde que a formiga deve
dedutivos é a base do método científico.
caminhar pela diagonal da base do cubo e depois subir
pela aresta vertical que contém o grão de açúcar. Ou-
Existe uma tênue linha que separa os raciocínios induti-
tras soluções de mesma natureza também podem ser
vos dos dedutivos, se é que eles podem de fato ser
citadas, como por exemplo, subir pela aresta vertical e
separados. Com relação a isto, observe a figura a se-
caminhar diagonalmente no teto. As respostas dadas de
guir que apareceu no jornal A Folha de São Paulo, no
forma intuitiva estão incorretas. Para verificar o motivo,
artigo intitulado ”Pesquisa mapeia a Matemática do
basta abrir o cubo como se fosse uma caixa de pape-
Cérebro”. São retratos de um cérebro em operação; os
lão:
cálculos exatos (mais ligados às deduções formais)
estão relacionados com a linguagem (áreas azuis) e os
cálculos aproximados (mais ligados à indução) estão
relacionados com a percepção visual e espacial (áreas
verdes).

79
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
Quem afinal tem razão?

Paradoxo de Greling: Um adjetivo é chamado de hete-


rólogo se não possui a propriedade que ele mesmo
expressa e é chamado de homólogo se possui. Por
exemplo, polissílaba é uma palavra polissílaba e propa-
roxítona é uma palavra proparoxítona. Estes são exem-
plos de adjetivos homólogos. Todo adjetivo que não for
homólogo deve ser heterólogo.

Heterólogo é um adjetivo. Como os adjetivos são divi-


didos em duas classes (homólogos e heterólogos), a
palavra heterólogo deve estar em uma delas. Se o ad-
jetivo heterólogo for heterólogo, ele não possui a pro-
priedade de ser heterólogo e, portanto é homólogo. Se
ele for homólogo ele possui a propriedade que ele
PARADOXOS mesmo expressa e, portanto é heterólogo.
Em muitos momentos de nossa vida nos deparamos Paradoxo do barbeiro: Esta é uma versão folclórica do
com situações contraditórias; elas parecem escapar ao paradoxo de Russel. Em uma certa ilha existe um só
senso comum, pois violam nossa intuição e aparente- barbeiro e este barbeia todos os homens e somente
mente nos confundem. aqueles que não se barbeiam a si mesmos. Pergunta-
se: o barbeiro barbeia a si mesmo ou não? Se o barbei-
A partir do momento em que a linguagem do ser hu- ro se barbeia, entramos em contradição com o fato dele
mano cessou de ser somente um veículo de comunica- somente barbear aqueles que não barbeiam a si pró-
ção e tornou-se, ela mesma, um objeto do discurso, de prios. Se ele não se barbeia, então ele deve se barbear,
discussões e, portanto de estudos, surgiram os parado- pois esta é a sua tarefa.
xos.
Os paradoxos de Zenão:
Dentro do estudo da Lógica, os paradoxos aparecem
com freqüência, dando impulso ao estudo do funciona- 1. Aquiles e a tartaruga.
mento de nosso raciocínio, de nossas capacidades e Aquiles, um famoso corredor grego de maratonas, de-
limitações. Apresentaremos a seguir alguns paradoxos seja apostar corrida contra uma tartaruga. Inicialmente
lógicos que cativam pela simplicidade e podem ser a tartaruga encontra-se 100 metros à frente do corre-
usados para despertar nos alunos o gosto pela a apren- dor. Mas, não importa quão veloz seja Aquiles e quão
dizagem da Matemática e suas conexões. Não discuti- vagarosa seja a tartaruga, Aquiles nunca poderá alcan-
remos os desdobramentos científicos destas contradi- çá-la. Iniciada a corrida, quando Aquiles se encontrar
ções no reino da Lógica, pois isto requer estudos pro- no ponto onde a tartaruga inicialmente estava, esta
fundos, em que os paradoxos deixam de ser constru- última avançou uma certa distância; quando Aquiles
ções que desafiam nossa intuição, passando a ser a chegar ao novo ponto em que a tartaruga estava, ela
ferramenta de trabalho do estudioso. avançou mais um pouco. Como este processo pode ser
repetido indefinidamente e, em cada estágio, a tartaru-
Paradoxo do Mentiroso: Alguém afirma: -- Estou men- ga sempre se encontra um pouco a frente de Aquiles,
tindo. Isto é verdadeiro ou falso? Se for verdadeiro a ele nunca conseguirá ultrapassá-la, e o movimento
pessoa diz a verdade e, portanto mente. Se for falso, o torna-se impossível.
que ela diz não é verdade e, portanto ela não mente,
isto é, ela fala a verdade. 2. O espaço e o tempo não podem, por divisão, trans-
formarem-se em quantidades indivisíveis. Admitamos
Paradoxo da exceção: Todas as regras têm exceção. que existisse uma unidade de tempo que não pudesse
Esta é uma regra. Portanto ela deve ter exceção. Logo, ser subdividida. Tomemos três pequenas fitas com o
deve existir uma regra sem exceção. mesmo tamanho (de papel, por exemplo) divididas em
pequenas casas, inicialmente dispostas como na figura:
Duplo Paradoxo: Um professor de Direito fez um acordo
com um aluno: o aluno não precisaria pagar pelas aulas
dadas por ele se perdesse sua primeira causa, mas se
ele ganhasse, deveria pagar pelas aulas assistidas.
Terminado o curso, o aluno não aceitou nenhuma cau-
sa. A fim de cobrá-lo o professor processou–o. Em sua
defesa, o aluno apresentou o seguinte argumento:

-- Ou ganho ou perco a causa; se ganhar não precisarei


pagar porque afinal eu ganhei e se perder também não
precisarei pagar pois, de acordo com o trato feito com o
professor, ao perder a minha primeira causa, também
não precisarei pagar.
A que o professor retrucou: A fita x1, x2, x3 ficará fixa. A fita y1, y2, y3 move-se
para a direita de modo que cada yi passa xi no menor
-- Ou ganho ou perco a causa; se ganhar o aluno deve- instante de tempo possível (indivisível).
rá me pagar, posto que ganhei o embate; se perder ele
também deverá me pagar, pois o nosso trato anterior Simultaneamente, a fita z1, z2, z3 move-se para a
impõe que ele me pague, pois venceu sua primeira esquerda de modo que cada zi passa um xi no mesmo
causa.

80
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
instante de tempo. Deste modo, depois de passado um Imediatamente após esta declaração, outras autorida-
instante de tempo, as fitas terão a seguinte disposição: des da área econômica prepararam uma lista de possí-
veis desmentidos à afirmação feita:
“Não é verdade que, se as reformas não forem aprova-
das, haverá hiperinflação.”
“Se não houver hiperinflação, as reformas não serão
aprovadas.”
“As reformas não serão aprovadas e não haverá hipe-
rinflação.”
Pode-se considerar desmentidos:
a) Apenas I b) Apenas I e II c) Apenas I e III
d) I, II e III e) Apenas II e III.
Observemos que z1 passou por dois yi’s. Portanto o
instante de tempo não pode ser o menor possível, pois Solução:
existiria um instante de tempo ainda menor, aquele O item I é VERDADEIRO, pois contém a negação natu-
gasto quando z1 passou por um dos yi’s. ral da afirmação feita pelo ministro.
O item II é FALSO, pois traz a contrapositiva da afirma-
TERCEIRO SIMULADO ANPAD ção feita pelo ministro. Como sabemos, a contrapositiva
PROVA DE RACIOCÍNIO LÓGICO é equivalente à condicional primitiva (Teorema Con-
tra-recíproco!).
1. Se é verdade que “Alguns escritores são poetas” e
que “Nenhum político é poeta”, então, é verdade que O item III também é VERDADEIRO. Se usarmos a equi-
p  q ~  p  ~ q 
a) nenhum político é escritor
b) algum escritor é político valência:
c) algum político é escritor
d) algum político não é escritor. Negando a equivalência acima em ambos os membros,
e) nenhum escritor é político ou poeta. ficamos com:
~  p  q  ~~  p  ~ q 
Solução:
Trata-se de um silogismo formado por proposições ~  p  q    p ~ q 
categóricas (quantificadores). Podemos, com cuidado, O resultado acima valida o item III como desmentido
eliminar o atributo comum a ambas premissas e associ- da afirmação feita.
ar os atributos restantes com “Algum... não é...”. Disto Assim, os itens I e III são desmentidos.
resulta: “algum político não é escritor”. Resposta: letra c.
Resposta: letra d.
5. Quatro amigos, Arnaldo, Bernardo, Carlos e Délcio,
2. A matriz quadrada X, de terceira ordem, possui de- obtiveram os quatro primeiros lugares em um concurso
terminante igual a d. Sabendo-se que a matriz Z é de oratória julgado por uma comissão de três juizes. Ao
transposta da matriz X, então a matriz Y = 3.Z tem comunicarem a classificação final, cada juiz anunciou
determinante igual a duas colocações, sendo uma delas verdadeira e a outra
a) 3d b) 3d 2 c) 3d 3 d) 9d e) 27d falsa:
Juiz 1: “Arnaldo foi o primeiro; Bernardo foi o segundo”
Solução: Juiz 2: “Arnaldo foi o segundo; Délcio foi o terceiro”
Pelas propriedades dos determinantes: (1) Os determi- Juiz 3: “Carlos foi o segundo; Délcio foi o quarto”
nantes de uma matriz e de sua transposta têm o mes- Sabendo que não houve empates, o primeiro, o segun-
mo valor; (2) Ao multiplicarmos uma matriz por uma do, o terceiro e o quarto colocados foram, respectiva-
constante “k”, seu determinante ficará multiplicado por mente,
a) Arnaldo, Carlos, Bernardo, Délcio
k n , onde “n” é a ordem da matriz. b) Bernardo, Arnaldo, Délcio, Carlos
Desse modo: Det(Y) = 3 d  27d
3
c) Arnaldo, Carlos, Délcio, Bernardo
d) Bernardo, Arnaldo, Carlos, Délcio
Resposta: letra e. e) Carlos, Bernardo, Délcio, Arnaldo

3. Um curso, com a duração de um ano, tem apenas Solução:


duas provas. A primeira prova foi realizada em um
domingo. O diretor do curso publicou um aviso dizendo Se assumirmos que a primeira afirmação do Juiz 1 for
que a segunda prova realizar-se-ia dali a 187 dias. Em verdadeira, teremos a seguinte situação:
que dia da semana cairá a segunda prova?
a) quinta-feira b) terça-feira c)segunda-feira JUIZ 1º 2º 3º 4º
d) sexta-feira e) sábado 1 Arnaldo Bernardo
Solução: (V) (F)
O maior múltiplo de 7 contido em 187 é o 182. Assim, o 2 Arnaldo (F) Délcio
182º dia também cairá num domingo, a partir daí, se- (V)
rão mais 5 dias para a segunda prova, que cairá, por- 3 Carlos (V) Délcio
tanto, numa sexta-feira. (F)
Resposta: letra d.
Como não há contradições na tabela acima, encontra-
4. Um ministro afirmou o seguinte: mos a Solução: Arnaldo foi o primeiro, Carlos foi o
“Se as reformas não forem aprovadas, haverá hiperin- segundo, Délcio foi o terceiro e Bernardo foi o quarto.
flação.”
Resposta: letra c.
6. Sejam as proposições
81
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
p: Pedro é engenheiro. a) Se Aline não ganhar uma bolsa de estudos, então ela
q: Isadora é professora. não irá se casar.
Então, a proposição ~(q  ~p), em linguagem corrente b) Se Aline ganhar uma bolsa de estudos, então ela não
é se casará.
a) “Isadora é professora e Pedro não é engenheiro”. c) Se Aline ganhar uma bolsa de estudos, então ela não
b) “Isadora é professora ou Pedro não é engenheiro”. irá estudar no exterior.
c) “Pedro é engenheiro, mas também é professor”. d) Se Aline for estudar no exterior, então ela não ga-
d) “Isadora não é professora ou Pedro não é engenhei- nhará uma bolsa de estudos.
ro”. e) Se Aline se casar, então ela irá estudar no exterior.
e) “Pedro é engenheiro e Isadora não é professora”.
Solução:
Solução: Sejam as proposições simples:
Aplicando-se “De Morgan” à proposição composta dada: g: Aline ganha bolsa
~(q  ~p)  ~q  p. c: Aline se casa
Aplicando-se a propriedade “comutativa” ao resultado e: Aline irá estudar no exterior
obtido acima, vem: p  ~q que, em linguagem corrente Temos, nesta questão, um silogismo hipotético:
fica: P1: g  e
“Pedro é engenheiro e Isadora não é professora”. P2: c  ~e (aplica-se a contrapositiva a esta proposi-
Resposta: letra e. ção, resultando: e  ~c)
C: g  ~c
7. Dentre as proposições abaixo: Que, em linguagem corrente é: “Se Aline ganhar uma
(p  q)  [(p  q)  (q  p)] bolsa de estudos, então ela não se casará”.
[p  (q  r)]  [(p  q)  (p  r)] Resposta: letra b.
[p  (p  q)]  p
10. Se A é um número compreendido entre 0 e 1, então
São TAUTOLOGIAS: é FALSO que:
a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e II 1 A
d) I, II e III e) nenhuma delas a) 1 b) A c) 0,9.A < A
A 2
Solução: d) - A > -1 e) A  2 A  0,5
(p  q)  [(p  q)  (q  p)] – é uma TAUTOLOGIA, Solução:
pois decorre da própria definição da proposição BICON- “Simplificando” as alternativas, uma a uma:
DICIONAL (que é constituída por uma conjunção de a) Passando o A para o segundo membro, ficamos com:
duas proposições condicionais). 1 > A  CORRETO
[p  (q  r)]  [(p  q)  (p  r)] – é uma TAUTOLO- b) Passando o “2” para o 2º membro e dividindo tudo
GIA. Basta aplicar a propriedade DISTRIBUTIVA. por “A”: 1 > 2  FALSO
[p  (p  q)]  p – é uma TAUTOLOGIA (propriedade c) Simplificando ambos os membros por A: 0,9 < 1 
distributiva). Também se pode comprovar pelo diagra- CORRETO
ma abaixo: d) Multiplicando tudo por (-1): A < 1  CORRETO
1
e) Efetuando a divisão de A por 2A, obteremos , que
2
é igual a 0,5  CORRETO
Resposta: letra b.

Resposta: letra d. 11. Qual é o menor número pelo qual se deve multipli-
car 84 para se obter um quadrado perfeito?
8. Na figura abaixo tem-se um cubo formado por 64 a) 18 b) 21 c) 27 d) 35 e) 42
cubinhos iguais. Se o cubo é mergulhado em um tonel
com tinta preta, alguns cubinhos internos não recebe- Solução:
rão tinta alguma. Quantos são esses cubinhos? Decompomos o 84 em fatores primos: 84 = 22  3  7
a) 8 Ora, para ser um quadrado perfeito, é necessário que o
b) 12 3 e o 7 TAMBÉM estejam ao quadrado. Então, devere-
c) 16 mos multiplicar o 84 por 21 para obtermos um quadra-
d) 20 do perfeito!
e) 27 Resposta: letra b.

12. Se é verdade que “Alguns S são R” e que “Nenhum


T é R”, então é necessariamente verdadeiro que:
a) algum S não é T b) algum S é T
Solução: c) nenhum S é T d) algum T é S
Não há cálculos! Note que, se retirarmos as fileiras e) nenhum T é S
externas de cada extremidade e em todas as dimen-
sões (comprimento, largura e altura) restarão apenas 8 Solução:
cubos. Nas proposições categóricas, procede-se do seguinte
Resposta: letra a. modo:
Elimina-se o atributo comum às duas proposições;
9. Se Aline ganhar uma bolsa de estudos, ela irá estu- Conclui-se do seguinte modo:
dar no exterior. Se Aline se casar, então ela não irá “Todo” com “Nenhum” resulta “Nenhum”, associando
estudar no exterior. Logo os atributos restantes;

82
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
“Todo” com “Algum” resulta “Algum” associando os Em linguagem corrente, a proposição acima fica: “Não
atributos restantes; é verdade que não é dia de teste ANPAD e alguns can-
“Nenhum” com “Algum” resulta “Algum... não é...” didatos não estão bem preparados”.
associando os atributos restantes. OBS.: Tenha muito cuidado ao negar quantificadores! A
Nesta questão temos que: negação de “todos” e “algum... não é...”
Alguns S são R Resposta: letra d.
Nenhum T é R
O atributo comum aqui é o “R”. Eliminando-o, ficare- 15. Considere as seguintes proposições:
mos com Algum S não é T p: Laís é bonita.
Resposta: letra a. q: Eduardo é fumante.
A proposição composta ~(~p  q) em linguagem cor-
13. Com base na seguinte sentença: rente é
a) “Não é verdade que Eduardo não é fumante e Laís
“Não é verdade que se a média for 8, nenhum não é bonita”.
aluno será aprovado no exame.” b) “Eduardo não é fumante ou Laís é bonita”.
Pode-se afirmar que: c) “Eduardo não é bonito ou Laís é fumante”.
a) A média é 8 e alguns alunos serão aprovados no d) “Não é verdade que Eduardo é fumante ou Laís é
exame. bonita”.
b) A média é 8 e todos os alunos serão aprovados no e) “Eduardo não é fumante e Laís não é bonita”.
exame.
c) É falso que a média é 8 ou nenhum aluno será apro- Solução:
vado no exame. Aplicando a Lei de De Morgan: ~(~p q)  p  ~q
d) Todos os alunos serão aprovados no exame ainda Em linguagem corrente, o resultado encontrado acima
que a média seja 8. fica: “Laís é bonita ou Eduardo não é fumante”. Obser-
e) Se a média não for 8, todos os alunos serão aprova- ve que ainda aplicou-se a propriedade comutativa à
dos no exame. sentença resultante.
Resposta: letra b.
Solução:
Sejam as proposições simples: 16. Um investidor recebeu as seguintes propostas para
p: a média é 8. a aplicação de um capital financeiro:
q: nenhum aluno passará no exame Receber 20% ao ano, pelo prazo de 3 anos; ou
A frase acima, em linguagem simbólica, fica: Receber 72,8% em um triênio.
~(p  q)
Usando a equivalência: p  q ~  p  ~ q  Com base nisto, é possível afirmar que:
a) o investidor deverá escolher a opção II para fazer
sua aplicação
Resulta:  p ~ q  , que, em linguagem corrente fica: b) o investidor poderá optar por qualquer uma das
“A média é 8 e alguns alunos serão aprovados no exa- aplicações, visto que as taxas são equivalentes.
me”. c) a opção I é melhor.
d)a opção depende do capital investido.
LEMBRE-SE de que a negação de nenhum é algum e) nenhuma das opções será favorável ao investidor.
(ou alguns)
Resposta: letra a. Solução:
As taxas de 20% a.a. e 72,8% ao triênio são equivalen-
14. Considere a seguinte sentença: tes (ver tabela dada em aula)
“É dia de teste ANPAD ou todos os candidatos Resposta: letra b.
estão bem preparados”
17. Considere a sentença: “Se Cláudio passar no exa-
Com base na sentença acima, pode-se afirmar que: me, fará uma viagem ao exterior”.
a) “É dia de teste ANPAD ou todos os candidatos estão Com base nesta sentença, é correto afirmar que
despreparados”. a) Se Cláudio não passar no exame, não fará uma via-
b) “Não é dia de teste ANPAD e alguns candidatos estão gem ao exterior.
bem preparados”. b) A aprovação de Cláudio é condição necessária para
c) “Não é dia de teste ANPAD ou não é verdade que há fazer uma viagem ao exterior.
candidatos bem preparados”. c) Se Cláudio não fizer uma viagem ao exterior, então
d) “Não é verdade que não é dia de teste ANPAD e não terá passado no exame.
alguns candidatos não estão bem preparados”. d) Cláudio passará no exame e não fará uma viagem ao
e) “Não é verdade que não é dia de teste ANPAD ou exterior.
alguns candidatos estão bem preparados” e) Cláudio não passará no exame, mas fará uma via-
gem ao exterior.
Solução:
Sejam as proposições simples: Solução:
p: É dia de teste ANPAD. Contrapositiva: p  q ~ q ~ p
q: Todos estão bem preparados
Em linguagem corrente, a frase fica: “Se Cláudio não
A frase acima, em linguagem simbólica, fica: p  q
fizer uma viagem ao exterior, então não terá passado
Com DUAS NEGAÇÕES, obtemos uma equivalente à
no exame”.
proposição dada.
Resposta: letra c.
Primeira negação: ~(p  q)  ~p  ~q (Lei de De Mor-
Sendo R o conjunto dos números reais, considere as
gan)
sentenças abaixo:
Segunda negação: ~(~p  ~q)
I -  x  R, tem-se x 5  4x 2  3  0 .
83
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
d) 9
II -  x  R, tal que x  2x  x  2  0 .
5 4 2
e) 10
III -  x  R, tem-se que 4 x  3  5  4 x
A seqüência CORRETA de resultados lógicos é Solução:
a) F, V, F b) F, F, V c) V, V, V d) F, F, F Uma questão de fácil Solução. Precisamos encontrar o
e) F, V, V MMC entre 72 e 80. Obtemos este resultado pela de-
Solução: composição em fatores primos de cada um dos nºs
O símbolo “” significa “para todo” ou “qualquer que acima: 72 = 23  32, e
seja”. 80 = 24  5
O símbolo “” significa “existe pelo menos um”.
FALSO: uma função polinomial de grau “n” ímpar terá
um número ímpar (e menor ou igual a “n”) de raízes Assim, o MMC (72, 80) = 24  32  5 = 720
reais;
VERDADEIRO: pela justificativa do item anterior, com- Agora, só precisamos montar uma regrinha de três
prova-se a veracidade deste! para o carrinho mais lento:
VERDADEIRO: simplificando-se a inequação, fica-se tempo voltas
com  3  5 80 s  1
Resposta: letra e. 720 s  x
720
19. Numa ilha há apenas dois tipos de pessoas: as que X  9 voltas
sempre falam a verdade e as que sempre mentem. Um 80
explorador contrata um ilhéu chamado X para servir-lhe
de intérprete. Ambos encontram outro ilhéu, chamado Resposta: letra d.
Y, e o explorador lhe pergunta se ele fala a verdade.
Ele responde na sua língua e o intérprete diz – Ele disse DIAGRAMAS
que sim, mas ele pertence ao grupo dos mentirosos.
Dessa situação é correto concluir que: Algumas questões de Raciocínio Analítico costu-
a) Y fala a verdade mam ser apresentadas sem um enunciado ex-
b) a Resposta de Y foi NÃO. presso claramente, deixando para o candidato a
c) ambos falam a verdade tarefa de deduzir o que se quer (ver Exemplos a
d) ambos mentem. seguir)
e) X fala a verdade.
1) 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, x
Solução:
Fica óbvio que a Resposta do nativo “Y” só poderia ter a) 20 b) 30 c) 50 d) 100 e) 200
sido “sim”, pois se fosse do tipo que sempre fala a ver-
dade, diria “sim”. Por outro lado, se fosse do tipo que Solução: O conjunto acima é formada pelos números
sempre mente, também diria “sim”. Assim, podemos naturais que começam com a letra “D”. Desse modo, o
concluir que o ilhéu X está falando a verdade. próximo termo da seqüência é o 200.
Resposta: letra e.
Resposta: letra e.
20. Considere as seguintes proposições compostas:
Se a Lua é um planeta, então 8 é um número racional. 2) 1, 10, 2, 5, x
Porto Alegre tem mais de três milhões de habitantes ou a) 4 b) 6 c) 8 d) 10 e) 12
Campo Grande é a capital do Mato Grosso do Sul.
Todo número divisível por 6 também é divisível por 2 e Solução: O conjunto dado tem os números naturais
por 3, e 76 é divisível por 6. UM, DEZ, DOIS, CINCO e o próximo só poderá ser
Se sen2 4 + cos2 4 = 4, então log 2 = 0,30103. QUATRO. Observe que as palavras começam com duas
Os valores lógicos das proposições I, II, III e IV for- letras (UM), seguida por outra com três letras (DEZ) e
mam a seguinte seqüência: assim sucessivamente, sempre aumentando uma letra.
a) V, V, F, V Resposta: letra a
b) V, V, F, F
c) F, V, F, V
d) F, F, V, F DICA: Questões de Raciocínio Analítico que apresen-
e) V, F, V, V tam conjuntos de números normalmente não são se-
qüências numéricas (do tipo que tem uma “lei de for-
Solução: mação”). Quando isso ocorre, a saída é buscar nas
I. F +F = V (proposição condicional) “palavras” a Solução correta, como foi feito nos dois
II. F + V = V (proposição disjuntiva) Exemplos acima.
III. V + F = F (proposição conjuntiva)
IV. F + V = V. (proposição condicional) 3) Asdrúbal tem três carros: um Monza, um Escort e
Resposta: letra a. uma Brasília. As cores dos três carros são: verde, azul
e branca, não necessariamente nessa ordem. Das afir-
21. Numa pista circular de autorama, um carrinho ver- mações abaixo, somente uma é verdadeira:
melho dá uma volta a cada 72 segundos e um carrinho
azul dá uma volta a cada 80 segundos. Se os dois car- I. O Monza é verde;
rinhos partiram juntos, quantas voltas terá dado o mais
lento até o momento em que ambos voltarão a estar II. O Escort não é verde;
lado a lado no ponto de partida?
a) 6 III. A Brasília não é azul.
b) 7
c) 8
84
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
As cores do Monza, do Escort e da Brasília são, respec- a) Dalva é mais alta do que Maria e João é mais alto do
tivamente que Anália.
b) Teliles é mais alto do que Maria e Anália é mais alta
a) branca, azul, verde b) azul, branca, verde do que João.
c) azul, verde, branca d) verde, azul, branca c) João é mais alto do que Anália e Anália é mais alta
e) branca, verde, azul do que Teliles.
d) Dalva não é mais alta do que Maria ou Anália é mais
Solução: alta do que Teliles.
1
e) Teliles é mais alto do que João ou Anália é mais alta
2
Monza Escort Brasília do que Teliles.
Monza Escort Brasília
verde branco azul verde azul branco (ANPAD – Rac. Lógico/1996) INSTRUÇÃO: As questões
V V F
v V V 6 e 7 a seguir deverão ser respondidas com base nos
4
5 dados transcritos abaixo:
Monza Escort Brasília
Monza Escort Brasília
branco azul verde
azul verde branco
F V V Cinco amigos – Roberto, Paulo, Luiz, Carlos e Marcos –
F F V
possuem automóveis de modelos diferentes (Monza,
Uno, Escort, Gol, Voyage), cores diferentes (vermelho,
3
Monza Escort Brasília
branco, preto, azul e verde), e anos de fabricação dife-
branco verde azul rentes, sendo 1984 o ano mais antigo e 1988 o ano
F F F mais novo. Sabe-se que:
6 Paulo tem carro preto.
Monza Escort Brasília
azul branco verde
O Escort é branco.
F V V O carro de 1986 é verde.
Luiz tem o carro mais antigo.
Montamos uma tabela e analisamos cada uma das pos- O modelo Monza só existe a partir de 1986.
sibilidades. Neste caso, a tabela terá P3  6 hipóteses Carlos tem um Uno.
O carro de Roberto é de 1985.
a serem analisadas: O carro de Marcos é dois anos mais velho que o car-
ro de Carlos.
Resposta: letra d.
Responda às perguntas que se seguem:
4) Nos dados habitualmente usados em jogos, a soma
dos pontos de duas faces opostas deve ser sempre 6) Se o carro de Marcos fosse o Voyage, então o pro-
igual a 7. Assim, por Exemplo, todas as vistas possí- prietário do Monza só pode ser:
veis de um dado cuja face da frente tem 1 ponto mar- a) Carlos b) Roberto c) Luiz
cado estão representadas nas figuras a seguir. d) Paulo e) Não há informações suficientes

7) Se o carro de Roberto fosse vermelho, então o carro


de Luiz seria, necessariamente, o:
a) Escort b) Voyage c) Monza d) Uno e) Gol

As figuras que representam todas as vistas possíveis de INSTRUÇÃO:


um dado que tem 3 pontos na face da frente é
As questões 8 e 9 a seguir deverão ser respondidas
a) com base nos dados transcritos abaixo:
I. Cinco pessoas numa sala têm idades diferen-
tes.
b) II. As idades são indicadas por números inteiros.
III. Antônio é um ano mais velho que Maria.]
IV. Maria é dois anos mais velha que João.
V. João é um ano mais moço que Suzana.
c)
VI. Suzana é dois anos mais nova que Antônio.
VII. Lúcia é dois anos mais nova que João.

d) 8) Qual das opções abaixo indica a ordem cronológica


da pessoa mais velha para a pessoa mais nova?
a) Antônio, Maria, João, Suzana, Lúcia.
e) b) Antônio, Maria, Suzana, Lúcia, João.
c) Antônio, João, Maria, Lúcia, Suzana.
d) Antônio, Maria, Suzana, João, Lúcia.
Solução: e) Maria, João, Antônio, Lúcia, Suzana.
Encontra-se a Resposta por simples “observação” dos
conjuntos apresentados. Veja que, se a face “3” está 9) A soma das idades de Antônio e João é:
visível, a face “4” não estará visível, pois é oposta à I. Duas vezes a idade de Maria.
face “3”. II. Igual à soma das idades de Maria e Suzana.
Resposta: letra b. III. Um número ímpar.

5) (ANPAD – Rac. Lógico/1996) Se Teliles é mais alto a) igual a I b) igual a II c) igual a III
do que Anália, então Dalva é mais alta do que Maria. d) igual a I e II e) igual a II e III
Se Dalva é mais alta do que Maria, então João é mais
alto do que Teliles. Ora, Teliles é mais alto do que Aná- 10) (ANPAD – Rac. Lógico/1997) – Se Beto estuda com
lia, logo: Maria, então Maria é aprovada nos exames. Se Maria é
85
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
aprovada nos exames, então Ana é reprovada nos  Paulo e sua mulher não gostam de correr.
exames. Se Ana é reprovada mos exames, então Pedro  Nenhuma mulher gosta de futebol.
estuda com Ana. Ora, Pedro não estuda com Ana. Lo-  Marido de Ana ganhou uma bicicleta para prati-
go: car seu esporte preferido.

a) Ana não é reprovada e Maria é aprovada. Então pode-se concluir que:


b) Ana é reprovada e Maria é aprovada. a) João gosta de jogar futebol
c) Ana não é reprovada e Beto não estuda com Maria. b) Ana gosta de correr
d) Maria é aprovada e Beto estuda com Maria. c) Paulo não gosta de jogar futebol
e) Maria não é aprovada e Beto estuda com Maria. d) Maria gosta de andar de bicicleta.
e) João não gosta de andar de bicicleta
11) (ANPAD – Rac. Lógico/1997) – Quatro amigas –
Ana, Beti, Carla e Dani – obtiveram 0s quatro primeiros 16) ANPAD – Marcos mente as sextas, sábados e do-
lugares em um concurso de dança, julgado por uma mingos, e fala a verdade nos outros dias da semana.
comissão de três juízes. Ao comunicarem a classificação Joana mente as terças, quartas e quintas, e fala a ver-
final, cada juiz anunciou duas colocações, sendo uma dade nos outros dias da semana. Se hoje ambos dizem
delas verdadeira e a outra falsa: que mentiram ontem, que dia da semana é hoje?
Juiz 1: “Ana foi a primeira; Beti foi a segunda”.
Juiz 2: “Ana foi a segunda; Dani foi a terceira”. a) domingo b) quinta c) sexta d) segunda e) quarta
Juiz 3: “Carla foi a segunda; Dani foi a quarta”.
17) ANPAD – No mapa abaixo, os números 1, 2, 3, 4, 5
Sabendo que não houve empates, a primeira, a segun- e 6 correspondem às cidades A, B, C, D, E e F, mas não
da, a terceira e a quarta colocadas fora, respectivamen- necessariamente nesta ordem
te

a) Ana, Carla, Beti, Dani b) Ana, Carla, Dani, Beti


c) Beti, Ana, Dani, Carla d) Beti, Ana, Carla, Dani
e) Carla, Beti, Dani, Ana.

12) (ANPAD – Rac. Lógico/1997) – Ângela, Letícia,


Heloísa e Denise apostaram uma corrida. Ângela disse:
“Heloísa chegou em segundo e Denise em terceiro”.
Letícia disse: “Heloísa ganhou e eu cheguei em segun- 1
do”. Heloísa disse: “Denise foi a última e Ângela a se- 2 3 4
gunda”. Sabendo que em cada afirmação há uma ver- 5 6
dade e uma mentira, quem chegou em último lugar? Sabendo-se que:
a) Ângela b) Letícia c) Heloísa d) Denise  C está ao sul de A
e) não é possível determinar  B está ao sudoeste de F
 B está ao noroeste de E
13) (ANPAD – Rac. Lógico-MAI/1998) – Se A é maior Pode-se concluir que a cidade D corresponde ao núme-
do que B, então C é maior do que D. se C é maior do ro
que D, então E é maior do que A. Ora, A é maior do a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5
que V, logo:
a) C é maior do que D, e E é maior do que B. 18) ANPAD – Três suspeitos de roubar uma loja são
b) A é maior do que D, e B é maior do que E. interrogados na delegacia. Armando diz “Fui eu!”. Ber-
c) E é maior do que B, e B é maior do que A. nardo diz “Não foi o Armando”, e Carlos diz “Não fui
d) C não é maior do que D, ou B é maior do que A. eu!”. Sabendo-se que apenas um dos suspeitos está
e) A é maior do que E, ou B é maior do que A. falando a verdade e que a loja foi assaltada por apenas
um homem, podemos afirmar que o autor do assalto
14) ANPAD – Ana mandou fazer um vestido para ir a foi:
uma recepção, mas não sabe se o mesmo ticará pron-
to. Suas amigas, Júlia, Sandra e Valéria têm opiniões a) Armando
diferentes sobre se o vestido ficará ou não pronto até a b) Bernardo
hora de Ana se vestir para a recepção. Se Júlia estiver c) Carlos
certa, então Valéria está enganada. Se Valéria estiver d) nenhum deles
enganada, então Sandra está enganada. Se Sandra e) não é possível responder à pergunta
estiver enganada, então o vestido não ficará pronto. Ou
o vestido fica pronto, ou Ana não irá a recepção. Ora, 19) ANPAD – As letras T, X, Y, Z e W estão escritas em
verificou-se que Júlia está certa. Logo: uma linha. Sabendo-se que:
 2 letras separam X e Y.
a) O vestido fica pronto.  T está à esquerda de X.
b) Sandra e Valéria não estavam enganadas.  Z e W estão juntas.
c) Valéria estava enganada, mas não Sandra.  W está tão perto de T como de Y.
d) Sandra estava enganada, mas não Valéria.
e) Ana não irá à recepção. Podemos afirmar que:

15) ANPAD – João, Paulo, Ana e Maria formam dois a) Z ocupa a segunda posição a contar da esquerda.
casais. Cada uma desta pessoas gosta de um único b) W está à direita de Y.
esporte entre correr, nadar, andar de bicicleta e jogar c) W ocupa a terceira posição a partir da direita.
futebol, e duas delas nunca gostam do mesmo esporte. d) W está entre Z e Y.
Sabe-se que e) a primeira letra à direita não é Y.
 João não gosta de jogar futebol.
86
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
20) ANPAD – Num belo dia você anda 10 km para o sul,  um homem Onça só pode se casar com uma
10 km para o leste e volta ao ponto de partida andando mulher Jacaré;
mais 10 km para o norte. Podemos então afirmar que:  um homem Jacaré só pode se casar com uma
a) a praia estava uma delícia mulher Boto; e
b) foi bom você ter se agasalhado  um homem Boto só pode se casar com uma
c) as árvores davam bastante sombra mulher Onça.
d) na próxima vez você deve ter mais cuidado com os Além disso, sabe-se que
jacarés  os filhos de um homem Onça passam a perten-
e) o canto dos passarinhos estava ensurdecedor cer à tribo dos Boto;
21) ANPAD – Armando, Bernardo, Carlos e Daniel saem  os filhos de um homem Boto passam a perten-
de chapéu, casaco e luvas em um dia frio. Na pressa, cer à tribo dos Onça; e
nenhum deles chegou a vestir qualquer uma de suas  os filhos de um homem Jacaré passam a per-
peças de vestuário, pegando uma de cada um dos cole- tencer à tribo do pai.
gas. Sabendo-se que: Sabe-se, também, que cada índio pertence à uma única
 Nenhum deles possui mais de uma peça de tribo.
vestuário de cada um dos tipos acima.
 Quem está com o chapéu de Carlos também Assim sendo é CORRETO afirmar que, se Peri é Boto, a
está com as luvas de Armando e o casado de filha do irmão da sua mãe:
Bernardo. a) é Boto, com certeza
 Bernardo não está com o chapéu de Daniel. b) é Jacaré, com certeza.
 Armando não está com o casaco de Carlos. c) é Onça, com certeza;
 Carlos não está com as luvas de Daniel. d) pode ser Boto ou Jacaré, dependendo das circuns-
tâncias;
Pode-se afirmar que quem está comas luvas de Carlos e) pode ser Onça ou Boto, dependendo das circunstân-
é: cias.

a) Armando 25) ANPAD – Numa estante há quatro livros escolares,


b) Bernardo um de Matemática, um de Física, um de Biologia e um
c) Carlos de Química. Sabe-se que
d) Daniel  há exatamente um livro entre o de Matemática
e) não é possível responder à pergunta com os dados e o de Física; e que
fornecidos.  o livro de Biologia está à direita do de Física.

22) ANPAD – João e Maria têm, cada um, quatro noites Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que
livres toda semana, quando aproveitam para ir ao ci- ao observar os livros na estante, de frente para a
nema. Considere como semana, todos os dias de se- mesma, o livro de Química:
gunda-feira a domingo, inclusive. a) é o primeiro a partir da direita;
b) é o primeiro a partir da esquerda;
Nesse caso, é CORRETO afirmar que, em uma semana, c) é o segundo a partir da direita;
eles podem ir juntos ao cinema. d) é o segundo a partir da esquerda;
e) pode estar em três posições diferentes.
a) apenas uma noite.
b) no mínimo uma noite e no máximo quatro. 26) ANPAD – “Quantas filhas você tem?”, perguntou
c) no mínimo duas noites e no máximo três. um repórter a um administrador.
d) sempre quatro noites. Este respondeu: “O produto das idades de minhas me-
e) sempre cinco noites. ninas, dadas em um número inteiro de anos, é 64”.
O repórter ponderou, então, que essa informação não
23) ANPAD – Artur, Bernardo e César têm, cada um, era suficiente para permitir uma conclusão segura.
um gato. Dos três gatos, um é siamês, outro persa e o O administrador concordou, afirmando: “Você tem ra-
terceiro angorá. As cores desses animais são, não ne- zão. Esqueci-me de dizer que minhas duas filhas mais
cessariamente neste ordem: branca, preta e cinza. velhas são gêmeas e que as duas mais novas também
Sabe-se que o são. Agora, você pode determinar, com certeza,
 o gato de Artur é cinza; quantas filhas eu tenho”.
 César é dono do gato angorá;
 o gato de Bernardo não é nem siamês, nem Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que
branco. o administrador.
a) tem duas filhas;
Com base nessas afirmações, é CORRETO afirmar que: b) tem três filhas;
a) Artur é o dono do gato siamês e o gato angorá é c) tem quatro filhas;
preto. d) não foi correto, pois, considerando-se os dados que
b) Bernardo é o dono do gato persa e o gato angorá é forneceu, só se pode concluir que ele tem três ou cinco
branco. filhas;
c) César é o dono do gato angorá e o gato persa é cin- e) não foi correto, pois, considerando-se os dados que
za. forneceu, só se pode concluir que ele tem quatro ou
d) Artur é o dono do gato persa e o gato angorá é seis filhas.
branco.
e) César e o dono do gato angorá e o gato siamês é 27) ANPAD – Em um armazém existem três caixas
preto. fechadas, cada uma delas com uma etiqueta de identi-
ficação do seu conteúdo. Uma deles contém somente
24) ANPAD – Na Amazônia, vivem as tribos dos Onça, maçãs, a outra somente pêras, e a terceira, maçãs e
dos Jacaré e dos Boto. Sabe-se que pêras. Nenhuma das caixas esta com a etiqueta de
identificação do conteúdo correta. A quantidade mínima
87
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
de frutas que deve(m) ser retirada(s) de uma das cai-
xas para colocar as etiquetas de identificação correta-
mente é:

a) uma fruta da caixa com a etiqueta “maçãs”.


b) uma fruta da caixa com a etiqueta “pêras”.
c) uma fruta da caixa com a etiqueta “maçãs e pêras”. 4) Retire três palitos e obtenha apenas três quadrados.
d) duas frutas da caixa com a etiqueta “maçãs e pê-
ras”.
e) três frutas da caixa com a etiqueta “maçãs e pêras”.

28) ANPAD – Mateus e Lucas apostam uma corrida.


Mateus corre a metade do tempo e anda a outra meta-
de. Lucas corre a metade da distância e anda a outra
metade.se ambos correm e andam com as mesmas
velocidades, então é CORRETO afirmar que:

a) Mateus chegará primeiro ao final do percurso. 5) Qual será o próximo símbolo da seqüência abaixo?
b) Lucas chegará primeiro ao final do percurso.
c) Mateus e Lucas chegarão juntos ao final do percurso.
d) Mateus e Lucas chegam juntos à metade do percur-
so.
e) na metade do percurso, Lucas estará na frente de
Mateus.

29) ANPAD – João vai para a escola de ônibus ou me-


trô. Quando ele vai de metrô, ele volta de ônibus. Du-
rante x dias letivos João foi de ônibus 8 vezes, voltou
de ônibus 15 vezes e tomou o metrô (ida ou volta), 9
vezes. Nestas condições o valor de x é:
a) 8 b) 9 c) 12 d) 15 e) 16
6) Reposicione dois palitos e obtenha uma figura com
30) Se Vera disse a verdade, Renata e Júlia mentiram. cinco quadrados iguais.
Se Júlia mentiu, Regina falou a verdade. Se Regina
falou a verdade, Brasília é banhada pelo mar. Ora,
Brasília não é banhada pelo mar, logo:
a) Vera e Renata disseram a verdade.
b) Vera e Regina mentiram.
c) Júlia e Regina mentiram.
d) Júlia mentiu ou Regina disse a verdade.
e) Júlia e Renata mentiram.

Gabarito: 7) Observe as multiplicações a seguir:


1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10 12.345.679 × 18 = 222.222.222
E A C B A D A D E –C 12.345.679 × 27 = 333.333.333
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 ... ...
–B –B –A –E –B –C –C –C –C –B 12.345.679 × 54 = 666.666.666
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Para obter 999.999.999 devemos multiplicar
–A –B –B –B –E –E –C –A –E –B 12.345.679 por quanto?

8) Esta casinha está de frente para a estrada de terra.


ANÁLISE E CONSTRUÇÃO DE FIGURAS POR Mova dois palitos e faça com que fique de frente para a
MEIO DE PROPRIEDADES DE SUAS PARTES estrada asfaltada.

Material necessário

=>Palitos de fósforo (ou qualquer material similar);


=>Moedas (ou qualquer material similar).

1) Uma lesma encontra-se no fundo de um poço seco


de 10 metros de profundidade e quer sair de
lá. Durante o dia, ela consegue subir 2 metros pela
parede; mas à noite, enquanto dorme,
escorrega 1 metro. Depois de quantos dias ela conse-
gue chegar na saída do poço?
2) Quantas vezes você usa o algarismo 9 para numerar
as páginas de um livro de 100 páginas?
3) Quantos quadrados existem na figura abaixo?

9) Remova dois palitos e deixe a figura com dois qua-


drados.

88
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA
9° 10m -
Portanto, depois de 9 dias ela chegará na saída do poço.

2) 9 1 9 2 9 3 9 4 9 5 9 6 9 7 9 8 9 9 0 9 1
9 2 9 3 9 4 9 5 9 6 9 7 9 8 99

3) =6

=9

=4
10) As cartas de um baralho foram agrupadas em pa-
res, segundo uma relação lógica. Qual é a carta que
está faltando, sabendo que K vale 13, Q vale 12, J vale
11 e A vale 1?

=1

Portanto, há 16 + 9 + 4 + 1 = 30 quadrados.

4)

11) Qual o valor da pedra que deve ser colocada em


cima de todas estas para completar a
seqüência abaixo?
5) Os símbolos são como números em frente ao espe-

lho. Assim, o próximo símbolo será 88


6)

12) Mova três palitos nesta figura para obter cinco


triângulos. 7)12.345.679 × (2×9) = 222.222.222
12.345.679 × (3×9) = 333.333.333
... ...
12.345.679 × (4×9) = 666.666.666
Portanto, para obter 999.999.999 devemos multipli-
car 12.345.679 por (9×9) = 81

8)

RESPOSTAS

1) dia subida descida


1° 2m 1m
2° 3m 2m
3° 4m 3m
4° 5m 4m
5° 6m 5m
6° 7m 6m
7° 8m 7m
8° 9m 8m 9)

89
NOVA EDIÇÃO MATEMÁTICA

10) Sendo A = 1, J = 11, Q = 12 e K = 13, a soma de


cada par de cartas é igual a 14 e o naipe de paus sem-
pre forma par com o naipe de espadas. Portanto, a
carta que está faltando é o 6 de espadas.

11) Observe que:

Portanto, a próxima pedra terá que ter o valor: 15.120


× 8 = 120.960

12)

APLICAÇÃO DOS CONTEÚDOS ACIMA LISTA-


DOS EM SITUAÇÕES COTIDIANAS.

Distribuídos na matéria e no Caderno de ativida-


des.

90
INFORMÁTICA
INFORMÁTICA

SUMÁRIO

Informática em Geral: conceitos. Periféricos de um Computador. Hardwa-


re. Software. .................................................................................................. 5

Utilização e configurações básicas dos Sistema Operacional Windows 7 ................ 14

Instalação, configuração e utilização: LibreOffice 5.3 ......................................... 29

Noções de segurança para Internet ................................................................. 45

Noções básicas de navegação na Internet (Internet Explorer 9 e Mozilla


Firefox 52, Google Chrome 42 e suas respectivas versões posteriores) ................ 49

Glossário ..................................................................................... Anexo/pág. 1

Exercícios Fixação ....................................................................... Anexo/pág. 5


NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
UNIDADES DE MEDIDA (BITS E BYTE)
INFORMÁTICA EM GERAL: CONCEITOS. PERI-
FÉRICOS DE UM COMPUTADOR. HARDWARE. Representação dos dados
SOFTWARE. Dois termos que aparecem com freqüência na terminolo-
gia da informática são bit e byte. O bit (Binary Digit –
Dígito Binário) pode ser visualizado como um circuito
CONCEITOS onde podemos guardar zero (0) ou um (1).

Conceito de informática É o componente básico da memória. (Rom e Ram)

Ao longo da história, o homem tem precisado constan- “0”: quando o circuito está desligado (não há pas-
temente tratar e transmitir informação, por isso nunca sagem de corrente elétrica)
parou de criar máquinas e métodos para processá-la. A “1”: quando estiver ligado (há passagem de cor-
informática nasceu da idéia de auxiliar o homem nos rente elétrica).
trabalhos rotineiros e repetitivos, geralmente ligados á
área de calculo e gerenciamento. Como com um bit só conseguimos representar dois valo-
res, criou-se um modo de representar vários outros valo-
Informática: é a ciência que estudo o tratamento auto- res, agrupando-se vários bits. A este agrupamento da-
mático e racional da informação. mos o nome de Byte. Este pode ser usado na represen-
tação de caracteres como uma letra (A-Z), um número
O termo foi criado em 1962 e provem da contração das (0-9), espaço ou símbolo qualquer (#, %, *, ?,@), entre
palavras – Information Automatique (Informação Auto- outros.
mática). São utilizados 8 bits para representar um caractere.

Conceitos fundamentais Exemplo:


10100001
Computador: máquina composta de elementos físicos do
tipo eletrônico, capaz de realizar uma grande variedade Para padronizar a forma de armazenar os dados, eles são
de trabalhos com alta velocidade e precisão, desde que codificados.
receba as instruções adequadas.
Os Códigos mais conhecidos:
Na informática podemos distinguir três componentes
básicos: ASCII – American Standard Code for Information Inter-
• O elemento físico (hardware) change (Código Padrão Americano para Intercâmbio de
• O elemento lógico (software) Informações): é o código de caracteres padronizado na
• O elemento humano. maioria dos microcomputadores.

A Informática engloba toda atividade relacionada ao de- EBCDIC – Extended Binary Coded Decimal Interchange
senvolvimento e uso dos computadores que permitam Code (Código de Intercâmbio Binário Decimal Estendido):
aprimorar e automatizar tarefas em qualquer área de é o código binário da IBM; ainda é utilizado em computa-
atuação da sociedade. Podemos definir a informática dores de grande e médio porte.
como a “ciência do tratamento automático das in-
formações”. Muito mais que visar simplesmente a pro- Unidade de Armazenamento
gramação de computadores para executar tarefas especí- Assim como podemos medir distâncias, quilos, tamanho,
ficas, a informática estuda a estrutura e o tratamento etc., também podemos medir a capacidade que um mi-
das informações sob suas mais variadas formas: núme- crocomputador tem para armazenar informações. Para
ros, textos, gráficos,imagens, sons, etc.O computador efetuarmos essa medida é usado o byte como padrão e
em si intervém apenas como um instrumento para agili- seus múltiplos.
zar o tratamento da informação, e não como seu objetivo
final. A informática busca criar uma abstração da realida- Byte = 8 bits
de dentro de um sistema de computação, com o objetivo Kbyte (KB) = 1024 bytes
de reproduzi-la mais fielmente possível e assim poder Megabyte (MB) = 1024 Kbytes
substituí-la, ou melhorar sua compreensão. Gigabyte (GB) = 1024 megabytes
Terabyte (TB) = 1024 gigabytes
O profissional de Informática vai atuar basicamente no No caso de querermos saber quantos bytes tem um ar-
desenvolvimento do que se pode chamar de um Sistema quivo de tamanho de 1 Terabyte temos de fazer a opera-
Computacional, o qual abrangem a combinação de ção de multiplicação.
hardware (circuitos), software (programas) e outros
elementos essenciais. A crescente evolução na área de Ex.: 1 x 1024 (TB) x 1024 (GB) x 1024 (MB) x 1024 (KB)
Informática, particularmente no que diz respeito ao de- e o resultado será o tamanho do arquivo em Bytes
senvolvimento de equipamentos de informática (proces-
sadores cada vez mais velozes, o surgimento de novas HIERARQUIA LÓGICA DA INFORMAÇÃO
tecnologias de armazenamento de dados e novos perifé- Bit (0 ou 1)
ricos), aliada às constantes quedas nos preços do 1 Byte – 8 bits
hardware, possibilitou um avanço das atividades relacio- Campo – elementos que separam os dados de uma de-
nadas à informática na quase totalidade das atividades terminada tabela
humanas, iniciando pelas Engenharias e atingindo as Registro – conjunto de campos
mais diversas áreas como a Medicina, as Artes, o Entre- Arquivo – conjunto de registros organizados
tenimento, a Economia, etc. Banco de Dados – conjunto completo de arquivos exigi-
dos por uma aplicação

5
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Exercício: IBM. No entanto estas máquinas conquistaram grande
1) Um arquivo texto de tamanho igual a 80 Kbytes pode nicho de vendas e alteraram, rapidamente, todo o pano-
ter no máximo: rama mundial. De computador pessoal, o microcomputa-
a) 80 letras b) 640 bits c) 80.000 bytes d) 81.920 letras dor invadiu as empresas, começando pelas pequenas e
médias, que não podiam comprar um mainframe. Mesmo
2) Um texto com 34 caracteres, tem seu tamanho igual as grandes empresas começaram a fazer uso de micro-
a: computadores dentro de seus setores, isoladamente. Mas
a) 34 bits b) 34 Kbytes c) 272 bits d) 8 bytes os microcomputadores conquistaram só foram conquistar
de vez o setor corporativo depois do desenvolvimento da
Respostas: 1) d; 2) c. tecnologia de redes de microcomputadores. Houve mes-
mo uma tendência, passageira é verdade chamada de
TIPOS DE COMPUTADORES "downsizing", que consistia em trocar um grande e dis-
pendioso mainframe por muitos e muitos micros interli-
gados em redes. aparecimento de outras máquinas.
ORGANIZAÇÃO DE COMPUTADORES

Um computador, na realidade, é um sistema composto


Existem várias maneiras de se classificar os computado-
por três partes: Hardware + Software + Firmware.
res. Todas elas sem muita aplicação nos dias de hoje.
Mas, sem se tratando de concursos públicos, é bom co-
nhecê-las. O software é a parte lógica do sistema. São os chama-
dos programas e aplicativos. Veremos mais adiante deta-
lhes de vários softwares.
Segundo seu porte: chamamos de porte de um compu-
tador a sua capacidade e velocidade de cálculo, de traba-
lho e não está necessariamente ligado ao tamanho do O hardware é a parte física do sistema. É a máquina
computador, apesar de, na maioria das vezes, computa- propriamente dita. É a parte tangível.
dores de grande porte são realmente maiores que com-
putadores de pequeno porte. Nesta classificação teríamos O firmware é o meio termo... É um conjunto de softwa-
em primeiro lugar os supercomputadores, como os de re gravado em um hardware, quase que inseparáveis.
maior capacidade de processamento; raros, até mesmo
nos dias de hoje. Em São Paulo contamos com o super-
computador da USP (o "patinho feio"). Outra categoria Peopleware é a pessoa que utiliza o hardware e o sof-
seriam os mainframes, computadores de grande porte, tware, inserindo ou retirando informações do sistema.
muito caro, de uso corporativo. Depois temos os mini-
computadores, com poder de processamento menor, A fase de firmware é talvez a fase mais importante no
mas ainda restrito a uso corporativo. Esta categoria está funcionamento de um computador. É a fase de inicializa-
quase extinta hoje. Finalmente temos os famosos micro- ção, também chamado de boot da máquina. É a fase
computadores, que têm o menor poder de processa- compreendida entre o momento que você liga o compu-
mento. tador até o término do carregamento do sistema operaci-
onal.

Segundo seu uso: podemos dividir os computadores em


corporativos (ou comerciais), industriais (na automatiza- O computador, como toda e qualquer máquina, é burro,
ção de fábricas) e os muito conhecidos computadores ou seja, não têm inteligência ou mesmo consciência de
pessoais (personal computers ou, simplesmente PCs). sua existência. Cada vez que ligamos o computador é
como se ele estivesse "nascendo" novamente. Temos que
ensinar tudo a esta máquina... Como fazer para aceitar
Segundo sua finalidade: científicos e comerciais. uma letra, como comunicar-se com o monitor, como
"conversar" com o Hard Disk etc. O único modo de "ensi-
Sendo o computador uma máquina, ele foi "inventado", nar" o computador a fazer qualquer coisa é através de
construído, desenvolvido. Mas para justificar este esforço programas (software). Assim existe um conjunto de sof-
deve ter havido alguma necessidade básica. O problema tware básico que tem de entrar em ação até mesmo
principal do homem estava em fazer cálculos, de maneira antes do carregamento do sistema operacional. Sem este
rápida e segura. Assim, podemos dizer que o computador "soft" o computador não pode ser inicializado. Estes pro-
nasceu do desenvolvimento das máquinas de calcular. gramas vêm gravados em um chip especial que faz parte
da máquina. Ou seja, o computador vem com o firmware
de fábrica.
O computador desenvolveu-se conforme eram descober-
tas novas tecnologias. A primeira geração de computado-
res funcionava a válvula. A base da segunda geração foi MEMÓRIA ROM
o transistor. Na terceira geração de computadores temos
os circuitos integrados (chips). A quarta geração foi ca- Para garantir que este programa não será alterado ou
racterizada pela tecnologia VLSI (Very Large Small Inte- apagado, o usuário não tem acesso a ele. É a chamada
gration), onde o chip ficou mais "condensado". Com o ROM do computador (Read Only Memory ou Memória
uso de novas tecnologias, como a óptica e a óptica- de Somente Leitura, também conhecida como Memó-
magnética, temos a quinta geração de computadores. ria Não Volátil). A ROM é baseada em chips semicondu-
tores que contém instruções e dados cujo conteúdo pode
ser lido, mas não modificado. Para criar o chip de ROM o
ARQUITETURA IBM-PC
projetista fornece ao fabricante as instruções ou os dados
que serão gravados.
E quanto aos microcomputadores? Eles nasceram da
necessidade de processamento pessoal e não empresari- Assim, ao ligarmos a máquina, ela passa por uma série
al. No começo, os microcomputadores eram vistos com de estágios pertencentes à fase de boot. Estes estágios
descaso pelas empresas gigantes da computação, como a são regidos por programas gravados na ROM e não po-
6
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
dem ser alterados pelo usuário. O primeiro estágio de processamento podem até sair diretamente da CPU para
boot faz um teste geral na máquina, para saber o que um periférico de saída, mas muito provavelmente, antes,
este computador tem de periféricos e se os principais estes resultados também serão alocados na memória.
estão funcionando (respondendo). Depois ele compara o
resultado a uma tabela interna, a CMOS, para ver se MEMÓRIA RAM
tudo confere. Da CMOS o computador retira também a
data e a hora (esta tabela é mantida por uma bateria).
Feito isto, na próxima fase é carregado o BIOS (Basic Por isso que a CPU não consegue "viver" sem esta tal de
Input Output System, ou sistema básico de entrada e "Memória Principal", também chamada de memória RAM
saída) que "ensina" o computador os rudimentos de co- (Random Access Memory, ou memória de acesso aleató-
municação com o mundo exterior e manipulação de ar- rio). A memória RAM também é chamada de memória
quivos. Por fim, o computador procura e carrega o siste- volátil, isto porque o chip utilizado para esta memória
ma operacional e está pronto para operar, terminando necessita de eletricidade para manter os dados. Assim,
seu boot. quando o computador é desligado, ou mesmo na falta de
energia elétrica, a memória RAM é apagada.
Se qualquer problema ocorrer durante esta fase (como
falta de teclado, pane no Hard Disk, memória com falhas Note que a RAM é totalmente diferente da ROM. A RAM
ou mesmo falta de sistema operacional) o boot é inter- pode, e deve, ser alterada, a qualquer momento; a ROM
rompido e a máquina não pode ser inicializada. é de somente leitura, não podendo ser alterada. A RAM
depende da eletricidade e, na sua falta, é perdida; a ROM
não depende de eletricidade e não se perde quando o
Placa mãe: Também chamada de mother board, é a computador é desligado. Aliás, a principal função da ROM
placa mais importante, pois abriga o microprocessador, é guardar o programa de boot quando a máquina está
as memórias, Ram e Rom e todas as outras placas, por desligada. E finalmente, os chips utilizados pela ROM e
exemplo, a placa de vídeo. pela RAM são diferentes.

O hardware de um computador é composto pela CPU + A memória RAM utiliza chips chamados popularmente de
Periféricos. A CPU ou UCP (Unidade Central de Proces- "pentes" do tipo SIMM (Single In-line Memory Module, ou
samento de Dados), também chamada de processador módulo de memória em linha simples) ou DIMM (dual In-
ou microprocessador, é o cérebro do computador. É na line Memory module, ou módulo de memória em linha
CPU que são feitos os cálculos lógicos e aritméticos e o dupla).
controle de toda a máquina. Podemos até mesmo dizer
que o computador é a CPU, o resto são periféricos.
Mas, mesmo estas memórias atuais mais velozes, ainda
representam um gargalo na velocidade de processamen-
A CPU é dividida em duas partes: a ULA (unidade lógica to. Isto porque o processador é muito mais rápido que a
e aritmética) e a UC (unidade de controle). A UC contro- memória. Assim, a CPU fica muito tempo ociosa esperan-
la, direta ou indiretamente, toda a máquina, até mesmo do por um dado ou comando alocado na memória. Exis-
a ULA. A UC cuida do endereçamento de memória, colo- tem chips de memória que proporcionam uma resposta
cando e retirando dados, manda os dados para a ULA, mais rápida, mas são muito caros. A solução foi munir o
juntamente com as operações que ela deve realizar, e computador com um pouco desta memória rápida, cha-
ainda confere os resultados devolvidos pela ULA. mada de Memória Instantânea ou Memória Cache.

A CPU ou processador do computador, é um Circuito Mais rápido ainda que a memória cache L2 é a cache L1,
Impresso (chip) de vital importância da máquina, mas ou memória cache de primeiro nível que, nada mais é,
não é o único. Dentro de um chip tem-se o equivalente a que uma memória instantânea acoplada diretamente no
milhões de transistores. Por exemplo, um Pentium Pró processador.
tem o equivalente a 5,5 milhões de transistores ligados
com trilhas de 0,35 mícrons. O processador da Intel Pen-
tium 4 atingi 140 milhões de transistores e 90 nm. Exis- Dá para imaginar que os dados têm que caminhar dentro
tem outros com mais capacidades hoje em dia. da máquina, ou seja, os dados precisam ser levados dos
periféricos de entrada para a CPU, da CPU para a memó-
ria, da memória para a CPU ou para os periféricos de
Mas, apesar da grande importância da CPU, sozinha, ela saída. Existem para isso uma imensa rede de "caminhos
não faz nada. A CPU precisa de no mínimo alguns perifé- e estrada" para o trânsito dos bits, chamado de barra-
ricos básicos para seu funcionamento. A seguir temos um mento. Dentro do computador existem vários tipos de
esquema do funcionamento do computador, com desta- barramento como o ISA, VESA, PCI, AGP, etc. A diferen-
que para a CPU e seu periférico inseparável, sem o qual ça reside na velocidade alcançada em cada um deles.
a CPU não é nada, a memória. Mas, mesmo o mais veloz dos barramentos, é muito
lento em comparação à CPU, representando também
Quase tudo, antes de ir para o processador, tem de pas- outro gargalo na velocidade de processamento.
sar pela Memória Principal. Assim, a CPU está constan-
temente acessando a memória. Os dados entram no Note que cada periférico, bem como cada barramento,
computador por algum periférico, como um teclado, e a memória e CPU têm a sua própria velocidade. E, no en-
CPU os coloca na memória. Quando da execução de um tanto, cada um destes componentes de hardware precisa
programa, antes, ele "sobe" para a memória. Só então a se comunicar com os outros. É lógico, portanto que pre-
CPU começa a executar o programa, linha por linha, cisamos ter "alguém" que coloque ordem nesta bagunça,
como se fosse uma receita de bolo. A CPU tem um regis- fazendo o papel de um "guarda de trânsito". Para tanto
trador interno sinalizando qual linha do programa está foi inventado o clock, cujo papel é sincronizar a comuni-
em execução. As linhas de programas solicitam dados, cação entre todas as partes de um computador. O clock
que a CPU vai buscar também na memória e, muito pro- gera pulsos (pulsos de clock), sinais elétricos, em deter-
vavelmente gera resultados. Os dados resultantes de um minada freqüência, que se propaga por toda a máquina.
7
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
A comunicação entre os periféricos e CPU se dá sempre gravado no disco, ele gera uma tabela, um índice, na
num pulso de clock, nunca "no meio" do pulso. Assim, primeira trilha, primeiro setor, chamado, setor de iniciali-
existe um sincronismo na comunicação, sem que isto zação do disco. Esta tabela é conhecida como tabela FAT
afete a velocidade particular de cada parte do hardware. (File Allocatiom Table, ou tabela de alocação de arqui-
A freqüência de clock dos computadores é medida em vos). O DOS, Windows 3.x e Windows 95, utilizam uma
MHz (megahertz). FAT chamada FAT 16 (onde são usados 16 bits de con-
trole). Já o Windows 98 (e o Windows 95 versão OSR 2)
Logicamente, de maneira geral, quanto maior o clock do utilizam uma FAT 32. Devido a uma limitação do DOS,
computador, mais rápido será o processamento. No en- com a FAT 16, só era possível reconhecer discos com até
tanto, como vimos, existem muitos e muitos detalhes 2 GB. Com a FAT 32 isto já não é um problema, além do
que influenciam a velocidade total de processamento, que ela permite que, em discos de grande capacidade
sendo o clock apenas um destes fatores. (acima de 1 GB), consiga-se utilizar setores menores,
economizando espaço em disco.
Este é o sistema básico de armazenamento em disco:
PERIFÉRICOS DE UM COMPUTADOR utiliza-se um disco formatado em trilhas e setores, orien-
tados por uma tabela FAT, que serve como um índice,
dizendo o que tem no disco, onde está gravado: tamanho
do arquivo, data de criação, data da última alteração,
Podemos citar como periféricos de um computador todos
etc. Os sistemas operacionais ao efetuar a tarefa de de-
periféricos que conectado ao computados como os de
leção (apagar um arquivo em disco) na realidade somen-
entrada, de saída e de armazenamento. Ex. vídeo, tecla-
te atualizam a FAT, disponibilizando o espaço.
do, drive de disquete, drive de cd-rom, winchester, zip-
Outra característica deste sistema é que os arquivos são
drive, scaner, etc. (vide os periféricos para saber mais).
sempre gravados a partir do primeiro setor livre. Isto,
aliado ao sistema de deleção de arquivos, pode ocasio-
PERIFÉRICOS DE ARMAZENAMENTO nar, com o uso, a chamada fragmentação de arquivos.
Isto ocorre quando os arquivos não são gravados em
setores contíguos, dando mais trabalho a cabeça de lei-
PERIFÉRICOS DE ENTRADA E SAÍDA (I/O)
tura e gravação que têm que "correr atrás" de vários
"pedaços" para recuperar o arquivo. Os sistemas opera-
Nesta categoria encontram-se os periféricos que servem cionais têm programas utilitários para resolverem este
tanto para guardar a saída como a entrada do processa- problema (DEFRAG do DOS e o DESFRAGMENTADOR do
mento. Podemos incluir os chamados periféricos de ar- Windows 9x). Estes programas regravam os arquivos de
mazenamento e de comunicação. modo a ficarem com todos os setores um ao lado do
outro, em seqüência.
Disquetes Outro problema na manutenção de discos é a integridade
da mídia e dos dados. Um defeito que pode ocorrer com
certa freqüência é quando um setor fica perdido, ou seja,
O armazenamento de dados num compu-
não está ligado a nenhum arquivo, na tabela FAT. Este
tador é feito basicamente por tecnologia
tipo de defeito não costuma dar muitos problemas. Ou-
magnética, em discos. Este armazena-
tro, já mais perigoso, é quando um mesmo setor é re-
mento é vital para o processamento, posto que, como já
clamado por mais de um arquivo, na tabela FAT. É o
sabemos, a memória RAM é perdida toda vez que o com-
chamado setor "linkado". Além disso, a própria mídia, ou
putador é desligado, e é preciso então, ter-se uma ma-
seja, o meio magnético do disco pode estar com proble-
neira de "salvar", ou seja, guardar os dados, arquivos e mas (um risco, uma área desmagnetizada etc.). Para
programas processados. Disquete é o diminutivo de disco fazer-se uma checagem de integridade temos outro utili-
e ainda é um meio muito utilizado para guardar arquivos
tário muito importante, o SCANDISK.
e transportá-los. Também conhecido como FLOPPY DISK
Além disso, no caso específico de disquetes, devemos
ou DISCO FLEXÍVEL.
lembrar que são mídias sensíveis, não podendo ser ex-
postos ao calor, alta umidade e meios magnéticos. É
O disquete de 3 ½ (polegadas de diâmetro) têm capaci- muito comum haver a desmagnetização de áreas do
dades de 720 KB (baixa densidade), 1,44 MB (alta densi- disquete, acarretando perda de dados.
dade) e 2,88 MB (dupla densidade). Do mesmo modo,
para uso de disquetes em dupla densidade precisamos de Hard Disk
um drive de dupla densidade e para uso de disquetes de
alta densidade precisamos de um drive de alta densida- Este é um periférico essencial nos
de. O que tornou-se padrão, hoje, no mercado são os computadores atuais. Sem ele não
disquetes de 3 ½ de alta densidade, ou seja, com capa- podemos fazer quase nada em termos
cidade de 1,44 MB. de processamento e muitas vezes é
um limitador. Também conhecido
Os sistemas operacionais comuns em PCs, para utiliza- como WINCHESTER, DISCO RÍGIDO,
rem os discos, precisam formatá-los (dar um formato). O DISCO FIXO e H.D. Outros ainda o designam como Me-
sistema DOS e Windows divide o disco em vários círculos mória de Armazenamento ou Memória Secundária, po-
concêntricos, chamadas trilhas. Cada trilha é dividida em dendo funcionar também como Memória Auxiliar e Me-
espaços de tamanho fixo, chamados setores. O tamanho mória Virtual, apesar de não serem sinônimos e nem
do setor depende da capacidade do disco, mas represen- obrigatórios.
ta a menor área de gravação possível. Isto quer dizer
que, mesmo ao gravar um dado com o tamanho de meio O HD é um disco de alta capacidade de armazenamento,
setor, ele ocupará todo o setor, havendo um certo des- tendo capacidade mínima, hoje de 10 GB, 20, 40, 80 e
perdício de espaço no disco. 120 GB, mas podendo ser muito maior. As características
de funcionamento e manutenção são as mesmas já des-
Para o sistema ter controle do que e onde está sendo critas no item anterior. Uma característica deste periféri-
8
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
co, além da sua capacidade, é a velocidade de rotação Modem
(quanto maior a velocidade rotacional do motor de um
HD, mais alta é a taxa de transferência de dados). Os
mais populares, com capacidades de 40 a 80 GB, atin-
gem 7.200 rpm (rotações por minuto), enquanto os mo-
delos topo de linha chegam a mais de 7.200 rpm. Por
exemplo, a Seagate tem um HD de 15.000 rpm
(Cheetah), com taxa de transferência de 16,8 MB/s (cer- É um periférico de comunicação, utilizado para viabilizar
ca de 40% mais rápido que a média). a transferência de dados entre dois computadores via
linha telefônica ou cabo muito comprido. Ora, sabemos
que o computador só endente um tipo de linguagem, a
Em sua grande maioria, os HDs são de interface IDE de 0s e 1s, chamada linguagem binária ou digital. Assim,
(tipo de interface em que o periférico é fornecido com dois computadores "conversando" através de um cabo
seu próprio sistema controlador). HDs de alta performan- estão, na realidade, trocando dados em ondas digitais
ce trabalham em outro tipo de interface, chamada SCSI, (seqüências de 0s e 1s). No entanto, se este cabo for
que permite a integração de vários periféricos. muito comprido, haverá deterioração da onda digital,
inviabilizando a comunicação. O mesmo ocorre com as
CD-R e CD-RW linhas telefônicas. É muito cômodo utilizarmos as linhas
telefônicas para a transferência de dados, mas elas não
O drive de CD-R difere de um drive de CD-ROM normal, foram feitas para o transporte de ondas digitais, e sim
pois consegue gravar CDs virgens. São os chamados CDs analógicas (a voz de uma pessoa).
graváveis. No entanto, uma vez gravado o CD-R trans-
forma-se em um CD-ROM, ou seja, não pode ser mais Solucionamos este problema com o MODEM que, de um
alterado ou apagado. lado, modula as ondas digitais em analógicas para enviá-
Já o CD-RW, e seu drive, são conhecidos como regravá- las na linha telefônica e do outro lado, outro MODEM,
veis. Consegue-se gravar, apagar e regravar um mesmo demodula as ondas analógicas em digitais. O nome deste
CD. Note que este drive utiliza um tipo especial de CD periférico vem da sua função (MOdulador-DEModulador).
(diferente dos CD virgens), e que as regravações não são
ilimitadas (como é potencialmente o caso de um HD). O MODEM pode ser externo, ligado a uma saída serial,
Além disto, ainda existe uma certa incompatibilidade geralmente a COM2, ou interno. O MODEM interno é
entre as marcas de CD-RW. conhecido como placa FAX-MODEM pois, todo MODEM, é
capaz de mandar e receber FAX para e de outros compu-
Informática é informação automática, isto é, o tratamen- tadores ou aparelhos de FAX.
to da informação de modo automático. Portanto, infor-
mática pressupõe o uso de computadores eletrônicos.
O aspecto que se lhe pretende conferir de ciência acarre- Uma das características do MODEM é sua velocidade de
ta, em busca por sua estruturação formal, o que se deve comunicação. Hoje, os padrões são os modems de 33,6
dar no terreno da semiótica: a informática está relacio- Kbps (ou 33.600 bps) e 56 Kbps. Note que a velocidade
nada tanto com as ciências exatas quanto com as ciên- aqui é medida em bps, ou seja, bits por segundo.
cias sociais.
A informática compreende uma interseção de quatro A velocidade de um modem de 56 Kbps é chamada no-
áreas do conhecimento: Ciências da Computação, Ciên- minal, pois dificilmente chega-se realmente a esta velo-
cias da Informação, Teoria dos sistemas e Cibernética. cidade. Na prática, percebeu-se que o sinal analógico em
A Ciência da Computação preocupa-se com o processa- velocidades acima de 33.600 bps se corrompia por causa
mento de dados, abrangendo a arquitetura de hardware dos ruídos. Só é possível vencer esta barreira com algu-
e a engenharia de software. A Ciência da Informação mas condições especiais:
volta-se ao trato da informação, com relação ao seu
armazenamento, transmissão de informações. A Teoria
Somente quando os dados trafegam do servidor para o
dos Sistemas sugere a solução de problemas a partir da
micro (nunca em sentido contrário ou em conexão entre
conjunção de elementos capazes de levar a objetivos dois micros);
pretendidos. A Cibernética preocupa-se com a busca da
eficácia, através de ações ordenadas sob convenientes O Provedor de Acesso tem de oferecer um "link" a 56
mecanismos de automação. Kbps;
Os computadores datam dos anos 40, dos tempos da A sua linha telefônica tem de estar ligada a uma central
Segunda Guerra Mundial. Sua utilização desde então digital;
cresceu consideravelmente, sendo então designado ao
Processamento Automático de Dados, Processamento Deve ser uma linha direta (não pode ser um ramal
Eletrônico de Dados ou, simplesmente, Processamento PABX);
de Dados. A partir dos anos 80, a utilização corrente dos
computadores deixou de ser privilégio somente dos espe- Todas as centrais telefônicas no caminho entre o micro e
cialistas, e passou ao domínio generalizado da sociedade, o servidor de acesso à Internet tem de ser digitais. Caso
nessa época a terminologia "processamento de dados", o micro esteja a mais de 4 Km da central telefônica ou se
cedeu lugar ao uso mais correto que hoje se faz do voca- a linha for muito ruidosa, a velocidade de comunicação
bulário da informática, caracterizando procedimentos cai. Atendendo estas condições, Modems de 56 Kbps
diversos que se apóiam no computador. costumam chegar a uma velocidade máxima de 45 Kbps.
Informática, ferramenta indispensável ao desenvolvimen-
to técnico e científico, suporte da modernização em todas
as áreas de atividade, cabe a tarefa de coletar, tratar e
disseminar dados, sua matéria prima, gerando informa-
ção.

9
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
PERIFÉRICOS DE ENTRADA (INPUT) Compact Disk – Read Only Memory  disco compacto de
Como o nome diz, é o hardware utilizado para a entrada apenas leitura. Este periférico, como o nome diz, é de
de dados, informações e comandos na máquina. apenas leitura, ou seja, um dispositi-
vo normal de CD-ROM só consegue ler
Teclado o CD (disco), não conseguindo alterá-
lo, ou seja, gravar ou apagar dados.
Desenvolvido pela indústria fonográfi-
ca, hoje é largamente utilizado na informática, devido
sua capacidade de armazenar dados digitais, sejam eles
som, imagens, vídeo, texto, banco de dados etc.
Este dispositivo baseia-se em tecnologia óptica, onde um
Dispositivo padrão para a entrada de dados. Basicamen- feixe de luz (laser) é emitido sobre a superfície reflexiva
te, o teclado mais utilizado hoje é o de membrana, que é irregular do disco e um sensor capta a variação da refle-
mais barato, apesar de menos durável. Outro tipo que já xão deste feixe. O sensor, recebendo ou não o reflexo do
foi muito utilizado é o teclado indutor. Hoje também está feixe luminoso, codifica, ou seja, gera impulso elétrico,
em modo os teclados ergonômicos, com formato que para os bits 0 ou 1.
propicia uma postura natural das mãos, minimizando A grande vantagem do CD-ROM é sua grande capacidade
riscos à saúde. de armazenamento (em torno de, no máximo, 650 MB).
Isto facilitou o desenvolvimento e distribuição de aplica-
tivos multimídia, como enciclopédias e jogos, além dos
Mouse softwares normais. Além disso, o CD apresenta "prazo de
validade" maior que os disquetes, ou seja, os dados gra-
vados no CD são mais confiáveis, não sujeitos à desmag-
Dispositivo apontador muito utilizado netização.
em ambientes gráficos, como o Win- Os drives de CD-ROM são caracterizados pela sua veloci-
dows, apesar de sua existência ser dade de leitura, estando hoje por volta de 52x (velocida-
antiga, ainda no tempo do DOS. O tipo des). Na realidade, devido à constante evolução tecnoló-
mais utilizado é o serial, padrão Windows, geralmente gica, este número já pode ter sido alterado. Cada veloci-
instalado na porta COM 1. O padrão IBM, e alguns Com- dade corresponde a 150 KB/s (1x=150 quilobytes por
pac, utilizam mouse PS 2. segundo).

Scanner Chamados de Kit Multimídia, além do drive de CD-ROM o


pacote que vem com uma placa de som de 16, 32 ou 64
Dispositivo digitalizador de imagens. Seu bits, que permite ao computador reproduzir sons em
funcionamento consiste na iluminação simulação estéreo.
da página e captação da luz refletida.
Um chip sensível à luz, codifica cada
ponto de imagem em dados digitais. DVD

Os scanners podem ser coloridos ou Preto e Branco. De Digital Video Disk – Read Only Memory ou Digital Versa-
mão ou de mesa. Outra característica é sua resolução tily Disk – Read Only Memory. O DVD é muito parecido
óptica, ou seja, até quantos pontos podem ser detecta- com o CD, mesmo em tecnologia. A sua grande diferença
dos e isolados por unidade linear, numa imagem. Isso reside no fato da maior capacidade de armazenamento
define a nitidez que a imagem pode assumir, pois, quan- do DVD, podendo chegar a 4,7 GB por lado do disco. Isto
to maior a resolução mais nítida a imagem, e maior será possibilita a digitalização de filmes de longa metragem,
o arquivo resultante. As resoluções ópticas variam, hoje, com som qualidade de CD, e várias dublagens e legendas
entre 20 até 4.000 dpi (dot per inch, ou pontos por pole- em vários idiomas. Apesar de ter desenvolvimento visan-
gadas). do a indústria cinematográfica, qualquer arquivo digital
pode ser vinculado num DVD, como enciclopédias multi-
mídias. Devido ao medo de pirataria, as indústrias cine-
Outro fator importante é a área de captura, variando de matográficas, dividiram o globo em regiões onde as es-
20x27 até 29x42 cm, em média. pecificações em cada uma delas são únicas. Isto vem
refreando o desenvolvimento do mercado do DVD, mas
Leitora Ópticas e Magnéticas muitos acreditam que é uma questão de tempo até o CD
ser substituído totalmente pelo DVD.

Apesar de não ser usual, os drives de DVD também apre-


sentam velocidades, de 20x e 24x (mais conhecido como
primeira e segunda gerações).
Leitora de caracteres de barras, ou ou-
tros caracteres ópticos, muito utilizado na automação
comercial e controle de estoque e mercadorias. As leito- Num Kit DVD encontramos, além do drive, uma placa de
ras magnéticas são utilizadas em caixas de banco para a compressão de vídeo, padrão MPEG 2. Acrônimo de Mo-
leitura de cheques. Outros exemplos são as leitoras ópti- ving Picture Experts Group, equipe de trabalho da Inter-
cas de cartões de jogos (tipo da loto) e leitora óptica de national Standards Association, ISO, que define especifi-
cartões de respostas em concursos e vestibulares. cações para a produção de vídeo. O padrão MPEG-2 pode
operar com imagens até 1280x720 pixels, a 60 quadros
por segundo (a chamada qualidade de televisão é de 30
Baseia-se na captura e análise de luz refletida ou não
quadros por segundo) e som com qualidade de CD.
(áreas brancas e pretas, refletoras ou não).

PERIFÉRICOS DE SAÍDA (OUTPUT)


CD-ROM
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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Estes periféricos exibem os dados e informações após o cida com a utilizada em televisores. Um canhão (que
processamento. trabalha numa tensão de 35.000 volts) emite um feixe
de elétrons através de um tubo de raios catódicos que,
Impressoras ao colidir com a parte interna da tela, excita os átomos
de fósforo que brilham. Este feixe é defletido no "pesco-
ço" do tubo de modo a "desenhar", linha a linha a tela,
Periférico clássico de saída vem tendo grande desenvol- de cima a baixo. O feixe de elétrons tem de ser suficien-
vimento nos últimos anos. Podemos dividir as impresso- temente rápido para refazer a tela antes que o brilho do
ras, didaticamente, em grupos: fósforo esmaeça.
Cada ponto de fósforo que brilha é chamado de pixel.
Matriciais Assim, quanto maior o número de pixels, horizontais e
verticais (linhas e colunas), maior será a nitidez da ima-
gem. Em monitores coloridos, cada pixel é composto de
Apesar de antigas, são muito utilizadas em corporações e
três pontos de fósforo coloridos (ciano, magenta e ama-
em qualquer ambiente onde seja importante a impressão
relo) que, com sua combinação podem gerar todas as
de várias vias de um documento, por folhas carbonadas.
cores.
Utiliza uma matriz de agulhas, podendo ser disparadas
O dot pitch é a distância entre dois pixels. Quanto menor
independentemente, que batem em uma fita tintada e
esta distância, melhor será a imagem (menor granula-
imprimem, por impacto, uma folha de papel, do outro
ção) e poder-se-á atingir melhores resoluções mesmo em
lado da fita. Existem vários modelos de impressoras,
monitores maiores.
divididas em 7, 9, 18 ou 24 agulhas. Quanto maior o
Quanto ao tamanho, temos monitores de 14", 15", 17",
número de agulhas da cabeça de impressão, maior quan-
20", 21" e 23" (polegadas), igual aos televisores (tama-
tidade de pontos podem ser impressos e, portanto, me-
nho medido na diagonal e com área útil, em média, me-
lhor será a qualidade da impressão.
nor em uma polegada).
As impressoras matriciais podem ser de 42, 44 ou 136
Existem monitores monocromáticos, multitons (verde,
colunas e com velocidades variando de 88, 105, 200,
branco ou âmbar) e coloridos. O binômio quantidade de
300, 440, 533 até 800 cps (caracteres por segundo).
cores e resolução que um monitor pode desenvolver,
Também podem ser Preto e Branco (monocromáticas, de
depende não somente do tipo de monitor, mas também
fita preta ou azul) ou coloridas (onde as fitas têm, ge-
do tipo e do tamanho da memória de vídeo, determinada
ralmente, três cores).
pela placa de vídeo. Hoje trabalhamos com placas de
vídeo com, no mínimo 1MB, recomendado 2 MB. O pa-
Jato de Tinta
drão de conexão da placa pode ser ISA (o mais antigo),
Impressora de grande êxito comercial e em constante PCI (o mais utilizado hoje) e AGP (o mais moderno e
atualização tecnológica. Trabalham, basicamente, em utilizado em Pentium IV). Existem ainda placas acelera-
duas tecnologias distintas: as de microgotícolas e piezoe- doras de vídeo que melhoram, principalmente, a exibição
léctricas. Um tubo de tinta é acoplado à cabeça de im- de gráficos em 3D (como jogos), melhorando a renderi-
pressão que tem a tarefa de "espirrar" pequenas gotas zação de texturas.
de tinta sobre o papel. A capacidade destas impressoras Hoje usamos monitores coloridos, tipo SVGA. A quanti-
de controlarem o tamanho da gota, o volume da mesma, dade de cores suportada pode ser: 16 cores, 256 cores,
e o local de deposição determinam a sua resolução. High Color (16 bits) com 65.536 cores, True Color (24
Quanto maior a resolução, maior o número de pontos por bits) com 16,7 milhões de cores e (32 bits) com 16,7
polegada, melhor será a definição da imagem, menor milhões de cores e 8 bits extra para controle de opacida-
será sua granulação e melhor será a homogeneidade de de, útil para games 3D, mas pouco utilidade para aplica-
tons e cores. ções profissionais.
Existem impressoras jato de tinta Preto e Branco (tinta
preta) e coloridas (tinta preta e tinta colorida, com ciano,
Existem também monitores entrelaçados e não entrela-
magenta e amarelo). A velocidade de impressão pode
çados. O entrelaçamento é uma técnica utilizada para
variar de 2 a 9 ppm (páginas por minuto), dependendo
simular o aumento da freqüência de varredura da tela. O
não só da área de impressão, mas também da qualidade
monitor entrelaçado é aquele que, em uma passagem de
pretendida. A resolução também pode variar de 300,
tela a varredura é feita somente nas linhas ímpares, na
600, 720 até 2.440 dpi.
próxima varredura apenas nas linhas pares, e assim
sucessivamente. O bom monitor é aquele cuja freqüência
Laser de varredura é real, ou seja, os não entrelaçados.
Muito utilizadas no meio corporativo devido a sua maior
velocidade e melhor qualidade de impressão. Apesar de Outro tipo de monitor que vem ganhando comércio é o
hoje já termos impressoras laser de baixo custo, uma monitor de cristal líquido (LCD). Este monitor já é utiliza-
impressora robusta ainda é muito cara. do em máquinas portáteis como os laptops. Para uso em
Existem impressoras laser tanto Preto e Branco, como desktops o grande inconveniente ainda é o preço.
coloridas. A resolução varia de 600 a 2.400 dpi, e veloci-
dades entre 4 a 32 ppm.
Sua tecnologia baseia-se na magnetização (ou desmag- CONCEITOS DE HARDWARE E SOFTWARE
netização) diferencial de um cilindro que, ao passar por
um reservatório de toner magnético, atrai partículas e as
deposita na folha de papel. Esta folha passa por um ex-
trusor que amolece o toner e dilata as fibras do papel, HARDWARE
permitindo a sua impregnação.
É a parte física a qual podemos tocar Ex. cabos flats,
Monitores drive de cd-rom, winchester, etc....

Dispositivo clássico de saída. Tem tecnologia muito pare- Nota: Veja que alguns itens fazem parte duas ou mais
categoria como exemplo o Wichester, que ao mesmo
11
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
tempo é um periférico de armazenamento como é um interligados que se comunicam por mensagens. Potenci-
hardware, pois podemos tocá-lo com nossa mão. almente mais confiável. Menor gasto com máquinas e
Existe uma certa confusão quando se trata de alguns comunicação. Dificuldade em manutenção de dados e
termos como informática, computação, processamento máquinas. Dificuldade em compartilhamento de soft.
de dados etc. Até mesmo a prova para qual estamos nos
preparando, na maioria das vezes, é chamada de Prova SISTEMAS OPERACIONAIS
de Informática... Será que este termo está correto? Ve-
jamos algumas definições básicas:
Gerenciam o funcionamento do computador, seus perifé-
ricos e programas. Como já foi dito, no final da fase de
Computador
Boot, o computador busca pelo Sistema Operacional.
Geralmente, o computador procura-o primeiro em seu
É uma máquina com capacidade de armazenar, processar HD e, se não o encontrar, procura no drive A (drive de
e recuperar adequadamente informações. Computação é disco flexível). Se o sistema operacional não for encon-
uma ciência, relativamente recente, que estuda o compu- trado o computador para e pede que lhe forneça o siste-
tador (Ciências da Computação), desde sua engenharia ma. Assim, um computador sem sistema operacional é
até sua lógica. Já Informática é a Ciência que estuda a uma caixa vazia, pois não se pode fazer nada com ele.
informação. Não está diretamente relacionada com o O sistema operacional (Windows 9x / Me / XP / Linux /
computador e existe há muito tempo, antes mesmo de SO e muitos outros) de um computador é um conjunto
serem inventadas estas máquinas. É certo que os com- de programas básicos que estão intimamente ligados à
putadores vieram a dar grande auxílio à esta ciência e, máquina. Software não gosta de "mexer" com o hardwa-
hoje, não conseguimos pensar em Informática sem com- re. São mundos totalmente distintos. Um é pura lógica,
putadores... outro é físico. No entanto, para que possa haver o pro-
cessamento existe a necessidade de interação entre o
Mas, o que é informação? software e o hardware. Por exemplo: é preciso gravar um
arquivo no disco, imprimir um relatório, apresentar um
Informação gráfico no monitor, "escutar" o teclado, etc.
O BIOS é um sistema básico de entrada e saída de da-
dos. Mas não é o suficiente para operar e gerenciar toda
É o conjunto lógico de dados. Os dados, por si só, geral- a máquina. Ele é carregado do chip de ROM para poder
mente não nos "dizem" nada... Por exemplo, o conjunto entender como carregar o sistema operacional, que fará
de alturas dos alunos de uma sala pode não ser muito o verdadeiro trabalho junto com o hardware.
significativo, já a altura média dos alunos desta sala é
uma informação. Assim, os dados são processados (pro- Todos os outros programas dependem do sistema opera-
cessamento de dados), sofrem uma seqüência de cálcu- cional. Quando um processador de texto manda um ar-
los e análises lógicas, para gerar a informação. quivo para impressão, não é ele, processador de texto,
que realmente faz o trabalho de impressão. O processa-
SOFTWARE dor de texto pede ao sistema operacional e este é que
faz a impressão. Da mesma forma, quando uma planilha
eletrônica quer abrir um arquivo que está gravado no
O software é a parte lógica do sistema. É onde a inteli- disco, ela pede ao sistema operacional que faça este
gência humana entra em ação. Lembre-se que o compu- trabalho.
tador é uma máquina, extremamente burra. A sua apa- Além disso, o sistema operacional determina o potencial
rente inteligência vem do software. de funcionamento da máquina. Por exemplo, se o siste-
Os softwares podem ser divididos em dois grupos: os ma operacional não reconhecer a existência de um drive
básicos e os aplicativos. Dentre os softwares básicos de CD-ROM na máquina, nenhum outro programa poderá
temos os Sistemas Operacionais e as Linguagens de utilizar este recurso, mesmo que ele esteja presente.
Programação. Os softwares aplicativos abrigam uma Por isto o sistema operacional é tão importante para um
grande gama de programas como: utilitários, bancos de computador. Um bom sistema operacional dá estabilida-
dados, processadores de texto, educativos, editoração de, confiança, credibilidade e velocidade no processa-
eletrônica, planilhas eletrônicas, gráficos, suítes, antiví- mento, além de definir as possibilidades de operação. Um
rus, CAD/CAM, games entre muitos outros. problema no sistema operacional pode travar toda a
máquina.
Processamento
Exemplos de sistemas operacionais: UNIX, PC-DOS, MS-
Processamento em Tempo Real (On-Line) – acesso DOS, Windows 95, Windows 98, AS 400, Linux etc.
direto e instantâneo aos dados. Pode-se usar o recurso
de "spooling". Antigamente spooling era a gravação de CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCI-
programas e seus dados (um job) em fita para posterior AMENTO DE ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS.
processamento em lote. Hoje spooling é a gravação em
disco de dados para posterior impressão.
O principal objetivo de uma organização de arquivos é
Processamento Centralizado – onde dados e progra- fornecer caminhos de acesso aos registros durante as
mas ficam centralizados em um único computador. O operações de recuperação e de atualização. Já que as
computador central deve ser robusto, altos gastos com consultas a um arquivo geralmente envolvem buscas, os
comunicação, perigo de pane central. Apresenta maior caminhos de acesso aos registros devem tornar essa
facilidade de manutenção de dados (backup e progra- busca a mais eficiente possível.
mas) e de máquina. Pois saibam que organizar bem os arquivos que você
utiliza é fundamental para um bom rendimento nas ativi-
Processamento Distribuído – quando dados e pro- dades do dia-a-dia do seu computador. Com um sistema
gramas são distribuídos em vários computadores (nós) bem organizado encontramos rapidamente o que procu-

12
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
ramos e não temos dificuldades em salvar arquivos nos Pois saibam que organizar bem os arquivos que você
lugares corretos. utiliza é fundamental para um bom rendimento nas ativi-
dades do dia-a-dia do seu computador. Com um sistema
Primeiro é preciso que você saiba que um diretório é uma bem organizado encontramos rapidamente o que procu-
pasta do seu computador que tem como objetivo organi- ramos e não temos dificuldades em salvar arquivos nos
zar arquivos que possuem uma natureza semelhante lugares corretos.
(vídeos, por exemplo), e depois que um subdiretório é Primeiro é preciso que você saiba que um diretório é uma
um diretório que existe dentro de um outro diretório. pasta do seu computador que tem como objetivo organi-
Muito bem, vamos às dicas: zar arquivos que possuem uma natureza semelhante
O que é, afinal, um arquivo de dados? Imagine o seu (vídeos, por exemplo), e depois que um subdiretório é
computador como um grande gaveteiro. As gavetas prin- um diretório que existe dentro de um outro diretório.
cipais contêm pastas que, por sua vez, contêm as folhas Muito bem, vamos às dicas:
de papel com as informações.
Estes são os arquivos à moda antiga. Mas a lógica de 01 - Um bom diretório raiz é fundamental. Antes de fazer
organização de arquivos no computador guarda uma qualquer coisa no seu computador é preciso que você
diferença essencial: as pastas dos micros podem con- tenha uma identidade forte dentro do sistema de arqui-
ter outras pastas! vos, por isso escolha um nome de forte lembrança e fácil
digitação, e use-o para criar um diretório principal que
Os arquivos podem ser classificados mediante a sua colo- vai organizar todos os seus outros diretórios e arquivos
cação em diferentes pastas e as próprias pastas podem pessoais. Esse diretório é chamado diretório raiz e tudo
ser classificadas do mesmo modo. Dessa forma, pastas que você têm vai dentro dele.
podem conter arquivos, junto com outras pastas, que Você pode criá-lo em qualquer lugar do sistema, mas um
podem conter mais arquivos e mais pastas, e assim por lugar bom para criá-lo é, por exemplo, a pasta Meus
diante. Documentos do Windows.
Há pastas que não estão contidas em outras pastas e sim
no que chamamos de diretório-raiz. 02 - Crie subdiretórios para seus arquivos. Você deve
Esse diretório representa um disco do computador que criar subdiretórios de grande importância dentro do dire-
pode estar visível, como um disquete de pequena capaci- tório raiz. Dependendo do tipo de informação que você
dade, ou um CD-ROM (disco compacto de média capaci- organiza os nomes para os subdiretórios devem ser dife-
dade) nele embutido, como um HD (hard-disk – disco rentes.
rígido, fixo no computador) de alta capacidade, no qual Digamos que você é como eu e possui muitas músicas,
normalmente ficam armazenados o sistema operacional e têm alguns vídeos e trabalha muito criando documentos
os programas (softwares) instalados. do Word para universidade ou trabalho.
Então, para você é interessante subdiretórios dentro da
No momento da gravação, ou seja, após solicitarmos o raiz que possam armazenar esses arquivos coerentemen-
comando salvar, o computador nos pede duas informa- te. Músicas, Vídeos e Documentos do Word seriam os
ções para prosseguir com o salvamento: O nome do nomes ideais para você criar subdiretórios dentro da raiz
arquivo e a pasta (diretório) onde ele será salvo. a fim de organizar seus arquivos. Crie os diretórios pes-
Pasta é o nome que damos a certas “gavetas” no disco. soais dentro da raiz de acordo com suas necessidades e
Pastas são estruturas que dividem o disco em várias passe para o próximo passo.
partes de tamanhos variados, como cômodos em uma
casa. Uma pasta pode conter arquivos e outras pastas. 03 - Na hora de salvar arquivos, faça-os nos subdiretó-
As pastas são comumente chamadas de Diretórios, nome rios corretos criados no passo anterior. Quando for o
que possuíam antes. Lembre-se bem: Pastas são “gave- momento de escolher nomes para os arquivos você deve
tas”, arquivos são “documentos”. Portanto, nunca vai prestar uma atenção especial. Use sempre nomes deta-
haver um arquivo que tem uma pasta dentro. As pastas lhados que remetam ao verdadeiro significado do arqui-
guardam os arquivos e não o contrário! vo. Você possui muitos arquivos e é bom ter nomes es-
pecíficos para cada um deles. Por exemplo, o nome "Es-
Diretório: São espaços criados nos discos com o intuito boço de planos para reunião 04.maio do partido.doc" é
de organizar melhor os arquivos. No sistema Windows os um nome muito mais interessante do que simplesmente
diretórios são conhecidos como Pastas. planos.doc.
Logo, o principal objetivo de uma organização de arqui-
O Windows Explorer é um aplicativo de gerenciamento de vos é fornecer caminhos de acesso aos registros durante
arquivos já instalado nos computadores com sistema as operações de recuperação e de atualização. Já que as
Windows. (veja mais sobre “pasta e Windows Explo- consultas a um arquivo geralmente envolvem buscas, os
rer” na matéria de Windows página 16) caminhos de acesso aos registros devem tornar essa
busca a mais eficiente possível.
Dicas para uma boa organização de arquivos
Dispositivos de Comunicação
Quando você salva seus arquivos em qualquer lugar do
seu computador e quando precisa abri-los mais uma vez São dispositivos que permitem a comunicação entre duas
não os encontra. ou mais máquinas.

Exemplo: Modem, placa de rede, hub, etc.


É fato que seu computador possui um número enorme de
arquivos e diretórios que você não tem a mínima idéia de
para que servem. Quando você tem um arquivo sendo
trabalhado em mãos fica numa situação sensível com
relação ao lugar onde ele deve ser salvo neste mar de
diretórios.

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Mouse
UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÕES BÁSICAS
DOS SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS 7. Usa se o mouse para:
 apontar: posicionar o ponteiro sobre um objeto
(figura, palavra).
Windows é um Sistema Operacional com plataforma  selecionar: apontar e dar um clique.
gráfica.  executar: apontar e dar dois clique rápido.
 arrastar: clicar e manter o botão pressionado, e
Windows 9x: é compostos pela família de Windows dos movimentar o mouse.
9. São eles 95 e 98.
Botão direito: Ao ser pressionado, abre um menu que é
NT: vem do inglês New Technology. chamado de:
 Menu rápido
Windows 2000: Windows 2000 é um sistema operacio-  Menu de atalho
nal de rede, da família Windows produzido pela Microsoft  Menu de contexto
e o sucessor do Windows NT. Foi o sistema operacional  Menu simplificado.
da família Microsoft mais importante, pois ele introduziu
grandes facilidades para os administradores de rede, 1 – Temas
como o Active Directory.
O usuário pode baixar temas da web para alterar a apa-
XP: eXPeriencie. rência do sistema.
Existem duas versões do Windows-XP:
1) WinXP Home Edition: É a versão indicada apenas 2 – Barra de Tarefas
para uso caseiro. Essa versão não é indicada para uso
em estações (desktop) em empresas, pois ela não tem A Barra de Tarefas fundiu-se com a Barra de Início Rápi-
importantes componentes, utilizados nesse ambiente do e ficou mais parecida com o Dock do Mac OS.
(controle de usuários, login em domínio, PWS,
backup...). O WinXP também é indicado para aqueles que 3 – Área de Notificação
gostam de jogar casualmente.
2) XP Professional Edition: É a versão indicada para O usuário configura cada ícone, decidindo se quer que ele
uso como estações (desktop) em empresas e profissio- apareça e se está autorizado a emitir notificações ou não.
nais que trabalham em casa com Web e DTP (Desktop
Publishing ou editoração eletrônica.). 4 – Alt + Tab

WINDOWS 7 Ao pressionar Alt + Tab, o sistema exibe miniaturas dos


aplicativos. Posicionando o mouse sobre uma delas, a
tela é mostrada em tamanho natural.

5 – Gadgets

A Barra Lateral morreu. Agora, os gadgets ficam em


qualquer lugar da tela. Também ganharam ajustes de
tamanho e opacidade.

6 – Paint e WordPad

A nova interface usa uma faixa de controle parecida com


a do Office 2007. Além disso, o WordPad agora trabalha
com arquivos docx, o padrão do Word 2007.

7 – Windows Live
O Calendário, o jogo Inkball, a Galeria de Fotos, o Movie
Sistema Operacional Maker e o Mail não fazem parte do disco de instalação do
São rotinas de programas e instruções que operam a Windows 7. Mas os três últimos programas podem ser
troca “swap” de informações entre seus aplicativos e o baixados gratuitamente do site Windows Live, assim
usuário, agindo como um facilitador de operações. Por como o Messenger.
exemplo: você pode criar um texto em determinado apli-
cativo e utilizá-lo em outro. Isso é possível porque a 8 – Bibliotecas
função do Windows é organizar e controlar o hardware e
o funcionamento dos seus softwares. Porem, o usuário Essas pastas virtuais reúnem conteúdo de determinado
deverá considerar que tais aplicativos devem ser compa- tipo (como fotos ou músicas) que pode estar armazenado
tíveis com o ambiente gráfico (aplicativo for Windows, em lugares dispersos. O sistema vem com uma série de
como são chamados). bibliotecas pré-definidas como Documentos, Músicas e
Imagens. O usuário pode criar outras.
O Windows é formado pela sua Arquitetura 32 bits (por
isso chamado win32); usa o sistema Plug and Play (com- 9 – Rádio online
patível com essa tecnologia), Multitarefa (Capacidade de
executar tarefas simultâneas) sistema de segurança no O Windows Media Player 12 permite transmitir músicas
registro (não pode ser alterado), sistema de auto gestão via internet. Com a ajuda de um serviço no Windows
de Ajuda (capacidade de gerenciamento e esclarecimento Live, o usuário monta uma espécie de rádio online parti-
de dúvidas).

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
cular para ouvir suas músicas via web. O Media Player 19 – Tela multitoques
também passa a suportar DivX e QuickTime nativamente.
Quando usado com tela sensível ao toque, o Windows 7
10 – Nomes de pastas reconhece múltiplos toques simultâneos, à maneira do
iPhone. O número máximo de toques simultâneos depen-
A pasta que se chama Meus Documentos no Windows XP de do hardware. Botões e teclas virtuais ficam maiores
e Documentos no Vista passa a se chamar Documentos quando o micro tem esse tipo de tela, o que facilita seu
Pessoais. Apesar do vai e vem nos nomes criar alguma acionamento com os dedos.
confusão, a mudança deixa mais clara a distinção entre
documentos pessoais e públicos. Estes últimos ficam na 20 – Calibrador de ClearType
pasta Documentos Públicos que, por sua vez, está dentro
da pasta Públicos. A Microsoft já oferecia, para download, um assistente
para calibrar o recurso ClearType, que melhora a visibili-
11 – HomeGroup dade dos caracteres na tela. No Windows 7, esse assis-
tente é parte do sistema.
Quando o micro faz parte de uma rede doméstica, o
Windows 7 oferece a opção de colocá-la no grupo de 21 – Remoção de componentes
trabalho HomeGroup. Se o grupo ainda não existir na
rede, ele é criado. Qualquer usuário do micro passa a ter Diferentemente do que acontece no Windows XP e no
acesso imediato aos recursos da rede. Vista, muitos dos componentes do Windows 7 podem ser
removidos pelo usuário se ele desejar. Isso inclui o In-
12 – Compartilhamento ternet Explorer que, no passado, a Microsoft insistia ser
parte inseparável do sistema.
Quando alguém compartilha uma biblioteca no Home-
Group, os arquivos públicos existentes nela podem ser 22 – Controle de Contas
editados pelos outros usuários. Já os arquivos pessoais O Controle de Contas ficou menos chato. Processos do
compartilhados podem ser apenas lidos. Se um usuário próprio Windows não pedem mais a autorização para
adiciona um arquivo à biblioteca de outro usuário, pela rodar. Instaladores de programas, sim.
rede, esse arquivo é copiado para a pasta Público.
23 – Solução de problemas
13 – Fontes de caracteres
Há uma nova ferramenta que realiza testes na tentativa
Na pasta Fontes, ícones em forma de página mostram o de diagnosticar problemas.
aspecto dos caracteres. O usuário pode esconder algu-
mas delas para que não apareçam nos menus de aplica- 24 – BitLocker to Go
tivos. Se você não escreve em russo, por exemplo, para
que vai querer uma fonte em alfabeto cirílico no editor As edições Enterprise e Ultimate terão esse recurso para
de textos? criptografar unidades de armazenamento removíveis.

14 – Esquemas de som

Há 13 novos conjuntos de sons para sinalizar aconteci-


mentos no Windows. Mas ainda prefiro desativar todos e
manter o sistema silencioso.

15 – Modo XP

É o Virtual PC, da Microsoft, rodando um subconjun-


to do Windows XP. Permite que o usuário instale, no XP,
aplicativos incompatíveis com o Windows 7. Um link para
ativar o programa instalado é inserido no menu Iniciar do
Windows 7. Esse recurso estará apenas nas edições Pro-
fessional e Ultimate.
Esta tela é a inicial do Windows. É a tela de LOGON,
16 – Busca federada onde você deverá clicar no nome do usuário que irá ope-
rar o computador, nesse exemplo temos 2 usuários ca-
Agora, além de procurar arquivos em seu próprio micro, dastrados no sistema, Carlos e João, e um convidado
o usuário pode usar os campos de busca do Windows que faz parte da instalação do Windows podendo ser
Explorer e o do menu Iniciar para fazer pesquisas na web removido por um administrador, o logon existe para que
e na rede corporativa. usuários do mesmo computador possam fazer configura-
ções diferentes sem que afetem as configurações de todo
17 – Impressoras o sistema, sendo assim, cada pessoa que for usar terá
uma área exclusiva só para ela, inclusive poderá prote-
O usuário de notebook pode ter mais de uma impressora gê-la por senha, impedindo assim que outros usuários
padrão, uma para cada rede à qual costuma se conectar. apaguem, alterem ou simplesmente leiam seus arquivos.
Uma imagem é associada a cada usuário, como pode ser
18 – Device Stage visualizado figura da tela do logon, bastando clicar com o
mouse no nome de usuário escolhido e o sistema irá
Há um novo gerenciador para dispositivos conectados ao carregar as configurações pessoais do mesmo, caso o
micro, como câmeras e unidades de armazenamento. usuário tenha protegido o sistema por senha, no momen-
to do clique, ela será solicitada.

15
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
O Windows permite criar usuários e administradores, Você pode usar o recurso Encaixar para organizar e re-
sendo que usuários têm poderes limitados e os adminis- dimensionar janelas na área de trabalho com um simples
tradores ilimitados, pois eles definem as permissões que movimento do mouse. Usando Encaixar, você alinha
os usuários poderão acessar (ex.: internet, aplicativos, rapidamente as janelas na lateral da área de trabalho,
programas, copias, exclusão de arquivos e etc.). expande-as verticalmente para ocupar toda a altura da
tela ou as maximiza para que preencham a área de tra-
Conta de administrador do computador balho inteira. Esse recurso é útil principalmente na hora
A conta de administrador do computador destina-se aos de comparar dois documentos, copiar ou mover arquivos
usuários que podem alterar o sistema do computador, entre duas janelas, maximizar a janela em que você está
instalar e excluir programas e acessar todos os arquivos trabalhando ou expandir documentos grandes para facili-
no computador. Somente o usuário com uma conta de tar sua leitura sem precisar de muita rolagem.
administrador do computador tem acesso completo às
contas dos outros usuários no computador.
O administrador pode:
 Criar e excluir contas de usuário no computador.
 Pode criar senhas de contas para as contas dos
outros usuários no computador.
 Pode alterar nomes, imagens, senhas e tipos de
contas dos outros usuários.
 Não pode alterar o tipo de sua própria conta
para conta limitada, a menos que haja um outro usuário
com uma conta de administrador no computador. Esse
procedimento garante que haverá sempre um usuário,
pelo menos, com uma conta de administrador do compu-
tador.

Conta limitada
Destina-se aos usuários que não têm permissão para
alterar a maioria das configurações do computador nem
para alterar e excluir arquivos importantes.
Este tipo de conta não pode:
 Instalar software ou hardware;
 Não pode alterar o nome ou o tipo de sua pró-
pria conta.
Pode:
 Acessar programas já instalados no computador.
 Alterar a imagem de sua própria conta, além de
criar, alterar ou excluir sua própria senha.

Observação
Talvez alguns programas não funcionem corretamente
para os usuários com contas limitadas.

Conta de convidado
A conta de convidado destina-se aos usuários que não
possuem conta de usuário no computador. Não há senha
para a conta de convidado, de forma que o usuário pode
fazer logon
rapidamente para verificar se há e-mail ou navegar na
Internet. Um usuário que tenha feito logon neste tipo de
conta:

Não pode
 Instalar software ou hardware, mas pode aces- Arraste uma janela para o lado da área de trabalho para
sar programas já instalados no computador. expandi-la sobre metade da tela.
 Alterar o tipo de conta de convidado.
 Pode alterar a imagem da conta de convidado. Para usar Encaixar, arraste a barra de título de uma ja-
nela aberta para um dos lados da área de trabalho para
Observação alinhá-la no local, ou arraste-a até o topo da área de
Uma conta denominado “Administrador" é criada durante trabalho para aumentar a janela. Para expandir uma
a instalação. Essa conta, com privilégios de administra- janela verticalmente usando o recurso Encaixar, arraste a
dor do computador, usa a senha do administrador que extremidade superior da janela até o topo da área de
você inseriu durante a instalação. trabalho. Para obter mais informações, procure "Encai-
xar" em Ajuda e Suporte.
Como chegar
 Clique em Iniciar; oSacudir
 Clique em Painel de controle e, em seguida; Usando o recurso Sacudir, você minimiza rapidamente
 Clique duas vezes em Contas de usuário. todas as janelas abertas na área de trabalho, exceto
aquela na qual deseja se concentrar. Basta clicar na bar-
oEncaixar ra de título da janela que você deseja manter aberta e
arrastar (ou sacudir) a janela de um lado para o outro
16
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
rapidamente, e as outras janelas abertas serão minimi- mações sobre como configurar a tela de fundo da apre-
zadas. sentação de slides, consulte Criar uma apresentação
de slides de plano de fundo de área de trabalho.

Observações
 Nem todos os novos recursos de área de traba-
lho estão disponíveis em todas as edições do Windows 7.
Por exemplo, Espiar, Sacudir e apresentações de slides
de tela de fundo não estão incluídos no Windows 7 Home
Basic nem no Windows 7 Starter. Você descobre a edição
do Windows 7 que está instalada em seu computador,
abrindo Sistema, no Painel de Controle.

 Para abrir Sistema, clique no botão Iniciar ,
clique com o botão direito em Computador e clique
em Propriedades.
 O menu Iniciar e a barra de tarefas também
Sacudir uma janela para minimizar todas as outras jane- foram reformulados para incluir alguns recursos novos.
las
Para restaurar as janelas minimizadas, sacuda a janela Área de Trabalho ou Desktop
aberta novamente. Quando o computador é ligado o Windows trata de ler e
reconhecer todos os seus componentes ajustando o seu
oEspiar sistema de acordo com esta configuração após abrindo
Você pode usar os recursos de Espiar para visualizar sempre a mesma tela de início, onde começaremos todas
rapidamente a área de trabalho sem minimizar todas as as tarefas dos programas instalados.
janelas ou visualizar uma janela aberta apontando para
seu botão na barra de tarefas. 1 – Área de Trabalho ou Desktop

Mostrar tudo 2 – Os ícones de atalho são identificados pela seta pe-


Espiar na área de trabalho quena no canto inferior esquerdo da imagem. Eles permi-
Espiar um arquivo aberto na área de trabalho tem que você acesse:
 Programas
Gadgets  Arquivos
A barra lateral do Windows não está incluída nesta ver-  Pastas
são do Windows. Em vez disso, você pode exibir os gad-  Unidades de disco
gets em qualquer lugar da área de trabalho e usar os  Páginas da Web
recursos de Espiar para ver temporariamente os gadgets  Impressoras
de área de trabalho sem minimizar nem fechar as janelas  Outros computadores
nas quais está trabalhando.
Os ícones de atalho oferecem links para os programas ou
arquivos que eles representam. Você pode adicioná-los e
excluí-los sem afetar os programas ou arquivos atuais.

3 – Ícones de Programas (Todos que não tiverem uma


seta abaixo do ícone)
Gadgets na área de trabalho
4 – Barra de Tarefas
Para obter mais informações sobre como usar os gadgets
5 – Botão Iniciar
na área de trabalho, procure "gadgets" em Ajuda e Su-
porte.
Configurando a Área de Trabalho (Desktop)
oTela de fundo de área de trabalho
Podemos fazer modificações na área de trabalho confor-
A tela de fundo de área de trabalho não precisa mais ser
me nosso gosto como exemplo mudar a cor, colocar
uma única imagem. Com o Windows 7, você pode exibir
protetor de tela (screen saver) entre outros...
uma apresentação de slides de imagens. Alguns temas
do Windows incluem uma apresentação de slides, ou
Como fazer:
você pode criar sua própria apresentação de slides com a
sua coleção pessoal de imagens. Para obter mais infor-  Clique na área de trabalho com o botão direito.

17
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
 No menu que aparecera escolha propriedades Submenus - aparecem quando possuírem uma seta à
(Veja figura). direita.
 Na nova janela que abrira você de escolher o que
deseja fazer (Papel parede, Proteção de tela, aparência e Caixa de diálogo - três pontos do lado direito.
outros...). Aplicativo (nos demais casos) – é executado direto.
 Após as escolhas clique em OK.
 COMPONENTES DAS JANELAS

Botão Minimizar

Botão Maximizar

Botão Fechar
Botão de Barra de Título
Controle

Menu de
Comandos

Barra de
ferramentas

Barra de
endereç os

Barra de
rolagem
vertic al
Borda da
Janela

Proteção de Tela (Screen Saver)


Menu de comandos: Onde encontra-se as opções de
Um programa que existe para evitar que a tela fique trabalho: Arquivo, Editar, Formatar, Exibir e Ajuda.
registrando imagens paradas por um longo período de
tempo, pois isso pode causar queima no vídeo, marcan- Barra de Titulo: Contém o titulo do documento, ou seja,
do-o irreversivelmente. A proteção de tela faz com que o o nome do arquivo.
usuário deixe o computador e após um tempo estipulado,
imagens em movimento apareçam na tela, protegendo-a Botões de Legenda: da esquerda para direita temos:
contra o desgaste e aumentando a vida útil do computa-
dor. (Para troca da proteção de tela siga os passos aci- Botão FECHAR : fecha o documento, pode-se usar as
ma) teclas de atalho simultaneamente <Alt><F4>.

O Botão Iniciar Botão MAXIMIZAR : faz a janela ocupar todo o espa-


ço da tela, ao ser clicado transforma-se no botão RES-
Principal elemento da Barra de Tarefas dá acesso ao
TAURAR .
menu Iniciar. Podemos abri-lo com um clique sobre ele.
Para fechar, um clique na área de trabalho. Para abri-lo Botão MINIMIZAR : faz a janela transformar-se em
pelo teclado, pressionamos CTRL+ESC ou ALT+I ou um botão, que automaticamente fica posicionado na
ainda a tecla Windows. Para fechar, pressione a tecla Barra de Tarefas.
ESC. Botão RESTAURAR : faz a janela retornar para seu
último estado na tela: por exemplo, caso sua janela an-
Menu Iniciar tes ocupasse apenas parte da tela e agora ocupa toda a
tela, você poderá restaurá-la para que volte à antiga
Todos os Exibe a lista de programas que estão ocupação.
programas instalados no computador.
Conectar-se Lista as conexões da internet O QUE MUDOU
Obviamente que as primeiras melhorias da versão Beta
Meus Docu- Mostra todos os arquivos contidos nesta
para a versão RC visam o conserto de bugs e melhorias
mentos pasta
na segurança. Afinal, esses são dois pilares que garan-
Documentos Mostra uma listagem dos últimos arqui- tem o sucesso de todos os outros componentes de um
recentes vos que foram usados sistema operacional.
Pesquisa arquivos ou pastas dentro do
computador. A pesquisa pode ser feita Media Player
Pesquisar
por nome, data de criação/modificação, Também foram anunciadas melhorias no Windows Media
conteúdo, ou tipo de arquivo. Player, com o modo de reprodução mais compacto e
Ajuda e su- eficiente. Outra modificação no tocador possibilita resu-
Acessa a ajuda do windows.
porte mir a reprodução normalmente quando o computador
Executa programas através da digitação volta do modo Sleep.
Executar...
do seu nome. Toques
Faz com que o windows saia de uma rede Quem tem uma tela sensível ao toque também pode
Efetuar
(se estiver conectado) ou permite mudar aproveitar uma melhoria significativa nesse recurso.
logoff...
de usuário (se houver mais de um). Agora é possível arrastar os dedos pelas miniaturas na
Desligar barra de tarefas para abrir uma pequena pré-visualização
Prepara o computador para ser desligado.
computador do programa em questão. No Windows Explorer, é possí-
Minhas imagens, Minhas Músicas, Meu vel utilizar o recurso de zoom com dois dedos, que antes
e outros...
computador, etc. era limitado ao desktop. Essas modificações deixaram o
Windows 7 com ainda mais praticidade no "clique direito"
Os comandos obedecem a uma convenção que vale para com os dedos.
todos os programas do Windows:
18
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Barra de Tarefas Exemplos de extensão: .xls (do programa Excel), .doc
(Word), .cdr (Corel Draw), .bmp (Paint), .txt (Bloco de
Exibe o Botão Iniciar, e permite o controle de todos os notas) e etc.
aplicativos que estão sendo executados, exibindo um
botão correspondente para cada aplicativo. O programa Como abrir um programa a partir do Menu Iniciar.
que estiver ativo terá foco de execução (baixo relevo).

Para alternar entre programas, dê um clique sobre o 1. Clique no botão Iniciar


botão correspondente, na barra de tarefas. Podemos 2. Aponte para Programas.
alternar também pressionando as teclas ALT+TAB. 3. Aparecerá um submenu.
Ainda na Barra de Tarefas, podemos: 4. Desloque o cursor para Acessórios.
5. Neste novo submenu Clique em WordPad e o
 Minimizar todas as janelas: Dar um clique com o aplicativo será aberto.
botão direito numa área livre da barra de tarefas / opção
minimizar todas as janelas. Pelo teclado, com tecla Win-
dows+D.
É possível utilizar os botões Minimizar e Maximizar
 Desfazer minimizar tudo: mesmo processo do
para ocultar e exibir as janelas abertas.
item anterior, só funciona se as janelas forem minimiza-
das todas pelo comando acima. Pelo teclado, tecla Win-
dows+D também. 6. Clique no botão Minimizar ( ) na barra de
título da janela (Reduz a um ícone retangular na barra de
 Organizar as janelas: Em cascata, Lado a Lado tarefas)
Verticalmente, Lado a Lado Horizontalmente. 7. Clique no botão Maximizar ( ) na barra de
título da janela (Aumenta a janela utilizando toda a área
do monitor)
8. No botão Restaurar ( ) na barra de título da
janela (Volta ao seu estado normal)
Para mover a barra de tarefas e alterar o seu ta- 9. Clique Para fechar o WordPad clique no botão
manho: (Fecha a janela encerrando a aplicação).
Como fazer:
Meu Computador
 Clique em uma área vazia da barra de tarefas e Serve para vermos nossos discos (Winchester, disquete,
arraste para qualquer um dos três cantos da área de etc.), pastas e arquivos.
trabalho. Como fazer:
 Clique no Botão Iniciar/Meu Computador ou
 Para aumentar ou diminuir a área, posicione o  Dê dois clique no ícone Meu Computador da Área
ponteiro do mouse sobre a borda, quando se tornar uma de Trabalho do computador
seta de ponta dupla, clique e arraste.
 A janela Meu computador mostra o conteúdo
Organização de Dados em arquivos e Pastas do seu computador.

Quando são guardadas informações em um disco, elas


são armazenadas de forma organizada dentro de um
arquivo identificado por um nome.

Um arquivo é uma coleção de informações identificada


por um nome exclusivo que é atribuído pelo usuário.

Um arquivo pode ter qualquer tamanho, limitado apenas


pelo espaço disponível no disco no qual ele é armazena-
do. As informações podem consistir em texto, dados,
programas, sons, imagens, etc.

Identificação e utilização de nomes válidos de ar-


quivos e pastas
PAINEL DE CONTROLE
O nome do arquivo ou pasta não pode ser qualquer no-
me, pois dois fatores impedem isso:

1º - quantidade de caracteres no nome: o máximo é 255


2º - os caracteres proibidos – são nove: “ \ | / < > : ?
*

Exemplo de nomes de arquivos: Apostila.doc, Caixa.xls,


Estoque.xls, MinhaFoto.cdr, musica.mp3, etc.
o criarmos um arquivo (e para isso é necessário um pro-
grama como exemplo Word, Excel e etc.), automatica-
mente esse programa coloca, após o nome do arquivo,
três caracteres que identificarão o tipo de arquivo. Esses
três caracteres são chamados de extensão.

19
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Tem como finalidade permitir a alteração da maneira
como o sistema está configurado e do hardware existen-
te.

Acessamos o painel de controle:


 Iniciar/Painel de Controle.
 Windows Explorer, item Painel de Controle.
 Meu Computador (área de trabalho), outros lo-
cais/Painel de Controle.
Compatibilidade
Desde a versão Beta, de janeiro, até essa versão RC
(Release Candidate), muitas modificações foram feitas,
indicando que este é o grande foco da Microsoft para A compatibilidade também está melhorada com a atuali-
este ano. Veja as novidades e melhorias que o Windows zação do Device Stage. Este componente oferece o su-
7 traz. porte necessário a dispositivos mais antigos. Assim que
ativado, uma imagem do dispositivo é exibida na barra
O QUE CONTINUA de tarefas, o que facilita a interação com o usuário.

Todos os elementos que causaram um enorme impacto Aplicativos e gadgets


visual com o Windows 7 Beta estão mantidos: a exibição
de programas em miniaturas na barra de tarefas com
A calculadora está diferente, com novos modos e um
agrupamento de janelas, gadgets e papéis de parede, o
visual modificado. Esse novo modo permite a conversão
AeroShake, a "espiada" básica na área de trabalho mes-
de moedas. Os programas WordPad e Paint finalmente
mo com várias janelas abertas simultaneamente, Jump
adquiriram o padrão de interface do Office 2007. O pri-
Lists, comparação de janelas lado a lado e outros.
meiro deles, agora, é compatível com arquivos do tipo
DOCX utilizados no Word 2007. No entanto, nem todos
os recursos de formatação estão disponíveis.

O QUE MUDOU

Obviamente que as primeiras melhorias da versão Beta


para a versão RC visam o conserto de bugs e melhorias
na segurança. Afinal, esses são dois pilares que garan-
tem o sucesso de todos os outros componentes de um
sistema operacional.
Os gadgets agora não são acessíveis através de um pai-
Media Player nel lateral. Basta clicar com o botão direito do mouse e
Também foram anunciadas melhorias no Windows Media clicar em "Gadgets". São 10 pequenos aplicativos que lhe
Player, com o modo de reprodução mais compacto e ajudam no dia-a-dia. Eles incluem calendário, relógio,
eficiente. Outra modificação no tocador possibilita resu- medidor de desempenho do processador, conversor de
mir a reprodução normalmente quando o computador moedas, manchetes via RSS, quebra-cabeças com ima-
volta do modo Sleep. gens, slide show, cotações do mercado, tempo e o Win-
dows Media Center.
Toques
Quem tem uma tela sensível ao toque também pode
Para complementar ainda mais, há um link para que você
aproveitar uma melhoria significativa nesse recurso.
baixe mais aplicativos. Para acessar qualquer gadget
Agora é possível arrastar os dedos pelas miniaturas na
diretamente da área de trabalho, basta arrastar seu íco-
barra de tarefas para abrir uma pequena pré-visualização
ne.
do programa em questão. No Windows Explorer, é possí-
vel utilizar o recurso de zoom com dois dedos, que antes
era limitado ao desktop. Essas modificações deixaram o
Windows 7 com ainda mais praticidade no "clique direito"
com os dedos.

O sistema de busca também foi bastante melhorado,


permitindo agora que você inclua rótulos para todas as
propriedades de cada item dos resultados. A visualização
e o agrupamento dos resultados estão facilitados com
possibilidades de modificações no layout do texto e co-
res.

20
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
O Windows DVD Maker também passou por ligeiras mo- A transmissão remota é uma das novidades no Windows
dificações. Ele ganhou um caráter mais de guia do que 7. Quem tem uma Live ID (ou seja, um e-mail
um aplicativo, mas ainda assim ele oferece tudo necessá- no live.com ou no hotmail.com) pode associar dois ou
rio para criar um DVD com menus animados. mais computadores para acessar e executar todo o con-
teúdo de mídia deles. Também é possível exibir e execu-
Alguns aplicativos que faziam parte do Windows foram tar as bibliotecas compartilhadas em uma rede doméstica
migrados para o Windows Live Essentials. Isso significa e pela internet. Esta é uma ótima maneira de ouvir músi-
que é necessário "ir buscá-los". É necessário fazer o ca no trabalho, mas acessando o conteúdo do seu com-
download de programas como Photo Gallery, Windows putador em casa, por exemplo.
Mail ou até mesmo o Messenger.
"Abrir com"
Temas
Agora o recurso de abrir com está agilizado com a barra
Os temas sempre chamaram a atenção de muitos, mui- de inicialização rápida. Ao clicar no ícone de um arquivo,
tos usuários. Como não poderia deixar de ser, o Windows você pode arrastá-lo até o ícone do programa que deseja
7 também será extensamente compatível com essas usar para abri-lo.
modificações. O certo é que diversas combinações de
cores para o Aero estarão disponíveis. Além disso, tudo
indica que será muito mais fácil aplicar temas e elemen-
tos visuais ao Windows.

Esses temas apontam uma reviravolta nos padrões gráfi-


cos do Windows. Eles são muito variados, alguns colori-
dos, outros artísticos e alguns muito psicodélicos.

O AutoRun

Por motivos de segurança, este recurso foi desabilitado


para todos os dispositivos de mídia não óticos (ou seja,
pendrives, cartões de memória, discos removíveis, etc).
Isto evita uma prática muito comum atualmente, que é a
utilização do recurso AutoRun para a execução de um Integração com o Aero
malware assim que um dispositivo deste tipo é ativado
no computador. Este tipo de infecção foi responsável por Os primeiros 10 itens da barra de tarefas podem ser
quase 20% de todos os registros de vírus durante o ano visualizados através do atalho Alt+Tab com os recursos
de 2008. de transparência do Aero. A pré-visualização é exibida
em tela cheia.
Com a ameaça do malware Conficker, que apavorou
pessoas no mundo inteiro no último dia 1º de abril, a
Microsoft decidiu diminuir esse risco. Com o Windows 7,
quando um dispositivo móvel for inserido, uma caixa de
diálogo diferenciada será exibida para alertar o usuário.

O QUE CHEGOU

De fato, Esta versão do Windows 7 não conta com modi-


ficações drásticas em relação à versão Beta. O que há
são melhorias nos recursos já apresentados e pequenos Windows Media Player
aplicativos e funções adicionados. Em um resumo da
ópera, o Windows 7 chega ao ponto que o Vista queria O tocador do Windows Media Player está menor e mais
alcançar: rápido, leve, agradável visualmente e sem simples de usar. Com o intuito de ser mais limpo e exigir
bugs. menos do processador, o tocador pode ser executado em
uma janela menor e mais compacta.
Em termos de conectividade, o Windows 7 traz novos
drivers para fácil detecção, configuração e aplicação de
qualquer tipo de rede. Isso melhora a cobertura para
redes sem fio, por exemplo, e melhora a comunicação
entre computadores ligados a uma rede.

Transmissão remota

21
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

Após escolher o modo, é hora de definir idioma, modelos


de data e moeda , além do layout do teclado para iniciar
Combinações de temas a instalação.

Diferentes temas gráficos e de áudio estão disponíveis no Surpreendentemente, a instalação do Windows 7, con-
Windows 7. Um recurso muito interessante é a possibili- tando a partir de todas as configurações definidas, levou
dade de combinar um tema de áudio com outro gráfico e cerca de 20 minutos. O primeiro boot do sistema foi con-
salvar como um único tema. sideravelmente mais rápido que outras versões do Win-
dows.
XP Mode
Assim que o computador foi inicializado, em poucos se-
A novidade que deixou os usuários com expectativa ain- gundos a rede já estava identificada e a conexão com a
da maior foi o anúncio do XP Mode, um componente que internet estava estabelecida.
vai permitir a execução de aplicativos para o Windows XP
sem problemas de compatibilidade com o Windows 7. Desktop

Instalação A área de trabalho do Windows 7 é muito agradável. O


visual é facilmente relacionado com o do Vista, mas a
A instalação do Windows 7 surpreende. A princípio, ela funcionalidade foi amplamente melhorada. A começar
parece um tanto burocrática com várias configurações pela barra de tarefas, que traz o conceito de facilitar o
que você pode ajustar, mas, no final, tudo se mostra acesso aos programas que você usa com mais frequên-
muito prático. Antes de iniciar o processo, é possível cia, e esse conceito é facilmente percebido.
acessar o site da Microsoft para baixar um software que
analisa a compatibilidade do seu computador com as Já é possível perceber na primeira execução os ícones do
exigências do sistema. No entanto, esta ferramenta não Internet Explorer, do Windows Explorer e do Windows
está disponível ainda. Media Player. Basta clicar com o botão esquerdo sobre
cada um desses ícones para acessar o programa corres-
Durante a instalação, você pode escolher participar do pondente facilmente.
programa de melhoria do Windows 7, enviando informa-
ções anônimas sobre erros e falhas. No caso de mais de uma janela estar disponível, elas são
exibidas em modo miniatura. Cada miniatura pode ser
A instalação do Windows 7 pode ser feita de dois modos vista temporariamente com o modo AeroPeek, bastando
diferentes: posicionar o cursor do mouse sobre ela. Já o botão direi-
to aciona as Jump Lists, ou seja, os atalhos para as fun-
ções mais utilizadas de cada aplicativo. Trata-se de um
Upgrade - um upgrade no seu Windows já presente no
"Menu Iniciar" para cada janela aberta. Esses são recur-
computador. Essa instalação mantém arquivos, progra-
sos melhorados do Windows Vista.
mas instalados e configurações estabelecidas.

Custom - este modo instala o Windows 7 "do zero". Isso


significa que é necessário formatar a partição existente
no seu disco rígido. Isso pode ser feito através da própria
instalação, clicando no botão "New".

22
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
A barra de sistema está mais compacta. À extrema direi-
ta, fica um pequeno retângulo, que representa a função
"show desktop". Ela exibe a área de trabalho quando
uma ou várias janelas estão abertas simultaneamente.
Basta posicionar o cursor do mouse sobre este botão.
Clicando nele, todas as janelas são escondidas para que
visualize o desktop com os contornos das janelas para
ter um panorama da área de trabalho.

O número de ícones na barra de sistema foi reduzido,


mas ainda assim é possível acessá-los. Eles ficam "es-
condidos". Clicando em uma pequena seta, eles são exi-
bidos para que você os acesse. Você tem a opção de O trabalho com janelas será facilmente percebido e ad-
customizar quais itens devem ser exibidos e quais não. mirado pelos usuários. Se você clicar em uma janela e
carregá-la até o canto esquerdo, ela vai preencher auto-
maticamente toda a metade esquerda da tela. Faça isso
com outra janela, à direita, e você terá a visualização de
comparação. Para maximizar uma janela, basta arrastá-
la até o topo da tela. Este promete ser um dos recursos
mais utilizados do Windows 7.

As notificações podem ser controladas para que um aviso


"teimoso" pare de insistir em aparecer. Ao receber uma
Uma mudança que agiliza muito o uso do sistema é o
notificação, basta clicar sobre ela para escolher a opção
ícone do Centro de Ação. Todas as mensagens de segu-
de não mais receber tal aviso novamente.
rança e notificações de erro são acessadas neste único
local.

O menu Iniciar está semelhante ao do Vista, mas com


recursos para facilitar o acesso aos aplicativos que você
mais usa. Alguns programas têm uma seta. Esta seta
indica as Jump Lists.Clicando nesta seta ou apenas posi-
cionando o cursor do mouse sobre ela, toda a parte da
direita do Menu Iniciar passa a ser um menu de acesso a
diferentes recursos do programa. Pode ser um arquivo
recente, por exemplo.

O botão para desligar o PC está ligeiramente mais ágil,


com a opção direta para desligar o PC sem precisar ex-
pandir o menu do botão.

23
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
O explorador de arquivos, em sua visualização padrão, Multimídia
está muito semelhante ao do Vista, com um adicional:
um menu no topo que oferece opções e atalhos para A Microsoft está aumentando cada vez mais a atenção
tarefas específicas de acordo com o tipo de arquivo ex- com o conceito de biblioteca. No Windows 7, o principal
plorado. O menu à esquerda é o mesmo observado no objetivo é criar pastas virtuais com o conteúdo organiza-
Vista. do entre elas e evitar que o usuário passe por várias
pastas até encontrar o que deseja. Por exemplo, ao
acessar as imagens, todas as imagens do computador e
até dos computadores da rede serão listadas. As imagens
não ficam armazenadas fisicamente nessas pastas, mas
o acesso a elas está sempre facilmente disponível.

Conectividade

Conectar-se a uma rede está muito simples no Windows


7. Logo após a primeira inicialização do sistema, a nossa
rede foi identificada e o acesso à internet estava "de pé e
funcionando". A identificação de uma rede sem fio tam-
bém está facilitada e mais eficiente.

Dispositivos USB - como webcam - e Bluetooth são iden-


tificados rapidamente. Por medida de segurança, qual-
quer dispositivo removível que não seja uma mídia ótica
não será executado automaticamente, então não adianta O Windows Media Center é praticamente o mesmo do
esperar. Windows Vista, mas com melhorias na interface. O de-
sign geral remete ao tocador Zune, da Microsoft. De fato,
O Windows 7 identifica e cria com extrema facilidade as modificações do Media Center são quase 100% estéti-
os Homegroups, ou seja, grupos de computadores em cas. A janela principal lhe ajuda a escolher e organizar
uma rede com compartilhamento de arquivos simplifica- mídia e listas, além de exibir um minitocador para vídeos
do. Você escolhe quais pastas quer compartilhar e o sis- e slideshows.
tema se conecta automaticamente a outros computado-
res com o Windows 7 para exibir esses arquivos. Ca-
da Homegroup tem uma senha própria que é gerada
automaticamente durante a configuração do primeiro
computador e deve ser inserida em cada computador que
deverá fazer parte deste grupo.

Um novo item no Painel de Controle, chamado "Hardware


and Sound", funciona como uma espécie de central de
gerenciamento de conexões e dispositivos. É o local que
permite a configuração de impressoras, drives removí-
veis, dispositivos USB, etc. Aqui você pode definir as
configurações para execução automática de CDs, DVDs e
outras mídias, por exemplo.

Quando o Media Player estiver minimizado, uma miniatu-


ra ainda menor é exibida para controle de playlists. Os
controles para execução remota também estão localiza-
dos aqui. Basta habilitar as opções de transmissão e usar
o botão Play. As constantes caixas de diálogo em meio à
configuração de sincronia foram eliminadas.

Usuários americanos e ingleses têm algumas regalias. Os


primeiros vão contar com uma lista de canais de televi-
são pela internet juntamente com programas, organiza-
dos por gênero. Já os britânicos podem acessar os canais
dos times de futebol Arsenal e Everton.

24
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
O Media Player 12 também conta com modificações. O Windows 7 deve chegar ao mercado com seis versões
Drives USB com mídia serão detectados e exibidos auto- diferentes: Starter, Home Basic, Home Pre-
maticamente no tocador sem a necessidade de passar mium, Professional, Enterprise e Ultimate.
por intervenções de diálogos. Finalmente, o Media Player
ganhou suporte aos codecs de arquivos do tipo MOV. MODO XP VIRTUAL
Isso é ótimo para quem tem câmera com gravador de
vídeo.
Nas últimas semanas, a Microsoft causou burburinho com
o anúncio do lançamento do XP Mode, um modo de com-
PROGRAMAS E FUNÇÕES – NOVIDADES patibilidade para a execução de aplicativos do Windows
XP que sofreram com a inconsistência do Windows Vista.
O Windows 7 já inclui a versão final do Internet Explorer Com testes, percebeu-se que o XP Mode terá dificuldade
8 (as versões anteriores do sistema tinham a versão para atingir usuários domésticos. Primeiro, é necessário
Beta). O navegador está com todas seus recursos, inclu- ter um processador com tecnologia de virtualização.
indo o modo InPrivate (o qual não salva histórico, cooki- Esses processadores são recentes, produzidos desde
es ou arquivos de cache no computador). 2006, mas ainda não atingem um número grande de
computadores. É possível concluir que o XP Mode é uma
O Windows 7 investe pesado em programas para tablet. tentativa direta de incentivar a migração de empresas
Um desses programas é o Windows Journal, o qual lhe para o Windows 7. Basta observar as exigências para que
possibilita escrever notas à mão e convertê-las em texto o modo funcione em sua plenitude, elas estão longe de
ou outros formatos. Devido ao crescente mercado de atingir um público grande.
toque, muitas opções neste sentido estão disponíveis no
Windows 7. COMPARAÇÃO COM O VISTA

É normal que muitos usuários estejam inseguros com o


lançamento do Windows 7. Afinal, este sistema foi exten-
samente divulgado como uma nova versão do Vista. De
fato, essa afirmação é verdadeira. Porém, a Microsoft
não vacilou. Desde o lançamento da versão Beta, em
janeiro deste ano, até o lançamento desta versão, a Mi-
crosoft ouviu muitas críticas dos usuários e "botou a mão
na massa".

Nesta simples tabela, você tem uma noção mais objetiva


das diferenças e melhorias mais claras do Windows 7 em
relação ao Vista. Claro que este gráfico não conta com
todas as modificações e melhorias, mas é possível ter
uma boa noção do direcionamento da Microsoft a fim de
acabar de vez com todos os infortúnios do Windows Vis-
ta.

O Painel de Controle está com algumas opções adiciona-


das. A principal delas é um novo programa para backup e
restauração de arquivos.

Há também um painel para preferências de Homegroups,


configuração de notificações e um gerenciador de cre-
denciais que armazena informações de login para cone-
xões remotas e outras opções, mais avançadas, de rede.

Outra opção nova no Painel de Controle é o módulo "De-


vices and Printers", que é o novo local onde são exibidas
informações sobre todos os componentes externos co-
nectados no computador. Eles incluem impressoras,
scanners, webcams, tablets, discos rígidos externos,
teclado, mouse e outros. É aqui, agora, que você adicio-
na e modifica as configurações de um dispositivo. Tudo
sobre todos os dispositivos do seu computador são lista-
dos aqui.

O QUE VEM EM CADA VERSÃO DO WINDOWS 7

Virou praxe da Microsoft, a partir do Windows XP, lançar


diferentes versões do mesmo sistema operacional. Isso
visa equilibrar custo e benefício para diferentes tipos de
usuário com o intuito de reduzir as ocorrências de pirata-
ria. A explicação da Microsoft é simples: é impossível
atingir um bilhão de usuários com uma única plataforma.

25
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Da versão Beta para cá, não há novidades encantadoras, Pastas
mas isso talvez não seja necessário. O que há, na verda-
de, são melhorias e consertos de todas as falhas da ver- São os compartimentos onde guardamos os arquivos, de
são Beta, o que já é um passo gigantesco da Microsoft. modo a encontrá-los facilmente, quando precisarmos
Ficou claro que a turma de Bill levou em conta todas as deles. Num computador onde tenha sido recém-instalado
duras críticas que recebeu desde o Vista. o Windows, automaticamente, o sistema operacional já
cria dezenas de pastas e coloca nelas os arquivos neces-
O Windows 7 é mais rápido que o Vista e traz muita es- sários ao seu funcionamento.
tabilidade. O tempo de teste foi curto, é verdade, mas a Podemos, se desejarmos, colocar pastas dentro de pas-
sensação geral predominante foi de velocidade e bom tas, criando assim as subpastas.
funcionamento. A Microsoft ainda vai penar um pouco Pense nas pastas como se fossem gavetas de um guarda
para convencer os usuários do Windows XP a migrarem, roupas onde organizamos colocando as meias em uma
mas não há dúvidas de que esse "esbarrão" será muito gaveta, roupas intimas em outra e assim por diante.
menor do que o Vista passou.
Selecionar Arquivos e Pastas

Há muito do Vista no Windows 7, e isso não é um aciden- Como fazer:


te ou uma falha. De fato, o Vista foi um passo muito
antecipado da Microsoft, uma precipitação. Hoje, é possí-
 Selecionar um arquivo ou pasta: Um clique sobre
vel dizer que o Windows 7 atingiu o nível que seu ante-
o arquivo ou pasta
cessor sempre buscou, mas nunca conseguiu.
 Seleção de vários arquivos: Na seqüência: clique
no 1º arquivo e aperte e mantenha a tecla SHIFT pressi-
A preparação e configuração de alguns novos recursos, onada e clique no último arquivo.
por exemplo a transmissão remota de mídias, pode levar  Seleção de vários arquivos alternados: clique no
um pouco de tempo. No entanto, a curva de aprendizado 1º arquivo e aperte e mantenha a tecla CTRL pressiona-
do Windows 7, para quem tem ou teve contato com o da, clicar nos demais arquivos. Se marcar um por enga-
Vista, é muito curta. no, clicar novamente sobre ele com a tecla CTRL pressi-
onada.
O XP Mode foi anunciado como o maior atrativo para que  Seleção de todos os arquivos e pastas de uma só
usuários do Windows XP migrem de sistema, mas as vez: CTRL+A ou Menu Editar/Selecionar Tudo
exigências deste modo podem retardar esse processo. É
necessário ter um processador com tecnologia recente Criar Pastas e Subpastas
para que este modo funcione. Aí, a Microsoft entra em Como Fazer:
uma contradição: enquanto o próprio sistema não tem
requisitos muito pesados, é necessário um processador 1. Selecione, na área de pastas (lado esquerdo), a
de última tecnologia para utilizar o XP Mode. pasta onde deverá ficar a subpasta.
2. Menu Arquivo/Novo/Pasta.
CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO E DE 3. Digite o nome da pasta (lado direito).
GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS, PASTAS E 4. Enter.
PROGRAMAS

WINDOWS EXPLORER

É um aplicativo do Windows que usamos para visualizar


tudo o que está dentro do computador, visualizamos o
nosso computador, dentro dele as unidades de disco,
dentro das unidades as pastas e subpastas, dentro delas
os arquivos.

DISCOS oMOVER oCOPIAR


oNO MESMO
ARRASTAR CTRL+ARRASTAR
DISCO

EM DISCOS DI- Crie as pastas conforme o exemplo acima seguindo


SHIFT+ARRASTAR ARRASTAR os passos abaixo:
FERENTES
Abra o Explorer

Para abrir o Windows Explorer: (1ª etapa acima) Clique em Meus documentos.
(2ª etapa acima) Menu Arquivo/Novo/Pasta.
Como Fazer: (3ª etapa acima) Digite 2004.
 Clique no Botão Iniciar na barra de Tarefas/Todos (4ª etapa acima) Enter.
os Programas /Acessórios / Windows Explorer ou
Note: Contas a pagar é uma subpasta de 2004, por
 Tecla Windows+E ou esse motivo para criá-la clicamos na pasta 2004 (1ª
etapa) e continuamos com as outras etapas e após cria-
 Um Clique com Botão direito sobre o ícone Meu mos as subpasta de Contas a pagar (água, luz e outros)
Computador/Explorar. Todas as operações realizadas no seguindo as mesmas etapas.
windows explorer obedecem à regra do objeto e ação –
primeiro selecionamos o objeto e depois executamos a Como Copiar arquivos ou Pastas:
ação. Use uma das opções:
Selecione a pasta, subpasta ou arquivo.
26
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
 Com mouse: Note se o nome (da pasta ou do arquivo) esta destacada
1) Clique no Menu Editar e escolha copiar ou com uma tarja colorida, não clique.
2) Clique no arquivo ou pasta com o Botão Direi-  Digite o novo nome
to/Copiar.  Tecle Enter.

 Com teclado: Controle da exibição das informações


3) CTRL+C ou
4) CTRL+INSERT Você pode modificar a exibição do conteúdo da janela,
clicando nos botões da figura seguinte.
Atalho: Clique no botão

Selecione o Local de destino (para onde deseja fazer a


cópia) use uma das opções:
 Com mouse:
1) Editar/Colar ou
2) Botão Direito/Colar
 Com Teclado:
3) CTRL+V ou
4) SHIFT+INSERT.

Atalho:
Película: Esta opção está disponível nas pastas de ima-
Como Mover arquivos ou Pastas use uma das op- gens. As suas imagens são exibidas em uma única linha
ções: de imagens em miniatura. Você pode se deslocar por
suas imagens usando os botões de seta para a direita e
Selecione a pasta, subpasta ou arquivo. para a esquerda. E ao clicar em uma imagem, ela será
exibida como uma imagem ampliada acima das outras
 Com mouse: imagens. Para editar, imprimir ou salvar a imagem em
1)Editar/Recortar ou outra pasta, clique duas vezes nela.
2) Botão Direito/Recortar ou
3) Clique no botão

 Com Teclado:

4) CTRL+X ou
5) Delete

Atalho:

Selecione o Local de destino (local onde deseja colocar a


pasta, subpasta e o arquivo).

 Com mouse:
Miniaturas: Este modo de exibição exibe as imagens de
1)Clique no menu Editar/Colar uma pasta em um ícone de pasta para que você identifi-
2) Botão Direito/Colar que rapidamente o seu conteúdo. Por exemplo, se você
armazenar as imagens em diferentes pastas e usar esse
 Com Teclado: modo de exibição, poderá perceber rapidamente qual
pasta contém as imagens desejadas.
1) CTRL+V
2) SHIFT+INSERT Ex.: modo de exibição miniaturas

Atalho:

Arrastando:

Clique e arraste, mas CUIDADO:

Como renomear (trocar o nome) arquivos e pastas:

Selecione o arquivo ou pasta.

 Com mouse:
1) Arquivo/Renomear
2) Botão direito/Renomear ou
3) Dois clique pausados Lado a lado

 Com Teclado: Esta opção exibe os seus arquivos e pastas como ícones.
4) F2 Esses ícones são maiores do que aqueles do modo de
exibição de ícones e as informações de classificação es-
27
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
colhidas são exibidas abaixo do nome da pasta ou arqui- Para escolher os detalhes que você deseja exibir, no
vo. menu Exibir, clique em Escolher detalhes.

Ex.:

No modo exibição detalhe você pode classificar os arqui-


Ícones vos por nome, tamanho, tipo, data da modificação, etc.

Esta opção exibe os seus arquivos e pastas como ícones. Como fazer:
O nome do arquivo é exibido abaixo do ícone; entretan- Basta clicar nos cabeçalhos
to, as informações classificadas não são exibidas. Neste
modo você pode exibir os seus arquivos e pastas em Como Localizar ou pesquisar arquivos ou pastas
grupos. (veja abaixo)

Possibilita que encontremos um arquivo ou pasta qual-


quer.
Como fazer:

1) Pela Barra de Tarefas: Clique no Botão Inici-


ar/Pesquisar.
2) Escolha entre imagens, documentos, todos os
arquivos e computadores e pessoas.
3) Siga as instruções do painel esquerdo.
4) Contendo o texto: digite o texto alvo da pesquisa
(opcional).
5) Clique no botão pesquisar para iniciar a pesqui-
sa.
6) O Windows irá procurar o arquivo na unidade
especificada.
Lista: Esta opção exibe o conteúdo de uma pasta como
uma lista de nomes de arquivos e pastas precedida por
ícones pequenos. Este modo será útil se a sua pasta
contiver vários arquivos e você desejar examinar a lista
levando em conta o nome do arquivo. Você pode classifi-
car os seus arquivos e pastas nesse modo de exibição;
entretanto não poderá exibir os arquivos em grupos.

Ex.: localizar o arquivo notepad.exe.

Como fazer:

Clique em Todos os arquivos e pastas.


Na próxima tela clique na caixa Todo ou parte do nome
do arquivo.

Detalhes: Nesta opção, o Windows lista o conteúdo da


pasta aberta e fornece informações detalhadas sobre
seus arquivos, incluindo nome, tipo, tamanho e data de
modificação. Neste modo, você também pode exibir os
seus arquivos em grupos.

28
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Uma pasta no Winchester, que tem a finalidade de arma-
zenar os arquivos excluídos do disco rígido.
Podemos visualizar o conteúdo da lixeira através da área
de trabalho (dois clique sobre o ícone da lixeira)

Na Área de Trabalho, sabemos se existe algo na lixeira


olhando para o seu ícone. Se tiver algo, aparecem papéis
dentro dela.

Opções importantes do menu da lixeira

Restaurar: Recupera a qualquer hora arquivos que fo-


ram excluídos, desde que a lixeira não tenha sido limpa.

Esvaziar Lixeira: Limpa a lixeira, destruindo todos os


arquivos que estejam dentro dela sem chance de recupe-
ração (restauração) dos arquivos.
Digite notepad Obs.: Também podemos acessar a lixeira pelo Windows
Explorer (Selecionado a pasta lixeira).
O resultado provavelmente será 3 ou 4 arquivos encon-
trados com este nome. IMPORTANTE!
Para refinar melhor a pesquisa na caixa Todo ou parte do  Para limpar a lixeira rapidamente, dê um clique com
nome do arquivo digite notepad.exe. o botão direito na lixeira/escolha esvaziar lixeira.
O resultado será apenas 1 arquivo.  O tamanho padrão da lixeira é 10% do Winchester.
 Para alterar o tamanho; No Explorer selecione a
Pode-se também usar os caracteres curingas. lixeira e clique no menu arquivo/propriedades.
Um caractere curinga é um caractere de teclado, como  Drive A: (disquete) e o Drive D:(CD) não têm lixeira:
um asterisco (*) ou um ponto de interrogação (?), usado somente winchester.
para representar um ou mais caracteres quando você  Para apagar um arquivo ou pasta sem passar pela
está procurando por arquivos, pastas, impressoras, com- lixeira: mantenha pressionado SHIFT enquanto apaga.
putadores ou pessoas. Os caracteres curingas são geral-  Um arquivo restaurado volta para o seu local de
mente usados no lugar de um ou mais caracteres quando origem.
você não conhece o caractere real ou não deseja digitar o
nome completo. A forma mais fácil de criar atalho é arrastando um arqui-
Exemplos: vo ou pasta com o botão direito para um local qualquer
Ca*.* - todos os arquivos que comecem com Ca. (Menu iniciar, submenu do menu iniciar, barra de tarefas,
Ca???.doc – todos os arquivos que comecem com ca, área de trabalho). Ao soltar, escolher a opção criar ata-
com máximo cinco caracteres no nome e com extensão lho.
doc (carta.doc, calça.doc, calos, casar.doc, casas.doc – Uma outra forma é clicar com o Botão direito/enviar
já não encontrará cartão.doc) para/área de trabalho (criar atalho). Depois de criado
um atalho, ele pode ter o nome ou o ícone mudado, que
Como Excluir arquivos e Pastas: continua ativando o mesmo programa.
Se o programa for apagado, o atalho continua no local
Selecionar o arquivo ou pasta onde foi colocado. Se o atalho for apagado o programa
 Mouse: continua no local. (atalho  programa)
1) Clique menu Arquivo/Excluir ou Para remover atalho é só clicar com o Botão direito sobre
2) Clique com o Botão Direito sobre o arquivo e escolha ele escolher a opção Excluir.
Excluir ou
3) Arrastar o arquivo até a lixeira
INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO E UTILIZAÇÃO:
 Teclado: LIBREOFFICE 5.3.
1) No teclado pressione Delete.
2) Confirmar a exclusão
(a)identificar, caracterizar, utilizar, alterar, configurar e
personalizar o ambiente, os componentes da janela, as
Atalho: Clique no botão tem o mesmo efeito das funcionalidades, os menus, os ícones, a barra de ferra-
opções da outras anteriores. mentas, as guias, os grupos e botões, os erros de revi-
são, o idioma, os modos de exibição do documento e
Nomes Válidos de arquivos e pastas zoom; (b) abrir, fechar, criar, excluir, visualizar, forma-
Você pode ter nomes de arquivos com até 256 caracteres tar, alterar, salvar, imprimir e configurar documentos
com múltiplas extensões de qualquer tamanho. utilizados as barras de ferramentas, os menus, os ícones,
os botões, as guias, os grupos da Faixa de Opções, utili-
Lembre-se: em um mesmo diretório não se pode ter zando o teclado (atalhos) ou mouse; (c) identificar e
mais de um arquivo com nomes que sejam idênticos. utilizar os botões e ícones das barras de ferramentas das
guias e grupos Início, Inserir, Layout da Página, Referên-
Os nomes de arquivos ou de pastas não podem conter cias, Correspondências, Revisão e Exibição, para forma-
qualquer um dos caracteres: \ / : * “ ? < > | tar, personalizar, configurar, alterar e reconhecer a for-
matação de textos e documentos.
Gerenciamento da Lixeira
O LibreOffice é uma suíte de aplicativos livre multiplata-
forma para escritório disponível para Windows, Unix,
29
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Solaris, Linux e Mac OS X. A suíte utiliza o formato Ope-
nDocument (ODF) — formato homologado como ISO/IEC
26300 e NBR ISO/IEC 26300 — e é também compatível
com os formatos do Microsoft Office, além de outros
formatos legados. Alguns formatos legados que não mais
suportados pelas versões mais recentes do Microsoft
Office ainda podem ser abertos pelo LibreOffice.

O LibreOffice surgiu como uma ramificação do projeto


original OpenOffice.org, que, por sua vez, é oriundo do
StarOffice 5.1, adquirido pela Sun Microsystems ao ad-
quirir a Star Division em agosto de 1999. O código fonte
da suíte foi liberado para que fosse possível a participa-
ção de contribuintes para desenvolvê-lo, dando início ao
projeto de desenvolvimento de um software de código
aberto em 13 de outubro de 2000, o OpenOffice.org. O
principal objetivo era fornecer uma alternativa de baixo
custo, de alta

O LibreOffice surgiu a partir da versão 3.3 trazendo todas


as características presentes no OpenOffice.org 3.3, além
de outras tantas exclusivas do projeto LibreOffice.
Arquivos de Terceiros
O LibreOffice é uma suite de aplicações de escritório O LibO também pode arquivos de terceiros, por isso,
destinada tanto à utilização pessoal quanto profissional. veremos os formatos suportados:
Ela é compatível com as principais suítes de escritório do
mercado. Oferece todas as funções esperadas de uma
suite profissional: editor de textos, planilha, editor de
apresentações, editor de desenhos e banco de dados. E
muito mais: exportação para PDF, editor de fórmulas
científicas, extensões, etc...

Este está disponível na maioria das plataformas compu-


tacionais: MS-Windows (Xp, Vista, Sete), Linux (32 et 64
bits, pacotes deb e rpm) e MacOS-X (processadores Intel
e PowerPC). Em breve estará disponível para plataforma
Android (Tablet e Smartphone), iOS (iPAD, iPhone) e
para Web Online.

Iniciando o LibreOffice

A maneira mais comum de abrir qualquer componente do


LibreOffice é utilizando o menu do sistema, o menu pa-
drão de onde a maioria das aplicações são iniciadas. No
Windows, é chamado de Menu Iniciar. No GNOME, é
chamado de menu Aplicativos. No KDE é identificado pela
logomarca do KDE. No Mac OS X, é o menu Aplicações.
Quando o LibreOffice foi instalado em seu computador,
na maioria dos casos uma entrada de menu para cada Teclas de Atalho
componente foi adicionado ao menu do seu sistema. O Outra informação importante, são as teclas de atalho, que
nome exato e a localização dessas entradas do menu tem algumas diferenças em relação aos outros aplicativos
dependem do seu sistema operacional e da sua interface existentes no mercado:
gráfica.

Iniciando a partir de um documento existente

Você pode iniciar o LibreOffice clicando duas vezes sobre


o nome de arquivo de um documento do LibreOffice em
um gerenciador de arquivos como o Windows Explorer. O
componente do LibreOffice apropriado será iniciado e o
documento será carregado.

Formatos de arquivos
Na tabela a seguir, veremos as extensões geradas pelos
aplicativos existentes no LibreOffice.

30
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

Nota para usuários de Windows

Se você associou os tipos de arquivo do Microsoft Office


ao LibreOffice, então, quando você clicar duas vezes
sobre um arquivo *.doc (Word), ele será aberto no Wri-
ter; arquivos *.xls (Excel) serão abertos no Calc, e ar-
quivos *.ppt (PowerPoint) serão abertos no Impress.
Se você não associou esses tipos de arquivo, quando
você clicar duas vezes em um documento do Microsoft
Word, ele será aberto no Microsoft Word (se o Word esti-
ver instalado no seu computador), arquivos do Excel
serão abertos no Excel, e arquivos do PowerPoint serão
abertos no PowerPoint.
Você pode usar outro método para abrir arquivos do
Microsoft Office no LibreOffice e salvá-los nesses forma-
tos a partir do LibreOffice. Veja “Abrindo documentos
existentes” na página 24 para mais informações.

Utilizando a inicialização rápida no Windows

O Iniciador Rápido é um ícone que aparece na barra de


tarefas do Windows após a inicialização no sistema. Ele
indica que o LibreOffice foi carregado e está pronto para
o uso. (O Iniciador Rápido carrega os arquivos*.DLL
necessários ao LibreOffice, reduzindo o tempo de carga
dos componentes do LibreOffice). Se o Iniciador Rápido
estiver desabilitado, veja “Reativando o Iniciador Rápido”
se quiser habilitá-lo.

Utilizando o ícone da Inicialização Rápida

Clique com o botão direito do mouse sobre o ícone do


Iniciador Rápido, na bandeja do sistema, para abrir um
menu de contexto (Figura 1) de onde você pode abrir um
novo documento, abrir o diálogo Modelos e Documentos,
ou escolher um documento existente para abrir. É possí-
vel, também, clicar duas vezes sobre o ícone do Iniciador
Rápido para mostrar o diálogo modelos e Documentos.

Atalhos de Chamada nos menus

31
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Para exibir ou esconder barras de ferramentas, selecione
Exibir → Barras de ferramentas, e clique sobre o nome
de uma barra de ferramentas da lista. Uma barra de
ferramentas ativa exibe uma marca de seleção ao lado
do nome. As barras ferramentas destacadas não são
listadas no menu Exibir.

Submenus e barras de ferramentas destacadas


Os ícones das barras de ferramentas que possuem um
pequeno triângulo à direita, exibirão submenus, barras
de ferramentas destacadas, e outras maneiras de seleci-
onar coisas, dependendo do ícone.

A Figura 2 mostra uma barra de ferramentas destacada


da Barra de ferramentas de desenho. 18 Guia do Inician-
te do LibreOffice 3.3.

Figura 1: Menu de contexto da Inicialização rápida no As barras de ferramentas destacadas podem ser coloca-
Windows das flutuando ou encaixadas nas bordas da tela, em uma
das áreas de ferramentas existentes. Para mover uma
Barra de menu barra de ferramentas destacada flutuante, arraste-a pela
A Barra de menu está localizada no alto da janela do barra de título. Veja “Movendo barras de ferramentas”
LibreOffice, logo abaixo da Barra de título. abaixo.

Quando você clica em um dos menus listados abaixo, um


submenu abre para baixo e mostra vários comandos.

• Arquivo contém os comandos que se aplicam a todo o


documento, tais como Abrir, Salvar, e Exportar como
PDF.
• Editar contém os comandos para a edição do documen-
to, tais como Desfazer: xxx (onde xxx é o comando a ser
desfeito) e Localizar & Substituir Ele também contém
comandos para cortar, copiar e colar partes selecionadas
do seu documento.
• Exibir contém os comandos para controlar a exibição do
documento , tais como Zoom e Layout da Web.
• Inserir contém os comandos para inserir elementos Exemplo de uma barra de ferramentas destacada
dentro do seu documento, tais como Cabeçalho, Rodapé
e Imagens. Barra de status
• Formatar contém comandos, como Estilos e Formata- A barra de status é localizada na parte de baixo da sua
ção e Autocorreção, para a formatação do layout do seu área de trabalho. Ela mostra algumas informações sobre
documento. o documento e maneiras convenientes de alterar algu-
• Tabela mostra todos os comandos para inserir e editar mas funcionalidades. Ela é parecida, tanto no Writer,
uma tabela em um documento de texto. como no Calc, Impress e Draw, mas cada componente
• Ferramentas contém funções como Ortografia e Gramá- inclui alguns itens específicos.
tica, Personalizar e Opções.
• Janela contém comandos para exibir janelas.
• Ajuda contém atalhos para os arquivos de Ajuda do
LibreOffice, O que é isso?, e informações sobre o pro-
grama. Veja “Como obter ajuda“. Canto esquerdo da barra de status no Writer

Barra de ferramentas
O LibreOffice possui vários tipos de barras de ferramen-
tas: encaixada, flutuante e destacada. As barras de fer-
ramentas encaixadas podem ser movidas para posições Canto direito da barra de status do Writer
diferentes ou colocadas flutuando e vice-versa.
A barra de ferramentas encaixada superior (na posição Os itens da barra de status em comum estão descritos
padrão) é chamada de Barra de ferramentas padrão. A abaixo.
Barra de ferramentas padrão é a mesma em todas as
aplicações do LibreOffice. Página, planilha, ou número do slide
A segunda barra de ferramentas no topo (na posição Mostra a página atual, planilha ou número do slide, e o
padrão) é a Barra de formatação. É uma barra sensível número total deles no documento.
ao contexto que mostra as ferramentas mais importan- Clique duas vezes nesse campo para abrir o Navegador.
tes, de acordo com a posição do cursor ou da seleção. Outros usos deste campo dependem de cada componen-
Por exemplo, quando o cursor está sobre um gráfico, a te.
Barra de formatação oferece ferramentas para a forma-
tação de gráficos; quando o cursor está em um texto, as Iniciando um novo documento
ferramentas são as de formatação de texto. Você pode iniciar um novo documento em branco no
LibreOffice de várias maneiras.
Exibindo e escondendo barras de ferramentas

32
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Quando o LibreOffice está rodando, mas nenhum docu- texto no tipo de arquivo, você verá apenas os documen-
mento está aberto (por exemplo, se você fechar todos os tos que o Writer pode abrir (incluindo .odt, .doc, .txt); se
documentos, sem sair do programa), a Central de Inicia- você escolher Planilhas, você verá arquivos .ods, .xls, e
lização é exibida. Clique em um dos ícones para abrir um outros que o Calc abre.
novo documento do tipo indicado, ou clique no ícone de
Modelos para iniciar um novo documento utilizando um Você também pode abrir um documento existente que
modelo. esteja em um formato OpenDocument clicando duas
vezes sobre seu ícone na área de trabalho ou no gerenci-
ador de arquivos, como o Windows Explorer.

Se você tiver associado os formatos de arquivo do Micro-


soft Office ao LibreOffice, você também poderá abri-los
clicando duas vezes neles.

Nota
No Microsoft Windows você tanto pode usar as caixas de
diálogo Abrir e Salvar Como quanto outras disponíveis no
Microsoft Windows.

Salvando um documento
Para salvar um documento novo, siga uma das seguintes
opções:

Central de Inicialização do LibreOffice • Pressione Control+S.


• Clique em Arquivo → Salvar na barra de menu.
Você também pode iniciar um novo documento de uma • Clique no botão Salvar na barra de ferramentas princi-
das seguintes maneiras. pal.

• Clique em Arquivo → Novo e escolha o tipo de docu- Quando a caixa de diálogo Salvar Como aparecer, entre
mento. com o nome do arquivo e verifique o tipode arquivo (se
• Utilize a seta próxima ao botão Novo, na barra de fer- necessário), e clique em Salvar.
ramentas principal. No menu de contexto, selecione o Para salvar um documento aberto com o mesmo nome,
tipo de documento a ser criado. clique em Arquivo → Salvar. Isso sobrescreverá a última
• Pressione Control+N no teclado. versão salva do arquivo.
• Clique em Arquivo → Assistentes para tipos especiais
de documentos. Proteção com senha
Se um documento já estiver aberto no LibreOffice, o Para proteger um documento contra leitura com uma
novo documento será aberto em uma nova janela. senha, utilize a opção da caixa de diálogoSalvar Como.

Abrindo documentos existentes 1) Na caixa de diálogo Salvar Como, selecione a opção


Quando nenhum documento está aberto, a Central de Salvar com senha, e clique em Salvar. Você verá um
inicialização mostra um ícone para abrir um documento alerta.
existente ou escolher um de uma lista de documentos 2) Digite a mesma senha nos dois campos, e clique em
abertos recentemente. OK. Se as senhas forem iguais, o documento será salvo
protegido por senha. Se as senhas não forem iguais,
você verá uma mensagem de erro. Feche a caixa de
mensagem para retornar à caixa de diálogo

Definir Senha e digite novamente a senha.

Cuidado: O LibreOffice utiliza um mecanismo de encrip-


tação muito forte que torna quase impossível recuperar o
conteúdo de um documento caso você esqueça a senha.

Ícone Abrir documentos


Você também pode abrir um documento existente de
uma das seguintes maneiras:

• Clique em Arquivo → Abrir...


• Clique no botão Abrir na barra de ferramentas princi-
pal.
• Pressione as teclas Control+O no teclado.

Em cada caso, a caixa de diálogo Abrir aparece. Selecio-


ne o arquivo que quiser abrir, e clique em Abrir. Se um
documento já estiver aberto no LibreOffice, o segundo
documento será aberto em uma nova janela.

Na caixa de diálogo Abrir, você poderá reduzir a lista de


arquivos selecionando o tipo de arquivo pelo qual se
procura. Por exemplo, se você escolher Documento de

33
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

Caixa de diálogo Salvar Como do LibreOffice

Colocando uma senha em um documento Os três botões no alto à direita das caixas de diálogo
Abrir e Salvar Como do LibreOffice são, da esquerda para
O Writer e o Calc possuem uma proteção de segundo a direita:
nível, que permite que um arquivo seja lido, mas não
alterado sem uma senha; ou seja, o arquivo abre em • Vá para Um nível acima na hierarquia de pastas (dire-
modo de apenas leitura. tórios). Clique e segure este botão por um segundo para
ver uma lista de pastas de nível superior; para ir para
Para proteger um documento contra alterações: uma das pastas da lista, mova o ponteiro do mouse so-
bre o seu nome e libere o botão do mouse.
1) Clique em Mais Opções na caixa de diálogo Definir
Senha. • Criar um Novo Diretório.
2) Entre com a senha no campo Digite a senha para • Diretório Padrão.
permitir a edição. Repita a senha no campo Confirmar
senha. Clique em OK. Para os documentos do LibreOffice que foram salvos com
mais de uma versão, utilize o menu Versão para selecio-
Salvando um documento automaticamente nar a versão deseja abrir em modo de somente leitura.
Você pode preferir que o LibreOffice salve arquivos au- Para documentos do Microsoft Office, somente a versão
tomaticamente. O Salvamento automático, assim como o atual pode ser aberta.
salvamento manual, sobrescreve a última versão salva Utilize o campo Tipo de arquivo para informar o tipo de
do arquivo. Para configurar o salvamento automático: arquivo a ser aberto, ou o formato do arquivo a ser sal-
vo.
1) Clique em Ferramentas → Opções... → Carre-
gar/Salvar → Geral. A opção Apenas leitura na caixa de diálogo Abrir abre o
2) Marque a opção Salvar informações de autorrecupera- arquivo para leitura e impressão, somente. Consequen-
ção a cada, e ajuste o intervalo de tempo. temente, a maior parte das barras de ferramentas desa-
parecem, e a maioria das opções do menu estarão desa-
Renomeando e apagando arquivos bilitadas. O botão Editar Arquivo é mostrado na barra de
Você pode renomear ou apagar arquivos dentro das cai- ferramentas padrão para abrir o arquivo para edição.
xas de diálogo do LibreOffice, da mesma maneira que faz
normalmente no seu gerenciador de arquivo. No entanto, Você pode abrir arquivos da Internet digitando a URL no
você não pode copiar ou colar arquivos nas caixas de campo Nome do arquivo na caixa de diálogo Abrir.
diálogo.
Utilizando as caixas de diálogo Abrir e Salvar Como É composto dos seguintes aplicativos:
Você pode escolher quando utilizará as caixas de diálogo
Abrir e Salvar Como do LibreOffice ou as fornecidas pelo - Write - Editor de Texto
seu sistema operacional. - Calc - Planilha
- Impress - Editor de apresentação
Para visualizar ou modificar o tipo da caixa de diálogo, - Draw - Editor de Desenho
utilize: - Math - Editor de Fórmulas
1) Clique em Ferramentas → Opções → LibreOffice → - Base - Banco de Dados
Geral.
2) Selecione a opção Utilizar as caixas de diálogo do
LibreOffice.
 Base
Essa seção discute as caixas de diálogo Abrir e Salvar
Como do LibreOffice. A Figura 13 mostra a caixa de diá- O LibreOffice Base é um gerenciador de banco de dados,
logo Salvar Como; a caixa de diálogo Abrir é parecida. semelhante ao Access, disponível no Microsoft Office, e
destina-se à criação e gerenciamento de bancos de da-
dos, tendo suporte para a criação e modificação de tabe-
las, consultas, macros, relatórios e formulários.
O Base suporta diversos motores de banco de dados,
como HSQLDB, MySQL, dBase, Microsoft Access, Adabas

34
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
D e PostgreSQL, dando suporte também para outras
bases de dados nos padrões JDBC e ODBC.
 Draw
O programa também suporta catálogos de endereços nos O LibreOffice Draw é um programa de editoração eletrô-
formatos LDAP, Outlook, Windows e Mozilla. nica e construção de desenhos vetoriais, semelhante ao
CorelDRAW, da Corel.

Desde a versão 3.3 da suíte, o Draw é capaz de editar


arquivos em PDF mantendo o seu layout, além de tam-
bém exportar outros trabalhos nesse formato e no for-
mato SWF.

A importação de arquivos em PDF é possível em versões


anteriores através da instalação de uma extensão cha-
mada PDF Import, que passou a ser incluída nativamente
no pacote de instalação da suíte desde a versão 3.3.

Embora apresente semelhança com o CorelDRAW, o


Draw não é compatível com seu formato de arquivo e
utiliza o formato ODF como padrão.

 Calc O novo LibreOffice 3.5 consegue importar arquivos do


Microsoft Visio, não perdendo nenhuma informação.

O LibreOffice Calc é um programa de planilha eletrônica e


assemelha-se ao Lotus 1-2-3, da IBM, e ao Excel, da
Microsoft. O Calc é destinado à criação de planilhas e
tabelas, permitindo ao usuário a inserção de equações
matemáticas e auxiliando na elaboração de gráficos de
acordo com os dados presentes na planilha.

O Calc utiliza o formato ODF como padrão, embora reco-


nheça e exporte arquivos em formatos de outras plani-
lhas eletrônicas, além de exportar arquivos em PDF sem
a necessidade de instalação de uma extensão, assim
como todos os aplicativos da suíte LibreOffice.

O Calc possui o recurso de fórmulas em linguagem natu-


ral, permitindo a criação de uma fórmula sem a necessi-
dade de aprendizagem de códigos específicos.
 Impress
Uma de suas diferenciações dos demais programas do
gênero é o sistema que define séries para representações O LibreOffice Impress é um programa de apresentação
gráficas a partir dos dados dispostos pelo usuário. de slides similar ao Keynote, presente no iWork, e ao
PowerPoint, encontrado na suíte da Microsoft, e destina-
A partir da versão 3.3, quando o projeto brasileiro pas- se a criar e a apresentar slides, sendo possível inserir
sou a acompanhar o LibreOffice, o Calc passou a suportar plano de fundo, títulos, marcadores, imagens, vídeos,
até 1.048.576 linhas, além de obter melhoramentos no efeitos de transição de slides, dentre outras opções.
gerenciamento de folhas e células.
O Impress suporta uma apresentação em múltiplos moni-
Com a incorporação do trabalho realizado pela comuni- tores. O Impress é capaz de exportar apresentações em
dade do Go-oo ao LibreOffice, o Calc tornou-se capaz de formato SWF, do Adobe Flash, sendo capaz de ser repro-
suportar diversos macros utilizados pelo Excel (VBA). duzido em qualquer dispositivo suportado ou com o Ado-
be Flash Player instalado. Suporta diversos formatos,
A partir da versão 3.5, o Calc passou a ter suas caracte- inclusive com os formatos padrões do PowerPoint, e utili-
rística ampliada, cada arquivo de planilha pode ter até za o formato ODF como padrão, podendo também expor-
10.000 abas. tar os trabalhos realizados em PDF. Porém, geralmente
há perda de formatação ao abrir um arquivo gerado pelo
PowerPoint.

Na versão 3.3, o Impress passou a contar com um assis-


tente para criação de slides, apontando diversas opções
personalizáveis para facilitar na criação de um slide. O
aplicativo também permite inserir contador de páginas,
além de possuir marcadores para cada modificação e a
possibilidade de inserção de comentários no texto.

35
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
padrões do Word, nem sempre toda a formatação do
documento é mantida ao abrir o arquivo no Writer e vice-
versa, deformando a característica original do documen-
to.

O Writer pode ser utilizado para escrever textos curtos,


como cartas e memorandos, textos longos, com imagens
e gráficos, e até livros. O aplicativo também é um editor
de HTML, sendo possível criar hiperligações e inserir
outras características presentes nesse tipo de arquivo,
embora essas características também possam ser manti-
das ao salvar em outros formatos.

 Math

O LibreOffice Math é um programa que auxilia na forma-


tação de fórmulas científicas e matemáticas de maneira
equivalente ao Equation Editor, ferramenta presente na
suíte da Microsoft.

De forma semelhante ao Equation Editor, pode-se traba-


lhar com o Math dentro dos outros aplicativos da suíte
para formatar as fórmulas ou utilizá-lo como um aplicati-
vo isolado dos demais. Utilizando o Navegador
O Navegador lista objetos contidos em um documento,
As formatações de fórmulas realizadas no aplicativo po- separados em categorias. Por exemplo, no Writer, ele
derão ser salvas em formato ODF, em MathML, no forma- mostra Títulos, Tabelas, Quadros de texto, Comentários,
to do StarMath, no antigo formato padrão adotado pelo Figuras, Marcadores, e outros itens, como mostra a Figu-
OpenOffice.org e também em PDF. ra. No Calc, ele mostra Planilhas, Nomes de Intervalos,
Intervalos de Bancos de Dados, Figuras, Objetos de De-
senho, e outros itens. No Impress e no raw, ele mostra

Slides, Fotos, e outros itens.

Para abrir o Navegador, clique no ícone na barra de


ferramentas padrão, ou pressione F5, ou clique em Exibir
→ Navegador na barra de menu.

Você pode encaixar o Navegador em qualquer lugar da


janela principal do LibreOffice ou deixá-lo flutuando.

 Writer

O LibreOffice Writer é o processador de textos da suíte,


semelhante ao Word, presente na suíte de escritório
Microsoft Office, ao WordPerfect, da Corel, e ao Pages,
disponível no iWork. Assim como os demais programas
semelhantes, utiliza o sistema WYSIWYG para a elabora-
ção de textos complexos, com imagens e diversas opções
de formatação.
Um de seus atributos diferenciais é o reconhecimento
nativo para leitura e escrita dos mais diversos tipos de
arquivos desde a versão 2.0, sendo compatível com os
arquivos padrões do Word, do StarWriter e do antigo
formato do OpenOffice.org, embora utilize o formato ODF
como padrão (que é suportado nativamente pelo Micro-
soft Office 2010 e também pelo WordPad do Windows 7,
embora seja apenas um editor de textos). Também é
possível com o Writer salvar o arquivo em formato PDF,
permitindo que o documento seja aberto por qualquer
leitor de PDF, como o Acrobat Reader e o Foxit Reader.
Apesar de importar e exportar arquivos nos formatos
O Navegador
36
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Clique no marcador (+ ou seta) para que qualquer ate-
goria exiba sua lista de objetos.
Para esconder a lista de categorias e exibir apenas a
barra de ferramentas no topo, clique no ícone Ati-

var/Desativar Caixa de listagem . Clique no ícone


novamente para reexibir a caixa de listagem. Desfazendo a última modificação

O Navegador oferece várias formas convenientes de se Clique no pequeno triângulo à direita do ícone Desfazer
mover por um documento e encontrar itens nele: para ver uma lista de todas as modificações que podem
ser desfeitas. Você pode selecionar múltiplas modifica-
• Quando uma categoria exibe sua lista de objetos, clique ções e desfazê-las todas de uma só vez.
duas vezes sobre um objeto para saltar diretamente para
a sua localização no documento.

Objetos são muito mais fáceis de encontrar se você der


nomes a eles na sua criação, ao invés de manter os no-
mes padrão do LibreOffice figura1, figura2, Tabela1,
Tabela2, e assim por diante—que podem não correspon-
der à posição do objeto no documento.

Se você quiser apenas ver o conteúdo de uma determi- Lista de modificações que podem ser desfeitas
nada categoria, marque-a e clique no ícone Exibir conte-
Após as mudanças terem sido desfeitas, o Refazer fica
údo . Até que você clique no ícone de novo, apenas ativo. Para refazer uma modificação, selecione Editar →
os objetos daquela categoria serão exibidos. Refazer, ou pressione Control+Y, ou clique no ícone Re-

fazer . Da mesma forma que o Desfazer, clique no


• Clique no ícone de Navegação (o segundo ícone triângulo à direita da seta para ver uma lista das mudan-
da esquerda no topo do navegador) para exibir a Barra ças que podem ser refeitas.
de ferramentas de navegação. Aqui você pode escolher
uma das categorias e utilizar os ícones Anterior e Próxi- Para modificar o número de alterações que o LibreOffice
mo para mover de um item para outro. Isso é particu- guardará, clique em Ferramentas → Opções → LibreOffice
larmente útil para encontrar itens como marcadores e → Memória e, na seção Desfazer mude o Número de
índices, que podem ser difíceis de encontrar. etapas. Cuidado, porque pedir ao LibreOffice que guarde
Os nomes dos ícones (mostrado em dicas) se modificam mais alterações consome mais memória do computador.
para se adaptar à categoria selecionada; por exemplo,
Próxima Figura ou Próximo Marcador. Fechando um documento
Para fechar um documento, clique em Arquivo → Fechar.
Você também pode fechar um documento clicando no
ícone Fechar na janela do documento.
Esse botão é parecido com o X mostrado na Figura 18.
Ele pode estar em locais diferentes, dependendo do seu
sistema operacional.

Barra de ferramentas de navegação

• Para saltar para uma página específica do documento, Ícones de Fechar Documento
digite seu número na caixa no topo do Navegador.
Se mais de uma janela do LibreOffice estiver aberta,
Um pouco de experimentação com os outros ícones cada janela aparecerá como o exemplo mostrado à es-
demonstrarão suas funções. Alguns usos para componen- querda na Figura. Fechar essa janela mantém as outras
tes específicos estão descritos nos capítulos sobre o Wri- janelas do LibreOffice abertas.
ter e os outros componentes.
Se apenas uma janela do LibreOffice estiver aberta, ela
Desfazendo e refazendo modificações aparecerá como o exemplo mostrado à direita na Figura
Para desfazer a modificação mais recente, pressione 18. Note o pequeno x embaixo do X maior. Clicando no x
pequeno fecha-se o documento mas mantém-se o Libre-
Control+Z, ou clique no ícone Desfazer na barra de Office aberto. Clicando no X grande fecha-se o LibreOffi-
ferramentas padrão, ou clique em Editar → Desfazer na ce completamente.
barra de menus.
Se o documento não tiver sido salvo desde a última mo-
O menu Editar mostra as últimas modificações que po- dificação, uma caixa de mensagem será exibida. Escolha
dem ser desfeitas (veja abaixo um exemplo no Writer). se você quer salvar ou descartar suas modificações.

• Salvar: O documento será salvo e fechado.


• Descartar: O documento será fechado, e todas as mo-
dificações desde o último salvamento serão perdidas.

37
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
• Cancelar: Nada acontece, e você retorna ao documen- Para editar o estilo atual dê um duplo clique neste cam-
to. po. O menu de Estilos de Página .se abrirá.
Cuidado Não salvar seu documento poderia resultar na
Idioma
perda das modificações mais recentes, ou pior ainda, do
Indica o idioma atual para o texto selecionado.
seu documento inteiro.
Clique para abrir um menu onde pode-se selecionar outro
idioma para o texto selecionado ou para o parágrafo
Fechando o LibreOffice
onde o cursor se encontra. Também pode-se selecionar
Nenhum (Não verificar ortografia) para excluir o texto da
Para fechar o LibreOffice completamente, clique em Ar-
verificação ortográfica ou escolher Mais... para abrir o
quivo → Sair, ou feche o último documento aberto como
menu Caractere.
explicado em “Fechando um documento” acima.
Se todos os documentos foram salvos, o LibreOffice fe- Modo de inserção
cha imediatamente. Se qualquer um dos documentos Clique para alternar entre o modo Inserir e Sobrescrever
tiver sido modificado, mas não salvo, um aviso aparece- enquanto digita.
rá. Siga os procedimentos mostrados em “Fechando um
documento” para salvar ou descartar suas modificações.
Modo de seleção
Clique para alternar entre modos de seleção PADRÃO,
LIBREOFFICE WRITER EXT (Estendido), ADIC (Adição) ou BLOCO. O modo EXT
é uma alternativa ao Shift+click ao selecionar um texto.
A interface do Writer Assinatura Digital
Se o documento foi digitalmente assinado, um ícone
O ambiente de trabalho principal do Writer é mostrado aparece aqui. Um duplo clique no ícone mostra o certifi-
na Figura 1. cado.

Informação de seção ou objeto


Quando o cursor está em uma seção, cabeçalho, item de
lista, ou quando um objeto (como uma figura ou uma
tabela) for selecionado, aparecerá neste campo uma
informação sobre este item. Um duplo clique nesta área
abrirá o menu correspondente.

Para maiores detalhes, consulte a ajuda ou o Guia do


Writer.
Alterações não salvas
Um ícone com um ponto de exclamação aparece aqui
quando há alterações não salvas no documento.
O ambiente de trabalho principal do Writer na visão La-
yout de Página

Barra de status
Barra de menu Barra de ferramentas padrão Barra de 1 2 3 4 5
formatação.
1.Assinatura digital seção ou objeto
A Barra de Status do Writer oferece informações sobre o
documento e atalhos convenientes para rapidamente 2.Informação de seção ou objeto
alterar alguns recursos.
3.Exibir layout
Número da página
Mostra o número da página atual, o número sequencial 4.Barra de zoom
da página atual (se diferente) e o número total de pági-
nas de um documento. Por exemplo. Quando se reinicia a 5.Percentual de zoom
numeração de página na terceira página, o número da
página será 1 e o número da sequência será 3. Visão do Layout
Clique em um dos ícones para alternar entre página úni-
Se houver qualquer marcador definido no documento, ca, lado a lado ou modo livreto.
um clique com o botão direito neste campo abre uma
lista dos marcadores existentes. Clique no desejado. Pode-se editar o documento em qualquer modo de exibi-
Para acessar uma página específica no documento dê um ção.
duplo clique neste campo. O Navegador se abre. Clique
no campo de Número da Página e digite o número se- Visão de layout: página única, lado a lado, livreto.
quencial da página desejada. Após um breve intervalo, a
visualização pula para a página indicada. Zoom ou escala
Estilos de página Para alterar o tamanho de exibição, deslize a barra de
Indica o estilo utilizado na página atual. Para alterar o Zoom, clique nos sinais de + ou – ou clique com o botão
estilo de página clique com o botão direito neste campo. direito no percentual para abrir uma lista de valores de
Uma lista dos estilos de página disponíveis será mostra- Zoom para serem escolhidos. A ferramenta Zoom intera-
da. ge com o layout de exibição selecionado para determinar
quantas páginas estarão visíveis na janela de documen-
Selecione um estilo diferente clicando nele. to.

38
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Clique em um ícone para selecionar um tipo de objeto.
Agora, os ícones Próximo e Anterior (no próprio Navega-
dor, na Barra de Ferramentas Navegação e na barra de
rolagem) pularão para o próximo objeto do tipo selecio-
nado. Isto é particularmente útil para encontrar itens
Alterando a visualização de Documentos
como entradas de índice, as quais podem ser difíceis de
O Writer possui várias maneiras de visualizar um docu-
ver no texto. Os nomes dos ícones (mostrados na dica de
mento: Layout de impressão, Layout da Web e Tela intei-
contexto) mudam para corresponder à categoria selecio-
ra. Para acessar estas e outras opções vá até o menu
nada; por exemplo, Próximo gráfico, Próximo marcador,
Exibir e clique na visualização desejada. (Quando estiver
ou Continuar pesquisa para frente.
em modo de Tela inteira, pressione a tecla Esc para re-
tornar ao modo de layout de impressão ou layout da
Operando com documentos
Web).
O Capítulo 3, Utilizando Estilos e Modelos, mostra como
No layout de impressão pode-se usar o Zoom deslizante
criar um documento a partir de um modelo.
e os ícones do modo de exibição na Barra de Status. No
Salvando como arquivo do Microsoft Word Para
salvar um documento como um arquivo Microsoft
Word:

1. Primeiro salve o documento no formato de arquivo


usado pelo LibreOffice (.odt).

Sem isso, qualquer mudança que se tenha feito desde a


última vez em que se salvou o documento, somente apa-
recerá na versão Microsoft Word do documento.
layout da Web pode-se usar o Zoom deslizante. 2. Então escolha Arquivo → Salvar como. No menu Sal-
var como (figura 7).
Figura 4: Escolhendo opções de Zoom e visualização do
layout. 3. No menu da lista suspensa Tipo de arquivo (ou Salvar
como tipo), selecione o tipo de formato Word que se
Também pode-se escolher Exibir => Zoom... através da precisa. Clique em Salvar.
barra de menus para exibir as opções Zoom e visualiza- A partir deste ponto, todas as alterações realizadas se
ção do layout, onde pode-se ter acesso às mesmas confi- aplicarão somente ao documento Microsoft Word. Desde
gurações da barra de status. No modo Layout da Web a feito, a alterado o nome do documento. Se desejar voltar
maioria das opções não está disponível. a trabalhar com a versão LibreOffice do documento, de-
verá voltar a abri-lo.
Movendo-se rapidamente pelo documento
Além dos recursos de navegação da Barra de status DICA
(descritos acima) pode-se usar a janela principal do Na- Para fazer o LibreOffice salvar documentos por padrão no
vegador e a ferramenta Navegador. formato de arquivo Microsoft Word, vá em Ferramentas
→ Opções → Carregar/Salvar..
No Writer também pode-se exibir a barra de Navegação
clicando no pequeno ícone Navegação próximo ao canto
inferior direito da janela, logo abaixo da barra de rola-
gem vertical, como mostrado na figura 5.

Ícones de navegação.
A barra de Navegação (Figura 6) exibe ícones para todos
os tipos de objetos mostrados no Navegador, além de
alguns extras (por exemplo o comando Repetir pesqui-
sa).
Salvando um arquivo no formato Microsoft Word
Barra de Navegação
Operando com texto
Operando com texto (selecionar, copiar, colar, mover) no
Writer é similar a trabalhar com texto em qualquer outro
programa. O LibreOffice também tem algumas maneiras
convenientes de selecionar itens que não estão próximos
um do outro, selecionar um bloco de texto vertical, e
colar texto não formatado.

Selecionar itens não consecutivos


39
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Para selecionar itens não consecutivos (como mostrado Cortando, copiando e colando texto
na figura 8) usando o mouse:
1. Selecione o primeiro pedaço do texto.
2. Pressione a tecla Control e use o mouse para selecio-
nar o próximo pedaço de texto.
Repita tantas vezes quantas forem necessário.

Agora pode-se trabalhar com o texto selecionado (copie-


o, apague-o, mude o estilo, ou outra coisa).

NOTA
Usuários Macintosh: substitua pela tecla Command
quando as instruções deste capítulo pedem para usar a Cortar e copiar texto no Writer é semelhante a cortar e
copiar texto em outras aplicações. Pode-se usar o mouse
ou o teclado para essas operações. Pode-se copiar ou
mover texto dentro de um documento, ou entre docu-
mentos, arrastando o texto ou usando seleções de menu,
ícones, ou atalhos de teclados. Também pode-se copiar
texto de outras fontes como páginas Web e colar em um
documento do Writer.

Para mover (cortar e colar) o texto selecionado usando o


mouse, arraste-o para o novo local e solte. Para copiar o
texto selecionado, segure pressionada a tecla Control
enquanto arrasta. O texto retém a formatação dada an-
tes de arrastá-lo.

Quando cola-se um texto, o resultado depende da fonte


do texto e como o texto foi colado. Se clicar no ícone
Colar, toda formatação que o texto tem (tal como negrito
ou itálico) é mantida. Texto colado de páginas Web e
outras fontes podem também ser colocados em quadros
ou tabelas. Caso não goste dos resultados, clique no
tecla Control. ícone Desfazer ou pressione Control+Z.
Selecionando itens que não estão próximos um do outro
Para fazer o texto colado assumir o formato do texto em
Para selecionar itens não consecutivos usando o volta do ponto onde ele está sendo colado, escolha uma
teclado: dessas opções:

1. Selecione o primeiro pedaço de texto. (Para mais in- 1. Editar → Colar especial, ou
formações sobre seleção de texto pelo teclado, veja o
tópico “Navegar e selecionar com o teclado” na Ajuda.) 2. Clique no triângulo à direita do ícone Colar, ou
2. Pressione Shift+F8. Isto coloca o Writer no modo “Adi-
cionar”. A palavra ADIC aparece na barra de status. 3. Clique no ícone Colar sem soltar o botão esquerdo do
3. Use as teclas de direção para mover para o início do mouse.
próximo pedaço de texto a ser selecionado. Pressione a
tecla Shift e selecione o próximo pedaço de texto. Então selecione Texto sem formatação do menu que
4. Repita tantas vezes quantas forem necessário. aparece. A variedade de escolhas no menu Colar especial
5. Agora pode-se trabalhar com o texto selecionado 6. muda dependendo da origem e formatação do texto (ou
Pressione Esc para sair desse modo. outro objeto) a ser colado. Veja Figura 10 para um
exemplo com texto na Área de transferência.
Selecionando um bloco de texto vertical
menu Colar especial
Pode-se selecionar um bloco vertical ou “coluna” do texto
que está separada por espaços ou marcas de tabulação Localizando, substituindo e formatando texto
(como pode-se ver no texto colado de e-mails, listas de O Writer possui duas maneiras de localizar texto dentro
programas, ou outras fontes), usando o modo de seleção de um documento: a barra de ferramentas Localizar para
de bloco do LibreOffice. busca rápida e o menu Localizar e substituir. No menu,
Para mudar para o modo de seleção de bloco, use Editar pode-se:
→ Modo de seleção → Bloco, ou clique algumas vezes na
barra de status em PADRÃO até que este mude para · Localizar e substituir palavras ou frases.

· Usar coringas e expressões regulares para ajustar a


busca

· Localizar e substituir uma formatação específica

· Localizar e substituir estilos de parágrafos

BLOCO. Se a barra de ferramentas Localizar não estiver visível,


Selecionando um bloco de texto vertical pode-se mostrá-la usando

40
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Exibir → Barras de ferramentas → Pesquisar. 2. Selecione os caracteres (de qualquer fonte ou combi-
nação de fontes) que se deseja inserir, na ordem, então
Para mostrar o menu Localizar e substituir, use a tecla de clique em OK. Os caracteres selecionados são mostrados
atalho Control+F ou selecione Editar → Localizar e substi- no canto inferior esquerdo do menu.
tuir a partir da barra de menu.
Enquanto seleciona-se o caractere, ele é mostrado no
1. Digite o texto que se deseja localizar na caixa Locali- lado direito, junto com seu código numérico.
zar.
NOTA

Diferentes fontes incluem diferentes caracteres especiais.


Caso não encontre um caractere especial particular, ten-

te mudar a seleção de Fonte..

Figura 12: O menu Caracteres especiais, onde seleciona-


se caracteres especiais.

2. Para substituir um texto por outro texto, digite o novo


texto na caixa Substituir por. A régua horizontal mostra a tabulação padrão e qualquer
outra tabulação que se tenha definido. Para configurar a
3. Pode-se selecionar várias opções tais como diferenciar unidade de medida e o espaçamento das paradas de
maiúsculas de minúsculas, somente palavras inteiras, ou tabulação padrão, selecione Ferramentas → Opções →
fazer uma busca por palavras similares. BrOffice Writer → Geral.

1)Quando já tiver configurado sua busca, clique em Loca- Pode-se também configurar ou mudar a unidade de me-
lizar.
2)Para substituir texto, clique em Substituir.

DICA

Se clicar em Localizar todos, o LibreOffice seleciona todas


as ocorrências do texto procurado no documento. Simi-
larmente, se clicar em Substituir todos, o LibreOffice
substitui todas as ocorrências localizadas.
Menu Localizar e substituir expandido

CUIDADO
Use Substituir todos com cuidado; de outra forma, pode-
se acabar com alguns erros hilários (e muito embaraço- dida para as réguas no documento corrente clicando com
sos) . Um erro com Substituir todos pode requerer uma o botão direito na régua para abrir a lista de unidades.
busca manual, palavra por palavra, para consertar. Clique em uma delas para mudar a régua para aquela
unidade. A configuração selecionada aplica-se somente
Inserindo caracteres especiais para aquela régua.

Um caractere especial é aquele que não é encontrado em Mudando a unidade de medida para uma régua
um teclado padrão. Por exemplo, © ¾ æ ç ñ ö ø ¢ são
todos caracteres especiais. Para inserir um caractere Menu Janela
especial: Este menu permite abrir uma nova janela de trabalho e
também possibilita consultar a listagem de todos os do-
Posicione o cursor aonde quer-se que o caractere apare- cumentos que se encontram abertos.
ça.
a) Nova Janela: Este comando abre uma janela adicional
1.Selecione Inserir → Caractere especial para abrir o para fornecer uma nova área de trabalho para o docu-
menu Caracteres especiais (figura 12). mento ativo. Você pode utilizar esta nova janela para
visualizar o documento em posições diferentes ou pode
usá-la para ativar outro documento.

41
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
b) Fechar Janela: Fecha a atual janela, quando temos
várias abertas.

c) Lista de documentos abertos: Cada novo documento


que for aberto será acrescentado à lista que aparece na
área abaixo do comando Fechar Janela. Um [●], à es-
querda do título do documento ativo, facilita à sua identi-
ficação.

Menu Ajuda

O texto da ajuda do LibO é minucioso. O menu contém


os seguintes tópicos:

a) Ajuda do LibreOffice: É a principal opção do menu


ajuda, sendo que será consultada para tirar qualquer
dúvida sobre o aplicativo.
Barra de título
b) O que é isto: Clicando nessa opção, aparecerá um A barra de título, localizada no alto da tela, mostra o nome
ponto de interrogação, que o usuário pode clicar em da planilha atual. Quando a planilha for recém criada, seu
qualquer parte do aplicativo para saber qual a função de nome é Sem título X, onde X é um número. Quando a plani-
determinado ícone. lha é salva pela primeira vez, você é solicitado a dar um
nome a sua escolha.
c) Informações da licença: Explica detalhadamente como
está licenciado o LibreOffice e trás a cópia da licença. Barra de menu
Abaixo da barra de título, está a Barra de menu. Quando
d) Créditos do LibreOffice...: Trás a lista dos voluntários você escolhe um dos menus, um submenu aparece com
responsáveis pelo projeto. outras opções. Você pode alterar a Barra de menu, con-
forme abordado no Capítulo 14, Personalizando o LibreO-
e) Sobre o LibreOffice: Informações genéricas sobre a ffice.
presente versão do LibO.
Barra de ferramentas
*Para aprofundar seus estudos ver: Três barras de ferramentas estão localizadas abaixo da
https://pt-br.libreoffice.org/ Barra de menus, por padrão: A Barra de ferramentas
www.pm.pa.gov.br/sites/default/files/files/libre-office- padrão, a Barra de ferramentas de formatação, e a Barra
para-leigos.pdf de fórmulas.
Os ícones (botões) nessas barras de ferramentas ofere-
cem um amplo leque de comandos e funções comuns.
LIBREOFFICE CALC Você também pode alterar essas barras de ferramentas,
em Personalizando o LibreOffice.
Na Barra de formatação, as três caixas à esquerda são as
Partes da janela principal do Calc
listas de Aplicar Estilo, Nome da Fonte e Tamanho da
Fonte. Elas mostram as configurações atuais da célula,
Quando o Calc é aberto, a janela principal é bastante pare-
ou da área selecionada. (A lista de Aplicar Estilo pode
cida com a da Figura 1.
não estar visível por padrão.) Clique na seta para baixo,
à direita de cada caixa, para abrir a lista.
Figura 1. Partes da janela principal do Calc

Listas Aplicar Estilo, Nome da Fonte e Tamanho da Fonte


Barra de fórmulas

42
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Do lado esquerdo da barra de fórmulas existe uma pequena Abas de folhas
caixa de texto chamada de Caixa de nome, com uma com- Abaixo da tabela com as células estão as abas das folhas.
binação de uma letra e um número dentro, por exemplo, Essas abas permitem que você acesse cada folha da plani-
D7. Esta combinação, chamada de referência de célula, é a lha individualmente, com a folha visível (ativa) estando na
letra da coluna e o número da linha da célula selecionada. cor branca. Você pode escolher cores diferentes para cada
folha.

Clicando em outra aba de folha exibe-se outra folha e sua


aba fica branca. Você também pode selecionar várias folhas
de uma só vez, pressionando a tecla Control ao mesmo
tempo que clica nas abas.

Barra de estado
Na parte inferior da janela do Calc está a barra de estado,
que mostra informações sobre a planilha e maneiras conve-
nientes de alterar algumas das suas funcionalidades. A
maioria dos campos é semelhante aos outros componentes
do LibreOffice; veja o Capítulo 1, Introdução ao LibreOffice,
Barra de fórmulas neste livro e o Capítulo 1, Introdução ao Calc, no Guia do
Calc.
À direita da Caixa de nome estão os botões do Assistente
de Funções, de Soma, e de Função.
Clicando no botão do Assistente de Funções abre-se uma
caixa de diálogo onde pode-se pesquisar em uma lista de
funções disponíveis. Isso pode ser muito útil porque
também mostra como as funções são formatadas.
O termo função, em uma planilha, abrange muito mais
do que funções matemáticas.. Lado esquerdo da barra de estado do Calc
Clicando no botão Soma insere-se uma fórmula na célula
selecionada que soma os valores numéricos das células
acima dela. Se não houver números acima da célula sele-
cionada, a soma será feita pelos valores das células à
esquerda.
Clicando no botão Função insere-se um sinal de igual (=)
na célula selecionada e na Linha de Entrada de dados,
ativando a célula para aceitar fórmulas.
Quando você digita novos dados numa célula, os botões
de Soma e de Função mudam para os botões Cancelar e

Aceitar .
O conteúdo da célula selecionada (dados, fórmula, ou
função) são exibidos na Linha de Entrada de Dados, que
é um lembrete da Barra de Fórmulas. Você pode editar o
seu conteúdo na própria Linha de Entrada de Dados. Para
editá-la, clique na Linha de Entrada de Dados e digite
suas alterações. Para editar dentro da célula selecionada,
clique duas vezes nela.

Células individuais
A seção principal da tela exibe as células na forma de
uma tabela, onde cada célula fica na interseção de uma
coluna com uma linha.
No alto de cada coluna, e à esquerda de cada linha, há
uma célula cinza, contendo letras (colunas) e números
(linhas). Esses são os cabeçalhos das colunas e linhas. As
colunas começam em A e seguem para a direita, e as
linhas começam em 1 e seguem para baixo.
Os cabeçalhos das colunas e linhas formam a referência
da célula que aparece na Caixa de Nome na Barra de
Fórmulas. Você pode desligar esses cabeçalhos em Exibir Figura 5: Lado direito da barra de estado do Calc
→Cabeçalhos de Linhas e Colunas.
Abrindo e salvando arquivos CSV
No caso especial do Calc, é possível abrir e salvar arquivos
com os valores separados por vírgulas (Comma-Separated-
Values – CSV), que são arquivos de texto que possuem o
conteúdo das células em uma única folha. Cada linha num
arquivo CSV representa uma linha numa planilha de cálculo.
Vírgulas, ponto e vírgula, ou outros caracteres são utiliza-
dos para delimitar as células.

43
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Escolhendo as opções para exportar um arquivo para Texto
CSV

Navegando dentro das planilhas


O Calc oferece várias maneiras para navegar dentro de uma
planilha de uma célula para outra, e de uma folha para
outra. Você pode utilizar a maneira que preferir.
Indo para uma célula específica

Utilizando o mouse
Posicione o ponteiro do mouse sobre a célula e clique.
Utilizando uma referência de célula Clique no pequeno tri-
ângulo invertido bem ao lado da Caixa de nome.

A referência da célula selecionada ficará destacada. Digite a


referência da célula que desejar e pressione a
Texto é colocado entre aspas, números são colocados sem tecla Enter. Ou, apenas clique na Caixa de nome, pressione
aspas. a tecla backspace para apagar a referência da célula seleci-
onada, digite a referência de célula que desejar e pressione
Abrindo um arquivo CSV Enter.

Para abrir um arquivo CSV no Calc: Utilizando o Navegador

1)Clique em Arquivo → Abrir. Para abrir o Navegador, clique nesse ícone na Barra de
ferramentas padrão, ou pressione a tecla F5, ou clique em
2)Localize o arquivo CSV que quer abrir. Exibir → Navegador na Barra de menu, ou clique dias vezes
no Número Sequencial das Folhas na Barra de estado. Digi-
3)Se o arquivo tiver uma extensão *.csv, selecione o arqui-
vo e clique em Abrir.

4)Se o arquivo tiver uma outra extensão (por exemplo,


*.txt), selecione o arquivo, selecione Texto CSV
(*csv;*txt;*xls) na caixa do Tipo do Arquivo (role a lista
para baixo na seção da planilha para encontrá-lo) e clique
em Abrir.

5)Na caixa de diálogo de Importação de Texto (Figura 6),


selecione as opções de Separador para dividir o texto em
colunas. te a referência da célula nos dois campos na parte superior,
identificados como Coluna e Linha, e pressione Enter. Na
Você pode visualizar uma prévia do layout dos dados im- Figura o Navegador selecionaria a célula A7.
portados na parte de baixo da caixa de diálogo. Clique com
o botão direito em uma coluna na previsão, para ver o for- Você pode embutir o Navegador em qualquer lado da janela
mato ou esconder a coluna. principal do Calc, ou deixá-lo flutuando. (Para embutir ou
fazer flutuar o navegador, pressione e segure a tecla Con-
Se o arquivo CSV utilizar um caractere delimitador de texto trol e clique duas vezes em uma área vazia perto dos ícones
que não esteja na lista de Delimitadores de Texto, clique na dentro da caixa de diálogo do Navegador.)
caixa de seleção e digite o caractere.

6)Clique em OK para abrir o arquivo.


Caixa de diálogo de importação de texto, com a opção pon-
to-e-vírgula (;) selecionada como separador e aspas (")
como delimitador de texto.

Salvando um arquivo como CSV


Para salvar uma planilha como um arquivo CSV:

1)Clique em Arquivo → Salvar Como.

Abrindo e salvando arquivos CSV 9


2)Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para o arqui-
vo.

3)Na lista de Tipos de Arquivos, selecione Texto CSV (.csv)


e clique em Salvar.

Pode ser que você veja a caixa de mensagem abaixo. Cli- O Navegador no Calc
que em Manter o Formato Atual. O Navegador exibe listas de todos os objetos em um docu-
mento, agrupados em categorias.
4)Na caixa de diálogo Exportação de arquivo texto, selecio- Se um indicador (sinal de mais (+) ou seta) aparece próxi-
ne as opções que quiser e clique em OK. mo a uma categoria, pelo menos um objeto daquele tipo

44
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
existe. Para abrir uma categoria e visualizar a lista de itens, malicious e software, isto é, software maléfico. Atual-
clique no indicador. mente, existem muitos tipos de malware, com compor-
Para esconder a lista de categorias e exibir apenas os íco- tamentos característicos que permitem classificá-los em
diferentes categorias. As principais estão abaixo:
nes, clique no ícone de Conteúdo . Clique neste ícone
de novo para exibir a lista. Vírus: Este tipo de programa malicioso invade um com-
putador, normalmente através de um programa executá-
Movendo-se de uma célula para outra vel qualquer, e tem grande capacidade de se expandir
Em uma planilha, normalmente, uma célula possui uma para outros computadores, porque infecta também ou-
borda preta. Essa borda preta indica onde o foco está (veja tros programas executáveis. Seu objetivo, normalmente,
a Figura 9). Se um grupo de células estiver selecionado, é causar algum tipo de dano ao computador que o hos-
elas são destacadas com a cor azul, enquanto a célula que peda, deletando arquivos, pastas, prejudicando a sua
possui o foco terá uma borda preta. performance, etc.

Utilizando o mouse Os vírus geralmente podem ser classificados em dois


Para mover o foco utilizando o mouse, simplesmente colo- tipos: os destrutivos e os não destrutivos. Os do primeiro
que o ponteiro dele sobre a célula que deseja e clique com grupo podem, efetivamente, danificar ou apagar os da-
o botão esquerdo. Isso muda o foco para a nova célula. dos contidos em seu disco rígido, fazendo com que eles
Esse método é mais útil quando duas células estão distan- não possam mais ser acessados. Normalmente, os vírus
tes uma da outra. são escritos por hackers desequilibrados que não possu-
em a habilidade de conviver em sociedade e sentem
necessidade de se exibir, a fim de se sentirem iguais aos
seus amigos. Michelangelo, por exemplo, é um vírus
destrutivo comum que ataca PCs e se torna ativo no dia
6 de março de cada ano, apagando parte do sistema do
disco, tornando-o inútil.

O outro tipo de vírus simplesmente provoca algum efeito


estranho nos computadores, como torná-lo lento, fazer
com que gráficos apareçam aleatoriamente, tocar músi-
cas, exibir mensagens incompreensíveis, e coisas do
gênero. Estes, por sua vez, são escritos por gozadores,
pelo puro prazer que eles têm de importunar; e se eles
Figura 9: (À esquerda) Uma célula selecionada e (à direita) fossem inteligentes, não precisariam criar estes vírus,
um grupo de células selecionadas que causam aborrecimentos, mas dificilmente provocam
grandes danos. Um exemplo desse tipo de vírus é Tenta-
Utilizando as teclas de Tabulação e Enter cle, que infectam arquivos e os substitui por ícones ou
•Pressionando Enter ou Shift+Enter move-se o foco para pela imagem de um tentáculo de cor púrpura, símbolo de
baixo ou para cima, respectivamente. um antigo jogo para PC, denominado Dia do Tentáculo.
•Pressionando Tab ou Shift+Tab move-se o foco para a
esquerda ou para a direita, respectivamente. Worms: São programas maliciosos que não se anexam a
si mesmos a outros programas como fazem os trojans,
Utilizando as teclas de seta porém, têm grande capacidade de se replicar através da
Pressionando as teclas de seta do teclado move-se o foco Internet utilizando-se do catálogo de endereços eletrôni-
na direção das teclas. cos (e-mails) do computador infectado.
Utilizando as teclas Home, End, Page Up e Page Down
•A tecla Home move o foco para o início de uma linha. Trojan: Os trojans, também conhecidos como troianos
•A tecla End move o foco para a ultima célula à direita que
que, na sua grande maioria, não são detectados pelos
contenha dados. programas antivírus do mercado, podem entrar em um
•A tecla Page Down move uma tela completa para baixo e acomputador pessoal através de programas de aparência
tecla Page Up move uma tela completa para cima. benigna, denominados cava-los de tróia, e se constituem
•Combinações da tecla Control e da tecla Alt com as teclas
hoje em dia numa das formas mais comuns e perigosas
Home, End, Page Down, Page Up, e as teclas de seta mo- de invasão. Diferentemente da maioria dos vírus, um
vem o foco da célula selecionada de outras maneiras. Veja
trojan não costuma se replicar, instalando-se uma única
a Ajuda ou o Apêndice A, Atalhos de Teclado, no Guia do vez dentro do computador sem que o usuário perceba,
Calc, para detalhes. tendo normalmente por objetivo o roubo de informações.
Uma vez alojado em um computador pessoal, ele pode
Dica Utilize uma das quatro combinações do Alt+Tecla de capturar informações como, por exemplo, nomes de
seta para redimensionar uma célula. bancos, números de contas, senhas, números de cartões
de créditos, certificados digitais e outros códigos utiliza-
Menu Ajuda: dos em transações. Após colher as informações pretendi-
Idem ao LibO Writer. das pelo seu criador, pode se auto-destruir eliminando
todos os vestígios de sua passagem por este computa-
NOÇÕES DE SEGURANÇA NA INTERNET dor.
Keyloggers - são espécies de cavalos de Tróia especiali-
zados em registrar ("logar") todas as teclas (keys, em
Qualquer código com fins maléficos que se instale em um inglês) digitadas no computador e enviar as informações
computador é chamado popularmente de vírus. Embora através da Internet para um usuário mal-intencionado.
de modo geral esta definição não esteja incorreta, mo- Geralmente instalam-se no sistema de modo furtivo e
dernamente o termo usado para englobar todos estes sua ação não é percebida pelo dono do computador ata-
códigos é malware, formado pela junção das palavras cado. Os keyloggers estão sendo muito usados ultima-

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
mente em golpes por e-mail, disfarçados como se fossem Os sites falsificados coletam números de cartões de cré-
mensagens enviadas por empresas legítimas. Os mais dito, nomes de contas, senhas e números de documen-
sofisticados já são capazes de gravar também as páginas tos. Isso é feito através da exibição de um pop-up para
que o usuário visita e a área em volta do clique do mou- roubar a informação antes de levar o usuário ao site real.
se, por isso estão sendo chamados de screenloggers (a O programa mal-intencionado usa um certificado auto-
palavra screen, em inglês, refere-se à tela do computa- assinado para fingir a autenticação e induzir o usuário a
dor). acreditar nele o bastante para inserir seus dados pesso-
Backdoors: São utilitários de administração remo-ta que ais no site falsificado.
habilitam ao hacker acessar, sem autorização, equipa-
mentos conectados à web. Uma vez instalados na má- Outra forma de enganar o usuário é sobrepor a barra de
quina do cliente, eles monitoram constantemente portas endereço e status de navegador para induzi-lo a pensar
TCP e UDP permitindo ao hacker atacante um acesso que está no site legítimo e inserir suas informações.
remoto quase total ao computador infectado, possibili-
tando o roubo de dados, exclusão de arquivos, etc. Os phishers utilizam truques para instalar programas
criminosos nos PCs dos consumidores e roubar direta-
Existe ainda uma enorme quantidade de outros tipos de mente as informações. Na maioria dos casos, o usuário
programas maliciosos, cada um empregando técnicas não sabe que está infectado, percebendo apenas uma
diferentes visando exclusivamente a invasão e roubo de ligeira redução na velocidade do computador ou falhas de
informações de clientes de serviços oferecidos via Inter- funcionamento atribuídas a vulnerabilidades normais de
net. software. Um software de segurança é uma ferramenta
necessária para evitar a instalação de programas crimi-
Durante a passagem de um programa malicioso pelo nosos se o usuário for atingido por um ataque.
computador, as operações com informações sigilosas de
transações comerciais, bancárias, sis-temas internos, Spam
etc., realizadas por seu usuário serão possivelmente
capturadas e enviadas, através de e-mail ou outros mei- Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não
os, ao criador do programa, sem que o usuário perceba. solicitados, que geralmente são enviados para um grande
De posse destas informações, como por exemplo, agên- número de pessoas. Quando o conteúdo é exclusivamen-
cia, conta e senha, o criador do programa maléfico pode- te comercial, esse tipo de mensagem é chamada de UCE
rá fazer-se passar pela pessoa que executou as opera- (do inglês Unsolicited Commercial E-mail).
ções e efetuar fraudes em seu benefício. A vítima deste
tipo de fraude normalmente só a percebe alguns dias Spam zombies
mais tarde.
São computadores de usuários finais que foram compro-
Phishing metidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos,
Um e-mail que surge repentinamente na caixa de entra- uma vez instalados, permitem que spammers utilizem a
da, de um remetente desconhecido, com um endereço máquina para o envio de spam, sem o conhecimento do
eletrônico sem sentido e uma mensagem duvidosa. Esta usuário. Enquanto utilizam máquinas comprometidas
é a descrição de um phishing. para executar suas atividades, dificultam a identificação
da origem do spam e dos autores também. Os spam
Golpes que se aproveitam do infinito mar de possibilida- zombies são muito explorados pelos spammers, por pro-
des chamado internet, os phishings, literalmente pescam porcionar o anonimato que tanto os protege.
dados de usuários desatentos, que caem no conto do
vigário virtual. DICAS DE SEGURANÇA

A pesca, neste caso, é sinônimo de roubo. Os crackers, E-mail: não abra e-mail que acompanham arquivos com
através de e-mails, persuadem o internauta a acreditar extensão .exe ou .doc, sem antes passar neles o anti-
que ganhou viagens, prêmios ou que precisa recadastrar vírus podem estar carregando um vírus
senhas para não perder contas. Salvar o anexo em uma pasta como “meus documentos”
e passar o anti-vírus.
Pharming
Use programa anti-vírus “atualizado” uma vez por mês
Pharming é um novo nome para um tipo de ataque co- (update). A atualização é feita baixando do site do fabri-
nhecido há anos, que consiste basicamente em modificar cante do programa anti-vírus o update é grátis.
a relação que existe entre o nome de um site na Internet Ex. de anti-vírus: Norton ou McAfee, Avg (gratuito),
e seu respectivo servidor Web. etc...
A técnica clássica é chamada de envenenamento de ca-
che DNS (DNS cache poisoning, em inglês). Neste ata- Spam – propaganda não pedida através de e-mails.
que, um servidor de nomes (servidor DNS) é comprome- Não responder a e-mails desinteressantes e desconheci-
tido, de tal forma que as requisições de acesso a um site, dos, para não confirmar seu endereço para os remeten-
feitas pelos usuários deste servidor sejam redirecionadas tes.
a outro endereço, sob controle dos atacantes. Não usar ou deixar rodar disquetes que venham de má-
quinas desconhecidas, pois, qualquer material que venha
Uma técnica que utiliza o seqüestro ou a “contaminação” de outra máquina pode conter vírus.
do DNS (Domain Name Server) para levar os usuários a Antes de usar qualquer arquivo que esteja no disquete
um site falso, alterando o DNS do site de destino. O sis- deve-se passar o anti-vírus.
tema também pode redirecionar os usuários para sites
autênticos através de proxies controlados pelos phishers, As principais ferramentas de segurança necessárias às
que podem ser usados para monitorar e interceptar a organizações (Anti-vírus, firewall, ferramentas de análise
digitação.

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
de intrusos - IDS, inspeção e controle de conteúdo, aná- tas, depois em Regras para Mensagens, depois em E-
lise de vulnerabilidades, entre outros). mail. Você pode criar diversos tipos de regras que podem
facilitar sua vida, filtrando mensagens indesejadas.
A quantidade de e-mails que recebemos em nossa caixa
postal cresce quase que sem controle. Além da propa- 8. Lembre-se de que a cada dia chegam milhares de
ganda indesejada (spams - que são enviadas por spam- inexperientes na Internet. E quanto mais pudermos ensi-
mers), há também os e-mails maliciosos, geralmente nar, melhor será para todos. Afinal, esta facilidade dos
enviados por hackers ou por coletores de endereços ele- dias modernos é muito útil para atender nossas necessi-
trônicos que, em geral, acabam gerando mais correspon- dades de comunicação.
dências eletrônicas, num círculo vicioso que só tende a 9. Escrever um e-mail ou enviar qualquer coisa pela In-
dificultar a comunicação normal e séria através da Inter- ternet é fácil. Não acredite automaticamente em tudo
net. que lhe é enviado. Leia o texto, reflita, se possível confira
a procedência (acessando sites de referência, por exem-
Cuidado: Há diversos mecanismos de identificação de plo) e analise com cuidado antes de decidir repassar aos
seu endereço eletrônico utilizados por coletores de e- amigos.
mails com o propósito de criar grandes listas de endere- 10. Só utilize equipamento efetivamente confiável. Não
ços que são, então, vendidas para quem quer enviar realize operações em equipamentos públicos ou que não
propaganda não solicitada. tenham programas antivírus atualizados nem em equi-
pamento que não conheça. Existem programas - deno-
1. Eles podem ser obtidos através de sites onde você é minados Cavalos de Tróia - utilizados por fraudadores
solicitado a se cadastrar para ter acesso a determinadas para capturar as informações quando digitadas no com-
informações gratuitas (desconfie quando o site pede para putador;
você se identificar através de seu endereço de e-mail -
neste caso, consulte a política de privacidade do site (se 11. Não abra arquivos de origem desconhecida. Eles
houver) para avaliar melhor o risco de fornecer seu en- podem conter vírus, Cavalos de Tróia e outras aplicações
dereço). prejudiciais, que ficam ocultas para o usuário e permitem
a ação de fraudadores, a partir de informações captura-
2. Também podem ser obtidos através de e-mails tipo das após a digitação no teclado;
corrente, solicitação de ajuda para causas diversas, des-
crição de algum desastre ecológico ou humanitário ou 12. Use somente provedores confiáveis. A escolha de um
abaixo-assinados (desconfie quando você é solicitado a provedor deve levar em conta também seus mecanis-
repassar a mensagem - neste momento você poderá mos, políticas de segurança e a confiabilidade da empre-
estar disponibilizando seu endereço eletrônico para o sa;
spammer).
13. Evite sites arriscados e só faça downloads (transfe-
3. Atenção quando você recebe um e-mail de propagan- rência de arquivos para o seu computador) de sites que
da qualquer sobre um produto ou serviço ou de prêmios conheça e saiba que são confiáveis. Utilize sempre as
que você pode ganhar "clicando aqui neste botão" - seu versões de browsers (programas de navegação) mais
endereço pode ter sido obtido anteriormente através de atualizadas, pois geralmente incorporam melhores meca-
algum recurso escuso (desconfie quando a mensagem nismos de segurança.
oferece a facilidade de excluir seu endereço da lista - em
geral, você só estará confirmando a validade de seu en- Segurança da Informação é o conjunto de medidas
dereço eletrônico - neste caso, o melhor a fazer é sim- tomadas para preservar as informações de possíveis
plesmente apagar o e-mail). danos, modificações, destruições ou divulgações não
autorizadas. Pode também ser definida como o conjunto
4. Cuidado com mensagens-lista de dados de pessoas, de medidas, normas e procedimentos destinados a ga-
nas quais você é solicitado a preencher seu nome, ende- rantir a integridade, a disponibilidade, a confidencialida-
reço, e-mail, telefone, etc. Se a mensagem-lista é reen- de, a autenticidade, a irretratabilidade e a atualidade da
viada, pode ser facilmente enviada para alguém que já informação em todo o seu ciclo de vida (IG 20-19) Bus-
consta da lista, por exemplo, e que só tem por objetivo car a solução para o problema da Segurança da Informa-
obter as informações para uso ilegal, ilícito ou imoral. ção exige que se entenda que a informação não está
mais confinada dentro de uma sala ou seção do estado-
5. Se você acabou de receber um e-mail alertando sobre maior, ela permeia por todos os escalões, alimenta todos
um novo tipo de vírus, verifique nos sites de empresas os sistemas operacionais e seus processos e está sujeita
responsáveis por anti-vírus (Symantech (Norton anti- a variadas ameaças, furos de segurança ou vulnerabili-
vírus) - ou McAfee (Vírus Scan) - em inglês) a veracidade dades.
da notícia. Tome as providências cabíveis - atualizando
seu anti-vírus, por exemplo. PRINCÍPIOS BÁSICOS

6. Certifique-se que seu provedor de e-mail oferece fil- a. O grande desafio da segurança da informação está,
tros anti-spam e anti-vírus. Estes filtros podem impedir a justamente, em garantir que a tecnologia disponível seja
propagação de mensagens indesejadas e de vírus para utilizada pelos usuários na sua plenitude de recursos
seu correio eletrônico, proporcionando-lhe mais seguran- disponíveis sem que haja prejuízo para a segurança.
ça e tranqüilidade ao fazer uso do e-mail. Se não ofere-
cer, considere a alternativa de contratar um serviço que Nesse contexto, a proteção da informação deve ser abor-
conte com estas ferramentas. dada em três focos principais:

7. Você tem como criar filtros em seu próprio programa  a integridade, a confidencialidade e a sua
de correio eletrônico, com o objetivo de rejeitar mensa- disponibilidade.
gens que tenham determinadas características. No Micro-
soft Outlook Express, por exemplo, veja em Ferramen-

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
1) Integridade: o conceito de integridade está ligado ao 5) Auditoria diz respeito ao processo de coleta de evidên-
estado da informação no momento de sua geração e cias de uso dos recursos existentes, a fim de identificar
resgate. Ela estará íntegra se no tempo de resgate esti- os envolvidos num processo de troca de informações.
ver fiel ao seu estado original. O aspecto integridade não
diz respeito ao conteúdo, que pode estar errado, mas às 6) Severidade está relacionada à gravidade do dano que
variações e alterações entre o processo de geração e um determinado ativo pode sofrer devido à exploração
resgate. Portanto, integridade não significa a exatidão da de uma vulnerabilidade por qualquer ameaça aplicável.
informação.
7) Relevância do ativo é o grau de importância de um
2) Confidencialidade: diz respeito ao uso de instrumentos processo de um determinado sistema operacional em
de controle que permitam o acesso de pessoas e máqui- determinada missão. Este grau pode variar em função da
nas autorizadas de forma segura. Este conceito deve missão e da importância de determinado sistema na
estar ligado à crescente necessidade de compartilhamen- operação.
to da informação, ou seja, esta não deve estar isolada,
restrita ao seu detentor, mas sim disponibilizada a quem Segurança da Informação na Internet e Intranet.
tiver necessidade e autorização para acessá-la.
Mas o que é Segurança da Informação?
3) Disponibilidade: sistemas de informação existem para
disponibilizar informações. A concepção dos sistemas Os princípios básicos da segurança são a confidencialida-
operacionais de combate exige que a integração dos de, integridade e disponibilidade das informações. Os
subsistemas, ou seja, acesso à informação entre os inte- benefícios evidentes são reduzir os riscos com vazamen-
grantes. De nada adianta uma completa infraestrutura tos, fraudes, erros, uso indevido, sabotagens, roubo de
tecnológica de comando e controle, com recursos que informações e diversos outros problemas que possam
garantam a integridade e a confidencialidade das infor- comprometer estes princípios básicos.
mações se a mesma não puder ser acessada quando
necessário. A segurança visa também aumentar a produtividade dos
usuários através de um ambiente mais organizado, maior
b. Ativo: consideram-se ativos todos os elementos que controle sobre os recursos de informática e finalmente,
compõem os processos que manipulam e processam a viabilizar aplicações críticas das empresas.
informação, incluindo a própria informação, o meio em
que ela é armazenada, os equipamentos em que é ma- Alguns exemplos de aplicações bem sucedidas na Inter-
nuseada, transportada e descartada, em outras palavras, net são o Internet Banking do Bradesco, as Eleições de
equipamentos, usuários, ambientes, informações e pro- 1994 e 1996 e o Projeto Receita Net, que alcançou a
cessos existentes em um determinado sistema. expressiva quantidade de quase 500.000 contribuintes
que entregaram a declaração de renda via Internet.
c. Risco é probabilidade que determinada vulnerabilidade
venha a ser explorada pelas ameaças. Ameaças e Vulnerabilidades

d. Ameaças são agentes ou condições que causam inci- O uso de Internet nas empresas trouxe novas vulnerabi-
dentes que comprometem as informações e seus ativos lidades na rede interna. Se não bastassem as preocupa-
por meio da exploração de vulnerabilidades, provocando ções existentes com espionagem industrial, fraudes,
perdas de confiabilidade, integridade e disponibilidade e, erros e acidentes, as empresas precisam se preocupar
consequentemente, causando prejuízos ao poder de agora com os hackers, invasões, vírus, cavalos de tróia e
combate de determinada força. outras ameaças que penetram através desta nova porta
de acesso. Para obter segurança em uma aplicação para
e. Autenticação está ligada ao processo de verificação Internet ou Intranet, é preciso cuidar de quatro elemen-
reivindicada de uma identidade. tos básicos:

f. Outros aspectos que dizem, ainda, respeito à informa- 1. Segurança na estação (cliente)
ção. 2. Segurança no meio de transporte
3. Segurança no servidor
1) Autenticidade diz respeito à veracidade do seu conte- 4. Segurança na Rede Interna
údo, bem como a fonte geradora e o destinatário sejam
realmente quem alegam ser. Segurança na estação

2) Irretratabilidade diz respeito ao processo de envio e No uso de Internet e Intranet, um dos elementos mais
recebimento de informações, onde qualquer participante vulneráveis sem dúvida é a estação, onde normalmente é
gerador ou destinatário não possa negar a sua respectiva executado um "browser" ou uma aplicação dedicada por
atuação, ou seja, o processo de transmissão e recepção onde o usuário tem acesso aos recursos e serviços da
da informação não possa ser negado na sua atuação; rede.

3) Atualidade ou legalidade é a garantia de que um do- As estações dos usuários podem armazenar chaves pri-
cumento (informação) utilizado esteja em vigor. vadas e informações pessoais na maioria das vezes sem
proteção ou controle de acesso.
4) Autorização é a concessão de permissão para o acesso
às informações e funcionalidades das aplicações aos par- Estações de trabalho estão ainda sujeitas a execução de
ticipantes de um processo de troca de informações (usu- programas desconhecidos (como Applets Java, ActiveX e
ário e máquina), após a correta identificação e autentica- Javascripts) sendo expostas a grampos de teclado e ou-
ção dos mesmos. tras armadilhas de ganho de acesso.

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Existem ainda diversos usuários que fazem uso de mo- Além do roubo de informações, uso e acesso indevido,
dems para conexão com a Internet, muitas vezes contor- outro problema sério para a segurança dos servidores
nando os controles e proteções da rede ou de um firewall nas empresas é a "pichação de sites", situação em que o
corporativo. site corporativo da empresa é invadido pela Internet e
tem seus arquivos alterados para imagens pornográficas
Segurança no meio de transporte ou dados falsos, acarretando sérios problemas na ima-
gem ou reputação da empresa.
Para garantir a privacidade e integridade das informações
enviadas pela Internet / Intranet, é necessário imple- As empresas tem conectado sua rede interna à Internet,
mentar a segurança no meio de transporte. A criptografia mas não gostariam de conectar a Internet à rede interna.
é fundamental para este fim, sendo que os principais Para isto, torna-se necessário o uso de firewalls que pro-
produtos que possuem criptografia "embutida" sofrem tegem o acesso através de um servidor de controle no
limitações devido as restrições de exportação dos EUA. ponto único de entrada/saída dos dados.

Algumas empresas no Brasil tem optado por soluções O uso de firewall controla os serviços e acessos permiti-
proprietárias ou soluções estrangeiras de outros países dos, monitora o uso e tentativas de violação e protege
como Israel, Suíça e África do Sul. No Brasil, temos ainda contra invasões externas embora exija ainda avançados
empresas nacionais com reconhecidas competências em conhecimentos técnicos devido a sua complexidade de
criptografia como é o caso do CEPESC - Centro de Pes- uso e configuração.
quisa de Segurança nas Comunicações e ACRON, ambas
situadas em Brasília e da SCOPUS em São Paulo. Um serviço bastante utilizado pelas empresas para avali-
ar a segurança de seus servidores são os conhecidos
Uma aplicação frequente do uso da criptografia nas em- "penetration tests" ou testes de invasão. Este serviço
presas tem sido a segurança para correio eletrônico. busca normalmente identificar falhas ou "brechas" de
Neste caso, a criptografia preserva a privacidade e inte- segurança nos servidores das empresas, informando os
gridade das informações que transitam via Internet ou pontos de vulnerabilidade e recomendando ações de
Intranet, além de certificar e garantir a validade e auten- melhoria ou correções dos problemas.
ticidade do conteúdo das mensagens, remetentes e des-
tinatários. Estes testes devem ser realizados por empresas de con-
fiança sendo fundamental o acompanhamento constante
Além de facilitar a comunicação interna e integrar filiais, de um responsável da empresa contratada.
unidades e escritórios distantes, o correio eletrônico tem
sido cada vez mais utilizado como ferramenta para ge- Segurança na Rede
renciamento de processos e relacionamento com clientes,
parceiros e fornecedores. Diversos sistemas estão sendo Interna Finalmente, a segurança deve prever a proteção
construídos de forma integrada com o correio eletrônico e controle da Rede Interna. O modelo atual para segu-
e os usuários são avisados sobre eventos ou transações rança das redes tem assumido que o "inimigo" está do
através de mensagens do correio eletrônico. (Na segu- lado de fora da empresa enquanto que dentro, todos são
rança, este recurso é bastante interessante para se im- confiáveis. Esta ideia tem feito que os desenvolvedores
plementar auditoria "on-the-fly" que informa sobre um de sistemas e administradores de rede utilizem uma
determinado evento no momento que acontece). estratégia simplista na Internet evitando qualquer acesso
externo e, por outro lado liberando o acesso irrestrito aos
Outra aplicação bastante interessante para as empresas servidores para usuários internos.
é a possibilidade de interligar via Internet as unidades e
escritórios distantes. No entanto, se um usuário estiver Sabemos que a maior parte dos problemas ocorre em
conectado na mesma infraestrutura de acesso (seja rede função de ameaças internas. Segundo pesquisa recente
interna ou Internet), pode com um simples programa da WarRoom Survey, 61% das organizações sofreram
obtido facilmente na Internet, ter acesso a todos os da- ataques internos nos últimos 12 meses. Em 45% dos
dos que trafegam no meio. casos, com perdas de aproximadamente US$ 200.000
chegando a US$ 1.000.000 em 15% dos casos.
Uma solução simples e segura para este problema é a
VPN - Virtual Private Network, que utiliza encapsulamen- A solução completa abrange:
to e túneis de criptografia para trafegar informações de
forma segura através de meio público (Internet).  Política de Segurança Corporativa com defini-
ção clara das diretrizes, normas, padrões e
Com a VPN, os dados são criptografados antes de transi- procedimentos que devem ser seguidos por to-
tarem por canais inseguros e são apenas decodificados dos os usuários;
quando chegam a seus destinos. Uma expansão da VPN é  Programa de treinamento e capacitação dos
o recurso de acesso remoto seguro que permite que um técnicos e usuários;
usuário trabalhando em casa, em trânsito ou em viagem,  Recursos e ferramentas específicas para a se-
possa acessar a rede interna da empresa de forma segu- gurança, e
ra através da Internet.  Monitoração constante do "log" e trilhas de au-
ditoria.
Segurança nos servidores Fonte: Alberto Bastos

O uso de Internet / Intranet exige ainda segurança nos INTERNET EXPLORER 9


servidores. Recentemente, um hacker invadiu um servi-
dor Internet de comércio eletrônico e roubou 100.000
números de cartões de crédito. Foi preso pelo FBI quan- INTERNET - Conceito
do tentava vendê-los por US$ 260.000 em dinheiro. A Internet - também conhecida como a rede das
redes - é uma rede que contém milhares de redes de

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
computadores que servem a milhões de pessoas em todo (discador) já contam com estas configurações, mas pode
o mundo. Apesar de seu objetivo inicial ter sido permitir ser necessário criar uma conexão manualmente.
que pesquisadores acessassem sofisticados recursos de
hardware, bem como prover uma comunicação interpes-
soal mais eficiente, a Internet demonstrou ser muito útil
nas mais diferentes áreas, e por isso acabou transcen-
dendo seu objetivo original. Hoje, seus usuários são
imensamente diversificados - educadores, bibliotecários,
empresários e aficionados por computadores, utilizando
os mais variados serviços, que vão desde a simples co-
municação interpessoal ao acesso a informações e recur-
sos de valor inestimável.

Por exemplo, pessoas que vivem em regiões cuja


distância chega a milhares de quilômetros se comunicam
sem nunca terem se visto, e há informações disponíveis
Servidores de E-mail
24 h por dia em milhares de lugares. Um ponto impor-
tante a destacar, na Internet, é que a maioria das infor-
Ao configurar uma conta de e-mail será pedido para sele-
mações disponíveis é gratuita. Naturalmente, alguns
cionar o tipo de servidor de e-mail usado pela sua conta.
serviços são pagos e o acesso é restrito, mas na sua
maioria é gratuito. A Internet se assemelha à anarquia,
• POP3: um protocolo comum usado para recuperar
no sentido filosófico da palavra.
mensagens de um servidor de e-mail da Internet.
A Internet é uma cidade eletrônica, já que nela
Os servidores POP3 mantêm as mensagens de e-mail de
podemos encontrar: bibliotecas, bancos, museus, previ-
entrada, até que você verifique seu e-mail e, nesse pon-
sões do tempo, acessar a bolsa de valores, conversar
to, elas serão transferidas para seu computador. POP3 é
com outras pessoas, pedir uma pizza, comprar livros ou
o tipo de conta mais comum para e-mail pessoal. As
CD’s, ouvir música, ler jornais e revistas, ter acesso a
mensagens são normalmente excluídas do servidor
banco de dados, ir ao Shopping Center e muito mais. É
quando você verifica seus e-mails.
um verdadeiro mundo on-line.
• Os servidores IMAP permitem trabalhar com mensa-
A internet é uma rede capaz de interligar todos os com-
gens de e-mail sem baixá-las para o computador primei-
putadores do mundo. O que faz a Internet tão poderosa
ro. É possível visualizar, excluir e organizar mensagens
assim é o uso de um protocolo comum, o TCP/IP. Todos
diretamente no servidor de e-mail e cópias são armaze-
os computadores que entendem essa língua são capazes
nadas no servidor até que você opte por excluí-las. IMAP
de trocar informações entre si. Assim pode-se conectar
é comumente usado para contas de e-mail comerciais.
máquinas de diferentes tipos, como PCs, Macs e Unix.
A Internet é organizada na forma de uma malha. Para Ao contrário dos protocolos de e-mail de Internet como o
acessar um computador no Japão, por exemplo, não é POP3, o IMAP cria pastas em um servidor para armaze-
necessário fazer um interurbano internacional, bastando nar/organizar mensagens para recuperação por outros
apenas conectar-se a um computador ligado à Internet computadores. É possível ler somente cabeçalhos de
na cidade do usuário. Esse computador local está conec- mensagens e selecionar as mensagens para download.
tado a uma máquina em outro estado (ou país) e assim
por diante, traçando uma rota até chegar ao destino. São • Servidores SMTP manipulam o envio de suas mensa-
máquinas de alta capacidade, com grande poder de pro- gens de e-mail para a Internet. O servidor SMTP manipu-
cessamento e conexões velozes, conhecidas como servi- la e-mail de saída e é usado em conjunto com um servi-
dores, controladas por universidades, empresas e órgãos dor de e-mail de entrada IMAP.
do governo.
Essa forma de funcionamento garante um custo baixo de SSL (Secure Sockets Layer) é uma tecnologia de segu-
conexão, pois para o usuário, só custará a ligação local rança que é comumente utilizada para codificar os dados
até o provedor de acesso. O provedor cobra uma taxa trafegados entre o computador do usuário e um Website.
mensal de cada usuário para cobrir, entre outros, os O protocolo SSL, através de um processo de criptografia
custos da conexão com a rede. dos dados, previne que os dados trafegados possam ser
capturados, ou mesmo alterados no seu curso entre o
Portanto, para se conectar à Internet, um usuário do- navegador (browser) do usuário e o site com o qual ele
méstico precisará: um computador com modem, uma está se relacionando, garantindo desta forma informa-
linha telefônica, uma conta num provedor de acesso e ções sigilosas como os dados de cartão de crédito. (voltar
um programa de comunicação, o chamado browser. Os ao topo)
dois principais browsers do mercado hoje são o Netscape
Navigator (da Netscape) e o Internet Explore (da Micro- Quando um visitante de um web site se conecta a um
soft). servidor que está utilizando o protocolo SSL, eles irão
FUNCIONAMENTO TEÓRICO E notar na barra de endereços, que o protocolo passa a ser
https:// (no lugar do http:// padrão). Aliado a isto, a
PRÁTICO DA INTERNET maioria dos browsers (como o Internet Explorer por
exemplo) mostram no browser um tradicional cadeado
REDE DIAL-UP (como ilustrado na imagem abaixo). Quando este cadea-
do está sendo mostrado, o usuário passa a ter a tranqüi-
Para se conectar a um provedor de acesso, será necessá- lidade de saber que as informações fornecidas aquele
rio configurar uma conexão Dial-up no Windows. Progra- Website não poderão ser interceptadas no seu trajeto.
mas de discagem automática

50
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Barra de Menus – Temos os menus Arquivo, Editar, exi-
bir, Favoritos, Ferramentas e Ajuda.

Barra de Ferramentas

Barra Botões Padrão – Onde temos os botões de voltar


Características do Internet Explorer 9
uma página anterior ( ) e avançar ( ), Botão parar
O usuário que baixar o Internet Explorer 9 encontrará
( ), botão Atualizar ( ), página Inicial ( ), botão
algumas novidades em comparação à versão anterior. A
primeira delas é que o navegador não funciona em má- Pesquisar ( ), botão Favoritos ( ) e botão ( ).
quinas com sistema operacional Windows XP, apenas em
PCs que tenham o Windows Vista ou o 7. Para ir para páginas da Web que você visitou recente-
mente
Uma das principais características é que o IE9 permite
que sites funcionem como aplicativos. Este recurso con- Para retornar à última página exibida, clique no botão
siste em trazê-lo para a barra de ícones do Windows. Ao Voltar.
clicar sobre o ícone com o botão direito, ele mostrará
atalhos para seções do site, caso a página tenha progra- Para exibir uma página vista antes de você clicar no bo-
mação adequada. No Facebook, por exemplo, são exibi- tão Voltar, clique no botão Avançar.
das algumas opções como acessar a área de mensagens
ou o feed de notícias do perfil. Já o blog americano “Huf- Para ver uma lista com as últimas páginas visitadas,
fington Post” exibe atalhos para algumas editorias do clique na pequena seta para baixo ao lado do botão Vol-
site. tar ou Avançar.

Além disso, o navegador conta com uma maior área de Se uma página que você está tentando exibir estiver
visualização de páginas, tem gerenciador de download, demorando muito para abrir, clique no botão Parar.
permite proteção contra rastreamento de sites e suporte Se você receber uma mensagem informando que a pági-
à tecnologia HTML 5. Para ficar mais rápido, a Microsoft na da Web não pode ser exibida ou se desejar ter certeza
faz com que o navegador utilize o recurso de aceleração de que tem a versão mais recente da página, clique no
de hardware. botão Atualizar.

Os componentes da janela Para retornar à pagina que aparece sempre que você
inicia o Internet Explorer, clique no botão Página inicial.

Para selecionar uma página da Web na lista de favoritos,


clique no botão Favoritos.

Para selecionar uma página da Web na lista de páginas


visitadas recentemente, clique no botão Histórico. A lista
do histórico exibe também os arquivos e as pastas exibi-
dos anteriormente no computador.

(2) identificar e usar as funcionalidades da barra


de Ferramentas e do Explorer

Favoritos – permite adicionar, excluir e organizar pági-


nas da Internet.

Barra de título onde temos o nome da página em que se Histórico – contem links para sites e páginas visitados
encontra e o nome do navegador no caso Internet Explo- nos dias e semanas anteriores.
rer.

51
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
(3) identificar e usar as funcionalidades dos menus Localizar (nesta página) ... – procura texto na página
Arquivo, Editar, Exibir, Favoritos, Ferramentas e ativa.
Ajuda
Menu Exibir
Menu Arquivo
Barra de ferramentas – mostra e oculta as barras de
Nova Guia - abre uma nova guia no Internet Explorer. ferramentas.

Duplicar Guia - para duplicar a guia atual com a mesma Guias Rápidas - Quando há várias páginas da Web
página ativa. abertas ao mesmo tempo, cada uma é exibida em uma
guia separada. Essas guias facilitam a alternância entre
Nova janela - abre uma nova janela do internet Explo- os sites abertos. As Guias Rápidas fornecem uma exibi-
rer como se você tivesse clicado no ícone do internet ção em miniatura de todas as guias abertas. Isso facilita
Explorer para se conectar. a localização da página da Web que você deseja exibir.

Nova Sessão - abre uma nova janela que não comparti- Barra do Explorer – mostra e oculta a barra do Explo-
lhe credencias com as janelas existentes, abrindo na sua rer.
página inicial.
Ir para – contém comandos para navegar por várias
Abrir... - abre um documento na janela ativa. páginas.
Editar com Microsoft Office Word: Edita a página ativa.
Parar – impede que a página atual seja carregada.
Salvar: salva as alterações.
Atualizar – atualiza o conteúdo da página atual.
Salvar como... - salva o documento ativo como um
arquivo. Zoom - O Zoom do Internet Explorer deixa você ampliar
ou reduzir a exibição de uma página da Web. Ao contrá-
Fechar Guia - fecha guia ativa rio da alteração do tamanho de uma fonte, o zoom am-
plia ou reduz tudo na página, incluindo texto e imagens.
Configurar página – altera o papel, cabeçalhos, orien- Você pode fazer zoom de 10% a 1000%.
tação etc.
Tamanho do texto – específica o tamanho relativo dos
Imprimir... – imprime a página. textos exibidos nas páginas.
Codificação – específica o conjunto de caracteres a ser
Visualizar Impressão... – visualiza como será impres- utilizado para exibir a página.
so.
Estilo - Um estilo ou folha de estilo é o código que a
Enviar: página da Web usa para definir sua aparência e formata-
ção. Os estilos podem definir atributos da página da Web
a)Página por e-mail... – envia a página ativa no corpo de como fontes, colunas, títulos e como as imagens são
mensagem de e-mail. exibidas. Usando estilos, os desenvolvedores da Web
podem separar a formatação do conteúdo. Os desenvol-
b)Link por e-mail... – envia link para página ativa para em vedores da Web também podem usar mais de um estilo
uma mensagem de e-mail. para seus sites fornecendo estilos alternativos. Se o site
fornece estilos alternativos, você pode alterar a formata-
c)Atalho para área de trabalho – cria um atalho para a ção das páginas da Web ou pode escolher desativar com-
página ativa na área de trabalho. pletamente os estilos.

Importar e exportar... – Importa e exporta os favoritos Veja a seguir alguns usos de estilos do Internet Explorer:
e indicadores.
Acessibilidade. Os sites podem oferecer folhas de estilo
Propriedades – exibe as propriedades do documento alternativas desenvolvidas para necessidades e locais
ativo. diferentes.

Trabalhar off-line – permite a exibição off-line de pági-Impressão. Um site pode oferecer uma versão impressa de
nas da Web enquanto estiver desconectado. cada página sem precisar usar botões de impressão em
cada página.
Sair – fecha a janela.
Demonstrações. Os desenvolvedores da Web podem
Menu Editar alterar rapidamente estilos para demonstrar vários proje-
tos de site que usam o mesmo conteúdo.
Recortar – remove a seleção atual, copiando-a para a
área de transferência.
Blogs. Os sites podem oferecer resumos e exibições
completas de postagens de blog.
Copiar – copia a seleção atual para a área de transfe-
rência.
Navegação por cursor - Como posso selecionar textos
e me mover pela página com meu teclado?
olar – insere os itens que você copiou ou recortou no
local selecionado.
Em vez de usar um mouse para selecionar texto e mo-
ver-se pela página da Web, você pode usar as teclas de
Selecionar tudo – seleciona itens na página ativa.
52
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
navegação padrão do seu teclado - Home, End, Page Up, Diagnosticas problemas de conexão – ajuda a diag-
Page Down e as teclas de seta. Esse recurso é chamado nosticar e corrigir problemas de conexão em rede domés-
de Navegação por Cursor e é conhecido como o sinal de tica para computadores conectados a internet através de
intercalação (ou cursor) que aparece quando você edita um modem de banda larga.
um documento.
Reabrir Última Sessão de Navegação - Se você fe-
Para ativar a Navegação por Cursor char uma ou mais guias durante a sessão de navegação,
Clique para abrir o Internet Explorer. ou fechar totalmente uma sessão de navegação—seja
acidentalmente ou intencionalmente—você agora pode
Siga um destes procedimentos: usar o Internet Explorer 8 para reabrir as guias ou a
Pressione F7. sessão de navegação que você fechar.
Clique no botão Página e em Navegação por Cursor.
Clique em Sim para ativar a Navegação por Cursor. Para reabrir as guias que você fechou durante sua sessão
de navegação atual
Código fonte - exibe a origem (HTML) desta página.
O Internet Explorer mantém o controle da página da Web
Relatório de segurança - exibe o relatório de seguran- associada com cada guia aberta, inclusive informações
ça do site. com o texto digitado em um formulário e o histórico de
como você chegou até essa página da Web. Por isso, se
Endereço de Site Internacional – exibe informações você tiver várias guias abertas e fechar uma ou mais
sobre o endereço de site internacional (nome de domínio) delas, você poderá reabrir facilmente qualquer uma delas
deste site. ou todas. Veja como:

Política de Privacidade da página da Web... - mostra


as diretivas de privacidade para este site da Web.

Tela inteira – maximiza a janela para tela inteira.

Menu Favoritos Botão Nova Guia

Adiciona a Favoritos... – adiciona a página atual à lista No Internet Explorer, clique no botão Nova Guia.
de favoritos.
Na página da nova guia, em Reabrir guias fechadas,
Adicionar à Barra de Favoritos – adiciona a página localize e clique no endereço da página da Web que você
atual a lista de favoritos. deseja abrir.

Adicionar Guias Atuais a Favoritos... – adiciona as Para reabrir a última sessão de navegação que você fe-
guias a favoritos. chou
Organizar Favoritos... – abre a pasta favoritos para Quando você fecha o Internet Explorer e finaliza sua
que se possa fazer a organização. sessão de navegação, ele mantém o controle das páginas
da Web que estavam abertas no momento. Por isso,
Menu Ferramentas quando você abre uma nova sessão de navegação, você
pode reabrir as páginas da Web que estavam abertas
Excluir Histórico de Navegação... – limpa as informa- durante sua sessão de navegação anterior. Siga as eta-
ções sigilosas armazenadas pelo navegador. pas a seguir para reabrir sua última sessão de navega-
ção:
Navegação InPrivate - A Navegação InPrivate impede
que o Internet Explorer armazene dados sobre sua ses- Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
são de navegação. Isso ajuda a impedir que qualquer e, depois, em Internet Explorer.
outra pessoa que possa estar usando seu computador
veja quais páginas você visitou e o que você procurou na Clique no botão Ferramentas e, em seguida, clique em
Web. Quando você inicia a Navegação InPrivate, o Inter- Reabrir Última Sessão de Navegação. Todas as páginas
net Explorer abre uma nova janela. A proteção oferecida da Web que estavam abertas quando o Internet Explorer
pela Navegação InPrivate tem efeito apenas durante o foi fechado da última vez serão abertas em novas guias.
tempo que você usar a janela. Você pode abrir quantas
guias desejar nessa janela e todas elas estarão protegi- Filtragem InPrivate - A Filtragem InPrivate ajuda a
das pela Navegação InPrivate. Entretanto, se você abrir evitar que provedores de conteúdo de sites coletem in-
outra janela do navegador ela não estará protegida pela formações sobre os sites que você visita. Veja como ela
Navegação InPrivate. Para finalizar a sessão da Navega- funciona a seguir.
ção InPrivate, feche a janela do navegador.
Várias páginas da Web usam conteúdos (como anúncios,
Como ativar a Navegação InPrivate? mapas ou ferramentas de análise da Web) provenientes
de sites diferentes daquele que você está visitando. Es-
Para ativar a Navegação InPrivate, siga um destes pro- ses sites são chamados de provedores de conteúdo ou
cedimentos: sites de terceiros. Ao visitar um site com conteúdo de
terceiros, algumas informações sobre você são enviadas
Clique no botão Segurança e, em seguida, clique em o provedor de conteúdo. Se o provedor de conteúdo ofe-
Navegação InPrivate. recer conteúdo para um grande número de sites visitados
Abra uma nova guia e, na página da nova guia, clique em por você, ele poderá desenvolver um perfil de suas pre-
Abrir uma janela de Navegação InPrivate. ferências de navegação. Os perfis das preferências de
Pressione CTRL+SHIFT+P.

53
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
navegação podem ser usados de diversas maneiras, in- Bloqueador de Pop-ups – gerenciar o comportamento
clusive para análise e exibição de anúncios. de janelas pop-up.

Geralmente, esse conteúdo de terceiros é exibido como Filtro SmartScreen - Filtro do SmartScreen é um recur-
se fosse parte do site (um vídeo ou imagem embutida, so no Internet Explorer que ajuda a detectar sites de
por exemplo). O conteúdo parece ser original do site que phishing. O Filtro do SmartScreen também pode ajudar a
você visitou originalmente; portanto, pode não ser possí- protegê-lo da instalação de softwares mal-intencionados
vel saber que outro site está vendo onde você está nave- ou malwares, que são programas que manifestam com-
gando. As ferramentas de análise ou métrica da web portamento ilegal, viral, fraudulento ou mal-
relatam os hábitos de navegação dos visitantes do site e intencionado.
nem sempre aparecem claramente. Mesmo que às vezes
essas ferramentas apareçam como conteúdo visível (por O Filtro do SmartScreen ajuda a protegê-lo de três ma-
exemplo, um contador de visitas), geralmente os usuá- neiras:
rios não conseguem vê-las, o que quase sempre é o caso
dos web beacons. Os web beacons são, normalmente, Ele é executado em segundo plano enquanto você nave-
imagens transparentes de um só pixel, cujo único propó- ga pela Web, analisando sites e determinando se eles
sito é monitorar o uso do site e não aparecem como con- têm alguma característica que possa ser considerada
teúdo visível. suspeita. Se encontrar sites suspeitos, o SmartScreen
exibirá uma mensagem dando a você a oportunidade de
A Filtragem InPrivate analisa o conteúdo das páginas da enviar um comentário e sugerindo que você proceda com
Web visitadas e, se detectar que o mesmo conteúdo está cautela.
sendo usado por vários sites, ela oferecerá a opção de
permitir ou bloquear o conteúdo. Você também pode O Filtro do SmartScreen verifica os sites visitados e com-
permitir que a Filtragem InPrivate bloqueie automatica- para com uma lista dinâmica e atualizada de sites de
mente qualquer provedor de conteúdo ou site de tercei- phishing e sites de softwares mal-intencionados relata-
ros detectado, ou então pode desativar a Filtragem InPri- dos. Se encontrar uma correspondência, o Filtro do
vate. SmartScreen exibirá uma notificação em vermelho do
site que foi bloqueado para sua segurança.
Configurações da Filtragem InPrivate - A Filtragem
InPrivate ajuda a evitar que provedores de conteúdo de O Filtro do SmartScreen também verifica arquivos baixa-
sites coletem informações sobre os sites que você visita. dos da Web e compara com a mesma lista dinâmica de
Veja como ela funciona a seguir. sites de softwares mal-intencionados relatados. Se en-
contrar uma correspondência, o Filtro do SmartScreen
Várias páginas da Web usam conteúdos (como anúncios, exibirá um aviso em vermelho notificando que o downlo-
mapas ou ferramentas de análise da Web) provenientes ad foi bloqueado para sua segurança.
de sites diferentes daquele que você está visitando. Es-
ses sites são chamados de provedores de conteúdo ou Gerenciar Complementos – gerenciar controle ActiveX
sites de terceiros. Ao visitar um site com conteúdo de e outros complementos instalados no seu computador.
terceiros, algumas informações sobre você são enviadas
o provedor de conteúdo. Se o provedor de conteúdo ofe- Modelo de Exibição de Compatibilidade - Sites da
recer conteúdo para um grande número de sites visitados Web desenvolvidos para versões anteriores do Internet
por você, ele poderá desenvolver um perfil de suas pre- Explorer podem não ser exibidos corretamente na versão
ferências de navegação. Os perfis das preferências de atual. Em geral, você pode aprimorar a aparência dos
navegação podem ser usados de diversas maneiras, in- sites no Internet Explorer usando o Modo de Exibição de
clusive para análise e exibição de anúncios. Compatibilidade.

Geralmente, esse conteúdo de terceiros é exibido como Quando o Modo de Exibição de Compatibilidade é ativa-
se fosse parte do site (um vídeo ou imagem embutida, do, a página da Web que está sendo exibida, assim como
por exemplo). O conteúdo parece ser original do site que qualquer outra página da Web no domínio do site, será
você visitou originalmente; portanto, pode não ser possí- exibida como se você estivesse usando uma versão mais
vel saber que outro site está vendo onde você está nave- recente do Internet Explorer.
gando. As ferramentas de análise ou métrica da web
relatam os hábitos de navegação dos visitantes do site e Se o Internet Explorer perceber uma página da Web que
nem sempre aparecem claramente. Mesmo que às vezes não é compatível, você verá o botão do Modo de Exibição
essas ferramentas apareçam como conteúdo visível (por de Compatibilidade na barra de endereços.
exemplo, um contador de visitas), geralmente os usuá-
rios não conseguem vê-las, o que quase sempre é o caso Para ativar ou desativar o Modo de Exibição de Compati-
dos web beacons. Os web beacons são, normalmente, bilidade, clique no botão Modo de Exibição de Compatibi-
imagens transparentes de um só pixel, cujo único propó- lidade ou siga estas etapas:
sito é monitorar o uso do site e não aparecem como con-
teúdo visível. Clique para abrir o Internet Explorer.
Clique no botão Ferramentas e em Modo de Exibição de
A Filtragem InPrivate analisa o conteúdo das páginas da Compatibilidade.
Web visitadas e, se detectar que o mesmo conteúdo está
sendo usado por vários sites, ela oferecerá a opção de Assinar esse Feed... - Os feeds, também chamados de
permitir ou bloquear o conteúdo. Você também pode feeds RSS, feeds XML, conteúdo agregado ou feeds da
permitir que a Filtragem InPrivate bloqueie automatica- Web, contêm conteúdo atualizado com freqüência e pu-
mente qualquer provedor de conteúdo ou site de tercei- blicado por um site. Em geral são usados por sites de
ros detectado, ou então pode desativar a Filtragem InPri- notícias e blog, mas também para distribuir outros tipos
vate. de conteúdo digital, incluindo imagens, arquivos de áudio
ou vídeos. O Internet Explorer pode descobrir e exibir

54
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
feeds quando você visitar sites. Você também pode assi-
nar feeds a fim de procurar automaticamente e baixar
atualizações para exibir depois. Além disso, quando você
adiciona um Web Slice à sua Barra Favoritos, você assina
automaticamente o feed associado.

Descoberta de Feed - O Internet Explorer procura


feeds (também conhecidos como Feeds RSS) e Web Sli-
ces em cada página da Web que você visita. Quando o
Internet Explorer encontrar feeds disponíveis, o botão
, localizado na barra de ferramentas do Internet Ex-
plorer, passará de cinza a laranja e emitirá um som. Se o
Internet Explorer também encontrar Web Slices, o botão
muda para o botão do Web Slice . Como os Web Slices
são baseados em feeds, geralmente serão exibidos Web
Slices e feeds quando forem exibidos os feeds disponí-
veis.

Windows Update – abre a página da Web “Windows A guia segurança permite definir níveis de acesso para
Update” para atualizar seus componentes. páginas da internet. Esses níveis estão relacionados dire-
tamente com a segurança, onde os sites são classificados
Ferramentas para desenvolvedores - As Ferramentas nas seguintes zonas:
para Desenvolvedores do Internet Explorer ajudam a
pesquisar e resolver problemas que envolvem HTML,
folhas de estilos em cascata (CSS) e JavaScript. Zona Internet - No nível de segurança configu-
rado para a zona da Internet é aplicado a todos os sites
As Ferramentas do Desenvolvedor incluem um depurador por padrão. Ele é definido como Médio Alto (mas você
integrado que permite aos programadores de sites defini- pode alterá-lo para Médio ou Alto). Os únicos sites para
rem pontos de interrupção e acessarem o script do lado os quais essa configuração de segurança não são usados
do cliente sem sair do Internet Explorer. Além disso, o são os da zona Intranet local ou os sites que você inseriu
código exibido no depurador aparece como se fosse ren- especificamente nas zonas de sites Confiáveis ou Restri-
derizado, não como está no arquivo de origem. Você tos.
também pode editar o HTML e a CSS para ver os resulta-
dos imediatamente.

Opções da Internet – permite que você altere as confi- Zona Intranet - O nível de segurança definido
gurações da internet como exemplo a definição da página para a zona de Intranet local é aplicado aos sites e con-
inicial. teúdos armazenados em uma rede corporativa ou comer-
cial. Ele é definido como Médio (mas você pode alterá-lo
Guia Geral para qualquer outro nível).

Zona Sites Confiáveis - O nível de seguran-


ça definido para a zona de Sites Confiáveis é aplicado aos
sites que você indicou especificamente como sites nos
quais você confia que não danificarão o seu computador
ou informações. Ele é definido como Médio (mas você
pode alterá-lo para qualquer outro nível).

Zona Sites restritos - O nível de segurança


definido para a zona de Sites Restritos é aplicado aos
sites que apresentam a possibilidade de danificar o seu
computador ou informações. A adição dos sites à zona
Restrita não as bloqueia, mas impede que eles utilizem
scripts (códigos maliciosos) ou qualquer conteúdo ativo.
O nível de segurança dos sites Restritos é definido como
Alto e não pode ser alterado.
Os Níveis permitidos para acesso às zonas são:

Média – Pergunta antes de baixar qualquer conteúdo


potencialmente inseguro e bloqueia ActiveX* sem assina-
turas (autorização).
Definir uma página inicial para ser carregada toda vez
que for aberto o IE, você pode definir a página que está * ActiveX é um conjunto de tecnologias (software) criado
visitando no momento ou digitar o endereço da página de pela Microsoft para facilitar a integração entre diversas
sua preferência. aplicações, essa facilidade de integração pode ser sufici-
ente para um pirata da internet (hacker/cracker) utilizar
Guia Segurança
55
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
de códigos maliciosos para invadir seu computador, ou A partir de agora, sempre que você visitar este site, ele
infectá-lo com vírus. será exibido no Modo de Exibição de Compatibilidade. No
entanto, se o site receber atualizações para ser exibido
Médio Alto – Apropriado para a maioria dos sites, tem corretamente na versão atual do Internet Explorer, o
mais configurações de segurança, inclusive os usados no Modo de Exibição de Compatibilidade será desativado
nível médio. automaticamente.

Alta – Apropriado para sites com conteúdo perigoso, usa Habilitar o Modo de Exibição de Compatibilidade no
rigorosas configurações se segurança, desabilitando os Internet Explorer
recursos perigosos.
Método 1: Habilite o Modo de Exibição de Compatibilida-
Menu Ajuda de para sites específicos usando o Internet Explorer
Para habilitar o Modo de Exibição de Compatibilidade
Ajuda do Internet Explorer – abre o ajuda, para for- para sites específicos que não são exibidos ou não funci-
necer um auxilio ao usuário. onam corretamente, siga estas etapas:
Abra o site que não é exibido ou que não funciona corre-
O que há de novo no Internet Explorer 8 – Acesso a tamente no Internet Explorer 8 ou no Internet Explorer 9
página da Microsoft para instruções das novidades no Beta.
Internet Explorer 8. Clique no botão Modo de Exibição de Compatibilidade
localizado à direita da barra de endereços, ao lado do
Suporte on-line – abre a página de “suporte ao produ- botão Atualizar.
to” da Microsoft.
Recolher esta imagem Expandir esta imagem
Sobre o Internet Explorer – exibe as informações
sobre o programa, número da versão e os direitos auto-
rais.

(4) identificar e usar as funcionalidades das barras Ou, no menu Ferramentas, clique para marcar a opção
de Menus, Favoritos, Botões do Modo de Exibição Modo de Exibição de Compatibilidade.
de Compatibilidade, Barra de Comandos, Barra de
Status. Recolher esta imagem Expandir esta imagem

A Barra de Menus contém uma série de itens que tra-


zem funções pré-definidas, cada menu traz um grupo de
funções que servem tanto para navegação como para
mudanças no próprio programa.

Barra de Favoritos
Substitui a barra de ferramentas Hiperligações das ver-
sões anteriores do Internet Explorer e aloja não só as
suas hiperligações favoritas como também feeds e Web
Slices. Pode arrastar hiperligações a partir da barra de
Endereço ou de páginas Web para a barra de Favoritos Observação: Você pode enfrentar um dos seguintes pro-
para que as suas informações favoritas estejam apenas à blemas:
distância de um clique.
Também pode reorganizar os itens da barra de Favoritos No Internet Explorer 8, se o botão Modo de Exibição de
ou organizá-los em pastas. Pode ainda utilizar feeds e Compatibilidade não for exibido na lateral direita da barra
uma nova funcionalidade denominada Web Slices para de endereços, ou se o comando não estiver disponível no
procurar atualizações de conteúdo nos seus Web sites menu Ferramentas, não será possível usar esse método.
favoritos, sem sair da página atual. Talvez esteja ocorrendo um problema diferente, ou o
administrador da rede pode ter usado uma configuração
Botões do Modo de Exibição de Compatibilidade (a da Diretiva de Grupo para definir as configurações do
partir da versão Internet 9.0) Modo de Exibição de Compatibilidade no seu computador.

Este recurso quando ativo exibe o layout de sites que Se você estiver usando um computador doméstico, con-
foram desenvolvidos para versões anteriores do Internet sulte a seção "Problemas e soluções semelhantes e in-
Explorer e que podem não ser exibidos corretamente na formações de suporte" para executar etapas alternativas.
versão atual. Se estiver usando um computador em um ambiente cor-
porativo, contate o administrador ou o suporte técnico.
Para ativar o Modo de Exibição de Compatibilidade do
Internet Explorer, proceda da seguinte forma: No Internet Explorer 9 beta, o ícone do Modo de Exibição
Inicialmente, carregue a página que você imagina que de Compatibilidade e o menu Ferramentas não são exibi-
não tenha sido criada para o Internet Explorer 8. Agora, dos ao lado da barra de endereços. Para habilitar o Modo
com a tecla Tab, navegue até onde o Virtual Vision disser de Exibição de Compatibilidade no Internet Explorer 9
“Home, botão de divisão”. Com a seta para a direita, Beta, clique para marcar o Modo de Exibição de Compati-
encontre o botão “Ferramentas” (Alt + T) e pressione bilidade no menu Ferramentas.
Enter. No menu que se abre, navegue com a seta até Se esse método funcionar, talvez seja necessário repeti-
encontrar a opção “Modo de Exibição de Compatibilidade” lo para cada site que apresentar esses problemas.
e pressione Enter. Observação: quando você usa esse método para corrigir
um site, o Internet Explorer salva a configuração do Mo-
do de Exibição de Compatibilidade para este site. Sempre

56
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
que você visitar este site, o Modo de Exibição de Compa- www.apostilasnovaedicao.com.br e tecle Enter.
tibilidade será usado. Para impedir que um site seja exe- Confirme o site aberto acionando a tecla Zero do teclado
cutado no Modo de Exibição de Compatibilidade, execute numérico.
essas etapas:
Em seguida, crie uma nova guia para acessar outro site
Clique em Ferramentas e em Modo de Exibição de Com- teclando Ctrl + T, confirme a criação com a tecla Zero, tecle
patibilidade. Ctrl + O, em seguida digite o endereço do Portal
Recolher esta imagem Expandir esta imagem www.renatorusso.com.br (Legião Urbana) e finalize com a
tecla Enter. Confirme o site acessado com a tecla Zero do
teclado numérico.

Agora, navegando com o Tab, num dado momento o Virtual


Vision falará: “Treinamento Através do Virtual Vision, guia
de página”.Se pressionarmos a seta para a direita, vamos
encontrar a outra guia aberta (exemplo: Renato Russo).

Repita o processo para criar uma nova guia e acessar um


novo site (atalho para nova guia, Ctrl + T).

Barra de Status - Permite exibir ou ocultar a barra de


status.
Também é possível adicionar e remover sites específicos
do Modo de Exibição de Compabilidade sem visitar efeti- MOZILLA FIREFOX
vamente cada site.

Barra de Comandos (Internet Explorer 8 – não Recentemente foi lançada versão do Firefox, que pode
existe na versões anteriores) ser baixado gratuitamente no site da Mozilla Foundation.
Um dos melhores recursos do novo Firefox é que ele
Na barra de comandos é possível acessar qualquer confi- possui uma proteção anti-phishing embutida em seu
guração ou recurso do Internet Explorer, além de perso- sistema. Isso dificulta muito mais a ação de criminosos
nalizar os botões de comando de acordo com sua prefe- da web que tentam roubar dados bancários e pessoais
rência. através da Internet.
Ele possui também ferramentas de pesquisa dos maiores
Ao abrir o Internet Explorer, mesmo sem nenhum site sites de busca do mundo, incluindo o Google. Sendo
carregado, navegue com o Tab até encontrar o botão assim você nem precisa mais visitar o site de buscas,
“Home, botão de divisão” e, para conhecer as opções pode buscar diretamente no navegador. E tem mais, se
dessa barra, movimente as setas para a direita ou es- você digitar as palavras-chave diretamente no espaço
querda. reservado para o endereço, ele automaticamente vai
para a página mais relevante encontrada no Google. Com
Pressionando o botão direito do mouse (Shift + F10) as palavras certas, nem ao menos precisa procurar, bas-
sobre qualquer um dos botões, um menu será exibido e, ta digitar no endereço.
entre outras opções, descendo com a seta, vamos encon- A navegação com abas continua ativa, mas foi melhora-
trar o item “Personalizar barra de comandos”, o qual da. Agora além de poder abrir diversas abas dentro de
ainda possui submenus (leve a seta para a direita e de- uma mesma janela (economizando espaço em sua área
pois para baixo para encontrar essas outras opções). de trabalho), cada aba possui um botão de fechar e ao
Ao encontrar o item “Adicionar ou Remover Comandos”, invés de a aba diminuir quando se abrem muitas ao
tecle Enter e vamos aprender a navegar na janela que se mesmo tempo, o browser mostra uma seta no canto da
abre. De início, o Virtual Vision informará que estamos na tela para você ver as abas excedentes (como um sistema
lista de botões da Barra de Ferramentas. Esses são os de rodagem comum).
botões que já estão aparecendo na tela. O que mais chama a atenção no novo Firefox é o recurso
Session Restore (já presente em outros navegadores),
Navegando com o Tab, vamos encontrar a lista de botões que faz com que o Firefox abra a mesma secção que
disponíveis, que apresenta os botões que podemos adici- você estava utilizando em caso de quebra do sistema
onar na Barra de Ferramentas. (tanto do browser, quanto do Sistema Operacional e até
mesmo do computador). Ou seja, sem mais stress por-
Para adicionar ou remover botões, escolha o item na lista que todas as 42 abas que você tinha aberto fecharam
apropriada e, com o Tab, procure “Adicionar” ou “Remo- quando o sistema travou.
ver”. Nessa tela ainda existem as opções “Redefinir”, que
restaura a barra para seu estado original, e o botão “Fe- Mozilla Firefox
char”, que retorna a tela principal do navegador. O que mais chama a atenção
no Firefox é o recurso Session
Barra de Comandos (Abas) (Internet Explorer 8 – Restore (já presente em outros
não existe na versões anteriores) navegadores), que faz com
que o Firefox abra a mesma
É possível ter vários sites abertos e alternar de um para secção que você estava utili-
outro rapidamente apenas movimentando as setas ou Ctrl zando em caso de quebra do
+ Tab. sistema (tanto do browser,
quanto do Sistema Operacional
Ao abrir seu Internet Explorer, abra o site de apostilas da e até mesmo do computador). Ou seja, sem mais stress
Nova Edição (pressione Ctrl + O para acessar a opção porque todas as 42 abas que você tinha aberto fecharam
“Abrir”), digite o endereço: quando o sistema travou.
57
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
downloads integrado no Mozilla Firefox que permite reali-
NOVIDADES zar os downloads de arquivos mais rápido.

Navegação privativa De longe o navegador de internet Mozilla Firefox é o


A primeira grande novidade da nova versão do Firefox é melhor navegador de internet do mundo, e caso você
o novo modo de navegação privativa, inspirado nos mol- deseje testá-lo e conhecê-lo melhor, então entre no site
des lançados pela oitava versão do Internet Explorer. A oficial do Mozilla Firefox para baixar e instalar este incrí-
função se encontra no guia “Ferramentas” e pode ser vel navegador de internet que pode ser instalado e usado
iniciada a qualquer momento, sem que você perca seus juntamente com o navegador Internet Explorer.
dados de sites normais no processo.
Firefox 14
O grande diferencial deste modo é que enquanto você O que mais chama a atenção no novo Firefox é o recurso
navega privativamente, nenhum dado inserido durante a Session Restore (já presente em outros navegadores),
navegação é salvo no computador. Isso é muito interes- que faz com que o Firefox abra a mesma secção que
sante para entrar em sites bancários, por exemplo, sem você estava utilizando em caso de quebra do sistema
que nenhum rastro seja deixado por você em sua máqui- (tanto do browser, quanto do Sistema Operacional e até
na. mesmo do computador). Ou seja, sem mais stress por-
que todas as 42 abas que você tinha aberto fecharam
Limpeza de histórico personalizada quando o sistema travou.
O novo Firefox permite que você decida qual período de
tempo no passado você gostaria de excluir do histórico. A A grande novidade que a versão 14 do Firefox traz para
limpeza ocorre da mesma maneira que as versões ante- os seus utilizadores está relacionada com a segurança
riores, dentro do guia “Ferramentas”, mas permite que das nossas pesquisas no motor de busca da Google.
você decida apagar algumas horas, dias ou o histórico A partir desta versão, todas as pesquisas feitas na Goo-
inteiro de navegação. gle vão usar o protocolo HTTPS, de forma nativa, sem
que os utilizadores tenham de se preocupar em escolher
este método.
Para já este é o único motor de pesquisa que suporta
esta funcionalidade, mas a Mozilla espera alargar a ou-
tros que o disponibilizem.
A somar a esta novidade está outra que será útil para os
utilizadores do Mac OS X. A versão 14 do Firefox passa a
suportar o modo full screen. Fica assim optimizada a
utilização do ecrã do Mac para as navegações, visualiza-
ções de vídeos ou outros conteúdos que façam melhor
utilização deste modo.
Par aumentar a segurança da utilizações deste browser,
a Mozilla alterou a forma como identifica os métodos de
Navegação ciente de localização acesso aos sites, melhorando a informação visual dada
Outra característica muito interessante da nova versão aos utilizadores.
do navegador da Mozilla é sua capacidade de informar Os acessos via HTTP passam a ter um simples globo, os
exatamente a localização do seu computador no globo, que implementam HTTPS e encriptação SSL um cadeado
permitindo que sites com funções compatíveis ofereçam e o texto https no endereço e os que usam certificados
o conteúdo ideal para suas necessidades. EV (Extended Validation) passam a apresentar um cade-
ado verde e o nome do dono do site.
Ao adentrar em um site que ofereça o recurso, o Firefox
perguntará se você deseja enviar sua localização para o
serviço. Vale lembrar que nenhum dado ou informação
pessoal será utilizado contra você, oferecendo apenas
sua localidade a partir do IP de origem de sua máquina.

Rapidez na exibição
Outra mudança substancial na estrutura do programa é
em relação ao Gecko layout engine, que possibilita visua-
lizar o conteúdo das páginas de uma maneira mais rápida
e funcional que as versões anteriores do navegador,
minimizando erros.

Também visando se adaptar aos novos conceitos do de-


senvolvimento na Internet, o navegador apresenta su-
porte ao novo formato HTML 5, que conta com inovações
em diversos aspectos, em especial no que se refere à
mídia exibida nos sites e páginas da web.

A segurança do Mozilla Firefox não se compara a nenhum


outro navegador de internet que existe na rede mundial Os plugins do Firefox sofreram também uma pequena
de computadores, onde o Mozilla Firefox é o mais seguro alteração nesta versão 14 e podem agora ser lançados
e o que possui a mais alta velocidade na exibição de apenas quando clicarem neles. Este funcionalidade re-
imagens, caracteres de texto, animações em Java, vídeos quer uma alteração mínima do about:config.
e vários outros aplicativos e dados que necessitem de
velocidade, além de possuir um excelente gerenciador de

58
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Para terminar as alterações visíveis falta apenas referir
que a Awesome Bar, a barra de endereço do Firefox, já
efetua o auto-complete dos endereços escritos.

Os programadores de extensões do Firefox passam ago-


ra a poder usar novas API’s. A que permite usar o rato de
forma mais precisa e interagir com o browser com base
nos seus movimentos, de nome Pointer Lock, está dispo-
nível, bem como outra que permite que bloqueiem o
hibernar do monitor.

Foram resolvidos outros bugs que afctavam a versão Você pode alterar os itens que aparecem no menu ou
anterior do Firefox, não apenas de segurança, mas tam- barra de ferramentas.
bém relacionados com problemas baseados nos diversos 1. Clique no botão e escolha Personalizar.
sistemas operativos onde o Firefox pode ser usado. o Uma aba especial será aberta, permitindo-lhe
arrastar e soltar itens do menu e barra de ferramentas.
RESTAURAR A PÁGINA INICIAL PADRÃO Experimente o que funciona melhor para você. Você pode
começar de novo, clicando no botão Restaurar padrões
Para restaurar as configurações da página inicial, siga os na parte inferior da tela.
seguintes passos:
1. Clique no menu e selecione Opções 1. Quando terminar, clique no botão verde Sair da
2. Selecione o painel Geral. personalização.
3. Clique no botão Restaurar padrão localizado logo
abaixo do campo Página Inicial. ATIVE A BARRA DE TÍTULO, BARRA DE MENU OU A
BARRA DE FAVORITOS

Para ativar a Barra de título:


1. Clique no botão e escolha Personalizar.
2. Clique no botão barra de título no canto inferior
esquerdo.
3. Clique no botão verde Sair da personalização.
Para ativar a barra de menus ou barra de favorito:
1. Clique no botão e escolha Personalizar.
2. Clique em Exibir/ocultar barras no menu suspen-
so na parte inferior da tela e escolha os itens que você
1. Feche a janela about:preferences. Quaisquer deseja exibir.
alterações feitas serão salvas automaticamente. 3. Clique no botão verde Sair da personalização.

PERSONALIZE OS CONTROLES, BOTÕES E BARRAS VISUALIZE OS MENUS E A BARRA DE FERRAMEN-


DE FERRAMENTAS DO FIREFOX TAS DO THUNDERBIRD

Se a Barra de Menu aparece ou não, depende do seu


O botão > fornece um acesso conveniente a seus recur- Sistema Operacional.
sos favoritos do Firefox. Não gosta do arranjo padrão? É Para usuários de Windows e Linux, existem dois casos:
fácil personalizar. Existe algo que você usa o tempo to- • Para usuários antigos do Thunderbird, se a Barra
do? Tente adicioná-lo à barra de ferramentas principal. de Menu não estiver aparecendo, geralmente é porque
Nós mostraremos como. foi acidentalmente escondida pelo próprio usuário.

• Para novos usuários do Thunderbird que começa-


ram a usar alguma versão lançada depois de novembro
de 2012,a Barra de Menu está escondida por padrão.

BARRA DE MENU ESCONDIDA


Se você começou a usar alguma versão lançada depois
de novembro de 2012, agora você tem um Botão Menu
no canto superior direito que tem as funções mais co-
muns em um único menu. Se é a primeira vez que você
usa o ThunderBird, a Barra de Menu está escondida, por
padrão.
PERSONALIZE O MENU OU A BARRA DE FERRAMEN-
TAS

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
• Para mostrar temporariamente a barra de menu,
pressione Alt.
• Para fazer com que barra de menu volte a apa-
recer o tempo todo, dê um click com o botão direito do
mouse em uma área vazia da barra superior e marque a
opção Barra de Menu no menu pop-up.

ATALHOS DE TECLADO - EXECUTE TAREFAS CO-


MUNS RAPIDAMENTE NO FIREFOX

Esta é uma lista de atalhos de teclado do Firefox.


Nota: Atalhos de teclado podem ser personalizados
usando o complemento Menu Wizard.

Índice
• Navegação
• Página atual
• Edição
• Pesquisa
• Janelas e Abas
• Histórico
• Favoritos
• Ferramentas
• Visualizador de PDF
• Outros
• Atalhos de multimídia
• Atalhos do desenvolvedor

NAVEGAÇÃO

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

61
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
• Barra de menus: Essa barra de ferramenta fica
na parte superior da janela do Thunderbird e contém os
menus de navegação (Arquivo, Editar, Ajuda, etc.). No
Windows Vista e versões posteriores, a Barra de menus
está escondida por padrão, e suas funcionalidades estão
contidas no botão Thunderbird Menu (o botão com três
faixas horizontais na parte superior direita). Se a Barra
de menus estiver escondida, basta pressionar a tecla Alt
para exibi-la temporariamente.
• Barra de ferramentas de e-mails: Essa barra de
ferramentas (que está embaixo da Barra de menus) con-
tém botões relacionados aos e-mails, como Receber E-
mails,Escrever, Bate-Papo, Tag, Filtro Rápido, etc.
• Faixa de abas: Este é o local onde as abas, como
as abas da sua caixa de entrada e os complementos do
Thunderbird, são exibidas. Você não pode escondê-la.

COMO PERSONALIZO OU TROCO DE LUGAR OS


ITENS DA BARRA DE FERRAMENTAS?

1. Clique com o botão direito numa parte vazia da


Faixa de abas e selecione Personalizar.

janela de personalização abrirá.

COMO PERSONALIZAR AS BARRAS DE FERRAMEN-


TAS 1. Troque os itens da barra de ferramentas como
quiser.
As barras de ferramentas do Thunderbird provém fácil o Para adicionar um item, arraste-o da janela de
acesso a funcionalidades comuns. Esse artigo explica Personalização para a barra de ferramentas onde gosta-
como personalizar as barras de ferramentas para fazer o ria que o item aparecesse.
Thunderbird trabalhar do seu jeito. o Para remover um item, arraste-o para a janela
de Personalização da barra de ferramentas.
COMO EXIBIR E ESCONDER DIFERENTES BARRAS o Para mudar um item de local, arraste-o para
DE FERRAMENTAS? onde deseja que ele permaneça.

A maioria das barras de ferramentas podem ser escondi- 2. Quando tiver terminado, clique no botão Fechar.
das ou exibidas de acordo com suas necessidades. Para Experimente: Faça experimentos com diferentes tipos de
exibir ou esconder uma barra de ferramenta, clique com arrumações. Você sempre poderá restaurar as configura-
o botão direito em uma área vazia da faixa de abas e ções padrões das barras de ferramentas clicando em
marque ou desmarque-a no menu pop-up. Restaurar barras padrão da janela de Personalização da
barra de ferramentas.

62
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
GOOGLE CHROME 42 E VERSÕES POSTERIORES Exemplos: www.apostilasnovaedicao.com.br
www.google.com.br e outros.
Você poderá utilizar a barra para:
O navegador da web é, sem sombra de dúvida, o softwa- Voltar uma página anterior <-
re mais importante do computador. Você passa muito Avançar uma página posterior ->
tempo on-line em um navegador: quando você pesquisa, Quando acessar uma página e quiser parar a operação
bate papo, envia e-mails, faz compras, realiza operações você pode clicar em parar no botão com X
bancárias, lê o jornal e assiste a vídeos on-line, normal- Atualizar a página quando algum item não apareceu ou
mente, você usa um navegador. ainda se você está em uma subpágina e deseja voltar a
página inicial é só clicar no botão Página Inicial (o dese-
Velocidade nho da Casa).
O Google Chrome foi projetado para ser o mais rápido
possível. Ele é iniciado rapidamente a partir da área de
trabalho, carrega páginas da web em instantes e executa
aplicativos da web complexos em altíssima velocidade.
Saiba mais sobre o Google Chrome e velocidade.
A navegação na internet é muito fácil em questões de
Simplicidade alguns minutos o usuário estará dominando a navegação.
A janela do navegador Google Chrome é simples e limpa,
apresentando recursos projetados para serem eficientes
Serviços Básicos
e fáceis de usar. Por exemplo, você pode pesquisar e
navegar a partir da mesma caixa e organizar guias como Servidores Internet podem oferecer vários serviços como
quiser, com rapidez e facilidade. copiar arquivos, enviar mensagens para outros usuários,
E-Mail, FTP, TELNET, participar de grupos de discussão e
Segurança visitar serviços de informação são os principais.
O Google Chrome foi projetado para manter você mais
protegido e seguro na web com uma proteção integrada Chrome 60 para Android
contra malware e phishing, atualizações automáticas
para garantir que você tenha as últimas atualizações de O novo widget de pesquisas do Chrome 60 é bastante
segurança e muito mais. poderoso e rápido, abrindo a Omnibox (tecnologia utili-
zada pela Google na barra de endereços do Chrome)
Fazer login no Chrome para realizar pesquisas ou inserir URLs assim que é toca-
Fazer login no Google Chrome traz seus favoritos, histó- do na tela inicial. Ele também possui um atalho para
rico e outras configurações para todos os seus computa- fazer pesquisas por voz direto no navegador. O tamanho
dores. Acesse o menu de chave inglesa e selecione "Fa- padrão do widget é de 4 por 2 slots de espaço, mas ele
zer login no Chrome.” pode ser redimensionado do tamanho 1 por 1 até preen-
cher completamente uma página.
E mais recursos
O Google Chrome tem muitos recursos úteis incorpora-
dos, incluindo tradução automática de toda a página e
acesso a milhares de aplicativos, extensões e temas da
Chrome Web Store, bem fáceis de acessar a partir do
programa aberto.

Internet Explorer
O mais famoso dos navegadores é conhecido também
pelos especialistas como sendo o pior deles. Com falhas
de segurança descobertas dia após dia e o maior índice
de erros entre todos os navegadores entre os mais co- Nova opção para colar links chega junto com nova atuali-
nhecidos, além de ser o browser com a pior aceitação de zação
código css e má interpretação dos códigos html. Em sua A nova função “sugestão de colagem na Omnibox” tam-
nova versão, muitos desses problemas foram corrigidos. bém está presente na última atualização. Ao tocar na
Agora ele aceita o CSS 2.0 (codificação responsável pelo barra de endereços e pesquisa, uma opção de colar os
posicionamento de elementos no site) que já era aceito links recentemente copiados irá aparecer.
pelo firefox e opera há algum tempo. Além disso ele está
mais "standard-compliant", o que significa que ele segue Já o novo modo de navegação anônima que chegou aos
mais à risca as regras da W3C. Mas, como sempre, al- desktops ainda não foi implementado nesta versão para
guns dias após seu lançamento já foi encontrada a pri- o Android.
meira brecha de segurança e também uma má notícia
para usuários de sistemas antigos: apenas o Windows XP Para os desenvolvedores, a API de Pagamentos para o
oficial aceita a instalação do Internet Explorer 7. autopreenchimento de formulários agora permite o aces-
so a aplicativos de pagamento nativos do Android. Já a
A NAVEGAÇÃO NA WEB API de Gerenciamento de Credenciais se tornou mais
simples de implementar, retornando as senhas de usuá-
Tendo conectado ao servidor o usuário na parte acima no rio diretamente.
campo de titulo Endereço o usuário devera colocar a URL,
ou seja, o endereço da página a ser visitada e após te- Por último, foram feitas alterações no modo como o
clar Enter. Chrome carrega e exibe as fontes de texto utilizadas
pelos sites. Anteriormente, o navegador só carregava o
texto das páginas depois de baixar a fonte corresponden-
te, agora os desenvolvedores podem dizer como e quan-

63
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
do o Google Chrome deve mostrar o conteúdo em texto 1. Em uma das janelas que você deseja ver, clique
durante o carregamento da página.
em Maximizar e mantenha essa opção pressiona-
Nas versões anteriores, o navegador atrasava o texto de
da.
renderização até que a fonte correspondente fosse bai-
2. Arraste até a seta da esquerda ou da direi-
xada. Com essas novas adições, os desenvolvedores
podem especificar como e quando o Chrome exibe conte- ta .
údo de texto durante a carga. 3. Repita o procedimento para uma segunda janela.
Dica: também é possível usar o atalho Alt + [, para
Com este suporte os utilizadores passam a ter um con- mover para a esquerda, ou Alt + ], para mover para a
junto de atalhos na Touch Bar para interagir com o direita.
browser.
Abrir e fechar janelas e guias
 Abrir uma nova janela: pressione Ctrl + n
 Abrir uma nova guia: pressione Ctrl + t
As funções que aparecem podem ser personalizadas. Fechar janela ou guia: no canto superior
Para isso, no Chrome, basta ir a Ver > Personalizar
Touch Bar… direito, clique em Fechar
 Reabrir uma janela ou guia que você
fechou: pressione Ctrl + Shift + t

Alterar o tamanho da janela


 Ver em tela cheia: na parte superior do tecla-
do, pressione Tela cheia (ou F4).
 Maximizar janela: no canto superior direito,
Depois o utilizador poderá escolher quais os elementos clique em Maximizar .
que pretende ver na Touch Bar associados ao Chrome.  Minimizar janela: no canto superior direito,
Para os incluir na Touch Bar basta que os arraste para a
clique em Minimizar .
zona inferior do ecrã.

Reordenar, mover ou fixar guias


É possível unir guias relacionadas ou mover uma
guia para dentro ou fora de uma janela. Além disso,
se você sempre abre uma página da Web específica,
por exemplo, seu e-mail, fixe esta guia para facilitar
a localização dela.
 Reordenar guias dentro da mesma janela:
arraste a guia para uma posição diferente na parte
superior da janela do navegador.
 Mover uma guia para uma nova janela: cli-
que na guia e arraste-a para fora da janela. É possí-
vel transformar a guia em uma janela ou arrastá-la
Nos últimos anos o Chrome tem vindo a sofrer várias para outra janela.
alterações, a diferentes níveis, com o objetivo de se  Fixar uma guia no lugar: com o botão direito
adaptar às novas tecnologias direcionadas para a Web do mouse, clique na guia e selecione Fixar guia.
mas também para oferecer a melhor experiência de na- Uma guia fixada será exibida no lado esquerdo da
vegação em qualquer dispositivo. janela do navegador e ela estará menor.
Se tem um MacBook Pro certamente que vai gostar da
última novidade. Para quem tem Windows e Linux deve Atalhos de guias e janelas
também proceder à atualização por questões de segu-
rança.

Multitarefas com janelas e guias

É possível concluir tarefas mais rapidamente reorgani-


zando e movendo suas janelas e guias.

Alternar entre janelas rapidamente

Pressione a tecla Alt e mantenha-a pressionada. Depois,


toque em Tab até que a janela desejada seja aberta.

Ver duas janelas ao mesmo tempo

64
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

Atalhos de páginas da Web

Atalhos de recursos do Google Chrome

Atalhos do mouse
Os atalhos a seguir exigem que você use o mouse:

Atalhos da barra de endereço


Use os seguintes atalhos na barra de endereço:

65
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
Chrome é mais novo dos grandes navegadores e já con- poupe seu tempo. Aqui falaremos um pouco mais sobre
quistou legiões de adeptos no mundo todo. O programa os conceitos e ações mais básicas do programa.
apresenta excelente qualidade em seu desenvolvimento,
como quase tudo o que leva a marca Google. O browser Com o Google Chrome, você acessa os sites da mesma
não deve nada para os gigantes Firefox e Internet Explo- forma que seus semelhantes – IE, Firefox, Opera. Ao
rer e mostra que não está de brincadeira no mundo dos executar o programa, tudo o que você precisa fazer é
softwares. digitar o endereço do local que quer visitar. Para acessar
o portal Baixaki, por exemplo, basta escrever baixa-
Funções visíveis ki.com.br (hoje é possível dispensar o famoso “www”,
inserido automaticamente pelo programa.)
No entanto nem sempre sabemos exatamente o link que
Antes de detalhar melhor os aspectos mais complicados queremos acessar. Para isso, digite o nome ou as pala-
do navegador, vamos conferir todas as funções disponí- vras-chave do que você procura na mesma lacuna. Desta
veis logo em sua janela inicial. Observe a numeração na forma o Chrome acessa o site de buscas do Google e
imagem abaixo e acompanhe sua explicação logo em exibe os resultados rapidamente. No exemplo utilizamos
seguida: apenas a palavra “Baixaki”.

1. As setas são ferramentas bem conhecidas por todos


que já utilizaram um navegador. Elas permitem avançar
ou voltar nas páginas em exibição, sem maiores deta- Abas
lhes. Ao manter o botão pressionado sobre elas, você A segunda tarefa importante para quem quer usar o
fará com que o histórico inteiro apareça na janela. Chrome é lidar com suas abas. Elas são ferramentas
muito úteis e facilitam a navegação. Como citado anteri-
2. Reenviar dados, atualizar ou recarregar a página. ormente, basta clicar no botão com um “+” para abrir
Todos são sinônimos desta função, ideal para conferir uma nova guia.
novamente o link em que você se encontra, o que serve Outra forma de abri-las é clicar em qualquer link ao pres-
para situações bem específicas – links de download per- sionar a rodinha do mouse, o que torna tudo ainda mais
didos, imagens que não abriram, erros na diagramação rápido. Também é possível utilizar o botão direito sobre o
da página. novo endereço e escolher a opção “Abrir link em uma
nova guia”.
3. O ícone remete à palavra home (casa) e leva o na-
vegador à página inicial do programa. Mais tarde ensina- Liberdade
remos você a modificar esta página para qualquer ende- É muito fácil manipular as abas no Google Chrome. É
reço de sua preferência. possível arrastá-las e mudar sua ordem, além de arran-
car a aba da janela e desta forma abrir outra indepen-
4. A estrela adiciona a página em exibição aos favori- dente. Basta segurar a aba com o botão esquerdo do
tos, que nada mais são do que sites que você quer ter a mouse para testar suas funções. Clicar nelas com a rodi-
disposição de um modo mais rápido e fácil de encontrar. nha do mouse faz com que fechem automaticamente.

5. Abre uma nova aba de navegação, o que permite


visitar outros sites sem precisar de duas janelas diferen-
tes.

6. A barra de endereços é o local em que se encontra o


link da página visitada. A função adicional dessa parte no
Chrome é que ao digitar palavras-chave na lacuna, o
mecanismo de busca do Google é automaticamente ati-
vado e exibe os resultados em questão de poucos segun-
dos.
O botão direito abre o menu de contexto da aba, em que
7. Simplesmente ativa o link que você digitar na lacuna
é possível abrir uma nova, recarregar a atual, fechar a
à esquerda.
guia ou cancelar todas as outras. No teclado você pode
abrir uma nova aba com o comando Ctrl + T ou sim-
8. Abre as opções especiais para a página aberta no
plesmente apertando o F1.
navegador. Falaremos um pouco mais sobre elas em
Fechei sem querer!
seguida.
Quem nunca fechou uma aba importante acidentalmente
9. Abre as funções gerais do navegador, que serão
em um momento de distração? Pensando nisso, o Chro-
melhor detalhadas nos próximos parágrafos.
me conta com a função “Reabrir guia fechada” no menu
Para Iniciantes
de contexto (botão direito do mouse). Basta selecioná-la
Se você nunca utilizou um navegador ou ainda tem dúvi-
para que a última página retorne ao navegador.
das básicas sobre essa categoria de programas, continue
lendo este parágrafo. Do contrário, pule para o próximo e

66
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

Antes de continuar com as outras funções do Google


Chrome é legal deixar o programa com a sua cara. Para
isso, vamos às configurações. Vá até o canto direito da Configurações avançadas
tela e procure o ícone com uma chave de boca. Clique
nele e selecione “Opções”.
Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado
para usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade,
que podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com
suas preferências.

Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em


“Local de download” é possível escolher a pasta em que
os arquivos baixados serão salvos. Você também pode
definir que o navegador pergunte o local para cada novo
download.

Downloads

Todos os navegadores mais famosos da atualidade con-


tam com pequenos gerenciadores de download, o que
facilita a vida de quem baixa várias coisas ao mesmo
tempo. Com o Google Chrome não é diferente. Ao clicar
Inicialização: aqui é possível definir a página inicial do em um link de download, muitas vezes o programa per-
navegador. Basta selecionar a melhor opção para você e guntará se você deseja mesmo baixar o arquivo, como
configurar as páginas que deseja abrir. ilustrado abaixo:
Página inicial: caso esta tenha sido a sua escolha na aba
anterior, defina qual será a página inicial do Chrome.
Também é possível escolher se o atalho para a home
(aquele em formato de casinha) aparecerá na janela do
navegador.
Pesquisa padrão: como o próprio nome já deixa claro,
aqui você escolhe o site de pesquisas utilizado ao digitar
na lacuna do programa. O botão “Gerenciar” mostra a
lista de mecanismos.
Navegador padrão: aqui você pode definir o aplicativo
como seu navegador padrão. Se você optar por isso,
Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embaixo
sempre que algum software ou link for executado, o
da janela, mostrando o progresso do download. Você
Chrome será automaticamente utilizado pelo sistema.
pode clicar no canto dela e conferir algumas funções
Coisas pessoais
especiais para a situação. Além disso, ao selecionar a
Senhas: define basicamente se o programa salvará ou
função “Mostrar todos os downloads” (Ctrl + J), uma
não as senhas que você digitar durante a navegação. A
nova aba é exibida com ainda mais detalhes sobre os
opção “Mostrar senhas salvas” exibe uma tabela com
arquivos que você está baixando.
tudo o que já foi inserido por você.
Preenchimento automático de formulário: define se os
Pesquise dentro dos sites
formulários da internet (cadastros e aberturas de contas)
serão sugeridos automaticamente após a primeira digita-
ção.
Dados de navegação: durante o uso do computador, o
Chrome salva os dados da sua navegação para encontrar
sites, links e conteúdos com mais facilidade. O botão
“Limpar dados de navegação” apaga esse conteúdo, en-
quanto a função “Importar dados” coleta informações de
outros navegadores.
Temas: é possível modificar as cores e todo o visual do
navegador. Para isso, clique em “Obter temas” e aplique
um de sua preferência. Para retornar ao normal, selecio-
ne “Redefinir para o tema padrão”. Outra ferramenta muito prática do navegador é a possi-
bilidade de realizar pesquisas diretamente dentro de
alguns sites, como o próprio portal Baixaki. Depois de
usar a busca normalmente no nosso site pela primeira
vez, tudo o que você precisa fazer é digitar baixaki e

67
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA
teclar o TAB para que a busca desejada seja feita dire-
tamente na lacuna do Chrome.

Navegação anônima
Se você quer entrar em alguns sites sem deixar rastros
ou históricos de navegação no computador, utilize a na-
vegação anônima. Basta clicar no menu com o desenho
da chave de boca e escolher a função “Nova janela anô-
nima”, que também pode ser aberta com o comando Ctrl
+ Shift + N.

Gerenciador de tarefas

Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno


gerenciador de tarefas incluso no programa. Clique com
o botão direito no topo da página (como indicado na
figura) e selecione a função “Gerenciador de tarefas”.

Desta forma, uma nova janela aparecerá em sua tela. Ela


controla todas as abas e funções executadas pelo nave-
gador. Caso uma das guias apresente problemas você
pode fechá-la individualmente, sem comprometer todo o
programa. A função é muito útil e evita diversas dores de
cabeça.

68
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

12. ASCII (AMERICAN ASCII: codificação de


GLOSSÁRIO MODERNO DE INFORMÁTICA
STANDARD CODE FOR caracteres de sete bits
INFORMATION baseada no alfabeto inglês.
INTERCHANGE) Os códigos ASCII
1. ABEND ABEND: erro de programa representam texto em
(ABNORMAL ou JCL no ambiente. computadores,
END) equipamentos de
2. ABNORMAL Finalização anormal: saída comunicação, entre outros
TERMINATION que não está sob controle dispositivos que trabalham
do programa. com texto.
3. ACCELERATED Accelerated Graphics Port 13. ATTACHMENT Anexo: arquivo que
GRAPHICS (Porta Gráfica Acelerada): acompanha uma mensagem
PORT barramento de computador de e-mail.
(computer bus) ponto a 14. BACKUP Backup: cópia de segurança
ponto de alta velocidade, de dados e programas.
padrão para conectar um
tipo de periférico a uma 15. BATCH PROGRAM Arquivo de lote: arquivo de
placa-mãe de computador. texto não formatado que
4. ACF/2 (ACCESS ACF2: solução de segurança contém um ou mais
CONTROL FACILITY) para os ambientes z/OS comandos do MS-DOS, ao
com ferramentas de qual é atribuída uma
emissão de relatórios e extensão BAT.
ferramentas administrativas 16. BATCH WINDOW Janela do Lote: tempo
abrangentes incorporadas. disponível para uma
5. ACF/2 (ACCESS ACF2: solução de segurança operação de processamento
CONTROL FACILITY) para os ambientes z/OS em lote intensiva, como um
com ferramentas de backup em disco.
emissão de relatórios e 17. BETA Beta: versão piloto de uma
ferramentas administrativas aplicação que visa testar o
abrangentes incorporadas seu desempenho.
6. ACTIVE DESKTOP Active Desktop: 18. BIOS (BASIC BIOS: programa que
componente do Internet INPUT OUTPUT SYSTEM) funciona como interface
Explorer que apresenta entre o hardware e o
páginas da Web na área de sistema operacional,
trabalho do Windows. indicando os equipamentos
7. AI. (ARTIFICIAL Inteligência Artificial: parte existentes e disponíveis
INTELIGENCE) da ciência da computação para determinadas funções.
que estuda como capacitar 19. BIT (BINARY Bit (Dígito Binário): menor
computadores com DIGIT) unidade de informação de
inteligência similar à um sistema de informática.
humana. 20. BLUETOOTH Bluetooth: uma
8. AIX SYSTEM Advanced Interactive especificação industrial para
eXecutive, ou simplesmente áreas de redes pessoais
AIX, é uma versão da IBM sem fio. Provê uma maneira
para o sistema operacional de conectar e trocar
Unix que é executado em informações entre
computadores IBM de dispositivos como telefones
médio porte. celulares.
9. APACHE Servidor Apache: servidor 21. BROWSER Navegador: programa
web livre mais bem utilizado para visualizar as
sucedido. páginas da Web e navegar
10. APPLE Apple: empresa na Internet.
multinacional norte- 22. BYTE (BINARY Byte (Termo Binário):
americana que atua no TERM) conjunto de oito bits que
ramo de aparelhos determinam as informações
eletrônicos e informática no computador.
famosa principalmente pela 23. C++ C++ (lê-se "cê mais mais"):
fabricação do computador linguagem de programação
de marca registrada, de alto nível com facilidades
Macintosh, com seu próprio para o uso em baixo nível,
sistema operacional, Mac multiparadigma e de uso
OS, entre outros produtos. geral.
11. APPLICATION Aplicativo: programa 24. CGI (COMMON CGI: interface para
destinado a executar uma GATEWAY INTERFACE) programadores de scripts
tarefa específica no ou aplicativos executados
computador. em segundo plano num
servidor Web.

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25. CHIP Chip: pastilha de silício 37. DEFAULT Padrão: valor que é
onde ficam os circuitos assumido automaticamente
integrados compostos por pelo sistema quando o
milhões de componentes usuário não especifica o seu
eletrônicos e essenciais aos valor.
computadores. 38. DEVELOPMENT Ferramentas de
26. CICS (CUSTOMER CICS: monitor de TOOLS desenvolvimento
INFORMATION CONTROL transações utilizado em 39. DIAGRAM Diagrama: descrição gráfica
SYSTEM) grandes corporações. de um modelo ou de uma
27. COBOL COBOL: linguagem de parte dele.
programação de Terceira 40. DIRETORY Diretório: unidade lógica de
Geração para sistemas armazenamento que
comerciais, financeiros e permite agrupar arquivos
administrativos para em pastas hierárquicas.
empresas e governos. 41. DOS (DISK DOS: sistema operacional
28. CONNECTION Conexão: caminho que OPERATING SYSTEM) com interface de linha de
torna possível a troca de comando.
informações na rede. 42. DOWNLOAD Download: ação de copiar
29. COOKIE Cookie: parte da informação um arquivo ou programa de
de um usuário, armazenada um computador remoto por
no browser, que fica meio da Internet.
disponível para o servidor 43. DRAWING TOOLS Ferramenta de desenho:
identificá-la. ferramenta usada para
30. CRACKER Cracker: aquele que quebra desenhar linhas, círculos e
a proteção de cópia do trocar cores.
software ou invade um site 44. DRIVE Drive: unidade que permite
com fins maliciosos. a gravação e leitura de
31. CREATE, Create, Retrieve (READ), disquetes, CD-ROM ou
RETRIEVE (READ), Update e Delete (CRUD): outros dispositivos.
UPDATE E DELETE sigla usada para definir 45. DRIVER Driver: software que
(CRUD) quatro operações básicas permite a comunicação do
usadas em bancos de dados computador com um
relacionais ou em interface dispositivo específico, como
para usuários para criação, uma placa de vídeo ou
consulta, atualização e impressora.
destruição de dados 46. EAI (ENTERPRISE EAI: referência aos meios
32. DAEMON (DISK DAEMON (Monitor de APPLICATION computacionais e aos
AND EXECUTION Execução e de Disco): INTEGRATION) princípios de arquitetura de
MONITOR) programa de computador sistemas utilizados no
que roda em background, processo de Integração de
ao invés de ser controlado Aplicações Corporativas. Os
diretamente por um procedimentos e
usuário. ferramentas de EAI
33. DATA Dados: matéria-prima da viabilizam a interação entre
computação. Qualquer tipo sistemas corporativos
de informação que pode ser heterogêneos por meio da
armazenada e utilizada pelo utilização de serviços.
computador na busca de 47. EMBEDDED Navegador integrado:
resultados. BROWSER navegador de rede
34. DATABASE Banco de dados: programa embutido em outro
que organiza conjuntos de software.
informações em sequências 48. EMOTICON Emoticon: forma de
lógicas que permitem fácil comunicação paralinguística
acesso pelos programas que tenta transmitir, por
aplicativos. meio de ícones ilustrativos,
35. DB2 DB2: Sistema Gerenciador o estado psicológico ou
de Banco de Dados emotivo de quem os
Relacionais (SGDBR) emprega.
produzido pela IBM. 49. EMULATOR Emulador: software que
36. DBMS (DATABASE SGBD (Sistema Gestor de permite que um programa
MANAGEMENT SYSTEM) Base de Dados): conjunto feito para um tipo de
de programas de computador seja utilizado
computador responsáveis em outro.
pelo gerenciamento de uma 50. EQUIJOIN Junção equivalente: uma
base de dados junção que só utiliza
predicados emparelhados.

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51. ERP (ENTERPRISE ERP: sistemas de 63. FIREFOX Firefox: navegador livre e
RESOURCE PLANNING) informação que integram de multiplataforma
todos os dados e processos desenvolvido pela Mozilla
de uma organização em um Foundation.
único sistema. 64. FIREWALL Firewall: ferramenta para
52. ERROR CODE Código de erro: valor que proteger informações.
identifica uma condição de 65. FIREWIRE Firewire: tecnologia que
erro no sistema. permite interconexão de
dispositivos em velocidade
53. ERROR Manipulação de erros: de até 50 MB.
HANDLING código escrito de usuário 66. FLASH Flash: programa de gráficos
que processa erros em vetoriais para a criação e
programas ou arquivos. exibição de animações pela
Internet.
54. ESB (ENTERPRISE Enterprise Service Bus: 67. FLOPPY-DISK Disquete: disco de mídia
SERVICE BUS) arquitetura de construção magnética removível, para
de software tipicamente armazenamento de dados.
implementada em 68. FLOW Fluxo: a passagem de uma
tecnologias encontradas na informação de um processo
categoria de produtos de a outro.
infraestrutura de 69. FORMAT Formatar: organizar dados
middleware. Normalmente 70. FRAMEWORK Estrutura: abstração que
baseado no reconhecimento une códigos comuns entre
de padrões, que fornecem vários projetos de software
uma base de serviços para provendo uma
arquiteturas mais funcionalidade genérica
complexas via um driver de 71. FREEWARE Freeware: software
evento e padrões baseados distribuído gratuitamente,
em mensagens (BUS). sem cobrança de licença ou
55. EVENT STORE Armazenamento de direitos autorais.
eventos: cache onde 72. FRONT SIDE BUS Barramento Frontal: é o
eventos são gravados antes barramento de
que possam ser transferência de dados que
processados. transporta informação entre
56. EXEC INTERFACE Bloco de interface EXEC: a UCP e o Northbridge da
BLOCK bloco de controle associado placa-mãe.
a cada tarefa em um 73. FTP (FILE FTP (Protocolo de
ambiente de comando TRANSFER PROTOCOL) Transferência de Arquivo):
CICS. um dos protocolos usados
57. EXPANSION UNIT Unidade de expansão: para controlar a
atributo que pode ser transmissão de arquivos via
conectado a um sistema Internet.
para fornecer 74. GAP GAP: sistema de álgebra
armazenamento adicional e computacional utilizado
capacidade de para identificar uma
processamento. determinada funcionalidade
58. EXPIRATION Data de expiração: data de um sistema.
DATE que um arquivo de base de 75. GATEWAY Gateway: mecanismo que
dados não deve ser usado. permite a ponte entre duas
59. FAQ FAQ: perguntas feitas com redes que trabalham como
(FREQUENTLY ASKED mais frequência. protocolos diferentes.
QUESTIONS) 76. GIF (GRAPHICS GIF: formato de arquivo de
60. FEATURE Recurso: parte de um INTERCHANGE FORMAT) imagem mais comum.
produto da IBM que pode 77. GIGABYTE Gigabyte: unidade de
ser pedido separadamente
medida utilizada para
pelo cliente.
determinar a capacidade de
61. FIBRE CHANNEL Fibre channel: tecnologia de memória e armazenamento
redes de computadores de nos computadores.
alto-débito usada para Corresponde,
armazenamento em rede. aproximadamente, a um
62. FILE Arquivo: documento ou bilhão de caracteres.
coleção de informações 78. GRANULARITY Granularidade: maneira que
armazenadas em um disco pode dividir física ou
e identificadas por um logicamente um elemento
nome e uma extensão, que ou uma informação.
determinam a sua natureza 79. GSM (GLOBAL GSM: sistema global de
– som, imagem ou texto. SYSTEM FOR MOBILE comunicação móvel; padrão
COMMUNICATION) de transmissão de
informações.

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80. HARD DISK Disco rígido: meio de 95. INFORMATION Tecnologia da Informação
armazenamento magnético TECHNOLOGY (IT), (TI): conjunto de todas as
mais utilizado pelo atividades e soluções
computador. providas por recursos de
81. HARDWARE Hardware: parte física do computação.
computador, componentes 96. INSTALLATION Instalação: processo de
como placas de circuitos, adicionar um hardware ou
discos de armazenamento, software em um
monitores e impressoras. computador;
82. HASH Hash: sequência de bits 97. INTERFACE Interface: parte do software
geradas por um algoritmo, que interage com o usuário
em geral representada em para receber comandos e
base hexadecimal, que transmitir informações.
permite a visualização em 98. INTERNET Internet: rede mundial de
letras e números (0 a 9 e A computadores evoluída da
a F), representando 1/2 Arpanet, baseada no
byte cada. protocolo TCP/IP.
83. HIGHLIGHT Realçar: enfatizar um 99. INTERNET Protocolo da internet:
elemento ou segmento PROTOCOL protocolo usado entre duas
modificando seus atributos ou mais máquinas em rede
visuais. para encaminhamento dos
84. HIPER Hiperprocessamento: dados.
THREADING tecnologia que simula dois 100. INTRANET Intranet: rede privada de
processadores para tornar o tecnologia semelhante à
sistema mais rápido quando Internet restrita a um grupo
vários programas são de usuários ou empresa.
usados simultaneamente. 101. ISOMORPHIC Isomórfico: transformação
85. HISTORY VIEW Visualização de histórico: biunívoca
visualizar todo o histórico que preserva operações.
de tarefas realizadas. 102. ISSUE Emissão: problema que
86. HTML HTML: linguagem usada preocupa algum projeto.
(HYPERTEXT MARKUP para desenvolver 103. J2EE (JAVA 2 Java Edição Empresarial:
LANGUAGE) documentos para a Web. ENTERPRISE EDITION) plataforma de programação
87. HTTP HTTP (Protocolo de para servidores na
(HYPERTEXT TRANSFER Transferência de linguagem de programação
PROTOCOL) Hipertexto): protocolo de Java.
comunicação utilizado para 104. JAVA Java: linguagem de
sistemas de informação de programação que permite
hipermedia distribuídos e desenvolver programas
colaborativos capazes de serem
executados em qualquer
88. HTTPS HTTPS: implementação do computador.
(HYPERTEXT TRANSFER protocolo HTTP sobre uma 105. JAVA SCRIPT Java Script: linguagem de
PROTOCOL SECURE) camada SSL ou TLS script para publicação na
89. HYPERLINK Hiperlink: vínculo entre Web, que permite que se
documentos e páginas da insiram instruções simples
Internet de programação.
90. HYPERTEXT Hipertexto: documento da 106. JDBC (JAVA JDBC: conjunto de classes e
Web com vínculos DATABASE interfaces (API) escritas em
(hiperlinks) para outras CONNECTIVITY) Java que faz o envio de
informações. instruções SQL para
91. IBM IBM: empresa qualquer banco de dados
(INTERNATIONAL estadunidense voltada para relacional
BUSINESS MACHINES a área de informática 107. JMS (JAVA SHORT JMS: software em Java para
CORP) MESSAGES SENDER) enviar mensagens de texto
92. IMMUTABLE Imutável: propriedade de para celulares das principais
objetos que, uma vez operadoras.
construídos, não têm seus 108. JPEG (JOINT JPEG: tipo de formato de
estados modificados. PHOTOGRAPHIC imagem de alta
93. IMS IMS (Subsistema Multimídia EXPERTS GROUP) compressão.
IP): arquitetura de 109. JSP FILE Arquivo JSP: Java Server
framework para entregar Pages (JSP) é uma
protocolo de internet (IP) tecnologia utilizada no
multimídia para usuários desenvolvimento de
móveis aplicações para Web,
94. INBOUND Entrada: pertence ao dado similar às tecnologias Active
recebido da rede. Server Pages (ASP) da
Microsoft ou PHP.

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110. JVM (JAVA JVM (Máquina Virtual Java): 124. LOOSE COUPLING Acoplamento fraco: um dos
VIRTUAL MACHINE) programa que carrega e principais requisitos para se
executa os aplicativos Java, construir software orientado
convertendo os bytecodes a objetos (OO) de
em código executável de qualidade. O acoplamento
máquina. fraco mede o quanto uma
111. JYTHON Jython: implementação da classe, depende de, ou está
linguagem Python que gera relacionada a, outra classe
bytecode para máquinas ou subsistema.
Java (JVM – Java Virtual 125. MACINTOSH Macintosh: primeiro
Machine). Com ela é computador de sucesso
possível fazer o comercial que utilizava um
desenvolvimento de mouse e uma interface
aplicações híbridas que gráfica com ícones e
unem código em Java e janelas.
Python. 126. MAC OS Mac OS: sistema
112. KATAKANA É um dos silabários operacional de interface
empregados na escrita com o usuário desenvolvido
japonesa junto com o para computadores
hiragana. Atribui-se sua Macintosh
invenção ao monge Kukai 127. MAINFRAME Mainframe: computador de
Okobo Daishi. Também se grande porte, dedicado
pode empregar katakana normalmente ao
para referir-se a qualquer processamento de um
caractere do hiragana. volume grande de
113. KERNEL Kernel: núcleo de um informações.
sistema operacional 128. MEGABYTE Megabyte: unidade de
responsável por gerenciar medida. Aproximadamente,
os recursos do sistema equivale a um milhão de
computacional como um caracteres de informação.
todo. 129. MEMO Memorando: comunicação
114. KILOBYTE Kilobyte: unidade de breve.
medida de armazenamento. 130. MEMORY Memória: circuitos que
Aproximadamente, equivale armazenam informações
a mil caracteres de temporárias, ou não, para
informação. torná-las disponíveis aos
115. KPI (KEY KPI (Indicador Chave de microcomputadores.
PERFORMANCE Desempenho): medem o 131. MESSAGE FLOW Fluxo de mensagem
INDICATOR) nível de desempenho do 132. MIB (MEBIBYTE) MiB: unidade medida para
processo. armazenamento eletrônico
116. LAN (LOCAL AREA LAN (Rede de Área Local, de informação.
NETWORK) ou simplesmente Rede 133. MIDI (MUSICAL MIDI: interface digital e
Local): é uma rede de INSTRUMENT DIGITAL sistema de comunicação
computadores utilizada na INTERFACE) entre computadores e
interconexão de instrumentos musicais.
equipamentos controladores 134. MIME MIME (Extensões Multi
com a finalidade de troca de (MULTIPURPOSE função para Mensagens de
dados. INTERNET MAIL Internet): norma da
117. LDAP LDAP: protocolo para EXTENSIONS) internet para o formato das
(LIGHTWEIGHT atualizar e pesquisar mensagens de correio
DIRECTORY ACCESS diretórios rodando sobre eletrônico.
PROTOCOL) TCP/IP. 135. MODEM Modem
118. LEVEL Nível: versão de um (Modulador/Desmodulador):
programa aplicativo. dispositivo que converte os
119. LICENSE Licença: acordo legal que sinais gerados pelos
autoriza o uso de uma computadores para
informação proprietária. transmissão através de uma
120. LINE Linha: parte física da linha telefônica.
transmissão de dados. 136. MONITOR Monitor: dispositivo que
121. LINK Link: associação entre duas produz imagens numa tela
informações. e permite ao usuário
122. LINUX Linux: Sistema operacional interagir visualmente com o
gratuito de domínio público. computador.
123. LOG-IN Login: nome da conta para 137. MOTHERBOARD Placa-mãe: placa principal
acessar um sistema que liga todos os
componentes internos do
computador.

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138. MP3 MP3: tecnologia que 153. PROVIDER Provedor: empresa que
permite compactar arquivos torna o acesso do usuário à
de música e sons com Internet possível.
qualidade de CD. 154. PSB (PROGRAM PSB: descreve o banco de
139. MULTIMEDIA Multimídia: capacidade de SPECIFICATION BLOCK) dados da perspectiva de um
um computador de determinado programa
trabalhar com sons, 155. QUERY (TO) Consultar: solicitar uma
imagens e textos. informação
140. MVS (MULTIPLE MVS: sistema operacional 156. RAD (RAPID RAD (Desenvolvimento
VIRTUAL STORAGE) usado no IBM System/370 e APPLICATION Rápido de Aplicação):
no IBM System/390 que DEVELOPMENT) modelo de processo de
tem a capacidade de desenvolvimento de
controlar várias memórias software interativo e
virtuais ao mesmo tempo. incremental que enfatiza
141. NODE Nó: dispositivo conectado um ciclo de
em uma rede. desenvolvimento
142. ODBC (OPEN ODBC: padrão para acesso extremamente curto (entre
DATA BASE a sistemas gerenciadores de 60 e 90 dias).
CONNECTIVITY) bancos de dados. 157. README. Leia-me: arquivos que
143. OFF-LINE Off-line: desconectado, fora contêm informações sobre o
da Internet, sem uso do arquivo que você
capacidade de comunicação quer acessar.
com outros computadores. 158. ROLLBACK Rollback ou Retrocesso:
144. ON-LINE On-line: conectado, comando que desfaz a
capacitado a se comunicar transação corrente,
com outros computadores. permitindo que todas as
Conectado à Internet modificações realizadas pela
145. OPERATING Sistema operacional (SO): transação sejam rejeitadas.
SYSTEM (OS) programa que integra as 159. RUN LEVEL Nível de execução: modo
funções internas do como um sistema
computador e fornece uma operacional é executado.
interface de interação com 160. RUNTIME Tempo de execução:
o usuário. período em que um
programa de computador
146. PASSAWORD Senha: código que identifica permanece em execução
o usuário dentro de um 161. SCANNER Scanner: dispositivo que
sistema. captura textos ou imagens
impressas e converte em
147. PDF (PORTABLE PDF: formato de arquivo, imagens digitais.
DOCUMENT FORMAT) desenvolvido pela Adobe 162. SDK (SOFTWARE SDK (Kit De
Systems para representar DEVELOPMENT KIT) Desenvolvimento De
documentos de maneira Software): série de
independente do aplicativo, ferramentas de
do hardware e do sistema desenvolvimento que
operacional usados para permite que o engenheiro
criá-los. de software crie aplicativos
148. PIPELINE Funil: técnica de hardware para pacotes de softwares,
que permite que a CPU plataformas de hardware,
realize a busca de uma ou sistemas operacionais ou
mais instruções além da plataformas similares.
próxima a ser executada 163. SERVER Servidor: dispositivo que
149. PIXEL Pixel: ponto de luz que um fornece serviços para os
dispositivo pode exibir e usuários de uma rede.
utilizar para constituir
imagens maiores e mais 164. SHORTCUT Atalho: chave usada para
elaboradas. executar uma função mais
150. PLUG-IN Plug-in: software que dá rapidamente.
funcionalidade a aplicativos. 165. SITE Site: “local virtual” na
151. PROGRAM Programa: software, Internet
conjunto de instruções 166. SMS (SHORT SMS: mensagens curtas de
lógicas que gerenciam as MESSAGES SERVICE) texto.
funções do computador e
permitem a realização de
tarefas específicas.
152. PROTOCOL Protocolo: regras para a
interação de computadores
e aplicações.

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167. SOA (SERVICE- SOA (Arquitetura Orientada 179. TWO-PHASE TWO-PHASE Commit:
ORINTED a Serviços): estilo de COMMIT tecnologia que controla e
ARCHITECTURE) arquitetura de software cujo monitora as atividades de
princípio fundamental commit e rollback das
preconiza que as transações em ambientes
funcionalidades de bases de dados
implementadas pelas distribuídos, garante a
aplicações devem ser consistência dos dados.
disponibilizadas na forma de 180. UPLOAD Upload: envio de arquivos
serviços. por rede.
168. SOAP (SIMPLE SOAP: protocolo para troca 181. URIMAP Mapa de URI (Identificador
OBJECT ACCESS de informações (UNIFORM RESOURCE de Recursos Uniforme):
PROTOCOL) estruturadas em uma IDENTIFIER) cadeia de caracteres
plataforma descentralizada compacta usada para
e distribuída, utilizando identificar ou denominar um
tecnologias baseadas em recurso na Internet.
XML 182. URL URL (Uniform Resource
169. SOFTWARE Software: programa, Locator): endereço virtual
conjunto de instruções de um site ou página na
lógicas que gerenciam as Internet.
funções do computador e 183. USB USB (Universal Serial Bus):
permitem a realização de interface serial que permite
tarefas específicas. conexão de até 127
170. SOLUTION Solução: conjunto de dispositivos em velocidades
produtos direcionados para de 1,5 ou 12 Mbps.
um problema ou projeto 184. USER Usuário: pessoa que utiliza
específico dos clientes. o computador e seus
171. SOUND CARD Placa de som: reproduz aplicativos para executar
sons sintetizados no micro. tarefas e produzir
172. SQL LANGUAGE Linguagem SQL (Linguagem resultados.
(STRUCTURED QUERY de Consulta Estruturada): 185. USER ID USER ID (Identificação do
LANGUAGE) linguagem de pesquisa Usuário): identificador de
declarativa para banco de um usuário.
dados relacional 186. UTILITY Utilitário: programas que
173. SSL (SECURE SSL: protocolos que criam facilitam a utilização e
SOCKETS LAYER) um canal criptografado manutenção de
entre um servidor web e um computadores.
navegador para garantir 187. VIRUS Vírus: programa ou código
que todos os dados escondido em outro
transmitidos sejam sigilosos programa que causa danos
e seguros. nos computadores.
174. STRATEGY Estratégia 188. VSAM (VIRTUAL VSAM: esquema de
175. SUBNET ADDRESS Endereço de Sub-rede: Em STORAGE ACCESS armazenamento da IBM do
comunicações via Internet, METHOD) sistema operacional
trata-se de uma extensão OS/VS2, utilizado também
do esquema de na arquitetura MVS e agora
endereçamento IP básico, na z/OS
em que uma parte do 189. WAN (WIDE AREA WAN (Rede de Longa
endereço do host é NETWORK) Distância): rede que
interpretada como se fosse interliga computadores
o endereço da rede local. distribuídos em áreas
176. TAGS Tags: comandos inseridos geograficamente separadas
no código HTML para e extensas, como um
formatar as páginas da estado, país ou continente.
Web. 190. WAP WAP (Wireless Application
177. TCP/ IP TCP/ IP: conjunto de Protocol): protocolo de
(TRANSMISSION protocolos que permite a aplicações sem fio que
CONTROL PROTOCOL/ comunicação entre dois permite navegação usando
INTERNET PROTOCOL) computadores através da telefone celular.
rede. 191. WAS WAS: um dos principais
178. THIRD- Linguagem de programação (WEBSPHERE servidores para J2EE e
GENERATION de terceira geração: APPLICATION SERVER) serviços da web que oferece
PROGRAMMING linguagem de programação uma máquina transacional
LANGUAGE (3GL) projetada para ser de alta disponibilidade com
facilmente entendida pelo capacidades avançadas de
ser humano. desempenho e
gerenciamento.

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192. WEB SITE Site da Internet: conjunto


de páginas, com textos e EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
imagens sobre um
determinado assunto.
EXERCÍCIOS I
193. WEBSPHERE WebSphere Message
MESSAGE BROKER Broker: produto de
Os exercícios abaixo foram retirados de concur-
integração de sistemas da
sos anteriores, por isso solicitamos ao candidato
família WebSphere da IBM
que disponibiliza dados e utilizar-se dos referidos à matéria do concurso.
informação de negócio na
forma de mensagens MQ 1) A tela inicial do Windows chama-se:
entre aplicações através da a) Área de Produtividade
diferentes tecnologias e b) Área de geral
plataformas de software. c) Área de Trabalho
194. WINDOW Janela: painéis na tela do d) Papel Parede
computador que permitem e) Nenhuma
a exibição de várias
informações e a execução 2) Quanto à barra de tarefas podemos dizer que pode
simultânea de vários ser colocada:
programas no computador. a) Somente na parte inferior do monitor
195. WINDOWS Windows: sistema b) Somente na parte superior do monitor
operacional da Microsoft. c) Na parte superior, inferior, direita e esquerda do
196. WSA (WIRELESS WSA: protótipo da IBM monitor.
SECURITY AUDITOR) para auditoria de redes d) Nenhuma
locais sem fios
197. WSDL (WEB WSDL: linguagem baseada
SERVICES DEFINITION
3) Podemos dizer que a proteção de tela destina-se a:
em XML que descreve o
LANGUAGE) a) Melhorar o desempenho do computador
serviço e especifica como
b) Proteger nossos programas de vírus
acessá-lo e quais são as
operações ou métodos c) Trocar de papel parede
disponíveis. d) Aumentar a vida útil do computador reduzindo o
198. XML (EXTENSIBLE XML: linguagem utilizada na desgaste do Monitor.
MARKUP LANGUAGE) Internet que permite que e) Nenhuma.
programadores transportem
dados de um servidor para 4) A operação de gravar os arquivos nos disco no
outro de forma transparente Windows chamamos de:
e organizada. a) Armazenar
199. Z/OS z/OS é um sistema b) Guardar
operacional de 64 bits para c) Copiar
mainframes, criado pela d) Salvar
IBM. e) Nenhuma.
200. ZOOM Zoom: aumentar
progressivamente uma 5) No Windows Explorer, para criarmos pasta a se-
imagem, tela ou janela. quência certa é:
a) Menu ArquivoPastaNova
b) Menu EditarPastaNova
c) Menu FormatarPastaNova
d) Menu InserirPastaNovo
e) Nenhuma.

6) Podemos ocultar a hora que aparece no canto da


barra de tarefas pelo caminho:
a) IniciarConfiguraçõesPainel de Controle Da-
ta/Hora
b) Dois Cliques no Meu ComputadorPainel de Con-
trole Data/Hora
c) Botão da Direita na Área de Trabalho Proprie-
dades
d) Dois cliques na hora do canto da barra de tare-
fas.
e) Nenhuma.

7) Para formatar um disquete utilizo o Meu Computa-


dor ou:
a) Word
b) Painel de Controle
c) Scandisk
d) Windows Explorer

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

e) Nenhuma. c) Ortografia e Gramática


d) Dicionário
8) Para recuperar um arquivo da lixeira: e) Nenhuma
a) Dois cliques na lixeiradois cliques no arqui-
vomenu arquivo Restaurar 17) Se quisermos definir hifenização automática de-
b) Dois cliques na lixeiraUm clique no arqui- vemos seguir o caminho:
vomenu arquivo Restaurar a) FormatarIdiomaHifenização
c) Dois cliques na lixeiraUm clique no arqui- b) EditarIdiomaHifenização
vomenu arquivo Recuperar c) ExibirIdiomaHifenização
d) Um cliques na lixeiraUm clique no arqui- d) TabelaIdiomaHifenização
voColocar de volta e) Nenhuma
e) Nenhuma.
18) Ao fazermos uma tabela e quisermos aplicar um
9) Ao renomear um arquivo devemos conservar sua: modelo do Word:
a) Forma a) ArquivoNovomodelos
b) Propriedade b) FormatarNovomodelos
c) Extensão c) TabelaAutoFormataçãoFormatos
d) Data de criação d) FerramentasAutoFormataçãoFormatos
e) Nenhuma e) Nenhuma

10) Ao falarmos da unidade C estamos nos referindo: 19) Quando falamos em aplicar Título1 no nosso titulo
a) Ao Disquete estamos falando:
b) Ao Winchester a) Estilo
c) Ao Cd-Room b) Fonte
d) Windows Explorer c) Auto Texto
e) Nenhuma d) Notas
e) Nenhuma
11) O Scandisk serve para:
a) formatar um winchester 20) Quando citamos Marca D’água estamos falando
b) formatar um disquete de:
c) verificar e corrigir erros em discos a) Tabela
d) para criar um backup b) Imagem
e) Nenhuma c) Folha
d) Texto
12) Quando falamos de Cópia de Segurança estamos e) Nenhuma
falando do aplicativo:
a) Ms-Dos 21) Para alinharmos o texto tanto do lado esquerdo e
b) Defrag direito utilizamos o alinhamento:
c) Backup a) Alinhamento Esquerdo e Direito
d) Scandisk b) Alinhamento Centralizar e Esquerdo
e) Nenhuma c) Alinhamento Justificar
d) Alinhamento Centralizar
13) O Word é: e) Nenhuma
a) Planilha eletrônica
b) Editor de texto 22) A opção Maiúscula e Minúscula pertencem a qual
c) Corretor de texto Menu:
d) Escritor de texto a) Ferramentas
e) Nenhuma b) Editar
c) Inserir
14) Qual do menu abaixo tem a opção Colunas: d) Tabela
a) Ferramentas e) Nenhuma
b) Tabela
c) Janela 23) Qual a nome da barra onde aparece o nome do
d) Formatar Arquivo:
e) Nenhuma a) Barra de Status
b) Barra de titulo
15) O botão Pincel serve para: c) Barra de ferramentas
a) Pintar d) Barra de rolagem
b) Apagar e) Nenhuma
c) Colocar marcadores
d) Copiar formatações 24) Qual a extensão dos arquivos salvos no Word:
e) Nenhuma a) .wrd
b) .doc
16) Verificar a ortografia é responsabilidade do botão: c) .xls
a) Gramática e ortografia d) .wor
b) Verificador de ortografia e) Nenhuma

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25) Para vermos as marcas de formatação dos pará- a) O salário mínimo


grafos clicamos no botão: b) Menor valor existente numa listagem de números
a) Realce c) O mínimo múltiplo comum
b) Marcadores d) O uma projeção de um valor mínimo de um pro-
c) Mostrar/Ocultar duto para venda
d) Abc e) Nenhuma.
e) Nenhuma
34) A extensão dos arquivos do Excel é:
26) Para criarmos Cabeçalho e Rodapé acessamos o a) .Doc
Menu b) .Exc
a) Inserir c) .Com
b) Exibir d) .Xls
c) Editar e) Nenhuma.
d) Ferramentas
e) Nenhum 35) Podemos configurar o excel para exibir até o má-
ximo de:
a) 3 planilhas.
27) Para inserir números de pagina seguimos o cami- b) 356 planilhas
nho: c) 125 planilhas
a) EditarNumeração de páginas d) 255 planilhas
b) ExibirNúmeros de páginas e) Nenhuma.
c) InserirNúmeros de páginas
d) FerramentasopçõesExibirNúmeros de pági- 36) Para excluir uma planilha devemos acessar o me-
nas nu:
e) Nenhuma a) Formatar
b) Exibir
28) No excel dizemos que célula é: c) Arquivo
a) Um encontro é a menor partícula existente d) Editar
b) O encontro de uma coluna com uma linha e) Nenhuma
c) O encontro de um plano com uma linha
d) O encontro de duas fórmulas 37) Para remover as linhas de grade sigo o caminho:
e) Nenhuma a) Menu EditarOpçõesGuia ExibirLinhas de
Grade
29) Quando quisermos selecionar células adjacentes b) Menu ExibirOpçõesGuia ExibirLinhas de Gra-
utilizamos a tecla: de
a) Shift c) Menu Formatar ExibirOpçõesGuia Exi-
b) Alt birLinhas de Grade
c) Home d) Menu FerramentasOpçõesGuia ExibirLinhas
d) Ctrl de Grade
e) Nenhuma. e) Nenhuma

30) Sabendo que a1=5 a2=3 a3=8 , na formula 38) Para trocar o nome de uma guia o caminho é:
=Soma(a1: a3) o resultado é: a) FormatarPlanilhaRenomear
a) 10 b) FerramentasPlanilhaRenomear
b) 13 c) ArquivoPlanilhaRenomear
c) 16 d) InserirPlanilhaRenomear
d) 8 e) Nenhuma
e) Nenhuma.
39) Se na célula a1=2 , a2=3, a3=9 na fórmula
31) Sabendo que a1=5 a2=3 a3=8 , na formula =se(a1+a2=5;a3+a1*a2;a1-a3/a2) o resultado é:
=Soma(a1; a3) o resultado é: a) 13
a) 10 b) 14
b) 13 c) 15
c) 15 d) 33
d) 8 e) Nenhuma
e) Nenhuma.
40) Na fórmula acima, se a1=4 qual será o resultado:
32) No exemplo acima ao multiplicar a1 pôr a3 usarí- a) –1,666
amos o operador: b) 1
a) + c) 3
b) – d) –2,333
c) x e) Nenhuma
d) *
e) Nenhuma 41) Se aumentar o zoom para 200% a impressão
sairá:
33) A função Mínimo() calcula:

10
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

a) As fontes com o tamanho definido pelo usuário e) Nenhum


aumentado em 200%
b) As fontes com o tamanho definido pelo usuário 50) Para exibir o Código Fonte de uma página aces-
diminuído em 200% samos o Menu:
c) As fontes com o tamanho em 200% a) Arquivo
d) As fontes com o tamanho definido pelo usuário, o b) Editar
zoom é somente para visualização na tela c) Exibir
e) Nenhuma d) Formatar
e) Nenhuma
42) sendo célula a1=2, a2=3, a3=4 o resultado da
fórmula =Soma(a1:a3;a2) é: 51) Novaedicao@rg.com.br a palavra com significa:
a) 9 a) Comunitária
b) 12 b) Companhia
c) 6 c) Comercial
d) 3 d) Comércio
e) Nenhuma e) Nenhuma

43) www.ocarteiro.com.br é um endereço de : GABARITO


a) E-mail
b) Pagina 1–C 2–C 3–D 4–D 5–E
c) Correio 6–E 7–D 8–B 9–C 10 – B
d) Uma pessoa 11 – C 12 – C 13 – B 14 – D 15 – D
e) Nenhuma
16 – C 17 – E 18 – C 19 – A 20 – B
21 – C 22 – E 23 – B 24 – B 25 – C
44) Chat se refere a:
26 – B 27 – C 28 – B 29 – D 30 – C
a) Uma sigla da internet
31 – B 32 – D 33 – B 34 – D 35 – D
b) Sala de Bate-Papo
c) Endereço de pagina 36 – D 37 – D 38 – A 39 – C 40 – A
d) Endereço de E-mail 41 – D 42 – B 43 – B 44 – B 45 – A
e) Nenhuma 46 – B 47 – D 48 – A 49 – C 50 – C
51 – C
45) Os e-mails recebidos são guardados na caixa de:
a) Entrada EXERCÍCIOS II
b) Enviada
c) Excluídas 1. O Word para Windows:
d) Rascunhos a) permite a alteração do tamanho da fonte no Word
e) Nenhuma através do menu Formatar + Fonte, ou da Barra de
Ferramentas de Formatação;
46) No endereço www.yale.edu a palavra edu signifi- b) possui como algumas de suas ferramentas a Hife-
ca: nização, a Autocorreção e a Mala Aberta;
a) Trata se de um endereço do Eduardo c) não permite aplicar fórmulas como SOMAS nas
b) Trata se de uma Instituição de Ensino suas tabelas;
c) Trata se de uma empresa comercial d) faz a Verificação Ortográfica Automática só após se
d) Trata se um órgão do governo ter digitado todo o texto e se ativar a opção Ferra-
e) Nenhuma mentas + Verificar Ortografia;

47) Html é uma: 2. Sobre Windows, assinale a alternativa corre-


a) Endereço de Página ta:
b) Endereço de e-mail a) A opção de Auto-Ocultar da Barra de Tarefas funci-
c) Uma sigla de algum órgão ona escondendo a mesma e só exibindo-a quando se
d) Linguagem para criação páginas dá um clique duplo com o mouse.
e) Nenhuma b) O relógio da Barra de Tarefas do Windows fica no
lado direito da mesma, não importando a sua posição
48) A maioria das figuras usadas na internet são do na tela.
tipo: c) No menu Iniciar a opção Localizar, em conjunto
a) . gif e .jpg com Arquivos e Atalhos tem como finalidade localizar
b) .bmp e .gif arquivos nas unidades ou periféricos do seu computa-
c) .bmp e .jpg dor.
d) .cdr d) Pode-se localizar um arquivo no Windows, caso se
e) nenhuma tenha só o seu tamanho aproximado.

49) Para enviar e receber e-mail usamos o: 3. São opções do Painel de Controle, exceto:
a) Windows Explorer a) vídeo;
b) Meu Computador b) adicionar ou remover Hardware;
c) OutLook Express c) adicionar ou remover Programas;
d) Correio d) mouse.

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NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

4. Com relação ao Windows e seus componen- grande caractere maiúsculo como primeiro caractere
tes, assinale a incorreta: de um parágrafo e alinha a extremidade superior do
caractere à primeira linha do parágrafo;
a) o Backup permite fazer cópias de segurança de b) uma âncora indica que uma determinada figura
arquivos; está ancorada ao parágrafo, significando que ela
b) o Scandisk permite verificar e corrigir erros em acompanhará um possível deslocamento desse pará-
arquivos e pastas; grafo;
c) o Drivespace reorganiza os arquivos no Winches- c) legendas são usadas no Word também para se criar
ter; índices;
d) o Wordpad é um editor de texto. d) efeitos especiais, tais como: curvar, girar ou esti-
car um texto, não podem ser criados com o Microsoft
5. São recursos do Word, exceto: Word.
a) criação automática de listas numeradas;
b) bordas simples ou duplas automáticas; 12. Com relação ao Microsoft Word para Win-
c) assistente de Ajuda do Word; dows:
d) verificação Ortográfica ao digitar. a) Um documento com várias seções possui, necessa-
riamente, numeração de página independente para
6. No menu "Inserir do Word" temos as opções, cada seção.
exceto: b) A fim de facilitar a edição, Cabeçalhos e Rodapés
a) quebra; são visíveis tanto no modo de Visualização de Impres-
b) símbolo; são, quanto no modo de Layout de Página.
c) zoom; c) O botão Imprimir - da Barra de Ferramentas Pa-
d) figura. drão - permite que apenas uma parte do documento
ativo seja selecionada para impressão.
7. No menu "Inserir do Excel" temos as opções, d) Uma deficiência do Word é não permitir o acesso
exceto: direto a uma página específica, obrigando o usuário a
a) linha; rolar, por meio da Barra de Rolagem, todas as pági-
b) coluna; nas precedentes à página desejada, a fim de visuali-
c) função; zá-la na tela.
d) tela inteira.
13. Com relação à utilização de fórmulas no Mi-
8. Quando se afirma que um computador é de 16 crosoft Excel, julgue os itens abaixo.
bits, com 16 Mb de Memória, isto significa que: a) Fórmulas podem ser constituídas por funções usa-
a) o tamanho da palavra manipulado pela UCP é de das sozinhas ou aninhadas dentro de outras funções,
16 bits; as quais podem ser inseridas automaticamente pelo
b) os dados são armazenados na sua memória em Assistente de Função.
blocos de 16 bits, denominados bytes. b) As fórmulas "=MÉDIA(C22:C26) e
c) o seu clock deve oscilar numa frequência superior a =(C22+C23+C24+C25+C26)/5" são equivalentes.
16Mb.
d) sua memória cache é 16 bits. c) Nomes de intervalos - grupos de dados semelhan-
tes em uma área retangular de uma planilha - podem
9. A respeito das noções de informática, assinale ser utilizados nas fórmulas, no lugar das referências
a incorreta: de células.
a) cilindros e trilhas são como estão organizados os d) todas estão corretas
discos flexíveis;

b) Winchester e Disco Rígido designam o mesmo peri- 14. Com relação ao Windows:
férico; a) Permite copiar arquivos, de um diretório e/ou disco
c) o Cd-Rom é um periférico usado no kit-multimídia; para outro, da mesma forma que blocos de texto são
d) a RAM e o Winchester são tipos de memórias do copiados e colados em um editor de textos para Win-
computador. dows ou seja, utilizando-se as opções Copiar e Colar
do menu Editar.
10. Acerca de um computador digital, assinale a
incorreta: b) Utiliza o conceito de pastas analogamente ao con-
a) memória, unidade central de processamento e dis- ceito de arquivos, das versões anteriores do Windows.
positivos de entrada/saída, são seus componentes c) Permite abrir os documentos mais recentemente
básicos; utilizados, a partir da opção Configurações do menu
b) disquete, fita magnética e disco rígido são memó- Iniciar.
rias secundárias; d) Possui o Windows Explorer para configurar a apa-
c) unidade de controle e unidade lógica e aritmética rência da área de trabalho.
são partes da CPU;
d) "mouse", gabinete e impressora são periféricos. 15. O Microsoft Word para Windows é um pro-
grama de processamento de textos que possui
11. Com relação ao Microsoft Word, assinale a vários recursos, exceto:
incorreta: a) Autocorreção = corrige erros ortográficos comuns -
a) o comando Capitular insere automaticamente um como digitar "numero" em vez de "número" - assim

12
NOVA EDIÇÃO INFORMÁTICA

que o usuário digita o primeiro espaço após a palavra. a) estão presentes as partes dos programas e dos
b) Verificação de Ortografia Automática = revisa rapi- dados que estão sendo processados naquele momen-
damente o texto e a formatação existente em um to;
documento e melhora sua aparência, aplicando estilos b) estão presentes todos os programas e dados que
- padrão a cabeçalho, parágrafos de texto e parágra- podem ser processados pelo computador;
fos formatados como listas. c) estão presentes todos os comandos que compõem
uma linguagem de programação;
c) Assistente do Office = monitora os comandos utili- d) estão armazenadas as instruções de um único pro-
zados enquanto trabalha com o Word e apresenta grama que está em execução naquele momento;
sugestões para tornar o trabalho mais eficiente.
d) Autotexto = permite maior controle sobre a inser- 20. A barra de títulos, no Windows, identifica
ção de texto repetido e é especialmente útil quando a) o ícone que está ativo no momento;
se digitam números ou texto com formatação comple- b) o título da aplicação que está ativa no momento;
xa. c) a janela (ou o grupo de comandos) que está ati-
va(o) no momento;
16. Uma tabela, no Word para Windows, é uma
grade de linhas e colunas contendo caixas - d) a aplicação futura.
chamadas células - de textos ou de gráficos. A
respeito desse assunto, assinale a alternativa GABARITO
correta:
a) Dentro de cada célula, o texto quebra somente
quando se pressiona a tecla Enter, ao contrário do 1. A; 2. D; 3. B; 4. C; 5. C; 6. C; 7. D; 8. A; 9. A;
que acontece nas outras partes do documento, em 10. D; 11. D; 12. B; 13. D; 14. A; 15. B; 16. B;
que a quebra ocorre de forma automática, nas mar- 17. C; 18. C; 19. A; 20. B.
gens.
b) A estrutura estética de uma tabela pode ser repro-
duzida utilizando-se recursos de tabulação.
c) O Conteúdo de uma tabela só pode ser alterado
quando as grades estão visíveis.
d) O Microsoft Word não possui opção para auto-
formatar tabelas.

17. A respeito do Microsoft Excel, assinale a in-


correta:
a) Para selecionar apenas duas células não-
adjacentes, um usuário deve selecionar uma célula
qualquer e, mantendo a tecla Shift pressionada, sele-
cionar a célula não-adjacente desejada.
b) No Excel, as pastas de trabalho podem conter múl-
tiplas planilhas, podendo o usuário navegar de uma
para a outra utilizando as combinações das teclas
CTRL + Page Down e CTRL + Page Up.
c) A fim de indicar ao Microsoft Excel que uma fórmu-
la vai iniciar em uma célula, qualquer um dos seguin-
tes caracteres deve ser digitado + - = @.
d) O botão AutoSoma - da Barra de Ferramentas Pa-
drão - pode ser usado para localizar e totalizar as
linhas ou colunas do intervalo mais próximo à célula,
para totalizar todo um intervalo selecionado ou para
acrescentar totais gerais a um intervalo contendo
outros totais.

18. Com relação ao Windows:


a) a única forma para se mudar o horário mostrado
na Barra de Ferramentas é modificar o arquivo
CONFIG.SYS, por meio de um editor de texto;
b) uma das limitações do Windows é não permitir a
execução de qualquer programa em ambiente de re-
de;
c) no Windows, os nomes de arquivos não podem
conter todos os caracteres constantes no teclado do
computador;
d) a função principal do acessório ScanDisk, fornecido
pelo Windows, é a edição de texto;

19. Na memória principal do computador:

13
LEGISLAÇÃO
LEGISLAÇÃO

SUMÁRIO

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. TÍTULO


I - Dos Princípios Fundamentais TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias
Fundamentais Capítulo I: Dos direitos e deveres individuais e coletivos
Capítulo II - Dos Direitos Sociais; TÍTULO III – Da Organização do Esta-
do Capítulo I – Da Organização Político-Administrativa – Arts. 18 e 19.
Capítulo IV – Dos Municípios – Art. 30. Capítulo VII – Da Administração
Pública – Arts. 37 ao 41. TÍTULO VIII – Da Ordem Social. Capítulo II –
Da Seguridade Social - Art. 193 a 204; Art. 225 a 230). .................................... 5

LEI COMPLEMENTAR Nº 3.673/91, e alterações. ESTATUTO DOS


SERVIDORES MUNICIPAIS DE CAXIAS DO SUL: TÍTULO I – Do Re-
gime Jurídico Único – art. 1º ao 49; TÍTULO III – Do Regime de Traba-
lho – art. 71 ao 80; TÍTULO IV – Dos Direitos e Vantagens (Art. 89 ao
107; art. 118 ao 176; art. 188 ao 224; TÍTULO V – Do Regime Discipli-
nar – art. 241 ao 306 ................................................................................... 19

Exercícios gerais ........................................................... Caderno de Atividades


NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
TÍTULO II - DOS DIREITOS E
LEGISLAÇÃO GARANTIAS FUNDAMENTAIS: ART. 5.º a 17
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
DO BRASIL, com Emendas constitucionais. E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção


TÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais TÍTULO
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais Capí-
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
tulo I: Dos direitos e deveres individuais e coleti-
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
vos Capítulo II - Dos Direitos Sociais; TÍTULO III
à propriedade, nos termos seguintes:
– Da Organização do Estado Capítulo I – Da Or-
ganização Político-Administrativa – Arts. 18 e 19. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
Capítulo IV – Dos Municípios – Art. 30. Capítulo ções, nos termos desta Constituição;
VII – Da Administração Pública – Arts. 37 ao 41. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
TÍTULO VIII – Da Ordem Social. Capítulo II – Da alguma coisa senão em virtude de lei;
Seguridade Social - Art. 193 a 204; Art. 225 a III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
230). mento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
TÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
FUNDAMENTAIS: Art. 1.º a 4º.
agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem;
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela VI - é inviolável a liberdade de consciência e de cren-
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distri- ça, sendo assegurado o livre exercício dos cultos reli-
to Federal, constitui-se em Estado Democrático de giosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
Direito e tem como fundamentos: locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
I - a soberania; assistência religiosa nas entidades civis e militares de
II - a cidadania internação coletiva;
III - a dignidade da pessoa humana; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
V - o pluralismo político. salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o nativa, fixada em lei;
exerce por meio de representantes eleitos ou direta- IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís-
mente, nos termos desta Constituição. tica, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença;
Art. 2º São Poderes da União, independentes e har- X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon-
mônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciá- ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
rio. indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repú- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
blica Federativa do Brasil: nela podendo penetrar sem consentimento do mora-
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; dor, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
II - garantir o desenvolvimento nacional; para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi-
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir nação judicial;
as desigualdades sociais e regionais; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de comunicações telegráficas, de dados e das comunica-
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for- ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
mas de discriminação. judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução proces-
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas sual penal;
suas relações internacionais pelos seguintes princípios: XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais
I - independência nacional; que a lei estabelecer;
II - prevalência dos direitos humanos; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
III - autodeterminação dos povos; resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
IV - não-intervenção; exercício profissional;
V - igualdade entre os Estados; XV - é livre a locomoção no território nacional em
VI - defesa da paz; tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
VII - solução pacífica dos conflitos; da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; bens;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ar-
humanidade; mas, em locais abertos ao público, independentemente
X - concessão de asilo político. de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus- apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
cará a integração econômica, política, social e cultural XVII - é plena a liberdade de associação para fins líci-
dos povos da América Latina, visando à formação de tos, vedada a de caráter paramilitar;
uma comunidade latino-americana de nações.
5
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
de cooperativas independem de autorização, sendo jurídico perfeito e a coisa julgada;
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci- organização que lhe der a lei, assegurados:
são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado; a) a plenitude de defesa;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a b) o sigilo das votações;
permanecer associado; c) a soberania dos veredictos;
XXI - as entidades associativas, quando expressamen- d) a competência para o julgamento dos crimes dolo-
te autorizadas, têm legitimidade para representar seus sos contra a vida;
filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; nem pena sem prévia cominação legal;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa- XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
propriação por necessidade ou utilidade pública, ou por réu;
interesse social, mediante justa e prévia indenização XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta dos direitos e liberdades fundamentais;
Constituição; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos ter-
competente poderá usar de propriedade particular , mos da lei;
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce-
houver dano; tíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfi-
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em co ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto e os definidos como crimes hediondos, por eles res-
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de pondendo os mandantes, os executores e os que, po-
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios dendo evitá-los, se omitirem;
de financiar o seu desenvolvimento; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, ordem constitucional e o Estado Democrático;
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena-
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
a) a proteção às participações individuais em obras estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
inclusive nas atividades desportivas; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado-
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- tará, entre outras, as seguintes:
mico das obras que criarem ou de que participar em
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre- a) privação ou restrição da liberdade;
sentações sindicais e associativas; b) perda de bens;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- c) multa;
triais privilégio temporário para sua utilização, bem d) prestação social alternativa;
como proteção às criações industriais, à propriedade e) suspensão ou interdição de direitos;
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o de- XLVII - não haverá penas:
senvolvimento tecnológico e econômico do País;
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
XXX - é garantido o direito de herança; termos do Art. 84, XIX;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no b) de caráter perpétuo;
País será regulada pela lei brasileira em benefício do c) de trabalhos forçados;
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes d) de banimento;
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; e) cruéis;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi- distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
cos informações de seu interesse particular , ou de e o sexo do apenado;
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integrida-
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalva- de física e moral;
das aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança L - às presidiárias serão asseguradas condições para
da sociedade e do Estado; que possam permanecer com seus filhos durante o
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente período de amamentação;
do pagamento de taxas: LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu-
ralizado, em caso de crime comum, praticado antes da
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa naturalização, ou de comprovado envolvimento em
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na for-
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, ma da lei;
para defesa de direitos e esclarecimento de situações LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
de interesse pessoal; crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado se-
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi- não pela autoridade competente;
ciário lesão ou ameaça a direito; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal;
6
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra- LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con- ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
traditório e ampla defesa, com os meios e recursos a nio público ou de entidade de que o Estado participe, à
ela inerentes; moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
por meios ilícitos; comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito ônus da sucumbência;
em julgado de sentença penal condenatória; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re-
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas cursos;
em lei; (Regulamento). LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judi-
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação ciário, assim como o que ficar preso além do tempo
pública, se esta não for intentada no prazo legal; fixado na sentença;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po-
processuais quando a defesa da intimidade ou o inte- bres, na forma da lei:
resse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou a) o registro civil de nascimento;
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judi- b) a certidão de óbito;
ciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz ao exercício da cidadania.
competente e à família do preso ou à pessoa por ele LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo,
indicada; são assegurados a razoável duração do processo e os
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegura- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
da a assistência da família e de advogado; 2004)
LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon- § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias
sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; fundamentais têm aplicação imediata.
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Consti-
autoridade judiciária; tuição não excluem outros decorrentes do regime e
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, dos princípios por ela adotados, ou dos tratados inter-
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou nacionais em que a República Federativa do Brasil seja
sem fiança; parte.
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescu- direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
sável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin-
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violên- lentes às emendas constitucionais. (Incluído pela
cia ou coação em sua liberdade de locomoção, por Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Decreto
ilegalidade ou abuso de poder; Legislativo com força de Emenda Constitucional)
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
proteger direito líquido e certo, não amparado por Internacional a cuja criação tenha manifestado ade-
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o respon- são. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
sável pela ilegalidade ou abuso de poder for autorida- de 2004)
de pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de CAPÍTULO II
atribuições do Poder Público; DOS DIREITOS SOCIAIS
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im-
petrado por: Art. 6º Art. 6º São direitos sociais a educação,
a) partido político com representação no Congresso a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
Nacional; transporte, o lazer, a segurança, a previdência social,
b) organização sindical, entidade de classe ou associa- a proteção à maternidade e à infância, a assistência
ção legalmente constituída e em funcionamento há aos desamparados, na forma desta Constituição.
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
membros ou associados; 90, de 2015)

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das condição social:
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania; I – relação de emprego protegida contra despe-
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": dida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensató-
a) para assegurar o conhecimento de informações ria, dentre outros direitos;
relativas à pessoa do impetrante, constantes de regis- II – seguro-desemprego, em caso de desem-
tros ou bancos de dados de entidades governamentais prego involuntário;
ou de caráter público; III – fundo de garantia do tempo de serviço;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmen-
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrati- te unificado, capaz de atender as suas necessidades
vo; vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódi-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
cos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo veda- a) e b) (Revogadas pela Emenda Constitu-
da sua vinculação para qualquer fim; cional nº 28, de 25/05/2000)
V – piso salarial proporcional à extensão e à XXX – proibição de diferença de salários, de
complexidade do trabalho; exercício de funções e de critério de admissão por
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
em convenção ou acordo coletivo; XXXI – proibição de qualquer discriminação no
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mí- tocante a salário e critérios de admissão do trabalha-
nimo, para os que percebem remuneração variável; dor portador de deficiência;
VIII – décimo terceiro salário com base na re- XXXII – proibição de distinção entre trabalho
muneração integral ou no valor da aposentadoria; manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
IX – remuneração do trabalho noturno superior respectivos;
à do diurno; XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigo-
X – proteção do salário na forma da lei, consti- so ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
tuindo crime sua retenção dolosa; trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condi-
XI – participação nos lucros, ou resultados, des- ção de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação
vinculada da remuneração, e, excepcionalmente, par- dada ao inciso pela Emenda Constitucional nº
ticipação na gestão da empresa, conforme definido em 20/98, DOU 16.12.1998)
lei; XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalha-
XII – salário-família pago em razão do depen- dor com vínculo empregatício permanente e o traba-
dente do trabalhador de baixa renda nos termos da lhador avulso.
lei; (Redação dada ao inciso pela Emenda Consti- Parágrafo único. São assegurados à categoria
tucional nº 20/98, DOU 16.12.1998) dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
XIII – duração do trabalho normal não superior incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV,
a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, bem como a sua integração à previdência social.
facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de Art. 8º. É livre a associação profissional ou sin-
trabalho; dical, observado o seguinte:
XIV – jornada de seis horas para o trabalho rea- I – a lei não poderá exigir autorização do Estado
lizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
negociação coletiva; órgão competente, vedadas ao Poder Público a interfe-
XV – repouso semanal remunerado, preferenci- rência e a intervenção na organização sindical;
almente aos domingos; II – é vedada a criação de mais de uma organi-
XVI – remuneração do serviço extraordinário zação sindical, em qualquer grau, representativa de
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do categoria profissional ou econômica, na mesma base
normal; territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, empregadores interessados, não podendo ser inferior à
pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; área de um Município;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do em- III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
prego e do salário, com a duração de cento e vinte interesses coletivos ou individuais da categoria, inclu-
dias; sive em questões judiciais ou administrativas;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados IV – a assembleia geral fixará a contribuição
em lei; que, em se tratando de categoria profissional, será
XX – proteção do mercado de trabalho da mu- descontada em folha, para custeio do sistema confede-
lher, mediante incentivos específicos, nos termos da rativo da representação sindical respectiva, indepen-
lei; dentemente da contribuição prevista em lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a man-
serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da ter-se filiado a sindicato;
lei; VI – é obrigatória a participação dos sindicatos
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, nas negociações coletivas de trabalho;
por meio de normas de saúde, higiene e segurança; VII – o aposentado filiado tem direito a votar e
XXIII – adicional de remuneração para as ativi- ser votado nas organizações sindicais;
dades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da VIII – é vedada a dispensa do empregado sindi-
lei; calizado a partir do registro da candidatura a cargo de
XXIV – aposentadoria; direção ou representação sindical e, se eleito, ainda
XXV - assistência gratuita aos filhos e depen- que suplente, até um ano após o final do mandato,
dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Parágrafo único. As disposições deste Art. apli-
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) cam-se à organização de sindicatos rurais e de colô-
XXVI – reconhecimento das convenções e acor- nias de pescadores, atendidas as condições que a lei
dos coletivos de trabalho; estabelecer.
XXVII – proteção em face da automação, na
forma da lei; Art. 9º. É assegurado o direito de greve, com-
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a petindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
cargo do empregador, sem excluir a indenização a que de exercê-lo e sobre os interesses que devam por
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; meio dele defender.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes § 1º. A lei definirá os serviços ou atividades es-
das relações de trabalho, com prazo prescricional de senciais e disporá sobre o atendimento das necessida-
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até des inadiáveis da comunidade.
o limite de dois anos após a extinção do contrato de § 2º. Os abusos cometidos sujeitam os respon-
trabalho; (Redação dada pela Emenda Constituci- sáveis às penas da lei.
onal nº 28, de 25/05/2000)

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
Art. 10. É assegurada a participação dos traba- V - organizar e prestar, diretamente ou sob re-
lhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos gime de concessão ou permissão, os serviços públicos
públicos em que seus interesses profissionais ou pre- de interesse local, incluído o de transporte coletivo,
videnciários sejam objeto de discussão e deliberação. que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e finan-
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos ceira da União e do Estado, programas de educação
empregados, é assegurada a eleição de um represen- infantil e de ensino fundamental; (Redação dada
tante destes com a finalidade exclusiva de promover- pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
lhes o entendimento direto com os empregadores. VII - prestar, com a cooperação técnica e finan-
..................................................................... ceira da União e do Estado, serviços de atendimento à
........... saúde da população;
TÍTULO III VIII - promover, no que couber, adequado or-
Da Organização do Estado denamento territorial, mediante planejamento e con-
CAPÍTULO I trole do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio históri-
Art. 18. A organização político-administrativa co-cultural local, observada a legislação e a ação fisca-
da República Federativa do Brasil compreende a União, lizadora federal e estadual.
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos ...................................................................
autônomos, nos termos desta Constituição. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
§ 1º - Brasília é a Capital Federal. DISPOSIÇÕES GERAIS

§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, Art. 37. A administração pública direta e indi-
e sua criação, transformação em Estado ou reintegra- reta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
ção ao Estado de origem serão reguladas em lei com- do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
plementar. princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Re-
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a dação dada pela Emenda constitucional nº 19, de
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios 1998)
Federais, mediante aprovação da população direta- I - os cargos, empregos e funções públicas são
mente interessada, através de plebiscito, e do Con- acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
gresso Nacional, por lei complementar. estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o forma da lei; (Redação dada pela Emenda consti-
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei tucional nº 19, de 1998)
estadual, dentro do período determinado por Lei Com- II - a investidura em cargo ou emprego público
plementar Federal, e dependerão de consulta prévia, depende de aprovação prévia em concurso público de
mediante plebiscito, às populações dos Municípios provas ou de provas e títulos, de acordo com a nature-
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de em comissão declarado em lei de livre nomeação e
1996) exoneração; (Redação dada pela Emenda consti-
tucional nº 19, de 1998)
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Dis- III - o prazo de validade do concurso público se-
trito Federal e aos Municípios: rá de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, sub- IV - durante o prazo improrrogável previsto no
vencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou edital de convocação, aquele aprovado em concurso
manter com eles ou seus representantes relações de público de provas ou de provas e títulos será convoca-
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a do com prioridade sobre novos concursados para as-
colaboração de interesse público; sumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusi-
II - recusar fé aos documentos públicos; vamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por ser-
III - criar distinções entre brasileiros ou prefe- vidores de carreira nos casos, condições e percentuais
rências entre si. mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
.............................................................. buições de direção, chefia e assessoramento; (Reda-
DOS MUNICÍPIOS ção dada pela Emenda constitucional nº 19, de
1998)
Art. 30. Compete aos Municípios: VI - é garantido ao servidor público civil o direi-
to à livre associação sindical;
I - legislar sobre assuntos de interesse local; VII - o direito de greve será exercido nos ter-
II - suplementar a legislação federal e a estadu- mos e nos limites definidos em lei específica; (Reda-
al no que couber; ção dada pela Emenda constitucional nº 19, de
III - instituir e arrecadar os tributos de sua 1998)
competência, bem como aplicar suas rendas, sem VIII - a lei reservará percentual dos cargos e
prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publi- empregos públicos para as pessoas portadoras de
car balancetes nos prazos fixados em lei; deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, obser- IX - a lei estabelecerá os casos de contratação
vada a legislação estadual; por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;

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X - a remuneração dos servidores públicos e o cia e jurisdição, precedência sobre os demais setores
subsídio de que trata o § 4º do Art. 39 somente pode- administrativos, na forma da lei;
rão ser fixados ou alterados por lei específica, obser- XIX – somente por lei específica poderá ser cri-
vada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada ada autarquia e autorizada a instituição de empresa
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem pública, de sociedade de economia mista e de funda-
distinção de índices; (Redação dada pela Emenda ção, cabendo à lei complementar, neste último caso,
constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento) definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes Emenda constitucional nº 19, de 1998)
de cargos, funções e empregos públicos da adminis- XX - depende de autorização legislativa, em ca-
tração direta, autárquica e fundacional, dos membros da caso, a criação de subsidiárias das entidades men-
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do cionadas no inciso anterior, assim como a participação
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de de qualquer delas em empresa privada;
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os XXI - ressalvados os casos especificados na le-
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, gislação, as obras, serviços, compras e alienações
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as van- serão contratados mediante processo de licitação pú-
tagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não blica que assegure igualdade de condições a todos os
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obriga-
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se ções de pagamento, mantidas as condições efetivas da
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do as exigências de qualificação técnica e econômica in-
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dispensáveis à garantia do cumprimento das obriga-
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do ções. (Regulamento)
Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores XXII - as administrações tributárias da União,
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ati-
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, vidades essenciais ao funcionamento do Estado, exer-
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Fede- cidas por servidores de carreiras específicas, terão
ral, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite recursos prioritários para a realização de suas ativida-
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e des e atuarão de forma integrada, inclusive com o
aos Defensores Públicos; (Redação dada pela compartilhamento de cadastros e de informações fis-
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) cais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legis- Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
lativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores § 1º - A publicidade dos atos, programas,
aos pagos pelo Poder Executivo; obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos de-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de verá ter caráter educativo, informativo ou de orienta-
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de ção social, dela não podendo constar nomes, símbolos
remuneração de pessoal do serviço público; (Redação ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998) autoridades ou servidores públicos.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por § 2º - A não observância do disposto nos incisos
servidor público não serão computados nem acumula- II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
dos para fins de concessão de acréscimos ulteriores; autoridade responsável, nos termos da lei.
(Redação dada pela Emenda constitucional nº § 3º A lei disciplinará as formas de participação
19, de 1998) do usuário na administração pública direta e indireta,
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes regulando especialmente: (Redação dada pela
de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressal- Emenda constitucional nº 19, de 1998)
vado o disposto nos incisos XI e XIV deste Artigo e
nos Arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; I - as reclamações relativas à prestação dos
(Redação dada pela Emenda constitucional nº serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção
19, de 1998) de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
XVI - é vedada a acumulação remunerada de periódica, externa e interna, da qualidade dos servi-
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilida- ços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de de horários, observado em qualquer caso o dispos- de 1998)
to no inciso XI. (Redação dada pela Emenda cons- II - o acesso dos usuários a registros adminis-
titucional nº 19, de 1998) trativos e a informações sobre atos de governo, obser-
vado o disposto no Art. 5º, X e XXXIII; (Incluído
a) a de dois cargos de professor; (Incluída pe- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
la Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - a disciplina da representação contra o
b) a de um cargo de professor com outro técni- exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou
co ou científico; (Incluída pela Emenda Constituci- função na administração pública. (Incluído pela
onal nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de § 4º - Os atos de improbidade administrativa
profissionais de saúde, com profissões regulamenta- importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
das; (Redação dada pela Emenda Constitucional da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
nº 34, de 2001) ressarcimento ao erário, na forma e gradação previs-
tas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XVII - a proibição de acumular estende-se a § 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição
empregos e funções e abrange autarquias, fundações, para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
empresas públicas, sociedades de economia mista, ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou as respectivas ações de ressarcimento.
indiretamente, pelo poder público; (Redação dada § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e
pela Emenda constitucional nº 19, de 1998) as de direito privado prestadoras de serviços públicos
XVIII - a administração fazendária e seus servi- responderão pelos danos que seus agentes, nessa
dores fiscais terão, dentro de suas áreas de competên- qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
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de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou IV - em qualquer caso que exija o afastamento
culpa. para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restri- serviço será contado para todos os efeitos legais, ex-
ções ao ocupante de cargo ou emprego da administra- ceto para promoção por merecimento;
ção direta e indireta que possibilite o acesso a infor- V - para efeito de benefício previdenciário, no
mações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Cons- caso de afastamento, os valores serão determinados
titucional nº 19, de 1998) como se no exercício estivesse.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e fi-
nanceira dos órgãos e entidades da administração Seção II
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contra- DOS SERVIDORES PÚBLICOS
to, a ser firmado entre seus administradores e o poder (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
público, que tenha por objeto a fixação de metas de 18, de 1998)
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucio- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal
nal nº 19, de 1998) e os Municípios instituirão, no âmbito de sua compe-
tência, regime jurídico único e planos de carreira para
I - o prazo de duração do contrato; os servidores da administração pública direta, das
II - os controles e critérios de avaliação de de- autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº
sempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos 2.135-4)
dirigentes; § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
III - a remuneração do pessoal. demais componentes do sistema remuneratório obser-
vará: (Redação dada pela Emenda constitucional
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empre- nº 19, de 1998)
sas públicas e às sociedades de economia mista, e
suas subsidiárias, que receberem recursos da União, I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para complexidade dos cargos componentes de cada carrei-
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em ra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº de 1998)
19, de 1998) II - os requisitos para a investidura; (Incluído
§ 10. É vedada a percepção simultânea de pro- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ventos de aposentadoria decorrentes do Art. 40 ou III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído
dos Arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, em- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
prego ou função pública, ressalvados os cargos acu-
muláveis na forma desta Constituição, os cargos eleti- § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal
vos e os cargos em comissão declarados em lei de manterão escolas de governo para a formação e o
livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emen- aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-
da Constitucional nº 20, de 1998) se a participação nos cursos um dos requisitos para a
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos promoção na carreira, facultada, para isso, a celebra-
limites remuneratórios de que trata o inciso XI do ção de convênios ou contratos entre os entes federa-
caput deste Artigo, as parcelas de caráter indenizató- dos. (Redação dada pela Emenda constitucional
rio previstas em lei. (Incluído pela Emenda Consti- nº 19, de 1998)
tucional nº 47, de 2005) § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de car-
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do go público o disposto no Art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII,
caput deste Artigo, fica facultado aos Estados e ao XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, po-
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emen- dendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
da às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Re-
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores dação dada pela Emenda constitucional nº 19, de
do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa 1998)
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsí- § 4º O membro de Poder, o detentor de manda-
dio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, to eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsí- Estaduais e Municipais serão remunerados exclusiva-
dios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Verea- mente por subsídio fixado em parcela única, vedado o
dores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
47, de 2005) prêmio, verba de representação ou outra espécie re-
muneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto
Art. 38. Ao servidor público da administração no Art. 37, X e XI. (Redação dada pela Emenda
direta, autárquica e fundacional, no exercício de man- constitucional nº 19, de 1998)
dato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fe-
(Redação dada pela Emenda constitucional nº deral e dos Municípios poderá estabelecer a relação
19, de 1998) entre a maior e a menor remuneração dos servidores
I - tratando-se de mandato eletivo federal, es- públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
tadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, em- Art. 37, XI. (Redação dada pela Emenda constitu-
prego ou função; cional nº 19, de 1998)
II - investido no mandato de Prefeito, será afas- § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá-
tado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe faculta- rio publicarão anualmente os valores do subsídio e da
do optar pela sua remuneração; remuneração dos cargos e empregos públicos. (Reda-
III - investido no mandato de Vereador, haven- ção dada pela Emenda constitucional nº 19, de
do compatibilidade de horários, perceberá as vanta- 1998)
gens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fe-
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo deral e dos Municípios disciplinará a aplicação de re-
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso ante- cursos orçamentários provenientes da economia com
rior; despesas correntes em cada órgão, autarquia e funda-
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ção, para aplicação no desenvolvimento de programas abrangidos pelo regime de que trata este Artigo, res-
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvol- salvados, nos termos definidos em leis complementa-
vimento, modernização, reaparelhamento e racionali- res, os casos de servidores: (Redação dada pela
zação do serviço público, inclusive sob a forma de Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
adicional ou prêmio de produtividade. (Redação dada
pela Emenda constitucional nº 19, de 1998) I portadores de deficiência; (Incluído pela
§ 8º A remuneração dos servidores públicos or- Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
ganizados em carreira poderá ser fixada nos termos do II que exerçam atividades de risco; (Incluído
§ 4º. (Redação dada pela Emenda constitucional pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
nº 19, de 1998) III cujas atividades sejam exercidas sob condi-
ções especiais que prejudiquem a saúde ou a integri-
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe- dade física. (Incluído pela Emenda Constitucional
tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos nº 47, de 2005)
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contribu- § 5º - Os requisitos de idade e de tempo de
tivo e solidário, mediante contribuição do respectivo contribuição serão reduzidos em cinco anos, em rela-
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos ção ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que
pensionistas, observados critérios que preservem o comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício
equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste Arti- das funções de magistério na educação infantil e no
go. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº ensino fundamental e médio. (Redação dada pela
41, 19.12.2003) Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorren-
previdência de que trata este Artigo serão aposenta- tes dos cargos acumuláveis na forma desta Constitui-
dos, calculados os seus proventos a partir dos valores ção, é vedada a percepção de mais de uma aposenta-
fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada doria à conta do regime de previdência previsto neste
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) Artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 20, de 15/12/98)
I - por invalidez permanente, sendo os proven- § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício
tos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se de pensão por morte, que será igual: (Redação dada
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissio- pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, na for-
ma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitu- I - ao valor da totalidade dos proventos do ser-
cional nº 41, 19.12.2003) vidor falecido, até o limite máximo estabelecido para
II - compulsoriamente, com proventos proporci- os benefícios do regime geral de previdência social de
onais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos que trata o Art. 201, acrescido de setenta por cento
de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, da parcela excedente a este limite, caso aposentado à
na forma de lei complementar; (Redação dada data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitu-
pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) cional nº 41, 19.12.2003)
III - voluntariamente, desde que cumprido tem- II - ao valor da totalidade da remuneração do
po mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento,
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a até o limite máximo estabelecido para os benefícios do
aposentadoria, observadas as seguintes condições: regime geral de previdência social de que trata o Art.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 201, acrescido de setenta por cento da parcela exce-
20, de 15/12/98) dente a este limite, caso em atividade na data do óbi-
to. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de 19.12.2003)
contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de
idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação § 8º É assegurado o reajustamento dos benefí-
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de cios para preservar-lhes, em caráter permanente, o
15/12/98) valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
sessenta anos de idade, se mulher, com proventos 41, 19.12.2003)
proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de ou municipal será contado para efeito de aposentado-
15/12/98) ria e o tempo de serviço correspondente para efeito de
disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constituci-
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pen- onal nº 20, de 15/12/98)
sões, por ocasião de sua concessão, não poderão ex- § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer
ceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo forma de contagem de tempo de contribuição fictício.
efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
de referência para a concessão da pensão. (Redação 15/12/98)
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de § 11 - Aplica-se o limite fixado no Art. 37, XI, à
15/12/98) soma total dos proventos de inatividade, inclusive
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposenta- quando decorrentes da acumulação de cargos ou em-
doria, por ocasião da sua concessão, serão considera- pregos públicos, bem como de outras atividades sujei-
das as remunerações utilizadas como base para as tas a contribuição para o regime geral de previdência
contribuições do servidor aos regimes de previdência social, e ao montante resultante da adição de proven-
de que tratam este Artigo e o Art. 201, na forma da tos de inatividade com remuneração de cargo acumu-
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº lável na forma desta Constituição, cargo em comissão
41, 19.12.2003) declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucio-
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos nal nº 20, de 15/12/98)
12
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
§ 12 - Além do disposto neste Artigo, o regime ma da lei, for portador de doença incapacitante. (In-
de previdência dos servidores públicos titulares de cluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e 2005)
critérios fixados para o regime geral de previdência
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
20, de 15/12/98) exercício os servidores nomeados para cargo de provimen-
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de to efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
e exoneração bem como de outro cargo temporário ou § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
de emprego público, aplica-se o regime geral de previ- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
dência social. (Incluído pela Emenda Constitucio- 1998)
nal nº 20, de 15/12/98)
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e I - em virtude de sentença judicial transitada em
os Municípios, desde que instituam regime de previ- julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
dência complementar para os seus respectivos servi- de 1998)
dores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o II - mediante processo administrativo em que lhe
valor das aposentadorias e pensões a serem concedi- seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda
das pelo regime de que trata este Artigo, o limite Constitucional nº 19, de 1998)
máximo estabelecido para os benefícios do regime III - mediante procedimento de avaliação periódica
geral de previdência social de que trata o Art. 201. de desempenho, na forma de lei complementar, assegura-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de da ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucio-
15/12/98) nal nº 19, de 1998)
§ 15. O regime de previdência complementar de § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu-
respectivo Poder Executivo, observado o disposto no pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori-
Art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por inter- gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
médio de entidades fechadas de previdência comple- cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
mentar, de natureza pública, que oferecerão aos res- proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela
pectivos participantes planos de benefícios somente Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
na modalidade de contribuição definida. (Redação § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi-
dada pela Emenda Constitucional nº 41, dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
19.12.2003) remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação
opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ao servidor que tiver ingressado no serviço público até § 4º Como condição para a aquisição da estabilida-
a data da publicação do ato de instituição do corres- de, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
pondente regime de previdência complementar. (In- comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela
cluído pela Emenda Constitucional nº 20, de Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
15/12/98)
§ 17. Todos os valores de remuneração conside- Art. 42 Os membros das Polícias Militares e
rados para o cálculo do benefício previsto no § 3° se- Corpos de Bombeiros Militares, instituições organiza-
rão devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu- das com base na hierarquia e disciplina, são militares
ído pela Emenda Constitucional nº 41, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Re-
19.12.2003) dação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos 1998)
de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do
de que trata este Artigo que superem o limite máximo Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a
estabelecido para os benefícios do regime geral de ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do
previdência social de que trata o Art. 201, com per- art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
centual igual ao estabelecido para os servidores titula- estadual específica dispor sobre as matérias do art.
res de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais
Constitucional nº 41, 19.12.2003) conferidas pelos respectivos governadores. (Redação
§ 19. O servidor de que trata este Artigo que dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
tenha completado as exigências para aposentadoria 15/12/98)
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados,
permanecer em atividade fará jus a um abono de per- do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for
manência equivalente ao valor da sua contribuição fixado em lei específica do respectivo ente estatal.
previdenciária até completar as exigências para apo- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
sentadoria compulsória contidas no §1º, II. (Incluído 41, 19.12.2003)
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) ...........................................................
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um TÍTULO VIII
regime próprio de previdência social para os servidores DA ORDEM SOCIAL (Arts. 193 a 204)
titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade CAPÍTULO I
gestora do respectivo regime em cada ente estatal, DISPOSIÇÃO GERAL
ressalvado o disposto no Art. 142, § 3º, X. (Incluído (Arts. 193 a 204
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) )
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste Ar- Art. 193. A ordem social tem como base o primado do
tigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça soci-
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do ais.
limite máximo estabelecido para os benefícios do re- CAPÍTULO II
gime geral de previdência social de que trata o Art. DA SEGURIDADE SOCIAL
201 desta Constituição, quando o beneficiário, na for-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
Seção I § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
DISPOSIÇÕES GERAIS garantir a manutenção ou expansão da seguridade
social, obedecido o disposto no Art. 154, I.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjun-
to integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públi- § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade
cos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
relativos à saúde, à previdência e à assistência social. correspondente fonte de custeio total.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos ter-
mos da lei, organizar a seguridade social, com base § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo
nos seguintes objetivos: só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias
da data da publicação da lei que as houver instituído
I - universalidade da cobertura e do atendimento; ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e servi- Art. 150, III, "b".
ços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade
benefícios e serviços; social as entidades beneficentes de assistência social
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; que atendam às exigências estabelecidas em lei.
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento; § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
VII - caráter democrático e descentralizado da admi- rurais e o pescador artesanal, bem como os respecti-
nistração, mediante gestão quadripartite, com partici- vos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime
pação dos trabalhadores, dos empregadores, dos apo- de economia familiar, sem empregados permanentes,
sentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Reda- contribuirão para a seguridade social mediante a apli-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de cação de uma alíquota sobre o resultado da comercia-
1998) lização da produção e farão jus aos benefícios nos
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda termos da lei. (Redação dada pela Emenda Consti-
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da tucional nº 20, de 1998)
lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do
cípios, e das seguintes contribuições sociais: caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de
cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômi-
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela ca, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Reda- da empresa ou da condição estrutural do mercado de
ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constituci-
1998) onal nº 47, de 2005)

a) a folha de salários e demais rendimentos do traba- § 10. A lei definirá os critérios de transferência de
lho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa recursos para o sistema único de saúde e ações de
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo em- assistência social da União para os Estados, o Distrito
pregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municí-
nº 20, de 1998) pios, observada a respectiva contrapartida de recur-
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emen- sos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
da Constitucional nº 20, de 1998) de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998) § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II
II - do trabalhador e dos demais segurados da previ- deste artigo, para débitos em montante superior ao
dência social, não incidindo contribuição sobre aposen- fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda
tadoria e pensão concedidas pelo regime geral de pre- Constitucional nº 20, de 1998)
vidência social de que trata o Art. 201; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. para os quais as contribuições incidentes na forma dos
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emen- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
da Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 19.12.2003)

§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipóte-
dos Municípios destinadas à seguridade social consta- se de substituição gradual, total ou parcial, da contri-
rão dos respectivos orçamentos, não integrando o buição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente
orçamento da União. sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
será elaborada de forma integrada pelos órgãos res-
ponsáveis pela saúde, previdência social e assistência Seção II
social, tendo em vista as metas e prioridades estabe- DA SAÚDE
lecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada
a cada área a gestão de seus recursos. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Esta-
do, garantido mediante políticas sociais e econômicas
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da que visem à redução do risco de doença e de outros
seguridade social, como estabelecido em lei, não pode- agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
rá contratar com o Poder Público nem dele receber serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
Art. 197. São de relevância pública as ações e servi- agentes de combate às endemias por meio de proces-
ços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos so seletivo público, de acordo com a natureza e com-
termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização plexidade de suas atribuições e requisitos específicos
e controle, devendo sua execução ser feita diretamen- para sua atuação. .(Incluído pela Emenda Consti-
te ou através de terceiros e, também, por pessoa física tucional nº 51, de 2006)
ou jurídica de direito privado.
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde inte- salarial profissional nacional, as diretrizes para os
gram uma rede regionalizada e hierarquizada e consti- Planos de Carreira e a regulamentação das atividades
tuem um sistema único, organizado de acordo com as de agente comunitário de saúde e agente de combate
seguintes diretrizes: às endemias, competindo à União, nos termos da lei,
I - I - I - no caso da União, a receita corrente líquida prestar assistência financeira complementar aos Esta-
do respectivo exercício financeiro, não podendo ser dos, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cum-
inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada primento do referido piso salarial. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015); pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Re-
gulamento
III - participação da comunidade.
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do Art. 41 e
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos no § 4º do Art. 169 da Constituição Federal, o servi-
termos do Art. 195, com recursos do orçamento da dor que exerça funções equivalentes às de agente
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito comunitário de saúde ou de agente de combate às
Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Pa- endemias poderá perder o cargo em caso de descum-
rágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda primento dos requisitos específicos, fixados em lei,
Constitucional nº 29, de 2000) para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional nº 51, de 2006)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa pri-
públicos de saúde recursos mínimos derivados da apli- vada.
cação de percentuais calculados sobre: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 1º - As instituições privadas poderão participar de
forma complementar do sistema único de saúde, se-
I – no caso da União, na forma definida nos termos da gundo diretrizes deste, mediante contrato de direito
lei complementar prevista no § 3º; (Incluído pela público ou convênio, tendo preferência as entidades
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) filantrópicas e as sem fins lucrativos.

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o pro- § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para
duto da arrecadação dos impostos a que se refere o auxílios ou subvenções às instituições privadas com
Art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e fins lucrativos.
159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parce-
las que forem transferidas aos respectivos Municípios; § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à
2000) saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos
produto da arrecadação dos impostos a que se refere o que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substân-
Art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e cias humanas para fins de transplante, pesquisa e
159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda tratamento, bem como a coleta, processamento e
Constitucional nº 29, de 2000) transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado
todo tipo de comercialização.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo me-
nos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) outras atribuições, nos termos da lei:
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do
§ 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
nº 86, de 2015) substâncias de interesse para a saúde e participar da
produção de medicamentos, equipamentos, imunobio-
II – os critérios de rateio dos recursos da União vincu- lógicos, hemoderivados e outros insumos;
lados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Fe-
deral e aos Municípios, e dos Estados destinados a II - executar as ações de vigilância sanitária e epide-
seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva miológica, bem como as de saúde do trabalhador;
redução das disparidades regionais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III - ordenar a formação de recursos humanos na área
de saúde;
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle
das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, IV - participar da formulação da política e da execução
distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Consti- das ações de saneamento básico;
tucional nº 29, de 2000)
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvol-
IV – IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda vimento científico e tecnológico e a inovação; (Re-
Constitucional nº 86, de 2015) dação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde 2015)
poderão admitir agentes comunitários de saúde e
15
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensio-
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e nistas terá por base o valor dos proventos do mês de
águas para consumo humano; dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional nº 20, de 1998)
VII - participar do controle e fiscalização da produção, § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de
transporte, guarda e utilização de substâncias e produ- previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
tos psicoativos, tóxicos e radioativos; seguintes condições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho. I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e
trinta anos de contribuição, se mulher; (Incluído
Seção III dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
Art. 201. A previdência social será organizada sob a senta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco
forma de regime geral, de caráter contributivo e de anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os
filiação obrigatória, observados critérios que preser- sexos e para os que exerçam suas atividades em re-
vem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos gime de economia familiar, nestes incluídos o produtor
termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído
Constitucional nº 20, de 1998) dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte § 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do pará-
e idade avançada; (Redação dada pela Emenda grafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o
Constitucional nº 20, de 1998) professor que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educa-
II - proteção à maternidade, especialmente à gestan- ção infantil e no ensino fundamental e médio. (Reda-
te; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
20, de 1998) 1998)
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a
III - proteção ao trabalhador em situação de desem- contagem recíproca do tempo de contribuição na ad-
prego involuntário; (Redação dada pela Emenda ministração pública e na atividade privada, rural e
Constitucional nº 20, de 1998) urbana, hipótese em que os diversos regimes de pre-
vidência social se compensarão financeiramente, se-
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os depen- gundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído dada
dentes dos segurados de baixa renda; (Redação da- pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
da pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo
ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado regime geral de previdência social e pelo setor priva-
o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda do. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº
Constitucional nº 20, de 1998) 20, de 1998)

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios dife- § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer
renciados para a concessão de aposentadoria aos be- título, serão incorporados ao salário para efeito de
neficiários do regime geral de previdência social, res- contribuição previdenciária e consequente repercussão
salvados os casos de atividades exercidas sob condi- em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído
ções especiais que prejudiquem a saúde ou a integri- dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
dade física e quando se tratar de segurados portadores
de deficiência, nos termos definidos em lei comple- § 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão
mentar. (Redação dada pela Emenda Constitucio- previdenciária para atender a trabalhadores de baixa
nal nº 47, de 2005) renda e àqueles sem renda própria que se dediquem
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de con- sua residência, desde que pertencentes a famílias de
tribuição ou o rendimento do trabalho do segurado baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de
terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Reda- valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela
ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
1998) § 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências
para o cálculo de benefício serão devidamente atuali- inferiores às vigentes para os demais segurados do
zados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda regime geral de previdência social. (Incluído pela
Constitucional nº 20, de 1998) Emenda Constitucional nº 47, de 2005
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter
real, conforme critérios definidos em lei. (Redação complementar e organizado de forma autônoma em
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) relação ao regime geral de previdência social, será
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdên- facultativo, baseado na constituição de reservas que
cia social, na qualidade de segurado facultativo, de garantam o benefício contratado, e regulado por lei
pessoa participante de regime próprio de previdência. complementar. (Redação dada pela Emenda Cons-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº titucional nº 20, de 1998)
20, de 1998)
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo asse-
gurará ao participante de planos de benefícios de enti-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
dades de previdência privada o pleno acesso às infor- Art. 204. As ações governamentais na área da assis-
mações relativas à gestão de seus respectivos planos. tência social serão realizadas com recursos do orça-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº mento da seguridade social, previstos no Art. 195,
20, de 1998) além de outras fontes, e organizadas com base nas
seguintes diretrizes:
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e
as condições contratuais previstas nos estatutos, regu- I - descentralização político-administrativa, cabendo a
lamentos e planos de benefícios das entidades de pre- coordenação e as normas gerais à esfera federal e a
vidência privada não integram o contrato de trabalho coordenação e a execução dos respectivos programas
dos participantes, assim como, à exceção dos benefí- às esferas estadual e municipal, bem como a entida-
cios concedidos, não integram a remuneração dos des beneficentes e de assistência social;
participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - participação da população, por meio de organiza-
ções representativas, na formulação das políticas e no
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de controle das ações em todos os níveis.
previdência privada pela União, Estados, Distrito Fede-
ral e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito
públicas, sociedades de economia mista e outras enti- Federal vincular a programa de apoio à inclusão e
dades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, promoção social até cinco décimos por cento de sua
situação na qual, em hipótese alguma, sua contribui- receita tributária líquida, vedada a aplicação desses
ção normal poderá exceder a do segurado. (Incluído recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluí-
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusi- do pela Emenda Constitucional nº 42, de
ve suas autarquias, fundações, sociedades de econo- 19.12.2003)
mia mista e empresas controladas direta ou indireta-
mente, enquanto patrocinadoras de entidades fecha- II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Cons-
das de previdência privada, e suas respectivas entida- titucional nº 42, de 19.12.2003)
des fechadas de previdência privada. (Incluído pela III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo an- 19.12.2003)
terior aplicar-se-á, no que couber, às empresas priva- .......................................................
das permissionárias ou concessionárias de prestação CAPÍTULO VI
de serviços públicos, quando patrocinadoras de enti- DO MEIO AMBIENTE
dades fechadas de previdência privada. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologi-
camente equilibrado, bem de uso comum do povo e
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
artigo estabelecerá os requisitos para a designação Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
dos membros das diretorias das entidades fechadas de preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
previdência privada e disciplinará a inserção dos parti-
cipantes nos colegiados e instâncias de decisão em § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, in-
que seus interesses sejam objeto de discussão e deli- cumbe ao Poder Público:
beração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº I - preservar e restaurar os processos ecológicos es-
20, de 1998) senciais e prover o manejo ecológico das espécies e
Seção IV ecossistemas; (Regulamento)
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
II - preservar a diversidade e a integridade do patri-
Art. 203. A assistência social será prestada a quem mônio genético do País e fiscalizar as entidades dedi-
dela necessitar, independentemente de contribuição à cadas à pesquisa e manipulação de material genético;
seguridade social, e tem por objetivos: (Regulamento)

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à III - definir, em todas as unidades da Federação, es-
adolescência e à velhice; paços territoriais e seus componentes a serem especi-
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; almente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer
III - a promoção da integração ao mercado de traba- utilização que comprometa a integridade dos atributos
lho; que justifiquem sua proteção; (Regulamento)

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portado- IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
ras de deficiência e a promoção de sua integração à atividade potencialmente causadora de significativa
vida comunitária; degradação do meio ambiente, estudo prévio de im-
pacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regu-
V - a garantia de um salário mínimo de benefício men- lamento)
sal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover à própria V - controlar a produção, a comercialização e o em-
manutenção ou de tê-la provida por sua família, con- prego de técnicas, métodos e substâncias que compor-
forme dispuser a lei. tem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente; (Regulamento)

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
VI - promover a educação ambiental em todos os ní- § 8º - O Estado assegurará a assistência à família na
veis de ensino e a conscientização pública para a pre- pessoa de cada um dos que a integram, criando me-
servação do meio ambiente; canismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações.
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da
lei, as práticas que coloquem em risco sua função Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou sub- assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
metam os animais a crueldade. (Regulamento) absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à ali-
mentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obri- cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à con-
gado a recuperar o meio ambiente degradado, de vivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público salvo de toda forma de negligência, discriminação,
competente, na forma da lei. exploração, violência, crueldade e opressão. (Reda-
ção dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas 2010)
ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, § 1º O Estado promoverá programas de assistência
independentemente da obrigação de reparar os danos integral à saúde da criança, do adolescente e do jo-
causados. vem, admitida a participação de entidades não gover-
namentais, mediante políticas específicas e obedecen-
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlânti- do aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela
ca, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização
far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que I - aplicação de percentual dos recursos públicos des-
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive tinados à saúde na assistência materno-infantil;
quanto ao uso dos recursos naturais. II - criação de programas de prevenção e atendimento
especializado para as pessoas portadoras de deficiên-
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arreca- cia física, sensorial ou mental, bem como de integra-
dadas pelos Estados, por ações discriminatórias, ne- ção social do adolescente e do jovem portador de defi-
cessárias à proteção dos ecossistemas naturais. ciência, mediante o treinamento para o trabalho e a
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deve- convivência, e a facilitação do acesso aos bens e servi-
rão ter sua localização definida em lei federal, sem o ços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquite-
que não poderão ser instaladas. tônicos e de todas as formas de discriminação. (Re-
dação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de
CAPÍTULO VII 2010)
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem § 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos
e do Idoso logradouros e dos edifícios de uso público e de fabrica-
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº ção de veículos de transporte coletivo, a fim de garan-
65, de 2010) tir acesso adequado às pessoas portadoras de defici-
ência.
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial
proteção do Estado. § 3º - O direito a proteção especial abrangerá os se-
guintes aspectos:
§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos ter- trabalho, observado o disposto no Art. 7º, XXXIII;
mos da lei.
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconheci-
da a união estável entre o homem e a mulher como III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão jovem à escola; (Redação dada Pela Emenda Cons-
em casamento. titucional nº 65, de 2010)
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atri-
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a buição de ato infracional, igualdade na relação proces-
comunidade formada por qualquer dos pais e seus sual e defesa técnica por profissional habilitado, se-
descendentes. gundo dispuser a legislação tutelar específica;

§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade V - obediência aos princípios de brevidade, excepcio-


conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela nalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
mulher. desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer
medida privativa da liberdade;
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divór-
cio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional VI - estímulo do Poder Público, através de assistência
nº 66, de 2010) jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da
§ 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança
humana e da paternidade responsável, o planejamento ou adolescente órfão ou abandonado;
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado VII - programas de prevenção e atendimento especia-
propiciar recursos educacionais e científicos para o lizado à criança, ao adolescente e ao jovem dependen-
exercício desse direito, vedada qualquer forma coerci- te de entorpecentes e drogas afins. (Redação dada
tiva por parte de instituições oficiais ou privadas. Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
§ 4º - A lei punirá severamente o abuso, a violência e Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número
a exploração sexual da criança e do adolescente. certo, remunerado pelos cofres municipais, ao qual corres-
ponde um conjunto de atribuições e responsabilidades
§ 5º - A adoção será assistida pelo Poder Público, na cometidas ao servidor público.
forma da lei, que estabelecerá casos e condições de Parágrafo único. Os cargos públicos são de provi-
sua efetivação por parte de estrangeiros. mento efetivo ou em comissão.

§ 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casa- Art. 4º A investidura em cargo público depende de
mento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e aprovação prévia em concurso público de provas ou de
qualificações, proibidas quaisquer designações discri- provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargos em
minatórias relativas à filiação. comissão, declarados em lei de livre nomeação e exonera-
ção.
§ 7º - No atendimento dos direitos da criança e do Art. 5º Os cargos públicos municipais são acessí-
adolescente levar-se- á em consideração o disposto no veis a todos os brasileiros, preenchidos os requisitos que a
Art. 204. lei estabelecer.
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010) Art. 6º Quadro é o conjunto dos cargos públicos
municipais de provimento efetivo.
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os Parágrafo único. Também poderá constituir um qua-
direitos dos jovens; (Incluído Pela Emenda Consti- dro, na forma que a lei estabelecer, o conjunto dos cargos
tucional nº 65, de 2010) em comissão e funções gratificadas.

II - o plano nacional de juventude, de duração dece- CAPÍTULO II


nal, visando à articulação das várias esferas do poder DO PROVIMENTO
público para a execução de políticas públicas. (Incluí- Seção I
do Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) Disposições Gerais
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de
dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especi- Art. 7º Precederão sempre o ingresso no serviço
al. público municipal, qualquer que seja a forma de investidu-
ra, a inspeção de saúde e o exame psicológico, realizados
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e edu- pelo órgão competente do Município.
car os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever § 1º A inspeção médica para o ingresso é válida por
de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou noventa (90) dias e somente decorrido este período pode-
enfermidade. rá ser repetida para o caso de candidato julgado tempora-
riamente inapto.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o de- § 2º No caso de cargo em comissão, a inspeção de
ver de amparar as pessoas idosas, assegurando sua saúde e o exame psicológico poderão ser realizados até
participação na comunidade, defendendo sua dignida- trinta (30) dias após a posse.
de e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
Art. 8º São requisitos básicos para ingresso no ser-
§ 1º - Os programas de amparo aos idosos serão exe- viço público:
cutados preferencialmente em seus lares.
I - a nacionalidade brasileira;
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garanti- II - o gozo dos direitos políticos;
da a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. III - a quitação com as obrigações militares e eleito-
rais;
IV - a idade mínima de dezoito (18) anos;
ESTATUTO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE V - ter boa conduta;
CAXIAS DO SUL (LEI COMPLEMENTAR Nº VI - gozar de boa saúde física e mental;
3.673/91), com suas alterações. VII - possuir aptidão e vocação para o exercício do
cargo;
TÍTULO I – Do Regime Jurídico Único – art. 1º ao 49; VIII - ter atendido às condições especiais prescritas
TÍTULO III – Do Regime de Trabalho – art. 71 ao 80; para o cargo.
TÍTULO IV – Dos Direitos e Vantagens (Art. 89 ao § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exi-
107; art. 118 ao 176; art. 188 ao 224; TÍTULO V – Do gência de outros requisitos, estabelecidos em lei.
Regime Disciplinar – art. 241 ao 306. § 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegu-
rado o direito de inscrever-se em concurso público para
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis
TÍTULO I – Do Regime Jurídico Único
com a deficiência de que são portadoras, e para as quais
Art. 1º a 49
serão reservadas vagas oferecidas no concurso, nos ter-
TÍTULO I mos do edital.
DO REGIME JURÍDICO ÚNICO Art. 9º O provimento dos cargos públicos far-se-á
CAPÍTULO I mediante ato da autoridade competente de cada Poder, do
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES dirigente superior de Autarquia ou Fundação Pública.
Art. 1º Esta Lei Complementar institui o regime ju- Art. 10. A investidura em cargo público ocorrerá
rídico único dos servidores públicos da Administração com a posse.
Direta, Indireta e Funcional do Município de Caxias do Sul.
Art. 11. São formas de provimento em cargo públi-
Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, co:
servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. I - nomeação;
II - readaptação;
19
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
III - reversão;
IV - aproveitamento; Art. 18. São competentes para dar posse:
V - reintegração;
VI - recondução. (Inciso acrescido pela Lei Com- I - o Prefeito e os dirigentes dos órgãos que lhe são
plementar nº 78, de 30 de dezembro de 1998) diretamente subordinados;
Parágrafo único. Recondução é o retorno do servidor II - os Secretários Municipais e os dirigentes superi-
estável ao cargo anteriormente ocupado, decorrente de ores de Autarquia ou Fundação e os chefes dos órgãos;
inabilidade em estágio probatório relativo a outro cargo ou III - o órgão central de pessoal, nos demais casos.
reintegração do anterior ocupante. Encontrando-se provido
o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, Art. 19. A autoridade a quem couber dar posse veri-
de atribuições e vencimentos compatíveis. (Parágrafo ficará, previamente, sob pena de responsabilidade, se
acrescido pela Lei Complementar nº 78, de 30 de foram satisfeitas as condições legais para o provimento.
dezembro de 1998)
Seção II Art. 20. Só haverá posse nos casos de provimento
Da Nomeação por nomeação.

Art. 12. A nomeação far-se-á: § 1º Será tornado sem efeito o ato de provimento
se a posse não ocorrer no prazo previsto pelo Art. 17, §
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo 1º.
isolado ou de carreira; § 2º O servidor, antes de entrar em exercício, deve-
II - em comissão, para os cargos de confiança, de rá apresentar, ao órgão central de pessoal, os elementos
livre nomeação e exoneração, ocorrendo esta automatica- necessários ao assentamento individual, não apresentados
mente, para todos os efeitos desta Lei, ao deixar o cargo a anteriormente por não constituírem condição para a posse.
autoridade de quem o servidor desfruta a confiança.
Art. 21. Exercício é o desempenho do cargo pelo
Art. 13. A nomeação para cargo isolado ou de car- servidor nele provido.
reira depende de prévia aprovação em concurso público de Parágrafo único. O titular da repartição em que for
provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de lotado o servidor é a autoridade competente para dar-lhe
classificação e o prazo de sua validade. exercício.

Seção III Art. 22. O exercício no cargo terá início no prazo de


Do Concurso Público quinze (15) dias, contados:

Art. 14. As normas gerais para a realização de con- I - da data da posse;


curso serão estabelecidas em regulamento. II - da data da publicação do ato, em qualquer caso.
§ 1º Não se apresentando o servidor para entrar em
Art. 15. O edital do concurso estabelecerá os requi- exercício dentro do prazo, será tornado sem efeito o ato de
sitos a serem satisfeitos pelos candidatos, observando-se: provimento.
I - as provas deverão aferir, com caráter obrigató- § 2º A promoção não interrompe o exercício.
rio, os conhecimentos específicos exigidos para o exercício
do cargo; Art. 23. O início do exercício e as alterações que ne-
II - os pontos correspondentes aos títulos não pode- le ocorram serão comunicados ao órgão central de pessoal,
rão exceder a mais de um quinto (1/5) do total dos pontos que os registrará no assentamento individual do servidor.
do concurso; Parágrafo único. A frequência do servidor, durante
III - o prazo de validade do concurso público será de cada mês, será comunicada mediante folha ponto, da qual
até dois (2) anos, prorrogável uma (1) vez, por igual constará, explicitamente, o número de dias em que efeti-
período; vamente trabalhou e as alterações porventura ocorridas.
IV - durante o prazo de validade previsto no edital
de convocação, aquele aprovado em concurso público será Art. 24. Nenhum servidor poderá ser posto a dis-
convocado com prioridade sobre novos concursados para posição ou, de qualquer forma, ter exercício em repartição
assumir cargo na carreira. diversa daquela em que estiver lotado, salvo nos casos
previstos neste Estatuto ou mediante prévia autorização do
Art. 16. Os limites de idade para a prestação de Prefeito, formalizada em Portaria.
concurso público são os estabelecidos pela legislação Parágrafo único. Nesta última hipótese, o afasta-
federal. mento só será permitido para fim determinado e por prazo
Seção IV certo, com a concordância do servidor.
Da Posse e do Exercício
Art. 25. Somente com prévia autorização ou de-
Art. 17. Posse é a aceitação expressa das atribui- signação do Prefeito, formalizada em Portaria, poderá o
ções, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo servidor afastar-se do exercício do cargo, em objeto de
público, com o compromisso de bem servir, formalizada estudo ou missão especial.
com a assinatura do termo pela autoridade competente e § 1º Deverá sempre constar da Portaria o objeto do
pelo empossado. afastamento, o prazo de sua duração e se é ele com ou
sem ônus para o Município.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de quinze (15) dias § 2º O afastamento dar-se-á sem prejuízo do ven-
contados da publicação do ato de provimento, prorrogável cimento e demais vantagens, quando se caracterizar o
por mais quinze (15), a requerimento do interessado. interesse do Município.
§ 2º Em se tratando de servidor em férias, em li- § 3º Quando se tratar de curso de aperfeiçoamento
cença ou afastado por qualquer motivo legal, o prazo será ou pós-graduação em estabelecimento situado no Municí-
contado do término do impedimento. pio, aplicar-se-ão as normas estabelecidas para o servidor
§ 3º Poder-se-á dar posse mediante procuração es- estudante.
pecífica.
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§ 4º Quando se tratar de afastamento temporário, Art. 31. Os membros do magistério eleitos para
decorrente de estudo ou missão especial, esportiva de função de Diretor de Escola não poderão ser designados "
caráter amadorista, cientifica ou artística, o Prefeito poderá ex-officio " para outra unidade escolar.
autorizar que o servidor dela participe, com ou sem ônus Parágrafo único. O membro do magistério eleito pa-
para o Município, à vista dos elementos integrantes do ra a função de Diretor poderá, a pedido, ser designado
expediente respectivo. para ter exercício em outra unidade escolar, desde que
§ 5º O servidor só poderá ser posto a disposição de precedida de pedido de dispensa da função.
outra entidade governamental ou de Administração Indire-
ta e Fundacional do Município, a pedido do titular respecti- Seção VI
vo, para exercer cargo de confiança ou missão determina- Da Estabilidade
da, por prazo certo, mediante concordância do servidor.
Art. 32. São estáveis após três anos de efetivo
Art. 26. Nenhum servidor poderá permanecer fora exercício os servidores nomeados para cargos de provi-
do Município por mais de dois (2) anos em objeto de mento efetivo em virtude de concurso público. (Redação
estudos e por mais de quatro (4) em missão especial ou à dada pela Lei Complementar nº 78, de 30 de dezem-
disposição de outra entidade governamental, nem se bro de 1998)
ausentar novamente senão depois de decorridos quatro (4)
anos de efetivo exercício, contados da data do regresso. § 1º Para a aquisição da estabilidade é obrigatória a
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se apli- avaliação especial de desempenho, realizada no período de
ca no caso de exercício de posto de confiança, desde que estágio probatório. (Parágrafo acrescido pela Lei Com-
sem ônus para o Município, bem como nos casos de ce- plementar nº 78, de 30 de dezembro de 1998)
dência a outra entidade governamental, desde que haja § 2º A estabilidade diz respeito ao serviço público e
relevante interesse público e social devidamente motivado. não ao cargo. (Parágrafo renumerado de único para 2º
(Redação dada pela Lei Complementar nº 264, de 16 pela Lei Complementar nº 78, de 30 de dezembro de
de outubro de 2006) 1998)

Art. 27. O ocupante de cargo de provimento efetivo Art. 33. O servidor estável só perderá o cargo em
fica sujeito a vinte (20) horas; trinta e três (33) horas; virtude de sentença judicial transitada em julgado, ou de
trinta e seis (36) horas e quarenta (40) horas semanais de decisão em processo administrativo disciplinar no qual lhe
trabalho, na forma estabelecida pelas especificações das seja assegurado o contraditório e ampla defesa.
categorias funcionais.
Parágrafo único. O exercício de cargo em comissão Seção VII
exigirá de seu ocupante inteira dedicação ao serviço, Da Readaptação
podendo ser convocado sempre que houver interesse da
Administração. Art. 34. Readaptação é a investidura do servidor em
Seção V cargo de igual padrão, mais compatível com sua aptidão
Da Lotação ou vocação, podendo ser processada a pedido ou " ex-
officio ".
Art. 28. Lotação é a colocação do servidor na repar-
tição em que deva ter exercício. § 1º Dar-se-á a readaptação quando se verificar que
o servidor, em relação ao cargo que ocupa:
§ 1º O deslocamento do servidor de uma para outra a) tornou-se totalmente inapto em virtude de modi-
repartição far-se-á por relotação. ficações permanentes de seu estado físico ou psíquico;
§ 2º Tanto a lotação inicial, como as subsequentes, b) não mais apresenta pendores vocacionais condi-
poderão ser feitas a pedido ou "ex-officio", após o pronun- zentes.
ciamento do órgão de colocação.
§ 3º No caso de cargo em comissão ou de função § 2º A verificação das condições aludidas no pará-
gratificada, a lotação e compreendida no próprio ato da grafo anterior será realizada pelo órgão central de pessoal,
nomeação ou designação. que indicará, à vista de laudo médico, estudo social e teste
vocacional, o cargo que julgue possível à readaptação do
Art. 29. Designação é o ato mediante o qual o Se- servidor.
cretário Municipal da Educação e Cultura, ou autoridade § 3º A autoridade competente apreciará a indicação,
delegada, determina a unidade escolar ou órgão onde o na forma do parágrafo anterior, e atribuirá ao servidor, em
professor deverá ter exercício. caráter experimental, tarefas correspondentes ao cargo
§ 1º A designação poderá ser alterada a pedido ou indicado, na mesma repartição em que estiver lotado,
no interesse do ensino. pondo-o em observação e repetindo o procedimento até
§ 2º O deslocamento por necessidade do ensino far- que possa ser indicada a readaptação ou seja considerado
se-á com o consentimento do membro do magistério, inadaptável.
exceto nos casos em que este for excedente na unidade § 4º Caso inexistam na mesma repartição as tarefas
escolar ou colocado à disposição da Secretaria Municipal da inerentes ao cargo indicado, admitir-se-á o estágio expe-
Educação e Cultura, pela Direção da Escola. rimental em outra.
§ 3º No caso de o professor ser colocado à disposi- § 5º Verificada a adaptabilidade do servidor e com-
ção, a Direção da unidade escolar deverá apresentar provada sua habilitação, será ele readaptado, ouvido
relatório das razões que a levaram a tal proposição, ouvi- previamente o órgão competente.
da, também, a parte interessada.
Art. 35. Inexistindo vaga, serão atribuídas ao servi-
Art. 30. No interesse do ensino, o membro do ma- dor as tarefas do cargo indicado até que se disponha deste
gistério poderá ser designado, temporariamente, para para o regular provimento.
desempenhar as suas funções, ou encargos específicos,
fora de sua unidade escolar, por determinação da autori- Art. 36. Verificada a inaptidão parcial, o órgão da
dade competente. Biometria Médica indicará, dentre as tarefas do cargo, as
que não possam ser exercidas pelo servidor.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
Art. 37. A atribuição e a delimitação de tarefas far- Art. 43. O órgão a que esteja afeta a colocação do
se-ão mediante portaria do órgão central de pessoal. servidor indicará a lotação do estagiário, atendendo,
sempre que possível, à relação entre as tendências por ele
Art. 38. Se julgado incapaz para o serviço público, o demonstradas e as atividades da repartição.
servidor será aposentado.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, a readapta- Art. 44. O órgão onde o estagiário estiver lotado
ção não poderá acarretar o aumento ou redução da remu- deve orientá-lo e acompanhá-lo no exercício de suas
neração do servidor. funções, bem como instrumentalizá-lo quanto às disposi-
Seção VIII ções legais e proporcionar-lhe o aperfeiçoamento profissio-
Da Reversão nal necessário para o desempenho do cargo. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 78, de 30 de dezem-
Art. 39. Reversão é o retorno do aposentado à ati- bro de 1998)
vidade no serviço público municipal, verificado, em proces-
so, que não subsistem motivos determinantes da aposen- Art. 45. As aferições periódicas e final dos requisitos
tadoria. do estágio probatório serão realizadas pelo órgão compe-
tente, nos termos do regulamento elaborado por comissão
§ 1º A reversão far-se-á a pedido ou ex-officio paritária. (Redação dada pela Lei Complementar nº
§ 2º Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão 78, de 30 de dezembro de 1998)
sem que, mediante inspeção médica, fique provada a
capacidade para o exercício do cargo. § 1º Para confirmação do servidor no cargo, será
§ 3º Será cassada a aposentadoria do servidor que, necessário que o conceito final, traduzido numericamente,
revertendo, não entrar em exercício no prazo legal. seja igual ou superior a dois terços do grau máximo, em
cada um dos fatores de avaliação. (Redação dada pela
Art. 40. A reversão far-se-á no cargo anteriormente Lei Complementar nº 78, de 30 de dezembro de
exercido ou, se transformado, no resultante da transfor- 1998)
mação. 2º (parágrafo revogado pela Lei Complementar
nº 374, de 15 de dezembro de 2010)
§ 1º Comprovada a habilitação pelo órgão compe- § 3º O servidor não aprovado em estágio probatório
tente, poderá o aposentado reverter ao serviço público será exonerado ou reconduzido ao cargo anteriormente
municipal em outro cargo do mesmo nível de retribuição. ocupado, se era estável. (Redação dada pela Lei Com-
§ 2º A reversão não poderá ocorrer com retribuição plementar nº 78, de 30 de dezembro de 1998)
inferior ao provento da inatividade. § 4º Nos casos de afastamento decorrentes das dis-
posições legais, superiores a 30 (trinta) dias, fica protelada
Art. 41. Para nova aposentadoria, a reversão dará sua avaliação no estágio probatório por igual período.
direito à contagem do tempo em que o servidor esteve (Redação dada pela Lei Complementar nº 374, de 15
aposentado. de dezembro de 2010).
Seção IX § 5º O servidor em estágio probatório não pode ser
Do Estágio Probatório cedido ou colocado à disposição de outros órgãos públicos
ou entidades. (Parágrafo acrescido pela Lei Comple-
Art. 42. Ao entrar em exercício o servidor nomeado mentar nº 78, de 30 de dezembro de 1998)
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio § 6º Quando o servidor em estágio probatório for
probatório por um período de três anos, durante o qual sua designado para desempenhar cargo em comissão ou
aptidão e capacidade serão objeto de avaliação no desem- função gratificada, a aferição fica protelada por igual
penho do cargo, observados os seguintes fatores: (Reda- período. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar
ção dada pela Lei Complementar nº 78, de 30 de nº 78, de 30 de dezembro de 1998)
dezembro de 1998) Art. 45-A. Será exonerado o servidor que, no perí-
odo de seu estágio probatório, apresentar qualquer das
I - assiduidade; (Redação dada pela Lei Com- seguintes situações: (Artigo acrescido pela Lei Com-
plementar nº 78, de 30 de dezembro de 1998) plementar nº 374, de 15 de dezembro de 2010)
II - pontualidade; (Inciso renumerado de IX pa-
ra II pela Lei Complementar nº 78, de 30 de dezem- I - ao final do processo, quando verificar-se que o
bro de 1998) servidor não atingiu a pontuação total mínima para apro-
III - disciplina; (Inciso renumerado de II para vação em qualquer dos fatores de avaliação; (Inciso
III pela Lei Complementar nº 78, de 30 de dezembro acrescido pela Lei Complementar nº 374, de 15 de
de 1998) dezembro de 2010)
IV - relacionamento interpessoal; (Redação dada II - a qualquer momento, quando for constatada a
pela Lei Complementar nº 78, de 30 de dezembro de impossibilidade matemática de atingir a pontuação mínima
1998) até a quinta avaliação; (Inciso acrescido pela Lei Com-
V - responsabilidade; (Redação dada pela Lei plementar nº 374, de 15 de dezembro de 2010)
Complementar nº 78, de 30 de dezembro de 1998) III - a qualquer momento, quando verificar-se que o
VI - produtividade; (Inciso renumerado de IV servidor avaliado obteve a nota mínima em todos os
para VI pela Lei Complementar nº 78, de 30 de fatores de avaliação, em duas avaliações consecutivas ou
dezembro de 1998) intercaladas; (Inciso acrescido pela Lei Complementar
VII - dedicação ao serviço; (Redação dada pela nº 374, de 15 de dezembro de 2010)
Lei Complementar nº 78, de 30 de dezembro de IV - a qualquer momento, quando o servidor apre-
1998) sentar, por qualquer meio, no desempenho de suas fun-
VIII - eficiência; (Redação dada pela Lei Com- ções, atitudes ou resultados absolutamente insatisfatórios
plementar nº 78, de 30 de dezembro de 1998) para o exercício do cargo, sendo-lhe oportunizada ampla
IX - iniciativa. (Inciso acrescido pela Lei Com- defesa; ou (Inciso acrescido pela Lei Complementar
plementar n° 132, de 19 de março de 2001) nº 374, de 15 de dezembro de 2010)
V - a qualquer momento, quando o número de faltas
injustificadas do servidor ultrapassar 30 (trinta) dias,
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
consecutivos ou não, durante 1 (um) ano. (Inciso acres- Art. 73. Atendendo à conveniência ou à necessida-
cido pela Lei Complementar nº 374, de 15 de dezem- de do serviço, e mediante acordo escrito, poderá ser
bro de 2010) instituído sistema de compensação de horário, hipótese em
que a jornada diária poderá ser superior a oito (8) horas,
Art. 45-B. Durante o Estágio Probatório o servidor sendo o excesso de horas compensado pela corresponden-
não poderá gozar de licença para: (Artigo acrescido pela te diminuição em outro dia, observada sempre a jornada
Lei Complementar nº 374, de 15 de dezembro de máxima semanal.
2010)
§ 1º O sistema de compensação de horas será for-
I - tratar de interesses particulares; e (Inciso malizado em livro de registro específico para esse fim, no
acrescido pela Lei Complementar nº 374, de 15 de qual constará o número de horas trabalhadas a mais e, ao
dezembro de 2010) lado, o dia e a forma de compensação. (Parágrafo acres-
II - acompanhar cônjuge. (Inciso acrescido pela cido pela Lei Complementar nº 98, de 7 de dezembro
Lei Complementar nº 374, de 15 de dezembro de de 1999)
2010) § 2º O total de horas a serem compensadas não po-
derá ultrapassar a cinco (5) dias de afastamento do servi-
Art. 45-C. O julgamento dos recursos interpostos ço. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar nº
nos processos de avaliação de estágio probatório, dirigidos 98, de 7 de dezembro de 1999)
ao Prefeito, poderá ser delegado ao Procurador-Geral do § 3º O livro de horas creditadas e compensadas fará
Município. (Artigo acrescido pela Lei Complementar nº parte da documentação oficial da secretaria de origem
374, de 15 de dezembro de 2010) onde o servidor estiver lotado. (Parágrafo acrescido
Art. 46. O servidor deverá cumprir o estágio proba- pela Lei Complementar nº 98, de 7 de dezembro de
tório no exercício do cargo para o qual foi nomeado em 1999)
caráter efetivo.
Art. 74. A frequência do servidor será controlada:
Art. 47. O estagiário pode apresentar defesa por I - pelo ponto;
escrito, se discordar das aferições periódicas e/ou resulta- II - pela forma determinada, quanto aos servidores
do final, no prazo de dez dias, a contar da notificação. não sujeitos ao ponto.
(Redação dada pela Lei Complementar nº 78, de 30 Parágrafo único. Ponto é o registro, mecânico ou
de dezembro de 1998) não, que assinala o comparecimento do servidor ao serviço
e pelo qual se verifica, diariamente, a sua entrada e saída.
Seção X
Da Reintegração Art. 75. Os Secretários Municipais e titulares de
Art. 48. A reintegração, que decorrerá de decisão Autarquias e Fundações poderão, atendendo à natureza de
administrativa ou judicial, é o reingresso no serviço público determinados serviços ou em circunstâncias especiais,
municipal de servidor demitido ou exonerado, com ressar- autorizar horário de trabalho diferente do normal para um
cimento do prejuízo correspondente às vantagens ligadas dado órgão, para determinadas atividades ou mesmo para
ao cargo. um servidor, desde que seja cumprido o número de horas
semanais estabelecido.
Art. 49. O servidor reintegrado terá direito ao cargo
que ocupava anteriormente ou ao tratamento dispensado CAPÍTULO II
aos demais ocupantes da categoria funcional, respeitadas DO SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
as mesmas condições que lhes foram estabelecidas.
Parágrafo único. Reintegrado o servidor mas não Art. 76. A prestação de serviço extraordinário só
existindo vaga, aquele que lhe houver ocupado o cargo poderá ocorrer por expressa determinação da autoridade
será exonerado ou, se ocupava outro cargo, a este recon- competente, mediante solicitação do chefe imediato do
duzido, sem direito à indenização ou, ainda, posto em servidor, ou de ofício, pelo Prefeito ou titular de Autarquia
disponibilidade remunerada. ou Fundação.
...............................................................
§ 1º No serviço extraordinário noturno será compu-
TÍTULO III – Do Regime de Trabalho tado como hora cumprida o período de cinquenta e dois
Art. 71 a 80. minutos (52`) e trinta segundos (30``).
TÍTULO III § 2º É vedado convocar servidor para prestar servi-
DO REGIME DE TRABALHO ço extraordinário em número de horas semanais que
CAPÍTULO I excedam em cinquenta por cento (50%) do regime estabe-
DO HORÁRIO E DO PONTO lecido para o respectivo cargo.
§ 3º O serviço extraordinário legitima-se quando vi-
Art. 71. O Prefeito determinará, quando não estabe- sa a substituir servidor legalmente afastado ou que faltou
lecido em lei ou regulamento, o horário de expediente das ao serviço.
repartições, que será único para os servidores detentores § 4º Salvo em casos excepcionais, devidamente jus-
de carga horária de trinta e três (33) horas semanais e em tificados, não poderá o trabalho extraordinário exceder a
turnos e plantões. duas (2) horas diárias e, neste caso, a prorrogação será,
no máximo, de duas (2) horas diárias.
Art. 72. O horário normal de trabalho de cada cargo § 5º Será punido o servidor que atestar falsamente
ou função e o estabelecido na legislação específica, não a prestação de plantão ou serviço extraordinário, bem
podendo ser superior a oito (8) horas diárias e a quarenta como o que propuser ou permitir gratificação sob este
(40) horas semanais. título por serviço não realizado.
Parágrafo único. Considera-se como noturno o ser- § 6º O serviço extraordinário, mediante acordo de
viço prestado entre dezenove (19) horas de um dia e sete compensação com folga, não será remunerado.
(7) horas do dia seguinte, computando-se cada hora como
cinquenta e dois minutos (52`) e trinta segundos (30``).

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
Art. 77. O serviço extraordinário poderá ser reali- d) para tratamento de saúde de pessoa da família,
zado sob a forma de plantões para assegurar o funciona- quando licença remunerada;
mento dos serviços municipais. e) para concorrer a cargo eletivo e exercê-lo;
f) para desempenho de mandato classista;
CAPÍTULO III g) nos demais casos previstos em Lei.
DO REPOUSO SEMANAL § 1º Constitui tempo de serviço municipal, para to-
dos os efeitos legais, o tempo ficto e o anteriormente
Art. 78. O servidor tem direito a repouso remunera- prestado ao Município, pelo servidor, qualquer que tenha
do, num dia a cada semana, preferencialmente aos domin- sido sua forma de admissão.
gos, bem como nos dias feriados civis e religiosos. § 2º É vedada a contagem cumulativa de tempo de
serviço prestado, concomitantemente, em mais de um
§ 1º A remuneração do dia de repouso corresponde- cargo ou função, de órgãos ou entidades dos Poderes da
rá a um dia normal de trabalho. União, Estado, Distrito Federal e Municípios, inclusive
§ 2º Na hipótese de servidores com remuneração tempo de contribuição na atividade privada.
por produção, peça ou tarefa, a remuneração do repouso
corresponderá ao total da produção da semana, dividida Art. 92. O afastamento para o exercício de mandato
pelos dias úteis da mesma semana. eletivo será computado para todos os efeitos legais, exceto
§ 3º Consideram-se já remunerados os dias de re- para promoção por merecimento.
pouso semanal do servidor mensalista ou quinzenalista,
cujo vencimento remunera trinta (30) ou quinze (15) dias,
respectivamente. TÍTULO IV – Dos Direitos e Vantagens
Capítulo I – Do Tempo de Serviço – Art. 93
Art. 79. Perderá a remuneração do repouso sema-
nal obrigatório o servidor que tiver faltado ao serviço no
Art. 93. O tempo de serviço público prestado à Ad-
caso do artigo 105, § 2º, deste Estatuto.
ministração Direta, Indireta e Fundacional do Município de
Caxias do Sul, bem como à Câmara de Vereadores, será
Art. 80. Nos serviços públicos ininterruptos poderá
computado integralmente para fins de avanços, gratifica-
ser exigido trabalho nos dias feriados civis e religiosos,
ções e adicionais por tempo de serviço, aposentadoria e
hipótese em que as horas trabalhadas serão pagas com
disponibilidade. (Redação dada pela Lei Complementar
acréscimo de cem por cento (100%), salvo a concessão de
nº 328, de 9 de outubro de 2009)
outro dia de folga compensatória.
........................................................
Art. 94. Para efeito de aposentadoria e disponibili-
TÍTULO IV dade, computar-se-á integralmente o tempo:
DOS DIREITOS E VANTAGENS I - de serviço prestado pelo servidor em função ou
CAPÍTULO I órgão público federal, estadual ou municipal,
DO TEMPO DE SERVIÇO inclusive em organizações autárquicas e fundacio-
nais;
Art. 89. Aapuração do tempo de serviço será feita II - de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares,
em dias. prestado durante a paz, computando-se pelo
§ 1º O número de dias será convertido em anos, dobro o tempo em operação de guerra;
considerando o ano com trezentos e sessenta e cinco III - de serviço prestado em sociedade de economia
(365) dias. mista nas quais tenha participado o Município,
§ 2º Para efeito de fixação de provento, feita a con- desde que relativo a período de vigência desta con-
versão, os dias restantes, até cento e oitenta e dois dição;
(182), não serão computados, arredondando-se pa- IV - de trabalho prestado à instituição de caráter
ra um (1) ano quando excederem a este número. privado que tiver sido transformada em
estabelecimento de serviço público;
Art. 90. Serão computados os dias de efetivo exer- V - em que o servidor:
cício à vista dos comprovantes de pagamento. a) esteve em disponibilidade remunerada;
b) já esteve aposentado;
Art. 91. Além das ausências ao serviço, justificadas, c) esteve de licença para desempenho de mandato
serão considerados como de efetivo exercício os afasta- classista.
mentos em virtude de:
I - férias; Art. 95. (Artigo revogado pela Lei Complemen-
II - casamento; tar nº 146, de 12 de julho de 2001)
III - luto;
IV - exercício de cargo de provimento em comissão, Art. 96. Não será computado o tempo de serviço
no Município; gratuito, exceto o de mandato legislativo municipal anteri-
V - convocação para o serviço militar obrigatório; or à nomeação, para efeitos do artigo 94.
VI - júri e outros serviços obrigatórios por Lei;
VII - missão ou estudo em qualquer parte do territó- CAPÍTULO II
rio nacional ou no estrangeiro, quando autorizado pela DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
autoridade competente, sem prejuízo da remuneração;
VIII - realização de provas, na forma prevista neste Art. 97. Vencimento é a retribuição pecuniária devi-
Estatuto; da ao servidor pelo efetivo exercício do cargo, correspon-
IX - licença; dente a padrão fixado em lei, observada a classe promoci-
a) prêmio; onal e acrescido de aumentos trienais e da gratificação de
b) à gestante, à adotante e paternidade; função incorporada.
c) para tratamento de saúde, inclusive por acidente § 1º Remuneração é o vencimento acrescido dos
em serviço, agressão não provocada ou moléstia profissio- adicionais e gratificações diversas, bem assim das demais
nal;
24
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
vantagens pecuniárias, temporárias ou permanentes, II - um sexto (1/6) da retribuição do dia se compa-
estabelecidas em lei. recer ao serviço dentro da hora seguinte à marcada para o
§ 2º A revisão geral da remuneração dos servidores início ou se retirar antes de findo o período de trabalho,
ativos, inativos e pensionistas, far-se-á sempre na mesma salvo nos casos especiais, devidamente autorizados pelo
data e nos mesmos índices. chefe a que estiver subordinado, em face de justo motivo.
§ 3º O índice de reajuste da remuneração dos servi-
dores não pode ser inferior ao necessário para repor o seu § 2º Se o servidor faltar ao trabalho durante qual-
poder aquisitivo. quer dia útil da semana, ser-lhe-á descontado o domingo,
§ 4º É vedado ao servidor, ressalvadas as vanta- o mesmo acontecendo em relação ao feriado se a falta
gens de caráter individual, assim como as relativas à ocorrer em dia contíguo.
natureza ou ao local de trabalho, perceber mais do que o § 3º O servidor que por doença não estiver em con-
Prefeito Municipal. dições de trabalhar ficará obrigado a fazer pronta comuni-
cação ao chefe imediato, submetendo-se ao necessário
Art. 98. Os vencimentos dos servidores são irredu- exame médico.
tíveis.
Art. 106. As reposições e indenizações à Fazenda
Art. 99. O pagamento da remuneração mensal dos Municipal serão descontadas em parcelas não excedentes à
servidores públicos do Município deverá ser realizado até o quinta (5ª) parte da retribuição mensal líquida.
último dia útil do mês de trabalho prestado. Parágrafo único. Não caberá o desconto parcelado
Parágrafo único. As obrigações pecuniárias dos ór- quando o servidor solicitar exoneração ou abandonar o
gãos da Administração Direta, Indireta e Fundacional, para cargo.
com seus servidores ativos, inativos e pensionistas, não
cumpridas até o último dia do mês de aquisição do direito, Art. 107. O servidor afastado pelos motivos previs-
serão liquidadas com os valores atualizados pelos índices tos no artigo 91 continuará percebendo os avanços e as
aplicados para a revisão geral da remuneração dos servi- gratificações que lhe caibam, salvo as exceções indicadas
dores públicos do Município e, na sua ausência, pelo índice neste Estatuto.
de atualização monetária oficial federal. .........................................................................
..........
Art. 100. Fica assegurada aos servidores da Admi- Seção IV
nistração Direta, Indireta e Fundacional, isonomia de Dos Avanços, das Gratificações e Adicionais
vencimentos para cargos de atribuições iguais ou asseme- Subseção I
lhadas, do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Dos Aumentos do Vencimento dos Avanços
Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de
caráter individual, assim como as relativas à natureza ou Art. 118. Os cargos de provimento efetivo terão
ao local de trabalho. aumentos de vencimento de cinco por cento (5%), deno-
minados avanços, calculados sobre a referência da classe
Art. 101. As retribuições devidas ao servidor por promocional.
semana, por dia e hora de trabalho, são as seguintes:
§ 1º Excluem-se da base de cálculo do avanço os
I - a semanal com 1/52 (um cinquenta e dois avos) aumentos trienais anteriormente concedidos.
da anual; § 2º A cada triênio de serviço público corresponderá
II - a horária, o quociente entre a semanal e o nú- um avanço, cuja concessão será Automática
mero de horas a que está sujeito por semana.
Seção IV
Art. 102. Será admitida procuração, com validade Dos Avanços, das Gratificações e Adicionais
de até doze (12) meses, para o fim de recebimento de Subseção I
qualquer importância dos cofres municipais decorrente do Dos Aumentos do Vencimento dos Avanços
exercício de função ou cargo, quando o servidor se encon-
trar fora da sede ou comprovadamente impossibilitado de Art. 118. Os cargos de provimento efetivo terão
locomover-se. aumentos de vencimento de cinco por cento (5%), deno-
minados avanços, calculados sobre a referência da classe
Art. 103. É proibido, fora dos casos expressamente promocional.
previstos neste Estatuto, ceder ou gravar vencimento,
gratificação ou vantagem decorrente do exercício da § 1º Excluem-se da base de cálculo do avanço os
função ou cargo público. aumentos trienais anteriormente concedidos.
§ 2º A cada triênio de serviço público corresponderá
Art. 104. Perderá o vencimento ou remuneração do um avanço, cuja concessão será Automática
cargo efetivo, salvo o direito de opção e o de acumulação,
o servidor nomeado para cargo em comissão. Art. 119. Para efeito de concessão de avanço não se
considerará interrupção de atividade qualquer dos afasta-
Art. 105. O servidor que não comparecer ao servi- mentos do artigo 91.
ço, salvo motivo legal ou moléstia comprovada, perderá a Parágrafo único. A concessão de avanço será prote-
retribuição do dia ou, no caso de plantão, a que lhe caberia lada na razão de:
se não houvesse faltado. a) dez (10) dias por falta não justificada;
b) trinta (30) dias por dia de suspensão ou multa;
§ 1º O servidor perderá, ainda: c) um (1) ano quando a penalidade for por prazo
I - o vencimento ou remuneração durante o afasta- superior a cinco (5) dias.
mento decorrente de:
a) prisão preventiva; Art. 120. E 121. (Artigos revogados pela Lei
b) suspensão preventiva administrativa; Complementar nº 146, de 12 de julho de 2001)
c) condenação judicial, por sentença definitiva, a
pena que não determine demissão;
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
Subseção II correspondente, desde que nele tenha permanecido, no
Das Vantagens Adicionais mínimo, por dois anos. (Redação dada pela Lei Com-
plementar nº 163, de 20 de dezembro de 2001)
Art. 122. O servidor estável, ao completar 15 (quin- § 4º Computar-se-ão, para todos os efeitos legais,
ze) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço público prestado à as permanências já ocorridas nos cargos em comissão e
Administração Direta, Indireta e Fundacional do Município funções gratificadas, ou ambos, à vista de seus assenta-
de Caxias do Sul, bem como à Câmara de Vereadores, mentos funcionais.
contado na forma deste Estatuto, passará a perceber, § 5º O servidor no gozo da vantagem prevista neste
respectivamente, gratificação adicional de 19% (dezenove artigo nada perceberá pelo exercício de função gratificada
por cento) ou 35% (trinta e cinco por cento) sobre o ou cargo em comissão de nível equivalente àquele que
vencimento, excluídos deste os avanços trienais. (Reda- incorporou ao vencimento, tendo direito à diferença quan-
ção dada pela Lei Complementar nº 328, de 9 de do vier a desempenhar outro posto mais elevado.
outubro de 2009) § 6º O servidor beneficiado por este artigo não pode
Parágrafo único. A gratificação de 19% (dezenove se eximir, sem justo motivo, ao desempenho de função
por cento) cessará uma vez concedida a de 35% (trinta e que lhe seja atribuída, desde que compatível com a incor-
cinco por cento). (Redação dada pela Lei Complemen- porada.
tar nº 328, de 9 de outubro de 2009)
Art. 128. Fica assegurado ao servidor o direito de
Art. 123. No caso de acumulação remunerada, será incorporar as gratificações especiais, de símbolos GE-1 e
considerado para efeito de gratificação adicional o tempo GE-2, criadas pela Lei nº 2.157, de 19 de dezembro de
de serviço prestado em cada cargo isoladamente. 1973.
§ 1º A incorporação de que cuida o "caput" deste
Subseção III artigo se processará na forma regrada pelo artigo 127
Do Adicional por Regime Especial de Trabalho deste Estatuto.
§ 2º Para efeitos de incorporação computam-se as
Art. 124. O servidor convocado para regime espe- permanências ocorridas nas funções gratificadas, nos
cial de trabalho perceberá um adicional sobre sua remune- cargos em comissão e no desempenho de funções, medi-
ração, calculado nas seguintes bases: ante a percepção de gratificação especial de símbolos GE-1
e GE-2.
I - cinquenta por cento (50%), para o regime de § 3º As gratificações especiais de símbolos GE-1 e
tempo integral; GE-2, para fins e efeitos de tabela de pagamento, corres-
II - sessenta por cento (60%), para o regime de de- pondem, atualmente, às funções gratificadas de padrões
dicação exclusiva. FG-3 e FG-4, respectivamente.

Art. 125. Sobre o adicional por regime especial de Art. 129. A vantagem incorporada ao vencimento
trabalho não incidirão quaisquer outros acréscimos pecuni- do servidor, nos termos desta Subseção, não poderá ser
ários. absorvida em virtude de aumento ou alterações posterio-
Subseção IV res no plano de pagamento.
Da Gratificação de Função
Subseção V
Art. 126. A gratificação de função será percebida Das Gratificações por Atividades Especiais
cumulativamente com o vencimento ou com o provento do
servidor em disponibilidade. Art. 130. Serão arbitradas pelo Prefeito, quando
não previstas em lei ou regulamento, as gratificações
Art. 127. O servidor detentor de cargo de provi- relativas à participação em órgão de deliberação coletiva
mento efetivo que tenha permanecido durante cinco anos de caráter permanente e as concedidas a título de repre-
consecutivos no desempenho de cargo em comissão, sentação.
função gratificada, ou ambos, terá incorporada ao venci- Parágrafo único. A gratificação por trabalho técnico
mento, para todos os efeitos legais, a vantagem de cunho especializado ou científico, de utilidade para a Administra-
pessoal, na forma da alínea a do § 1º deste artigo. (Reda- ção e que não constitua atribuição de cargo provido ou de
ção dada pela Lei Complementar nº 163, de 20 de órgão municipal, será também arbitrada pelo Prefeito e
dezembro de 2001) paga após a sua conclusão.

§ 1º O servidor efetivo e que houver exercido cargo Art. 131. Fica instituída a concessão de gratificação
em comissão, função gratificada, ou ambos, por dois anos, pelo desempenho da atribuição de fiscal, integrante de
terá adicionada a importância equivalente a vinte por cento comissão executiva ou de banca examinadora de concurso
(20%): público para provimento de cargos efetivos. (Redação
a) do valor equivalente à função gratificada de dada pela Lei Complementar nº 259, de 14 de julho
mesmo número; (Redação dada pela Lei Complemen- de 2006)
tar nº 163, de 20 de dezembro de 2001)
b) do valor correspondente à diferença entre o pa- § 1º Os servidores efetivos farão jus a: (Parágrafo
drão do cargo de provimento efetivo e do cargo em comis- acrescido pela Lei Complementar nº 259, de 14 de
são. julho de 2006)
§ 2º A cada dois anos excedentes no exercício de
cargo em comissão, função gratificada, ou ambos, corres- I - dez por cento (10%) do vencimento base do pa-
ponderá novo acréscimo, no mesmo percentual, sobre o drão um (01), por turno trabalhado, quando atuarem como
valor previsto na alínea a do parágrafo anterior. (Redação fiscais; (Inciso acrescido pela Lei Complementar nº
dada pela Lei Complementar nº 163, de 20 de de- 259, de 14 de julho de 2006)
zembro de 2001) II - cem por cento (100%) do vencimento base do
3º Se mais de um cargo em comissão ou função padrão quatorze (14) quando integrarem a comissão
gratificada tiver o servidor exercido, servirá de base de executiva, cabendo ao presidente da comissão um acrés-
cálculo o valor exercido equivalente à função gratificada cimo de dez por cento (10%) do vencimento base do
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
padrão quatorze (14); e (Inciso acrescido pela Lei Art. 132. Pelo exercício de magistério em classe de
Complementar nº 259, de 14 de julho de 2006) alunos excepcionais - classe especial - o professor perce-
III - sessenta por cento (60%) do vencimento base berá um gratificação mensal, de cinquenta por cento
do padrão quatorze (14) quando integrarem a banca (50%), a ser calculada sobre o vencimento básico do Grau
examinadora. (Inciso acrescido pela Lei Complemen- I.
tar nº 259, de 14 de julho de 2006)
§ 1º O professor ou professora que trabalhe no
§ 2º A comissão executiva será composta de: (Pa- atendimento de excepcionais poderá , a pedido, após vinte
rágrafo acrescido pela Lei Complementar nº 259, de e cinco (25) ou vinte (20) anos, respectivamente, de
14 de julho de 2006) efetivo exercício em regência de classe, completar seu
tempo de serviço em outras atividades pedagógicas no
I - três (03) servidores efetivos: para o concurso ensino público municipal, as quais serão consideradas
público com até cinco (05) cargos, especializações ou como de efetiva regência.
áreas de atuação; ou (Inciso acrescido pela Lei Com- § 2º A gratificação concedida ao servidor público
plementar nº 259, de 14 de julho de 2006) municipal designado exclusivamente para exercer ativida-
II - cinco (05) servidores efetivos: para o concurso des no atendimento a deficientes, superdotados ou talen-
público com mais de cinco (05) cargos, especializações ou tosos, será incorporada ao vencimento após percebida por
áreas de atuação. (Inciso acrescido pela Lei Comple- cinco (5) anos consecutivos ou dez (10) intercalados.
mentar nº 259, de 14 de julho de 2006) § 3º O professor beneficiado com a incorporação de
§ 3º O número de fiscais e de integrantes da banca que trata este artigo não poderá se eximir, sem justo e
examinadora será de acordo com o número de candidatos aceito motivo, ao desempenho do magistério em classes
inscritos ou classificados para a fase da prova de títulos, de alunos excepcionais.
com condições para que se possa cumprir todas as normas § 4º A cada cinco (5) anos de efetivo exercício em
pertinentes à legalidade do concurso público. (Parágrafo classe especial, o professor poderá pedir afastamento dela
acrescido pela Lei Complementar nº 259, de 14 de pelo período de um (1) ano, sem prejuízo das vantagens
julho de 2006) previstas nesta Lei, proibida a acumulação de períodos.
Durante o afastamento o professor será designado para
Art. 131-A. Fica instituída a concessão de gratifica- exercer funções na escola, inclusive em classe regular,
ção pelo desempenho da atribuição de instrutor ou pales- devendo retornar à classe especial expirado o período de
trante de curso ou palestra com o objetivo de colaborar afastamento.
com o desenvolvimento e qualificação profissional dos
servidores públicos municipais. (Artigo acrescido pela Art. 133. A atividade em classe especial será exer-
Lei Complementar nº 259, de 14 de julho de 2006) cida pelo professor que possuir habilitação específica e/ou
curso de especialização para ensino especial, com mais de
§ 1º Os servidores efetivos que atuarem como ins- trezentas (300) horas-aula, ministrado por instituição
trutores farão jus a: (Parágrafo acrescido pela Lei pública ou privada oficial, atendidos mais os seguintes
Complementar nº 259, de 14 de julho de 2006) requisitos:
I - dez por cento (10%) do vencimento base do pa-
drão um (01), por hora, se o curso for realizado fora do I - ter, no mínimo, dois (2) anos de regência de
horário de trabalho do instrutor; ou (Inciso acrescido classe em curso regular;
pela Lei Complementar nº 259, de 14 de julho de II - ser professor de 1ª a 4ª série e habilitação com
2006) curso de especialização.
II - cinco por cento (5%) do vencimento base do III - apresentar condições de personalidade adequa-
padrão um (01), por hora, se o curso for realizado dentro da ao tipo de atividade a desenvolver, comprovadas medi-
do horário de trabalho do instrutor. (Inciso acrescido ante seleção psicotécnica, procedida pelo órgão dirigente.
pela Lei Complementar nº 259, de 14 de julho de
2006) § 1º Classe especial é a que agrupa alunos excepci-
§ 2º Os servidores efetivos que atuarem como pa- onais, para o desenvolvimento de currículos adequados às
lestrantes farão jus a: (Parágrafo acrescido pela Lei diversas categorias e graus de excepcionalidade.
Complementar nº 259, de 14 de julho de 2006) § 2º Aluno excepcional é o super ou subdotado que,
I - trinta por cento (30%) do vencimento base do física, sensorial, emocional e socialmente se desvia do tipo
padrão um (01), por palestra, se a mesma for realizada normal em grau que necessite de tratamento especial para
fora do horário de trabalho do palestrante; ou (Inciso obter-se o máximo de sua potencialidade.
acrescido pela Lei Complementar nº 259, de 14 de
julho de 2006) Subseção VII
II - quinze por cento (15%) do vencimento base do Da Gratificação Natalina
padrão um (01), por palestra, se a mesma for realizada
dentro do horário de trabalho do palestrante. (Inciso Art. 134. A gratificação natalina ou 13º (décimo
acrescido pela Lei Complementar nº 259, de 14 de terceiro) salário, será paga com base na remuneração
julho de 2006) integral ou no valor do provento do aposentado, vigentes
§ 3º Os instrutores ou palestrantes só se enquadra- no mês de dezembro, exceto referente ao serviço extraor-
rão nas disposições contidas no caput quando o curso ou dinário. (Redação dada pela Lei Complementar nº
palestra não tiver relação com as atribuições normais de 328, de 9 de outubro de 2009)
seus cargos, funções gratificadas ou cargos em comissão
em que estejam investidos, bem como as comissões ou § 1º O pagamento da gratificação natalina, também
conselhos que venham integrar. (Parágrafo acrescido chamada 13º (décimo terceiro) salário, será efetivado até
pela Lei Complementar nº 259, de 14 de julho de o dia 20 (vinte) de dezembro, garantindo ao servidor que o
2006) requerer, entre os meses de fevereiro e novembro de cada
Subseção VI ano, recebimento de adiantamento de até a metade do 13º
Das Gratificações dos Especialistas de Classe Especi- (décimo terceiro) salário, num prazo de 30 (trinta) dias
al do Magistério contado a partir de protocolado o requerimento. (Redação

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
dada pela Lei Complementar nº 328, de 9 de outubro I - decorrentes do transporte, da carga e descarga
de 2009) de inflamáveis ou material explosivo;
§ 2º O pagamento devido será calculado proporcio- II - dos serviços de manutenção e operação em que
nalmente ao tempo de efetivo exercício. (Redação dada o servidor permaneça em contato com inflamáveis ou
pela Lei Complementar nº 328, de 9 de outubro de explosivos, em recinto onde estes são armazenados e
2009) manipulados ou em veículos em que são transportados.
§3º O pagamento devido a título de serviço extraor-
dinário na gratificação natalina será efetuado pela média Art. 145. É considerado como risco de vida a exe-
anual das horas prestadas. (Parágrafo acrescido pela cução de trabalho com substância explosiva ou que, sendo
Lei Complementar nº 328, de 9 de outubro de 2009) combustível, se inflama ao mais rápido contato de uma
chama.
SUBSEÇÃO VIII
DO ABONO FAMILIAR Art. 146. Contato permanente é o resultante da
Art. 135. prestação de serviços não eventuais, com inflamáveis ou
Art. 136. explosivos, em condições de periculosidade.
Art. 137.
Art. 138. Art. 147. Periculosidade com inflamável ou explosi-
Art. 139. vo, em qualquer operação, é o risco inerente ao trabalho
(Subseção revogada pela Lei Complementar nº não eventual com aqueles agentes.
146, de 12 de julho de 2001)
Art. 148. A gratificação referente às atividades em
Subseção IX contato permanente com explosivos ou materiais inflamá-
Do Adicional por Serviço Noturno veis, em condições de periculosidade, só será devida
enquanto perdurar a execução dos serviços pelo servidor,
Art. 140. Ao servidor convocado para prestar servi- nas condições dos artigos 146 e 147.
ço noturno será atribuído adicional de vinte por cento
(20%) sobre a remuneração diária normal. Art. 149. Serão consideradas atividades e opera-
Parágrafo único. O adicional noturno será incorpora- ções insalubres, enquanto não se verificar a inteira elimi-
do ao vencimento do servidor que o haja cumprido durante nação das causas da insalubridade, aquelas que, por sua
oito (8) anos, consecutivos ou não, sendo automaticamen- própria natureza, condições ou métodos de trabalho,
te alterado seu horário normal de trabalho, passando a expõem os servidores a agentes físicos, químicos ou
subordinar-se ao regime de convocação, salvo no caso em biológicos nocivos e que possam produzir doenças e cons-
que requerer dispensa do mesmo. tem dos quadros aplicados pelas Leis Trabalhistas vigentes
ou legislação posterior que os alterem ou modifiquem.
Subseção X § 1º A caracterização qualitativa ou quantitativa,
Do Adicional por Plantão ou quando for o caso, da insalubridade e os meios de prote-
Serviço Extraordinário ção dos servidores, sendo levado em conta o tempo de
exposição aos efeitos insalubres, serão determinados pela
Art. 141. O servidor convocado para prestação de Biometria Médica do Município ou mediante convênio neste
plantão ou serviço extraordinário perceberá um adicional sentido, observado em sua atuação, inclusive quanto aos
correspondente à retribuição devida pelo trabalho cumpri- quadros de atividades e operações insalubres e às normas
do em horário normal, acrescida, no mínimo, de cinquenta para sua caracterização, a legislação aplicada aos empre-
por cento (50%). gados regidos pelas Leis Trabalhistas, vigentes ou posteri-
ores, que a atualize ou modifique.
§ 1º O adicional será pago por hora de trabalho efe- § 2º A eliminação ou redução de insalubridade po-
tivamente realizado. derá ocorrer, segundo o caso, pela aplicação de medidas
§ 2º O plantão ou serviço extraordinário noturno te- de proteção coletiva ou recursos de proteção individual.
rá sua contraprestação calculada observado o disposto no
artigo 140, sem prejuízo do acréscimo estabelecido neste Art. 150. Os graus de insalubridade, para efeito de
artigo. gratificação, calculados sobre o valor do menor padrão de
§ 3º Para atividades essenciais será expedido o res- vencimento, para os trabalhos considerados insalubres,
pectivo regulamento, atendidos os índices mínimos de são:
contraprestação aqui estabelecidos.
I - grau 1, grau máximo;
Art. 142. É vedado o pagamento de adicional de II - grau 2, grau médio;
plantão ou serviço extraordinário não prestado, com o III - grau 3, grau mínimo.
objetivo de remunerar outros serviços ou encargos.
Parágrafo único. O servidor que o perceber indevi- § 1º Os graus máximo, médio e mínimo, terão como
damente será obrigado a restituí-lo de uma só vez. base o menor padrão de vencimento, do quadro de provi-
mento efetivo e serão de quarenta por cento (40%), vinte
Subseção XI por cento (20%) e dez por cento (10%), respectivamente.
Da Gratificação pelo Exercício de Atividades Penosas, § 2º Se as condições do local e dos modos de operar
Insalubres, Perigosas e de Difícil Acesso se modificarem pela proteção dada e forem de maneira
que façam desaparecer as causas de insalubridade, a
Art. 143. Os servidores que exercerem suas ativi- gratificação será eliminada.
dades em contato com explosivos ou materiais inflamáveis,
em condições de periculosidade, terão direito a uma grati- Art. 151. Os efeitos pecuniários, inclusive adicio-
ficação adicional de trinta por cento (30%) sobre o venci- nais decorrentes do trabalho nas condições de insalubrida-
mento básico que perceberem. de ou periculosidade, atestados, serão devidos a contar da
data do pedido administrativo.
Art. 144. Consideram-se como condições de pericu-
losidade os riscos a que estão expostos os servidores:
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. Enquanto não forem eliminadas su- Municipal através de Portaria, em percentual entre vinte e
as causas, o exercício de atividades ou operações insalu- quarenta por cento sobre o vencimento básico do servidor.
bres assegurará a percepção de adicionais. (Redação dada pela Lei Complementar nº 102, de 20
de dezembro de 1999)
Art. 152. No caso de incidência de mais de um fator .......................................................
de insalubridade, será considerado o de mais elevado grau, CAPÍTULO IV
vedada a percepção cumulativa. DAS FÉRIAS

Art. 153. Nas atividades e operações insalubres se- Art. 163. O servidor gozará, obrigatoriamente, por
rá obrigatório o exame médico periódico dos servidores, de ano, trinta (30) dias de férias, de acordo com a escala que
seis (6) em seis (6) meses. for encaminhada pela chefia imediata.
Parágrafo único. Os exames médicos deverão inves-
tigar a capacidade física do servidor para a função que § 1º Compete ao chefe do órgão organizar, no mês
exerce ou venha a exercer. de novembro, a escala de férias para o ano seguinte,
atendendo, sempre que possível, a conveniência do servi-
Art. 154. Os servidores que exercerem suas ativi- dor.
dades em contato permanente com serviços de eletricida- § 2º É facultado o gozo de férias em dois (2) perío-
de, em condições de periculosidade, terão direito a uma dos de quinze (15) dias, desde que não prejudique o
gratificação de trinta por cento (30%) sobre o vencimento serviço.
básico que perceberem. § 3º Somente depois do primeiro (1º) ano de efeti-
vo exercício adquirirá o servidor direito a férias.
Art. 155. Consideram-se como condições de pericu- § 4º É proibido levar à conta de férias qualquer falta
losidade aquelas fundadas na Lei Federal nº 7.369, de 20 ao serviço.
de setembro de 1985, ou superveniente, que a altere, § 5º A escala poderá ser alterada de acordo com a
modifique ou regulamente. conveniência do serviço ou do servidor.
§ 6º O servidor que exerça cargo em comissão ou
Art. 156. É exclusivamente suscetível de gerar di- função gratificada não será incluído na escala de férias,
reito à percepção de adicional de periculosidade o exercício devendo ser determinada em entendimento com a autori-
das atividades identificadas na legislação federal já referi- dade a que estiver subordinado à época em que deverá
da, desde que o servidor, independentemente do cargo ou gozá-las.
função, permaneça habitualmente em área de risco, exe- § 7º Durante as férias o servidor terá direito, além
cutando ordens, e em situação de exposição contínua, caso do vencimento, a todas as vantagens que percebia no
em que o pagamento da gratificação incidirá sobre o momento em que passou a fruí-las.
vencimento básico que perceber. § 8º A média das horas extras realizadas durante o
período aquisitivo das férias servirá de base para o cálculo
§ 1º O ingresso ou a permanência eventual em área da remuneração das mesmas, juntamente com as demais
de risco não gera direito a gratificação de periculosidade. vantagens. (Parágrafo acrescido pela Lei Complemen-
§ 2º São equipamentos ou instalações elétricas em tar nº 334, de 3 de dezembro de 2009)
situação de risco aqueles cujo contato físico ou exposição
aos efeitos da eletricidade possa resultar incapacitação, Art. 164. Independentemente de solicitação, o ser-
invalidez permanente ou morte. vidor terá direito ao gozo de férias anuais remuneradas
com um terço (1/3) a mais do que a remuneração normal,
Art. 157. Cessado o exercício da atividade ou elimi- e pagamento antecipado.
nado o risco, o adicional de periculosidade deixará de ser Parágrafo único. Ao servidor será assegurado, por
pago. ocasião da aposentadoria, o cômputo em dobro, para
Parágrafo único. A caracterização do risco ou da sua todos os efeitos legais, ou indenização do período de férias
eliminação far-se-á através de perícia técnica. cujo direito tenha adquirido ou, proporcionalmente, à
razão de um doze avos (1/12) por mês de serviço ou
Art. 158. Os casos omissos nesta Subseção serão fração superior a quinze (15) dias.
resolvidos aplicando-se a legislação trabalhista pertinente
à matéria. Art. 165. (Artigo revogado pela Lei Comple-
mentar nº 2, de 7 de junho de 1993)
Art. 159. Adota-se, para fins de disciplinar o adicio-
nal de penosidade, a legislação trabalhista atinente à Art. 166. À família do servidor que faleceu com di-
espécie. reito a férias, ou em gozo de férias, será paga a retribuição
relativa a todo o período.
Art. 160. Em hipótese alguma ocorrerá percepção
cumulativa dos adicionais de insalubridade, periculosidade Art. 167. É proibida a acumulação de férias.
e penosidade, sendo sempre deferido aquele que corres-
ponda às atividades efetivamente exercidas pelo servidor. § 1º Quando, por absoluta necessidade do serviço, o
servidor não puder gozar férias no ano correspondente,
Art. 161. A gratificação pelo exercício de atividades deverá gozá-las, obrigatoriamente, no ano seguinte.
penosas, insalubres, perigosas e de difícil acesso, será § 2º No caso do parágrafo anterior o chefe imediato
incorporada, na aposentadoria, ao provento do servidor comunicará, por escrito, ao órgão competente, a transfe-
que a tenha percebido por cinco (5) anos consecutivos ou rência das férias e as razões que a determinaram.
oito (8) intercalados.
Art. 168. A concessão das férias, mencionado o pe-
Art. 162. O servidor com exercício em escola situa- ríodo de gozo, será participada por escrito ao servidor,
da no interior do Município, ou considerada, mediante com antecedência, cabendo a este assinar o recebimento
Decreto do Poder Executivo, de difícil acesso, perceberá da respectiva notificação.
uma ajuda de custo, como parcela indenizatória de despe-
sas de transporte e/ou estada, arbitrada pelo Prefeito
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
Art. 169. No caso de exoneração será devida ao II - por motivo de doença em pessoa da família;
servidor a remuneração correspondente ao período de III - à gestante, à adotante e paternidade;
férias cujo direito tenha adquirido. IV - para concorrer a cargo eletivo;
Parágrafo único. O servidor exonerado após doze V - para serviço militar obrigatório;
(12) meses de serviço terá direito, também, à remunera- VI - para tratar de interesses particulares;
ção relativa ao período incompleto de férias, na proporção VII - para acompanhar cônjuge servidor público;
de um doze avos (1/12) por mês de serviço ou fração VIII - para gozar licença-prêmio;
superior a quinze (15) dias. IX - por acidente em serviço, por moléstia profissio-
nal e agressão não provocada;
Art. 170. O servidor que em um exercício gozar li- X - para desempenho de mandato classista;
cença nos casos do artigo 188, incisos I e II, por período XI - para servir a outro órgão ou entidade.
superior a sessenta (60) dias, consecutivos ou não, terá
protelado por igual período o direito ao gozo de férias no Parágrafo único. Ao servidor ocupante de cargo em
ano seguinte. comissão só será concedida licença:
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica nos casos a) para tratamento de saúde, desde que haja sido
de licença decorrente de acidente em serviço, agressão submetido à inspeção médica para ingresso e julgado
não provocada ou moléstia profissional. apto;
§ 2º Não serão consideradas faltas ao serviço as b) nos casos dos incisos III e IX deste artigo.
concessões, licenças e afastamentos previstos em lei, nos
quais o servidor continue com direito aos vencimentos Art. 189. A concessão de licença poderá ser delega-
normais, como se em exercício estivesse. da a outra autoridade por ato expresso do Prefeito.
§ 3º O tempo de serviço anterior será somado ao
posterior para fins de aquisição do período aquisitivo de Art. 190. A licença dependente de inspeção médica
férias, nos casos de licenças previstas para concorrer a será concedida pelo prazo indicado no respectivo laudo.
cargo eletivo e serviço militar. Parágrafo único. A licença será iniciada na data do
§ 4º O servidor que tiver gozado, num exercício, pedido, se o servidor se apresentar para exame nas vinte e
mais de trinta (30) dias de licença para tratar de interes- quatro (24) horas subsequentes.
ses particulares, ou no caso do artigo 188, inciso VII,
somente após um (1) ano da apresentação fará jus a Art. 191. O servidor poderá permanecer em licença,
férias. nos casos previstos no Art. 188, pelo prazo: (Redação
dada pela Lei Complementar n° 65, de 26 de outubro
Art. 171. Perderá o direito a férias o servidor que, de 1998)
no ano antecedente àquele em que deveria gozá-las, tiver
mais de trinta (30) faltas não justificadas. I - de duração do mandato, nos casos dos incisos IV
e X; (Inciso acrescido pela Lei Complementar n° 65,
Art. 172. O servidor que tiver sua situação funcional de 26 de outubro de 1998)
alterada, na forma da lei, quando em gozo de férias, não é II - de quarenta e oito meses, no caso do inciso XI,
obrigado a apresentar-se antes de concluí-las. salvo se o convênio de cedência, mediante autorização
legislativa, conforme Art. 61, inciso XI, da Lei Orgânica do
Art. 173. Cumpre ao servidor comunicar, previa- Município, prever outro prazo; (Inciso acrescido pela Lei
mente, ao chefe imediato, o endereço eventual no período Complementar n° 65, de 26 de outubro de 1998)
de férias.
Art. 174. O servidor que opera, direta e permanen- III - de vinte e quatro meses, nos demais casos.
temente, com Raios X ou substâncias radioativas, gozará, (Inciso acrescido pela Lei Complementar n° 65, de
obrigatoriamente, vinte (20) dias consecutivos de férias 26 de outubro de 1998)
por semestre de atividade profissional, proibida, em qual-
quer hipótese, a acumulação. Art. 192. O servidor poderá gozar licença onde lhe
convier, ficando, porém, obrigado a comunicar previamen-
Art. 175. Para o pessoal docente e especialista de te o endereço ao chefe a que estiver imediatamente su-
educação, em exercício nas unidades escolares da rede bordinado.
municipal de ensino, o período de férias será de sessenta Seção II
(60) dias, durante as férias escolares, devendo ser fixado Licença para Tratamento de Saúde
em calendário anual, de forma a atender às necessidades
didáticas e administrativas do estabelecimento, desde que Art. 193. A licença para tratamento de saúde se da-
cumprido o calendário escolar. rá:

Art. 176. O servidor em regime de acumulação lícita I - a pedido do funcionário;


perceberá o adicional de que trata o artigo 164, calculado II - ex-officio.
sobre a remuneração dos cargos cujo período aquisitivo lhe § 1º Num e noutro caso, é indispensável a inspeção
garanta o gozo de férias. médica pelo órgão competente do Município, a qual será
Parágrafo único. O adicional de férias será devido facultada em domicílio quando o servidor residir em Caxias
em função de cada cargo exercido pelo servidor. do Sul ou em município limítrofe e for impossível o compa-
......................................................................... recimento pessoal.
..... § 2º Sempre que a inspeção se realizar na sede do
CAPÍTULO IX órgão médico, o servidor deverá aguardar o resultado em
DAS LICENÇAS serviço, salvo nos casos de licença em prorrogação ou de
Seção I moléstia que determine a interrupção imediata do exercí-
Disposições Gerais cio, a critério da autoridade médica.
§ 3º O servidor que se recusar a submeter-se à ins-
Art. 188. Conceder-se-á licença ao servidor: peção médica será suspenso até que ela se verifique.
§ 4º No caso de licença negada, as faltas correrão à
I - para tratamento de saúde; exclusiva responsabilidade do servidor, salvo durante os
30
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
dias em que o órgão de biometria atestar tenha ele estado subordinado, a qual expressará sua concordância ou não
à disposição de junta médica. com as declarações nele constantes.
§ 2º Provar-se-á a doença mediante inspeção de
Art. 194. A inspeção de saúde será efetuada: saúde procedida pelo órgão da Biometria Médica, ao qual
se encaminhará o formulário referido no parágrafo anteri-
I - por um médico do órgão de biometria, nos casos or.
de licença até trinta (30) dias e à servidora gestante; § 3º O encaminhamento previsto no parágrafo ante-
II - por uma junta médica, do mesmo órgão, consti- rior será feito mesmo que a autoridade a quem cabe visar
tuída de, no mínimo, três (3) membros designados pelo o formulário declare, por escrito, discordar, total ou parci-
respectivo chefe, nos demais casos. almente, dos elementos nele contidos, cabendo, neste
caso, ao órgão competente realizar a investigação social.
Art. 195. O servidor em licença para tratamento de
saúde deverá, antes de sua conclusão, submeter-se a nova § 4º A licença de que trata este artigo será concedi-
inspeção, a ser realizada por outro perito. da:
Parágrafo único. No caso de licença até quinze (15) a) com o vencimento ou remuneração, até noventa
dias, poderá o laudo médico determinar que, uma vez (90) dias;
concluído o período, retorne o servidor ao serviço, dispen- b) com dois terços (2/3), quando excedente de no-
sada a reinspeção. venta (90) dias e não ultrapassar a cento e oitenta (180)
dias;
Art. 196. Nas licenças prolongadas, antes de se c) com um terço (1/3), quando, indo além de cento
completarem trezentos e sessenta (360) dias, deverá o e oitenta (180) dias, não exceder de trezentos e sessenta
órgão de Biometria Médica pronunciar-se sobre a natureza e cinco (365) dias;
da doença, indicando se o caso é de: d) sem vencimentos, quando exceder de trezentos e
sessenta e cinco (365) dias, até setecentos e trinta (730)
I - concessão de nova licença; dias.
II - retorno ao serviço com ou sem limitação de ta- Seção IV
refas; Licença à Gestante, à Adotante e Paternidade
III - readaptação.
Art. 201. Será concedida licença-maternidade à
Art. 197. Quando o servidor se encontrar fora do servidora, por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, que
Município, estando legalmente afastado do exercício do perceberá neste período, salário-maternidade através do
cargo, poder-lhe-á ser concedida licença mediante laudo regime próprio de previdência social dos servidores do
de outro serviço médico oficial, até trinta (30) dias. Município de Caxias do Sul. (Redação dada pela Lei
§ 1º Será admitido atestado passado por médico Complementar nº 328, de 9 de outubro de 2009)
particular, com firma reconhecida, excepcionalmente,
quando for comprovado pelo servidor a inexistência de § 1º A licença poderá ter início no 1º (primeiro) dia
serviço oficial na localidade. do 9º (nono) mês de gestação, salvo antecipação por
§ 2º No caso a que se refere o parágrafo anterior, o prescrição médica. (Redação dada pela Lei Comple-
atestado somente produzirá efeitos depois de homologado mentar nº 328, de 9 de outubro de 2009)
pelo órgão central de pessoal, com ratificação do órgão 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá
médico competente. início a partir do parto. (Redação dada pela Lei Com-
3º Caso não seja homologado o atestado, o servidor plementar nº 328, de 9 de outubro de 2009)
será obrigado a reassumir imediatamente o exercício do § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta)
cargo, sendo computados como falta os dias de ausência. dias do evento, a servidora será submetida a exame
médico e, julgada apta, reassumirá o exercício. (Redação
Art. 198. Em gozo de licença para tratamento de dada pela Lei Complementar nº 328, de 9 de outubro
saúde, o servidor deverá abster-se de atividade remunera- de 2009)
da ou não compatível com o seu estado, sob pena de § 4º No caso de aborto, atestado por médico oficial,
interrupção imediata da licença. a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de licença. (Re-
dação dada pela Lei Complementar nº 328, de 9 de
Art. 199. O servidor licenciado para tratamento de outubro de 2009)
saúde é obrigado a reassumir o exercício do cargo se for
considerado apto em inspeção médica realizada "ex- Art. 201-A. A duração da licença-maternidade pode-
officio". rá ser prorrogada por mais 60 (sessenta) dias, a pedido da
Parágrafo único. No curso da licença, caso se julgue servidora, que deverá apresentar requerimento até o final
em condições de reassumir o exercício do cargo, ou de ser do segundo mês da licença-maternidade. (Artigo acres-
aposentado, poderá o servidor requerer inspeção médica. cido pela Lei Complementar nº 328, de 9 de outubro
de 2009)
Seção III
Licença por Motivo de Doença em Pessoa da § 1º Durante o período de prorrogação da licença-
Família maternidade, a servidora municipal terá direito a sua
remuneração integral, ficando a cargo do ente empregador
Art. 200. O servidor poderá obter licença por motivo o pagamento. (Parágrafo acrescido pela Lei Comple-
de doença na pessoa de ascendente, descendente e colate- mentar nº 328, de 9 de outubro de 2009)
ral consanguíneo ou afim, até o segundo grau civil, e do § 2º Durante a prorrogação da licença-maternidade
cônjuge ou companheiro(a), desde que prove ser indispen- de que trata esta Lei, a servidora não poderá exercer
sável a sua assistência e esta não possa ser prestada qualquer atividade remunerada e a criança não poderá ser
simultaneamente com o exercício do cargo. mantida em escola infantil ou organização similar. (Pará-
§ 1º A comprovação das condições previstas neste grafo acrescido pela Lei Complementar nº 328, de 9
artigo, como preliminar para concessão da licença, far-se-á de outubro de 2009)
mediante o preenchimento de formulário próprio, visado § 3º Em caso de descumprimento do disposto neste
pela autoridade a que o servidor estiver imediatamente artigo, a servidora municipal perderá o direito à prorroga-
31
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
ção da licença, voltando às suas atividades normais. § 1º Para os servidores não sujeitos à desincompa-
(Parágrafo acrescido pela Lei Complementar nº 328, tibilização, a licença será concedida a partir da data do
de 9 de outubro de 2009) requerimento, acompanhada de prova de registro da
§ 4º A servidora poderá requerer a interrupção da candidatura perante a Justiça Eleitoral, limitada, porém, ao
prorrogação da licença-maternidade a qualquer tempo. mínimo de trinta (30) dias anteriores ao pleito.
(Parágrafo acrescido pela Lei Complementar nº 328, § 2º Quando o candidato ocupar cargo do qual deva
de 9 de outubro de 2009) desincompatibilizar-se antes da data prevista no parágrafo
anterior, a licença será concedida a partir do último dia do
Art. 202. Pelo nascimento de filho, o servidor terá prazo para desincompatibilizar-se.
direito à licença paternidade de cinco (5) dias consecuti- § 3º Em qualquer dos casos, a licença prolongar-se-
vos. á pelos dez (10) dias posteriores ao pleito.
Parágrafo único. Quando servidor adotante, a licen- § 4º Caso o servidor, nas condições previstas no §
ça será a contar da data do termo de guarda e responsabi- 2º, venha a ter negado o registro de sua candidatura pela
lidade. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar Justiça Eleitoral, ou não alcance a indicação como candida-
n° 187, de 18 de novembro de 2002) to na convenção de seu partido, terá apenas justificadas as
faltas ao serviço até a data da negativa do registro, ou até
Art. 203. Para amamentar o próprio filho, até idade a data da convenção partidária, mas sem direito à remune-
de seis (6) meses, a servidora terá direito, durante a ração.
jornada de trabalho, a uma (1) hora, que poderá ser
parcelada em dois (2) períodos de meia (1/2) hora. Art. 208. Ao servidor público em exercício de man-
dato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
Art. 204. Ao servidor que adotar ou obtiver termo
de guarda e responsabilidade para fins de adoção de I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
criança, ficam estendidos os direitos previstos neste Esta- ou municipal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
tuto. (Redação dada pela Lei Complementar nº 328, função;
de 9 de outubro de 2009) II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
§ 1º No caso de adoção ou guarda judicial de crian- do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
ça até 1 (um) ano de idade, o período de licença- pela sua remuneração;
maternidade à servidora será de 120 (cento e vinte) dias, III - investido no mandato de Vereador, havendo
e a prorrogação desta em 60 (sessenta) dias. (Redação compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de
dada pela Lei Complementar nº 328, de 9 de outubro seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remunera-
de 2009) ção do cargo eletivo e, não havendo compatibilidade, será
§ 2º No caso de adoção ou guarda judicial de crian- aplicada a norma do inciso anterior;
ça a partir de 1 (um) ano até 4 (quatro) anos de idade, o IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
período de licença à servidora será de 60 (sessenta) dias, exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
e a prorrogação desta em 30 (trinta) dias. (Redação contado para todos os efeitos legais, exceto para promo-
dada pela Lei Complementar nº 328, de 9 de outubro ção por merecimento;
de 2009) V - para efeito de benefício previdenciário, no caso
§ 3º No caso de adoção ou guarda judicial de crian- de afastamento, os valores serão determinados como se
ça a partir de 4 (quatro) anos até 8 (oito) anos de idade, o no exercício estivesse.
período de licença à servidora será de 30 (trinta) dias, e a
prorrogação desta em 15 (quinze) dias. (Redação dada Seção VI
pela Lei Complementar nº 328, de 9 de outubro de Licença para o Serviço Militar Obrigatório
2009)
§ 4º A licença-maternidade só será concedida medi- Art. 209. Ao servidor que for convocado para o ser-
ante apresentação do termo de guarda e responsabilidade viço militar e outros encargos da segurança nacional será
à adotante ou guardiã. (Redação dada pela Lei Com- concedida licença pelo prazo que se tornar necessário, sem
plementar nº 328, de 9 de outubro de 2009) prejuízo de qualquer direito ou vantagem, descontada,
§ 5º No caso de adoção, será concedida apenas uma mensalmente, a importância que perceber na qualidade de
licença-maternidade e uma paternidade por criança adota- incorporado.
da. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar nº
328, de 9 de outubro de 2009) § 1º A licença será concedida à vista de documento
oficial que prove a incorporação obrigatória ou a matrícula
Art. 205. Os casos patológicos verificados antes ou em curso de formação da reserva.
depois do parto e decorrentes deste serão objeto de § 2º O servidor desincorporado reassumirá imedia-
licença para tratamento de saúde. tamente o exercício, sob pena de perda do vencimento ou
remuneração e, se a ausência exceder a trinta (30) dias,
Art. 206. A servidora gestante em serviço de natu- de demissão, por abandono de cargo.
reza braçal terá direito a ser aproveitada em função com- § 3º Quando a desincorporação se verificar em lugar
patível com seu estado, a contar do quinto (5º) mês de diverso da sede, o prazo para apresentação será de dez
gestação, e sem prejuízo do que estabelece esta Seção. (10) dias.

Seção V Art. 210. Ao servidor que houver feito curso para


Licença para Concorrer a Cargo Eletivo ser admitido como oficial da reserva das Forças Armadas
será também concedida licença com vencimento ou remu-
Art. 207. O servidor que concorrer a cargo público neração, durante os estágios prescritos pelos regulamen-
eletivo será licenciado pelo período previsto pela legislação tos militares.
eleitoral, sem prejuízo de nenhum direito ou vantagem em Seção VII
cujo gozo estiver, inclusive da contagem de tempo respec- Licença para Tratar de Interesses Particulares
tivo como de efetivo serviço.
Art. 211. Somente depois do servidor adquirir a es-
tabilidade no serviço público poderá obter licença, sem
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
vencimento, para tratar de interesses particulares. (Reda- meses da data do requerimento, devendo ser levado em
ção dada pela Lei Complementar n° 191, de 13 de conta o interesse do serviço no período.
dezembro de 2002)
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se ao servidor § 1º Entre uma e outra parcela, no fracionamento
que tenha sido beneficiado com bolsa de estudo. do trimestre, deverá decorrer um período de, no mínimo,
§ 2º A licença poderá ser negada quando o afasta- dois (2) meses, salvo no caso de prorrogação da conces-
mento for inconveniente aos interesses do serviço. são, observado o interesse do serviço.
§ 3º O servidor deverá aguardar em exercício a con- § 2º Terá preferência para entrar em gozo de licen-
cessão da licença, sob pena de demissão, se o período de ça-prêmio o servidor público que a requerer mediante
afastamento ultrapassar trinta (30) dias consecutivos. prova de moléstia, positivada pelo órgão de Biometria
§ 4º O servidor em estágio probatório não poderá Médica do Município.
sair de licença para tratar de interesses particulares.
(Parágrafo acrescido pela Lei Complementar n° 191, Art. 218. O tempo, total ou parcial, de licença-
de 13 de dezembro de 2002) prêmio não gozada será, a pedido do servidor, contado em
dobro para todos os efeitos legais.
Art. 212. O servidor poderá, a qualquer tempo, re-
assumir o exercício do cargo, desistindo do restante da Art. 219. Sendo do interesse do serviço a licença-
licença. prêmio, a pedido do servidor, poderá ser convertida em
três (3) meses de vencimentos ou remuneração, pagos em
Art. 213. Não será concedida nova licença antes de três (3) mensalidades iguais e sucessivas, ou de uma só
decorridos dois (2) anos do término ou da desistência da vez, a todo servidor que, no decurso da vigência da referi-
anterior. da licença, permanecer no desempenho de suas funções.
Parágrafo único. A proibição constante deste artigo Parágrafo único. A compensação financeira não au-
não se aplica à prorrogação de licença até o máximo toriza a contagem em dobro do tempo de serviço.
estabelecido no artigo 191.
Seção X
Seção VIII Da Licença por Acidente em Serviço
Licença para Acompanhar Cônjuge Servidor
Público Art. 220. Serão integrais os vencimentos ou remu-
Art. 214. O servidor ou servidora cujo cônjuge seja neração do servidor licenciado para tratamento de saúde
servidor público terá direito à licença, sem vencimento, por acidente em serviço, vítima de agressão não provoca-
quando o mesmo for mandado servir fora do Município. da no exercício de suas atribuições ou acometido de mo-
Parágrafo único. A licença será concedida mediante léstia profissional.
pedido devidamente instruído e vigorará pelo tempo que
durar a comissão ou a nova função do marido ou esposa, Art. 221. Configura acidente em serviço o dano físi-
até o máximo de quatro (4) anos. co ou mental sofrido pelo servidor e que se relacione,
mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo
Seção IX exercido.
Licença-Prêmio
§ 1º No caso de acidente em serviço ou agressão
Art. 215. Conceder-se-á ao servidor público que, não provocada no exercício das atribuições, é indispensá-
por um (1) quinquênio completo não houver interrompido vel para a concessão da licença e tratamento pelo órgão
a prestação de serviços ao Município e revelar assiduidade, competente a respectiva comprovação, que se dará no
licença-prêmio de três (3) meses. prazo de oito (8) dias, a contar do fato, mediante processo
regular realizado "ex-oficcio", incluindo a reconstituição
Art. 216. Não será concedida licença-prêmio ao detalhada da ocorrência.
servidor público que, no quinquênio, tiver: § 2º Entende-se por moléstia profissional a que tiver
relação de causa e efeito com as condições inerentes ao
I - sofrido pena de multa ou suspensão; serviço, ou a fatos nele ocorridos, devendo o laudo médico
II - mais de cinco (5) faltas não justificadas ao ser- estabelecer-lhe a rigorosa caracterização.
viço;
III - gozado licença: Art. 222. As moléstias passíveis de tratamento am-
a) por motivo de doença em pessoa da família ou bulatorial compatíveis com o exercício do cargo não darão
acompanhante do cônjuge servidor público ou militar, por motivo à licença, salvo nos casos de faltarem recursos
mais de quarenta e cinco (45) dias; médicos necessários no Município de Caxias do Sul.
b) para tratar de interesses particulares, por qual-
quer prazo. Seção XI
Parágrafo único. Não terão efeito de interromper o Da Licença para Desempenho de Mandato Classista
quinquênio, mas somente protelá-lo, os seguintes afasta-
mentos: Art. 223. É assegurado ao servidor direito à licença
a) os que não ultrapassarem os limites estabeleci- para desempenho de mandato em confederação, federa-
dos nos incisos II e III, alínea "a", do caput deste artigo; ção, associação de classes de âmbito nacional ou sindicato
b) as licenças para tratamento de saúde por prazo representativo da categoria, com direito à opção pela
superior a noventa (90) dias, consecutivos ou não, exceto remuneração.
as decorrentes de acidente em serviço, agressão não
provocada no exercício de suas atribuições ou moléstia § 1º Somente poderão ser licenciados os servidores
profissional. eleitos para cargos de direção nas referidas entidades, até
o máximo de três (3) por entidade.
Art. 217. A licença-prêmio será gozada de uma só § 2º A licença terá duração igual à do mandato, po-
vez, ou em parcelas nunca inferiores a um (1) mês, como dendo ser prorrogada no caso de reeleição, e por uma
requerida pelo servidor, no prazo máximo de doze (12) única vez.

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
§ 3º O servidor ocupante de cargo em comissão ou Parágrafo único. Será considerado como coautor o
função gratificada deverá desincompatibilizar-se do cargo superior hierárquico que, recebendo denúncia ou represen-
ou função quando empossado no mandato de que trata tação a respeito de irregularidade no serviço ou de falta
este artigo. cometida por servidor seu subordinado, deixar de tomar as
Seção XII providências necessárias à sua apuração.
Da Licença para Servir a Outro Órgão ou
Entidade CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES
Art. 224. O servidor poderá ser posto à disposição
para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes Art. 242. Ao servidor é proibida qualquer ação ou
da União, dos Estados e dos Municípios mediante sua omissão capaz de comprometer a dignidade e o decoro da
concordância, nas seguintes hipóteses: função pública, ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar
a eficiência do serviço, causar dano à Administração Públi-
I - para exercício de função de confiança; ca, e especialmente:
II - nos casos previstos em leis específicas;
III - para cumprimento de convênio. I - ausentar-se do serviço durante o expediente,
Parágrafo único. Na hipótese do inciso I deste artigo sem prévia autorização do chefe imediato;
a cedência será sem ônus para o Município e, nos demais II - recusar a fé a documentos públicos;
casos, conforme dispuser a lei ou convênio. III - opor resistência injustificada ao andamento de
......................................................................... documento ou processo ou execução de serviço;
........... IV - promover manifestação de apreço ou desapreço
TÍTULO V no recinto da repartição;
DO REGIME DISCIPLINAR V - compelir ou aliciar outro servidor no sentido de
CAPÍTULO I filiação a partido político;
DOS DEVERES VI - manter, sob sua chefia imediata, cônjuge, com-
panheiro ou parente até segundo grau civil, decorrente de
Art. 241. São deveres do servidor: nomeação por concurso público;
I - manter assiduidade; VII - atuar como procurador ou intermediário junto
II - ser pontual; às repartições públicas municipais, exceto quando se tratar
III - usar de discrição; de parente até segundo grau civil;
IV - tratar com urbanidade as partes, atendendo-as VIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de Es-
sem preferências pessoais; tado estrangeiro, sem licença prévia;
V - desempenhar, pessoalmente, com zelo e preste- IX - proceder de forma desidiosa no desempenho de
za, os encargos que lhe competirem e os trabalhos de que suas funções;
for incumbido dentro de suas atribuições; X - cometer a outro servidor atribuições estranhas
VI - ser leal às instituições constitucionais e admi- às do cargo que ocupa, exceto em situações emergenciais
nistrativas a que servir; e transitórias;
VII - observar as normas legais e regulamentos; XI - referir-se de modo depreciativo, em informa-
VIII - representar ou comunicar ao seu chefe imedi- ção, parecer ou despacho, às autoridades e a atos da
ato irregularidades de que tiver conhecimento no órgão em Administração Pública Municipal, podendo, em trabalho
que servir; assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da
IX - respeitar e acatar seus superiores hierárquicos organização do serviço;
e obedecer às suas ordens, exceto quando manifestamente XII - entreter-se, durante as horas de trabalho, em
ilegais; palestras, leituras ou outras atividades estranhas ao
X - frequentar cursos legalmente instituídos, para serviço;
seu aperfeiçoamento; XIII - retirar, modificar ou substituir, sem prévia
XI - providenciar para que esteja sempre em dia no permissão da autoridade competente, qualquer documento
assentamento individual a sua declaração de família; ou objeto existente na repartição;
XII - manter espírito de cooperação e solidariedade XIV - deixar de comparecer ao serviço sem causa
com os companheiros de trabalho; justificada;
XIII - manter coleção atualizada de leis, regulamen- XV - ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de
tos e demais normas necessárias ao desempenho de suas trabalho, ou apresentar-se alcoolizado ao serviço;
atribuições; XVI - participar de atos de sabotagem contra o ser-
XIV - zelar pela economia e conservação do material viço público;
que lhe for confiado; XVII - entregar-se a atividades político-partidárias
XV - apresentar-se ao serviço convenientemente nas horas e locais de trabalho;
trajado ou uniformizado, quando for o caso; XVIII - apropriar-se de quaisquer bens do Município,
XVI - sugerir providências tendentes ao aperfeiçoa- desviá-los ou empregá-los em atividades particulares,
mento do serviço; políticas ou estranhas ao serviço;
XVII - apresentar relatórios ou resumo de suas ati- XIX - exercer atribuições diferentes das definidas
vidades, nas hipóteses e prazos previstos em lei ou regu- em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função
lamento, ou quando determinado pela autoridade compe- em que esteja legalmente investido;
tente; XX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
em detrimento da dignidade da função pública;
XVIII - atender preferencial e prontamente: XXI - fazer contratos de natureza comercial ou in-
a) requisições destinadas à defesa da Fazenda Muni- dustrial com a Administração Municipal, por si ou como
cipal; representante de outrem;
b) pedidos de certidões para fins de direito; XXII - exercer comércio ou participar de sociedades
c) pedidos de informações da Câmara Municipal; comerciais, exceto como acionista, quotista ou comanditá-
d) diligências solicitadas por sindicante ou comissão rio;
de inquérito; XXIII - ser diretor ou integrar conselho de empresas
e) deprecados judiciais. fornecedoras ou prestadoras de serviços, ou que realizem
34
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
qualquer modalidade de contrato com o Município, sob III - restituirá o que houver percebido indevidamen-
pena de demissão do serviço público, inclusive quando se te, com a incidência dos juros legais e da atualização
tratar de função de confiança do Município, bem como monetária.
exercente de cargo em comissão; Seção II
XXIV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, Das Responsabilidades
emprego ou função em empresa, estabelecimento ou
instituição que tenha relações industriais ou comerciais Art. 247. O servidor responde civil, penal e adminis-
com o Município, em matéria que se relacione com a trativamente, pelo exercício irregular de suas atribuições.
finalidade da repartição em que esteja lotado;
XXV - praticar usura; Art. 248. A responsabilidade civil decorre de ato
XXVI - aceitar representação de Estado estrangeiro; omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
XXVII - receber propinas, comissões, presentes e prejuízo ao erário público ou a terceiros.
vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribui- Parágrafo único. Tratando-se de dano causado a
ções; terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Publi-
XXVIII - valer-se de sua qualidade de servidor para ca, através de composição amigável ou via judicial.
desempenhar atividades estranhas às funções ou para
lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito; Art. 249. A responsabilidade penal abrange os cri-
XXIX - revelar fato ou informação que o servidor co- mes e contravenções imputados ao servidor nessa quali-
nheça em razão do cargo ou função; dade.
XXX - cometer às pessoas estranhas à repartição,
fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encar- Art. 250. A responsabilidade administrativa resulta
gos que competir a si ou a seus subordinados. de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do
Parágrafo único. Não está compreendida nas proibi- cargo ou função.
ções dos incisos XXI, XXII, XXIII e XXIV deste artigo a
participação de servidores na direção ou gerência de Art. 251. As sanções civis, penais e administrativas,
cooperativas, fundações e entidades de classe, ou como poderão acumular-se, sendo independentes entre si.
sócios.
Seção I Art. 252. A responsabilidade civil ou administrativa
Da Acumulação do servidor será afastada no caso de absolvição criminal
que negue a existência do fato ou a sua autoria.
Art. 243. É vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos. Seção III
Das Penalidades e sua Aplicação
§ 1º Excetuam-se da regra deste artigo, mediante a
comprovação escrita perante a autoridade administrativa Art. 253. São penas disciplinares:
do Município da compatibilidade de horário:
a) de dois cargos de professor; I - advertência;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou II - repreensão;
científico; III - suspensão ou multa;
c) a de dois cargos privativos de médico. IV - destituição de função gratificada;
V - demissão;
§ 2º A proibição de acumular estende-se a cargos, VI - cassação de disponibilidade;
empregos e funções e abrange as Autarquias, Fundações VII - cassação de aposentadoria.
Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia
Mista da União, do Distrito Federal, dos Estados-membros, § 1º Na aplicação das penas disciplinares serão con-
dos Territórios e dos Municípios. sideradas a natureza e a gravidade da infração e os danos
§ 3º Quando o provimento em cargo público munici- dela resultantes para o serviço público.
pal resultar em acumulação permitida, na forma deste § 2º À primeira infração, de acordo com a sua natu-
artigo, deverá constar esta circunstância no ato respectivo. reza e gravidade, poderá ser aplicada qualquer das penas
indicadas neste artigo.
Art. 244. A proibição de acumular não se aplica aos § 3º No caso de pequena falta que, por sua nature-
aposentados. za e reduzida gravidade, não demande a aplicação das
penas previstas nos incisos II a VII deste artigo, será o
Art. 245. Não se compreende na proibição de acu- servidor advertido particular e verbalmente.
mular a percepção de:
Art. 254. A repreensão será aplicada por escrito:
I - pensões com vencimentos, remuneração ou pro-
ventos; I - na falta de cumprimento do dever funcional;
II - gratificações e vantagens das previstas neste II - na reiteração de ato pelo qual o servidor haja
Estatuto, com vencimentos, remuneração ou proventos. sido advertido;
III - quando ocorrer procedimento público inconve-
Art. 246. Constatada, em inquérito administrativo, a niente.
acumulação proibida e provada a boa-fé, o servidor deverá
optar por um dos cargos. Art. 255. A suspensão, que não poderá exceder de
Parágrafo único. Provada a má-fé: sessenta (60) dias consecutivos, perdendo o servidor todos
os direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo,
I - perderá ambos os cargos, se a acumulação se aplicar-se-á:
verificar na esfera municipal;
II - será demitido do cargo municipal, comunicando- I - quando a falta for intencional ou se revestir de
se o fato à outra entidade governamental na qual detenha gravidade;
cargo ou função; II - na violação das proibições consignadas neste
Estatuto;
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
III - nos casos de reincidência em falta já punida XI - reincidência na transgressão prevista no artigo
com repreensão; 255, § 1º, alínea "a";
IV - como gradação de penalidade mais grave, ten- XII - lesão aos cofres públicos ou dilapidação do pa-
do em vista circunstâncias atenuantes. trimônio municipal;
XIII - comentar, divulgar ou informar a terceiros
§ 1º Também será punido com pena de suspensão o quaisquer assuntos de natureza sigilosa, sobre os quais
servidor que: possua conhecimento em razão da função exercida, bem
a) atestar falsamente a prestação de plantão ou como sem autorização do superior fornecer, a qualquer
serviço extraordinário, bem como propuser e permitir título ou pretexto, cópias ou originais de documentos
gratificação a esse título por serviço não realizado; existentes nos diversos órgãos da Prefeitura Municipal e
b) recusar-se, sem justo motivo, à prestação de outros órgãos do Município, inclusive entes autárquicos e
serviço extraordinário; fundacionais;
c) for responsável pelo retardamento de processo; XIV - corrupção passiva, nos termos da lei penal;
d) deixar de atender à convocação de comissão de XV - prática de outros crimes contra a administração
inquérito para prestar depoimento, informações e demais pública.
providências e diligências requeridas, inclusive a pedido de
sindicante. Art. 258. Atendendo à gravidade da falta, a demis-
são poderá ser aplicada com a nota "a bem do serviço
§ 2º A pena de suspensão não será aplicada en- público", a qual constará sempre do ato de demissão
quanto o servidor estiver em licença ou férias. fundada nos incisos VIII a XIV do artigo 257, e no seu
§ 3º Quando houver conveniência para o serviço, a inciso XV, quando a pena cominada na lei penal for a de
pena de suspensão poderá ser convertida em multa, na reclusão.
base de cinquenta por cento (50%) por dia de retribuição.
§ 4º Os efeitos da conversão da pena de suspensão Art. 259. Aplicar-se-á pena de cassação de disponi-
em multa não serão alterados, mesmo que ao servidor bilidade quando ficar provado em processo que o servidor:
seja assegurado afastamento legal remunerado durante o
período. I - praticou, quando em atividade, qualquer dos atos
§ 5º A pena de multa nenhum prejuízo acarreta na para os quais e cominada, neste Estatuto, a pena de
contagem de tempo de serviço, a não ser para efeito de demissão;
concessão de avanço, licença-prêmio e promoção. II - aceitou cargo ou função pública contra disposi-
ção expressa em lei;
Art. 256. A destituição de função gratificada dar-se- III - aceitou representação de Estado estrangeiro,
á: sem autorização;
IV - foi condenado por crime que importaria em de-
I - quando se verificar falta de exação no seu de- missão se estivesse em atividade;
sempenho; V - firmou contrato de natureza comercial ou indus-
II - quando for constatado que, por negligência ou trial com a Administração Municipal, por si ou como repre-
benevolência, o servidor contribuiu para que não se apu- sentante de outrem;
rasse, no devido tempo, a falta de outrem. VI - exerce advocacia administrativa;
Parágrafo único. Ao detentor de cargo em comissão, VII - pratica usura;
enquadrado nas disposições deste artigo, caberá pena de VIII - incorreu na hipótese do § 2º do artigo 53.
demissão, sem perda do cargo efetivo de que seja titular,
se for o caso. Art. 260. Dar-se-á a cassação da aposentadoria
quando ficar provado, em processo, que o aposentado
Art. 257. Será aplicada a pena de demissão nos ca- transgrediu o disposto nos incisos I e II do artigo anterior.
sos de:
Art. 261. O ato que punir o servidor mencionará
I - indisciplina ou insubordinação graves ou reitera- sempre a disposição legal em que se fundamentar.
das;
II - ofensa física contra servidor ou particular, pro- Art. 262. Uma vez submetido a processo adminis-
duzida em serviço, salvo em legítima defesa; trativo disciplinar, o servidor só poderá ser exonerado, a
III - abandono de cargo, caracterizado pelo não- pedido, depois da conclusão do processo e de reconhecida
comparecimento do servidor por mais de trinta (30) dias a sua inocência.
consecutivos, sem permissão legal; Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo
IV - ausência excessiva ao serviço, sem motivo le- o servidor estável processado por abandono de cargo ou
gal, em número superior a sessenta (60) dias interpolados, ausências excessivas ao serviço.
durante um (1) ano;
V - transgressão de qualquer das disposições cons- Art. 263. A aplicação da penalidade prescreverá
tantes nos incisos V a VII; X a XVIII, e em:
XXI a XXX do artigo 242, considerada sua gravida-
de, efeito ou reincidência; I - um (1) ano, a de advertência e a de repreensão;
VI - falta de exação no desempenho das atribuições, II - dois (2) anos, a de suspensão ou multa;
de tal gravidade que resulte em dano pessoal ou material III - três (3) anos, as de destituição de função e
de monta; demissão por abandono de cargo ou faltas excessivas ao
VII - incontinência pública e escandalosa e vício de serviço;
jogos proibidos; IV - quatro (4) anos, nos demais casos.
VIII - perda do cargo em razão do disposto no artigo § 1º O prazo de prescrição contar-se-á da data do
92, inciso I, do Código Penal, ou por expressa decisão conhecimento do ato ou fato.
judicial transitada em julgado; § 2º No caso de processo administrativo disciplinar,
IX - acumulação proibida, na forma do artigo 243; a prescrição se interrompe da data da sua instauração.
X - aplicação indevida do dinheiro público; § 3º O prazo de prescrição será suspenso quando
ocorrer a hipótese do § 2º do artigo 256.
36
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
§ 4º Se a infração disciplinar for também prevista a) a gravidade da ação ou omissão torne o autor
como crime na lei penal, por esta regular-se-á a prescri- passível de pena das previstas nos incisos III a VI do
ção, sempre que os prazos forem superiores aos estabele- artigo 259;
cidos neste artigo. b) na sindicância ficar comprovada a ocorrência de
irregularidade ou falta funcional grave, ainda que sem
Art. 264. Para aplicação das penas disciplinares são indicação de autoria.
competentes: (Redação dada pela Lei Complementar § 1º Quando a aplicação de pena disciplinar de ad-
nº 374, de 15 de dezembro de 2010). vertência, de repreensão, suspensão ou multa, prescindir
de sindicância, a autoridade dará ciência prévia ao falto-
I - o Prefeito, em qualquer caso; e (Redação dada so dos motivos determinantes da punição, ficando regis-
pela Lei Complementar nº 374, de 15 de dezembro tro expresso na respectiva ficha funcional.
de 2010). § 2º É assegurado ao servidor, em todas as hipó-
II - os Secretários Municipais e os titulares de ór- teses de aplicação de penalidade disciplinar, o exercício
gãos diretamente subordinados ao Prefeito, até a suspen- do direito de petição, para todos os fins e efeitos, no
são ou multa, limitada aquela ao máximo de 30 (trinta) prazo de trinta (30) dias da ciência.
dias. (Redação dada pela Lei Complementar nº 374,
de 15 de dezembro de 2010). Art. 270. Sempre que o ilícito praticado pelo ser-
Parágrafo único. A atribuição outorgada ao Prefeito vidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão
poderá ser delegada ao Procurador-Geral do Município. por mais de trinta (30) dias, ou de demissão, cassação
(Parágrafo acrescido pela Lei Complementar nº 374, de 15 de aposentadoria ou de disponibilidade ou, ainda, desti-
de dezembro de 2010) tuição de cargo em comissão, será obrigatória a instau-
ração do procedimento disciplinar.
Art. 265. Toda pena, das previstas no artigo 253,
que for imposta ao servidor, deverá constar no seu assen- Art. 271. Da denúncia poderá resultar:
tamento individual, bem como o resultado, em qualquer I - arquivamento do processo;
hipótese, de processo administrativo disciplinar em que II - aplicação de penalidade de advertência, sus-
indiciado, com intimação do servidor. pensão de até trinta (30) dias, ou multa;
Parágrafo único. A penalidade será aplicada através III - instauração do procedimento administrativo
de portaria, mencionado sempre o fundamento legal e a disciplinar.
causa da sanção disciplinar.
Seção II
Art. 266. A demissão ou a destituição de cargo em Da Suspensão Preventiva
comissão, nos casos dos incisos X, XII e XIV do artigo 257,
implica na indisponibilidade dos bens e no ressarcimento Art. 272. A autoridade competente poderá deter-
ao erário sem prejuízo da ação judicial cabível. minar a suspensão preventiva do servidor, até sessenta
Parágrafo único. A demissão ou a destituição de (60) dias, prorrogáveis por mais trinta (30) dias, se
cargo em comissão, prevista neste artigo, incompatibiliza o houver necessidade de seu afastamento para apuração
servidor para nova investidura em cargo municipal pelo de falta fundamentada e a ele imputada.
prazo mínimo de cinco (5) anos.
Art. 273. O servidor terá direito:
CAPÍTULO III I - à remuneração e à contagem do tempo de ser-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR viço relativo ao período de suspensão preventiva, quando
Seção I do processo não resultar punição, ou esta se limitar à
Disposições Gerais pena de advertência;
II - à remuneração e à contagem do tempo de
Art. 267. A autoridade que tiver ciência de irre- serviço correspondente ao período de afastamento
gularidade no serviço público é obrigada a promover a excedente ao prazo de suspensão efetivamente aplicada.
sua apuração imediata, mediante sindicância ou pro- Art. 274. O afastamento preventivo cessará uma
cedimento administrativo disciplinar, assegurada ao vez decorrido o respectivo prazo, ou antes, se ultimada a
acusado ampla defesa, sob pena de tornar-se co- instrução da apuração, salvo no caso de alcance ou
responsável. malversação de dinheiro público, quando se prolongará
até decisão final do processo.
Art. 268. As denúncias sobre irregularidades
serão objeto de apuração desde que contenham a Seção III
identificação e o endereço do denunciante, e sejam Da Sindicância
formuladas por escrito ou reduzidas a termo.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não Art. 275. Toda autoridade municipal é competente
configurar infração disciplinar ou ilícito civil ou penal, o para, no âmbito do órgão sob sua chefia, determinar a
processo será arquivado. realização de sindicância.
§ 1º A sindicância será cometida a servidor de hie-
Art. 269. As irregularidades e faltas funcionais rarquia igual ou superior à do implicado.
serão apuradas por meio de: § 2º O sindicante dedicará tempo integral ao en-
I - sindicância, quando: cargo, ficando automaticamente dispensado de suas
a) a ciência ou notícia não for suficiente para atribuições normais até a apresentação do relató-
sua determinação ou para apontar o servidor faltoso; rio.
b) sendo determinado o indiciado, não for a fal- Art. 276. O sindicante efetuará, em caráter de si-
ta confessada, documentalmente provada ou manifes- gilo funcional, e de forma sumária, as diligências neces-
tamente evidente; sárias ao esclarecimento da ocorrência e indicação do
II - procedimento administrativo disciplinar, responsável, apresentando, no prazo máximo dedez (10)
quando: dias úteis, relatório a respeito.

37
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
§ 1º Preliminarmente deverá o sindicante ouvir o Art. 283. A comissão disciplinar exercerá suas ati-
autor da representação e o servidor implicado, se hou- vidades com independência e imparcialidade, asseguran-
ver. do o sigilo necessário à elucidação do fato, ou exigido
§ 2º Reunidos os elementos apurados, o sindicante pelo interesse da Administração.
traduzirá, no relatório, as suas conclusões pessoais,
indicando o possível culpado, qual a irregularidade ou Art. 284. O procedimento disciplinar se desenvol-
transgressão, e o seu enquadramento nas disposições ve nas seguintes fases:
estatutárias. I - instauração, com a publicação do ato que cons-
§ 3º O sindicante somente sugerirá a instauração tituir a comissão;
de procedimento administrativo disciplinar quando os II - inquérito administrativo, que compreende a
fatos apurados, comprovadamente, na sindicância, a tal instrução, defesa e relatório;
conduzirem, na forma do inciso II do artigo 269. III - julgamento.

Art. 277. A autoridade, de posse do relatório do Art. 285. Quando o inquérito disciplinar resultar
sindicante, acompanhado dos elementos que o instruí- de prévia sindicância, o processo desta, inclusive relató-
rem, decidirá, no prazo de cinco (5) dias úteis, pela rio, integrará os autos como peça informativa da instru-
aplicação de penalidade de sua competência, pela instau- ção.
ração do procedimento administrativo disciplinar, se for o Parágrafo único. Na hipótese de o relatório concluir
caso e estiver na sua alçada, ou pelo encaminhamento a pela prática de crime, a autoridade competente oficiará à
quem competir, para as providências legais. autoridade policial para abertura de inquérito, indepen-
Parágrafo único. A autoridade, quando for o caso, dentemente da imediata instauração do procedimento
dará ao implicado prazo de até quarenta e oito (48) administrativo disciplinar.
horas para apresentação de elementos de defesa, po-
dendo, para este efeito, determinar a realização de Subseção II
diligências complementares julgadas necessárias, quando Dos Atos e Termos Processuais
o prazo para a decisão será dilatado para até dez (10)
dias úteis. Art. 286. Na realização do procedimento adminis-
Seção IV trativo disciplinar serão observadas as seguintes normas:
Do Procedimento Administrativo Disciplinar I - o presidente da comissão, ao instalar os traba-
Subseção I lhos, autuará a portaria e demais peças existentes e
Disposições Gerais designará dia, hora e local para a primeira audiência,
determinando a citação do indiciado ou dos indiciados;
Art. 278. O inquérito administrativo disciplinar II - a citação será feita com antecedência mínima
obedecerá a este procedimento e será realizado por de quarenta e oito (48) horas da data marcada para a
comissão constituída de três (3) servidores titulares e audiência inicial e o instrumento respectivo conterá, além
três (3) suplentes, estáveis, designados pela autoridade do dia, hora e local, a qualificação do indiciado e a falta
competente, dos quais pelo menos um (1) Bacharel em que lhe é imputada;
Ciências Jurídicas e Sociais. III - caso o indiciado se recuse a receber a citação,
Parágrafo único. As comissões disciplinares serão deverá o encarregado da diligência certificar o ocorrido, à
renovadas, anualmente, pelo terço, funcionando seus vista de, no mínimo, duas (2) testemunhas;
membros em regime integral, com secretário designado IV - quando houver fundada suspeita de ocultação
pelo Prefeito. do indiciado, proceder-se-á citação por hora certa, na
forma do Código de Processo Civil;
Art. 279. São autoridades competentes para de- V - estando o indiciado ausente do Município, se
terminar a instauração de inquérito administrativo, além conhecido seu endereço será citado por via postal, em
do Prefeito, os titulares da Administração Indireta e carta registrada, juntando-se ao processo comprovante
Fundacional. (Redação dada pela Lei Complementar do registro e o aviso de recebimento;
nº 374, de 15 de dezembro de 2010). VI - não sendo encontrado o indiciado, por se
Parágrafo único. A atribuição outorgada ao Prefeito achar em lugar incerto e não sabido, será citado median-
poderá ser delegada ao Procurador-Geral do Município. te edital, publicado por três (3) vezes, no órgão de
(Parágrafo acrescido pela Lei Complementar nº imprensa e no local destinado a tais publicações, com
374, de 15 de dezembro de 2010) prazo de quinze (15) dias, a contar da última publicação;
VII - a citação pessoal, as intimações e as notifica-
Art. 280. Os membros da comissão disciplinar, ex- ções serão feitas pelo secretário, apresentando ao desti-
ceto o Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, deverão natário o instrumento correspondente, em duas (2) vias,
ser de categoria igual ou superior à do indiciado, se para que, retendo uma (1) delas, passe recibo, devida-
houver, não podendo nenhum deles estar ligado ao mente datado, na outra;
mesmo por qualquer vínculo de subordinação ou paren- VIII - a tomada de depoimento das testemunhas
tesco. obedecerá, preferentemente, à seguinte ordem: primei-
Art. 281. Não poderá fazer parte da comissão, ro, as apresentadas pelo denunciante, a seguir as indica-
nem secretariá-la, o autor da denúncia ou representação, das pela comissão e, por último, as arroladas pelo indici-
ou o que tenha realizado a sindicância. ado;
IX - antes de depor, a testemunha será devida-
Art. 282. O procedimento administrativo discipli- mente qualificada, declarando o nome, estado civil,
nar deverá ser iniciado dentro do prazo de cinco (5) dias idade, profissão, residência, nível de instrução, se é
úteis, contado da data da sua instauração, e ter ultimada parente do indiciado ou se mantém ou não relações com
sua instrução em noventa (90) dias, prorrogáveis, a juízo o mesmo e em que grau;
da autoridade que o houver mandado instaurar, por até X - ao ser inquirida uma testemunha as demais
sessenta (60) dias, quando circunstâncias ou motivos não poderão estar presentes, salvo o caso em que a
especiais o justifiquem. comissão julgue necessária a acareação.

38
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
§ 1º Não havendo indiciado, a comissão intimará onal, que encaminhará, ao órgão central de pessoal,
as pessoas, servidores ou não, que presumivelmente cópia para fins de registro.
possam esclarecer a ocorrência objeto da investigação.
§ 2º Quando a comissão entender que os elemen- Art. 293. Na formação material do processo serão
tos da denúncia são insuficientes para bem caracterizar a obedecidas as seguintes normas:
ocorrência, poderá ouvir previamente a vítima ou a I - todos os termos lavrados pelo secretário terão
pessoa que notificou a irregularidade ou falta funcional. forma processual sucinta e, quando possível, padroniza-
da;
Art. 287. Feita a citação e não comparecendo o II - a juntada de documentos será feita pela or-
indiciado, o processo prosseguirá à sua revelia e com dem cronológica de apresentação, mediante despacho do
defensor designado pelo presidente, o mesmo aconte- presidente da comissão, devidamente rubricados e
cendo nos casos previstos nos incisos V e VI do artigo numerados pelo secretário;
anterior, e não comparecer no prazo fixado. III - a cópia da ficha funcional deverá integrar o
processo, desde a indiciação do servidor;
Art. 288. O indiciado tem o direito de, pessoal- IV - juntar-se-á, também, ao processo, após o
mente ou por intermédio de defensor, assistir os atos competente despacho do presidente, o mandato que,
probatórios que se realizarem perante a comissão, revestido das formalidades legais, permitirá a interven-
requerendo o que julgar conveniente. ção de procurador do indiciado.
§ 1º Se o indiciado não tiver constituído defensor,
poderá requerer ao presidente da comissão a designação Art. 294. Ultimada a instrução do processo, inti-
de um dentre os servidores ativos e inativos, Bacharel mar-se-á o indiciado ou seu defensor, correndo da data
em Ciências Jurídicas e Sociais ou, na falta, um dentre os da intimação o prazo de dez (10) dias para apresentação
profissionais legalmente habilitados. de defesa por escrito, sendo-lhe facultado o exame do
§ 2º O indiciado, dentro do prazo de setenta e du- processo ou a obtenção de cópia.
as (72) horas após o interrogatório, poderá requerer § 1º Havendo dois (2) ou mais indiciados, o prazo
diligências, produzir prova documental e arrolar teste- será comum e de vinte (20) dias.
munhas até o máximo de cinco (5). § 2º O prazo de defesa poderá ser suprimido, a
§ 3º Se as testemunhas de defesa não forem en- critério da comissão, quando esta julgá-la desnecessária
contradas e o indiciado, dentro de setenta e duas (72) ante a inconteste comprovação, no curso do processo, da
horas, não indicar outras em substituição, prosseguir-se- inocência do indiciado.
á nas demais etapas processuais.
Art. 295. Esgotado o prazo de defesa, a comissão
Art. 289. A testemunha somente poderá eximir-se apresentará o seu relatório dentro de dez (10) dias.
de depor nos casos previstos no Código Penal. § 1º Se a defesa tiver sido dispensada ou apresen-
§ 1º Se arrolados como testemunhas o Prefeito, os tada antes da fluência do prazo, contar-se-á o destinado
Secretários do Município e os Vereadores, bem como à feitura do relatório a partir do dia seguinte ao da
autoridades federais ou estaduais de níveis hierárquicos dispensa ou da apresentação.
a eles assemelhados ou superiores, serão ouvidos em § 2º No relatório a comissão apreciará, em relação
local, dia e hora previamente ajustados com a autoridade a cada indiciado, separadamente, as irregularidades de
processante. que foi acusado, as provas que instruírem o processo e
§ 2º Os servidores municipais arrolados como tes- as razões de defesa, propondo, então, justificadamente,
temunhas serão requisitados aos respectivos chefes de a absolvição ou punição, sugerindo, neste caso, a pena
serviço, e os federais e estaduais, bem como os milita- que couber.
res, serão notificados por intermédio das repartições ou § 3º Deverá, também, a comissão, em seu relató-
unidades a que pertencerem. rio, sugerir providências tendentes a evitar a reprodução
§ 3º No caso em que pessoa estranha ao serviço de fatos semelhantes aos que originaram o processo,
público se recuse a depor perante a comissão, o presi- bem como quaisquer outras que lhe pareçam do interes-
dente solicitará à autoridade policial providências no se do serviço público municipal.
sentido de ser ouvida na Polícia, encaminhando, para
tanto, àquela autoridade, a matéria, reduzida a itens, Art. 296. Apresentado o relatório, a comissão fica
sobre a qual deva ser ouvida. rá à disposição da autoridade que houver mandado
instaurar o inquérito, para qualquer esclarecimento ou
Art. 290. Durante o curso do processo a comissão providência julgada necessária.
promoverá as diligências que se fizerem necessárias à
elucidação do objeto do inquérito, podendo, inclusive, Art. 297. Recebido o processo, a autoridade que
recorrer a técnicos e peritos. houver determinado sua instauração, ouvido o órgão
Parágrafo único. Os órgãos municipais atenderão central de pessoal, deverá julgá-lo no prazo de quinze
com prioridade as solicitações da comissão. (15) dias.
§ 1º Quando não forem de sua alçada a aplicação
Art. 291.Compete à comissão conhecer de novas das penalidades ou providências indicadas, a autoridade
imputações que surgirem contra o indiciado durante o propô-las-á ao Prefeito, dentro do prazo marcado para
processo, caso em que este poderá produzir provas em decisão.
sua defesa. § 2º Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo
para decisão final, contado da data do recebimento do
Art. 292. A comissão, à vista de elementos de processo pelo Prefeito, será, também, de quinze (15)
prova, colhidos no decurso do processo, poderá indiciar dias.
outro servidor, que será imediatamente citado para fins § 3º A autoridade julgadora promoverá, no prazo
de interrogatório e acompanhamento do processo, nos de oito (8) dias da decisão que proferir, a expedição dos
termos deste Capítulo. atos decorrentes do julgamento e determinará as provi-
Parágrafo único. A indiciação de que trata este ar- dências necessárias à sua execução.
tigo será feita através de portaria do Prefeito Municipal, § 4º Cumprido o disposto no parágrafo anterior,
ou titular de órgão da Administração Indireta ou Fundaci- dar-se-á ciência da solução do processo ao autor da
39
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO
representação e ao servidor que houver presidido a Seção V
comissão de inquérito, após o que o processo será reme- Da Revisão do Processo Administrativo Disciplinar
tido ao órgão central de pessoal para arquivamento,
onde permanecerá por cinco (5) anos. Art. 305. A revisão do processo administrativo
disciplinar de que haja resultado punição poderá ser
Art. 298. Quando ao servidor se imputar crime requerida, em qualquer tempo, uma só vez, quando:
praticado na esfera administrativa, a autoridade que I - a decisão for contrária ao texto expresso da lei
houver determinado a instauração do processo providen- ou à evidência dos autos;
ciará para que, simultaneamente, se instaure o inquérito II - a decisão se fundar em depoimento, exames
policial. ou documentos falsos ou viciados;
Art. 299. A decisão que reconhecer a prática de III - forem aduzidas novas provas, suscetíveis de
infração capitulada na lei penal implicará, sem prejuízo atestar a inocência do interessado ou de autorizar dimi-
das sanções administrativas, na remessa de cópia do nuição da pena.
processo à autoridade competente. § 1º Não constitui fundamento para a revisão a
simples alegação de injustiça da penalidade.
Art. 300. É assegurada a intervenção do indiciado, § 2º O processo de revisão correrá apenso ao ori-
ou seu defensor, em qualquer fase do processo, até ginário.
apresentação da defesa. § 3º O pedido de revisão não tem efeito suspensi-
vo e nem permite agravação da pena.
Art. 301. Tanto no processo administrativo disci-
plinar como na sindicância poderá ser arguida suspeição Art. 306. O pedido de revisão será dirigido ao Pre-
ou nulidade, durante ou após a formação da culpa, feito, que o julgará, após exame pelo órgão central de
devendo a arguição fundamentar-se em texto legal, sob pessoal, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. (Reda-
pena de ser dada como inexistente. ção dada pela Lei Complementar nº 374, de 15 de
Parágrafo único. As irregularidades processuais dezembro de 2010)
que não constituírem vícios substanciais insanáveis, § 1º Tratando-se de servidor falecido, desaparecido ou
insuscetíveis de influir na apuração da verdade ou na incapacitado de requerer, poderá a revisão ser solicitada
decisão do processo, não lhe determinarão a nulidade. por qualquer pessoa da família. (Parágrafo renumera-
do de único para 1º pela Lei Complementar nº 374,
Subseção III de 15 de dezembro de 2010)
Do Processo por Abandono de Cargo ou por § 2º A atribuição outorgada ao Prefeito poderá
Ausências Excessivas ser delegada ao Procurador-Geral do Município. (Pará-
grafo acrescido pela Lei Complementar nº 374, de
Art. 302. É dever do chefe imediato conhecer os 15 de dezembro de 2010)
motivos que levem o servidor a faltar, consecutiva e
frequentemente ao serviço, sem justificativa legal,
buscando solucionar o problema porventura ocorrente,
aplicando ou propondo a penalidade cabível, ou proven-
do, oportunamente, as medidas indicadas para cada
caso.
Parágrafo único. Constatadas as primeiras faltas,
deverá o chefe imediato comunicar o fato ao órgão
central de pessoal, cujo chefe promoverá as diligências
referidas neste artigo, sob pena de se tornar correspon-
sável.
Art. 303. Quando o número de faltas ultrapassar
trinta (30) dias consecutivos ou sessenta (60) dias
interpolados, durante um (1) ano, embora tomadas todas
as providências do artigo anterior, o chefe encaminhará
de imediato ao órgão central de pessoal comunicação a
respeito, especificando as medidas adotadas.

Art. 304. O órgão central de pessoal, de posse dos


elementos de que trata o artigo anterior, promoverá
sindicância e, à vista do resultado nela colhido, proporá:

I - a solução, se ficar provada a existência de força


maior, coação ilegal ou circunstância ligada ao estado
físico ou psíquico do servidor, que contribua para não se
caracterizar o abandono de cargo ou que possa determi-
nar a justificação das faltas frequentes;
II - a instauração de procedimento administrativo
disciplinar, se inexistirem provas das situações mencio-
nadas no inciso anterior, ou, existindo, forem julgadas
insatisfatórias.
Parágrafo único. Salvo nos casos em que, através
de sindicância, ficar caracterizada, desde logo, a intenção
do faltoso em deixar o cargo, ser-lhe-á permitido conti-
nuar a exercê-lo, a título precário, sem prejuízo da
conclusão do processo.

40
LEGISLAÇÃO/DIDÁTICA
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E DIDÁTICA

SUMÁRIO

O Desenvolvimento da Criança e do Adolescente ................................................ 5


Projetos Pedagógicos e Planejamento de Aula .................................................. 15
Teorias Educacionais. Concepções Pedagógicas ................................................ 21
Mediação da Aprendizagem ........................................................................... 30
Avaliação .................................................................................................... 31
Currículo ..................................................................................................... 33
Sexualidade ................................................................................................. 35
Drogas ........................................................................................................ 36
Fracasso Escolar ........................................................................................... 37
A Prática Educativa ....................................................................................... 45
Formação de Professores ............................................................................... 48
Educação de Jovens e Adultos ........................................................................ 53
Mídia e Educação .......................................................................................... 55
Disciplina e Limites ....................................................................................... 57
Cidadania .................................................................................................... 58
Fundamentos da Educação Inclusiva ............................................................... 62
Relacionamento Pais e Escola, Ambiente Educacional e Familiar,
Participação dos Pais........................ ............................................................ 66
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica ......................... 68
Ensino Fundamental de Nove Anos ................................................................. 76
Resolução CNE n.º 05, de 17 de dezembro de 2009 – Fixa as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil ................................................ 83
Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990 e alterações – Dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências .......................... 85
Resolução CME n.º 031 de 08 de dezembro de 2015 – Diretrizes Gerais
para organização e funcionamento do Ensino Fundamental na Rede
Municipal de Ensino de Caxias do Sul ............................................................ 119
Resolução CME n.º 35, de 30 de maio de 2017 - Dispõe sobre as Diretrizes
para a Educação Especial no Sistema Municipal de Ensino de Caxias do Sul ....... 131
Parecer CME n.º 050, de 08 de setembro de 2015 - Orienta procedimentos
referente ao cumprimento da matrícula obrigatória e sua consequente
universalização a ser completada até o início do ano letivo de 2016, em
atendimento a legislação vigente e a Recomendação n.º 09/15 do Ministério
Público, que trata do direito de acesso e permanência na escola das
crianças e adolescentes na faixa etária dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade ............................................................................................ 141
Parecer CME n.º 070, de 08 de dezembro de 2015 - Diretrizes Gerais para
organização e funcionamento do Ensino Fundamental na Rede Municipal de
Ensino de Caxias do Sul .............................................................................. 143
Resolução CME n.º 37, de 26 de setembro de 2017 – Estabelece normas
para a oferta da EDUCAÇÃO INFANTIL no Sistema Municipal de Ensino de
Caxias do Sul ............................................................................................. 160
Resolução CME n.º 38, de 26 de setembro de 2017 – Estabelece normas
para a Oferta da Modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) para
o Sistema Municipal de Ensino de Caxias do Sul ............................................. 173

Exercícios gerais ........................................................... Caderno de Atividades


NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
 os conhecimentos e a cultura das diferen-
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E DIDÁTICA tes populações fornecem os conteúdos sig-
nificativos necessários à apropriação pela
criança dos valores, da linguagem, das ha-
bilidades e do saber de seu grupo social;
O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
E DO ADOLESCENTE  o processo pedagógico significa o acesso
aos conhecimentos acumulados historica-
mente pela humanidade, relativo tanto ao
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ZERO A saber escolar quanto à produção cultural li-
CINCO ANOS teratura, arte, teatro, música entre outros;

“Os organismos internacionais, especialmente o  o desenvolvimento das funções psíquicas


UNICEF, têm enfatizado que ‘iniciar bem a vida significa superiores representa um processo de
dar à criança a oportunidade de romper a exclusão e os transformação do biológico pela interação
ciclos de pobreza que atravessam gerações’” (Reiko social. Destaca-se, nesse aspecto, o papel
Niimi. In: Relatório do UNICEF sobre a Situação da Cri- exercido pela linguagem na organização
ança Brasileira 2001 Desenvolvimento Infantil, os pri- cerebral;
meiros seis anos de vida).

No contexto escolar (pré-escolas, creches formais e  o brincar como forma cultural de atividade
informais), a Educação Infantil pressupõe a existência de e suas repercussões no desenvolvimento e
uma proposta pedagógica sistematizada que tenha como aprendizagem da criança;
eixo o brincar, o papel mediador do educador e a cons-
trução do conhecimento em rede.  a capacitação de recursos humanos (regu-
lar e em serviço) nos programas voltados
No âmbito da vida cotidiana leva-se em considera- para a criança tem como objetivo garantir
ção a interação da criança com os bens socioculturais do a qualidade do trabalho realizado, articu-
seu grupo e os conhecimentos das famílias sobre o pro- lando os conhecimentos teóricos e práticos
cesso de desenvolvimento e aprendizagem de seus fi- sobre a criança com a formação cultural e
lhos. Na série estão contempladas as práticas cotidianas social dos profissionais de Educação Infan-
relacionadas aos cuidados, à educação e às formas de til;
interação família-comunidade, no que se refere à crian-
ça.  há necessidade de articulação do saber
técnico e do saber popular, visando consti-
O princípio norteador da série é que “o processo de tuir um novo saber sobre o processo de
desenvolvimento infantil exige oportunidades educativas desenvolvimento e educação da criança.
oferecidas de forma crítica, criativa e consistente para Para tanto, torna-se necessária a valoriza-
além dos cuidados assistenciais de saúde, alimentação, ção dos conhecimentos socioculturais das
proteção e guarda da criança”. Considera-se, ainda, a comunidades e a identificação das suas
perspectiva histórico-cultural de Vygotsky, na qual de- práticas cotidianas, no que refere aos cui-
senvolvimento e aprendizagem são processos dialetica- dados, às interações sócio-afetivas e à
mente relacionados, um influenciando e transformando o educação dos filhos;
outro.
 um dos grandes desafios que se coloca no
Nessa direção, são apresentadas algumas experi- quadro atual reside em prover os progra-
ências brasileiras (creches comunitárias de Teresi- mas, as famílias e as comunidades dos re-
na/Piauí; Castelo, Alcântara/Maranhão; Belém/Pará e cursos materiais, técnicos e humanos ne-
Rio de Janeiro/ RJ) nas quais, além do atendimento às cessários à promoção do desenvolvimento
necessidades nutricionais e de saúde das crianças, está e educação da criança.
presente o caráter eminentemente pedagógico articulado
às experiências socioculturais significativas como, por O objetivo da série também é revelar como as con-
exemplo, aquelas que dizem respeito à identidade étnica cepções sobre Infância, Desenvolvimento e Educação, ao
e social. demarcarem propostas pedagógicas e práticas sociais,
concretizam o respeito à cidadania e aos direitos da
De um modo geral, os programas da série procu- criança. Os direitos sociais significam, na prática, acesso
ram enfatizar e articular questões conceituais e práticas, à educação e aos serviços de saúde, bem como alimen-
que se encontram relacionadas ao tema “Desenvolvi- tação adequada, moradias com água de boa qualidade e
mento da Criança e Educação Infantil”, tais como: em quantidade suficiente, com rede de esgoto, em co-
munidades onde seja feita a coleta de lixo e existam
 o fato de que a visibilidade social da crian- áreas de lazer.
ça, ou seja, o lugar e o papel que a criança Quanto às oportunidades educacionais, por exem-
ocupa na sociedade, bem como a percep- plo, os indicadores educacionais referentes aos estados
ção de suas peculiaridades, decorre do do Nordeste e Sudeste revelam que apenas 27% das
contexto histórico, social e ideológico e re- crianças de zero a seis anos de idade (Pesquisa sobre
flete-se no atendimento às suas necessi- Padrões de Vida/1996-1997 Primeira Infância, IBGE,
dades de desenvolvimento e educação; 2000) têm acesso à Educação Infantil. De zero a quatro
anos, essa taxa cai para 13,1 sendo que destes 36%
 o processo de desenvolvimento e aprendi- freqüentam creches e 64 % a pré-escola o que faz supor
zagem da criança apresenta grande diver- que a população de zero a três anos é aquela que tem
sidade em função das diferentes vivências menos acesso à educação, principalmente, por falta de
socioculturais; infra-estrutura de creches (mais da metade da oferta de
5
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
creches é particular). Assim, apesar das iniciativas exis- Nesse sentido, a escola considerada como espaço
tentes em muitos municípios, é urgente que a criança para a co-construção de novos conhecimentos sobre o
pequena tenha garantido o acesso à oportunidade edu- mundo é aquela na qual a sua proposta pedagógica
cativa e venha a alcançar maior visibilidade em relação a permite a permanente articulação dos conteúdos escola-
todos os seus direitos sociais. res com as vivências e as indagações da criança sobre a
realidade em que vive.
Na série discute-se como o sentimento de infância
e a percepção do processo de desenvolvimento da crian- Como as crianças são constituídas a partir de pro-
ça variam não só em função do momento histórico, mas cessos diversificados de relações sociais, a Educação
também da classe social e do grupo cultural ao qual a Infantil não pode ser homogênea, nem padronizada. Há
criança pertença. A criança, portanto, precisa ser consi- de se considerar que a escola esteja preparada para
derada como um ser concreto e não como um ser abs- enfrentar e tirar proveito dessa diversidade de possibili-
trato e idealizado a partir de um padrão universal. dades de interação social, utilizando-a para esta co-
construção coletiva de conhecimentos e habilidades.
Nesse sentido, o professor e os profissionais que
trabalham com essa faixa etária precisam conhecer as Outro aspecto abordado nos programas diz respeito
concepções de desenvolvimento infantil que fundamen- ao Brincar como se dá o surgimento dessa forma cultural
tam as práticas sociais e os trabalhos realizados com a de atividade no processo de desenvolvimento e aprendi-
criança em creches/pré-escolas, nos serviços de saúde e zagem da criança; as repercussões do brincar no desen-
na própria família. . volvimento da criança e o seu papel na Educação Infantil
(o brincar e a educação).
No programa é destacado, ainda, o desenvolvimen-
to da criança a partir do modelo e referencial histórico- Em síntese, podemos considerar a dialogia, os pro-
cultural de Vygotsky, assim como a repercussão desse cessos interativos, a cooperação, o trabalho em grupo, a
modelo nas práticas sociais acima referidas. Além disso, arte, a imaginação, a brincadeira, a mediação do profes-
o modelo de desenvolvimento cultural da criança permi- sor e a construção do conhecimento em rede como eixos
te uma melhor compreensão da importância das intera- do trabalho pedagógico voltado para o Desenvolvimento
ções da criança na organização dos processos psíquicos e a Educação Infantil visando à constituição do sujeito
e na promoção da aprendizagem e da saúde mental. solidário, criativo, autônomo, crítico e com estruturas
afetivo-cognitivas necessárias para operar sua realidade
Mesmo em comunidades pobres, economicamente social e pessoal.
falando, quando a criança participa ativamente da vida
familiar e comunitária, ela encontra as condições neces- O professor tem um importante papel na mediação
sárias para desenvolver-se adequadamente. Não obstan- da relação epistemológica, ou seja, da relação da criança
te, a valorização das oportunidades educativas no âmbi- com o conhecimento, assim como na constituição da
to da vida cotidiana não pretende substituir o acesso identidade e da autonomia da criança. O papel mediador
sistemático aos conhecimentos tipicamente escolares, do professor também está associado à idéia da constru-
mas tem como objetivo enfatizar e apoiar as interações ção do conhecimento em rede, como orientador do pla-
sociais significativas e ampliar o conhecimento das co- nejamento pedagógico e da seleção e tratamento dos
munidades e grupos sociais sobre os cuidados e a edu- conteúdos curriculares.
cação da criança.
Para tanto, o professor e os profissionais que tra-
Sabe-se, por exemplo, que a norma padrão, os co- balham na Educação Infantil precisam ter assegurados
nhecimentos e as habilidades escolares não estão conti- seus próprios direitos a uma educação que lhes permita
dos, exclusivamente, no contexto da escola. Entretanto, serem autônomos e críticos no exercício da profissão.
há reais dificuldades de muitas comunidades terem Baseando-se na produção atual de conhecimento sobre
acesso a tais conhecimentos. Por outro lado, a escola formação do professor, é importante que os projetos
tem desvalorizado a linguagem, os conhecimentos e formativos se estruturem em torno das práticas escola-
habilidades que a criança traz do seu grupo social de res concretas e das reais necessidades dos professores
referência. Daí a importância de se buscar uma articula- no seu cotidiano. Mais ainda, na formação em serviço, é
ção consistente entre o saber cotidiano e o saber esco- preciso valorizar os saberes oriundos da experiência
lar, estabelecendo um rico e complexo processo chama- docente, visando confrontá-los com os saberes acadêmi-
do “bidialetalismo transformador” (representa a criação cos. Nessa perspectiva o professor é visto como um
de um novo conhecimento a partir das trocas significati- sujeito social imerso na cultura e não de forma abstrata
va entre o “dialeto escolar” e o “dialeto popular”) e deslocado da sua própria história.

A Educação Infantil no contexto escolar abrange Dessa série, além da Proposta pedagógica, cons-
pré-escolas e creches (formais ou não), pressupondo a tam textos de apoio e reflexão, que estão distribuídos
existência de uma proposta pedagógica que contemple: por programas, mas que apresentam uma intensa corre-
o processo do desenvolvimento e da aprendizagem da lação com todos os temas abordados na série.
criança; os conhecimentos acumulados historicamente Convém salientar que estes textos, apesar de esta-
pela humanidade relativos ao mundo social e físico; as rem vinculados didaticamente aos programas, se inter-
produções culturais e artísticas e os conhecimentos soci- relacionam e permitem múltiplos olhares sobre as ques-
oculturais das diferentes populações. tões abordadas na série: desenvolvimento da criança;
família; escola; arte e imaginário e formação do profes-
O caráter eminentemente pedagógico da Educação sor.
Infantil no contexto escolar deve estar fundamentado na
perspectiva de que a criança está inserida em determi- Assim como a série não pretende desvincular a
nado contexto social, e, portanto, deve ser considerada educação escolar da vida comunitária, também os textos
em sua história de vida, classe social, cultura e etnia. estão voltados para a compreensão da criança na sua
totalidade sócio-histórico-cultural.

6
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Fonte: Jairo Werner - Educador; Médico/Psiquiatria Infantil; que a sociedade determina as condições de educabilida-
Doutor em Saúde Mental; Mestre em Educação; Professor responsá-
de da criança.
vel pela disciplina de Neuropsiquiatria Infantil/Desenvolvimento
Infantil; Professor de Interação Social do Departamento de Educação
da Universidade. Libâneo (2001) lembra que ao conceber a criança como
possuindo atributos universais do gênero humano, cabe-
O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO ria à educação atualizar estes atributos naturais, desen-
volver as potencialidades. Educar seria essencialmente
A educação e os padrões de socialização. cultivar o indivíduo, desdobrar sua natureza, propiciar o
desenvolvimento harmonioso da individualidade em
A escola não é neutra. “Ela atua como um instrumento consonância com as expectativas da sociedade.
de dominação, funcionando como reprodutora das clas-
ses sociais, através de processos de seleção e exclusão O ato educativo é uma totalidade na qual afluem fatores
dos mais pobres e, ao mesmo tempo, da dissimulação (sociais, econômicos, psicológicos) que se constituem
desses processos.” (Miranda, 2001). Contudo, esse pa- nas condições para o desenvolvimento individual. Condi-
pel não se realiza perfeitamente, pois a escola que aten- ções biológicas, condições sociais, disponibilidades psico-
de às finalidades dos dominadores pode também repre- lógicas, são todas mediações entre o indivíduo e a socie-
sentar um espaço vivo e dinâmico para os dominados. dade, e que permitem ou dificultam à criança apropriar-
se do patrimônio cultural, construindo-se pela sua pró-
Em nossa opinião, a escola tem três tarefas básicas a pria atividade, como ser humano, vale dizer, como ser
desempenhar a favor dos interesses das classes popula- social. (Libâneo, 2001, pág. 156)
res. Primeiramente, deverá facilitar a apropriação e va-
lorização das características sócio-culturais próprias das A psicologia não individualista
classes populares. Em segundo lugar, e como conse-
qüência da primeira, a escola deverá garantir a aprendi- Compreender a escola na dialética indivíduo-sociedade
zagem de certos conteúdos essenciais da chamada cul- significa ao mesmo tempo um processo de cultivo indivi-
tura básica (leitura, escrita, operações matemáticas, dual (promover mudanças no indivíduo) e de integração
noções fundamentais de história, geografia, ciências, social (intervir num processo de mudança social). O
etc.). Finalmente, deverá propor a síntese entre os pas- desafio do educador, segundo Libâneo (2001) está em
sos anteriores, possibilitando a crítica dos conteúdos criar formas de trabalho pedagógico, isto é, ações con-
ideológicos propostos pela cultura dominante e a rea- cretas através das quais se efetue a mediação entre o
propriação do saber que já foi alienado das classes po- saber escolar e as condições de vida e de trabalho dos
pulares pela dominação. (Miranda, 1983, pág. 54-55) alunos. A práxis é o movimento que eleva o homem de
sua condição de produto das circunstâncias anteriormen-
O fato de essas funções não constituírem hoje uma prá- te determinadas à condição de consciência.
tica concreta nas escolas, como enfatiza Miranda (2001),
não impede de lançá-las como projeção daquilo que A consideração de uma dimensão histórica na psicologia
poderá vir-a-ser, um produto da vontade e ação huma- e pedagogia significa, para Silvia Lane (1980), assumir
na. que tanto os processos internos como os estímulos ex-
ternos têm um significado anterior à existência desse
É preciso reconhecer com profundidade os padrões de indivíduo, e esta anterioridade decorre da história da
socialização da criança. Isso possibilitaria extrair os as- sociedade e do grupo social no qual o indivíduo nasce.
pectos que irão direcionar a prática pedagógica e, até “Por mais que enfatizemos a unicidade, a individualidade
mesmo, aspectos que precisarão ser separados para que de cada ser humano, por mais sui generis que se possa
seja possível a tarefa da escola de assegurar ao aluno a ser, só poderá ocorrer sobre os conteúdos que a socie-
aprendizagem de um conteúdo mínimo. (Miranda, 2001) dade lhe dá, sobre as condições de vida real que ela lhe
permite ter.”
Na educação é possível distinguir duas concepções dis-
tintas de criança. Na pedagogia tradicional e na pedago- Portanto na busca da compreensão sobre o indivíduo ou
gia nova. Ambas conservam a idéia de natureza infantil. as causas de seus comportamentos é indiscutivelmente
necessário situa-lo no contexto de uma existência soci-
Para a pedagogia tradicional a idéia de criança é o que almente configurada, permeada em suas condições de
ela deverá ser se for adequadamente educada. Quando vida e trabalho em uma sociedade de classes. O lugar
relegada à sua própria sorte é facilmente corrompida que cada sujeito ocupa na hierarquia de classes decodifi-
pelo mal. Cabe à educação ensinar normas e conteúdos ca e modifica suas percepções, sua relação com o futuro,
moralmente sadios que contrariem sua natureza selva- sua relação com as instituições sociais e expectativas
gem. A pedagogia nova vê à criança como um ser pleno sociais em geral.
para a auto-realização em cada etapa do desenvolvi-
mento. É naturalmente pura e ingênua e poderá ser Esse indivíduo concreto, fruto de múltiplas determina-
corrompida se não for protegida e respeitada. A tarefa ções, é e traz para a situação pedagógica as condições
da educação é favorecer seu desenvolvimento natural e de vida real que o meio social lhe permite ser e ter. O
espontâneo. que pressupõe que cada ação pedagógica compreenda o
significado social de cada comportamento no conjunto
Para Charlot (1979, pág.259) a socialização deve ser das condições de existência em que ocorre.
tratada como um processo evolutivo da condição social
da criança. Assim, o problema não é investigar como a Desde os anos de 1920, na França, Célestin Freinet pro-
criança se socializa, mas “como a sociedade socializa a punha uma mudança na escola, que considerava teórica
criança”. e desligada da vida. Para despertar nos alunos a vonta-
de de aprender, o professor deveria levar em considera-
Acreditar numa capacidade própria do indivíduo (natu- ção o conhecimento das crianças, fruto do seu meio.
ral) para a socialização explicaria facilmente a margina- Para Freinet, aproximando as crianças dos conhecimen-
lidade social por uma incapacidade de adaptação do tos da comunidade elas podem transformá-los e, assim
indivíduo às normas sociais. Na verdade, o que ocorre é modificar a sociedade em que vivem.
7
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Essa perspectiva também é adotada pela psicolinguista eficazes que os torne elementos ativos desta própria
argentina Emilia Ferreiro (1979) que acredita que as ação exercida.
crianças não chegam à escola vazias, sem saber nada
sobre a língua e que diagnosticar o que elas já sabem A pedagogia social crítica assume uma posição de sínte-
antes de entrar na escola é um passo essencial do pro- se, pois garante compreender o processo de conheci-
cesso de alfabetização. mento como intervenção do sujeito no mundo objetivo e
a modificação do sujeito em decorrência de sua ação
Piaget mostra que o homem estabelece desde o nasci- sobre esse mundo objetivo. A introdução de conheci-
mento uma relação de interação com o meio. É na rela- mentos não visa o acúmulo de informações, mas uma
ção da criança com o mundo físico e social que promove reelaboração mental que se traduzirá em comportamen-
seu desenvolvimento cognitivo. Para Piaget o que permi- tos práticos, numa nova perspectiva de ação sobre o
te a construção da autonomia é o estabelecimento da mundo social, levando efetivamente à passagem do
cooperação em vez da coação, e do respeito mútuo no individual ao social. Da prática para a teoria, para re-
lugar do respeito unilateral. Nas escolas, isso significa gressar à prática. (Libâneo, 2001)
democratizar as relações para formar sujeitos autôno-
mos. Mas ser construtivista não é deixar o aluno livre, É preciso transformar o meio sócio-cultural dos alunos
acreditando que ele evoluirá sozinho. O professor deve em objeto de estudo, já que ele fornece as bases para o
proporcionar um conflito cognitivo para que novos co- trabalho escolar. Buscar apoios pedagógicos nas próprias
nhecimentos sejam produzidos. condições sociais concretas dos alunos é uma forma de
colher os meios de levar um aluno com dificuldades
Nas primeiras décadas do século XX Lev Vygotsky se escolares a interessar-se pelas atividades, a ter vontade
contrapôs ao pensamento inatista, segundo o qual as de aprender, a dedicar-se aos estudos.
pessoas já nascem com suas características, como inte-
ligência e estados emocionais, pré-determinados. Para O ponto inicial de qualquer plano de ensino é a conside-
Vygotsky o indivíduo não nasce pronto nem é cópia do ração dos antecedentes sociais. Levar em conta no tra-
ambiente externo. Em sua evolução intelectual há uma balho pedagógico com os alunos as práticas de vida das
interação constante e ininterrupta entre processos inter- quais participam e as relações sociais que a sustentam.
nos e influencias do mundo social. Acreditava que o São as condições sócias concretas que determinam ne-
desenvolvimento é fruto das experiências do indivíduo, cessidades, interesses, atitudes, autoconceitos, assim,
mas cada um dá significado particular a essas vivencias. como impõem certos limites para o desenvolvimento das
O jeito de “apreender“ o mundo é individual. capacidades envolvidas no ato de aprender. (Libâneo,
2001)
A Pedagogia social de Paulo Freire
Muitos alunos não têm perspectivas de futuro, e nesse
Em Pedagogia do Oprimido Paulo Freire (1968) dá as caso a escolaridade pode não fazer muito sentido. Como
linhas da educação popular que desejava. Para ele, não da motivação inicial depende o êxito dos outros proces-
havia educação neutra. O processo educativo seria um sos colocados em ação pelo professor, Libâneo (2001)
ato político, uma ação que resultaria em uma relação de esclarece que é preciso despertar no aluno a vontade de
domínio ou de liberdade entre as pessoas. Uma pedago- crescer, de ir para frente, ter uma esperança no futuro.
gia que libertasse as pessoas oprimidas deveria passar O trabalho pedagógico não deve restringir-se a métodos,
por um intenso diálogo entre professores e alunos. mas deve intervir no nível de aspiração, oferecer mode-
los de identificação que possam mostrar suas possibili-
Paulo Freire acreditava que o professor deveria se com- dades. A condução do ensino é responsabilidade do pro-
portar como um provocador de situações, um animador fessor e da escola.
cultural, onde todos devem aprender em comunhão.
Antes de ensinar uma pessoa a ler as palavras, era pre- Paulo Freire (1983) alertava para o fato de que cabe aos
ciso ensiná-la a ler o mundo. profissionais de um modo geral e aos profissionais que
atuam na educação constituírem-se como trabalhadores
Ao lado de outras mediações, é a aquisição de conheci- sociais, historicamente comprometidos com o processo
mentos e habilidades que, assumindo formas pedagógi- de mudança. Assim, o psicólogo entendido como traba-
cas, garantirão a inserção das classes populares num lhador social, teria como papel “atuar e refletir com os
projeto amplo de transformação social. Em uma peda- indivíduos para conscientizar-se junto com eles das reais
gogia social o objetivo da escola será garantir a todos o dificuldades da sua sociedade.” (Freire, 1983, pág. 56)
saber e as capacidades necessárias a um domínio de
todos os campos da atividade humana, como condição Para Paulo Freire (1996) não é possível assumir-se como
para redução das desigualdades de origem social. “Se sujeitos da procura, da cisão, da ruptura, da opção,
assume o papel de agente de mudança nas relações como sujeitos históricos, transformadores, a não ser
sociais, cabe-lhe instrumentalizar os alunos para superar assumindo-se como sujeitos éticos. E essa ética que
sua condição de classe tal qual mantida pela estrutura tange o ato educativo enquanto prática formadora não é
social.” (Libâneo, 2001, pág. 165). a “ética menor”, restrita, de mercado, que se curva obe-
diente aos interesses do lucro.
Em uma pedagogia social o objetivo da escola será ga-
rantir a todos o saber e as capacidades necessárias a um A ideologia fatalista, imobilizante, que anima o discurso
domínio de todos os campos da atividade humana, como neoliberal anda solta no mundo. Com ares de pós-
condição para a redução das desigualdades de origem modernidade, insiste em convencer-nos de que nada
social. podemos contra a realidade social que, de histórica e
cultural, a passa a ser ou a virar “quase-natural. (...) Do
Mialaret (1976) define o ato pedagógico como uma ati- ponto de vista de tal ideologia, só há uma saída para a
vidade sistemática de interação entre seres sociais, tan- prática educativa: adaptar o educando a esta realidade
to no nível intrapessoal quanto no nível da influencia do que não pode ser mudada. (Freire, 1996, pág. 19-20)
meio, interação essa que se configura numa ação exer-
cida sobre sujeitos visando provocar neles mudanças tão
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Freire (1996) coloca à escola o dever de não só respeitar sobre a psicologia do desenvolvimento e a epistemologia
os saberes com que os educandos chegam a ela, mas genética tinham o objetivo de entender como o conhe-
também, discutir com os alunos a razão de ser de alguns cimento evolui.
desses saberes em relação com o ensino de conteúdos.
Para ele, transformar a experiência educativa em puro Formulou sua teoria de que o conhecimento evolui pro-
treinamento técnico é amesquinhar o que há de funda- gressivamente por meio de estruturas de raciocínio que
mentalmente humano no exercício educativo: o seu substituem umas às outras através de estágios. Isto
caráter formador. significa que a lógica e formas de pensar de uma criança
são completamente diferentes da lógica dos adultos.
... no momento em que os indivíduos, atuando e refle-
tindo, são capazes de perceber o condicionamento de Em seu trabalho, identifica os quatro estágios de evolu-
sua percepção pela estrutura em que se encontram, sua ção mental de uma criança. Cada estágio é um período
percepção muda, embora isso não signifique, ainda, a onde o pensamento e comportamento infantil é caracte-
mudança da estrutura. Mas a mudança da percepção da rizado por uma forma específica de conhecimento e raci-
realidade, que antes era vista como algo imutável, signi- ocínio. Esses quatro estágios são: sensório-motor, pré-
fica para os indivíduos vê-la como realmente é: uma operatório, operatório concreto e operatório formal.
realidade histórico cultural, humana, criada pelos ho-
mens e que pode ser transformada por eles. (Freire, Construção do conhecimento
1983, pág. 50).
Para Zanella (1998) nesse processo de atuação conjun- A construção do conhecimento ocorre quando acontecem
ta, de produção coletiva de uma nova práxis educativa, ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando
o psicólogo pode contribuir em muito com a análise e o desequilíbrio, resultam em assimilação ou acomodação
redimensionamento das relações sociais que se estabe- e assimilação dessas ações e, assim, em construção de
lecem no contexto educacional. As relações sociais ca- esquemas ou de conhecimento. Em outras palavras,
racterizam-se como palco onde as significações são cole- uma vez que a criança não consegue assimilar o estímu-
tivamente produzidas e particularmente apropriadas. “É, lo, ela tenta fazer uma acomodação e após, uma assimi-
pois, nas relações sociais que os homens constituem-se lação e o equilíbrio é então alcançado.
enquanto sujeitos, enquanto capazes de regular a pró-
pria conduta e vontade.” (Zanella, 1998, pág. 256). Esquema

Repensar o papel do psicólogo escolar requer superar a Autores sugerem que imaginemos um arquivo de dados
visão técnica e individualista da profissão. Entendendo a na nossa cabeça. Os esquemas são análogos às fichas
ato educativo como uma totalidade, que só pode ser deste arquivo, ou seja, são as estruturas mentais ou
apreendida como o resultado de fatores estruturais am- cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente
plos. E intervindo em um processo de mudança individu- organizam o meio.
al dos atores da educação e em uma busca de mudanças São estruturas que se modificam com o desenvolvimen-
sociais. to mental e que se tornam cada vez mais refinadas na
Fonte Joviane Moura e Maria C. Moura Oliveira medida em que a criança torna-se mais apta a generali-
zar os estímulos.
Referências:
Miranda, Marília Gouvea. O Processo de Socialização na Escola: a
evolução da condição social da criança. In: Lane, S. T. M. e Codo, W. Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são
Psicologia Social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, derivados dos esquemas sensório-motores da criança e
2001. os processos responsáveis por essas mudanças nas es-
Miranda, Marília Gouvea. Do Cotidiano da Escola: observações preli-
truturas cognitivas são assimilação e acomodação.
minares para uma proposta de intervenção no ensino público. Dis-
sert. Mestrado. São Carlos: Cortez, 1983.
Charlot, Bernard. A Mistificação Pedagógica. Rio de Janeiro: Zahar, Assimilação
1979.
Libâneo, José Carlos. Psicologia Educacional: uma avaliação crítica. É o processo cognitivo de colocar (classificar) novos
In: Lane, S. T. M. e Codo, W. Psicologia Social: o homem em movi-
mento. São Paulo: Brasiliense, 2001.
eventos em esquemas existentes. É a incorporação de
Lane, S. T. M. Redefinição da Psicologia Social. In: Educação e Soci- elementos do meio externo (objeto, acontecimento,...) a
edade. São Paulo. Nº 6. um esquema ou estrutura do sujeito.
Ferreiro, Emília e Teberosky, Ana. Psicogênese da Língua Escrita.
Porto Alegre: Artmed, 1979.
Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo
Freire, Paulo. (1968) Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Ed. Paz e
Terra, 1996. cognitivamente capta o ambiente e o organiza possibili-
Freire, Paulo. Educação e Mudança. São Paulo: Paz e Terra, 1983. tando, assim, a ampliação de seus esquemas.
Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, Na assimilação o indivíduo usa as estruturas que já pos-
1996. sui.
Mialaret, G. As Ciências da Educação. Lisboa: Moraes, 1976.

Acomodação
A TEORIA DE PIAGET SOBRE A LINGUAGEM E O É a modificação de um esquema ou de uma estrutura
PENSAMENTO DA CRIANÇA
em função das particularidades do objeto a ser assimila-
do.
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DE JEAN PIAGET
A acomodação pode ser de duas formas, visto que se
Piaget desenvolveu diversos campos de estudos científi-
pode ter duas alternativas:
cos: a psicologia do desenvolvimento, a teoria cognitiva
e o que veio a ser chamado de epistemologia genética. Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o
novo estímulo, ou modificar um já existente de modo
A essência de seu trabalho ensina que ao observarmos que o estímulo possa ser incluído.
cuidadosamente a maneira com que o conhecimento se
desenvolve nas crianças, podemos entender melhor a
natureza do conhecimento humano. Suas pesquisas
9
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Após ter havido a acomodação, a criança tenta nova- Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos
mente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre a diferentes, para que a criança diga se as quantidades
assimilação. continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a
criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a
Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e ação.
sim pela atividade do sujeito sobre esse, para tentar
assimilá-lo. Operatório Formal (12 anos em diante)
A representação agora permite a abstração total. A cri-
O balanço entre assimilação e acomodação é chamado ança não se limita mais a representação imediata nem
de adaptação. somente às relações previamente existentes, mas é
capaz de pensar em todas as relações possíveis logica-
Equilibração mente buscando soluções a partir de hipóteses e não
apenas pela observação da realidade.
É o processo da passagem de uma situação de menor
equilíbrio para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança
desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e
ocorra de determinada maneira e esta não acontece. tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as
classes de problemas.
Estágios
Exemplos:
Sensório motor (0 a 2 anos)
A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão
a construir esquemas de ação para assimilar mental- em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha
mente o meio. A inteligência é prática. As noções de com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem
espaço e tempo são construídas pela ação. O contato de uma galinha comendo grãos.
com o meio é direto e imediato, sem representação ou
pensamento. Jogos e Brincadeiras

Exemplos: A lógica na educação infantil


Piaget (1998) acredita que os jogos são essenciais na
O bebê “pega” o que está em sua mão; "mama" o que é vida da criança. De início tem-se o jogo de exercício que
posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Apri- é aquele em que a criança repete uma determinada
morando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos.
pegá-lo e levá-lo a boca.
Em torno dos 2-3 e 5-6 anos (fase Pré-operatória) nota-
Pré-operatório (2 a 7 anos) se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem a
Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica. necessidade da criança de não somente relembrar o
Caracteriza-se, principalmente, pela interiorização de mentalmente o acontecido, mas também de executar a
esquemas de ação construídos no estágio anterior (sen- representação.
sório-motor).
Em período posterior surgem os jogos de regras, que
A criança deste estágio: são transmitidos socialmente de criança para criança e
por conseqüência vão aumentando de importância de
É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue acordo com o progresso de seu desenvolvimento social.
se colocar, abstratamente, no lugar do outro; Para Piaget, o jogo constituiu-se em expressão e condi-
ção para o desenvolvimento infantil, já que as crianças
Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explica- quando jogam assimilam e podem transformar a reali-
ção (é fase dos "por quês"); dade.

Já pode agir por simulação, "como se"; Vamos analisar uma entrevista feita por Piaget com
Possui percepção global sem discriminar detalhes; crianças sobre o jogo “Bola de gude”.

Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos; O experimentador fala mais ou menos isso. “Aqui estão
algumas bolas de gude... você deve me mostrar como
Exemplos: jogar. Quando eu era pequeno eu costumava jogar bas-
tante, mas agora eu me esqueci como se joga. Eu gosta-
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa ria de jogar novamente. Vamos jogar juntos. Você me
iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A crian- ensinará as regras e eu jogarei com você...”. Você deve
ça nega que a quantidade de massa continue igual, pois evitar fazer qualquer tipo de sugestão. Tudo o que preci-
as formas são diferentes. Não relaciona as situações. sa é parecer completamente ignorante (sobre o jogo de
bola de gude) e até mesmo cometer alguns erros propo-
Operatório Concreto (7 – 11 anos) sitais de modo que a criança, a cada erro, possa dizer
A criança desenvolve noções de tempo, espaço, veloci- claramente qual é a regra. Naturalmente, você deve
dade, ordem, casualidade,..., já sendo capaz de relacio- levar a coisa a sério, e se as coisas não ficarem muito
nar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. claras você começará uma nova partida.(Piaget, 1965,
Não se limita a uma representação imediata, mas ainda p.24).
depende do mundo concreto para chegar à abstração.
Isso desenvolve a capacidade de representar uma ação Com os jogos de regras podemos analisar por traz das
no sentido inverso de uma anterior, anulando a trans- respostas, informações sobre seus conhecimentos e
formação observada (reversibilidade). conceitos. Esses níveis de conhecimento podem ser
classificados como: Motor, Egocêntrico, Cooperação e
Exemplos:
10
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Codificação de Regras, e são paralelos ao desenvolvi- mais “capazes”, que já tenham adquirido esse conheci-
mento cognitivo da criança. mento.

Motor: Nível apresentado nos primeiros anos de vida e “As maiores aquisições de uma criança são conseguidas
que normalmente se estende até o estágio pré- no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu
operacional. No estágio de compreensão de regras, a nível básico de ação real e moralidade (Vygotsky,
criança não apresenta nenhuma compreensão de regras. 1998)”.
O prazer da criança parece advir grandemente do con-
trole motor e muscular, e não há atividade social nesse Piaget (1998) diz que a atividade lúdica é o berço obri-
nível. gatório das atividades intelectuais da criança sendo por
isso, indispensável à prática educativa (Aguiar, 1977,
Egocêntrico: Em geral, essa fase se dá dos 2 aos 5 anos, 58).
a criança adquire a consciência da existência de regras e
começa a querer jogar com outras crianças – vemos Na visão sócio-histórica de Vygotsky, a brincadeira, o
nesse ponto os primeiros traços de socialização. Mas jogo, é uma atividade específica da infância, em que a
notamos também que algumas crianças insistem em criança recria a realidade usando sistemas simbólicos.
jogar sozinhas, sem tentar vencer, assim revelando uma Essa é uma atividade social, com contexto cultural e
atividade cognitiva egocêntrica. As regras são percebi- social.
das como fixas e o respeito por elas é unilateral.
Para Vygotsky, citado por Wajskop (1999:35): “... A
Cooperação: Normalmente a cooperação acontece em brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvol-
torno dos 7 a 8 anos. Há uma compreensão quase que vimento proximal que não é outra coisa senão à distân-
plena nas regras do jogo e o objetivo passa a ser a vitó- cia entre o nível atual de desenvolvimento, determinado
ria. pela capacidade de resolver independentemente um
problema, e o nível de desenvolvimento potencial, de-
Codificação das Regras: Por volta dos 11 a 12 anos, a terminado através da resolução de um problema, sob a
maioria das crianças passa a entender que as regras são orientação de um adulto, ou de um companheiro mais
ou podem ser feitas pelo grupo, podem ser modificadas, capaz”.
mas nunca ignoradas. A presença de regras se torna um
fator importantíssimo para a existência do jogo. Vygotsky, citado por Lins (1999), classifica o brincar em
algumas fases: durante a primeira fase a criança começa
Segundo Piaget (1976): “... os jogos não são apenas a se distanciar de seu primeiro meio social, representado
uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar pela mãe, começa a falar, andar e movimentar-se em
energias das crianças, mas meios que contribuem e volta das coisas. Nesta fase, o ambiente a alcança por
enriquecem o desenvolvimento intelectual”. meio do adulto e pode-se dizer que a fase estende-se
até em torno dos sete anos. A segunda fase é caracteri-
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais zada pela imitação, a criança copia os modelos dos adul-
de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assi- tos. A terceira fase é marcada pelas convenções que
milação da real à atividade própria, fornecendo a esta surgem de regras e convenções a elas associadas.
seu alimento necessário e transformando o real em fun-
ção das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os mé- Vygotsky (1989: 109), ainda afirma que: “é enorme a
todos ativos de educação das crianças exigem a todos influência do brinquedo no desenvolvimento de uma
que se forneça às crianças um material conveniente, a criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir
fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as reali- numa esfera cognitiva, ao invés de agir numa esfera
dades intelectuais e que, sem isso, permanecem exterio- visual externa, dependendo das motivações e tendências
res à inteligência infantil.(Piaget 1976, p.160). internas, e não por incentivos fornecidos por objetos
externos”.
Já Vygotsky (1998), diferentemente de Piaget, considera
que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as A noção de “zona proximal de desenvolvimento” interli-
funções psicológicas superiores são construídas ao longo ga-se, portanto, de maneira muito forte, à sensibilidade
dela. Ele não estabelece fases para explicar o desenvol- do professor em relação às necessidades e capacidades
vimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo da criança e à sua aptidão para utilizar as contingências
nem passivo: é interativo. do meio a fim de dar-lhe a possibilidade de passar do
que sabe fazer para o que não sabe. (Pourtois, 199:
Segundo ele, a criança usa as interações sociais como 109).
formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem
a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não As brincadeiras que são oferecidas à criança devem
como o resultado de um engajamento individual na solu- estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que
ção de problemas. Desta maneira, aprende a regular ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a impor-
seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam tância do professor conhecer a teoria de Vygotsky.
agradáveis ou não.
Enquanto Vygotsky fala do faz-de-conta, Piaget fala do No processo da educação infantil o papel do professor é
jogo simbólico, e pode-se dizer, segundo Oliveira de suma importância, pois é ele quem cria os espaços,
(1997), que são correspondentes. disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou
seja, faz a mediação da construção do conhecimento.
“O brinquedo cria uma Zona de Desenvolvimento Proxi-
mal na criança”. (Oliveira, 1977: 67), lembrando que ele A desvalorização do movimento natural e espontâneo da
afirma que a aquisição do conhecimento se dá através criança em favor do conhecimento estruturado e forma-
das zonas de desenvolvimento: a real e a proximal. A lizado ignora as dimensões educativas da brincadeira e
zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já do jogo como forma rica e poderosa de estimular a ati-
adquirido, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, vidade construtiva da criança. É urgente e necessário
só é atingida, de início, com o auxílio de outras pessoas que o professor procure ampliar cada vez mais as vivên-
11
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cias da criança com o ambiente físico, com brinquedos, ção relativa com os pensamentos e a linha de trabalho
brincadeiras e com outras crianças. de Vygotsky.

O jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da Piaget forneceu uma percepção sobre as crianças que
criatividade, deverá encontrar maior espaço para ser serve como base de muitas linhas educacionais atuais.
entendido como educação, na medida em que os profes- De fato, suas contribuições para as áreas da Psicologia e
sores compreenderem melhor toda sua capacidade po- Pedagogia são imensuráveis.
tencial de contribuir para com o desenvolvimento da
criança. Curiosidades sobre Piaget

NEGRINE (1994, 20), em estudos realizados sobre O pai de Piaget, Arthur Piaget, era professor de literatu-
aprendizagem e desenvolvimento infantil, afirma que ra.
"quando a criança chega à escola, traz consigo toda uma
pré-história, construída a partir de suas vivências, gran- Piaget com apenas 10 anos publicou, em Neuchâtel, um
de parte delas através da atividade lúdica". artigo sobre um pardal branco.

Segundo esse autor, é fundamental que os professores Aos 22 anos, já era doutor em Biologia.
tenham conhecimento do saber que a criança construiu
na interação com o ambiente familiar e sócio-cultural, Escreveu cerca de 70 livros e 300 artigos sobre Psicolo-
para formular sua proposta pedagógica. gia, Pedagogia e Filosofia.

Entendemos, a partir dos princípios aqui expostos, que o Casou-se com uma de suas assistentes, Valentine
professor deverá contemplar a brincadeira como princí- Châtenay.
pio norteador das atividades didático-pedagógicas, pos-
sibilitando às manifestações corporais encontrarem sig- Observando seus filhos, desvendou muitos dos enigmas
nificado pela ludicidade presente na relação que as da inteligência infantil.
crianças mantêm com o mundo.
Vygotsky prefaciou a tradução russa de A Linguagem e o
Porém essa perspectiva não é tão fácil de ser adotada na Pensamento da Criança, de Piaget, de 1923.
prática. Podemos nos perguntar: como colocar em práti-
ca uma proposta de educação infantil em que as crian- Vygotsky e Piaget não se conheceram pessoalmente.
ças desenvolvam, construam/adquiram conhecimentos e Referências bibliográficas
KRAMER, Sonia. Currículo de Educação Infantil e a Formação dos
se tornem autônomas e cooperativas?
Profissionais de Creche e Pré-escola: questões teóricas e polêmicas.
Como os professores favorecerão a construção de co- In: MEC/SEF/COEDI. Por uma política de formação do profissional de
nhecimentos se não forem desafiados a construírem os Educação Infantil. Brasília-DF. 1994a
seus? O caminho que parece possível implica pensar a LINS, Maria Judith Sucupira da Costa. 1999. O direito de brincar:
formação permanente dos profissionais que nela atuam. desenvolvimento cognitivo e a imaginação da criança na perspectiva
de Vygotsky. In: XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO
“... é preciso que os profissionais de educação infantil
INFANTIL DA OMEP. Paraíba. Anais do XIII Congresso Brasileiro de
tenham acesso ao conhecimento produzido na área da Educação Infantil da OMEP. p. 41-47.
educação infantil e da cultura em geral, para repensa- NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto
rem sua prática, se reconstruírem enquanto cidadãos e Alegre: Prodil, 1994.
atuarem enquanto sujeitos da produção de conhecimen- OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de (org). 2000. Educação infan-
til: muitos olhares. 4.ed. São Paulo: Cortez.
to. E para que possam, mais do que “implantar” currícu- PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand
los ou “aplicar” propostas à realidade da creche/pré- Brasil, 1998.
escola em que atuam, efetivamente participar da sua POURTOIS & DESMET. A educação pós-moderna. Loyola, 1999.
concepção, construção e consolidação”. (Kramer apud VYGOTSKY, L. 1989. A formação social da mente. São Paulo: Martins
Fontes.
MEC/SEF/COEDI, 1996 p.19).
WAJSKOP, Gisela. 1995. O brincar na educação infantil. Caderno de
Pesquisa, São Paulo, n.92, p. 62-69, fev.
"Os professores podem guiá-las proporcionando-lhes os BORBA CAMPOS, Márcia. Piaget, Disponível em:
materiais apropriados mais o essencial é que, para que http://penta.ufrgs.br/~marcia/piaget.htm. Acesso em 25 Maio de
uma criança entenda, deve construir ela mesma, deve 2004.
LOPES, Josiane. Jean Piaget, Revista Nova Escola - ano XI - Nº 95 –
reinventar. Cada vez que ensinamos algo a uma criança
fev. de 1996.
estamos impedindo que ela descubra por si mesma. Por WADSWORTH, Barry J., Inteligência e Afetividade da Criança na
outro lado, aquilo que permitimos que descubra por si Teoria de Piaget, Pioneira, 1997, São Paulo, cap. IV.
mesma, permanecerá com ela." ( Jean Piaget)
Adolescentes
Em seus estudos sobre crianças, Jean Piaget descobriu
que elas não raciocinam como os adultos. Esta desco- A adolescência é também uma importante oportunidade
berta levou-o a recomendar aos adultos que adotassem para a família do adolescente. Enquanto na infância, os
uma abordagem educacional diferente ao lidar com cri- pais protegem as crianças, organizam suas vidas, de-
anças. Ele modificou a teoria pedagógica tradicional que, terminam suas rotinas, na adolescência, inicia-se uma
até então, afirmava que a mente de uma criança é va- interlocução diferenciada. Se a família consegue abrir-se
zia, esperando ser preenchida por conhecimento. Na para um diálogo progressivo e um processo de permitir
visão de Piaget, as crianças são as próprias construtoras a participação dos filhos na vida e nas decisões da famí-
ativas do conhecimento, constantemente criando e tes- lia, a adolescência consolida esse processo participativo
tando suas teorias sobre o mundo. Grande parte desse e vai trazer para o contexto familiar novas relações,
conhecimento é adquirida através das zonas do conhe- novas culturas e linguagens que vão ajudar os pais a
cimento onde os jogos e brincadeiras infantis têm sua revisarem suas próprias convicções e valores.
principal influencia, onde as noções de regras são cria-
das, a socialização se faz presente, o simbólico é exerci- Para as políticas públicas, a adolescência também repre-
tado, além do físico e o mental. Fazendo uma compara- senta uma grande oportunidade. Seja em simples inicia-
tivas de educação de pares para prevenir doenças sexu-
12
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almente transmissíveis, por exemplo, ou em movimen- vidas que necessitam ser esclarecidas. Içami Tiba define
tos culturais de contestação das injustiças e disparida- a adolescência como segundo parto. Para ele, a experi-
des. Por certo, a percepção da adolescência como uma ência da gravidez vivida pela mãe e acompanhada à
oportunidade não pode negligenciar as tensões e confli- distância pelo pai, são fatores parecidos com o que
tos que surgem nesse processo. Entretanto, é preciso acontece nessa faixa-etária. O filho e a filha buscam
admitir que essas mesmas tensões não são produzidas identidade própria, procurando entender o que está
exclusivamente pelos adolescentes e sim pelas contradi- acontecendo com seu corpo.6
ções, injustiças, disparidades e decisões da própria soci- Não se pode esquecer que o processo é dolorido e de-
edade. O que os adolescentes fazem é expressá-las de morado. O adolescente necessita ser tratado com afeto e
forma mais contundente e enfrentá-las sem o temor e o atenção, porque ao mesmo tempo em que busca a sua
fatalismo que por vezes os adultos se impõem. independência, carece de correta orientação para o de-
senvolvimento coerente do seu corpo e de sua sexuali-
Pensar a adolescência como uma oportunidade implica dade. Acompanhamento familiar, somado às orientações
tratar os adolescentes como sujeitos de sua própria do educador contribuirão para que essa fase seja ultra-
história e não como objeto das expectativas dos adultos. passada sem maiores dificuldades.
Essa mudança de olhar que supera a visão de adolescen- 4 GONÇALVES, M. A. S. , Sentir, Pensar, Agir - Corporeidade e
te como objeto ou problema e se firma na visão de ado- Educação, 1994, p.12,13
lescente como sujeito e oportunidade é uma perspectiva 5 NOVELLO, F.P., Psicologia da Adolescência - Despertar para a
Vida, 1990, p. 36.
importante para a ação do UNICEF no País. Não se trata
6 TIBA, I. - Adolescência, o Despertar do sexo, 1994, pg 4
de iludir-se com a idéia de que a voz do adolescente
trará as soluções, mas sem dúvida o diálogo com a nova
Desenvolvimento sócio/cultural
geração vai enriquecer o debate, diferenciar os olhares e
produzir novas possibilidades de pensar a sociedade.
Mário Peresón, em sua brilhante obra sobre a educação
a partir das culturas populares7, trabalha a questão do
O UNICEF no Brasil trabalha com os adolescentes para:
envolvimento juvenil com a sociedade e conseqüente-
• Promover a participação dos adolescentes nas decisões mente com seu mundo cultural, destacando alguns com-
em suas família, comunidades e, inclusive, nos gover- ponentes determinantes na formação da mentalidade
nos; adolescente. De acordo com o autor, para a configuração
• Ajudar na criação de redes de adolescentes para esti- da identidade cultural de um povo, vários fatores são
mular a troca de experiências, o diálogo e a participação fundamentais:
social;
• Mostrar à sociedade o grande potencial de transforma-
1) O componente histórico, geográfico e ecológico;
ção presente nos adolescentes brasileiros;
2) O componente lingüístico;
• Promover o advocacy para a participação e a inclusão
3) O fator psicológico coletivo;
da adolescência no centro do debate político-social, con-
4) O folclore como patrimônio cultural; 5) O componente
siderando as disparidades regionais e étnico-raciais e
religioso das culturas populares.
com ênfase no Semiárido brasileiro, na Amazônia Legal e
nas comunidades populares dos grandes centros urba- Para Peresón, este cinco componentes influenciam dire-
nos. tamente na mentalidade sócio/cultural da sociedade e
determinam às novas gerações o desenvolvimento didá-
tico/pedagógico. O ser humano não está isolado de seu
Adolescente: O desenvolvimento físico/biológico mundo histórico, geográfico e ecológico; pelo contrário
ele é participante ativo das inúmeras transformações. Da
O desenvolvimento físico/biológico floresce nesta faixa
mesma forma o idioma é sinal ou garantia de identidade
etária. O adolescente percebe que já não é mais o mes-
cultural de um povo e isso os adolescentes trabalham
mo. São mudanças que envolvem duas grandes trans-
com extrema capacidade. Criam seus próprios códigos e
formações: as transformações do corpo e consequente-
símbolos delimitando o espaço do grupo. Consequente-
mente da sexualidade. Ambas caminham juntas. Com o
mente o fator psicológico determina o comportamento
desenvolvimento do corpo, a sexualidade vai explodindo, dentro e fora do grupo a partir das mais diversas rea-
dando ao adolescente uma nova aparência física e estru- ções.
tural.
Gonçalves, em seu trabalho sobre a estreita relação Outro dado importante que colabora para a dificuldade
entre educação e corporeidade, desenvolve a idéia da de certos pais compreenderem tão difícil transição está
necessidade que temos em trabalhar o corpo como ins- no fato de que em décadas passadas o ser humano vivia
trumento educativo, visto que dele dependemos para sob um regime familiar, estilo patriarcal, onde tudo era
nossa própria sobrevivência. Para a autora, o corpo rea-
centralizado na figura do pai. Somado a isso, a vida rural
ge às mais diversas situações e devido a essas reações
era mais constante e a preservação de certos elementos
expressamos o agir pedagógico, seja ele bom ou ruim.4
culturais era maior. A partir dos anos setenta do século
passado, percebemos um enorme êxodo rural e passa-
a mesma perspectiva Novello alerta que muitos adoles-
mos, aos poucos a conviver com uma família “nuclear”,
centes apresentam problemas quanto à alimentação por onde pais e filhos pouco se vêem. Com isso, a busca de
não aceitarem o próprio físico.5 O corpo assume um novas amizades e aventuras tornaram-se inevitáveis.
importante papel, no sentido de ser aceito ou não pelo
grupo. Desenvolvimento Intelectual
Nesse período vão se firmando as grandes amizades ou 7 PERESÓN, M., Educación desde las Culturas Populares, in
pode ser um período de distanciamento das pessoas em Cuadernos de Educación & Cultura, 1994 pg 97-105
virtude de rótulos que o próprio grupo imprime no indi- Devido às mudanças físicas e biológicas, como também
víduo. o enorme envolvimento sócio cultural já comentados,
Com a descoberta do corpo, consequentemente desco- notamos uma constante transformação no campo inte-
bre-se a sexualidade. Apesar de ser um período lindo e lectual. É uma fase de intensa atividade. Os adolescen-
empolgante, também o é no sentido de cuidado e zelo. tes não gostam de nada pronto. São fascinados pelas
O adolescente enfrenta uma quantidade enorme de dú-
13
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
grandes invenções. É comum vê-los com extrema aten- tidos como dogmas. Há uma tendência em se generali-
ção naquilo que lhes causa interesse, pois vivem as zar os
fases áureas da memorização. São levados a reexaminar 9 SANGENIS, L. F. C., O Tempo da Adolescência - Coleção Nos-
as coisas que lhes têm sido ensinadas, pois são inten- sa Família 2, 1993, p. 12
samente curiosos aos fatos da vida. É comum verificar- 10 CHABROL, H. A Depressão do Adolescente, 1990, p.52-60.
11 Ferreira, B. W. - O Cotidiano do Adolescente, 1995, p. 45
mos o grande interesse por revistas científicas, pois
estão sempre em busca de grandes eventos. Por outro O autor apresenta uma série de dados estatísticos quan-
lado, são idealistas, onde podemos encontra-los em um to aos problemas citados. Entre alguns deles citamos um
outro mundo, totalmente construído pela imaginação.
estudo feito com setenta e dois filhos com a idade de 16
É nessa fase que acentua a idéia daquilo que poderá ser
anos, tendo ao mesmo tempo um dos pais afetado pela
profissionalmente em um futuro próximo. Problemas
depressão.
vocacionais são comuns tendo em vista a imediata ne-
cessidade de definições. Nem mesmo saiu do colegial e
Constatou-se que 72% de perturbações psiquiátricas
já precisa decidir sobre o que será no restante de sua diagnosticadas. Em todos os casos a depressão do filho
vida. Em meio a tantas perguntas sem respostas, os ou filha surgiu após o estado depressivo de um dos pais.
adolescentes buscam algumas saídas pessoais e até Os adolescentes procuram adotar conceitos morais ba-
íntimas como forma de desabafos. Percebemos os diá- seando-se em suas próprias convicções, e em muitos
rios8 sendo escritos, principalmente pelas meninas, as casos passando a adotar a moral do grupo que participa.
poesias, os projetos mais audaciosos possíveis. Temos Essa postura é fortemente influenciada a partir das ati-
aqui o imaginário dando vazão às idéias. Alguns chegam vidades do grupo ou da comunidade religiosa que fre-
a achar que precisam mudar o mundo real, adaptando-o
qüenta. Sabemos que a exploração religiosa tem cresci-
às suas próprias expectativas. Em outras palavras, têm
do assustadoramente através das grandes concentra-
soluções para todos os problemas do mundo, devido ao
ções, culminando com os apelos emocionais de conver-
espírito crítico e questionador.
sões imediatas, diante da possibilidade do inferno. Em
muitos casos surge a idéia de um castigo terrível: maldi-
Diante das mudanças constantes é preciso uma dose de ção, diabo, fogo do inferno - o que provoca manifesta-
criatividade para elaborar uma proposta de trabalho com ções físicas das mais diversas possíveis como irritações
os juvenis, ajudando-os desta forma a queimar energia na pele taquicardia, insônia, perda de apetite etc.
necessária. Inúmeras são as atividades que podem ser
desenvolvidas nessa etapa, principalmente àquelas vol- Vale a pena lembrar que nesta idade assim como foi
tadas ao esporte coletivo, a participação e interação do afirmado por Ferreira, o adolescente busca o abstrato,
grupo, teatro etc. Aliás, o teatro dá ao adolescente uma
contestando assim a religiosidade pregada e/ou possi-
oportunidade ímpar de expressar sua formação de per-
velmente vivida pelos adultos. Deus....Deus é algo a ser
sonalidade. Através do palco expressamos nossos pen-
questionado diante de tantas desgraças sofridas pela
samentos, sentimentos e emoções e conseguimos co-
humanidade. Sangenis enfatiza a profunda dificuldade
nhecer melhor nossos limites e possibilidades.
do adolescente em se alinhar ao pensamento religioso
que lhe é proposto. Seu pensamento não mais concreto
Desenvolvimento Afetivo e Emocional e sim abstrato leva-o aos mais profundos questionamen-
Como os pássaros que começam a aprender a voar e a tos e à busca de novas experiências religiosas.12
se distanciar do ninho e das asas da mãe, assim pare-
cem os adolescentes. É interessante notar que a mãe- Diante de tanta religiosidade é tempo de questionar,
pássaro é aquela que empurra seu filhote para fora do revolucionar e principalmente apresentar soluções (as
ninho, acreditando na capacidade que terá de abrir as melhores possíveis ), para o globo terrestre. O adoles-
asas, batê-las e alçar vôo. Os pais e educadores também
cente não se conforma com a realidade existente - com
deveriam possuir esta mesma "coragem"9
o mundo herdado dos seus pais. Oscila entre o ateísmo
A colocação de Sangenis é de extrema felicidade ao
absoluto ao misticismo mais fervoroso. Em determinados
discutir a questão do afetivo ou emocional do adolescen-
momentos as crises religiosas refletem tentativas de
te. Devido às glândulas endócrinas lançarem hormônios
solução das suas angústias, medo e insegurança frente a
na corrente sanguínea, o adolescente é levado a experi- idéia de um Deus vingativo e injusto. Cabe ao educador
mentar novas emoções e sensações. Em virtude dessas encontrar caminhos possíveis para o desenvolvimento do
emoções e sensações, as mudanças de humor e compor- trabalho, respeitando suas opiniões e questionamentos.
tamento podem se tornar profundamente instáveis du-
rante o dia. Enquanto é possível vê-lo cantando e feliz Respeitar não significa concordar!
pela manhã, à tarde poderá estar quieto e triste ou pro-
fundamente revoltado e abatido. O adolescente busca uma palavra segura e de conteúdo
Ao mesmo tempo em que se acha altamente suficiente
que lhe possa proporcionar estabilidade no relaciona-
para tomar certas decisões busca no adulto um "porto
mento com seu Deus, seja da forma que escolher.
seguro" para aliviar sua tensão. Cabe registrar que de-
Cabe ressaltar, que estamos diante de uma faixa etária
pendendo da maneira como as tesões são administra-
que tem buscado em ídolos não muito recomendáveis
das, marcas profundas são registradas na formação do
seus referenciais de vida. Ao educador/a cumpre a mis-
adolescente. Entre elas citamos o grave problema da são de ensinar sob a perspectiva da vida, ou seja, edu-
depressão, tão presente e destrutivo em todo o processo car para que ao receber o conteúdo proposto, o prazer
civilizatório.10 pela vida saudável seja inspirado e o desejo pela paz
seja anunciado.
Desenvolvimento religioso
Entre tantas crises enfrentadas pela adolescência, a O trabalho apresentado, alimentado de esperança, dese-
religiosa apresenta-se entre uma das mais acentuadas.
ja que homens e mulheres que se propõem ao exercício
Ferreira afirma que as crises religiosas no adolescente
da educação, a exercite com vocação e paixão.
manifestam-se por atitudes de ateísmo ou de misticis-
A adolescência do terceiro milênio merece um mundo
mo, ambas sempre como situações extremas.”11
melhor e cabe a nós adultos plantarmos a semente do
Na adolescência começa-se a adquirir consciência pró-
pria. Há uma destruição de certos valores religiosos
14
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
bem para que brote diariamente a alegria de viver no beres do grupo, para elaborar e re-elaborar o projeto da
coração do nosso povo. escola.
12 SANGENIS, L.F., Op. Cit. p. 41
Definidos os objetivos da ação pedagógica coletiva, faz-
PROJETOS PEDAGÓGICOS E se necessário selecionar, organizar e distribuir os conte-
PLANEJAMENTO DE AULA údos. Este processo exigirá definições sobre que conhe-
cimentos são considerados válidos. Neste sentido, des-
tacamos, de acordo com SANTOS & MOREIRA (1995),
Projeto pedagógico na escola alguns pontos que poderão constituir-se em pressupos-
tos ou pontos de partida para seleção e orga-nização dos
O projeto político pedagógico constitui se num pro-cesso conteúdos:
democrático de tomada de decisões, com o objeti-vo de
organizar o trabalho pedagógico, no sentido de trabalhar • São conteúdos relevantes aqueles que forneçam co-
os conflitos na busca de superar relações com-petitivas, nhecimentos e habilidades para compreender a reali-
corporativas e autoritárias, diminuindo a frag-mentação dade. Isso implica capacidade de análise da sociedade e
escolar. da cultura em que se vive, percebendo semelhanças e
diferenças entre o mundo imediato e outras realidades.
É construído com o envolvimento de todos, pela dis- • Os conteúdos devem exigir habilidades para questi-
cussão, análise e posicionamento, e se organiza a nível onar e propor alternativas, envolvendo assim a compre-
pedagógico e político. Político, porque intencionamos a ensão de problemas atuais como os de relação de gêne-
formação de um determinado tipo de homem, escola ro, etnias, classes, etc.
sociedade, sendo necessária a interferência nesta dire- • A seleção e organização dos conteúdos devem ser
ção, comprometendo-nos com a concretização desta feitas de modo a fortalecer o poder e a autonomia dos
intencionalidade. Pedagógico, porque efetivamos estas grupos, discutindo-se as diferentes formas de explora-
concepções através da ação educativa, que deve nos ção, opressão e discriminação, ou seja, privilegiando em
remeter a uma reflexão sobre a relação do homem no todo o conteúdo essas questões e não apenas em tópi-
mundo e com o mundo e a explicação destes determi- cos ou lições.
nantes. • Este processo (privilegiar alguns conteúdos em re-
lação a outros) envolve disputas, divergências e negoci-
Por ser um projeto, não estará pronto e acabado, uma ações que devem ser vivenciadas e não negadas.
vez que supõe uma busca constante de alternativas • O processo de seleção e organização de conheci-
viáveis à efetivação do trabalho pedagógico, exigindo mentos envolve a transformação de saberes sociais em
uma atitude de pesquisa e reflexão sobre a realidade saberes escolares. A perspectiva histórico-cultural que
cultural do aluno, da escola e das práticas docentes orienta (no âmbito desta Proposta Curricular) a relação
numa perspectiva não excludente. ensino-aprendizagem deve ser estudada e refletida, uma
Elaborar, executar e avaliar um projeto político- vez que se constitui de elementos determinantes da
pedagógico, de forma coletiva e compartilhada implica ação pedagógica.
diagnosticar a realidade escolar fazendo-se um levanta-
mento, junto a comunidade, da situação social, econô- Conteúdos sem fronteiras entre disciplinas possibili-tam
mica, política e cultural da mesma. relações mais democráticas e maior aprofundamen-to
Isto não significa chegar a frases estereotipadas co-mo: dos conteúdos.
“a comunidade da escola X localiza-se num bairro perifé-
rico da cidade X; suas famílias são desestruturadas e É fato que tradicionalmente deixamos nas mãos de ou-
pertencem à classe social baixa, com rendimento de 0 a tras pessoas (instituições/livros didáticos/sistemas de
3 salários mínimos” etc. ensino) a decisão de que conteúdos devem compor o
currículo, de tal forma que estes se tornam os únicos
Descrições como essa não dizem efetivamente das pes- possíveis/pensáveis quando trabalhamos em sala de
soas, dos problemas e das possibilidades da comuni- aula, em função das transferências, pré-requisitos e
dade. É preciso conversar com todos os segmentos des- outros (FERRI, 1997). No entanto, se o projeto político-
ta para perceber, registrar e sistematizar as expectati- pedagógico constituir-se efetivamente em um espaço de
vas, necessidades, possibilidades e parcerias que pos- construção coletiva e permanente, pode-se criar a possi-
sam ser estabelecidas. bilidade de transformar e desnaturalizar esse processo
Este “diagnóstico”, portanto, não se esgota na pri-meira de seleção e organização dos conteúdos.
semana de trabalho, se estende durante todo o ano e se
renova em vários momentos. É com base nes-sas infor- Todo este processo pedagógico exigirá mecanismos de
mações e nessa compreensão que o trabalho coletivo de avaliação em vários âmbitos, seja o da sala de aula a
construção da escola enquanto espaço aberto e demo- nível de acompanhamento do processo ensino-
crático se inicia. aprendizagem seja o do projeto político-pedagógico a
nível das ações da escola.
E no diálogo permanente com a comunidade escolar que
se elencam os objetivos a serem alcançados e se explíci- Compreende-se que a avaliação é um processo de to-
ta o eixo norteador da ação pedagógica, tendo em vista mada de decisões em relação à retomada sistemática
a formação do homem e da sociedade que quere-mos. dos encaminhamentos feitos em qualquer nível do âmbi-
Torna-se imprescindível, neste processo coletivo de to- to escolar. Constituindo-se como um processo que ocor-
mada de decisões, o processo mediador dos especialis- re a todo o momento e envolve todos os segmentos, a
tas em assuntos educacionais. Um dos princípios nortea- avaliação terá espaço privilegiado no projeto político-
dores desta Proposta Curricular, a idéia de mediação, pedagógico.
assume importância fundamental, na medida em que o Os momentos de estudo e avaliação como con-selhos de
trabalho coletivo não deve apagar as diferenças existen- classe, reuniões pedagógicas e outros tornar-se-ão situ-
tes entre os diferentes membros da comunidade escolar, ações de exercício vivo de trocas e interações que ques-
e sim instaurar processos de interlocução e negociação tionem certezas, explicitem o implícito, preen-cham-se
pelos quais se possa lançar mão das experiências e sa- lacunas de informação, negociem e tomem decisões
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
sobre o projeto da escola, onde se registrará e sistema- A disposição do professor para realizar o planeja-mento
tizará as ações do grupo para que possam subsi-diar as deve ser calcada na importância de que as disci-plinas
próximas ações a ser retomadas em outros mo-mentos. tenham possibilidade de realizar uma ação eficaz de
Entendendo-se que o projeto político-pedagógico é, ensino-aprendizagem. Os planos das escolas com seus
essencialmente, um fórum de discussões ( e não só um respectivos cursos dos quais decorrem os planos curricu-
plano no papel) que norteia todo o trabalho da escola lares, definem e expressam a sua filosofia de ação seus
desde as ações mais cotidianas (lanche, uniforme, horá- objetivos e toda a dinâmica da escola. Os planos das
rios, etc.) até as mais complexas (decisões a nível políti- escolas deverão operacionalizar através dos planos seto-
co-cultural) torna se, também, um espaço de formação riais e de ensino, o plano nacional de educa-ção.
profissional, junto com vários outros momentos como os
cursos de formação e capacitação. O currículo escolar, em decorrência dos avanços da soci-
edade atualmente possui outra dimensão. Vejamos:
Repensando a formação no âmbito da escola
CURRÍCULO TRADICIONAL - CURRÍCULO CONS-
A formação deve ter como “lócus” a própria escola. Esse TRUTIVISTA
território de intervenção se constituirá como espaço
privilegiado, uma vez que tornará os professores prota- • Relação e distribuição de disciplinas
gonistas ativos nas diversas fases dos processos de • Abrangente, dinâmico existencial; com carga horá-ria;
formação. • Seriação de estudos;
Repensar a formação requer que se valorize a ação pe- • Escola em ação;
dagógica, permitindo a construção de espaços na escola • Listagem de conteúdos;
onde se possa observar, analisar, atuar e refletir, bem • Envolve situações individuais e sociais dos alu-
como provocando o desenvolvimento de capacida-des e nos;
competências implícitas no “conhecimento-na-ação, • Plano padronizado (manual de instrução);
reflexão-na-ação e reflexão sobre a ação e sobre a refle-
xão-na-ação” • Nasce fora da escola;
Esta forma pressupõe o desejo de superar a re-lação • Restrito ao âmbito da escola e sala de aula;
linear e mecânica entre o conhecimento cientifi-co técni- • Baseia-se no passado, presente e futuro do
co e a prática de sala de aula. Nega a separação artificial aluno;
contra a teoria e a prática, entendendo que só a partir • Elaborado pela equipe técnica.
dos problemas concretos é que o conhecimento acadê- • Co-participação.
mico teórico pode tornar se útil e significativo.
Apoiar-se na prática não significa, no entanto, que se A – PLANEJAMENTO CURRICULAR
reproduzam acriticamente os esquemas e rotinas que
regem as práticas empíricas. O pensamento prático é É o processo de tomada de decisão sobre a dinâmi-ca da
uma complexa competência que impõe uma capacidade ação escolar. É a previsão sistemática e ordenada de
de intervir de forma competente em situações diversas, toda a vida escolar do aluno. É o processo dinâmico de
com base na reflexão -na e sobre a ação”. todos os elementos que interagem para o alcance dos
A formação deve estimular uma perspectiva crítico- objetivos, tanto dos alunos como da escola.
reflexiva que forneça aos professores os meios de um
pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de B – PLANO CURRICULAR
autoformação participada. Estar em formação implica
um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo Expressão viva e real da filosofia da escola.
sobre os percursos e projetos próprios, com vistas à
construção de uma identidade, que é também uma iden- Determina os objetivos (aluno e escola); relaciona as
tidade profissional (NOVOA, s. d., p. 3). disciplinas, os conteúdos, as atividades e experiên-cias;
Valorizar paradigmas de formação que busquem au- apresenta a metodologia de trabalho e os recursos ne-
tonomia e desenvolvimento da profissão docente é, cessários para desencadear a ação educativa e esta-
promover a preparação de professores reflexivos que belece um processo de avaliação para verificar se os
tomem suas práticas como situações a serem estudadas propósitos da escola e dos alunos foram ou não atingi-
e refletidas criticamente, instituindo novas relações en- dos.
tre o saber pedagógico e o saber cientifico. Isso significa C – FASES PARA ELABORAR O PLANEJAMENTO CURRI-
que a formação passa por um processo de experimenta- CULAR
ção, inovação e investigação articulado com a prática
educativa. 1 – Estudo da validade social, política, econômica e reli-
Os projetos político pedagógicos das escolas facilitam a giosa da comunidade à que se destina o currículo;
consolidação da colaboração mútua e o exercício de 2 – Estudo sobre a filosofia que orientará a educa-ção
construção coletiva, ao mesmo tempo que se desenca- (ideais e valores humanos);
deiam as experiências inovadoras que já estão aconte- 3 – Análise das teorias de ensino;
cendo na escola. 4 – Análise das bases legais que orientam as nor-mas
O supervisor deverá possuir Licenciatura Plena em Peda- para o sistema educacional de ensino do país.
gogia, preferencialmente com habilitação em super-
visão escolar. D – BASES PARA O PLANEJAMENTO ESCOLAR
1º Passo:
PLANEJAMENTO NA PRÁTICA EDUCATIVA
Estudo da realidade para escolha das bases:
A escola como agente direta é dinamizadora de to-da a
ação educativa, não pode agir em direção a certos obje- • Filosóficas;
tivos, sem um plano estruturado e organizado, que deve • Sociológicas;
levar em consideração princípios básicos para o desen- • Psicológicas;
volvimento educativo. • Axiológicas;
• Teorias de ensino;
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
• Bases legais. O MUNDO, UM CONTEXTO E MUITOS DESAFIOS
(Marco Situacional)
2º Passo:
Aqui vamos explicitar como entendemos o mundo em
Toda a decisão para desenvolver um processo edu- que vivemos e o contexto em que se situa. A partir de
cativo envolverá toda a comunidade. A busca de um nossas reflexões acerca do contexto sócio-histórico-
processo de qualidade. A busca de um processo de qua- educacional,considerando os fundamentos legais relacio-
lidade pressupõe que os sujeitos sejam ativos, partici- nados à educação,pretendemos identificar os DESAFIOS
pantes e conscientizados de suas necessidades, expecta- que se põem. Partimos do pressuposto de que uma Es-
tivas e possibilidades de melhorias no seu grupo social e cola que visa realizar ações intencionais precisa levar em
por conseqüência na sociedade em geral. conta os problemas decorrentes das relações que se
• Definição dos objetivos; estabelecem em seu contexto. Conscientes dessa trama
• Seleção das disciplinas e conteúdos; de relações, poderemos superar ações espontaneístas e,
• Seleção de procedimentos; efetivamente, contribuir para a construção de uma soci-
• Seleção de recursos humanos e materiais; edade mais humana, justa, livre, participativa e feliz.
• Processos de avaliação; Sendo assim, é indispensável um olhar sobre o paradoxo
• Elaboração do plano curricular; instalado na atualidade: enquanto presenciamos as mai-
• Plano em ação. ores e mais rápidas transformações tecnológicas, convi-
RESUMO vemos com o crescimento desenfreado da miséria e da
injustiça social. Por isso, precisamos compreender o
PLANEJAMENTO, TRAJETÓRIA E POSSIBILIDADES mundo e situar os problemas presentes em nosso entor-
- IDÉIAS CENTRAIS no para, em seguida, apontarmos em que direção cami-
nhará nossa Escola.
• Espaço permanente de cultura e conhecimento É visível que o mundo tornou-se globalizado, mas as
construído; oportunidades não. A globalização é um processo deter-
• Diálogo mediatiza professor e aluno; minado pelo funcionamento dos mercados e da econo-
• Superadora de conflitos, fracassos; mia que repercute diretamente na cultura e nos costu-
• Cooperativo, solidário e decisão coletivas; mes dos povos. Visivelmente, os princípios dos países
• Respeito às diferenças, saber e cultura de cada que pertencem ao G7, cujas bases fundamentam-se no
um; capitalismo, propagam-se pelo mundo, estabelecendo
• Ponto de partida para o processo educativo exi- cada vez maior poder desses países sobre os demais. A
toso; globalização, embora anuncie a inserção de todos, gerou
• Bases individuais como início das aprendizagens. a exclusão dos países pobres e em desenvolvimento do
acesso a condições de vida que representam a dignidade
Bases para elaborar um processo de planeja- humana. Steffan corrobora essa afirmação quando re-
mento: gistra que: "das dez maiores companhias do mundo, seis
• Sondagem e diagnóstico (realidade conhecida); são transnacionais japonesas, três são estadunidenses e
• Filosófica (modelo de sociedade); uma é britânico-holandesa. A distribuição geográfica das
• Sociológica (modelo de sociedades); corporações reflete as habituais estruturas de poder na
• 2º Espaço da sala de aula sociedade global: 435 das 500 transnacionais mais im-
• Psicológica (fatores que intervém na aprendiza- portantes - 80% - pertencem aos países do Grupo G-7.
gem do aluno (internos); Destas, 151são norte-americanas, 149 japonesas, 44
• Epistemológica (teorias de ensino); alemães, 40 francesas, 33britânicas, 11 italianas e 5
• Legais (diretrizes do sistema educativo). canadenses".

Elementos do plano (gerais): Há que se considerar também que vivemos problemas


• Objetivo (definição); de toda ordem, tais como:
• Seleção de conteúdos;
• Seleção dos procedimentos (ações); SOCIAIS - empobrecimento da maior parte da população
• Avaliação (do processo curricular e do plano em expresso na miséria e na fome; déficit de saneamento
ação). básico; falta de segurança pública; condições precárias
FUNÇÃO DO PLANEJAMENTO E PROJETO NA PRÁ- de saúde física e mental; descaso com a educação; pre-
TICA EDUCATIVA: MARCO REFERENCIAL, MARCO carização das condições de trabalho expressa em eleva-
DOUTRINAL E MARCO OPERATIVO das taxas de desemprego, baixos níveis salariais e ca-
rência de mão de obra qualificada. Notoriamente, a ex-
A construção do Marco Referencial do Projeto Político clusão social cresce a cada dia, marcada pela má distri-
Pedagógico divide-se em três partes principais: buição de renda, pela desigualdade social que repercute
em desemprego, violência, uso de drogas e prostituição.
• MUNDO, UM CONTEXTO E MUITOS DESAFIOS (Marco
Situacional), que explicita os desafios a serem assumi- POLÍTICOS: concentração de poder político sustentado
dos pela instituição; na força econômica; perdas de direitos sociais adquiri-
dos; ruptura com preceitos éticos expressa em corrup-
• SOCIEDADE, SER HUMANO E EDUCAÇÃO (Marco Dou- ção, lavagem de dinheiro, má administração pública e
trinal), com a determinação dos princípios que deverão tráfico de influência.
sustentar nossas ações;
ECONÔMICOS: constituição de blocos de poder que de-
• NOSSOS IDEAIS: EXPRESSÃO DE POSICIONAMENTOS terminam as relações econômicas baseadas na maximi-
POLÍTICOS PEDAGÓGICOS (Marco Operativo), onde são zação dos lucros; concentração do conhecimento (ciên-
adotadas diretrizes relacionadas ao fazer da escola, a cia e tecnologia) nas mãos de grandes grupos econômi-
organização e o desenvolvimento curricular, ao ensino, cos, colocando os países em desenvolvimento na condi-
pesquisa e extensão, à gestão e à avaliação institucio- ção de meros reprodutores e consumidores de tecnolo-
nal. gia; imposição de princípios ditados pelas empresas
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
transnacionais; protecionismo aos países desenvolvidos; Partimos do pressuposto de que a escola existe para
queda em investimentos no setor industrial e rural; ex- servir à sociedade. Por isso, é preciso que haja interação
pansão no setor de serviços cada vez mais caracterizado com a comunidade para saber quais suas necessidades
pela informalidade das relações de trabalho; sobreposi- de ordem cultural, esportiva e tecnológica, de tal manei-
ção de valores pautados na competitividade e no empre- ra que as portas estejam abertas para atender a todos
endedorismo a valores de solidariedade e coletividade. os cidadãos que dela decidirem compartilhar. Quais pro-
jetos podemos desenvolver para atender à comunidade?
CULTURAIS: imposição de valores de determinados gru- Os cursos que temos interessam à comunidade? O que
pos sociais; consumismo; banalização do sexo e da vio- significa, por exemplo, o curso de tecnólogo e existe
lência devido ao uso de novas tecnologias de informação espaço no mercado para esse profissional?
e de comunicação; hegemonia cultural devido à globali-
zação e à imposição de determinados modelos da ciência É fundamental assumirmos que a qualidade da educação
e da tecnologia; xenofobia; submissão à velocidade das pressupõe qualidade para todos, em todas as dimensões
transformações materiais em detrimento do tempo de da vida humana. Isso significa que a escola não pode ser
contemplação; preconceitos às minorias. privilégio de determinados grupos e nem pode limitar-se
RELIGIOSOS: utilização da religião para fins econômicos à meta quantitativa de ampliar vagas.
e políticos, gerando conflitos entre os povos. O trabalho da escola deve abranger diversas finalidades,
associadas às seguintes dimensões:
AMBIENTAIS: vivemos outros problemas de dimensão - cultural
planetária relacionados às questões ambientais, tais – compreender a pluralidade cultural dos diferentes
como a poluição e o consumo irresponsável de recursos grupos sociais;
naturais como a água e a energia. Inundações, seca, - política e social
processos de desertificação, furacões, terremotos, des- – compreender a sociedade e participar no espaço em
truição da camada de ozônio, extinção de espécies, de- que vivemos, exercendo plenamente a cidadania;
sastres ecológicos, incêndios nas florestas são, certa- - formação profissional – situar-se na condição de traba-
mente, respostas às posturas inadequadas do ser huma- lhador crítico e criador;
no no que se refere ao uso de matéria prima proveniente - humanística – viver plenamente a condição de Ser
da natureza, ao saneamento e à saúde. Humano, sujeito da história. Para efetivar essas finalida-
Na América Latina, em particular, a política neoliberal des, faz-se necessário o seguinte questionamento: Nós
materializa-se na realidade dos países: má distribuição conhecemos os alunos que estão chegando à esco-
de renda, ensino de baixa qualidade, desigualdade de la?Com as mudanças implementadas nos cursos, devido
oportunidades, desorganização social, políticos compro- à separação entre curso de ensino médio e curso técni-
metidos com a minoria. Tudo isso se agrava na medida co, sabemos que ingressa no curso técnico, por exem-
em que as relações sociais são reguladas pelo poder plo, desde o universitário até aquele que não domina
econômico, repercutindo em desigualdade entre ricos e com propriedade conceitos elementares da cultura geral.
pobres, dominação cultural, tecnológica e econômica, O perfil dos alunos mudou. Atualmente, estamos aten-
que se expressa em exclusão social e, conseqüentemen- dendo a outro segmento da sociedade, principalmente
te, em violência nas cidades, tráfico de drogas, falta de àquele das pessoas que saíram da escola há muito tem-
habitação. po e lutam por um espaço no mundo do trabalho. Isso
A título de ilustração, vale citar alguns dados relativos à sugere novas demandas para a formação profissional.
situação sócio-econômica da América Latina. Consta em Contraditoriamente, a escola ao longo de sua história
documento da CEPAL que nessa região a taxa de varia- vem se elitizando e as camadas populares têm dificulda-
ção do Produto Interno Bruto (PIB) por habitante "pas- des de nela ingressar. Então, precisamos ser imperati-
sou de 3,7% em 1997 para 0,4% em 1998 e para -1,6% vos. Se quisermos contribuir com as transformações
em 1999", ou seja, houve um "incremento da população sociais, teremos de atender a quem mais precisa. Hoje,
pobre", estimada em "cerca de 200 milhões de pessoas". a escola tem sido excludente, discriminando os alunos
no processo de ingresso. Quando se trata de democrati-
No Brasil, especificamente, a privatização dos recursos zar o acesso é preciso preservar o que está previsto nos
do Estado associada a medidas econômicas populistas direitos humanos: liberdade de escolhas. O processo de
(real, inflação,juros), ao superfaturamento de bancos, à ingresso deve consistir-se de mecanismos que favore-
falta de credibilidade no comércio exterior repercute na çam a igualdade de condições de acesso. Entretanto,
queda de renda per-capita e instala a falta de perspecti- não se pode tomar atitudes isoladas. É imprescindível
vas sociais.O Estado de Santa Catarina, por sua vez, que busquemos alternativas que efetivamente represen-
convive com elevado êxodo rural e o conseqüente em- tem oportunidades para alunos das camadas populares.
pobrecimento urbano, situações estas decorrentes de Além disso, a democratização e, especialmente, a ampli-
políticas marcadamente populistas, que não produzem ação da oferta de vagas, pressupõe condições estrutu-
mudanças reais nas condições de vida da população e de rais de ordem material, física e humana. A oferta de
baixos investimentos na educação. Vivem-se profundas vagas também deve orientar-se pelas demandas educa-
mudanças no mercado de trabalho. Inicialmente aconte- cionais. E para que se torne exeqüível, é indispensável a
ceu a restrição de vagas no mercado tradicional e, em cobrança da responsabilidade do Poder Público no que
seguida, exigiu-se uma mão-de-obra mais especializada, diz respeito às condições objetivas de funcionamento da
impossibilitando o imediato aproveitamento dos que escola.
perderam suas vagas. Por outro lado, do ponto de vista pedagógico, também
as necessidades dos alunos devem ser indicadores de
QUE ESCOLA QUEREMOS? aprimoramento da prática educacional. Se as condições
Ao concebermos como escola pública, gratuita e de qua- de aprendizagem do aluno não são favoráveis, é preciso
lidade, desejamos que, assumindo sua função social, que a escola se mobilize criando as condições necessá-
seja uma instituição voltada à socialização de saberes rias à aprendizagem. A diversidade das condições de
teóricos, práticos e comportamentais, visando ao desen- aprendizagem, ou a chamada heterogeneidade, é uma
volvimento das potencialidades dos indivíduos para realidade que não pode ser negada. Desde o processo de
constituírem-se cidadãos participativos, co-responsáveis ingresso até a conclusão de um curso, a escola precisa
nos processos de transformação da sociedade. ocupar-se com as reais condições dos alunos.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Ainda em relação às condições dos alunos, é fundamen- mento, da mobilização dos saberes para constituição da
tal a devida atenção às questões de ordem sócio- autonomia e da cidadania.
econômica. Isso diz respeito desde as exigências relati-
vas ao vestuário para permanecer na escola até a sua Com fundamento nos princípios de inclusão e de direito
manutenção em termos de alimentação, aquisição de de acesso ao conhecimento, serão inseridos no primeiro
material didático e transporte. ciclo da educação infantil, como educação não-
Para implementar ações conseqüentes é preciso que obrigatória, os alunos ao 3 anos e, no segundo ciclo, os
sistematicamente faça-se diagnósticos sobre a realidade alunos de 4 a 5 anos. Ao primeiro ano do ciclo do ensino
dos alunos, suas condições sócio-econômicas e de a- fundamental, como educação oferecida obrigatoriamen-
prendizagem, para que permaneçam na escola até a te, terão acesso os alunos com 6 anos, ou a completa-
conclusão do curso e com o melhor rendimento possível. rem abril, e também aqueles com mais de seis anos e
No que se refere à evasão escolar é preciso analisar, que nunca freqüentaram a escola. Quanto aos alunos
sistematicamente, suas causas e efetivar ações para que estavam em sistema seriado, independente da pro-
resolver problemas originados na escola, bem como cedência, serão inseridos nos ciclos, considerando, em
contribuir para amenizar problemas de ordem sócio- princípio, a relação de um ano de escolaridade para cada
econômica. ano do ciclo, a partir da transposição da 1ª série para o
3º ano do 1º ciclo.
Acresce-se também que como Centro Federal de Educa-
ção Tecnológica, a indissociabilidade entre ensino, pes- A unidade de ensino, através dos processos avaliativos
quisa e extensão emerge como tripé de sustentação da analisados e aprovados no Conselho do Ciclo - que se
instituição. Isso significa que além de socializar saberes, configura como um momento coletivo, composto pela
atuando em diversas frentes: no Ensino Médio e na Edu- coordenação pedagógica e demais professores do mes-
cação Profissional, investido da condição de Sistema, mo e/ou outro ciclo, representante da comunidade, re-
deverá catalisar seus potenciais para produzir saberes e presentante de pais e alunos -, buscará e oferecerá os
estender-se à comunidade. Isso significa que, além do elementos para situar o aluno no ano adequado a seu
currículo específico dos cursos, é preciso que se oportu- desenvolvimento e a sua aprendizagem, procedimento
nize, mediante eventos de natureza científica, tecnológi- que será adotado como prática contínua, durante o ano
ca, cultural e desportiva, a ampliação de suas ações letivo, em todos os ciclos, utilizando como referência as
tanto interna quanto externamente. É preciso, também, competências elencadas e definidas para cada ciclo. Tal
que se realizem experiências inovadoras, utilizando es- prática possibilitará o avanço do aluno independente-
tratégias diversas, por exemplo, a educação a distância, mente da idade e do tempo em que esteja na escola.
e atendendo às minorias, tal como se faz junto aos sur-
dos. Entretanto, para que o Sistema se consolide, cada Portanto, o Conselho será, a um só tempo, instância de
Unidade precisa mergulhar na comunidade em que está deliberação, de consulta, de organização e de planeja-
situada, construindo sua identidade e perguntando-se, mento, efetuando o acompanhamento constante e contí-
constantemente, se o que se está fazendo satisfaz às nuo da prática pedagógica e de sua organização.
necessidades desta comunidade. É necessário, por e- A organização escolar em ciclos de aprendizagem tem
xemplo, que haja interação entre os pais dos alunos e a como base uma concepção de desenvolvimento e de
escola. Eles são interlocutores fundamentais entre a aprendizagem que se pauta no respeito às diferenças de
comunidade e a escola. Também é indispensável a inte- ritmo dos alunos, de constituição dos grupos, levando
ração da escola com o mercado de trabalho, tanto para em conta a idade do aluno, e, sobretudo, as característi-
compreender o campo em que nossos alunos irão atuar, cas de natureza cognitiva e sócio-cultural-afetiva. Nestes
quanto para termos subsídios para construir com os termos, o aluno e o professor são vistos como sujeitos
alunos visões reais sobre o que acontece no mundo do do processo ensino-aprendizagem, em co-autoria nas
trabalho.Quanto à expansão da atuação da escola, é diferentes construções.
preciso que se explore de modo mais imperativo o cam-
po social e cultural. Hoje os trabalhos de cunho social e Nessa trajetória, o professor atuará como parceiro capaz
cultural são feitos por iniciativa de pessoas isoladas e de propiciar situações que mobilizem conhecimentos
não são assumidos como prioridade na escola. Temos outros do aluno, que serão articulados aos conhecimen-
possibilidades reais de ampliar o atendimento às minori- tos já construídos. À medida que acompanha a constru-
as, pois há espaço disponível e pessoal qualificado para ção de seus alunos, o professor tem a oportunidade de
atuar em vários campos. refletir sobre sua prática, repensando-a, numa dinâmica
ação/reflexão/ação.
ORGANIZAÇÃO DA AÇÃO PEDAGÓGICA
A organização da prática pedagógica em ciclos de
Os ciclos de aprendizagem e a organização da prá- aprendizagem pressupõe o desenvolvimento de ações,
tica pedagógica nas quais a avaliação se constitui como elemento fun-
damental, na medida em que a inserção e a promoção
A organização da prática pedagógica em ciclos de do aluno em cada um dos ciclos ocorrem durante o pro-
aprendizagem requer, necessariamente, uma ação que cesso de aprendizagem, a partir das competências defi-
se defina coletiva, processual e interdisciplinar. É fun- nidas e alcançadas. Nessa perspectiva, a ação de avaliar
damental levar em conta os princípios orientadores da se define enquanto processo de constatação, de com-
gestão, as concepções pedagógicas definidas na propos- preensão, de intervenção e de constituição do exercício
ta curricular e o projeto pedagógico da escola, o qual, de aprender a construir o conhecimento. Portanto, é
num processo de articulação, mobiliza as ações necessá- entendida como:
rias ao cotidiano da escola. Nessa direção, evidenciam-
se princípios para a organização escolar, definidos pela  processual, reflexiva, cumulativa;
Secretaria de Educação do Recife e que se articulam,  verificadora dos aspectos qualitativos sobre os
para a ação pedagógica, assim: princípio da inclusão e quantitativos;
do direito de acesso ao conhecimento, do respeito às  passível de verificação permanente dos constan-
diferenças sócio-culturais e da integralidade do conheci- tes e diversos movimentos da aprendizagem;

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
 mobilizadora dos processos que possibilitem os trução, indicando a necessidade de uma intervenção
avanços na construção do conhecimento; e mais precisa por parte do professor, orientando, assim,
 definidora do tempo e das formas de promoção seu plano de ação. Uma vez registradas, as competên-
do aluno. cias irão, posteriormente, servir de indicadores do que já
foi alcançado na trajetória do próprio aluno. Para tal, as
Dentro do processo avaliativo, e com a mesma caracte- informações irão além da mera descrição.
rização deste, ocorrerá a reorganização da prática na Portanto, cabe ao professor compreender, através da
perspectiva do desenvolvimento permanente do aluno e ação do aluno, de sua curiosidade e interesse e de sua
do alcance das competências ainda não atingidas. Este iniciativa, as estratégias que utiliza na construção e
movimento é parte integrante e indissociável da concep- sistematização do conhecimento,na e a partir das rela-
ção de aprendizagem/avaliação adotada no ciclo, respei- ções que estabelece com os outros e com o meio. Sua
tando-se tempos, espaços e formas adequadas às dife- intervenção se pautará em um planejamento com obje-
renças e às necessidades de cada aluno. tivos definidos previamente. Porém, devido à dinamici-
As diferentes modalidades avaliativas serão adequadas à dade própria da sala de aula, é possível que ocorram
natureza dos componentes curriculares e terão como situações em que haja a necessidade de reorganização
referência o elenco de competências de cada área, para da prática.
cada ano e para cada ciclo, e objetivarão verificar o O registro permite ao professor o conhecimento para a
desenvolvimento cognitivo, sócio-cultural e afetivo dos ação, tornando-o um questionador da própria prática, na
alunos. medida em que, lendo, buscando informações, escre-
A progressão do aluno dar-se-á através de passagem de vendo, documentando observações,analisando, refletin-
ano para ano, dentro do mesmo ciclo, e de um ciclo para do e falando sobre as próprias idéias, ele se apropria do
outro, de forma contínua. Os alunos que não constituí- seu fazer cotidiano, passando,assim, a se perceber como
rem as competências definidas precisarão, na trajetória, partícipe e co-responsável pela história construída. (Ma-
alcançá-las, vivenciando a reconstrução do processo, de galhães & Marincek, 1995).
modo a garantir o tempo e as formas de aprendizagem a Desta forma, fica clara a importância do ato de registrar
elas necessários. Destaque-se, neste sentido, que entre o cotidiano da sala de aula, pois o professor, ao revisitar
um ciclo e outro, além de todas as possibilidades de suas memórias, distingue o vivido, olhando-o de um
reorganização que poderão surgir no âmbito da autono- modo particular, imprimindo, assim, um significado às
mia da instituição escolar, serão assegurados espaços suas próprias ações, avaliando-as e reorientando-as
complementares de aprendizagem àqueles que não al- quando necessário, numa dinâmica reflexiva.
cançarem as competências nos tempos regulares defini- Além disso, os registros possibilitam uma prática com-
dos para cada ciclo. partilhada entre os professores em relação às suas dúvi-
Nos Conselhos de Ciclo, os educadores, a partir do regis- das, inquietações,hipóteses, conquistas e descobertas.
tro do acompanhamento do aluno e do grupo, refletirão
sobre as questões de natureza epistemológica e de De acordo com Magalhães& Marincek, o registro:
transposição didática, avaliando, planejando e constru-
indo a prática pedagógica desenvolvida em cada área do "[..] não se limita a uma descrição de fatos organizados
conhecimento. Esse momento contemplará, ao mesmo deforma cronológica [..], ele vai muito além disso: cons-
tempo, as dimensões relativas às atitudes e valores, titui-se em um lugar de reflexões sistemáticas, constan-
aprendizagens sócio-afetivas e culturais e os saberes tes; um espaço onde o professor conversa consigo
específicos, e, concomitantemente, analisará de modo mesmo, anota leituras, revê encaminhamentos, avalia
interdisciplinar os diferentes conteúdos curriculares. atividades realizadas, documenta o percurso de sua
No acompanhamento do aluno e do grupo, serão utiliza- classe. Um documento com a história do grupo e dos
dos registros diários/semanais, bimestrais e parecer avanços do próprio professor" (1995:5).
final. Esta prática vem sendo adotada, há muito tempo,
na Educação Infantil, e, mais recentemente, algumas O ato de registrar, enquanto dinâmica constante do
experiências indicam sua efetivação no Ensino Funda- avaliar e planejar é, segundo Warschauer (1993), motor
mental e Médio (Hoffmann, 2001; Astetto, Oliveira & propulsor da construção dos conhecimentos. Isto vale
Messina, 2001; Freire, 2001; 1989; Saul, 2000; Ho- tanto para os alunos, na construção das relações entre
ffmann & Silva, 1995; Warschauer, 1993). Vários traba- as atividades espontâneas e os conteúdos trabalhados,
lhos têm ressaltado sua importância na avaliação pro- como para o professor, na articulação entre teoria e
cessual, na medida em que possibilita o acompanhamen- prática, contribuindo para sua formação e abreviando a
to do processo de construção do conhecimento e do distância entre ensino e pesquisa, entre professor e
desenvolvimento do aluno e do grupo, e como um dos pesquisador.
recursos para a reflexão da prática pedagógica. Nesta As observações sobre as competências alcançadas por
sistematização, o professor relata suas observações cada aluno nas diversas áreas do conhecimento, a soci-
sobre os alunos e organiza sua ação a partir das refle- abilidade, seu envolvimento no grupo e nas atividades
xões sobre sua própria prática; refletindo e escrevendo, propostas, iniciativas e interesses demonstrados, a di-
ele se apropria do seu processo de formação e desenvol- nâmica escolar, bem como as diversas formas de o alu-
ve seu conhecimento didático. no registrar a sistematização do seu conhecimento,
De acordo com Hoffmann (2001), a utilização do registro através de anotações nos cadernos, exercícios, produ-
permite visualizar os caminhos percorridos por cada ções, relatórios, pesquisas, entre outros, subsidiarão o
aluno na busca dos conhecimentos e do desenvolvimen- registro e darão suporte à construção dos registros bi-
to de valores pessoais e coletivos, mostrando, assim, a mestrais.
dinamicidade da ação de conhecer. Cabe ao professor apontar os avanços dos alunos, suas
O registro viabiliza a sistematização da dinâmica da sala áreas de maior interesse, seus movimentos nas intera-
de aula e permite ao professor estabelecer relações e ções da dinâmica escolar, com o grupo-classe e a inser-
nexos entre os diferentes intervenientes de sua prática, ção na comunidade, sua postura na construção do co-
tomando possível analisar os diversos momentos da nhecimento, o elenco de competências construídas e as
trajetória escolar do aluno e de seu desenvolvimento. que estão em processo de construção, bem como as
Nele, ficam impressas as competências que o aluno de- ações propositivas, no sentido de fazer com que o aluno
monstra já possuir, bem como as que sinaliza em cons-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
estabeleça as relações e conexões necessárias ao seu A sociedade funda-se sobre a exploração do traba-
avanço. lho, principalmente o menos qualificado, e tende a sepa-
No parecer final, será realizada uma análise geral do rar o jogo do trabalho, reservando o primeiro às profis-
aluno, naquele ano do ciclo, fornecendo o máximo de sões “liberais”. Cabe a pedagogia social ou popular
informações possíveis para o professor que dará conti- opor-se a essa pedagogia dos ricos, promovendo a inte-
nuidade ao trabalho no ano que se seguirá. gração do jogo com o trabalho na atividade escolar.
Bibliografia A principal técnica utilizada por Freinet e seus se-
FREIRE, M. A paixão de conhecer o mundo. 7. ed. São Paulo: guidores é a imprensa na escola, que só adquire signifi-
Paz e Terra, 1989. cado em conexão com as outras técnicas, que são: o
FREIRE, M. Relatos da (com) vivência: crianças e mulheres da
texto livre elaborado pelos alunos para ser impresso; a
Vila Helena nas famílias e na escola. Porto Alegre: GEEMPA -
Grupo de Estudos sobre a Educação, Metodologia de Pesquisa e correspondência interescolar, enviando-se os textos
Ação, 2001. escritos aos alunos de outras escolas; o desenho livre; o
HOFFMANN, J. M. L. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível cálculo vivo, sobre problemas levantados no trabalho de
e reflexivo sobre a criança. 10. ed. Cadernos de Educação Infan- imprensa; o livro da vida, em que os alunos compilam os
til,v. 3. Porto Alegre: Mediação, 2001. textos livres sobre sua vida e a vida na escola, e que
HOFFMANN, J. M. L.; SILVA, M. B. G. Ação educativa na creche. substitui o livro didático; os fichários e a biblioteca de
Cadernos de Educação Infantil, v. 1. Porto Alegre: Mediação,
trabalho, em que são preparados materiais de consulta
1995.
MAGALHÃES, L.; MARINCEK, V. Instrumentos de registro da por alunos e professores, tanto com textos impressos
reflexão do professor. In: CAVALCANTI, Z. (Org.). A história de quanto com recortes de jornais, etc.
uma classe: alunos de 4 a 5 anos. (Coleção Escola da Vila, v.3).
Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. Larroyo reproduz as atividades de um dia na
OSTETTO, L. E.; OLIVEIRA, E. R. & MESSINA, V. S. Deixando escola, de acordo com a técnica de Freinet:
marcas: a prática do registro no cotidiano da educação infan-
til.Florianópolis: Cidade Futura, 2001. • 8,00 - 8,30 horas: primeiras atividades de orga-
SAUL,A. M. Avaliação emancipatória. São Paulo: Cortez, 2000.
nização do trabalho; leitura expressiva de mensagens
WARSCHAUER, C. A roda e o registro: urna parceria entre pro-
fessor,alunos e conhecimento. São Paulo: Paz e Terra, 1993. recebidas de escolas correspondentes; desenho livre;
ensino moral partindo das experiências diárias das crian-
ças.
TEORIAS EDUCACIONAIS E • 8,30 - 9,00 horas: preparação do texto da reda-
CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS ção diária; redação-coletiva.
• 9,00 - 9,30 horas: trabalho por grupos: composi-
ção do texto por uma equipe; os demais copiam num
TEORIAS EDUCACIONAIS SUBJACENTES À OR- caderno; outros fazem exercícios de gramática.
GANIZAÇÃO CURRICULAR • 9,30 - 10,00 horas: cálculo.
• 10,00 - 11,30 horas: ilustração do texto já prepa-
TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO E TEORIAS DE rado para ser impresso; seleção dos desenhos livres
APRENDIZAGEM realizados nas primeiras horas; correção dos exercícios
Decroly de gramática.
• 11,00-11,30 horas: a imprensa funciona enquan-
O médico belga Ovide Decroly (1871-1932), a par- to a classe canta. Continua com trabalho livre, individual
tir de suas experiências com crianças normais e anor- ou por grupos, derivado da atividade e dos interesses da
mais - para as quais abriu escolas - também se preocu- manhã; trabalho manual, recorte de documentos gráfi-
pou com o aspecto da globalização do ensino, isto é, cos, exame de fichas do fichário escolar, estudo de um
com o processo que integra toda a aprendizagem em animal, de uma planta, experiências de físicas ou de
certa unidade de experiência infantil. química, trabalhos de história e de geografia.
Segundo Decroly, as unidades de globalização, a Durante a sessão da tarde as equipes se revezam:
que ele chama de “centros de interesse”, devem ser a metade da classe trabalha com o professor enquanto a
determinadas de acordo com as necessidades primordi- outra rea1iza atividade livre e vice-versa. Quando os que
ais da criança - alimentação, respiração, asseio, prote- imprimem terminaram o trabalho, verifica-se uma ses-
ção contra intempéries e os perigos, jogo e trabalho - e são de leitura coletiva. Cada aluno recebe uma folha
todas as atividades escolares, em todas as matérias, impressa, que coloca no livro da vida.
devem girar em torno de tais centros. O método Freinet espalhou-se em vários países da
Esses centros são os seguintes: a criança e a famí- Europa - França, Bélgica, Itália, Suíça, Alemanha, Áus-
lia; a criança e a escola - a criança e o mundo animal; a tria, etc. - através de cooperativas de professores, sem
criança e o mundo vegetal; a criança e o mundo geográ- apoio oficial dos governos. Sua grande penetração de-
fico; a criança e o universo. Em relação a cada um des- ve-se ao espírito democrático, pois as atividades de cada
ses centros de interesse, seguem-se três etapas de escola não são prefixadas, mas resultam da experiência
aprendizagem: observação direta das coisas, associação de muitos professores em escolas diferentes e estão
das coisas observadas expressão do pensamento da sujeitas a mudanças de acordo com a contribuição dos
criança através da linguagem, desenho, da modelagem e alunos. O importante são as motivações ativas (fazer,
de outros trabalhos manuais. expressar-se) e comunicativas (correspondência).
Freinet Paulo Freire
Para o professor francês Célestin Freinet Durante toda a década de 1950 Paulo Freire vinha
(18961966) e seus colaboradores, seguindo a tradição acumulando experiências no campo da alfabetização de
da sociologia francesa (Durkheim e outros), a atividade adultos em áreas urbanas e rurais próximas ao Recife,
natural da criança se desenvolve no grupo em coopera- experimentando novos métodos, técnicas processos de
tiva. Por isso mesmo, não se deve nem coagir a criança, comunicação. A partir de 1961, o método já praticamen-
obrigando-a a tarefas não-naturais, nem deixá-la por te estruturado foi posto em prática no Recife. Em 1962,
completo entregue à atividade espontânea do jogo. estendeu-se a João Pessoa (Paraíba) e a Natal (Rio
Grande do Norte), onde se desenvolveu a campanha “De
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
pé no chão também se aprende a ler. Mas a experiência opressores e oprimidos, com a situação concreta de
que deu divulgação nacional ao novo método foi realiza- opressão, com a qual se enfrenta auto dialogante; e é
da em Angicos, no Rio Grande do Norte, cujo encerra- dominando a situação pela consciência, pela conscienti-
mento contou com a presença do Presidente da Repúbli- zação, que já é ação enquanto é reflexão, e que se faz
ca. pelo dizer da palavra, que o homem pode inserir-se na
A idéia básica do Método Paulo Freire é a adequa- realidade para transformá-la. para remover a opressão.
ção do processo educativo às características do meio.
Mas, Paulo Freire encontrara o modo de realizar esta Imersão. Emersão. Inserção. Alguém se encon-
associação, necessariamente, como característica intrín- tra imerso em uma realidade, dentro de uma situação
seca do processo educativo. A semelhança de muitas concreta (de opressão), enquanto dela não tomou cons-
outras importantes descobertas, o seu método também ciência, no sentido de que ainda não a tornou tema, não
apresentava notável simplicidade. Começava por locali- refletiu sobre ela, não a discutiu. As relações menos
zar e recrutar os analfabetos residentes na área escolhi- imediatas e mais “globais” escapam à consciência “imer-
da para os trabalhos de alfabetização. Prosseguia medi- sa”. A “emersão” se processa quando se começa a “di-
ante entrevistas com adultos inscritos nos “círculos de zer” a situação. a falar sobre ela, a observá-la, a tentar
cultura” e outros habitantes selecionados entre os mais descrevê-la, explicá-la, analisá-la, compreendê-la. Pelo
antigos e mais conhecedores da localidade. Registra- início de um processo de conscientização, os sujeitos
vam-se literalmente as palavras dos entrevistados a “emergem” de uma situação, de uma situação opressiva,
propósito de questões referidas às diversas esferas de e “transmitam” para uma nova situação vivida e perce-
suas experiências de vida no local: questões sobre expe- bida em suas relações mais globais, totais leva à ‘inser-
riências vividas na família, no trabalho, nas atividades ção” na realidade, possibilitando passos concretos de
religiosas, políticas, recreativas, etc. 0 conjunto de en- transformação.
trevista fornecia a equipe de educadores uma extensa
relação das palavras de uso corrente na localidade. Essa Educação domesticadora. Educação libertado-
relação era entendida como representativa do universo ra.
vocabular local e dela se extraíam as palavras geradoras
unidade básica na organização do programa de ativida- A educação que serva aos interesses dos opresso-
des e na futura orientação dos debates que teriam lugar res, que provoca a “adaptação” à situação de opressão,
nos “círculos de cultura.”(BEISIEGEL, C De R. Estado.... mesmo que envolva algum aspecto de “libertação” indi-
p. 165). vidual ou psicológica, é uma educação domesticadora.
As palavras geradoras selecionadas eram aproxi- Educamos para a conformidade com leis injustas, com
madamente dezessete. Dentre elas, eram mais freqüen- convenções tolas, com praxes sem sentido: não prati-
tes: eleição, voto, povo, governo, tijolo, enxada, panela, camos o diálogo multi e mútuo-estimulante, mas prati-
cozinha. Cada uma dessas palavras era divididas em camos uma domesticação das consciências, do compor-
sílabas; estas eram reunidas em composições diferentes, tamento dos indivíduos e dos grupos.
formando novas palavras. A discussão das situações A educação libertadora não será apenas uma edu-
sugeridas pelas palavras geradoras permitia que o indi- cação romanticamente liberal, ou tendente à liberdade:
víduo se conscientizasse da realidade em que vivia e de será aquela educação que concretamente questiona a
sua participação na transformação dessa realidade, o realidade das relações dos indivíduos com os outros e o
que tornava mais significativo e mais eficiente o proces- mundo que os envolve. E onde detecta uma situação de
so de alfabetização. Era o próprio adulto que se educa- opressão, que lesa a liberdade, concreta, de ser mais, e
va, orientado pelo “coordenador de debates”(o profes- de dizer do desejo de ser mais, provoca a reação organi-
sor), “mediante a discussão de suas experiências de vida zada contra a situação; para transformá-la, isto é, para
com outros indivíduos que participavam das mesmas uma verdadeira libertação...
experiências”.
Concepção bancária da educação. Concepção
Paulo Freire problematizadora. Segundo uma concepção “bancária”
da educação - estabelecida, por educar entende-se “ad-
Uma Pequena Introdução à Sua Teoria da quirir” conhecimentos, “armazenar” informações ou
Educação ensinamentos, “investir” tempo e energia na aquisição
de “somas de saber, conteúdos formais de programas e
A palavra. A palavra é onde o homem se torna currículos, que darão ao seu “possuidor’ o direito a de-
homem. Ele se “humaniza” quando “pronuncia o seu terminados atestados” ou cheques culturais, a serem
mundo”, quando se diz a sua palavra, e inicia um diálo- descontados, talvez, no mercado de trabalho.
go com o mundo que o envolve, com os outros homens Para Paulo Freire, a educação é o processo de pro-
de seu tempo. A palavra é ação - não “blá’ blá - blá” - e blematização da realidade, do enfrentamento (e de
é também reflexão - não ativismo. questitinamento) dos problemas que envolvem o indiví-
O diálogo. A palavra, que nos realiza, nós não a duo; o diálogo com o meio, sobre os desejos, as neces-
dizemos sozinhos: é a palavra que instaura um diálogo, sidades, as perspectivas de mudanças, os instrumentos,
o diálogo que é “o ato de amor fecundante”, é o diálogo as dificuldades, as características, os detalhes de um
que nos leva a ser mais, a novos níveis de consciência, e mundo percebido e carente de transformações.
conseqüentemente, as novas formas de ação.
A conscientização. Pelo diálogo se abre um pro- Educador. Educando. Numa relação de diálogo,
cesso, o processo de desbravamento de níveis obscure- em que a busca comum de uma “síntese cultural”. E o
cidos de consciência, o processo de conscientização da mesmo que a orgulhosa ‘invasão cultural”, quando al-
realidade de si mesmo, do seu mundo e de suas relações guém se pensa “superior, e que precisa ‘ensinar” algo
com o mundo. pronto, cessam de existir as fronteiras entre educador e
A situação concreta de opressão. Esse mundo educando. Todo “educador” é concretamente um educa-
que o indivíduo , em diálogo com os outros, conscienti- dor-educando. ele se transforma e conscientiza novos
za, não é um mundo hipotético, abstrato, ou livre de níveis e novos aspectos da realidade através do contato
condicionamentos: é um mundo que comporta situações com o “educando”, quem, pois também é educan-
concretas do opressão. É um mundo dividido entre do-educador.
22
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Colaborador. União. Organização. Na busca de parciais que incluem nos temas mais gerais; enfim, ana-
superação de uma situação de opressão conscientizada, lisando.
as lideranças poderão ser tentadas a dirigir o processo Codificação. Reduzidos os temas, representamos
de modo mais ou menos autônomo? Não. Caminhar em os mesmos em “situações vivenciais”, organizamos o
colaboração, promover a união, com o grupo organiza- nosso “material didático”: dispositivos, cartazes, filmes,
do, é o único caminho realmente transformador da etc., representando as “situações vivenciais” codificadas,
opressão; “dirigir” a mudança sem participação de todos seguindo a linha dos “temas geradores”, em seus temas
seria instaurar nova situação opressiva, seria apenas inclusivos, e podendo acrescentar, de nossa parte, novos
mudar a “técnica” da liderança. Só pela união de todos temas, ou “temas-dobradiças”, que nos pareçam inte-
os oprimidos é que se consegue remover a situação de ressantes ou mesmo necessários para ligar um tema a
opressão. Só pela organização da ação unificada dos outro e introduzir melhor um novo assunto: afinal, esta-
oprimidos é que a sua ação se torna eficazmente trans- remos “em diálogo” com o grupo: podemos trazer tam-
formadora. bém a nossa contribuição, como elementos do grupo, e
não é preciso mantermos uma imparcialidade, o
Síntese cultural. Do processo de diálogo e consci- não-envolvimento “científico”.
entização nascerá uma nova síntese cultural. Não há
mais o “educador” ou as lideranças, que procuram “in- Descodificação. Esta se fará à medida que avança
vadir” culturalmente “educandos” oprimidos. Há a per- a atividade do círculo de cultura, nas discussões, nos
cepção de que o homem, por mais marginalizado que debates suscitados pelo uso do material didático, etc. A
tenha permanecido dos meios convencionais de “cultu- descodificação se fará no grupo, e nos surpreenderá
ra”, tem sua experiência a dizer, tem sua verdade a sempre: seus resultados não corresponderão, à mais
descobrir no diálogo, tem a sua contribuição própria - o inteligente pré-visão, porque partirá do grupo com expe-
indivíduo, o grupo, o diálogo -, e não se pode prever o riências próprias, que nos faltavam talvez, como ele-
final do processo de conscientização: permanecemos mentos novos no grupo.
abertos para que surja uma nova “síntese cultural”.
A Alfabetização. A alfabetização, para Paulo Frei-
Consciência real. Consciência possível. Ao pro- re, se insere, pois, em todo um processo de conscienti-
curar iniciar o trabalho de um “circulo de cultura”, tere- zação, e a descoberta da palavra se dá ao mesmo tempo
mos em mente sempre o “inédito viável”. Procuraremos que acontece a descoberta do tema, do problema: o
averiguar o grau e a textura da consciência real-efetiva homem olha a situação; começa a descobrir, com o seu
do grupo que inicia o trabalho; procuraremos ter uma grupo, as situações que o oprimem, e através da discus-
pré-visão não-rígida da “consciência possível”: as impli- são destas problemas que realmente o interessam, de
cações da realidade do grupo que um olho perspicaz modo total, cuja solução lhe é urgente, vai descobrindo
(apara relações com a totalidade) vislumbra, embora a palavra, e ao lado, quase como uma redundância, um
sem certezas, e sujeito a muitas surpresas e superação. corolário do trabalho oral de descoberta do tema e da
palavra, dá-se a percepção da palavra escrita: o sujeito
O universo temático. Os temas geradores. Ao aprende a ler aquela palavra, sobre o qual pensa e fala.
prepararmos o início de um círculo de cultura - bem Tal a intensidade de investimento subjetivo na procura
como trabalho d alfabetização de um grupos de adultos - que se instaura, no processo de conscientização, que a
teremos o cuidado de fazer uma investigação não se faz alfabetização se dá como algo fácil e rápido, conseqüên-
como um “observador imparcial” observa um “objeto de cia do mesmo processo de “conscientização”. Em qua-
estudo”. As pessoas que formam o grupo onde se realiza renta horas, tecnicamente é possível, pelo método Paulo
a investigação não podem ser reduzidas a mero objeto Freire, um adulto aifabetiza-se completamente, ao
de estudo. Entramos em diálogo com elas, envolven- mesmo tempo que se conscientiza”, sofre um “cresci-
do-nos na situação, tornamo-nos participantes, de modo mento” na fora de perceber-se e ao mundo que o envol-
que, enquanto descobrimos o “universo temático em que ve.
o grupo se movimenta, vamos “compreendendo” mais Parte-se das “palavras geradoras”, que são esco-
proximamente a situação do grupo, e conscientizan- lhidas a partir do critério de seu desenvolvimento social
do-nos” com ele. (como parte significativa dos temas geradores), como
também pelo critério de sua riqueza fonêmica: através
Situações-limite. Na pesquisa do universo temá- das primeiras poucas palavras que o adulto “descobre”,
tico em que se movimenta o grupo com o qual iniciare- ele descobrirá também muitas palavras, que poderá
mos um círculo de cultura, encontraremos os chamados formar, sozinho, como tarefa caseira”, a partir das síla-
“temas geradores”, aqueles temas que, se os tomamos bas que formam a palavra geradora.
para discussão no grupo, com toda probabilidade se
tornarão, “geradores” de nova consciência, trarão à A alfabetização se processa, pois, dentro do cami-
discussão novos temas, “gerarão” mudança de consciên- nho mais amplo e mais complexo das conscientização:
cia, de temática, de atitudes, etc. É muito comum que alfabetização é o mesmo que conscientização. Não é um
estes temas geradores estejam justamente ali onde se mero “instrumentalizar-se” para poder ler um recado do
identificam situações-limites”: as situações sentidas pelo patrão... ou ter mais sucesso no trabalho... Significa um
grupo como limites, limitantes, enfim, os problemas, novo assumir, uma nova maneira de valorizar-se e colo-
frustrações, a percepção da “situação concreta de opres- car-se diante da vida, de si mesmo, dos outros, do mun-
são”. Identificado estas situações-limites próprias ao do.
grupo, estamos na pista para descobrir as “tarefas histó- As palavras, que “abrem a porta” da alfabetização
ricas”. serão as mesmas que introduzem os “temas geradores”
e, ao mesmo tempo, mostram os fonemas, cuja com-
Redução temática. Cisão. De modo aprofundar o preensão, do seu funcionamento geral, ao final de algu-
conhecimento da realidade, tomada como um universo mas horas de exercício, “revelam” para o alfabetizando,
temático”, do grupo com o qual se vai trabalhar em um com segurança, o segredo de toda leitura. Da alternân-
círculo de cultura, praticaremos uma cisão, uma redução cia de palavras distintas em sua formação fonêmica
temática: descrevendo a situação, apontando temas como em seu envolvimento na realidade dos alfabeti-
zandos (tais como povo, carroça, farinha, etc., conforme
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
a realidade do grupo), continuando-se o trabalho de  É transmitida de geração, através da lingua-
debate e conscientização, chega-se também à alfabeti- gem;
zação.  É uma ‘criação’ dos seres humanos, sendo as-
sim, uma característica do ser humano;
Piaget  Inclui todas as criações materiais e não-
materiais dos homens;
Jean Piaget é um psicólogo que ganhou fama mun-  Evolui através da História;
dial por suas pesquisas sobre o pensamento das crian-  É um instrumento indispensável a adaptação
ças. Ele descobriu alguns modos pelos quais as crianças do indivíduo ao meio social.
pensam, identificou muitas de suas habilidades e inabili-
dades mentais e partindo de suas observações formulou Cultura e a Linguagem
uma teoria do desenvolvimento intelectual humano.
Piaget nasceu em 1896. Dedicou-se primeiramente O ser humano possui uma característica fundamen-
à Biologia, mas, com a idade de 24 anos, voltou total- tal que permite a sua convivência social e a TRANS-
mente a atenção para a Psicologia. Um ano depois, MISSÃO DE CULTURA: a linguagem, seja ela falada
1921, filiou-se ao Instituto Jean Jacques Rosseau, em ou escrita.
Genebra. Aí realizou a maioria dos seus estudos sobre o Na linguagem escrita ocorre a representação simbóli-
processo do pensamento infantil. ca de um mesmo objeto ou sentimento:
Piaget relatou suas descobertas e conclusões em Exemplo Um livro escrito em português é o mesmo
grande número de livros e artigos. Suas idéias atraíram que book em inglês e também é representado por diver-
muita atenção no Estados Unidos, na década de 1930. sos outros idiomas. Convenciona-se o MESMO OBJETO
Esse interesse desapareceu por um tempo, com exceção através de SÍMBOLOS de ESCRITA diferentes.
na Europa, tendo ressurgido nos últimos anos. Piaget é
agora considerado, por muitos, o mais importante teóri- A cultura escolar é uma caracterização ou, me-
co do desenvolvimento intelectual humano. lhor dito, uma reconstrução da cultura, feita em
razão das próprias condições nas quais a escolari-
Idéias-chave de Piaget sobre como as crianças zação reflete suas pautas de comportamento, pen-
aprendem e crescem intelectualmente: samento e organização. Por esta razão, ao falar de
cultura e currículo na escolarização, é preciso estabele-
1. As crianças têm estruturas mentais diferentes cer não apenas as relações entre ambos os termos, con-
das dos adultos. Não são adultos em miniatura; elas têm siderando que a cultura diz respeito a conteúdos,
seus próprios caminhos distintos, para determinar a processos e tendências externos à escola e o currí-
realidade e para ver o mundo. culo a conteúdos e processos internos, tentando
2. O desenvolvimento mental infantil progride atra- explicar o que ocorre neste último como conseqüência
vés de estágios definidos. Estes estágios ocorrem numa do que se trama na cultura exterior,; é preciso também
seqüência fixa uma seqüência que é a mesma para to- explicitar os códigos e mecanismos tipicamente escola-
das as crianças. res pelos quais a “cultura curricularizada” passa a ser
3. Embora os estágios do desenvolvimento mental um artefato especial com significado próprio, embora
ocorram numa ordem fixa, crianças diferentes passam relacionada com que ocorre no pano de fundo externo.
de um estágio para outro em idades diferentes. Além Dito de outro modo: é necessário incorporar a própria
disso, uma criança pode estar num determinado estágio prática educativa como elemento constituinte da explica-
para algumas coisas, e em outro estágio para outras. ção da cultura escolar. Sem esse duplo exercício prévio
de análise fica difícil falar do compromisso cultural das
4. O desenvolvimento mental é influenciado por instituições educacionais com a sociedade externa. Ape-
quatro fatores inter-relacionados: nas desta forma se podem colocar alternativas reais à
(a) Maturação - amadurecimento físico, especial- cultura escolar, para que a escolarização seja um mode-
mente do sistema nervoso central. lo alternativo de dinamização social de mudança de pro-
(b) Experiência - manipulação, movimento e pen- gresso.
samento sobre objetos concretos e processos de pensa- Se não levamos isso em consideração nas análises
mento que os envolvem. das relações entre cultura e currículo, é muito provável
(c) Equilibração - o processo de reunir matura- que nos movamos entre o idealismo e a ingenuidade,
ção, experiência e socialização de modo a construir e condenados ao fracasso e a inoperância, na hora de
reconstruir estruturas mentais. formular as transformações que podemos querer deduzir
de nossas proposições. É importante nos determos na
Piaget acredita que o desenvolvimento intelectual especificidade da cultura “curricularizada”, o que, de
ocorre por meio de dois atributos inatos aos quais cha- passagem, nos permitirá descobrir formas de pensar o
ma de Organização e Adaptação. Organização é a cons- currículo.
trução de processos simples - como ver, tocar, nomear - O currículo não é, pois como se costuma dizer, uma
em estruturas mentais de ordem elevada. Um indivíduo seleção natural, mas uma construção peculiar, um ins-
compõe assim seus sistemas de considerar o mundo. trumento ordenador da socialização do cidadão e do
Adaptação é a mudança contínua que ocorre no indiví- aparato escolar, de toda a prática. Como versão muito
duo como resultado de sua interação com o meio. Isto particular da cultura que diz conter, sua função vai além
ocorre à medida em que ele assimila experiências - as dos fins que declara possuir, de sua difusão e recriação.
adapta às suas estruturas mentais já existentes - aco- E o plano diretor da prática dos professores, de estudan-
moda (modifica) estruturas mentais de modo a permitir tes e escolas; universalizam sistemas educacionais naci-
a inclusão de experiências que não se ajustam às estru- onais, quando se cria um aparato escolar completo.
turas existentes.
As mudanças culturais chegam às escolas através
Características da CULTURA dos currículos, mas apenas na medida em que se plas-
mam em práticas concretas. Dito de outra forma: a al-
 É adquirida pela linguagem e não herdada pe- ternativa à escolarização dominante para um projeto
los instintos; cultural diferente implica um constante esforço por de-
24
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
codificar as condições da escolarização, porque sem a no sentido de ampliar sua maneira de ver o mundo.
transformação dessas condições não há possibilidades Assim, é sempre uma construção social, uma prática que
de mudanças curriculares ou culturais, já que é inerente revela seu compromisso com os sujeitos, com a história,
ao conceito de currículo o fato de que ele está ligado a com a sociedade e com a cultura.
uma forma de estruturação das instituições educacio-
nais. Qualquer tipo de organização curricular possui um
Essa ênfase tem sido feita por comentaristas e inves- modelo pedagógico subjacente. O processo pedagógico
tigadores críticos da cultura e do currículo e têm repre- para uma Escola Cidadã deve contemplar, além de tudo,
sentado um contrapeso aos estudos idealistas, aos estu- alguns temas que são geralmente excluídos do cotidiano
dos cientificistas ou descomprometidos com a realidade. das demais escolas, tais como CRITICIDADE, CRIATIVI-
Se, se aceitam esses pressupostos, o que é preciso fazer DADE CURIOSIDADE, CONFLITO, CONTRADIÇÕES DA
é decodificar a experiência da cultura real, denunciá-la, REALIDADE, PROBLEMATIZAÇÃO, A CONSTRUÇÃO E A
para poder mudá-la. SACRISTÀN, In: silva, Luiz Heron). PROVISORIEDADE DO CONHECIMENTO, A AVALIACAO
Sabemos que o CURRÍCULO, cerne da educação es- EMANCIPATÓRIA, A DISTRIBUIÇÃO DEMOCRÁTICA E
colar, é um fenômeno histórico. Resultado de forças SOLIDÁRIA DO TEMPO NA ESCOLA, A GESTÃO COLETI-
sociais, políticas e pedagógicas que expressa a organiza- VA DA VIDA ESCOLAR, etc.
ção dos saberes vinculados à construção de sujeitos
sociais. Nesse sentido, o currículo procura responder algumas
Nessa perspectiva, currículo é ação, é trajetória, é perguntas fundamentais, o que ensinar, quando ensinar,
caminhada construída coletivamente e em cada realida- como ensinar e da mesma forma o que, quando e como
de escolar de forma diferenciada. É um processo dinâmi- avaliar explicitando que futuro queremos construir.
co, mutante, sujeito a inúmeras influências, portanto, Acrescenta-se, ainda, a pergunta “COM QUEM”, PLANE-
aberto e flexível. Essa concepção de currículo veicula JAR, ENSINAR E AVALIAR.
toda uma concepção de pessoa, sociedade, conhecimen-
to, cultura, poder e destinação das classes sociais às Currículo e conhecimento são duas idéias indissociá-
quais os indivíduos pertencem, portanto, referida sem- veis, pois o currículo tem a ver com o processo pelo qual
pre a uma proposta político-pedagógica que explicita o indivíduo adquire, assimile e constrói conhecimentos
intenções e revela sempre graus diferenciados da cons- em um tipo particular de experiências, proporcionada
ciência e do compromisso social. pela práxis da escola.

Quando perspectiva, currículo é ação, é trajetória, é Ressaltamos que, o conhecimento deve ser construí-
caminhada construída coletivamente cada realidade do pelo grupo envolvido, e que a mudança 10 currículo
escolar de forma diferenciada. É um processo dinâmico, só acontecerá se o professor desenvolver consciência
mutante, sujeito a inúmeras influências, portanto, aber- política, competência técnica e visão coletiva.
to e flexível. Essa concepção de currículo veicula toda
uma concepção de pessoa, sociedade, conhecimento, Isso significa que não podemos nos limitar a discutir
cultura, poder e destinação das classes sociais às quais programa, conteúdos, grades e cargas horárias. Experi-
os indivíduos pertencem, portanto, referida sempre a ência dessa ordem já foram realizadas várias vezes, sem
uma proposta político-pedagógica que explicita intenções que de fato a escola tenha se transformado. Necessari-
e revela sempre graus diferenciados da consciência e do amente, o que se busca com a nova organização curricu-
compromisso social. lar é inter-relação entre as áreas do conhecimento, entre
essas e a sociedade mais ampla.
Quando definimos currículo estamos descrevendo a Diante de uma nova perspectiva curricular, é preciso ter
concretização das funções da própria escola e a forma claro uma linha de ação que ofereça um ponto de parti-
particular de enfocá-las num momento histórico e social da sobre o qual “PLANO DE TRABALHO” de cada área de
determinado, para um nível ou modalidade de educação, conhecimento se organizará.
e ainda, no nosso caso, num a rede pública e institucio-
nal. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
Currículo é uma PRÁTICA E EXPRESSÃO DA FUNÇÃO
SOCIALIZADORA E CULTURAL DE UMA INSTITUIÇÃO no A partir das reflexões sobre as concepções acima e a de
conjunto de atividades mediante as quais um grupo currículo expressa na proposta político-educacional para
assegura que seus membros adquiram a experiência a organização do ensino e dos espaços-tempos na esco-
social historicamente acumulada e culturalmente organi- la, acreditamos que no atual momento histórico a estru-
zada. Os instrumentos cognitivos de natureza simbólica tura que de forma mais plena contempla este conjunto
e seus usos e os processos psicológicos superiores, de concepções é a organização por Ciclos de Formação,
formam parte desta experiência. As atividades educati- por isso o Ensino Fundamental será organizado em três
vas adotam diferentes modos de organização social, Ciclos.
segundo o volume e também o conteúdo concreto do
legado cultural. É uma prática em que se estabelece um Primeiro Ciclo: constituído de três anos, atendendo aos
diálogo entre agentes, educandos e educadores. educandos da faixa etária dos seis anos aos oito anos e
É importante lembrar aqui que as instituições escola- onze meses (aproximadamente).
res selecionam, organizam e divulgam determinados A base curricular, que se encontra anexo, terá como
significados sócio-culturais, normas e valores que pre- ponto de partida o educando em uma dimensão globali-
servam e/ou problematizam a relação de dominação zadora, ampliando e organizando as experiências rumo à
estabelecida na esfera do poder econômico. apropriação do conhecimento historicamente acumulado,
Desse modo, é preciso ver os envolvidos no processo numa perspectiva interdisciplinar.
curricular não apenas como sujeitos cognitivos, mas,
também como sujeitos sociais. Segundo Ciclo: constituído de três anos, atendendo aos
educandos da faixa etária dos nove anos aos onze me-
Nessa direção o currículo constitui-se não só nas ses (aproximadamente).
oportunidades que a escola provêm, mas, igualmente, A base curricular, neste ciclo, é desenvolvida na forma
no modo pelo qual o educando vive essas oportunidades, de grandes áreas do conhecimento, onde as diversas
25
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
formas de expressão, as ciências físicas e naturais, só- cionarão conforme a previsão descrita neste
cio-históricas e a educação matemática interagem no documento.
processo de construção e apropriação do conhecimento, • às áreas de conhecimento é garantida a pari-
a fim de possibilitar que o aluno se perceba enquanto dade de carga horária em todos os ciclos.
sujeito histórico-social. Bibliografia
CALDERHEAD, J. Teachers: beliefs and knowledge structures
Terceiro Ciclo: constituído de três anos, atendendo aos and comprehension processes. In: Calderhead, J.; Calfee, R. C.
(ed). Exploring teachers’ thinking. New York, Macmillan, 1996.
educandos da faixa etária dos doze aos quatorze anos e
p. 709-725.
onze meses (aproximadamente). A base curricular deste CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. Teacher’s Professional
ciclo é organizada por áreas e por relações pluri e inter- Knowledge Landscapes: Teacher-Stories - Stories of Teachers -
disciplinares. School Stories - Stories of Schools. Educational Researcher,
Diante desta organização, outras medidas tornaram-se v.25, n.3, 1996, p.24 - 30.
importantes, algumas das quais já anunciadas na pro- COLE, A.L. & KNOWLES, J.G. Teacher development partnership
posta político-educacional, e aqui retomadas. São elas: research: a focus on methods and issues. American Educational
Research Journal, 1993(30), 3, 473-495.
a) organizar-se-ão Turmas de Progressões, em todos os
FRANCHI, C. Linguagem: atividade constitutiva. Cadernos de
ciclos, visando a atender aos educandos com defasagem Estudos Lingüísticos. Campinas, (22) 9 -39, jan/jun.1992.
entre sua faixa etária e a escolaridade e servirão para GERALDI, J.W. Portos de Passagem. São Paulo: Martins Fon-
proceder à adaptação de estudos de educandos proveni- tes.1991.
entes de outras escolas ou daqueles que não possuírem KNOWLES, J.G., Cole, A.L. & Presswood, C.S. Through preserv-
escolaridade nenhuma. ice teachers’ eyes: experiences through narrative and inquiry.
New York, McMillan College Publishing Co., 1994.
Essas turmas terão uma organização de tempo-ano dife- MIZUKAMI, M.G.N., REALI, A.M.M.R., REYES, C.R., LIMA, E.F.,
MARTUCCI, E.M.,
rente da organização ano ciclo.
Isso significa que os/as alunos/as que estiverem nas
turmas de progressão poderão avançar para outra turma CONCEPÇÕES E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
em um nível de escolaridade mais complexa, a qualquer
momento, desde que apresentem condições de continuar AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA
normalmente sua socialização e estudos. PRÁTICA ESCOLAR BRASILEIRA E SEUS PRESSU-
Para tal, o coletivo do ciclo em que se encontra o/a alu- POSTOS DE APRENDIZAGEM
no/a deverá estar ciente e em concordância com sua
forma de progressão, conforme o sistema de avaliação. Sabe-se que a prática escolar está sujeita a condicionan-
Eis porque: tes de ordem sociopolítica que implicam diferentes con-
cepções de homem e de sociedade e, conseqüentemen-
• as turmas de progressões terão aproximadamente 20 te, diferentes pressupostos sobre o papel da escola e da
alunos/as, cada uma, independentemente do ciclo aprendizagem, inter alia. Assim, justifica-se o presente
em que se encontrará as turmas de progressão as- estudo, tendo em vista que o modo como os professores
sumem as características do Ciclo dentro do qual es- realizam o seu trabalho na escola tem a ver com esses
tão inseridas, tornando-se um espaço pedagógico pressupostos teóricos, explícita ou implicitamente.
não engessado oferecido aqueles/as alunos/as que Embora se reconheçam as dificuldades do estabeleci-
estão em defasagem na relação faixa etária e escola- mento de uma síntese dessas diferentes tendências
ridade. pedagógicas, cujas influências se refletem no ecletismo
• as turmas de progressão têm uma existência provisó- do ensino atual, emprega-se, neste estudo, a teoria de
ria, pois elas desaparecerão à medida em que nelas José Carlos Libâneo, que as classifica em dois grupos:
ocorrerem aprendizagens efetivas e os/as alunos/ as “liberais” e “progressistas”. No primeiro grupo, estão
dessas turmas passarem a freqüentar as turmas de incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada progres-
ano-ciclo correspondentes a sua faixa etária, escola- sivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No
ridade e socialização. segundo, a tendência “libertadora”, a “libertária” e a
“crítico-social dos conteúdos”.
b) prevê-se a oferta de medidas de Apoio Educativo e
Complementos Curriculares que, extrapolando as Ba- Justifica-se, também, este trabalho pelo fato de que
ses Curriculares, buscam contribuir para a igualdade novos avanços no campo da Psicologia da Aprendiza-
de oportunidades de acesso e progressão o escolar. gem, bem como a revalorização das idéias de psicólogos
Assim, o apoio educativo e os complementos curricu- interacionistas, como Piaget, Vygotsky e Wallon, e a
lares que se desenvolvem predominante-mente para autonomia da escola na construção de sua Proposta
além da carga horária letiva dos alunos e que são Pedagógica, a partir da LDB 9.394/96, exigem uma
normalmente optativos; no entanto, em alguns casos atualização constante do professor. Através do conheci-
estas atividades podem ser desenvolvidas dentro de mento dessas tendências pedagógicas e dos seus pres-
carga horária letiva. As atividades de apoio educativo supostos de aprendizagem, o professor terá condições
e complemento curricular têm dimensão formativa, de avaliar os fundamentos teóricos empregados na sua
lúdico-cultural, artística e tecnológica. Teremos as- prática em sala de aula.
sim:
• turmas organizadas para atividades de Com- No aspecto teórico-prático, ou seja, nas manifestações
plemento Curricular, formadas por alunos ori- na prática escolar das diversas tendências educacionais,
undos de diferentes turmas com aproximada- será dado ênfase ao ensino da Língua Portuguesa, con-
mente 25 alunos. siderando-se as diferentes concepções de linguagem que
• a existência de ações de apoio educativo a perpassam esses períodos do pensamento pedagógico
educandos com dificuldades de aprendizagem brasileiro.
e portadores de necessidades educativas espe-
cíficas através da atuação do coletivo de cada TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS
ciclo, dos laboratórios de aprendizagem e das
salas de integração e recursos (SIR) que fun- Segundo LIBÂNEO (1990), a pedagogia liberal sustenta
a idéia de que a escola tem por função preparar os indi-
26
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
víduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo mulador. Só é retido aquilo que se incorpora à atividade
com as aptidões individuais. Isso pressupõe que o indi- do aluno, através da descoberta pessoal; o que é incor-
víduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes porado passa a compor a estrutura cognitiva para ser
na sociedade de classe, através do desenvolvimento da empregado em novas situações. É a tomada de consci-
cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto cul- ência, segundo Piaget.
tural, as diferenças entre as classes sociais não são con-
sideradas, pois, embora a escola passe a difundir a idéia No ensino da língua, essas idéias escolanovistas não
de igualdade de oportunidades, não leva em conta a trouxeram maiores conseqüências, pois esbarraram na
desigualdade de condições. prática da tendência liberal tradicional.

TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA

Segundo esse quadro teórico, a tendência liberal tradici- Acentua-se, nessa tendência, o papel da escola na for-
onal se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, mação de atitudes, razão pela qual deve estar mais
de cultura geral. De acordo com essa escola tradicional, preocupada com os problemas psicológicos do que com
o aluno é educado para atingir sua plena realização os pedagógicos ou sociais. Todo o esforço deve visar a
através de seu próprio esforço. Sendo assim, as diferen- uma mudança dentro do indivíduo, ou seja, a uma ade-
ças de classe social não são consideradas e toda a práti- quação pessoal às solicitações do ambiente.
ca escolar não tem nenhuma relação com o cotidiano do Aprender é modificar suas próprias percepções. Apenas
aluno. se aprende o que estiver significativamente relacionado
com essas percepções. A retenção se dá pela relevância
Quanto aos pressupostos de aprendizagem, a idéia de do aprendido em relação ao “eu”, o que torna a avalia-
que o ensino consiste em repassar os conhecimentos ção escolar sem sentido, privilegiando-se a auto-
para o espírito da criança é acompanhada de outra: a de avaliação. Trata-se de um ensino centrado no aluno,
que a capacidade de assimilação da criança é idêntica à sendo o professor apenas um facilitador. No ensino da
do adulto, sem levar em conta as características próprias língua, tal como ocorreu com a corrente pragmatista, as
de cada idade. A criança é vista, assim, como um adulto idéias da escola renovada não-diretiva, embora muito
em miniatura, apenas menos desenvolvida. difundidas, encontraram, também, uma barreira na prá-
tica da tendência liberal tradicional.
No ensino da língua portuguesa, parte-se da concepção
que considera a linguagem como expressão do pensa- TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA
mento. Os seguidores dessa corrente lingüística, em
razão disso, preocupam-se com a organização lógica do A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da
pensamento, o que presume a necessidade de regras do ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-
bem falar e do bem escrever. Segundo essa concepção se diretamente com o sistema produtivo; para tanto,
de linguagem, a Gramática Tradicional ou Normativa se emprega a ciência da mudança de comportamento, ou
constitui no núcleo dessa visão do ensino da língua, pois seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse princi-
vê nessa gramática uma perspectiva de normatização pal é, portanto, produzir indivíduos “competentes” para
lingüística, tomando como modelo de norma culta as o mercado de trabalho, não se preocupando com as
obras dos nossos grandes escritores clássicos. Portanto, mudanças sociais.
saber gramática, teoria gramatical, é a garantia de se
chegar ao domínio da língua oral ou escrita. Conforme MATUI (1988), a escola tecnicista, baseada na
teoria de aprendizagem S-R, vê o aluno como depositá-
Assim, predomina, nessa tendência tradicional, o ensino rio passivo dos conhecimentos, que devem ser acumula-
da gramática pela gramática, com ênfase nos exercícios dos na mente através de associações. Skinner foi o ex-
repetitivos e de recapitulação da matéria, exigindo uma poente principal dessa corrente psicológica, também
atitude receptiva e mecânica do aluno. Os conteúdos são conhecida como behaviorista. Segundo RICHTER (2000),
organizados pelo professor, numa seqüência lógica, e a a visão behaviorista acredita que adquirimos uma língua
avaliação é realizada através de provas escritas e exer- por meio de imitação e formação de hábitos, por isso a
cícios de casa. ênfase na repetição, nos drills, na instrução programada,
para que o aluno for me “hábitos” do uso correto da
TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA linguagem.

Segundo essa perspectiva teórica de Libâneo, a tendên- A partir da Reforma do Ensino, com a Lei 5.692/71, que
cia liberal renovada (ou pragmatista) acentua o sentido implantou a escola tecnicista no Brasil, preponderaram
da cultura como desenvolvimento das aptidões individu- as influências do estruturalismo lingüístico e a concepção
ais. de linguagem como instrumento de comunicação. A
língua – como diz TRAVAGLIA (1998) – é vista como um
A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para código, ou seja, um conjunto de signos que se combi-
assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessi- nam segundo regras e que é capaz de transmitir uma
dades do educando ao meio social, por isso ela deve mensagem, informações de um emissor a um receptor.
imitar a vida. Se, na tendência liberal tradicional, a ati- Portanto, para os estruturalistas, saber a língua é, so-
vidade pedagógica estava centrada no professor, na bretudo, dominar o código.
escola renovada progressivista, defende-se a idéia de
“aprender fazendo”, portanto centrada no aluno, valori- No ensino da Língua Portuguesa, segundo essa concep-
zando as tentativas experimentais, a pesquisa, a desco- ção de linguagem, o trabalho com as estruturas lingüís-
berta, o estudo do meio natural e social, etc, levando em ticas, separadas do homem no seu contexto social, é
conta os interesses do aluno. visto como possibilidade de desenvolver a expressão oral
e escrita. A tendência tecnicista é, de certa forma, uma
Como pressupostos de aprendizagem, aprender se torna modernização da escola tradicional e, apesar das contri-
uma atividade de descoberta, é uma auto- buições teóricas do estruturalismo, não conseguiu supe-
aprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio esti- rar os equívocos apresentados pelo ensino da língua
27
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
centrado na gramática normativa. Em parte, esses pro- Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social
blemas ocorreram devido às dificuldades de o professor dos conteúdos, diferentemente da libertadora e libertá-
assimilar as novas teorias sobre o ensino da língua ma- ria, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto
terna. com as realidades sociais. A atuação da escola consiste
na preparação do aluno para o mundo adulto e suas
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio
da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma
Segundo Libâneo, a pedagogia progressista designa as participação organizada e ativa na democratização da
tendências que, partindo de uma análise crítica das rea- sociedade.
lidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades
sociopolíticas da educação. Na visão da pedagogia dos conteúdos, admite-se o prin-
cípio da aprendizagem significativa, partindo do que o
TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA aluno já sabe. A transferência da aprendizagem só se
realiza no momento da síntese, isto é, quando o aluno
As tendências progressistas libertadora e libertária têm, supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão
em comum, a defesa da autogestão pedagógica e o mais clara e unificadora.
antiautoritarismo. A escola libertadora, também conhe-
cida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educa- TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PÓS-LDB 9.394/96
ção à luta e organização de classe do oprimido. Segundo
GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
informativo, o ato de conhecimento na relação educati- de n.º 9.394/96, revalorizam-se as idéias de Piaget,
va, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, Vygotsky e Wallon. Um dos pontos em comum entre
ao lado e junto deste, não se elabora uma nova teoria esses psicólogos é o fato de serem interacionistas, por-
do conhecimento e se os oprimidos não podem adquirir que concebem o conhecimento como resultado da ação
uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita que se passa entre o sujeito e um objeto. De acordo
reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e com ARANHA (1998), o conhecimento não está, então,
apropriar-se de outros. no sujeito, como queriam os inatistas, nem no objeto,
como diziam os empiristas, mas resulta da interação
Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de classes, entre ambos.
o saber mais importante para o oprimido é a descoberta
da sua situação de oprimido, a condição para se libertar Para citar um exemplo no ensino da língua, segundo
da exploração política e econômica, através da elabora- essa perspectiva interacionista, a leitura como processo
ção da consciência crítica passo a passo com sua organi- permite a possibilidade de negociação de sentidos em
zação de classe. Por isso, a pedagogia libertadora ultra- sala de aula. O processo de leitura, portanto, não é cen-
passa os limites da pedagogia, situando-se também no trado no texto, ascendente, bottom-up, como queriam
campo da economia, da política e das ciências sociais, os empiristas, nem no receptor, descendente, top-down,
conforme Gadotti. segundo os inatistas, mas ascendente/descendente, ou
seja, a partir de uma negociação de sentido entre enun-
Como pressuposto de aprendizagem, a força motivadora ciador e receptor. Assim, nessa abordagem interacionis-
deve decorrer da codificação de uma situação-problema ta, o receptor é retirado da sua condição de mero objeto
que será analisada criticamente, envolvendo o exercício do sentido do texto, de alguém que estava ali para
da abstração, pelo qual se procura alcançar, por meio de decifrá-lo, decodificá-lo, como ocorria, tradicionalmente,
representações da realidade concreta, a razão de ser no ensino da leitura.
dos fatos. Assim, como afirma Libâneo, aprender é um
ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da As idéias desses psicólogos interacionistas vêm ao en-
situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se contro da concepção que considera a linguagem como
resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. forma de atuação sobre o homem e o mundo e das mo-
Portanto o conhecimento que o educando transfere re- dernas teorias sobre os estudos do texto, como a Lin-
presenta uma resposta à situação de opressão a que se güística Textual, a Análise do Discurso, a Semântica
chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica. Argumentativa e a Pragmática, entre outros.

No ensino da Leitura, Paulo Freire, numa entrevista, CONSIDERAÇÕES FINAIS


sintetiza sua idéia de dialogismo: “Eu vou ao texto cari-
nhosamente. De modo geral, simbolicamente, eu puxo De acordo com esse quadro teórico de José Carlos Libâ-
uma cadeira e convido o autor, não importa qual, a tra- neo, deduz-se que as tendências pedagógicas liberais,
var um diálogo comigo”. ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se
declararem neutras, nunca assumiram compromisso com
TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA as transformações da sociedade, embora, na prática,
A escola progressista libertária parte do pressuposto de procurassem legitimar a ordem econômica e social do
que somente o vivido pelo educando é incorporado e sistema capitalista. No ensino da língua, predominaram
utilizado em situações novas, por isso o saber sistemati- os métodos de base ora empirista, ora inatista, com
zado só terá relevância se for possível seu uso prático. A ensino da gramática tradicional, ou sob algumas as
ênfase na aprendizagem informal, via grupo, e a nega- influências teóricas do estruturalismo e do gerativismo,
ção de toda forma de repressão, visam a favorecer o a partir da Lei 5.692/71, da Reforma do Ensino.
desenvolvimento de pessoas mais livres. No ensino da
língua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição
além da negociação de sentidos na leitura. às liberais, têm em comum a análise crítica do sistema
capitalista. De base empirista (Paulo Freire se proclama-
TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS va um deles) e marxista (com as idéias de Gramsci),
CONTEÚDOS essas tendências, no ensino da língua, valorizam o texto
produzido pelo aluno, a partir do seu conhecimento de

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
mundo, assim como a possibilidade de negociação de zação da escola – embora a Academia e o Liceu não se
sentido na leitura. assimilassem com o modelo de escola contemporâneo.
Esses pensadores criaram suas escolas formais e manti-
A partir da LDB 9.394/96, principalmente com as difusão veram um método de ensino: Platão seguindo a tradição
das idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon, numa perspec- socrática priorizava o diálogo; Aristóteles se preocupava
tiva sócio-histórica, essas teorias buscam uma aproxi- com a pesquisa e seu método consistia em falar aos
mação com modernas correntes do ensino da língua que discípulos ouvintes em caminhadas pelos corredores e
consideram a linguagem como forma de atuação sobre o adjacências do Liceu – dá a denominação de escola peri-
homem e o mundo, ou seja, como processo de interação patética.
verbal, que constitui a sua realidade fundamental.
Fonte: Delcio B. Silva Podemos dizer que o método platônico renasceu com a
Bibliografia dialética das tendências pedagógicas de caráter progres-
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São sista, como sugeriu inicialmente D. Saviani e posterior-
Paulo: Editora Moderna, 1998.
COSTA, Marisa Vorraber et al. O Currículo nos Limiares do Con-
mente J. Carlos Libâneo ao propor duas grandes linhas
temporâneo. Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999. de pensamento pedagógico: a tendência liberal e a pro-
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São gressista. Podemos dizer que o chamado "Método Paulo
Paulo : Ática, 1988. Freire" é uma espécie de reedição dos diálogos socráti-
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São cos, como no-los apresenta Platão em a República, por
Paulo : Loyola, 1990. exemplo.
MATUI, Jiron. Construtivismo. São Paulo : Editora Moderna,
1998.
Por sua vez a metodologia aristotélica, que se universali-
RICHTER, Marcos Gustavo. Ensino do Português e Interativida-
de. Santa Maria: Editora da UFSM, 2000. zou com mais amplidão ao longo da Idade Média euro-
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação. São Paulo : péia, de onde chegou ao Brasil, deu origem à educação
Cortez, 1998. tradicional ou aquilo que o professor Libâneo denominou
de tendência liberal. As disputas que caracterizaram a
Da didática às tendências pedagógicas metodologia escolástica se fundamentaram não no diá-
logo socrático, mas na afirmação categórica do mestre,
Entre os elementos que contribuíram para a humaniza- como havia ensinado Aristóteles. Podemos dizer, portan-
ção e desenvolvimento do ser humano, podemos dizer to, que o método tradicional de ensino ou suas manifes-
que um de fundamental importância foi o processo de tações naquelas tendências que se Libâneo e também
transmissão dos conhecimentos acumulados. O homem Luckesi chamam de tendência liberal, não nascem com o
não se humanizou somente porque produziu conheci- capitalismo ou para lhe dar sustentação, mas nascem da
mentos, mas também porque soube transmiti-los. Desse metodologia aristotélica, da escolástica e, posteriormen-
ponto de vista tão importante quanto produzir conheci- te, sim, se sedimentou como metodologia educacional
mentos é seu processo de transmissão. Talvez por esse que pode ser usado como instrumento de manutenção
motivo, ao longo da história humana, o processo educa- da sociedade.
cional tenha recebido tanta atenção não só por parte de
quem está envolvido no processo de ensino e aprendiza- Isso não invalida a afirmação de que foi Comênius, com
gem, mas também por quem estuda esse processo. sua Didática Magna, que lançou o marco mais significati-
Assim a história da educação é um capítulo importante vo para a sistematização da didática. Também não se
não só para se saber o que já foi feito, mas também pode esquecer que Comênius produziu sua obra no sé-
para aprender, comparativamente, como agir mais efi- culo XVII. Estamos, portanto, dentro de um contexto
cazmente no presente. pós-medieval e dentro de um período humanista. Seu
ponto de partida é todo o movimento renascentista e de
Nos primeiros milênios da história humana o processo de modo específico a reforma religiosa.
transmissão de conhecimentos baseava-se na convivên-
cia. As crianças conviviam com os adultos e aprendiam O movimento renascentista lhe permitiu imprimir um
por imitação. Podemos dizer que nesse primeiro momen- caráter humanista em sua obra e, dentro desse movi-
to não havia muita preocupação com as técnicas de mento a reforma religiosa teve fundamental importância
ensinar, mas com a proximidade do grupo. Nesse con- sobre sua reflexão, uma vez que não a dissociou das
texto, se alguma técnica de ensino havia, ela consistia bases espiritualistas em que estava assentada a socie-
em motivar as crianças e jovens a imitar os mais velhos. dade na qual vivia. Daí e de sua formação teológica,
Do ponto de vista antropológico podemos dizer que os além de filosófica, é que desenvolve uma perspectiva
ritos de passagem são um capitulo à parte visto que não espiritualista em seu método. Por isso podemos dizer
se caracterizam como processo formal de educação, mas que embora tendo dado um passo à frente do seu tem-
como mecanismo cultural, específico de cada agrupa- po, não quebrou a sintonia com seus contemporâneos.
mento humano. E, podemos dizer, essa é uma característica importante
não só na didática proposta por Comenius, mas também
Da mesma forma que o ensino formal e a instituição de qualquer método de ensino que se preocupe, verda-
escolar surgem muitos milênios depois, a preocupação deiramente com o aprendizado. Dentro dessas perspec-
mais específica com o processo de ensino aparece so- tivas podemos dizer que a teorização piagetiana e cons-
mente mais tarde. Isso não significa que não tenha ha- trutivista podem ser mencionadas como exemplos de
vido processos formais de ensino, antes da escola ou metodologias que privilegiam o lugar e as condições do
antes da reflexão didática. Esse processo pode ser per- educando.
cebido entre os monges hindus ou budistas que se fazi-
am seguir por um séquito de discípulos; entre os primei- Podemos dizer, também, que um dos grandes méritos
ros pensadores e seus discípulos; os sofistas, e Sócra- de Comenius foi a sua preocupação em desenvolver o
tes, são exemplos típicos de processo educacional – ou que hoje chamamos de método de ensino. E como cada
de ensino – antes da institucionalização da escola como método está associado à ideologia que lhe dá sustenta-
a entendemos hoje e da reflexão sobre os métodos de ção podemos dizer que as diferentes tendências pedagó-
ensino. E, dentro desse ponto de vista, Platão e Aristóte- gicas se fundamentam na concepção de homem e de
les já se enquadram dentro de período da institucionali- sociedade que se pretende imprimir; e essa concepção
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
norteia a prática pedagógica em função da a formação Diversos pesquisadores propuseram teorias científicas
do homem. Assim é que se desenvolvem os diferentes para a modelagem do processo de aprendizagem huma-
métodos de ensino. Não porque se pensa em melhorar a no desde Pavlov a Skinner, Gagné, Piaget ou Vygotsky e
prática pedagógica, mas porque a partir da prática pe- Feurstein, incluindo ainda Ausubel, Bandura e Novack e
dagógica, numa perspectiva althusseriana, pode-se for- até o momento nenhuma conseguiu se impor como teo-
mar o homem e a sociedade dentro de modelos ideológi- ria definitiva, que englobe e explique todas as manifes-
cos específicos. tações do comportamento em situações de ensino-
aprendizagem (VASCONCELOS; ALMEIDA, 1988).
Podemos dizer que é desse ponto de vista que os pro-
fessores Saviani e Libâneo propõem a reflexão sobre as Conforme Pfromn Netto (1987) na Grécia antiga, Sócra-
tendências pedagógicas. Com base nisso, também, é tes, Platão e Aristóteles figuraram entre os pensadores
que se entende a distinção das Tendências Pedagógicas que nos legaram considerações importantes sobre
em Liberal e Progressista. Cada uma delas com as suas aprendizagem e ensino. De acordo com Platão, a verda-
ramificações e com a especificação do papel da escola, deira aprendizagem começa com um estado de perplexi-
os conteúdos e os métodos de ação específicos. dade ou espanto, que impele a pessoa ao esforço de
elevação do conhecimento. Platão é o primeiro pensador
Durante muito tempo a prática pedagógica não se alte- a distinguir entre dois tipos de associação de idéias: por
rou, mantendo-se afinada com aquilo que se popularizou similaridade e por contiguidade. Seu princípio fundamen-
como escola tradicional, dentro da tendência "liberal tal sobre aprendizagem humana está baseado na afir-
tradicional". Essa tendência recebeu inovações e se re- mação de que cada um é responsável por sua própria
definiu como tendência renovada progressivista, e com o aprendizagem.
aparecimento do movimento escola novista, foi denomi- Como afirma Cornachione Júnior (2004, p. 96) Em fun-
nada de tendência renovada não-diretiva. A mesma ção de fatores como tipo de instrução, de professores,
perspectiva ou tendência liberal, a partir dos anos da de assunto, ou mesmo traços dos alunos, suas perspec-
década de 1960 recebeu o incremento tecnicista, oriun- tivas e conhecimentos prévios, a combinação perfeita
do, em parte da filosofia positivista, tão a gosto do go- para a construção de um processo de ensino-
verno militar. aprendizagem pode ser diferente.

Da mesma forma que se desenvolveram tendências Para dar início à discussão sobre ensino e aprendizagem,
alinhadas ao capital, por isso tendência liberal, o desen- primeiramente se faz necessário entender melhor como
volvimento e popularização da análise marxista da soci- ocorre o processo de ensino-aprendizagem.
edade possibilitou o desenvolvimento da tendência pro-
gressista. Podemos dizer que, além dessa base materia- O processo de ensino-aprendizagem
lista (histórico e dialético) a tendência progressista se O processo de ensino-aprendizagem existe pela união
desenvolve a partir de movimentos populares e se rami- entre partes do ambiente educacional: instituição (su-
fica em três correntes: a tendência progressista liberta- porte), professor (especialista), aluno (aprendiz) e tema
dora, a libertária e a crítico-social dos conteúdos. (currículo).
Hoje não se pode dizer que nenhuma dessas tendências De acordo com Santos (2003) o processo ensino-
e correntes sobreviva sozinha ou isoladamente na práti- aprendizagem é composto de duas partes. Ensinar, que
ca pedagógica. O que podemos observar na prática coti- exprime uma atividade, e aprender, que envolve certo
diana das escolas e dos professores é a mistura de ten- grau de realização de uma determinada tarefa com êxi-
dências e posturas. Elas não se apresentam puras nas to.
práticas pedagógicas, mas formando uma mistura for-
mando o que é nosso sistema educacional. Misturando- Cada aluno aplica a sua faculdade de aprender de ma-
se não de forma dialética, pois assim teríamos um avan- neira pessoal, orientado pelo seu estilo de aprendiza-
ça qualitativo, mas de forma eclética de modo que cada gem. Do mesmo modo, existe um sistema de orientação
um recolhe aquilo que lhe aprece conveniente. do ensino que corresponde ao estilo do professor em
Fonte: Neri P. Carneiro - Mestrado em Educação, especialização relação à sua prática pedagógica. A partir da sintonia
em Educação, em Teologia, graduação em Filosofia, Teologia, dos estilos de professores e alunos, a aprendizagem será
História. Prof. de História e Filosofia; Filosofia e Ética. construída em condições mais ou menos favoráveis. Para
ARAÚJO Denise Silva, A construção do consenso nos anos 1990
e os organismos internacionais
Bloom (1983), todos os alunos tornam-se bastante se-
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São melhantes em relação à capacidade de aprender, ao
Paulo : Loyola, 1990. ritmo de aprendizagem e à motivação, quando lhes são
LUCKESI, Copriano C. Filosofia da Educação. 2 ed. São Paulo: propiciadas condições adequadas para que tal se concre-
Cortez, 2001 tize.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 31 ed. Campinas:
Autores Associados, 1997. A educação hoje deixa de focar no ensino para concen-
SILVA Delcio Barros da - As Principais Tendências Pedagógicas
trar-se especificamente na aprendizagem. Para melhorar
na Prática Escolar
a aprendizagem, é necessário conhecer como os alunos
aprendem e, desta forma, propor soluções para melho-
MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM rar a relação ensinoaprendizagem.

Mediação de Feuerstein
A Mediação da aprendizagem é uma ferramenta impor- A mediação pedagógica pode ser apresentada como uma
tante em todo contexto cujo objetivo essencial seja a forma capaz de dar apoio a uma aprendizagem efetiva.
ação de ensinar e de aprender. Desta forma podemos dizer que toda mediação da
A complexidade do processo de ensino e de aprendiza- aprendizagem deve considerar a presença de três ele-
gem exige metodologias eficazes que auxiliem o media- mentos: o docente, o aluno e a situação criada pela
dor a exercer a sua função principal que consiste em interação entre eles.
mediar habili. Assim, A mediação é um tipo especial de interação entre
alguém que ensina (o mediador) e alguém que aprende
(o mediado). Essa interação deve ser caracterizada por
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
uma interposição intencional e planejada do mediador acompanhamento do trabalho que poderá ajudar na
que age entre as fontes externas de estímulo e o apren- avaliação e no replanejamento da ação educativa.
diz. (MEIER; GARCIA, 2007). No que se refere à avaliação formativa, deve-se ter em
conta que não se trata de avaliar a criança, mas sim as
Para Feuerstein os critérios de mediação que estão pre- situações de aprendizagem que foram oferecidas. Isso
sentes na interação docente-aluno são: intencionalidade, significa dizer que a expectativa em relação à aprendi-
reciprocidade, transcendência e significado. (SENAI/DN, zagem da criança deve estar sempre vinculada às opor-
2009). tunidades e experiências que foram oferecidas a ela.
Assim, pode-se esperar, por exemplo, que a criança
Intencionalidade e reciprocidade são essenciais para a identifique seus colegas pelo nome apenas se foi dado a
concretização da aprendizagem mediada. A intencionali- ela oportunidade para que pudesse conhecer o nome de
dade pressupõe que o mediador se comunique com o todos e pudesse perceber que isso, além de ser algo
mediado, isto é, que esteja a fim de aproximar-se do importante e valorizado, tem uma função real.
mediado e ajudá-lo a entender o que está sendo apren-
dido. A reciprocidade acontece pelo fato de o mediador e No que se refere à formação da identidade e ao desen-
o mediado interagirem essa intenção. Intencionalidade e volvimento progressivo da independência e autonomia,
reciprocidade devem estar sempre associadas. são apontadas aqui aprendizagens prioritárias para cri-
anças até os três anos de idade: reconhecer o próprio
A transcendência se dá quando o mediador cria, com o nome, o nome de algumas crianças de seu grupo e dos
uso de perguntas, condições para que o mediado gene- adultos responsáveis por ele e valorizar algumas de suas
ralize o que foi aprendido para as situações do dia a dia conquistas pessoais.
e do trabalho e relacione a aprendizagem atual com suas
aprendizagens anteriores e com possíveis situações futu- Para que a criança possa compreender seu próprio nome
ras. e o das outras pessoas como uma forma de identifica-
O significado consiste em despertar no aluno o interesse ção, é necessário que os adultos e as outras crianças
pela tarefa em si, pela busca do porquê da tarefa. utilizem o nome próprio de cada um com esse fim. As-
Desta forma, A mediação da busca de uma alternativa sim, chamar as crianças sempre pelo nome e facilitar
otimista promove um comportamento totalmente dife- que elas se chamem, entre si, pelo nome próprio sempre
rente: reexaminar a situação problemática e procurar que isso for desejável, em vez de apelidos depreciativos
pistas que possam ter escapado à nossa atenção, recor- ou pronomes que diluem a identidade, como “ele” ou
rer a informações adicionais, pesquisar experiências “ela”, bem como utilizar o nome para identificar perten-
passadas relevantes, estabelecer comparações, utilizar o ces pessoais, são algumas das condições necessárias
raciocínio hipotético e demais processos mentais que para que essa aprendizagem ocorra. Da mesma forma, é
desenvolvam o funcionamento cognitivo ( SOUZA, importante que as crianças saibam o nome do professor.
2004).
A valorização das suas conquistas pessoais, sejam elas
Índice de Estilos de Aprendizagem de Felder- comer sem ajuda, conhecer o nome de todos, cantar
Soloman uma música, fazer um desenho etc. pode ser uma atitu-
O Índice de Estilos de Aprendizagem (Index of Learning de esperada das crianças desde que tenha havido condi-
Styles – ILS) é um instrumento desenvolvido por Ri- ções para que elas próprias avaliem de forma positiva
chard M. Felder e Barbara A. Soloman na Universidade suas ações e, da mesma forma, recebam uma avaliação
Estadual da Carolina do Norte para determinar as prefe- positiva delas. O professor pode ajudar as crianças a
rências de aprendizagem em quatro dimensões do Mo- perceberem seu desenvolvimento e promover situações
delo de Felder-Silverman (1988). Esse instrumento não que favoreçam satisfazer-se com suas ações. Uma ex-
contempla a dimensão (indutivo / dedutivo) do modelo. pressão de aprovação diante de novas conquistas é uma
O ILS abrange em cada uma das quatro dimensões, dois das ações que pode ajudar as crianças a valorizarem
estilos opostos de aprendizagem: ativo ou reflexivo, suas conquistas.
sensorial ou intuitivo, visual ou verbal e sequencial ou
global. As respostas às questões do instrumento forne- Uma conversa mostrando-lhes como faziam “antes” e
cem, para cada uma das quatro dimensões, dois escores como já conseguem fazer “agora” se configura num
que correspondem aos dois estilos abrangidos pela di- momento importante de avaliação para as crianças.
mensão. A diferença entre os dois escores indica qual é, A partir dos três e até os seis anos, pode-se esperar que
dentre os dois estilos, aquele que é predominante ou as crianças manifestem suas preferências, seus desejos
preferido pelo respondente.dades e competências. e desagrados, que demonstrem o desejo de independên-
Transmitir conhecimentos e ensinar procedimentos não cia em relação aos adultos no que se refere às ações
são suficientes para assegurar que o aprendiz torne-se cotidianas.
um indivíduo autônomo, capaz de transcender e re-
utilizar aprendizagens em diferentes contextos. Para que as crianças possam manifestar suas preferên-
O mundo atual exige indivíduos capazes de recriar suas cias, seus desejos e desagrados é necessário que elas
aprendizagens e de se adaptar às constantes mudanças. percebam que tais manifestações são recebidas e leva-
Por conseqüência, as instituições de ensino precisam das em consideração. Uma criança que percebe que suas
renovar sua forma de compreender e de atuar diante colocações, sejam elas expressas verbalmente ou de
desta nova realidade. outra forma, são desconsideradas, tende a desistir de
fazê-lo e acreditar que suas tentativas são inócuas. Isso
AVALIAÇÃO não significa dizer que todas as queixas e desejos das
crianças devam ser satisfeitos, mas sim que devem ser
A observação das formas de expressão das crianças, de ouvidos e sempre respondidos. Se não há possibilidade
suas capacidades de concentração e envolvimento nas de atendê-los, é uma boa atitude deixar isso claro para a
atividades, de satisfação com sua própria produção e criança e explicitar a razão da negativa.
com suas pequenas conquistas é um instrumento de Para que as crianças possam se tornar cada vez mais
independentes do adulto, é necessário que elas tenham
tido a chance de comprovar que são capazes. Isso pode
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ser facilitado tanto por meio de experiências concretas, I – assumir um caráter processual, formativo e partici-
em que elas experimentam agir sem ajuda, como tam- pativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica, com vis-
bém por meio de estímulos diante das tentativas feitas. tas a:
a) identificar potencialidades e dificuldades de aprendi-
Algumas constatações que parecem óbvias aos adultos zagem e detectar problemas de ensino;
— como dizer “você já está conseguindo amarrar os b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e
cadarços do seu sapato sozinho” — para as crianças abordagens de acordo com as necessidades dos alunos,
muitas vezes possuem uma importância grande, pois criar condições de intervir de modo imediato e a mais
representam uma avaliação sobre sua competência, longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o
confirmando-lhes sua independência e reforçando sua trabalho docente;
auto-estima. Uma vez que tenham tido a possibilidade c) manter a família informada sobre o desempenho dos
de arriscar e experimentar sua capacidade de realizar alunos;
ações sem ajuda, pode-se, então, esperar que elas ma- d) reconhecer o direito do aluno e da família de discutir
nifestem cada vez mais o desejo de ser independentes os resultados de avaliação, inclusive em instâncias supe-
do adulto. riores à escola, revendo procedimentos sempre que as
reivindicações forem procedentes.
Ainda no que se refere à observação das crianças, algu- II – utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais
mas de suas manifestações podem sinalizar desconforto, como a observação, o registro descritivo e reflexivo, os
e devem ser compreendidas e considerados pelo profes- trabalhos individuais e coletivos, os portfólios, exercí-
sor no planejamento de suas ações. cios, provas, questionários, dentre outros, tendo em
O choro infantil é uma delas. Na relação com cada crian- conta a sua adequação à faixa etária e às características
ça, o professor vai percebendo o significado do choro em de desenvolvimento do educando;
cada situação, atendendo a criança quando ela sinalizar III – fazer prevalecer os aspectos qualitativos da apren-
alguma necessidade que, para ser suprida, requer a dizagem do aluno sobre os quantitativos, bem como os
mediação do adulto. Dependendo de sua intensidade, o resultados ao longo do período sobre os de eventuais
choro pode, mais do que mobilizar, irritar o adulto, dei- provas finais, tal com determina a alínea “a” do inciso V
xando-o num estado de tensão que acaba por dificultar o do Art. 24 da Lei nº 9.394/96;
encaminhamento da situação. O esforço para compreen- IV – assegurar tempos e espaços diversos para que os
der as necessidades expressas pelas crianças, bem como alunos com menor rendimento tenham condições de ser
suas reações, auxilia o professor a manter a calma ne- devidamente atendidos ao longo do ano letivo;
cessária para encontrar formas de resolver a situação. V – prover, obrigatoriamente, períodos de recuperação,
Destacam-se, ainda, duas situações relacionadas ao de preferência paralelos ao período letivo, como deter-
processo de construção da identidade que merecem mina a Lei nº 9.394/96;
atenção especial do professor e de outros profissionais VI – assegurar tempos e espaços de reposição dos con-
da instituição, por estarem relacionadas diretamente teúdos curriculares, ao longo do ano letivo, aos alunos
com a auto-estima. com frequência insuficiente, evitando, sempre que pos-
sível, a retenção por faltas;
Uma delas refere-se a algumas crianças que podem VII – possibilitar a aceleração de estudos para os alunos
manifestar falta de confiança em si próprias ou exibir com defasagem idade-série.
atitudes de autodesvalorização. Para o planejamento das
ações a serem realizadas, será necessária uma observa- Art. 33 Os procedimentos de avaliação adotados pelos
ção cuidadosa das crianças em questão, buscando com- professores e pela escola serão articulados às avaliações
preender as situações que contribuem para esse senti- realizadas em nível nacional e às congêneres nos dife-
mento. A valorização de suas competências e caracterís- rentes Estados e Municípios, criadas com o objetivo de
ticas positivas é uma orientação que pode ser útil para subsidiar os sistemas de ensino e as escolas nos esfor-
que se reverta esse quadro. ços de melhoria da qualidade da educação e da aprendi-
zagem dos alunos.
A outra diz respeito a manifestações de preconceitos e § 1º A análise do rendimento dos alunos com base nos
discriminações dirigidas a algumas crianças. Essas situa- indicadores produzidos por essas avaliações deve auxili-
ções devem ser alvo de reflexão dos educadores para ar os sistemas de ensino e a comunidade escolar a redi-
que avaliem sua prática e a da instituição. Além do diá- mensionarem as práticas educativas com vistas ao al-
logo, pode-se planejar a realização de projetos específi- cance de melhores resultados.
cos, em que a questão-alvo de preconceito seja traba- § 2º A avaliação externa do rendimento dos alunos refe-
lhada com as crianças. re-se apenas a uma parcela restrita do que é trabalhado
Para que as observações não se percam e possam ser nas escolas, de sorte que as referências para o currículo
utilizadas como instrumento de trabalho, é necessário devem continuar sendo as contidas nas propostas políti-
que sejam registradas co-pedagógicas das escolas, articuladas às orientações e
Fonte: Ministério da Educação e do Desporto Brasil propostas curriculares dos sistemas, sem reduzir os seus
............................................................................... propósitos ao que é avaliado pelos testes de larga esca-
....................................... la.
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 07/2010, DE
14/12/2010 Art. 34 Os sistemas, as redes de ensino e os projetos
político-pedagógicos das escolas devem expressar com
Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensi- clareza o que é esperado dos alunos em relação à sua
no Fundamental aprendizagem.
AVALIAÇÃO: PARTE INTEGRANTE DO CURRÍCULO
Art. 35 Os resultados de aprendizagem dos alunos de-
Art. 32 A avaliação dos alunos, a ser realizada pelos vem ser aliados à avaliação das escolas e de seus pro-
professores e pela escola como parte integrante da pro- fessores, tendo em conta os parâmetros de referência
posta curricular e da implementação do currículo, é re- dos insumos básicos necessários à educação de qualida-
dimensionadora da ação pedagógica e deve: de para todos nesta etapa da educação e respectivo
custo aluno-qualidade inicial (CAQi), consideradas inclu-
32
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
sive as suas modalidades e as formas diferenciadas de Vários trabalhos têm enfatizado as instâncias em que
atendimento como a Educação do Campo, a Educação se produzem diferenças e identidades culturais na escola
Escolar Indígena, a Educação Escolar Quilombola e as e no currículo. Luiz Henrique Sacchi dos Santos (1998)
escolas de tempo integral. discute como aspectos vinculados à noções de raça in-
Parágrafo único. A melhoria dos resultados de aprendi- terferem e modulam percepções que se constroem acer-
zagem dos alunos e da qualidade da educação obriga: ca do corpo nas aulas de Ciências. O trabalho de Ana
I – os sistemas de ensino a incrementarem os dispositi- Célia da Silva (1995) retorna a análise dos livros didáti-
vos da carreira e de condições de exercício e valorização cos e problematiza as formas pelas quais os negros/as
do magistério e dos demais profissionais da educação e são posicionados/as como diferentes e inferiores em
a oferecerem os recursos e apoios que demandam as textos e gravuras de diversas disciplinas, nas séries
escolas e seus profissionais para melhorar a sua atua- iniciais. Também nessa linha, M. Cristina Soares de Gou-
ção; veia (1997) explora a obra literária de Monteiro Lobato,
II – as escolas a uma apreciação mais ampla das opor- discutindo as imagens do negro que são produzidas na
tunidades educativas por elas oferecidas aos educandos, literatura infantil. O trabalho de Nélio Bisso (1996) ex-
reforçando a sua responsabilidade de propiciar renova- plora diferentes situações em que determinados padrões
das oportunidades e incentivos aos que delas mais ne- (biológicos) de medida, como o QI por exemplo, toman-
cessitem. do como referência crianças brancas de classe média
urbana, contribuíram para posicionar crianças negras
africanas como sendo menos inteligentes e capazes.
CURRÍCULO
Inúmeros outros estudos que focalizam as disciplinas
No campo da educação, o currículo se constitui como de Estudos Sociais e História, mostram como as noções
sendo um dos elementos centrais em torno do qual gi- de “colonizar para civilizar” ou “colonizar para cristiani-
ram esses debates acerca da escola e de seu significado zar: se constroem, tomando como referência o homem
social. Tomaz Tadeu Silva, quando define currículo, diz europeu, branco e cristão, a partir do qual gru-
sendo o núcleo que corporifica o conjunto de todas as pos/populações humanas, supostamente postadas como
experiências cognitivas e afetivas proporcionadas às/ os iguais nos pensamentos religioso e liberal, acabam no-
estudantes no decorrer do processo de educação esco- meadas, organizadas e valoradas como diferentes.
lar, podemos tratá-lo como sendo um espaço conflituoso
e ativo de produção cultural; um espaço que, no contex- Ainda Meyer diz que estes estudos permitem perce-
to do referencial teórico se localiza no “exato ponto de ber algumas das formas pelas quais pertencimentos e
intersecção entre poder e representação” e constitui, por exclusões, bem como fronteiras raciais e étnicas vão
isso mesmo, “um local de produção da identidade e da sendo produzidas no interior de nossos currículos e de
alteridade.” (Silva 1997, p. 36) nossas práticas pedagógicas, com os diferentes sujeitos
e grupos sociais que ali interagem, se representam e são
(MEYER): “E como é que estas experiências que con- representados. Tomar a cultura como sendo um campo
figuram o espaço escolar produzem, ajudam a manter de contestação e conflito, permeando por relações de
ou “borram” fronteiras e posições sociais de raça, etnia poder e, portanto, um campo em que se constroem
ou nação? Como elas se envolvem com a produção de diferenças e desigualdades e o currículo como sendo um
diferenças/identidades culturais? dos espaços em que a produção cultural se faz, implica
em questionar os saberes e práticas que produzimos,
Não teremos muitas dificuldades para identificar no selecionamos e implementamos de forma a reconhecer o
currículo escolar oficial uma variedade de “conteúdos e sexismo, o racismo e a discriminação que eles não só
práticas explicitamente voltados à produção de uma veiculam, mas constroem e ajudam a manter. Implica
determinada identidade nacional por exemplo, mas é um em procurar compreender quem tem a autoridade para
pouco mais difícil afirmar o mesmo, no que se refere à dizer o que, de quem, a quem, em que circunstâncias.
raça e etnia. Se considerarmos que a concepção de cur- Implica, sobretudo, numa reflexão acerca de nosso pró-
rículo com que trabalho aqui envolve muito mais do que prio envolvimento em processos em que diferenças são
o que se proclama como sendo o currículo oficial, as nomeadas e transformadas em desigualdades sociais e
respostas a essas perguntas ficam ainda bem mais com- políticas”. (p.378)
plexas.
Por outro lado, visão do multiculturalismo crítico, ma
Isso quer dizer que é preciso aprender a reconhecer pedagogia informada pelo pós=modernismo de resistên-
que aprendizagens são essas que fazemos na escola, cia sugere que os educadores e trabalhadores culturais
mas também os espaços e as formas pelas quais elas se assumam a questão da “diferença” de maneira que não
fazem. Veremos, então, que elas estão incorporados nas repita o essencialismo monocultural dos “centrismos” –
diferentes linguagens que informam e constituem as anglocentrismo, eurocentrismo, falocentrismo, afrocen-
práticas pedagógicas formais e informais que desenvol- trismo, androcentrismo, assim por diante. Eles precisam
vemos cotidianamente e que já nem questionamos mais; criar uma política de construção de alianças, de sonha-
que elas podem estar atravessando os conteúdos de rem juntos, de solidariedade que avance para além de
diferentes disciplinas que compõem o currículo forma; posturas condescendentes (como, por exemplo, “a se-
que elas podem estar imbricadas na literatura que sele- mana das raças”), que na verdade servem para manter
cionamos, nas revistas que colocamos a disposição formas de racismo institucionalizado intacto. Precisamos
dos/as estudantes para pesquisa e recortes, nos filmes lutar não uma solidariedade centrada em torno de impe-
que passamos e no material escolar que indicamos para rativos de mercado, mas sim por uma solidariedade que
consumo; ela se fazem, de forma importante, nos pro- se desenvolva a partir dos imperativos da libertação,
cessos de avaliação que implementamos nas normas democracia e cidadania crítica. (MCLAREN, Peter. IN:
disciplinares que organizam o funcionamento do espaço Multiculturalismo Crítico).
escolar, nos comportamentos que incentivamos e repri- Os homens e mulheres constituem-se enquanto tal
mimos no vestuário que permitimos e que proibimos... e na sua relação com os outros. Aparecem como membros
em muito daquilo que silenciamos”. (p. 377) de uma espécie biológica que só se desenvolve no inte-
rior de um grupo cultural. Assim, nascem só como um
33
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
organismo biológico, têm também um nascimento social, cácia; serve para situações de crise e em que a proposta
e nesse sentido GRAMSCI (1988) coloca que a consciên- é detransformação, em médio prazo e/ou longo prazo.
cia não é algo individual, mas resultado da mediação "Tem o plano e o programacomo expressão maior"
com o social, da qual faz parte, e das relações e inter- (GANDIN, 1994, p. 55).8. No Planejamento Operacional,
relações aí existentes; disso podemos dizer que toda a preocupação é responder as perguntas"o quê", "como"
situação pedagógica pressupõe a compreensão dos sig- e "com quê", tratando prioritariamente dos meios. Abar-
nificados sócio-culturais de cada prática no conjunto das ca cadaaspecto isoladamente e enfatiza a técnica, os
condições de existência em que ocorrem. FORQUINI diz: instrumentos, centralizando-sena eficiência e na busca
da manutenção do funcionamento. Tem suaexpressão
“os pais não deram a vida a seus filhos, eles ao nos programas e, mais especificamente, nos projetos,
mesmo tempo, introduziram-nos em um mundo, sendosobretudo tarefa de administradores, onde a ênfa-
educando-os, eles assumem a responsabilidade da se é o presente, momento deexecução para solucionar
vida e do desenvolvimento da criança, mas tam- problemas (idem.).
bém, a da continuidade do mundo” (1993, p. 13).
Projeto Pedagógico, segundo Vasconcellos (1995)
E a cultura que fornece aos indivíduos os sistemas de
simbólicos que se interpõem entre o “sujeito e o fenô- Para Veiga (2001, p. 11) o projeto pedagógico deve
meno-objeto” e por meio deles o universo de significa- apresentar as seguintescaracterísticas:
ções e representações da realidade é construído e orde-
nado em conceitos e categorias. a) "ser processo participativo de decisões;
b) preocupar-se em instaurar uma forma de organização
Se o currículo – como se costuma afirmar – é uma de trabalhopedagógico que desvele os conflitos e as
seleção da cultura, trata-se, entretanto, de uma cultura contradições;
suí generís, uma versão particular da cultura; não ape- c) explicitar princípios baseados na autonomia da escola,
nas pelo fato de ser uma seleção com determinados na solidariedadeentre os agentes educativos e no estí-
critérios, como as definições mais comuns costumam mulo à participação de todos no projetocomum e coleti-
inteirar, mas pelo formato que adotam. vo;
d) conter opções explícitas na direção de superar pro-
Cultura, na linguagem comum significa aquela pessoa blemas no decorrer dotrabalho educativo voltado para
que tem boa educação, que possui acúmulo de conheci- uma realidade específica;
mentos, que freqüenta uma boa escola, enfim de uma e) explicitar o compromisso com a formação do cidadão.
maneira geral possui bons conhecimentos. f) nascer da própria realidade , tendo como suporte a
explicitação dascausas dos problemas e das situações
Cultura, na verdade possui um conceito bem mais nas quais tais problemas aparecem;
amplo que simplesmente se pensa, CULTURA é o amplo g) ser exeqüível e prever as condições necessárias ao
conjunto de reconhecimentos e realizações que o ser desenvolvimento e àavaliação;
humano, vivendo em sociedade, adquire e compartilha h) ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a
com seu grupo social. realidade daescola;
i) ser construído continuamente, pois como produto, é
Didática e Curriculo também processo".3.

Planejamento Curricular é o "processo de tomada de Projeto Político-Pedagógico da escola precisa ser enten-
decisões sobre adinâmica da ação escolar. É previsão dido como umamaneira de situar-se num horizonte de
sistemática e ordenada de toda a vidaescolar do aluno". possibilidades, a partir de respostas aperguntas tais
Portanto, essa modalidade de planejar constitui umins- como: "que educação se quer, que tipo de cidadão se
trumento que orienta a ação educativa na escola, pois a deseja epara que projeto de sociedade?" (GADOTTI,
preocupação é coma proposta geral das experiências de 1994, P. 42).
aprendizagem que a escola deve oferecerao estudante, Dissociar a tarefapedagógica do aspecto político é difícil,
através dos diversos componentes curricula- visto que o "educador é políticoenquanto educador, e o
res(VASCONCELLOS, 1995, p. 56).5. Planejamento de político é educador pelo próprio fato de ser políti-
Ensino é o processo de decisão sobre atuação concreta- co"(GADOTTI, FREIRE, GUIMARÃES, 2000, pp. 25-26).
dos professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógi- Falar da construção do projeto pedagógico é falar de
co, envolvendo asações e situações, em constante inte- planejamento nocontexto de um processo participativo,
rações entre professor e alunos e entre ospróprios alu- onde o passo inicial é a elaboração domarco referencial,
nos (PADILHA, 2001, p. 33). sendo este a luz que deverá iluminar o fazer das demais
é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar
Na opinião de Sant'Anna et al (1995,p. 19), esse nível a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de
de planejamento trata do "processo de tomada de deci- uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica
sõesbem informadas que visem à racionalização das e, o que é essencial,participativa. É uma metodologia de
atividades do professor e doaluno, na situação de ensi- trabalho que possibilita re- significar a ação de todos os
no-aprendizagem".6. Planejamento Escolar é o planeja- agentes da instituição
mento global da escola, envolvendo oprocesso de refle-
xão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e Programa é
aproposta pedagógica da instituição. "É um processo de
racionalização,organização e coordenação da ação do- 1. Padilha (2001), citando Bierrenbach, explica que um
cente, articulando a atividade escolar ea problemática do programa é"constituído de um ou mais projetos de de-
contexto social" (LIBÂNEO, 1992, p. 221).7. terminados órgãos ou setores, numperíodo de tempo
definido" (p. 42). Gandin (1995) complementa dizendo
Planejamento Político-Social tem como preocupação que oprograma, dentro de um plano, é o espaço onde
fundamentalresponder as questões "para quê", "para são registradas as propostasde ação do planejador, vi-
quem" e também com "o quê". Apreocupação central é sando a aproximar a realidade existente da realidadede-
definir fins, buscar conceber visões globalizantes e deefi- sejada. Desse modo, na elaboração de um programa é
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
necessárioconsiderar quatro dimensões: "a das ações Com diz Libâneo (2001), a participação é fundamental
concretas a realizar, a dasorientações para toda a ação por garantir a gestãodemocrática da escola, pois é assim
(atitudes, comportamentos), a das determinaçõesgerais que todos os envolvidos no processoeducacional da insti-
e a das atividades permanentes" (GANDIN, 1993, p. 36 tuição estarão presentes, tanto nas decisões e constru-
e 1995, p. 104). çõesde propostas (planos, programas, projetos, ações,
eventos) como no processode implementação, acompa-
Construindo um Conceito de Participação nhamento e avaliação.

A preocupação com a melhoria da qualidade da Educa- Finalizando, cabe perguntar:como estamos trabalhando,
ção levantou anecessidade de descentralização e demo- no sentido do desenvolvimento de gruposoperativos,
cratização da gestão escolar e,consequentemente, parti- onde cada sujeito, com sua subjetividade, possa contri-
cipação tornou-se um conceito nuclear. Como apon- buir nareconstrução de uma escola de que precisamos?
taLück et al. (1998), "o entendimento do conceito de REFERÊNCIAS
gestão já pressupõe, em si,a idéia de participação, isto BENINCÁ, E. As origens do planejamento participativo no Brasil.
é, do trabalho associado de pessoas analisandositua- AEC, n. 26, jul./set. 1995.GADOTTI, M.; FREIRE, P.; GUIMA-
RÃES, S.
ções, decidindo sobre seu encaminhamento e agir sobre Pedagogia: diálogo e conflito. 5.ed. São Paulo: Cortez,
elas em conjunto"(p.15). 2000.GANDIN, D.
A prática do planejamento participativo. 2.ed. Petrópolis:Vozes,
De acordo com a etimologia da palavra, participação 1994. _________.
origina-se do latim"participatio" (pars + in + actio) que Planejamento como prática educativa. 7.ed. São Paulo: Loyo-
significa ter parte na ação. Para ter parte naação é ne- la,1994. _________.
cessário ter acesso ao agir e às decisões que orientam o Posição do planejamento participativo entre as ferramentas
deintervenção na realidade.
agir."Executar uma ação não significa ter parte, ou seja,
Currículo sem Fronteira, v.1, n. 1, jan./jun., 2001,pp. 81-
responsabilidade sobre a ação. 95.LIBÂNEO, J. C.
E só será sujeito da ação quem puder decidir sobre ela" Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed.Goiânia:
(BENINCÁ,1995, p. 14). Para Lück et al. (1998) a parti- Editora alternativa, 2001
cipação tem como característicafundamental a força de
atuação consciente, pela qual os membros de umauni-
dade social (de um grupo, de uma equipe) reconhecem SEXUALIDADE
e assumem seupoder de exercer influência na determi-
nação da dinâmica, da cultura daunidade social, a partir
A sexualidade tem grande importância no desenvolvi-
da competência e vontade de compreender, decidir eagir
mento e na vida psíquica das pessoas, pois independen-
em conjunto.
temente da potencialidade reprodutiva, relaciona-se com
Trabalhar em conjunto, no sentido de formação de gru-
o prazer, necessidade fundamental dos seres humanos.
po, requercompreensão dos processos grupais para de-
Nesse sentido, é entendida como algo inerente, que está
senvolver competências quepermitam realmente apren-
presente desde o momento do nascimento, manifestan-
der com o outro e construir de forma participativa.
do-se de formas distintas segundo as fases da vida. Seu
desenvolvimento é fortemente marcado pela cultura e
Para Pichin-Rivière (1991) grupo é um "conjunto restrito
pela história, dado que cada sociedade cria regras que
de pessoas ligadasentre si por constantes de espaço e
constituem parâmetros fundamentais para o comporta-
tempo, articuladas por sua mútuarepresentação interna
mento sexual dos indivíduos. A marca da cultura faz-se
interatuando através de complexos mecanismos deas-
presente desde cedo no desenvolvimento da sexualidade
sunção e atribuição de papéis, que se propõe de forma
infantil, por exemplo, na maneira como os adultos rea-
explícita ou implícitauma tarefa que constitui sua finali-
gem aos primeiros movimentos exploratórios que as
dade" (pp. 65-66). O que se diz explícito é justamente o
crianças fazem em seu corpo.
observável, o concreto, mas abaixo dele está o que é
implícito.
A relação das crianças com o prazer se manifesta de
forma diferente da do adulto.
Este é constituído de medos básicos (diante de mudan-
ças, ora alternativastransformadoras ora resistência à
Em momentos diferentes de sua vida, elas podem se
mudança). Pichon-Rivière (ibdem) diz que aresistência à
concentrar em determinadas partes do corpo mais do
mudança é conseqüência dos medos básicos que são o
que em outras. A boca é uma das regiões pela qual as
"medo àperda" das estruturas existentes e "medo do
crianças vivenciam de modo privilegiado sensações de
ataque" frente às novas situações,nas quais a pessoa se
prazer, ao mesmo tempo em que se constitui em recur-
sente insegura por falta de instrumentação.
so de ação sobre o mundo exterior. Para um bebê, o
sugar está presente tanto nos momentos em que mama
A partir desses breves comentários, pode-se compreen-
ou é alimentado, como quando leva à boca objetos que
der a importância dotão divulgado "momento de sensibi-
estão ao seu alcance ou partes de seu corpo. Nesse
lização" na implementação de planos,programas e proje-
contexto, a mordida pode ser entendida, também, como
tos. Sensibilidade é "qualidade de ser sensível, faculdade
uma ação sobre o meio. Também nessa fase, as crianças
desentir, propriedade do organismo vivo de perceber as
descobrem o poder que têm por meio de suas reações
modificações do meioexterno e interno e de reagir a elas
de recusa ou aceitação do alimento que lhe oferecem.
de maneira adequada" (FERREIRA, s/d).
Na fase do controle esfincteriano, tudo o que diz respeito
Sensibilizar, portanto, é provocar e tornar a pessoa sen-
às eliminações ganha uma importância enorme para as
sível; fazer com que elaparticipe de alguma coisa de
crianças e para os adultos com quem convivem. Logo
forma inteira. Por outro lado, lembra Pichon-Riviére
elas percebem o efeito que suas eliminações provocam
(1991) que "um grupo obtém uma adaptação ativa à
nos adultos, os quais tendem a reagir conforme hábitos
realidade quandoadquire insight, quando se torna cons-
e concepções muito arraigados acerca do que é limpo,
ciente de certos aspectos de suaestrutura dinâmica. Em
sujo, “feio” ou “bonito”, podendo usá-las como recurso
um grupo operativo, cada sujeito conhece edesempenha
para manipular o adulto, contrapondo o seu próprio
seu papel específico, de acordo com as leis dacomple-
desejo às expectativas dele.
mentaridade" (p. 53).
35
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Outra conseqüência que decorre do controle esfincteria- Assim, ser homem ou mulher varia conforme a cultura e
no é o favorecimento da exploração dos órgãos genitais, o momento histórico, pois supõe, mais do que as carac-
antes escondidos pelas fraldas. Aumenta a curiosidade terísticas biológicas de um ou outro sexo, o desempenho
por seus próprios órgãos, podendo entregar-se a mani- de papéis atribuídos socialmente.
pulações por meio das quais pesquisam as sensações e o
prazer que produzem. Paralelamente, cresce também o Ao se perceber como menino ou como menina, as preo-
interesse pelos órgãos das outras crianças que também cupações das crianças não residem mais unicamente nas
podem se tornar objeto de manipulação e de exploração, diferenças anatômicas, mas nas características associa-
em interações sociais dos mais diversos tipos: na hora das ao ser homem ou mulher.
do banho, em brincadeiras de médico etc.
Após uma fase de curiosidade quanto às diferenças entre
A reação dos adultos às explorações da criança de seu os sexos, por volta dos cinco e seis anos, a questão do
próprio corpo e aos jogos sexuais com outras crianças gênero ocupa papel central no processo de construção
lhe fornecem parâmetros sobre o modo como é vista a da identidade. Isso se reflete nas ações e interações
sua busca de prazer. Esse contexto influencia seus com- entre as crianças, que tendem a uma separação espon-
portamentos atuais e a composição de sua vida psíquica. tânea entre meninos e meninas.
A recepção dos adultos a suas explorações ou perguntas
ligadas à sexualidade podem suscitar diferentes reações, A estrutura familiar na qual se insere a criança fornece-
desde atitudes de provocação e exibicionismo até atitu- lhe importantes referências para sua representação
des de extremo retraimento e culpa. quanto aos papéis de homem e mulher. Em um mesmo
grupo de creche ou pré-escola, as crianças podem per-
Tanto nas famílias como na instituição, as explorações tencer a estruturas familiares distintas, como uma que é
sexuais das crianças mobilizam valores, crenças e con- criada pelo pai e pela mãe, outra que é criada só pela
teúdos dos adultos, num processo que nem sempre é mãe, ou só pelo pai, ou ainda outra criada só por ho-
fácil de ser vivido. Sobretudo se virem na curiosidade e mens ou só por mulheres.
exploração das crianças uma conotação de promiscuida-
de ou manifestação de algo “anormal”. A tendência é Além do modelo familiar, as crianças podem constatar,
que, quanto mais tranqüila for a experiência do adulto por exemplo, que nas novelas ou desenhos veiculados
no plano de sua própria sexualidade, mais natural será pela televisão, homem e mulher são representados con-
sua reação às explorações espontâneas infantis. forme visões presentes na sociedade. Essas visões po-
No cotidiano, as crianças recebem, com freqüência, dem influenciar a sua percepção quanto aos papéis de-
mensagens contraditórias. Vêem o sexo ser alardeado sempenhados pelos sujeitos dos diferentes gêneros.
nas propagandas, ou abertamente representado nas
novelas, por exemplo. Esse tema pode aparecer em suas
brincadeiras de faz-de-conta. DROGAS

Vale lembrar que, do ponto de vista da criança, porém, Drogas são substâncias naturais ou sintéticas que, ao
não é necessário que ela tenha presenciado a cenas ou a serem introduzidas no organismo, atuam sobre um ou
representação de cenas de sexo nos meios de comunica- mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu
ção para que se envolvam em explorações ou jogos funcionamento. A Lei nº 11.343, de 23 de agosto 2006,
sexuais. A motivação para essas brincadeiras pode vir acrescenta, ainda, que drogas são substâncias ou produ-
exclusivamente de curiosidades e desejos, integrantes tos capazes de causar dependência.
de um processo normal de desenvolvimento.
Muitas vezes relacionamos esse termo a substâncias
A compreensão da sexualidade como um processo am- cujo uso é proibido, mas esse fato não é regra. Remé-
plo, cultural e inerente ao desenvolvimento das crianças dios, por exemplo, são considerados drogas, pois são
pode auxiliar o professor diante das ações exploratórias contemplados na descrição dada no parágrafo anterior;
das crianças ou das perguntas que fazem a respeito do e seu uso indevido ou excessivo pode provocar efeitos
tema. que vão além do tratamento de males e doenças. Cigar-
Dentre as questões relacionadas à sexualidade, as rela- ros e bebidas alcoólicas também são drogas, embora seu
ções de gênero ocupam um lugar central. Há um vínculo uso não seja proibido por lei – mesmo podendo provocar
básico entre o gênero de uma pessoa e suas caracterís- muitos danos ao organismo e também à sociedade.
ticas biológicas, que a definem como do sexo feminino O uso de drogas pela nossa espécie é bem antigo e,
ou masculino. Perceber-se e ser percebido como homem inclusive, muitas civilizações recorriam a substâncias
ou mulher, pertencendo ao grupo dos homens ou das psicoativas, encontradas em certas plantas, para serem
mulheres, dos meninos ou das meninas, se dá nas inte- utilizadas em rituais religiosos. Além disso, algumas
rações estabelecidas, principalmente nos primeiros anos drogas, como a maconha, são utilizadas para o trata-
de vida e durante a adolescência. mento de doenças. No entanto, os mesmos produtos,
quando ministrados em contextos e quantidades diferen-
Antes mesmo do nascimento, os familiares manifestam tes, podem provocar efeitos também diferentes. Tal fato,
curiosidade em saber se o bebê será menino ou menina. relacionado também ao período de uso, pode provocar
Já nesse momento começam a construir expectativas diversas consequências que ficam a desejar, e que mui-
diferentes quanto ao futuro da criança, conforme a re- tas vezes não envolvem somente o usuário e sua saúde
presentação que é feita do papel do homem e da mulher – principalmente se se tratarem de drogas proibidas por
em seu grupo social. Com o nascimento, as expectativas lei.
e os planos tendem a se intensificar e se fazem presen-
tes nas interações cotidianas com a criança, desde a Uma informação enganosa muitas vezes difundida é a de
escolha da cor da roupa, passando pelos brinquedos a que drogas naturais, por não terem origem sintética, são
serem oferecidos, até as atividades e brincadeiras per- melhores ou fazem menos danos do que estas. Basta
mitidas. lembrar que veneno de cobra, vermes e substâncias de
plantas também são naturais, o que não significa que

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
fazem bem à nossa saúde ou que não podem provocar tante, um contínuo dar e receber. Como já vimos, o que
efeitos sérios, caso sejam introduzidos em nosso orga- não foi aprendido por meio da educação tem de ser con-
nismo. Resumidamente, a questão primeira é o fato de quistado pela auto-educação. Nunca é tarde para come-
que nenhuma droga é incapaz de alterar nossa saúde çar.
física e/ou mental Fonte: Sonia A.L. Setzer
Bibliografia
A educação e as drogas Heydebrand, C. von. A natureza anímica da criança. São Paulo:
Ed. Antroposófica, 1996.
Lanz, R. A Pedagogia Waldorf. São Paulo: Ed. Antroposófica,
Estudando o desenvolvimento da criança e do jovem, e 1998.
fazendo a comparação entre o que seriam as condições Lievegoed, B. C. Desvendando o crescimento. São Paulo: Ed.
ideais de educação e o que realmente ocorre, podemos Antroposófica, 1996.
entender a situação desesperadora em que o jovem se Steiner, R. A educação da criança segundo a Ciência Espiritual.
encontra. Sem saber formar imagens, sem ter tido vi- São Paulo: Ed. Antroposófica, 1998.
vências de que o mundo é bom, de que o mundo é belo, Steiner, R. A arte da educação, 3 vols. [vol. 1: O estudo geral
do homem, uma base para a pedagogia; vol. 2: Metodologia e
e percebendo falsidade, egoísmo, hipocrisia à sua volta,
didática no ensino Waldorf; vol. 3: Discussões pedagógicas].
sentindo-se desrespeitado como ser humano (afinal, os São Paulo: Ed. Antroposófica, 1995 (vol. 1, 2. ed.,), 1992
adultos inconscientemente o consideram uma ameaça, (vol.2) e 1999 (vol. 3).
pois ele vai querer tomar o lugar deles), sua atitude Steiner, R. Antropologia meditativa. São Paulo:. Ed. Antroposó-
natural será a de rebeldia e/ou fuga. Por que o jovem fica, 1997.
deve respeitar quem não o respeita? Por que vai querer
preservar uma sociedade que não lhe oferece um futuro,
FRACASSO ESCOLAR
sendo-lhe até mesmo hostil? Se ele não conseguir enga-
jar-se por um ideal, no sentido de lutar por profundas
mudanças na sociedade, só lhe restará destruir o que Do fracasso do aluno ao fracasso da família e da
existe (vandalismo) ou a si mesmo, seja de forma rápi- comunidade
da, com o suicídio, seja de forma lenta, por meio do
álcool, das drogas, etc. Não podemos julgar os jovens As experiências relatadas falam por si mesmas e falam
por estarem fazendo uso de drogas. Muito pelo contrá- da escola destinada aos filhos das classes subal-ternas.
rio: quem deve ir a julgamento são os adultos, é a soci- Tentemos ressaltar e “amarrar” alguns pontos que são
edade que evoluiu num sentido de não permitir um de- comuns. Há dois relatos sobre experiências paulistas.
senvolvimento sadio da criança e do jovem. Falar em escola possível e trazer relatos de São Paulo
pode desanimar muitos educadores. “Lá tudo é possível,
Muito mais do que um problema individual, com todas as governo rico... “Mas o que chama a atenção é que, em
suas conseqüências e desdobramentos, o consumo de São Paulo, a escola pública não está muito melhor do
drogas é um problema social. Porém esse social não tem que em outros Estados. “Persistem os altos índices de
a ver apenas com a divisão da sociedade em classes evasão e repetência. Nas escolas estaduais e municipais,
sociais mais ou menos favorecidas; ele envolve toda a os problemas atingem quase a metade do total de alu-
humanidade, que deve buscar compreender o ser huma- nos matriculados na primeira série”, diz uma manchete
no em toda a sua dignidade – afinal, um animal racional da “Folha de S. Paulo”, de 29 de maio de 1983. Assim
não merece mesmo mais atenção do que um bicho qual- começa o relato de Carios Brandão, e mos-tra, com
quer. Os atos deste último são instintivos, previsíveis dados recentes, que os índices de evasão e repetência
segundo a espécie, não tendo conseqüências tão des- são altos, e o pior, depois de tantos anos, é a sua per-
truidoras como os dos homens. Justamente pelos atribu- sistência.
tos advindos da maior consciência e da autoconsciência, É até possível que os educadores das escolas rurais e
o ser humano pode tornar-se um ser capaz de desenvol- das periferias urbanas dos Estados chamados pobres
ver a liberdade, mas isso implica também, e principal- estranhem a notícia paulista: “Pensei que só acontecia
mente, em desenvolver a responsabilidade. Por outro esse fracasso na minha escolinha”. Mal de todos não é
lado, a verdadeira liberdade sempre leva em conta o consolo de ninguém...
outro, o que significa adquirir uma profunda observação Filho de patrão e de técnico de alto nível em Estado
de suas necessidades, o que só é possível com o desen- pobre chega à universidade. Filho de operário e subem-
volvimento de um amor abnegado, altruísta. pregado em Estado rico mal chega à 2a ou à 5a série. O
problema não é de diferenças entre Estados e regiões,
Concluímos, portanto, que a prevenção (e talvez cura) mas de diferenças na origem e no destino de classe dos
do problema seja possível se o ser humano for respeita- grupos sociais. O relato da experiência do SIER no A-
do como tal, especialmente enquanto ainda estiver em greste pernambucano mostra que, dos filhos de traba-
fase de desenvolvimento. A educação deve ter como lhadores rurais, apenas vinte e cinco em cada cem che-
meta ajudar a criança a tornar-se um adulto livre, res- gam à 2a série. e somente seis ou oito a chegam à 4a
ponsável, com iniciativa, que respeite a si, aos outros e série primária. É essa escola das classes trabalhadoras
à natureza. Ela também deve propiciar que o jovem que vem fracassando em todo lugar.
possa desenvolver o verdadeiro amor altruísta, ser capaz Não são as diferenças de clima ou de região que marcam
de sacrificar-se por uma causa, uma pessoa, deixando as grandes diferenças entre escola possível ou impossí-
seus próprios impulsos num segundo plano, mas sem vel, mas as diferenças de classe. As políticas oficiais
anular-se como pessoa, como individualidade. Contudo, tentam ocultar esse caráter de classe no fracasso esco-
para educar um outro ser humano nesse sentido o edu- lar, apresentando os problemas e as soluções como
cador também deverá estar, ele próprio, empenhado em políticas regionais e locais.
alcançar essa meta. O verdadeiro educador aprende
muito com as crianças e os jovens, pois sempre tem de A construção da escola possível passa por um e-
estar atento às necessidades destes, sendo criativo para quacionamento realista da escola que até hoje não foi
encontrar soluções apropriadas. Nisso reside parte de possível. Um conhecimento mais rigoroso da realidade
sua auto-educação. Antes de educar temos de aprender, de nossa escola é condição necessária para combater
e o processo educativo faz de cada parceiro alguém que essa escola e para reinventar, dia a dia, a escola neces-
aprende e que ensina. A vida social é uma troca cons-
37
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
sária. É gravíssimo o fracasso escolar em qualquer clima esses empregados ignorantes, ainda que como trabalha-
e região nas escolas do povo. As estatísticas o demons- dores sejam tão eficientes quanto os companheiros que
tram. É mais grave, ainda, a quantidade de horas de completaram o 1o ou o 2o graus.
estudo gastas na formação dos educadores para ocultar
esse fracasso através de explicações parciais e falsas. Os Em síntese, falar em aluno evadido é responsabili-zar o
conceitos refletem essas explicações: fracasso escolar próprio povo por sua pobreza, subemprego, baixos salá-
(do aluno), alunos evadidos, repetentes, diferenças en- rios, sua ignorância e fracasso escolar.
tre índices de evasão por área rural-urbana, por região Essa visão elitista e classista está ainda impreg-nando a
etc. visão de muitos profissionais da escola, das classes diri-
As análises aqui apresentadas não pretendem ape-nas gentes e da burguesia. Com essa mentalida-de, não
mostrar que até nos Estados ricos os índices de repetên- haverá condições de avançar na construção da escola
cia e evasão são altos. Vamos além. Tentamos redefinir possível e necessária para a libertação das clas-ses su-
a colocação do problema: evasão escolar ou exclusão da balternas.
escola? Não faz diferença? Faz e muita! Os conceitos são
importantes no ocultamento do real. Nos cursos normais Nos últimos anos, parecia que tínhamos avançado na
e de pedagogia fala-se de alunos evadi-dos, nunca de compreensão dos velhos problemas. Descobrimos os
alunos excluídos, do fracasso do aluno e não da escola condicionantes sócio-culturais do fracasso escolar. Con-
fracassada. Diferenças meramente conceituais? Falar em tinuamos falando de alunos evadidos e defasados, po-
evasão sugere que o aluno se evade, deixa um espaço e rém o evadido defasado ou reprovado passou a ser ca-
uma oportunidade que lhe era oferecida por motivos racterizado não apenas como um carente de inteligência,
pessoais ou familiares. Ele é o responsável pela evasão controle psicomotor, capacidade ou motivação, mas
e, conseqüentemente, pela ignorância e pelos efeitos como um carente social, um subnutrido, um marginal
sociais que lhe acarretará essa sua ignorância ao longo cultural, vítima de um contexto social adverso ao apro-
da luta pela sobrevivência. veitamento escolar e até à permanência na escola.

Recolocar o problema em termos de excluídos da escola Mas se por um lado as análises do fracasso da es-
(Fukui, 1982) vai mais fundo na configuração do pro- colaridade das camadas populares ampliaram-se, por
blema. Alguém terá que ser responsabilizado por essa outro, continuaram centradas nas diferenças individuais,
exclusão ou por essa negação, do saber elementar às ainda que socialmente condicionadas.
classes subalternas.. Sobretudo quando os mesmos As conseqüências dessas análises não foram, pois, tão
cidadãos - trabalhadores excluídos da escola - são exclu- alentadoras como se esperava para a construção de um
ídos de outros direitos básicos: direito à saúde, alimen- projeto de escola para o povo. Para muitos, o con-texto
tação, saneamento, habitação, organização e sobretudo, social e cultural, supostamente condicionante do rendi-
excluídos da terra, dos bens de produção, do poder e da mento do aluno - os fatores extra-escolares, não foi
riqueza que produzem. As mesmas crianças - membros além dos níveis de renda, escolarização, interesse pela
da mesma classe - excluídas das casas de escola são escola dos parentes vivos ou mortos do aluno fracassa-
excluídas das casas de saúde, das casas de justiça e do do. Como não seria possível reverter a marcha da histó-
direito. As únicas portas que facilmente se abrirão são as ria, pouco havia a fazer para controlar os fatores condi-
das casas de detenção, de correção, dos manicômios. cionantes.
Sobretudo abrir-se-ão as portas das fábricas, todas as E os filhos de analfabetos, baixa renda, continua-ram se
manhãs, tardes e noites, de onde não lhes será permiti- evadindo, semi analfabetos, para continuar a tradição
do evadir-se sob pena de morrer de fome. Os índices de familiar condicionante. Essas constatações precioso
evasão das fábricas, das casas de detenção e correção tempo perdido tiveram uma conseqüência: desalentar
são mais baixos do que os índices das escolas do povo. muitos educadores e inocentar o Estado.
Lá são obrigados a permanecer para ser explorados ou
reeducados para o trabalho. Na escola são forçados a Ao final, as pesquisas provaram que as causas es-tavam
sair por incapazes para a educação ou por necessidade no contexto social e cultural das famílias e comu-nidades
de bater na porta da fábrica, ou de lutar por comida no dos fracassados Descobriríamos, nesta visão tão espa-
subemprego. lhada nos centros de formação de profissionais da esco-
la, a justificativa para a filosofia das recentes políticas
Insistimos: a construção da escola possível passa pelo sociais do Estado e de agências internacionais. Filosofia
equacionamento correto da escola fracassada e do Esta- que joga sobre a família e a comunidade a responsabili-
do falido em seu suposto dever de garantir escola para o dade e a solução de seus problemas. A filosofia da parti-
povo. Falar em alunos evadidos é uma forma de inocen- cipação comunitária, da integração esco-la comunidade,
tar o Estado e a ordem social, inocentá-los da negação do desenvolvimento comunitário, da escola integrada e
do direito ao saber das camadas populares. Quando se de tantos programas de desenvolvi-mento urbano e
fala em alunos evadidos, repetentes, defasa-dos, pensa- rural integrado.
se logo no baixo 01, nas diferenças individu-ais de capa-
cidade, interesse ou motivação; pensa-se nos testes de A mesma filosofia política está presente em todas as
aptidão e prontidão, nas classes heterogêneas e especi- estratégias de ação do Estado junto às camadas su-
ais para alunos especiais. Se o aluno é responsável, a balternas. Se o contexto sociocultural das comunidades
escola é inocentada do fracasso e, sobretudo, o Estado e e das famílias é o determinante do fracasso individual na
os grupos dirigentes da sociedade (Bisseret, 1979). escola, no trabalho, na produção, na saúde, e na vida, a
Nunca passará pela cabeça de qualquer patrão que ele saída se impõe: educar as comunidades, mudar os valo-
também é responsável pela ignorância de seus empre- res e hábitos tradicionais de indolência por hábitos de
gados. Lamentará a indolência do povo, sua falta de esforço e dedicação, para não fracassar nem na escola,
esforço para estudar, permanecer na escola, aprender nem no trabalho.
para vencer na vida e ganhar mais, como ele, patrão,
que com esforço e estudo progrediu e venceu. Lamenta- Desde o final dos anos 70 é esta a política social e edu-
rá, mas terminará achando bom que seu trabalhador cacional tida como, possível e necessária para as classes
tenha se evadido da escola na 2a ou 4a série; assim, subalternas. E esta a filosofia que orienta os projetos
terá mais um motivo para pagar salários mais baixos a educativos para as periferias urbanas e as áreas rurais.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Essas linhas de ação encontram se presentes no 111 No plano teórico histórico, interessa nos expor o signifi-
Plano Setorial de Educação, Cultura e Desporto 111 cado das teses da sociedade do conhecimento, qualidade
PSECID, em que fica nítida a preocupação com as popu- total, formação flexível, polivalente e educa-ção geral
lações carentes das periferias urbanas e do meio rural. abstrata e sua (des)articulação com a perspectiva do
O Programa de Ações Educativas e Culturais para as Estado mínimo. Em seguida buscaremos discutir o signi-
Populações Carentes (PRODASEC) concretiza os me- ficado e a pertinência teórica e histórica da concepção de
canismos de colocar a educação e a cultura a serviço da educação politécnica e formação humana unilateral no
política social, ou seja, contribuir para a redução da plano da luta hegemônica que se articula aos interesses
pobreza crítica e das desigualdades sociais. A ênfase nas da classe trabalhadora, e a defesa e ampliação da esfera
ações educativas e culturais como determinantes se pública como condição de possibilidade de seu efetivo
aproxima das conclusões a que chegavam tantas pesqui- desenvolvimento.
sas sobre o peso dos fatores familiares e do contexto Antônio Gramsci nos adverte que face à crise, por esta
sociocultural na determinação da pobreza e do fracasso manifestar se no fato em que “o velho não morreu e o
escolar. novo ainda não pode nascer”, é comum surgirem inter-
pretações e comportamentos mórbidos. Esta morbi-dez,
“A disputa em torno da realidade ou irrealidade do pen- mormente, manifesta se por previsões escatológi-cas,
samento isolado da prática é um problema pura- profecias, culto ao irracionalismo e posturas cínicas.
mente escolástico”, (Karl Marx. Teses sobre Feuerbach,
9) No contexto da discussão que estamos fazendo neste
trabalho, esta morbidez explicita se, claramente, como
A análise que empreendemos neste texto é parte de um assinalamos nos capítulos anteriores, nas teses conser-
trabalho mais extenso que busca entender, desde uma vadoras do fim da história de Fucuyama, tese da socie-
perspectiva histórica, os projetos alternativos de rela- dade do conhecimento de Toffler e a partir dela o fim
ções sociais e de formação humana face à especifici- das classes e, sobretudo, do proletariado, sendo este
dade da crise do capitalismo neste final de século. substituído pelo cognitariado, ou por teses como as de
O campo educativo e, mais amplamente, a forma-ção Kurz (1992) que ironicamente alguns críticos situam
humana, tem se constituído, desde o projeto da burgue- como o Fucuyama (1992) da esquerda que deduzem
sia nascente, um campo problemático para definir sua da crise “da sociedade do trabalho” a autodissolução das
natureza e função social. Os dilemas que assumem classes sociais. No mesmo rastro do fim da sociedade do
conteúdos históricos específicos decorrem, de um lado, trabalho e com ela o fim do conflito, Offe (1989) e S-
do fato que a forma parcial (de classe), mediante a qual chaff (1990) não postulam como novo ator social a “ra-
a burguesia analisa a realidade, limita, em certa medida, zão sensível” de um coletivo indefinido (Kurz), mas o
a concretização, de seus próprios interesses: de outro, deslocamento para questões como o sentido da vida e
porém, decorrem do fato da existência de interesses da preparação do homem para o mundo do lazer.
concretos antagônicos dos grupos sociais que constituem
a classe trabalhadora e que tornam o campo educativo, Não é difícil, por certo, ao confrontar os processos histó-
na escola e no conjunto das instituições e movimentos ricos específicos com estas profecias, surpreender traços
sociais, um espaço de luta contra hegemônica. de uma espécie de jogo do truco, onde o blefe é uma
tática singular, nem perceber um elevado grau de cinis-
O inventário (breve) deste embate, no plano mais geral, mo. Mais explícito isto pode tornar se quando anali-
e, especificamente, na realidade brasileira, mostra que sarmos as perspectivas de educação e formação huma-
na teoria e na prática não somente avançou se bastante na, postuladas pelos homens de negócio ou pelos seus
na apreensão de sua natureza como assume uma espe- mentores intelectuais, assessores, consultores, em reali-
cificidade no bojo da crise do capitalismo dos anos 70/90 dades culturais como a brasileira onde a burguesia se
que expõe questões desafiadoras para aqueles que en- constituiu mediante uma metamorfose das oligarquias.
tendem o espaço educativo, como um locus importante Se é sustentável, todavia, aquilo que Marx e Engels nos
da luta e construção da democracia substantiva. assinalam que “causa não está na consciência, mas no
Uma primeira ordem de questões vinculada à espe- ser”. Não no pensamento, mas na vida. É preciso per-
cificidade da crise do capitalismo neste final de século quirir o tecido histórico social a partir do qual se explici-
traduz se na mudança dos homens de negócio face à tam uma determinada consciência e certas cate-gorias
educação e formação humana e a segunda explicita se ou necessidades.
pelas teses do fim da sociedade do trabalho e da não
centralidade do trabalho, hoje, na apreensão da realida- Este pressuposto nos conduz a um fio condutor na análi-
de social. se sobre as alternativas educacionais em disputa hege-
mônica hoje e pode ser formulado da seguinte for-ma: o
Partimos do pressuposto de que estas duas ordens de embate que se efetiva em tomo dos processos educati-
questões estruturam se, a partir da apreensão que fa- vos e de qualificação humana para responder aos inte-
zem das novas formas de sociabilidade capitalista, do resses ou às necessidades de redefinição de um novo
papel do progresso técnico e, sobretudo, da crise do padrão de reprodução do capital ou do atendimento das
modelo de desenvolvimento que regulou os processos de necessidades e interesses da classe ou classes trabalha-
acumulação nos últimos cinqüenta anos. doras pota se sobre uma mesma materialidade, em pro-
funda transformação, onde o progresso técnico assume
Neste texto nos delimitamos a discutir a primeira ordem um papel crucial, ainda que não exclusivo.
de questões. Inicialmente abordaremos a pers-pectiva
básica dos homens de negócio no campo educa-tivo e de Trata se de uma relação conflitante e antagônica, por
formação humana face à crise do modelo for-dista de confrontar de um lado as necessidades da reprodu-ção
organização e gestão do trabalho e, portanto, face às do capital e de outro as múltiplas necessidades hu-
novas bases que a reconversão tecnológica e redefinição manas. Negatividade e positividade, todavia, teimam em
do padrão de acumulação capitalista deman-dam na coexistir numa mesma totalidade e num mesmo proces-
reprodução da força de trabalho. so histórico e sua definição se dá pela correlação de
força dos diferentes grupos e classes sociais. O fantásti-
co progresso técnico que tem o poder de dilatar o grau
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
de satisfação das necessidades humanas e, portanto, da tecnológica que os torne competitivos no embate da
liberdade humana e que tem estado sob a lógica férrea concorrência intercapitalista.
do lucro privado, ampliando a exclusão social, não é
uma predestinação natural nem um destino, mas algo A explicitação de que esta demanda tem caráter orgâni-
produzido historicamente. co pode ser apreendida tanto pela ação dos orga-nismos
de classe dos empresários nacionais (CNI, FIESP, IEL) e
Neste sentido, a questão não é de se negar o pro-gresso sua articulação com os organismos internacionais (FMI,
técnico, o avanço do conhecimento, os processos educa- BID, BIRD, OM) quanto por uma crescente literatura
tivos e de qualificação ou simplesmente fixar se no plano internacional e nacional que analisa crise do modelo
das perspectivas da resistência nem de se identificar nas fordista de organização e gestão do trabalho, reorgani-
novas demandas dos homens de negócio uma postura zação mundial da economia e do processo produtivo as
dominantemente maquiavélica ou, então, efetivamente conseqüências para a educação e qualificação da força
uma preocupação humanitária, mas de disputar concre- de trabalho.
tamente o controle hegemônico do progresso técnico, do Neves (1993), ao analisar as propostas educacio-nais
avanço do conhecimento e da qualificação, arrancá los dos empresários no Brasil, tomando o final da déca-da
da esfera privada e da lógica da exclusão e submetê los de 80 e inicio da década de 90, mostra que a Confe-
ao controle democrático da esfera pública para potenciar deração Nacional das Indústrias (CNI) foi mudando sua
a satisfação das necessidades humanas. estrutura organizacional para poder situar se no interior
das mudanças que o processo produtivo internacional
A formação e qualificação abstrata e polivalente e a experimenta e os desdobramentos em termos de produ-
defesa do Estado mínimo: a nova (de)limitação do cam- tividade, competitividade, relações de trabalho, etc. O
po educativo sob a lógica da exclusão. CNI criou quatro novos conselhos técnicos permanentes
O eixo de análise que buscamos esboçar nos per-mite de: política econômica, relações de trabalho e política
perceber que a crescente literatura que desenvolve as social, política industrial e desenvolvimento tecnológico e
teses do surgimento, de uma sociedade do conheci- de integração internacional. Como destaca Neves, a
mento sem classes, fundada não mais sobre os proces- partir de 1990 a questão educacional passa a fazer parte
sos excludentes característicos de um processo produti- permanente do Conselho de Relações de Trabalho e
vo transformador da natureza e consumidor de fontes de Desenvolvimento Social.
energia não renovável, mas de uma economia global
onde o principal recurso é o conhecimento, o qual não Gentil! (1993), num estudo empírico analitico sobre
teria limites e estaria ao alcance de todos, opera dentro Poder econômico, ideologia e educação, envolvendo uma
de um nível profundamente ideológico e apologético. amostra de 28 empresas que introduziram os pro-cessos
Este nível de formulação, fortemente veiculado pelos de reconversão tecnológica e de organização do proces-
organismos internacionais que representam o capitalis- so produtivo e processo de gestão do trabalho na Argen-
mo transnacional, inscreve se no horizonte dos “econo- tina, identifica uma grande homogeneidade do discurso
mistas filantropos” a que Marx se refere ao discutir a empresarial em relação à demanda de uma nova qualifi-
perspectiva que os mesmos têm de educação. cação e uma “revalorização” da formação geral. Gentili
vai mostrar, todavia, que por trás desta homogeneidade
“O verdadeiro significado da educação, para os e- se localizam interesses muito delimita-dos que conver-
conomistas filantropos, é a formação de cada operário gem para aquilo que conforma os traba-lhadores às
no maior número possível de atividades industriais, de novas características do processo produtivo.
tal sorte que se é despedido de um trabalho pelo em- Após uma ampla revisão de bibliografia internacio-nal e
prego de uma máquina nova, ou por uma mudança na alguns textos nacionais sobre produção e qualifica-ção,
divisão do trabalho, possa encontrar uma colocação o Paiva (1989) chega a indicações muito parecidas:
mais facilmente possível” (Marx, 1983:81).
Se as perspectivas filantrópicas persistem de várias “Não há dúvida de que as transformações nas es-
formas e retomam força no interior do ajuste neoliberal, truturas produtivas e as mudanças tecnológicas colocam
como a tese da sociedade do conhecimento que trans- à educação novos problemas. Mas certamente algo se
forma o proletariado em cognitariado, elas convivem simplifica. Pela primeira vez existe clareza suficiente de
com demandas que o inventário da literatura internacio- que é sobre a base da formação geral e sobre patamares
nal e nacional identificam como uma nova “qualidade” elevados de educação formal que a discussão a respeito
da educação escolar e dos processos de qualificação ou da profissionalização começa”. E para obter tais objeti-
requalificação da força de trabalho. vos, o consenso político nunca pode ser tão amplo, na
medida em que unifica trabalhadores, empresários e
O que efetivamente mobiliza, no caso brasileiro, com um outros setores sociais” (Paiva, 1989:63)5.
atraso de um século em relação às conquistas da univer-
salização da escola básica na Europa, empresários como Que transformações da base material são estas que
A.E. de Moraes o maior “capitão” da indústria nacional, conduzem a romper no plano das concepções,, aquilo
como o apresenta a imprensa a bradar, face ao fato de que parecia mostrar se como algo natural o adestra-
que Coréia, Hong Kong, Japão, México, Venezuela têm, mento do trabalhador?
respectivamente 94%, 69%, 96%, 55%, 45% dos seus Ao final do século XIX, o empresário Geraldo Mas-
jovens cursando o segundo grau e que este índice chega carenhas expunha aquilo que era senso comum para a
a apenas 35% no Brasil. “Educação. pelo amor de Deus” época decorrente da concepção taylorista de homem e
(A.E. de Moraes, Folha de S Paulo 20.06.1993, p. 2). de trabalhador e que se traduziu em políticas educativas
Este “lamento”, sem perder o caráter moralista e filan- e a criação de inúmeras instituições educativas organi-
trópico que funciona como uma espécie de meia culpa zadas para tal fim.
de uma burguesia que ainda cultiva posturas es-
cravocratas e oligárquicas, revela demandas eletivas dos “O adestramento do homem para o trabalho sem-pre foi
homens de negócio de um trabalhador com uma nova e será uma das mais importantes tarefas da ad-
qualificação que, face à reestruturação econômica sob ministração industrial. A ela grande atenção tem sido
nova base técnica, lhes possibilite efetivar a reconversão dedicado. como uma das condições essenciais para a

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
conquista da boa produtividade” (Giroletti 1987:4). de Bem Estar, “esgotar” os ganhos do modelo fordista
elevadas taxas de acumulação, ganhos de produtividade
No Brasil, a perspectiva do adestramento e do trei- no emprego e consumo de massa dos países, como o
namento tem sido dominante até recentemente. A legis- Brasil, em que predominou aquilo que a literatura de-
lação educacional promulgada sob a égide do golpe de nomina de fordismo periférico. Nestes países o fato de
64 e tendo o economicismo como sustentação teóri-co não constituir se efetivamente um mercado com institui-
ideológica ainda está vigente, embora profundamente ções e atores sociais sólidos, o que predominou foram
questionada e, em parte, superada, especialmente nos relações tayloristas e, em casos como o brasileiro, asso-
Estados e municípios onde a gestão educacional passou ciadas ao clientelismo e populismo.
a ser controlada por forças políticas democráticas.
Inúmeros trabalhos de todos os matizes buscam dar Os novos conceitos relacionados ao processo pro-dutivo,
conta desta mudança. Em boa parte destas análises à organização do trabalho e à qualificação do trabalha-
observa se uma ótica apologética, parte desenvolve uma dor aparecem justamente no processo de rees-
perspectiva (que se pretende critica) mas que opera truturação econômica, num contexto de crise e acirrada
dentro da visão conspiratória. Tem se ampliado, porém, competitividade intercapitalista e de obstáculos sociais e
o número de trabalhos que buscam aprender o intricado políticos às tradicionais formas de organização da produ-
caminho contraditório das transformações que vêm ção. A integração, a qualidade e a flexibilidade constitu-
ocorrendo no mundo e o impacto sobre nossa realidade. em se nos elementos chave para dar os saltos de produ-
Não buscamos aqui detalhar os meandros destas dife- tividade e competitividade.
rentes perspectivas, fixamo nos neste último aspecto. A viabilidade para este salto, demarcada por rela-ções
de poder no plano político econômico e portanto por
Não compactuando com a tese do quanto pior me-lhor e restrições de várias ordens, está inscrita no efetivo aces-
com as perspectivas apologéticas, parece nos importante so à nova base cientifico técnica formada pela tríade
mostrar primeiramente que os novos concei-tos abun- apresentada por Schaff (1990) e outros autores: microe-
dantemente utilizados pelos homens de negócio e seus letrônica, microbiologia e sua resultante a enge-nharia
assessores globalização, integração, flexibilida-de, genética e novas fontes de energia. Neste cenário os
competitividade, qualidade total, participação, peda- grandes grupos econômicos e os organismos que os
gogia da qualidade e a defesa da educação geral, forma- representam, “os novos senhores do mundo”, ou “o
ção polivalente e valorização do trabalhador são uma poder de fato” (FMI, BID, BM) empenham se pelo con-
imposição das novas formas de sociabilidade capitalista trole privado desta nova base cientifico técnica.
tanto para estabelecer um novo padrão de acumulação O que de especifico efetivamente traz a nova base cien-
quanto para definir as formas concretas de integração tífico técnica que faculta mudanças profundas na produ-
dentro da nova reorganização da economia mundial. ção, organização e divisão do trabalho e que fazem os
homens de negócio demandar mudanças nos processos
A súbita redescoberta e valorização da dimensão huma- educativos e de qualificação? Como concretamente esta
na do trabalhador está muito mais afeta a sinais de limi- nova base cientifíco técnica, é incorporada no processo
tes, problemas e contradições do capital na busca de produtivo e quais suas implicações face aos conflitos e à
redefinir um novo padrão de acumulação com a crise de luta de classe?
organização e regulação fordista, do que a autonegação
da forma capitalista de relação humana. Ou seja, as A resposta a estas questões, no seu conjunto ou em
inovações tecnológicas, longe de serem “variáveis inde- alguns de seus aspectos, é marcada pela controvér-sia,
pendentes”, um poder fetichizado autônomo, estão as- e esta tem sua origem, como apontamos acima, no con-
sociadas às relações de poder político econômico e, por- fronto das perspectivas apologéticas, conspiratórias e
tanto, respondem a demandas destas relações. Em se- histórico críticas e mesmo no interior de cada uma des-
guida, cabe mostrar que o ajuste neoliberal se mani- tas perspectivas.
festa no campo educativo e da qualificação por um revi-
sitar e rejuvenescer” a teoria do capital humano, com Tomando como referência alguns trabalhos dentro da
um rosto agora mais social. última perspectiva, podemos depreender, em primei-ro
lugar, que a nova base cientifico-técnica, ainda que de
Os grandes mentores desta veiculação rejuvenesci-da forma não homogênea e no seu aspecto mais geral,
são o Banco Mundial, BID, UNESCO, OIT e os orga- permite uma mudança radical, um salto qualitativo em
nismos regionais e nacionais a eles vinculados. Por esta relação à lógica da mecanização e automação derivadas
trilha podemos perceber que tanto a integração econô- da eletromecânica.
mica quanto a valorização da educação básica geral para
formar trabalhadores com capacidade de abstração, A máquina a vapor e, mais tarde, a descoberta do petró-
polivalentes, flexíveis e criativos ficam subordinadas à leo e da eletricidade permitiram potenciar e substi-tuir,
lógica do mercado, do capital e, portanto, da diferencia- em grande medida a força física do animal e do traba-
ção, segmentação e exclusão. Neste sentido, os dilemas lhador. A base mecânica e eletromecânica caracte-riza
da burguesia face à educação e qualificação permane- se por um conjunto de máquinas fixas, com rigidez de
cem, mesmo que efetivamente mudem o seu conteúdo programação de seqüência e movimentos para pro-dutos
histórico e que as contradições assumam formas mais padronizados e em grande escala. Sob esta base, carac-
cruciais. terística do Taylorismo e Fordismo, os custos de mudan-
ça são elevadíssimos e, por isso, ficam evidentes os
Restringimo nos aqui, pela relação mais direta com o limites para uma automação flexível.
debate que estabelecemos neste trabalho, a algumas
dimensões relativas à reestruturação pós fordista no que As mudanças da tecnologia com base microeletrô-nica,
ela impacta sobre a organização produtiva, conteúdo e mediante a informatização e robotização, permitem
divisão de trabalho e os processos de formação humana. ampliar a capacidade intelectual associada à produção e
mesmo substituir, por autômatos, grande parte das
Esta reestruturação assume especificidades dife- tarefas do trabalhador. Como nos mostra Castro “as
renciadas entre os países que puderam, por um conside- novas tecnologias (microeletrônicas, informáticas, quí-
rável período histórico no interior das políticas do Estado micas e genéticas) se diferenciam das anteriores pelo
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predomínio da informação sobre a energia” (Castro, Numa conjuntura diversa e adversa às forças com-
11993:15) A informação é a “terceira dimensão da ma- prometidas com a democracia substantiva, as forças
téria, sendo as outras duas: energia e massa” (Rubin, conservadoras se articulam para, como mostra Singer
1993, apud Castro, ib.). Os processos microeletrônicos, (JB, 12.10.1993:11), implementar a idéia de Estado
mediante o acoplamento de máquinas a computadores e mínimo e as teses neoliberais.
informatização, permitem uma alteração radical no uso, Os “homens de negócio” estão articulados e pron-tos
controle e transformação da informação. Facultam, de para fazer valer seus interesses. A FIESP, no âmbito
outra parte, a flexibilização das seqüências, da integra- geral, mediante um documento que expressa suas de-
ção, da otimização do tempo e do consumo de energia e mandas, monitora os deputados e senadores conserva-
uma profunda mudança da relação do trabalhador com a dores. Os organismos ligados à CNI GEL, SENAI, SENAC)
máquina. encaminharam, igualmente, um documento especifico ao
campo da formação técnico profissional. Por esta pro-
É, pois, no exame da incorporação deste novo pa-drão posta radicalizam se o dualismo e a fragmentação e o
tecnológico (reconversão tecnológica) no processo de controle privado nesta área.
organização da produção e circulação, com novos mate-
riais e processos, e nova organização, divisão e gestão O que queremos realçar do exposto neste item é que a
do trabalho, que podemos identificar o surgimen-to de defesa da educação básica para uma formação abstrata
um número crescente de conceitos ponte jargões glo- e polivalente pelos homens de negocio condi-ção para
balização, qualidade total, flexibilidade, integração, tra- uma estratégia de qualidade total, flexibiliza-ção, traba-
balho enriquecido, ciclos de controle de qualidade que lho integrado em equipe é uma demanda efetiva im-
tendem a se tomar senso comum entre os homens de posta pela nova base tecnológico material do processo
negócio, os assessores e que ocupam longos debates em de produção. Esta perspectiva sinaliza o hori-zonte e os
seminários, simpósios nos mais diversos âmbitos, inclu- limites de classe, os dilemas e conflitos face à educação
sive, de modo crescente, nas universidades. e formação humana que, historicamente, a burguesia
enfrenta. Este horizonte e limites, no caso brasileiro,
A tradução destes conceitos em termos concretos dá se vêm reforçados por uma sobre determinação do atraso e
mediante métodos que buscam otimizar tempo, espaço, do caráter oligárquico, parasitário e perver-samente
energia, materiais, trabalho vivo, aumentar a produtivi- excludente das elites econômicas e políticas. Por outra
dade, a qualidade dos produtos e, conseqüen-temente, o parte, a natureza da materialidade histórica das relações
nível de competitividade e de taxa de lucro. Dentre estes capital trabalho face à nova base científi-co técnica,
métodos a literatura destaca: Just in time e Kan Ban que situa o embate contra hegemônico no campo da educa-
objetivam, mediante a integração e flexibi-lização, a ção e formação humana na perspectiva demo-crática e
redução do tempo e dos custos de produção e circula- socialista, num patamar com uma nova quali-dade. O
ção, programando a produção de acordo com a deman- conhecimento e sua democratização é uma demanda
da; por métodos ou sistemas vinculados ao pro-cesso de inequívoca dos grupos sociais que constituem a classe
produção como CAD (Computer Aided Design) e CAM trabalhadora.
(Computer Aided Manufacturing) e a vinculação de am-
bos ensejando a integração do projeto com a manufatu- A formação humana unitária e politécnica: o horizonte
ra, como mostra Salerno (1993) por outras estratégias dos processos educativos que se articu-lam aos interes-
menos enfatizadas mas importantes de estruturação e ses da classe trabalhadora
organização das empresas ou entre empresas que con-
correm para os objetivos acima. Salerno destaca a foca- A análise até aqui exposta nos indica que a luta contra
lização, que “consiste em concentrar esforços naquilo hegemônica tem, concomitantemente, várias tarefas de
que é a vantagem competitiva da empresa”; a descen- caráter teórico e político prático. No plano teórico, o
tralização produtivo, que consiste em deixar de produzir embate se define na crítica aos postulados neoliberais e
certos componentes e comprá los de terceiros; definição neoconservadores que, no campo da edu-cação, revisi-
de projetos específicos, redução dos níveis hierárquicos tam as perspectivas da teoria do capital humano e, por-
etc. tanto, do economicismo, dos anos 70, agora com novos
Na medida em que, o fantástico progresso técnico vem conceitos. A educação e o conhecimento são reduzidos a
demarcado pela lógica privada da exclusão, este conjun- meros fatores de produção alheios às relações de poder.
to de métodos e técnicas de organização e gestão do
processo produtivo não só se inscreve nesta lógica como Ainda no plano teórico impõe se a tarefa de supe-rar
é um mecanismo de ampliação da mesma Os custos posições que se presumem críticas radicais e de esquer-
humanos são cada vez mais amplos evidenciados pelo da, mas que por sofrerem de uma espécie de Infantilis-
desemprego estrutural que aumenta, atingindo sobretu- mo, “teórico politico” acabam reforçando práti-cas con-
do os jovens e os velhos, o emprego precário e a produ- servadoras. Neste plano as posturas escatológi-cas,
ção, mesmo no Primeiro Mundo, de cidadãos de segunda irracionalistas, neo anárquicas ou mesmo a pura e sim-
classe. ples perspectiva da resistência não nos levam longe.
Os sinais do caráter de exclusão da reestruturação capi-
talista são tão fortes que nos induzem a procurar, para Neste último tópico primeiramente mostraremos
além da ênfase apologética da valorização do tra- que o resgate dos conceitos de escola unitária, formação
balhador e da sua formação geral e polivalente, qual é orrinilateral e/ou politécnica, tecnológico industrial pro-
seu efetivo sentido político prático. Tomados os termos duzidas no interior da concepção de homem e do pro-
em que a questão é posta pelos organismos internacio- cesso de “emancipação humana” em Marx e Engels e
nais e pelos organismos de classe ou instituições que posteriormente em Gramsci, que surgem na década de
representam os empresários, faz nos lembrar a imagem 80 no pensamento educacional brasileiro, sustentam se
formulada por Brecht, ao dizer que, vista de longe, a na mesma materialidade histórico social das relações
sociedade capitalista parece uma tábua horizontal onde sociais de produção e relações políticas de onde emer-
todos são situados em condições de igualdade, mas que, gem os conceitos de polivalência, policognição, mul-ti
vista de perto, manifesta ser uma gangorra. habilitação, formação abstrata, tão caros aos homens de
negócio, e, ao mesmo tempo, demarcam uma pers-
pectiva ético politica de formação humana numa direção
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
que lhes é antagônica e interessa às classes trabalhado- realidade, implica, ao mesmo tempo, vários desdobra-
ras. Velho e novo, arcaico e moderno, no plano histórico, mentos. O primeiro deles é o de distinguir se entre o
coexistem contraditoriamente. processo teórico prático mediante o qual o homem, en-
quanto um ser social, constrói o conhecimento da reali-
O segundo aspecto, no plano político, busca assina-lar dade, da natureza, do conhecimento em si.
que, no mesmo período em que frações da burguesia
brasileira como indicamos anteriormente, atentas às Independentemente ou não da escola, tal qual a conhe-
transformações mundiais e preocupadas com seu desti- cemos, antes de sua existência, os seres humanos acu-
no, redefinem seus organismos de classe e criam novos, mularam conhecimento. A realidade na sua dimensão
no âmbito das classes trabalhadoras emergem um parti- social, cultural, estética, valorativa etc., historicamente
do de massa (e de classe), um sindicalismo de “novo situada, é o espaço onde os sujeitos humanos produzem
tipo”, movimentos sociais urbanos e movimentos sociais seu conhecimento. Trata se de uma realidade “singular e
no campo que estão redefinindo as relações entre Estado particular” É a partir desta realidade concreta que se
e sociedade em bases diversas da tradição oligárquica, pode organicamente definir o “sujeito do conhecimento”
fisiológica e paternalista. Nesta redefinição aparece cla- e os métodos, as formas de seu desenvolvimento. Este,
ramente o embate pelo controle democrático do fundo para ser democrático, deve tender à universalidade.
público e por uma nova função social da educação. Ou-
tra característica destas lutas é que não se reduzem ao Há, pois um duplo equivoco a superar no plano da cons-
momento econômico corporativo, mas contêm elemen- trução de uma escola unitária (democrática). Pri-
tos ético politicos. meiramente é preciso ter claro que, ao definir se o co-
nhecimento a ser trabalhado (conteúdos, processos,
Tomando se os embates em torno das questões, sobre- métodos, técnicas, etc.) para ser orgânico deve ter como
tudo econômicas e sociais no processo constituinte e, ponto de partida a realidade dada dos sujeitos sociais
para o campo específico da educação, além disso, os concretos.
debates em tomo da definição da LDB, o confronto des-
tas forças sociais parece nos nítido. Por estes embates “A consciência da criança não é algo “individual’ (e muito
concretos as perspectivas apologéticas do fim das clas- menos individualizado), é o reflexo do fração da socie-
ses sociais mediante a revolução científica e o surgimen- dade civil da qual participa, das relações tais como elas
to da sociedade do conhecimento não encontram susten- se concentram na família na vizinhança, na aldeia, etc.
tação histórico empirica. Ao contrário, na ótica de análi- “(Gramsci, 1978:131).
se desenvolvida por F. de Oliveira, as classes sociais
“quanto mais parecem desaparecer do campo da visibili- Esta realidade é, a um tempo, biológica, social, e-
dade do confronto privado, tanto mais são requeridas conômica, política, cultural, valorativa etc. Não pode-
como atores de regulação pública. Isto não é um para- mos, pois, reduzir este ponto de partida às dimensões
doxo, mas contradição das classes sociais hodiernas, cognitivas, mesmo quando o problema a ser enfrentado
que é, também, a mesma do fundo público” (de Oliveira, seja de ordem cognitiva e muito menos a uma perspec-
1993:140). tiva psicologista.

No contexto dos embates que se travam hoje na socie- O equivoco acima, ainda que fortemente presente, tal-
dade brasileira na busca de romper com todas as formas vez não seja hoje, no campo educacional, o mais ardilo-
de exclusão social e, nos interstícios das possibi-lidades so. Num contexto, de um lado, do exacerbamento do
concretas de construir se um industrialismo de novo individualismo alimentado pela ideologia neoliberal (feti-
tipo” e processos educativos não imediatistas que con- chismo do mercado) e, de outro, pela mistificação do
corram para a formação onilateral e, portanto, para os particular, do individual, do subjetivo “narcisico dese-
processos de emancipação humana, a busca do senti-do jante” (crise da razão instalada pelo pós modernismo),
“radical” de escola unitária, no plano do conhecimen-to e como nos mostra Chaui (1993), o risco mais presente é
no plano político organizativo, é fundamental. afirmarem se as condições particulares, ponto de partida
Os processos de “reconversão tecnológica”, como vimos, num inorgânico ponto de chegada. A síndrome Chiarefli,
colocam aos setores capitalistas que queiram ser compe- a que nos referimos acima, comumente é reforçada pelo
titivos a necessidade de um conhecimento no processo esquerdismo ou por muitos profissionais que aderem
de trabalho que não se reduza a fórmulas e técnicas, acriticamente a pedagogias que seguem o ideário do
mas à capacidade de analisar, interpretar, resolver situ- laisser faire ou ao populismo, pedagógico. Uma forma
ações novas. Não se trata, pois, de um co-nhecimento sutil e antidemocrática de relações educativas é, sem
restrito, um adestramento para uma tarefa ou função. dúvida, a reificação do senso comum, do folclórico, da
Neste processo ampliam se, também, as demandas cul- realidade dadas dos desenraizados e excluídos.
turais do trabalhador, Estas demandas, todavia, tendem
a ser aprisionadas no limite quantitativo e qualitativo A realidade socialmente dada necessita ser elabo-rada,
das necessidades do capital. O desafio está, sob a base desenvolvida no horizonte de maior universalida-de.
contraditória do capital, em dilatar as possi-bilidades de Democrática é a escola que é capaz de construir, a partir
uma formação tecnológica “unitária” para todos. de dialeto (Lingüístico, grioscológico, valorativo, estéti-
co, cultural) em suma, uma ordem mais avançada e,
Do ponto de vista epistemológico, ou seja, dos pro- portanto, mais universal.
cessos de apreensão e construção do conhecimento na
realidade histórica, o conceito de escola unitária nos Esta forma de conceber a relação da escola com a reali-
indica que o esforço é no sentido de identificar os eixos dade social, ao contrário de dilatar o currículo esco-lar
básicos de cada área de conhecimento que em sua uni- na lógica da particularidade de cada problema que apa-
dade detenham a virtualidade do diverso. O principio da rece criando novas matérias sem base disciplinar orgâni-
ciência é, neste sentido, por excelência unitário, isto é, ca, e, portanto uma forma arbitrária, coloca o desafio de
síntese do diverso e do múltiplo. se identificar os “núcleos unitários” historica-mente ne-
cessários dos campos de conhecimento que tratam da
No plano prático do processo de construção do co- societas rerum e societas horninum e que, uma vez
nhecimento, a concepção de escola unitária, em nossa construídos e apropriados concretamente, per-mitam ao
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aluno, ele mesmo, analisar e interpretar as infindáveis com as grandes classes sociais para dar cabo da inflação
questões e problemas que a realidade apre-senta”. A e inaugurar nova etapa de desenvolvimento com distri-
lógica de se buscar criar para cada novo pro-blema uma buição de renda” (Singer, Jornal do Brasil:
nova disciplina ou deter se na particularida-de de cada 12.03.1993:11).
situação, de cada dialeto, é instaurar um processo de
dispersão e indisciplina intelectual. Quanto mais as forças progressistas comprometi-das
com a democratização da sociedade vislumbram a pos-
A perspectiva da escola unitária, na prática da i- sibilidade de assumir a direção do Estado brasileiro,
dentificação e organização dos conhecimentos (necessá- tanto mais urgente se coloca a tarefa de adquirir e exer-
rios e não é arbitrário) tem inúmeras outras implicações. citar a competência (política e técnica) de transcende a
Dentre estas, destaca se a superação das polaridades: pedagogia da resistência e passar a alternativas demar-
conhecimento geral e especifico, técnico e político, hu- cadas pela transparência e, portanto, pelo exercício
manista e técnico, teórico e prático. Trata se de dimen- efetivo da democracia. Nesta perspectiva, nem a história
sões que, no plano real, se desenvolvem dentro de uma acabou e, menos ainda, a luta para a construção da
mesma totalidade concreta. Tanto a identificação do utopia socialista. Nesta luta a efetiva democratização da
núcleo necessário de conteúdos, quanto os processos, os escola pública unitária, de todos os processos de forma-
métodos, as técnicas não podem ser determinados nem ção técnico profissional e dos meios de comunicação
pela unilateralidade da teoria (teorismo), nem pela uni- social não pode mais ser postergada. Trata se de uma
lateralidade da técnica e da prática (tecnicismo, ativis- condição necessária para que a cidadania concretamente
mo), mas na unidade dialética, de ambas, ou seja, na e possa desenvolver se e constituir se para a grande maio-
pela práxis. ria da população brasileira.

A organização e identificação de núcleos necessá-rios de Para além do discurso apologético da sociedade do co-
conhecimento a serem desenvolvidos têm como exigên- nhecimento, da qualidade total, da formação flexível e
cia um trabalho de natureza interdisciplinar. Os recortes polivalente, categorias que reeditam o ideário da teoria
da realidade delimitados, por serem unidade do diverso, do capital humano, numa nova materialidade histórica,
engendram na sua especificidade as “qualida-des” ou a e, portanto os mecanismos de exclusão, pulsa uma rea-
materialidade da totalidade. lidade social, cultural e política construída, particular-
A interdisciplinaridade é pois uma característica da reali- mente, mas não só, nas últimas quatro décadas nas
dade. Nas condições históricas objetivas da socieda-de lutas por direitos civis, sociais, em suma, por urra cida-
capitalista, por ser a realidade humana cindida, frag- dania real e efetiva para as classes trabalhadoras. É na
mentada e alienada, o trabalho interdisciplinar padece avaliação critica desta trajetória que reside a força políti-
de limites materiais objetivos e limites políticos, ideoló- ca para não apenas resistir, mas disputar no plano da
gicos e valorativos. sociedade e no plano da educação uma proposta alterna-
tiva.
O caráter unitário diz respeito, também, à ruptura com
toda a espécie de dualismo na organização do sis-tema O planejamento está presente em quase todas as nossas
educacional”. Qualidade total, pedagogia da quali-dade ações, pois ele norteia a realização das atividades. Por-
etc., na perspectiva da emancipação humana, pressupõe tanto, o mesmo é essencial em diferentes setores da
a ruptura do velho industrialismo e da mo-dernidade vida social, tornando-se imprescindível também na ativi-
fundados na exacerbação da exclusão social, portanto, dade docente.
nada “original” e a emergência de um industri-alismo de
novo tipo. Sob o industrialismo marcado pela exclusão, o O planejamento de aula é de fundamental importância
campo educativo fica bloqueado quer pelas perspectivas para que se atinja êxito no processo de ensino-
elitistas quer pelo parâmetro imediatistas, utilitarista. aprendizagem. A sua ausência pode ter como conse-
Interesseiro e excludente do mercado. quência, aulas monótonas e desorganizadas, desencade-
Tomando se a formação qualificação (mesmo na ó-tica ando o desinteresse dos alunos pelo conteúdo e tornan-
restrita da produção material), na perspectiva do desen- do as aulas desestimulantes.
volvimento humano nas suas múltiplas dimensões como
exigências das diferentes necessidades do ser humano De acordo com Libâneo “o planejamento escolar é uma
ver se á que o espaço mais adequado e prévio para ulte- tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades
rior desenvolvimento é efetivamente a demo-cratização didáticas em termos de organização e coordenação em
da escola básica unitária tecnológica e/ou politécnica de face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e
primeiro e segundo graus. A perspectiva unitária e poli- adequação no decorrer do processo de ensino”. Portan-
técnica demarca a necessidade de rom-per se, como já to, o planejamento de aula é um instrumento essencial
assinalamos, com as dicotomizações de formação geral e para o professor elaborar sua metodologia conforme o
especifica, humanista e técnica, teórico e prática etc. objetivo a ser alcançado, tendo que ser criteriosamente
Assim percebida a formação humana nos explicita que o adequado para as diferentes turmas, havendo flexibili-
efetivo acesso à escola básica unitária, tecnológica ou dade caso necessite de alterações.
politécnica constitui se numa exigência para a qualifica-
ção da força de trabalho para o processo social em todas Porém, apesar da grande importância do planejamento
as suas dimensões, ao mesmo tempo, requisito do hori- de aula, muitos professores optam por aulas improvisa-
zonte teórico e político dos processos de formação técni- das, o que é extremamente prejudicial no ambiente de
ca e profissional mais específicos. sala de aula, pois muitas vezes as atividades são desen-
volvidas de forma desorganizada, não havendo assim,
“Numa situação de crise como a nossa, não dá para se compatibilidade com o tempo disponível.
opor a propostas de mudança sem propor outras mu-
danças. As forças que representam os interesses da Entre os elementos que devem compor um plano de aula
maioria pobre têm de elaborar um projeto consistente estão:
da saída da crise e derivar dele as mudanças constituci-
onais necessárias. ( ...) Cabe agora reinventar um Esta- - clareza e objetividade;
do mais permeável à sociedade civil, que se coordene - Atualização do plano periodicamente;
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- Conhecimento dos recursos disponíveis da escola; plano, os elementos que compõem o processo de ensi-
- Noção do conhecimento que os alunos já possuem no: os objetivos (para que ensinar), os conteúdos (o que
sobre o conteúdo abordado; ensinar), os alunos e suas possibilidades (a quem ensi-
- Articulação entre a teoria e a prática; nar), os métodos e técnicas (como ensinar) e a avalia-
- Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e ção, que está intimamente relacionada aos demais.
que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem; • Atualizar o conteúdo do plano sempre que é revisto,
- Sistematização das atividades com o tempo; aperfeiçoando-o em relação aos progressos feitos no
- Flexibilidade frente a situações imprevistas; campo de conhecimentos, adequando-os às condições
- Realização de pesquisas buscando diferentes referên- de aprendizagem dos alunos, aos métodos, técnicas e
cias, como revistas, jornais, filmes entre outros; recursos de ensino que vão sendo incorporados na expe-
- Elaboração de aulas de acordo com a realidade socio- riência cotidiana.
cultural dos estudantes. • Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material
didático em tempo hábil, saber que tarefas professor e
Portanto, o bom planejamento das aulas aliado à utiliza- alunos devem executar, replanejar o trabalho frente a
ção de novas metodologias (filmes, mapas, poesias, novas situações que aparecem no decorrer das aulas.
músicas, computador, jogos, aulas práticas, atividades Para que os planos sejam efetivamente instrumentos
dinâmicas, etc.) contribui para a realização de aulas para a ação, devem ser como um guia de orientação de
satisfatórias em que os estudantes e professores se devem apresentar ordem seqüencial, objetividade, coe-
sintam estimulados, tornando o conteúdo mais agradá- rência, flexibilidade.
vel com vistas a facilitar a compreensão.
Fonte: Wagner C. Francisco ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO

Conhecimento da realidade:
A PRÁTICA EDUCATIVA
Para poder planejar adequadamente a tarefa de ensino e
O trabalho docente é uma atividade consciente e siste- atender às necessidades do aluno é preciso, antes de
mática, em cujo centro está a aprendizagem ou o estudo qualquer coisa, saber para quem se vai planejar. Por
dos alunos sob a direção do professor. isso, conhecer o aluno e seu ambiente é a primeira eta-
O planejamento é um processo de racionalização, orga- pa do processo de planejamento. É preciso saber quais
nização e coordenação da ação docente, articulando a as aspirações, frustrações, necessidades e possibilidades
atividade escolar e a problemática do contexto social. A dos alunos. Fazendo isso, estaremos fazendo uma Son-
escola, os professores e os alunos são integrantes da dagem, isto é, buscando dados.
dinâmica das relações sociais; tudo o que acontece no Uma vez realizada a sondagem, deve-se estudar cuida-
meio escolar está atravessado por influências econômi- dosamente os dados coletados. A conclusão a que che-
cas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de gamos, após o estudo dos dados coletados, constitui o
classes. Isso significa que os elementos do planejamento Diagnóstico.
escolar – objetivos, conteúdos, métodos – estão rechea- Sem a sondagem e o diagnóstico corre-se o risco de
dos de implicações sociais, têm um significado genuina- propor o que é impossível alcançar ou o que não interes-
mente político. Por essa razão, o planejamento é uma sa ou, ainda, o que já foi alcançado.
atividade de reflexão acerca das nossas opções e ações;
se não pensarmos detidamente sobre o ruma que deve- Requisitos para o planejamento
mos dar ano nosso trabalho, ficaremos entregues aos
rumos estabelecidos pelos interesses dominantes na • Objetivos e tarefas da escola democrática: estão liga-
sociedade. A ação de planejar é uma atividade conscien- dos às necessidades de desenvolvimento cultural do
te de previsão das ações docentes, fundamentadas em povo, de modo a preparar as crianças e jovens para a
opções político-pedagógicas, e tendo como referência vida e para o trabalho.
permanente situações didáticas concretas (isto é, a pro- • Exigências dos planos e programas oficiais: são as
blemática social, econômica, política e cultural que en- diretrizes gerais, são documentos de referência, a partir
volve a escola, os professores, os alunos, os pais, a dos quais são elaborados os planos didáticos específicos.
comunidade, que interagem no processo de ensino). • Condições prévias para a aprendizagem: está condici-
O planejamento escolar tem, assim, as seguintes fun- onado pelo nível de preparo em que os alunos se encon-
ções: tram em relação ás tarefas de aprendizagem
• Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos de
trabalho docente que assegurem a articulação entre as Elaboração do plano:
tarefas da escola e as exigências do contexto social e do
processo de participação democrática. A partir dos dados fornecidos pela sondagem e interpre-
• Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófi- tados pelo diagnóstico, temos condições de estabelecer
co, político-pedagógico e profissional, as ações efetivas o que é possível alcançarem o que julgamos possíveis e
que o professor irá realizar em sala de aula, através de como avaliar os resultados. Por isso, passamos a elabo-
objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas de rar o plano através dos seguintes passos:
ensino. • Determinação dos objetivos.
• Assegurar a racionalização, organização e coordenação • Seleção e organização dos conteúdos.
do trabalho docente, de modo que a previsão das ações • Análise da metodologia de ensino e dos procedimentos
docentes possibilite ao professor a realização de um adequados.
ensino de qualidade e evite a improvisação e rotina. • Seleção de recursos tecnológicos.
• Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir da • Organização das formas de avaliação.
consideração das exigências propostas pela realidade • Estruturação do plano de ensino.
social, do nível de preparo e das condições sócio-
culturais e individuais dos alunos. Execução do plano:
• Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docen- Ao elaborarmos o plano de ensino, antecipamos, de
te, uma vez que torna possível inter-relacionar, num forma organizada, todas as etapas do trabalho escolar. A

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execução do plano consiste no desenvolvimento das zero a três anos: uso de gestos e ritmos corporais diver-
atividades previstas. sos para expressar-se; deslocamentos no espaço sem
Na execução, sempre haverá o elemento não plenamen- ajuda. Para que isso ocorra é necessário que sejam ofe-
te previsto. Às vezes, a reação dos alunos ou as circuns- recidas condições para que as crianças explorem suas
tâncias do ambiente dispensa o planejamento, pois, uma capacidades expressivas, aceitando com confiança desa-
das características de um bom planejamento deve ser a fios corporais.
flexibilidade.
A partir dos quatro e até os seis anos, uma vez que
Avaliação e aperfeiçoamento do plano: tenham tido muitas oportunidades, na instituição de
educação infantil, de vivenciar experiências envolvendo
Ao término da execução do que foi planejado, passamos o movimento, pode-se esperar que as crianças o reco-
a avaliar o próprio plano com vistas ao replanejamento. nheçam e o utilizem como linguagem expressiva e parti-
Nessa etapa, a avaliação adquire um sentido diferente cipem de jogos e brincadeiras envolvendo habilidades
da avaliação do ensino-aprendizagem e um significado motoras diversas.
mais amplo. Isso porque, além de avaliar os resultados É importante informar sempre as crianças acerca de
do ensino-aprendizagem, procuramos avaliar a qualida- suas competências. Desde pequenas, a valorização de
de do nosso plano, a nossa eficiência como professor e a seu esforço e comentários a respeito de como estão
eficiência do sistema escolar. construindo e se apropriando desse conhecimento são
atitudes que as encorajam e situam com relação à pró-
Objetivos: pria aprendizagem. É sempre bom lembrar que seu em-
penho e suas conquistas devem ser valorizados em fun-
É a descrição clara do que se pretende alcançar como ção de seus progressos e do próprio esforço, evitando
resultado da nossa atividade. Os objetivos nascem da colocá-las em situações de comparação.
própria situação: da comunidade, da família, da escola,
da disciplina, do professor e principalmente do aluno. Os Observação, registro e avaliação formativa
objetivos, portanto, são sempre do aluno e para o aluno.
Os objetivos educacionais ou gerais são as metas e os A avaliação deve buscar entender o processo de cada
valores mais amplos que a escola procura atingir a longo criança, a significação que cada trabalho comporta, afas-
prazo, e os objetivos instrucionais, também chamados tando julgamentos, como feio ou bonito, certo ou erra-
de específicos, são proposições mais específicas referen- do, que utilizados dessa maneira em nada auxiliam o
tes às mudanças comportamentais esperadas para um processo educativo.
determinado grupo-classe. A observação do grupo, além de constante, deve fazer
parte de uma atitude sistemática do professor dentro do
Para manter a coerência interna do trabalho de uma seu espaço de trabalho. O registro dessas observações e
escola, o primeiro cuidado será o de selecionar os obje- das percepções que surgem ao longo do processo, tanto
tivos específicos que tenham correspondência com os em relação ao grupo quanto ao percurso individual de
objetivos gerais das áreas de estudo que, por sua vez, cada criança, fornece alguns parâmetros valiosos que
devem estar coerentes com os objetivos educacionais do podem orientar o professor na escolha dos conteúdos a
planejamento de currículo. E os objetivos educacionais, serem trabalhados. Podem também, ajudá-lo a avaliar a
conseqüentemente, devem estar coerentes com a linha adequação desses conteúdos, colaborando para um pla-
de pensamento da entidade à qual o plano se destina. nejamento mais afinado com as necessidades do grupo
de crianças.
OBSERVAÇÃO, REGISTRO E AVALIAÇÃO
FORMATIVA Quando se aborda a questão da avaliação em Artes Vi-
suais, surge inevitavelmente a discussão sobre a possi-
Para que se tenha condições reais de avaliar se uma bilidade de realizá-la, posto que as produções em artes
criança está ou não desenvolvendo uma motricidade são sempre expressões singulares do sujeito produtor e,
saudável, faz-se necessário refletir sobre o ambiente da sendo assim, não seriam passíveis de julgamento.
instituição e o trabalho ali desenvolvido: ele é suficien- Em Artes Visuais a avaliação deve ser sempre processual
temente desafiador? Será que as crianças não ficam e ter um caráter de análise e reflexão sobre as produ-
muito tempo sentadas, sem oportunidades de exercitar ções das crianças. Isso significa que a avaliação para a
outras posturas? As atividades oferecidas propiciam criança deve explicitar suas conquistas e as etapas do
situações de interação? seu processo criativo; para o professor, deve fornecer
informações sobre a adequação de sua prática para que
A avaliação do movimento deve ser contínua, levando possa repensá-los e estruturá-los sempre com mais
em consideração os processos vivenciados pelas crian- segurança.
ças, resultado de um trabalho intencional do professor.
Deverá constituir-se em instrumento para a reorganiza- São consideradas como experiências prioritárias em
ção de objetivos, conteúdos, procedimentos, atividades Artes Visuais realizada para as crianças de zero a três
e como forma de acompanhar e conhecer cada criança e anos: a exploração de diferentes materiais e a possibili-
grupo. dade de expressar-se por meio deles. Para isso é neces-
A observação cuidadosa sobre cada criança e sobre o sário que as crianças tenham tido oportunidade de dese-
grupo fornece elementos que podem auxiliar na constru- nhar, pintar, modelar, brincar com materiais de constru-
ção de uma prática que considere o corpo e o movimen- ção em diversas situações, utilizando os mais diferentes
to das crianças. materiais.
Devem ser documentados os aspectos referentes a ex- A partir dos quatro e até os seis anos, uma vez que
pressividade do movimento e sua dimensão instrumen- tenham tido muitas oportunidades, na instituição de
tal. É recomendável que o professor atualize, sistemati- educação infantil, de vivenciar experiências envolvendo
camente, suas observações, documentando mudanças e as Artes Visuais, pode-se esperar que as crianças utili-
conquistas. zem o desenho, a pintura, a modelagem e outras formas
São consideradas como experiências prioritárias para a de expressão plástica para representar, expressar-se e
aprendizagem do movimento realizada pelas crianças de comunicar-se. Para tanto, é necessário que as crianças
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tenham vivenciado diversas atividades, envolvendo o car seu nome nos desenhos. Para que elas possam vi-
desenho, a pintura, a modelagem etc., explorando as venciar essas experiências, é necessário oferecer opor-
mais diversas técnicas e materiais. tunidades para que façam perguntas; elaborem respos-
tas; ouçam as colocações das outras crianças; tenham
A avaliação é um importante instrumento para que o acesso a diversos materiais escritos e possam manuseá-
professor possa obter dados sobre o processo de apren- los, apreciá-los e incluí-los nas suas brincadeiras; ouçam
dizagem de cada criança, reorientar sua prática e elabo- histórias lidas e contadas pelo professor ou por outras
rar seu planejamento, propondo situações capazes de crianças; possam brincar de escrever, tendo acesso aos
gerar novos avanços na aprendizagem das crianças. materiais necessários a isso.

A avaliação deve se dar de forma sistemática e contínua Em relação às práticas de oralidade pode-se observar
ao longo de todo o processo de aprendizagem. É aconse- também se as crianças ampliaram seu vocabulário, in-
lhável que se faça um levantamento inicial para obter as corporando novas expressões e utilizando de expressões
informações necessárias sobre o conhecimento prévio de cortesia; se percebem quando o professor está lendo
que as crianças possuem sobre a escrita, a leitura e a ou falando e se reconhecem o tipo de linguagem escrita
linguagem oral, sobre suas diferenças individuais, sobre ou falada.
suas possibilidades de aprendizagem e para que, com Em relação às práticas de leitura, é possível observar se
isso, se possa planejar a prática, selecionar conteúdos e as crianças pedem que o professor leia; se procuram
materiais, propor atividades e definir objetivos com uma livros de histórias ou outros textos no acervo; se consi-
melhor adequação didática. deram as ilustrações ou outros indícios para antecipar o
conteúdo dos textos; se realizam comentários sobre o
As situações de avaliação devem se dar em atividades que “leram” ou escutaram; se compartilham com os
contextualizadas para que se possa observar a evolução outros o efeito que a leitura produziu; se recomendam a
das crianças. É possível aproveitar as inúmeras ocasiões seus companheiros a leitura que as interessou.
em que as crianças falam, lêem e escrevem para se
fazer um acompanhamento de seu progresso. A obser- Em relação às práticas de escrita e de produção de tex-
vação é o principal instrumento para que o professor tos pode-se observar se as crianças se interessam por
possa avaliar o processo de construção da linguagem escrever seu nome e o nome de outras pessoas; se re-
pelas crianças. correm à escrita ou propõem que se recorra quando têm
de se dirigir a um destinatário ausente.
Em uma avaliação formativa é importante a devolução
do processo de aprendizagem à criança, isto é, o retorno O professor deve colecionar produções das crianças,
que o professor dá para as crianças a respeito de suas como exemplos de suas escritas, desenhos com escrita,
conquistas e daquilo que já aprenderam. Por exemplo: ensaios de letras, os comentários que fez e suas pró-
“Você já sabe escrever o seu nome”, “Você já consegue prias anotações como observador da produção de cada
falar o nome do seu amigo”, “Você já consegue ler o uma. Com esse material, é possível fazer um acompa-
nome de fulano” etc. É imprescindível que os parâmetros nhamento periódico da aprendizagem e formular indica-
de avaliação tenham estreita relação com as situações dores que permitam ter uma visão da evolução de cada
didáticas propostas às crianças. criança.

São consideradas experiências prioritárias para as crian- Mesmo sem a exigência de que as crianças estejam
ças de zero a três anos a utilização da linguagem oral alfabetizadas aos seis anos, todos os aspectos envolvi-
para se expressar e a exploração de materiais escritos. dos no processo da alfabetização devem ser considera-
Para isso, é preciso que as crianças participem de situa- dos. Os critérios de avaliação devem ser compreendidos
ções nas quais possam conversar e interagir verbalmen- como referências que permitem a análise do seu avanço
te, ouvir histórias contadas e lidas pelo professor, pre- ao longo do processo, considerando que as manifesta-
senciar diversos atos de escrita realizados pelo profes- ções desse avanço não são lineares, nem idênticas entre
sor, ter acesso a diversos materiais escritos, como li- as crianças.
vros, revistas, embalagens etc. Há um conjunto de indí-
cios que permitem observar se as oportunidades ofere- PLANEJAMENTO NA PRÁTICA EDUCATIVA
cidas para as crianças dessa faixa etária têm sido sufici-
entes para que elas se familiarizem com as práticas A escola como agente direta é dinamizadora de
culturais que envolvem a leitura e a escrita. Por exem- toda a ação educativa, não pode agir em direção a
plo, se a criança pede que o professor leia histórias, se certos objetivos, sem um plano estruturado e organi-
procura livros e outros textos para ver, folhear e manu- zado, que deve levar em consideração princípios bási-
sear, se brinca imitando práticas de leitura e escrita. O cos para o desenvolvimento educativo.
professor pode também observar se a criança reconhece
e utiliza gestos, expressões fisionômicas e palavras para A disposição do professor para realizar o plane-
comunicar-se e expressar-se; se construiu um repertório jamento deve ser calcada na importância de que as
de palavras, frases e expressões verbais para fazer per- disciplinas tenham possibilidade de realizar uma ação
guntas e pedidos; se é capaz de escutar histórias e rela- eficaz de ensino-aprendizagem. Os planos das escolas
tos com atenção e prazer etc. com seus respectivos cursos dos quais decorrem os
planos curriculares, definem e expressam a sua filoso-
A partir dos quatro e até os seis anos, uma vez que fia de ação seus objetivos e toda a dinâmica da escola.
tenham tido muitas oportunidades na instituição de edu- Os planos das escolas deverão operacionalizar através
cação infantil de vivenciar experiências envolvendo a dos planos setoriais e de ensino, o plano nacional de
linguagem oral e escrita, pode-se esperar que as crian- educação.
ças participem de conversas, utilizando-se de diferentes
recursos necessários ao diálogo; manuseiem materiais O currículo escolar, em decorrência dos avanços
escritos, interessando-se por ler e por ouvir a leitura de da sociedade atualmente possui outra dimensão. Ve-
histórias e experimentem escrever nas situações nas jamos:
quais isso se faça necessário, como, por exemplo, mar-
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CURRÍCULO TRADICIONAL CURRÍCULO
• Seleção deCONSTRUTIVISTA
recursos humanos e materiais;
• Processos de avaliação;
• Relação e distribuição de disciplinas • Elaboração do plano curricular;
• Abrangente, dinâmico existencial; com carga horária; • Plano em ação.
• Seriação de estudos;
• Escola em ação; PLANEJAMENTO, TRAJETÓRIA E POSSIBILIDADES
• Listagem de conteúdos;
• Envolve situações individuais e sociais dos alunos; IDÉIAS CENTRAIS
• Plano padronizado (manual de instrução);
• Nasce fora da escola; ·Espaço permanente de cultura e conhecimento cons-
• Restrito ao âmbito da escola e sala de aula; truído;
• Baseia-se no passado, presente e futuro do aluno; ·Diálogo mediatiza professor e aluno;
• Elaborado pela equipe técnica. ·Superadora de conflitos, fracassos;
• Co-participação. ·Cooperativo, solidário e decisão coletivas;
·Respeito às diferenças, saber e cultura de cada um;
A – PLANEJAMENTO CURRICULAR ·Ponto de partida para o processo educativo exitoso;
·Bases individuais como início das aprendizagens.
É o processo de tomada de decisão sobre a dinâ-
mica da ação escolar. É a previsão sistemática e orde- Bases para elaborar um processo de planejamen-
nada de toda a vida escolar do aluno. É o processo to:
dinâmico de todos os elementos que interagem para o ·Sondagem e diagnóstico (realidade conhecida);
alcance dos objetivos, tanto dos alunos como da esco- ·Filosófica (modelo de sociedade);
la. ·Sociológica (modelo de sociedades);

B – PLANO CURRICULAR 2º Espaço da sala de aula


·Psicológica (fatores que intervém na aprendizagem do
Expressão viva e real da filosofia da escola. aluno (internos);
·Epistemológica (teorias de ensino);
Determina os objetivos (aluno e escola); relacio- ·Legais (diretrizes do sistema educativo).
na as disciplinas, os conteúdos, as atividades e experi-
ências; apresenta a metodologia de trabalho e os re- Elementos do plano (gerais):
cursos necessários para desencadear a ação educativa ·Objetivo (definição);
e estabelece um processo de avaliação para verificar ·Seleção de conteúdos;
se os propósitos da escola e dos alunos foram ou não ·Seleção dos procedimentos (ações);
atingidos. ·Avaliação (do processo curricular e do plano em ação).

C – FASES PARA ELABORAR O PLANEJAMEN-


TO CURRICULAR FORMAÇÃO DE PROFESSORES

1 – Estudo da validade social, política, econômica O PROFESSOR E SUA AÇÃO


e religiosa da comunidade à que se destina o currículo;
2 – Estudo sobre a filosofia que orientará a edu- O EDUCADOR DA INFÂNCIA E SUA AÇÃO PEDAGÓ-
cação (ideais e valores humanos); GICA NA ATUALIDADE
3 – Análise das teorias de ensino;
4 – Análise das bases legais que orientam as Vivemos um momento de crise na educação, inseridos
normas para o sistema educacional de ensino do país. numa sociedade complexa, repleta de contradições. A
todo momento somos bombardeados por torrentes de
D – BASES PARA O PLANEJAMENTO ESCOLAR informações e nos encontramos diante de novos códigos
de convivência. As mudanças aceleradas têm demanda-
1º Passo: do uma nova organização da escola e uma recontextua-
lização na identidade e responsabilidades profissionais
Estudo da realidade para escolha das bases: dos professores, interferindo nas suas práticas e ações
pedagógicas. Neste trabalho, pretendemos analisar es-
• Filosóficas; sas mudanças focalizando principalmente a ação peda-
• Sociológicas; gógica de docentes de Aveiro/Portugal, para realizar-
• Psicológicas; mos, em pesquisas posteriores, uma comparação entre
• Axiológicas; a formação desses professores com outros do Rio de
• Teorias de ensino; Janeiro. Inicialmente, focalizaremos o aspecto geral das
• Bases legais. mudanças informacionais e educativas, as alterações no
tempo e espaço escolar, para depois abordar como essas
2º Passo: mudanças têm impacto nas identidades dos professores,
para finalmente analisar a condição específica dos edu-
Toda a decisão para desenvolver um processo cadores de infância na atualidade.
educativo envolverá toda a comunidade. A busca de
um processo de qualidade. A busca de um processo de Devemos destacar, aos efeitos de avançar na análise
qualidade pressupõe que os sujeitos sejam ativos, proposta neste artigo, que as inovações que outrora
participantes e conscientizados de suas necessidades, eram concretizadas no decurso de várias gerações, nos
expectativas e possibilidades de melhorias no seu gru- dias atuais são produzidas aceleradamente por uma
po social e por conseqüência na sociedade em geral. única geração. O universo físico, moral e intelectual com
• Definição dos objetivos; que os homens estão sendo confrontados atualmente,
• Seleção das disciplinas e conteúdos;
• Seleção de procedimentos;
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tem se transformado com uma rapidez e amplitude que das demandas da atualidade, em que as representações
tornam obsoletas antigas interpretações do mundo. sociais e culturais, vêm interferindo e definindo a prática
As mudanças de natureza material e organizacional são docente e as identidades dos professores. Nossa análise
concretizadas nas instituições sociais com uma certa está fundamentada em duas fontes principais: a pesqui-
facilidade, o mesmo não acontece no âmbito das atitu- sa bibliográfica sobre diversos autores que esclarecem o
des, comportamentos, representações e práticas peda- papel dos docentes de infância e os depoimentos das
gógicas. Como aponta Vieira (1999, p.99): “(…) a inova- educadoras desse segmento de duas escolas de Aveiro2,
ção pedagógica implica modificações da cultura pessoal sendo estes os aportes fundamentais para o aprofunda-
do professor” Para nos apropriarmos dos novos códigos mento e o suporte de nossa reflexão. A seguir, focaliza-
culturais e construirmos novas interpretações e repre- mos especificamente como se colocam os docentes, em
sentações sociais, é preciso um tempo e amadurecimen- geral, diante das exigências da contemporaneidade,
to pessoal, que muitas vezes não corresponde ao ritmo lidando com a tecnologia, com os conhecimentos científi-
que as mudanças atuais informacionais e tecnológicas cos, mas fundamentalmente com os valores e as ques-
vêm nos impondo. Essas mudanças, como alerta Alarcão tões qualitativas que estão em jogo no processo educa-
(2005, p.13), têm dois aspectos: um positivo e outro tivo.
negativo.

“Nos tempos em que vivemos os mídia adquiri- 2 As considerações apresentadas ao longo do texto surgem de
ram um poder esmagador e a sua influência é depoimentos informais com educadoras de infância de Aveiro.
Como estas ponderações foram registradas em encontros preli-
multifacetada, podendo ser usados para o bem e
minares para, posteriormente, marcarmos entrevistas organiza-
para o mal. As mensagens que neles passam das, com um roteiro definido, as consideramos como um mate-
apresentam um miríade de valores positivos, rial de estudo propedêutico, isto é, espontâneo e preparatório,
outros negativos, de difícil discernimento para fruto da vontade e anseios dessas profissionais que desejaram
aqueles que, por razões várias, não desenvolve- se colocar diante das inúmeras exigências da sua profissão e
ram grande espírito crítico, competência que in- das difíceis condições de trabalho. Os sublinhados são nossos e
clui o hábito de se questionar perante o que lhe visam destacar a auto-consciência do educador da infância: a
convicção de que realizam inúmeros papéis, cumprem com
é oferecido.
inúmeras exigências pessoais, afetivas, além do aspecto profis-
sional.
A escola¹, enquanto instituição responsável pela comu-
nicação e transmissão de conhecimentos, competências, I – Demandas da Contemporaneidade. Um proces-
crenças, hábitos e valores, precisa refletir sobre as mu- so educativo em construção
danças que necessitam ser feitas no seu interior, respei-
tando os tempos e espaços de seus profissionais e alu- (...) nos discursos oficiais, é unanimemente reconhecido
nos. O espaço escolar não é apenas o lugar de um exer- que a educação é fonte de desenvolvimento humano,
cício profissional, mas também se torna um gabinete de cultural, social e econômico. E que, nesse desenvolvi-
experiências educativas, onde os docentes não só traba- mento, os professores e a escola desempenham um
lham, mas aprofundam sua formação, reciclam, na prá- papel fundamental. (ALARCÃO, 2000, p.16)
tica concreta, seus conhecimentos. Nesse sentido, para
Nóvoa (1991, 1992. Apud André, 2002, p.71): Vivemos um novo momento, um tempo de conquistas
científicas e tecnológicas, em que as distâncias entre os
1 Adotamos a definição de escola proposta por Macedo (1995, povos se estreitaram. A facilidade e a disponibilidade
p. 68. Citado por Alarcão, 2005, p.80): “comunidade educativa, com que, nos dias atuais, podemos ter acesso às infor-
sistema local de aprendizagem e formação: grupo constituído mações, nos permitem conhecer de forma imediata fe-
por alunos, professores, pais/encarregados de educação, repre- nômenos que outrora eram praticamente inacessíveis.
sentantes do poder autárquico, econômico e social que, compar- Na área de informação, com os avanços dos recursos
tilhando um mesmo território e participando de uma herança virtuais, os avanços têm sido extraordinários. As gran-
cultural comum, constituem um todo, com características espe-
des descobertas na área da saúde, por sua vez, têm
cíficas e com uma dinâmica própria”.
contribuído notadamente para a melhoria da qualidade e
o prolongamento da vida humana. A propagação das
“(...) a escola deve ser pensada como um espa-
informações tem aprimorado a comunicação entre os
ço educativo em que trabalhar e se formar não
povos, o trabalho em rede nos colocam simultânea e
sejam atividades distintas. (...) as mudanças
diretamente com o conhecimento dos grandes aconteci-
nos processos de formação devem envolver a
mentos mundiais.
pessoa do professor e o seu espaço de atuação.
Contudo, temos que refletir sobre outros aspectos das
É preciso que as escolas se transformem em es-
mudanças tecnológicas e suas implicações na sociedade
paços formativos, estimulando o estudo e a re-
atual. Não restam dúvidas de que, como afirma Sá-
flexão coletiva sobre questões da prática peda-
Chaves (2001, p. 85), “as questões da globalização, do
gógica concreta, num processo de investigação-
desenvolvimento científico e tecnológico, da sua divulga-
ação.”
ção e das suas condições de uso e de acesso constituem
uma iniludível conquista da humanidade”. Porém, esses
Candau e Lellis (CANDAU e LELLIS, apud CANDAU 2002,
avanços têm outras conseqüências bem diversas, como
p. 67), concordam com o apontado, ao frisarem que a
nos alerta Alarcão (2001, p.9. Introdução), pois “vive-
formação do educador não pode dissociar a teoria da
mos um momento de (..) generalização do uso da droga,
prática concreta: “A teoria e a prática educativa (...) são
a perda de identidade ética e cultural, a falência de pe-
consideradas o núcleo articulador da formação do edu-
quenas e médias empresas, o desemprego e a pobreza”.
cador, na medida em que os dois pólos devem ser traba-
A autora frisa que, além dos benefícios propiciados pelos
lhados simultaneamente, constituindo uma unidade in-
avanços tecnológicos, encontramos outros aspectos
dissolúvel”.
negativos da era da globalização: exclusão social, au-
mento da pobreza, supressão das identidades locais e
Em resumo, a partir das questões apontadas acima,
nacionais, devido a essa permanente universalização das
pretendemos refletir sobre a ação dos educadores da
informações, do consumo, do intercâmbio de mercadori-
infância, no marco específico do espaço escolar e diante
49
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
as que padroniza toda sociedade, eliminando as peculia- sibilidade do fenômeno humano (SÁ- CHAVES, 2001, p.
ridades. 89).
Quando focamos a importância da mídia, que transmite A atividade docente deve se preocupar com o conheci-
mensagens de forma instantânea, que propaga imagens mento, com a tecnologia, com o rigor do pensamento
numa velocidade supersônica, permitindo que todos lógico, mas também será fundamental trabalhar os as-
estejam “informados” do que acontece, detectamos, pectos humanos, abordar a riqueza da cultura, da lin-
como contrapartida, o grande perigo de que essa mídia guagem de cada povo, as questões éticas e políticas de
possa manipular as opiniões da maioria, eliminando o cada sociedade.
seu espírito crítico: A formação do professor não deve se reduzir à aprendi-
zagem de técnicas, mas também ao aprofundamento
“No tempo em que vivemos as mídias adquiri- das dimensões culturais, emocionais (incluindo biográfi-
ram um poder esmagador e a sua influência é cas) ligadas à profissão, na procura do equilíbrio que
multifacetada, podendo ser usados para o bem e harmonize o pessoal, o profissional e o social (SÁ-
para o mal. As mensagens que neles passam CHAVES, 2001, p. 93).
apresentam uma miríade de valores, uns positi- Finalmente, seguindo, neste ponto, principalmente as
vos, outros negativos, de difícil discernimento observações de Sá-Chaves (2001), que tem sido a auto-
para aqueles que, por razões várias, não desen- ra que guiou grande parte destas considerações, deve-
volveram grande espírito crítico, competência mos apontar que o professor deve se ocupar eminente-
que inclui o hábito de se questionar perante o mente de questões qualitativas e não apenas quantita-
que lhe é oferecido.” (ALARCÃO. 2005, p.13). tivas. Em outras palavras, além de focalizar uma multi-
plicidade de conteúdos, exigidos pelo currículo, o docen-
Diante das conquistas e os retrocessos nesta época da te deve preocupar-se pela singularidade dos educandos,
humanidade, caracterizada pelo auge da tecnologia, suas inquietações, emoções e pensamentos. Ele deve
lembramos as advertências de Sá-Chaves (SÁ-CHAVES, estar guiado por um modelo humanístico e não apenas
2001, p.85) quando frisa que a revolução informacional pragmático. Em resumo, não se trata de dispensar a
é “(…) uma questão cujo fundamento é de natureza tecnologia e o ensino das ciências, mas colocar no cen-
ética e não apenas epistemológica ou tecnológica (…). O tro do processo educativo a pessoa.
que nos leva a pensar na importância que uma formação
cidadã consciente e responsável, compromissada com a A seguir, apontamos algumas considerações que orien-
ética, valores de justiça e solidariedade deve ter, em tariam essa escola humanista.
paridade com os valores do desenvolvimento econômico,
científico e cultural em todas as suas formas de mani- II - A escola e o tempo presente : o lugar da refle-
festações”. xão e de mudanças
Neste ponto, devemos destacar a importância da educa-
ção não só na transmissão do conhecimento e na forma- “A escola tem a função de preparar cidadãos,
ção de indivíduos aptos para uma profissão, mas é im- mas não pode ser pensada apenas como tempo
prescindível o desenvolvimento de valores éticos e políti- de preparação para a vida. Ela é a própria vida,
cos, a formação do cidadão: “a (…) tarefa de conciliar um local de vivência da cidadania.” ( ALARCÃO,
crescimento econômico e desenvolvimento social, de 2001, p. 18)
assegurar os valores inerentes à cidadania plena, asse-
gurando, para tanto, as condições para o seu exercício” No caso específico de nosso estudo, que diz respeito à
(SÁ - CHAVES, 2001, p.88). ação pedagógica do educador de infância, compartilha-
É fundamental neste momento de grandes transforma- mos a idéia de Kramer (2002, p.127), de que (..) só é
ções tecnológicas, de aprimoramento do conhecimento possível formar com o outro, nos mais diferentes espa-
científico não esquecer a dimensão humana, na educa- ços e tempos em que circulam conhecimentos valores e
ção. saberes.” Sendo assim, a autora sugere que tanto as
crianças como os adultos sejam incluídos em práticas
Como assinala Libâneo ( 2002, p. 8-9): sociais, e pedagógicas, que permitam que suas histórias
sejam contadas, ressignificadas e mudadas. E através da
“(...) diante da crise de princípios e valores, re- valorização das experiências passadas dos sujeitos en-
sultante da deificação do mercado e da tecnolo- volvidos no processo educativo, as novas etapas possam
gia, do pragmatismo moral ou relativismo ético, ser construídas.
é preciso que a escola contribua para uma nova Neste ponto, Alarcão (2001) é uma autora que pode
postura ético-valorativa de recolocar os valores subsidiar nossa reflexão. Já aludimos à importância de
fundamentais como a justiça, a solidariedade, a uma escola que não se restrinja a transmitir conheci-
honestidade (...) o respeito à vida e aos direitos mentos e tecnologias, mas que forme sujeitos conscien-
humanos básicos, como suportes de convivência tes, que atente à qualidade, aos aspectos éticos, afeti-
democrática” vos etc. do futuro cidadão. Nesse sentido, essa autora
assinala que a escola não é simplesmente um espaço
Assim, a escola não deve restringir sua ação a propagar educativo, mas é um lugar de vivências e de um tempo
os avanços técnicos e científicos, mas aprofundar a em que se reflete, em que se desenvolvem diversas
questão humana, acolher a diversidade e abrir-se às capacidades:
“(..) condições de incerteza que caracterizam toda a “(...) a escola, para além de lugar e contexto, é
atividade humana, ditando correspondentes condições também um tempo. Um tempo que passa para
de diversidade, de heterogeneidade e de imprevisibilida- não mais voltar. Um tempo que não pode ser
de impeditivas da pré-definição de respostas, da sua desperdiçado. Tempo de quê? De curiosidade a
modelação estandardizada, da sua execução/ ou mo- ser desenvolvida e não estiolada.” (..) A escola é
mento histórico (SÁ-CHAVES, 2001, p. 89). Na atitude tempo de desenvolver e aplicar capacidades co-
apontada, o docente ultrapassa um modelo de racionali- mo (..), a observação, a comparação, a associa-
dade positivista, instrumental e tecnicista; ele deve se ção, o raciocínio, a expressão, a comunicação e
abrir reflexiva e criticamente à multiplicidade e imprevi- o risco.” (ALARCÃO, 2001, p.18)

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Concordamos com Alarcão (2001, p.18) quando aponta Agora queremos focalizar especificamente a ação dos
que na escola vivemos um tempo de experimentação, no professores de infância, já aludimos aos desafios vividos
qual não devemos estar presos a marcos rígidos, que pelos docentes em geral, na atualidade, pela necessida-
não deve restringir-se a uma lógica tradicional marcada de premente de construir uma escola comprometida com
pela racionalidade lógico-matemática. É preciso desen- a vida, com as experiências concretas dos educandos e
volver as múltiplas capacidades da pessoa. dos professores, atentando não só a questões teóricas,
Essa escola que coloca o ser humano em primeiro lugar, mas ao aprimoramento completo desses sujeitos, na sua
que pretende se transformar em consonância com as entidade intelectual, emocional, afetiva, volitiva etc.
profundas mudanças desta época será uma escola críti- Para tal, veremos como esses profissionais, ao longo de
ca, que reflete sobre si mesma, que se questiona e suas atividades, forjam uma identidade, um modo de ser
questiona a sociedade e todos os conhecimentos que ela professor, um modo de estar no mundo. Destacamos
produz: “a escola inovadora é a escola que tem a força que as histórias de vida, os relatos desses docentes são
de se pensar a partir de si própria e de ser aquilo que importantes para este: as suas reflexões e lembranças
(..) designarei por escola reflexiva.” (ALARCÃO, 2001, são fundamentais para entender esse singular modo de
p.18) ser professor. É fundamental refletir sobre a professora-
Nessa escola inovadora, reflexiva, lida-se com proble- lidade em geral, para entender posteriormente a identi-
mas complexos que não têm ainda soluções predetermi- dade dos professores de infância. Sobre a professorali-
nadas; esses problemas que surgem no dia a dia esco- dade Pereira (2002, p.23) levanta as seguintes ques-
lar, exigem a cooperação dos diversos membros desse tões: “Há alguns anos, tenho me colocado o mesmo
universo escolar. Nessa escola, estimula-se um processo conjunto de questões: Como é que se é professor? Por
de formação continuada, de permanente questionamen- que tornar-se professor? Como é que se dá essa esco-
to e auto-questionamento por parte do professor, além lha, essa decisão? Minha prática tem sido investir na
de “(...) cooperação, olhares multidimensionais e uma problematização: a professoralidade”.
atitude de investigação na ação e pela ação. Por outro
lado, exige do professor a consciência de que a sua for- Essas questões levam a refletir sobre o papel do docente
mação nunca está terminada e das chefias e do governo, em geral, questões que são o pano de fundo desta dis-
a assunção do princípio da formação continuada ( cussão. Agora, Kramer (2002) nos oferece importantes
ALARCÃO, 2001, p.24). subsídios para pensar especificamente a ação dos edu-
Uma escola reflexiva, atenta às mudanças do presente, cadores de infância – a sua “professoralidade” -, sempre
ao tempo vivido dos alunos, dos professores, dos funcio- articulada com uma prática concreta:
nários, é um locus vivo, dinâmico; não se trata do es-
paço da reedição, do armazenamento do saber, mas da “(..) as práticas concretas feitas nas creches,
criação, da construção de saberes, do processamento pré-escolas e escolas, e aquilo que sobre elas
de experiências vividas; trata-se de um organismo vivo: falam seus profissionais são o ponto de partida
“(..) se queremos mudar a escola, devemos assumi-la para as mudanças que se pretende implemen-
como organismo vivo, dinâmico, capaz de atuar em tar. (..) É fundamental valorizar o saber produ-
situação, de interagir e desenvolver-se ecologicamente e zido na prática, sem abrir mão de fazer análise
de aprender a construir conhecimento sobre si própria crítica da situação específica e do contexto mais
nesse processo.” ( ALARCÃO, 2001, p.27) amplo, das políticas e dos movimentos sociais
Em resumo, essa escola em transformação, está profun- que tanto nos ensinam.” (KRAMER, 2002,
damente comprometida com a vida, com as experiências p.128-129)
que acontecem no seu dia-a-dia, no espaço e no tempo
escolar, trata-se de um laboratório vivencial, um lugar Kramer (2002) nos mostra que o agir do professor da
de interação, de troca, de diálogo: infância se constrói nas práticas concretas, no dia a dia,
“ É preciso refletir sobre a vida que lá se vive, em uma no contexto específico de uma ação comprometida com
atitude de diálogo com os problemas e as frustações, os políticas e movimentos sociais. Nóvoa (2000), por sua
sucessos e os fracassos, mas também em diálogo com o vez, agora voltando à análise sobre a identidade geral
pensamento, o pensamento próprio e o dos outros.” do docente alude a essa ação, articulada às questões de
(ALARCÃO, 2001, p.15) adesão e autoconsciência:

III – A ação Pedagógica dos Educadores de Infân- “Como é que cada um se tornou o professor que
cia. Formação e construção de uma identidade é hoje? (...) os três AAA que sustentam o pro-
profissional. cesso identitário dos professores: A de Adesão,
A de Ação, A de Autoconsciência.
“É a experiência acumulada, através da reflexão - A Adesão, porque ser professor implica sempre
permanente das nossas ações, que me fez dife- a adesão a princípios e a calores, a adoção de
renciar ou tornar mais consistentes a prática projetos, um investimento positivo nas potencia-
educativa em determinadas situações ao longo lidades das crianças e jovens.
deste tempo. - A de Ação, porque (..) na escolha das melho-
Parece-me evidente que as experiências de su- res maneiras de agir, se jogam decisões do foro
cesso condicionam a prática futura, uma vez profissional e do foro pessoal. (..) certas técni-
que não me sinto geralmente motivada para re- cas e métodos “colam” melhor com a nossa ma-
petir algo que correu menos bem.” (Arlete, edu- neira de ser do que outros. (..) sabemos que o
cadora de infância de Aveiro) sucesso ou o insucesso de ceras experiências
“marcam” a nossa postura pedagógica, fazendo
“O professor é um profissional da ação cuja ati- nos sentir bem ou mal com esta ou aquela ma-
vidade implica um conjunto de atos que envol- neira de trabalhar.
vem seres humanos. Como tal, a racionalidade A de Autoconsciência, porque em última análise
que impregna a sua ação é uma racionalidade tudo se decide no processo de reflexão que o
dialógica, interativa e reflexiva na lógica (...) ( professor leva a cabo sobre a sua própria ação.
ALARCÃO, 2001, p.23) É uma dimensão decisiva da profissão docente,
na medida em que a mudança e a inovação pe-
51
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
dagógica estão intimamente dependentes deste Para tanto, na parte final deste trabalho, trabalhamos
pensamento reflexivo”. ( NÓVOA, 2000, p.16). com depoimentos informais de docentes de duas escolas
de Aveiro. Contudo, veremos que as histórias, as recla-
Vemos que Nóvoa (2000) concorda com Kramer (2002), mações, os questionamentos, mesmo oriundos de do-
de alguma forma, quando destaca a importância da ação centes de Portugal, tem muito em comum com relatos e
do docente, além do mais concordam na apreciação de questionamentos de profissionais do Brasil.
que esse professor tem que ser consciente do seu papel Como se trata de depoimentos informais, vamos preser-
profissional e social. Contudo, ambos nos convidam a var a identidade dos docentes de infância e vamos lhe
refletir sobre a identidade desses professores, sobre a atribuir nomes fictícios. Maria – professora de uma esco
consciência que eles têm do seu papel. Tornar-se ou
construir-se professor não é apenas um expediente aca-
dêmico; trata-se de um grande investimento, de um
percurso onde não faltam lutas, conflitos, contradições, 3 Sobre a desvalorização do magistério, sua equiparação com
avanços e retrocessos: tarefas não profissionais, apenas maternais, Lüdke aponta: “De
longa data, o magistério, sobretudo o primário, vem fazendo
apelo ao contingente feminino. Bastante compatível com a
“A identidade não é um dado adquirido, não é natureza das funções femininas, tais como valorizadas em nossa
uma propriedade, não é um produto. A identida- sociedade ocidental. (...) essa assimilação fácil acarretou graves
de é um lugar de lutas e conflitos, é um espaço conseqüências para o ‘status’ da ocupação (LÜDKE, apud CAN-
de construção de maneiras de ser e de estar na DAU, 2002, p. 80-1).
profissão. Por isso, é mais adequado falar em
processo identitário, realçando a mescla dinâmi- la privada que recebe ajuda da Segurança Social de
ca que caracteriza a maneira como cada um se Aveiro – comenta: “Vivemos numerosos constrangimen-
sente e se diz professor”. (NÓVOA, 2000, p.16) tos por parte da direção, eles manifestam desrespeito
pela nossa função e atividade profissional. Carecemos de
A identidade desses professores é um processo em cons- recursos materiais e físicos para desempenhar nossa
trução, que surge da história pessoal de cada um desses função; precisamos lidar com pessoas mais sensíveis
profissionais, que decorre de sua prática concreta na para a problemática da educação da infância”. Já Hele-
escola, da sua relação com os alunos, funcionários e pais na, professora da mesma escola privada, concorda que
etc. É preciso lembrar essas histórias pessoais e profis- carece de recursos materiais e destaca que muitas vezes
sionais e destacar, principalmente, no que tange aos deve continuar trabalhando fora de hora “num atropelo
educadores de infância, como eles se vêm numa situa- ao tempo letivo”.
ção precária, desvalorizada socialmente; seu salário, Ana, docente de uma escola privada com fins lucrativos,
suas condições de trabalho, o aspecto físico e funcional assinala que não tem material para desempenhar sua
das escolas confirma essa precariedade. Conforme apon- função, só conta com o básico e que na escola há muito
ta Nóvoa (2000, p.8) improviso: “Há uma falta de planejamento conjunto com
os professores, todas as questões se resolvem em cima
(..) é preciso não esquecer a forma relativamen- da hora”. Finalmente, assinala um problema que mostra
te desvalorizada como os professores sentem a situação totalmente precária em que desempenha sua
que a sua profissão é vista pela sociedade, o ní- função: “Quando falta algum professor temos que fazer
vel bastante baixo das suas remunerações em até o papel de cozinheiro”.
comparação com outras atividades que exigem
uma formação de nível superior, a degradação Joana, da mesma escola privada que Ana, lembra que
da maior parte dos seus locais de trabalho nas suas atividades muitas vezes tem que agir como
(quantos técnicos com formação superior aceita- “substituta da família”. Denuncia a omissão dos próprios
riam trabalhar sem gabinete, sem secretárias, familiares das crianças, o descaso que existe com eles,
sem pessoal de apoio, etc.) e, sobretudo, o sen- mostrando que o seu papel profissional aparece confuso,
timento de que caem sobre eles as críticas prin- até assumirem funções que corresponderiam à família:
cipais quanto à situação do ensino.” “Frente as dificuldades enfrentadas o nosso papel pare-
ce ser muitas vezes o de pais e de família (o que não
Nas histórias de vida, nos depoimentos pessoais, princi- deixa de ser de fato); educador, amigo, humano, posso
palmente dos educadores de infância, cujas tarefas du- dizer que somos muito, muito e fizemos muito; avalia-
rante longo tempo foram consideradas apenas uma con- mos, planejamos, ajudamos, observamos e formamos”.
tinuidade das funções “maternais”3, aparece uma visão Finalmente, no depoimento de Rosângela, da mesma
desfavorável da própria profissão; esses docentes mos- escola privada em que trabalham Joana e Ana, encon-
tram entusiasmo pelo ato de ensinar, pelo seu engaja- tramos não só críticas à instituição escolar, às condições
mento, sua empatia com os alunos, com o trabalho es- de trabalho, ao descaso da família dos alunos, mas,
colar. Contudo, eles percebem – e sabem que são per- mesmo nessas condições tão precárias, uma exaltação
cebidos socialmente – como profissionais não reconheci- da função do educador da infância: “O envolvimento
dos, protelados, até como semi-profissionais. Nóvoa parental nas atividades, no acompanhamento das crian-
(2000, p.8) sintetiza esse mal-estar: ças, é muito reduzido. Os pais dos alunos têm grandes
exigências e cobranças, mas eles apenas se preocupam
“O mal- estar que atinge os professores ameaça tornar- pelo sucesso e a incorporação de conteúdos por parte
se crônico. Há medidas que é urgente tomar, no exterior dos filhos. Esquecem o valor das atividades lúdicas e dos
e no interior da profissão docente. As abordagens (auto) aspectos afetivos fundamentais para o desenvolvimento
biográficas podem ajudar a compreender melhor as integral da criança”. Acrescenta um importante questio-
encruzilhadas em que se encontram atualmente os pro- namento à atitude dos pais: “eles não compreendem
fessores e a delinear uma profissionalidade baseada em que não estamos na escola para substituí-los, mas para
novas práticas de investigação, de ação e de formação.” complementar a educação dos seus filhos. Esses pais,
muitas vezes, pensam que o jardim-de-infância é um
Conforme indica Nóvoa (2000), para compreender esses ‘depósito de crianças’, esquecendo-se que essas crianças
professores temos que ouvi-los, que dar lugar as suas precisam de muito amor e afeto”.
histórias de vida, ao seu percurso pessoal e profissional.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Rosângela traça um panorama bastante crítico da insti- siste uma antiga, mais saudável, perene fé na profissão,
tuição escolar, questiona o papel dos pais que pratica- na arte de ensinar. Essa arte de ensinar que teve em
mente abandonam seus filhos na escola, como se fosse Sócrates, por exemplo, uma figura que fez do amor à
um depósito de crianças. Contudo, para além de suas docência um imperativo incondicional.
críticas à instituição, às condições de trabalho, à atitude A paixão do ensino, o compromisso com o aluno, desafia
dos pais, conclui apresentando uma visão afirmativa, as carências materiais, até nos nossos dias, nesta época
não reativa, nem ressentida do seu papel profissional: cibernética. Por isso, Rosângela, professora de infância
“O educador de infância em Portugal tem o papel de de uma escola de Aveiro, não se queixa das precarieda-
pais, família, educador, alguém compreensivo, carinho- des da profissão – contudo, tem clara consciência delas,
so, possuindo também o papel de observador, avaliar, e as denúncia-, mas exalta o desafio que é exercer múl-
planejar, ajudar, formar...enfim, um educador é tudo o tiplos papéis, do fato de que o professor é muitos. Repe-
que se possa imaginar, possuindo todos e quaisquer timos, na nossa conclusão, sua sugestiva fala: “O edu-
papéis”. (Os grifos são nossos) cador de infância em Portugal tem o papel de pais, famí-
lia, educador, alguém compreensivo, carinhoso, pos-
IV. Considerações Finais: O educador da infância suindo também o papel de observador, avaliar, planejar,
na atualidade ajudar, formar...enfim, um educador é tudo o que se
possa imaginar, possuindo todos e quaisquer papéis”.
Começamos estas reflexões aludindo aos importantes Fonte: Maria E. C. de la Roca
avanços científicos e técnicos conquistados nesta época Referências bibliográficas
da globalização e das comunicações instantâneas, su- ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexi-
va. 4.ed. São Paulo: Cortez. (Coleção Questões da Nossa Época;
persônicas.
103), 2005.
Nesse contexto, começamos a refletir sobre o novo pa- ALARCÃO, Isabel. Escola Reflexiva. In: Isabel Alarcão. (Org.).
pel da escola diante de tantos avanços. Colocamos as Escola Reflexiva e Nova Racionalidade. Porto Alegre: Artmed
necessidades de pensar uma nova escola e um novo Editora, 2001, pp.15-30.
profissional atento a essas mudanças. Não só devería- CANDAU, Vera (Org.). Rumo a uma nova didática. Petrópolis:
mos pensar num professor apto a transmitir e reelaborar Vozes, 2002.
conteúdos científicos e técnicos mas a desenvolver con- LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora?
Novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo:
dições éticas e políticas, nos seus alunos, futuros cida-
Cortez, 2002.
dãos e sujeitos éticos. Apontamos ao fato de que a esco- LÜDKE, Menga. O educador: um profissional? In: Candau, Vera
la tornar-se-ia um espaço em que transcorre um tempo Maria (org.). Rumo a uma nova didática. Petrópolis: Vozes,
de vivências, de novas experiências, não apenas de 2002.
transmitir o já sabido, a escola é um gabinete, um lugar MACEDO, B. A Construção do Projecto Educativo de Escola.
de construção de saberes, um tempo em que é possível Processos de definição da Lógica de funcionamento da Escola.
criar de forma conjunta: alunos, professores, funcioná- Lisboa: Instituito de Inovação Educativa, 1995.
rios, pais. NÓVOA, António et al. Os professores: Um “novo” objecto da
investigação educacional? In: António Nóvoa (Org). Vidas de
Posteriormente, analisamos como é a nova professorali-
Professores. Porto. Porto Editora, 2000, pp.11-30.
dade, como se dá a prática concreta desses docentes PEREIRA, Marcos Vilella. Nos supostos para pensar formação e
que se defrontam com novas situações informacionais, autoformação: a professoralidade produzida no caminho da
sociais, pessoais. Destacamos que a construção de um subjetivação. In: Vera Maria Candau. Ensinar e aprender: sujei-
novo profissional, deve auscultar suas práticas, deve tos, saberes e pesquisa. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
aprofundar nos conhecimentos e experiências obtidos de VIEIRA, Ricardo (1999). História de Vida e Identidades. Profes-
forma conjunta no locus escolar. A partir disso, é impor- sores e Interculturalidade. Porto. Edições Afrontamento.
SÁ-CHAVES, Idália. Informação, Formação e Globalização:
tante ver qual a imagem que esses docentes têm de si
Novos ou Velhos Paradigmas. In: In: Isabel Alarcão (Org.).
mesmos. Qual é sua visão de si: qual sua identidade. Escola Reflexiva e Nova Racionalidade. Porto Alegre: Artmed.
Sem dúvida, essa identidade surge não só na sala de Editora, 2005, pp.83-95.
aula, mas em toda a sua experiência de vida, não é
possível dissociar o eu profissional do eu pessoal. Por
isso, é fundamental escutar suas histórias de vida: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
acompanhar suas observações, propostas, reclamações,
sonhos etc. É necessário dar a palavra aos professores.
“A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um sistema de
No caso específico estudado, dos docentes de infância de
Aveiro, percebemos que, mesmo nesta época de revolu- ensino utilizado na rede pública no Brasil para a inclusão
ção tecnológica e informacional, eles trabalham em con- de jovens e adultos na educação formal. Em síntese,
dições precárias. Carecem de recursos materiais, as tem o propósito de desenvolver o ensino fundamental e
escolas não tem instalações nem instrumental adequa- médio com qualidade para aqueles que perderam a
do. Sua condição profissional está notadamente desvalo- oportunidade de se escolarisar na época própria por
rizada. Até poderíamos dizer que não são, em muitos arrimo ou por inadaptação.
casos, respeitados, pois devem até se desempenhar É regulamentada pelo artigo 37, da lei nº 9394 de 20 de
como cozinheiros, quando algum funcionário falta. Eles Dezembro de 1996 (LDB).
apontam também para a omissão dos familiares que É uma educação que passou por várias agressões por
parte de muitos políticos que a não queriam, pois acredi-
abandonam seus filhos no jardim de infância, como se
tavam que a eliminação do analfabetismo se limitava
fosse um depósito de crianças. Os questionamentos são
apenas em proporcionar uma educação de qualidade
múltiplos, as carências enormes. Neste ponto, aponta-
mos o paradoxo da globalização, da época da revolução para as crianças e quanto aos adultos analfabetos, já
das tecnologias e informações. Fala-se muito do novo tem o seu destino traçado na morte, pois a medida que
docente, da necessidade de adequação aos novos tem- são analfabetos, consequentemente não conseguem
pos, mas temos que pontuar que, mesmo nessa época, emprego e nem o seu sutento, daí acabam morrendo de
convivem diversos tempos. E a profissão docente pade- fome (Crença do Senador Darcy Ribeiro). Mas devido à
ce, nesse paradoxo do novo e do arcaico, de insuficiên- lutas de outros senadores e deputados, em prol de uma
cias que decorrem de velhos tempos. Contudo, na luta educação também para esses que não tiveram, muitas
desses profissionais, particularmente, como pontuamos vezes, condições de estudar, com a formulação de proje-
tos em favor da Educação de Jovens e Adultos, o Sena-
neste trabalho, dos docentes da infância de Aveiro, per-
53
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
dor Darcy modificou o seu conceito e atribui em projeto III – a implantação de um sistema de monitoramento e
de lei para a LDB o conceito de educação de adultos avaliação;
como o que está citado logo no ínicio. (GADOT- IV – uma política de formação permanente de seus pro-
TI;ROMÃO, 2005, Educação de Jovens e Adultos: Teoria, fessores;
prática e proposta)” Wikipédia V – maior alocação de recursos para que seja ministrada
por docentes licenciados.
“As atuais iniciativas referentes à Educação de Jovens e
Adultos trabalhadores, no Brasil, adotadas pelo Governo Art. 45 A idade mínima para o ingresso nos cursos de
Federal, são marcadas por duas ordens de questões, de Educação de Jovens e Adultos e para a realização de
caráter socioeconômico, que se complementam. A pri- exames de conclusão de EJA será de 15 (quinze) anos
meira constitui expressão histórica do quadro de distri- completos (Parecer CNE/CEB nº 6/2010 e Resolução
buição profundamente desigual dos bens materiais e CNE/CEB nº 3/2010).
simbólicos, bem como da negação dos direitos funda- Parágrafo único. Considerada a prioridade de atendimen-
mentais – entre os quais se destaca o direito pleno à to à escolarização obrigatória, para que haja oferta ca-
educação – para a maioria da classe trabalhadora. A paz de contemplar o pleno atendimento dos adolescen-
segunda, de origem recente, resulta das repercussões tes, jovens e adultos na faixa dos 15 (quinze) anos ou
internas da reestruturação produtiva, do aprofundamen- mais, com defasagem idade/série, tanto na seqüência do
to do processo de internacionalização do capital e da ensino regular, quanto em Educação de Jovens e Adul-
redefinição das condições de inserção dependente e tos, assim como nos cursos destinados à formação pro-
subordinada do país no capitalismo internacional, a par- fissional, torna-se necessário:
tir do final dos anos de 1980.” A educação de jovens e I – fazer a chamada ampliada dos estudantes em todas
adultos trabalhadores brasileiros no século XXI: Forma- as modalidades do Ensino Fundamental;
ção de adultos: políticas e práticas. II – apoiar as redes e os sistemas de ensino a estabele-
cerem política própria para o atendimento desses estu-
“Já são cerca de 4,2 milhões de alunos em todo o país. dantes, que considere as suas potencialidades, necessi-
Esse número tende a crescer com os projetos de comba- dades, expectativas em relação à vida, às culturas juve-
te ao analfabetismo. Há um intenso movimento de jo- nis e ao mundo do trabalho, inclusive com programas de
vens e adultos voltando à sala de aula. Quem não teve aceleração da aprendizagem, quando necessário;
oportunidade de estudar na idade apropriada, ou que III – incentivar a oferta de Educação de Jovens e Adultos
por algum motivo abandonou a escola antes de terminar nos períodos diurno e noturno, com avaliação em pro-
a Educação Básica, está procurando as instituições de cesso.
ensino para completar seus estudos. Aqueles que não
sabem ler e escrever pretendem ser alfabetizados. Os Art. 46 A oferta de cursos de Educação de Jovens e
que já têm essas habilidades desejam adquirir outros Adultos, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, será
saberes — e diploma, naturalmente — para que tenham presencial e a sua duração ficará a critério de cada sis-
chances no concorrido mercado de trabalho e sintam-se tema de ensino, nos termos do Parecer CNE/CEB nº
cidadãos responsáveis pelos destinos do país. Nesta e na 29/2006, tal como remete o Parecer CNE/CEB nº 6/2010
próxima edição de ESCOLA você vai conhecer um pouco e a Resolução CNE/CEB nº 3/2010. Nos anos finais, ou
mais sobre teoria e prática da Educação de Jovens e seja, do 6º ano ao 9º ano, os cursos poderão ser pre-
Adultos.” senciais ou a distância, devidamente credenciados, e
Educação de Jovens e Adultos: Sonia Maria Rummert terão 1.600 (mil e seiscentas) horas de duração.
Parágrafo único. Tendo em conta as situações, os perfis
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 07/2010, DE e as faixas etárias dos adolescentes, jovens e adultos, o
14/12/2010 projeto político-pedagógico da escola e o regimento
escolar viabilizarão um modelo pedagógico próprio para
Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensi- essa modalidade de ensino que permita a apropriação e
no Fundamental a contextualização das Diretrizes Curriculares Nacionais,
............................................................................... assegurando:
................... I – a identificação e o reconhecimento das formas de
aprender dos adolescentes, jovens e adultos e a valori-
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS zação de seus conhecimentos e experiências;
II – a distribuição dos componentes curriculares de mo-
Art. 43 Os sistemas de ensino assegurarão, gratuita- do a proporcionar um patamar igualitário de formação,
mente, aos jovens e adultos que não puderam efetuar bem como a sua disposição adequada nos tempos e
os estudos na idade própria, oportunidades educacionais espaços educativos, em face das necessidades específi-
adequadas às suas características, interesses, condições cas dos estudantes.
de vida e de trabalho mediante cursos e exames, con-
forme estabelece o Art. 37, § 1º, da Lei nº 9.394/96. Art. 47 A inserção de Educação de Jovens e Adultos no
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, in-
Art. 44 A Educação de Jovens e Adultos, voltada para a cluindo, além da avaliação do rendimento dos alunos, a
garantia de formação integral, da alfabetização às dife- aferição de indicadores institucionais das redes públicas
rentes etapas da escolarização ao longo da vida, inclusi- e privadas, concorrerá para a universalização e a melho-
ve àqueles em situação de privação de liberdade, é pau- ria da qualidade do processo educativo.
tada pela inclusão e pela qualidade social e requer:
A IMPLEMENTAÇÃO DESTAS DIRETRIZES: COM-
I – um processo de gestão e financiamento que lhe as- PROMISSO SOLIDÁRIO DOS SISTEMAS E REDES DE
segure isonomia em relação ao Ensino Fundamental ENSINO
regular;
II – um modelo pedagógico próprio que permita a apro- Art. 48 Tendo em vista a implementação destas Diretri-
priação e a contextualização das Diretrizes Curriculares zes, cabe aos sistemas e às redes de ensino prover:
Nacionais; I – os recursos necessários à ampliação dos tempos e
espaços dedicados ao trabalho educativo nas escolas e a
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
distribuição de materiais didáticos e escolares adequa- Também Gramsci (1968) (15) salientava esse descom-
dos; prometimento “amesquinhado” dos educadores:
II – a formação continuada dos professores e demais É este o fundamento da escola elementar; que ele tenha
profissionais da escola em estreita articulação com as dado todos os seus frutos, que no corpo de professores
instituições responsáveis pela formação inicial, dispen- tenha existido a consciência de seu dever e do conteúdo
sando especiais esforços quanto à formação dos docen- filosófico deste dever, é um outro problema, ligado à
tes das modalidades específicas do Ensino Fundamental crítica do grau de consciência civil de toda uma nação,
e àqueles que trabalham nas escolas do campo, indíge- da qual o corpo docente é tão-somente uma expressão,
nas e quilombolas; ainda que amesquinhada, e não certamente uma van-
III – a coordenação do processo de implementação do guarda” (1968, 131).
currículo, evitando a fragmentação dos projetos educati-
vos no interior de uma mesma realidade educacional; “Não existe nada que não possa ser mudado por ação
IV – o acompanhamento e a avaliação dos programas e social consciente e intencional, munida de informação e
ações educativas nas respectivas redes e escolas e o apoiada na legitimidade". (Castells,1999, p.437)
suprimento das necessidades detectadas.
Art. 49 O Ministério da Educação, em articulação com os Para Kellner (2001) (17), essa ação consciente e inten-
Estados, os Municípios e o Distrito Federal, deverá en- cional estaria na educação. Para ele, nesse período de
caminhar ao Conselho Nacional de Educação, precedida dramáticas mudanças tecnológicas e sociais, a educação
de consulta pública nacional, proposta de expectativas precisa cultivar uma variedade de novos tipos de alfabe-
de aprendizagem dos conhecimentos escolares que de- tizações para tornar a educação relevante às demandas
vem ser atingidas pelos alunos em diferentes estágios de um novo milênio. Segundo ele:
do Ensino Fundamental (Art. 9º, § 3º, desta Resolução).
Parágrafo único. Cabe, ainda, ao Ministério da Educação “Tenho como pressuposto que as novas tecnologias es-
elaborar orientações e oferecer outros subsídios para a tão alterando todos aspectos de nossa sociedade e cultu-
implementação destas Diretrizes. ra e que precisamos compreendê-las e utilizá-las tanto
para entender quanto para transformar nossos mundos.
Art. 50 A presente Resolução entrará em vigor na data Meu objetivo é introduzir novas alfabetizações para dar
de sua publicação, revogando-se as disposições em con- força a indivíduos e grupos que tradicionalmente têm
trário, especialmente a Resolução CNE/CEB nº 2, de 7 sido excluídos e, desse modo, reconstruir a educação
de abril de 1998. tornando-a capaz de reagir melhor frente aos desafios
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO de uma sociedade democrática e multicultural”.

No entanto, a despeito da ubiqüidade da cultura midiáti-


MÍDIA E EDUCAÇÃO ca na sociedade contemporânea e na vida de todos os
dias, ele argumenta que até agora nada se fez ou se
Termos derivados da Comunicação, Mídia e Meio são desenvolveu a respeito da educação midiática no siste-
geralmente confundidos pelas pessoas que não tem ma escolar fundamental e médio. Para Kellner, fazer
informação na área. Segundo o Panopticon (1), Mídia é alfabetização crítica da mídia seria um projeto que esti-
o plural e Meio é o singular. Por exemplo: a televisão é mularia a participação e o trabalho conjunto de pais,
um meio de massa, enquanto televisão, jornais, rádio, filhos, educadores. Ele cita como exemplo o assistir a
World Wide Web, etc, formam a mídia de massas. shows de televisão ou a filmes juntos. Isso poderia pro-
Meio é um tipo de canal ou comunicação entre duas mover discussões produtivas entre os assistentes, agu-
pessoas ou mais. Meio de massa é quando esse tipo de çando-lhes a percepção e a crítica do que está “por trás”
comunicação envolve muitas pessoas. E quando essa do texto mediático.
comunicação é feita por um conjunto de meios, temos a
mídia de massas. Para Kellner: “A alfabetização midiática, assim,
Herrera (1993) (12) sinaliza que seria necessário que envolve o desenvolvimento de concepções interpretati-
uma outra estratégia socioeconômica e cultural fosse vas e críticas. Engajar-se no levantamento e avaliação
implementada para superar a opressão: a valorização do de textos midiáticos é particularmente desafiador e
ser em vez do ter; a produção compatível com os recur- abarca uma discussão cuidadosa de critérios críticos
sos finitos do meio ambiente; a distribuição equânime da especificamente morais, pedagógicos, políticos ou estéti-
riqueza; a eliminação da divisão social do trabalho; a cos“.
participação e a educação. Para ele: “Com a tecnologia E mais adiante: “Mas a alfabetização midiática
moderna, aparece também uma nova possibilidade: a crítica envolve ocupar uma posição acima da dicotomia
informática. Pela primeira vez na história é possível que de protetor e censor. Pode-se ensinar como a cultura
a população ou os organismos representantes da popu- midiática fornece afirmativas ou insights significativos
lação possam ter realmente informação para poder deci- sobre o mundo social, fortalecendo visões de gênero,
dir, começando pela base“. raça e classe ou estruturas e práticas estéticas comple-
A utilização, por exemplo, da informática tem sido reaci- xas, girando a um ponto positivo sobre como trazer
onária/conservadora para a grande maioria da popula- contribuições importantes à educação. No entanto, de-
ção, tendo em vista o desemprego tecnológico e o des- ve-se indicar também como a cultura midiática pode
comprometimento dos educadores com a democracia estimular o sexismo, o racismo, o etnocentrismo, a ho-
(entre outros). A péssima remuneração dos professores, mofobia e outras formas de preconceitos, numa aborda-
suas duvidosas formações, a deplorável qualidade do gem dialética ao mostrar como a mídia pode trazer fal-
ensino nas escolas públicas do ensino fundamental e sas informações, ideologias problemáticas e valores
médio e a semi-alfabetização dos alunos, que inclui paí- questionáveis”.
ses como o próprio EUA, são um indício de que esse
fenômeno do descomprometimento com a educação não E ao incluir a informática entre as mídias e em-
é um fenômeno típico de antigo terceiro mundo, mas um pregar o termo “multimídia” ele assinala a necessidade
fenômeno mundial . de novas alfabetizações, as alfabetizações múltiplas, que
iriam além do domínio técnico das mídias, mas que in-
cluiria “o desenvolvimento de eficiências que possibili-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
tam ao indivíduo desenvolver-se em seu ambiente con- das as mazelas que vêm sendo praticadas no desenvol-
creto, aprender com a prática e ser capaz de interagir, vimento do processo educativo - e o papel do poder
trabalhar e ser criativo em suas próprias sociedades e público na geração de problemas que se cristalizam nas
culturas”. condições de funcionamento das escolas, no processo de
valorização dos profissionais de educação e no respeito
Citando as idéias de Paulo Freire, ele argumenta aos que mais precisam da escola: a comunidade.
que a pedagogia crítica compreende as habilidades tanto O povo sabe do papel da escola pública na atualidade,
de ler a palavra quanto de ler o mundo. Por isso, as tem cobrado atenções do poder público ao seu desen-
alfabetizações múltiplas incluem não apenas a mídia e a volvimento, e já está consciente da importância dos que
alfabetização informática, mas uma extensão diferencia- dão educação aos seus filhos e quais os processos inse-
da de alfabetizações sociais e culturais, que vão desde a ridos na concretização de um processo educativo que
eco-alfabetização até a alfabetização econômica e finan- leve os educandos a competir em pé de igualdade com
ceira e uma variedade de outras competências que nos aqueles que freqüentam a escola particular.
possibilitam a viver bem em nossos mundos sociais.
Os órgãos de comunicação têm o dever cívico de mos-
Ele conclui o seu texto recorrendo à Dewey nos trar a face verdadeira da escola, fazendo uma avaliação
seguintes termos: “De maneira mais enfática, é tempo constante dos problemas que são enfrentados por todos
de assumir a atitude de Dewey de experimentação os membros da comunidade escolar, na concretização de
pragmática de ver o que as novas tecnologias podem e uma escola pública de qualidade. Aos profissionais de
não podem fazer para ver se podem intensificar a edu- comunicação cabe um processo de esclarecimento de
cação. Mas também teremos que suplantar o exagero, como funcionam as escolas e dos fatores que atrapa-
mantendo uma atitude e uma pedagogia críticas en- lham seu bom funcionamento.
quanto continuamos a combinar a alfabetização e os
conteúdos clássicos com as novas alfabetizações e con- No atual momento, é primordial que jornalistas se enga-
teúdos”. jem no processo de luta daqueles que querem educação
pública de qualidade, fomentando de in-formação a soci-
É possível superar a contradição, a fragmentação? edade, que pode e deve saber os rumos do processo
Segundo a lógica dialética, seria preciso negar a nega- educativo e os fatores que levam à não concretização de
ção da mídia e da multimídia na educação para se che- uma educação em que reinem os ideais de justiça, cida-
gar a um patamar superior superando a contradição que dania, ética e valorização dos cidadãos.
essa relação revela. Contudo, desde os anos cinqüen- Fonte: Raquel A. Moraes/ Francisco Djacyr S. Souza,
ta/sessenta essa lógica vem sendo questionada, primei- professor.
ro por Adorno, depois pelos pós-modernistas como Lyo-
tard, Foucault e os pós-estruturalistas como Derrida e Mídia
Deleuze.
É evidente a importância dos meios de comunicação no
Criticando a rigidez da meta-narrativa hegeliana senhor- cotidiano dos adolescentes e jovens. O rádio e a televi-
escravo e exaltando a diferença ao invés da contradição, são, ao lado das revistas, constituem-se nas principais
esses filósofos abriram brecha para o questionamento do fontes tanto de fantasia quanto de informação acerca do
poder enquanto pertencendo a sujeitos determinados, que se passa no mundo. A qualidade da maior parte das
estando, ao invés, diluídos no tecido social. O poder está programações é, sem dúvida, muito discutível. Informa-
em tudo e em todos, até no escravo. O sujeito, por sua ções tendenciosas, tanto naquilo que é dito quanto na-
vez, não é mais o sujeito do Iluminismo que tem a Ra- quilo que deixa de ser dito; produções artísticas pouco
zão, a Ciência e a Tecnologia a seu dispor. Agora o sujei- elaboradas; incentivo ao consumo desenfreado; valori-
to aparece como algo fragmentado e inconsciente, osci- zação de atitudes violentas e discriminatórias. No entan-
lando entre a loucura e sanidade. Não somos mais os to, a mídia oferece a cada um, e não só aos jovens, a
seres racionais cartesianos do “Penso, logo existo”. possibilidade de distrair-se de suas preocupações, infor-
Embora Marx advirta que o indivíduo não é dono de si mar-se e até mesmo de resignar-se com as dificuldades
mesmo, é alienado, ele não se aprofunda nessa afirma- enfrentadas em face da enxurrada de tragédias alheias.
ção. Por isso, a estratégia de alguns educadores de tratar a
mídia como adversária acaba funcionando como um
A nosso ver, Kellner ao iniciar sua análise pela distanciamento entre esses e os alunos. A mídia pode
vertente marxista e concluir pelo pragmatismo de De- ser uma grande aliada no processo educacional: é im-
wey, também deixou de lado o aprofundamento dos portante aproveitar o conhecimento que ela propicia e
porquês que ocorrem essas contradições ou mesmo propor trabalhos de reflexão sobre as programações,
diferenças, como advogam os pós-modernos e pós- incentivando um olhar crítico. Do ponto de vista educati-
estruturalistas. Mesmo que suas idéias sejam o bom vo, o problema não está no consumo, mas no consumo
senso, afinal, é bom senso não ser extremista (ou giz ou passivo de tudo que é veiculado.
computador), educar para “ser capaz de interagir, traba-
lhar e ser criativo em suas próprias sociedades e cultu- Numa época em que a imagem é particularmente valori-
ras” como ele afirma, envolve a superação do ímpeto zada, a influência da televisão entre os jovens vem cres-
totalitário que há em todos nós, pois somos, ao mesmo cendo acentuadamente. A ampla difusão, pela televisão,
tempo, e de forma fragmentada, bons e maus, verdadei- do que acontece com os adolescentes e jovens no mun-
ros e mentirosos, anjos e demônios. Ou seja: Como do inteiro influencia a produção dos estilos em todos os
educar para emancipar numa sociedade totalitária que níveis, contribuindo decisivamente para que um mesmo
usa a mídia, e agora a multimídia, para fabricar novos estilo possa ser encontrado nos mais diversos continen-
consensos e impor o totalitarismo ocidental, como diriam tes. A partir dessa amplitude, os jovens são criticados
Chomsky e Vlajki? como meros consumidores, como meros imitadores. E
aqui é preciso cuidado: o que se observa é uma relação
O papel da mídia, no sentido de valorizar, a educação é complexa, pois os jovens, ao mesmo tempo que assimi-
deveras importante no contexto atual. Cabe aos meios lam, fazem uma reelaboração do bem cultural. A mídia
de comunicação veicular, de forma coerente e real, to- tem se mostrado extremamente eficaz e rápida na per-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
cepção e apropriação de elementos culturais inovadores bem-sucedidas, de forma que ela possa reconhecer e
produzidos por certos grupos juvenis, dando a falsa considerar os próprios limites e os dos demais. Há que
impressão de ser a autora das inovações. se repetir, com calma, centenas e milhares de vezes a
mesma coisa, para funcionar. Educar envolve um novo
desafio a cada dia, porém é a melhor forma para nos
DISCIPLINA E LIMITES NA ESCOLA levar a ter filhos/alunos sociáveis, felizes, cidadãos,
responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres.
A questão dos limites na educação infantil tem se reve- Para Augusto Cury “Os filhos não precisam de pais gi-
lado uma dificuldade tanto para pais quanto para profes- gantes, mas de seres que falem a sua língua e sejam
sores. Sabemos que o comportamento da criança tem se capazes de penetrar-lhes o coração” (2003).
modificado com o passar do tempo e um dos fatores
refere-se a construção de limites e a formação de valo- O ambiente escolar é o local para a criança experimentar
res por parte da criança desde a primeira infância. pela primeira vez como é viver em sociedade, sem ter os
pais ou responsáveis como as figuras que atendem e
Destarte, escola e família possuem no estabelecimento resolvem as vontades e dificuldades. Ana Badih, coorde-
dos limites infantis, papéis compartilhados, mas distin- nadora da Creche Escola Gugu Dadá, no Rio de Janeiro
tos. A família, por ser a primeira instituição social com a (RJ), explica a importância do espaço socializador que é
qual a criança tem contato primeiramente, se estabelece a escola e o que ocorre com a criança na fase escolar: “É
a noção de limites, o respeito à autoridade e a capacida- nesse período em que os pequenos aprendem a lidar
de de se colocar no lugar do outro. A escola, por sua com as diferenças e a respeitá-las. Mas, além disso, é
vez, além de ser uma instituição responsável pelo de- também o momento em que percebem que existem
senvolvimento do conhecimento formal, também de- outras estratégias para satisfazer suas necessidades,
sempenha um papel importante no estabelecimento dos como agressões, xingamentos, mordidas e choros”. Lidar
limites infantis. com esse tipo de comportamento pode parecer difícil,
mas é por meio de tais sinais que é possível estabelecer
É no ambiente escolar que as crianças aprendem pela a boa convivência e o respeito às regras. “A agressivida-
primeira vez como é viver em sociedade, a lidar com as de, apesar de gerar muita preocupação, é importante
diferenças, com a tolerância em relação à frustação, com para a criança aprender e se controlar e a impor seu
a aceitação das regras coletivas, nesse processo, está ponto de vista. Morder, dar tapas, xingar são formas da
incluído também, compreender que nem sempre é pos- criança descobrir o mundo, perceber limites e demons-
sível fazer tudo que deseja. Quando se fala em limites, trar que se sente incomodada com algo. Quando isso
muitas vezes a dúvida permeia a cabeça dos pais e edu- ocorre, o professor deve estar à frente da situação e,
cadores em relação ao que fazer e como lidar com os demonstrando muita calma, apontar as consequências
comportamentos indesejados apresentados pela criança. de tais atos e como ela pode se expressar sem agredir o
colega”, reforça Kelly Holanda, pedagoga e consultora
familiar, com foco na educação infantil e consultoria
pedagógica.
A faixa etária dos três aos cinco anos é a fase da rebel-
dia, do negativismo, a criança não obedece e tem ata- As funções dos dois lados
ques de birra, entende o “não” vindo dos pais, mas é
muito resistente quanto a obedecer, por isto não adianta Dentro desse contexto já apresentado, fica a dúvida:
os pais falarem “não” sem que a criança entenda o con- como estabelecer limites e regras sem invadir o espaço
texto. A importância do “não” e do estabelecimento das e o papel dos pais? O professor deve ter em mente que
regras é fator organizador para a criança e não um ato a escola tem uma missão diferente da educação que
de desamor. Agir dentro dos limites oferece a criança deve ser construída pela família. Nívea Fabrício, psico-
uma estrutura segura capaz de lidar com situações no- pedagoga e diretora do Colégio Graphein, São Paulo
vas e desconhecidas. (SP), distingue as duas funções a serem executadas
Para Içami Tiba (1996, p.43), cabe aos pais delegar ao para a preparação da criança num âmbito escolar e soci-
filho tarefas que ele já é capaz de cumprir. Essa é a al: “O papel da escola visa à formação das crianças e à
medida certa do seu limite. É por isso que os pais nunca integração delas no meio social, compartilhando experi-
devem fazer tudo pelo filho, mas ajudá-lo somente até o ências que permitam a elas entender a necessidade de
exato ponto em que ele precisa, para que, depois, reali- respeitar regras e aos outros indivíduos. A família deve
ze sozinho suas tarefas. É assim que o filho adquire auto se responsabilizar pela formação ética e moral da crian-
confiança, pois está construindo sua autoestima. O que ça, trabalhar a noção de limites e responsabilidades,
ele aprendeu é uma conquista dele. deveres e direitos e ensinar a respeitar as diferenças e
No livro “Escola sem Conflito: Parceria com os Pais”, singularidade de cada um”.
Tânia Zagury (2002, p.192) ressalta “Hoje, a punição é Assim como os pais, alguns educadores também têm
cada vez mais rara, tanto na escola como em casa. Os receio de estabelecer as regras de convivência, por te-
pais tem larga parcela de culpa no que diz respeito à merem a imagem absoluta e arbitrária. Nívea conta que
indisciplina dentro da classe. É uma situação cada vez o segredo que difere o autoritarismo do comportamento
mais comum: eles trabalham muito e têm menos tempo adotado para que a outra pessoa torne-se mais educada
para dedicar à educação das crianças. Sentindo culpados ou disciplinada está no respeito à autoestima. “Se o
pela omissão, evitam dizer não aos filhos e esperam que professor tem medo de adotar essa postura, é importan-
a escola assuma a função que deveria ser deles: a de te buscar atividades para estreitar o relacionamento
passar para a criança os valores éticos e de comporta- entre família e escola, que deve ser embasado por uma
mentos básicos”. A escola é uma instituição que muito parceria harmônica entre todos os envolvidos”, acres-
irá colaborar com os pais nesse sentido, mas nunca os centa.
poderá substituir.
A relação entre os dois lados
A construção de limites está diretamente implicada na O bem-estar da criança para que a escola seja um lugar
capacidade da criança de socialização e convivência agradável e convidativo tem de ser o objetivo em co-
mum do educador e da família. A pedagoga e especialis-
57
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ta em educação infantil, Gabriela Manzano Geraldini, super-exploração de um vocábulo, este acaba ganhando
comenta que “o professor deve conversar com os pais denotações desviadas do seu estrito sentido. Hoje, tor-
dos alunos que apresentem alguma dificuldade de convi- nou-se costume o emprego da palavra cidadania para
vência por problemas de indisciplina e perguntar como é referir-se a direitos humanos, ou direitos do consumidor
o comportamento da criança em casa”. Além disso, a e usa-se o termo cidadão para dirigir-se a um indivíduo
pedagoga recomenda falar sobre os limites que devemos qualquer, desconhecido.
impor em certas ocasiões e a liberdade que devemos
oferecer em outras. Para isso, agende reuniões e utilize De certa forma, faz sentido a mistura de significados, já
textos de reflexão sobre o assunto para realizar um que a história da cidadania confunde-se com a história
debate. A coordenadora da Escola Bloom, no Rio de dos direitos humanos, a história das lutas das gentes
Janeiro (RJ), Herika de Magalhães, explica que a conver- para a afirmação de valores éticos, como a liberdade, a
sa com a família é necessária, pois as crianças são o dignidade e a igualdade de todos os humanos indistin-
reflexo da educação dos pais. “Se elas crescem em um tamente; existe um relacionamento estreito entre cida-
ambiente em que todos os seus desejos são atendidos, dania e luta por justiça, por democracia e outros direitos
sem questionamentos, ela transporta esse modelo para fundamentais asseguradores de condições dignas de
outras relações”. sobrevivência.

Expressão originária do latim, que tratava o indivíduo


CIDADANIA habitante da cidade (civitas), na Roma antiga indicava a
situação política de uma pessoa (exceto mulheres, es-
Em relações humanas no trabalho é importante conquis- cravos, crianças e outros) e seus direitos em relação ao
tar e conservar a cooperação e a confiança dos compa- Estado Romano. No dizer de Dalmo Dallari:
nheiros de trabalho.
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à
Portanto, se olharmos todos os setores da vida moder- pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e
na, verificaremos que o homem já não pode trabalhar do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está
sozinho. As divisões do trabalho, a especialização cada marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de
vez maior, o tornam dia a dia mais dependente de sua decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro
equipe, e conseqüentemente dos indivíduos que o com- do grupo social”[1].
põem. No Brasil, os primeiros esforços para a conquista e esta-
Ética => do grego, ethikós - costume, comportamento. belecimento dos direitos humanos e da cidadania con-
fundem-se com os movimentos patrióticos reivindicati-
A ética constitui um conjunto de normas, informais e vos de liberdade para o País, a exemplo da inconfidência
relativamente flexíveis, que estabelece um padrão para mineira, canudos e outros. Em seguida, as lutas pela
o comportamento dos indivíduos num determinado gru- independência, abolição e, já na república, as alternân-
po. cias democráticas, verdadeiros dilemas históricos que
A partir da opinião comum, ou seja, de um consenso custaram lutas, sacrifícios, vidas humanas.
entre as pessoas que convivem em comunida-
de/sociedade sobre o que é correto ou não, geram-se E hoje, a quantas anda a nossa cidadania? A partir da
regras que permitem às pessoas um convívio mais pací- Constituição de 1988, novos instrumentos foram coloca-
fico. dos à disposição daqueles que lutam por um País cida-
dão. Enquanto consumidor, o brasileiro ganhou uma lei
Apesar de o termo "ética" definir, essencialmente, regras em sua defesa – o CDC; temos um novo Código de
não-escritas, associações como os Conselhos profissio- Trânsito; um novo Código Civil. Novas ONGs que desen-
nais (CRM, CRP, CRO...) podem oficializar um Código de volvem funções importantíssimas, como defesa do meio
Ética, que serve para que seja mais fácil determinar ambiente. A mídia, apesar dos seus tropeços, tem tido
quando um profissional agiu de maneira incorreta, po- um papel relevante em favor da cidadania. E muitas
dendo assim aplicar a ele a devida punição (que será outras conquistas a partir da Nova Carta.
feita dentro dos próprios círculos de atuação desta asso-
ciação). Como o exemplo da Ação Cidadania Contra a Miséria e
pela Vida, Movimento pela Ética na Política. Memorável a
Cidadania são os direitos e deveres do cidadão. Ela pode ação dos “caras-pintadas”, movimento espontâneo de
ou não ser exercida, mas, ao contrário da Ética, que só jovens que contribuiu para o impeachment do presidente
existe quando o próprio indivíduo a reconhece e a impõe Collor. A Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de
a si, a cidadania é concedida à pessoa quando o grupo Injunção, Mandado de Segurança entre outros, além da
(o país onde ele mora, por exemplo) o reconhece como instituição do Ministério Público, importante instrumento
cidadão. na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Assim como a ética, o conceito de "cidadania" é flexível,
pois é determinado por cada grupo social chega a um Há um longo caminha a percorrer. É só ativar um pouco
certo acordo sobre quais são os comportamentos a se- a nossa acuidade natural e veremos que estamos cerca-
rem tomados para que a vida em sociedade esteja livre dos de um sem número de mazelas que insistem em
de conflitos. infestar a nossa sociedade. Os representantes que, mal
acabam de se eleger, dão as costas para o eleitor e este
NOÇÕES DE CIDADANIA não lhe nega a recíproca, deixando aqueles ainda mais à
vontade para as suas rapinagens.
No discurso corrente de políticos, comunicadores, diri-
gentes, educadores, sociólogos e uma série de outros Uma pesquisa divulgada pelo Ibope[2] em 25.11.03 traz
agentes que, de alguma maneira, se mostram preocu- dados preocupantes sobre as nossas relações de cidada-
pados com os rumos da sociedade, está presente a pala- nia. Indica que 56% dos brasileiros não têm vontade de
vra cidadania. Como é comum nos casos em que há a participar das práticas capazes de influenciar nas políti-
cas públicas. 35% nem tem conhecimento do sejam
58
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
essas práticas e 26% acham esse assunto “chato de- Wilba L. M. Bernardes[6] refere-se a outros autores para
mais” para se envolver com ele. Nem tudo está perdido: esclarecer que no início da evolução ateniense só uma
44% dos entrevistados manifestaram algum interesse classe de cidadãos exercia a plenitude da cidadania
em participar para a melhoria das atividades estatais, e (existia uma divisão censitária da sociedade); somente a
entendem que o poder emana do povo como está pre- partir das reformas de Clístenes (509 a.c.), essa cidada-
visto na Constituição. A pesquisa anima, de forma até nia foi estendida a todo cidadão ateniense, que poderia
surpreendente, quando mostra que 54% dos jovens inclusive exercer qualquer cargo de governo. Também é
(entre 16 e 24 anos), têm interesse pela coisa pública. a partir de Clístenes, segundo ensina Fustel de Coulan-
Interesse que cai progressivamente à medida que a ges, que a antiga aristocracia ateniense sofreu o seu
idade aumenta. A pesquisa ajuda a desmontar a idéia mais duro golpe: Clístenes confirmou as reformas políti-
que se tem de que o jovem é apático ou indiferente às cas de Sólon, introduziu também reformas na velha
coisas do seu país. organização religiosa da sociedade ateniense: “A partir
deste momento, não houve mais castas religiosas, nem
A CIDADANIA NA ANTIGÜIDADE privilégios de nascimento na religião ou na política”.

Em tempos recuados da História encontram-se sinais de Celso Lafer, apud Mário Quintão[7], entende que a
lutas sociais que lembram bem a busca por cidadania. igualdade resulta da organização humana, que é o meio
Bem tratado por Jaime Pinsky, apud Emiliano José[3], de igualizar as diferenças por intermédio das institui-
por volta do século VIII a.c. os Profetas Isaías e Amós ções. É o caso da polis, que tornava os homens iguais
pregavam em favor do povo e contra os opressores: através da lei. Perder o acesso à esfera pública equivalia
a privar-se da igualdade. O indivíduo, destituído da cida-
“cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai dania e submetido à esfera privada, não usufruía os
o direito, protegei o oprimido. Fazei justiça ao órfão, direitos, que só podiam existir em função da pluralidade
defendei a viúva”. dos homens. A esfera privada, vinculada às atividades
de sobrevivência do indivíduo, era o espaço de sujeição
“Portanto, já que explorais o pobre e lhe exigis tributo no qual a mulher, o escravo e os filhos, destituídos de
de trigo, edificareis casas de pedra, porém não habita- direitos, estavam sob o domínio despótico do chefe de
reis nelas, plantareis as mais excelentes vinhas, porém família e a proteção das divindades domésticas.
não bebereis do seu vinho. Porque eu conheço as vossas
inúmeras transgressões e os vossos grandes pecados: Lembra Wilba Bernardes que o Estado à época de Roma
atacais o justo, aceitais subornos e rejeitais os pobres à e Grécia, se é que podem assim ser chamados, não ti-
sua porta”. nha a feição que hoje lhe é conferida; era mais um pro-
longamento da família, pois esta era a base da socieda-
A CIDADANIA NA GRÉCIA ANTIGA de. E sendo assim, o indivíduo encontrava-se completa-
mente absorvido pelo Estado ou pela Cidade-Estado. Aos
Na Grécia de Platão e Aristóteles, eram considerados cidadãos atenienses eram reservados os direitos políti-
cidadãos todos aqueles que estivessem em condições de cos. Os cidadãos formavam o corpo político da cidade,
opinar sobre os rumos da sociedade. Entre tais condi- daí a faculdade de tomarem parte das Assembléias,
ções, estava a de que fosse um homem totalmente livre, exercerem a magistratura e proporcionarem a justiça.
isto é, não tivesse a necessidade de trabalhar para so-
breviver, uma vez que o envolvimento nos negócios A CIDADANIA ROMANA
públicos exigia dedicação integral. Portanto, era peque-
no o número de cidadãos, que excluíam além dos ho- Em Roma, também se encontra, patente, a idéia de
mens ocupados (comerciantes, artesãos), as mulheres, cidadania como capacidade para exercer direitos políti-
os escravos e os estrangeiros. Praticamente apenas os cos e civis e a distinção entre os que possuíam essa
proprietários de terras eram livres para ter o direito de qualidade e os que não a possuíam. A cidadania romana
decidir sobre o governo. A cidadania grega era compre- era atribuída somente aos homens livres, mas nem to-
endida apenas por direitos políticos, identificados com a dos os homens livres eram considerados cidadãos. Se-
participação nas decisões sobre a coletividade. gundo Wilba Bernardes, em Roma existiam três classes
sociais: os patrícios (descendentes dos fundadores), os
Citando Sabine, Quintão Soares[4] explica que, em con- plebeus (descendentes dos estrangeiros) e os escravos
sonância com a assertiva de que cidadania é um meca- (prisioneiros de guerra e os que não saldavam suas
nismo de representação política que permite relaciona- dívidas). Existiam também os clientes, que eram, se-
mento pessoal entre governantes e governados e que gundo informam Pedro e Cáceres[8], homens livres,
esse paradigma assenta-se na instituições greco- dependentes de um aristocrata romano que lhes fornecia
romanas e sua complexa transição para a Idade Média, terra para cultivar em troca de uma taxa e de trabalho.
demonstra que os modernos conceitos de ideais políti- Em princípio, a diferença entre patrícios e plebeus é que
cos, como os de justiça, liberdade, governo constitucio- estes, apesar de homens livres, não eram considerados
nal e respeito às leis, surgiram de conceitos de pensado- cidadãos, privilégio dos patrícios, que gozavam de todos
res helênicos sobre as instituições da Cidade-Estado. os direitos políticos, civis e religiosos[9]. Isso deu moti-
Na Grécia antiga, toda a sociedade da civilização apre- vo a várias lutas internas, entre patrícios e plebeus.
sentava a dicotomia cidadão e não-cidadão. Lage de Após a reforma do Rei Sérvio Túlio, os plebeus tiveram
Resende e Morais, apud Wilba L. M. Bernardes[5], ensi- acesso ao serviço militar e lhes foram assegurados al-
na que: guns direitos políticos. Só a partir de 450 a.C., com a
elaboração da famosa Lei das Doze Tábuas, foi assegu-
“A cidadania era para os gregos um bem inestimável. rada aos plebeus uma maior participação política, o que
Para eles a plena realização do homem se fazia na sua se deveu em muito à expansão militar romana. O Direito
participação integral na vida social e política da Cidade- Romano regulava as diferenças entre cidadãos e não-
Estado”. “... só possuía significação se todos os cidadãos cidadãos. O direito civil (ius civile) regulamentava a vida
participassem integralmente da vida política e social e do cidadão, e o direito estrangeiro (ius gentium) era
isso só era possível em comunidades pequenas”. aplicado a todos os habitantes do império que não eram
considerados cidadãos.
59
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Ensina Alves, no dizer de Wilba Bernardes, que: A CIDADANIA NA IDADE MODERNA

“Desde os fins da República, a tendência de Roma é no Os primeiros sinais de desmoronamento do sistema que
sentido de estender, paulatinamente, a cidadania a to- caracterizou o medievo foram a privatização do poder.
dos os súditos do Império. Assim, em 90 a.c., a lex Iulia Hannah Arendt, citada por Quintão[12], diz que:
a concedeu aos habitantes do Latium; um ano depois, a
lex Plautia Papiria a atribuiu aos aliados de Roma; e, em “A queda da autoridade política foi precedida pela perda
49 a.c., a lex Roscia fez o mesmo com relação aos habi- da tradição e pelo enfraquecimento dos credos religiosos
tantes da Gália Transpadana”[10]. institucionalizados; foi o declínio da autoridade religiosa
e tradicional que talvez tenha solapado a autoridade
Em 212 d.C., Caracalla, na célebre Constitutio Antonini- política, e certamente provocado a sua ruína”
ana, concedeu a cidadania a quase todos os habitantes
do Império. As exceções que subsistiram desapareceram Com o fim do feudalismo e a ocorrência da formação dos
com Justiniano. Estados nacionais, a sociedade, ainda formada e organi-
zada em clero, nobreza e povo, volta a ter uma centrali-
Na lição de Mário Quintão[11], vê-se que o Direito Ro- zação do poder nas mãos do rei, cuja autoridade abran-
mano, apesar de proteger as liberdades individuais e gia todo o território e era reconhecida como legal pelo
reconhecer a autonomia da família com o pátrio poder, povo. Língua, cultura e ideais comuns auxiliaram a for-
não assegurava a perfeita igualdade entre os homens, mação desses Estados Nacionais.
admitindo a escravidão e discriminando os despossuídos.
Ao lado da desigualdade extrema entre homens livres e Já no final da Idade Moderna, observa-se um sério ques-
escravos, o Direito Romano admitia a desigualdade entre tionamento das distorções e privilégios que a nobreza e
os próprios indivíduos livres, institucionalizando a exclu- clero insistiam em manter sobre o povo. É aí que come-
são social. çam a despontar figuras que marcariam a História da
cidadania, como Rousseau, Montesquieu, Diderot, Voltai-
A CIDADANIA NA IDADE MÉDIA re e outros. Esses pensadores passam a defender um
governo democrático, com ampla participação popular e
Com a decadência do Império Romano, e adentrando a fim de privilégios de classe e ideais de liberdade e igual-
Idade Média, ocorrem profundas alterações nas estrutu- dade como direitos fundamentais do homem e triparti-
ras sociais. O período medieval é marcado pela socieda- ção de poder. Essas idéias dão o suporte definitivo para
de caracteristicamente estamental, com rígida hierarquia a estruturação do Estado Moderno. Lembrando que al-
de classes sociais: clero, nobreza e servos (também os guns desses ideais já teriam sido objeto de discussão
vilões e os homens livres). quando do início do constitucionalismo inglês em 1215,
quando o rei João Sem Terra foi forçado a assinar a
A Igreja cristã passou a constituir-se na instituição bási- Magna Carta.
ca do processo de transição para o tempo medieval. As
relações cidadão-Estado, antes reguladas pelo Império, As modernas nações, governos e instituições nacionais
passam a controlar-se pelos ditames da Igreja cristã. A surgiram a partir de monarquias nacionais formadas pela
doutrina cristã, ao alegar a liberdade e igualdade de centralização ocorrida no desenrolar da Idade Moderna.
todos os homens e a unidade familiar, provocou trans- Segundo Wilba Bernardes “desde o momento em que o
formações radicais nas concepções de direito e de esta- Estado moderno começa a se organizar, surge a preocu-
do. pação de definir quais são os membros deste Estado, e,
dessa forma, a idéia atual de nacionalidade e de cidada-
Para Mário Quintão, o desmoronamento das instituições nia só será realmente fixada a partir da Idade Contem-
políticas romanas e o fortalecimento do cristianismo porânea”[13].
ensejaram uma reestruturação social que foi dar-se no
feudalismo, cujas peculiaridades diferiam consoante Citado por Quintão[14], J. M. Barbalet diz que:
seus aspectos regionais. O feudalismo, considerado “Desde o advento do Estado liberal de direito, a base da
“idade das trevas”, configura-se pela forma piramidal cidadania refere-se à capacidade para participar no
caracterizada por específicas relações de dependência exercício do poder político mediante o processo eleitoral.
pessoal (vassalagem), abrangendo em sua cúpula rei e Assim, a cidadania ativa liberal derivou da participação
suserano e, em sua base, essencialmente, o campesina- dos cidadãos no moderno Estado-nação, implicando a
to. sua condição de membro de uma comunidade política
legitimada no sufrágio universal, e, portanto, também a
Essa relação de dependência pessoal de obrigações mú- condição de membro de uma comunidade civil atrelada à
tuas originava-se de ato sacramental e solene e que letra da lei”.
apresentava duas vertentes: o vassalo, em troca de
proteção e segurança, inclusive econômica, oferecia OUTRAS CONSIDERAÇÕES
fidelidade, trabalho e auxílio ao suserano, que, recipro-
camente, investia o vassalo no benefício, elemento real A história da cidadania mostra bem como esse valor
e econômico dessa relação feudal. encontra-se em permanente construção. A cidadania
constrói-se e conquista-se. É objetivo perseguido por
Na época medieval, em razão dessa índole hierarquizada aqueles que anseiam por liberdade, mais direitos, me-
das estruturas em classes sociais, dilui-se o princípio da lhores garantias individuais e coletivas frente ao poder e
cidadania. O relacionamento entre senhores e vassalos a arrogância do Estado. A sociedade ocidental nos últi-
dificultava bastante a definição desse conceito. O ho- mos séculos andou a passos largos no sentido das con-
mem medieval, ou era vassalo, ou servo, ou suserano; quistas de direitos de que hoje as gerações do presente
jamais foi cidadão. Os princípios de cidadania e de naci- desfrutam.
onalidade dos gregos e romanos estariam “suspensos” e
seriam retomados com a formação dos Estados moder- O exercício da cidadania plena pressupõe ter direitos
nos, a partir de meados do século XVII. civis, políticos e sociais e estes, se já presentes, são
fruto de um longo processo histórico que demandou
60
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
lágrimas, sangue e sonhos daqueles que ficaram pelo sistentes, de efeitos estruturais e capazes de mudar os
caminho, mas não tombados, e sim, conhecidos ou anô- rumos das tendências sócio-econômicas da sociedade
nimos no tempo, vivos no presente de cada cidadão brasileira não se podem vislumbrar, ainda. É vontade
do mundo, através do seu “ir e vir”, do seu livre arbí- geral manifesta que haja um mínimo de justiça social.
trio e de todas as conquistas que, embora incipientes, Entretanto, por que não fazer valer esse desejo da maio-
abrem caminhos para se chegar a uma humanidade ria, se este é um País democrático? Será que se atribui
mais decente, livre e justa a cada dia. muita importância, ou se respeitam demais as chamadas
minorias? As elites?
A CIDADANIA NO BRASIL
As questões são mais profundas. As soluções demandam
A história da cidadania no Brasil está diretamente ligada “garimpagem” com muito tino e sabedoria, requerem
ao estudo histórico da evolução constitucional do País. A grande esforço social conjunto. Não servem aqueles
Constituição imperial de 1824 e a primeira Constituição apelos carregados de emoção em busca de respostas
republicana de 1891 consagravam a expressão cidada- emergentes e imediatas, que passam logo e deixam a
nia. Mas, a partir de 1930, observa Wilba Bernardes[15], população ainda mais frustrada, mais descrente. Há que
ocorre uma nítida distinção nos conceitos de cidadania, se pensar algo mais racional, profundo e que tenha co-
nacionalidade e naturalidade. Desde então, nacionalida- meço, meios e finalidades claros, objetivos e sem a es-
de refere-se à qualidade de quem é membro do Estado sência obrigatória do curto prazo.
brasileiro, e o termo cidadania tem sido empregado para
definir a condição daqueles que, como nacionais, exer- Por falar em começo, que tal pensar-se em construir
cem direitos políticos. uma verdadeira cidadania? Aliás, construir a cidadania
dos brasileiros. Fala-se tanto das qualidades incomuns
A história da cidadania no Brasil é praticamente insepa- dos pátrios. Povo alegre, generoso, criativo, pacífico,
rável da história das lutas pelos direitos fundamentais da solidário, sensível ante os problemas alheios; povo ca-
pessoa: lutas marcadas por massacres, violência, exclu- paz de reagir rápida e inteligentemente, ante a situações
são e outras variáveis que caracterizam o Brasil desde adversas. Porém, falta a cidadania... Esta, sim, é uma
os tempos da colonização. Há um longo caminho ainda a qualidade da qual não prescinde um povo que se diz
percorrer: a questão indígena, a questão agrária, posse democrático. Alain Touraine[16] vê a liberdade como a
e uso da terra, concentração da renda nacional, desi- primeira das condições necessárias e suficientes à sus-
gualdades e exclusão social, desemprego, miséria, anal- tentação democrática. A outra condição para uma demo-
fabetismo, etc. cracia sólida é a cidadania.

Entretanto, sobre a cidadania propriamente dita, dir-se- Para que haja democracia é necessário que governados
ia que esta ainda engatinha, é incipiente. Passos impor- queiram escolher seus governantes, queiram participar
tantes já foram dados. A segunda metade do século XX da vida democrática, comprometendo-se com os seus
foi marcada por avanços sócio-políticos importantes: o eleitos, apontando o que aprova e o que não aprova das
processo de transição democrática, a volta de eleições suas ações. Assim, vão sentir-se cidadãos. Isto supõe
diretas, a promulgação da Constituição de 1988 “batiza- uma consciência de pertencimento à vida política do
da” pelo então presidente da constituinte Ulysses Gui- país. Querer participar do processo de construção dos
marães de a “Constituição Cidadã”. Mas há muito que destinos da própria Nação. Ser cidadão é sentir-se res-
ser feito. E não se pode esperar que ninguém o faça ponsável pelo bom funcionamento das instituições. É
senão os próprios brasileiros. A começar pela correção interessar-se pelo bom andamento das atividades do
da visão míope e desvirtuada que se tem em ralação a Estado, exigindo, com postura de cidadão, que este seja
conceitos, valores, concepções. Deixar de ser uma nação coerente com os seus fundamentos, razoável no cum-
nanica de consciência, uma sociedade artificializada nos primento das suas finalidades e intransigente em relação
seus gostos e preferências, onde o que vale não vale a aos seus princípios constitucionais.
pena, ou a mediocridade transgride em seu conteúdo O exercício do voto é um ato de cidadania. Mas, escolher
pelo arrastão dos acéfalos. Tem-se aqui uma Constitui- um governante não basta. Este precisa de sustentação
ção cidadã, mas falta uma “Agora” onde se possa prati- para o exercício do poder que requer múltiplas decisões.
car a cidadania, e tornar-se, cada brasileiro em um om- Agradáveis ou não, desde que necessárias, estas têm de
budsman de sua Pátria. ser levadas a cabo e com a cumplicidade dos cidadãos.
É inegável que o Brasil é um País injusto, ou melhor, a Estes não podem dar as costas para o seu governante
sociedade brasileira é extremamente desigual. Basta ver apenas e principalmente porque ele exerceu a difícil
os números do IBGE para indagarmos os motivos de tarefa de tomar uma atitude impopular, mas necessária,
tantos contrastes, de tão perversos desequilíbrios. E o pois, em muitos momentos, o governante executa negó-
que é pior: a cada pesquisa, as diferenças aumentam, a cios que, embora absolutamente indispensáveis, pare-
situação de ricos e pobres que parecem migrar para cem estranhos aos interesses sociais. É nessas ocasiões
extremos opostos... nessa escala de aprofundamento que se faz necessário o discernimento, próprio de cida-
das injustiças sociais, ao contrário do que desejava Ulys- dão consciente, com capacidade crítica e comportamento
ses Guimarães em seu discurso na Constituinte em 27 de verdadeiro “também sócio” do seu país.
de julho de 1988: Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direi-
tos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igual-
“essa será a Constituição cidadã, porque recuperará dade de direitos, enfim, direitos civis, políticos e sociais.
como cidadãos milhões de brasileiros, vítimas da pior Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe
das discriminações: a miséria”. “Cidadão é o usuário de também deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas
bens e serviços do desenvolvimento. Isso hoje não acon- responsabilidades enquanto parte integrante de um
tece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos grande e complexo organismo que é a coletividade, a
da perseguição social”. nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos
têm de dar sua parcela de contribuição. Somente assim
Por que tudo isso continua? Falta vontade dos governos? se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu
Ao que parece, todos se preocupam, reclamam e se sentido mais amplo, ou seja, o bem comum.
incomodam com esta triste realidade, mas, ações con-
61
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
CONCLUSÃO [5] BERNARDES, W. L. M. Da nacionalidade: Brasileiros natos e
naturalizados. 1.ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1995. 23p.
[6] BERNARDES, W. L. M. Op. Cit. 25p, nota 12.
O termo cidadania parece ter caído nas graças daqueles [7] QUINTÃO, S. M. L. Op. Cit., 232p.
que têm na comunicação o instrumento de trabalho, [8] PEDRO, A.; CÁCERES, F. História Geral. 2.ed. São Paulo: Moder-
como políticos, dirigentes, comunicadores, sociólogos e na, 1996.
outros profissionais que, de alguma forma, interagem no [9] A condição de cidadão era invejada: Quem não era cidadão
romano não era considerado marido ou pai; não podia ser legalmen-
meio social. Em seu ensaio a Veja, edição de 22/10/03,
te proprietário ou herdeiro. Tal era o valor do título de cidadão ro-
Roberto Pompeu de Toledo, ao fazer uma crítica ao mano, que sem ele ficava-se fora do direito, e com ele passava-se a
comportamento do brasileiro, quando este se julga “es- fazer parte da sociedade regular (Fustel de Coulanges, apud Wilba
tar por cima” e usa da impontualidade como meio de L. M. Bernardes, op. Cit., 26p).
dominação, refere-se à pontualidade como expressão de [10] BERNARDES, W. L. M. Op. Cit., 27p.
[11] QUINTÃO. S. M. L. Op. Cit., 241p.
igualitarismo. E acrescenta: “É, para usar detestável [12] QUINTÃO, S. M. L. Op. Cit., 256p.
palavrão em voga, uma manifestação de ‘cidadania’. Na [13] BERNARDES, W. L. M. Op. Cit., 30p.
pontualidade, duas pessoas chegam junto.”. Considera- [14] QUINTÃO, S. M. L. Op. Cit., 257p.
da palavra “gasta”, ou não, o fato é que a cidadania é [15] BERNARDES, W. L. M. Op. Cit., 15p.
[16] TOURAINE, A. Crítica da Modernidade. O que é democracia?
parâmetro balizador da história do homem enquanto ser
6.ed. São Paulo: Vozes, 2000. 348p.
social. Mesmo que, inconscientemente, o homem, na sua
caminhada ao longo da História, sempre manteve a
cidadania como questão central das suas lutas, como se FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
verifica ao se recuar nos primórdios da humanidade.

A luta pela cidadania estava presente no profetismo A chamada Educação Inclusiva teve início nos Estados
hebreu. Os contemporâneos de Aristóteles e Platão or- Unidos através da Lei Pública 94.142, de 1975 e, atual-
ganizavam-se para a prática da cidadania. A Roma de mente, já se encontra na sua segunda década de im-
Cícero, através do Direito, da civitas, contribuiu signifi- plementação.
cativamente na discussão dos direitos civis e políticos do Há em todo Estados Unidos o estabelecimento de pro-
cidadão. Essas histórias de lutas humanas em busca de gramas e projetos dedicados à Educação Inclusiva:
reconhecimento de direitos do homem como cidadão,
passa também pelo medievo, onde deixam vestígios os 1) O departamento de Educação do Estado da Califór-
mais profundos. Em seguida, pelas revoluções burgue- nia iniciou uma política de suporte às escolas inclusivas
sas, pelas lutas sociais dos séculos XIX e XX e até nos- já implantadas;
sos dias. A auto-afirmação continua sendo perseguida, 2) O Vice- Presidente Al Gore criou uma Supervia de
dia a dia, através de incansáveis batalhas contra todo Informática direcionada à uma política de telecomunica-
tipo de iniqüidades, injustiças, opressão, etc., perver- ções baseada na ampliação da rede de informações
sões que insistem em obstruir as ações humanas em para todas as escolas, bibliotecas, hospitais e clínicas.
prol de uma sociedade mais igualitária e feliz. 3) Há um cruzamento entre o movimento da Educação
Inclusiva e a busca de uma escola de qualidade para
A história da cidadania confunde-se em muito com a todos;
história das lutas pelos direitos humanos. A cidadania 4) Há propostas de modificações curriculares visando a
esteve e está em permanente construção; é um referen- implantação de programas mais adaptados às necessi-
cial de conquista da humanidade, através daqueles que dades específicas das crianças portadoras de deficiência.
sempre buscam mais direitos, maior liberdade, melhores Tendo sido dada uma ênfase especial no estabelecimen-
garantias individuais e coletivas, e não se conformam to dos componentes de auto-determinação da criança
frente às dominações arrogantes, seja do próprio Estado portadora de deficiência. As equipes técnicas das escolas
ou de outras instituições ou pessoas que não desistem também sido trabalhadas para fornecer um atendimento
de privilégios, de opressão e de injustiças contra uma mais adequado ao professor de classe comum.
maioria desassistida e que não se consegue fazer ouvir, 5) Há o acompanhamento, através de estudos e pes-
exatamente por que se lhe nega a cidadania plena cuja quisas, a respeito dos sujeitos que passaram por um
conquista, ainda que tardia, não será obstada. processo de educação inclusiva. Eles tem sido observa-
Fonte: Marcos Silvio de Santana dos através da análise de sua rede de relações sociais,
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS atividades de laser, formas de participação na comuni-
BARBOSA, B. Falta de informação limita participação popular. Cida-
dade, satisfação pessoal,etc. Um dos maiores estudos de
dania na Internet. Rio de Janeiro, nov. 2003.
BERNARDES, W. L. M. Da nacionalidade: Brasileiros natos e naturali- follow-up é o da Universidade de Minnesota que apre-
zados. 1.ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1995. senta um Estudo Nacional de Transição Longitudinal.
DALLARI, D. A. Direitos Humanos e Cidadania. 1.ed. São Paulo: 6) Também tem sido acompanhados os Serviços dos
Moderna, 1998. Programas de Educação que trabalham com a Educação
EMILIANOJOSE. História da Cidadania – Uma trilha de lágrimas. Site
Inclusiva.
Pessoal: Salvador, jul. 2003.
PEDRO, A.; CÁCERES, F. História Geral. 2.ed. São Paulo: Moderna, 7) Boa parte dos estados norteamericanos estão apli-
1996. cando a Educação Inclusiva : Estado de New York, Esta-
POMPEU DE TOLEDO, R. O relógio avariado do Planalto. Veja, São do de Massachussets, Estado de Minnesota, Estado de
Paulo, n. 42, p. 162. out. 2003. Daytona, Estado de Siracusa, Estado de West Virgínia,
QUINTÃO, S. M. L. Teoria do Estado. 1.ed. Belo Horizonte: Del Rey,
2001.
etc.
TOURAINE, A. Crítica da Modernidade. O que é democracia?. 6.ed. Fora dos Estados Unidos a situação também não é
São Paulo: Vozes, 2000. diferente. O mais conhecido centro de estudos a respei-
to de Educação Inclusiva é o CSIE( Centre for Studies on
Notas
Inclusive Education ) da Comunidade Britânica, sediado
[1] DALLARI, D.A. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moder-
na, 1998. p.14 em Bristol. É dele que tem partido os principais docu-
[2] BARBOSA, B. Falta de informação limita participação popular. mentos a respeito da área da Educação Especial: 1. O
Cidadania na Internet. Rio de Janeiro, nov. 2003. CSIE - International Perspectives on Inclusion; 2. O
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Site Pessoal: Salvador, jul. 2003.
on the Rights of the Child(1989); o UN Standard Rules
[4] QUINTÃO, S. M. L. Teoria do Estado. 1.ed. Belo Horizonte: Del
Rey, 2001. 230p.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
on the Equalisation of Opportunities for Persons with deverão procurar dar continuidade aos seus estudos,
Disabilities(1993). aprofundando-os.
Um dos documentos mais importantes atualmente é o
Provision for Children with Special Educational Needs in O estabelecimento dos suportes técnicos
the Asia Region que inclui os seguintes países: Bangla-
desh, Brunei, China, Hong Kong, Índia, Indonésia, Ja- Deverão ser privilegiados os seguintes aspectos na
pão, Coréia, Malásia, Nepal, Paquistão, Filipinas, Singa- montagem de uma política educacional de implantação
pura, Sri Lanka e Tailândia. Mas, há programas em to- da chamada escola inclusiva:
dos os principais países do mundo: França, Inglaterra, 1. Desenvolvimento de políticas distritais de suporte às
Alemanha, México, Canadá, Itália, etc. escolas inclusivas;
2. Assegurar que a equipe técnica que se dedica ao
A Escola Inclusiva projeto tenha condições adequadas de trabalho.
3. Monitorar constantemente o projeto dando suporte
Por EDUCAÇÃO INCLUSIVA SE ENTENDE O PROCESSO técnico aos participantes, pessoal da escola e público em
DE INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES geral.
ESPECIAIS OU DE DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM NA 4. Assistir as escolas para a obtenção dos recursos
REDE COMUM DE ENSINO EM TODOS OS SEUS GRAUS. necessários à implementação do projeto.
Da pré-escola ao quarto grau. Através dela se privilegi- 5. Aconselhar aos membros da equipe a desenvolver
am os projetos de escola, que apresenta as seguintes novos papéis para si mesmos e os demais profissionais
características: no sentido de ampliar o escopo da educação inclusiva.
1. Um direcionamento para a Comunidade - Na escola 6. Auxiliar a criar novas formas de estruturar o proces-
inclusiva o processo educativo é entendido como um so de ensino-aprendizagem mais direcionado às necessi-
processo social, onde todas as crianças portadoras de dades dos alunos
necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem 7. Oferecer oportunidades de desenvolvimento aos
têm o direito à escolarização o mais próximo possível do membros participantes do projeto através de grupos de
normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança estudos, cursos, etc.
portadora de deficiência na comunidade. 8. Fornecer aos professores de classe comum informa-
2. Vanguarda - Uma escola inclusiva é uma escola líder ções apropriadas a respeito das dificuldades da criança,
em relação às demais. Ela se apresenta como a van- dos seus processos de aprendizagem, do seu desenvol-
guarda do processo educacional. O seu objetivo maior é vimento social e individual.
fazer com que a escola atue através de todos os seus 9. Fazer com que os professores entendam a necessi-
escalões para possibilitar a integração das crianças que dade de ir além dos limites que as crianças se colocam,
dela fazem parte. no sentido de levá-las a alcançar o máximo da sua po-
3. Altos Padrões - há em relação às escolas inclusivas tencialidade.
altas expectativas de desempenho por parte de todas as 10. Em escolas onde os profissionais tem atuado de
crianças envolvidas. O objetivo é fazer com que as cri- forma irresponsável, propiciar formas mais adequadas
anças atinjam o seu potencial máximo. O processo deve- de trabalho. Algumas delas podem levar à punição dos
rá ser dosado às necessidades de cada criança. procedimentos injustos.
4. Colaboração e cooperação - há um privilegiamento 11. Propiciar aos professores novas alternativas no
das relações sociais entre todos os participantes da es- sentido de implementar formas mais adequadas de tra-
cola, tendo em vista a criação de uma rede de auto- balho.
ajuda.
5. Mudando papéis e responsabilidades - A escola in- O conceito de Inclusão
clusiva muda os papéis tradicionais dos professores e da
equipe técnica da escola. Os professores tornam-se mais A inclusão é :
próximos dos alunos, na captação das suas maiores - atender aos estudantes portadores de necessidades
dificuldades. O suporte aos professores da classe comum especiais na vizinhanças da sua residência.
é essencial, para o bom andamento do processo de en- - propiciar a ampliação do acesso destes alunos às
sino-aprendizagem. classes comuns.
6. Estabelecimento de uma infraestrutura de serviços - - propiciar aos professores da classe comum um supor-
gradativamente a escola inclusiva irá criando uma rede te técnico.
de suporte para superação das suas maiores dificulda- - perceber que as crianças podem aprender juntas,
des. A escola inclusiva é uma escola integrada à sua embora tendo objetivos e processos diferentes
comunidade. - levar os professores a estabelecer formas criativas de
7. Parceria com os pais - os pais são os parceiros es- atuação com as crianças portadoras de deficiência
senciais no processo de inclusão da criança na escola. - propiciar um atendimento integrado ao professor de
8. Ambientes educacionais flexíveis - os ambientes classe comum
educacionais tem que visar o processo de ensino- 5. O conceito de inclusão não é
aprendizagem do aluno.
9. Estratégias baseadas em pesquisas - as modifica- - levar crianças às classes comuns sem o acompanha-
ções na escola deverão ser introduzidas a partir das mento do professor especializado
discussões com a equipe técnica, os alunos , pais e pro- - ignorar as necessidades específicas da criança
fessores. - fazer as crianças seguirem um processo único de
10. Estabelecimento de novas formas de avaliação - os desenvolvimento, ao mesmo tempo e para todas as
critérios de avaliação antigos deverão ser mudados para idades
atender às necessidades dos alunos portadores de defi- - extinguir o atendimento de educação especial antes
ciência. do tempo
11. Acesso - o acesso físico à escola deverá ser facili- - esperar que os professores de classe regular ensi-
tado aos indivíduos portadores de deficiência. nem as crianças portadoras de necessidades especiais
12. Continuidade no desenvolvimento profissional da sem um suporte técnico.
equipe técnica - os participantes da escola inclusiva

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6. Diferenças entre o princípio da normalização e da mação de um ser humano autônomo, consciente da
inclusão realidade que o cerca e apto a nela intervir.

O princípio da normalização diz respeito a uma coloca- Devemos, então, nos apropriar dos conhecimentos
ção seletiva do indivíduo portador de necessidade espe- histórica e socialmente produzidos, não como simples
cial na classe comum. Neste caso, o professor de classe constatação de opressão e, sim, utilizá-los como instru-
comum não recebe um suporte do professor da área de mentos de luta contra a dominação, uma vez que acredi-
educação especial. Os estudantes do processo de nor- tamos que a educação tem como meta última a emanci-
malização precisam demonstrar que são capazes de pação do ser humano.
permanecer na classe comum.
O processo de inclusão se refere a um processo educa- A educação para a emancipação deve ser o eixo
cional que visa estender ao máximo a capacidade da norteador em todo o processo educacional, nos diferen-
criança portadora de deficiência na escola e na classe tes níveis e graus de ensino e, especialmente, dos cur-
regular. Envolve fornecer o suporte de serviços da área sos de formação de professores para a Educação Infantil
de Educação Especial através dos seus profissionais. A e séries iniciais do ensino fundamental.
inclusão é um processo constante que precisa ser conti-
nuamente revisto. O sistema educacional brasileiro celebra uma edu-
Fonte: Profª. Dra. Leny M. Mrech - Faculdade de Educação cação para todos. A palavra de ordem é que a escola
acolha todas as crianças, independentemente de suas
COMO FORMAR PROFESSORES PARA UMA EDU- diferenças. A inclusão passa ser a palavra-chave para
CAÇÃO INCLUSIVA? alcançar a verdadeira democracia.

Não é de hoje, no Brasil, que a questão da forma- Como diz Mantoan (1997): “O princípio democrático
ção de professores tem sido objeto de estudos e deba- de “educação para todos” só se evidencia nos sistemas
tes. educacionais em todos os alunos e não apenas um de-
les” (p.120) (grifo nosso)
As críticas, até então, têm sempre como pano de
fundo, a ênfase que vem sendo dada à competência Por conseguinte, este novo momento reforça a ne-
técnica do professor em detrimento de sua competência cessidade de se evitar um distanciamento entre a for-
política na elaboração das matrizes curriculares nos mação inicial do professor e sua atuação frente às de-
cursos de formação para o magistério, na Educação mandas educacionais.
Infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental.
Para a concretude desta proposta entendemos que
Giroux (1997) denuncia que os futuros professores, seria importante um trabalho no sentido de valorizar o
ao invés de aprenderem a levantar questões acerca dos papel que o professor desempenha na sociedade e, so-
princípios que subjazem nos diferentes métodos didáti- bretudo, de buscar formas de cooperação e entrosamen-
cos, técnicas de pesquisa e teorias da Educação, são to das universidades com os cursos de formação para o
encaminhados a terem uma preocupação em aprender o magistério, modalidade ensino médio normal, com a
“como fazer” e “o que funciona”. Dessa forma, é excluí- finalidade de uma aproximação dos futuros professores
da a importância da formação da consciência política e com pesquisadores da área educacional e, conseqüen-
social do professor, negando sua politização, não só no temente, com suas preocupações, reflexões, objetos e
âmbito de sua atividade profissional como, também, resultados de pesquisas. Esta estratégia seria funda-
para a esfera social mais ampla, privando-o de sua cida- mental para que estes futuros professores conhecessem
dania, ocultando o grau de opressão a que está subme- aspectos importantes dos problemas educacionais que
tido. Não podemos tornar a prática como algo absoluto têm sido objeto de pesquisa nas universidades, e fossem
numa relação mecânica, mas sim, como afirma Matos orientados no sentido de buscar alternativas que lhes
(1998) “distinguir a prática como objeto de pensamento, darão condições de desenvolver, durante o exercício
captá-la em estado teórico, torná-la como objeto de profissional, ações voltadas para uma educação emanci-
conhecimento e como atividade socialmente construí- padora. A adoção desta estratégia tem, ainda, como
da”.(p.70) conseqüência a possibilidade dos professores se apropri-
arem dos resultados das pesquisas como elementos para
Entendemos que seja necessária para a elaboração auto-reflexão de sua prática, oferecendo-lhes, assim, a
das referidas matrizes a reflexão acerca de duas pergun- possibilidade de transformá-la.
tas fundamentais - Formar quem? Formar para quê?
Sabemos que uma das principais metas do trabalho
O enfrentamento destas questões deve ser nortea- docente é atender às especificidades de aprendizagem
do pela concepção que se tenha sobre Educação. Nossa de cada criança, incentivando-a a aprender e desenvol-
opção, então, é que o norte das nossas reflexões seja o ver seu potencial a partir de sua realidade pessoal. O
conceito de Educação de Suchodoloski, mencionado por professor deve ter como compromisso a promoção da
Adorno (Suchodoloski,1995, p.148). aprendizagem e do desenvolvimento de todos os alunos,
considerando e respeitando as diferenças decorrentes de
“A educação deve ser entendida como uma prepa- questões sócio-culturais, étnicas, lingüísticas e, também,
ração para a superação permanente da alienação”. de problemas de ordem física, sensorial ou intelectual.

Desta forma, a educação não deve orientar-se por O professor precisa buscar respostas educati-
modelos, que induzem o professor a trabalhar segundo vas que favoreçam o sucesso escolar de seus alu-
princípios pré-estabecidos, utilizando instrumentos e nos.
recursos pré-determinados e em condições de aprendi-
zagem que ignoram a realidade concreta do aluno, da É fundamental que sua ação pedagógica contemple
turma, da escola e da própria sociedade. Não há mode- os pilares propostos no Informe Delors (2000): aprender
los rígidos e imutáveis se a meta fundamental é a for- a aprender, aprender a fazer, aprender a viver junto e
aprender a ser. Precisa, então, criar e favorecer oportu-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
nidades educacionais que os levem à apropriação do la que, através de suas práticas, tem ratificado os pro-
conhecimento de forma crítica e reflexiva, que possibili- cessos de exclusão e de marginalização de amplas par-
tem a construção e desenvolvimento de competências celas da população escolar brasileira.” (p.18).
necessárias para sua autonomia e participação na soci-
edade, a partir do estímulo e valorização do trabalho em Esta afirmação contrapõe-se de forma correta ao
grupo. que está disposto no § 2º do artigo 24 do decreto presi-
dencial nº 3298, de 20 de dezembro de 1999, que de-
Assim, nos ensina CARVALHO (2002, p.48), “esses termina a inclusão de conteúdos, itens ou disciplinas
pilares projetam a aprendizagem para além das concep- relacionados à pessoa portadora de deficiência nos currí-
ções tradicionais de educação, centradas no conteudis- culos dos cursos superiores. Corroborando, ainda, com
mo e no papel do professor como mero transmissor de Bueno (1999), não podemos erradicar o processo de
informações”. exclusão escolar através de medidas isoladas. É indis-
pensável que as políticas educacionais contemplem as
Esses pilares sustentam a idéia de que uma educa- diferenças, transformando a escola em um espaço para
ção de qualidade deve ter sua proposta educacional a diversidade, porque só assim a educação terá um ca-
centrada no aluno, ou seja, nos seus interesses, nas ráter democrático, participativo e emancipatório.
suas possibilidades e necessidades básicas de aprendi-
zagem e, sobretudo, na construção de sua autonomia. Devemos, então, ter como fonte de preocupação
nos cursos de formação de professores a ênfase na
A educação inclusiva (Declaração de Salamanca, aprendizagem de todo e qualquer aluno, independente-
1994) conduz à necessidade do professor saber respeitar mente de suas diferenças, na indissociabilidade da teoria
e conviver com as diferenças, buscando estratégias que à prática, contemplando compulsoriamente o “saber” e o
viabilizem seu trabalho na e para a diversidade, estando “saber fazer”, ou seja, a articulação entre a teoria e a
sempre preparado para adaptar-se às novas situações prática. O futuro professor precisa aprender que todos
que poderão surgir no interior da sala de aula. seus alunos deverão participar coletivamente da cons-
trução de um saber, levando em conta as suas necessi-
É fundamental, então, investir na formação do pro- dades, mas possibilitando-lhes oportunidades para
fessor, no sentido de ajudá-lo a desmistificar conceitos e transformarem-se em sujeitos construtores de sua pró-
preconceitos, tornando-o mais consciente, crítico, parti- pria história.
cipativo e comprometido com a construção de uma soci- Por outro lado, também precisamos estar alertas às
edade mais democrática. propostas de cursos de formação de professores espe-
cialistas em Educação Especial que irão atuar com crian-
O fio condutor de toda essa explanação é a preocu- ças e adolescentes com necessidades educacionais espe-
pação com uma parcela da sociedade - as pessoas com ciais frente às novas perspectivas da educação inclusiva,
deficiências, que sempre estiveram alijadas do processo uma escola onde a diferença estará presente.
educacional, durante décadas segregadas em institui-
ções especializadas ou sendo atendidas em modalidades Historicamente, na realidade brasileira, estes cursos
de atendimento de Educação Especial mais segregativas. vêm centrando esta especialização nas dificuldades es-
pecíficas das diferentes deficiências. Entretanto, hoje,
Entretanto, com o advento da Declaração Mundial esta postura se confronta com os princípios da educação
de Educação para Todos (1990), da Declaração de Sa- inclusiva, onde a ênfase deverá ser dada às potenciali-
lamanca de Princípios, Política e Prática para as Necessi- dades das crianças e adolescentes com necessidades
dades Educativas Especiais (1994) e a Lei de Diretrizes e educacionais especiais.
Bases da Educação Nacional (1996) foi determinado o
princípio de educação para todos e, também, expresso o Estes cursos precisam ter como eixo condutor uma
direito à matrícula do aluno com necessidades educacio- proposta de formação básica voltada para a indissociabi-
nais especiais na rede regular de ensino. Neste sentido, lidade da teoria e prática, o princípio de educação para
não deve ser esquecida a Constituição Federal que ga- todos e a formação específica que atenda às característi-
rante, em seu Art. 208, o acesso ao ensino fundamen- cas peculiares de uma determinada categoria de neces-
tal, obrigatório e gratuito e, no parágrafo 1º do mesmo sidades educacionais especiais.
artigo, eleva o tal acesso à categoria de direito público
subjetivo. Surge, então, um novo paradigma educativo - Dessa forma, entendemos que, ao mesmo tempo
a escola deve ser definida como uma instituição social em que os princípios norteadores da educação inclusiva
que deve atender a todas as crianças, sem exceção. (o direito de todas as crianças à educação, o respeito às
Portanto, é importante ressaltar que a formação ini- necessidades, interesses e capacidades de aprendizagem
cial dos professores em nível médio ou superior deve de cada criança, o acesso das pessoas com necessidades
não só prever a formação do generalista como, também, educativas especiais às escolas comuns e a importância
a do especialista, para que se possa atender aos disposi- de uma pedagogia centrada na criança, etc.) exigem dos
tivos legais expressos na Constituição Federal Brasileira professores do ensino regular conhecimentos específicos
(1988) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Naci- sobre os alunos com necessidades educacionais especi-
onal (1996). ais, exigem, também, que os professores especialistas
em diferentes áreas de atuação em Educação Especial
Entretanto, como afirma Bueno (1999), “... se não tenham formação com ênfase não no possível déficit do
fizer parte integrante de uma política efetiva de diminui- aluno, mas, fundamentalmente, valorizando suas poten-
ção do fracasso escolar e de uma educação inclusiva cialidades e possibilidades. E mais, que os futuros espe-
com qualidade, a inserção de uma disciplina ou a preo- cialistas tenham consciência e instrumental teórico que
cupação com conteúdos sobre crianças com necessida- lhes permitam refletir e analisar o contexto escolar em
des educativas especiais pode redundar em práticas seu conjunto de forma que possam contribuir efetiva-
exatamente contrárias aos princípios e fundamentos da mente (e sintam-se responsáveis por ele) na busca de
educação inclusiva: a distinção abstrata entre crianças soluções, visando o aprimoramento dos processos de
que possuam condições para se inserir no ensino regular escolarização, objetivando uma efetiva diminuição da
e as que não as possuam, e a manutenção de uma esco- exclusão escolar. Consideramos que todos os professo-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
res devem ser levados a assumirem a responsabilidade MATOS, Junot Cornélio. Nós não temos medo (pensando a
na formação dos propósitos e condições da escolarização formação de professores). In: Revista de Educação. São Paulo:
de todos os alunos. AEC, 1998. nº 8.

É imperioso que todos os nossos futuros professores RELACIONAMENTO PAIS E ESCOLA, AMBIENTE
trabalhem numa pedagogia centrada na criança, na EDUCACIONAL E FAMILIAR, PARTICIPAÇÃO DOS
concepção de que o mundo que nos é dado precisa ser PAIS.
mudado, transformado e reiventado.

Para Freire (1995), é importante que os professores Idealmente, correspondem à família e ao Estado o dever
saibam que a educação não é a responsável pela trans- de fornecer educação de qualidade. Veja até onde a
formação da sociedade, mas precisam ter clareza do família pode ajudar a escola na imprescindível tarefa de
papel que ela representa neste processo de transforma- educar
ção, desenvolvendo com seus alunos uma proposta pe- É sabido que o desempenho escolar individual de cada
dagógica que os leve a apropriarem-se dos conteúdos aluno depende não apenas do seu rendimento em sala
historicamente construídos de forma crítica e reflexiva. de aula e da competência de seus professores, mas
também, do apoio da base familiar que esta aluno en-
Parafraseando Giroux (1997), defendemos a impor- contra em sua casa. A relação entre família e estudos e,
tância do desenvolvimento de uma teoria crítica de edu- principalmente, a maneira como a família de cada aluno
cação de cidadania para os cursos de formação de pro- se comporta em relação ao seu desempenho escolar,
fessores. Uma vez que a escola precisa ser entendida influencia os resultados obtidos por crianças e adoles-
como um espaço para as transformações, as diferenças, centes, independente de classe social. Uma base sólida,
o erro, as contradições, a colaboração mútua e para a com pais que se interessam e, até mesmo, ajudam na
criatividade. execução das tarefas escolares faz com que este aluno
renda mais em todos os âmbitos de sua carreira escolar.
Concluindo, defendemos que, para atender aos re- Não basta apenas que os pais se preocupem e estejam
clamos de uma educação inclusiva, é necessário que os presentes nas horas de estudos - eles devem também
cursos de formação de professores repensem a natureza ter a capacidade de percepção para notar quando seu
de seus currículos e programas e as suas práticas, tendo filho não está desempenhando adequadamente em al-
como meta fundamental o ser humano que se deseja guma matéria e buscar soluções: seja ajudando-os a
formar. É necessário registrar que estas mudanças não estudar, ou mesmo contratando professores particulares
podem ser isoladas, devem estar integradas ao núcleo para que estas carências sejam supridas.
de uma política educacional, cujo objetivo seja alcançar
a verdadeira democracia através da emancipação de Estas atitudes, no entanto, podem ser difíceis, depen-
todos os homens, conseqüentemente uma educação dendo do status social da família: nem sempre é possí-
para a crítica, para a transformação e para a resistência. vel que os pais tenham tempo disponível para entender
Fonte: Vera Lúcia Flôr Sénéchal de Goffredo é Mestre em Educa- e ajudar em todos os problemas que seu filho esteja
ção, área de concentração: Educação Especial e Professora encontrando na escola. Entretanto, isso pode ser reme-
Assistente da Universidade. diado, se os pais demonstrarem interesse em todas as
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADORNO, Theodor W. Educação e Emancipação. Rio de Ja-
tarefas realizadas por suas crianças ou adolescentes.
neiro: Paz e Terra, 1995.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Rio de Janeiro: Lumen É imprescindível para o sucesso escolar que a criança
Juris, 1995. note que seus pais buscam motivá-lo para obter este
_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. sucesso; de certa forma, os pais são a força motriz para
Brasília: MEC, 1996. o estudo das crianças, e seu bom desempenho.
_______.Secretaria de Educação Fundamental. Referenciais
para a Formação de Professores. Brasília: SEF, 1999.
Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universi-
BUENO, José Geraldo Silveira. Crianças com Necessidades
Educativas Especiais, Política Educacional e a Formação de dade Católica de Campinas (1971) e mestrado (1976) e
Professores: Generalistas ou Especialistas? In: Revista Brasileira doutorado pela Universidade de São Paulo (1980). Atu-
de Educação Especial. Piracicaba: UNIMEP, 1999. v.3, nº 5. almente, é professor titular da Universidade Estadual de
CARVALHO, Rosita Edler. Uma promessa de futuro: aprendi- Campinas. Tem experiência na área de Psicologia Educa-
zagem para todos e por toda vida. Porto Alegre: Mediação, cional, onde desenvolve atividades de ensino, pesquisa e
2002. orientação nos seguintes temas: afetividade, alfabetiza-
CORRÊA, Vera Maria de Almeida. A formação político- ção e letramento, formação de professores, ensino e
pedagógica do professor: desafios da escola básica. In: Revista
aprendizagem.
de Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro: Associação Brasileira
de Tecnologia Educacional. v.22 (125) jul/ago1995.
DELORS, J. Educação um tesouro a descobrir. Brasília: De acordo com Sérgio Antônio da Silva Leite e Elvira
UNESCO, 2000. Cristina Martins Tassoni , quando a família e a escola
FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. 2.ed. São Paulo: Cor- mantêm boas relações, as condições para um melhor
tez,1995. aprendizado e desenvolvimento da criança podem ser
FREITAG, Bárbara. Política Educacional e Indústria Cultural. maximizadas. Assim, pais e professores devem ser esti-
São Paulo: Cortez, 1987.
mulados a discutirem e buscarem estratégias conjuntas
GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais. Rumo a
uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes e específicas ao seu papel, que resultem em novas op-
Médicas, 1997. ções e condições de ajuda mútua.
KRAMMER, Sonia. A Formação do professor como leitor e
construção do saber. Conhecimento educacional e formação O envolvimento dos pais com a escola é essencial para a
para os professores. Campinas: Papirus, 1996. aprendizagem de sucesso dos alunos. Não basta que os
MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão escolar de deficien- pais saibam que o filho vai a todas as aulas e realiza as
tes mentais: que formação para os professores? In: A integra- tarefas, eles precisam ter interesse no que cada tarefa
ção de pessoas com deficiência. Contribuições para uma Refle-
xão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997.
consiste, e mostrar que estarão ali, apoiando a criança
ou adolescente, independente de seu desempenho.

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ATÉ ONDE IR volvimento saudável é o que causa o sucesso escolar do
aluno.
O grande problema nesta questão, no entanto, é saber a Fonte: Cassiane Knopf e Janaina Cerutti
medida exata com que os pais devem, de fato, se envol-
ver: a criança deve saber que pode contar com os adul- Participação dos pais
tos responsáveis em sua vida para ajudá-la, mas jamais
para assumir suas responsabilidades. A problemática A integração dos pais no processo de aprendizagem das
deste envolvimento são os pais que, por exemplo, exe- crianças na escola se faz necessária em várias situações.
cutam as tarefas para os filhos (resolvem seus deveres
de casa, pesquisam seus trabalhos para entregar) ou, Os pais podem participar efetivamente da rotina das
quando estes falham em executá-las, procuram o pro- crianças, através de diferentes atividades desenvolvidas
fessor para tratar do assunto, ao invés de deixar a crian- com as crianças, como: culinária, palestra, hora do con-
ça assumir a responsabilidade pelos seus atos - como no to, construções de maquetes, objetos, ou qualquer tare-
clássico caso de um aluno terminar o ano com notas fa que esteja ligada aos projetos desenvolvidos em sala
baixas e o professor ser inquirido a respeito, como se de aula.
decidisse as notas arbirtrariamente, e estas não fossem Os ganhos, com esse tipo de atividade, são incalculá-
resultado do esforço e da dedicação do aluno. Este tipo veis, pois os pais passam a conhecer o mundo das crian-
de envolvimento dos pais é prejudicial, tanto no âmbito ças na escola, sua rotina, suas atividades e seu envolvi-
escolar - já que a criança não estará realmente apren- mento com o conhecimento.
dendo o que a tarefa objetivava -, como no campo pes- Desde cedo a cumplicidade é estimulada e a criança
soal - uma vez que o aluno não perceberá que suas sente os benefícios de compartilhar com os pais pensa-
ações têm consequências. mentos, descobertas e conquistas.

Segundo Epstein, há cinco tipos de envolvimento da Todo educador sabe o quanto é importante a participa-
família com a escola. O Tipo 1 são as obrigações essen- ção dos pais dos alunos no desempenho escolar. Todo
ciais dos pais, como oferecer apoio para seu desenvol- professor gosta de ter pais cooperativos e atentos ao
vimento escolar, e auxílio quando possível nas tarefas desempenho escolar dos seus filhos.
mais difíceis, que a criança possa não conseguir superar
sozinha. O Tipo 2 são as obrigações essenciais da esco- O estudo “ Aprova Brasil, o direito de aprender”, lançado
la, como oferecer diferentes métodos de explicações e em novembro de 2003, identificou em 33 escolas do país
ensino, até que o aluno consiga absorver o que necessita as práticas que ajudam a criança a ter um bom rendi-
aprender de maneira adequada, sem que se sinta desva- mento, e a participação dos país aparece entre os princi-
lorizado ou incapaz. Além disso, entre as obrigações da pais fatores que contribuem para o aprendizado.
escola está a de abrir espaço para que os pais expo-
nham também as suas opiniões e impressões sobre o Silva (1996 ) argumenta que a comunidade tem um
desenvolvimento do currículo escolar. papel importante na construção da autonomia da escola
pública, porque essa ocorrerá na medida em que a esco-
O Tipo 3 é o envolvimento dos pais em atividades de la esteja a serviço dos interesses autênticos da popula-
colaboração na escola; por exemplo, envolver-se em ção.
feiras, festas, exposições, reuniões e eventos escolares.
O Tipo 4 é caracterizado pelo envolvimento dos pais em Paro (2003), por outro lado, argumenta que a ausência
atividades que afetam a aprendizagem e o aproveita- da comunidade na escola pública torna mais difícil a
mento escolar em casa, ou seja, o auxílio que os pais avaliação do ensino oferecido. Os pais e os alunos, como
prestam aos seus filhos na hora de desempenharem usuários da escola, são capazes de apontar problemas e
tarefas longe da escola, seja atuando como monitores, dar sugestões para a resolução dos mesmos. Embora o
tutores ou mediadores do conhecimento, buscando, ou autor considere que a simples execução de tarefas (par-
não, auxílio nos professores. O Tipo 5 é o envolvimento ticipar na organização de festas, rifas,etc.) possa ser o
dos pais no projeto político da escola, mostrando inte- início de um processo de participação mais crítica na
resse nos projetos desenvolvidos por esta, e ativamente escola, argumenta que é necessário efetivar a partilha
participando nas decisões e escolhas destes projetos, e do poder, possibilitando à comunidade participar na
da atuação da escola na região em que está inserida. tomada de decisões.

Em síntese, os pais devem participar ativamente da Complementando essa idéia, Estevão (2003) afirma que
educação de seus filhos, tanto em casa quanto na esco- a participação dos pais nas escolas não deve ser encara-
la, e devem envolver-se nas tomadas de decisão e em da como sendo debilidade, último recurso quando as
atividades voluntárias, sejam esporádicas ou permanen- coisas não andam bem (mau comportamento ou notas
tes, dependendo de sua disponibilidade. No entanto, baixas), ou como necessária apenas nos eventos festivos
cada escola, em conjunto com os pais, deve encontrar promovidos pela escolas. A interação deve ser encarada
formas peculiares de relacionamento que sejam compa- como sendo uma possibilidade de enriquecimento mútuo
tíveis com a realidade de pais, professores, alunos e e de ampliação do espaço democrático na escola.
direção, a fim de tornar este espaço físico e psicológico
um fator de crescimento e de real envolvimento entre A criança cuja família participa de forma mais direta no
todos os segmentos. cotidiano escolar, apresenta um desempenho superior
em relação a que os pais estão ausentes do seu proces-
É possível, enfim, concluir que a participação dos pais so educacional. Ao conversarem com o filho sobre o que
na carreira escolar de crianças e adolescentes é, sim, acontece na escola, cobrarem dele e ajudarem a fazer o
imprescindível; mas, ao mesmo tempo, é necessário que dever de casa, falarem para não faltar à escola, tirar
este envolvimento seja um envolvimento de qualidade - boas notas e ter hábitos de leitura, os pais estarão con-
ressaltando que o essencial é a qualidade do tempo em tribuindo para a obtenção de notas mais altas. Além
que os pais se envolvem com a escola e não apenas a disso, reduz a evasão escolar e a depredação da escola.
quantidade de tempo em que eles fazem isso. Um en-

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Esta constatação foi feita pelo Instituto Nacional de Es- VII - o desenvolvimento de hábitos de colabora-
tudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ção e de trabalho em equipe.
(Inep/MEC) com base nos resultados do Sistema Nacio- Art. 3º A formação de professores que atuarão
nal de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Os alunos nas diferentes etapas e modalidades da educação básica
do ensino fundamental que vêem os pais lendo obtive- observará princípios norteadores desse preparo para o
ram uma média de 20 pontos a mais na prova de Língua exercício profissional específico, que considerem:
Portuguesa do que os que afirmaram que eles não têm I - a competência como concepção nuclear na ori-
este hábito, segundo as respostas ao questionário socio- entação do curso;
econômico aplicado junto com a prova do Saeb. A média II - a coerência entre a formação oferecida e a
também apresenta variação quando os pais conversam prática esperada do futuro professor, tendo em vista:
com os seus filhos sobre o que acontece na escola (cerca a) a simetria invertida, onde o preparo do profes-
de 17 pontos de diferença). Em relação ao dever de sor, por ocorrer em lugar similar àquele em que vai
casa, a média é de 14 pontos de diferença a favor dos atuar, demanda consistência entre o que faz na forma-
que são cobrados. Mas há uma inversão: à medida que ção e o que dele se espera;
as crianças ingressam na adolescência e chegam às b) a aprendizagem como processo de construção
séries superiores, reduz-se a influência dos pais no de- de conhecimentos, habilidades e valores em interação
sempenho escolar. com a realidade e com os demais indivíduos, no qual são
colocadas em uso capacidades pessoais;
c) os conteúdos, como meio e suporte para a
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS constituição das competências;
GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA d) a avaliação como parte integrante do processo
de formação, que possibilita o diagnóstico de lacunas e a
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Forma- aferição dos resultados alcançados, consideradas as
ção de Professores da Educação Básica, em nível superi- competências a serem constituídas e a identificação das
or, em curso de licenciatura, de graduação plena, consti- mudanças de percurso eventualmente necessárias.
tuem-se de um conjunto de princípios, fundamentos e III - a pesquisa, com foco no processo de ensino e
procedimentos a serem observados na organização insti- de aprendizagem, uma vez que ensinar requer, tanto
tucional e curricular de cada estabelecimento de ensino dispor de conhecimentos e mobilizá-los para a ação,
e aplicam-se a todas as etapas e modalidades de educa- como compreender o processo de construção do conhe-
ção básica. cimento.

RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, de 18 de Feverei- Art. 4º Na concepção, no desenvolvimento e na


ro de 2002 abrangência dos cursos de formação é fundamental que
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a se busque:
Formação de Professores da Educação Básica, em nível I - considerar o conjunto das competências neces-
superior, curso de licenciatura, de graduação plena. sárias à atuação profissional;
O Presidente do Conselho Nacional de Educa- II - adotar essas competências como norteadoras,
ção,no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o tanto da proposta pedagógica, em especial do currículo e
disposto no Art. 9º, § 2º, alínea “c” da Lei 4.024, de 20 da avaliação, quanto da organização institucional e da
de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei gestão da escola de formação.
9.131, de 25 de novembro de 1995,e com fundamento
nos Pareceres CNE/CP 9/2001 e 27/2001, peças indis- Art. 5º O projeto pedagógico de cada curso, con-
pensáveis do conjunto das presentes Diretrizes Curricu- siderado o artigo anterior, levará em conta que:
lares Nacionais, homologados pelo Senhor Ministro da I - a formação deverá garantir a constituição das
Educação em 17 de janeiro de 2002, resolve: competências objetivadas na educação básica;
II - o desenvolvimento das competências exige
Art. 1º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a que a formação contemple diferentes âmbitos do conhe-
Formação de Professores da Educação Básica, em nível cimento profissional do professor;
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, III - a seleção dos conteúdos das áreas de ensino
constituem-se de um conjunto de princípios, fundamen- da educação básica deve orientar-se por ir além daquilo
tos e procedimentos a serem observados na organização que os professores irão ensinar nas diferentes etapas da
institucional e curricular de cada estabelecimento de escolaridade;
ensino e aplicam-se a todas as etapas e modalidades da IV - os conteúdos a serem ensinados na escolari-
educação básica. dade básica devem ser tratados de modo articulado com
suas didáticas específicas;
Art. 2º A organização curricular de cada institui- V - a avaliação deve ter como finalidade a orien-
ção observará, além do disposto nos artigos 12 e 13 da tação do trabalho dos formadores, a autonomia dos
Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, outras formas futuros professores em relação ao seu processo de
de orientação inerentes à formação para a atividade aprendizagem e a qualificação dos profissionais com
docente, entre as quais o preparo para: condições de iniciar a carreira.
I - o ensino visando à aprendizagem do aluno; Parágrafo único. A aprendizagem deverá ser ori-
II - o acolhimento e o trato da diversidade; entada pelo princípio metodológico geral, que pode ser
III - o exercício de atividades de enriquecimento traduzido pela ação-reflexão-ação e que aponta a reso-
cultural; lução de situações-problema como uma das estratégias
IV - o aprimoramento em práticas investigativas; didáticas privilegiadas.
V - a elaboração e a execução de projetos de de-
senvolvimento dos conteúdos curriculares; Art. 6º Na construção do projeto pedagógico dos
VI - o uso de tecnologias da informação e da co- cursos de formação dos docentes, serão consideradas:
municação e de metodologias, estratégias e materiais de I - as competências referentes ao comprometi-
apoio inovadores; mento com os valores inspiradores da sociedade demo-
crática;

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II - as competências referentes à compreensão do VII - serão adotadas iniciativas que garantam
papel social da escola; parcerias para a promoção de atividades culturais desti-
III - as competências referentes ao domínio dos nadas aos formadores e futuros professores;
conteúdos a serem socializados, aos seus significados VIII - nas instituições de ensino superior não de-
em diferentes contextos e sua articulação interdiscipli- tentoras de autonomia universitária serão criados Insti-
nar; tutos Superiores de Educação, para congregar os cursos
IV - as competências referentes ao domínio do de formação de professores que ofereçam licenciaturas
conhecimento pedagógico; em curso Normal Superior para docência multidisciplinar
V - as competências referentes ao conhecimento na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamen-
de processos de investigação que possibilitem o aperfei- tal ou licenciaturas para docência nas etapas subseqüen-
çoamento da prática pedagógica; tes da educação básica. Art. 8º As competências profis-
VI - as competências referentes ao gerenciamento sionais a serem constituídas pelos professores em for-
do próprio desenvolvimento profissional. mação, de acordo com as presentes Diretrizes, devem
§ 1º O conjunto das competências enumeradas ser a referência para todas as formas de avaliação dos
neste artigo não esgota tudo que uma escola de forma- cursos, sendo estas:
ção possa oferecer aos seus alunos, mas pontua deman- I - periódicas e sistemáticas, com procedimentos
das importantes oriundas da análise da atuação profissi- e processos diversificados, incluindo conteúdos trabalha-
onal e assenta-se na legislação vigente e nas diretrizes dos, modelo de organização, desempenho do quadro de
curriculares nacionais para a educação básica. formadores e qualidade da vinculação com escolas de
§ 2º As referidas competências deverão ser con- educação infantil, ensino fundamental e ensino médio,
textualizadas e complementadas pelas competências conforme o caso;
específicas próprias de cada etapa e modalidade da edu- II - feitas por procedimentos internos e externos,
cação básica e de cada área do conhecimento a ser con- que permitam a identificação das diferentes dimensões
templada na formação. daquilo que for avaliado;
§ 3º A definição dos conhecimentos exigidos para III - incidentes sobre processos e resultados.
a constituição de competências deverá, além da forma-
ção específica relacionada às diferentes etapas da edu- Art. 9º A autorização de funcionamento e o reco-
cação básica, propiciar a inserção no debate contempo- nhecimento de cursos de formação e o credenciamento
râneo mais amplo, envolvendo questões culturais, soci- da instituição decorrerão de avaliação externa realizada
ais, econômicas e o conhecimento sobre o desenvolvi- no locus institucional, por corpo de especialistas direta
mento humano e a própria docência, contemplando: ou indiretamente ligados à formação ou ao exercício
I - cultura geral e profissional; profissional de professores para a educação básica, to-
II - conhecimentos sobre crianças, adolescentes, mando como referência as competências profissionais de
jovens e adultos, aí incluídas as especificidades dos alu- que trata esta Resolução e as normas aplicáveis à maté-
nos com necessidades educacionais especiais e as das ria.
comunidades indígenas;
III - conhecimento sobre dimensão cultural, soci- Art. 10. A seleção e o ordenamento dos conteú-
al, política e econômica da educação; IV - conteúdos das dos dos diferentes âmbitos de conhecimento que compo-
áreas de conhecimento que serão objeto de ensino; rão a matriz curricular para a formação de professores,
V - conhecimento pedagógico; de que trata esta Resolução, serão de competência da
VI - conhecimento advindo da experiência. instituição de ensino, sendo o seu planejamento o pri-
meiro passo para a transposição didática, que visa a
Art. 7º A organização institucional da formação transformar os conteúdos selecionados em objeto de
dos professores, a serviço do desenvolvimento de com- ensino dos futuros professores.
petências, levará em conta que:
I - a formação deverá ser realizada em processo Art. 11. Os critérios de organização da matriz
autônomo, em curso de licenciatura plena, numa estru- curricular, bem como a alocação de tempos e espaços
tura com identidade própria; curriculares se expressam em eixos em torno dos quais
II - será mantida, quando couber, estreita articu- se articulam dimensões a serem contempladas, na forma
lação com institutos, departamentos e cursos de áreas a seguir indicada:
específicas; I - eixo articulador dos diferentes âmbitos de co-
III - as instituições constituirão direção e colegia- nhecimento profissional;
dos próprios, que formulem seus próprios projetos pe- II - eixo articulador da interação e da comunica-
dagógicos, articulem as unidades acadêmicas envolvidas ção, bem como do desenvolvimento da autonomia inte-
e, a partir do projeto, tomem as decisões sobre organi- lectual e profissional;
zação institucional e sobre as questões administrativas III - eixo articulador entre disciplinaridade e in-
no âmbito de suas competências; terdisciplinaridade;
IV - as instituições de formação trabalharão em IV - eixo articulador da formação comum com a
interação sistemática com as escolas de educação bási- formação específica;
ca, desenvolvendo projetos de formação compartilha- V - eixo articulador dos conhecimentos a serem
dos; ensinados e dos conhecimentos filosóficos, educacionais
V - a organização institucional preverá a formação e pedagógicos que fundamentam a ação educativa;
dos formadores, incluindo na sua jornada de trabalho VI - eixo articulador das dimensões teóricas e
tempo e espaço para as atividades coletivas dos docen- práticas.
tes do curso, estudos e investigações sobre as questões Parágrafo único. Nas licenciaturas em educação
referentes ao aprendizado dos professores em formação; infantil e anos iniciais do ensino fundamental deverão
VI - as escolas de formação garantirão, com qua- preponderar os tempos dedicados à constituição de co-
lidade e quantidade, recursos pedagógicos como biblio- nhecimento sobre os objetos de ensino e nas demais
teca, laboratórios, videoteca, entre outros, além de re- licenciaturas o tempo dedicado às dimensões pedagógi-
cursos de tecnologias da informação e da comunicação; cas não será inferior à quinta parte da carga horária
total.

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Art. 12. Os cursos de formação de professores Art. 17. As dúvidas eventualmente surgidas,
em nível superior terão a sua duração definida pelo Con- quanto a estas disposições, serão dirimidas pelo Conse-
selho Pleno, em parecer e resolução específica sobre sua lho Nacional de Educação, nos termos do Art. 90 da Lei
carga horária. 9.394.
§ 1º A prática, na matriz curricular, não poderá fi-
car reduzida a um espaço isolado, que a restrinja ao Art. 18. O parecer e a resolução referentes à car-
estágio, desarticulado do restante do curso. ga horária, previstos no Artigo 12 desta resolução, serão
§ 2º A prática deverá estar presente desde o iní- elaborados por comissão bicameral, a qual terá cinqüen-
cio do curso e permear toda a formação do professor. ta dias de prazo para submeter suas propostas ao Con-
§ 3º No interior das áreas ou das disciplinas que selho Pleno.
constituírem os componentes curriculares de formação,
e não apenas nas disciplinas pedagógicas, todas terão a Art. 19. Esta Resolução entra em vigor na data de
sua dimensão prática. sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Art. 13. Em tempo e espaço curricular específico, ULYSSES DE OLIVEIRA PANISSET
a coordenação da dimensão prática transcenderá o está- Presidente do Conselho Nacional de Educação
gio e terá como finalidade promover a articulação das
diferentes práticas, numa perspectiva interdisciplinar. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA
§ 1º A prática será desenvolvida com ênfase nos A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCA-
procedimentos de observação e reflexão, visando à atu- ÇÃO BÁSICA: O CURRÍCULO INTEGRADO EM
ação em situações contextualizadas, com o registro des- QUESTÃO
sas observações realizadas e a resolução de situações-
problema. INTRODUÇÃO
§ 2º A presença da prática profissional na forma-
ção do professor, que não prescinde da observação e A preocupação com a unidade dos saberes e sua
ação direta, poderá ser enriquecida com tecnologias da relação com as situações de uso não é uma aspiração
informação, incluídos o computador e o vídeo, narrativas atual. Segundo Santomé (1998), o Centro de Pesquisa e
orais e escritas de professores, produções de alunos, Ensino de caráter neoplatônico da Escola de Alexandria,
situações simuladoras e estudo de casos. na Antigüidade, é exemplo de instituição mais antiga a
§ 3º O estágio curricular supervisionado, definido comprometer-se com a inter-relação entre as áreas de
por lei, a ser realizado em escola de educação básica, e conhecimento. No entanto, a defesa radical de um currí-
respeitado o regime de colaboração entre os sistemas de culo menos fragmentado e mais articulado à vida cotidi-
ensino, deve ser desenvolvido a partir do início da se- ana teria ocorrido especialmente com o advento da Pri-
gunda metade do curso e ser avaliado conjuntamente meira Revolução Industrial, no final do século XIX e
pela escola formadora e a escola campo de estágio. início do século XX. Ancorados ao movimento de educa-
dores progressistas, que tinham como fonte de inspira-
Art. 14. Nestas Diretrizes, é enfatizada a flexibili- ção especialmente as idéias democráticas de John De-
dade necessária, de modo que cada instituição formado- wey, os defensores do currículo integrado reivindicavam
ra construa projetos inovadores e próprios, integrando mudanças tanto na função quanto na prática da educa-
os eixos articuladores nelas mencionados. ção escolarizada.
§ 1º A flexibilidade abrangerá as dimensões teóri- Grande parte das críticas sobre a descontextuali-
cas e práticas, de interdisciplinaridade, dos conhecimen- zação dos conhecimentos escolares frente às necessida-
tos a serem ensinados, dos que fundamentam a ação des da vida fora da escola, a compartimentalização das
pedagógica, da formação comum e específica, bem como matérias, tarefas, tempos e espaços escolares e o isola-
dos diferentes âmbitos do conhecimento e da autonomia cionismo das disciplinas provocado pela “taylorização
intelectual e profissional. educacional”, que acompanhava e subscrevia a taylori-
§ 2º Na definição da estrutura institucional e cur- zação industrial, era proveniente principalmente de um
ricular do curso, caberá a concepção de um sistema de grupo de intelectuais comprometidos com uma orienta-
oferta de formação continuada, que propicie oportunida- ção educacional em torno de princípios democráticos
de de retorno planejado e sistemático dos professores às (SANTOMÉ, 1998).
agências formadoras. Educadores contrários a algumas políticas educa-
tivas do início do século passado argumentavam que o
Art. 15. Os cursos de formação de professores princípio taylorista/fordista de administração adotado na
para a educação básica que se encontrarem em funcio- indústria se expandira às escolas gerando, como conse-
namento deverão se adaptar a esta Resolução, no prazo qüência, desapropriação dos conhecimentos por parte
de dois anos. dos alunos e desarticulação dos saberes ensinados nas
§ 1º Nenhum novo curso será autorizado, a partir instituições educativas. Consoante essa visão, a frag-
da vigência destas normas, sem que o seu projeto seja mentação dos conhecimentos, provocada especialmente
organizado nos termos das mesmas. por uma concepção de currículo disciplinar, teria trans-
§ 2º Os projetos em tramitação deverão ser resti- formado a educação em algo incompreensível para os
tuídos aos requerentes para a devida adequação. próprios alunos, destituindo-lhes da possibilidade de
apreensão do processo educacional vivido e da realidade
Art. 16. O Ministério da Educação, em conformi- da qual faziam parte. Isto porque os conhecimentos
dade com § 1º Art. 8º da Lei 9.394, coordenará e arti- seriam fornecidos em “pequenas doses” (disciplinas),
culará em regime de colaboração com o Conselho Nacio- aparentemente desconectados entre si e distantes da
nal de Educação, o Conselho Nacional de Secretários realidade vivenciada pela maioria dos estudantes, sendo
Estaduais de Educação, o Fórum Nacional de Conselhos a sua materialização concebida como produto de proce-
Estaduais de Educação, a União Nacional dos Dirigentes dimentos técnico-científicos.
Municipais de Educação e representantes de Conselhos
Municipais de Educação e das associações profissionais e Tendo este contexto como matriz, estudiosos ali-
científicas, a formulação de proposta de diretrizes para a nhados a uma perspectiva de educação progressista
organização de um sistema federativo de certificação de passaram a defender, especialmente nos primeiros anos
competência dos professores de educação básica.
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de escolarização, a construção de currículos escolares de definição, seleção e distribuição do conhecimento no
implicados nas experiências e nos problemas cotidianos desenvolvimento da educação escolar.
dos alunos. Este ideal estava especialmente vinculado a
dois interesses inter-relacionados: a) o de promover Muitas das críticas empreendidas à estruturação
maior sintonia entre os conhecimentos escolares e a vida disciplinar procedem de autores que associam as disci-
fora da escola; b) o de evidenciar a contraposição ao plinas aos pressupostos lógicos das ciências de referên-
ideário eficientista de dinamização curricular. cia. As motivações que geram essas críticas sugerem
que a estruturação do currículo em disciplinas, além de
Por isso considera-se que, em sua origem, a ar- não proporcionar a interação entre diferentes áreas ou
gumentação em prol da concepção de currículo integra- campos de conhecimentos, também dificulta a compre-
do revela potencial crítico, porquanto associada ao mo- ensão global dos fenômenos não permitindo “aproxima-
vimento dos educadores que lutavam contra a mercanti- ção com saberes cotidianos dos alunos”. Fato este que
lização da escola e do ensino, e a favor de um conheci- reduziria as possibilidades de aprendizagem de conheci-
mento democratizado e contextualizado. mentos significativos, principalmente por parte daqueles
cujo acesso aos códigos considerados legítimos tem se
A despeito disso, não obstante a característica de mostrado mais precário (MACEDO; LOPES, 2002, p. 74).
ser integrada proporcionar a propostas curriculares re- Implicada neste fato estaria a associação entre organi-
centes a positividade historicamente conferida a esta zação por disciplinas e fracasso escolar.
forma de dinamização dos conhecimentos escolares, não
cabe conceber qualquer projeto curricular assentado na Enquanto o currículo disciplinar é freqüentemente
idéia de integração como obrigatoriamente positivo. Tal concebido “como conseqüência de princípios de organi-
qual algumas críticas empreendidas ao currículo discipli- zação curricular baseados na lógica das ciências ou na
nar, também o currículo integrado pode proporcionar natureza do conhecimento”, os currículos integrados
exclusão social de alunos consoante as finalidades a que “são entendidos como baseados nos interesses e neces-
se destina. sidades dos alunos e na relevância social dos conheci-
Com base nesse pressuposto, analisamos as Dire- mentos” (LOPES, 2001, p.148). Essa compreensão tem
trizes Nacionais para a Formação de Professores da Edu- possibilitado considerar a organização curricular integra-
cação Básica, perscrutando aspectos da concepção de da como mais democrática porque sustentada em co-
integração curricular nelas preconizados. Ainda que já nhecimentos afetos à vida cotidiana dos alunos, o que
tenham se passado mais de cinco anos desde a sua ho- renderia maior acessibilidade àqueles provenientes de
mologação, pelo MEC, e de terem sido aprovadas diretri- classes subalternas.
zes específicas para cada um dos cursos de licenciatura,
as orientações contidas no Parecer CNE/CP 009/2001 e Não obstante, estudos diversos fazem referência
nas Resoluções CNE/CP 1/2002 e CNE/CP 2/2002, que às relações entre a compartimentalização e as hierarqui-
sintetizam a proposta de Diretrizes Curriculares Nacio- as de saberes permitindo-nos questionar tanto a crença
nais para a Formação de Professores da Educação Bási- na vinculação entre disciplina escolar e disciplina científi-
ca, constituem instrumento normatizador e regulador de ca como a relação entre disciplinaridade e fracasso esco-
políticas curriculares no campo das práticas instituciona- lar. Isto porque esses estudos apontam visões divergen-
lizadas. tes quanto à explicação sobre a organização curricular
A análise tem conseqüências importantes para a disciplinar.
profissionalização do educador e para a produção de Tendo como pressuposto fundamental nossa con-
projetos de curso de licenciatura visto que as Diretrizes vicção no enfoque sócio-histórico de produção e disse-
Nacionais, ao atrelarem os pressupostos de integração a minação dos conhecimentos, defendemos que nem os
uma visão eficientista de currículo, acabam por perspec- currículos disciplinares podem ser tomados como decor-
tivar para o professor uma formação assentada em prin- rentes unicamente da ciência de referência nem, tam-
cípios instrumental-tecnicistas de base praticista. pouco, qualquer organização curricular dita integrada
necessariamente assegurará a avaliação crítica do uso
No desenvolvimento de nossos estudos, localiza- de determinados conhecimentos e sua adequada aplica-
mos o entendimento do conceito de currículo disciplinar ção no desenvolvimento de uma sociedade mais demo-
e de currículo integrado apropriando-nos de reflexões crática e igualitária. Nossa crença é de que tanto o currí-
produzidas por estudiosos das teorias curriculares críti- culo organizado disciplinarmente pode se mostrar inclu-
cas; ainda, examinamos os pressupostos que endossam dente quanto o currículo convencionado de integrado
o ideário de integração curricular nas Diretrizes Nacio- pode se tornar excludente.
nais, focalizando a influência de textos produzidos inter-
nacionalmente na criação de políticas curriculares nacio- Uma das explicações de que nos valemos para
nais. justificar esse posicionamento é a que Moore e Young
(2001) apresentam. Para estes dois filósofos é equivo-
CURRÍCULO DISCIPLINAR X CURRÍCULO INTE- cada a relação freqüentemente estabelecida entre currí-
GRADO culo disciplinar e desigualdade social visto entenderem
que as críticas imputadas ao currículo disciplinarizado
Desde os primórdios da era moderna, a tradição freqüentemente são signatárias do instrumentalismo
disciplinar tem sido predominante na organização do técnico, cujo interesse se volta à manutenção do sistema
currículo escolar ainda que o termo disciplina, como produtivo vigente, deixando em segundo plano as razões
matéria de ensino, não tenha adquirido este sentido epistemológicas.
antes do início do século XX (CHERVEL, 1990). Segundo
Veiga-Neto (2001), esta estratégia de disseminação do Por ser adepta a “um currículo mais centrado em
conhecimento insurgiu-se no século XVI em contraposi- habilidades” e adequado às transformações econômicas
ção à disposição antiga e medieval centrada no Trivium globais, a percepção instrumentalista acusa os que de-
e no Quadrivium1. fendem a organização curricular disciplinar de promove-
rem uma forma de saber descontextualizado e resistente
A despeito das inúmeras críticas conferidas à or- às mudanças pelas quais passa a sociedade (MOORE e
ganização disciplinar, esta tem sido a forma hegemônica YOUNG, 2001, p. 222). Para os instrumentalistas, essa
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seria uma forma de saber que não contribuiria para am- posição desses estudiosos é visível quando estes afir-
pliar as possibilidades de empregabilidade dos alunos no mam que “adquirir conhecimento é tomar consciência da
universo profissional. experiência como sendo estruturada, organizada e dota-
da de sentido de uma maneira bastante específica”.
Na acepção de Moore e Young, a crítica aferida (GOODSON, 2001, p.76).
pelos instrumentalistas favorece, de um lado, a dissemi-
nação do discurso de que tais saberes não são acessíveis Acompanhando Goodson, também Lopes discorda
à grande parte dos alunos e, de outro, a crença na ne- da tese que defende haver equivalência entre as discipli-
cessidade de apreensão de conhecimentos vinculados ao nas escolares e as ciências de referência. Para esta es-
mundo laboral. Tratar-se-ia, portanto, de uma visão tudiosa, o conhecimento escolar constituí-se “no embate
tributária de interesses mercantis e não resultante de com os demais saberes sociais, diferenciando-se dos
uma reflexão sobre uma possível teoria de conhecimen- mesmos” (LOPES, 1999, p.24). Logo, ele seria definido
to. como um saber que revela seu aspecto paradoxal. De
A outra explicação, considerada originária da in- um lado, busca uma forma de socialização do conheci-
terpretação anterior, procede de posicionamentos polari- mento científico; de outro, objetiva a constituição do
zados sobre a natureza do conhecimento escolar. Dentre conhecimento cotidiano.
as visões controversas existentes, destacamos as de
Hirst e Peters e de Goodson incluindo aí alguns adeptos Na esteira destes dois últimos autores poderíamos
das idéias deste último. dizer que, além de se constituírem no embate entre
conhecimentos científicos ou acadêmicos e cotidianos ou
Hirst e Peters (1972) inscrevem-se numa vasta comuns, os conhecimentos escolares resultam de vários
corrente de pensamento racionalista anglo-saxão que saberes de referência “incluindo também as chamadas
defende haver identidade entre conhecimentos produzi- práticas sociais de referência: atividades sociais diversas
dos pela escola e aqueles da ciência. Para os dois pen- de pesquisa, produção, engenharia, bem como ativida-
sadores, a educação deve se preocupar em fornecer ao des domésticas e culturais” (LOPES, 2001, p.155). Por
aluno um conjunto organizado de experiências e conhe- isso preservam certa autonomia em relação ao saber
cimentos através de atividades cognitivas. Consubstan- científico, mesmo que em determinados momentos dele
ciados nesta idéia, delimitam oito formas distintas de se aproximem. Donde também nos parecer equivocado o
conhecimento sobre as quais o ensino escolarizado de- pensamento daqueles que compreendem a organização
veria voltar-se. São elas: matemática, ciências físicas, curricular disciplinar como descontextualizada e desco-
ciências humanas, literatura, belas artes, moral, religião nectada do movimento da vida diária. As argumentações
e filosofia. acima nos levam à compreensão de que na organização
Estas formas de pensamento, como chamam seus do conhecimento escolar a lógica da ciência é recontex-
idealizadores, constituiriam a realização fundamental da tualizada2 por meio de filtros que associam os pressu-
mente humana e inscreveriam a maneira pela qual a postos da ciência aos contextos sociais e políticos dos
experiência se estruturaria e poderia aceder à inteligibi- sujeitos envolvidos no processo educativo. Estes filtros
lidade. Na visão desses estudiosos, a escola deveria promoveriam descontinuidades entre conhecimento
encarregar-se de viabilizar o estudo das lógicas e dos científico ou acadêmico e conhecimento escolar.
sistemas de pensamento das disciplinas que compõem
as respectivas formas de conhecimento. Desse modo, nos parece possível aceitar a pre-
dominância de ruptura e não de continuidade entre es-
Hirst e Peters concebem os campos de conheci- ses conhecimentos. A ruptura ocorreria justamente por-
mento como constituídos por “conceitos, métodos, for- que o desenvolvimento do conhecimento em níveis esco-
mas de raciocínio e de produção do conhecimento pró- lares não está relacionado apenas a fatores epistemoló-
prios e específicos” sobre os quais alunos e professores gicos, mas inclui também “as chamadas práticas sociais
deveriam se debruçar em busca do aprendizado (LOPES, de referência: atividades sociais diversas de pesquisa,
2001, p.150). Logo, seriam os princípios lógicos e psico- produção, engenharia, bem como atividades domésticas
lógicos das disciplinas relacionadas às áreas de conhe- e culturais” (LOPES, 2001, p.155).
cimento a se constituírem em objetos de ensino nos
processos educativos formais. Ainda que as disciplinas Tal afirmação está respaldada em discussões so-
escolares não se vinculem diretamente a cada uma das bre o problema das relações entre conhecimento comum
áreas de conhecimento, elas equivaleriam à ciência de e conhecimento científico evidenciado especialmente nos
referência sendo, portanto, os princípios da disciplina estudos bachelardianos (1971; 2003; 2004). Na visão
científica a orientar os estudos das disciplinas na escola. deste pensador predomina uma relação de ruptura epis-
Mostrando-se contrário a essa visão, Goodson temológica entre uma objetivação de conhecimento e
(1998, p. 8) afirma que “o currículo não é construído de outra. Contrário à visão que concebe unicidade metodo-
conhecimentos válidos, mas de conhecimentos conside- lógica entre regiões (ou campos) distintas de conheci-
rados socialmente válidos”. Logo, a produção de saberes mento, Bachelard defende haver pluralidades racionais
seria resultante de um processo constituído pelo amál- setoriais. Essas pluralidades seriam indicativas das des-
gama entre conhecimentos científicos, crenças, expecta- continuidades entre um campo de conhecimento e outro.
tivas e visões sociais. Nessa direção, Considerando o conhecimento científi-
Aquilo que é considerado currículo num determi- co/acadêmico e o conhecimento escolar como perten-
nado momento, numa determinada sociedade, é o resul- centes a campos diferentes, parece-nos perfeitamente
tado de um complexo processo no qual considerações defensável a idéia de descontinuísmo entre esses sabe-
epistemológicas puras ou deliberações sociais racionais e res. Por outro lado, entendemos que tal posicionamento
calculadas sobre o conhecimento talvez não sejam nem não invalida nossa convicção na possibilidade de contri-
mesmo as mais centrais e importantes (GOODSON, buições mútuas ou de pontos de contato entre os sabe-
1998, p. 9). res.
Para Goodson o posicionamento de Hirst e Peters Confiando na primazia da descontinuidade entre
é uma representação inadequada da realidade curricular os conhecimentos da ciência e aqueles veiculados pela
porque fundamentada em pressuposições estáticas e a escola, na esteira de Bernstein (1996) creditamos ao
históricas. Segundo argumenta, o caráter “dado” da conhecimento escolar a possibilidade de ressignificação
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
dos saberes provenientes de outros campos de conheci- modo a assegurar as especificidades do trabalho do
mento. Entendemos que esse processo ocorre em rela- professor na formação para atuação multidisciplinar e
ção à definição dos conhecimentos disponibilizados tanto em campos específicos de conhecimento (BRASIL, 1999,
aos alunos da educação básica quanto aos do ensino p.1).
superior, ainda que nesse nível possa haver certo pre-
domínio à socialização de conhecimentos acadêmicos, No Parecer CNE/CP 009/2001 reafirma-se que “O
caracterizados pelas disciplinas científicas. Decreto 3276/199, alterado pelo Decreto 35534/2000
regulamenta a formação básica comum que, do ponto de
Por isso, a nosso ver, são infundadas algumas crí- vista curricular, constitui-se no principal instrumento de
ticas ao currículo disciplinar. aproximação entre a formação dos professores das dife-
Evidentemente, o modelo disciplinar do início do rentes etapas da educação básica” (BRASIL, 2001, p.
século XX definiu um perfil de professor onde o que se 15).
valorizava era a capacidade de transmitir o conteúdo Na homologação das Diretrizes Curriculares Naci-
escolar por meio de um academicismo técnico-científico. onais fica bastante visível o intento governista de produ-
Alia-se a esta crítica, a da didática de memorização e ção de um currículo com concepção integrada para os
verbalização dos conteúdos, considerada inibidora do cursos de formação de professores. Em análise realizada
desenvolvimento de capacidades relacionadas à reflexão ao Parecer CNE/CP 009/2001, pudemos verificar que a
crítica sobre a realidade circundante. A despeito das reforma curricular ensejada tem por objetivo promover o
posições adversas que enfrenta, a organização discipli- estreitamento entre a formação do professor e a do
nar perpetua-se como predominante na sistematização aluno da educação básica. Este nos parece ser o objetivo
dos conhecimentos e na formação de certas habilidades precípuo da visão de integração curricular propugnada.
necessárias aos desafios impostos pela contemporanei- Conforme se lê no referido documento, existe ho-
dade. je uma “desarticulação na formação dos professores que
atuam em diferentes níveis”. Essa desarticulação “repro-
PRESSUPOSTOS DA INTEGRAÇÃO CURRICULAR duz e contribui para a dispersão na prática desses pro-
NAS DIRETRIZES PARA A FORMAÇÃO DE PROFES- fissionais e, portanto, certamente repercute na trajetória
SORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA escolar dos alunos da educação básica”. Como alternati-
va para solucionar esse problema afirma-se que a “A
Especialmente a partir dos anos de 1990 em dian- busca de um projeto para a educação básica que articule
te, a defesa por uma concepção integrada de currículo as suas diferentes etapas implica que a formação de
tem se espraiado, atingindo o Ensino Superior. Porém, a seus professores tenha como base uma proposta inte-
concepção de integração consubstanciada nas propostas grada” (BRASIL, 2001, p. 17).
reformistas oficiais adquiriu contornos variados, tornan-
do-se multifacetada e, muitas vezes, distante dos propó- Lopes (2002a) defende que a orientação para a
sitos sobre os quais ela fora concebida historicamente. construção de currículos mais conectados e interligados
Concernente às Diretrizes Curriculares Nacionais para a na educação básica já havia sido dada anteriormente, na
Formação de Professores da Educação Básica, regula- Conferência sobre Educação para Todos, ocorrida no ano
mentadas por meio das Resoluções CNE/CP 1 e CNE/CP de 1990 em Jomtien, na Tailândia. Participaram daquela
2 em fevereiro de 2002, afirmamos que a concepção Conferência delegações de 155 países, dentre os quais o
curricular integrada adquire significado distinto da ver- Brasil, sendo ali estabelecidas diretrizes para a educação
são tradicional, assentada em pressupostos da teoria no século XXI. Estudiosos das políticas educacionais
crítica. consideram essa Conferência o grande marco na formu-
Tomando como base os estudos realizados por lação de reformas governamentais para a educação da
Lopes (2002a, 2002b) sobre a concepção de integração maioria dos países.
nos Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio e a Considerando-se que as políticas curriculares im-
nossa análise do Parecer CNE/CP 009/2001, sobre a plementadas especialmente nas duas últimas décadas
proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais, argumen- resultam de um nexo de influências, incluindo-se acor-
tamos que na reforma da formação de professores o dos internacionais (BALL, 2001a; 2001b), julgamos que
conceito de integração curricular foi ressignificado em boa parte das reformas promovidas pelo governo brasi-
torno de princípios que se afinam mais com interesses leiro seria resultante das influências e interdependências
do mundo produtivo do que com pressupostos educati- provenientes dessa Conferência e de acordos com orga-
vos. Nosso posicionamento é o de que, na versão pro- nismos internacionais. Por isso, as mudanças preconiza-
posta pelas Diretrizes Nacionais, esta estratégia de sis- das na educação brasileira, incluindo-se as da formação
tematização e veiculação dos conteúdos escolares assu- de professores para atuação na educação básica, estari-
me função acentuadamente instrumental porquanto am destinadas a cumprir prescrições provenientes des-
atrelada a pressupostos eficientistas de dinamização tes contextos.
curricular. O relatório Jacques Delors, produzido em 1996
A indicação para que os cursos de formação de pela Comissão Internacional sobre Educação para o sé-
professores da educação básica sejam organizados de culo XXI, revela o esforço de seus organizadores em
modo a possibilitar a realização de uma concepção curri- adequar a educação ao processo de sobrevivência e
cular integrada atende ao disposto no Decreto Presiden- manutenção do capitalismo contemporâneo.
cial nº 3.276, de 6 de dezembro de 1999, alterado pelo
de Decreto 3554/2000. Este Decreto dispõe sobre a Na acepção dos responsáveis pela elaboração do
formação em nível superior de professores para atuar na relatório, “como o conhecimento é múltiplo e evolui infi-
educação básica, e dá outras providências. nitamente, torna-se cada vez mais inútil tentar conhecer
tudo e, depois do ensino básico, a omnidisciplinaridade é
No inciso III do Art. 2º está escrito: um engodo” (DELORS, 2003, p. 91).

Art. 2º Os cursos de formação de professores pa- Por isso interessa a aquisição de uma cultura ge-
ra a educação básica serão organizados de modo a ral que, “enquanto abertura a outras linguagens e outros
atender aos seguintes requisitos: [...]III – formação conhecimentos, [permita], antes de tudo, comunicar-
básica comum, com concepção curricular integrada, de se”. Esta formação cultural ampla facilitaria não apenas
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
a “abertura a outros campos do conhecimento”, mas sional, do conhecimento sobre crianças, jovens e adul-
também “fecundas sinergias entre as disciplinas”, permi- tos, dentre outros – e de procurarem responder a inte-
tindo ao indivíduo mobilidade no mundo laboral por resses educativos nos demais níveis escolares, concluí-
oportunizar-lhe continuar sempre aprendendo (p.91-2). mos que elas se destinam a atender às exigências de
Vêem-se sintonizadas, então, as relações entre o trata- preparação do professor para atuar tecnicamente na
mento articulado de conteúdos/disciplinas e a sua ade- educação básica.
quação ao mundo produtivo na perspectiva de constru-
ção de uma proposta de currículo integrado. Na parte Do ponto de vista da concepção de currículo inte-
introdutória de nosso texto argumentamos que a propo- grado, tomar a noção de competências como nuclear
sição de integração curricular esteve historicamente significa dizer que é preciso criar uma dinâmica curricu-
associada ao movimento progressista. Naquele arquétipo lar em torno da formação de determinadas competências
havia preocupação com a fragmentação dos saberes, consideradas necessárias a certo perfil profissional. Os
provocada, especialmente, pela vinculação entre educa- componentes curriculares terão, necessariamente, de
ção e industrialização; ainda, com a exclusão e acirra- assegurar a constituição de tais competências de modo a
mento das desigualdades, pelo academicismo dos sabe- promover a integração curricular. Os componentes serão
res difundidos nas escolas, e; finalmente, com a visão organizados em torno dessas competências.
eficientista que dominava o campo do currículo no início
do século XX. A mesma observação também é válida para a
Estes foram alguns dos fatores que levaram mui- análise do segundo pressuposto orientador da reforma
tos educadores a lutar pela democratização da educação da formação docente, concernente à visão de situação
e pela superação do modelo curricular tradicional, ou simetria invertida. Consubstanciada na idéia de pro-
transmitido nas escolas daquela época. O caminho privi- dução de um currículo integrado, a simetria invertida
legiado foi a defesa de um currículo onde os saberes refere-se às situações de aprendizagem a serem valori-
pudessem atender aos interesses das crianças e possibi- zadas na formação do professor.
litar o acesso de todos, indistintamente, à escola.
Nas Diretrizes, defende-se para a formação do
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a For- professor da educação básica a aprendizagem de sabe-
mação de Professores da Educação Básica a organização res significativos, ou seja, daqueles saberes “que reme-
curricular sugerida tem como princípio fundamental tem continuamente o conhecimento à realidade prática
articular educação infantil, ensino fundamental e ensino do aluno e às suas experiências” (BRASIL, 2001, p. 14).
médio numa proposta de educação para o professor cuja Também nesse caso é possível verificar que a delimita-
meta é a aprendizagem do aluno da educação básica. O ção dos saberes está ancorada às áreas de conhecimen-
currículo da formação do professor será integrado por- to que serão objeto da atuação didática do professor,
quanto articulado à formação do aluno. Os princípios da numa perspectiva que endossa a visão de situação in-
integração seguem orientações dadas para os alunos da vertida entre a formação do professor e a do aluno da
educação básica educação básica.

Três pressupostos consignados no Parecer CNE/CP No Parecer CNE/CP 009/2001, a simetria invertida
009/2002 endossam o ideário de integração propugnado é apresentada como o princípio que possibilitará a coe-
para os cursos de formação de professores. O primeiro rência entre a formação oferecida e a prática esperada
deles refere-se ao paradigma curricular que se busca do futuro professor. Segundo defendem os reformado-
implementar com as reformas promovidas, o de compe- res, por esse princípio o futuro professor poderá experi-
tências como concepção nuclear na orientação do curso; enciar, enquanto aluno, “as atitudes, modelos didáticos,
o segundo, remete à coerência entre a formação ofere- capacidades e modos de organização que se pretende
cida e a prática esperada do futuro professor pelo princí- venham a ser concretizados nas suas práticas pedagógi-
pio da simetria invertida e, por fim; o último, elege a cas” (BRASIL, 2001, p. 30-01). Para isso, os conheci-
resolução de situações-problemas como uma das estra- mentos da educação do professor devem corresponder,
tégias didáticas privilegiadas na formação do professor. analogamente, àqueles da Educação Básica. Ou seja, as
experiências de aprendizagem na formação do docente
Em relação ao primeiro pressuposto, que tem a terão correspondência com situações de ensino na sua
pretensão de instituir um novo paradigma curricular, atuação em sala de aula.
este parte da idéia de que é preciso inverter a lógica que
tradicionalmente presidiu a organização curricular: em Vemos, então, fortemente articuladas as situações
lugar de partir de uma listagem de disciplinas obrigató- de aprendizagem dos cursos de formação às de exercício
rias e respectivas cargas horárias, o paradigma exige profissional. A experiência que o professor terá nos seus
tomar como referência inicial o conjunto de competên- cursos de formação será análoga às experiências de
cias que se quer que o professor constitua no curso aprendizagem que o aluno da educação básica terá.
(BRASIL, 2001, p.51). Ainda que no Parecer CNE/CP 009/2001 esteja saliente a
A noção de competências, difundida inicialmente idéia de que “Não se trata de infantilizar a educação do
nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino professor” (BRASIL, 2001, p.31), o fato é que no percur-
Médio (PCNEM) publicados pelo MEC em 1997, torna-se so formativo do futuro professor o currículo será inte-
nuclear tanto na orientação do curso de formação de grado porque atenderá demandas da educação básica.
professores como na organização da matriz curricular,
constituindo-se “como princípio de integração do conhe- No Parecer que apresentou a proposta final de Di-
cimento” (LOPES, 2002a, p.150). Ainda que esta forma retrizes Curriculares Nacionais, a determinação de tratar
de organização curricular não exclua as disciplinas nem, de forma articulada os conteúdos que demarcam o per-
tampouco, o conhecimento escolar, estes ficam subme- curso formativo do futuro professor tem como pressu-
tidos às competências a serem adquiridas. Tendo em posto a idéia de que “a maioria das capacidades que se
vista que as competências visadas se destinam à prepa- pretende que os alunos da educação infantil, do ensino
ração do professor para ser profissional do ensino – fundamental e do médio desenvolvam, atravessa as
referente ao domínio dos conteúdos a serem socializa- tradicionais fronteiras disciplinares e exige um trabalho
dos, dos conhecimentos para o desenvolvimento profis- integrado de diferentes professores”. Para completar,
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
afirma-se que “Na perspectiva da simetria invertida, isso de disseminação, dando mostras de que a concepção de
reforça a necessidade de que a matriz curricular da for- integração propugnada visa, tão somente, promover o
mação do professor contemple estudos e atividades estreitamente entre a preparação do futuro professor e a
interdisciplinares” (BRASIL, 2001, p. 54). do aluno da educação básica.

Ainda que não tenhamos espaço neste texto para Não há evidências da criação de espaços para o
discutir o conceito de interdisciplinaridade adotado, é questionamento sobre os conhecimentos dominantes.
preciso destacar que nas Diretrizes para a formação de Os resultados alcançados com o estudo nos levam
professores esse conceito, não obstante seu caráter a concluir que a concepção de integração predominante
contraditório, adquire contornos alinhados à perspectiva nas Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores
de integração que se busca alcançar. Assim, a concep- da Educação Básica atende a interesses mercantis, os
ção de interdisciplinaridade acompanhará a concepção quais atribuem à educação papel fundamental no desen-
de currículo integrado propugnada remetendo a ativida- volvimento de novas mentalidades, atreladas ao mundo
de interdisciplinar às relações entre os conteúdos da produtivo.
preparação do professor e os da educação básica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Perfeitamente atrelado ao ideário da situação in-
vertida, o terceiro pressuposto orientador elege a reso- Diante dos resultados obtidos com as análises
lução de situações-problema como uma das estratégias realizadas, consideramos que, a despeito de as propos-
didáticas a serem privilegiadas em cursos de formação tas reformistas para a formação dos professores da edu-
de professores da educação básica. Observamos, porém, cação básica estarem ancoradas num discurso que apela
que os problemas a se tornarem objeto de estudo e para uma concepção mais democrática e menos exclu-
merecerem solução por parte do futuro professor refe- dente de organização dos currículos escolares, histori-
rem-se às suas experiências em situações de ensino ou camente associada à concepção de currículo integrado,
na simulação delas. seu viés essencialmente funcionalista conduz a prepara-
ção do professor a um processo de desqualificação de
No Parecer CNE/CP 009/2001 está dito que: sua função de profissional responsável pela formação de
Perceber as diferentes dimensões do contexto, futuros cidadãos emancipados. Por isso a concepção de
analisar como as situações se constituem e compreender currículo integrado deixa de exercer seu potencial crítico,
como a atuação pode interferir nelas é um aprendizado perdendo sua função de ser estratégia curricular para
permanente, na medida em que as questões são sempre minimizar desigualdades sociais.
singulares e novas respostas precisam ser construídas. A
competência profissional do professor é, justamente, sua As finalidades deste tipo de integração favorecem
capacidade de criar soluções apropriadas a cada uma unicamente a aquisição de um conhecimento mais ho-
das diferentes situações complexas e singulares que mogêneo e global, afinando-se com recomendações de
enfrenta (BRASIL, 2001, p.49). organismos internacionais interessados na perpetuação
das formas existentes de acumulação produtiva. A impli-
O excerto é ilustrativo da visão dominante sobre a cação mais imediata para a profissionalidade do educa-
estratégia didática a ser privilegiada na implementação dor é, de um lado, a perda de sua capacidade de abstra-
dos conteúdos curriculares. Não importa construir novos ção sobre o entorno político-social e, de outro, a redução
problemas, mas apenas resolver os existentes cuja de- da possibilidade de produção de alternativas realmente
manda ocorre no contexto aplicacionista da atuação transformadoras do modelo de sociedade vigente.
profissional.
Com base nestes pressupostos, é possível deslin- A aceitação irrefletida da concepção de currículo
dar alguns caminhos que a concepção de currículo inte- integrado nos cursos de formação de professores pode
grado adotada nas Diretrizes Nacionais revela. Trata-se reproduzir visões conservadoras de disseminação dos
de uma perspectiva de organização dos currículos de conhecimentos escolares, não contribuindo para a cons-
formação de professores cuja intencionalidade parece tituição de uma profissionalidade que ultrapasse os limi-
distanciar-se das perspectivas originais, que levaram tes da inserção do educador ao contexto social dado.
muitos educadores progressistas a defender princípios
de integração na dinamização dos conhecimentos esco- O desafio que se coloca, no campo da prática pe-
lares. Ancorada em recomendações provenientes de dagógica, é de que os educadores possam valer-se da
campos distintos, na reforma da formação docente a existência de zonas de escape, proporcionadas pelas
visão de currículo integrado sugere atualização de prin- ambigüidades e contradições que as políticas educacio-
cípios que associam a educação à mercantilização. nais contemporâneas têm relevado, para produzir pro-
O resultado da análise em torno das Diretrizes postas curriculares contra-hegemônicas. Para isso há
Curriculares Nacionais para a Formação dos Professores que se perspectivar, no interior das instituições universi-
da Educação Básica nos permite evidenciar que a tônica tárias, processos de recontextualização por meio da
da concepção curricular integrada na reforma curricular, ressignificação dos princípios curriculares instituídos
atinente à preparação universitária do professor, não oficialmente em favor de uma profissionalidade que
está em inquirir os conhecimentos considerados válidos supere os limites da racionalidade instrumental-
a fim de se construir novas alternativas sociais, mas tecnicista.
torná-los aplicáveis ao contexto da sua ação imediata.
Tampouco há indícios, na concepção de integração de- Notas
fendida, de preocupação com conhecimentos abstratos 1º trivium compreendia o estudo de conhecimen-
ou de viés crítico sobre os processos de formação huma- tos considerados mais elementares, relacionados à lin-
na, posto interessar a capacidade de atuação prática do guagem, e estava subdividido em: gramática, lógica e
professor. retórica. O quadrivium, por sua vez, era tido como mais
Os pressupostos que consubstanciam a concepção avançado, e contemplava estudos com os números,
de currículo integrado deixam dúvidas quanto à possibi- subdividindo-se em: aritmética, geometria, astronomia e
lidade de uma análise mais aprofundada sobre os conhe- música.
cimentos veiculados pela escola e quanto às suas formas
75
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
2º termo é tomado emprestado de Bernstein O Presidente da Câmara de Educação Básica do
(1996). Para o autor, a recontextualização constitui-se Conselho Nacional de Educação, de conformidade com o
numa prática de transferência de textos de um campo disposto na alínea “c” do § 1º do Art. 9º da Lei nº
para outro. Ao ser recontextualizado o texto sofre, pri- 4.024/61, com a redação dada pela Lei nº 9.131/95, no
meiro, uma descontextualização e, em seguida, uma Art. 32 da Lei nº 9.394/96, na Lei nº 11.274/2006, e
relocação a fim de se adaptar ao novo contexto. Consti- com fundamento no Parecer CNE/CEB nº 11/2010, ho-
tui um texto qualquer representação pedagógica que mologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da
expressa as relações sociais. Educação, publicado no DOU de 9 de dezembro de 2010,
Fonte: Marilda P. Schneider resolve:
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com uma educação com qualidade social, igualmente
entendida como direito humano.

ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 (NOVE) ANOS A educação de qualidade, como um direito fun-


damental, é, antes de tudo, relevante, pertinente e equi-
RESOLUÇÃO Nº 7, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2010 tativa.
I – A relevância reporta-se à promoção de apren-
Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensi- dizagens significativas do ponto de vista das exigências
no Fundamental de 9 (nove) anos. sociais e de desenvolvimento pessoal.
II – A pertinência refere-se à possibilidade de
atender às necessidades e às características dos estu-
76
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
dantes de diversos contextos sociais e culturais e com III – a aquisição de conhecimentos e habilidades,
diferentes capacidades e interesses. e a formação de atitudes e valores como instrumentos
III – A equidade alude à importância de tratar de para uma visão crítica do mundo;
forma diferenciada o que se apresenta como desigual no IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos
ponto de partida, com vistas a obter desenvolvimento e laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca
aprendizagens equiparáveis, assegurando a todos a em que se assenta a vida social.
igualdade de direito à educação.
§ 3º Na perspectiva de contribuir para a erradica- MATRÍCULA NO ENSINO FUNDAMENTAL DE 9
ção da pobreza e das desigualdades, a equidade requer (NOVE) ANOS E CARGA HORÁRIA
que sejam oferecidos mais recursos e melhores condi-
ções às escolas menos providas e aos alunos que deles Art. 8º O Ensino Fundamental, com duração de 9
mais necessitem. Ao lado das políticas universais, dirigi- (nove) anos, abrange a população na faixa etária dos 6
das a todos sem requisito de seleção, é preciso também (seis) aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende,
sustentar políticas reparadoras que assegurem maior também, a todos os que, na idade própria, não tiveram
apoio aos diferentes grupos sociais em desvantagem. condições de freqüentá-lo.
§ 4º A educação escolar, comprometida com a § 1º É obrigatória a matrícula no Ensino Funda-
igualdade do acesso de todos ao conhecimento e especi- mental de crianças com 6 (seis) anos completos ou a
almente empenhada em garantir esse acesso aos grupos completar até o dia 31 de março do ano em que ocorrer
da população em desvantagem na sociedade, será uma a matrícula, nos termos da Lei e das normas nacionais
educação com qualidade social e contribuirá para dirimir vigentes.
as desigualdades historicamente produzidas, asseguran- § 2º As crianças que completarem 6 (seis) anos
do, assim, o ingresso, a permanência e o sucesso na após essa data deverão ser matriculadas na Educação
escola, com a consequente redução da evasão, da reten- Infantil (Pré-Escola).
ção e das distorções de idade/ano/série (Parecer § 3º A carga horária mínima anual do Ensino Fun-
CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº 4/2010, damental regular será de 800 (oitocentas) horas relógio,
que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de
para a Educação Básica). efetivo trabalho escolar.

PRINCÍPIOS CURRÍCULO

Art. 6º Os sistemas de ensino e as escolas adota- Art. 9º O currículo do Ensino Fundamental é en-
rão, como norteadores das políticas educativas e das tendido, nesta Resolução, como constituído pelas expe-
ações pedagógicas, os seguintes princípios: riências escolares que se desdobram em torno do conhe-
I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e cimento, permeadas pelas relações sociais, buscando
autonomia; de respeito à dignidade da pessoa humana e articular vivências e saberes dos alunos com os conhe-
de compromisso com a promoção do bem de todos, cimentos historicamente acumulados e contribuindo para
contribuindo para combater e eliminar quaisquer mani- construir as identidades dos estudantes.
festações de preconceito de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação. § 1º O foco nas experiências escolares significa
II – Políticos: de reconhecimento dos direitos e que as orientações e as propostas curriculares que pro-
deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à vêm das diversas instâncias só terão concretude por
preservação do regime democrático e dos recursos am- meio das ações educativas que envolvem os alunos.
bientais; da busca da equidade no acesso à educação, à § 2º As experiências escolares abrangem todos os
saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros benefí- aspectos do ambiente escolar:, aqueles que compõem a
cios; da exigência de diversidade de tratamento para parte explícita do currículo, bem como os que também
assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que contribuem, de forma implícita, para a aquisição de co-
apresentam diferentes necessidades; da redução da nhecimentos socialmente relevantes. Valores, atitudes,
pobreza e das desigualdades sociais e regionais. sensibilidade e orientações de conduta são veiculados
III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade junta- não só pelos conhecimentos, mas por meio de rotinas,
mente com o da racionalidade; do enriquecimento das rituais, normas de convívio social, festividades, pela
formas de expressão e do exercício da criatividade; da distribuição do tempo e organização do espaço educati-
valorização das diferentes manifestações culturais, espe- vo, pelos materiais utilizados na aprendizagem e pelo
cialmente a da cultura brasileira; da construção de iden- recreio, enfim, pelas vivências proporcionadas pela esco-
tidades plurais e solidárias. la.
§ 3º Os conhecimentos escolares são aqueles que
Art. 7º De acordo com esses princípios, e em as diferentes instâncias que produzem orientações sobre
conformidade com o Art. 22 e o Art. 32 da Lei nº o currículo, as escolas e os professores selecionam e
9.394/96 (LDB), as propostas curriculares do Ensino transformam a fim de que possam ser ensinados e
Fundamental visarão desenvolver o educando, assegu- aprendidos, ao mesmo tempo em que servem de ele-
rar-lhe a formação comum indispensável para o exercí- mentos para a formação ética, estética e política do
cio da cidadania e fornecer-lhe os meios para progredir aluno.
no trabalho e em estudos posteriores, mediante os obje-
tivos previstos para esta etapa da escolarização, a sa- BASE NACIONAL COMUM E PARTE DIVERSI-
ber: FICADA: COMPLEMENTARIDADE
I – o desenvolvimento da capacidade de apren-
der, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitu- Art. 10 O currículo do Ensino Fundamental tem
ra, da escrita e do cálculo; uma base nacional comum, complementada em cada
II – a compreensão do ambiente natural e social, sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar
do sistema político, das artes, da tecnologia e dos valo- por uma parte diversificada.
res em que se fundamenta a sociedade;
Art. 11 A base nacional comum e a parte diversi-
ficada do currículo do Ensino Fundamental constituem
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
um todo integrado e não podem ser consideradas como processos próprios de aprendizagem, conforme o Art.
dois blocos distintos. 210, § 2º, da Constituição Federal.
§ 1º A articulação entre a base nacional comum e § 2º O ensino de História do Brasil levará em con-
a parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental ta as contribuições das diferentes culturas e etnias para
possibilita a sintonia dos interesses mais amplos de for- a formação do povo brasileiro, especialmente das matri-
mação básica do cidadão com a realidade local, as ne- zes indígena, africana e européia (Art. 26, § 4º, da Lei
cessidades dos alunos, as características regionais da nº 9.394/96).
sociedade, da cultura e da economia e perpassa todo o § 3º A história e as culturas indígena e afro-
currículo. brasileira, presentes, obrigatoriamente, nos conteúdos
§ 2º Voltados à divulgação de valores fundamen- desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar e,
tais ao interesse social e à preservação da ordem demo- em especial, no ensino de Arte, Literatura e História do
crática, os conhecimentos que fazem parte da base na- Brasil, assim como a História da África, deverão assegu-
cional comum a que todos devem ter acesso, indepen- rar o conhecimento e o reconhecimento desses povos
dentemente da região e do lugar em que vivem, assegu- para a constituição da nação (conforme Art. 26-A da Lei
ram a característica unitária das orientações curriculares nº 9.394/96, alterado pela Lei nº 11.645/2008). Sua
nacionais, das propostas curriculares dos Estados, do inclusão possibilita ampliar o leque de referências cultu-
Distrito Federal, dos Municípios, e dos projetos político- rais de toda a população escolar e contribui para a mu-
pedagógicos das escolas. dança das suas concepções de mundo, transformando os
conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e con-
§ 3º Os conteúdos curriculares que compõem a tribuindo para a construção de identidades mais plurais
parte diversificada do currículo serão definidos pelos e solidárias.
sistemas de ensino e pelas escolas, de modo a comple- § 4º A Música constitui conteúdo obrigatório, mas
mentar e enriquecer o currículo, assegurando a contex- não exclusivo, do componente curricular Arte, o qual
tualização dos conhecimentos escolares em face das compreende também as artes visuais, o teatro e a dan-
diferentes realidades. ça, conforme o § 6º do Art. 26 da Lei nº 9.394/96.
§ 5º A Educação Física, componente obrigatório
Art. 12 Os conteúdos que compõem a base naci- do currículo do Ensino Fundamental, integra a proposta
onal comum e a parte diversificada têm origem nas dis- político-pedagógica da escola e será facultativa ao aluno
ciplinas científicas, no desenvolvimento das linguagens, apenas nas circunstâncias previstas no § 3º do Art. 26
no mundo do trabalho, na cultura e na tecnologia, na da Lei nº 9.394/96.
produção artística, nas atividades desportivas e corpo- § 6º O Ensino Religioso, de matrícula facultativa
rais, na área da saúde e ainda incorporam saberes como ao aluno, é parte integrante da formação básica do cida-
os que advêm das formas diversas de exercício da cida- dão e constitui componente curricular dos horários nor-
dania, dos movimentos sociais, da cultura escolar, da mais das escolas públicas de Ensino Fundamental, asse-
experiência docente, do cotidiano e dos alunos. gurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do
Art. 13 Os conteúdos a que se refere o Art. 12 Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo, con-
são constituídos por componentes curriculares que, por forme o Art. 33 da Lei nº 9.394/96.
sua vez, se articulam com as áreas de conhecimento, a
saber: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Art. 16 Os componentes curriculares e as áreas
Ciências Humanas. As áreas de conhecimento favorecem de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a
a comunicação entre diferentes conhecimentos sistema- partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais,
tizados e entre estes e outros saberes, mas permitem a abordagem de temas abrangentes e contemporâneos
que os referenciais próprios de cada componente curri- que afetam a vida humana em escala global, regional e
cular sejam preservados. local, bem como na esfera individual. Temas como saú-
de, sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim
Art. 14 O currículo da base nacional comum do como os direitos das crianças e adolescentes, de acordo
Ensino Fundamental deve abranger, obrigatoriamente, com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
conforme o Art. 26 da Lei nº 9.394/96, o estudo da 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos
Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do da política nacional de educação ambiental (Lei nº
mundo físico e natural e da realidade social e política, 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal,
especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a trabalho, ciência e tecnologia, e diversidade cultural
Educação Física e o Ensino Religioso. devem permear o desenvolvimento dos conteúdos da
base nacional comum e da parte diversificada do currícu-
Art. 15 Os componentes curriculares obrigatórios lo.
do Ensino Fundamental serão assim organizados em § 1º Outras leis específicas que complementam a
relação às áreas de conhecimento: Lei nº 9.394/96 determinam que sejam ainda incluídos
I – Linguagens: temas relativos à condição e aos direitos dos idosos (Lei
a) Língua Portuguesa; nº 10.741/2003) e à educação para o trânsito (Lei nº
b) Língua Materna, para populações indígenas; 9.503/97).
c) Língua Estrangeira moderna; § 2º A transversalidade constitui uma das manei-
d) Arte; e ras de trabalhar os componentes curriculares, as áreas
e) Educação Física; de conhecimento e os temas sociais em uma perspectiva
II – Matemática; integrada, conforme a Diretrizes Curriculares Nacionais
III – Ciências da Natureza; Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB nº
IV – Ciências Humanas: 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº 4/2010).
a) História; § 3º Aos órgãos executivos dos sistemas de ensi-
b) Geografia; no compete a produção e a disseminação de materiais
V – Ensino Religioso. subsidiários ao trabalho docente, que contribuam para a
§ 1º O Ensino Fundamental deve ser ministrado eliminação de discriminações, racismo, sexismo, homo-
em língua portuguesa, assegurada também às comuni- fobia e outros preconceitos e que conduzam à adoção de
dades indígenas a utilização de suas línguas maternas e comportamentos responsáveis e solidários em relação
aos outros e ao meio ambiente.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Art. 17 Na parte diversificada do currículo do En- Parágrafo único. Como sujeito de direitos, o aluno
sino Fundamental será incluído, obrigatoriamente, a tomará parte ativa na discussão e na implementação das
partir do 6º ano, o ensino de, pelo menos, uma Língua normas que regem as formas de relacionamento na
Estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da escola, fornecerá indicações relevantes a respeito do que
comunidade escolar. deve ser trabalhado no currículo e será incentivado a
Parágrafo único. Entre as línguas estrangeiras participar das organizações estudantis.
modernas, a língua espanhola poderá ser a opção, nos
termos da Lei nº 11.161/2005. Art. 22 O trabalho educativo no Ensino Funda-
mental deve empenhar-se na promoção de uma cultura
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO escolar acolhedora e respeitosa, que reconheça e valori-
ze as experiências dos alunos atendendo as suas dife-
Art. 18 O currículo do Ensino Fundamental com 9 renças e necessidades específicas, de modo a contribuir
(nove) anos de duração exige a estruturação de um para efetivar a inclusão escolar e o direito de todos à
projeto educativo coerente, articulado e integrado, de educação.
acordo com os modos de ser e de se desenvolver das
crianças e adolescentes nos diferentes contextos sociais. Art. 23 Na implementação do projeto político-
pedagógico, o cuidar e o educar, indissociáveis funções
Art. 19 Ciclos, séries e outras formas de organi- da escola, resultarão em ações integradas que buscam
zação a que se refere a Lei nº 9.394/96 serão compre- articular-se, pedagogicamente, no interior da própria
endidos como tempos e espaços interdependentes e instituição, e também externamente, com os serviços de
articulados entre si, ao longo dos 9 (nove) anos de dura- apoio aos sistemas educacionais e com as políticas de
ção do Ensino Fundamental. outras áreas, para assegurar a aprendizagem, o bem-
estar e o desenvolvimento do aluno em todas as suas
GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA dimensões.
COMO GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO
RELEVÂNCIA DOS CONTEÚDOS, INTEGRAÇÃO
Art. 20 As escolas deverão formular o projeto po- E ABORDAGENS
lítico-pedagógico e elaborar o regimento escolar de
acordo com a proposta do Ensino Fundamental de 9 Art. 24 A necessária integração dos conhecimen-
(nove) anos, por meio de processos participativos relaci- tos escolares no currículo favorece a sua contextualiza-
onados à gestão democrática. ção e aproxima o processo educativo das experiências
§ 1º O projeto político-pedagógico da escola tra- dos alunos.
duz a proposta educativa construída pela comunidade § 1º A oportunidade de conhecer e analisar expe-
escolar no exercício de sua autonomia, com base nas riências assentadas em diversas concepções de currículo
características dos alunos, nos profissionais e recursos integrado e interdisciplinar oferecerá aos docentes sub-
disponíveis, tendo como referência as orientações curri- sídios para desenvolver propostas pedagógicas que
culares nacionais e dos respectivos sistemas de ensino. avancem na direção de um trabalho colaborativo, capaz
§ 2º Será assegurada ampla participação dos pro- de superar a fragmentação dos componentes curricula-
fissionais da escola, da família, dos alunos e da comuni- res.
dade local na definição das orientações imprimidas aos § 2º Constituem exemplos de possibilidades de in-
processos educativos e nas formas de implementá-las, tegração do currículo, entre outros, as propostas curricu-
tendo como apoio um processo contínuo de avaliação lares ordenadas em torno de grandes eixos articulado-
das ações, a fim de garantir a distribuição social do co- res, projetos interdisciplinares com base em temas ge-
nhecimento e contribuir para a construção de uma soci- radores formulados a partir de questões da comunidade
edade democrática e igualitária. e articulados aos componentes curriculares e às áreas de
conhecimento, currículos em rede, propostas ordenadas
§ 3º O regimento escolar deve assegurar as con- em torno de conceitos-chave ou conceitos nucleares que
dições institucionais adequadas para a execução do pro- permitam trabalhar as questões cognitivas e as questões
jeto político-pedagógico e a oferta de uma educação culturais numa perspectiva transversal, e projetos de
inclusiva e com qualidade social, igualmente garantida a trabalho com diversas acepções.
ampla participação da comunidade escolar na sua elabo-
ração. § 3º Os projetos propostos pela escola, comuni-
§ 4º O projeto político-pedagógico e o regimento dade, redes e sistemas de ensino serão articulados ao
escolar, em conformidade com a legislação e as normas desenvolvimento dos componentes curriculares e às
vigentes, conferirão espaço e tempo para que os profis- áreas de conhecimento, observadas as disposições con-
sionais da escola e, em especial, os professores, possam tidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
participar de reuniões de trabalho coletivo, planejar e Educação Básica (Resolução CNE/CEB nº 4/2010, Art.
executar as ações educativas de modo articulado, avaliar 17) e nos termos do Parecer que dá base à presente
os trabalhos dos alunos, tomar parte em ações de for- Resolução.
mação continuada e estabelecer contatos com a comuni-
dade. Art. 25 Os professores levarão em conta a diver-
§ 5º Na implementação de seu projeto político- sidade sociocultural da população escolar, as desigual-
pedagógico, as escolas se articularão com as instituições dades de acesso ao consumo de bens culturais e a mul-
formadoras com vistas a assegurar a formação continu- tiplicidade de interesses e necessidades apresentadas
ada de seus profissionais. pelos alunos no desenvolvimento de metodologias e
estratégias variadas que melhor respondam às diferen-
Art. 21 No projeto político-pedagógico do Ensino ças de aprendizagem entre os estudantes e às suas
Fundamental e no regimento escolar, o aluno, centro do demandas.
planejamento curricular, será considerado como sujeito
que atribui sentidos à natureza e à sociedade nas práti- Art. 26 Os sistemas de ensino e as escolas asse-
cas sociais que vivencia, produzindo cultura e construin- gurarão adequadas condições de trabalho aos seus pro-
do sua identidade pessoal e social. fissionais e o provimento de outros insumos, de acordo
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
com os padrões mínimos de qualidade referidos no inciso almente do Ensino Fundamental com a Educação Infan-
IX do Art. 4º da Lei nº 9.394/96 e em normas específi- til, dos anos iniciais e dos anos finais no interior do Ensi-
cas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação, no Fundamental, bem como do Ensino Fundamental com
com vistas à criação de um ambiente propício à aprendi- o Ensino Médio, garantindo a qualidade da Educação
zagem, com base: Básica.
§ 1º O reconhecimento do que os alunos já
I – no trabalho compartilhado e no compromisso aprenderam antes da sua entrada no Ensino Fundamen-
individual e coletivo dos professores e demais profissio- tal e a recuperação do caráter lúdico do ensino contribui-
nais da escola com a aprendizagem dos alunos; rão para melhor qualificar a ação pedagógica junto às
II – no atendimento às necessidades específicas crianças, sobretudo nos anos iniciais dessa etapa da
de aprendizagem de cada um mediante abordagens escolarização.
apropriadas; § 2º Na passagem dos anos iniciais para os anos
III – na utilização dos recursos disponíveis na es- finais do Ensino Fundamental, especial atenção será
cola e nos espaços sociais e culturais do entorno; dada:
IV – na contextualização dos conteúdos, assegu- I – pelos sistemas de ensino, ao planejamento da
rando que a aprendizagem seja relevante e socialmente oferta educativa dos alunos transferidos das redes muni-
significativa; cipais para as estaduais;
V – no cultivo do diálogo e de relações de parceria II – pelas escolas, à coordenação das demandas
com as famílias. específicas feitas pelos diferentes professores aos alu-
Parágrafo único. Como protagonistas das ações nos, a fim de que os estudantes possam melhor organi-
pedagógicas, caberá aos docentes equilibrar a ênfase no zar as suas atividades diante das solicitações muito di-
reconhecimento e valorização da experiência do aluno e versas que recebem.
da cultura local que contribui para construir identidades
afirmativas, e a necessidade de lhes fornecer instrumen- Art. 30 Os três anos iniciais do Ensino Fundamen-
tos mais complexos de análise da realidade que possibili- tal devem assegurar:
tem o acesso a níveis universais de explicação dos fe- I – a alfabetização e o letramento;
nômenos, propiciando-lhes os meios para transitar entre II – o desenvolvimento das diversas formas de
a sua e outras realidades e culturas e participar de dife- expressão, incluindo o aprendizado da Língua Portugue-
rentes esferas da vida social, econômica e política. sa, a Literatura, a Música e demais artes, a Educação
Física, assim como o aprendizado da Matemática, da
Art. 27 Os sistemas de ensino, as escolas e os Ciência, da História e da Geografia;
professores, com o apoio das famílias e da comunidade, III – a continuidade da aprendizagem, tendo em
envidarão esforços para assegurar o progresso contínuo conta a complexidade do processo de alfabetização e os
dos alunos no que se refere ao seu desenvolvimento prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fun-
pleno e à aquisição de aprendizagens significativas, lan- damental como um todo e, particularmente, na passa-
çando mão de todos os recursos disponíveis e criando gem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e
renovadas oportunidades para evitar que a trajetória deste para o terceiro.
escolar discente seja retardada ou indevidamente inter- 8§ 1º Mesmo quando o sistema de ensino ou a
rompida. escola, no uso de sua autonomia, fizerem opção pelo
§ 1º Devem, portanto, adotar as providências ne- regime seriado, será necessário considerar os três anos
cessárias para que a operacionalização do princípio da iniciais do Ensino Fundamental como um bloco pedagó-
continuidade não seja traduzida como “promoção auto- gico ou um ciclo sequencial não passível de interrupção,
mática” de alunos de um ano, série ou ciclo para o se- voltado para ampliar a todos os alunos as oportunidades
guinte, e para que o combate à repetência não se trans- de sistematização e aprofundamento das aprendizagens
forme em descompromisso com o ensino e a aprendiza- básicas, imprescindíveis para o prosseguimento dos
gem. estudos.
§ 2º A organização do trabalho pedagógico inclui- § 2º Considerando as características de desenvol-
rá a mobilidade e a flexibilização dos tempos e espaços vimento dos alunos, cabe aos professores adotar formas
escolares, a diversidade nos agrupamentos de alunos, as de trabalho que proporcionem maior mobilidade das
diversas linguagens artísticas, a diversidade de materi- crianças nas salas de aula e as levem a explorar mais
ais, os variados suportes literários, as atividades que intensamente as diversas linguagens artísticas, a come-
mobilizem o raciocínio, as atitudes investigativas, as çar pela literatura, a utilizar materiais que ofereçam
abordagens complementares e as atividades de reforço, oportunidades de raciocinar, manuseando-os e explo-
a articulação entre a escola e a comunidade, e o acesso rando as suas características e propriedades.
aos espaços de expressão cultural. Art. 31 Do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental,
Art. 28 A utilização qualificada das tecnologias e os componentes curriculares Educação Física e Arte po-
conteúdos das mídias como recurso aliado ao desenvol- derão estar a cargo do professor de referência da turma,
vimento do currículo contribui para o importante papel aquele com o qual os alunos permanecem a maior parte
que tem a escola como ambiente de inclusão digital e de do período escolar, ou de professores licenciados nos
utilização crítica das tecnologias da informação e comu- respectivos componentes.
nicação, requerendo o aporte dos sistemas de ensino no § 1º Nas escolas que optarem por incluir Língua
que se refere à: Estrangeira nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o
I – provisão de recursos midiáticos atualizados e professor deverá ter licenciatura específica no compo-
em número suficiente para o atendimento aos alunos; nente curricular.
II – adequada formação do professor e demais § 2º Nos casos em que esses componentes curri-
profissionais da escola. culares sejam desenvolvidos por professores com licen-
ciatura específica (conforme Parecer CNE/CEB nº
ARTICULAÇÕES E CONTINUIDADE DA TRAJE- 2/2008), deve ser assegurada a integração com os de-
TÓRIA ESCOLAR mais componentes trabalhados pelo professor de refe-
Art. 29 A necessidade de assegurar aos alunos rência da turma.
um percurso contínuo de aprendizagens torna imperati-
va a articulação de todas as etapas da educação, especi- AVALIAÇÃO: PARTE INTEGRANTE DO CURRÍCULO
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Art. 32 A avaliação dos alunos, a ser realizada professores, tendo em conta os parâmetros de referên-
pelos professores e pela escola como parte integrante da cia dos insumos básicos necessários à educação de qua-
proposta curricular e da implementação do currículo, é lidade para todos nesta etapa da educação e respectivo
redimensionadora da ação pedagógica e deve: custo aluno-qualidade inicial (CAQi), consideradas inclu-
I – assumir um caráter processual, formativo e sive as suas modalidades e as formas diferenciadas de
participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica, atendimento como a Educação do Campo, a Educação
com vistas a: Escolar Indígena, a Educação Escolar Quilombola e as
a) identificar potencialidades e dificuldades de escolas de tempo integral.
aprendizagem e detectar problemas de ensino; Parágrafo único. A melhoria dos resultados de
b) subsidiar decisões sobre a utilização de estra- aprendizagem dos alunos e da qualidade da educação
tégias e abordagens de acordo com as necessidades dos obriga:
alunos, criar condições de intervir de modo imediato e a I – os sistemas de ensino a incrementarem os
mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o dispositivos da carreira e de condições de exercício e
trabalho docente; valorização do magistério e dos demais profissionais da
c) manter a família informada sobre o desempe- educação e a oferecerem os recursos e apoios que de-
nho dos alunos; mandam as escolas e seus profissionais para melhorar a
d) reconhecer o direito do aluno e da família de sua atuação;
discutir os resultados de avaliação, inclusive em instân- II – as escolas a uma apreciação mais ampla das
cias superiores à escola, revendo procedimentos sempre oportunidades educativas por elas oferecidas aos edu-
que as reivindicações forem procedentes. candos, reforçando a sua responsabilidade de propiciar
II – utilizar vários instrumentos e procedimentos, renovadas oportunidades e incentivos aos que delas
tais como a observação, o registro descritivo e reflexivo, mais necessitem.
os trabalhos individuais e coletivos, os portfólios, exercí-
cios, provas, questionários, dentre outros, tendo em A EDUCAÇÃO EM ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL
conta a sua adequação à faixa etária e às características
de desenvolvimento do educando; Art. 36 Considera-se como de período integral a
III – fazer prevalecer os aspectos qualitativos da jornada escolar que se organiza em 7 (sete) horas diá-
aprendizagem do aluno sobre os quantitativos, bem rias, no mínimo, perfazendo uma carga horária anual de,
como os resultados ao longo do período sobre os de pelo menos, 1.400 (mil e quatrocentas) horas.
eventuais provas finais, tal com determina a alínea “a” Parágrafo único. As escolas e, solidariamente, os
do inciso V do Art. 24 da Lei nº 9.394/96; sistemas de ensino, conjugarão esforços objetivando o
IV – assegurar tempos e espaços diversos para progressivo aumento da carga horária mínima diária e,
que os alunos com menor rendimento tenham condições conseqüentemente, da carga horária anual, com vistas à
de ser devidamente atendidos ao longo do ano letivo; maior qualificação do processo de ensino-aprendizagem,
V – prover, obrigatoriamente, períodos de recupe- tendo como horizonte o atendimento escolar em período
ração, de preferência paralelos ao período letivo, como integral.
determina a Lei nº 9.394/96;
VI – assegurar tempos e espaços de reposição Art. 37 A proposta educacional da escola de tem-
dos conteúdos curriculares, ao longo do ano letivo, aos po integral promoverá a ampliação de tempos, espaços e
alunos com freqüência insuficiente, evitando, sempre oportunidades educativas e o compartilhamento da tare-
que possível, a retenção por faltas; fa de educar e cuidar entre os profissionais da escola e
VII – possibilitar a aceleração de estudos para os de outras áreas, as famílias e outros atores sociais, sob
alunos com defasagem idade-série. a coordenação da escola e de seus professores, visando
alcançar a melhoria da qualidade da aprendizagem e da
Art. 33 Os procedimentos de avaliação adotados convivência social e diminuir as diferenças de acesso ao
pelos professores e pela escola serão articulados às conhecimento e aos bens culturais, em especial entre as
avaliações realizadas em nível nacional e às congêneres populações socialmente mais vulneráveis.
nos diferentes Estados e Municípios, criadas com o obje- § 1º O currículo da escola de tempo integral, con-
tivo de subsidiar os sistemas de ensino e as escolas nos cebido como um projeto educativo integrado, implica a
esforços de melhoria da qualidade da educação e da ampliação da jornada escolar diária mediante o desen-
aprendizagem dos alunos. volvimento de atividades como o acompanhamento pe-
§ 1º A análise do rendimento dos alunos com ba- dagógico, o reforço e o aprofundamento da aprendiza-
se nos indicadores produzidos por essas avaliações deve gem, a experimentação e a pesquisa científica, a cultura
auxiliar os sistemas de ensino e a comunidade escolar a e as artes, o esporte e o lazer, as tecnologias da comu-
redimensionarem as práticas educativas com vistas ao nicação e informação, a afirmação da cultura dos direitos
alcance de melhores resultados. humanos, a preservação do meio ambiente, a promoção
§ 2º A avaliação externa do rendimento dos alu- da saúde, entre outras, articuladas aos componentes
nos refere-se apenas a uma parcela restrita do que é curriculares e às áreas de conhecimento, a vivências e
trabalhado nas escolas, de sorte que as referências para práticas socioculturais.
o currículo devem continuar sendo as contidas nas pro- § 2º As atividades serão desenvolvidas dentro do
postas político-pedagógicas das escolas, articuladas às espaço escolar conforme a disponibilidade da escola, ou
orientações e propostas curriculares dos sistemas, sem fora dele, em espaços distintos da cidade ou do território
reduzir os seus propósitos ao que é avaliado pelos testes em que está situada a unidade escolar, mediante a utili-
de larga escala. zação de equipamentos sociais e culturais aí existentes e
o estabelecimento de parcerias com órgãos ou entidades
Art. 34 Os sistemas, as redes de ensino e os pro- locais, sempre de acordo com o respectivo projeto políti-
jetos político-pedagógicos das escolas devem expressar co-pedagógico.
com clareza o que é esperado dos alunos em relação à § 3º Ao restituir a condição de ambiente de
sua aprendizagem. aprendizagem à comunidade e à cidade, a escola estará
contribuindo para a construção de redes sociais e de
Art. 35 Os resultados de aprendizagem dos alu- cidades educadoras.
nos devem ser aliados à avaliação das escolas e de seus
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
§ 4º Os órgãos executivos e normativos da União V – superação das desigualdades sociais e escola-
e dos sistemas estaduais e municipais de educação as- res que afetam essas populações, tendo por garantia o
segurarão que o atendimento dos alunos na escola de direito à educação;
tempo integral possua infraestrutura adequada e pessoal § 2º Os projetos político-pedagógicos das escolas
qualificado, além do que, esse atendimento terá caráter do campo, indígenas e quilombolas devem contemplar a
obrigatório e será passível de avaliação em cada escola. diversidade nos seus aspectos sociais, culturais, políti-
cos, econômicos, éticos e estéticos, de gênero, geração
EDUCAÇÃO DO CAMPO, EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍ- e etnia.
GENA E EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA § 3º As escolas que atendem a essas populações
deverão ser devidamente providas pelos sistemas de
Art. 38 A Educação do Campo, tratada como edu- ensino de materiais didáticos e educacionais que subsi-
cação rural na legislação brasileira, incorpora os espaços diem o trabalho com a diversidade, bem como de recur-
da floresta, da pecuária, das minas e da agricultura e se sos que assegurem aos alunos o acesso a outros bens
estende, também, aos espaços pesqueiros, caiçaras, culturais e lhes permitam estreitar o contato com outros
ribeirinhos e extrativistas, conforme as Diretrizes para a modos de vida e outras formas de conhecimento.
Educação Básica do Campo (Parecer CNE/CEB nº § 4º A participação das populações locais pode
36/2001 e Resolução CNE/CEB nº 1/2002; Parecer também subsidiar as redes escolares e os sistemas de
CNE/CEB nº 3/2008 e Resolução CNE/CEB nº 2/2008). ensino quanto à produção e à oferta de materiais escola-
res e no que diz respeito a transporte e a equipamentos
Art. 39 A Educação Escolar Indígena e a Educação que atendam as características ambientais e sociocultu-
Escolar Quilombola são, respectivamente, oferecidas em rais das comunidades e as necessidades locais e regio-
unidades educacionais inscritas em suas terras e cultu- nais.
ras e, para essas populações, estão assegurados direitos
específicos na Constituição Federal que lhes permitem EDUCAÇÃO ESPECIAL
valorizar e preservar as suas culturas e reafirmar o seu
pertencimento étnico. Art. 41 O projeto político-pedagógico da escola e
§ 1º As escolas indígenas, atendendo a normas e o regimento escolar, amparados na legislação vigente,
ordenamentos jurídicos próprios e a Diretrizes Curricula- deverão contemplar a melhoria das condições de acesso
res Nacionais específicas, terão ensino intercultural e e de permanência dos alunos com deficiência, transtor-
bilíngüe, com vistas à afirmação e à manutenção da nos globais do desenvolvimento e altas habilidades nas
diversidade étnica e lingüística, assegurarão a participa- classes comuns do ensino regular, intensificando o pro-
ção da comunidade no seu modelo de edificação, organi- cesso de inclusão nas escolas públicas e privadas e bus-
zação e gestão, e deverão contar com materiais didáti- cando a universalização do atendimento.
cos produzidos de acordo com o contexto cultural de Parágrafo único. Os recursos de acessibilidade são
cada povo (Parecer CNE/CEB nº 14/99 e Resolução aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo
CNE/CEB nº 3/99). dos alunos com deficiência e mobilidade reduzida, por
§ 2º O detalhamento da Educação Escolar Qui- meio da utilização de materiais didáticos, dos espaços,
lombola deverá ser definido pelo Conselho Nacional de mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunica-
Educação por meio de Diretrizes Curriculares Nacionais ção e informação, dos transportes e outros serviços.
específicas.
Art. 42 O atendimento educacional especializado
Art. 40 O atendimento escolar às populações do aos alunos da Educação Especial será promovido e ex-
campo, povos indígenas e quilombolas requer respeito pandido com o apoio dos órgãos competentes. Ele não
às suas peculiares condições de vida e a utilização de substitui a escolarização, mas contribui para ampliar o
pedagogias condizentes com as suas formas próprias de acesso ao currículo, ao proporcionar independência aos
produzir conhecimentos, observadas as Diretrizes Curri- educandos para a realização de tarefas e favorecer a sua
culares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Pare- autonomia (conforme Decreto nº 6.571/2008, Parecer
cer CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº CNE/CEB nº 13/2009 e Resolução CNE/CEB nº 4/2009).
4/2010). Parágrafo único. O atendimento educacional espe-
§ 1º As escolas das populações do campo, dos cializado poderá ser oferecido no contra-turno, em salas
povos indígenas e dos quilombolas, ao contar com a de recursos multifuncionais na própria escola, em outra
participação ativa das comunidades locais nas decisões escola ou em centros especializados e será implementa-
referentes ao currículo, estarão ampliando as oportuni- do por professores e profissionais com formação espe-
dades de: cializada, de acordo com plano de atendimento aos alu-
I – reconhecimento de seus modos próprios de vi- nos que identifique suas necessidades educacionais es-
da, suas culturas, tradições e memórias coletivas, como pecíficas, defina os recursos necessários e as atividades
fundamentais para a constituição da identidade das cri- a serem desenvolvidas.
anças, adolescentes e adultos;
II – valorização dos saberes e do papel dessas EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
populações na produção de conhecimentos sobre o
mundo, seu ambiente natural e cultural, assim como as Art. 43 Os sistemas de ensino assegurarão, gra-
práticas ambientalmente sustentáveis que utilizam; tuitamente, aos jovens e adultos que não puderam efe-
III – reafirmação do pertencimento étnico, no ca- tuar os estudos na idade própria, oportunidades educa-
so das comunidades quilombolas e dos povos indígenas, cionais adequadas às suas características, interesses,
e do cultivo da língua materna na escola para estes úl- condições de vida e de trabalho mediante cursos e exa-
timos, como elementos importantes de construção da mes, conforme estabelece o Art. 37, § 1º, da Lei nº
identidade; 9.394/96.
IV – flexibilização, se necessário, do calendário Art. 44 A Educação de Jovens e Adultos, voltada
escolar, das rotinas e atividades, tendo em conta as para a garantia de formação integral, da alfabetização às
diferenças relativas às atividades econômicas e culturais, diferentes etapas da escolarização ao longo da vida,
mantido o total de horas anuais obrigatórias no currícu- inclusive àqueles em situação de privação de liberdade,
lo; é pautada pela inclusão e pela qualidade social e requer:
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
I – um processo de gestão e financiamento que A IMPLEMENTAÇÃO DESTAS DIRETRIZES:
lhe assegure isonomia em relação ao Ensino Fundamen- COMPROMISSO SOLIDÁRIO DOS SISTEMAS E RE-
tal regular; DES DE ENSINO
II – um modelo pedagógico próprio que permita a
apropriação e a contextualização das Diretrizes Curricu- Art. 48 Tendo em vista a implementação destas
lares Nacionais; Diretrizes, cabe aos sistemas e às redes de ensino pro-
III – a implantação de um sistema de monitora- ver:
mento e avaliação; I – os recursos necessários à ampliação dos tem-
IV – uma política de formação permanente de pos e espaços dedicados ao trabalho educativo nas esco-
seus professores; las e a distribuição de materiais didáticos e escolares
V – maior alocação de recursos para que seja mi- adequados;
nistrada por docentes licenciados. II – a formação continuada dos professores e de-
mais profissionais da escola em estreita articulação com
Art. 45 A idade mínima para o ingresso nos cur- as instituições responsáveis pela formação inicial, dis-
sos de Educação de Jovens e Adultos e para a realização pensando especiais esforços quanto à formação dos
de exames de conclusão de EJA será de 15 (quinze) docentes das modalidades específicas do Ensino Funda-
anos completos (Parecer CNE/CEB nº 6/2010 e Resolu- mental e àqueles que trabalham nas escolas do campo,
ção CNE/CEB nº 3/2010). indígenas e quilombolas;
Parágrafo único. Considerada a prioridade de III – a coordenação do processo de implementa-
atendimento à escolarização obrigatória, para que haja ção do currículo, evitando a fragmentação dos projetos
oferta capaz de contemplar o pleno atendimento dos educativos no interior de uma mesma realidade educaci-
adolescentes, jovens e adultos na faixa dos 15 (quinze) onal;
anos ou mais, com defasagem idade/série, tanto na IV – o acompanhamento e a avaliação dos pro-
seqüência do ensino regular, quanto em Educação de gramas e ações educativas nas respectivas redes e esco-
Jovens e Adultos, assim como nos cursos destinados à las e o suprimento das necessidades detectadas.
formação profissional, torna-se necessário:
I – fazer a chamada ampliada dos estudantes em Art. 49 O Ministério da Educação, em articulação
todas as modalidades do Ensino Fundamental; com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, deve-
II – apoiar as redes e os sistemas de ensino a es- rá encaminhar ao Conselho Nacional de Educação, pre-
tabelecerem política própria para o atendimento desses cedida de consulta pública nacional, proposta de expec-
estudantes, que considere as suas potencialidades, ne- tativas de aprendizagem dos conhecimentos escolares
cessidades, expectativas em relação à vida, às culturas que devem ser atingidas pelos alunos em diferentes
juvenis e ao mundo do trabalho, inclusive com progra- estágios do Ensino Fundamental (Art. 9º, § 3º, desta
mas de aceleração da aprendizagem, quando necessá- Resolução).
rio; Parágrafo único. Cabe, ainda, ao Ministério da
III – incentivar a oferta de Educação de Jovens e Educação elaborar orientações e oferecer outros subsí-
Adultos nos períodos diurno e noturno, com avaliação dios para a implementação destas Diretrizes.
em processo.
Art. 50 A presente Resolução entrará em vigor na
Art. 46 A oferta de cursos de Educação de Jovens data de sua publicação, revogando-se as disposições em
e Adultos, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, será contrário, especialmente a Resolução CNE/CEB nº 2, de
presencial e a sua duração ficará a critério de cada sis- 7 de abril de 1998.
tema de ensino, nos termos do Parecer CNE/CEB nº FRANCISCO APARECIDO CORDÃO
29/2006, tal como remete o Parecer CNE/CEB nº 6/2010
e a Resolução CNE/CEB nº 3/2010. Nos anos finais, ou
seja, do 6º ano ao 9º ano, os cursos poderão ser pre- DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS
senciais ou a distância, devidamente credenciados, e PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
terão 1.600 (mil e seiscentas) horas de duração.
Parágrafo único. Tendo em conta as situações, os MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL
perfis e as faixas etárias dos adolescentes, jovens e DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA
adultos, o projeto político-pedagógico da escola e o re- RESOLUÇÃO Nº 5, DE 17 DE DEZEMBRO DE
gimento escolar viabilizarão um modelo pedagógico 2009(*).
próprio para essa modalidade de ensino que permita a
apropriação e a contextualização das Diretrizes Curricu- Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
lares Nacionais, assegurando: Infantil
I – a identificação e o reconhecimento das formas
de aprender dos adolescentes, jovens e adultos e a valo- (*) Resolução CNE/CEB 5/2009. Diário Oficial da União, Brasília,
rização de seus conhecimentos e experiências; 18 de dezembro de 2009, Seção 1, p. 18.§ 5º
II – a distribuição dos componentes curriculares O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conse-
de modo a proporcionar um patamar igualitário de for- lho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições
mação, bem como a sua disposição adequada nos tem- legais, com fundamento no Art. 9º, § 1º, alínea “c” da
pos e espaços educativos, em face das necessidades Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a reda-
específicas dos estudantes. ção dada pela Lei nº 9.131, de 25 de novembro de
Art. 47 A inserção de Educação de Jovens e Adul- 1995, e tendo em vista o Parecer CNE/CEB nº 20/2009,
tos no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Bási- homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado
ca, incluindo, além da avaliação do rendimento dos alu- da Educação, publicado no DOU de 9 de dezembro de
nos, a aferição de indicadores institucionais das redes 2009, resolve:
públicas e privadas, concorrerá para a universalização e
a melhoria da qualidade do processo educativo. Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curri-
culares Nacionais para a Educação Infantil a serem ob-
servadas na organização de propostas pedagógicas na
Educação Infantil.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Edu- II - assumindo a responsabilidade de comparti-
cação Infantil articulam-se com as Diretrizes Curriculares lhar e complementar a educação e cuidado das
Nacionais da Educação Básica e reúnem princípios, fun- crianças com as famílias;
damentos e procedimentos definidos pela Câmara de III - possibilitando tanto a convivência entre crianças e
Educação Básica do Conselho Nacional de educação, entre adultos e crianças quanto a ampliação de saberes
para orientar as políticas públicas na área e a elabora- e conhecimentos de diferentes naturezas;
ção, planejamento, execução e avaliação de propostas IV - promovendo a igualdade de oportunidades
pedagógicas e curriculares. educacionais entre as crianças de diferentes classes
sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às
Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebido possibilidades de vivência da infância;
como um conjunto de práticas que buscam articular as V - construindo novas formas de sociabilidade e de sub-
experiências e os saberes das crianças com os conheci- jetividade comprometidas com a ludicidade, a democra-
mentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, cia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento
ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover de relações de dominação etária, socioeconômica, étni-
o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de co-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa.
idade.
Art. 8º A proposta pedagógica das instituições de
Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à
deverão considerar que a criança, centro do planeja- criança acesso a processos de apropriação, renovação
mento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, e articulação de conhecimentos e aprendizagens de dife-
nas interações, relações e práticas cotidianas que viven- rentes linguagens, assim como o direito à proteção, à
cia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à digni-
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimen- dade, à brincadeira, à convivência e à interação com
ta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza outras crianças.
e a sociedade, produzindo cultura. § 1º Na efetivação desse objetivo, as propostas
pedagógicas das instituições de Educação Infantil
Art. 5º A Educação Infantil, primeira etapa da Edu- deverão prever condições para o trabalho coletivo e para
cação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, a organização de materiais, espaços e tempos que asse-
as quais se caracterizam como espaços institucionais gurem:
não domésticos que constituem estabelecimentos educa- I - a educação em sua integralidade, entendendo o cui-
cionais públicos ou privados que educam e cuidam de dado como algo indissociável ao processo educativo;
crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em II - a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora,
jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultu-
por órgão competente do sistema de ensino e submeti- ral da criança;
dos a controle social. III - a participação, o diálogo e a escuta coti-
§ 1º É dever do Estado garantir a oferta de Educação diana das famílias, o respeito e a valorização de
Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito suas formas de organização;
de seleção. IV - o estabelecimento de uma relação efetiva
§ 2° É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de com a comunidade local e de mecanismos que
crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de garantam a gestão democrática e a consideração dos
março do ano em que ocorrer a matrícula. saberes da comunidade;
§ 3º As crianças que completam 6 anos após o V - o reconhecimento das especificidades etárias,
dia 31 de março devem ser matriculadas na Educa- das singularidades individuais e coletivas das crian-
ção Infantil. ças, promovendo interações entre crianças de mesma
§ 4º A frequência na Educação Infantil não é pré- idade e crianças de diferentes idades;
requisito para a matrícula no Ensino Fundamental. VI - os deslocamentos e os movimentos amplos das
crianças nos espaços internos e externos às salas de
As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas referência das turmas e à instituição;
próximas às residências das crianças. VII - a acessibilidade de espaços, materiais, objetos,
§ 6º É considerada Educação Infantil em tempo parci- brinquedos e instruções para as crianças com deficiên-
al, a jornada de, no mínimo, quatro horas diárias e, cia, transtornos globais de desenvolvimento e altas habi-
em tempo integral, a jornada com duração igual ou lidades/superdotação;
superior a sete horas diárias, compreendendo o tempo VIII - a apropriação pelas crianças das contribuições
total que a criança permanece na instituição. histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescenden-
tes, asiáticos, europeus e de outros países da América;
Art. 6º As propostas pedagógicas de Educação Infantil IX - o reconhecimento, a valorização, o respeito e a
devem respeitar os seguintes princípios: interação das crianças com as histórias e as cultu-
I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solida- ras africanas, afro-brasileiras, bem como o com-
riedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente bate ao racismo e à discriminação;
e às diferentes culturas, identidades e singularidades. X - a dignidade da criança como pessoa humana e a
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da proteção contra qualquer forma de violência – física ou
criticidade e do respeito à ordem democrática. simbólica – e negligência no interior da instituição ou
III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da praticadas pela família, prevendo os encaminhamentos
ludicidade e da liberdade de expressão nas diferen- de violações para instâncias competentes.
tes manifestações artísticas e culturais. § 2º Garantida a autonomia dos povos indígenas na
escolha dos modos de educação de suas crianças de 0 a
Art. 7º Na observância destas Diretrizes, a proposta 5 anos de idade, as propostas pedagógicas para os po-
pedagógica das instituições de Educação Infantil deve vos que optarem pela Educação Infantil devem:
garantir que elas cumpram plenamente sua função I - proporcionar uma relação viva com os conhecimen-
sociopolítica e pedagógica: tos, crenças, valores, concepções de mundo e as memó-
I - oferecendo condições e recursos para que as crianças rias de seu povo;
usufruam seus direitos civis, humanos e sociais;
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
II - reafirmar a identidade étnica e a língua materna XI - propiciem a interação e o conhecimento pelas
como elementos de constituição das crianças; crianças das manifestações e tradições culturais bra-
III - dar continuidade à educação tradicional ofereci- sileiras;
da na família e articular-se às práticas socioculturais de XII - possibilitem a utilização de gravadores, proje-
educação e cuidado coletivos da comunidade; tores, computadores, máquinas fotográficas, e outros
IV - adequar calendário, agrupamentos etários e organi- recursos tecnológicos e midiáticos.
zação de tempos, atividades e ambientes de modo a Parágrafo único - As creches e pré-escolas, na elabora-
atender as demandas de cada povo indígena. ção da proposta curricular, de acordo com suas caracte-
§ 3º - As propostas pedagógicas da Educação rísticas, identidade institucional, escolhas coletivas e
Infantil das crianças filhas de agricultores familia- particularidades pedagógicas, estabelecerão modos de
res, extrativistas, pescadores artesanais, ribeiri- integração dessas experiências.
nhos, assentados e acampados da reforma agrária,
quilombolas, caiçaras, povos da floresta, devem: Art. 10. As instituições de Educação Infantil devem criar
I - reconhecer os modos próprios de vida no procedimentos para acompanhamento do trabalho peda-
campo como fundamentais para a constituição da gógico e para avaliação do desenvolvimento das crian-
identidade das crianças moradoras em territórios rurais; ças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação,
II - ter vinculação inerente à realidade dessas popula- garantindo:
ções, suas culturas, tradições e identidades, assim I - a observação crítica e criativa das ativida-
como a práticas ambientalmente sustentáveis; des, das brincadeiras e interações das crianças no
III - flexibilizar, se necessário, calendário, roti- cotidiano;
nas e atividades respeitando as diferenças quanto II - utilização de múltiplos registros realizados
à atividade econômica dessas populações; por adultos e crianças (relatórios, fotografias, de-
IV - valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas senhos, álbuns etc.);
populações na produção de conhecimentos sobre o III - a continuidade dos processos de aprendizagens por
mundo e sobre o ambiente natural; meio da criação de estratégias adequadas aos dife-
V - prever a oferta de brinquedos e equipamentos que rentes momentos de transição vividos pela cri-
respeitem as características ambientais e socioculturais ança (transição casa/instituição de Educação Infan-
da comunidade. til, transições no interior da instituição, transi-
Art. 9º As práticas pedagógicas que compõem a ção creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino
proposta curricular da Educação Infantil devem ter Fundamental);
como eixos norteadores as interações e a brin- IV - documentação específica que permita às famílias
cadeira, garantindo experiências que: conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os
I - promovam o conhecimento de si e do processos de desenvolvimento e aprendizagem da crian-
mundo por meio da ampliação de experiências ça na Educação Infantil;
sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem V - a não retenção das crianças na Educação Infantil.
movimentação ampla, expressão da individualidade e
respeito pelos ritmos e desejos da criança; Art. 11. Na transição para o Ensino Fundamental a
II - favoreçam a imersão das crianças nas proposta pedagógica deve prever formas para garantir
diferentes linguagens e o progressivo domínio por a continuidade no processo de aprendizagem e desen-
elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, volvimento das crianças, respeitando as especificida-
verbal, plástica, dramática e musical; des etárias, sem antecipação de conteúdos que
III - possibilitem às crianças experiências de narrativas, serão trabalhados no Ensino Fundamental.
de apreciação e interação com a linguagem oral e es-
crita, e convívio com diferentes suportes e gêneros Art. 12. Cabe ao Ministério da Educação elaborar ori-
textuais orais e escritos; entações para a implementação dessas Diretrizes.
IV - recriem, em contextos significativos para as
crianças, relações quantitativas, medidas, formas e Art. 13. A presente Resolução entrará em vigor na data
orientações espaço temporais; de sua publicação, revogando-se as disposições em con-
V - ampliem a confiança e a participação das crianças trário, especialmente a Resolução CNE/CEB nº 1/99.
nas atividades individuais e coletivas; CESAR CALLEGARI
VI - possibilitem situações de aprendizagem mediadas
para a elaboração da autonomia das crianças nas ações
de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem- ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE –
estar; ECA (Lei Federal N.º 8.069/90)
VII - possibilitem vivências éticas e estéticas com outras
crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Ado-
de referência e de identidades no diálogo e reconheci- lescente e dá outras providências.
mento da diversidade;
Título I - Das Disposições Preliminares
VIII - incentivem a curiosidade, a exploração, o encan-
tamento, o questionamento, a indagação e o conheci- ART. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à
mento das crianças em relação ao mundo físico e social, criança e ao adolescente.
ao tempo e à natureza;
IX - promovam o relacionamento e a interação
das crianças com diversificadas manifestações de ART. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta
música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e ado-
dança, teatro, poesia e literatura; lescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
X - promovam a interação, o cuidado, a pre- Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-
servação e o conhecimento da biodiversidade e da se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoi-
sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não to e vinte e um anos de idade.
desperdício dos recursos naturais;

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ART. 3º A criança e o adolescente gozam de todos o parto, garantido o direito de opção da mulher.
os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegu- § 3o Os serviços de saúde onde o parto for reali-
rando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as opor- zado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
tunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvol- nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência
vimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condi- na atenção primária, bem como o acesso a outros servi-
ções de liberdade e de dignidade. ços e a grupos de apoio à amamentação. (Redação
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discri- § 4o Incumbe ao poder público proporcio-
minação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, nar assistência psicológica à gestante e à mãe, no perío-
raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição do pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou
pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição minorar as consequências do estado puerperal. (In-
econômica, ambiente social, região e local de moradia ou cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a § 5o A assistência referida no § 4o deste artigo
comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº deverá ser prestada também a gestantes e mães que
13.257, de 2016) manifestem interesse em entregar seus filhos para ado-
ção, bem como a gestantes e mães que se encontrem
ART. 4º É dever da família, da comunidade, da soci- em situação de privação de liberdade. (Redação dada
edade em geral e do poder público assegurar, com absolu- pela Lei nº 13.257, de 2016)
ta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à § 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à (um) acompanhante de sua preferência durante o perío-
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à do do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto
liberdade e à convivência familiar e comunitária. imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreen- 2016)
de: § 7o A gestante deverá receber orientação sobre
a) primazia de receber proteção e socorro em quais- aleitamento materno, alimentação complementar saudá-
quer circunstâncias; vel e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como
b) precedência de atendimento nos serviços públicos sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos
ou de relevância pública; e de estimular o desenvolvimento integral da criança.
c) preferência na formulação e na execução das polí- (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
ticas sociais públicas; § 8o A gestante tem direito a acompanhamento
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas saudável durante toda a gestação e a parto natural cui-
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventu- dadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e
de. outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos.
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
ART. 5º Nenhuma criança ou adolescente será obje- § 9o A atenção primária à saúde fará a busca ati-
to de qualquer forma de negligência, discriminação, explo- va da gestante que não iniciar ou que abandonar as
ração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não
lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direi- comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei
tos fundamentais. nº 13.257, de 2016)
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à ges-
ART. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em tante e à mulher com filho na primeira infância que se
conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do encontrem sob custódia em unidade de privação de li-
bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e berdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e
a condição peculiar da criança e do adolescente como pes- assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhi-
soas em desenvolvimento. mento do filho, em articulação com o sistema de ensino
competente, visando ao desenvolvimento integral da
Título II - Dos Direitos Fundamentais criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Capítulo I 2016)
Do Direito à Vida e à Saúde ART. 9º O poder público, as instituições e os em-
pregadores propiciarão condições adequadas ao aleita-
ART. 7º A criança e o adolescente têm direito a mento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas
proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de a medida privativa de liberdade.
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o § 1o Os profissionais das unidades primárias de
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
dignas de existência. coletivas, visando ao planejamento, à implementação e
à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao
ART. 8o É assegurado a todas as mulheres o aleitamento materno e à alimentação complementar
acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº
e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição 13.257, de 2016)
adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e
ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós- § 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva
natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) unidade de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por
profissionais da atenção primária. (Redação dada pela ART. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos
Lei nº 13.257, de 2016) de atenção à saúde de gestantes, públicos e particula-
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da res, são obrigados a:
gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre I - manter registro das atividades desenvolvidas,
da gestação, ao estabelecimento em que será realizado através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito
anos;
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
II - identificar o recém-nascido mediante o regis- ART. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá
tro de sua impressão plantar e digital e da impressão programas de assistência médica e odontológica para a
digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normati- prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam
zadas pela autoridade administrativa competente; a população infantil, e campanhas de educação sanitária
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e para pais, educadores e alunos.
terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-
nascido, bem como prestar orientação aos pais; § 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos
IV - fornecer declaração de nascimento onde casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
constem necessariamente as intercorrências do parto e (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
do desenvolvimento do neonato; 13.257, de 2016)
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao § 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a
neonato a permanência junto à mãe. atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de
forma transversal, integral e intersetorial com as demais
ART. 11. É assegurado acesso integral às linhas linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança.
de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescen- (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
te, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observa-
do o princípio da equidade no acesso a ações e serviços § 3o A atenção odontológica à criança terá fun-
para promoção, proteção e recuperação da saúde. (Re- ção educativa protetiva e será prestada, inicialmente,
dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento
pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo se-
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência gundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal.
serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
suas necessidades gerais de saúde e específicas de habi-
litação e reabilitação. (Redação dada pela Lei nº § 4o A criança com necessidade de cuidados
13.257, de 2016) odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Úni-
§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratui- co de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
tamente, àqueles que necessitarem, medicamentos,
órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relati- Capítulo II
vas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para cri- Do Direito à Liberdade,
anças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuida- ao Respeito e à Dignidade
do voltadas às suas necessidades específicas. (Redação
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) ART. 15. A criança e o adolescente têm direito à
§ 3o Os profissionais que atuam no cuidado diá- liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas hu-
rio ou frequente de crianças na primeira infância recebe- manas em processo de desenvolvimento e como sujeitos
rão formação específica e permanente para a detecção de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Cons-
de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem tituição e nas leis.
como para o acompanhamento que se fizer necessário.
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ART. 16. O direito à liberdade compreende os se-
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimen- guintes aspectos:
to à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espa-
intensiva e de cuidados intermediários, deverão propor- ços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
cionar condições para a permanência em tempo integral II - opinião e expressão;
de um dos pais ou responsável, nos casos de internação III - crença e culto religioso;
de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
13.257, de 2016) V - participar da vida familiar e comunitária, sem
discriminação;
ART. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de VI - participar da vida política, na forma da lei;
castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
maus-tratos contra criança ou adolescente serão obriga-
toriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respec- ART. 17. O direito ao respeito consiste na inviola-
tiva localidade, sem prejuízo de outras providências bilidade da integridade física, psíquica e moral da criança
legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de e do adolescente, abrangendo a preservação da ima-
2014) gem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e
§ 1o As gestantes ou mães que manifestem inte- crenças, dos espaços e objetos pessoais.
resse em entregar seus filhos para adoção serão obriga- ART. 18. É dever de todos velar pela dignidade da
toriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Jus- criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
tiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório
13.257, de 2016) ou constrangedor.
§ 2o Os serviços de saúde em suas diferentes
portas de entrada, os serviços de assistência social em Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito
seu componente especializado, o Centro de Referência de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico
Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretex-
do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao to, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada,
atendimento das crianças na faixa etária da primeira pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores
infância com suspeita ou confirmação de violência de de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa
qualquer natureza, formulando projeto terapêutico sin- encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou
gular que inclua intervenção em rede e, se necessário, protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº 2014)
13.257, de 2016) Parágrafo único. Para os fins desta Lei, conside-
ra-se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou § 2o A permanência da criança e do adoles-
punitiva aplicada com o uso da força física sobre a crian- cente em programa de acolhimento institucional não se
ça ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada
nº 13.010, de 2014) necessidade que atenda ao seu superior interesse, devi-
damente fundamentada pela autoridade judiciária.
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
13.010, de 2014) § 3o A manutenção ou a reintegração de
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de criança ou adolescente à sua família terá preferência em
2014) relação a qualquer outra providência, caso em que será
esta incluída em serviços e programas de proteção,
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou apoio e promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos
forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do
adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei
2014) nº 13.257, de 2016)
§ 4o Será garantida a convivência da crian-
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, ça e do adolescente com a mãe ou o pai privado de li-
de 2014) berdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucio-
nº 13.010, de 2014) nal, pela entidade responsável, independentemente de
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
de 2014) 2014)

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família am- ART. 20. Os filhos, havidos ou não da rela-
pliada, os responsáveis, os agentes públicos executores ção do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encar- direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
regada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá- discriminatórias relativas à filiação.
los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físi-
co ou tratamento cruel ou degradante como formas de ART. 21. O poder familiar será exercido, em
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretex- igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma
to estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções ca- do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer
bíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à
acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº autoridade judiciária competente para a solução da di-
13.010, de 2014) vergência. (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
I - encaminhamento a programa oficial ou comu-
nitário de proteção à família; (Incluído pela Lei nº ART. 22. Aos pais incumbe o dever de sus-
13.010, de 2014) tento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-
lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou fazer cumprir as determinações judiciais.
psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os res-
III - encaminhamento a cursos ou programas de ponsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabili-
orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) dades compartilhados no cuidado e na educação da cri-
IV - obrigação de encaminhar a criança a trata- ança, devendo ser resguardado o direito de transmissão
mento especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, familiar de suas crenças e culturas, assegurados os di-
de 2014) reitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, Lei nº 13.257, de 2016)
de 2014)
Parágrafo único. As medidas previstas neste arti- ART. 23. A falta ou a carência de recursos mate-
go serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo riais não constitui motivo suficiente para a perda ou a
de outras providências legais. (Incluído pela Lei nº suspensão do poder familiar. (Expressão substituída
13.010, de 2014) pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Capítulo III – § 1o Não existindo outro motivo que por si só au-
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária torize a decretação da medida, a criança ou o adolescen-
Seção I - Disposições Gerais te será mantido em sua família de origem, a qual deverá
obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas
ART. 19. É direito da criança e do adolescente oficiais de proteção, apoio e promoção. (Redação dada
ser criado e educado no seio de sua família e, excepcio- pela Lei nº 13.257, de 2016)
nalmente, em família substituta, assegurada a convivên- § 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não
cia familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipó-
desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº tese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de
13.257, de 2016) reclusão, contra o próprio filho ou filha. (Incluído pela
§ 1o Toda criança ou adolescente que esti- Lei nº 12.962, de 2014)
ver inserido em programa de acolhimento familiar ou
institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a ART. 24. A perda e a suspensão do poder
cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária familiar serão decretadas judicialmente, em procedimen-
competente, com base em relatório elaborado por equi- to contraditório, nos casos previstos na legislação civil,
pe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma bem como na hipótese de descumprimento injustificado
fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Ex-
ou colocação em família substituta, em quaisquer das pressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluí- Vigência
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Seção II
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Da Família Natural I - que sejam consideradas e respeitadas sua
identidade social e cultural, os seus costumes e tradi-
ART. 25. Entende-se por família natural a ções, bem como suas instituições, desde que não sejam
comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus incompatíveis com os direitos fundamentais reconheci-
descendentes. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Entende-se por família ex- II - que a colocação familiar ocorra prioritaria-
tensa ou ampliada aquela que se estende para além da mente no seio de sua comunidade ou junto a membros
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada da mesma etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
por parentes próximos com os quais a criança ou adoles- 2009) Vigência
cente convive e mantém vínculos de afinidade e afetivi- III - a intervenção e oitiva de representantes do
dade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de órgão federal responsável pela política indigenista, no
2009) Vigência caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropó-
logos, perante a equipe interprofissional ou multidiscipli-
ART. 26. Os filhos havidos fora do casamento po- nar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº
derão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separa- 12.010, de 2009) Vigência
damente, no próprio termo de nascimento, por testa-
mento, mediante escritura ou outro documento público, ART. 29. Não se deferirá colocação em família
qualquer que seja a origem da filiação. substituta a pessoa que revele, por qualquer modo,
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder incompatibilidade com a natureza da medida ou não
o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se ofereça ambiente familiar adequado.
deixar descendentes.
ART. 30. A colocação em família substituta não
ART. 27. O reconhecimento do estado de filiação admitirá transferência da criança ou adolescente a ter-
é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, ceiros ou a entidades governamentais ou não-
podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, governamentais, sem autorização judicial.
sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
ART. 31. A colocação em família substituta es-
Seção III - Da Família Substituta trangeira constitui medida excepcional, somente admis-
Subseção I sível na modalidade de adoção.
Disposições Gerais
ART. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o res-
ART. 28. A colocação em família substituta far-se- ponsável prestará compromisso de bem e fielmente
á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemen- desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
te da situação jurídica da criança ou adolescente, nos
termos desta Lei. Subseção II
Da Guarda
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adoles-
cente será previamente ouvido por equipe interprofissio- ART. 33. A guarda obriga a prestação de assis-
nal, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau tência material, moral e educacional à criança ou adoles-
de compreensão sobre as implicações da medida, e terá cente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a
sua opinião devidamente considerada. (Redação dada terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de
idade, será necessário seu consentimento, colhido em fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente,
audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de
2009) Vigência adoção por estrangeiros.
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fo-
o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de ra dos casos de tutela e adoção, para atender a situa-
afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências ções peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
decorrentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, responsável, podendo ser deferido o direito de represen-
de 2009) Vigência tação para a prática de atos determinados.
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, condição de dependente, para todos os fins e efeitos de
ressalvada a comprovada existência de risco de abuso direito, inclusive previdenciários.
ou outra situação que justifique plenamente a excepcio- § 4º Salvo expressa e fundamentada determina-
nalidade de solução diversa, procurando-se, em qual- ção em contrário, da autoridade judiciária competente,
quer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos ou quando a medida for aplicada em preparação para
fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) adoção, o deferimento da guarda de criança ou adoles-
Vigência cente a terceiros não impede o exercício do direito de
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em visitas pelos pais, assim como o dever de prestar ali-
família substituta será precedida de sua preparação mentos, que serão objeto de regulamentação específica,
gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela a pedido do interessado ou do Ministério Público. (In-
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técni-
cos responsáveis pela execução da política municipal de ART. 34. O poder público estimulará, por meio de
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o aco-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência lhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adoles-
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente in- cente afastado do convívio familiar. (Redação dada
dígena ou proveniente de comunidade remanescente de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº § 1º A inclusão da criança ou adolescente em
12.010, de 2009) Vigência programas de acolhimento familiar terá preferência a
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
seu acolhimento institucional, observado, em qualquer ART. 40. O adotando deve contar com, no máxi-
caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos mo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de sob a guarda ou tutela dos adotantes.
2009)
§ 2º Na hipótese do § 1º deste Artigo a pessoa ART. 41. A adoção atribui a condição de filho ao
ou casal cadastrado no programa de acolhimento famili- adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive
ar poderá receber a criança ou adolescente mediante sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e
guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o
§ 3o A União apoiará a implementação de servi- filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o
ços de acolhimento em família acolhedora como política adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os
pública, os quais deverão dispor de equipe que organize respectivos parentes.
o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes § 2º É recíproco o direito sucessório entre o ado-
em residências de famílias selecionadas, capacitadas e tado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,
acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção. descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ordem de vocação hereditária.
§ 4o Poderão ser utilizados recursos fede-
rais, estaduais, distritais e municipais para a manuten- ART. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoi-
ção dos serviços de acolhimento em família acolhedora, to) anos, independentemente do estado civil. (Redação
facultando-se o repasse de recursos para a própria famí- dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lia acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de § 1º Não podem adotar os ascendentes e os ir-
2016) mãos do adotando.
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os
ART. 35. A guarda poderá ser revogada a qual- adotantes sejam casados civilmente ou mantenham
quer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido união estável, comprovada a estabilidade da família.
o Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
Subseção III cia
Da Tutela § 4º Os divorciados, os judicialmente separados e
os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, con-
ART. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei tanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas
civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- na constância do período de convivência e que seja
cia comprovada a existência de vínculos de afinidade e afe-
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressu- tividade com aquele não detentor da guarda, que justifi-
põe a prévia decretação da perda ou suspensão do pá- quem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada
trio poderpoder familiar e implica necessariamente o pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº § 5º Nos casos do § 4º deste Artigo, desde que
12.010, de 2009) Vigência demonstrado efetivo benefício ao adotando, será asse-
gurada a guarda compartilhada, conforme previsto no
ART. 37. O tutor nomeado por testamento ou ART. 1.584 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
qualquer documento autêntico, conforme previsto no Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
parágrafo único do ART. 1.729 da Lei nº 10.406, de 10 2009) Vigência
de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de § 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante
30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a
com pedido destinado ao controle judicial do ato, obser- falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a
vando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 des- sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
ta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Vigência
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão ART. 43. A adoção será deferida quando apresen-
observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 tar reais vantagens para o adotando e fundar-se em
desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa motivos legítimos.
indicada na disposição de última vontade, se restar
comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e ART. 44. Enquanto não der conta de sua adminis-
que não existe outra pessoa em melhores condições de tração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o
assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de curador adotar o pupilo ou o curatelado.
2009) Vigência
ART. 38. Aplica-se à destituição da tutela o dis- ART. 45. A adoção depende do consentimento
posto no ART. 24. dos pais ou do representante legal do adotando.
Subseção IV § 1º. O consentimento será dispensado em rela-
Da Adoção ção à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhe-
cidos ou tenham sido destituídos do pátrio poderpoder
ART. 39. A adoção de criança e de adolescente familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
reger-se-á segundo o disposto nesta Lei. (Vide Lei nº de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, anos de idade, será também necessário o seu consenti-
à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os mento.
recursos de manutenção da criança ou adolescente na ART. 46. A adoção será precedida de estágio de
família natural ou extensa, na forma do parágrafo único convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo
do ART. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculia-
de 2009) Vigência ridades do caso.
§ 2º É vedada a adoção por procuração. (Incluí- § 1º O estágio de convivência poderá ser dispen-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
legal do adotante durante tempo suficiente para que ART. 50. A autoridade judiciária manterá, em ca-
seja possível avaliar a conveniência da constituição do da comarca ou foro regional, um registro de crianças e
vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de adolescentes em condições de serem adotados e outro
2009) Vigência de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010,
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si de 2009) Vigência
só, a dispensa da realização do estágio de convivência. § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o
cia Ministério Público.
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal resi- § 2º Não será deferida a inscrição se o interessa-
dente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivên- do não satisfazer os requisitos legais, ou verificada qual-
cia, cumprido no território nacional, será de, no mínimo, quer das hipóteses previstas no ART. 29.
30 (trinta) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 3º A inscrição de postulantes à adoção será pre-
2009) Vigência cedida de um período de preparação psicossocial e jurí-
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado dica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da In- e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técni-
fância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos cos responsáveis pela execução da política municipal de
técnicos responsáveis pela execução da política de ga- garantia do direito à convivência familiar. (Incluído
rantia do direito à convivência familiar, que apresentarão pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
relatório minucioso acerca da conveniência do deferi- § 4º Sempre que possível e recomendável, a pre-
mento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de paração referida no § 3º deste Artigo incluirá o contato
2009) Vigência com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou
institucional em condições de serem adotados, a ser
ART. 47. O vínculo da adoção constitui-se por realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da
sentença judicial, que será inscrita no registro civil me- equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,
diante mandado do qual não se fornecerá certidão. com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes acolhimento e pela execução da política municipal de
como pais, bem como o nome de seus ascendentes. garantia do direito à convivência familiar. (Incluído
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cancelará o registro original do adotado. § 5º Serão criados e implementados cadastros es-
§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá taduais e nacional de crianças e adolescentes em condi-
ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de ções de serem adotados e de pessoas ou casais habilita-
sua residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, dos à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de 2009) Vigência 2009) Vigência
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato § 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou
poderá constar nas certidões do registro. (Redação casais residentes fora do País, que somente serão con-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sultados na inexistência de postulantes nacionais habili-
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do tados nos cadastros mencionados no § 5º deste Artigo.
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determi- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nar a modificação do prenome. (Redação dada pela § 7º As autoridades estaduais e federais em ma-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência téria de adoção terão acesso integral aos cadastros,
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requeri- incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação
da pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei
observado o disposto nos §§ 1º e 2º do ART. 28 desta nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) § 8º A autoridade judiciária providenciará, no pra-
Vigência zo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crian-
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do ças e adolescentes em condições de serem adotados que
trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e
hipótese prevista no § 6º do ART. 42 desta Lei, caso em das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilita-
que terá força retroativa à data do óbito. (Incluído ção à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência no § 5º deste Artigo, sob pena de responsabilidade.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 8º O processo relativo à adoção assim como ou- § 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar
tros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, ad- pela manutenção e correta alimentação dos cadastros,
mitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por com posterior comunicação à Autoridade Central Federal
outros meios, garantida a sua conservação para consulta Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Vigência
2009) Vigência § 10. A adoção internacional somente será deferi-
da se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais
ART. 48. O adotado tem direito de conhecer sua habilitados à adoção, mantido pela Justiça da Infância e
origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao da Juventude na comarca, bem como aos cadastros
processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais estadual e nacional referidos no § 5º deste Artigo, não
incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação for encontrado interessado com residência permanente
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção Vigência
poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal in-
(dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e teressado em sua adoção, a criança ou o adolescente,
assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº sempre que possível e recomendável, será colocado sob
12.010, de 2009) Vigência guarda de família cadastrada em programa de acolhi-
ART. 49. A morte dos adotantes não restabelece mento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
o pátrio poderpoder familiar dos pais naturais. (Expres- 2009) Vigência
são substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- § 12. A alimentação do cadastro e a convocação
cia criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
pelo Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
de 2009) Vigência 2009) Vigência
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em fa- II - se a Autoridade Central do país de acolhida
vor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos
previamente nos termos desta Lei quando: (Incluído para adotar, emitirá um relatório que contenha informa-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ções sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequa-
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (In- ção dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal,
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência familiar e médica, seu meio social, os motivos que os
II - for formulada por parente com o qual a crian- animam e sua aptidão para assumir uma adoção inter-
ça ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e nacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Vigência III - a Autoridade Central do país de acolhida en-
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou viará o relatório à Autoridade Central Estadual, com
guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou ado- cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira; (In-
lescente, desde que o lapso de tempo de convivência cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e IV - o relatório será instruído com toda a docu-
não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer mentação necessária, incluindo estudo psicossocial ela-
das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. borado por equipe interprofissional habilitada e cópia
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência autenticada da legislação pertinente, acompanhada da
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste Arti- respectiva prova de vigência; (Incluída pela Lei nº
go, o candidato deverá comprovar, no curso do proce- 12.010, de 2009) Vigência
dimento, que preenche os requisitos necessários à ado- V - os documentos em língua estrangeira serão
ção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº devidamente autenticados pela autoridade consular,
12.010, de 2009) Vigência observados os tratados e convenções internacionais, e
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor
ART. 51. Considera-se adoção internacional aque- público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010,
la na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou de 2009) Vigência
domiciliado fora do Brasil, conforme previsto no Artigo VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer
2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relati- exigências e solicitar complementação sobre o estudo
va à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já reali-
de Adoção Internacional, aprovada pelo Decreto Legisla- zado no país de acolhida; (Incluída pela Lei nº
tivo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo 12.010, de 2009) Vigência
Decreto no 3.087, de 21 de junho de 1999. (Redação VII - verificada, após estudo realizado pela Auto-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ridade Central Estadual, a compatibilidade da legislação
§ 1º A adoção internacional de criança ou adoles- estrangeira com a nacional, além do preenchimento por
cente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos
lugar quando restar comprovado: (Redação dada pela e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do que dispõe esta Lei como da legislação do país de
I - que a colocação em família substituta é a solu- acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção
ção adequada ao caso concreto; (Incluída pela Lei nº internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um)
12.010, de 2009) Vigência ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - que foram esgotadas todas as possibilidades VIII - de posse do laudo de habilitação, o interes-
de colocação da criança ou adolescente em família subs- sado será autorizado a formalizar pedido de adoção pe-
tituta brasileira, após consulta aos cadastros menciona- rante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que
dos no ART. 50 desta Lei; (Incluída pela Lei nº se encontra a criança ou adolescente, conforme indica-
12.010, de 2009) Vigência ção efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluí-
III - que, em se tratando de adoção de adolescen- da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
te, este foi consultado, por meios adequados ao seu § 1º Se a legislação do país de acolhida assim o
estágio de desenvolvimento, e que se encontra prepara- autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à
do para a medida, mediante parecer elaborado por equi- adoção internacional sejam intermediados por organis-
pe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1º e 2º mos credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
do ART. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasi-
§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão leira o credenciamento de organismos nacionais e es-
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção inter- trangeiros encarregados de intermediar pedidos de habi-
nacional de criança ou adolescente brasileiro. (Redação litação à adoção internacional, com posterior comunica-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ção às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos
§ 3º A adoção internacional pressupõe a interven- órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da inter-
ção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em net. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
matéria de adoção internacional. (Redação dada pela § 3º Somente será admissível o credenciamento
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de organismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
ART. 52. A adoção internacional observará o pro- I - sejam oriundos de países que ratificaram a
cedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com Convenção de Haia e estejam devidamente credenciados
as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados
12.010, de 2009) Vigência e no país de acolhida do adotando para atuar em adoção
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010,
adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular de 2009) Vigência
pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade II - satisfizerem as condições de integridade mo-
Central em matéria de adoção internacional no país de ral, competência profissional, experiência e responsabili-
acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua dade exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade

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Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº como foto recente e a aposição da impressão digital do
12.010, de 2009) Vigência seu polegar direito, instruindo o documento com cópia
III - forem qualificados por seus padrões éticos e autenticada da decisão e certidão de trânsito em julga-
sua formação e experiência para atuar na área de ado- do. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira po-
2009) Vigência derá, a qualquer momento, solicitar informações sobre a
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo orde- situação das crianças e adolescentes adotados. (Incluí-
namento jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluída § 11. A cobrança de valores por parte dos orga-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nismos credenciados, que sejam considerados abusivos
§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda: pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência estejam devidamente comprovados, é causa de seu
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades 2009) Vigência
competentes do país onde estiverem sediados, do país § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não po-
de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; dem ser representados por mais de uma entidade cre-
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência denciada para atuar na cooperação em adoção internaci-
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qua- onal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
lificadas e de reconhecida idoneidade moral, com com- cia
provada formação ou experiência para atuar na área de § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou
adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1
Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Fe- (um) ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº
deral Brasileira, mediante publicação de portaria do ór- 12.010, de 2009) Vigência
gão federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, § 14. É vedado o contato direto de representantes
de 2009) Vigência de organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros,
III - estar submetidos à supervisão das autorida- com dirigentes de programas de acolhimento institucio-
des competentes do país onde estiverem sediados e no nal ou familiar, assim como com crianças e adolescentes
país de acolhida, inclusive quanto à sua composição, em condições de serem adotados, sem a devida autori-
funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei zação judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Bra- § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira po-
sileira, a cada ano, relatório geral das atividades desen- derá limitar ou suspender a concessão de novos creden-
volvidas, bem como relatório de acompanhamento das ciamentos sempre que julgar necessário, mediante ato
adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia administrativo fundamentado. (Incluído pela Lei nº
será encaminhada ao Departamento de Polícia Federal; 12.010, de 2009) Vigência
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a ART. 52-A. É vedado, sob pena de responsabili-
Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autorida- dade e descredenciamento, o repasse de recursos pro-
de Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 venientes de organismos estrangeiros encarregados de
(dois) anos. O envio do relatório será mantido até a intermediar pedidos de adoção internacional a organis-
juntada de cópia autenticada do registro civil, estabele- mos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído pela Lei
cendo a cidadania do país de acolhida para o adotado; nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Eventuais repasses somente po-
VI - tomar as medidas necessárias para garantir derão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e
que os adotantes encaminhem à Autoridade Central do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do
Federal Brasileira cópia da certidão de registro de nas- respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adoles-
cimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão cente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº cia
12.010, de 2009) Vigência
§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos ART. 52-B. A adoção por brasileiro residente no
no § 4º deste Artigo pelo organismo credenciado pode- exterior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo
rá acarretar a suspensão de seu credenciamento. (In- processo de adoção tenha sido processado em conformi-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dade com a legislação vigente no país de residência e
§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referi-
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de ado- da Convenção, será automaticamente recepcionada com
ção internacional terá validade de 2 (dois) anos. (Inclu- o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010,
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
§ 7º A renovação do credenciamento poderá ser § 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na
concedida mediante requerimento protocolado na Auto- Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a
ridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Jus-
anteriores ao término do respectivo prazo de validade. tiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º O pretendente brasileiro residente no exteri-
§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que or em país não ratificante da Convenção de Haia, uma
concedeu a adoção internacional, não será permitida a vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologa-
saída do adotando do território nacional. (Incluído pela ção da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autorida- gência
de judiciária determinará a expedição de alvará com
autorização de viagem, bem como para obtenção de ART. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o
passaporte, constando, obrigatoriamente, as caracterís- Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade
ticas da criança ou adolescente adotado, como idade, competente do país de origem da criança ou do adoles-
cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim cente será conhecida pela Autoridade Central Estadual
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
que tiver processado o pedido de habilitação dos pais § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central direito público subjetivo.
Federal e determinará as providências necessárias à § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pe-
expedição do Certificado de Naturalização Provisório. lo poder público ou sua oferta irregular importa respon-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sabilidade da autoridade competente.
§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Mi- § 3º Compete ao poder público recensear os edu-
nistério Público, somente deixará de reconhecer os efei- candos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e
tos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à
é manifestamente contrária à ordem pública ou não escola.
atende ao interesse superior da criança ou do adolescen-
te. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ART. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação
§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da ado- de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de
ção, prevista no § 1º deste Artigo, o Ministério Público ensino.
deverá imediatamente requerer o que for de direito para
resguardar os interesses da criança ou do adolescente, ART. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de
comunicando-se as providências à Autoridade Central ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os
Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central casos de:
Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de ori- I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
gem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão
cia escolar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
ART. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o
Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido ART. 57. O poder público estimulará pesquisas,
deferida no país de origem porque a sua legislação a experiências e novas propostas relativas a calendário,
delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação,
mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluí-
oriundo de país que não tenha aderido à Convenção dos do ensino fundamental obrigatório.
referida, o processo de adoção seguirá as regras da
adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de ART. 58. No processo educacional respeitar-se-ão
2009) Vigência os valores culturais, artísticos e históricos próprios do
contexto social da criança e do adolescente, garantindo-
Capítulo IV - Do Direito à Educação, à Cultu- se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de
ra, ao Esporte e ao Lazer cultura.

ART. 53. A criança e o adolescente têm direito à ART. 59. Os municípios, com apoio dos estados e
educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua da União, estimularão e facilitarão a destinação de re-
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualifi- cursos e espaços para programações culturais, esporti-
cação para o trabalho, assegurando-se lhes: vas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
I - igualdade de condições para o acesso e per-
manência na escola; Capítulo V - Do Direito à Profissionalização e
II - direito de ser respeitado por seus educadores; à Proteção no Trabalho
III - direito de contestar critérios avaliativos, po-
dendo recorrer às instâncias escolares superiores; ART. 60. É proibido qualquer trabalho a menores
IV - direito de organização e participação em enti- de quatorze anos de idade, salvo na condição de apren-
dades estudantis; diz. (Vide Constituição Federal)
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de
sua residência. ART. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsá- é regulada por legislação especial, sem prejuízo do dis-
veis ter ciência do processo pedagógico, bem como par- posto nesta Lei.
ticipar da definição das propostas educacionais.
ART. 62. Considera-se aprendizagem a formação
ART. 54. É dever do Estado assegurar à criança e técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e
ao adolescente: bases da legislação de educação em vigor.
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, in-
clusive para os que a ele não tiveram acesso na idade ART. 63. A formação técnico-profissional obede-
própria; cerá aos seguintes princípios:
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao
gratuidade ao ensino médio; ensino regular;
III - atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede II - atividade compatível com o desenvolvimento
regular de ensino; do adolescente;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crian- III - horário especial para o exercício das ativida-
ças de zero a seis anos de idade; des.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de ART. 64. Ao adolescente até quatorze anos de
cada um; idade é assegurada bolsa de aprendizagem.
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado
às condições do adolescente trabalhador; ART. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de qua-
VII - atendimento no ensino fundamental, através torze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
de programas suplementares de material didático- previdenciários.
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

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ART. 66. Ao adolescente portador de deficiência é ao enfrentamento de todas as formas de violência contra
assegurado trabalho protegido. a criança e o adolescente
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução
ART. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, pacífica de conflitos que envolvam violência contra a
em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010,
assistido em entidade governamental ou não- de 2014)
governamental, é vedado trabalho: V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas visem a garantir os direitos da criança e do adolescente,
de um dia e as cinco horas do dia seguinte; desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos
II - perigoso, insalubre ou penoso; pais e responsáveis com o objetivo de promover a in-
III - realizado em locais prejudiciais à sua forma- formação, a reflexão, o debate e a orientação sobre
ção e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento
social; cruel ou degradante no processo educativo; (Incluído
IV - realizado em horários e locais que não permi- pela Lei nº 13.010, de 2014)
tam a frequência à escola. VI - a promoção de espaços intersetoriais locais
para a articulação de ações e a elaboração de planos de
ART. 68. O programa social que tenha por base o atuação conjunta focados nas famílias em situação de
trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade violência, com participação de profissionais de saúde, de
governamental ou não-governamental sem fins lucrati- assistência social e de educação e de órgãos de promo-
vos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe ção, proteção e defesa dos direitos da criança e do ado-
condições de capacitação para o exercício de atividade lescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
regular remunerada. 2014)
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a ativida-
de laboral em que as exigências pedagógicas relativas Parágrafo único. As famílias com crianças e ado-
ao desenvolvimento pessoal e social do educando preva- lescentes com deficiência terão prioridade de atendimen-
lecem sobre o aspecto produtivo. to nas ações e políticas públicas de prevenção e prote-
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pe- ção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
lo trabalho efetuado ou a participação na venda dos
produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educa- Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que
tivo. atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre ou-
tras, devem contar, em seus quadros, com pessoas ca-
ART. 69. O adolescente tem direito à profissiona- pacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar
lização e à proteção no trabalho, observados os seguin- suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra
tes aspectos, entre outros: crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046,
I - respeito à condição peculiar de pessoa em de- de 2014)
senvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado Parágrafo único. São igualmente responsáveis
de trabalho. pela comunicação de que trata este artigo, as pessoas
Título III - Da Prevenção encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, minis-
Capítulo I - Disposições Gerais tério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou
guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma
ART. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão,
de ameaça ou violação dos direitos da criança e do ado- culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de
lescente. 2014)
ART. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios deverão atuar de forma articulada na ART. 71. A criança e o adolescente têm direito a
elaboração de políticas públicas e na execução de ações informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetá-
destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de trata- culos e produtos e serviços que respeitem sua condição
mento cruel ou degradante e difundir formas não violen- peculiar de pessoa em desenvolvimento.
tas de educação de crianças e de adolescentes, tendo
ART. 72. As obrigações previstas nesta Lei não
como principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010,
excluem da prevenção especial outras decorrentes dos
de 2014)
princípios por ela adotados.
I - a promoção de campanhas educativas perma-
nentes para a divulgação do direito da criança e do ado- ART. 73. A inobservância das normas de preven-
lescente de serem educados e cuidados sem o uso de ção importará em responsabilidade da pessoa física ou
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e jurídica, nos termos desta Lei.
dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Capítulo II - Da Prevenção Especial
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciá- Seção I - Da informação, Cultura, Lazer,
rio, do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Esportes, Diversões e Espetáculos
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Cri-
ança e do Adolescente e com as entidades não gover- ART. 74. O poder público, através do órgão com-
namentais que atuam na promoção, proteção e defesa petente, regulará as diversões e espetáculos públicos,
dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído pela informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a
Lei nº 13.010, de 2014) que não se recomendem, locais e horários em que sua
III - a formação continuada e a capacitação dos apresentação se mostre inadequada.
profissionais de saúde, educação e assistência social e Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões
dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e
defesa dos direitos da criança e do adolescente para o de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informa-
desenvolvimento das competências necessárias à pre- ção destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa
venção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e etária especificada no certificado de classificação.

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ART. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso ART. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fo-
às diversões e espetáculos públicos classificados como ra da comarca onde reside, desacompanhada dos pais
adequados à sua faixa etária. ou responsável, sem expressa autorização judicial.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos § 1º A autorização não será exigida quando:
somente poderão ingressar e permanecer nos locais de a) tratar-se de comarca contígua à da residência
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos da criança, se na mesma unidade da Federação, ou in-
pais ou responsável. cluída na mesma região metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
ART. 76. As emissoras de rádio e televisão so- 1) de ascendente ou colateral maior, até o tercei-
mente exibirão, no horário recomendado para o público ro grau, comprovado documentalmente o parentesco;
infanto juvenil, programas com finalidades educativas, 2) de pessoa maior, expressamente autorizada
artísticas, culturais e informativas. pelo pai, mãe ou responsável.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apre- § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos
sentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, pais ou responsável, conceder autorização válida por
antes de sua transmissão, apresentação ou exibição. dois anos.

ART. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e ART. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior,
funcionários de empresas que explorem a venda ou alu- a autorização é dispensável, se a criança ou adolescen-
guel de fitas de programação em vídeo cuidarão para te:
que não haja venda ou locação em desacordo com a I - estiver acompanhado de ambos os pais ou res-
classificação atribuída pelo órgão competente. ponsável;
Parágrafo único. As fitas a que alude este Artigo II - viajar na companhia de um dos pais, autori-
deverão exibir, no invólucro, informação sobre a nature- zado expressamente pelo outro através de documento
za da obra e a faixa etária a que se destinam. com firma reconhecida.

ART. 78. As revistas e publicações contendo ma- ART. 85. Sem prévia e expressa autorização judi-
terial impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes cial, nenhuma criança ou adolescente nascido em territó-
deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, rio nacional poderá sair do País em companhia de es-
com a advertência de seu conteúdo. trangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as
capas que contenham mensagens pornográficas ou obs- Parte Especial
cenas sejam protegidas com embalagem opaca.
Título I - Da Política de Atendimento
ART. 79. As revistas e publicações destinadas ao Capítulo I - Disposições Gerais
público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações,
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas ART. 86. A política de atendimento dos direitos da
alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respei- criança e do adolescente far-se-á através de um conjun-
tar os valores éticos e sociais da pessoa e da família. to articulado de ações governamentais e não-
governamentais, da União, dos estados, do Distrito Fe-
ART. 80. Os responsáveis por estabelecimentos deral e dos municípios.
que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congê- ART. 87. São linhas de ação da política de aten-
nere ou por casas de jogos, assim entendidas as que dimento: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
realize apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para I - políticas sociais básicas;
que não seja permitida a entrada e a permanência de II - serviços, programas, projetos e benefícios de
crianças e adolescentes no local, afixando aviso para assistência social de garantia de proteção social e de
orientação do público. prevenção e redução de violações de direitos, seus agra-
Seção II vamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei nº
Dos Produtos e Serviços 13.257, de 2016)
III - serviços especiais de prevenção e atendimen-
ART. 81. É proibida a venda à criança ou ao ado-
to médico e psicossocial às vítimas de negligência,
lescente de:
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
I - armas, munições e explosivos;
IV - serviço de identificação e localização de pais,
II - bebidas alcoólicas;
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
III - produtos cujos componentes possam causar
V - proteção jurídico-social por entidades de defe-
dependência física ou psíquica ainda que por utilização
sa dos direitos da criança e do adolescente. (Vide Lei nº
indevida;
12.010, de 2009) Vigência
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto
VI - políticas e programas destinados a prevenir
aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes
ou abreviar o período de afastamento do convívio famili-
de provocar qualquer dano físico em caso de utilização
ar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivên-
indevida;
cia familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela
V - revistas e publicações a que alude o ART. 78;
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob
forma de guarda de crianças e adolescentes afastados
ART. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-
adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos
necessidades específicas de saúde ou com deficiências e
pais ou responsável.
de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Seção III
2009) Vigência
Da Autorização para Viajar
ART. 88. São diretrizes da política de atendimen-
to:
I - municipalização do atendimento;
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
II - criação de conselhos municipais, estaduais e § 1º As entidades governamentais e não gover-
nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos namentais deverão proceder à inscrição de seus progra-
deliberativos e controladores das ações em todos os mas, especificando os regimes de atendimento, na forma
níveis, assegurada a participação popular paritária por definida neste Artigo, no Conselho Municipal dos Direi-
meio de organizações representativas, segundo leis fe- tos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro
deral, estaduais e municipais; das inscrições e de suas alterações, do que fará comuni-
III - criação e manutenção de programas específi- cação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
cos, observada a descentralização político- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
administrativa; § 2º Os recursos destinados à implementação e
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e manutenção dos programas relacionados neste Artigo
municipais vinculados aos respectivos conselhos dos serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos
direitos da criança e do adolescente; públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Assistência Social, dentre outros, observando-se o prin-
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e As- cípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente
sistência Social, preferencialmente em um mesmo local, preconizado pelo caput do ART. 227 da Constituição
para efeito de agilização do atendimento inicial a adoles- Federal e pelo caput e parágrafo único do ART. 4º desta
cente a quem se atribua autoria de ato infracional; Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - integração operacional de órgãos do Judiciá- § 3º Os programas em execução serão reavalia-
rio, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e dos pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
encarregados da execução das políticas sociais básicas e Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, consti-
de assistência social, para efeito de agilização do aten- tuindo-se critérios para renovação da autorização de
dimento de crianças e de adolescentes inseridos em funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
programas de acolhimento familiar ou institucional, com 2009) Vigência
vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, I - o efetivo respeito às regras e princípios desta
se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, Lei, bem como às resoluções relativas à modalidade de
sua colocação em família substituta, em quaisquer das atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
modalidades previstas no ART. 28 desta Lei; (Redação Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os ní-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência veis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
VII - mobilização da opinião pública para a indis- cia
pensável participação dos diversos segmentos da socie- II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvol-
dade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- vido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério
cia Público e pela Justiça da Infância e da Juventude; (In-
VIII - especialização e formação continuada dos cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
profissionais que trabalham nas diferentes áreas da III - em se tratando de programas de acolhimento
atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos institucional ou familiar, serão considerados os índices
sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infan- de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à
til; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) família substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei
IX - formação profissional com abrangência dos nº 12.010, de 2009) Vigência
diversos direitos da criança e do adolescente que favore-
ça a intersetorialidade no atendimento da criança e do ART. 91. As entidades não-governamentais so-
adolescente e seu desenvolvimento integral; (Incluído mente poderão funcionar depois de registradas no Con-
pela Lei nº 13.257, de 2016) selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescen-
X - realização e divulgação de pesquisas sobre te, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência. autoridade judiciária da respectiva localidade. (Vide Lei
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Será negado o registro à entidade que: (In-
ART. 89. A função de membro do conselho nacio- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nal e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos a) não ofereça instalações físicas em condições
da criança e do adolescente é considerada de interesse adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
público relevante e não será remunerada. segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível
Capítulo II - Das Entidades de Atendimento com os princípios desta Lei;
Seção I - Disposições Gerais c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
ART. 90. As entidades de atendimento são res- e) não se adequar ou deixar de cumprir as resolu-
ponsáveis pela manutenção das próprias unidades, as- ções e deliberações relativas à modalidade de atendi-
sim como pelo planejamento e execução de programas mento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos
de proteção e socioeducativos destinados a crianças e da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (In-
adolescentes, em regime de: cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - orientação e apoio sócio familiar; § 2º O registro terá validade máxima de 4 (qua-
II - apoio socioeducativo em meio aberto; tro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos
III - colocação familiar; da Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o
IV - acolhimento institucional; (Redação dada cabimento de sua renovação, observado o disposto no §
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 1º deste Artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
V - prestação de serviços à comunidade; (Reda- 2009) Vigência
ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei ART. 92. As entidades que desenvolvam progra-
nº 12.594, de 2012) mas de acolhimento familiar ou institucional deverão
VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei adotar os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei
nº 12.594, de 2012) nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012)
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
I - preservação dos vínculos familiares e promo- horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de
ção da reintegração familiar; (Redação dada pela Lei responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
nº 12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
II - integração em família substituta, quando es- Parágrafo único. Recebida a comunicação, a auto-
gotados os recursos de manutenção na família natural ridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se neces-
ou extensa; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de sário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as
2009) Vigência medidas necessárias para promover a imediata reinte-
III - atendimento personalizado e em pequenos gração familiar da criança ou do adolescente ou, se por
grupos; qualquer razão não for isso possível ou recomendável,
IV - desenvolvimento de atividades em regime de para seu encaminhamento a programa de acolhimento
coeducação; familiar, institucional ou a família substituta, observado
V - não desmembramento de grupos de irmãos; o disposto no § 2º do ART. 101 desta Lei. (Incluído
VI - evitar, sempre que possível, a transferência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
para outras entidades de crianças e adolescentes abri-
gados; ART. 94. As entidades que desenvolvem progra-
VII - participação na vida da comunidade local; mas de internação têm as seguintes obrigações, entre
VIII - preparação gradativa para o desligamento; outras:
IX - participação de pessoas da comunidade no I - observar os direitos e garantias de que são ti-
processo educativo. tulares os adolescentes;
§ 1º O dirigente de entidade que desenvolve pro- II - não restringir nenhum direito que não tenha
grama de acolhimento institucional é equiparado ao sido objeto de restrição na decisão de internação;
guardião, para todos os efeitos de direito. (Incluído III - oferecer atendimento personalizado, em pe-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência quenas unidades e grupos reduzidos;
§ 2º Os dirigentes de entidades que desenvolvem IV - preservar a identidade e oferecer ambiente
programas de acolhimento familiar ou institucional re- de respeito e dignidade ao adolescente;
meterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 V - diligenciar no sentido do restabelecimento e
(seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situa- da preservação dos vínculos familiares;
ção de cada criança ou adolescente acolhido e sua famí- VI - comunicar à autoridade judiciária, periodica-
lia, para fins da reavaliação prevista no § 1º do ART. 19 mente, os casos em que se mostre inviável ou impossí-
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) vel o reatamento dos vínculos familiares;
Vigência VII - oferecer instalações físicas em condições
§ 3º Os entes federados, por intermédio dos Po- adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
deres Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
a permanente qualificação dos profissionais que atuam VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes
direta ou indiretamente em programas de acolhimento e adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
institucional e destinados à colocação familiar de crian- IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos,
ças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciá- odontológicos e farmacêuticos;
rio, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído X - propiciar escolarização e profissionalização;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de
§ 4º Salvo determinação em contrário da autori- lazer;
dade judiciária competente, as entidades que desenvol- XII - propiciar assistência religiosa àqueles que
vem programas de acolhimento familiar ou institucional, desejarem, de acordo com suas crenças;
se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada
órgãos de assistência social, estimularão o contato da caso;
criança ou adolescente com seus pais e parentes, em XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com in-
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput tervalo máximo de seis meses, dando ciência dos resul-
deste Artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) tados à autoridade competente;
Vigência XV - informar, periodicamente, o adolescente in-
§ 5º As entidades que desenvolvem programas de ternado sobre sua situação processual;
acolhimento familiar ou institucional somente poderão XVI - comunicar às autoridades competentes to-
receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos os casos de adolescentes portadores de moléstias
dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (In- infectocontagiosas;
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência XVII - fornecer comprovante de depósito dos per-
§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei tences dos adolescentes;
pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de XVIII - manter programas destinados ao apoio e
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua acompanhamento de egressos;
destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsa- XIX - providenciar os documentos necessários ao
bilidade administrativa, civil e criminal. (Incluído pela exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência XX - manter arquivo de anotações onde constem
§ 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 data e circunstâncias do atendimento, nome do adoles-
(três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á espe- cente, seus pais ou responsável, parentes, endereços,
cial atenção à atuação de educadores de referência está- sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação
veis e qualitativamente significativos, às rotinas específi- de seus pertences e demais dados que possibilitem sua
cas e ao atendimento das necessidades básicas, incluin- identificação e a individualização do atendimento.
do as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº § 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações
13.257, de 2016) constantes deste Artigo às entidades que mantêm pro-
gramas de acolhimento institucional e familiar. (Reda-
ART. 93. As entidades que mantenham programa ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de acolhimento institucional poderão, em caráter excep- § 2º No cumprimento das obrigações a que alude
cional e de urgência, acolher crianças e adolescentes este Artigo as entidades utilizarão preferencialmente os
sem prévia determinação da autoridade competente, recursos da comunidade.
fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro)
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ART. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, ART. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão
que abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se
ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos famili-
quadros, profissionais capacitados a reconhecer e repor- ares e comunitários. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
tar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de gência
maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de Parágrafo único. São também princípios que re-
2014) gem a aplicação das medidas: (Incluído pela Lei nº
Seção II - Da Fiscalização das Entidades 12.010, de 2009) Vigência
I - condição da criança e do adolescente como su-
ART. 95. As entidades governamentais e não- jeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titula-
governamentais referidas no ART. 90 serão fiscalizadas res dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem
pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos como na Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº
Tutelares. 12.010, de 2009) Vigência
II - proteção integral e prioritária: a interpretação
ART. 96. Os planos de aplicação e as prestações e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei
de contas serão apresentados ao estado ou ao municí- deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
pio, conforme a origem das dotações orçamentárias. direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ART. 97. São medidas aplicáveis às entidades de III - responsabilidade primária e solidária do po-
atendimento que descumprirem obrigação constante do der público: a plena efetivação dos direitos assegurados
ART. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e crimi- a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constitui-
nal de seus dirigentes ou prepostos: (Vide Lei nº 12.010, ção Federal, salvo nos casos por esta expressamente
de 2009) Vigência ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária
I - às entidades governamentais: das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da muni-
a) advertência; cipalização do atendimento e da possibilidade da execu-
b) afastamento provisório de seus dirigentes; ção de programas por entidades não governamentais;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
d) fechamento de unidade ou interdição de pro- IV - interesse superior da criança e do adolescen-
grama. te: a intervenção deve atender prioritariamente aos
II - às entidades não-governamentais: interesses e direitos da criança e do adolescente, sem
a) advertência; prejuízo da consideração que for devida a outros interes-
b) suspensão total ou parcial do repasse de ver- ses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses
bas públicas; presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº
c) interdição de unidades ou suspensão de pro- 12.010, de 2009) Vigência
grama; V - privacidade: a promoção dos direitos e prote-
d) cassação do registro. ção da criança e do adolescente deve ser efetuada no
§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da
por entidades de atendimento, que coloquem em risco sua vida privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato co- 2009) Vigência
municado ao Ministério Público ou representado perante VI - intervenção precoce: a intervenção das auto-
autoridade judiciária competente para as providências ridades competentes deve ser efetuada logo que a situa-
cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolu- ção de perigo seja conhecida; (Incluído pela Lei nº
ção da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser
§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições
organizações não governamentais responderão pelos cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos
danos que seus agentes causarem às crianças e aos direitos e à proteção da criança e do adolescente; (In-
adolescentes, caracterizado o descumprimento dos prin- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cípios norteadores das atividades de proteção específica. VIII - proporcionalidade e atualidade: a interven-
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- ção deve ser a necessária e adequada à situação de
cia perigo em que a criança ou o adolescente se encontram
no momento em que a decisão é tomada; (Incluído
Título II - Das Medidas de Proteção pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Capítulo I - Disposições Gerais IX - responsabilidade parental: a intervenção de-
ve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus
ART. 98. As medidas de proteção à criança e ao deveres para com a criança e o adolescente; (Incluído
adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reco- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: X - prevalência da família: na promoção de direi-
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Esta- tos e na proteção da criança e do adolescente deve ser
do; dada prevalência às medidas que os mantenham ou
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou res- reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isto
ponsável; não for possível, que promovam a sua integração em
III - em razão de sua conduta. família substituta; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Capítulo II XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o
Das Medidas Específicas de Proteção adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento
e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável
ART. 99. As medidas previstas neste Capítulo po- devem ser informados dos seus direitos, dos motivos
derão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem que determinaram a intervenção e da forma como esta
como substituídas a qualquer tempo. se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e § 4º Imediatamente após o acolhimento da crian-
o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, ça ou do adolescente, a entidade responsável pelo pro-
de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como grama de acolhimento institucional ou familiar elaborará
os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e um plano individual de atendimento, visando à reinte-
a participar nos atos e na definição da medida de pro- gração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita
moção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião e fundamentada em contrário de autoridade judiciária
devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contemplar
competente, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do sua colocação em família substituta, observadas as re-
ART. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de gras e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º O plano individual será elaborado sob a res-
ART. 101. Verificada qualquer das hipóteses pre- ponsabilidade da equipe técnica do respectivo programa
vistas no ART. 98, a autoridade competente poderá de atendimento e levará em consideração a opinião da
determinar, dentre outras, as seguintes medidas: criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do res-
I - encaminhamento aos pais ou responsável, me- ponsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
diante termo de responsabilidade; Vigência
II - orientação, apoio e acompanhamento tempo- § 6º Constarão do plano individual, dentre outros:
rários; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - matrícula e frequência obrigatórias em esta- I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
belecimento oficial de ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou II - os compromissos assumidos pelos pais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da família, responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de
da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei 2009) Vigência
nº 13.257, de 2016) III - a previsão das atividades a serem desenvol-
V - requisição de tratamento médico, psicológico vidas com a criança ou com o adolescente acolhido e
ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; seus pais ou responsável, com vista na reintegração
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fun-
de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxi- damentada determinação judicial, as providências a
cômanos; serem tomadas para sua colocação em família substitu-
VII - acolhimento institucional; (Redação dada ta, sob direta supervisão da autoridade judiciária. (In-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - inclusão em programa de acolhimento fami- § 7º O acolhimento familiar ou institucional ocor-
liar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) rerá no local mais próximo à residência dos pais ou do
Vigência responsável e, como parte do processo de reintegração
IX - colocação em família substituta. (Incluído familiar, sempre que identificada a necessidade, a famí-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência lia de origem será incluída em programas oficiais de
§ 1º O acolhimento institucional e o acolhimento orientação, de apoio e de promoção social, sendo facili-
familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizá- tado e estimulado o contato com a criança ou com o
veis como forma de transição para reintegração familiar adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010,
ou, não sendo esta possível, para colocação em família de 2009) Vigência
substituta, não implicando privação de liberdade. (In- § 8º Verificada a possibilidade de reintegração
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência familiar, o responsável pelo programa de acolhimento
§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emer- familiar ou institucional fará imediata comunicação à
genciais para proteção de vítimas de violência ou abuso autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Públi-
sexual e das providências a que alude o ART. 130 desta co, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual pra-
Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio zo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
familiar é de competência exclusiva da autoridade judici- § 9º Em sendo constatada a impossibilidade de
ária e importará na deflagração, a pedido do Ministério reintegração da criança ou do adolescente à família de
Público ou de quem tenha legítimo interesse, de proce- origem, após seu encaminhamento a programas oficiais
dimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social,
ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da será enviado relatório fundamentado ao Ministério Públi-
ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de co, no qual conste a descrição pormenorizada das provi-
2009) Vigência dências tomadas e a expressa recomendação, subscrita
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execu-
ser encaminhados às instituições que executam progra- ção da política municipal de garantia do direito à convi-
mas de acolhimento institucional, governamentais ou vência familiar, para a destituição do poder familiar, ou
não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida destituição de tutela ou guarda. (Incluído pela Lei nº
pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente 12.010, de 2009) Vigência
constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público te-
de 2009) Vigência rá o prazo de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação
I - sua identificação e a qualificação completa de de destituição do poder familiar, salvo se entender ne-
seus pais ou de seu responsável, se conhecidos; (Inclu- cessária a realização de estudos complementares ou
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência outras providências que entender indispensáveis ao
II - o endereço de residência dos pais ou do res- ajuizamento da demanda. (Incluído pela Lei nº
ponsável, com pontos de referência; (Incluído pela Lei 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada
III - os nomes de parentes ou de terceiros inte- comarca ou foro regional, um cadastro contendo infor-
ressados em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei mações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em
nº 12.010, de 2009) Vigência regime de acolhimento familiar e institucional sob sua
IV - os motivos da retirada ou da não reintegra- responsabilidade, com informações pormenorizadas
ção ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, sobre a situação jurídica de cada um, bem como as pro-
de 2009) Vigência vidências tomadas para sua reintegração familiar ou
100
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
colocação em família substituta, em qualquer das moda- ART. 107. A apreensão de qualquer adolescente e
lidades previstas no ART. 28 desta Lei. (Incluído pela o local onde se encontra recolhido serão incontinenti
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência comunicados à autoridade judiciária competente e à
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Públi- família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
co, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob
Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação
e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais in- imediata.
cumbe deliberar sobre a implementação de políticas
públicas que permitam reduzir o número de crianças e ART. 108. A internação, antes da sentença, pode
adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco
período de permanência em programa de acolhimento. dias.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamen-
tada e basear-se em indícios suficientes de autoria e
ART. 102. As medidas de proteção de que trata materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da
este Capítulo serão acompanhadas da regularização do medida.
registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, ART. 109. O adolescente civilmente identificado
o assento de nascimento da criança ou adolescente será não será submetido a identificação compulsória pelos
feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requi- órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito
sição da autoridade judiciária. de confrontação, havendo dúvida fundada.
§ 2º Os registros e certidões necessários à regula-
rização de que trata este Artigo são isentos de multas, Capítulo III - Das Garantias Processuais
custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será ART. 110. Nenhum adolescente será privado de
deflagrado procedimento específico destinado à sua sua liberdade sem o devido processo legal.
averiguação, conforme previsto pela Lei nº 8.560, de 29
de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, ART. 111. São asseguradas ao adolescente, entre
de 2009) Vigência outras, as seguintes garantias:
§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste Arti- I - pleno e formal conhecimento da atribuição de
go, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;
de paternidade pelo Ministério Público se, após o não II - igualdade na relação processual, podendo
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada todas as provas necessárias à sua defesa;
para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) III - defesa técnica por advogado;
Vigência IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
§ 5o Os registros e certidões necessários à inclu- necessitados, na forma da lei;
são, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de V - direito de ser ouvido pessoalmente pela auto-
nascimento são isentos de multas, custas e emolumen- ridade competente;
tos, gozando de absoluta prioridade. (Incluído dada VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
pela Lei nº 13.257, de 2016) responsável em qualquer fase do procedimento.
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averba-
ção requerida do reconhecimento de paternidade no Capítulo IV - Das Medidas Socioeducativas
assento de nascimento e a certidão correspondente. Seção I - Disposições Gerais
(Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
ART. 112. Verificada a prática de ato infracional,
Título III - Da Prática de Ato Infracional a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
Capítulo I - Disposições Gerais as seguintes medidas:
I - advertência;
ART. 103. Considera-se ato infracional a conduta II - obrigação de reparar o dano;
descrita como crime ou contravenção penal. III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
ART. 104. São penalmente inimputáveis os me- V - inserção em regime de semiliberdade;
nores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas VI - internação em estabelecimento educacional;
nesta Lei. VII - qualquer uma das previstas no ART. 101, I a
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve VI.
ser considerada a idade do adolescente à data do fato. § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em
conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e
ART. 105. Ao ato infracional praticado por criança a gravidade da infração.
corresponderão as medidas previstas no ART. 101. § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum,
será admitida a prestação de trabalho forçado.
Capítulo II § 3º Os adolescentes portadores de doença ou de-
Dos Direitos Individuais ficiência mental receberão tratamento individual e espe-
cializado, em local adequado às suas condições.
ART. 106. Nenhum adolescente será privado de
sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou ART. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto
por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciá- nos arts. 99 e 100.
ria competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à iden- ART. 114. A imposição das medidas previstas nos
tificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo incisos II a VI do ART. 112 pressupõe a existência de
ser informado acerca de seus direitos. provas suficientes da autoria e da materialidade da in-
fração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos
do ART. 127.
101
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplica- § 2º A medida não comporta prazo determinado
da sempre que houver prova da materialidade e indícios aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à
suficientes da autoria. internação.
Seção VII - Da Internação
Seção II - Da Advertência
ART. 121. A internação constitui medida privativa
ART. 115. A advertência consistirá em admoesta- da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excep-
ção verbal, que será reduzida a termo e assinada. cionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
Seção III - Da Obrigação de Reparar o Dano desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades ex-
ART. 116. Em se tratando de ato infracional com ternas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, expressa determinação judicial em contrário.
se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promo- § 2º A medida não comporta prazo determinado,
va o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, com- devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante deci-
pense o prejuízo da vítima. são fundamentada, no máximo a cada seis meses.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibili- § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de
dade, a medida poderá ser substituída por outra ade- internação excederá a três anos.
quada. § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo
anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em
Seção IV regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.
Da Prestação de Serviços à Comunidade § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um
anos de idade.
ART. 117. A prestação de serviços comunitários § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será
consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
geral, por período não excedente a seis meses, junto a Público.
entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros esta- § 7º A determinação judicial mencionada no § 1º
belecimentos congêneres, bem como em programas poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade
comunitários ou governamentais. judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas con-
ART. 122. A medida de internação só poderá ser
forme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpri-
aplicada quando:
das durante jornada máxima de oito horas semanais,
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante
aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de
grave ameaça ou violência a pessoa;
modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jorna-
II - por reiteração no cometimento de outras in-
da normal de trabalho.
frações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável
Seção V - Da Liberdade Assistida
da medida anteriormente imposta.
ART. 118. A liberdade assistida será adotada § 1º O prazo de internação na hipótese do inciso
sempre que se afigurar a medida mais adequada para o III deste Artigo não poderá ser superior a 3 (três) me-
fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. ses, devendo ser decretada judicialmente após o devido
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594,
para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomenda- de 2012)
da por entidade ou programa de atendimento. § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a inter-
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo nação, havendo outra medida adequada.
mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
ART. 123. A internação deverá ser cumprida em
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida,
entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto
ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separa-
ART. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e ção por critérios de idade, compleição física e gravidade
a supervisão da autoridade competente, a realização dos da infração.
seguintes encargos, entre outros: Parágrafo único. Durante o período de internação,
I - promover socialmente o adolescente e sua fa- inclusive provisória, serão obrigatórias atividades peda-
mília, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se gógicas.
necessário, em programa oficial ou comunitário de auxí-
lio e assistência social; ART. 124. São direitos do adolescente privado de
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento liberdade, entre outros, os seguintes:
escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua ma- I - entrevistar-se pessoalmente com o represen-
trícula; tante do Ministério Público;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; III - avistar-se reservadamente com seu defen-
IV - apresentar relatório do caso. sor;
IV - ser informado de sua situação processual,
Seção VI - Do Regime de Semiliberdade sempre que solicitada;
V - ser tratado com respeito e dignidade;
ART. 120. O regime de semiliberdade pode ser VI - permanecer internado na mesma localidade
determinado desde o início, ou como forma de transição ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou
para o meio aberto, possibilitada a realização de ativida- responsável;
des externas, independentemente de autorização judici- VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
al. VIII - corresponder-se com seus familiares e ami-
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissi- gos;
onalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene
os recursos existentes na comunidade. e asseio pessoal;

102
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
X - habitar alojamento em condições adequadas X - suspensão ou destituição do pátrio poderpo-
de higiene e salubridade; der familiar. (Expressão substituída pela Lei nº
XI - receber escolarização e profissionalização; 12.010, de 2009) Vigência
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de Parágrafo único. Na aplicação das medidas previs-
lazer: tas nos incisos IX e X deste Artigo, observar-se-á o
XIII - ter acesso aos meios de comunicação soci- disposto nos arts. 23 e 24.
al;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua ART. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos,
crença, e desde que assim o deseje; opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou res-
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e ponsável, a autoridade judiciária poderá determinar,
dispor de local seguro para guardá-los, recebendo com- como medida cautelar, o afastamento do agressor da
provante daqueles porventura depositados em poder da moradia comum.
entidade; Parágrafo único. Da medida cautelar constará,
XVI - receber, quando de sua desinternação, os ainda, a fixação provisória dos alimentos de que necessi-
documentos pessoais indispensáveis à vida em socieda- tem a criança ou o adolescente dependentes do agres-
de. sor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011)
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
Título V - Do Conselho Tutelar
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender
Capítulo I - Disposições Gerais
temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsá-
vel, se existirem motivos sérios e fundados de sua pre- ART. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanen-
judicialidade aos interesses do adolescente. te e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela soci-
edade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança
ART. 125. É dever do Estado zelar pela integrida-
e do adolescente, definidos nesta Lei.
de física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as
medidas adequadas de contenção e segurança. ART. 132. Em cada Município e em cada Região
Capítulo V - Da Remissão Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1
(um) Conselho Tutelar como órgão integrante da admi-
ART. 126. Antes de iniciado o procedimento judi-
nistração pública local, composto de 5 (cinco) membros,
cial para apuração de ato infracional, o representante do
escolhidos pela população local para mandato de 4 (qua-
Ministério Público poderá conceder a remissão, como
tro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante novo
forma de exclusão do processo, atendendo às circuns-
processo de escolha. (Redação dada pela Lei nº
tâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem
12.696, de 2012)
como à personalidade do adolescente e sua maior ou
menor participação no ato infracional.
ART. 133. Para a candidatura a membro do Con-
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a con-
selho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
cessão da remissão pela autoridade judiciária importará
I - reconhecida idoneidade moral;
na suspensão ou extinção do processo.
II - idade superior a vinte e um anos;
III - residir no município.
ART. 127. A remissão não implica necessariamen-
te o reconhecimento ou comprovação da responsabilida- ART. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre
de, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo o local, dia e horário de funcionamento do Conselho
incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medi- Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos
das previstas em lei, exceto a colocação em regime de membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação
semiliberdade e a internação. dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei
ART. 128. A medida aplicada por força da remis-
nº 12.696, de 2012)
são poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,
II - gozo de férias anuais remuneradas, acresci-
mediante pedido expresso do adolescente ou de seu
das de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;
representante legal, ou do Ministério Público.
(Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Título IV - Das Medidas Pertinentes aos Pais III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº
ou Responsável 12.696, de 2012)
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº
ART. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou 12.696, de 2012)
responsável: V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº
I - encaminhamento a serviços e programas ofi- 12.696, de 2012)
ciais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família; (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de Parágrafo único. Constará da lei orçamentária
2016) municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos
II - inclusão em programa oficial ou comunitário necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à
de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxi- remuneração e formação continuada dos conselheiros
cômanos; tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou 2012)
psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de ART. 135. O exercício efetivo da função de conse-
orientação; lheiro constituirá serviço público relevante e estabelece-
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e rá presunção de idoneidade moral. (Redação dada
acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar; pela Lei nº 12.696, de 2012)
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adoles-
cente a tratamento especializado; Capítulo II - Das Atribuições do Conselho
VII - advertência;
VIII - perda da guarda; ART. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
IX - destituição da tutela;
103
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóte- eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de
ses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas 2012)
previstas no ART. 101, I a VII; § 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de
aplicando as medidas previstas no ART. 129, I a VII; escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
III - promover a execução de suas decisões, po- § 3º No processo de escolha dos membros do
dendo para tanto: Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer,
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pes-
educação, serviço social, previdência, trabalho e segu- soal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno
rança; valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
b) representar junto à autoridade judiciária nos
casos de descumprimento injustificado de suas delibera- Capítulo V – Dos Impedimentos
ções. ART. 140. São impedidos de servir no mesmo
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes,
fato que constitua infração administrativa ou penal con- sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o
tra os direitos da criança ou adolescente; cunhado, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e entea-
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de do.
sua competência; Parágrafo único. Estende-se o impedimento do
VI - providenciar a medida estabelecida pela auto- conselheiro, na forma deste Artigo, em relação à auto-
ridade judiciária, dentre as previstas no ART. 101, de I a ridade judiciária e ao representante do Ministério Público
VI, para o adolescente autor de ato infracional; com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em
VII - expedir notificações; exercício na comarca, foro regional ou distrital.
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbi-
Título VI - Do Acesso à Justiça
to de criança ou adolescente quando necessário;
Capítulo I- Disposições Gerais
IX - assessorar o Poder Executivo local na elabo-
ração da proposta orçamentária para planos e progra- ART. 141. É garantido o acesso de toda criança
mas de atendimento dos direitos da criança e do adoles- ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Públi-
cente; co e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
X - representar, em nome da pessoa e da família, § 1º. A assistência judiciária gratuita será presta-
contra a violação dos direitos previstos no ART. 220, § da aos que dela necessitarem, através de defensor pú-
3º, inciso II, da Constituição Federal; blico ou advogado nomeado.
XI - representar ao Ministério Público para efeito § 2º As ações judiciais da competência da Justiça
das ações de perda ou suspensão do poder familiar, da Infância e da Juventude são isentas de custas e emo-
após esgotadas as possibilidades de manutenção da lumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
criança ou do adolescente junto à família natural. (Re-
dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ART. 142. Os menores de dezesseis anos serão
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribui- representados e os maiores de dezesseis e menores de
ções, o Conselho Tutelar entender necessário o afasta- vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou
mento do convívio familiar, comunicará incontinenti o curadores, na forma da legislação civil ou processual.
fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações Parágrafo único. A autoridade judiciária dará cu-
sobre os motivos de tal entendimento e as providências rador especial à criança ou adolescente, sempre que os
tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social interesses destes colidirem com os de seus pais ou res-
da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) ponsável, ou quando carecer de representação ou assis-
Vigência tência legal ainda que eventual.
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos
grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento ART. 143. E vedada a divulgação de atos judici-
para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em ais, policiais e administrativos que digam respeito a
crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato
de 2014) infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fa-
ART. 137. As decisões do Conselho Tutelar so- to não poderá identificar a criança ou adolescente, ve-
mente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a dando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação,
pedido de quem tenha legítimo interesse. parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e
sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de
Capítulo III - Da Competência 12.11.2003)
ART. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra ART. 144. A expedição de cópia ou certidão de
de competência constante do ART. 147. atos a que se refere o Artigo anterior somente será
deferida pela autoridade judiciária competente, se de-
Capítulo IV - Da Escolha dos Conselheiros
monstrado o interesse e justificada a finalidade.
ART. 139. O processo para a escolha dos mem-
bros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei muni- Capítulo II
cipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Da Justiça da Infância e da Juventude
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a Seção I - Disposições Gerais
fiscalização do Ministério Público. (Redação dada pela
Lei nº 8.242, de 12.10.1991) ART. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão
criar varas especializadas e exclusivas da infância e da
§ 1º O processo de escolha dos membros do Con- juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
selho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o terri- proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de
tório nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro do- infraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive
mingo do mês de outubro do ano subsequente ao da em plantões.
Seção II - Do Juiz

104
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ART. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é I - a entrada e permanência de criança ou adoles-
o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce cente, desacompanhado dos pais ou responsável, em:
essa função, na forma da lei de organização judiciária a) estádio, ginásio e campo desportivo;
local. b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
ART. 147. A competência será determinada: d) casa que explore comercialmente diversões
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; eletrônicas;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou ado- e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e
lescente, à falta dos pais ou responsável. televisão.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competen- II - a participação de criança e adolescente em:
te a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas a) espetáculos públicos e seus ensaios;
as regras de conexão, continência e prevenção. b) certames de beleza.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada § 1º Para os fins do disposto neste Artigo, a au-
à autoridade competente da residência dos pais ou res- toridade judiciária levará em conta, dentre outros fato-
ponsável, ou do local onde sediar-se a entidade que res:
abrigar a criança ou adolescente. a) os princípios desta Lei;
§ 3º Em caso de infração cometida através de b) as peculiaridades locais;
transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja c) a existência de instalações adequadas;
mais de uma comarca, será competente, para aplicação d) o tipo de frequência habitual ao local;
da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede e) a adequação do ambiente a eventual participa-
estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia ção ou frequência de crianças e adolescentes;
para todas as transmissoras ou retransmissoras do res- f) a natureza do espetáculo.
pectivo estado. § 2º As medidas adotadas na conformidade deste
Artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, veda-
ART. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é das as determinações de caráter geral.
competente para:
I - conhecer de representações promovidas pelo Seção III
Ministério Público, para apuração de ato infracional atri- Dos Serviços Auxiliares
buído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
II - conceder a remissão, como forma de suspen- ART. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elabora-
são ou extinção do processo; ção de sua proposta orçamentária, prever recursos para
III - conhecer de pedidos de adoção e seus inci- manutenção de equipe interprofissional, destinada a
dentes; assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
IV - conhecer de ações civis fundadas em interes-
ART. 151. Compete à equipe interprofissional
ses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela
adolescente, observado o disposto no ART. 209;
legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante
V - conhecer de ações decorrentes de irregulari-
laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim de-
dades em entidades de atendimento, aplicando as medi-
senvolver trabalhos de aconselhamento, orientação,
das cabíveis;
encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imedi-
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos
ata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a
de infrações contra norma de proteção à criança ou ado-
livre manifestação do ponto de vista técnico.
lescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Con- Capítulo III - Dos Procedimentos
selho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. Seção I
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou Disposições Gerais
adolescente nas hipóteses do ART. 98, é também com-
petente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim ART. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei
de: aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; na legislação processual pertinente. (Vide Lei nº 12.010,
b) conhecer de ações de destituição do pátrio po- de 2009) Vigência
derpoder familiar, perda ou modificação da tutela ou Parágrafo único. É assegurada, sob pena de res-
guarda; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, ponsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos
de 2009) Vigência processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o como na execução dos atos e diligências judiciais a eles
casamento; referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
d) conhecer de pedidos baseados em discordância Vigência
paterna ou materna, em relação ao exercício do pátrio
poderpoder familiar; (Expressão substituída pela Lei ART. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
nº 12.010, de 2009) Vigência corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra
e) conceder a emancipação, nos termos da lei ci- lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e
vil, quando faltarem os pais; ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o
f) designar curador especial em casos de apresen- Ministério Público. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
tação de queixa ou representação, ou de outros proce- cia
dimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interes- Parágrafo único. O disposto neste Artigo não se
ses de criança ou adolescente; aplica para o fim de afastamento da criança ou do ado-
g) conhecer de ações de alimentos; lescente de sua família de origem e em outros procedi-
h) determinar o cancelamento, a retificação e o mentos necessariamente contenciosos. (Incluído pela
suprimento dos registros de nascimento e óbito. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

ART. 149. Compete à autoridade judiciária disci- ART. 154. Aplica-se às multas o disposto no ART.
plinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alva- 214.
rá: Seção II
105
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Da Perda e da Suspensão do Pátrio PoderPo- desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
der Familiar 2009) Vigência
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, § 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades
de 2009) Vigência indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à
equipe profissional ou multidisciplinar referida no § 1º
ART.155. O procedimento para a perda ou a sus- deste Artigo, de representantes do órgão federal res-
pensão do pátrio poderpoder familiar terá início por pro- ponsável pela política indigenista, observado o disposto
vocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo no § 6º do ART. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei
interesse. (Expressão substituída pela Lei nº nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 3º Se o pedido importar em modificação de
guarda, será obrigatória, desde que possível e razoável,
ART. 156. A petição inicial indicará: a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu está-
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; gio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
II - o nome, o estado civil, a profissão e a resi- implicações da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010,
dência do requerente e do requerido, dispensada a quali- de 2009) Vigência
ficação em se tratando de pedido formulado por repre- § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que
sentante do Ministério Público; esses forem identificados e estiverem em local conheci-
III - a exposição sumária do fato e o pedido; do. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de li-
desde logo, o rol de testemunhas e documentos. berdade, a autoridade judicial requisitará sua apresenta-
ção para a oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
ART. 157. Havendo motivo grave, poderá a auto-
2014)
ridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a
suspensão do pátrio poderpoder familiar, liminar ou ART. 162. Apresentada a resposta, a autoridade
incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por
ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idô- cinco dias, salvo quando este for o requerente, desig-
nea, mediante termo de responsabilidade. (Expressão nando, desde logo, audiência de instrução e julgamento.
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º A requerimento de qualquer das partes, do
Ministério Público, ou de ofício, a autoridade judiciária
ART. 158. O requerido será citado para, no prazo
poderá determinar a realização de estudo social ou, se
de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as pro-
possível, de perícia por equipe interprofissional.
vas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Minis-
testemunhas e documentos.
tério Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-
Parágrafo único. Deverão ser esgotados todos os
se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresen-
meios para a citação pessoal.
tado por escrito, manifestando-se sucessivamente o
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo tem-
todos os meios para sua realização. (Incluído pela Lei po de vinte minutos cada um, prorrogável por mais dez.
nº 12.962, de 2014) A decisão será proferida na audiência, podendo a autori-
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser dade judiciária, excepcionalmente, designar data para
citado pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de sua leitura no prazo máximo de cinco dias.
2014)
ART. 163. O prazo máximo para conclusão do
ART. 159. Se o requerido não tiver possibi-
procedimento será de 120 (cento e vinte) dias. (Reda-
lidade de constituir advogado, sem prejuízo do próprio
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sustento e de sua família, poderá requerer, em cartório,
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda
que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apre-
ou a suspensão do poder familiar será averbada à mar-
sentação de resposta, contando-se o prazo a partir da
gem do registro de nascimento da criança ou do adoles-
intimação do despacho de nomeação.
cente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
Parágrafo único. Na hipótese de requerido priva-
cia
do de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no
Seção III - Da Destituição da Tutela
momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja
nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
ART. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á
2014)
o procedimento para a remoção de tutor previsto na lei
ART. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciá- processual civil e, no que couber, o disposto na seção
ria requisitará de qualquer repartição ou órgão público a anterior.
apresentação de documento que interesse à causa, de
Seção IV - Da Colocação em Família Substituta
ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério
Público. ART. 165. São requisitos para a concessão de pe-
didos de colocação em família substituta:
ART. 161. Não sendo contestado o pedido, a au-
I - qualificação completa do requerente e de seu
toridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério
eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa
Público, por cinco dias, salvo quando este for o reque-
anuência deste;
rente, decidindo em igual prazo.
II - indicação de eventual parentesco do reque-
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a reque-
rente e de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança
rimento das partes ou do Ministério Público, determinará
ou adolescente, especificando se tem ou não parente
a realização de estudo social ou perícia por equipe inter-
vivo;
profissional ou multidisciplinar, bem como a oitiva de
III - qualificação completa da criança ou adoles-
testemunhas que comprovem a presença de uma das
cente e de seus pais, se conhecidos;
causas de suspensão ou destituição do poder familiar
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nasci-
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei nº 10.406, de
mento, anexando, se possível, uma cópia da respectiva
10 de janeiro de 2002 - Código Civil, ou no ART. 24
certidão;

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
V - declaração sobre a existência de bens, direitos deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº
ou rendimentos relativos à criança ou ao adolescente. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, ob- Parágrafo único. A perda ou a modificação da
servar-se-ão também os requisitos específicos. guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do pro-
cedimento, observado o disposto no ART. 35.
ART. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem si-
do destituídos ou suspensos do poder familiar, ou hou- ART. 170. Concedida a guarda ou a tutela, obser-
verem aderido expressamente ao pedido de colocação var-se-á o disposto no ART. 32, e, quanto à adoção, o
em família substituta, este poderá ser formulado direta- contido no ART. 47. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
mente em cartório, em petição assinada pelos próprios gência
requerentes, dispensada a assistência de advogado. Parágrafo único. A colocação de criança ou ado-
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- lescente sob a guarda de pessoa inscrita em programa
cia de acolhimento familiar será comunicada pela autoridade
§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, esses judiciária à entidade por este responsável no prazo má-
serão ouvidos pela autoridade judiciária e pelo represen- ximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010,
tante do Ministério Público, tomando-se por termo as de 2009) Vigência
declarações. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Seção V - Da Apuração de Ato Infracional
Vigência
Atribuído a Adolescente
§ 2º O consentimento dos titulares do poder fami-
liar será precedido de orientações e esclarecimentos
ART. 171. O adolescente apreendido por força de
prestados pela equipe interprofissional da Justiça da
ordem judicial será, desde logo, encaminhado à autori-
Infância e da Juventude, em especial, no caso de ado-
dade judiciária.
ção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ART. 172. O adolescente apreendido em flagrante
§ 3º O consentimento dos titulares do poder fami-
de ato infracional será, desde logo, encaminhado à auto-
liar será colhido pela autoridade judiciária competente
ridade policial competente.
em audiência, presente o Ministério Público, garantida a
Parágrafo único. Havendo repartição policial espe-
livre manifestação de vontade e esgotados os esforços
cializada para atendimento de adolescente e em se tra-
para manutenção da criança ou do adolescente na famí-
tando de ato infracional praticado em coautoria com
lia natural ou extensa. (Incluído pela Lei nº 12.010,
maior, prevalecerá a atribuição da repartição especiali-
de 2009) Vigência
zada, que, após as providências necessárias e conforme
§ 4º O consentimento prestado por escrito não te-
o caso, encaminhará o adulto à repartição policial pró-
rá validade se não for ratificado na audiência a que se
pria.
refere o § 3º deste Artigo. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência ART. 173. Em caso de flagrante de ato infracional
§ 5º O consentimento é retratável até a data da cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa,
publicação da sentença constitutiva da adoção. (Incluí- a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts.
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 106, parágrafo único, e 107, deverá:
§ 6º O consentimento somente terá valor se for I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemu-
dado após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nhas e o adolescente;
nº 12.010, de 2009) Vigência II - apreender o produto e os instrumentos da in-
§ 7º A família substituta receberá a devida orien- fração;
tação por intermédio de equipe técnica interprofissional III - requisitar os exames ou perícias necessários
a serviço do Poder Judiciário, preferencialmente com à comprovação da materialidade e autoria da infração.
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da políti- Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagran-
ca municipal de garantia do direito à convivência famili- te, a lavratura do auto poderá ser substituída por bole-
ar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tim de ocorrência circunstanciada.
ART. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a ART. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou
requerimento das partes ou do Ministério Público, de- responsável, o adolescente será prontamente liberado
terminará a realização de estudo social ou, se possível, pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a responsabilidade de sua apresentação ao representante
concessão de guarda provisória, bem como, no caso de do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossí-
adoção, sobre o estágio de convivência. (Vide Lei nº vel, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
12.010, de 2009) Vigência gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda deva o adolescente permanecer sob internação para
provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da
adolescente será entregue ao interessado, mediante ordem pública.
termo de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência ART. 175. Em caso de não liberação, a autoridade
policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao re-
ART. 168. Apresentado o relatório social ou o presentante do Ministério Público, juntamente com cópia
laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a
Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade autoridade policial encaminhará o adolescente à entida-
judiciária em igual prazo. de de atendimento, que fará a apresentação ao repre-
sentante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro
ART. 169. Nas hipóteses em que a destituição da
horas.
tutela, a perda ou a suspensão do pátrio poderpoder
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de
familiar constituir pressuposto lógico da medida principal
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade
de colocação em família substituta, será observado o
policial. À falta de repartição policial especializada, o
procedimento contraditório previsto nas Seções II e III
adolescente aguardará a apresentação em dependência
107
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
separada da destinada a maiores, não podendo, em ART. 183. O prazo máximo e improrrogável para
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo a conclusão do procedimento, estando o adolescente
anterior. internado provisoriamente, será de quarenta e cinco
dias.
ART. 176. Sendo o adolescente liberado, a auto-
ridade policial encaminhará imediatamente ao represen- ART. 184. Oferecida a representação, a autorida-
tante do Ministério Público cópia do auto de apreensão de judiciária designará audiência de apresentação do
ou boletim de ocorrência. adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação
ou manutenção da internação, observado o disposto no
ART. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, ART. 108 e parágrafo.
houver indícios de participação de adolescente na prática § 1º O adolescente e seus pais ou responsável se-
de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao rão cientificados do teor da representação, e notificados
representante do Ministério Público relatório das investi- a comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
gações e demais documentos. § 2º Se os pais ou responsável não forem locali-
zados, a autoridade judiciária dará curador especial ao
ART. 178. O adolescente a quem se atribua auto- adolescente.
ria de ato infracional não poderá ser conduzido ou trans- § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autori-
portado em compartimento fechado de veículo policial, dade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
em condições atentatórias à sua dignidade, ou que im- determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
pliquem risco à sua integridade física ou mental, sob apresentação.
pena de responsabilidade. § 4º Estando o adolescente internado, será requi-
sitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação
ART. 179. Apresentado o adolescente, o repre- dos pais ou responsável.
sentante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista
do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório ART. 185. A internação, decretada ou mantida
policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
com informação sobre os antecedentes do adolescente, estabelecimento prisional.
procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em § 1º Inexistindo na comarca entidade com as ca-
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e racterísticas definidas no ART. 123, o adolescente deve-
testemunhas. rá ser imediatamente transferido para a localidade mais
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o próxima.
representante do Ministério Público notificará os pais ou § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
responsável para apresentação do adolescente, podendo adolescente aguardará sua remoção em repartição poli-
requisitar o concurso das polícias civil e militar. cial, desde que em seção isolada dos adultos e com ins-
talações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo
ART. 180. Adotadas as providências a que alude o máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
Artigo anterior, o representante do Ministério Público
poderá: ART. 186. Comparecendo o adolescente, seus
I - promover o arquivamento dos autos; pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à
II - conceder a remissão; oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissi-
III - representar à autoridade judiciária para apli- onal qualificado.
cação de medida socioeducativa.
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada
ART. 181. Promovido o arquivamento dos autos a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,
ou concedida a remissão pelo representante do Ministé- proferindo decisão.
rio Público, mediante termo fundamentado, que conterá § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de
o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autori- medida de internação ou colocação em regime de semi-
dade judiciária para homologação. liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o ado-
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, lescente não possui advogado constituído, nomeará
a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o defensor, designando, desde logo, audiência em conti-
cumprimento da medida. nuação, podendo determinar a realização de diligências
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará re- e estudo do caso.
messa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, medi- § 3º O advogado constituído ou o defensor nome-
ante despacho fundamentado, e este oferecerá repre- ado, no prazo de três dias contado da audiência de apre-
sentação, designará outro membro do Ministério Público sentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a
remissão, que só então estará a autoridade judiciária § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as
obrigada a homologar. testemunhas arroladas na representação e na defesa
prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da
ART. 182. Se, por qualquer razão, o representan- equipe interprofissional, será dada a palavra ao repre-
te do Ministério Público não promover o arquivamento sentante do Ministério Público e ao defensor, sucessiva-
ou conceder a remissão, oferecerá representação à auto- mente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, pror-
ridade judiciária, propondo a instauração de procedimen- rogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
to para aplicação da medida socioeducativa que se afigu- que em seguida proferirá decisão.
rar a mais adequada.
ART. 187. Se o adolescente, devidamente notifi-
§ 1º A representação será oferecida por petição, cado, não comparecer, injustificadamente à audiência de
que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação apresentação, a autoridade judiciária designará nova
do ato infracional e, quando necessário, o rol de teste- data, determinando sua condução coercitiva.
munhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão
diária instalada pela autoridade judiciária. ART. 188. A remissão, como forma de extinção
§ 2º A representação independe de prova pré- ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em qual-
constituída da autoria e materialidade. quer fase do procedimento, antes da sentença.
108
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ART. 189. A autoridade judiciária não aplicará § 1º No procedimento iniciado com o auto de in-
qualquer medida, desde que reconheça na sentença: fração, poderão ser usadas fórmulas impressas, especifi-
I - estar provada a inexistência do fato; cando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
II - não haver prova da existência do fato; § 2º Sempre que possível, à verificação da infra-
III - não constituir o fato ato infracional; ção seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em
IV - não existir prova de ter o adolescente concor- caso contrário, dos motivos do retardamento.
rido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste Artigo, estan- ART. 195. O requerido terá prazo de dez dias pa-
do o adolescente internado, será imediatamente coloca- ra apresentação de defesa, contado da data da intima-
do em liberdade. ção, que será feita:
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este
ART. 190. A intimação da sentença que aplicar for lavrado na presença do requerido;
medida de internação ou regime de semiliberdade será II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
feita: habilitado, que entregará cópia do auto ou da represen-
I - ao adolescente e ao seu defensor; tação ao requerido, ou a seu representante legal, la-
II - quando não for encontrado o adolescente, a vrando certidão;
seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. III - por via postal, com aviso de recebimento, se
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação não for encontrado o requerido ou seu representante
far-se-á unicamente na pessoa do defensor. legal;
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adoles- IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incer-
cente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer to ou não sabido o paradeiro do requerido ou de seu
da sentença. representante legal.

Seção VI - Da Apuração de Irregularidades ART. 196. Não sendo apresentada a defesa no


em Entidade de Atendimento prazo legal, a autoridade judiciária dará vista dos autos
do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual
ART. 191. O procedimento de apuração de irregu- prazo.
laridades em entidade governamental e não- ART.197. Apresentada a defesa, a autoridade ju-
governamental terá início mediante portaria da autori- diciária procederá na conformidade do Artigo anterior,
dade judiciária ou representação do Ministério Público ou ou, sendo necessário, designará audiência de instrução e
do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
resumo dos fatos. Vigência
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decre- se-ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador
tar liminarmente o afastamento provisório do dirigente do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada
da entidade, mediante decisão fundamentada. um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
judiciária, que em seguida proferirá sentença.
ART. 192. O dirigente da entidade será citado pa-
ra, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, po- Seção VIII
dendo juntar documentos e indicar as provas a produzir. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
cia
ART. 193. Apresentada ou não a resposta, e sen- Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
do necessário, a autoridade judiciária designará audiên-
ART. 197-A. Os postulantes à adoção, domicilia-
cia de instrução e julgamento, intimando as partes.
dos no Brasil, apresentarão petição inicial na qual cons-
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes
te: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e o Ministério Público terão cinco dias para oferecer ale-
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº
gações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual
12.010, de 2009) Vigência
prazo.
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou
12.010, de 2009) Vigência
definitivo de dirigente de entidade governamental, a
III - cópias autenticadas de certidão de nascimen-
autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa
to ou casamento, ou declaração relativa ao período de
imediatamente superior ao afastado, marcando prazo
união estável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
para a substituição.
2009) Vigência
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a au-
Cadastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº
toridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção
12.010, de 2009) Vigência
das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências,
V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído
o processo será extinto, sem julgamento de mérito.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao
VI - atestados de sanidade física e mental; (In-
dirigente da entidade ou programa de atendimento.
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Seção VII - Da Apuração de Infração Admi- VII - certidão de antecedentes criminais; (Inclu-
nistrativa às Normas de Proteção à Criança e ao ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Adolescente VIII - certidão negativa de distribuição cível.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ART. 194. O procedimento para imposição de pe-
nalidade administrativa por infração às normas de prote- ART. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de
ção à criança e ao adolescente terá início por represen- 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Mi-
tação do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou nistério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
auto de infração elaborado por servidor efetivo ou volun- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tário credenciado, e assinado por duas testemunhas, se I - apresentar quesitos a serem respondidos pela
possível. equipe interprofissional encarregada de elaborar o estu-

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do técnico a que se refere o ART. 197-C desta Lei; (In- ART. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execu-
II - requerer a designação de audiência para oiti- ção das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema
va dos postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído recursal da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Có-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência digo de Processo Civil), com as seguintes adaptações:
III - requerer a juntada de documentos comple- (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
mentares e a realização de outras diligências que enten- I - os recursos serão interpostos independente-
der necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de mente de preparo;
2009) Vigência II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
declaração, o prazo para o Ministério Público e para a
ART. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e pela Lei nº 12.594, de 2012);
da Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, III - os recursos terão preferência de julgamento
que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e dispensarão revisor;
e o preparo dos postulantes para o exercício de uma IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)
paternidade ou maternidade responsável, à luz dos re- Vigência
quisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)
12.010, de 2009) Vigência Vigência
§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)
em programa oferecido pela Justiça da Infância e da Vigência
Juventude preferencialmente com apoio dos técnicos VII - antes de determinar a remessa dos autos à
responsáveis pela execução da política municipal de superior instância, no caso de apelação, ou do instru-
garantia do direito à convivência familiar, que inclua mento, no caso de agravo, a autoridade judiciária profe-
preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção rirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando
inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, a decisão, no prazo de cinco dias;
com necessidades específicas de saúde ou com deficiên- VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o
cias e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº escrivão remeterá os autos ou o instrumento à superior
12.010, de 2009) Vigência instância dentro de vinte e quatro horas, independente-
§ 2º Sempre que possível e recomendável, a eta- mente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a
pa obrigatória da preparação referida no § 1º deste Ar- remessa dos autos dependerá de pedido expresso da
tigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de
regime de acolhimento familiar ou institucional em con- cinco dias, contados da intimação.
dições de serem adotados, a ser realizado sob a orienta-
ção, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça ART. 199. Contra as decisões proferidas com base
da Infância e da Juventude, com o apoio dos técnicos no ART. 149 caberá recurso de apelação.
responsáveis pelo programa de acolhimento familiar ou
institucional e pela execução da política municipal de ART. 199-A. A sentença que deferir a adoção
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído produz efeito desde logo, embora sujeita a apelação,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência que será recebida exclusivamente no efeito devolutivo,
salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver
ART. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da
perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao
participação no programa referido no ART. 197-C desta
adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e
Vigência
oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas
pelo Ministério Público e determinará a juntada do estu-
ART. 199-B. A sentença que destituir ambos ou
do psicossocial, designando, conforme o caso, audiência
qualquer dos genitores do poder familiar fica sujeita a
de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº
apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito de-
12.010, de 2009) Vigência
volutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas dili-
Vigência
gências, ou sendo essas indeferidas, a autoridade judici-
ária determinará a juntada do estudo psicossocial,
ART. 199-C. Os recursos nos procedimentos de
abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público,
adoção e de destituição de poder familiar, em face da
por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído
relevância das questões, serão processados com priori-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos,
ART. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante ficando vedado que aguardem, em qualquer situação,
será inscrito nos cadastros referidos no ART. 50 desta oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para
Lei, sendo a sua convocação para a adoção feita de julgamento sem revisão e com parecer urgente do Minis-
acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme tério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A ordem cronológica das habilitações so- ART. 199-D. O relator deverá colocar o processo
mente poderá deixar de ser observada pela autoridade em mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (ses-
judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do ART. 50 senta) dias, contado da sua conclusão. (Incluído pela
desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. O Ministério Público será intima-
12.010, de 2009) Vigência do da data do julgamento e poderá na sessão, se enten-
§ 2º A recusa sistemática na adoção das crianças der necessário, apresentar oralmente seu parecer. (In-
ou adolescentes indicados importará na reavaliação da cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
habilitação concedida. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência ART. 199-E. O Ministério Público poderá requerer
a instauração de procedimento para apuração de res-
Capítulo IV - Dos Recursos ponsabilidades se constatar o descumprimento das pro-
110
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
vidências e do prazo previstos nos Artigos anteriores. § 2º As atribuições constantes deste Artigo não
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência excluem outras, desde que compatíveis com a finalidade
do Ministério Público.
Capítulo V - Do Ministério Público § 3º O representante do Ministério Público, no
ART. 200. As funções do Ministério Público previs- exercício de suas funções, terá livre acesso a todo local
tas nesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva onde se encontre criança ou adolescente.
lei orgânica. § 4º O representante do Ministério Público será
responsável pelo uso indevido das informações e docu-
ART. 201. Compete ao Ministério Público: mentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
I - conceder a remissão como forma de exclusão § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o
do processo; inciso VIII deste Artigo, poderá o representante do
II - promover e acompanhar os procedimentos re- Ministério Público:
lativos às infrações atribuídas a adolescentes; a) reduzir a termo as declarações do reclamante,
III - promover e acompanhar as ações de alimen- instaurando o competente procedimento, sob sua presi-
tos e os procedimentos de suspensão e destituição do dência;
pátrio poderpoder familiar, nomeação e remoção de b) entender-se diretamente com a pessoa ou au-
tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em toridade reclamada, em dia, local e horário previamente
todos os demais procedimentos da competência da Jus- notificados ou acertados;
tiça da Infância e da Juventude; (Expressão substituí- c) efetuar recomendações visando à melhoria dos
da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência serviços públicos e de relevância pública afetos à criança
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos in- e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua per-
teressados, a especialização e a inscrição de hipoteca feita adequação.
legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e
quaisquer administradores de bens de crianças e adoles- ART. 202. Nos processos e procedimentos em que
centes nas hipóteses do ART. 98; não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Pú-
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública blico na defesa dos direitos e interesses de que cuida
para a proteção dos interesses individuais, difusos ou esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois
coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive das partes, podendo juntar documentos e requerer dili-
os definidos no ART. 220, § 3º inciso II, da Constituição gências, usando os recursos cabíveis.
Federal;
VI - instaurar procedimentos administrativos e, ART. 203. A intimação do Ministério Público, em
para instruí-los: qualquer caso, será feita pessoalmente.
a) expedir notificações para colher depoimentos
ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento ART. 204. A falta de intervenção do Ministério
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada
pela polícia civil ou militar; de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer inte-
b) requisitar informações, exames, perícias e do- ressado.
cumentos de autoridades municipais, estaduais e fede-
rais, da administração direta ou indireta, bem como ART. 205. As manifestações processuais do re-
promover inspeções e diligências investigatórias; presentante do Ministério Público deverão ser fundamen-
c) requisitar informações e documentos a particu- tadas.
lares e instituições privadas; Capítulo VI - Do Advogado
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
investigatórias e determinar a instauração de inquérito ART. 206. A criança ou o adolescente, seus pais
policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas ou responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo
de proteção à infância e à juventude; interesse na solução da lide poderão intervir nos proce-
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e ga- dimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o
rantias legais assegurados às crianças e adolescentes, qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou
promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabí- por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
veis; Parágrafo único. Será prestada assistência judiciá-
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção ria integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
e habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribu-
nal, na defesa dos interesses sociais e individuais indis- ART. 207. Nenhum adolescente a quem se atri-
poníveis afetos à criança e ao adolescente; bua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
X - representar ao juízo visando à aplicação de foragido, será processado sem defensor.
penalidade por infrações cometidas contra as normas de § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-
proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da pro- á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo
moção da responsabilidade civil e penal do infrator, tempo, constituir outro de sua preferência.
quando cabível; § 2º A ausência do defensor não determinará o
XI - inspecionar as entidades públicas e particula- adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz
res de atendimento e os programas de que trata esta nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o
Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou só efeito do ato.
judiciais necessárias à remoção de irregularidades por- § 3º Será dispensada a outorga de mandato,
ventura verificadas; quando se tratar de defensor nomeado ou, sido constitu-
XII - requisitar força policial, bem como a colabo- ído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a
ração dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e presença da autoridade judiciária.
de assistência social, públicos ou privados, para o de-
sempenho de suas atribuições. Capítulo VII - Da Proteção Judicial dos
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as Interesses Individuais, Difusos e Coletivos
ações cíveis previstas neste Artigo não impede a de
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a ART. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei
Constituição e esta Lei. as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
111
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assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao ART. 212. Para defesa dos direitos e interesses
não oferecimento ou oferta irregular: (Vide Lei nº protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espé-
12.010, de 2009) Vigência cies de ações pertinentes.
I - do ensino obrigatório; § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo
II - de atendimento educacional especializado aos as normas do Código de Processo Civil.
portadores de deficiência; § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
III - de atendimento em creche e pré-escola às pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
crianças de zero a seis anos de idade; atribuições do poder público, que lesem direito líquido e
IV - de ensino noturno regular, adequado às con- certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que
dições do educando; se regerá pelas normas da lei do mandado de seguran-
V - de programas suplementares de oferta de ma- ça.
terial didático-escolar, transporte e assistência à saúde
do educando do ensino fundamental; ART. 213. Na ação que tenha por objeto o cum-
VI - de serviço de assistência social visando à pro- primento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz con-
teção à família, à maternidade, à infância e à adolescên- cederá a tutela específica da obrigação ou determinará
cia, bem como ao amparo às crianças e adolescentes providências que assegurem o resultado prático equiva-
que dele necessitem; lente ao do adimplemento.
VII - de acesso às ações e serviços de saúde; § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda
VIII - de escolarização e profissionalização dos e havendo justificado receio de ineficácia do provimento
adolescentes privados de liberdade. final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
IX - de ações, serviços e programas de orienta- após justificação prévia, citando o réu.
ção, apoio e promoção social de famílias e destinados ao § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo an-
pleno exercício do direito à convivência familiar por cri- terior ou na sentença, impor multa diária ao réu, inde-
anças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, pendentemente de pedido do autor, se for suficiente ou
de 2009) Vigência compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para
X - de programas de atendimento para a execu- o cumprimento do preceito.
ção das medidas socioeducativas e aplicação de medidas § 3º A multa só será exigível do réu após o trânsi-
de proteção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) to em julgado da sentença favorável ao autor, mas será
§ 1º As hipóteses previstas neste Artigo não ex- devida desde o dia em que se houver configurado o
cluem da proteção judicial outros interesses individuais, descumprimento.
difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescên-
cia, protegidos pela Constituição e pela Lei. (Renume- ART. 214. Os valores das multas reverterão ao
rado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
2005) Adolescente do respectivo município.
§ 2º A investigação do desaparecimento de crian- § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após
ças ou adolescentes será realizada imediatamente após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas através
notificação aos órgãos competentes, que deverão comu- de execução promovida pelo Ministério Público, nos
nicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais
companhias de transporte interestaduais e internacio- legitimados.
nais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à iden- § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o
tificação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de
11.259, de 2005) crédito, em conta com correção monetária.
ART. 209. As ações previstas neste Capítulo serão
propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer ART. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo
a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
para processar a causa, ressalvadas a competência da
Justiça Federal e a competência originária dos tribunais ART. 216. Transitada em julgado a sentença que
superiores. impuser condenação ao poder público, o juiz determina-
rá a remessa de peças à autoridade competente, para
ART. 210. Para as ações cíveis fundadas em inte- apuração da responsabilidade civil e administrativa do
resses coletivos ou difusos, consideram-se legitimados agente a que se atribua a ação ou omissão.
concorrentemente:
I - o Ministério Público; ART. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito em julgado da sentença condenatória sem que a associ-
Federal e os territórios; ação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o
III - as associações legalmente constituídas há Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais
pelo menos um ano e que incluam entre seus fins insti- legitimados.
tucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos
por esta Lei, dispensada a autorização da assembleia, se ART. 218. O juiz condenará a associação autora a
houver prévia autorização estatutária. pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados na
conformidade do § 4º do ART. 20 da Lei n.º 5.869, de
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), quan-
os Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa do reconhecer que a pretensão é manifestamente infun-
dos interesses e direitos de que cuida esta Lei. dada.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro associação autora e os diretores responsáveis pela pro-
legitimado poderá assumir a titularidade ativa. positura da ação serão solidariamente condenados ao
décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade
ART. 211. Os órgãos públicos legitimados pode- por perdas e danos.
rão tomar dos interessados compromisso de ajustamen-
to de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficá-
cia de título executivo extrajudicial.
112
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ART. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, gestante de manter registro das atividades desenvolvi-
não haverá adiantamento de custas, emolumentos, ho- das, na forma e prazo referidos no ART. 10 desta Lei,
norários periciais e quaisquer outras despesas. bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsá-
vel, por ocasião da alta médica, declaração de nascimen-
ART. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor to, onde constem as intercorrências do parto e do de-
público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, senvolvimento do neonato:
prestando-lhe informações sobre fatos que constituam Pena - detenção de seis meses a dois anos.
objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de Parágrafo único. Se o crime é culposo:
convicção. Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

ART. 221. Se, no exercício de suas funções, os ART. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou diri-
juízos e tribunais tiverem conhecimento de fatos que gente de estabelecimento de atenção à saúde de gestan-
possam ensejar a propositura de ação civil, remeterão te de identificar corretamente o neonato e a parturiente,
peças ao Ministério Público para as providências cabí- por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos
veis. exames referidos no ART. 10 desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
ART. 222. Para instruir a petição inicial, o interes- Parágrafo único. Se o crime é culposo:
sado poderá requerer às autoridades competentes as Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
certidões e informações que julgar necessárias, que
serão fornecidas no prazo de quinze dias. ART. 230. Privar a criança ou o adolescente de
sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar
ART. 223. O Ministério Público poderá instaurar, em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem
sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de escrita da autoridade judiciária competente:
qualquer pessoa, organismo público ou particular, certi- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
dões, informações, exames ou perícias, no prazo que Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele
assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis. que procede à apreensão sem observância das formali-
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas dades legais.
todas as diligências, se convencer da inexistência de
fundamento para a propositura da ação cível, promoverá ART. 231. Deixar a autoridade policial responsá-
o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças vel pela apreensão de criança ou adolescente de fazer
informativas, fazendo-o fundamentadamente. imediata comunicação à autoridade judiciária competen-
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de in- te e à família do apreendido ou à pessoa por ele indica-
formação arquivados serão remetidos, sob pena de se da:
incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conse- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
lho Superior do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a ART. 232. Submeter criança ou adolescente sob
promoção de arquivamento, em sessão do Conselho sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
Superior do Ministério público, poderão as associações constrangimento:
legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, Pena - detenção de seis meses a dois anos.
que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados
às peças de informação. ART. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida 7.4.1997)
a exame e deliberação do Conselho Superior do Ministé-
rio Público, conforme dispuser o seu regimento. ART. 234. Deixar a autoridade competente, sem
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança
a promoção de arquivamento, designará, desde logo, ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegali-
outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da dade da apreensão:
ação. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
ART. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que
couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho ART. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo
de 1985. fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de
Título VII - Dos Crimes e Das Infrações liberdade:
Administrativas Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Capítulo I - Dos Crimes
Seção I - Disposições Gerais ART. 236. Impedir ou embaraçar a ação de auto-
ridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou repre-
ART. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes pra- sentante do Ministério Público no exercício de função
ticados contra a criança e o adolescente, por ação ou prevista nesta Lei:
omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal. Pena - detenção de seis meses a dois anos.

ART. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta ART. 237. Subtrair criança ou adolescente ao po-
Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto der de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou
ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Pe- ordem judicial, com o fim de colocação em lar substitu-
nal. to:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
ART. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de
ação pública incondicionada. ART. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho
ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Seção II - Dos Crimes em Espécie Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
ART. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
113
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ART. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
exterior com inobservância das formalidades legais ou § 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído
com o fito de obter lucro: pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. I – assegura os meios ou serviços para o armaze-
Parágrafo único. Se há emprego de violência, gra- namento das fotografias, cenas ou imagens de que trata
ve ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, o caput deste Artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829,
de 12.11.2003) de 2008)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além II – assegura, por qualquer meio, o acesso por
da pena correspondente à violência. rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens
de que trata o caput deste Artigo. (Incluído pela Lei
ART. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, nº 11.829, de 2008)
filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo § 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do §
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adoles- 1º deste Artigo são puníveis quando o responsável legal
cente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o
multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) caput deste Artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, 2008)
facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo interme-
deia a participação de criança ou adolescente nas cenas ART.241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por
referidas no caput deste Artigo, ou ainda quem com qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de re-
esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, gistro que contenha cena de sexo explícito ou pornográ-
de 2008) fica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o Lei nº 11.829, de 2008)
agente comete o crime: (Redação dada pela Lei nº Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
11.829, de 2008) multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a § 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois
pretexto de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº terços) se de pequena quantidade o material a que se
11.829, de 2008) refere o caput deste Artigo. (Incluído pela Lei nº
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de 11.829, de 2008)
coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada § 2º Não há crime se a posse ou o armazenamen-
pela Lei nº 11.829, de 2008) to tem a finalidade de comunicar às autoridades compe-
III – prevalecendo-se de relações de parentesco tentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240,
consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por ado- 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for
ção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade I – agente público no exercício de suas funções;
sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluído pela (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Lei nº 11.829, de 2008) II – membro de entidade, legalmente constituída,
que inclua, entre suas finalidades institucionais, o rece-
ART. 241. Vender ou expor à venda fotografia, bimento, o processamento e o encaminhamento de notí-
vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explí- cia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído
cito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: pela Lei nº 11.829, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) III – representante legal e funcionários responsá-
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e veis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio
multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) de rede de computadores, até o recebimento do material
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério
pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº
I - agencia, autoriza, facilita ou, de qualquer mo- 11.829, de 2008)
do, intermedeia a participação de criança ou adolescente § 3º As pessoas referidas no § 2º deste Artigo
em produção referida neste Artigo; deverão manter sob sigilo o material ilícito referido.
II - assegura os meios ou serviços para o arma- (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
zenamento das fotografias, cenas ou imagens produzi-
das na forma do caput deste Artigo; ART.241-C. Simular a participação de criança ou
III - assegura, por qualquer meio, o acesso, na adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
rede mundial de computadores ou internet, das fotogra- por meio de adulteração, montagem ou modificação de
fias, cenas ou imagens produzidas na forma do caput fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representa-
deste Artigo. ção visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2º A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
anos: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I - se o agente comete o crime prevalecendo-se Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
do exercício de cargo ou função; vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou
II - se o agente comete o crime com o fim de ob- divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena
ter para si ou para outrem vantagem patrimonial. o material produzido na forma do caput deste Artigo.
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
ART. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar,
transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer ART.241-D. Aliciar, assediar, instigar ou cons-
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou tranger, por qualquer meio de comunicação, criança,
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que con- com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído
tenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo pela Lei nº 11.829, de 2008)
criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
de 2008) multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre § 2º As penas previstas no caput deste Artigo
quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) são aumentadas de um terço no caso de a infração co-
I – facilita ou induz o acesso à criança de material metida ou induzida estar incluída no rol do ART. 1º da
contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990. (Incluído pela
fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Lei nº 11.829, de 2008)
II – pratica as condutas descritas no caput deste Capítulo II - Das Infrações Administrativas
Artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma
pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela ART. 245. Deixar o médico, professor ou respon-
Lei nº 11.829, de 2008) sável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensi-
no fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
ART.241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta autoridade competente os casos de que tenha conheci-
Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” mento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-
compreende qualquer situação que envolva criança ou tratos contra criança ou adolescente:
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou Pena - multa de três a vinte salários de referên-
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma cri- cia, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
ança ou adolescente para fins primordialmente sexuais.
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ART. 246. Impedir o responsável ou funcionário
de entidade de atendimento o exercício dos direitos
ART. 242. Vender, fornecer ainda que gratuita- constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do ART. 124
mente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou desta Lei:
adolescente arma, munição ou explosivo: Pena - multa de três a vinte salários de referên-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Re- cia, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
dação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
ART. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem
ART. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou autorização devida, por qualquer meio de comunicação,
entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a nome, ato ou documento de procedimento policial, ad-
criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa ministrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente
causa, outros produtos cujos componentes possam cau- a que se atribua ato infracional:
sar dependência física ou psíquica: (Redação dada Pena - multa de três a vinte salários de referên-
pela Lei nº 13.106, de 2015) cia, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e parcialmente, fotografia de criança ou adolescente en-
multa, se o fato não constitui crime mais grave. volvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que
(Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atri-
buídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou
ART. 244. Vender, fornecer ainda que gratuita- indiretamente.
mente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou § 2º Se o fato for praticado por órgão de impren-
adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto sa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena pre-
aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapa- vista neste Artigo, a autoridade judiciária poderá de-
zes de provocar qualquer dano físico em caso de utiliza- terminar a apreensão da publicação ou a suspensão da
ção indevida: programação da emissora até por dois dias, bem como
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e da publicação do periódico até por dois números. (Ex-
multa. pressão declara inconstitucional pela ADIN 869-2).
ART. 244-A. Submeter criança ou adolescente,
como tais definidos no caput do ART. 2º desta Lei, à ART. 248. Deixar de apresentar à autoridade ju-
prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei diciária de seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o
nº 9.975, de 23.6.2000) fim de regularizar a guarda, adolescente trazido de outra
Pena – reclusão de quatro a dez anos, e multa. comarca para a prestação de serviço doméstico, mesmo
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, que autorizado pelos pais ou responsável:
o gerente ou o responsável pelo local em que se verifi- Pena - multa de três a vinte salários de referên-
que a submissão de criança ou adolescente às práticas cia, aplicando-se o dobro em caso de reincidência, inde-
referidas no caput deste Artigo. (Incluído pela Lei nº pendentemente das despesas de retorno do adolescente,
9.975, de 23.6.2000) se for o caso.
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a ART. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente,
cassação da licença de localização e de funcionamento os deveres inerentes ao pátrio poderpoder familiar ou
do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de decorrente de tutela ou guarda, bem assim determina-
23.6.2000) ção da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Ex-
pressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
ART. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção Vigência
de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando in- Pena - multa de três a vinte salários de referên-
fração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela cia, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. ART.250. Hospedar criança ou adolescente desa-
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) companhado dos pais ou responsável, ou sem autoriza-
ção escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel,
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei
Artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizan- nº 12.038, de 2009).
do-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº
bate-papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, 12.038, de 2009).
de 2009) § 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da
pena de multa, a autoridade judiciária poderá determi-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
nar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quin- tros previstos no ART. 50 e no § 11 do ART. 101 desta
ze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Se comprovada a reincidência em período in- Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$
ferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definiti- 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº
vamente fechado e terá sua licença cassada. (Incluído 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.038, de 2009). Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a au-
toridade que deixa de efetuar o cadastramento de crian-
ART. 251. Transportar criança ou adolescente, ças e de adolescentes em condições de serem adotadas,
por qualquer meio, com inobservância do disposto nos de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças
arts. 83, 84 e 85 desta Lei: e adolescentes em regime de acolhimento institucional
Pena - multa de três a vinte salários de referên- ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
cia, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Vigência
ART. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou diri-
ART. 252. Deixar o responsável por diversão ou gente de estabelecimento de atenção à saúde de gestan-
espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil te de efetuar imediato encaminhamento à autoridade
acesso, à entrada do local de exibição, informação des- judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou
tacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a gestante interessada em entregar seu filho para adoção:
faixa etária especificada no certificado de classificação: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Pena - multa de três a vinte salários de referên- Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$
cia, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
ART. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funci-
quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar os onário de programa oficial ou comunitário destinado à
limites de idade a que não se recomendem: garantia do direito à convivência familiar que deixa de
Pena - multa de três a vinte salários de referên- efetuar a comunicação referida no caput deste Artigo.
cia, duplicada em caso de reincidência, aplicável, sepa- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
radamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divul-
gação ou publicidade. Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida
no inciso II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº
ART. 254. Transmitir, através de rádio ou televi- 13.106, de 2015)
são, espetáculo em horário diverso do autorizado ou Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
sem aviso de sua classificação: 10.000,00 (dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº
Pena - multa de vinte a cem salários de referên- 13.106, de 2015)
cia; duplicada em caso de reincidência a autoridade Medida Administrativa - interdição do estabeleci-
judiciária poderá determinar a suspensão da programa- mento comercial até o recolhimento da multa aplicada.
ção da emissora por até dois dias. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)

ART. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou Disposições Finais e Transitórias
congênere classificado pelo órgão competente como
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao ART. 259. A União, no prazo de noventa dias con-
espetáculo: tados da publicação deste Estatuto, elaborará projeto de
Pena - multa de vinte a cem salários de referên- lei dispondo sobre a criação ou adaptação de seus ór-
cia; na reincidência, a autoridade poderá determinar a gãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no
suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabele- ART. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II.
cimento por até quinze dias.
Parágrafo único. Compete aos estados e municí-
ART. 256. Vender ou locar a criança ou adoles- pios promoverem a adaptação de seus órgãos e progra-
cente fita de programação em vídeo, em desacordo com mas às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
a classificação atribuída pelo órgão competente:
Pena - multa de três a vinte salários de referên- ART.260. Os contribuintes poderão efetuar doa-
cia; em caso de reincidência, a autoridade judiciária ções aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescen-
poderá determinar o fechamento do estabelecimento por te nacional, distrital, estaduais ou municipais, devida-
até quinze dias. mente comprovadas, sendo essas integralmente deduzi-
das do imposto de renda, obedecidos os seguintes limi-
ART. 257. Descumprir obrigação constante dos tes: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
arts. 78 e 79 desta Lei: I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda
Pena - multa de três a vinte salários de referên- devido apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com
cia, duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem base no lucro real; e (Redação dada pela Lei nº
prejuízo de apreensão da revista ou publicação. 12.594, de 2012)
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
ART. 258. Deixar o responsável pelo estabeleci- apurado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste
mento ou o empresário de observar o que dispõe esta Anual, observado o disposto no Art. 22 da Lei nº 9.532,
Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais de 10 de dezembro de 1997. (Redação dada pela Lei
de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo: nº 12.594, de 2012)
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de
Pena - multa de três a vinte salários de referên- 10.12.1997)
cia; em caso de reincidência, a autoridade judiciária § 1o-A. Na definição das prioridades a serem
poderá determinar o fechamento do estabelecimento por atendidas com os recursos captados pelos fundos nacio-
até quinze dias. nal, estaduais e municipais dos direitos da criança e do
adolescente, serão consideradas as disposições do Plano
ART. 258-A. Deixar a autoridade competente de Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de
providenciar a instalação e operacionalização dos cadas- Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comu-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
nitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. § 3º O pagamento da doação deve ser efetuado
(Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) até a data de vencimento da primeira quota ou quota
§ 2o Os conselhos nacional, estaduais e munici- única do imposto, observadas instruções específicas da
pais dos direitos da criança e do adolescente fixarão Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela
critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, Lei nº 12.594, de 2012)
das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando § 4º O não pagamento da doação no prazo esta-
necessariamente percentual para incentivo ao acolhi- belecido no § 3º implica a glosa definitiva desta parcela
mento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescen- de dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhi-
tes e para programas de atenção integral à primeira mento da diferença de imposto devido apurado na De-
infância em áreas de maior carência socioeconômica e claração de Ajuste Anual com os acréscimos legais pre-
em situações de calamidade. (Redação dada vistos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 2012)
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Mi- § 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto
nistério da Economia, Fazenda e Planejamento, regula- apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações fei-
mentará a comprovação das doações feitas aos fundos, tas, no respectivo ano-calendário, aos fundos controla-
nos termos deste Artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, dos pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-
de 12.10.1991) cente municipais, distrital, estaduais e nacional concomi-
§ 4º O Ministério Público determinará em cada tantemente com a opção de que trata o caput, respeita-
comarca a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo do o limite previsto no inciso II do Art. 260. (Incluído
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos pela Lei nº 12.594, de 2012)
incentivos fiscais referidos neste Artigo. (Incluído pela
Lei nº 8.242, de 12.10.1991) Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do
§ 5º Observado o disposto no § 4º do Art.3º da Art. 260 poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº
Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de 12.594, de 2012)
que trata o inciso I do caput: (Redação dada pela Lei
nº 12.594, de 2012) I - do imposto devido no trimestre, para as pes-
I - será considerada isoladamente, não se subme- soas jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
tendo a limite em conjunto com outras deduções do (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
imposto; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) II - do imposto devido mensalmente e no ajuste
II - não poderá ser computada como despesa anual, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto
operacional na apuração do lucro real. (Incluído pela anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
Lei nº 12.594, de 2012) Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada
dentro do período a que se refere a apuração do impos-
Art. 260-A.A partir do exercício de 2010, ano- to. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela
doação de que trata o inciso II do caput do Art. 260 Art. 260-C. As doações de que trata o Art. 260
diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual. (In- desta Lei podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 1º A doação de que trata o caput poderá ser Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie
deduzida até os seguintes percentuais aplicados sobre o devem ser depositadas em conta específica, em institui-
imposto apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº ção financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos
12.594, de 2012) de que trata o Art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012)
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012) Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela adminis-
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, tração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e
de 2012) do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de devem emitir recibo em favor do doador, assinado por
2012. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) pessoa competente e pelo presidente do Conselho cor-
respondente, especificando: (Incluído pela Lei nº
§ 2º A dedução de que trata o caput: (Incluído 12.594, de 2012)
pela Lei nº 12.594, de 2012)
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº
do imposto sobre a renda apurado na declaração de que 12.594, de 2012)
trata o inciso II do caput do Art. 260; (Incluído pela II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
Lei nº 12.594, de 2012) (CNPJ) e endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº
II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído 12.594, de 2012)
pela Lei nº 12.594, de 2012) III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas
(CPF) do doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pe- 2012)
la Lei nº 12.594, de 2012) IV - data da doação e valor efetivamente recebi-
b) apresentar declaração em formulário; ou (In- do; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) V - ano-calendário a que se refere a doação. (In-
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído cluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
pela Lei nº 12.594, de 2012)
§ 1º O comprovante de que trata o caput deste
III - só se aplica às doações em espécie; e (In- Artigo pode ser emitido anualmente, desde que discri-
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) mine os valores doados mês a mês. (Incluído pela Lei
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou de- nº 12.594, de 2012)
duções em vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de § 2º No caso de doação em bens, o comprovante
2012) deve conter a identificação dos bens, mediante descrição
117
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, III - os requisitos para a apresentação de projetos
informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou a serem beneficiados com recursos dos Fundos dos Di-
CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº reitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
12.594, de 2012) distrital ou municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012)
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o IV - a relação dos projetos aprovados em cada
doador deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de ano-calendário e o valor dos recursos previstos para
2012) implementação das ações, por projeto; (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante V - o total dos recursos recebidos e a respectiva
documentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de destinação, por projeto atendido, inclusive com cadas-
2012) tramento na base de dados do Sistema de Informações
II - baixar os bens doados na declaração de bens sobre a Infância e a Adolescência; e (Incluído pela Lei
e direitos, quando se tratar de pessoa física, e na escri- nº 12.594, de 2012)
turação, no caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela VI - a avaliação dos resultados dos projetos bene-
Lei nº 12.594, de 2012) ficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança
III - considerar como valor dos bens doados: (In- e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e munici-
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) pais. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

a) para as pessoas físicas, o valor constante da Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em
última declaração do imposto de renda, desde que não cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos
exceda o valor de mercado; (Incluído pela Lei nº incentivos fiscais referidos no Art. 260 desta Lei. (In-
12.594, de 2012) cluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos
bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) Parágrafo único. O descumprimento do disposto
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a respon-
não será considerado na determinação do valor dos bens der por ação judicial proposta pelo Ministério Público,
doados, exceto se o leilão for determinado por autorida- que poderá atuar de ofício, a requerimento ou represen-
de judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) tação de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012)
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os
arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribu- Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da
inte por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de com- Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à Se-
provação da dedução perante a Receita Federal do Bra- cretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro
sil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação atua-
lizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adoles-
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela adminis- cente nacional, distrital, estaduais e municipais, com a
tração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ
do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais e das contas bancárias específicas mantidas em institui-
devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) ções financeiras públicas, destinadas exclusivamente a
gerir os recursos dos Fundos. (Incluído pela Lei nº
I - manter conta bancária específica destinada ex- 12.594, de 2012)
clusivamente a gerir os recursos do Fundo; (Incluído Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do
pela Lei nº 12.594, de 2012) Brasil expedirá as instruções necessárias à aplicação do
II - manter controle das doações recebidas; e disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) 12.594, de 2012)
III - informar anualmente à Secretaria da Receita
Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês, iden- ART. 261. A falta dos conselhos municipais dos
tificando os seguintes dados por doador: (Incluído pela direitos da criança e do adolescente, os registros, inscri-
Lei nº 12.594, de 2012) ções e alterações a que se referem os arts. 90, parágra-
fo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a auto-
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº ridade judiciária da comarca a que pertencer a entidade.
12.594, de 2012) Parágrafo único. A União fica autorizada a repas-
b) valor doado, especificando se a doação foi em sar aos estados e municípios, e os estados aos municí-
espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de pios, os recursos referentes aos programas e atividades
2012) previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os conse-
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das lhos dos direitos da criança e do adolescente nos seus
obrigações previstas no Art. 260-G, a Secretaria da respectivos níveis.
Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de ART. 262. Enquanto não instalados os Conselhos
2012) Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão exerci-
das pela autoridade judiciária.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança
e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e munici- ART. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de de-
pais divulgarão amplamente à comunidade: (Incluído zembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as
pela Lei nº 12.594, de 2012) seguintes alterações:

I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela 1) ART. 121


Lei nº 12.594, de 2012) ..................................................
II - as ações prioritárias para aplicação das políti- § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada
cas de atendimento à criança e ao adolescente; (Incluí- de um terço, se o crime resulta de inobservância de
do pela Lei nº 12.594, de 2012) regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
118
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evi- RESOLUÇÃO CME Nº 031, DE 08 DE DEZEMBRO
tar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a DE 2015. DIRETRIZES GERAIS PARA ORGANI-
pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado ZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO ENSINO FUNDA-
contra pessoa menor de catorze anos. MENTAL NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE
CAXIAS DO SUL.
2) ART. 129
.................................................. O Conselho Municipal de Educação do Município de Caxi-
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer as do Sul, com fundamento no artigo 11, inciso III da Lei
qualquer das hipóteses do ART. 121, § 4º. de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394,
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º de 20 de dezembro de 1996, da Lei 11.114, de 16 de
do ART. 121. maio de 2005; da Lei nº 11.274/2006 e da Lei nº
13.796/2013, dando nova redação a Lei 9394/96, em seu
3)ART. 136................................................... artigo 6º; o Parecer CNE/CEB nº 07/2010 e Resolução
CNE/CEB nº 04/2010; Parecer CNE nº 11/2010 e Resolu-
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime ção CNE nº 07//2010; Leis Municipais nºs 5.747 de 22 de
é praticado contra pessoa menor de catorze anos. novembro de 2001 e 6403 de 15 de agosto de 2005, R E
S OL V E:
3) ART. 213
................................................... Art. 1º A presente Resolução fixa Diretrizes Gerais para
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de cator- a organização efuncionamento do Ensino Fundamental na
ze anos: Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul, a serem ob-
Pena - reclusão de quatro a dez anos. servadas pelas escolas que oferecem essa etapa da Edu-
cação Básica.
5)ART. 14.................................................... Parágrafo único - As Diretrizes Gerais são o conjunto de
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de cator- definições sobre Fundamentos, Princípios e Procedimen-
ze anos: tos que orientarão as Escolas da Rede Municipal de Ensi-
Pena - reclusão de três a nove anos. no, na organização, articulação, desenvolvimento e ava-
liação dos processos nas áreas pedagógica e administra-
ART. 264. O ART. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de tiva.
dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte item:
“ART. 102 ........................................... Fundamentos Legais
................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “ Art. 2º O Ensino Fundamental é direito público subjetivo,
sendo dever da família e do Estado a sua oferta pública,
ART. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas gratuita, de qualidade e sem requisito de seleção.
da União, da administração direta ou indireta, inclusive § 1º - As escolas devem considerar essa etapa da educa-
fundações instituídas e mantidas pelo poder público ção básica como aquela capaz de assegurar a todos o
federal promoverão edição popular do texto integral acesso ao conhecimento e aos elementos da cultura im-
deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas prescindíveis para o seu desenvolvimento pessoal e para
e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos a vida em sociedade, assim como os benefícios de uma
da criança e do adolescente. formação comum, independentemente da grande diversi-
dade da população escolar e das demandas sociais.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente § 2º - O direito à educação, enquanto um direito inalie-
ampla divulgação dos direitos da criança e do adolescen- nável do ser humano deve proporcionar o desenvolvi-
te nos meios de comunicação social. (Redação dada mento do potencial humano e permitir o exercício dos
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) direitos civis, políticos, sociais e do direito à diferença,
sendo ela mesma também um direito social, possibilitan-
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o do a formação cidadã e o usufruto dos bens sociais e
caput será veiculada em linguagem clara, compreensível culturais, ou seja, o Ensino Fundamental deve compro-
e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às meter-se com uma educação com qualidade social,
crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (In- igualmente entendida como direito humano.
cluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 3º A educação de qualidade refere-se aos aspectos:
ART. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias de relevância, em relação à promoção de aprendizagens
após sua publicação. significativas do ponto de vista das exigências sociais e
Parágrafo único. Durante o período de vacância de desenvolvimento pessoal; de pertinência, quanto à
deverão ser promovidas atividades e campanhas de possibilidade de atender às necessidades e às caracterís-
divulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta ticas dos estudantes de diversos contextos sociais e cul-
Lei. turais, com diferentes capacidades e interesses; e de
equidade, quanto à importância de tratar de forma dife-
ART. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de renciada o que se apresenta como desigual no ponto de
1964, e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de partida, com vistas a obter desenvolvimento e aprendi-
Menores), e as demais disposições em contrário. zagens equiparáveis.
Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Indepen- Parágrafo Único - A equidade requer escolas em boas
dência e 102º da República. condições para todos e a implementação de políticas
FERNANDO COLLOR reparadoras que assegurem maior apoio aos diferentes
grupos sociais em desvantagem.

Art. 4º A educação escolar deve estar comprometida


com a igualdade do acesso de todos ao conhecimento,

119
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
buscando assegurar o ingresso, a permanência e o su- rão em ações integradas que buscam se articular, peda-
cesso na escola, com a consequente redução da evasão, gogicamente, no interior da própria escola, e também
da retenção e das distorções de idade/ano, conforme o externamente, com os serviços de apoio por parte da
Parecer CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº mantenedora e com as políticas de outras áreas, para
4/2010. assegurar a aprendizagem, o bem-estar e o desenvolvi-
mento do estudante em todas as suas dimensões.
Duração do Ensino Fundamental § 5º - O Regimento Escolar deve assegurar as condições
institucionais adequadas para a execução da Proposta
Art. 5º O Ensino Fundamental, na Rede Municipal de Pedagógica e a oferta de uma educação inclusiva e com
Ensino de Caxias do Sul organiza-se com duração de qualidade social, igualmente garantindo a participação da
nove anos, abrange a população na faixa etária dos 6 comunidade escolar na sua elaboração.
(seis) aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende, § 6º - As etapas e modalidades da Educação Básica ofer-
também, a todosos que, na idade própria, não tiveram tados pela escola compõem-se de currículos e de planos
condições de concluí-lo. de estudos específicos, respeitadas as normas próprias
§ 1º É obrigatória a matrícula no Ensino Fundamental de exaradas pelo Sistema Municipal de Ensino.
crianças com 6 (seis) anos completos ou a completar até
o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, Currículo do Ensino Fundamental
nos termos da Lei e das normas nacionais vigentes.
§ 2º As crianças que completarem 6 (seis) anos após Art. 8º O currículo do Ensino Fundamental é constituído
essa data deverão ser matriculadas na Educação Infantil pelas experiências escolares que se desdobram em torno
(Pré-Escola). do conhecimento e, permeadas pelas relações sociais,
portanto, devem buscar a articulação das vivências e
Organização Curricular da Escola saberes dos estudantes com os conhecimentos histori-
camente acumulados, de forma a contribuir para constru-
Art. 6º A escola, com sua comunidade, tem autonomia ir as identidades dos estudantes.
para decidir a forma de organização curricular, dentre as § 1º - As experiências escolares concretizadas por meio
previstas na LDBEN e deverá organizá-la em Proposta das ações educativas que envolvem os estudantes,
Pedagógica específica que será submetida à apreciação abrangem todos os aspectos do ambiente escolar, ou
da mantenedora. seja, tanto aquelas que compõem a parte explícita do
§ 1º - As diferentes formas de organização curricular currículo, quanto as que contribuem, de forma implícita,
conforme refere o Art. 23 da Lei nº 9.394/96, são com- para a aquisição de conhecimentos socialmente relevan-
preendidas como tempos e espaços interdependentes e tes: valores, atitudes, sensibilidade e orientações de
articulados entre si, ao longo dos nove anos de duração conduta, os quais são veiculados não só pelos conheci-
do Ensino Fundamental. mentos, mas por meio de rotinas, rituais, normas de
§ 2º - O Sistema Municipal de Ensino adota a organiza- convivência, festividades, pela distribuição do tempo e
ção em ciclo para os três primeiros anos do Ensino Fun- organização do espaço educativo, pelos materiais utiliza-
damental, abrangendo crianças de seis a oito anos de dos na aprendizagem e pelo recreio, enfim, por todas as
idade como o bloco destinado à alfabetização e ao letra- vivências proporcionadas pela escola.
mento, nãopassível de interrupção. § 2º - Os conhecimentos escolares são aqueles que as
diferentes instâncias que produzem orientações sobre o
Proposta Pedagógica e Regimento Escolar currículo, às escolas e os professores selecionam e trans-
formam, a fim de que possam ser ensinados e aprendi-
Art. 7º As escolas integrantes do Sistema Municipal de dos, ao mesmo tempo em que servem de elementos para
Ensino deverão implementar sua Proposta Pedagógica e a formação ética,política e estética do estudante.
adequar o respectivo Regimento Escolar, fundamentados § 3º - São norteadores das políticas educativas e das
no contido na presente Resolução, por meio de processos ações pedagógicas da escola os princípios constantes nas
participativos relacionados à gestão democrática, sendo Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Funda-
que ambos os documentos devem ser organizados de mental:
acordo a norma própria e orientações dosÓrgãos Norma- I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autono-
tivo e Executivo do Sistema Municipal de Ensino. mia; de respeito à dignidade da pessoa e de compromis-
so com a promoção do bem de todos, contribuindo para
§ 1º - A Proposta Pedagógica da escola traduz a proposta combater e eliminar quaisquer manifestações de precon-
educativa construída pela comunidade escolar no exercí- ceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
cio de sua autonomia, com base nas características dos formas de discriminação.
estudantes, nos profissionais e recursos disponíveis, II – Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres
tendo como referência as orientações curriculares nacio- de cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação
nais e as normas vigentes do Sistema Municipal de Ensi- do regime democrático e dos recursos ambientais; da
no. busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao
§ 2º - A Proposta Pedagógica de cada escola deve articu- trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; da exi-
lar-se a realidade da sua comunidade, de forma a valori- gência de diversidade de tratamento para assegurar a
zar a cultura local, enquanto condição importante para igualdade de direitos entre os alunos que apresentam
que os estudantes possam se reconhecer como parte diferentes necessidades; da redução da pobreza e das
dessa cultura e construir identidades afirmativas. desigualdades sociais e regionais.
§ 3º - As Propostas Pedagógicas das escolas do campo, III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade com o da raci-
indígenas e quilombolas devem contemplar a diversidade onalidade; do enriquecimento das formas de expressão e
nos seus aspectos sociais, culturais, políticos, econômi- do exercício da criatividade; da valorização das diferentes
cos, estéticos, de gênero, geração e etnia, respeitando às manifestações culturais, especialmente a da cultura bra-
suas peculiares condições de vida e pedagogias condizen- sileira; da construção de identidades plurais e solidárias.
tes com as suas formas próprias de produzir conheci- § 4º - De acordo com esses princípios e os artigos 22 e
mentos. 32 da LDBEN, o currículo do Ensino Fundamental visa
§ 4º - Na implementação da Proposta Pedagógica o cui- desenvolver o estudante, assegurar-lhe a formação co-
dar e o educar, indissociáveis funções da escola, resulta- mum indispensável para o exercício da cidadania e forne-
120
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
cer-lhe os meios para progredir no trabalho e em estudos zação de Língua Brasileira de Sinais – Libras”. (alterado
posteriores, mediante os objetivos previstos para esta pela Res. CME nº 33/2016)
etapa da escolarização, a saber: § 2º - Na Parte Diversificada do currículo, deve ser inclu-
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo ído, obrigatoriamente, a partir do 6º ano, o ensino de,
como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita pelo menos, uma Língua Estrangeira moderna, cuja esco-
e do cálculo; lha fica a cargo da comunidade escolar e submetida às
II – a compreensão do ambiente natural e social, do disponibilidades de recursos da Mantenedora.
sistema político, das artes, da tecnologia e dos valores § 3º - Na Parte Diversificada que integra a Base Nacional
em que se fundamenta a sociedade; Comum e no uso de sua autonomia as escolas poderão
III – a aquisição de conhecimentos e habilidades, e a organizar as atividades e/ou projetos no limite de per-
formação de atitudes e valores como instrumentos para centual da carga horária conforme a legislação vigente,
uma visão crítica do mundo; para melhor concretizar sua proposta pedagógica, de-
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços vendo submeter à deliberação da Mantenedora.
de solidariedade humana e de tolerância recíproca em § 4º - A Base Nacional Comum e a Parte Diversificada do
que se assenta a vida social. currículo do Ensino Fundamental constituem um todo
§ 5º - Os objetivos da etapa do Ensino Fundamental integrado e não podem ser consideradas como dois blo-
devem convergir para os princípios mais amplos que cos distintos, de modo que a articulação entre ambas
norteiam a educação nacional, os quais estão em con- possibilita a sintonia dos interesses mais amplos de for-
formidade com o definido pela Constituição Federal, no mação básica dos estudantes com a realidade local e as
seu artigo 3º, a saber: a construção de uma sociedade suas necessidades, as características regionais da socie-
livre, justa e solidária, que garanta o desenvolvimento dade, da cultura e da economia, que perpassa todo o
nacional; que busque “erradicar a pobreza e a marginali- currículo.
zação e reduzir as desigualdades sociais e regionais”; e § 5º - Os conteúdos que compõem a Base Nacional Co-
que promova “o bem de todos, sem preconceitos de ori- mum e a Parte Diversificada têm origem nas disciplinas
gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de científicas, no desenvolvimento das linguagens, no mun-
discriminação”. do do trabalho, na cultura e na tecnologia, na produção
artística, nas atividades desportivas e corporais, na área
Art. 9º O currículo deve estar organizado de modo a da saúde e ainda incorporam saberes como os que ad-
oportunizar aprendizagens significativas, valorizando a vêm das formas diversas de exercício da cidadania, dos
empatia, a solidariedade, a cooperação, a humanização e movimentos sociais, da cultura escolar, da experiência
o exercício da cidadania e estar alicerçado em pressupos- docente, do cotidiano e dos estudantes.
tos filosóficos e éticos, socioantropológicos, epistemológi- § 6º - Os conteúdos a que se refere o “§ 2º” § 5º são
cos e psicológicos/pedagógicos, considerados, sobretudo constituídos por componentes curriculares que, por sua
os princípios éticos, políticos e estéticos. vez, se articulam com as áreas de conhecimento, as
quais favorecem a comunicação entre diferentes conhe-
Art. 10 O currículo do Ensino Fundamental demanda cimentos sistematizados e entre os conhecimentos e
uma proposta educativa coerente, articulada e integrada, saberes dos diferentes componentescurriculares, mas
de acordo com os modos de ser e de se desenvolver das permitem que os referenciais próprios de cada um sejam
crianças e adolescentes nos diferentes contextos sociais. preservados. (alterado pela Res. CME nº 33/2016)
Base Nacional Comum e Parte Diversificada:
Art. 12 As propostas curriculares do Ensino Fundamental
Complementaridade devem contemplar a organização dos componentes curri-
culares da Base Nacional Comum e sua Parte Diversifica-
Art. 11 As escolas devem garantir a igualdade de acesso da, observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para
aos estudantes à Base Nacional Comum e sua Parte Di- o Ensino Fundamental e o artigo 26 da LDBEN.
versificada, de maneira a legitimar a unidade e a quali- § 1º - O ensino da História do Brasil levará em conta as
dade da ação pedagógica na diversidade nacional articu- contribuições das diferentes culturas e etnias para a for-
lando os componentes curriculares obrigatórios do Ensino mação do povo brasileiro, especialmente das matrizes
Fundamental que são assim organizados em relação às indígena, africana e europeia. Há a obrigatoriedade da
áreas de conhecimento: temática “Educação das Relações Étnico-Raciais e da
I – Linguagens (Língua Portuguesa; Língua materna, História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, nos conte-
para populações indígenas; Arte em suas diferentes for- údos desenvolvidos no âmbito de todo o currículo esco-
mas de expressão, incluindo-se o conteúdo de música; lar, em todas as etapas e modalidades da Educação Bási-
Educação Física e Língua Estrangeira moderna, a partir ca, em especial nos componentes curriculares de Língua
do 6º ano); Portuguesa/Literatura, Arte, História e Geografia, con-
I - Linguagens (Língua Portuguesa; Língua materna, para forme dispõe a legislação específica do Sistema Municipal
populações indígenas; Língua de Sinais para a comunida- de Ensino.
de surda; Arte em suas diferentes linguagens: artes vi- § 2º - A Música constitui conteúdo obrigatório do compo-
suais, dança, música e teatro; Educação Física e Língua nente curricular Arte, que articulado com as demais di-
Estrangeira moderna, a partir do 6º ano); (alterado pela mensões artísticas e estéticas, oportuniza aos estudantes
Res. CME nº 33/2016) o desenvolvimento das diferentes linguagens, o reconhe-
II – Matemática; cimento de vários gêneros e formas de expressão, a
III – Ciências da Natureza; apropriação das contribuições histórico-culturais dos
IV – Ciências Humanas (História e Geografia) e povos e, principalmente, da diversidade cultural do Bra-
V - Ensino Religioso (alterado pela Res. CME nº sil.
33/2016) § 3º - A Educação Física, componente obrigatório do
§ 1º O Ensino Fundamental deve ser ministrado em Lín- currículo do Ensino Fundamental, é facultativa ao estu-
gua Portuguesa, sendo que, respectivamente, para as dante apenas nas circunstâncias previstas no § 3º do art.
comunidades indígenas e comunidade de pessoas surdas 26 da LDBEN e na legislação vigente, ou seja, quando
é assegurada também “a utilização de suas línguas ma- cumpre jornada de trabalho igual ou superior a seis ho-
ternas e processos próprios de aprendizagem” e “a utili- ras; tenha mais de trinta anos de idade; esteja prestando
serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver
121
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
obrigado à prática da Educação Física; esteja amparado mente com as condições de fracasso escolar, Além de
pelo Decreto-Lei nº 1.044/69 ou que tenha prole. evidenciar as relações de interdependência e de poder
§ 4º - O Ensino Religioso, não confessional, de matrícula na sociedade e entre as sociedades e culturas, a perspec-
facultativa ao estudante, é parte integrante da área das tiva multicultural tem o potencial de conduzir a uma
Ciências Humanas e constitui componente curricular dos profunda transformação do currículo.
horários normais das escolas públicas de Ensino Funda- § 8º - Ao Órgão Executivo do Sistema Municipal de Ensi-
mental, assegurado o respeito à diversidade cultural e no compete à indicação, orientação e disseminação de
religiosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proseli- materiais subsidiários ao trabalho docente, com o objeti-
tismo. O objeto de estudo é o conhecimento religioso e o vo de contribuir para a eliminação de discriminações,
princípio metodológico é o diálogo, sendo este o orienta- racismos e preconceitos, e conduzir à adoção de compor-
dor dos processos de observação, de análise, de apropri- tamentos responsáveis e solidários em relação aos outros
ação e de ressignificação dos saberes. (alterado pela e ao meio ambiente.
Res.CME nº 33/2016)
Escolas do Campo
Art. 13 Conforme o artigo 26 da LDBEN os componentes
curriculares e as áreas de conhecimento devem articular Art. 14 O currículo escolar das escolas do campo requer
em seus conteúdos, a partir das possibilidades abertas respeito às suas peculiares e a utilização de pedagogias
pelos seus referenciais, à abordagem de temas abran- condizentes com as suas formas de produzir conhecimen-
gentes e contemporâneos que afetam a vida humana em tos, observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais Ge-
escala global, regional e local, bem como na esfera indi- rais para a Educação Básica. Por isso, as decisões sobre
vidual. currículo devem envolver a participação ativa das comu-
§ 1º - A transversalidade constitui uma das maneiras de nidades locais, de forma a:
trabalhar os componentes curriculares, as áreas de co- I - ampliar as oportunidades de reconhecimento de seus
nhecimento e os temas sociais em uma perspectiva inte- modos próprios de vida, suas culturas, tradições e me-
grada, conforme a Resolução CNE/CEB nº 4/2010. mórias coletivas, como fundamentais para a constituição
§ 2º - Os temas como saúde, sexualidade e gênero, vida da identidade das crianças, adolescentes e adultos;
familiar e social, assim como os direitos das crianças e II - valorizar os saberes e o papel dessas populações na
adolescentes, preservação do meio ambiente, nos termos produção de conhecimentos sobre o mundo, seu ambien-
da política nacional de educação ambiental, educação te natural e cultural, assim como as práticas ambiental-
para o consumo, ciência e tecnologia, educação fiscal, mente sustentáveis que utilizam;
trabalho e diversidade cultural devem permear o desen- III- flexibilizar, se necessário, o calendário escolar, das
volvimento dos conteúdos da Base Nacional Comum e da rotinas e atividades, tendo em conta as diferenças relati-
Parte Diversificada do currículo. vas às atividades econômicas e culturais, mantido o total
§ 3º - Os temas relativos à condição e aos direitos dos de horas anuais obrigatórias no currículo;
idosos e à educação para o trânsito devem ser incluídos IV - superar as desigualdades sociais e escolares que
no currículo conforme Leis específicas que determinam e afetam as comunidades rurais, tendo por garantia o di-
orientam tal inclusão. reito à educação, por meio da organização e efetivação
§ 4º - A exibição de filmes de produção nacional integra de projetos pedagógicos que contemplem a diversidade
a Proposta Pedagógica da escola, sendo obrigatória por, nos seus aspectos sociais, culturais, políticos, econômi-
no mínimo, 2 (duas) horas mensais, conforme § 8º, do cos, estéticos e de gênero.
Art. 26 da LDBEN. Deve a escola se organizar com recur-
sos físicos e humanos, equipamentos, títulos nacionais Educação Escolar Indígena e Educação Escolar Qui-
originais e adequados a Proposta Pedagógica, aos proje- lombola
tos educacionais da escola e ao público de estudantes e
respectiva faixa etária, podendo envolver todos os seg- Art. 15 A Educação Escolar Indígena e a Educação Esco-
mentos da comunidade escolar, a fim de buscar as condi- lar Quilombola são, respectivamente, oferecidas em es-
ções para que seja implementada esta ação na escola ou colas inscritas em suas terras e culturas e para essas
no seu território. populações estão assegurados direitos específicos na
§ 5º - O § 7º, do Art. 26 da LDBEN, trata da inclusão no Constituição Federal, que lhes permitem valorizar e pre-
currículo do Ensino Fundamental dos princípios da Prote- servar suas culturas e reafirmar o seu pertencimento
ção e Defesa Civil e a Educação Ambiental de forma inte- étnico.
grada aos conteúdos obrigatórios. § 1º - As Propostas Pedagógicas das escolas que aten-
§ 6º - A Educação em Direitos Humanos devem ser abor- dem estudantes dessas populações devem prever a utili-
dados ao longo do desenvolvimento dos componentes zação de pedagogias condizentes com as suas formas de
curriculares com os quais guardam intensa ou relativa produzir conhecimentos, envolvendo, para tanto, a parti-
relação temática, ressaltando os valores de tolerância, cipação ativa dessas populações nas decisões referente à
respeito, solidariedade, fraternidade, justiça social, inclu- organização e efetivação do currículo escolar.
são, pluralidade e sustentabilidade, a fim de formar cri- § 2º - As escolas indígenas tem ensino intercultural e
anças, jovens e adultos para participar ativamente da bilíngue, com vistas à afirmação e manutenção da diver-
vida democrática e exercitar seus direitos e responsabili- sidade étnica e linguística.
dades na sociedade, também respeitando e promovendo § 3º - A Educação Escolar Quilombola deve observar o
os direitos das demais pessoas. As práticas que promo- detalhamento das Diretrizes Curriculares Nacionais espe-
vem os Direitos Humanos deverão estar presentes na cíficas Estudantes Estrangeiros.
Proposta Pedagógica, na organização curricular, no mo-
delo de gestão e avaliação, na produção de materiais Art. 16 Com base na legislação do Sistema Municipal de
didático-pedagógicos e na formação inicial e continuada Ensino que trata do atendimento de estudantes estran-
dos profissionais da educação. geiros, deve a escola proceder à matrícula destes estu-
§ 7º - A perspectiva multicultural no currículo leva ao dantes somente para os que se encontram na etapa do
reconhecimento da riqueza das produções culturais e à Ensino Fundamental ou, que atendem aos critérios para
valorização das realizações de indivíduos e grupos sociais matrícula na modalidade da Educação de Jovens e Adul-
e possibilita a construção de uma autoimagem positiva a tos, sem qualquer discriminação, observando, no que
muitos estudantes que vêm se defrontando constante-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
couber, as mesmas normas regimentais que disciplinam Art. 19 A modalidade da Educação de Jovens e Adultos
a matrícula de alunos brasileiros. (EJA) nas escolas da Rede Municipal de Ensino constitui-
Parágrafo Único - A escola deve reclassificar os estudan- se em oferta de educação regular, destinada àqueles que
tes, mediante os procedimentos descritos no Regimento não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino
Escolar, sendo que a realização da tradução das avalia- Fundamental na idade própria, por meio de oportunida-
ções para reclassificação e o apoio no atendimento de des educacionais adequadas às suas características, inte-
estudantes estrangeiros que ainda não possuem o domí- resses, condições de vida e de trabalho.
nio da Língua Portuguesa são responsabilidade da Man- § 1º - Para a organização do currículo da EJA a escola
tenedora. deve observar as Diretrizes Curriculares Nacionais vigen-
tes e as normas específicas do Sistema Municipal de
Estudantes em Situação de Itinerância Ensino que tratam dessa modalidade, atendendo aos
princípios da flexibilização, do processo de aprendizagem
Art. 17 O atendimento de crianças, adolescentes e jo- centrado nos estudantes e no reconhecimento de que a
vens em situação de itinerância, como os ciganos, indí- construção do conhecimento ocorre de maneira diferen-
genas, povos nômades, trabalhadores itinerantes, acam- ciada em cada indivíduo.
pados, artistas, demais trabalhadores em circos, parques § 2º - A oferta da EJA na etapa do Ensino Fundamental
de diversão e teatro mambembe (grupos tea- depende da demanda anual de estudantes em número
trais/circenses itinerantes que apresentam espetáculos suficiente para o Poder Público dispor de toda a infraes-
popularescos sem recursos tecnológicos), que se autorre- trutura necessária, sendo sua oferta disciplinada em
conheçam como tal ou sejam assim declarados pelo seu Regimento Escolar individualizado, adotando o Regimen-
responsável legal, que, por motivos culturais, políticos, to Padrão da Mantenedora na implantação da oferta e,
econômicos, de saúde, dentre outros, se encontram nes- após, podendo a escola elaborar o Regimento Individuali-
sa condição, zado próprio.
deve a escola estabelecer diálogo com estes coletivos
sociais e decidir conjuntamente estratégias para o melhor Educação Integral em Escola de Tempo Integral
atendimento dos seus filhos, tendo em vista que o direito
a educação de estudantes em situação de itinerância Art. 20 A efetivação do currículo da educação integral
deve ser garantido, de forma a: em escola de tempo integral, por, no mínimo, 7 horas
I - informar a sua presença aos Conselhos Tutelares, os diárias e turno único, é concebido como um projeto edu-
quais devem acompanhar a vida das crianças e adoles- cativo integrado, efetivado por meio de atividades como
centes em situação de itinerância no que se refere ao as de
respeito, à proteção e à promoção dos seus direitos soci- experimentação e pesquisa científica, cultura e artes,
ais, sobretudo ao direito humano à educação. esporte e lazer, tecnologias da comunicação e informa-
II - assegurar ao estudante itinerante matrícula, com ção, afirmação da cultura dos direitos humanos, preser-
permanência e conclusão de estudos (se for o caso), na vação do meio ambiente e uso racional dos recursos não
Educação Básica, respeitando suas necessidades particu- renováveis, acompanhamento e apoio pedagógico, apro-
lares. Caso a família e/ou responsável pelo estudante não fundamento da aprendizagem, promoção da saúde, entre
disponha, no ato da matrícula, de histórico escolar da outras, articuladas aos componentes curriculares e áreas
escola de origem ou do memorial e/ou Parecer Descriti- do conhecimento, bem como as vivências e práticas soci-
vo, a criança, adolescente ou jovem deverá ser inserido oculturais, desenvolvidas dentro do espaço escolar ou
no grupamento correspondente aos seus pares de idade. fora dele, em espaços distintos da cidade ou do território
Para tal, a escola deverá desenvolver estratégias peda- em que está situada a escola, mediante a utilização de
gógicas adequadas às suas necessidades de aprendiza- equipamentos sociais e culturais aí existentes e o estabe-
gem; lecimento de parcerias com órgãos ou entidades locais.
III - proteger o estudante itinerante contra qualquer
forma de discriminação que coloque em risco a garantia Ao restituir a condição de ambiente de aprendizagem à
dos seus direitos fundamentais; comunidade e à cidade, a escola contribuirá para a cons-
IIV - garantir documentação de matrícula e avaliação trução de redes sociais na perspectiva de uma cidade
periódica mediante expedição imediata de memorial e/ou educadora.
Parecer Descritivo das crianças, adolescentes e jovens Parágrafo Único - A oferta da Educação Integral em Esco-
em situação de itinerância. la de Tempo Integral na Rede Municipal de Ensino de
Caxias do Sul deve atender as normas específicas vigen-
Educação Especial tes, exaradas por este Conselho Municipal de Educação.

Art. 18 A Educação Especial na Perspectiva da Educação Planos de Estudo e Planos de Trabalho dos Professores
Inclusiva, constitui uma modalidade de ensino que per-
meia todas as etapas e modalidades da educação esco- Art. 21 Os Planos de Estudo, documento complementar
lar, e realiza o Atendimento Educacional Especializado da Proposta Pedagógica e do Regimento Escolar, expres-
(AEE), por meio de um conjunto de serviços, recursos e sam a organização, integração e dinamização do currícu-
estratégias específicas que favoreçam o processo de lo escolar e contemplam os direitos e objetivos de apren-
escolarização dos seus estudantes nas turmas comuns dizagem a serem desenvolvidas com os estudantes, bem
do ensino regular. como a indicação da progressão esperada em cada ano
Parágrafo Único - O atendimento e a organização do letivo, buscando articular saberes e experiências com os
currículo para os estudantes considerados público da conhecimentos formais sistematizados que fazem parte
Educação Especial considerará as situações singulares, os dos patrimônios: cultural, artístico, ambiental, científico e
perfis, as características biopsicossociais, as faixas etá- tecnológico.
rias e se pautará em princípios éticos, políticos, estéticos § 1º - Os Planos de Estudo são organizados por áreas de
e legais dos direitos humanos, conforme dispõem as conhecimento nos anos iniciais do Ensino Fundamental e,
normas específicas do Sistema Municipal de Ensino. por áreas de conhecimento e componentes curriculares
que as constituem nos anos finais do Ensino Fundamen-
Educação de Jovens e Adultos (EJA) tal, sendo revisados anualmente para a realização das
devidas adequações segundo a Proposta Pedagógica, as
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental que é abordado em face da diversidade dos estudantes,
e a Base Nacional Comum, devendo ser aprovados pela buscando a contextualização dos conteúdos e o seu tra-
Mantenedora para serem efetivados no ano letivo seguin- tamento flexível, ou seja, o conhecimento deve ser con-
te. textualizado, permitindo que os estudantes estabeleçam
§ 2º - Cada escola poderá ter múltiplos planos de estudo relações com suas experiências.
relativamente a cada etapa de ensino ou, na mesma § 5º - Poderão surgir questões aos professores que en-
etapa de ensino em se tratando de tempos diferenciados, volvem as crianças e os adolescentes, e que tem relação
bem como para cada modalidade. com sua aprendizagem, como: o abuso e à exploração
§ 3º - Os Planos de Estudo servem de base para a elabo- sexual, a violência doméstica, a formas de trabalho não
ração dos Planos de Trabalho dos professores. condizentes com a idade, à falta de cuidados essenciais
com a saúde, a situação de itinerância dos estudantes,
Art. 22 A mantenedora e as escolas buscarão adequadas entre outros aspectos, mas que extrapolam o âmbito das
condições de trabalho aos professores e o provimento de atividades escolares que, para tanto, deve à escola man-
insumos, de acordo com os padrões mínimos de qualida- ter-se articulada com o Conselho Tutelar, com os servi-
de referidos no inciso IX do art. 4º da Lei nº 9.394/96 e ços da Rede Socioassistencial e com instituições de ou-
em normas específicas estabelecidas pelo Conselho Naci- tras áreas capazes de oferecer cuidados e os serviços de
onal de Educação, com vistas à criação de um ambiente proteção social a que esses estudantes têm direito.
propício à aprendizagem, com base: § 6º - Para o estabelecimento de um ambiente favorável
I - no trabalho compartilhado e no compromisso indivi- ao ensino e a aprendizagem, bem como para a boa con-
dual e coletivo dos professores e demais profissionais da vivência na escola é necessário um trabalho entre as
escola com a aprendizagem dos alunos; instituições, as famílias e toda a sociedade no sentido de
II - no atendimento às necessidades específicas de valorizar a escola e os professores, bem como é necessá-
aprendizagem de cada um mediante abordagens apropri- ria à articulação da escola com a família e os estudantes
adas; no estabelecimento das normas de convivência na escola,
III - na utilização dos recursos disponíveis na escola e construídas com a participação ativa de toda a comuni-
nos espaços sociais e culturais do entorno; dade escolar, conforme prevê a legislação educacional
IV - na contextualização dos conteúdos, assegurando que vigente e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
a 8.069/90).
aprendizagem seja relevante e socialmente significativa;
V - no cultivo do diálogo e de relações de parceria com Princípios Metodológicos
as famílias.
Parágrafo Único - Cabe aos professores equilibrar a ênfa- Art. 24 Os princípios metodológicos devem permitir um
se no reconhecimento e valorização da experiência do diálogo permanente e autêntico no processo de reconhe-
estudante e da cultura que contribui para construir iden- cimento do mundo e dos sujeitos, pressupondo um cons-
tidades afirmativas, bem como a necessidade de lhes tante movimento de ação-reflexão-ação, a partir da rea-
fornecer instrumentos mais complexos de análise da lidade do estudante.
realidade que possibilitem o acesso a níveis universais de § 1º - Os princípios metodológicos devem estar relacio-
explicação dos fenômenos, propiciando-lhes os meios nados de forma clara, permitindo o movimento do currí-
para transitar entre a sua e outras realidades e culturas e culo na perspectiva da inter e da transdisciplinaridade,
participar de diferentes esferas da vida social, econômica facilitando a significação das aprendizagens e a educação
e política. integral dos sujeitos:
§ 2º - A proposta metodológica da escola deve permitir e
Art. 23 A escola deve organizar um currículo integrado facilitar a concretização dos objetivos previstos para a
por meio de eixos articuladores ou projetos interdiscipli- etapa da escolarização e o caráter diagnóstico e proces-
nares, com base em temas geradores formulados a partir sual da avaliação, bem como avanços na prática dos
de questões da comunidade e articulados às áreas do professores:
conhecimento e aos componentes curriculares. § 3º - A opção metodológica da instituição deve facilitar
§ 1º – Cabe a Mantenedora orientar as escolas e prever a compreensão e articulação dos saberes e dos fenôme-
as condições necessárias aos professores para que pos- nos, e o papel das áreas do conhecimento na compreen-
sam avançar com ações pedagógicas que permitam tra- são da totalidade do conhecimento.
balhar as questões cognitivas e as questões culturais § 4º - Os professores levarão em conta a diversidade
numa perspectiva transversal, ou projetos de trabalho sociocultural dos estudantes, as desigualdades de acesso
propostos pela escola ou pela comunidade. ao consumo de bens culturais e a multiplicidade de inte-
§ 2º - Os recursos midiáticos são, também, instrumentos resses e necessidades apresentadas pelos mesmos, de-
relevantes no processo de aprendizagem, o que pode senvolvendo metodologias e estratégias variadas que
favorecer o diálogo e a comunicação entre professores e melhor respondam às diferenças de aprendizagem entre
estudantes. É necessário que os professores disponham os estudantes e às suas demandas.
de formação adequada e permanente, dando atenção § 5º - Na abordagem das atividades pedagógicas, é im-
especial para o uso das tecnologias da informação e co- portante a presença do lúdico, propiciando ao estudante
municação e que seja assegurada a provisão de recursos condições de desenvolver a capacidade de aprender, com
midiáticos atualizados e em número suficiente para todos prazer e gosto, tornando suas atividades desafiadoras e
os estudantes de modo a contribuir para a emancipação atraentes.
digital. § 6º - A criação de um ambiente propício à aprendizagem
§ 3º - Cabe a Coordenação Pedagógica da escola e aos tem como base o trabalho compartilhado e o compromis-
professores a superação do caráter fragmentário das so dos professores e dos demais profissionais com a
áreas e integrar o currículo de forma a tornar os conhe- aprendizagem dos estudantes; o atendimento às neces-
cimentos abordados mais significativos para os estudan- sidades específicas de aprendizagem de cada um medi-
tes e favorecer a participação ativa dos mesmos, por ante formas de abordagem apropriadas; a utilização dos
meio de suas habilidades, das experiências de vida e dos recursos disponíveis na escola e nos espaços sociais e
interesses. culturais do entorno; a contextualização dos conteúdos,
§ 4º - Na organização dos planos de trabalho, de compe- proporcionando aprendizagem relevante e socialmente
tência dos professores devem considerar a pertinência do
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
significativa; e o cultivo do diálogo e de relações de par- finais do Ensino Fundamental, a fim de que possam me-
ceria com as famílias. lhor organizar as suas atividades diante das solicitações
muito diversas que recebem.
Calendário Escolar e Carga Horária
Art. 28 Os três anos iniciais do Ensino Fundamental são
Art. 25 O calendário escolar, construído com a participa- considerados como um ciclo sequencial não passível de
ção da comunidade escolar, deve ser submetido à apro- interrupção, voltado para ampliar a todos os estudantes
vação do Conselho Escolar e encaminhado à mantenedo- as oportunidades de sistematização e aprofundamento
ra para homologação. das aprendizagens básicas, imprescindíveis para o pros-
§ 1º - A escola deve cumprir, ao final do ano letivo, um seguimento dos estudos e, portanto, devem assegurar:
mínimo de 800 (oitocentas) horas relógio, distribuídas I - a alfabetização e o letramento;
por um mínimo de 200 (duzentos) dias de efetivo traba- II - o desenvolvimento das diversas formas de expres-
lho escolar. são, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, a
§ 2º - Nos anos finais do Ensino Fundamental e no ensi- Literatura, a Música e demais artes, a Educação Física,
no noturno, as horas letivas podem ser organizadas em assim como o aprendizado da Matemática, da Ciência, da
horas-aula, com duração mínima de 50 minutos, no diur- História e da Geografia;
no, e, 45 minutos, no noturno, desde que cumpridas, ao III - a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a
final do ano letivo, um mínimo de 800 horas relógio. complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos
§ 3º - Durante o ano letivo a escola administra a distri- que a repetência pode causar no Ensino Fundamental
buição da carga horária semanal, observada a matriz como um todo e, particularmente, na passagem do pri-
curricular e Planos de Estudo aprovados pela Mantenedo- meiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o
ra, sendo que ao final do ano letivo, o que a escola preci- terceiro.
sa resguardar é o cumprimento de dias letivos e de carga Parágrafo Único - Considerando as características de
horária total anual, em cada turma de estudantes, que desenvolvimento dos estudantes, cabe aos professores
resulta da soma das aulas dadas nas áreas do conheci- adotar formas de trabalho que proporcionem maior mobi-
mento ou respectivos componentes curriculares indepen- lidade das crianças nas salas de aula e as levem a explo-
dente do número de horas em cada área ou componente, rar mais intensamente as diversas linguagens artísticas,
de forma a assegurar o cumprimento de, no mínimo, 800 a começar pela literatura, a utilizar materiais que ofere-
horas ou do que determina a sua matriz curricular, caso çam oportunidades de raciocinar, manuseando-os e ex-
seja superior a esse número. plorando as suas características e propriedades.

Trajetória Escolar dos Estudantes Art. 29 Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os
componentes curriculares ministrados por professores
Art. 26 Os Órgãos Normativo e Executivo do Sistema específicos (Educação Física, Arte, Tecnomídia ou outros)
Municipal de Ensino, as escolas e os professores, com o deve ser assegurada à integração com os demais compo-
apoio das famílias e da comunidade, devem unir esfor- nentes trabalhados pelo professor de referência da tur-
ços, buscando assegurar o progresso contínuo dos estu- ma.
dantes no que se refere ao seu desenvolvimento pleno e
à aquisição de aprendizagens significativas, lançando Avaliação e Conselho de Classe
mão de todos os recursos disponíveis e criando renova-
das oportunidades para evitar que a trajetória escolar de Art. 30 A avaliação do desempenho escolar do estudante
cada estudante seja retardada ou indevidamente inter- deve assumir um caráter processual, formativo e partici-
rompida. pativo e ser contínua, cumulativa e diagnóstica, com
§ 1º - As Instituições citadas no caput do artigo devem prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitati-
adotar as providências necessárias para que a operacio- vos e dos resultados ao longo do período sobre os de
nalização do princípio da continuidade não seja traduzida eventuais provas finais.
como “promoção automática” de estudantes de um ano
para o outro, e para que o combate à repetência não se Art. 31 A avaliação dos estudantes, a ser realizada pelos
transforme em descompromisso com o ensino e a apren- professores e pela escola como parte integrante da pro-
dizagem. posta curricular e da implementação do currículo, é redi-
§ 2º - A organização do trabalho pedagógico incluirá a mensionadora da ação pedagógica e deve:
mobilidade e a flexibilização dos tempos e espaços esco- a) identificar potencialidades e dificuldades de aprendiza-
lares, a diversidade nos agrupamentos de estudantes, as gem e detectar problemas de ensino;
diversas linguagens artísticas, a diversidade de materiais, b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e
os variados suportes literários, as atividades que mobili- abordagens de acordo com as necessidades dos estudan-
zem o raciocínio, as atitudes investigativas, as aborda- tes, criar condições de intervir de modo imediato e a
gens complementares e as atividades de reforço, a arti- mais longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o
culação entre a escola e a comunidade, e o acesso aos trabalho docente;
espaços de expressão cultural. c) manter a família informada sobre o desempenho dos
estudantes;
Art. 27 A articulação das etapas da educação básica d) reconhecer o direito do estudante e da família de dis-
auxilia na promoção de um percurso contínuo de apren- cutir os resultados de avaliação, inclusive em instâncias
dizagens dos estudantes, especialmente do Ensino Fun- superiores à escola, revendo procedimentos sempre que
damental com a Educação Infantil e no interior do Ensino as reivindicações forem procedentes.
Fundamental, na passagem dos anos iniciais para os § 1º - A escola, com base em sua Proposta Pedagógica e
anos finais, que para tanto é necessário: nos objetivos constantes nos Planos de Estudo deve ob-
I - reconhecer que os estudantes já aprenderam antes da servar os indicadores mínimos em cada ano e formas
sua entrada no Ensino Fundamental, recuperando o cará- adequadas e significativas para expressar os progressos
ter lúdico do ensino que contribuirá para melhor qualifi- e necessidades, em termos de aprendizagem e de desen-
car a ação pedagógica junto às crianças nos anos iniciais; volvimento do estudante frente ao processo de ensino e
II – coordenar as demandas específicas feitas pelos dife- aprendizagem, utilizando vários instrumentos e procedi-
rentes professores aos estudantes que iniciam os anos mentos, tais como a observação, o registro descritivo e
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os portfó- Art. 32 Para os estudantes que ao final do ano letivo não
lios, exercícios, provas, questionários, dentre outros, consolidaram os indicadores mínimos de aprendizagem
tendo em conta a sua adequação à faixa etária e às ca- estabelecidos para a sequencia curricular a escola pro-
racterísticas de desenvolvimento do estudante. porciona, paralelamente ao primeiro semestre do ano
§ 2º - A avaliação está intimamente relacionada às con- letivo seguinte, estudos de progressão correspondentes
cepções do coletivo e reflete os princípios metodológicos ao ano anterior.
e dos recortes feitos no currículo a ser desenvolvido, o § 1º - Entende-se por Estudos de Progressão a oferta de
que deve levar o grupo a ter clareza de suas responsabi- estudos ao estudante que progrediu apresentando defa-
lidades com a comunidade, bem como de manter a uni- sagem de aprendizagens previstas nos indicadores míni-
dade de trabalho por meio do alinhamento conceitual, mos indispensáveis para sequência da trajetória escolar,
procedimental e atitudinal, de forma que esta unidade necessitando, por isso, de mais oportunidades de apren-
seja representada, tanto em propostas, quanto nos ins- dizagens, viabilizadas por meio de procedimentos peda-
trumentos e na forma da expressão dos resultados. gógicos – intervenções, tempos, estratégias, metodologi-
§ 3º - Independente da forma da expressão dos resulta- as - que lhe permita consolidar habilidades, conceitos e
dos adotados pela escola, para os estudantes que não indicadores de aprendizagem previstos para o
atingiram os indicadores mínimos definidos para o perío- ano/turma, assim organizados:
do, a mesma deverá valer-se, também, de síntese ava- I - Os estudos de progressão para os estudantes do 2º
liativa destes estudantes, para apresentar as habilidades, ao 5º ano do Ensino Fundamental referem-se ao plano de
os conceitos, os direitos e os objetivos de aprendizagem intervenção de aprendizagem para aqueles que não con-
já alcançados, os que ainda precisam ser introduzidos, solidaram os objetivos e indicadores mínimos previstos
aprofundados e/ou consolidados, sempre tendo presente no ano anterior e, por isso, é indicado o plano específico
os indicadores e objetivos eleitos como prioritários para o de estudos de progressão a ser efetivado no ano letivo
ano/turma, portanto, na síntese avaliativa também de- seguinte. (alterado pela Res. CME nº 33/2016)
vem ser explicitados os principais objetivos a serem tra- II - Os estudos de progressão do 6º ao 8º ano do Ensino
balhados no período/trimestre seguinte, como forma de Fundamental destinam-se aos estudantes que não conso-
contribuir com o estudante, com sua família e para fun- lidaram as aprendizagens consideradas fundamentais e
damentar o plano de trabalho do período subsequente, indispensáveis para o ano cursado, sendo por isso indi-
objetivando a aprendizagem de cada um. cado um plano específico para tais necessidades.
§ 4º - Para atender a um currículo flexibilizado deve § 2º - Para os estudantes dos anos iniciais do Ensino
haver igualmente instrumentos de avaliação flexibiliza- Fundamental, do 2º ao 5º ano, são proporcionados estu-
dos, atendendo as necessidades e o ritmo dos estudantes dos semanais de progressão, dentro da carga horária
em suas singularidades, bem como para manter a coe- mínima anual, pelo professor referência da turma, con-
rência entre os diferentes momentos planejados, os quais forme orientação dada pela mantenedora e de acordo
constam da proposta de trabalho do professor. A avalia- com plano de trabalho, sem prejuízo de outras estraté-
ção deve estar associada ao modo pelo qual a escola gias para a garantia da aprendizagem.
pensa e concretiza o currículo e as metodologias e ao § 3º - Para os estudantes que aprovam do 5º para o 6º
modo como o organiza, observando a flexibilidade que a ano do Ensino Fundamental com estudos de progressão
Lei estabelece, com vistas à progressão escolar com estes são atendidos pelos professores do 6º ano em con-
aprendizagem. sonância com o plano de trabalho dos estudos de pro-
§ 5º - Os procedimentos de avaliação adotados pelos gressão do 5º ano, definido pelo professor.
professores e pela escola serão articulados às avaliações § 4º - Para os estudantes dos anos finais do Ensino Fun-
realizadas em nível nacional ou outras criadas com o damental, do 6º ao 8º ano, são proporcionados estudos
objetivo de subsidiar os sistemas de ensino e as escolas de progressão em, até, dois componentes curriculares,
nos esforços de melhoria da qualidade da educação e da ofertados semanalmente, além da carga horária mínima
aprendizagem dos estudantes. A análise do rendimento anual.
dos estudantes com base nos indicadores produzidos por § 5º - O professor referência da turma ou do componente
essas avaliações deve auxiliar os sistemas de ensino e a curricular é responsável pela elaboração do plano de
comunidade escolar a redimensionarem as práticas edu- trabalho individualizado do estudante indicado para os
cativas com vistas ao alcance de níveis mais elevados de estudos de progressão, a ser efetivado no ano letivo
aprendizagem. seguinte, no qual devem constar os indicadores mínimos
§ 6º - O conselho de classe participativo, conforme disci- de aprendizagem não consolidados, contendo as habili-
plinado no Regimento Escolar de cada Escola, constitui- dades, competências e conceitos considerados funda-
se no fórum legítimo de discussão das dificuldades en- mentais para a continuidade da trajetória escolar do
contradas no processo de ensino e aprendizagem e de estudante.
gestão, visando a tomada de decisões sobre o progresso § 6º - Ao término do período, descrito no caput deste
dos estudantes e o estabelecimento de estratégias co- artigo, destinado aos estudos de progressão caso o estu-
muns para superá-las e, portanto, deve envolver todos dante ainda não tenha consolidadas as aprendizagens
os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem, possi- fundamentais para a continuidade da trajetória escolar
bilitando que todos sejam ouvidos e suas opiniões consi- este terá intensificado os estudos de recuperação, sendo
deradas, como forma de democratização e qualificação que, ao final do ano, nos casos emque ainda assim os
das ações pedagógicas, que devem ser assumidas coleti- indicadores mínimos de aprendizagem não foram conso-
vamente. lidados, serão discutidos em conselho de classe, tendo
§ 7º - Todos os segmentos da escola precisam ser avali- sua situação definida pelo coletivo de professores.
ados: estudantes, professores, equipe diretiva, serviços
de apoio e funcionários, com o objetivo de discutir as Estudos de Recuperação
dificuldades encontradas na gestão, no processo de ensi-
no e aprendizagem e nos serviços, estabelecendo metas Art. 33 Para os estudantes que não consolidaram os
e estratégias para superá-las, atendendo as reais neces- objetivos de aprendizagem previstos para o ano letivo e
sidades dos diferentes segmentos. em cada período a escola, obrigatoriamente, deve pro-
porcionar estudos de recuperação, preferencialmente
Estudos de Progressão paralelos ao período letivo, assegurando tempos e espa-
ços diversos para que os estudantes aprofundem e con-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
solidem os objetivos e indicadores de aprendizagens prévio das necessidades específicas e do número de es-
diagnosticadas no processo de ensino-aprendizagem. tudantes com defasagem idade/escolaridade da escola
§ 1º - Os estudos de recuperação poderão ser realizados proponente, das escolas do mesmo zoneamento e de
de forma individual ou coletiva, devendo ser planejados deliberação da mantenedora.
para o atendimento das reais necessidades dos estudan- § 2º Na oferta da aceleração de estudos, por ocasião da
tes e a garantia dos direitos de aprendizagem, sendo que organização da proposta de trabalho a ser desenvolvida,
os progressos devem refletir-se na expressão dos resul- é importante que a escola registre o planejamento com
tados. Da totalidade dos estudos de recuperação devem especial atenção para:
decorrer os respectivos registros nos documentos escola- I) a organização de grupos de estudantes ao final de um
res, que comprovam o compromisso da escola com o ano para iniciar a oferta no início do ano letivo seguinte;
processo de ensino e aprendizagem dos seus estudantes. II) os planos de estudos, os princípios e as estratégias
§ 2º - Ficam revogados, no ano letivo de 2016, os textos que integram o currículo (conceitos, atitudes e procedi-
constantes nos Regimentos Escolares que tratam da mentos), que garantam as habilidades e competências
oferta de recuperação entre períodos aos estudantes do que assegurem a sequência na trajetória escolar.
9º ano do Ensino Fundamental, devendo as escolas con- III) a avaliação dos estudantes dos projetos ou turmas
siderar tal revogação na efetivação das ações pedagógi- de aceleração deve considerar as habilidades e compe-
cas e administrativas. tências desenvolvidas pelos estudantes em vista dos
planos de estudos específicos;
Controle da Frequência IV) a forma e o momento do ano letivo em que esses
estudantes serão inseridos nas turmas previstas na orga-
Art. 34 O controle da frequência do estudante às ativida- nização curricular da escola, considerando a idade de
des escolares fica a cargo da escola, sendo exigida a cada estudante, a fim de inseri-lo em turmas com idades
frequência mínima de 75% do total de horas letivas para mais próximas, uma vez que o estudante deverá ser
aprovação. promovido.
§ 1º - O cômputo da frequência do estudante será feito § 3º A formação continuada dos docentes que atuarão
considerando o total de horas-aulas do ano letivo, consi- nos projetos ou turmas de aceleração de estudos é con-
derando todas as áreas de conhecimento e/ou respecti- dição necessária para a qualificação da prática pedagógi-
vos componentes curriculares. ca voltada às necessidades específicas destes estudan-
§ 2º - Quando existe a infrequência do estudante a Esco- tes, garantindo-lhes as condições de progredir na trajetó-
la entra em contato com os responsáveis para procurar ria escolar.
saber o motivo e, conforme o caso encaminha a Ficha
FICAI, conforme procedimentos da legislação vigente, Avanço
especialmente do Termo de Cooperação Estadual, ex-
presso na Recomendação MP nº 09/2015 e Parecer CME Art. 37 A escola poderá aplicar o avanço quando identifi-
nº 50/2015. car que o processo de desenvolvimento e aprendizagem
§ 3º - Devem ser assegurados tempos e espaços de re- dos estudantes está além do esperado para a idade em
posição dos conteúdos curriculares, ao longo do ano que estes se encontram.
letivo, aos estudantes com frequência insuficiente, evi- § 1º A verificação do aprendizado que possibilitará o
tando, sempre que possível, a retenção por faltas, sendo avanço deve ser realizada pelo coletivo dos docentes
repostos de forma presencial e registradas em documen- envolvidos com a aprendizagem do estudante e estar em
to específico como estudos compensatórios de infrequên- consonância com o desejo do estudante e da família.
cia, com o objetivo de proporcionar oportunidades de § 2º Todos os procedimentos realizados pela escola em
aprendizagem necessárias para a continuidade curricular. conjunto com a Mantenedora, em função do avanço es-
§ 4º - Para os estudantes que realizaram os estudos colar, devem constar de registros próprios em livro atas
compensatórios de infrequência, deve a escola proporci- e no histórico do estudante.
onar a possibilidade de progressão na trajetória escolar.
Aproveitamento de Estudos e Adaptação
Classificação dos Estudantes
Art. 38 A escola realizará o aproveitamento de estudos
Art. 35 Pode a escola realizar a classificação dos estu- concluídos com êxito dos estudantes transferidos, desde
dantes em qualquer ano ou etapa, exceto no primeiro que estejam de acordo com a proposta pedagógica e a
ano do ensino fundamental, nos seguintes casos: organização curricular da mesma, respeitadas as Diretri-
I) por promoção, para estudantes que cursaram, com zes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e do
aproveitamento, o ano fase anterior, na própria escola; Ensino Fundamental.
II) por transferência, para candidatos procedentes de § 1º Nas transferências escolares, a escola verificará
outras escolas; como os estudos considerados equivalentes podem vir a
III) independentemente de escolarização anterior, medi- ser aproveitados e/ou complementados, bem como, ou-
ante avaliação feita pela escola, que defina o grau de tros aparentemente diversos possam vir a sê-lo, tendo
desenvolvimento e experiência do candidato e permita em vista sua significação e importância no conjunto dos
sua inscrição no ano ou etapa adequada. componentes curriculares que compõem os planos de
estudo da escola.
Aceleração de Estudos § 2º Na verificação da transferência escolar caso a escola
de destino detecte a ausência de determinados compo-
Art. 36 A escola poderá organizar projetos ou turmas de nentes curriculares ou a necessidade de complementação
Aceleração de Estudos para estudantes com defasagem de conteúdos que compõem os seus planos de estudo, os
idade/escolaridade de dois anos ou mais, com o objetivo mesmos poderão ser cursados ou complementados via
de beneficiar àqueles estudantes que ingressam tardia- adaptação de estudos.
mente no sistema regular de ensino ou que, por diferen-
tes motivos, não conseguiram atingir o nível de adianta- Reclassificação
mento correspondente a sua idade.
§ 1º A organização e implantação de projetos ou turmas Art. 39 A escola deve reclassificar os estudantes quando
de Aceleração de Estudos, dependerão de diagnóstico houver mudança de organização curricular na própria
127
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
escola ou nos casos de transferência de estabelecimentos
de ensino com o objetivo de situá-los na nova organiza- Art. 44 O Poder Público Municipal deve prover às escolas
ção curricular. de condições para a oferta do ensino, com profissionais
Parágrafo único. A aplicação da reclassificação deve ser devidamente habilitados, prédios em boas condições de
realizada mediante avaliação definida no regimento da uso e funcionamento, equipamentos, mobiliário e materi-
escola e orientação da Mantenedora. ais próprios suficientes e adequados, com vistas a contri-
buir com a qualidade da educação.
Documentos Escolares § 1º A oferta de ensino na Rede Municipal deve atender
ao estabelecido pelo artigo 4º, inciso IX da LDBEN quan-
Art. 40 A escola é responsável pela emissão dos docu- to aos “padrões mínimos de qualidade de ensino defini-
mentos escolares com o objetivo de historiar, de forma dos como variedade e quantidades mínimas, por estu-
clara e objetiva, a vida escolar de cada estudante, medi- dante, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do
ante os registros individuais. processo ensino-aprendizagem”.
§ 1º A emissão de atas de resultados finais, históricos § 2º A oferta do Ensino Fundamental necessita de:
escolares, de atestados, de declarações e outros docu-
mentos escolares, conforme cada caso, devem conter I - Proposta Pedagógica construída coletivamente pela
todas as especificações que atendam a legislação vigente comunidade escolar e respectivo Regimento Escolar.
e orientações da mantenedora. II - Recursos Pedagógicos que possibilitem a concretiza-
ção da Proposta Pedagógica/Regimento Escolar e dos
Gestão das Escolas Planos de Estudo.
III - Profissionais da Educação qualificados para as dife-
Art. 41 A gestão das escolas de Ensino Fundamental da rentes áreas educacionais, visando ao provimento de
Rede Municipal deEnsino deve contar com Conselho Esco- funções necessárias à oferta do Ensino Fundamental.
lar, Equipe Diretiva, Círculo de Pais e Mestres e Grêmio IV - Corpo Técnico-Administrativo-Pedagógico adequado
Estudantil. ao número de estudantes da escola, com vistas a cres-
§ 1º O Conselho Escolar regido por legislação própria e cente qualificação da educação.
eleito por toda a comunidade escolar, deve consolidar o V - Acervo Bibliográfico, devendo contar com livros de
papel de aglutinador como órgão deliberativo e corres- literatura nacional e regional, textos científicos, livros
ponsável pela definição do planejamento e das ações técnicos e de referência, revistas que ofereçam atualiza-
escolares. ção de informações e todos os materiais necessários para
§ 2º A Equipe Diretiva, composta por Diretor(a) e Vice- o desenvolvimento da Proposta Pedagógica e do Plano de
diretor(a) de cada turno, eleita pela comunidade escolar Trabalho dos professores. O acervo deve estar disponível
e regida por legislação específica, deve buscar a efetiva- para estudantes, professores, funcionários e comunidade,
ção da gestão por meio de ações democráticas, funda- sendo organizado e classificado de acordo com as normas
mentadas na Proposta Pedagógica e Regimento Escolar. técnicas e localizar-se em local adequado.
§ 3º O Círculo de Pais e Mestres (CPM), eleito e regido VI - Recursos Audiovisuais que possibilitem a utilização
por legislação específica, atua junto à escola discutindo de tecnologias educacionais e a sua permanente atualiza-
questões próprias e buscando alternativas conjuntas com ção.
as demais organizações da comunidade. VII - Infraestrutura Física adequada às características
§ 4º O Grêmio Estudantil atua junto à escola, a fim de dessa oferta de ensino em consonância com o Regimento
representar os interesses dos estudantes, o qual é criado Escolar.
e regido por legislação específica. VIII - Áreas Verdes com sombreamento, bancos, praças
de brinquedos, constituindo-se em espaços de convivên-
Art. 42 A gestão escolar é responsável pela aplicação das cia adequada à faixa etária dos estudantes.
verbas públicas recebidas pela escola, devendo ser discu- IX - Acessibilidade, de acordo com a legislação vigente.
tida e deliberada em conjunto pelos Órgãos que com- X - Espaços especializados para atividades artístico-
põem a gestão, divulgada à comunidade por meio da culturais, esportivas e recreativas e que sirvam como
prestação de contas. espaços pedagógicos e de socialização.
XI - Condições de aeração, iluminação e segurança em
Princípios de Convivência todos os espaços conforme a legislação vigente munici-
pal;
Art. 43 Os Princípios de Convivência que nortearão as § 3º Para a oferta do Ensino Fundamental, as escolas
ações e relações de todos os que fazem parte da comu- localizadas na zona urbana devem dispor de:
nidade escolar devem ser construídos coletivamente, I) salas de aula em número suficiente para atender aos
fundamentados na Proposta Pedagógica e no Regimento estudantes, obedecendo à proporção mínima de 1,20m²
Escolar. de área por estudante em cada sala, incluindo o docente
Parágrafo único. Os princípios de convivência devem: e, quando for o caso, o cuidador. Na organização das
a) ter caráter educativo, tornando a escola prazerosa e turmas, deve-se levar em conta a proposta pedagógica,
democrática, onde todos sejam valorizados, oferecendo as etapas de ensino e as modalidades que oferece, ob-
oportunidades significativas para os estudantes, contri- servando o número de estudantes por turma:
buindo na formação dos sujeitos que primem por condu- a) anos iniciais: até 25 estudantes;
tas cooperativas, justas e respeitosas. b) anos finais: até 30 estudantes;
b) ser construídos por meio de processo educativo, refle- c) turmas multisseriadas:
xivo e comunicativo, levando em conta os direitos e de- - 5 adiantamentos = até 17 alunos estudantes;
veres do indivíduo estabelecidos na Constituição do Bra- - 4 adiantamentos = até 19 alunos estudantes;
sil, na Constituição do Estado do Rio Grande do Sul e no - 3 adiantamentos = até 21 alunos estudantes;
Estatuto da Criança e do Adolescente, reavaliados sem- - 2 adiantamentos = até 23 alunos estudantes. (alterado
pre que necessário. pela Res. CME nº 33/2016)
c) ser traduzidos por meio de normas de convivência ou d) turmas da Educação Infantil – Pré-Escola observará o
estratégias. agrupamento da legislação própria do Sistema Municipal
de Ensino, não sendo possível o agrupamento com estu-
Condições e Recursos das Escolas dantes do Ensino Fundamental, no caso das escolas do
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
campo. cação da identidade de cada estudante e da regularidade
II) salas de aula equipadas com mesas/carteiras e cadei- de sua vida escolar;
ras conforme número de estudantes em cada sala, ade- c) local para a guarda dos livros e outros materiais como
quadas à sua faixa etária e/ou às suas necessidades; jogos, mapas, materiais específicos para Ciências, Artes
mesa e cadeira para o professor, armário e quadro de giz e Educação Física ou outros componentes curriculares;
ou similar. d) áreas para Educação Física e Recreação junto à esco-
As salas devem ter aeração e iluminação natural direta e la, podendo também ser espaço disponibilizado pela co-
proteção nas janelas com incidência de sol. munidade local;
III) Área administrativo-pedagógica, espaços pedagógi- e) equipamentos e materiais didáticos suficientes para o
cos diversos e equipamentos, observando os seguintes desenvolvimento dos componentes curriculares e ade-
critérios: quados à faixa etária dos estudantes;
a) A sala dos professores, exclusiva, deve ser um espaço f) refeitório/cozinha;
de trabalho com mesa para reuniões, armários individu- g) instalações sanitárias adequadas ao número de estu-
ais e demais móveis necessários para o descanso e tra- dantes;
balho coletivo. h) existência de água potável em condições de higiene
b) A secretaria, em sala exclusiva, deve estar localizada suficiente para o consumo individual dos estudantes e
em lugar de fácil acesso e contar com a devida privaci- para as necessidades da escola.
dade e segurança. Deve estar equipada para os serviços
de escrituração escolar e contar com arquivo que assegu- Regularização das Escolas
re a integridade da documentação da escola.
c) A cozinha e refeitório em local adequado, devidamente Art. 45 As escolas devem ser legalmente criadas por Ato
mobiliados e equipados para a guarda, conservação e do Poder Executivo, cadastradas no Sistema Municipal de
manipulação dos alimentos. Ensino, autorizadas a funcionar por meio de Parecer emi-
l) Os espaços escolares para qualificar o trabalho peda- tido pelo Conselho Municipal de Educação e cessadas ou
gógico, como: laboratórios, salas de convivência para desativadas temporariamente, mediante consulta a co-
professores e funcionários e sala(s) multiuso, equipados munidade e decisão da mantenedora.
com móveis adequados a sua utilização, inclusive com § 1º A Secretaria Municipal da Educação deve encami-
equipamentos de informática. nhar, ao Conselho Municipal de Educação, pedido de
m) A biblioteca, em sala exclusiva, com aeração e ilumi- Cadastro de novas escolas, com antecedência de, no
nação natural e direta e proteção nas janelas com inci- mínimo, 60 dias antes do início das atividades escolares,
dência de sol; mesas para consulta, cadeiras, estantes. A excluídos os meses de janeiro e fevereiro, devendo ob-
biblioteca, como espaço de convivência, deverá ser ade- servar o previsto no Roteiro I, anexo da presente Resolu-
quada as etapas de ensino que a escola oferece e contar ção.
com um profissional capacitado responsável pelo seu § 2º O processo para o Credenciamento para a Autoriza-
funcionamento. ção de Funcionamento de escola ou de implantação de
n) A Educação Física e a Recreação com área própria anos finais do Ensino Fundamental ou de Turmas de
para as atividades práticas, junto à escola, com espaço Educação Infantil deve ser encaminhado, ao Conselho
coberto e ao ar livre. Municipal de Educação, até o dia 30 de novembro do ano
d) os espaços com suas respectivas instalações e equi- anterior ao da oferta, instruído com as peças, respecti-
pamentos devem observar a legislação específica vigente vamente, conforme descrição dos Roteiros II e Roteiro
dos diversos órgãos públicos, como: Vigilância Sanitária, III, anexos da presente Resolução.
Corpo de Bombeiros, Plano Diretor do Município, entre § 3º O Credenciamento de instituição de ensino e a Auto-
outros. rização de funcionamento para a oferta de determina-
§ 4º Para a oferta do Ensino Fundamental nas escolas do(s) nível(is) e/ou modalidade(s) será pelo prazo de 5
localizadas no meio rural devem ser considerados os (cinco) anos, a contar da data de publicação do ato, de-
seguintes critérios: vendo a mantenedora protocolar a solicitação de Recre-
I) materiais didáticos e educacionais que subsidiem o denciamento da(s) instituição(ões) de ensino por ela
trabalho com a diversidade, bem como de recursos que mantida(s) junto ao Conselho Municipal de Educação, até
assegurem aos estudantes o acesso a outros bens cultu- 180 (cento e oitenta) dias antes da data limite. O proces-
rais, podendo, com a participação da comunidade local, so instruindo a referida solicitação deverá conter as pe-
subsidiar as escolas quanto à produção e à oferta de ças previstas no Roteiro IV desta Resolução.
materiais escolares, de equipamentos que atendam as § 4º A cessação ou desativação de escolas de Ensino
características e necessidades ambientais e socioculturais Fundamental, conforme a Lei Federal nº 12.960/2014 e
da comunidade; Portaria MEC nº 391/2016, ocorrerá em caráter definitivo
II) sala para secretaria/coordenação, com privacidade, nas escolas da zona urbana e, nas escolas do campo,
contando com equipamentos para os serviços de escritu- indígenas e quilombolas poderá ser em caráter temporá-
ração escolar, devendo estar equipada para os serviços rio, por período máximo de cinco anos, estas devem ser
de escrituração escolar e contar com arquivo que assegu- precedidas de manifestação do Conselho Municipal de
re a integridade da documentação da escola; Educação que considerará a justificativa apresentada
III) local para a guarda dos livros, jogos, mapas e outros pela Secretaria Municipal da Educação contendo a análise
materiais específicos para o desenvolvimento da proposta do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da
pedagógica; comunidade escolar. (alterado pela Res. CME nº
IV) a escola deve atender aos mínimos de qualidade em 33/2016)
relação ao prédio, instalações, equipamentos e recursos I – Segundo o Decreto Federal nº 7.352/2010 que trata
didáticos. Recomenda-se que os espaços contemplem a da educação do campo e do Programa Nacional de Edu-
sua realidade geográfica: cação na Reforma Agrária, entende-se por escola do
a) salas de aula com capacidade para abrigar o alunado campo, para fins das normas do Sistema Municipal de
na proporção de 1,20m² por estudante; Ensino, aquela escola situada em área rural, definida pela
b) sala para secretaria/coordenação, com privacidade, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
contando com equipamentos para os serviços de escritu- IBGE, ou aquela situada em área urbana, desde que
ração escolar e com arquivos, a fim de assegurar a verifi- atenda predominantemente as populações do campo. As
populações do campo entendidas como os agrupamentos
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
formados por agricultores familiares, extrativistas, pes- Anexo I
cadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados - ROTEIRO I -
da reforma agrária, trabalhadores assalariados rurais, (Resolução CME nº 031/2015)
quilombolas, caiçaras, povos da floresta, caboclos e ou-
tros que produzam suas condições materiais de existên- O processo contendo o pedido de CADASTRO da Escola
cia a partir do trabalho no meio rural. (incluído pela Municipal de Ensino Fundamental junto ao Sistema Muni-
Res. CME nº 33/2016) cipal de Ensino deve ser encaminhado ao Conselho Muni-
II - Na intenção de cessar o funcionamento de escola do cipal de Educação, instruído com as peças a seguir des-
campo, indígena ou quilombola, de forma gradativa ou critas:
não, a mantenedora deverá solicitar, com, no mínimo, a) Ofício expedido pela mantenedora solicitando o CA-
90 dias antes da data prevista para o possível encerra- DASTRO junto ao Sistema Municipal de Ensino, dirigido a
mento das atividades letivas do ano corrente, a prévia presidência do Conselho Municipal de Educação, subscrito
manifestação do Conselho Municipal de Educação, que pelo representante legal da mantenedora.
emitirá Parecer com base nos documentos constantes no b) Cópia do Decreto de Criação e de denominação da
Roteiro V – Parte I, da Resolução CME nº 31/2015. (in- Escola e demais Atos Legais que a escola possua.
cluído pela Res. CME nº 33/2016) c) Cópia do CNPJ da Mantenedora da Escola.
III - Caso a manifestação do Conselho Municipal de Edu- d) Documento que comprove a propriedade do terreno e
cação seja pela cessação ou desativação da escola, deve do prédio da escola ou outra forma de autorização de uso
a mantenedora encaminhar o pedido de emissão de ato do bem, caso consista em cessão de uso ou outra forma
próprio, até 30 dias após o encerramento das atividades, legal.
contendo as peças previstas no Roteiro V – Parte II, da Anexo II
Resolução CME nº 31/2015. (incluído pela Res. CME - ROTEIRO II -
nº 33/2016) (Resolução CME nº 031/2015)
§ 5º - Nos documentos escolares expedidos a ex-
estudantes de escola que tiver cessado seu funcionamen- O processo para CREDENCIAMENTO E AUTORIZAÇÃO DE
to, além dos dados e informações necessários à identifi- FUNCIONAMENTO DE ESCOLA Municipal de Ensino Fun-
cação da escola, constará referência ao Parecer de cessa- damental ou para AUTORIZAÇÃO DE ANOS FINAIS do
ção de funcionamento da escola e/ou de etapas e/ou de Ensino Fundamental deve ser encaminhado ao Conselho
modalidade(s) de ensino. (incluído pela Res. CME nº Municipal de Educação, instruído com as peças a seguir
33/2016) descritas:
§ 6º - O acervo da escrituração escolar e dos arquivos da a) Ofício expedido pela mantenedora, contendo o pedido
escola serão recolhidos ao Órgão Executivo do Sistema e dirigido a presidência do Conselho Municipal de Educa-
Municipal de Ensino, porém, se constatada deficiência ção, subscrito pelo representante legal da mantenedora;
e/ou irregularidade na escrituração escolar e/ou no ar- b) Justificativa - Justificar os fins, níveis e modalidades
quivo, a Comissão Verificadora do Conselho Municipal de de ensino a serem oferecidos, demanda, previsão de
Educação orientará seu saneamento e/ou correção antes turmas e possibilidades de atendimento;
do recolhimento dos arquivos. (incluído pela Res. CME c) Cópia do Alvará emitido pela Secretaria Municipal da
nº 33/2016) Saúde.
§ 7º - Havendo cessação de funcionamento de etapa ou d) Cópia do Alvará de Proteção contra Incêndio, emitido
modalidade de ensino, mas continuando a existir a esco- pelo Corpo de Bombeiros;
la, o acervo da escrituração e do arquivo permanecerão e) Formulário preenchido contendo informações sobre a
na própria escola. (incluído pela Res. CME nº realidade da Escola, no que se refere:
33/2016) - à identificação do estabelecimento de ensino;
- aos espaços físicos internos e externos;
Art. 46 A presente Resolução entrará em vigor na data - aos equipamentos em geral;
de sua publicação, revogada a Resolução CME nº - ao material didático-pedagógico;
13/2006 e as demais disposições em contrário constan- - à demanda a ser atendida, à forma de organização
tes nos Regimentos Escolares. curricular da escola, dos programas e serviços de apoio
Comissão do Ensino Fundamental e Modalidades: pedagógico;
Ana Margarida Gubert Zanrosso - às informações relativas ao Corpo Docente, Corpo Dis-
André da Silveira cente, Corpo Técnico e de Apoio e Funcionários.
Elaine Bortolini f) Planta baixa ou croqui da escola contendo a descrição
Elisane da Silva Quilante de todas as dependências e a área em m²;
Fabiane Berti Granzotto g) Regimento escolar ou Declaração da mantenedora no
Fernanda Magalhães Stalliviere caso de adoção de regimento escolar padrão.
Jorge Luis Dutra
Lourdes Bender da Rosa Dias
Márcia Adriana de Carvalho Anexo III
Maria Inês Chies Benech - ROTEIRO III -
Maria Nilza Duarte Barbosa (Resolução CME nº 031/2015)
Rosane de Fátima Carneiro
Sandra Mariz Negrini O processo para o CREDENCIAMENTO E AUTORIZAÇÃO
Silvana Cechinato Cagol DE FUNCIONAMENTO das TURMAS DE EDUCAÇÃO IN-
Tatiana Vergani FANTIL em Escolas da Rede Municipal de Ensino, deve
Thais Gomes Duarte ser encaminhado ao Conselho Municipal de Educação
Vera Smaniotto contendo os seguintes documentos:
Aprovada, por unanimidade, em sessão plenária do dia a) Ofício da Entidade Mantenedora, solicitando o Creden-
08 de dezembro de 2015. ciamento e a Autorização de Funcionamento das Tur-
Marcia Adriana de Carvalho, ma(s) de Educação Infantil, com respectiva faixa etária.
Presidente do Conselho Municipal de Educação. b) Cópia de todos os Atos Legais da Escola.
c) ALVARÁS:
ANEXOS
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
- Alvará emitido pela Secretaria Municipal da Saúde – recursos humanos e pedagógicos específicos para o pleno
Vigilância Sanitária; atendimento ao direito à educação do campo, indígena e
- Alvará de Prevenção e Proteção contra Incêndio. quilombola, garantidos na Constituição e na legislação
d) Preenchimento do Formulário de Dados da Escola que infraconstitucional;
oferta Turmas de Educação Infantil. - o processo de aprendizagem e o impacto pedagógico, a
e) Planta baixa ou croqui da Escola, com identificação partir do reconhecimento e valorização da identidade
das dependências utilizadas pela Educação Infantil e área cultural e territorial das populações do campo, indígenas
em m². e quilombolas;
f) Declaração firmada pela Direção da Escola de que as - o percurso educativo do estudante quanto ao rendi-
dependências destinadas à Educação Infantil são de uso mento, à aprendizagem e à continuidade do processo
exclusivo dessa faixa etária e que as dependências de educativo;
uso comum são utilizadas pela educação infantil em ho- - a função social da escola e seus aspectos multidimensi-
rário diferenciado dos demais alunos da escola. onais, tais como o ambiente, a economia, a cultura, vi-
g) Projeto de formação continuada do corpo docente da venciados pelos grupos sociais no território em que estão
escola que atende a(s) turma(s) de Educação Infantil. inseridos; e
h) Cópia da Proposta Pedagógica e Regimento Escolar - o estudo da distância a ser percorrida pelos alunos,
original, em 3 vias, ou Declaração de adoção de Regi- considerando o tempo de duração do deslocamento,
mento Escolar Padrão, tendo como base a normatização condições de acesso e meio de transporte;
própria do Sistema Municipal de Ensino. d) manifestação dos órgãos que possuem interface com a
educação, atuantes no território, especialmente da Em-
Anexo IV presa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER,
- ROTEIRO IV - Secretaria da Agricultura e/ou órgãos equivalentes, no
(Resolução CME nº 031/2015) caso das escolas do campo;
e) declaração da destinação da escrituração escolar e do
O processo solicitando o RECREDENCIAMENTO de Escola arquivo da mesma e dos bens móveis relacionados no
Municipal de Ensino Fundamental deve ser encaminhado tombamento;
ao Conselho Municipal de Educação, instruído com as f) declaração da destinação do imóvel, no caso de domi-
peças a seguir descritas: nialidade pública;
a) ofício solicitando o recredenciamento, assinado por g) declaração referente aos recursos humanos que atuam
representante legal da entidade mantenedora, dirigido à na escola, destacando vínculo de trabalho e sua designa-
Presidência do Conselho Municipal de Educação; ção para outra escola;
b) comprovante de propriedade do(s) imóvel(eis) ou de h) manifestação da comunidade escolar, decorrente de
direito de uso; assembleia geral, mediante edital de convocação, com
c) condições de infraestrutura física da escola, por meio antecedência mínima de 15 dias, expressa em Ata acom-
do envio de formulário próprio que integra as normas panhada de relação dos presentes, discriminados por
que regem cada nível de ensino deste Sistema, sendo segmento: pais, alunos, profissionais da educação, con-
que as exigências mínimas relativas às condições de selho escolar e demais integrantes da comunidade.
infraestrutura física de cada etapa ou modalidade de
ensino, são as estabelecidas nas respectivas normas. Parte II:
O processo para CESSAÇÃO OU DESATIVAÇÃO de Escola
Anexo V Municipal de Ensino Fundamental deve ser encaminhado
- ROTEIRO V - ao Conselho Municipal de Educação, instruído com as
(Resolução CME nº 031/2015 – Parte I incluída peças a seguir descritas:
pela Resolução CME nº 33/2016) a) Ofício da mantenedora formulando o pedido;
b) Cópia dos Atos Legais da Escola (de criação, de autori-
Parte I: zação de funcionamento, e outros que a escola possua);
O processo contendo o pedido de manifestação prévia do c) Indicação do destino escolar dos estudantes remanes-
Conselho Municipal de Educação para CESSAÇÃO OU centes;
DESATIVAÇÃO de Escola Municipal de Ensino Fundamen- d) Informações sobre o destino da escrituração escolar e
tal do Campo, Indígena ou Quilombola, deve ser encami- do arquivo da mesma.
nhado, com, no mínimo, 90 dias antes da data prevista
para o possível encerramento das atividades letivas do
ano corrente, instruído com as peças a seguir descritas: RESOLUÇÃO CME Nº 35, DE 30 DE MAIO DE
a) ofício da mantenedora formulando o pedido; 2017. DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A
b) justificativa, contendo um relato pormenorizado dos EDUCAÇÃO ESPECIAL NO SISTEMA MUNICIPAL
pressupostos que motivam a decisão do fechamento da DE ENSINO DE CAXIAS DO SUL.
unidade escolar, considerando a oferta do ensino para as
populações do campo, indígenas e quilombolas em escola O Conselho Municipal de Educação do Município de Caxi-
pública nas respectivas comunidades ou mais próximas as do Sul, com fundamento no inciso III do artigo 11 e
de sua residência. A justificativa deverá considerar o nos artigos 58 a 60 da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
histórico da escola, a proposta pedagógica da escola, as cação Nacional - LDBEN, Lei 9.394 de 20 de dezembro de
condições de infraestrutura e os recursos humanos exis- 1996; artigo 205, inciso I, do artigo 206, incisos III e V
tentes, a participação da escola em políticas e programas e, do artigo 208, da Constituição Federal; nas Leis Fede-
do Governo Federal, os investimentos realizados com rais nºs 12.764/2012 e 13.146/2015; nas Resoluções e
recursos próprios em infraestrutura e correspondentes Pareceres do CNE/CEB, bem como nas Notas Técnicas
ações pedagógicas; SEESP/GAB, em vigência que tratam da Educação Espe-
c) o diagnóstico de impacto da ação considerará, no mí- cial; na Declaração Mundial de Educação para Todos
nimo, os seguintes aspectos: (1990); na Declaração de Salamanca (1994); na Decla-
- o estudo de alocação e realocação dos estudantes ma- ração da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Defici-
triculados na escola por etapas, modalidades e faixa ência (2006); no documento do MEC que implantou à
etária, demonstrando a capacidade de infraestrutura e Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Educação Inclusiva (2008); nas Leis Municipais nºs humanos e materiais, provendo as escolas das condições
5.747/2001 e 6.403/2005, R E S O L V E: necessárias a esse atendimento.
Dispor sobre as Diretrizes para a Modalidade da Educa- Parágrafo único - A mantenedora disponibilizará equipe
ção Especial no Sistema Municipal de Ensino de Caxias do multiprofissional e interdisciplinar ou responsáveis para
Sul. viabilizar e dar sustentação a esse processo.

DA CONCEITUAÇÃO, DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJE- DA CARACTERIZAÇÃO DAS CRIAN-


TIVOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ÇAS/ESTUDANTES

Art. 1º A Educação Especial na Perspectiva da Educação Art. 5º Considera-se criança/estudante da Educação


Inclusiva, constitui uma modalidade de ensino que per- Especial:
meia todos os níveis, etapas e modalidades da educação I - criança/estudante com deficiência: aqueles que têm
escolar, que realiza o Atendimento Educacional Especiali- impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
zado (AEE), disponibilizando um conjunto de serviços, intelectual ou sensorial que, em interação com diversas
recursos e estratégias específicas que favoreça o proces- barreiras, podem ter restringida sua participação plena e
so de escolarização das suas crianças/estudantes nas efetiva na escola e na sociedade, em igualdade de condi-
turmas do ensino regular. ções com as demais pessoas.
II - criança/estudante com transtornos do espectro autis-
Art. 2º A Educação Especial considera as situações sin- ta (TEA): conforme Lei que institui a Política Nacional de
gulares, os perfis, as características biopsicossociais, as Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Es-
faixas etárias das crianças/estudantes e se pauta em pectro Autista, é considerada pessoa com transtorno do
princípios éticos, políticos, estéticos e legais dos direitos espectro autista aquela portadora de síndrome clínica
humanos, de modo a assegurar: caracterizada na forma das seguintes situações:
I - a educação inclusiva entendida como acesso, perma-
nência com qualidade e participação das crian- a) deficiência persistente e clinicamente significativa da
ças/estudantes na escola, respeitando suas diferenças e comunicação e das interações sociais, manifestada por
atendendo suas necessidades educacionais especiais; deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal
II - a dignidade humana e a observância do direito da usada para interação social; ausência de reciprocidade
criança/estudante de realizar seus projetos de estudo, de social; falência em desenvolver e manter relações apro-
trabalho e de inserção na vida social; priadas ao seu nível de desenvolvimento; ou
III - a busca da identidade própria de cada crian- b) padrões restritivos e repetitivos de comportamentos,
ça/estudante, o reconhecimento e a valorização das suas interesses e atividades, manifestados por comportamen-
diferenças e potencialidades, bem como de suas necessi- tos motores ou verbais estereotipados ou por comporta-
dades no processo de ensino e aprendizagem, visando ao mentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a roti-
desenvolvimento de competências, habilidades, adoção nas e padrões de comportamento ritualizados; interesses
de atitudes e constituição de valores. restritos e fixos.
III - criança/estudante com altas habilida-
DOS MEIOS PARA A OFERTA DA EDUCAÇÃO ESPE- des/superdotação: aqueles que apresentam um potencial
CIAL elevado e grande envolvimento com as áreas do conhe-
cimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual,
Art. 3º O Sistema Municipal de Ensino de Caxias do Sul liderança, psicomotora, artes e criatividade.
desenvolve a Educação Especial por meio de:
I - planejamento de ações e estabelecimento de políticas DO ACESSO E DAS FORMAS DE ATENDIMENTO
conducentes à universalização do atendimento das crian-
ças/estudantes com deficiência, transtornos do espectro Art. 6º O acesso, a permanência e a continuidade de
autista ou altas habilidades/superdotação; estudos das crianças/estudantes com deficiência, trans-
II - transversalidade da Educação Especial nas etapas da tornos do espectro autista ou altas habilida-
Educação Infantil, do Ensino Fundamental e da modali- des/superdotação devem ser garantidos nas escolas da
dade da Educação de Jovens e Adultos; rede regular de ensino para que se beneficiem desse
III - atendimento educacional especializado (AEE) com- ambiente e aprendam conforme suas possibilidades.
plementar ou suplementar, não substitutivo à escolariza- § 1º - A escola deve assegurar o acesso dessas crian-
ção regular; ças/estudantes às turmas do ensino regular, entendidas
IV - formação continuada e/ou capacitação de professo- como o ambiente de ensino e de aprendizagem no qual é
res para o AEE e demais profissionais da educação; oportunizada a convivência de crianças/estudantes com e
V - participação da família e da comunidade no processo sem deficiências no desenvolvimento de atividades curri-
escolar; culares programadas do ensino regular.
VI - acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobili- § 2º - Recomenda-se a inclusão de, no máximo, duas
ários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e crianças/estudantes com deficiência ou com transtornos
informação, em conformidade com a legislação pertinen- do espectro autista em cada turma do ensino regular,
te; devendo ter redução de 30% da capacidade de crian-
VII - recursos didáticos, tecnologia assistiva e de comu- ças/estudantes na turma ou contar com cuidador educa-
nicação, além das salas de recursos, salas de recursos cional, segundo o apontamento da avaliação prevista no
multifuncionais, centro de atendimento educacional espe- artigo 7º, da presente Resolução, sendo que a mesma
cializado, atendimento domiciliar e hospitalar; equipe também definirá o número crianças/estudantes
VIII - articulação intersetorial na implementação das por cuidador.
políticas públicas. § 3º - Para as crianças/estudantes que apresentam altas
habilidades/superdotação são oferecidas atividades de
Art. 4º A mantenedora deve assegurar o planejamento, enriquecimento curricular nas turmas do ensino regular,
o acompanhamento e a avaliação dos projetos e dos sempre que possível em interface com núcleos de ativi-
serviços da Educação Especial na oferta da educação dades para altas habilidades/superdotação, com institui-
inclusiva, bem como os recursos financeiros, técnicos, ções de ensino superior e com institutos voltados ao
desenvolvimento da pesquisa, das artes e dos esportes,
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
inclusive para concluir, em menor tempo, o ano ou etapa tação e mobilidade; utilização do soroban; ajudas técni-
escolar. cas, incluindo informáticaadaptada; mobilidade e comu-
§ 4º - Para as crianças/estudantes, público da Educação nicação alternativa/aumentativa; tecnologia assistiva;
Especial, pode a escola realizar a classificação ou a re- informática educativa; educação física adaptada; enri-
classificação dos mesmos, nos termos da legislação vi- quecimento curricular e aprofundamento do repertório de
gente, com base em avaliação do Art. 7º da presente conhecimentos; atividades de vida autônoma e social,
Resolução, a fim de situá-los no ano adequado do Ensino entre outras, devendo estar articuladas com a proposta
Fundamental ou Modalidade ou outra forma de organiza- pedagógica do ensino comum.
ção curricular, segundo o nível individual de desenvolvi- § 1º - A Língua Brasileira de Sinais -LIBRAS constituir-
mento. se-á no AEE, de acordo com a legislação específica vigen-
te.
Art. 7º A avaliação para a identificação da deficiência, § 2º - As normas técnicas para a produção de material e
do(s) transtorno(s) do espectro autista ou altas habilida- para o ensino do sistema Braille fundamentar-se-ão nos
des/superdotação das crianças/estudantes, bem como atos e instrumentos emitidos pelos órgãos competentes.
para a indicação quanto ao Atendimento Educacional Art. 10 O AEE deve estar articulado ao processo de esco-
Especializado (AEE) e a forma de registro do processo da larização, constituindo-se oferta obrigatória em todos os
avaliação escolar, deve ser realizada e registrada em níveis, etapas e modalidades da educação.
documentopróprio pelo(s) professor(es), pela equipe Parágrafo único - A criança/estudante deve estar matri-
pedagógica da escola, pelo profissional responsável pela culada na classe comum do ensino regular para ter aces-
educação especial ou equipe multiprofissional e interdis- so à matrícula no AEE.
ciplinar da mantenedora, contando com:
I - a colaboração da família; Art. 11 As escolas pertencentes ao Sistema Municipal de
II - a cooperação dos serviços de Saúde, Assistência Ensino incluirão em sua Proposta Pedagógica estratégias
Social, Trabalho, Justiça e Esporte e Ministério Público, que favoreçam a inclusão das crianças/estudantes com
sempre que necessário. deficiência, transtornos do espectro autista ou altas habi-
§ 1º - A avaliação de identificação da deficiência será lidades/superdotação, bem como o encaminhamento,
biopsicossocial e considerará: junto à mantenedora, de AEE complementar ou suple-
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do mentar nos termos do artigo 7º da presente Resolução.
corpo; Parágrafo único - Cabe à escola institucionalizar em sua
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; Proposta Pedagógica a organização do AEE.
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação. Art. 12 O AEE, na própria escola onde a crian-
§ 2º - A forma de registro da avaliação das crian- ça/estudante está matriculada, em outra escola do seu
ças/estudantes citados no caput deste artigo poderá ser zoneamento ou em centro de atendimento educacional
conforme o previsto no Regimento da Escola ou outra especializado da rede pública, da iniciativa privada ou de
forma que contemple as especificidades de cada crian- instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas
ça/estudante. sem fins lucrativos, conveniadas com o Poder Público
Municipal, pode ocorrer no espaço escolar ou fora da
DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO escola.
(AEE) I - O AEE na escola envolve professores para os atendi-
mentos nos seguintes espaços e ações pedagógicas:
Art. 8º O Atendimento Educacional Especializado (AEE) a) na sala de recursos: local com equipamentos, materi-
constitui-se no conjunto de atividades, recursos de aces- ais e recursos pedagógicos específicos à natureza das
sibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, necessidades educacionais especiais da crian-
prestado, respectivamente, de forma complementar ou ça/estudante com deficiência, transtornos do espectro
suplementar à formação das crianças/estudantes com autista ou altas habilidades/superdotação, onde se ofere-
deficiência, transtornos do espectro autista ou altas habi- ce o AEE, complementando o atendimento educacional
lidades/superdotação, disponibilizando meios para o realizado em classe comum do ensino regular.
acesso ao currículo, proporcionando a independência b) na sala de recursos multifuncionais: local da escola no
para a realização das tarefas e a construção da autono- qual se realiza o AEE para a criança/estudante com defi-
mia na escola e fora dela. ciência, transtornos do espectro autista ou altas habilida-
§ 1º - A função complementar (para a criança/estudante des/superdotação, por meio do desenvolvimento de es-
com deficiência e/ou com transtorno do espectro autista) tratégias de aprendizagem centradas em um fazer peda-
e suplementar (para a criança/estudante com altas habi- gógico que favoreça a construção de conhecimentos pe-
lidades/superdotação) dá-se por meio de serviços, recur- las crianças/estudantes, subsidiando-os para que desen-
sos de acessibilidade e estratégias que eliminem as bar- volvam o currículo e participem da vida escolar.
reiras para a plena participação na sociedade e o desen- c) serviço de itinerância: trabalho desenvolvido nas esco-
volvimento das aprendizagens. las, por docente especializado que periodicamente traba-
§ 2º - O encaminhamento da criança/estudante para o lha com a criança/estudante com deficiência, transtornos
AEE é realizado segundo a avaliação prevista no artigo 7º do espectro autista ou altas habilidades/superdotação e
da presente Resolução. com o professor de classe comum, proporcionando-lhes
§ 3º - As atividades desenvolvidas no AEE diferenciam-se orientação, ensinamentos e apoios adequados.
daquelas realizadas em turma comum do ensino regular, d) atendimento temporário: atendimento oferecido fora
não sendo substitutivas à escolarização, devendo ser do espaço escolar para as crianças/estudantes com defi-
ministradas por professores especializados, no turno ciência, transtornos do espectro autista ou altas habilida-
inverso ao da classe comum, a partir do plano curricular des/superdotação, incapacitados temporariamente, pelo
individualizado e elaborado conjuntamente entre os pro- prazo máximo de 30 dias, de presença às aulas, a escola
fessores do AEE e os das turmas comuns regulares. organiza, com a participação dos professores que atuam
nas áreas do conhecimento e/ou nos diferentes compo-
Art. 9º São considerados recursos do AEE: Língua Brasi- nentes curriculares obrigatórios, a flexibiliza-
leira de Sinais(LIBRAS); interpretação de LIBRAS; ensino ção/adaptação curricular, por meio de um plano de tra-
da Língua Portuguesa para surdos; código Braille; orien- balho individualizado, que considere às efetivas condi-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ções da criança/estudante, por meio da colaboração da referência e no caderno de registros pedagógicos do(s)
família e/ou responsável ou, conforme o caso, o profissi- professor(es) que atende(m) a criança/estudante, os
onal da Assistência Social, os quais devem, igualmente, quais também servem para uma maior e melhor integra-
comprometer-se com as estratégias estabelecidas para a ção e comunicação entre estas partes.
efetiva aprendizagem da criança/estudante.
d) estimulação precoce: atendimento de crianças com DO CURRÍCULO
deficiência, defasagem no desenvolvimento e de alto
risco, de zero a três anos e onze meses de idade, no qual Art. 14 A organização e a operacionalização dos currícu-
são desenvolvidas atividades terapêuticas (segundo ca- los escolares são de competência e responsabilidade das
pacitação dos professores pelos órgãos da saúde) e edu- instituições de ensino, devendo constar em sua Proposta
cacionais, voltadas para o desenvolvimento global, con- Pedagógica e Regimento Escolar as disposições necessá-
tando fundamentalmente com a participação da família. rias para o atendimento às necessidades educacionais
e) enriquecimento curricular: voltado para o atendimento especiais das crianças/estudantes com deficiência, trans-
das altas habilidades/superdotação para exploração dos tornos do espectro autista ou altas habilida-
interesses e promoção do desenvolvimento potencial das des/superdotação respeitadas, além das Diretrizes Curri-
crianças/estudantes nas áreas intelectual, acadêmica, culares Nacionais, as normas emanadas deste Conselho.
artística, de liderança e de psicomotricidade. § 1º - Conforme a legislação vigente, tanto o currículo
como a avaliação para as crianças/estudantes com defi-
II - O AEE fora da escola envolve professores e profissio- ciência devem ser funcionais, buscando meios úteis e
nais para os atendimentos nos seguintes espaços: práticos para favorecer o desenvolvimento das compe-
a) centro de atendimento educacional especializado (CA- tências sociais, o acesso ao conhecimento, à cultura e às
EE): espaço de atendimento educacional especializado formas de trabalho valorizadas pela comunidade; e a
atendido por profissionais da educação, da saúde e da inclusão da criança/estudante na sociedade.
assistência social, complementar à formação das crian- § 2º - As escolas devem garantir a flexibilização curricu-
ças/estudantes com deficiência, transtornos do espectro lar e o AEE na forma do disposto na presente Resolução.
autista e, suplementar, para as crianças/estudantes com § 3º - As adaptações nos planos de trabalho são constru-
altas habilidades/superdotação, dispondo de equipamen- ídas em consonância com a Proposta Pedagógica, Regi-
tos, materiais e recursos pedagógicos específicos à natu- mento Escolar e Planos de Estudo, envolvendo, além dos
reza das necessidades educacionais especiais especiais, professores da sala de aula, o professor do AEE e a coor-
podendo, também, oferecer capacitação aos professores, denação pedagógica.
aos demais profissionais da educação e às pessoas da § 4º - Para os estudantes com altas habilida-
comunidade. des/superdotação (aqueles que apresentam um potencial
b) atendimento pedagógico hospitalar ou domiciliar: elevado e grande envolvimento com as áreas do conhe-
atendimento educacional temporário prestado a crian- cimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual,
ça/estudante com deficiência, transtornos do espectro liderança, psicomotora, arte e criatividade), estes têm
autista ou altas habilidades/superdotação, no ambiente direito ao AEE de forma suplementar, para aprofundar e
hospitalar (no leito da enfermaria ou no quarto de isola- enriquecer conteúdos acadêmicos, a fim de promover o
mento) ou, em sua casa, em face da impossibilidade desenvolvimento de suas potencialidades, por meio do
temporária de, no mínimo 30 dias, de sua frequência à fornecimento de uma variedade de experiências de
escola, segundo laudo médico e avaliação da equipe aprendizagem que estimulem o potencial dos mesmos.
multiprofissional e interdisciplinar descrita no Art. 7º da
presente Resolução, bem como de ações conjuntas dos DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
sistemas públicos da educação, da saúde e da assistência
social. Art. 15 A avaliação do desempenho escolar da crian-
c) classe hospitalar: ambiente organizado pela instituição ça/estudante com deficiência, transtornos do espectro
hospitalar para possibilitar o atendimento educacional de autista ou altas habilidades/superdotação deve ser em-
grupos de crianças/estudantes com deficiência, transtor- basada no
nos do espectro autista ou altas habilida-
des/superdotação internados em tratamento hospitalar, Art. 24, da LDBEN - “avaliação contínua e cumulativa do
minimamente, por meio da organização de uma sala para desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos
desenvolvimento das atividades pedagógicas com mobili- qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao
ário adequado e uma bancada com pia, podendo ainda longo do período sobre os de eventuais provas finais” -
contar com espaço ao ar livre adequado para atividades realizada como processo dinâmico, considerando as habi-
físicas e ludo-pedagógicas. lidades imprescindíveis apontadas nos planos de estudos
individualizados ou adaptados, configurando uma ação
Art. 13 O Sistema Municipal de Ensino de Caxias do Sul, pedagógica processual e formativa que analisa o seu
buscando ação integrada com o Sistema de Saúde, da desempenho em relação ao seu progresso individual.
Assistência Social e com a participação da família, orga- § 1º - A avaliação do processo de ensino e aprendizagem
niza a escolarização e o AEE às crianças/estudantes im- deve contemplar as adequações de instrumentos e pro-
possibilitados de frequentar temporariamente às aulas cedimentos que atendam à diversidade das crian-
em razão de tratamento de saúde que implique interna- ças/estudantes.
ção hospitalar, atendimento em clínica ou ambulatorial § 2º - o processo de avaliação do desempenho escolar
ou permanência em domicílio, por meio do assessora- deve envolver, além dos professores da sala de aula, o
mento permanente ao professor pela equipe de saúde professor do AEE e a coordenação pedagógica da escola,
que coordena o tratamento terapêutico individual, de- e, quando necessário a assessoria da mantenedora.
vendo ter acesso aos prontuários do usuário sob atendi-
mento pedagógico (ações e serviços de saúde), tanto DOS REGISTROS DA AVALIAÇÃO E DA CERTIFICA-
para obter informações quanto para prestá-las no que se ÇÃO
refere as intervenções realizadas e avaliação educacional.
Parágrafo único - Nos casos previstos no caput do artigo, Art 16 O registro do aproveitamento das crian-
os registros pedagógicos e o cômputo da frequência de- ças/estudantes da Educação Especial na documentação
vem ser realizados, respectivamente, em documentos
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
escolar (documento de final de trimestre; Histórico Esco- inserção no trabalho competitivo, mediante articulação
lar; com os órgãos oficiais afins”.
Certificado de Conclusão de Etapa de Ensino ou de Ter- d) utilizar o modelo de Certificado de Terminalidade Es-
minalidade Específica) dar-se-á em conformidade com a pecífica, constante no Anexo I, da presente Resolução.
indicação apontada quando da realização da avaliação, Art 18 Na avaliação das crianças/estudantes que apre-
segundo o parágrafo único do artigo 7º desta Resolução. sentam altas habilidades/superdotação poderá ser apli-
§ 1º - Deve a escola expedir o Certificado de Conclusão cada a classificação, nos casos de transferência ou, o
da Etapa do Ensino Fundamental regular ao estudante avanço escolar, como forma de propiciar a oportunidade
com deficiência que atingiu os objetivos preconizados de concluir, em menor tempo, anos, ciclos ou a etapa do
no Art. 32, da LDBEN, devendo orientar a família do es- Ensino Fundamental, considerando o nível individual de
tudante com idade inferior a 18 anos que este deverá desenvolvimento, conforme a alínea “c”, do inciso V, do
ingressar no Ensino Médio, tendo em vista o cumprimen- Art. 24, da LDBEN.
to constitucional da obrigatoriedade de escolarização dos § 1º - A emissão do Certificado de Conclusão do Ensino
4 aos 17 anos, a qual deverá apresentar à escola de Fundamental para os estudantes com altas habilida-
origem o atestado de vaga ou equivalente para a nova des/superdotação será realizada após avaliação por equi-
etapa de ensino. pe multiprofissional e multidisciplinar, descrevendo em
documento anexo ao Certificado as especificações cabí-
Art. 17 A avaliação e os registros das crian- veis como habilidades e competências, as quais devem
ças/estudantes com deficiência ou transtornos do espec- estar relacionadas com as características das altas habili-
tro autista considera o conjunto de habilidades e compe- dades/superdotação, quanto a:
tências apresentadas, as quais devem estar relacionadas a) habilidades específicas de destaque em uma ou várias
com o nível de desenvolvimento e aprendizagem alcan- áreas;
çado quanto a: b) nível de desenvolvimento em relação a faixa etária do
a) consciência de si; estudante;
b) cuidados pessoais e de vida diária; c) nível de desempenho qualitativo apresentado, relacio-
c) exercício da independência; nado a criatividade, ao conhecimento, a capacidade soci-
d) aptidões cognitivas, afetivas e psicossociais; oafetiva e as habilidades sensório-motoras;
e) capacidade de estabelecer relações coletivamente e d) qualidade das relações sociais do estudante nas diver-
cooperativamente; sas situações.
f) capacidade de compreender a indicação de tarefas e
executá-las; DA TEMPORALIDADE E FLEXIBILIDADE DO ANO
g) habilidades relacionadas às possibilidades de ativida- LETIVO
des produtivas, entre outras.
§ 1º - É dever da escola assegurar ao estudante com Art. 19 A temporalidade flexível do ano letivo, para
deficiência ou transtornos do espectro autista a certifica- atender as necessidades educacionais especiais das cri-
ção de Terminalidade Específica para aquele que não anças/estudantes, deve ser observada:
atingir o nível exigido para a conclusão da Etapa do Ensi- I - para as crianças/estudantes com transtornos do es-
no Fundamental, previsto no Inciso I, do Art. 32, da pectro autista, deficiência mental ou deficiências múlti-
LDBEN, a qual deve ser fundamentada em avaliação plas, a possibilidade de concluir em tempo maior o currí-
pedagõgica – com histórico escolar que apresente, de culo previsto para a série/ano ou etapa escolar;
forma descritiva, os conhecimentos, habilidades e com- II - para as crianças/estudantes com altas habilida-
petências atingidas pelo estudante com deficiência. des/superdotação oportunidade para concluir, em menor
§ 2º - Na expedição do Certificado de Terminalidade tempo, a série/ano ou etapa escolar nos termos do artigo
Específica ao estudante com deficiência ou transtornos do 24, Inciso V, alínea “c” da LDBEN.
espectro autista, prevista no Inciso II, do Art. 59, da Parágrafo único - Ao final de cada ano letivo, do 1º ao 9º
LDBEN, devem ser observados os seguintes critérios: ano do Ensino Fundamental, é realizado estudo de caso,
a) número mínimo de 9 anos de escolarização do(a) es- em conjunto escola/mantenedora, com base em registros
tudante, podendo considerar o tempo frequentado em pedagógicos, relatórios e documentos correlatos, elabo-
espaços escolares regulares, tais como classe especial, rados pelo professor da sala de aula, pelo professor do
turmas multisseriadas ou outros espaços em estabeleci- AEE e pela coordenação pedagógica, em colaboração com
mentos escolares credenciados e autorizados pelo Siste- demais profissionais especializados, ouvida a família do
ma de Ensino; estudante, objetivando decidir, quando for necessário, o
b) final do ano letivo e idade de 18 anos completos; prolongamento do ano letivo e, neste caso, o estudante
c) tenha o estudante concluído o currículo adaptado, em terá como resultado final “P = Permanece”.
termos de habilidades, conhecimentos e convivência.
§ 3º - Ao expedir a Certificação de Terminalidade Especí- Art. 20 A limitação dos horários de permanência das
fica/Conclusão do Ensino Fundamental deve a escola: crianças/estudantes com deficiência ou transtornos do
a) realizar a avaliação pedagógica conjuntamente por espectro autista nas turmas do ensino regular ocorre no
todos os professores que atuaram com o(a) estudante e caso de possibilidade de risco a si mesmo e/ou aos de-
a assessoria da mantenedora, anexando os laudos da mais, bem como em casos extraordinários, mediante
área médica, da assistência social, etc, que o(a) estudan- avaliação realizada pela equipe descrita no artigo 7º
te já tenha apresentado na Escola; desta Resolução.
b) orientar a família que a continuidade da escolarização § 1º - Nos casos de que trata o caput do artigo, a escola
se dá por meio de matrícula no ensino médio ou suas observa a organização semanal dos horários da turma da
modalidades (EJA e/ou Profissionalizante); criança/estudante, de forma a reorganizar os horários
c) encaminhar o(a) estudante para atividade produtiva para sua frequência, a fim de permitir a participação em
junto as empresas ou em outros espaços sociais (ofici- todas as áreas do conhecimento ou componentes curricu-
nas, cursos, etc), segundo as condições de cada estudan- lares e possibilitar a aprendizagem da criança/estudante
te e em atendimento ao inciso IV, do art. 59, da LDBEN - em todo o currículo mínimo obrigatório da Educação
“educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva Infantil ou do Ensino Fundamental.
integração na vida em sociedade, inclusive condições
adequadas para os que não revelarem capacidade de
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
§ 2º - Pode a escola decidir pela adaptação progressiva ças/estudantes, promovendo autonomia e independên-
da criança/estudante na rotina escolar, considerando as cia;
possibilidades adaptativas de cada um(a), sendo que sua IX - estabelecer articulação com os professores da sala
permanência durante o horário integral na escola depen- de aula regular, visando à disponibilização dos serviços,
de de avaliação prévia a ser realizada periodicamente dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estra-
pela equipe descrita no artigo 7º desta Resolução. tégias que promovam a participação das crian-
ças/estudantes nas atividades escolares;
DA ATUAÇÃO DO PROFESSOR NO ENSINO REGULAR X - promover atividades, criando espaços de participação
da família e interface com os serviços setoriais da Saúde,
Art. 21 Aos professores que se encontram em efetivo da Assistência Social, entre outros.
exercício nas instituições de ensino da rede regular, o
Sistema Municipal de Ensino de Caxias do Sul oportuniza DA ATUAÇÃO DO CUIDADOR EDUCACIONAL
a formação continuada, com conteúdos sobre educação
inclusiva, adequados ao desenvolvimento de competên- Art. 24 O Cuidador Educacional é o Profissional de Apoio
cias e constituição de valores para atendimento às ne- Escolar previsto na Lei Federal nº 13.146/2015, que atua
cessidades das crianças/estudantes com deficiência, no apoio às crianças/estudantes com deficiência e/ou
transtornos do espectro autista e altas habilida- transtornos do espectro autista que apresentam alto grau
des/superdotação, de forma a buscar: de dependência no desenvolvimento das atividades esco-
I - percepção das necessidades educacionais especiais lares, auxiliando nas atividades de cuidado, de higiene,
das crianças/estudantes com deficiência, transtornos do de alimentação, de locomoção e outras pertinentes ao
espectro autista ou altas habilidades/superdotação; contexto escolar.
II - flexibilização da ação pedagógica nas diferentes Parágrafo único - O Cuidador Educacional deve ter for-
áreas de conhecimento de modo adequado às necessida- mação mínima de Ensino Médio e participar de curso de
des de aprendizagem; capacitação e de formação continuada, oferecidos pela
III - avaliação contínua da eficácia do processo educativo mantenedora ou outra instituição.
para o atendimento de necessidades educacionais espe-
ciais; Art. 25 O Cuidador Educacional, ao auxiliar nas ativida-
IV - atuação em equipe, inclusive com professores espe- des pertinentes ao contexto escolar, busca estimular a
cializados em Educação Especial e Cuidadores Educacio- autonomia e a independência das crianças/estudantes
nais, quando houver. com deficiência e/ou transtornos do espectro autista,
tendo sob sua responsabilidade as seguintes atribuições:
DA ATUACÃO DO PROFESSOR NO ATENDIMENTO I - seguir as orientações dos professores do AEE e de
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) outros profissionais que acompanham estas crian-
ças/estudantes;
Art. 22 Para atuar no AEE, o professor deve ter formação II - apoiar e estimular a autonomia das crian-
inicial que o habilite para o exercício da docência e for- ças/estudantes nas atividades escolares;
mação específica para a educação especial, devendo III - atuar de forma proativa nas atividades de apoio no
comprovar: contexto escolar;
I - formação em cursos de licenciatura plena em educa- IV - atuar em equipe com colegas da cuidadoria, bem
ção especial ou em uma de suas áreas; como com os demais profissionais da escola;
II – pós-graduação em áreas específicas da educação V - participar dos programas de formação continuada;
especial, posterior à licenciatura plena nas diferentes VI - aplicar e utilizar os materiais e recursos de comuni-
áreas do conhecimento; cação aumentativa alternativa e tecnologia assistiva,
III - complementação de estudos em áreas específicas da orientados pelos profissionais do AEE;
educação especial, posterior à licenciatura plena nas VII - fornecer informações ao professor para a realização
diferentes áreas do conhecimento. de relatórios e/ouavaliações das crianças/estudantes;
VIII - estimular, com os demais profissionais da escola, a
Art. 23 O professor do AEE tem como atribuições: interação das crianças/estudantes no contexto escolar
I - participar da elaboração da proposta pedagógica da em todas as atividades curriculares;
escola; IX - buscar orientações pedagógicas específicas referen-
II- identificar, produzir e organizar estratégias e serviços, tes às crianças/estudantes diretamente com os professo-
recursos pedagógicos, de acessibilidade, considerando as res do AEE;
necessidades específicas das crianças/estudantes em X - registrar periodicamente, conforme necessidade e
todos os espaços do AEE; solicitação da escola os avanços e as dificuldades das
III - elaborar e executar o plano do AEE, avaliando a crianças/estudantes atendido(s);
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógi- XI - encaminhar questões administrativas diretamente à
cos e de acessibilidade; chefia imediata – gestor escolar e/ou especialistas da
IV - organizar o tipo e o número de atendimentos as escola;
crianças/estudantes na sala de recursos; XII - conhecer o histórico das crianças/estudantes, bus-
V - acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos cando informações nos relatórios anteriores, mantendo
recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula sigilo das respectivas informações;
do ensino regular, bem como em outros ambientes da XIII - comunicar aos professores qualquer informação em
escola; relação às crianças/estudantes, recebida pela família;
VI - estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na XIV - informar a equipe diretiva sobre qualquer alteração
elaboração de estratégias e na disponibilização de recur- no comportamento ou estado de saúde das crian-
sos de acessibilidade; ças/estudantes.
VII - orientar professores, cuidadores educacionais, ser-
vidores, funcionários e as famílias sobre os recursos pe- DA REGULARIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES QUE
dagógicos e de acessibilidade utilizados pela crian- OFERTAM O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECI-
ça/estudante; ALIZADO (AEE)
VIII - ensinar e usar recursos de tecnologia assistiva, de
forma a ampliar habilidades funcionais das crian-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Art. 26 Deverão requerer, ao Conselho Municipal de procedimentos e registros constantes nesta Resolução, a
Educação, o credenciamento, a autorização de funciona- contar do ano letivo de 2018.
mento e a aprovação de proposta pedagógica, os Centros
de JUSTIFICATIVA
Atendimento Educacional Especializado (CAEE) ou insti-
tuições similares públicas ou privadas sem fins lucrativos O Conselho Municipal de Educação, em 31 de agosto
que venham firmar convênio com o Poder Público Munici- 2010, aprovou normatização da modalidade da Educação
pal para essa finalidade, ou, instituição pertencente a Especial adequando-se à Política Nacional de Educação
esse Sistema Municipal de Ensino. Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
§ 1º - O credenciamento e a autorização de funciona- (MEC/2008), que apontou a necessidade de construção
mento do CAEE ou instituição similar é específico para os de sistemas educacionais inclusivos, na reestruturação da
serviços no âmbito pedagógico, não caracterizando cre- cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas
denciamento ou autorização para a oferta das etapas de modo que estas respondessem à diversidade das suas
e/ou modalidades da educação básica. crianças/estudantes.
§ 2º - O credenciamento e a autorização de funciona- A partir daquela norma, tal Política foi sendo gradativa-
mento do CAEE são concedidos por um período de cinco mente implantada nos anos subsequentes. Atualmente,
anos e o reconhecimento por igual período, havendo passados seis anos, é consenso a necessidade de ajustar
necessidade de renovação desses atos antes de sua expi- orientações, encaminhamentos, procedimentos e regis-
ração. tros relativos ao atendimento de crianças/estudantes
considerados da Educação Especial nas instituições edu-
Art. 27 O processo para solicitação de credenciamento, cacionais pertencentes a esse Sistema Municipal de Ensi-
autorização de funcionamento do CAEE e de aprovação no. Portanto, a partir daquela norma exarada em 2010,
da proposta pedagógica seguirá os mesmos trâmites foram incorporadas na presente Resolução as adequa-
previstos para as demais instituições de ensino, segundo ções advindas de consultas das escolas e/ou mantenedo-
a legislação vigente do Sistema Municipal de Ensino, ra de respectivos estudos e respostas da Comissão do
respeitadas as especificidades de cada instituição. Ensino Fundamental e Modalidades do Conselho Munici-
pal de Educação, as quais, grande parte, já estão sendo
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS efetivadas nas práticas pedagógicas dos últimos anos
junto às crianças/estudantes considerados da Educação
Art. 28 A política da oferta de Educação Especial na Especial.
perspectiva da educação inclusiva no Município deve A implantação da Política Nacional de Educação Especial
contar com o compartilhamento das áreas da Saúde, da na Perspectiva da Educação Inclusiva resulta do movi-
Assistência Social, do Trabalho, do Esporte e Lazer e mento mundial pela educação inclusiva, o qual é uma
outras, conforme necessidade. ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada
em defesa do direito de todos os estudantes de estarem
Art. 29 O Sistema Municipal de Ensino deve conhecer a juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de
demanda de crianças/estudantes com deficiência, trans- discriminação. A educação inclusiva constitui um para-
tornos do espectro autista ou altas habilida- digma educacional fundamentado na concepção de direi-
des/superdotação, mediante a criação de sistema de tos humanos, que conjuga igualdade e diferença como
informações, a fim de atender a todas as variáveis implí- valores indissociáveis, e que avança em relação à idéia
citas à qualidade do processo formativo dos mesmos. de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias
históricas da produção da exclusão dentro e fora da esco-
Art. 30 Crianças/estudantes com deficiência que requei- la.
ram atenção individualizada nas atividades da vida autô- A partir da visão dos direitos humanos e do conceito de
noma e social, apoios intensos e contínuos, recursos cidadania fundamentado no reconhecimento das diferen-
específicos, bem como adaptações curriculares significa- ças e na participação dos sujeitos, decorre uma identifi-
tivas que a escola comum não consiga prover, poderão cação dos mecanismos e processos de hierarquização
ter atendimento em instituição educacional especializada que operam na regulação e produção das desigualdades.
já existente, complementado, sempre que necessário e Essa problematização explicita os processos normativos
de maneira articulada, por serviços das áreas da Saúde, de distinção dos estudantes em razão de características
Trabalho e Assistência Social. intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, entre
outras, estruturantes do modelo tradicional de educação
Art. 31 Ao professor da Rede Municipal de Ensino que escolar.
atua no AEE ou escola especial e que possui somente a
titulação de magistério obtida com o Curso Normal de a) Marcos Legais:
nível médio, o qual se encontra em exercício estável na A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus
educação especial com gratificação incorporada, será objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem
permitida a continuidade dessa atuação, no entanto são preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quais-
impossibilitadas novas inclusões em tais vagas de profis- quer outras formas de discriminação” (Art.3º, inciso IV).
sionais sem a titulação adequada, desde a data de 01 de Define, no artigo 205, a educação como um direito de
setembro de 2010. todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o
exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho.
Art. 32 Os casos omissos são resolvidos pelo Conselho No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de
Municipal de Educação. condições de acesso e permanência na escola” como um
dos princípios para o ensino e garante como dever do
Art. 33 A presente Resolução entrará em vigor na data Estado, a oferta do atendimento educacional especializa-
de sua publicação, revogando-se as disposições em con- do, preferencialmente na rede regular de ensino (Art.
trário, especialmente as Resoluções CME números 208).
19/2010, 24/2013 e 26/2014; Pareceres CME números
61/2006 e 22/2014, sendo que o ano de 2017 será con- O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº
siderado ano de transição para a aplicação plena dos 8.069/90, no artigo 55, reforça os dispositivos legais
supracitados ao determinar que “os pais ou responsáveis
137
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na que: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os
rede regular de ensino”. Também nessa década, docu- estudantes, cabendo às escolas organizarem-se para o
mentos como a Declaração Mundial de Educação para atendimento aos educandos com necessidades educacio-
Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994) pas- nais especiais especiais, assegurando as condições ne-
sam a influenciar a formulação das políticas públicas da cessárias para uma educação de qualidade para todos.
educação inclusiva. (MEC/SEESP, 2001).”
A Conferência Mundial de Educação para Todos, Jom- O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº
tien/1990, chama a atenção para os altos índices de 10.172/2001, destaca que “o grande avanço que a déca-
crianças, adolescentes e jovens sem escolarização, tendo da da educação deveria produzir seria a construção de
como objetivo promover transformações nos sistemas de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diver-
ensino para assegurar o acesso e a permanência de to- sidade humana”. Ao estabelecer objetivos e metas para
dos na escola. que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento aos
Para o alcance das metas de educação para todos, a estudantes com deficiência, transtornos globais do de-
Conferência Mundial de Necessidades Educativas Especi- senvolvimento e altas habilidades/superdotação, aponta
ais: Acesso e Qualidade, realizada pela UNESCO em um déficit referente à oferta de matrículas para estudan-
1994, propõe aprofundar a discussão, problematizando tes com deficiência nas classes comuns do ensino regu-
as causas da exclusão escolar. A partir desta reflexão lar, à formação docente, à acessibilidade física e ao aten-
acerca das práticas educacionais que resultam na desi- dimento educacional especializado.
gualdade social de diversos grupos, o documento Decla- A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil
ração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades pelo Decreto nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com
Educativas Especiais proclama que as escolas comuns deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades
representam o meio mais eficaz para combater as atitu- fundamentais que as demais pessoas, definindo como
des discriminatórias, ressaltando que: discriminação com base na deficiência toda diferenciação
O princípio fundamental desta Linha de Ação é de que as ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos
escolas devem acolher todas as crianças, independente- direitos humanos e de suas liberdades fundamentais.
mente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, Este Decreto tem importante repercussão na educação,
emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crian- exigindo uma reinterpretação da educação especial,
ças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que compreendida no contexto da diferenciação, adotado
vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações para promover a eliminação das barreiras que impedem
distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, o acesso à escolarização.
étnicos ou culturais e crianças de outros grupos e zonas Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução
desfavorecidos ou marginalizados. (Brasil, 1997, p. 17 e CNE/CP nº 1/2002, que estabelece as Diretrizes Curricu-
18). lares Nacionais para a Formação de Professores da Edu-
Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação cação Básica, define que as instituições de ensino superi-
Especial, orientando o processo de “integração instrucio- or devem prever, em sua organização curricular, forma-
nal” que condiciona o acesso às classes comuns do ensi- ção docente voltada para a atenção à diversidade e que
no regular àqueles que “(...) possuem condições de contemple conhecimentos sobre as especificidades dos
acompanhar e desenvolver as atividades curriculares estudantes com deficiência, transtornos globais do de-
programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os senvolvimento ou altas habilidades/superdotação.
estudantes ditos normais” (p.19). Ao reafirmar os pres- A Lei Federal nº 10.436/2002 reconhece a Língua Brasi-
supostos construídos a partir de padrões homogêneos de leira de Sinais – Libras como meio legal de comunicação
participação e aprendizagem, a Política não provoca uma e expressão, determinando que sejam garantidas formas
reformulação das práticas educacionais de maneira que institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem co-
sejam valorizados os diferentes potenciais de aprendiza- mo a inclusão da disciplina de Libras como parte inte-
gem no ensino comum, mas mantendo a responsabilida- grante do currículo nos cursos de formação de professo-
de da educação desses estudantes exclusivamente no res e de fonoaudiologia.
âmbito da educação especial. A Portaria nº 2.678/2002 do MEC aprova diretrizes e
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do
Lei nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza que os sistemas sistema Braille em todas as modalidades de ensino, com-
de ensino devem assegurar aos estudantes currículo, preendendo o projeto da Grafia Braille para a Língua
métodos, recursos e organização específicos para atender Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o
às suas necessidades; assegura a terminalidade específi- território nacional.
ca àqueles que não atingiram o nível exigido para a con- Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educa-
clusão do ensino fundamental, em virtude de suas defici- ção Inclusiva: direito à diversidade, com vistas a apoiar a
ências; e assegura o avanço escolar aos superdotados transformação dos sistemas de ensino em sistemas edu-
para conclusão do programa escolar. Também define, cacionais inclusivos, promovendo um amplo processo de
dentre as normas para a organização da educação bási- formação de gestores e educadores nos municípios brasi-
ca, a oferta de “[...] oportunidades educacionais apropri- leiros para a garantia do direito de acesso de todos à
adas, consideradas as características do alunado, seus escolarização, à oferta do atendimento educacional espe-
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cializado e à garantia da acessibilidade.
cursos e exames” (art. 37). Em 2004, o Ministério Público Federal publica o docu-
Em 1999, o Decreto Federal nº 3.298, que regulamenta a mento O Acesso de Estudantes com Deficiência às Esco-
Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a Política Nacional para las e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo
a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a
educação especial como uma modalidade transversal a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escola-
todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a rização de estudantes com e sem deficiência nas turmas
atuação complementar da educação especial ao ensino comuns do ensino regular.
regular. Impulsionando a inclusão educacional e social, o Decreto
Acompanhando o processo de mudança, as Diretrizes Federal nº 5.296/2004 regulamentou as Leis nº
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, 10.048/2000 e nº 10.098/2000, estabelecendo normas e
Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determinam critérios para a promoção da acessibilidade às pessoas
com deficiência ou com mobilidade reduzida. Nesse con-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
texto, o Programa Brasil Acessível, do Ministério das vimento da Educação Básica e de Valorização dos Profis-
Cidades, é desenvolvido com o objetivo de promover a sionais da Educação - FUNDEB, estabelecendo o duplo
acessibilidade urbana e apoiar ações que garantam o cômputo das matrículas dos estudantes com deficiência,
acesso universal aos espaços públicos. transtornos globais do desenvolvimento ou altas habili-
O Decreto Federal nº 5.626/2005, que regulamenta a Lei dades/superdotação. Visando ao desenvolvimento inclu-
nº 10.436/2002, visando ao acesso à escola dos estu- sivo dos sistemas públicos de ensino, este Decreto tam-
dantes surdos, dispõe sobre a inclusão da Libras como bém define o atendimento educacional especializado
disciplina curricular, a formação e a certificação de pro- complementar ou suplementar à escolarização e os de-
fessor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino mais serviços da educação especial, além de outras me-
da Língua Portuguesa como segunda língua para estu- didas de apoio à inclusão escolar.
dantes surdos e a organização da educação bilíngue no Com a finalidade de orientar a organização dos sistemas
ensino regular. educacionais inclusivos, o Conselho Nacional de Educação
Em 2005, com a implantação dos Núcleos de Atividades – CNE publica a Resolução CNE/CEHB, nº 04/2009, que
de Altas Habilidades/Superdotação–NAAH/S em todos os institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento
estados e no Distrito Federal, são organizados centros de Educacional Especializado – AEE na Educação Básica.
referência na área das altas habilidades/superdotação Este documento determina o público da educação especi-
para o atendimento educacional especializado e orienta- al, define o caráter complementar ou suplementar do
ção às famílias, bem como para a formação continuada AEE, prevendo sua institucionalização no projeto político
dos professores, constituindo a organização da política de pedagógico da escola.
educação inclusiva de forma a garantir esse atendimento O caráter não substitutivo e transversal da educação
aos estudantes da rede pública de ensino. especial é ratificado pela Resolução CNE/CEB nº
Neste mesmo ano, a Secretaria Especial dos Direitos 04/2010, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais da
Humanos, os Ministérios da Educação e da Justiça, com a Educação Básica e preconiza em seu artigo 29, que os
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciên- sistemas de ensino devem matricular os estudantes com
cia e a Cultura – UNESCO, lançam o Plano Nacional de deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou
Educação em Direitos Humanos, que objetiva, dentre as altas habilidades/superdotação nas classes comuns do
suas ações, contemplar, no currículo da educação básica, ensino regular e no Atendimento Educacional Especializa-
temáticas relativas às pessoas com deficiência e desen- do - AEE, complementar ou suplementar à escolarização,
volver ações afirmativas que possibilitem acesso e per- ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em
manência na educação superior. centros de AEE da rede pública ou de instituições comu-
Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Edu- nitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrati-
cação – PDE, reafirmado pela Agenda Social, tendo como vos.
eixos a formação de professores para a educação especi- O Decreto Federal nº 7084/2010, ao dispor sobre os
al, a implantação de salas de recursos multifuncionais, a programas nacionais de materiais didáticos, estabelece
acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso no artigo 28, que o MEC adotará mecanismos para pro-
e a permanência das pessoas com deficiência na educa- moção da acessibilidade nos programas de material didá-
ção superior e o monitoramento do acesso à escola dos tico destinado aos estudantes da educação especial e
favorecidos pelo Beneficio de Prestação Continuada – professores das escolas de educação básica públicas.
BPC. A fim de promover políticas públicas de inclusão social
No documento do MEC, Plano de Desenvolvimento da das pessoas com deficiência, dentre as quais, aquelas
Educação: razões, princípios e programas é reafirmada a que efetivam um sistema educacional inclusivo, nos ter-
visão que busca superar a oposição entre educação regu- mos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
lar e educação especial. Deficiência, instituiu-se, por meio do Decreto Federal nº
Para a implementação do PDE é publicado o Decreto 7612/2011, o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
Federal nº 6.094/2007, que estabelece nas diretrizes do Deficiência – Viver sem Limite.
Compromisso Todos pela Educação, a garantia do acesso A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
e permanência no ensino regular e o atendimento aos com Transtorno do espectro Autista é criada pela Lei nº
estudantes com deficiência, transtornos globais do de- 12.764/2012. Além de consolidar um conjunto de direi-
senvolvimento ou altas habilidades/superdotação, forta- tos, esta lei em seu artigo 7º, veda a recusa de matrícula
lecendo seu ingresso nas escolas públicas. às pessoas com qualquer tipo de deficiência e estabelece
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiên- punição para o gestor escolar ou autoridade competente
cia, aprovada pela ONU em 2006 e ratificada com força que pratique esse ato discriminatório.
de Emenda Constitucional por meio do Decreto Legislati- Ancorada nas deliberações da Conferência Nacional de
vo nº 186/2008 e do Decreto Executivo nº 6949/2009, Educação – CONAE/2010, a Lei nº 13.005/2014, que
estabelece que os Estados-Partes devem assegurar um institui o Plano Nacional de Educação – PNE, no inciso
sistema de educação inclusiva em todos os níveis de III, parágrafo 1º, do artigo 8º, determina que os Estados
ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimen- e os Municípios garantam o atendimento as necessidades
to acadêmico e social compatível com a meta da plena específicas na educação especial, assegurado o sistema
participação e inclusão, adotando medidas para garantir educacional inclusivo em todos os níveis, etapas e moda-
que: lidades. Com base neste pressuposto, a meta 4 e respec-
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do tivas estratégias objetivam universalizar, para as pessoas
sistema educacional geral sob alegação de deficiência e com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ou altas habilidades/superdotação, na faixa etária de 04
ensino fundamental gratuito e compulsório, sob alegação a 17 anos, o acesso à educação básica e ao Atendimento
de deficiência; Educacional Especializado/AEE. O AEE é ofertado prefe-
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao en- rencialmente na rede regular de ensino, podendo ser
sino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em realizado por meio de convênios com instituições espe-
igualdade de condições com as demais pessoas na comu- cializadas, sem prejuízo do sistema educacional inclusivo.
nidade em que vivem (Art.24). A Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência
O Decreto Federal nº 6571/2008, incorporado pelo De- (Estatuto da Pessoa com Deficiência) – Lei nº
creto nº 7611/2011, institui a política pública de financi- 13.146/2015, se constituiu no documento harmonizador
amento no âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvol- dos princípios da Convenção Internacional, atendendo ao
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
novo paradigma da pessoa com deficiência por meio da Segundo a Resolução da ONU, que trata da Declaração
mudança significativa do conceito de deficiência, que dos direitos das pessoas com deficiência, esta proclama
agora não é mais entendida como uma condição estática que “as pessoas deficientes, qualquer que seja a origem
e biológica da pessoa, mas sim como o resultado da inte- e gravidade de suas deficiências, têm os mesmos direitos
ração das barreiras impostas pelo meio com as limitações fundamentais que seus concidadãos da mesma idade, o
de natureza física, mental, intelectual e sensorial do indi- que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de uma
víduo. vida decente, tão normal e plena quanto possível”. Por-
b) Educação Inclusiva: tanto, na perspectiva da educação inclusiva e respeitadas
A educação inclusiva é concebida como processo em que as especificidades de cada caso, entende-se que os
se amplia a participação de todas as crianças/estudantes conhecimentos, habilidades, competências e valores a
nos estabelecimentos de ensino regular. É uma aborda- serem perseguidos pelas crianças/estudantes com defici-
gem que percebe a criança/estudante e suas singularida- ência, devem ser os mesmos propostos para os demais
des em primeiro lugar, tendo como objetivos o cresci- colegas da escola, variando, todavia, o apoio que cada
mento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos, um(a) deve receber em função de suas peculiaridades.
buscando desenvolver capacidades imprescindíveis à vida Isso também implica dizer que a dinâmica do ambiente
humana em qualquer tempo e em qualquer lugar: poder escolar como um todo deve apresentar-se integrada, de
comunicar-se com os outros, poder assegurar seu ali- forma que os indicadores para avaliar habilidades e com-
mento e outros bens necessários, identificar riscos mais petências dessas crianças/estudantes são os estabeleci-
comuns da vida e desempenhar-se em face deles e rela- dos para o Ensino Fundamental, conforme Art. 32 da
cionar-se afetivamente de modo satisfatório. Esta abor- LDBEN. Assim, o atendimento aos estudantes da Educa-
dagem também pressupõe que todo sujeito é capaz de ção Especial não deve significar uma escolarização sem
aprender, considerando tempos, ritmos e estratégias horizonte definido, seja em termos de tempo ou em ter-
diferentes de aprendizagem. mos de competências e habilidades desenvolvidas. As
O objetivo dessa Política é garantir o acesso, a participa- escolas devem adotar procedimentos de avaliação peda-
ção e a aprendizagem das crianças/estudantes com defi- gógica, certificação e encaminhamento para alternativas
ciência, transtornos do espectro autista ou altas habilida- educacionais que concorram para ampliar as possibilida-
des/superdotação na escola regular, orientando para a des de inclusão social e produtiva dessa pessoa.
transversalidade da Educação Especial, o atendimento No caso dos estudantes com deficiência, ainda que com
educacional especializado (AEE), a continuidade da esco- os apoios e adaptações necessários, não alcançarem os
larização, a formação de professores, a participação da resultados de escolarização previstos no Artigo 32, inciso
família e da comunidade, a acessibilidade e a articulação I, da LDBEN (o desenvolvimento da capacidade de
intersetorial na implementação das políticas públicas. aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da
Todas essas ações caminham na direção da legitimação leitura, da escrita e do cálculo) e, uma vez esgotadas as
de direitos aos sujeitos que expressam alguma forma de possibilidades apontadas nos Artigos 24, 26 e 32 da
diversidade, com vistas a desenvolver práticas pedagógi- LDBEN, as escolas devem fornecer-lhes uma certificação
cas fundamentadas na equidade, ou seja, numa educa- de conclusão de escolaridade, denominada Terminalidade
ção cooperativa. Específica, que consiste numa certificação de conclusão
Entendendo que a educação inclusiva tem como priorida- de escolaridade – fundamentada em avaliação pedagógi-
de gerar oportunidades de convívio social e acesso aos ca – que apresente as habilidades e competências atingi-
bens públicos, desenvolvendo práticas de aprendizagem das pelos estudantes da Educação Especial, as quais
e de convivência na divergência, sem pretender tornar os devem estar relacionadas com o nível de desenvolvimen-
desiguais iguais, ampliando o conceito cultural para a to e aprendizagem individualmente alcançados, conside-
diversidade humana. rando as características de cada estudante. No entanto,
Nos termos da LDBEN, a Educação Especial deve assegu- ressalta-se que a continuidade de estudos entre as eta-
rar as crianças/estudantes a formação comum indispen- pas da educação básica do ensino fundamental para o
sável e fornecer-lhe os meios de desenvolver atividades médio poderá se dar por meio da classificação e inde-
produtivas, satisfazendo as condições requeridas por pendente de escolarização anterior, mediante avaliação
suas características, baseando-se no respeito às diferen- feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e
ças individuais e na igualdade de valor entre todas as experiência do estudante e permita sua inscrição na série
pessoas. Nesse processo, é fundamental uma estrita ou etapa adequada, conforme dispõe a alínea “c”, do
relação escolafamília e a articulação entre órgãos oficiais Inciso II, do Art. 24 da LDBEN.
ou instituições com programas especiais voltados para o Relativamente aos estudantes com altas habilida-
trabalho. des/superdotação (aqueles que apresentam um potencial
A alínea “a”, Inciso V, Art. 24, da LDBEN, que trata da elevado e grande envolvimento com as áreas do conhe-
Avaliação, diz que: “a avaliação deverá ser contínua e cimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual,
cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos liderança, psicomotora, arte e criatividade), estes têm
sobre os quantitativos”. Essa verificação também inclui direito ao Atendimento Educacional Especializado de
as crianças/estudantes considerados da Educacão Espe- forma suplementar, para aprofundar e enriquecer conte-
cial. Para tanto, é importante observar as habilidades údos acadêmicos, a fim de promover o desenvolvimento
imprescindíveis apontadas nos planos de estudos indivi- de suas potencialidades. O enriquecimento pressupõe o
dualizados ou adaptados, devendo detectar qualquer fornecimento de uma variedade de experiências de
progresso no aproveitamento escolar. É importante con- aprendizagem que estimulem o potencial dos estudantes
siderartambém, a utilização de formas alternativas de e que normalmente não são apresentadas no currículo
comunicação para cegos e surdos. A estrutura frasal dos regular.
surdos não deve interferir na avaliação do conteúdo de Nesse sentido, pode a Escola aplicar a classificação, nos
suas mensagens escritas, bem como a grafia das pala- casos de crianças/estudantes transferidos, ou, o avanço
vras para os que possuem deficiência visual. As crian- escolar para as crianças/estudantes da própria escola,
ças/estudantes com deficiência mental ou múltiplas são mediante verificação do aprendizado (alínea “c”, do inciso
avaliadas em função de seus níveis de desenvolvimento e V, do Art. 24, da LDBEN). Assim, para os estudantes com
aprendizagem em geral e individual, quanto às habilida- altas habilidades/superdotação, a emissão do Histórico
des imprescindíveis, os conhecimentos fundamentais e os Escolar e do Certificado de Conclusão do Ensino Funda-
níveis de competência social por eles alcançados. mental será realizada após avaliação por equipe multi-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
profissional e interdisciplinar, descrevendo em anexo ao 09/15 do Ministério Público, que trata do direito de aces-
documento as especificações cabíveis como habilidades e so e permanência na escola das crianças e adolescentes
competências, as quais devem estar relacionadas às na faixa etária dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
características da superdotação. idade.
Recomenda-se às mantenedoras e respectivas escolas
para que assegurem, a cada caso, a aplicabilidade dos 01. Introdução
procedimentos previstos na legislação vigente, pois vi- O Conselho Municipal de Educação protocolou na sua
sam adequar a oferta de ensino segundo a identidade de Secretaria, na data de 04/08/2015, a RECOMENDAÇÃO
cada criança/estudante, reconhecendo e valorizando as nº 09/15, procedente do Ministério Público do Estado do
suas diferenças e potencialidades no processo de ensino Rio Grande do Sul, por meio de sua Promotora de Justiça
e aprendizagem. signatária, titular da Promotoria de Justiça Regional de
A inclusão das crianças/estudantes considerados da Edu- Educação de Caxias do Sul, que trata do direito do aces-
cação Especial deve ser contínua e sistemática e estar so e permanência na escola das crianças e adolescentes
associada à formação continuada dos professores, ele- na faixa etária dos 4 aos 17 anos de idade, sendo obriga-
mento fundamental para a consecução de práticas inclu- tória sua matrícula e sua consequente universalização a
sivas na escola e para o bom desempenho dos mesmos. ser completada até 2016.
As mantenedoras das escolas públicas e privadas devem
assegurar às crianças/estudantes da Educação Especial a Tal recomendação contém procedimentos a serem obser-
eliminação de barreiras arquitetônicas, pedagógicas e vados e efetivados por todos os envolvidos com a educa-
comunicativas que impedem sua plena e efetiva partici- ção pública no Município, de forma que cada instituição
pação na escola em igualdade de condições com os de- necessita comprometer-se no sentido de efetivar o con-
mais colegas. trole da frequência a escola de todas as crianças e ado-
A presente Resolução define as Diretrizes que devem ser lescentes dos 4 aos 17 anos de idade, com base no Ter-
observadas no atendimento de crianças/estudantes da mo de Cooperação assinado em 29 de agosto de 2011
Educação Especial nas instituições de ensino pertencen- pelas seguintes Instituições do Rio Grande do Sul: Minis-
tes ao Sistema Municipal de Ensino de Caxias do Sul, tério Público, Secretaria de Estado da Educação, Conse-
trazendo orientações e procedimentos para a operaciona- lho Estadual de Educação, Conselho Estadual dos Direitos
lização da oferta desta modalidade de ensino. da Criança e do Adolescente, União dos Dirigentes Muni-
cipais de Educação, União dos Conselhos Municipais de
Comissões do Ensino Fundamental e Modalidades e da Educação, Associação dos Conselheiros Tutelares, Fede-
Educação Infantil: ração das Associações dos Municípios e Conselho Estadu-
André da Silveira al de Assistência Social.
Adriana Speggiorin
Bruna Conrado As instituições citadas na Recomendação supra como
Ceres Maria Machado Vieira responsáveis por efetivar as ações de controle da fre-
Cleinara Pires Cardoso quência escolar, no território de Caxias do Sul, são: as
Daniela da Silveira Fraga Equipes Diretivas e todos os Professores Estaduais e
Fabiana Cemin Silveira Municipais que atuam nas escolas públicas de Caxias do
Fabiane Berti Granzotto Sul, destinatários diretos da Recomendação, bem como a
Fernanda Magalhães Stalliviere 4ª Coordenadoria Regional de Educação; A Secretaria
Geraldo Antonio da Rosa Municipal da Educação de Caxias Do Sul e Os Conselhos
Janete Formolo Donada Tutelares de Caxias Do Sul.
Jusley Almeida Finger
Lourdes Bender da Rosa Dias O detalhamento das incumbências de cada parte envolvi-
Madelon Lopes Taunous da, bem como de procedimentos a serem adotados e
Márcia Adriana de Carvalho comprovados por relatório estão contidos tanto no Termo
Marcos Antônio da Silva de Cooperação acima citado quanto na Recomendação
Maria Fátima Miot Santos 09/2015, anexos deste ato normativo.
Maurien Cristina Zattera Pedroni
Meri Rogéria de Oliveira Henriques 02. Análise da Matéria
Mirian Veadrigo Boschetti As Emendas Constitucionais nº 53/2006 e nº 59/2009,
Rejane Maria Daneluz Raimann alteraram a configuração do art. 208 da Constituição
Rosana Cardoso Vieira Federal, a saber:
Rosangela Gross R. de Almeida Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efeti-
Sônia Inês Ferronatto vado mediante a garantia de:
Vera Lucia Barbosa Resin I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
Viviane Liliam Marques aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive
Viviane Plegge Sonego sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram
Aprovado, por unanimidade, em sessão plenária do dia acesso na idade própria.
30 de maio de 2017. A Lei Federal nº 12.796/2013, em cumprimento à norma
Marcia Adriana de Carvalho, constitucional, alterou o inciso I, do Art. 4º da Lei nº
Presidente do Conselho Municipal de Educação. 9.394/96 (LDBEN), com a seguinte redação:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguin-
PARECER CME Nº 050, de 08 de setembro de te forma: a) pré-escola; b) ensino fundamental; c) ensi-
2015. PROCESSO CME Nº 059/2015 no médio.
Assim, a Educação Básica obrigatória e gratuita tem iní-
Orienta procedimentos referente ao cumprimento da cio aos quatro anos de idade, na pré-escola, sendo obri-
matrícula obrigatória e sua consequente universalização gatória a matrícula e sua consequente universalização a
a ser completada até o início do ano letivo de 2016, em ser completada até 2016, conforme define o art. 6º da
atendimento a legislação vigente e a RECOMENDAÇÃO nº Emenda Constitucional. O § 2º, do Art. 5º, da Resolução
CNE/CEB nº 05/2009, diz que “é obrigatória a matrícula
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou 5 a suspensão ou destituição do poder familiar, conforme o
anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a artigo 24 do ECA, quando os pais não desempenham, a
matrícula”. contento, as suas obrigações.
A legislação vem sedimentando a obrigatoriedade num Como último recurso, existe a possibilidade de responsa-
lento e gradativo aumento dos anos chegando, atual- bilização criminal dos pais ou responsáveis pelo crime de
mente, para quase toda a educação básica, como prevê a abandono intelectual, previsto no artigo 246 do Código
Declaração Mundial sobre Educação para Todos, de Jom- Penal, que estabelece: “Abandono intelectual - Deixar,
tien, Tailândia, de 1990, que estabeleceu no artigo 3º: sem justa causa, de prover a instrução primária de filho
Universalizar o Acesso à Educação e Promover a Equida- em idade escolar: Pena - detenção, de quinze dias a um
de. mês, ou multa”.
1. A educação básica deve ser proporcionada a todas as Com a obrigatoriedade de escolarização da faixa etária
crianças, jovens e adultos. Para tanto, é necessário uni- dos 4 aos 17 anos de idade, aumentará significativamen-
versalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar te o número de crianças e jovens que frequentarão a
medidas efetivas para reduzir as desigualdades. escola, o que tornará possível universalizar a matrícula,
2. Para que a educação básica se torne equitativa, é mas disto decorre a necessidade de se voltar ainda mais
mister oferecer a todas as crianças, jovens e adultos, a para a qualidade da educação, visto ser este o fator de-
oportunidade de alcançar e manter um padrão mínimo de terminante para a permanência e o sucesso do estudan-
qualidade da aprendizagem. te.
No Brasil, a contar de 2016, a escolaridade obrigatória O Parecer CNE/CEB nº 07/2010, diz que:
passa a ser ampliada dos 4 aos 17 anos (ou 18 anos “o direito a educação constitui grande desafio para a
incompletos), elevando para 14 anos o ensino escolar escola: requer mais do que o acesso à educação escolar,
obrigatório. Decorre desta obrigatoriedade a necessidade pois determina gratuidade na escola publica, obrigatorie-
de ampliar a oferta de ensino e, por outro lado, a res- dade da Pré-Escola ao Ensino Médio, permanência e su-
ponsabilidade dos estudantes e dos pais quanto à fre- cesso, com superação da evasão e retenção, para a con-
quência. quista da qualidade social”.
O ensino fundamental, na CF/88, sempre foi obrigatório,
inclusive para aqueles que não tiveram acesso na idade O inciso VI, do artigo 32, da Resolução CNE/CEB nº
própria. Atualmente, o ensino obrigatório não compreen- 07/2010, ao se referir ao processo de avaliação da
de apenas o ensino fundamental, mas quase toda a edu- aprendizagem dos estudantes prevê:
cação básica - Educação Infantil na faixa etária da pré- “A avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores
escola, Ensino Fundamental e Médio – para aqueles que e pela escola como parte integrante da proposta curricu-
tenham de 4 a 17 anos, assegurada inclusive sua oferta lar e da implementação do currículo, é redimensionadora
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na da ação pedagógica e deve: … assegurar tempos e espa-
idade própria. Esta obrigatoriedade não mais está vincu- ços de reposição dos conteúdos curriculares, ao longo do
lada a uma etapa específica da Educação Básica e, sim, ano letivo, aos alunos com frequência insuficiente, evi-
conjuga etapas da Educação Básica com uma faixa etária tando, sempre que possível, a retenção por faltas”.
que compreende dos 4 aos 17 anos.
A obrigatoriedade da educação tem reflexos diretos em 03. Conclusão
relação ao Estado, aos estudantes, aos pais ou responsá- Diante do exposto, este Colegiado orienta as instituições
veis. pertencentes ao Sistema Municipal de Ensino de Caxias
Segundo a legislação, ao poder público compete oferecer do Sul para o cumprimento da legislação vigente, com
escola para todos na etapa da educação básica obrigató- destaque para o previsto na Recomendação do MP nº
ria e gratuita dos 04 aos 17 anos de idade, organizada da 09/2015, no sentido de garantir registros de:
seguinte forma: pré-escola; ensino fundamental; ensino I) Matrícula de todas as crianças que completam 4 anos
médio, pois caso não ofereça ou ofereça de forma irregu- até 31 de março de 2016, na pré-escola, bem como de
lar, a lei assegura que qualquer cidadão, grupo de cida- todos os adolescentes e jovens até os 17 anos, a partir
dãos, associação comunitária, organização sindical, enti- de 2016, independente da etapa da Educação Básica em
dade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, que se encontrarem.
o Ministério Público possa acionar o poder público para II) Comprovação de permanência em Sistema de Ensino
exigi-lo. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direi- – escolas públicas ou privadas - haja visto que nenhum
to público subjetivo, portanto o não oferecimento ou a estudante em idade obrigatória de estudos pode sair de
sua oferta irregular importa responsabilidade da autori- um estabelecimento de ensino sem um documento que
dade competente. comprove a busca por vaga noutro estabelecimento de
Os estudantes, por sua vez, têm a obrigatoriedade de ensino, independente da etapa ou modalidade da Educa-
frequentar a escola, a partir do momento em que está ção Básica a que pertencer.
determinada a obrigatoriedade da educação básica dos III) Expedição de documentação pelos estabelecimentos
04 aos 17 anos de idade, ou seja, toda criança e adoles- devidamente credenciados e autorizados a funcionar, que
cente nesta faixa etária deve frequentar a escola, caso permita atestar os processos de desenvolvimento e
contrário, os pais são responsabilizados administrativa- aprendizagem dos estudantes regularmente matricula-
mente, conforme estabelece o artigo 249 do Estatuto da dos, bem como sua trajetória escolar obrigatória, respei-
Criança e do Adolescente: tando os aspectos legais, dentre eles:
Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres ineren- a) carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas,
tes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias leti-
bem assim determinação da autoridade judiciária ou vos;
Conselho Tutelar: Pena - multa de três a vinte salários de b) atendimento de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias
referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada
É imposto aos pais o dever da educação dos filhos, de- integral;
corrente do poder familiar, conforme o artigo 22 do ECA: c) avaliação mediante acompanhamento e registro do
“Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educa- desenvolvimento das crianças da pré-escola, sem o obje-
ção dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse tivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fun-
destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as deter- damental;
minações judiciais”. Assim, podem ospais, também sofrer
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
d) controle de frequência pela instituição de ensino, sen- do Sistema Municipal de Ensino - Resolução CME nº
do que para a pré-escola é exigida a frequência mínima 013/2006.
de 60% (sessenta por cento) do total de horas e, para as A partir do contido na normatização em vigor, a Comis-
demais etapas da Educação Básica, exige-se 75% (seten- são realizou intensos estudos e levantamento de facilida-
ta e cinco por cento) de frequência; des e dificuldades sobre os temas demandados, decidin-
IV) Efetivação dos dispositivos da Recomendação do do por encaminhar consulta a todas as escolas da Rede
Ministério Público 09/2015, oriundos do Termo de Coope- Municipal de Ensino, de modo a proporcionar a necessá-
ração firmado pelo Ministério Público do RS e demais ria participação no sentido de ouvi-las quanto as facilida-
instituições vinculadas à garantia do direito à educação, des e dificuldades na efetivação do processo de avaliação
especialmente no que diz respeito: dos estudantes, mediante o que preceitua o Art. 32, da
a) a divulgação e a efetivação da FICAI online por todas Resolução CNE/CEB nº 07/2010:
as instituições integrantes dos Sistemas de Ensino; A avaliação dos alunos, a ser realizada pelos professores
b) ao impulsionamento e o fortalecimento da Rede de e pela escola como parte integrante da proposta curricu-
Apoio à Escola – RAE, em todos os estabelecimentos de lar e da implementação do currículo, é redimensionadora
ensino, e, da ação pedagógica e deve:
c) às ações conjuntas entre os órgãos executivos dos I – assumir um caráter processual, formativo e participa-
sistemas municipal e estadual de ensino que atuam no tivo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica, com vistas
território de Caxias do Sul para garantia de acesso e a:
permanência dos estudantes de 4 a 17 anos de idade na a) identificar potencialidades e dificuldades de aprendiza-
escola. gem e detectar problemas de ensino;
COMISSÃO ESPECIAL: b) subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e
Ana Maria Bastian Alberti abordagens de acordo com as necessidades dos alunos,
Ana Margarida Gubert Zanrosso criar condições de intervir de modo imediato e a mais
André da Silveira longo prazo para sanar dificuldades e redirecionar o tra-
Cinara Osório Viégas balho docente;
Elaine Bortolini c) manter a família informada sobre o desempenho dos
Elisane da Silva Quilante alunos;
Fabiana Cemin Silveira d) reconhecer o direito do aluno e da família de discutir
Fabiane Berti Granzotto os resultados de avaliação, inclusive em instâncias supe-
Fernanda Magalhães Stalliviere riores à escola, revendo procedimentos sempre que as
Janete Formolo Donada reivindicações forem procedentes.
Lia Fernanda Stédile Dartora II – utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais
Lourdes Bender da Rosa Dias como a observação, o registro descritivo e reflexivo, os
Manoela Schmitz trabalhos individuais e coletivos, os portfólios, exercí-
Márcia Adriana de Carvalho cios, provas, questionários, dentre outros, tendo em
Maria Inês Chies Benech conta a sua adequação à faixa etária e às características
Maria Nilza Duarte Barbosa de desenvolvimento do educando;
Maurien Cristina Zattera Pedroni III – fazer prevalecer os aspectos qualitativos da apren-
Sandra Mariz Negrini dizagem do aluno sobre os quantitativos, bem como os
Silvana Cechinato Cagol resultados ao longo do período sobre os de eventuais
Tatiana Vergani provas finais, tal com determina a alínea “a” do inciso V
Thais Gomes Duarte do art. 24 da Lei nº 9.394/96;
Vera Maria Smaniotto IV – assegurar tempos e espaços diversos para que os
Viviane Plegge Sonego alunos com menor rendimento tenham condições de ser
Aprovado, por unanimidade, em sessão plenária de 08 de devidamente atendidos ao longo do ano letivo;
setembro de 2015. V – prover, obrigatoriamente, períodos de recuperação,
Marcia Adriana de Carvalho, de preferência paralelos ao período letivo, como determi-
Presidente do Conselho Municipal de Educação. na a Lei nº 9.394/96;
VI – assegurar tempos e espaços de reposição dos con-
teúdos curriculares, ao longo do ano letivo, aos alunos
PARECER CME Nº 070, DE 08 DE DEZEMBRO DE com frequência insuficiente, evitando, sempre que possí-
2015. DIRETRIZES GERAIS PARA ORGANIZAÇÃO vel, a retenção por faltas;
E FUNCIONAMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL VII – possibilitar a aceleração de estudos para os alunos
NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CAXIAS DO com defasagem idade/ano.
SUL. Um número significativo de escolas enviou o retorno da
consulta. Entre as facilidades citadas para a realização do
Histórico processo de avaliação na Escola, destacam-se:
O Conselho Municipal de Educação de Caxias do Sul, em - a utilização de diversas estratégias e abordagens pelos
cumprimento às suas atribuições e diante da necessidade professores, possibilitando diagnosticar as necessidades
expressa por parte de algumas escolas, de rever a oferta dos estudantes e intervir, de forma imediata e a longo
dos estudos de progressão e da avaliação, no sentido de prazo, para sanar dificuldades e redirecionar o trabalho
repensar os tempos, espaços e procedimentos, que se- docente;
jam capazes de atender as reais necessidades de apren- - a prevalência dos aspectos qualitativos da aprendiza-
dizagem dos estudantes do Ensino Fundamental, de for- gem do estudante sobre os quantitativos, bem como os
ma a resultar em melhoria do ensino, da aprendizagem e resultados ao longo do período sobre os de eventuais
do aproveitamento dos mesmos, este Colegiado vem se provas finais, assegurando tempos e espaços diversos
manifestar por meio do presente Parecer. para que os estudantes com menor rendimento tenham
Ao receber tal demanda este Colegiado entendeu ser um condições de ser devidamente atendidos ao longo do ano
tema de ordem normativa e, portanto, a Comissão do letivo;
Ensino Fundamental e Modalidades definiu como neces- - a organização e efetivação do currículo a partir de pro-
sária a revisão da normatização do Ensino Fundamental jetos, os quais possibilitam avaliar várias áreas afins, de

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
forma interdisciplinar e participativa. Os projetos facili- - a grande burocracia para a realização dos registros,
tam a avaliação qualitativa; bem como a falta de orientação “padrão” para esses
- a avaliação como processo formativo, participativo e procedimentos;
contínuo; - a incoerência no sistema de avaliação por nota somati-
- a discussão da avaliação na escola e realização de en- va (estudante é avaliado nos estudos de recuperação
caminhamentos; com pontuação maior do que a nota do trimestre);
- a identificação de potencialidades de alguns estudantes - o planejamento flexibilizado, com o respeito pelos rit-
em meio ao todo; mos e perfis de aprendizagem, independentemente do
- as avaliações e autoavaliações permitem repensar a estudante... acreditamos que, mesmo sendo de direito a
prática e perceber as ações positivas e as negativas. oferta da progressão, esta não faz sentido. Contudo,
- as várias oportunidades de avanços na aprendizagem acreditamos que, durante o ano letivo, a ação que dará
melhora a autoestima dos estudantes; conta das demandas de "baixo aproveitamento" são os
- a utilização de recursos tecnológicos e a disponibilidade Estudos de Recuperação;
de recursos didáticos; - os aspectos qualitativos estão relacionados ao compor-
- a oportunidade e a liberdade de aplicar diferentes for- tamento do estudante ao invés do seu desenvolvimento
mas de avaliação, por meio de diferentes instrumentos; cognitivo;
- os estudantes com mais dificuldades atendidos por - na realização das autoavaliações, tanto dos estudantes
meio de projetos ou atendimentos específicos, como: como dos professores, pois se autoavaliar é uma ativida-
Mais Alfa, Apoio, AEE e com os estudos de recuperação; de de reflexão fundamental na aprendizagem que com-
- o atendimento dos estudos de recuperação e a conti- promete os estudantes e os professores, sendo eficaz
nuidade da progressão pelos profissionais específicos de quando realizada com consciência crítica;
cada componente curricular, tem melhores resultados; - o fato de alguns estudantes serem público de progres-
- o pré-conselho e o conselho de classe são momentos são ano após ano, o que demonstra que a progressão
muito significativos na escola. Os estudantes demons- está sendo uma forma de aprová-los sem qualidade;
tram interesse em manifestar suas opiniões e observa- - no 6º ano, temos dificuldades em realizar as atividades
ções acerca do próprio momento da aprendizagem. Para específicas para os estudantes em progressão;
os docentes o conselho é o momento de, em conjunto, - oferecer aos estudantes períodos de recuperação para-
reafirmar algumas orientações e encaminhamentos para lelos, sejam estes no próprio turno ou em turno contrá-
a turma. Após, entre os próprios docentes, observa-se rio. No próprio turno, não temos estrutura física e nem
que a discussão coletiva é positiva e mantém o caráter de pessoal para a demanda desse atendimento em pe-
de elucidar aspectos de aprendizagem, regras de convi- quenos grupos. No turno contrário, muitos estudantes
vência e demandas individuais e coletivas; não frequentam, por motivos diversos: a família não se
- a flexibilização e adaptação do processo de avaliação compromete e não acredita nesta recuperação, não tem
para os estudantes da educação especial, bem como a quem traga a criança pequena para o atendimento, há
flexibilização dos instrumentos avaliativos para alunos desinteresse dos estudantes em frequentar, dificuldade
com dificuldades; de mobilidade, entre outros;
- os professores são capacitados e qualificados para - as famílias não despertam para as suas responsabilida-
cumprir a legislação, mostrando-se conscientes do papel des de acompanhar a escolarização dos seus filhos, bem
da avaliação, ou seja, é um processo que busca diagnos- como há a falta de comprometimento com encaminha-
ticar para redimensionar a prática pedagógica que deve mentos sugeridos: fonoaudióloga, psicóloga, psicopeda-
estar voltada para garantir a aprendizagem, bem como goga,...,- falta de tempo para o planejamento coletivo,
poder contar com as redes de apoio: Mais Alfa, cuidado- para aprofundar a fundamentação teórica e a necessida-
res educacionais, apoio pedagógico, psicopedagogia e de de repensar as metodologias, pois requer humildade e
sala de recursos/AEE; conhecimento;
- a rigorosidade e a coerência em nossos registros peda- - o professor responsável pelo apoio pedagógico precisa
gógicos (planos de trabalho, planilhas ou cadernos e substituir colegas e não dispõe de tempo para atendi-
outros registros criados pela escola) nos garantem maior mento individualizado com os que precisam,...- o elevado
segurança nos casos de reavaliação de resultados. número de faltas dos estudantes, a dificuldade encontra-
da ao final de um trimestre de estudantes sem nenhuma
Dentre as dificuldades apontadas pelas escolas, transcre- avaliação e a Ficai sem retorno positivo;
vemos algumas que aparecem ratificadas por diversas - a impossibilidade de resolver as demandas de proble-
escolas: mas trazidas pelos estudantes, como problemas familia-
- a aprendizagem de todos necessita ter salas com quan- res, econômicos, de saúde e sociais que implicam no seu
tidades menores de estudantes, mas a realidade das rendimento;
salas de aula, com grande número de estudantes e suas - as dificuldades para planejar e executar diferentes ati-
singularidades, dificulta o conhecimento do estudante e o vidades para os estudantes especiais e com distorção
atendimento individualizado que é apontado na legislação idade/ano;
vigente; - o desinteresse dos estudantes com sua aprendizagem ,
- a dificuldade de escolha da intervenção adequada a o pouco incentivo por parte de algumas famílias, os pro-
cada estudante, adequando instrumentos diferenciados blemas disciplinares, a falta de rotina de estudo e de
aos diferentes níveis de aprendizagem; comprometimento em fazer as atividades, dificultando a
- a pouca clareza quanto à qualidade social das aprendi- avaliação;
zagens; - a falta de professores para atender as especificidades
- as muitas brechas na lei favorecem o estudante que vê na escola; a falta de profissionais de apoio (psicopedago-
na escola um lazer e não um local de aprendizado; go, psicólogo, neurologistas) na rede e o atendimento
- o entendimento equivocado de que progressão, estudos precário na saúde para os estudantes que precisam desta
de recuperação e aceleração de estudos são estratégias área.
de aprovação automática; Tais propostas foram intensamente debatidas e conside-
- os estudantes chegando aos anos subsequentes com radas, sendo que as contribuições foram acolhidas e
muitas defasagens, portanto têm-se estudantes com o ideias importantes incorporadas.
acúmulo de diferentes dificuldades; A ampliação do Ensino Fundamental de 9 anos, e sua
consequente reorganização no Município de Caxias do
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Sul, foi implantada, de forma gradativa, a contar de a qualidade da educação é também uma questão de
2005, tendo sido integralmente efetivada sua implemen- direitos humanos, defende conceito semelhante. Para
tação no ano de 2013. Durante este período se buscou além da eficácia e da eficiência, advoga que a educação
efetivar todos os dispositivos pedagógicos e legais, com o de qualidade, como um direito fundamental, deve ser
objetivo de buscar a melhoria dos processos de ensino e antes de tudo relevante, pertinente e equitativa. A rele-
da aprendizagem dos estudantes. vância reporta-se à promoção de aprendizagens significa-
Neste ano de 2015, mediante as considerações relatadas tivas do ponto de vista das exigências sociais e de de-
pelas escolas, observou-se a necessidade de rever con- senvolvimento pessoal. A pertinência refere-se à possibi-
cepções e procedimentos dos dispositivos legais em fun- lidade de atender às necessidades e às características
cionamento, especialmente daqueles que obtiveram pou- dos estudantes de diversos contextos sociais e culturais e
cos resultados em relação aos esforços criativos empre- com diferentes capacidades e interesses. E a equidade, à
gados pelos professores e escolas. Somado a estes fato- necessidade de tratar de forma diferenciada o que se
res, foram definidas Diretrizes Curriculares para o Ensino apresenta como desigual no ponto de partida, com vistas
Fundamental em norma nacional pelo Conselho Nacional a obter aprendizagens e desenvolvimento equiparáveis,
de Educação, que são orientações que devem ser neces- assegurando a todos a igualdade de direito à educação.
sariamente observadas e incorporadas na atual revisita-
ção da norma, referente a esta etapa da Educação Básica Para muitos, a educação é considerada a mola propulsora
no Sistema Municipal de Ensino de Caxias do Sul. das transformações do país. No entanto, o que se consta-
ta é que problemas econômicos e sociais repercutem na
Portanto, espera-se que esse documento contribua efeti- escola e dificultam o alcance de seus objetivos.
vamente para a revisão e aprofundamento de concepções
pelos Órgãos e escolas que integram esse Sistema de A garantia do Ensino Fundamental de qualidade para
Ensino, auxiliando na deliberação e realização de novos todos está intimamente relacionada ao caráter inclusivo
procedimentos, capazes de trazer êxito no trabalho pe- da escola e à redução da pobreza, ao mesmo tempo em
dagógico realizado por professores e estudantes e, as- que tem um papel importante nesse processo.
sim, melhorar a qualidade educacional na etapa do Ensi-
no Fundamental e suas modalidades. As políticas educacionais só surtirão efeito se articuladas
a outras políticas públicas no campo da saúde, habitação,
O Direito à Educação e a Oferta de uma Educação emprego, dentre outros, porque essas políticas depen-
com Qualidade Social dem umas das outras, pelo estreito relacionamento que
mantêm entre si. Assim, se para ingressar e transitar no
O Ensino Fundamental constitui-se direito público subje- mundo do trabalho a educação se torna cada vez mais
tivo, por isso, exige que o Estado determine a sua obri- necessária, ela depende, por sua vez, das disponibilida-
gatoriedade, que só pode ser garantida por meio da gra- des de emprego, tanto para que os pais consigam criar
tuidade de ensino, o que permitirá o usufruto desse direi- seus filhos com dignidade, como, também, para que os
to por parte daqueles que se virem privados dele. Por ser estudantes vislumbrem na educação escolar o aumento
essa etapa de ensino, um direito fundamental, é direito das possibilidades de inserção nesse mundo. Se os cui-
do cidadão, uma vez que constitui uma garantia mínima dados com a saúde dependem da educação, a educação
de formação para a vida pessoal, social e política. É de- também requer que os estudantes tenham a assistência
ver do Estado, do Sistema de Ensino e das escolas asse- para os problemas de seu bem-estar físico, os quais se
gurarem que todos a ela tenham acesso e que a cursem refletem nas suas condições de aprendizagem.
integralmente, chegando até a conclusão do processo de
escolarização que lhe corresponde. Além disso, todos têm A educação escolar, comprometida com a igualdade de
o direito de desenvolver as habilidades e construir os acesso ao conhecimento a todos e especialmente garantir
conhecimentos previstos para essa etapa, bem como esse acesso aos grupos da população em desvantagem
vivenciar os valores e atitudes pertinentes as interações na sociedade, será uma educação com qualidade social e
que ocorrem no processo educativo. contribuirá para dirimir as desigualdades historicamente
O acesso ao Ensino Fundamental, obrigatório, dos 6 aos produzidas, assegurando, assim, o ingresso, a perma-
14 anos, em nível nacional, está próximo de ser univer- nência e o sucesso de todos na escola, com a consequen-
salizado, no entanto nem todos os estudantes incluídos te redução da evasão, da retenção e das distorções de
nessa faixa de idade chegam a concluir o Ensino Funda- idade/ano, conforme preconiza o Parecer CNE/CEB nº
mental. Isso é um indicativo de que o processo de inclu- 7/2010 e Resolução CNE/CEB n° 4/2010, que define as
são escolar e a estrutura educacional apresentam defici- Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
ências para o conjunto da população, e, por isso, os pro- Básica.
cessos educacionais precisam ser qualificados.
Organização Curricular
O conceito de qualidade da educação é uma construção
histórica que assume diferentes significados em tempos e A organização curricular é a organização dos tempos e
espaços diversos e tem a ver com os lugares de onde espaços em que a escola desenvolve o currículo, traduzi-
falam os sujeitos, os grupos sociais a que pertencem, os do como o desenvolvimento de competências e habilida-
interesses e os valores envolvidos, os projetos de socie- des, formação de conceitos, bem como a constituição de
dade em jogo. valores e a adoção de atitudes no sentido de assegurar
ao educando condições para o pleno exercício da cidada-
Outro conceito de qualidade passa, entretanto, a ser nia.
gestado por movimentos de renovação pedagógica, mo- O currículo do Ensino Fundamental demanda a estrutura-
vimentos sociais, de profissionais e por grupos políticos: ção de uma organização curricular coerente, articulada e
o da qualidade social da educação. Ela está associada às integrada, de acordo com os modos de ser e de se de-
mobilizações pelo direito à educação, à exigência de senvolver das crianças e dos adolescentes nos diferentes
participação, de democratização e comprometida com a contextos sociais. A organização curricular de uma escola
superação das desigualdades e injustiças. pode ser entendida como uma das formas de expressão
Em 2007, a Organização das Nações Unidas para a Edu- dos propósitos educacionais que pode ser compartilhada
cação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), ao entender que por diferentes escolas. Ciclos, séries anuais ou outras
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
formas de organização a que se refere o Art. 23 da Lei nº e o aproveitamento dos estudantes. Nesse sentido, o
9.394/96 serão compreendidos como tempos e espaços aperfeiçoamento constante dos professores é a garantia
interdependentes e articulados entre si, ao longo dos de melhoria da qualidade do processo de ensino e da
nove anos. Ao empenhar-se em garantir aos estudantes aprendizagem.
uma educação de qualidade, todas as atividades da esco-
la e a sua gestão devem articular-se com esse propósito. As escolas integrantes do Sistema Municipal de Ensino
O processo de enturmação dos estudantes, a distribuição deverão implementar sua Proposta Pedagógica e adequar
de turmas por professor, as decisões sobre o currículo, a o respectivo Regimento Escolar, fundamentados no pre-
escolha dos livros didáticos, a ocupação do espaço, a sente Parecer e na Resolução anexa, por meio de proces-
definição dos horários e outras atividades administrativas sos participativos relacionados à gestão democrática. A
e/ou pedagógicas precisam priorizar o atendimento aos organização de ambos os documentos, bem como as
interesses e necessidades dos estudantes. orientações correlatas estão disciplinadas em norma
própria do Órgão Normativo do Sistema Municipal de
Para evitar que as crianças de seis anos se tornem reféns Ensino, além da observância das diretrizes da Mantene-
prematuros da cultura da repetência e que não seja in- dora.
devidamente interrompida a continuidade dos processos
educativos levando à baixa autoestima do estudante e, Currículo Escolar
sobretudo, para assegurar a todas as crianças uma edu-
cação de qualidade, há a recomendação enfática para Entende-se por currículo do Ensino Fundamental as expe-
que os sistemas de ensino adotem nas suas redes de riências escolares que se desdobram em torno do conhe-
escolas a organização em ciclo dos três primeiros anos cimento, permeadas pelas relações sociais e que buscam
do Ensino Fundamental, abrangendo crianças de seis a articular vivências e saberes dos estudantes com os co-
oito anos de idade, instituindo um bloco destinado à alfa- nhecimentos historicamente acumulados e que contribu-
betização. Mesmo quando o sistema de ensino ou a esco- em para construir as identidades dos estudantes.
la, no uso de sua autonomia, fizerem opção pelo regime
seriado anual, é necessário considerar os três anos inici- As experiências escolares abrangem todos os aspectos do
ais do Ensino Fundamental como um bloco pedagógico ou ambiente escolar: aqueles que compõem a parte explícita
um ciclo sequencial não passível de interrupção, voltado do currículo, bem como os que também contribuem, de
para ampliar a todos os estudantes as oportunidades de forma implícita, para a aquisição de conhecimentos soci-
sistematização e aprofundamento das aprendizagens almente relevantes. Valores, atitudes, sensibilidade e
básicas, imprescindíveis para o prosseguimento dos es- orientações de conduta são veiculados não só pelos co-
tudos. nhecimentos, mas por meio de rotinas, rituais, normas
de convívio social, festividades, pela distribuição do tem-
Proposta Pedagógica e Regimento Escolar po e organização do espaço educativo, pelos materiais
utilizados na aprendizagem e pelo recreio, enfim, pelas
No ambiente escolar está representada a grande diversi- vivências proporcionadas pela escola.
dade sociocultural da comunidade local. A diversidade
econômica, social e cultural em que cada escola se locali- Os conhecimentos escolares são aqueles organizados
za exige que a mesma conheça os contextos em que pelas diferentes instâncias servindo como fundamento
vivem seus estudantes, pois a compreensão do seu uni- para a organização do currículo escolar. O coletivo da
verso cultural é imprescindível para que a ação pedagó- escola seleciona e ressignifica os conhecimentos, a fim de
gica seja pertinente e adequada para o acesso de todos que possam ser vivenciados e (re)construídos ao mesmo
os estudantes aos bens culturais. A Proposta Pedagógica tempo em que servem de elementos para a formação
de cada escola deve articular-se a realidade da sua co- ética, estética e política do estudante.
munidade, de forma a valorizar a cultura local, enquanto A escola constitui a principal e, muitas vezes, a única
condição importante para que os estudantes possam se forma de acesso ao conhecimento sistematizado para a
reconhecer como parte dessa cultura e construir identi- grande maioria da população. Esse dado aumenta a res-
dades afirmativas o que, também, pode levá-los a atuar ponsabilidade do Ensino Fundamental na sua função de
sobre a sua realidade e transformá-la com base na maior assegurar a todos a aprendizagem dos conteúdos curri-
compreensão que adquirem sobre ela. Ao mesmo tempo, culares capazes de fornecer os instrumentos básicos para
a escola deve propiciar aos estudantes condições para a plena inserção na vida social, econômica e cultural.
transitarem em outras culturas, para que transcendam
seu universo territorial e se tornem aptos a participar de Nas sociedades contemporâneas esse conhecimento é o
diferentes esferas da vida social, econômica e política. As que permite estabelecer relações mais abrangentes entre
Propostas Pedagógicas das escolas do campo, indígenas os fenômenos, e é principalmente na escola que ele tem
e quilombolas devem contemplar a diversidade nos seus condições de ser acessado.
aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, estéti- O acesso ao conhecimento escolar tem, portanto, dupla
cos, de gênero, geração e etnia, respeitando às suas função: desenvolver habilidades e criar atitudes e com-
peculiares condições de vida e pedagogias condizentes portamentos necessários para a vida em sociedade. O
com as suas formas próprias de produzir conhecimentos. estudante precisa aprender não apenas os conteúdos
escolares, mas também saber se movimentar na socie-
É atribuição de cada escola, no exercício de sua autono- dade pela familiaridade com a cultura.
mia, elaborar e executar sua proposta pedagógica e defi-
nir os procedimentos constantes no respectivo Regimento É preciso, pois, que a escola expresse com clareza o que
Escolar, administrando pessoal e recursos materiais e espera dos estudantes, buscando coerência entre as
financeiros, assegurando o cumprimento dos dias e horas concepções idealizadas na Proposta Pedagógica e as
letivas, zelando pelo cumprimento do plano de trabalho ações cotidianas.
dos professores, provendo meios para a recuperação dos
estudantes de menor aproveitamento, articulando-se A escola, no desempenho das suas funções de educar e
com a família e a comunidade criando processos de inte- cuidar, deve acolher os estudantes dos diferentes grupos
gração da sociedade com a escola e informando sistema- sociais, buscando construir e utilizar métodos, estraté-
ticamente aos pais e responsáveis sobre a frequência gias e recursos que melhor atendam às suas característi-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
cas cognitivas e culturais. Acolher significa oferecer reno- cada Sistema de Ensino e em cada escola formando um
vadas oportunidades de se familiarizarem com o modo de todo integrado. A articulação entre a Base Nacional Co-
entender e intervir na realidade, bem como garantir as mum e a Parte Diversificada possibilita à sintonia dos
aprendizagens propostas no currículo para que o estu- interesses mais amplos de formação básica com a reali-
dante desenvolva sensibilidades e interesses que lhe dade local, bem como as necessidades dos estudantes,
permitam usufruir dos bens culturais disponíveis no terri- as características regionais da sociedade, da cultura e da
tório, e que lhe possibilite, ainda, sentir-se como produ- economia, perpassando todo o currículo.
tor valorizado desses bens.
Também, a escola é, por excelência, o lugar em que é As propostas curriculares das escolas devem integrar
possível vivenciar relações democráticas. É nesse espaço bases teóricas que favoreçam a organização dos conteú-
que os estudantes têm condições de exercitar o respeito dos do paradigma curricular da Base Nacional Comum e
mútuo, o diálogo, a crítica e de aprender a assumir res- sua Parte Diversificada. É na Parte Diversificada que cada
ponsabilidades em relação ao que é de todos. escola pode desenvolver atividades e/ou projetos que as
interessem especificamente. Tudo, visando ser conse-
Princípios Norteadores quente no planejamento, desenvolvimento e avaliação
das práticas pedagógicas.
Os Órgãos Normativo e Executivo do Sistema Municipal
de Ensino e as escolas adotarão como norteadores das Os conhecimentos que fazem parte da Base Nacional
políticas educativas e das ações pedagógicas os seguin- Comum a que todos devem ter acesso, independente-
tes princípios, conforme definem as Diretrizes Curricula- mente da região e do lugar em que vivem, são os que
res Nacionais da Educação Básica e, específicas, do Ensi- buscam divulgar os valores fundamentais ao interesse
no Fundamental: Éticos: de justiça, solidariedade, liber- social e à preservação da democracia, os quais assegu-
dade e autonomia; de respeito à dignidade da pessoa e ram a característica unitária das orientações curriculares
de compromisso com a promoção do bem de todos, con- nacionais. Os conteúdos curriculares que compõem a
tribuindo para combater e eliminar quaisquer manifesta- Parte Diversificada do currículo são definidos pelos inte-
ções de preconceito e discriminação. grantes do Sistema Municipal de Ensino, de modo a com-
plementar e enriquecer o currículo, assegurando a con-
Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de textualização dos conhecimentos escolares diante das
cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do diferentes realidades.
regime democrático e dos recursos ambientais; de busca
da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, Os conteúdos que compõem a Base Nacional Comum e a
aos bens culturais e outros benefícios; de exigência de Parte Diversificada têm origem nas disciplinas científicas,
diversidade de tratamento para assegurar a igualdade de no desenvolvimento das linguagens, no mundo do traba-
direitos entre os estudantes que apresentam diferentes lho e na tecnologia, na produção artística, nas atividades
necessidades; de redução da pobreza e das desigualda- desportivas e corporais, na área da saúde, nos movimen-
des sociais e regionais. tos sociais, e ainda incorporam saberes como os que
advêm das formas diversas do exercício da cidadania, da
Estéticos: de cultivo da sensibilidade com o da racionali- experiência docente, do cotidiano e dos estudantes.
dade; de enriquecimento das formas de expressão e do
exercício da criatividade; de valorização das diferentes Os conteúdos sistematizados que fazem parte do currícu-
manifestações culturais, especialmente as da cultura lo são denominados componentes curriculares, os quais,
brasileira; de construção de identidades plurais e solidá- por sua vez, se articulam às áreas de conhecimento, a
rias. saber: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e
No artigo 32 da LDBEN o Ensino Fundamental tem como Ciências Humanas. As áreas do conhecimento favorecem
objetivo a formação básica do cidadão a qual deve estar a comunicação entre os conhecimentos e saberes dos
voltada para o desenvolvimento da capacidade de apren- diferentes componentes curriculares, mas permitem que
der, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitu- os referenciais próprios de cada um sejam preservados.
ra, da escrita e do cálculo. Também que, mediante a
compreensão do ambiente natural e social, do sistema Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fun-
político, das tecnologias, das artes e dos valores em que damental são assim organizados em relação às áreas do
se fundamenta a sociedade, desenvolver a capacidade de conhecimento:
aprender, fortalecer os vínculos de família, os laços de I - Linguagens (Língua Portuguesa; Língua materna, para
solidariedade humana e de tolerância, situados no hori- populações indígenas; Língua de Sinais para a comunida-
zonte da igualdade. de surda; Arte em suas diferentes linguagens: artes vi-
suais, dança, música e teatro; Educação Física e Língua
Assim, os objetivos específicos dessa etapa da escolari- Estrangeira moderna, a partir do 6º ano);
zação devem convergir para os princípios mais amplos II – Matemática;
que norteiam a educação nacional, os quais estão em III – Ciências da Natureza;
conformidade com o definido pela Constituição Federal, IV – Ciências Humanas (História, Geografia) e
no seu artigo 3º, a saber: a construção de uma socieda- V - Ensino Religioso (Cf. Resolução CME nº 33/2016)
de livre, justa e solidária, que garanta o desenvolvimento O Ensino Fundamental deve ser ministrado em Língua
nacional; que busque “erradicar a pobreza e a marginali- Portuguesa, sendo que para as comunidades indígenas é
zação e reduzir as desigualdades sociais e regionais”; e assegurada também “a utilização de suas línguas mater-
que promova “o bem de todos, sem preconceitos de ori- nas e processos próprios de aprendizagem”.
gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de O Ensino Fundamental deve ser ministrado em Língua
discriminação”. Portuguesa, sendo que, respectivamente, para as comu-
nidades indígenas e comunidades de pessoas surdas é
A Base Nacional Comum e a Parte Diversificada: Com- assegurada também “a utilização de suas línguas mater-
plementaridade Segundo a LDBEN, no Artigo 26, o currí- nas e processos próprios de aprendizagem” e “a utiliza-
culo do Ensino Fundamental deve ter uma Base Nacional ção da Língua Brasileira de Sinais – Libras”. (Rerratifica-
Comum complementada por uma Parte Diversificada, em do em 22/03/2016)

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
O ensino da História do Brasil levará em conta as contri- nente curricular complementar integrado à proposta
buições das diferentes culturas e etnias para a formação pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória
do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais”. A contribuição
africana e europeia. Há a obrigatoriedade da temática da educação no contexto do cinema é para a formação
“Educação das Relações Étnico-Raciais e da História e crítica e criativa dos estudantes, enquanto um público
Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, nos conteúdos de- novo e constante do cinema nacional. Para tanto, a pro-
senvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar, em dução cinematográfica também se sentirá no dever de
todas as etapas e modalidades da Educação Básica, em oferecer uma produção de filmes mais qualificados, com
especial nos componentes curriculares de Língua Portu- repertório para educadores e estudantes e, em maior
guesa/Literatura, Arte, História e Geografia, conforme número, com uma distribuição mais democrática, ou
dispõe a legislação específica do Sistema Municipal de seja, a quantidade deverá impulsionar a diversidade e a
Ensino. Essa temática possibilita a ampliação das refe- qualidade. Para tanto, o audiovisual da escola deve se
rências culturais de toda a comunidade escolar e contri- organizar com recursos físicos, equipamentos, recursos
bui para a mudança das concepções de mundo, trans- humanos e títulos nacionais originais e adequados a Pro-
formando os conhecimentos veiculados pelo currículo e posta Pedagógica, aos projetos educacionais da escola e
contribuindo para a construção de identidades mais plu- ao público de estudantes e respectiva faixa etária, po-
rais e solidárias. dendo envolver todos os segmentos da comunidade es-
A Música constitui conteúdo obrigatório do componente colar, a fim de buscar as condições para que seja imple-
curricular Arte, que articulado com as demais dimensões mentada esta ação na escola ou no seu território.
artísticas e estéticas, oportuniza aos estudantes o desen- O § 7º, do Art. 26 da LDBEN, trata da inclusão no currí-
volvimento das diferentes linguagens, o reconhecimento culo do Ensino Fundamental dos princípios da Proteção e
de vários gêneros e formas de expressão, a apropriação Defesa Civil e a Educação Ambiental de forma integrada
das contribuições histórico-culturais dos povos e, princi- aos conteúdos obrigatórios.
palmente, da diversidade cultural do Brasil. A legislação define a Defesa Civil como o conjunto de
ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperati-
A Educação Física, componente obrigatório do currículo vas destinadas a evitar desastres e minimizar seus im-
do Ensino Fundamental, é facultativa ao estudante ape- pactos para a população e restabelecer a normalidade
nas nas circunstâncias previstas no § 3º do art. 26 da Lei social. A Lei nº 12.608/2012 instituiu a Política Nacional
nº 9.394/96 e na legislação vigente, ou seja, quando de Proteção e Defesa Civil, com enfoque voltado às ques-
cumpre jornada de trabalho igual ou superior a seis ho- tões de proteção ao meio ambiente e ao indivíduo. De-
ras; tenha mais de trinta anos de idade; esteja prestando fende a integração com as políticas de ordenamento
serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver territorial, desenvolvimento urbano, saúde, meio ambien-
obrigada à prática da Educação Física; esteja amparado te, mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos,
pelo Decreto-Lei nº 1.044/69 ou que tenha prole. geologia, infraestrutura, educação, ciência e tecnologia e
às demais políticas setoriais, tendo em vista a promoção
O Ensino Religioso, não confessional, de matrícula facul- do desenvolvimento sustentável. (BRASIL, 2012, art. 3º,
tativa ao estudante, é parte integrante da área das Ciên- § único).
cias Humanas e constitui componente curricular dos ho-
rários normais das escolas públicas de Ensino Fundamen- A proposta para o campo educacional é a prevenção, a
tal, assegurado o respeito à diversidade cultural e religio- fim de minimizar a suscetibilidade de acidentes e, a cons-
sa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo. trução de conceitos técnicos de geologia, geografia e
A integração do Ensino Religioso na área das Ciências educação ambiental, permitindo que o estudante e a
Humanas se deve pela proximidade e pelas conexões comunidade adquiram a percepção de risco ambiental e
existentes com as especificidades dos demais componen- da problemática socioambiental em que podem estar
tes da área, assumindo a responsabilidade de oportunizar inseridos. Também, poderá a escola envolver toda a
o acesso aos saberes e aos conhecimentos produzidos comunidade em compromissos de preservação e de pre-
pelas diferentes culturas, cosmovisões e tradições religi- venção a desastres, visto que uma grande parcela da
osas. O estudo dos conhecimentos religiosos na escola população muitas vezes não percebe os perigos iminen-
laica, a partir de pressupostos científicos, estéticos, éti- tes. Para tanto, é indispensável que na formação conti-
cos, culturais e linguísticos, visa à formação de cidadãos nuada dos professores sejam também difundidos conhe-
e cidadãs capazes de compreender as diferentes vivên- cimentos técnicos nesta área.
cias, percepções e elaborações relacionadas ao religioso
e ao não religioso, que integram e estabelecem interfa- A Resolução CNE/CP nº 02/2012, que trata das Diretrizes
ces com o substrato cultural da humanidade. Os conhe- Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental ressal-
cimentos religiosos fundamentam, articulam e expressam ta o disposto na LDBEN, que prevê naformação básica do
maneiras próprias de como cada pessoa ou grupo capta, cidadão, seja assegurada a compreensão do ambiente
interpreta, aprende e elucida os acontecimentos da vida. natural e social, assim como, que o currículo deve abran-
Embasam crenças, comportamentos, atitudes, valores, ger o conhecimento do mundo físico e natural. Também,
símbolos, significados e referenciais utilizados para reali- as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
zar escolhas e dar sentido à vida. Básica em todas as suas etapas e modalidades reconhe-
cem a relevância e a obrigatoriedade da Educação Ambi-
O objeto de estudo é o conhecimento religioso e o princí- ental.
pio metodológico é o diálogo, sendo este o orientador dos A Educação Ambiental, respeitada a autonomia da dinâ-
processos de observação, de análise, de apropriação e de mica escolar, deve ser desenvolvida como uma prática
ressignificação dos saberes. educativa integrada e interdisciplinar, contínua e perma-
Na Parte Diversificada do currículo, deve ser incluído, nente em todas as etapas e modalidades de ensino, de
obrigatoriamente, a partir do 6º ano, o ensino de, pelo modo a contemplar: abordagem curricular que enfatize a
menos, uma Língua Estrangeira moderna, cuja escolha natureza como fonte de vida e relacione a dimensão
fica a cargo da comunidade escolar e submetida às dis- ambiental à justiça social, aos direitos humanos, à saúde,
ponibilidades de recursos da Mantenedora. ao trabalho, ao consumo, à pluralidade étnica, racial, de
Também, O § 8º, do Art. 26 da LDBEN, diz que “A exibi- gênero, de diversidade sexual, e à superação do racismo
ção de filmes de produção nacional constituirá compo- e de todas as formas de discriminação e injustiça social;
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
aprofundamento do pensamento crítico-reflexivo median- Um espaço social privilegiado onde se definem a ação
te estudos científicos, socioeconômicos, políticos e histó- institucional pedagógica e a prática e vivência dos direi-
ricos a partir da dimensão socioambiental, valorizando tos humanos.
a participação, a cooperação, o senso de justiça e a res- [...]
ponsabilidade da comunidade educacional em contraposi- local de estruturação de concepções de mundo e de
ção às relações de dominação e exploração presentes consciência social, de circulação e de consolidação de
na realidade atual; incentivo à pesquisa e à apropriação valores, de promoção da diversidade cultural, da forma-
de instrumentos pedagógicos e metodológicos que apri- ção para a cidadania, de constituição de sujeitos sociais e
morem a prática discente e docente e a cidadania ambi- de desenvolvimento de práticas pedagógicas. (BRASIL,
ental; estímulo à constituição de instituições de ensino 2006, p. 23).
como espaços educadores sustentáveis, integrando pro-
posta curricular, gestão democrática, edificações, tor- Os Direitos Humanos são frutos da luta pelo reconheci-
nando-as referências de sustentabilidade socioambiental. mento, realização e universalização da dignidade huma-
A Educação Ambiental é uma dimensão da educação na. Histórica e socialmente construídos, dizem respeito a
sendo, portanto, atividade intencional da prática social, um processo em constante elaboração, ampliando o re-
que deve imprimir ao desenvolvimento individual um conhecimento de direitos face às transformações ocorri-
caráter social em sua relação com a natureza e com os das nos diferentes contextos sociais, históricos e políti-
outros seres humanos, visando potencializar essa ativi- cos.
dade humana com a finalidade de torná-la plena de prá- Um dos principais objetivos da defesa dos Direitos Hu-
tica social e de ética ambiental. Visa à construção de manos é a construção de sociedades que valorizem e
conhecimentos, ao desenvolvimento de habilidades, ati- desenvolvam condições para a garantia da dignidade
tudes e valores sociais, ao cuidado com a vida da comu- humana. Assim, o objetivo da Educação em Direitos Hu-
nidade,a justiça e a equidade socioambiental, e a prote- manos é que a pessoa e/ou grupo social se reconheça
ção do meio ambiente natural e construído. como sujeito de direitos, assim como seja capaz de exer-
cê-los e promovê-los ao mesmo tempo em que reconhe-
A Educação Ambiental é construída com responsabilidade ça e respeite os direitos do outro. Busca também, desen-
cidadã, na reciprocidade das relações dos seres humanos volver a sensibilidade ética nas relações interpessoais,
entre si e com a natureza. Não é atividade neutra, pois em que cada indivíduo seja capaz de perceber o outro
envolve valores, interesses, visões de mundo e, desse em sua condição humana. Nesse processo, a educação
modo, deve assumir na prática educativa, de forma arti- vem sendo entendida como uma das mediações funda-
culada e interdependente, as suas dimensões política e mentais tanto para o acesso ao legado histórico dos Di-
pedagógica. Portanto, deve adotar uma abordagem que reitos Humanos, quanto para a compreensão de que a
considere a interface entre a natureza, a sociocultura, a cultura dos Direitos Humanos é um dos alicerces para a
produção, o trabalho, o consumo, superando a visão mudança social. Assim sendo, a educação é reconhecida
despolitizada, acrítica, ingênua e naturalista. como um dos Direitos Humanos e a Educação em Direitos
Humanos é parte fundamental do conjunto desses direi-
Entre os objetivos da Educação ambiental, de acordo com tos, inclusive do próprio direito à educação.
as Diretrizes, estão: desenvolver a compreensão integra-
da do meio ambiente para fomentar novas práticas soci- Como a Educação em Direitos Humanos requer a cons-
ais e de produção e consumo; garantir a democratização trução de concepções e práticas que compõem os Direi-
e acesso às informações referentes à área socioambien- tos Humanos e seus processos de promoção, proteção,
tal; estimular a mobilização social e política e o fortale- defesa e aplicação na vida cotidiana, ela se destina a
cimento da consciência crítica; incentivar a participação formar crianças, jovens e adultos para participar ativa-
individual e coletiva na preservação do equilíbrio do meio mente da vida democrática e exercitar seus direitos e
ambiente; estimular a cooperação entre as diversas regi- responsabilidades na sociedade, também respeitando e
ões do País, em diferentes formas de arranjos territoriais, promovendo os direitos das demais pessoas. É uma edu-
visando à construção de uma sociedade ambientalmente cação integral que visa o respeito mútuo, pelo outro e
justa e sustentável, e também fortalecer a cidadania, a pelas diferentes culturas e tradições. Reconhecer e reali-
autode terminação dos povos e a solidariedade, a igual- zar a educação como direito humano e a Educação em
dade e o respeito aos direitos humanos. Direitos Humanos como um dos eixos fundamentais do
direito à educação, exige posicionamentos claros quanto
Conforme Parecer CNE/CP nº 08/2012, que trata das à promoção de uma cultura de direitos. Essa concepção
Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Huma- de Educação em Direitos Humanos é refletida na própria
nos, diz que as escolas, tem importante papel na garan- noção de educação expressa na Constituição Federal, na
tia dos Direitos Humanos, sendo imprescindível, nas Lei nº 9394/96 (LDBEN), no Plano Nacional de Educação
diferentes etapas e modalidades de ensino, a criação de (PNE), nas Diretrizes Gerais para a Educação Básica, que
espaços e tempos promotores da cultura dos Direitos concebem o direito à educação como direito inalienável
Humanos. No ambiente escolar as práticas que promo- de todos os cidadãos e condição primeira para o exercício
vem os Direitos Humanos deverão estar presentes na pleno dos Direitos Humanos. Afirmam que uma escola de
Proposta Pedagógica, na organização curricular, no mo- qualidade social deve considerar as diversidades, o res-
delo de gestão e avaliação, na produção de materiais peito aos Direitos Humanos, individuais e coletivos, na
didáticopedagógicos e na formação inicial e continuada sua tarefa de construir uma cultura de Direitos Humanos,
dos/as profissionais da educação. formando cidadãos plenos. Também, o Parecer do
CNE/CEB nº 7/2010, recomenda que o tema dos Direitos
A escola não é o único lugar onde esses conhecimentos Humanos deve ser abordado ao longo do desenvolvimen-
são construídos, porém reconhece-se que é nela onde to dos componentes curriculares com os quais guardam
eles são apresentados de modo mais sistemático. intensa ou relativa relação temática.

Ao desempenhar essa importante função social, a escola Em linhas gerais, o Plano Nacional que trata dos Direitos
pode ser compreendida, de acordo com o Plano Nacional Humanos (PNEDH) ressalta os valores de tolerância,
de Educação em Direitos Humanos (PNEDH): respeito, solidariedade, fraternidade, justiça social, inclu-
são, pluralidade e sustentabilidade. O Plano define a
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Educação em Direitos Humanos como um processo sis- decisões sobre currículo devem envolver a participação
temático e multidimensional que orienta a formação do ativa das comunidades locais, de forma a:
sujeito de direitos, articulando as seguintes dimensões: - ampliar as oportunidades de reconhecimento de seus
a) apreensão de conhecimentos historicamente construí- modos próprios de vida, de suas culturas, das tradições,
dos sobre direitos humanos e a sua relação com o con- do seu território e das memórias coletivas, como funda-
texto internacional, nacional e local; mentais para a constituição da identidade das crianças,
b) afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que adolescentes e adultos;
expressem a cultura dos direitos humanos em todos os - valorizar os saberes e o papel dessas populações na
espaços da sociedade; produção de conhecimentos sobre o mundo, seu ambien-
c) formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer te natural e cultural, assim como as práticas ambiental-
presente em níveis cognitivo, social, cultural e político; mente sustentáveis que utilizam;
d) desenvolvimento de processos metodológicos partici- - flexibilizar, se necessário, o calendário escolar, das
pativos e de construção coletiva, utilizando linguagens e rotinas e atividades, tendo em conta as diferenças relati-
materiais didáticos contextualizados; vas às atividades econômicas e culturais, mantidas o
e) fortalecimento de práticas individuais e sociais que total de horas anuais obrigatórias no currículo;
gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da - superar as desigualdades sociais e escolares que afe-
proteção e da defesa dos direitos humanos, bem como tam as comunidades rurais, tendo por garantia o direito à
da reparação das violações. educação, por meio da organização e efetivação de pro-
jetos pedagógicos que contemplem a diversidade nos
Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento seus aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos,
devem articular os seus conteúdos, a partir das possibili- estéticos e de gênero.
dades abertas pelos seus referenciais, à abordagem de
temas abrangentes e contemporâneos, que afetam a vida Educação Escolar Indígena e Educação Escolar Quilombo-
humana em escala global e territorial, bem como na la A Educação Escolar Indígena e a Educação Escolar
esfera individual. Temas como saúde, sexualidade e gê- Quilombola são, respectivamente, oferecidas em escolas
nero, vida familiar e social, assim como os direitos das inscritas em suas terras e culturas e para essas popula-
crianças e adolescentes, preservação do meio ambiente, ções estão assegurados direitos específicos na Constitui-
nos termos da política nacional de educação ambiental, ção Federal, que lhes permitem valorizar e preservar
educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, suas culturas e reafirmar o seu pertencimento étnico.
ciência e tecnologia, diversidade cultural, devem permear
o desenvolvimento dos conteúdos da Base Nacional Co- As Propostas Pedagógicas das escolas que atendem estu-
mum e da Parte Diversificada do currículo. Outras leis dantes dessas populações devem prever a utilização de
específicas determinam a inclusão de temas relativos à pedagogias condizentes com as suas formas de produzir
educação para o trânsito e à condição e direitos dos ido- conhecimentos. Portanto, devem envolver a participação
sos. ativa dessas populações nas decisões referente à organi-
zação e efetivação do currículo escolar.
A transversalidade constitui uma das maneiras de traba-
lhar os componentes curriculares, as áreas de conheci- As escolas indígenas tem ensino intercultural e bilíngue,
mento e os temas contemporâneos em uma perspectiva com vistas à afirmação e manutenção da diversidade
integrada. Essa abordagem deve ser apoiada por meios étnica e linguística; devem assegurar a participação da
adequados. comunidade no seu modelo de edificação, organização e
Compete ao Órgão Executivo do Sistema Municipal de gestão; e deverão contar com materiais didáticos produ-
Ensino a indicação, orientação e disseminação de materi- zidos de acordo com o contexto cultural de cada povo,
ais subsidiários ao trabalho docente, com o objetivo de conforme normas e ordenamentos jurídicos próprios e as
contribuir para a eliminação de discriminações, racismos Diretrizes Nacionais específicas.
e preconceitos, e conduzir à adoção de comportamentos
responsáveis e solidários em relação aos outros e ao A Educação Escolar Quilombola deve observar o deta-
meio ambiente. lhamento das Diretrizes Curriculares Nacionais específi-
cas.
Também, a perspectiva multicultural no currículo leva ao
reconhecimento da riqueza das produções culturais e à Estudantes Estrangeiros
valorização das realizações de indivíduos e grupos sociais
e possibilita a construção de uma autoimagem positiva a As escolas da Rede Municipal de Ensino deverão, com
muitos estudantes que vêm se defrontando constante- base na legislação do Sistema Municipal de Ensino que
mente com as condições de fracasso escolar, agravadas trata do atendimento de estudantes estrangeiros, proce-
pela discriminação manifesta ou escamoteada no interior der à matrícula destes estudantes somente para os que
da escola. Além de evidenciar as relações de interdepen- se encontram na etapa do Ensino Fundamental ou, que
dência e de poder na sociedade e entre as sociedades e atendem aos critérios para matrícula na modalidade da
culturas, a perspectiva multicultural tem o potencial de Educação de Jovens e Adultos, sem qualquer discrimina-
conduzir a uma profunda transformação do currículo. ção, observando, no que couber, as mesmas normas
regimentais que disciplinam a matrícula de estudantes
O currículo construído coletivamente por todos os seg- brasileiros nas escolas.
mentos que compõem a comunidade escolar necessita
ser flexível e aberto, devendo explicitar o quê, como e A escola deverá reclassificar os estudantes, mediante os
para que ensinar, planejar e avaliar. Portanto, o currículo procedimentos descritos no Regimento Escolar. A realiza-
é uma construção social que envolve os sujeitos, a histó- ção da tradução das avaliações para reclassificação e o
ria, a sociedade e a cultura. Escolas das Populações do apoio no atendimento de estudantes estrangeiros que
Campo O currículo escolar das escolas das populações do ainda não possuem o domínio da Língua Portuguesa são
campo requer respeito às suas peculiares e a utilização responsabilidade da Mantenedora.
de pedagogias condizentes com as suas formas de pro- Aos estudantes, jovens e adultos, que possuem a conclu-
duzir conhecimentos, observadas as Diretrizes Curricula- são do Ensino Fundamental e que buscam a escola para
res Nacionais Gerais para a Educação Básica. Por isso, as
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
familiarização com a Língua Portuguesa, a escola não no grupamento correspondente aos seus pares de idade.
poderá efetivar a matrícula, visto não haver amparo legal Para tal, a escola deverá desenvolver estratégias peda-
para esse atendimento. Por isso, estes estudantes devem gógicas adequadas às suas necessidades de aprendiza-
ser informados da existência de cursos específicos de gem;
Língua Portuguesa para estrangeiros no Município e, na - proteger o estudante itinerante contra qualquer forma
medida do possível, serem encaminhados para as insti- de discriminação que coloque em risco a garantia dos
tuições ofertantes. Estas considerações de ordem legal, seus direitos fundamentais;
acrescidas à necessidade de coibir qualquer tipo de dis- - garantir documentação de matrícula e avaliação perió-
criminação entre estudantes brasileiros e estrangeiros, dica mediante expedição imediata de memorial e/ou
assegura o direito à educação, enquanto direito funda- Parecer Descritivo das crianças, adolescentes e jovens
mental previsto na Constituição Federal. em situação de itinerância.

Estudantes em Situação de Itinerância Educação Especial

As Diretrizes para o atendimento de educação escolar de A Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusi-
crianças, adolescentes e jovens em situação de itinerân- va constitui uma modalidade de ensino que permeia to-
cia, exaradas pelo Parecer CNE/CEB nº 14/2011 e Reso- das as etapas e modalidades da educação escolar, e
lução 03/2012, consideram em situação de itinerância realiza o Atendimento Educacional Especializado (AEE),
as crianças e adolescentes pertencentes a diferentes por meio de um conjunto de serviços, recursos e estraté-
grupos sociais que, por motivos culturais, políticos, gias específicas que favoreçam o processo de escolariza-
econômicos, de saúde, dentre outros, se encontram nes- ção dos seus estudantes nas turmas comuns do ensino
sa condição. Podem ser considerados como vivendo em regular.
situação de itinerância ciganos, indígenas, povos nôma- O atendimento e a organização do currículo para os estu-
des, trabalhadores itinerantes, acampados, artistas, de- dantes considerados público-alvo da Educação Especial
mais trabalhadores em circos, parques de diversão e considerará as situações singulares, os perfis, as caracte-
teatro mambembe (grupos teatrais/circenses itinerantes rísticas biopsicossociais, as faixas etárias e se pautará
que apresentam espetáculos popularescos sem recursos em princípios éticos, políticos, estéticos e legais dos di-
tecnológicos), que se autorreconheçam como tal ou se- reitos humanos, conforme dispõem as normas específicas
jam assim declarados pelo seu responsável legal. A con- do Sistema Municipal de Ensino. (Rerratificado em
sequência dessa condição tem sido a sujeição à desconti- 22/03/2016)
nuidade na aprendizagem, levando ao insucesso e ao
abandono escolares, impedindo-lhes a garantia do direito Educação de Jovens e Adultos (EJA)
à educação.
A modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na
O fundamento legal para estes casos se dá mediante o etapa do Ensino Fundamental, ofertada nas escolas da
preceito constitucional que define o acesso à educação Rede Municipal de Ensino constitui-se em oferta de edu-
como direito fundamental de toda criança e adolescente. cação regular, destinada àqueles que não tiveram acesso
Na LDBEN, temos tanto a expressão “domicílio do edu- ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental na
cando” (art. 77, § 1º), quanto “residência” da criança idade própria, por meio de oportunidades educacionais
(art. 4º, inciso X), relativamente a oferta de vaga pública adequadas às suas características, interesses, condições
próxima a sua residência. Trata-se de preceito legal que de vida e de trabalho.
deve ser interpretado em acordo com as normas do Có-
digo Civil, (parágrafo único do art. 72 e o art. 73), que Para a organização da oferta e do currículo da EJA a es-
preceitua: “Se a pessoa exercitar profissão em lugares cola deve observar as Diretrizes Curriculares Nacionais
diversos, cada um deles constituirá domicílio para as vigentes e as normas específicas do Sistema Municipal de
relações que lhe corresponderem” e “ter-se-á por domicí- Ensino que tratam da EJA, atendendo aos princípios da
lio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, flexibilização, do processo de aprendizagem centrado nos
o lugar onde for encontrada”. Isto significa que os estu- estudantes e no reconhecimento de que a construção do
dantes itinerantes encontram-se na situação domiciliar conhecimento ocorre de maneira diferenciada em cada
garantida por lei, além da legislação educacional, a qual indivíduo, bem como as áreas do conhecimento definidas
não estabelece tempo mínimo de permanência ou de na legislação vigente, visando ao domínio das habilidades
residência do estudante numa determinada localidade. As e competências estabelecidas para a Modalidade.
escolas que recebem esses estudantes deverão informar
a sua presença aos Conselhos Tutelares, os quais devem Aos jovens situados na faixa de 15 (quinze) aos 17 (de-
acompanhar a vida das crianças e adolescentes em situa- zessete) anos, com defasagem idade/ano, o Sistema
ção de itinerância no que se refere ao respeito, à prote- Municipal de Ensino incentivará as escolas a oferecer
ção e à promoção dos seus direitos sociais, sobretudo ao oportunidades educacionais apropriadas, no período di-
direito humano à educação. urno e, para os estudantes trabalhadores diurno e/ou
noturno, que considerem as características desses estu-
Portanto, nesses casos, enquanto escola democrática, dantes, seus interesses, suas potencialidades, necessida-
esta deve estabelecer diálogo com estes coletivos sociais, des, expectativas em relação à vida, às culturas juvenis e
ouvi-los e decidir conjuntamente estratégias para o me- ao mundo do trabalho, tal como prevê o artigo 37 da Lei
lhor atendimento dos seus filhos, tendo em vista que o nº 9.394/96.
direito a educação de estudantes em situação de itine-
rância deve ser garantido, de forma a: Visando clarificar e disciplinar as peculiaridades da oferta
- assegurar ao estudante itinerante matrícula, com per- da Modalidade EJA na etapa do Ensino Fundamental e,
manência e conclusão de estudos (se for o caso), na considerando que tal oferta depende de demanda anual
Educação Básica, respeitando suas necessidades particu- de número de estudantes suficientes para o Poder Públi-
lares. Caso a família e/ou responsável pelo estudante não co dispor de toda a infraestrutura necessária, torna-se
disponha, no ato da matrícula, de histórico escolar da imperiosa à organização de Regimento Escolar individua-
escola de origem ou do memorial e/ou Parecer Descriti- lizado dessa Modalidade, adotando o Regimento Padrão
vo, a criança, adolescente ou jovem deverá ser inserido da Mantenedora na implantação da oferta e, após, po-
151
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
dendo a escola elaborar o Regimento Individualizado A mantenedora e as escolas buscarão adequadas condi-
próprio. ções de trabalho aos professores e o provimento de in-
Educação Integral em Escola de Tempo Integral sumos, de acordo com os padrões mínimos de qualidade
referidos no inciso IX do art. 4º da Lei nº 9.394/96 e em
A proposta educativa da educação integral em escola de normas específicas estabelecidas pelo Conselho Nacional
tempo integral poderá contribuir significativamente para de Educação, com vistas à criação de um ambiente pro-
a melhoria da qualidade da educação e da aprendizagem pício à aprendizagem, com base:
escolar, principalmente quando voltada para o atendi- - no trabalho compartilhado e no compromisso individual
mento das populações com alto risco e vulnerabilidade e coletivo dos professores e demais profissionais da esco-
social. la com a aprendizagem dos alunos;
- no atendimento às necessidades específicas de aprendi-
O tempo ampliado na escola, para, no mínimo, sete ho- zagem de cada um mediante abordagens apropriadas;
ras diárias, poderá dirimir as desigualdades de acesso à - na utilização dos recursos disponíveis na escola e nos
educação, ao conhecimento e à cultura e melhorar o espaços sociais e culturais do entorno;
convívio social. O currículo da escola de tempo integral é - na contextualização dos conteúdos, assegurando que a
concebido como um projeto educativo integrado, efetiva- aprendizagem seja relevante e socialmente significativa;
do por meio de atividades como as de experimentação e - no cultivo do diálogo e de relações de parceria com as
pesquisa científica, cultura e artes, esporte e lazer, tec- famílias.
nologias da comunicação e informação, afirmação da
cultura dos direitos humanos, preservação do meio am- A escola, por meio das orientações da mantenedora,
biente e uso racional dos recursos não renováveis, deve prever as condições necessárias aos professores
acompanhamento e apoio pedagógico, aprofundamento para que possam avançar com ações pedagógicas na
da aprendizagem, promoção da saúde, entre outras, direção de um trabalho colaborativo, capaz de superar a
articuladas aos componentes curriculares e áreas do fragmentação dos componentes curriculares, a fim de
conhecimento, bem como as vivências e práticas socio- desenvolver um currículo integrado, o qual poderá ser
culturais, desenvolvidas dentro do espaço escolar ou fora organizado por meio de eixos articuladores, projetos
dele, em espaços distintos da cidade ou do território em interdisciplinares com base em temas geradores formu-
que está situada a escola, mediante a utilização de equi- lados a partir de questões da comunidade e articulados
pamentos sociais e culturais aí existentes e o estabeleci- às áreas do conhecimento e aos componentes curricula-
mento de parcerias com órgãos ou entidades locais. Ao res, propostas ordenadas em torno de conceitos-chave
restituir a condição de ambiente de aprendizagem à co- ou conceitos nucleares, que permitam trabalhar as ques-
munidade e à cidade, a escola contribuirá para a constru- tões cognitivas e as questões culturais numa perspectiva
ção de redes sociais na perspectiva de uma cidade edu- transversal, ou projetos de trabalho propostos pela esco-
cadora. la ou pela comunidade.

A oferta da Educação Integral em Escola de Tempo Inte- Aos professores cabe equilibrar a ênfase no reconheci-
gral na Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul deve mento e valorização da experiência do estudante e da
atender as normas específicas vigentes, exaradas por cultura que contribui para construir identidades afirmati-
este Conselho Municipal de Educação. vas, bem como a necessidade de lhes fornecer instru-
mentos mais complexos de análise da realidade que pos-
Planos de Estudo sibilitem o acesso a níveis universais de explicação dos
fenômenos, propiciando-lhes os meios para transitar
Os Planos de Estudo expressam a organização, integra- entre a sua e outras realidades e culturas e participar de
ção e dinamização do currículo escolar e contemplam os diferentes esferas da vida social, econômica e política.
direitos e objetivos de aprendizagem a serem desenvol-
vidas com os estudantes, bem como a indicação da pro- Planos de Trabalho dos Professores
gressão esperada em cada ano letivo, buscando articular
saberes e experiências com os conhecimentos formais Os professores, na organização e planejamento dos Pla-
sistematizados que fazem parte do patrimônio cultural, nos de Trabalho, necessitam considerar que os estudan-
artístico, ambiental, científico e tecnológico. Estes são tes do Ensino Fundamental regular são crianças e adoles-
organizados por áreas de conhecimento (anos iniciais do centes de faixas etárias cujo desenvolvimento está mar-
EF ou Ensino Fundamental I) e, por áreas de conheci- cado por interesses próprios, relacionado aos aspectos
mento e os respectivos componentes curriculares que as físicos, emocionais, sociais e cognitivos, em constante
constituem (anos finais do EF ou Ensino Fundamental II). interação. As características de desenvolvimento dos
estudantes estão muito relacionadas com seus modos
Os Planos de Estudo são revisados periodicamente para a próprios de vida e suas múltiplas experiências culturais e
realização das devidas adequações segundo a Proposta sociais. Por isso, pode-se dizer que existem múltiplas
Pedagógica, as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensi- infâncias e adolescências.
no Fundamental e a Base Nacional Comum, devendo ser
aprovados pela Mantenedora para serem efetivados no Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a criança de-
ano letivo seguinte, com o objetivo de comprometê-la senvolve a capacidade de representação, indispensável
pelo fornecimento dos meios – materiais e de pessoal – para a aprendizagem da leitura, dos conceitos matemáti-
para levar a termo a promessa de serviço à comunidade, cos básicos e para a compreensão da realidade que a
implícita ou explicitamente contida nos mesmos. cerca. O desenvolvimento da linguagem permite a ela
reconstruir pela memória as suas ações e descrevê-las,
Cada escola poderá ter múltiplos planos de estudo relati- bem como planejá-las, habilidades também necessárias
vamente a cada etapa de ensino ou, na mesma etapa de às aprendizagens previstas para esse estágio. A aquisi-
ensino em se tratando de tempos diferenciados, bem ção da leitura e da escrita na escola, fortemente relacio-
como para cada modalidade. nada aos usos sociais da escrita nos seus ambientes
familiares, pode demandar tempos e esforços diferencia-
Os Planos de Estudo servem de base para a elaboração dos entre os estudantes da mesma faixa etária. A criança
do(s) Plano(s) de Trabalho dos professores. nessa fase tem maior interação nos espaços públicos,
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
entre os quais se destaca a escola. Esse é um período em diáticos atualizados e em número suficiente para todos
que se deve intensificar a vivência das normas sociais, os estudantes de modo a contribuir para a emancipação
com ênfase no desenvolvimento de habilidades que pro- digital.
piciem a convivência cidadã. Também, os professores precisam estar atentos aos as-
Nos anos finais do Ensino Fundamental os estudantes pectos que envolvem as crianças e os adolescentes, e
entram na puberdade e se tornam adolescentes. Eles que tem relação com sua aprendizagem, como: o abuso
passam por grandes transformações biológicas, psicoló- e à exploração sexual, a violência doméstica, a formas de
gicas, sociais e emocionais. Os adolescentes, nesse perí- trabalho não condizentes com a idade, à falta de cuida-
odo da vida, modificam as relações sociais e os laços dos essenciais com a saúde, entre outros aspectos, em
afetivos, intensificando suas relações com os pares de relação aos quais a escola é, muitas vezes, o único canal
idade e as aprendizagens referentes à sexualidade e às de contato institucional da família. Essas questões reper-
relações de gênero, acelerando o processo de ruptura cutem na aprendizagem e no desenvolvimento dos estu-
com a infância na tentativa de construir valores próprios. dantes, colocando os professores diante de situações
Ampliam-se as suas possibilidades intelectuais, o que para as quais as práticas que eles conhecem não surtem
resulta na capacidade de realização de raciocínios mais resultados. O trabalho coletivo na escola poderá respal-
abstratos. Estes se tornam crescentemente capazes de dá-los de algum modo. No entanto, ao se tratar de ques-
ver as coisas a partir do ponto de vista dos outros, supe- tões que extrapolam o âmbito das atividades escolares,
rando, dessa maneira, o egocentrismo próprio da infân- cabe à escola manter-se articulada com o Conselho Tute-
cia. Essa capacidade de descentração é importante na lar, com os serviços da Rede Socioassistencial e com
construção da autonomia e na aquisição de valores mo- instituições de outras áreas capazes de oferecer cuidados
rais e éticos. Os professores, atentos a esse processo de e os serviços de proteção social a que esses estudantes
desenvolvimento, buscarão formas de trabalho pedagógi- têm direito.
co e de diálogo com os estudantes, compatíveis com suas
idades, lembrando sempre que esse processo não é uni- Temos ainda, a violência e a indisciplina que tem dificul-
forme e nem contínuo. Entre os adolescentes de muitas tado as aprendizagens e o trabalho dos professores.
escolas, é frequente observar forte adesão aos padrões Estes fatores podem ser reflexos não só da violência das
de comportamento dos jovens da mesma idade, o que é sociedades contemporâneas, mas também da violência
evidenciado pela forma de se vestir e também pela lin- simbólica da cultura da escola que necessita reconstruir
guagem utilizada por eles. Isso requer dos professores valores e conhecimentos tidos como universais, por
maior disposição para entender e dialogar com as formas meio, inclusive, da construção de normas sociais. Podese
próprias de expressão das culturas juvenis. superar, ainda, essas dificuldades por meio do diálogo
com as culturas urbanas, como uma das formas do en-
É necessário também considerar que, atualmente, a ex- frentamento do fracasso escolar e da rebeldia.
posição das crianças e adolescentes à mídia e, em parti-
cular, à televisão durante várias horas diárias tem, por Os comportamentos considerados inadequados para a
sua vez, contribuído para o desenvolvimento de formas convivência social derivam, também, da rápida obsoles-
de expressão entre os estudantes que são mais atreladas cência dos conhecimentos provocada pela multiplicação
ao universo das imagens, o que torna mais difícil o traba- das formas de comunicação e do fato de ter-se populari-
lho com a linguagem escrita, de caráter mais argumenta- zado que a escolarização não é mais garantia de ascen-
tivo, no qual se baseia a cultura da escola. Observa-se, são e mobilidade social, como já foi em períodos anterio-
no entanto, que a linguagem mais universal que a maio- res. Daí decorre que os professores, para assegurar a
ria deles compartilha é a da música, ainda que, geral- rotina de trabalho, condição necessária para a ação pe-
mente, a partir de poucos gêneros musicais. Portanto, dagógica, devem empreender esforço para manter o
este é um dos desafios que se coloca para a escola que é diálogo e a comunicação necessária para estabelecer um
a de cumprir um papel importante de inclusão digital dos clima de aprendizagem. Diante dessa realidade, é neces-
estudantes, valendo-se desses recursos e, na medida de sário um trabalho entre as instituições, as famílias e toda
suas possibilidades, submetê-los aos seus propósitos a sociedade no sentido de valorizar a escola e os profes-
educativos. A multiplicação dos meios de comunicação e sores, bem como é necessária à articulação da escola
informação nas sociedades de mercado em que vivemos com a família e os estudantes no estabelecimento das
contribui fortemente para disseminar entre as crianças, normas de convivência na escola, construídas com a
os adolescentes, os jovens e a população em geral o participação ativa de toda a comunidade escolar, confor-
excessivo apelo ao consumo e uma visão de mundo fra- me prevê a legislação educacional vigente e o Estatuto
gmentada, que induz à banalização dos acontecimentos e da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90).
à indiferença quanto aos problemas humanos e sociais. É
importante que a escola contribua para transformar os Assim, na organização dos planos de trabalho, os profes-
estudantes em consumidores críticos dos produtos ofere- sores devem selecionar os conteúdos pela sua importân-
cidos por esses meios, ao mesmo tempo em que se vale cia e/ou relevância para a vida dos estudantes e para a
dos recursos midiáticos como instrumentos relevantes no continuidade de sua trajetória escolar. Devem considerar
processo de aprendizagem, o que também pode favore- a pertinência do que é abordado em face da diversidade
cer o diálogo e a comunicação entre professores e estu- dos estudantes, buscando a contextualização dos conte-
dantes. údos e o seu tratamento flexível, ou seja, o conhecimen-
to deve ser contextualizado, permitindo que os estudan-
Desafios se colocam, cotidianamente, para os professo- tes estabeleçam relações com suas experiências. Na
res diante do aumento das informações na sociedade organização dos conteúdos, a Coordenação Pedagógica
contemporânea e da mudança da sua natureza. Mesmo da escola e os professores, devem buscar a superação
quando experiente, o professor muitas vezes terá que se do caráter fragmentário das áreas e integrar o currículo
colocar na situação de aprendiz e buscar junto com os de forma a tornar os conhecimentos abordados mais
estudantes as respostas para as questões suscitadas. significativos para os estudantes e favorecer a participa-
Para tanto, é preciso que os professores disponham de ção ativa dos mesmos, por meio de suas habilidades, das
formação adequada e permanente, dando atenção espe- experiências de vida e dos interesses.
cial para o uso das tecnologias da informação e comuni-
cação e que seja assegurada a provisão de recursos mi-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Os estudantes dos segmentos populares, ao lutarem pelo O calendário escolar como uma das expressões da orga-
direito à escola e à educação, aspiram apossar-se dos nização dos tempos e espaços da escola possibilita a
conhecimentos que, transcendendo as suas próprias implementação da proposta pedagógica.
experiências, lhes forneçam instrumentos mais comple- O cumprimento pela escola dos mínimos legais no que
xos de análise da realidade e permitam atingir níveis diz respeito aos dias letivos e carga horária, está no ofe-
mais universais de explicação dos fenômenos. São esses recimento anual, de no mínimo, 800 horas relógio, distri-
conhecimentos que os mecanismos internos de exclusão buídas, por um mínimo, de 200 dias letivos, excluído o
na escola têm reservado somente às minorias, mas que é tempo reservado aos exames finais, quando previstos no
preciso assegurar a toda a população, consolidando, calendário escolar.
assim, os princípios da escola democrática: acessível
a todos, diversa no tratamento e igualitária nos resulta- A hora-aula, expressão usada para designar os períodos
dos. letivos em que se divide o dia escolar, em geral, a partir
do 6º ano, têm como regra, a duração de 50 minutos, no
Princípios Metodológicos turno diurno e, 45 minutos, no noturno. De qualquer
forma a escola precisa ter cumprido, ao final de um ano
Os princípios metodológicos devem permitir um diálogo letivo, um mínimo de 800 horas relógio.
permanente e autêntico no processo de reconhecimento
do mundo e dos sujeitos, pressupondo um constante A soma das horas-aula cumpridas ao longo do ano deve
movimento de ação-reflexão-ação, a partir da realidade incluir o horário do recreio dos estudantes, considerando
do estudante. Estes devem estar relacionados de forma que durante este período os mesmos permanecem no
clara, permitindo o movimento do currículo na perspecti- ambiente escolar, sob a orientação dos professores.
va da inter e da transdisciplinaridade, facilitando a signi-
ficação e a ressignificação das aprendizagens e a educa- Cabe a escola administrar a distribuição da carga horária
ção integral dos sujeitos. A opção metodológica da escola semanal, observada a matriz curricular e Planos de Estu-
deve favorecer a compreensão e articulação dos saberes do aprovados pela Mantenedora. Ao final do ano letivo, o
e dos fenômenos, e o papel das áreas do conhecimento que a escola precisa resguardar é o cumprimento de dias
na compreensão da totalidade do conhecimento. letivos e da carga horária anual, em cada turma de estu-
dantes, que resulta da soma das aulas dadas nas áreas
A proposta metodológica da escola deve permitir e facili- do conhecimento ou respectivos componentes curricula-
tar a concretização dos objetivos previstos para a etapa res independente do número de horas em cada área ou
da escolarização e o caráter diagnóstico e processual da componente. A escola deve cuidar para que, no cômputo
avaliação, bem como avanços na prática pedagógica dos de horas anual, esteja assegurado o cumprimento de, no
professores. mínimo, 800 horas ou do que determina a sua matriz
Os professores levarão em conta a diversidade sociocul- curricular, caso seja superior a esse número.
tural dos estudantes, as desigualdades de acesso ao
consumo de bens culturais e a multiplicidade de interes- Trajetória Escolar
ses e necessidades apresentadas pelos mesmos, desen-
volvendo metodologias e estratégias variadas que melhor O percurso escolar normal dos estudantes, sem barrei-
respondam às diferenças de aprendizagem entre os estu- ras, nas etapas da Educação Básica depende de articula-
dantes e às suas demandas. ção entre as três etapas: Educação Infantil, Ensino Fun-
damental e Ensino Médio. Para a superação de algumas
Quanto à abordagem, é importante a presença do lúdico barreiras que se apresentam é preciso que o Ensino Fun-
na vida escolar, não se restringindo sua presença apenas damental passe a incorporar tanto algumas práticas que
à Arte e à Educação Física. Hoje se sabe que no processo integram historicamente a Educação Infantil, assim como
de aprendizagem a área cognitiva está inseparavelmente traga para o seu interior preocupações compartilhadas
ligada à afetiva e à emocional. Pode-se dizer que tanto o por grande parte dos professores do Ensino Médio, como
prazer como a fantasia e o desejo estão imbricados em a necessidade de sistematizar conhecimentos, de propor-
tudo o que fazemos. Os estudos sobre a vida diária, so- cionar oportunidades para a formação de conceitos e o
bre o homem comum e suas práticas, desenvolvidos em desenvolvimento do raciocínio abstrato, dentre outras.
vários campos do conhecimento e, mais recentemente,
pelos estudos culturais, introduziram no currículo escolar Na passagem da Pré-Escola para o Ensino Fundamental é
a preocupação de estabelecer conexões entre a realidade preciso considerar os conhecimentos que a criança já
cotidiana dos estudantes e os conteúdos curriculares. adquiriu. Igualmente, o processo de alfabetização e le-
Portanto, os professores devem propiciar ao estudante tramento, com o qual ela passa a estar mais sistemati-
condições de desenvolver a capacidade de aprender, camente envolvida, não pode sofrer interrupção ao final
conforme a Lei nº 9.394/96, em seu artigo 32, mas com do primeiro ano dessa nova etapa da escolaridade. Assim
prazer e gosto, tornando suas atividades desafiadoras, como há crianças que depois de alguns meses estão
atraentes e divertidas. alfabetizadas, outras requerem de dois a três anos para
consolidar suas aprendizagens básicas, o que tem a ver,
A criação de um ambiente propício à aprendizagem na muito frequentemente, com seu convívio em ambientes
escola terá como base o trabalho compartilhado e o em que os usos sociais da leitura e escrita são intensos
compromisso dos professores e dos demais profissionais ou escassos, assim como com o próprio envolvimento da
com a aprendizagem dos estudantes; o atendimento às criança com esses usos sociais na família e em outros
necessidades específicas de aprendizagem de cada um locais fora da escola. Ressalta-se que os anos iniciais do
mediante formas de abordagem apropriadas; a utilização Ensino Fundamental não se reduzem apenas à alfabetiza-
dos recursos disponíveis na escola e nos espaços sociais ção e ao letramento. Desde os seis anos de idade, todos
e culturais do entorno; a contextualização dos conteúdos, os conteúdos que envolvem as áreas do conhecimento
proporcionando aprendizagem relevante e socialmente devem também ser trabalhados. São eles que, ao des-
significativa; e o cultivo do diálogo e de relações de par- cortinarem às crianças o conhecimento do mundo por
ceria com as famílias. meio de novos olhares, lhes oferecem oportunidades de
exercitar a leitura e a escrita de um modo mais significa-
Calendário Escolar e Carga Horária tivo.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Movimentos de renovação pedagógica têm-se esforçado senvolvimento pleno e à aquisição de aprendizagens
por trabalhar com concepções que buscam a integração significativas, lançando mão de todos os recursos dispo-
das abordagens do currículo e uma relação mais dialógica níveis e criando renovadas oportunidades para evitar que
entre as vivências dos estudantes e o conhecimento sis- a trajetória escolar discente seja retardada ou indevida-
tematizado. mente interrompida. Devem, portanto, adotar as provi-
Os ciclos assim concebidos concorrem, com outros dispo- dências necessárias para que a operacionalização do
sitivos da escola calcados na sua gestão democrática, princípio da continuidade não seja traduzida como “pro-
para superar a concepção de docência solitária do profes- moção automática” de estudantes e para que o combate
sor que se relaciona exclusivamente com a sua turma, à repetência não se transforme em descompromisso com
substituindo-a pela docência solidária, que considera o o ensino e a aprendizagem. A organização do trabalho
conjunto de professores de um ciclo responsável pelos pedagógico deve levar em conta a mobilidade e a flexibi-
estudantes daquele ciclo, embora não eliminem o profes- lização dos tempos e espaços escolares, a diversidade
sor de referência que mantém um contato mais prolon- nos agrupamentos de estudantes, as diversas lingua-
gado com a turma. gens, a diversidade de materiais, os variados suportes
literários, as atividades que mobilizem o raciocínio, a
A proposta de organização dos três primeiros anos do consciência cidadã, a atitude investigativa, as pesquisas
Ensino Fundamental em um único ciclo exige mudanças e a articulação entre a escola, a comunidade e o territó-
no currículo para melhor trabalhar com adiversidade dos rio.
estudantes e permitir que eles progridam na aprendiza-
gem. A promoção dos estudantes deve vincular-se às Avaliação
suas aprendizagens; não se trata, portanto, de promoção
automática. Para assegurar a aprendizagem, as escolas Os processos avaliativos são parte integrante do currícu-
deverão implementar estratégias pedagógicas para recu- lo, conforme os artigos 12, 13 e 24, da LDBEN, que de
perar os estudantes que apresentarem dificuldades no forma genérica prescrevem o zelo pela aprendizagem dos
seu processo de aprendizagem, Mesmo quando o sistema estudantes, a necessidade de prover os meios e as estra-
de ensino ou a escola, no uso de sua autonomia, fizerem tégias para a recuperação daqueles com menor rendi-
opção pelo regime seriado anual, é necessário considerar mento e consideram a prevalência dos aspectos qualitati-
os três anos iniciais do Ensino Fundamental, crianças de vos sobre os quantitativos, bem como os resultados ao
seis a oito anos de idade, como Bloco da Alfabetização longo do período sobre os de eventuais provas finais.
não passível de interrupção, voltado para ampliar a todos
os estudantes as oportunidades de sistematização e Os aspectos qualitativos, em correlação com os aspectos
aprofundamento das aprendizagens básicas, imprescindí- quantitativos, devem ser observados tanto nas áreas do
veis para o prosseguimento dos estudos. conhecimento quanto nas habilidades e competências. Na
verdade, trata-se de verificar não só "quanto" o estudan-
Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem asse- te aprendeu (aspecto quantitativo), mas "quão bem" ele
gurar: aprendeu (aspecto qualitativo).
a) a alfabetização e o letramento;
b) o desenvolvimento das diversas formas de expressão, A avaliação do estudante, a ser realizada pelo professor e
incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, a Literatu- pela escola, é redimensionadora da ação pedagógica e
ra, a Música e demais artes, a Educação Física, assim deve assumir um caráter processual, formativo e partici-
como o aprendizado da Matemática, de Ciências, de His- pativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica. A avalia-
tória e de Geografia; ção formativa e emancipatória, que ocorre durante todo
c) a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a o processo educacional, busca diagnosticar as potenciali-
complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos dades do estudante e detectar problemas de aprendiza-
que a repetência pode causar no Ensino Fundamental gem e de ensino.
como um todo, e, particularmente, na passagem do pri-
meiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o A avaliação da aprendizagem hoje é tida com o sentido
terceiro. de acompanhamento e verificação de como está o estu-
Não menos necessária é uma integração maior entre os dante no presente, com oportunidade efetiva de vir a ser,
anos iniciais e os anos finais do Ensino Fundamental. Os visto que o diagnóstico do desempenho do mesmo traz
estudantes, ao mudarem do professor generalista (refe- ao professor uma visão clara de como este estudante
rência) dos anos iniciais para os professores especialistas está, quanto ao alcance ou não dos objetivos e assim
dos diferentes componentes curriculares, costumam sen- possa tomar as providências que se façam necessárias,
tir as mudanças diante do grande número de docentes no sentido de imediatamente buscar o atendimento das
dos anos finais. As articulações no interior do Ensino necessidades que porventura se apresentem. A interven-
Fundamental, e deste com as etapas que o antecedem e ção imediata no sentido de sanar dificuldades que alguns
o sucedem na Educação Básica, são, pois, elementos estudantes evidenciem é uma garantia para o seu pro-
fundamentais para o bom desempenho dos estudantes e gresso nos estudos.
a continuidade dos seus estudos.
Estudos têm mostrado, há muito tempo, que a reprova- A continuidade da avaliação é condição para que, a qual-
ção não é o melhor caminho para assegurar que os estu- quer momento, o professor possa verificar os avanços ou
dantes aprendam. Ao contrário, a reprovação, além de identificar as dificuldades. Somente assim poderá o estu-
desconsiderar o que o estudante já aprendeu contribui dante ser conduzido a outros mecanismos de aprendiza-
para baixar a sua autoestima, ou seja, a repetência, gem (estudos de progressão ou recuperação, reforço,
como se sabe, não gera qualidade. É preciso enfatizar atendimento especializado, etc) que possam efetivamen-
que o combate à repetência não pode significar descom- te cumprir seu papel, qual seja, corrigir a tempo as fa-
promisso com o ensino e a aprendizagem. lhas na aprendizagem, de modo a evitar o fracasso esco-
lar. A avaliação contínua pode assumir várias formas, tais
Nesse sentido, o Sistema Municipal de Ensino, as escolas como a observação e o registro das atividades dos estu-
e os professores, com o apoio das famílias e da comuni- dantes, sobretudo nos anos iniciais do Ensino Fundamen-
dade, devem envidar esforços para assegurar o progres- tal, trabalhos individuais, organizados ou não em portfó-
so contínuo dos estudantes no que se refere ao seu de-
155
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
lios, trabalhos coletivos, exercícios e provas, dentre ou- serão articulados às avaliações realizadas em nível naci-
tros. onal ou outras criadas com o objetivo de subsidiar os
A cumulatividade, por sua vez, significa que a avaliação sistemas de ensino e as escolas nos esforços de melhoria
não deve levar em conta, apenas, determinados recortes da qualidade da educação e da aprendizagem dos estu-
temporais ou temáticos, mas deve acompanhar a apren- dantes. A análise do rendimento dos estudantes com
dizagem do estudante como um todo coerente e signifi- base nos indicadores produzidos por essas avaliações
cativo. deve auxiliar os sistemas de ensino e a comunidade es-
Para os professores a avaliação pode sinalizar problemas colar a redimensionarem as práticas educativas com
com os métodos, as estratégias e as abordagens utiliza- vistas ao alcance de melhores resultados.
das. Diante de um grande número de problemas na
aprendizagem de determinado assunto, o professor deve Conselho de Classe
ser levado a pensar que houve falhas no processo de
ensino que precisam ser reparadas. O conselho de classe, fórum legítimo de discussão das
dificuldades encontradas no processo de ensino e apren-
Para os estudantes a avaliação proporciona oportunida- dizagem e de gestão, visa a tomada de decisões sobre o
des de melhor se situarem em vista de seus progressos e progresso dos estudantes e o estabelecimento de estra-
dificuldades, e aos pais, de serem informados sobre o tégias comuns para superá-las e, portanto, deve envol-
desenvolvimento escolar de seus filhos, representando ver incondicionalmente, todos os segmentos escolares
também uma devolutiva que a escola faz à comunidade possibilitando que sejam ouvidos e suas opiniões consi-
que atende ao mesmo tempo em que demonstra a quali- deradas.
dade do trabalho que desenvolve. Esse espaço de diálogo
com os próprios estudantes e suas famílias, sobre o pro- Estudos de Progressão
cesso de aprendizagem e o rendimento escolar que tem
consequência importante na trajetória de estudos de A progressão, concebida, segundo Dicionário da Língua
cada um, precisa ser cultivado pelos educadores e é mui- Portuguesa, como “progresso ou sucessão ininterrupta e
to importante na criação de um ambiente propício à constante dos diversos estágios do processo de escolari-
aprendizagem. Além disso, a transparência dos processos dade”, é o resultado normal esperado dos estudantes na
avaliativos assegura a possibilidade de discussão dos escola. Se a escola é para todos, ela organiza-se de for-
referidos resultados por parte de pais e estudantes, in- ma a garantir que todos realizem as aprendizagens ne-
clusive junto a instâncias superiores à escola, no sentido cessárias para prosseguirem normalmente naescolarida-
de preservar os direitos destes. de. Portanto, os estudos de progressão necessitam do
empenho de todos para assegurar o progresso contínuo
A avaliação está intimamente relacionada às concepções ou a promoção dos estudantes no que se refere ao seu
do coletivo e reflete muito dos princípios metodológicos e desenvolvimento pleno e à aquisição de aprendizagens
dos recortes feitos no currículo a ser desenvolvido. Para significativas, lançando mão de todos os recursos dispo-
tanto, o grupo deve ter clareza de suas responsabilidades níveis e criando renovadas oportunidades para evitar que
com a comunidade, bem como de manter a unidade de a trajetória escolar discente seja retardada ou indevida-
trabalho por meio do alinhamento conceitual, procedi- mente interrompida. Assim, entende-se por Estudos de
mental e atitudinal. Na avaliação a mesma unidade deve Progressão a oferta de estudos ao estudante que progre-
estar representada, tanto em propostas, quanto nos diu apresentando defasagem de aprendizagens previstas
instrumentos e na forma da expressão dos resultados. nos indicadores mínimos indispensáveis para sequência
Independente da forma da expressão dos resultados da trajetória escolar, necessitando, por isso, de mais
adotados pela escola, para os estudantes que não atingi- oportunidades de aprendizagens, viabilizadas por meio
ram os indicadores mínimos definidos para o período, a de procedimentos pedagógicos – intervenções, tempos,
mesma deverá valer-se, também, de síntese avaliativa estratégias, metodologias - que lhe permita consolidar
destes estudantes, para apresentar as habilidades, os habilidades, conceitos e indicadores de aprendizagem
conceitos, os direitos e os objetivos de aprendizagem já previstos para o ano/turma.
consolidados, os que ainda precisam ser introduzidos,
aprofundados e/ou consolidados, sempre tendo presente Para tanto, é necessário que o coletivo de professores
os indicadores e objetivos eleitos como prioritários para o estabeleça um planode estudos de progressão das habili-
ano/turma. Na síntese avaliativa também são explicita- dades para os estudantes que apresentarem necessida-
dos os principais objetivos a serem trabalhados no tri- des de aprendizagem e baixo rendimento. O plano de
mestre seguinte, como forma de contribuir com o estu- estudos de progressão de habilidades deverá estar em-
dante, com sua família e para fundamentar o plano de basado nas aprendizagens fundamentais estabelecidas
trabalho do período subsequente, objetivando a aprendi- para o ano, a partir dos planos de estudo e nas metas
zagem de cada um. estabelecidas, de modo a atender a Proposta Pedagógica
da Escola e o Plano Municipal de Educação.
Neste sentido, vale lembrar que um currículo flexibilizado
para ter êxito precisa igualmente de instrumentos de O plano de estudos de progressão das habilidades será
avaliação flexibilizados, atendendo as necessidades e o organizado no final do ano, a partir das avaliações da
ritmo dos estudantes em suas singularidades, bem como escola, pelo coletivo de professores que atendem o estu-
para manter a coerência entre os diferentes momentos dante que, apesar dos estudos de recuperação, ainda
planejados, os quais constam da proposta de trabalho do apresenta necessidades de aprendizagem. Neste plano
professor. devem constar o diagnóstico e a proposta com sugestões
de estratégias de intervenção. Para tanto, devem estar
Com isso, a avaliação não será apenas um mecanismo de explicitadas as habilidades, competências, conceitos e
classificação do estudante, mas estará associada ao mo- conhecimentos que o estudante ainda apresenta necessi-
do pelo qual a escola pensa e concretiza o currículo e as dades, considerando o plano e as metas para o ano.
metodologias e ao modo como o organiza, observando a
flexibilidade que a Lei estabelece, com vistas à progres- A avaliação do 1º trimestre do ano subsequente, além de
são escolar com aprendizagem. Também, os procedimen- retratar a situação do estudante no período, deverá men-
tos de avaliação adotados pelos professores e pela escola cionar quais avanços e necessidades ainda deverão ser
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
trabalhadas, considerando o plano de estudos de pro- compatíveis com sua idade, experiências, nível de de-
gressão. Caso o estudante já tenha consolidado as sempenho ou de conhecimento, segundo o processo de
aprendizagens, deve ser registrado que o mesmo já con- avaliação definido pela escola em seu regimento escolar,
solidou as aprendizagens previstas no Plano de Estudos excetuando-se, neste caso, o primeiro ano do ensino
de Progressão (do ano anterior), sendo garantida sua fundamental.
sequência na escolaridade. Poderão ocorrer situações em que o estudante chega à
escola sem vida escolar pregressa. Neste caso cabe clas-
Para os estudantes do 2º ao 9º ano do Ensino Funda- sificá-lo para poder situá-lo no ano ou etapa adequada. O
mental são proporcionados estudos de progressão sema- controle da frequência passa a ser feito a partir da data
nal, sendo que para os estudantes dos anos finais do da efetiva matrícula do estudante.
Ensino Fundamental são proporcionados estudos de pro-
gressão em, até, dois componentes curriculares, além da A LDBEN aponta para a aplicação da classificação em três
carga horária mínima anual. situações:
O professor responsável pela avaliação do final do ano - a classificação de que trata a alínea “a” - “por promo-
letivo do estudante aprovado com estudos de progressão ção para alunos que cursaram, com aproveitamento, a
deve elaborar o plano de trabalho individualizado a ser série ou fase anterior, na própria escola” aplicasse aos
efetivado no ano letivo seguinte. estudantes que cursaram com aproveitamento conside-
Para o estudante que, mesmo com todas as estratégias e rado suficiente, mesmo que diferenciados entre as áreas
intervenções apontadas no Plano de estudos de Progres- do conhecimento, na fase anterior na própria escola,
são não tenha consolidadas as aprendizagens fundamen- sendo então classificados para a continuidade dos estu-
tais para a continuidade da trajetória escolar estas deve- dos na fase posterior;
rão ser apontadas no plano de estudos de recuperação - a classificação citada na alínea “b” - “por transferência,
do 2º semestre, visto que estes são estudos oferecidos para candidatos procedentes de outras escolas” aplica-se
ao longo do ano letivo, ou seja, sempre que o estudante nos casos em que o histórico escolar de transferência do
apresentar necessidades de aprendizagem. estudante, emitido pela escola de origem apresenta a
mesma organização curricular da escola de destino, po-
Estudos de Recuperação rém o regramento regimental é diferenciado e, por isso
apresenta a necessidade de posicioná-lo segundo o novo
Os estudos de recuperação têm como objetivo auxiliar o regramento – o da escola de destino;
estudante a dirimir as dúvidas e atender as necessidades - a classificação referida na alínea “c” - “independente-
surgidas no decorrer do processo de ensino e de aprendi- mente de escolarização anterior, mediante avaliação feita
zagem, durante todo o ano letivo. Se o fundamental é a pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e
superação das lacunas de aprendizagem, verificadas por experiência do candidato e permita sua inscrição na série
meio do acompanhamento do processo de ensino e ou etapa adequada conforme regulamentação do respec-
aprendizagem, poderá a escola ainda, oferecer ao estu- tivo sistema de ensino" aplica-se ao estudante que ao
dante, no final do ano letivo oportunidade de superação chegar à escola sem vida escolar pregressa, deveser
destas dificuldades. O tempo de duração destes estudos submetido à avaliação para poder classificá-lo e situá-lo
varia de acordo com o ritmo de aprendizagem de cada no ano, ciclo ou etapa adequada, excetuando-se o pri-
estudante, considerando suas diferenças individuais e a meiro ano do Ensino Fundamental.
diversidade das causas determinantes de situações de
recuperação. Da totalidade dos estudos de recuperação Aceleração de Estudos
devem decorrer os respectivos registros nos documentos
escolares, que comprovam o compromisso da escola com A aceleração de estudos constitui-se numa alternativa
o processo de ensino e aprendizagem dos seus estudan- para a superação do problema representado pelos estu-
tes. dantes que, devido à defasagem idade/ano se desajus-
tam por não terem conseguido se beneficiar da escolari-
Frequência Escolar zação regular, bem como, para estudantes que ingres-
sam tardiamente no sistema regular de ensino.
A obrigatoriedade de frequência do estudante a um mí- Assim, a turma de aceleração de estudos terá o objetivo
nimo de 75% do total de horas letivas se sustenta no de possibilitar aos estudantes com defasagem escolar a
reconhecimento de que sem regular a participação nas oportunidade de atingir o nível de adiantamento corres-
atividades programadas pela escola, em percentual mí- pondente a sua idade num tempo menor do que o previs-
nimo de quantidade, não se pode esperar efetiva apren- to na organização curricular da escola, de acordo com o
dizagem com qualidade. seu ritmo próprio e construção do conhecimento.

No entanto, sabe-se que, por motivos vários, a infre- Na oferta de turmas de aceleração de estudos, é impor-
quência pode vir a acontecer. Deve-se assegurar tempos tante que a escola consulte previamente a Mantenedora
e espaços de reposição dos conteúdos curriculares ao e tenha clareza quanto aos objetivos, critérios e condi-
longo do ano letivo aos estudantes com frequência insufi- ções adequadas às necessidades desta turma específica,
ciente, evitando, sempre que possível, a retenção por de forma a garantir-lhes as condições de acesso, perma-
faltas. Nesse caso e usando da flexibilidade dada pela nência e sucesso escolar.
LDBEN, devem ser oferecidas, aos estudantes que ultra-
passarem o limite de 25% de faltas às atividades escola- Avanço Escolar
res programadas, atividades complementares compensa-
tórias no decorrer do ano letivo, que terão o objetivo de Avanço escolar é a forma de propiciar ao estudante a
oportunizar aprendizagens não realizadas pela infrequên- oportunidade de concluir, em menor tempo, ano,
cia. ano/ciclo, ciclos, etapas ou outra forma de organização
escolar, considerando seu nível de desenvolvimento. O
Classificação avanço escolar é, portanto, uma estratégia de progresso
individual e contínuo no crescimento de cada estudante.
Classificar significa posicionar o estudante em anos seri- Alguns apresentam aproveitamento desejado, antes que
ados anuais, ciclos ou outras formas de organização
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
decorra certo tempo previsto. Isto acontece porque apre- estudantes e seus responsáveis para a mudança da or-
sentam ritmo de aprendizagens diferentes. ganização curricular.
A aplicação do avanço escolar se dá durante o processo Isso significa dizer que ao estudante, após ter sido avali-
de ensino e aprendizagem, mediante avaliação e obser- ado e situado adequadamente no seu estágio de desen-
vação do nível de desenvolvimento do estudante, não volvimento, na nova organização curricular, seja no ano
sendo portanto, um procedimento pré-definido no ato da seriado anual, no ano ciclo, na totalidade etc, cabe ofere-
matrícula com o objetivo de acomodar ou regularizar a cer todas as possibilidades necessárias para que continue
vida escolar do educando. construindo suas aprendizagens e obter sucesso na sua
vida escolar. Assim, se a reclassificação do estudante
Aproveitamento de Estudos e Adaptação Curricular indicar a necessidade de recuperação de aprendizagem,
deverá lhe ser assegurada progressão na organização
O aproveitamento de estudos é aplicado nas transferên- curricular em séries anuais (LDBEN, Art. 23, III), ou um
cias escolares. A escola verifica como os estudos conside- plano de apoio especial. Cabe a escola, com a mantene-
rados equivalentes podem vir a ser aproveitados e/ou dora, oferecer o apoio necessário para os estudantes que
complementados, bem como, outros aparentemente apresentarem defasagem no nível de aprendizagem,
diversos possam vir a sê-lo, tendo em vista sua significa- decorrente da reclassificação e da consequente progres-
ção e importância no conjunto dos componentes curricu- são.
lares que compõem os planos de estudo da escola.
A adaptação curricular deve ser compreendida como Documentos Escolares
recurso para que possa ser oferecido ao estudante um
currículo capaz de alcançar os objetivos do respectivo A organização e arquivamento da documentação dos
nível de ensino, sempre na perspectiva do “projeto cultu- estudantes, devem assegurar a preservação dos docu-
ral” que a escola tem em vista e presente na Proposta mentos, a facilidade de localização e de tramitação de
Pedagógica. Portanto, não devem ser entendidos como o dados ou informações, a verificação da identidade de
caminho para resolver um problema administrativo de cada estudante, o acesso facilitado aos resultados das
documentação escolar, este têm a função de auxiliar na avaliações e ao percentual da sua frequência na escola.
transição de um currículo para outro. Assim, a emissão de certificados, de históricos escolares,
de atestados, de declarações e outros, conforme o caso,
Reclassificação devem conter, com clareza, todas as especificações
atendendo a legislação pertinente e as orientações da
Segundo a LDBEN, as escolas podem promover a reclas- mantenedora, bem como, registro em livro específico no
sificação dos estudantes, inclusive quando se tratar de caso dos certificados de conclusão.
transferências entre estabelecimentos situados no País e
no exterior, tendo como base as normas curriculares Gestão Escolar
gerais (Art. 23, § 1º).
O conceito de reclassificação, expresso na legislação A gestão escolar visa organizar o funcionamento da esco-
nacional (LDBEN, Resoluções e Pareceres da CNE/CEB) e la. A gestão democrática exige que se transforme a esco-
referendado pelos atos normativos do Conselho Municipal la em espaço permanente de experiências e práticas
de Educação, refere-se a aplicação de um procedimento democráticas, por meio da participação coletiva, ou seja,
pedagógico, realizado mediante avaliação, com o objetivo com a participação e comprometimento de todos os seg-
de situar o estudante no espaço-tempo adequado ao seu mentos nas decisões e encaminhamentos.
estágio de desenvolvimento, as suas possibilidades de O aprendizado da democracia deve permear todo o con-
crescimento e a nova organização curricular, tendo em junto de relações que se desenvolvem no seu interior e
vista, a diversidade de organização curricular apontada nas relações com a comunidade. A democratização da
pela LDBEN, que criou a necessidade de adequar o currí- gestão educacional centra-se na consolidação do papel
culo cursado pelos estudantes, no caso de transferência aglutinador do Conselho Escolar como órgão deliberativo
dos mesmos. e corresponsável pela definição das ações escolares.
Portanto, a escola pode se valer da reclassificação para
situar o estudante que a ela chega, visando a integrá-lo Princípios de Convivência
no espaço-tempo adequado, observadas as normas curri-
culares gerais da Base Nacional Comum. No objetivo de formar cidadãos é fundamental que a
escola estabeleça princípios de convivência, uma vez que
Segundo o Parecer CNE/CEB nº 20/2007, a palavra “in- cidadania pressupõe direitos e deveres.
clusive” referida no Art. 23 da LDB indica que podem Isso significa uma definição de papéis exercidos por to-
existir casos de reclassificação além dos decorrentes de dos os segmentos que a compõem o que será possível
transferências entre unidades escolares. De fato, alunos num ambiente de constante diálogo. É na formulação,
podem ser reclassificados no interior de uma mesma explicitação e sustentação coletiva que os princípios se
escola, por exemplo, entre o ensino regular e a modali- tornarão legítimos.
dade da educação de jovens e adultos ou, no ensino
regular, como resultado de turmas de aceleração da Os princípios que decorrem desta construção coletiva
aprendizagem. Assim, a reclassificação pode também ser devem ser vistos como mais um dos elementos que pos-
aplicada nos casos em que etapas ou modalidades de sibilitam a intervenção de todos aqueles que convivem na
educação escolar cursadas na própria escola apresentam escola, enquanto elemento aglutinador de pessoas envol-
forma diferenciada de organização curricular, ou ainda, vidas na elaboração de conhecimentos e práticas que
quando a escola como um todo opta por outra organiza- visem contemplar a realidade social numa perspectiva de
ção curricular, como por exemplo, escola organizada por transformação. Os princípios necessitam ser sistemati-
séries/anuais opta pela organização curricular em ciclos camente avaliados e confrontados com a prática e seus
ou outra forma, havendo, portanto, a necessidade de pressupostos orientadores.
reclassificação de todos os seus estudantes. Neste caso,
intui-se que a decisão de mudança de organização curri- Condições e Recursos das Escolas
cular da escola foi por decisão consensual com toda a
comunidade escolar e, por isso, com a concordância dos
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
A escola é uma das dimensões da vida social de todas as prazo de 5 (cinco) anos, a contar da data de publicação
populações, sejam urbanas, do campo, indígenas, qui- do ato, devendo a mantenedora protocolar a solicitação
lombolas, itinerantes, entre outras e, devem atender de Recredenciamento da(s) instituição(ões) de ensino por
suas peculiaridades, com um padrão mínimo de qualida- ela mantida(s) junto ao Conselho Municipal de Educação,
de social, considerando os insumos mínimos, de acordo até 180 (cento e oitenta) dias antes da data limite.
com o previsto no inciso IX do Art. 4º, da Lei nº Importante destacar que a Secretaria Municipal da Edu-
9.394/96 e em normas deste Conselho Municipal de Edu- cação, como Mantenedora das escolas da Rede Municipal
cação, com vistas à criação de um ambiente propício ao de Ensino, deve encaminhar, ao Conselho Municipal de
ensino e a aprendizagem. Educação, pedido de Cadastro de novas escolas, com
antecedência de, no mínimo, 60 dias antes do início das
Este Conselho entende que a qualidade do ensino é dire- atividades escolares, excluídos os meses de janeiro e
tamente proporcional às condições gerais de recursos fevereiro.
humanos e físicos disponíveis na efetivação do ensino.
Para que as escolas possam realizar com eficiência seu O processo para o Credenciamento e a Autorização de
propósito, não podem prescindir de profissionais devida- Funcionamento de escola ou de implantação de anos
mente habilitados, de prédios em boas condições, equi- finais do Ensino Fundamental ou de Turmas de Educação
pamentos e materiais próprios suficientes e adequados. Infantil deve ser encaminhado, ao Conselho Municipal de
Essas condições devem ser efetivamente comprovadas Educação, até o dia 30 de novembro do ano anterior ao
na realidade da escola. da oferta.
O Credenciamento e a Autorização de funcionamento
Relativamente ao número de estudantes por turma, tema para a oferta de determinado(s) nível(is) e/ou modalida-
amplamente debatido pelos segmentos educacionais nas de(s) será pelo prazo de 5 (cinco) anos, a contar da data
Conferências de Educação, vemos que o Art. 25 da de publicação do ato. Findo o prazo deve a mantenedora
LDBEN, e seu parágrafo único descrevem que: “é objeti- protocolar a solicitação de Recredenciamento junto ao
vo permanente das autoridades responsáveis alcançarem Conselho Municipal de Educação. O processo solicitando o
relação adequada entre o número de alunos e o profes- Recredenciamento de Escola Municipal de Ensino Funda-
sor, a carga horária e as condições materiais do estabe- mental deve ser encaminhado instruído com ofício solici-
lecimento. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista tando o recredenciamento; comprovante de propriedade
das condições disponíveis e das características regionais do(s) imóvel(eis) ou de direito de uso; formulário de
e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do dados da escola e das condições de infraestrutura física,
disposto neste artigo”. sendo que as exigências mínimas relativas às condições
de infraestrutura física de cada etapa ou modalidade de
Nesse sentido, este Colegiado deliberou pela organização ensino, são as estabelecidas nas respectivas normas.
das turmas com número máximo de estudantes em cada
uma, diferenciando os anos iniciais dos anos finais do A cessação ou desativação de Escolas ocorrerá em cará-
Ensino Fundamental, bem como das turmas multisseria- ter definitivo nas escolas da zona urbana e, nas escolas
das que deverão observar o número de adiantamentos do campo, poderá ser em caráter temporário, por perío-
atendidos por turma. Já as turmas de crianças da Educa- do máximo de cinco anos. Em ambos os casos a mante-
ção Infantil (Pré-Escola), deverão observar o agrupamen- nedora deve encaminhar, ao Conselho Municipal de Edu-
to da legislação própria do Sistema Municipal de Ensino. cação, solicitação de emissão de ato próprio, até 30 dias
após o encerramento das atividades.
Regularização das Escolas que oferecem o Ensino
Fundamental A cessação ou desativação de Escolas ocorrerá em cará-
ter definitivo nas escolas da zona urbana, sendo que nas
A oferta legal de estudos oferecidos por uma escola está escolas do campo, poderá ser em caráter temporário, por
condicionada ao Cadastramento e ao Credenciamento período máximo de cinco anos. Em ambos os casos, con-
com a Autorização de Funcionamento de etapas e/ou forme a Lei Federal nº 12.960, de 27 de março de 2014,
modalidade(s) de ensino pretendido(s). Assim, a escola a cessação ou desativação deve ser precedida de mani-
para ser considerada regularizada necessita estar com festação do Conselho Municipal de Educação que conside-
toda a documentação atualizada junto aos diversos Ór- rará a justificativa apresentada pela Secretaria Municipal
gãos Públicos, incluindo o Sistema Municipal de Ensino. de Educação contendo a análise do diagnóstico do impac-
Para tanto, é necessário que a escola possua: O Cadastro to da ação e a manifestação da comunidade escolar.
e o Parecer de Credenciamento com a Autorização de Caso a manifestação do Conselho Municipal de Educação
Funcionamento, emitidos pelo Conselho Municipal de seja pela cessação ou desativação da escola, deve a
Educação. mantenedora encaminhar o pedido de emissão de ato
O Cadastro consiste na apresentação de documentos que próprio, até 30 dias após o encerramento das atividades,
comprovem a instituição da mantenedora da escola; da contendo as peças previstas no Roteiro V desta Resolu-
indicação de pessoa qualificada, conforme a legislação ção. (Rerratificado em 22/03/2016)
vigente para coordenar uma Escola e, da comprovação
de prédio locado ou cedido para a instalação da Escola. Titulação dos Professores
O Credenciamento da escola é parte integrante do pro-
cesso de Autorização para o Funcionamento e consiste na O corpo docente das escolas, conforme os Artigos 62 e
comprovação de todos os documentos atualizados junto 67 da LDBEN, deve ter formação de nível superior, admi-
aos Órgãos Públicos, da existência de condições de infra- tida como formação mínima à obtida em nível médio na
estrutura física, de materiais e de equipamentos adequa- modalidade Normal para o exercício nos anos iniciais do
dos para a oferta de nível(is) e modalidades de ensino ensino fundamental e na educação infantil, devendo ha-
por ela indicado(s), estando assim habilitada a oferecer ver aperfeiçoamento constante e programas de formação
esse(s) nível(is), depois de autorizado(s) mediante Pare- continuada para os profissionais da educação em todos
cer específico para cada escola, expedido pelo Conselho as etapas e modalidades.
Municipal de Educação. O Credenciamento de instituição
de ensino e a Autorização de Funcionamento para a ofer- Segundo o PNE e o PME, a União, o Estado e o Município,
ta de determinada(s) etapa(s) e/ou modalidade(s) é pelo em regime de colaboração, executarão a política nacional
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
de formação dos profissionais da educação de que tratam introduzindo a Educação Infantil como a primeira etapa
os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, da Educação Básica;
de 20 de dezembro de 1996, de forma a assegurar que CONSIDERANDO que a Educação Infantil, a partir de sua
todos os professores da educação básica possuam forma- inclusão na Educação Básica, iniciou a construção de uma
ção específica de nível superior, obtida em curso de li- nova identidade, com funções de educar e cuidar das
cenciatura na área de conhecimento em que atuam até o crianças numa perspectiva de complementar a ação da
final da vigência dos planos. família e da comunidade nos aspectos físico, psicológico,
intelectual e social;
O empenho do Sistema Municipal de Ensino na imple- CONSIDERANDO que a Educação Infantil vive um intenso
mentação destas Diretrizes Diante do desafio de efetivar fortalecimento de sua nova identidade para garantir à
as Diretrizes aqui estabelecidas, os Órgãos Normativo e criança acesso a processos de apropriação, renovação e
Executivo do Sistema Municipal de Ensino, de forma articulação de conhecimentos e aprendizagens de dife-
compartilhada, estarão empenhados em prover: os re- rentes linguagens, assim como o direito à proteção, à
cursos necessários à ampliação dos tempos e espaços saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade,
dedicados ao trabalho educativo nas escolas e a distribui- à brincadeira, à convivência e à interação com outras
ção de materiais didáticos e escolares adequados; a for- crianças;
mação continuada dos professores e demais profissionais CONSIDERANDO a necessidade da legislação municipal
das escolas, em estreita articulação com as instituições estar compilada, atualizada e adequada as Diretrizes
responsáveis pela formação inicial; a coordenação do Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
processo de implementação das Propostas Pedagógicas e – Resolução CNE/CEB nº 05/2009 – como instrumento
adequação dos respectivos Regimentos Escolares, bem orientador para a oferta regular da Educação Infantil e o
como na implementação do currículo por meio da ade- trabalho intencional organizado junto às crianças da faixa
quação dos Planos de Estudo; o acompanhamento e a etária de zero a cinco anos e onze meses,
avaliação das ações educativas nas escolas da Rede Mu-
nicipal de Ensino e o suprimento das necessidades detec- R E S O L V E:
tadas. Comissão do Ensino Fundamental e Modalidades: Art. 1º Estabelecer, por meio da presente Resolução, as
Ana Margarida Gubert Zanrosso André da Silveira normas a serem observadas na oferta da Educação In-
Elaine Bortolini fantil – na faixa etária de zero a cinco anos e onze meses
Elisane da Silva Quilante - pelas escolas pertencentes ao Sistema Municipal de
Fabiane Berti Granzotto Ensino de Caxias do Sul e suas mantenedoras.
Fernanda Magalhães Stalliviere
Jorge Luis Dutra Da Caracterização, Finalidade e objetivo da Educa-
Lourdes Bender da Rosa Dias ção Infantil
Márcia Adriana de Carvalho
Maria Inês Chies Benech Art. 2º A Educação Infantil, primeira etapa da Educação
Maria Nilza Duarte Barbosa Básica, organizada em creche, de 0 a 3 anos e onze me-
Sandra Mariz Negrini ses e, pré-escola, de 4 e 5 anos e onze meses, pode ser
Silvana Cechinato Cagol oferecida em escolas públicas ou privadas, escolas priva-
Rosane de Fátima Carneiro das com Termo firmado com o Poder Público Municipal,
Tatiana Vergani nos termos da legislação vigente, ou por meio da organi-
Thais Gomes Duarte zação de turmas de Educação Infantil nas Escolas de
Vera Smaniotto Ensino Fundamental da Rede Municipal, caracterizando-
Aprovado, por unanimidade, em sessão plenária do dia se como espaços institucionais não domésticos que cons-
08 de dezembro de 2015. tituem estabelecimentos educacionais públicos ou priva-
Marcia Adriana de Carvalho, dos que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos e
Presidente do Conselho Municipal de Educação. onze meses de idade, no período diurno, em jornada
integral ou parcial, regulados e supervisionados pelos
Órgãos do Sistema Municipal de Ensino e submetidos ao
RESOLUÇÃO CME N.º 37, DE 26 DE SETEMBRO controle social.
DE 2017 – ESTABELECE NORMAS PARA A OFER- Parágrafo Único: No Sistema Municipal de Ensino de Ca-
TA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO SISTEMA MUNI- xias do Sul as ações do cuidado de modo sistemático a
CIPAL DE ENSINO DE CAXIAS DO SUL. agrupamento superior a cinco (5) crianças, na faixa etá-
ria de zero a cinco anos e onze meses, por no mínimo
Altera o parágrafo único do art. 3º; os itens 4 e 5 do quatro (4) horas diárias, será considerada Escola e, por-
Roteiro I; o item 4 do Roteiro II; e o Formulário Anexo tanto, submetida a esta e as demais normas vigentes
IV, da Resolução CME nº 16/2007. que tratam da Educação Infantil.

O Conselho Municipal de Educação de Caxias do Sul, em Art. 3º A educação infantil, primeira etapa da educação
cumprimento as suas atribuições e com fundamento no básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral
Inciso II, artigo 11, da Lei de Diretrizes e Bases da Edu- da criança de até 5 (cinco) anos e onze meses, em seus
cação Nacional - Lei nº 9394/1996 e suas alterações; na aspectos físico, psicológico, intelectual e social, comple-
Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, que altera a Lei nº mentando a ação da família e da comunidade.
9.394/1996 para “dispor sobre a formação dos profissio-
nais da educação e dar outras providências”; no artigo Art. 4º A oferta da Educação Infantil tem o objetivo de
11, da Lei Municipal nº 5.747, de 22/11/2001; na alínea oportunizar situações de educação e cuidado na perspec-
“b”, do inciso V, do artigo 3º, da Lei nº 6.403/2005, e tiva do desenvolvimento dos aspectos físico, psicológico,
CONSIDERANDO que o atendimento da Educação Infantil intelectual e social da criança, entendendo que ela é um
em creches (0 a 3 anos e onze meses de idade) e pré- ser completo, total e indivisível, por meio de um ambien-
escolas (4 e 5 anos e onze meses de idade) é um direito te estimulante e acolhedor, a fim de possibilitar a consti-
social das crianças, previsto na Constituição Federal de tuição de valores, o desenvolvimento de hábitos e a ado-
1988, tendo sido reafirmado pela LDBEN -Lei 9.394/96, ção de atitudes capazes de ampliar as relações sociais

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
saudáveis e interagir positivamente na sociedade, de I -oferecendo condições e recursos para que as crianças
forma a respeitar e valorizar a diversidade. usufruam seus direitos civis, humanos e sociais;
II -assumindo a responsabilidade de compartilhar e com-
Da Proposta Pedagógica plementar a educação e cuidado das crianças com as
famílias;
Art. 5º Compete à escola de Educação Infantil elaborar e III -possibilitando tanto a convivência entre crianças e
executar sua proposta pedagógica, entendida como a adultos quanto a ampliação de saberes e conhecimentos
identidade da instituição, pois revela seu contexto, suas de diferentes naturezas;
concepções, os princípios e as diretrizes que orientam IV -promovendo a igualdade de oportunidades educacio-
sua ação de educar e cuidar das crianças e, por isso, nais entre todas as crianças no que se refere ao acesso a
deve estar sempre num movimento de construção e re- bens culturais e às possibilidades de vivência da infância;
construção, em conformidade com a legislação vigente e V -construindo novas formas de sociabilidade e de subje-
orientações da sua mantenedora. tividade comprometidas com a ludicidade, a democracia,
a sustentabilidade do planeta e com
Art. 6º Em consonância com as definições expressas na o rompimento de relações de dominação etária, socioe-
proposta pedagógica a escola deve elaborar seu regimen- conômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e
to escolar, segundo as orientações constantes na norma- religiosa.
tização própria do Sistema Municipal de Ensino, sendo
este o documento legal que define a organização e o Art. 11 A proposta pedagógica da escola de Educação
funcionamento da escola. O Regimento Escolar deve Infantil deverá considerar que a criança, centro do plane-
estar fundamentado na Proposta Pedagógica e na legisla- jamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que,
ção vigente, o qual expressa o conjunto de princípios e nas interações, relações e práticas cotidianas que viven-
normas que regem a organização e o funcionamento da cia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
Educação Infantil quanto aos aspectos pedagógicos e de imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimen-
gestão escolar. ta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza
e a sociedade, produzindo cultura.
Art. 7º A elaboração, acompanhamento e avaliação da
proposta pedagógica da escola devem ocorrer com a Do Currículo
participação coletiva dos profissionais da educação, de-
mais profissionais da escola, famílias, comunidade e cri- Art. 12 O currículo da Educação Infantil é concebido
anças sempre que possível e à sua maneira, e mantene- como um conjunto de práticas que buscam articular as
dora, de forma a garantir a gestão democrática. experiências e os saberes das crianças com os conheci-
mentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico,
Art. 8º As concepções gerais, o currículo, a metodologia, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover
a avaliação e a gestão da escola são explicitadas na pro- o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de
posta pedagógica, respeitando o estabelecido nas Diretri- idade.
zes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e
demais normas do Sistema Municipal de Ensino. Art. 13 O currículo da Educação Infantil tem o objetivo
§ 1º Na proposta pedagógica devem constar as concep- de garantir à criança de 0 a 5 anos de idade o acesso a
ções gerais da escola acerca de: ser humano e socieda- processos de apropriação, renovação e articulação de
de, criança e infância, educar e cuidar, escola inclusiva e conhecimentos e a aprendizagem de diferentes lingua-
proposta pedagógica, as quais fundamentam e orientam gens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liber-
o trabalho na Educação Infantil. dade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadei-
§ 2º As escolas e suas mantenedoras devem assegurar a ra, à convivência e à interação com outras crianças, por
educação em sua integralidade, entendendo o cuidado meio dos eixos norteadores – as interações e a brincadei-
como algo indissociável ao processo educativo, de modo ra, e do direito ao brincar na escola.
que a relação entre educar e cuidar seja assegurada no § 1º Na efetivação desse objetivo, as Escolas de Educa-
cotidiano escolar, visto que são, ao mesmo tempo, prin- ção Infantil deverão prever condições para o trabalho
cípios e atos que orientam a organização de ambientes, a coletivo e para a organização de materiais, espaços e
escolha de materiais e, principalmente, a formação do tempos que assegurem:
ser humano em suas múltiplas dimensões. I -a educação em sua integralidade, entendendo o cuida-
do como algo indissociável ao processo educativo;
Art. 9º A proposta pedagógica deve contemplar as Dire- II -a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora,
trizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultu-
respeitar os seguintes princípios, apontados na legislação ral da criança;
vigente, quais sejam: III -a participação, o diálogo e a escuta cotidiana das
a) Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solida- famílias, o respeito e a valorização de suas formas de
riedade e do organização;
respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferen- IV -o estabelecimento de uma relação efetiva com a co-
tes culturas, munidade local e de mecanismos que garantam a gestão
identidades e singularidades. democrática e a consideração dos saberes da comunida-
b) Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da de;
criticidade e do V -o reconhecimento das especificidades etárias, das
respeito à ordem democrática. singularidades individuais e coletivas das crianças, pro-
c) Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludici- movendo interações entre crianças de mesma idade e
dade e da liberdade crianças de diferentes idades;
de expressão nas diferentes manifestações artísticas e VI -a circulação das crianças nos espaços internos e ex-
culturais. ternos da instituição possibilitando uma ampla movimen-
tação;
Art. 10 A proposta pedagógica das escolas de Educação VII -a acessibilidade de espaços, materiais, objetos,
Infantil deve garantir que elas cumpram plenamente sua brinquedos e instruções para as crianças com deficiência,
função sociopolítica e pedagógica:
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
transtornos do espectro autista e altas habilidades ou de referência e de identidades no diálogo e reconheci-
superdotação; mento da diversidade;
VIII -a apropriação pelas crianças das contribuições his- VIII -incentivem a curiosidade, a exploração, o encanta-
tórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes, mento, o questionamento, a indagação e o conhecimento
asiáticos, europeus e de outros países da América; das crianças em relação ao mundo físico e social, ao
IX -o reconhecimento, a valorização, o respeito e a inte- tempo e à natureza;
ração das crianças com as histórias e as culturas africa- IX -promovam o relacionamento e a interação das crian-
nas, afro-brasileiras, bem como, o combate ao racismo e ças com diversificadas manifestações de música, artes
a discriminação; plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro,
X -a dignidade da criança como pessoa humana e a pro- poesia e literatura;
teção contra qualquer forma de violência -física ou sim- X -promovam a interação, o cuidado, a preservação e o
bólica -e negligência no interior da instituição ou pratica- conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da
das pela família, prevendo os encaminhamentos de viola- vida na terra, assim como o não desperdício dos recursos
ções para instâncias competentes; naturais;
XI -a oferta diferenciada de atendimento às crianças XI -propiciem a interação e o conhecimento pelas crian-
filhas de agricultores, reconhecendo os modos próprios ças das manifestações e tradições culturais brasileiras;
de vida no meio rural como fundamentais para a consti- XII -possibilitem a utilização de gravadores, projetores,
tuição da identidade das crianças moradoras em territó- computadores, máquinas fotográficas e outros recursos
rios rurais, buscando a vinculação inerente à realidade tecnológicos e midiáticos.
dessas comunidades, suas culturas, tradições e identida- Parágrafo Único: As escolas, na elaboração da proposta
des, como também, as práticas ambientalmente susten- curricular, de acordo com suas características, identidade
táveis, por meio de flexibilização, se necessário, do ca- institucional, escolhas coletivas e particularidades peda-
lendário, das rotinas e atividades, respeitando as diferen- gógicas, estabelecerão modos de integração dessas ex-
ças quanto a atividade econômica dessas comunidades, periências entre as crianças de diferentes faixas etárias
valorizando os saberes e o seu papel na produção de ou multidades.
conhecimento sobre o mundo e sobre o ambiente natu-
ral, prevendo assim a oferta de brinquedos e equipamen- Art. 15 A valorização cultural das crianças e das famílias
tos que respeitem as características ambientais e socio- deve orientar as práticas pedagógicas no desenvolvimen-
culturais da comunidade. to do currículo, por meio de atitudes mútuas de respeito
XII - a autonomia dos povos indígenas na escolha dos à diversidade, de orientações contra a discriminação de
modos de educação de suas crianças de 0 a 5 anos de gênero, etnia, opção religiosa, deficiências, transtornos
idade, de forma que a proposta pedagógica proporcione do espectro autista, altas habilidades/ superdotação,
uma relação viva com os conhecimentos, crenças, valo- composições familiares diversas e estilos de vida diversi-
res, concepções de mundo e suas memórias, reafirmando ficados.
assim a identidade étnica e a língua materna como ele- Parágrafo Único: A organização e a efetivação do currícu-
mentos de constituição das crianças, a fim de dar conti- lo da Educação Infantil devem observar as Diretrizes
nuidade à educação tradicional oferecida na família e Curriculares próprias e o estabelecido no Art. 26, da
articular às práticas socioculturais de educação e cuidado LDBEN/1996, que prevê uma Base Nacional Comum Cur-
coletivos da comunidade, por meio da adequação do ricular, a ser complementada, em cada sistema de ensino
calendário, agrupamentos etários e organização de tem- e em cada escola, por uma parte diversificada, exigida
pos, atividades e ambientes de modo a atender as de- pelas características regionais e locais da sociedade, da
mandas de cada povo indígena. cultura, da economia e das crianças, sendo organizado
de forma a:
Art. 14 As práticas pedagógicas que compõem a propos- I-garantir às crianças acesso a processos de apropriação,
ta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos renovação e articulação de conhecimentos e aprendiza-
norteadores as interações e a brincadeira, garantindo gens de diferentes linguagens, assim como o direito à
experiências que: proteção, saúde, liberdade, respeito, dignidade, brinca-
I -promovam o conhecimento de si e do mundo por meio deira e interação com outras crianças.
da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, II -prever a continuidade no processo de aprendizagem e
corporais que possibilitem movimentação ampla, expres- desenvolvimento das crianças de forma a respeitar as
são da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos especificidades etárias, e, na pré-escola, sem antecipar
da criança; os conteúdos a serem trabalhados no Ensino Fundamen-
II -favoreçam a interação das crianças nas diferentes tal.
linguagens e o progressivo domínio por elas de vários III -garantir a carga horária mínima anual de 800 horas,
gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, para o turno parcial e, de 1400 horas, para o turno inte-
dramática e musical; gral, distribuídas por um mínimo de 200 dias de trabalho
III -possibilitem às crianças experiências de narrativas, educacional;
de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, IV -organizar as ações anuais da escola por meio do
e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais calendário escolar, estabelecido em negociação com as
orais e escritos; famílias, a fim de adequar às especificidades da comuni-
IV -recriem, em contextos significativos para as crianças, dade escolar, prevendo também um período de férias
relações quantitativas, medidas, formas e orientações para as crianças da Educação Infantil para que se favore-
espaçotemporais; ça oportunidade de maior convívio com seus familiares.
V -ampliem a confiança e a participação das crianças nas V-permitir o controle da frequência de cada criança, de-
atividades individuais e coletivas; vendo ter frequência mínima de 60% do total de horas
VI -possibilitem situações de aprendizagem mediadas letivas anuais, no entanto, tal frequência não é
para a elaboração da autonomia das crianças nas ações pré¬requisito para a matrícula no Ensino Fundamental.
de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem- Art. 16 O idioma falado nas escolas de Educação Infantil
estar; é o português, assegurada às crianças surdas a educação
VII -possibilitem vivências éticas e estéticas com outras bilíngue.
crianças e grupos culturais, que ampliem seus padrões

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Da Metodologia e Recursos Parágrafo Único: A emissão dos documentos escolares,
por parte da escola Credenciada e Autorizada a Funcionar
Art. 17 Os princípios metodológicos para a Educação ou Recredenciada, tem o objetivo de historiar a vida
Infantil devem considerar as interações e a brincadeira escolar de cada criança na etapa da Educação Infantil,
como eixos norteadores para a organização intencional sendo: Atestados, Declarações, Atas de Resultados Finais
das práticas pedagógicas, ora estruturadas, ora espontâ- e Histórico Escolar de Transferência ou Histórico Escolar
neas e livres; dos materiais, ora estruturados, ora não de Conclusão da Etapa da Educação Infantil, conforme
estruturados; e dos espaços e tempos, garantindo o di- cada caso, devem conter as especificações que atendam
reito ao brincar. a legislação vigente e orientações dos Órgãos do Sistema
Parágrafo Único: Os materiais e brinquedos devem: Municipal de Ensino.
I-estar de acordo com o currículo, organizados e pensa-
dos para os diferentes grupos de crianças; Da Inclusão
II -atender às necessidades e interesses de bebês, este-
jam sentados, deitados e/ou em dois ou quatro apoios; Art. 21 A educação inclusiva se efetiva em ambientes de
III -estar planejados e organizados para que os bebês aprendizagem sensíveis às questões individuais e grupais
possam realizar atividades que envolvam todo o corpo; de todas as crianças, sejam elas da Educação Especial –
IV -proporcionar experiências sensoriais diversas; crianças com deficiência, transtornos do espectro autista
V -atender às necessidades e estarem adaptados para ou altas habilidades/superdotação – ou não, as quais são
crianças público-alvo da Educação Especial; atendidas em suas necessidades específicas de aprendi-
VI - desafiar a criança, respeitando suas potencialidades; zagem, por meio de ações adequadas a cada situação.
VII -possibilitar níveis de complexidade de acordo com as
necessidades, interesses e desejos de cada criança; Art. 22 A proposta pedagógica da escola deve considerar
VIII -permitir a construção da identidade da criança por a inclusão de todas as crianças, incluindo o direito das
meio do brincar; crianças com deficiência, transtornos do espectro autista
IX -apresentar variedades que possibilitem a identifica- ou altas habilidades/superdotação, contemplando:
ção de diferentes grupos étnicos; I -estratégias, orientações e materiais específicos para o
X - possibilitar a curiosidade e a criatividade; trabalho com crianças da Educação Infantil, por meio do
XI -permitir a exploração e experimentação que vislum- atendimento educacional especializado (AEE);
brem aprendizagens e vivências sobre ecologia e susten- II -espaços e equipamentos adaptados e acessibilidade
tabilidade. para receber as crianças com deficiência, de acordo com
a legislação vigente;
Da Avaliação III -formação continuada dos profissionais que atuam na
Educação Infantil para atender as crianças com deficiên-
Art. 18 A Avaliação é um instrumento de reflexão sobre cia, transtornos do espectro autista ou altas habilida-
a prática pedagógica e sobre as conquistas das crianças, des/superdotação.
na busca de melhores caminhos para orientar as aprendi-
zagens, por meio da observação sistemática, crítica e Art. 23 O atendimento educacional especializado a ser
criativa de cada criança, de grupos de crianças, das brin- oportunizado às crianças com deficiência, transtornos do
cadeiras e interações entre elas, no cotidiano da escola. espectro autista ou altas habilidades/superdotação, é
Art. 19 As escolas devem criar procedimentos para gratuito e transversal a todos os níveis, preferencialmen-
acompanhamento do trabalho pedagógico e para a avali- te na rede regular de ensino, de acordo com a legislação
ação do desenvolvimento das crianças, considerando as do Sistema Municipal de Ensino, devendo, a escola, dis-
especificidades das diferentes faixas etárias, sem objeti- ciplinar tal oferta na proposta pedagógica e regimento
vo de seleção, promoção ou classificação, garantindo: escolar.
I -a observação sistemática, crítica e criativa das ativida- Parágrafo Único: As turmas com matrícula de crianças
des, das brincadeiras e interações das crianças no cotidi- com deficiência ou transtornos do espectro autista terão
ano; o número de crianças por agrupamento reduzido, obriga-
II -a utilização de múltiplos registros realizados por adul- toriamente, em 30% do total permitido ou, deverão con-
tos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns, tar com um profissional de apoio escolar (cuidador edu-
etc), que permita às famílias conhecer o trabalho da cacional), em consonância com a legislação do Sistema
escola junto às crianças e os processos de desenvolvi- Municipal de Ensino.
mento e aprendizagem da criança na Educação Infantil;
III -a não utilização de testes, provas ou outros instru- Da Interação entre Escola e Família
mentos de seleção, de classificação ou que submetam as
crianças a qualquer forma de ansiedade, pressão ou frus- Art. 24 A escola deve assegurar espaços e tempos para a
tração; participação, o diálogo e a escuta sistemática das famí-
IV -a continuidade dos processos de aprendizagens, por lias, assumindo a responsabilidade de compartilhar e
meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes complementar a ação da família na educação e cuidado
momentos de transição vividos pela criança (transição das crianças.
casa/escola de Educação Infantil, transições no interior § 1º No período de adaptação ocorre o acolhimento das
da escola, transição creche/pré-escola e transição pré- crianças na escola, a escuta dos pais/responsáveis sobre
escola/Ensino Fundamental); seus filhos e as expectativas que têm em relação ao
V - a não retenção das crianças na Educação Infantil. atendimento na Educação Infantil, a troca de informações
entre família e escola, que deverá expor sobre os objeti-
Da Documentação da Vida Escolar da Criança vos da proposta pedagógica da instituição.
§ 2º Os docentes e gestores que atuam na escola de
Art. 20 A documentação das observações realizadas no educação infantil devem dispensar atenção às mães, pais
processo de avaliação e outros dados sobre a criança e familiares ou responsáveis, estando disponíveis para
devem acompanhá-la ao longo da sua trajetória na Edu- ouvir solicitações e sugestões, bem como para prestar
cação Infantil, por meio de Parecer Descritivo, para ga- informações sobre as atividades e o desenvolvimento da
rantir uma atenção continuada ao processo de aprendi- criança.
zagem e desenvolvimento da criança.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
§ 3º O Conselho de Pais ou Conselho Escolar, eleito anu- Art. 27 A direção geral de escola de Educação Infantil é
almente, em assembleia de pais realizada pela escola no responsabilidade de sua mantenedora/proprietários,
início de cada ano letivo, é parte integrante da gestão sendo que a Coordenação Pedagógica pode ser desem-
escolar. É formado por pais, pela coordenação da escola, penhada por seu(s) responsável(is) quando possuir(em)
pelos profissionais da educação, pelos funcionários e, a titulação adequada ou por profissional contratado para
conforme o caso, por representante da entidade com este fim, conforme dispõe o Art. 31 desta Resolução.
Termo firmado com o Poder Público Municipal, os quais Parágrafo Único: Caso a pessoa responsável pela direção
têm a responsabilidade de participar nas decisões relaci- geral possua a titulação adequada para exercer a coor-
onados ao planejamento do currículo escolar, aos proces- denação pedagógica ou outra função com formação es-
sos avaliativos, ao planejamento, organização e execução pecífica, não pode a mesma acumular funções em tur-
de projetos ou de eventos, entre outros, por meio de nos/horários concomitantes de atuação.
reuniões sistemáticas.
Art. 28 A coordenação administrativa de escolas de Edu-
Do Agrupamento das Crianças cação Infantil é opcional de cada escola, podendo ser
exercida por profissionais que possuem cursos na área da
Art. 25 O agrupamento de crianças da Educação Infantil gestão ou administração de nível superior, cursos de
tem como referência a proposta pedagógica, o espaço nível médio ou cursos técnicos, desempenhando as fun-
físico e a faixa etária, observada a relação numérica cri- ções de administração, planejamento, organização e
anças/número de profissional da educação, cumprindo: apoio aos diversos serviços da escola.
a) 0 a 11 meses, até 6 crianças para um (a)profissional Parágrafo Único: Fica opcional para a esco-
da educação ou até 10 crianças para um (a) profissional la/mantenedora a atuação de outros profissionais de
da educação e um(a) auxiliar de apoio docente; apoio/suporte administrativo, devendo os mesmos ter
b) 1 a 1 ano e 11 meses, até 8 crianças para um(a) pro- idade mínima de 16 anos, formação de nível Médio com-
fissional da educação ou até 12 crianças para um (a) pleto ou em curso, bem como ter as atribuições previstas
profissional da educação e um(a) auxiliar de apoio do- no Regimento Escolar.
cente;
c) 2 a 2 anos e 11 meses, até 13 crianças para um(a) Profissionais da Educação e Auxiliares de Apoio
profissional da educação ou até 17 crianças para um (a) Docente
profissional da educação e um(a) auxiliar de apoio do-
cente; Art. 29 Para atuar na Educação Infantil o docente deve
d) 3 a 3 anos e 11 meses, até 16 crianças para um(a) ter formação em nível superior em curso de graduação
profissional da educação ou até 20 crianças para um (a) de Licenciatura Plena em Pedagogia, admitida como for-
profissional da educação e um(a) auxiliar de apoio do- mação mínima, a oferecida em nível médio na Modalida-
cente; de Normal.
e) 4 a 4 anos e 11 meses, até 20 crianças para um(a) § 1º Para os agrupamentos de crianças que permitem o
profissional da educação; auxiliar de apoio docente, de acordo com Art. 25 desta
f) 5 a 5 anos e 11 meses, até 22 crianças para um(a) Resolução, este deve atender obrigatoriamente a todos
profissional da educação os requisitos abaixo:
§ 1º A formação exigida para os profissionais citados nas I -ter idade mínima de 18 anos;
alíneas acima deve atender ao previsto no Art. 29 desta II -ter Ensino Médio concluído, ou estar cursando o se-
Resolução. gundo ou terceiro ano do Ensino Médio Modalidade Nor-
§ 2º No caso das crianças serem atendidas em sala am- mal, se maior de idade;
pla, com mais de um agrupamento no mesmo espaço e III -ter curso de capacitação específica de, no mínimo, 80
por mais de um profissional de educação, deve a escola (oitenta) horas, voltada ao atendimento à criança na
observar o número de crianças do agrupamento de cada faixa etária creche (de zero a três anos e onze meses),
faixa etária e o espaço físico disponível respeitando a organizado segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais
metragem da presente Resolução. para a Educação Infantil e certificado por uma Instituição
§ 3º No caso de crianças atendidas em turmas com mais de Ensino Superior ou ter certificado de conclusão do
de um agrupamento no mesmo espaço físico e por um Ensino Médio Modalidade Normal sem estágio ou ter
único profissional da educação, a escola deve observar o cursado 50% (cinquenta por cento) das horas do Curso
número de crianças do agrupamento da faixa etária me- de Pedagogia e ter concluído com êxito o estágio na Edu-
nor. cação Infantil.
§ 4º O agrupamento de crianças da Educação Infantil nas § 2º O auxiliar de apoio docente tem a função de atuar
escolas de Ensino Fundamental deve respeitar as diferen- na dinâmica da escola; nas atividades pedagógicas orga-
tes etapas da educação básica, portanto, não devem ser nizadas pelo(a) docente referência; nas atividades com
agrupadas em uma mesma turma crianças da Educação as crianças relativas à alimentação, higienização, arru-
Infantil com crianças do Ensino Fundamental. mação dos espaços físicos e recreação, sendo-lhe vedado
§ 5º Durante todo o tempo em que responsabilidade da assumir, a qualquer título ou pretexto, as responsabilida-
escola, em nenhum momento a criança, poderá per- des e funções do(a) docente referência.
manece sem o acompanhamento do(a) profissional da § 3º O auxiliar de apoio docente não pode ser confundido
educação. com os(as) estagiários(as) que realizam o estágio curri-
cular obrigatório, pois estes não estão sujeitos(as) ao
Dos Profissionais que atuam na Escola de Educação critério de idade mínima e nem são contratados pela
Infantil escola, devendo estes serem acompanhados pelo profis-
sional da educação referência do agrupamento em que
Art. 26 As escolas de Educação Infantil devem contar atuam.
com quadro completo de profissionais com formação § 4º As mantenedoras proporcionarão a valorização dos
específica em consonância com a proposta pedagógica, profissionais da educação Infantil por meio da formação
com o número e características das crianças atendidas, profissional continuada, visando a contemplar a educação
considerado o espaço físico disponível na escola. permanente, de modo a atender aos objetivos da Educa-
ção Infantil e da proposta pedagógica da escola, reali-
Direção da Escola zando a associação entre teorias e práticas pedagógicas.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
§ 5º Em caso de inclusão de crianças da Educação Espe- encaminhamentos em casos de necessidade, de acordo
cial a escola deve observar a norma própria do Sistema com o que segue:
Municipal de Ensino referente a esta modalidade. I-Nutricionista: responsável pela elaboração e orientação
§ 6º As mantenedoras das escolas de educação infantil na execução do cardápio da alimentação escolar prepa-
deverão prever docentes para desempenharem a função rada na escola, por meio da aquisição e guarda dos gê-
de substitutos nos casos de afastamentos temporários neros alimentícios e demais ações pertinentes, incluindo
dos profissionais da educação referência, bem como de ações para concretização da proposta pedagógica da
outros profissionais para auxiliar nos demais serviços de escola.
apoio. II -Outros profissionais: os serviços de profissionais es-
§ 7º As atribuições de todos os profissionais que com- pecializados podem ser estabelecidos por meio de convê-
põem o quadro de funcionários da escola devem constar nios ou acordos institucionais, conforme as condições e
no Regimento Escolar. possibilidades de cada escola, podendo ser a equipe
composta por profissionais como: psicólogo, assistente
Profissionais dos Serviços de Cozinha, Gerais e de social, psicopedagogo, médico pediatra, enfermeiro, den-
Limpeza tista, orientador educacional, professores de educação
física e artes, entre outros, os quais poderão auxiliar no
Art. 30 Os profissionais que atuam nos serviços de cozi- suporte ao desenvolvimento das crianças, contribuindo
nha, gerais e de limpeza devem ter a seguinte formação: sempre que houver necessidade.
I -O(A) responsável pelo preparo/cozimento das refeições
na escola deve ter como formação mínima o Ensino Fun- Da Infraestrutura da Escola
damental completo.
II -Os serviços gerais e de limpeza podem ser desempe- Art. 33 As escolas de Educação Infantil devem apresen-
nhados por profissionais, preferencialmente, com Ensino tar ambientes acolhedores, desafiadores e inclusivos,
Fundamental completo, admitida como formação mínima plenos de interações, explorações e descobertas partilha-
os anos iniciais (4ª série/5ºano do Ensino Fundamental), das com outras crianças e com o (a) profissional de edu-
devendo a mantenedora promover aperfeiçoamento pro- cação.
fissional continuado em serviço. Parágrafo Único: As escolas devem criar contextos que
Parágrafo Único: As escolas de educação infantil que não articulem diferentes linguagens e que permitam a parti-
preparam as refeições na própria escola deverão optar cipação, expressão, criação, manifestação, segundo os
por um dos profissionais citados nos incisos anteriores ou interesses das crianças, inclusive possibilitando a acessi-
contar com um auxiliar de apoio docente para ajudar nos bilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e
horários de alimentação das crianças. instruções para as crianças da Educação Especial.

Coordenação Pedagógica e Equipe Multiprofissional Art. 34 Os espaços físicos, onde se desenvolvam as ati-
vidades de cuidado e educação das crianças, devem se
Art. 31 As mantenedoras/proprietários de cada escola, apresentar com:
no caso de não possuírem a titulação adequada para I -mobiliário adequado às atividades pedagógicas com
assumir a Coordenação Pedagógica, devem contratar tamanho e quantidade proporcional à faixa etária, não se
profissional de acordo com os seguintes critérios: constituindo em obstáculos, nem cerceamento à liberda-
I -Coordenação Pedagógica: a orientação pedagógica de de movimento das crianças;
deve ser feita por profissional formado em curso de gra- II -espaços com acessibilidade às crianças com deficiên-
duação de licenciatura plena ou em nível de pós- cia física, por meio da supressão de barreiras arquitetôni-
graduação na área da educação, admitida como forma- cas, instalação de rampas ou outros equipamentos que
ção mínima o Ensino Médio na modalidade Normal, de- ofereçam segurança, bem como mobiliário e equipamen-
vendo, com qualquer das titulações citadas, ter experiên- tos adequados a cada caso;
cia docente de, no mínimo, três anos. A Coordenação III -possibilidade de modificações na organização do
Pedagógica (CP) deve atuar no mínimo por 12 horas ambiente pela disposição e uso do mobiliário, equipa-
semanais, conforme a classificação pelo porte da escola, mentos e recursos, estimulando a criatividade, a explora-
devendo informar o número de horas semanais, referen- ção, a experimentação e a reconstrução de novos ambi-
te a este(a) profissional no Anexo IV, quando do Creden- entes no mesmo espaço;
ciamento/Recredenciamento da escola: IV -disponibilidade dos jogos, brinquedos e objetos pró-
a) Escola de Pequeno Porte = até 50 crianças matricula- prios à faixa etária dos grupos de crianças, com número
das – obrigatória atuação da Coordenação Pedagógica suficiente e em locais de fácil alcance, que possam ser
em 12 horas semanais; manuseados sem perigo;
b) Escola de Médio Porte = de 51 a 100 crianças matricu- V-ambientes em boas e permanentes condições de higie-
ladas – obrigatória atuação da Coordenação Pedagógica ne, segurança, salubridade, aeração, iluminação e ade-
em 20 horas semanais ; quados às diferentes condições climáticas;
c) Escola de Grande Porte = a partir de 101 crianças VI -espaço externo próprio ou próximo à escola, conside-
matriculadas -obrigatória atuação da Coordenação Peda- rando o número de crianças que o utilizam, por turno e
gógica em 28 horas semanais. turma/agrupamento, contendo equipamentos lúdicos
Parágrafo Único: A função de coordenação pedagógica da adequados ao desenvolvimento das habilidades das cri-
escola, considerando o número de turnos definidos nas anças, onde também seja possível, a exploração de ele-
alíneas “a”, “b” e “c”, do inciso I, não deve coincidir com mentos naturais em espaços livres, ensolarados, som-
turnos concomitantes na função de docente em sala refe- breados, arborizados, gramados ou com piso.
rência, nem de direção da escola.
Art. 35 Os prédios das escolas de Educação Infantil de-
Art. 32 As mantenedoras das instituições de Educação vem conter dependências, construídas ou adaptadas,
Infantil devem dispor de equipe multiprofissional para a conforme as faixas etárias atendidas, dispondo de:
oferta da Educação Infantil, sendo obrigatório o(a) pro- I -sala específica para as atividades administrativas;
fissional de nutrição, conforme legislação vigente própria, II -salas de atividades para os grupos de crianças, com
e dispor dos demais profissionais como referência para área mínima de 1,20m² por criança, com iluminação e

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ventilação diretas, mobiliário e equipamentos adequados as Diretrizes Curriculares Gerais para a Educação Básica,
ao nível de desenvolvimento; as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
III -sala para atividades múltiplas, com iluminação e Infantil e as normas do Sistema Municipal de Ensino.
ventilação diretas, equipamentos e acessórios adequa-
dos, que possibilite um trabalho pedagógico diversificado Da Oferta e Regularidade das Escolas
e a liberdade de movimentos e de expressão das crian-
ças, constituindo-se num espaço para o contato com as Art. 36 É considerada Educação Infantil em tempo parci-
artes e as novas tecnologias, possibilitando o uso simul- al, a jornada de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias e,
tâneo do mesmo por mais de um grupo; em tempo integral, a jornada com duração igual ou supe-
IV -área para o repouso, mínima de 2m² por criança, rior a 7 (sete) horas diárias, compreendendo o tempo
com berços e/ou colchonetes revestidos com material liso total que a criança permanece na escola, no período
e lavável, e/ou caminhas empilháveis; diurno, sendo recomendável 10 horas o tempo máximo
V-berçário, para o atendimento das crianças de zero a de permanência da criança na escola.
um ano e onze meses de idade, com: § 1º Para o atendimento das crianças da Educação Infan-
a) berços para a faixa etária de até 11 meses, podendo til em tempo integral a proposta pedagógica deve con-
ser colchonetes a partir da faixa etária de 1 ano, revesti- templar as orientações da norma própria do Sistema
dos de material impermeável; Municipal de Ensino.
b) local para higienização com pia, água corrente quen- § 2º Todas as crianças da Educação Infantil têm direito
te/fria e balcão para troca de roupas; de gozar de um período de férias para que se favoreça
c) cadeira ou banco com encosto para amamentação dos oportunidade de maior convívio com seus familiares.
bebês, se necessário.
VI -dependências destinadas ao armazenamento (des- Art. 37 A Educação Infantil pode ser oferecida em esco-
pensa) e preparo de alimentos (cozinha) que atendam às las municipais de Educação Infantil, escolas privadas com
exigências de nutrição, equipamentos e utensílios ade- Termo firmado com o Poder Público Municipal, escolas
quados à conservação de alimentos, quando no ofereci- privadas ou por meio da organização de turmas de Edu-
mento de refeições, preferencialmente, em refeitório. cação Infantil nas Escolas de Ensino Fundamental da
Caso a escola só ofereça lanche, a instituição deve dispor Rede Municipal de Ensino.
de dependência para o preparo de alimentos (cozinha) e
opcionalmente dispor de refeitório; Art. 38 São designadas “Turmas de Educação Infantil”,
VII - espaço equipado para os serviços de lavanderia; quando estas são ofertadas para crianças na faixa etária
VIII -sanitários próprios de tamanho adequado e sufici- de 4 a 5 anos e 11 meses, em espaços próprios juntos as
entes para o número de crianças atendidas, permitido escolas de Ensino Fundamental da Rede Municipal de
também a utilização do tablado adaptador com local para Ensino.
higiene oral, situados contíguos ou próximos às salas de Parágrafo Único: As turmas de Educação Infantil inseri-
atividades, com iluminação e ventilação diretas, contendo das nas escolas de Ensino Fundamental devem ter espa-
no mínimo um chuveiro, não devendo as portas conter ços de uso privativo destinados aos grupos de crianças
chaves ou trincos, observados os parâmetros dispostos (praça de brinquedos), no entanto, as áreas ao ar livre e
no Regulamento Técnico da Vigilância Sanitária; coberta podem ser compartilhadas, desde que a ocupa-
IX -sanitários em número suficiente e próprios para adul- ção se dê em horários diferenciados.
tos (docentes e funcionários), preferencialmente providos
de box com chuveiros e vestiário; Art. 39 Pertencem ao Sistema Municipal de Ensino, as
X-área de circulação em condições plenas de segurança e instituições que oferecem Educação Infantil, mantidas:
iluminação adequada e equipada com iluminação de a) pelo Poder Público Municipal, exclusivamente ou por
emergência; meio de parcerias conforme a legislação vigente, com
XI -água potável nas dependências internas e externas entidades comunitárias ou filantrópicas sem fins lucrati-
da instituição, acessível às crianças; vos;
XII -espaço externo compatível com o número de crian- b) pelas instituições privadas, localizadas no Município de
ças que se utilizam dele simultaneamente com, no míni- Caxias do Sul.
mo, 20m², que permita o desenvolvimento de atividades § 1º Entende-se por instituições privadas de Educação
físicas, artísticas e de lazer, contemplando, preferencial- Infantil as enquadradas nas categorias de particulares,
mente, área verde natural, contendo: comunitárias, confessionais ou filantrópicas, nos termos
a) equipamentos adequados às faixas etárias atendidas do artigo 20 da Lei nº 9.394/96.
pela escola;
b) opcionalmente, dispor de caixa de areia e, se existir, Art. 40 O ato de criação da escola consiste na formaliza-
deve ser protegida ao acesso de animais e realizar perio- ção de criar e manter uma escola de Educação Infantil,
dicamente a higienização e conservação, segundo nor- efetivando-se para as mantidas pelo Poder Público, por
mas da Vigilância Sanitária; decreto governamental ou equivalente e, para as manti-
c) praça de brinquedos; das pela iniciativa privada, por manifestação expressa da
d) espaços livres para brinquedos, jogos e outras ativi- mantenedora em atos jurídicos: Ata autenticada de cria-
dades curriculares; ção e nomeação da(s) pessoa(s) responsável(is) pela
e) espaço próprio com acesso ao sol para as crianças de escola; Contrato Social registrado na Junta Comercial e o
berçário. Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas/CNPJ.
§ 1º As dependências citadas nos incisos VI, VII, VIII e
IX devem ser pavimentadas com pisos que ofereçam Art. 41 A designação e denominação correta da escola
segurança, de fácil limpeza e ter as paredes revestidas de Educação Infantil deve constar na emissão do contra-
com material liso e lavável, com no mínimo, 1,50m de to social e no CNPJ no campo “nome de fantasia”, sendo
altura. que as mantidas pela iniciativa privada deve ser “Escola
§ 2º É competência das escolas que oferecem a Educa- de Educação Infantil …”, a ser complementada com a
ção Infantil a avaliação e manutenção de suas condições denominação (nome de fantasia) dada pela Mantenedo-
de oferta, da adequação de sua infraestrutura física, dos ra/proprietários, podendo incluir termo(s) que as identifi-
recursos materiais disponíveis, com base em critérios que como pertencentes a uma mesma Mantenedora ou
determinados nos dispositivos legais e normativos, como rede.
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
§ 1º As escolas de Educação Infantil, mantidas pelo Po- Cadastro da escola e expedido o competente Parecer de
der Público Municipal, incluirão o adjetivo “municipal” à Credenciamento e Autorização de Funcionamento da
designação. escola no novo endereço ou o Termo de Permissão para
§ 2º Verificada a existência de irregularidade na designa- ocupação das novas dependências.
ção e/ou denominação adotada, a escola será comunica-
da do fato pelo Conselho Municipal de Educação para Art. 44 Às escolas que solicitarem o credenciamento e a
providências. autorização de funcionamento será concedido o referido
§ 3º A alteração na denominação deverá ser comunicada credenciamento e autorização, de acordo com as seguin-
por meio de ofício, acompanhado de cópia do ato que tes categorias:
efetuou a alteração ao Conselho Municipal de Educação, a) Categoria “A” = escola plenamente adequada à nor-
devendo a escola atender as demais orientações legais, matização; ou
conforme cada caso. b) Categoria “B” = escola com adequação em andamen-
to, necessitando comprovar junto ao Conselho Municipal
Art. 42 Para a regularização plena da oferta da Educação de Educação o atendimento das providências no prazo
Infantil, a escola deve ter o cadastro da mantenedora e o determinado no respectivo Parecer de Credenciamento e
parecer de credenciamento e autorização de funciona- Autorização de funcionamento da mesma, podendo per-
mento, ambos expedidos pelo Conselho Municipal de manecer nesta categoria até, no máximo, o próximo
Educação. Recredenciamento.
§ 1º A integração obrigatória das escolas de Educação Parágrafo Único: Somente serão recredenciadas as esco-
Infantil ao Sistema Municipal de Ensino dar-se-á por las que encontram-se plenamente adequadas a normati-
meio da apresentação de todos os documentos necessá- zação, ou seja, em condições de serem enquadradas na
rios para a obtenção do cadastro da escola, sendo este, Categoria “A”.
pré-requisito para o pedido de credenciamento e autori-
zação de funcionamento da mesma. Art. 45 Compete às escolas que oferecem a Educação
§ 2º Para o credenciamento e a autorização de funcio- Infantil a manutenção das condições quanto à adequação
namento da escola, os responsáveis pela mesma tem o de sua infraestrutura física, dos recursos humanos e dos
prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a contar do recebi- recursos materiais disponíveis, com base em critérios
mento do cadastro, para a apresentação dos documentos determinados nos dispositivos legais e normativos, como
necessários, sob pena de incorrer nas sanções previstas as Diretrizes Curriculares Gerais para a Educação Básica,
na presente Resolução. as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
§ 3º Os processos contendo o pedido de cadastro da Infantil e as normas do Sistema Municipal de Ensino.
escola e o de credenciamento e autorização de funciona-
mento da escola de Educação Infantil devem ser encami- Da Irregularidade das Escolas
nhados ao Conselho Municipal de Educação, instruídos
com as peças descritas na norma própria do Sistema Art. 46 Devem às mantenedoras das escolas que ofer-
Municipal de Ensino. tam a Educação Infantil atender e prestar todas as in-
§ 4º O parecer de credenciamento e autorização de fun- formações necessárias e verídicas aos órgãos de orienta-
cionamento deve ser renovado anualmente, de 01 a 30 ção e fiscalização do Sistema Municipal de Ensino, tanto
de abril de cada ano, por meio do preenchimento e en- “in loco” (na escola) quanto junto aos órgãos fiscalizado-
trega do Anexo IV e documentação correlata, que será res, ficando sujeitas as penalidades legais no caso de
analisado para a emissão do Parecer de Recredenciamen- informações incompletas ou inverídicas, quanto aos se-
to da escola caso não seja verificada nenhuma irregulari- guintes aspectos:
dade na documentação e/ou no funcionamento da mes- I -o cumprimento da legislação educacional;
ma. II -a efetivação da proposta pedagógica/regimento esco-
lar;
Art. 43 Todo o imóvel destinado à Educação Infantil III - a revisão anual, aprovação e efetivação dos planos
pública ou privada, deverá ter a aprovação dos órgãos de estudos da escola;
oficiais competentes, por meio da emissão dos alvarás IV -as condições de acesso e permanência das crianças
específicos para a atividade, comprovando que o prédio na Educação Infantil, buscando, paulatinamente, a me-
apresenta condições adequadas de localização, acesso, lhoria da qualidade da oferta;
saneamento e segurança, em total conformidade com a V-a atualização do quadro de recursos humanos, dispon-
legislação vigente, sendo imprescindíveis para o pedido do de arquivo na escola com documentação comprobató-
de Credenciamento/Recredenciamento da escola: ria dos proprietários, da coordenação, dos docentes e
a) Alvará de Localização para as escolas privadas e do- funcionários que atuam efetivamente, dispondo, indivi-
cumento equivalente emitido pelo respectivo Órgão Mu- dualmente, dos dados pessoais e cópias da titula-
nicipal para as escolas em prédios públicos; ção/formação que os habilitam a atuarem em cada setor,
b) Alvará de Proteção e Prevenção contra Incên- bem como dos registros e arquivos atualizados da docu-
dios/APPCI, emitido pelo Corpo de Bombeiros, em vigên- mentação das crianças;
cia; VI -a qualidade dos espaços físicos, instalações e equi-
c) Alvará de Saúde em vigência, emitido pela Secretaria pamentos e a adequação às suas finalidades;
Municipal da Saúde/Vigilância Sanitária para as escolas VII -as condições adequadas de acessibilidade, higiene,
privadas e, documento equivalente para as escolas em saneamento, aeração, iluminação e segurança da escola;
prédios públicos. VIII -a oferta de alimentação suficiente e adequada a
§ 1º O prédio pode ser próprio, locado ou cedido; cada faixa etária, segundo orientação do profissional de
§ 2º Os ambientes destinados à Educação Infantil e seus nutrição.
respectivos acessos, não podem ser de uso comum com
domicílio particular ou outra atividade comercial. Art. 47 O Conselho Municipal de Educação aplicará pena-
§ 3º Sempre que ocorrer ampliação ou mudança de sede lidades, de acordo com a natureza da irregularidade
da escola, as dependências somente poderão ser ocupa- comprovada, quando comprometa o funcionamento da
das para fins de educação e cuidado das crianças depois escola ou turmas de Educação Infantil, ou quando verifi-
de terem sido vistoriadas por Comissão Verificadora do cado o não cumprimento da proposta pedagógica, por
Conselho Municipal de Educação e de ter sido adequado o meio da formação continuada, do planejamento e/ou sua
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
efetivação, assegurando o direito à ampla defesa e ao mesma encaminhar a este Conselho o pedido de emissão
contraditório, conforme segue: do competente ato, nos termos definidos nesta Resolu-
I – Advertência verbal, realizada por meio de chamamen- ção.
to da(s) pessoa(s) responsáveis pela escola para dar § 1° O pedido de emissão do ato de cessação do creden-
ciência da irregularidade, com respectiva orientação e ciamento e do funcionamento da escola ou turmas de
prazo para a solução da(s) situação(ões) apresentada(s), educação infantil deve ser encaminhado ao Conselho
sendo registrada em Termo de Advertência Verbal. Municipal de Educação, até 60 (sessenta) dias antes do
II – Advertência escrita, realizada por meio da entrega encerramento das atividades letivas, preferencialmente
comprovada de notificação, fica a escola advertida da no final do ano letivo, salvo quando houver danos causa-
irregularidade, com respectiva orientação e prazo para a dos ao prédio escolar por intempérie e/ou incêndio ou,
solução da(s) situação(ões) apresentada(s). ainda, mediante justificativa plausível, tendo, em todos
III – Suspensão, realizada por meio de parecer próprio, os casos, a transferência das crianças remanescentes
até o atendimento das providências ou, até, no máximo, para outro estabelecimento.
no prazo determinado pelo Conselho Municipal de Educa- § 2º O pedido de cessação do credenciamento e do fun-
ção, o qual deverá ser divulgado, por meio de documento cionamento da escola ou das turmas de educação infantil
próprio, no espaço principal de acesso à escola para co- deve constar de: ofício da mantenedora formulando o
nhecimento da comunidade escolar: pedido; justificativa da motivação para o encerramento
a) da realização de novas matrículas e/ou das atividades escolares; cópia de todos os atos legais
b) do efeito do parecer de credenciamento e autorização que a escola possua até a data do pedido; indicação do
de funcionamento da escola e/ou das turmas de educa- destino das crianças remanescentes e informações sobre
ção infantil, implicando no impedimento da emissão da o destino da escrituração escolar e do arquivo da mesma,
documentação (histórico escolar de transferência ou se para outra unidade escolar ou para
conclusão de etapa de ensino e atas de resultados finais) o Órgão Executivo do Sistema Municipal de Ensino.
relativa a vida escolar das crianças. § 3º Recebido o pedido que trata da cessação do creden-
§ 1º Nos casos de suspensão do inciso III, as mesmas ciamento e do funcionamento da escola ou turmas de
ocorrem a partir da data de recebimento do ato exarado educação infantil, este Conselho designará uma Comis-
pelo Conselho. são Verificadora para examinar, na entrega da documen-
§ 2º Aplicadas as penalidades dos incisos I, II e III, sem tação no Conselho ou “in loco”, a conformidade dos da-
atendimento das providências, o Conselho encaminhará dos e das informações com a realidade da escola; verifi-
ao Ministério Público e aos demais Órgãos Públicos com- car as condições da escrituração escolar e do arquivo,
petentes para conhecimento e providências cabíveis de que permitam a constatação da identidade de cada crian-
forma coletiva, após esgotados os recursos administrati- ça; da regularidade e da autenticidade de sua vida esco-
vos. lar.
§ 3º A Escola ou turma de Educação Infantil que obtiver § 4º Constatada deficiência e/ou irregularidade na escri-
parecer que indique a aplicação do inciso III, alíneas “a” turação escolar e/ou no arquivo, a Comissão Verificadora
e “b”, poderá interpor recurso junto ao Conselho Munici- orientará seu saneamento e/ou correção antes da emis-
pal de Educação até o prazo máximo de 30 (trinta) dias, são do ato de cessação.
a partir da data de recebimento do ato exarado pelo § 5º Nos documentos escolares expedidos às crianças
Conselho. que frequentaram a escola cessada, além dos dados e
§ 4º As penalidades previstas neste artigo serão aplica- informações necessários à identificação da escola, cons-
das isolada ou simultaneamente, tendo em vista a análi- tará referência ao ato de cessação do credenciamento e
se das irregularidades em cada caso, segundo a legisla- do funcionamento da escola ou turmas de educação in-
ção vigente. fantil.
§ 6º Nos casos de escolas ou turmas de educação infantil
Dos Prazos para o Atendimento de Providências localizadas no campo, a intenção de cessar o funciona-
mento de forma gradativa ou não, a mantenedora deverá
Art. 48 A Comissão de Educação Infantil, deliberará pra- solicitar, com, no mínimo, 90 dias antes da data prevista
zos, definidos em regulamento específico, para o atendi- para o possível encerramento das atividades letivas do
mento de providências expressas nos processos de Ca- ano corrente, a prévia manifestação do Conselho Munici-
dastro da Mantenedora da Escola e/ou de Credenciamen- pal de Educação, que emitirá Parecer com base nos do-
to e Autorização de Funcionamento da escola e/ou de cumentos que contenham a justificativa apresentada pela
Recredenciamento anual ou, nas visitas “in loco” de fisca- Secretaria Municipal da Educação contendo a análise do
lização sistemática ou, por meio de denúncia(s). diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da
§ 1º Caso a escola esteja impedida de atender a(s) pro- comunidade escolar.
vidência(s) nos prazos definidos, seja por meio de Pare-
cer, por ofício ou outro documento equivalente, a mesma Das Incumbências dos Órgãos do Sistema Munici-
deverá solicitar a concessão de novo prazo, encaminhan- pal de Ensino
do ofício que contenha a devida justificativa fundamenta-
da e comprovada por meio de documento, conforme o Art. 50 Compete ao Conselho Municipal de Educação,
caso. com funções propositiva, mobilizadora, consultiva, deli-
§ 2º A Comissão de Educação Infantil poderá conceder berativa, normativa e fiscalizadora do Sistema Municipal
novo(s) prazo(s), com base na regulamentação interna de Ensino, as atribuições conferidas pelas legislações
da respectiva Comissão, de prazos padrão segundo a federal, estadual e municipal.
natureza de cada providência. Parágrafo Único: As decisões normativas do Conselho
Municipal de Educação, consubstanciadas em resoluções
Da Desativação ou Cessação das Escolas ou Turmas e pareceres, serão homologadas pelo Chefe do Poder
Executivo.
Art. 49 A desativação temporária ou cessação definitiva
das escolas de Educação Infantil ou das turmas de Edu- Art. 51 À Secretaria Municipal de Educação incumbe
cação Infantil nas Escolas Municipais de Ensino Funda- organizar, executar, manter, administrar, orientar e co-
mental (E.M.E.Fs) credenciadas e autorizadas a funcionar ordenar as atividades do Poder Público ligadas à educa-
poderá ocorrer por decisão da mantenedora, devendo a ção, velando pela observância da legislação respectiva à
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
Educação Infantil nas escolas que integram o Sistema -Alvará emitido pelo Corpo de Bombeiros em vigência
Municipal de Ensino. para as escolas privadas e públicas.
Parágrafo Único: Cabe ainda à Secretaria Municipal de OBS: Caso a escola não possua ainda os respectivos
Educação orientar e fiscalizar as atividades das Institui- Alvarás em vigência, na data do pedido de credencia-
ções Educacionais Privadas que integram o Sistema Mu- mento e autorização de funcionamento, ou, do pedido de
nicipal de Ensino, observando o cumprimento da legisla- Recredenciamento anual, deverá, no mínimo, encaminhar
ção vigente. cópia do protocolo atualizado de solicitação dos mesmos
I - condições de acesso e permanência das crianças na junto aos órgãos competentes.
Educação Infantil;
II o processo de melhoria da qualidade dos serviços pres- Art. 54 Fica o formulário denominado Anexo IV, da Reso-
tados, considerando lução CME nº 16/2007, alterado de acordo com o modelo
o previsto na proposta pedagógica da Educação Infantil e contido em anexo a presente Resolução, devendo o
o disposto na regulamentação vigente; III -a qualidade mesmo ser entregue no Conselho Municipal de Educação
dos espaços físicos, instalações e equipamentos e a acompanhado de Declaração de profissional da contabili-
adequação às suas finalidades; dade (contador(a)), evidenciando o vínculo empregatício
IV - a regularidade dos registros de documentação e dos profissionais contratados pela escola.
arquivo;
V-a oferta e execução de programas suplementares, de Das Disposições Gerais
material didático
escolar, alimentação e cuidado na Educação Infantil, Art. 55 Os casos omissos nesta Resolução serão resolvi-
mantida pelo Poder Público; VI -a articulação da escola dos de acordo com a analogia, os costumes e os princí-
de Educação Infantil com a família e com a comunidade. pios gerais do direito.
Art. 56 Ficam revogadas as Resoluções CME nºs
Da Alteração da Resolução CME nº 16/2007 25/2013; 27/2014; 34/2016 e o Parecer CME nº 7/2015.
Fica alterado o parágrafo único do Art. 3º, o item 4 do
Art. 52 O parágrafo único, do artigo 3º, da Resolução Roteiro I, o item 4 do Roteiro II e o formulário Anexo IV
CME nº 16/2007, passa a vigorar com a seguinte reda- da Resolução CME nº 16/2017 pela presente Resolução,
ção: ... Parágrafo único -O prazo máximo de entrega do a qual compila e atualiza toda a legislação relativa ao
ANEXO IV ao Conselho Municipal de Educação será de 01 funcionamento da Educação Infantil no Sistema Municipal
a 30 de abril de cada ano. de Ensino de Caxias do Sul.
Art. 53 Os itens 4 e 5, do Roteiro I e, o item 4, do Rotei- Art. 57 Esta Resolução entra em vigor a contar de 1º de
ro II, da Resolução CME nº 16/2007, passam a vigorar janeiro de 2018, revogam-se as disposições em contrá-
com a redação a seguir de acordo com os modelos conti- rio.
dos em anexo a presente Resolução:
Roteiro I: JUSTIFICATIVA
... A partir das Resoluções CME nºs 25/2013 e 27/2014 e
4. Somente para Escolas Privadas:... suas alterações, agora revogadas, e do Parecer CME nº
Atenção: No objeto do contrato social, cumprindo o que 7/2015, também revogado, a norma da Educação Infantil
determina a LDBEN e o Art. 3º da presente Resolução tem nova redação na presente Resolução com objetivo
(Res. CME nº 37/2017), deverá constar como objetivo de conter todas as orientações sobre a oferta dessa eta-
principal: “A educação infantil, primeira etapa da educa- pa da Educação Básica, bem como estar em consonância
ção básica, tem como finalidade com as alterações trazidas pelas Emendas Constitucio-
o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) nais nº 53/2006 e nº 59/2009, especialmente a nova
anos e onze meses, em seus aspectos físico, psicológico, configuração dada à Educação Básica no Art. 208 da
intelectual e social, complementando a ação da família e Constituição Federal; os princípios, fundamentos e pro-
da comunidade”. O nome correto da Escola, tanto no cedimentos definidos pela Câmara de Educação Básica
Contrato Social quanto no CNPJ no campo “Nome de nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Fantasia”, cf. o Art. 40, da presente Resolução (Res. Infantil – Resolução CNE/CEB nº 05/2009; nas Diretrizes
CME nº 37/2017), deve ser: ESCOLA DE EDUCAÇÃO Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica –
INFANTIL.....(complementar com o nome escolhido pelos Resolução CNE/CEB 04/2010 e pela Lei Federal nº
proprietários). Caso o nome não seguir esta determina- 12.796, de 4 de abril de 2013, que altera a Lei nº
ção o contrato social e o CNPJ não poderão ser aceitos, 9.394/1996 para “dispor sobre a formação dos profissio-
sendo devolvidos para alteração. nais da educação e dar outras providências”, a qual dis-
05. Somente para Escolas com Termo firmado com o ciplina a nova situação posta pela obrigatoriedade da
Poder Público Municipal: Cópia do TERMO, acompanhado Educação Infantil para a faixa etária de 4 e 5 anos, intro-
de Parecer do CME em atendimento ao que estabelece a duzida pela Emenda Constitucional nº 59/2009.
Lei nº 6.403 de 15/08/2005, Art.3º, Inciso VII, letra “b”,
bem como cópia do Estatuto Social da Entidade. A Resolução CNE/CEB nº 5/2009, que define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, estabele-
Roteiro II: ce que a Educação Infantil, como etapa inicial da Educa-
... ção Básica, é concluída na pré-escola, com matrícula aos
04. ALVARÁS – deverão ser anexados os seguintes Alva- quatro e aos cinco anos de idade, devendo ser matricula-
rás: das no Ensino Fundamental de nove anos as crianças que
-Alvará de Localização para as escolas privadas e, docu- completarem seis anos de idade no ano em que ocorrer a
mento equivalente aprovado pela respectiva Secretaria matrícula, respeitando a data de corte determinada na
Municipal para as escolas em prédios públicos; legislação vigente. Assim, a criança que completar os
-Alvará emitido pela Secretaria Municipal da Saúde em seis anos de idade após a data de corte, terá sua matrí-
vigência para as escolas privadas e, documento equiva- cula garantida na pré-escola.
lente que comprove as condições adequadas, emitido
pela Vigilância Sanitária para as escolas em prédios pú- A partir destas determinações legais, esta Resolução
blicos; estabelece as normas para a oferta da Educação Infantil
no Sistema Municipal de Ensino de Caxias do Sul e con-
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
templa os aspectos básicos para a sua estrutura e funci- fantis convivam intensa e construtivamente educar e
onamento, aqui regulamentados: caracterização, finali- cuidar.
dade e objetivos; proposta pedagógica e regimento esco- No atual ordenamento jurídico a Educação Infantil possui
lar, currículo, metodologia, avaliação, inclusão, interação caráter institucional e educacional diverso daquele dos
entre escola e família, agrupamento de crianças, profissi- contextos domésticos, dos ditos programas alternativos à
onais da educação, profissionais especializados e dos educação das crianças de zero a cinco anos de idade ou
serviços, direção pedagógica e administrativa, infraestru- da educação
tura da escola, turmas de educação infantil, tempo parci- não-formal. Por isso, é importante aqui registrar que
al ou integral, oferta e regularidade das escolas, irregula- muitas famílias procuram atendimento para suas crianças
ridade das escolas, desativação ou cessação de escolas, em horário noturno, em finais de semana e em períodos
incumbência dos órgãos do Sistema Municipal de Ensino esporádicos. No entanto, conforme o Parecer CNE/CEB nº
e disposições gerais. 20/2009, diz que “esse tipo de atendimento, que respon-
Cada escola de Educação Infantil, ao definir sua proposta de a uma demanda legítima da população, enquadra-se
pedagógica, deve expressar o reconhecimento da impor- no âmbito de Políticas para a Infância, devendo ser fi-
tância da identidade das crianças, suas famílias, seus nanciado, orientado e supervisionado por outras áreas,
docentes e outros profissionais, e, principalmente a iden- como assistência social, saúde, cultura, esportes e prote-
tidade da própria instituição educacional, devidamente ção social”.
fundamentados nos princípios expressos na presente Quanto à duração da jornada diária diurna de permanên-
Resolução e de acordo com as Diretrizes Nacionais para a cia das crianças na escola, as Diretrizes Curriculares
Educação Infantil. Nacionais para a Educação Infantil estabelecem que esta
A proposta pedagógica deve promover, em sua prática etapa deve ser ofertada às crianças em jornada parcial
de educar e cuidar, o reconhecimento das crianças como ou em jornada integral e, segundo o Parecer CNE/CEB nº
totalidade, buscando a interação entre os diversos cam- 17/2012, diz que é preciso levar em conta que a criança
pos de experiências e aspectos da vida cidadã, como não deve permanecer em ambiente institucional e coleti-
elementos básicos para a construção de conhecimento e vo por jornada excessiva, sob o risco de não ter atendi-
valores. As interações e a brincadeira devem ser o eixo das suas necessidades de recolhimento, intimidade e de
norteador de todo o trabalho pedagógico, que prima pelo convivência familiar. Nesse sentido, as diretrizes para a
envolvimento e interesse de todos e em todas as situa- elaboração do calendário escolar são de responsabilidade
ções, provocando, brincando, rindo, apoiando, acolhen- da mantenedora, no caso das escolas de responsabilida-
do, estabelecendo limites com energia e sensibilidade, de do Poder Público Municipal e, no âmbito das escolas
consolando, observando, estimulando e desafiando a particulares, o calendário é organizado pela própria insti-
curiosidade e criatividade, por meio de experiências sig- tuição educacional, desde que observadas as Diretrizes
nificativas, intencionalmente planejadas, individuais e Curriculares Nacionais para Educação Infantil e do Siste-
coletivas das crianças, sobretudo, as que promovam a ma Municipal de Ensino, bem como o estabelecido com a
autonomia, a responsabilidade e a solidariedade. comunidade escolar.
Tudo isto deve acontecer, num contexto em que cuidado A formação adequada do profissional e sua atuação são
e educação se realizem de modo prazeroso, lúdico, onde fatores determinantes do padrão de atendimento na base
as brincadeiras espontâneas, o uso de materiais, os jo- do processo educacional. Tal formação concretiza o direi-
gos, as danças e cantos, as comidas e roupas, as múlti- to da criança de receber educação de qualidade e consa-
plas formas de comunicação, expressão, criação e movi- gra a necessidade de estruturar e fortalecer um campo
mento, o exercício de ações rotineiras do cotidiano e as de trabalho que tem sido destituído de maiores exigên-
experiências dirigidas que exigem o conhecimento dos cias.
limites e alcances das ações das crianças e dos adultos, A equipe multiprofissional pode ser composta por profis-
estejam contempladas. sionais como: nutricionista, este sendo obrigatório; psi-
As ações de educar e cuidar devem ser vistas como in- cólogo; assistente social; psicopedagogo; médico pedia-
dissociáveis e requerem formação específica, pois envol- tra; enfermeiro; dentista; orientador educacional; pro-
vem conhecimentos próprios para o trabalho pedagógico fessores de educação física e artes, entre outros. Estes
em ambiente educacional coletivo a serem tratados em serviços poderão ser estabelecidos por meio de convê-
cursos próprios de Magistério. Nesse sentido, o Parecer nios ou acordos institucionais, conforme as condições e
CNE/CEB nº 20/2009, que trata das Diretrizes Curricula- possibilidades de cada Instituição, qualificando e inte-
res Nacionais para a Educação Infantil, é muito claro: grando o atendimento nas dimensões de cuidado e edu-
Educar de modo indissociado do cuidar é dar condições cação. Os profissionais para os serviços de apoio na es-
para as crianças explorarem o ambiente de diferentes cola, realizados na ordem administrativa, são necessários
maneiras (manipulando materiais da natureza ou obje- com o objetivo de dar suporte às atividades pedagógicas.
tos, observando, nomeando objetos, pessoas ou situa- As crianças e suas famílias devem encontrar nas escolas
ções, fazendo perguntas etc.) e construírem sentidos de Educação Infantil, um ambiente físico com estrutura e
pessoais e significados coletivos, à medida que vão se funcionamento adequados, que propiciem experiências e
constituindo como sujeitos e se apropriando de um modo situações planejadas intencionalmente, de modo a demo-
singular das formas culturais de agir, sentir e pensar. cratizar o acesso de todos os bens culturais e educacio-
Isso requer do professor ter sensibilidade e delicadeza no nais, e que proporcionem qualidade de vida.
trato de cada criança, e assegurar atenção especial con- A adequação das escolas à legislação vigente é evidenci-
forme as necessidades que identifica nas crianças. ada por meio do cadastro e do parecer emitidos pelo
Educar e cuidar é o chamamento para o compromisso Conselho Municipal de Educação, contendo as categorias
com a criança. Este é “A” ou “B”, constituindo-se num importante elemento de
o grande desafio para a Educação Infantil: que ela se escolha, dentre os diferentes serviços oferecidos pela
constitua num espaço e tempo em que haja uma articu- comunidade em geral.
lação de políticas sociais, que lideradas pela educação, Ao tratar das irregularidades a presente Resolução tam-
integrando desenvolvimento com vida individual, social e bém prevê as penalidades, tendo o objetivo de consolidar
cultural, num ambiente onde as formas de expressão, as normas existentes e evitar situações que comprome-
ocupem um lugar privilegiado, num contexto de jogos e tem a qualidade da oferta. As irregularidades serão apu-
brincadeiras, onde as famílias e equipes das escolas in- radas, por meio de visitas, por parte dos órgãos fiscaliza-
dores. Todas as situações denunciadas ou constatadas,
170
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
que se apresentarem como irregularidades, serão anali- ROTEIRO I
sadas e avaliadas individualmente para a aplicação da (Resolução CME nº 16/2007 e suas alterações)
penalidade, podendo acarretar na aplicação de penalida-
des. CADASTRO DE ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
As Escolas de Educação Infantil poderão cessar suas
atividades por decisão das mantenedoras. Em se tratan- Para a instrução de processo contendo pedido de cadas-
do de Instituições Públicas, a cessação deve ser submeti- tro de Escola de Educação Infantil, são necessários os
da à consulta da comunidade escolar. Para tanto, a man- seguintes documentos:
tenedora deve solicitar ao Conselho Municipal de Educa- 1. 01. Ofício (em duas vias), dirigido à Presidência
ção, a emissão do Ato Declaratório de Cessação de Fun- do Conselho Municipal de Educação, assinado por um
cionamento, mediante a instrução de processo próprio. dirigente qualificado para requerer em nome da Mante-
Ao cessar nedora, solicitando o cadastro da Escola de Educação
o funcionamento, a Instituição de Educação Infantil deve Infantil ... Este ofício deverá conter número, conforme
organizar a escrituração escolar, para o recolhimento por numeração de ofícios expedidos pela Mantenedora e ser
parte do Sistema Municipal de Ensino, a fim de garantir entregue juntamente com os demais documentos no
os registros da vida escolar das crianças e demais docu- CME, em duas vias, sendo que uma via retornará para a
mentos da escola. escola com comprovante de recebimento.
Relativamente a Educação Infantil ofertada as crianças 2. 02. Preenchimento do formulário Anexo I de
do meio rural, a legislação vigente (LDBEN artigo 28) Dados relativos à(s) Escola(s) de Educação Infantil man-
pronuncia-se sobre a educação do meio rural da seguinte tida(s) por uma mesma mantenedora.
forma: 3. 03. Preenchimento do formulário Anexo II, rela-
Na oferta da educação básica para a população rural, os tivo à qualificação dos sócios ou membros da diretoria da
sistemas de ensino, promoverão as adaptações necessá- Entidade Mantenedora com poderes para requerer em
rias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de nome da Entidade junto ao Conselho Municipal de Educa-
cada região, especialmente: I – conteúdos curriculares e ção.
metodologias apropriadas às reais necessidades e inte- 4. 04. Somente para Escolas Particulares: Cópia do
resses dos alunos da zona rural; II – organização escolar CONTRATO SOCIAL registrado e arquivado na Junta Co-
própria, incluindo a adequação do calendário escolar às mercial ou, se for Sociedade Civil, atualizado e registrado
fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; III – em Cartório. Atenção: No objeto do contrato social, cum-
adequação à natureza do trabalho da zona rural. prindo o que determina a LDBEN, deverá constar como
A organização da escola do meio rural ao ser ampliada objetivo principal: “a educação infantil, primeira etapa da
para a oferta da Educação Infantil deve considerar as educação básica, com a finalidade de educar e cuidar do
particularidades das crianças do meio rural, de acordo desenvolvimento integral da criança até o ingresso no
com sua natureza, cotidiano e vivências, os quais devem ensino fundamental, em seus aspectos físico, psicológico,
estar contemplados na Proposta Pedagógica, bem como intelectual e social, complementando a ação da família e
na organização de materiais didático-pedagógicos, po- da comunidade”.
dendo os mesmos serem coletados ou produzidos na
escola. Atenção: No objeto do contrato social, cumprindo o que
O Conselho Municipal de Educação é favorável ao aten- determina a LDBEN e o Art. 3º da presente Resolução
dimento de crianças a partir dos 4 anos de idade nas (Res. CME nº 37/2017), deverá constar como objetivo
Escolas de Ensino Fundamental do meio rural, compondo principal: “A educação infantil, primeira etapa da educa-
as classes multi-idades, respeitando o que a norma naci- ção básica, tem como finalidade o desenvolvimento inte-
onal diz: Em nenhuma hipótese serão agrupadas em uma gral da criança de até 5 (cinco) anos e onze meses, em
mesma turma crianças de Educação Infantil com crianças seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
do Ensino Fundamental. Além disso, é importante que complementando a ação da família e da comunidade”. O
sejam utilizados os princípios da pedagogia diferenciada nome correto da Escola, tanto no Contrato Social quanto
e específica, voltados para cada nível evolutivo das crian- no CNPJ no campo “Nome de Fantasia”, cf. o Art. 40, da
ças, respeitando as diferentes faixas etárias. presente Resolução (Res. CME nº 37/2017), deve ser:
Segundo a LDBEN, cabe ao Município a responsabilidade ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL... (complementar com
com a Educação Infantil e à Secretaria Municipal de Edu- o nome escolhido pelos proprietários). Caso o nome não
cação, realizar a orientação e fiscalização para que todas seguir esta determinação o contrato social e o CNPJ não
as escolas qualifiquem seu atendimento segundo esta poderão ser aceitos, sendo devolvidos para alteração.
normatização. (Alterado Res. CME nº 37/2017)
Pela presente Resolução, o Conselho Municipal de Educa- 1. 05. Somente para Escolas Conveniadas com
ção reafirma a educação como direito da criança como Termo firmado com o Poder Público Municipal: Cópia do
pessoa humana, o que implica na garantia de sua oferta CONVÊNIO TERMO firmado com o Poder Público, acom-
mediante a promoção, proteção e respeito à sua dignida- panhado de Parecer do CME em atendimento ao que
de e a igualdade de oportunidades para o acesso e a estabelece a Lei nº 6.403 de 15/08/2005, Art.3º, Inciso
apropriação do conhecimento. VII, letra “b”, bem como cópia do Estatuto Social da
Comissão da Educação Infantil: Entidade Conveniada. (Alterado Res. CME nº 37/2017)
Fabiana Cemin Silveira Janete Formolo Donada Marcia 2. 06. Ata que informa a diretoria em exercício da
Adriana de Carvalho Marcos Antônio da Silva Maurien C. Entidade Mantenedora com respectiva qualificação dos
Zattera Pedroni Mirian Veadrigo Boschetti Sônia Inês profissionais que assumirão a(s) Escola(s). Obs: Na ata
Ferronatto Viviane Plegge Sonego deverá constar, inicialmente, o nº da mesma. Após, a
Aprovada, por unanimidade, em sessão plenária do dia abertura com data, mês e ano (por extenso), o nome da
26 de setembro de 2017. diretoria em exercício da Entidade Mantenedora da Esco-
Rejane Maria Daneluz Raimann, Vice-presidente do Con- la de Educação Infantil, bem como o objetivo que é:
selho Municipal de Educação. relacionar a equipe necessária ao funcionamento da Es-
(Anexos “Roteiro I, Roteiro II e Anexo IV da Res. CME nº cola de Educação Infantil.....(levar em consideração o
16/2007”, com nova redação dada pela Res.CME nº espaço físico e o número de alunos cujo atendimento se
37/2017) pretende implantar, com discriminação de cargos, titula-

171
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
ção mínima necessária e número de funcionários para -Alvará emitido pela Secretaria Municipal da Saúde;
cada cargo). -Alvará emitido pelo Corpo de Bombeiros, conforme de-
3. 07. Cópia atualizada do CNPJ da Mantenedora da termina Portaria 138/EMBM/2002.
escola de educação infantil. Em havendo mais de uma Cabe ressaltar que o requerimento do PPCI não é o
Escola de Educação Infantil na qual figura a mesma Man- mesmo da expedição do alvará. Deverão
tenedora, ou em a Mantenedora entendendo pelo registro ambos ser requeridos. A entrega junto ao CME deverá
de CNPJ distinto para a Escola, será concedido o prazo de ser do Alvará emitido pelo Corpo de
90 (noventa dias) para que a mesma promova a juntada Bombeiros.
de cópia do comprovante aos autos do processo de Ca-
dastro no CME, em substituição ao CNPJ da Mantenedora, OBS: Caso a instituição de ensino não possua ainda, na
cuja cópia já integra o processo. O código e descrição da data do pedido de autorização de funcionamento os alva-
atividade econômica principal no CNPJ deverá ser: rás acima relacionados, deverá, no mínimo, encaminhar
cópia do protocolo de solicitação dos mesmos nos órgãos
85.12.0.00 Educação infantil – creche e 85.12.1-00 Edu- competentes, a fim de que seja analisada a situação,
cação Infantil – pré-escolar (confirmar códigos, tendo em caso a caso, e só então ser autorizado o funcionamento
vista constantes mudanças dos mesmos ). com providências. Neste caso, será concedido um prazo
08. Cópia do contrato de locação do imóvel ou matrícula para apresentação dos alvarás que, não sendo cumprido
do imóvel ou termo de permissão de uso, etc... Enfim, incidirá nas sanções previstas na legislação vigente. -
documento que identifique o imóvel onde está instalada a Alvará de Localização para as escolas privadas e, docu-
Escola. mento equivalente aprovado pela respectiva Secretaria
Municipal para as escolas em prédios públicos; -Alvará
ROTEIRO II emitido pela Secretaria Municipal da Saúde em vigência
(Resolução CME nº 16/2007 e suas alterações) para as escolas privadas e, documento equivalente que
comprove as condições adequadas, emitido pela Vigilân-
CREDENCIAMENTO E AUTORIZAÇÃO DE FUNCIO- cia Sanitária para as escolas em prédios públicos; -Alvará
NAMENTO DE ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL emitido pelo Corpo de Bombeiros em vigência para as
(Acrescido o termo “Credenciamento” pela Res.CME escolas privadas e públicas. OBS: Caso a escola não
nº 30/2015) possua ainda os respectivos Alvarás em vigência, na data
do pedido de credenciamento e autorização de funciona-
Para a instrução de processo contendo pedido de Creden- mento, ou, do pedido de Recredenciamento anual, deve-
ciamento e Autorização de Funcionamento de Escola de rá, no mínimo, encaminhar cópia do protocolo atualizado
Educação Infantil, são necessários os seguintes docu- de solicitação dos mesmos junto aos órgãos competen-
mentos: tes. (Alterado Res. CME nº 37/2017)
1. 01. OFÍCIO solicitando o Credenciamento e Auto- .05. Preenchimento do formulário -ANEXO III – com
rização de Funcionamento da Escola de Educação Infan- informações sobre as condições da escola de Educação
til. O ofício deve ser endereçado à Presidência do Conse- Infantil.
lho Municipal de Educação e assinado por um(a) dirigente 1. 06. PLANTA BAIXA OU CROQUI DA ESCOLA, com
qualificado(a) para requerer em nome da Entidade Man- identificação das dependências da Escola e metragem de
tenedora. Este ofício deverá conter número, conforme cada dependência em m².
numeração de ofícios expedidos pela Mantenedora e ser 2. 07. Declaração de Representante da Mantenedo-
entregue com os demais documentos no CME, em duas ra quanto à equipe multiprofissional.
vias, sendo que uma via retornará para a escola com 3. 08. Projeto de formação continuada do corpo
comprovante de recebimento. (Acrescido o termo “Cre- docente da escola.
denciamento” pela Res.CME nº 030/2015) 2. 09. PROPOSTA PEDAGÓGICA E REGIMENTO ES-
COLAR, tendo como base a normatização própria do Sis-
2. 02. JUSTIFICATIVA: tema Municipal de Ensino para esta etapa da educação
básica.
É o documento firmado pela Mantenedora, no qual justifi- ANEXO IV
cará: (Res. CME nº 16/2007 e suas alterações)
-a instalação diante da necessidade da comunidade ou do
Mercado; RECREDENCIAMENTO ANUAL -ANO _________
-a qualificação profissional e capacidade para administra- A atualização de dados das Escolas de Educação Infantil
ção da(s) escola(s); deverá ser preenchida e entregue, anualmente, de 1º a
-as possibilidades de atendimento, mediante convênio 30 de abril, ao CME, A responsabilidade da atualização e
com o Poder Público ou, em se tratando do envio da documentação comprobatória atualizada dos
de Entidade Privada, afinidade com a atividade a ser itens abaixo relacionados é da Entidade Mantenedora.
desenvolvida. Todos os campos do Formulário devem estar preenchidos
ea Declaração dos Serviços Contábeis deve ser no mode-
1. 03. CERTIDÕES NEGATIVAS DA ENTIDADE MAN- lo especificado.
TENEDORA DA(s) ESCOLA(s):
Federal: requerer pelo site: (http://www.receita.gov.br)
Estadual: Certidão de regularidade com o INSS, expedido 2. ALVARÁS: (anexar cópias atualizadas de cada alvará
pelo Ministério da Previdência ou dos protocolos correspondentes, em caso de alvarás
Social ( http://www.previdenciasocial.gov.br) vencidos)
Municipal: requerer junto à Prefeitura Municipal. 1. 2.1. Alvará Expedido pela Secretaria Municipal de
Saúde nº __________________________
2. 04. ALVARÁS – deverão ser anexados os seguin- 2. 2.2. Alvará Expedido pelo Corpo de Bombei-
tes Alvarás: ros_____________________________________
-Alvará de Localização ou Autorização do Órgão compe-
tente conforme legislação municipal 3. 3. ATA Direção/ Coordenação em caso de mu-
vigente; dança – ata com indicação do(a) profissional responsável
pela direção e/ou coordenação pedagógica da escola,
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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
respectiva titulação e anos de experiência docente Deve
a escola trazer o caderno de Atas para ser autenticada no RESOLUÇÃO CME N.º 38, DE 26 DE SETEMBRO
Conselho Municipal de Educação ou poderá a escola fazer DE 2017 – ESTABELECE NORMAS PARA A OFER-
a autenticação em cartório. TA DA MODALIDADE DA EDUCAÇÃO DE JOVENS
.4. Declarações Negativas: E ADULTOS (EJA) PARA O SISTEMA MUNICIPAL
1. 4.1. Federal: requerer pelo site: DE ENSINO DE CAXIAS DO SUL.
(http://www.receita.gov.br)
2. 4.2. Municipal: requerer junto à Prefeitura Muni- O Conselho Municipal de Educação do Município
cipal. de Caxias do Sul, com fundamento no inciso I, do artigo
4. 5. Cópia do CNPJ somente em caso de alteração 208, da Constituição Federal; do inciso III, do artigo 11
ou indicação deste CME para adequações. e inciso VII, do Art. 4º, bem como, os artigos 5º, 26,
5. 6. ATENDIMENTO DAS CRIANÇAS: 27, 32, 34, 37 e 38 da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional, Lei nº 9.394/1996 (LDBEN); das Resolu-
ções CNE/CEB nºs 2/1998, 1/2000, 2/2001 e 3/2010,
1. 6.1. Horário de funcionamento da escola: bem como dos Pareceres CNE/CEB nºs 04/1998,
das_________________ às ____________________ 11/2000 e 06/2010 e Leis Municipais nºs 5.747/2001 e
2. 6.2. Preparo das refeições na escola: SIM ( ) 6.403/2005, e
NÃO ( ) CONSIDERANDO, o inciso I, do artigo 208, da
3. 6.3. Número de crianças atendidas: Creche ( 0 a Constituição Federal, alterado pela Emenda Constitucio-
3 anos e 11 meses): nº__________________________ nal nº 59/2009, que determina que a educação é dever
Pré-escola (4 a 5 anos e 11 meses): do Estado e deve ser efetivada mediante a garantia da
nº_______________________________________ Total oferta da educação básica obrigatória e gratuita dos 4
de crianças da escola: nº______________________ (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
6.4. Quadro de profissionais de educação no atendimento tiveram acesso na idade própria ou que não a concluiu,
às crianças (Preencher uma linha para cada agrupamen- sendo sua universalização até o ano de 2016;
to/turma. Caso haja mais de uma turma com o mesmo CONSIDERANDO, o artigo 4º, da LDBEN, que re-
agrupamento, listar logo abaixo. Se houver mais de um ferenda a Constituição Federal dizendo que o dever do
profissional atendendo o mesmo agrupamento deverá ser Estado com a educação escolar pública será efetivado
listado no espaço correspondente ao turno/turma atendi- mediante a garantia de educação básica obrigatória e
da). gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de ida-
de, organizada em pré-escola; ensino fundamental e
Obs.: Providenciar/apresentar cópia da titulação dos ensino médio, bem como que deve haver o acesso públi-
profissionais relacionados no quadro co e gratuito aos ensinos fundamental e médio para
6.5. Demais profissionais que atuam na escola -Informar todos os que não os concluíram na idade própria, por
no presente quadro o nome de todas as pessoas relacio- meio da oferta de educação escolar regular para jovens
nadas à Escola: Direção, Coordenação Pedagógica, res- e adultos, com características e modalidades adequadas
ponsável pelo preparo das refeições com a respectiva às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se
carga horária semanal realizada, bem como demais pro- aos que forem trabalhadores as condições de acesso e
fissionais que atuam na escola, considerando a Proposta permanência na escola;
Pedagógica. CONSIDERANDO, o artigo 5º, da Resolução
CNE/CEB nº 3/2010, que esclarece sobre o artigo 4º,
Obs.: Providenciar/apresentar cópia da titula- incisos I e VII, da Lei nº 9.394/96 (LDBEN), ou seja,
ção/escolaridade da Direção, Coordenação Pedagógica e obedecidos o disposto neste artigo e seus incisos, “… a
do(a) responsável pelo preparo das refeições. regra da prioridade para o atendimento da escolarização
obrigatória será considerada idade mínima para os cur-
7. Declaração do serviço de Contabilidade sos de EJA...”;
Obs: Anexar ao formulário a declaração conforme o pre- CONSIDERANDO, que segundo o Parecer
sente “Modelo”. CNE/CEB nº 6/2010 esclarece que a oferta mais ampla
da EJA sob a forma presencial com avaliação em proces-
Declaro que todas as informações constantes neste do- so, completa
cumento são verdadeiras: o atendimento da Educação Básica para múltiplas
Data:___/____/____ idades próprias, ressaltando que a LDBEN não determina
Nome do Responsável___________________________ explicitamente a idade inicial dos cursos da EJA, porém
Função: estabelece que o início e o término da idade escolar
_____________________________________________ obrigatória -dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos -
Assinatura: como escolaridade universal, não deixa margem à dúvi-
_____________________________________________ da, ou seja, na faixa da idade obrigatória não há alterna-
tiva: ou é escola ou é escola, significando atividades
Declaração do serviço de Contabilidade Ano ________ escolares presenciais na escola;
Declaro para fins de Recredenciamento anual da CONSIDERANDO, o artigo 37, da LDBEN, que diz
EEI____________________ junto ao Conselho Municipal que a educação de jovens e adultos é destinada àqueles
de Educação, que os profissionais abaixo relacionados que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no
possuem vínculo empregatício com a escola inscrita no ensino fundamental e médio na idade própria, e por isso,
CNPJ sob nº ___________________, em conformidade os sistemas de ensino devem assegurar gratuitamente
com o quadro abaixo: aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os
estudos na idade regular, oportunidades educacionais
Data___/____/_____Contador(a)___________________ apropriadas, consideradas as características dos estu-
dantes, seus interesses, condições de vida e de trabalho,
Assinatura_____________________________________ mediante cursos e exames, bem como viabilizar e esti-
(firma reconhecida em cartório) mular o acesso e a permanência do trabalhador na esco-

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NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
la, mediante ações integradas e complementares entre III -classificação, realizada mediante avaliação,
si. Também, que a educação de jovens e adultos deve quando o estudante possui escolarização anterior e sem
articular-se, preferencialmente, com a educação profis- documentação comprobatória.
sional, na forma regulamentada; Parágrafo Único – A avaliação de ingresso do es-
R E S O L V E: tudante da EJA poderá ser realizada por meio da indica-
ção numa totalidade inicial (T1 ou T4), a fim de ser ava-
Art. 1º Exarar a presente Resolução que estabe- liado durante o prazo máximo de 30 dias, ou, por meio
lece normas a serem observadas na oferta da Modalida- da aplicação de uma avaliação de ingresso, organizada
de da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Sistema pelos professores da Escola com o apoio da assessoria
Municipal de Ensino de Caxias do Sul. da Mantenedora, a fim de classificar ou reclassificar o
Educação de Jovens e Adultos (EJA) estudante.

Art. 2º A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é Organização, Duração e Turno(s) da EJA


uma Modalidade da Educação Básica, destinada àqueles
que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Art. 8º A Modalidade da EJA, na etapa do Ensino
ensino fundamental e médio na idade própria, sendo Fundamental, organiza-se em Totalidades Iniciais (T1,
assegurado aos jovens e aos adultos, que não puderam T2 e T3) e Totalidades Finais (T4, T5 e T6) e, a duração
efetuar os estudos na idade regular, oportunidades edu- mínima, conforme incisos a seguir:
cacionais apropriadas, consideradas as características do I – 800 (Oitocentas horas) nos anos iniciais do
alunado, seus interesses, condições de vida e de traba- Ensino Fundamental (1º ao 5º anos), organizadas da
lho, articulando-se, preferencialmente, com a educação seguinte forma:
profissional. a) Totalidade 1 – 400 horas
b) Totalidade 2 – 200 horas
Regularidade da Oferta da EJA c) Totalidade 3 – 200 horas
II -1.600 (Hum mil e seiscentas horas) nos anos
Art. 3º A Educação de Jovens e Adultos (EJA), na finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º anos), organiza-
Rede Municipal de Ensino, poderá ser oferecida, confor- das da seguinte forma:
me incisos I e II: a) Totalidade 4 – 600 horas
I) EJA correspondente aos anos iniciais do Ensino b) Totalidade 5 – 500 horas
Fundamental -por meio de iniciativas voltadas para a c) Totalidade 6 – 500 horas
alfabetização de jovens e adultos, de forma presencial, Art. 9º A modalidade da EJA pode ser oferecida
em escolas ou instituições públicas, consubstanciada em nos períodos diurno e/ou noturno, visando ao atendi-
planos de estudo específicos e devidamente regimenta- mento da demanda.
da.
II) EJA correspondente aos anos finais do Ensino Currículo
Fundamental – em escolas ou instituições públicas, com
metodologias específicas e estudos presenciais, com Art. 10 Para a organização do currículo da EJA na
avaliação centrada no processo, consubstanciada em etapa do Ensino Fundamental, a escola deve observar as
planos de estudo específicos e devidamente regimenta- Diretrizes Curriculares Nacionais vigentes que tratam da
da. modalidade.
Art. 4º As escolas autorizadas a atender o Ensino § 1º - O currículo de que trata o caput deste arti-
Fundamental regular podem ofertar a EJA, devendo a go deve atender aos princípios:
Mantenedora solicitar, previamente, apreciação de im- a) da flexibilização, significando o aproveitamento
plantação da oferta na escola para o Conselho Municipal das experiências diversas que os estudantes trazem
de Educação. consigo, a busca pelo acesso aos bens culturais de valo-
Parágrafo Único -A oferta da EJA na etapa do En- rização da pessoa, o resgate da autoestima, por meio da
sino Fundamental deve garantir padrões de qualidade construção e reconstrução do conhecimento, a fim de
quanto à existência de recursos físicos, didático- favorecer o processo contínuo de inclusão de todos.
pedagógicos, equipamentos instrucionais, corpo docente b) da educação integral e do processo de aprendi-
habilitado para o atendimento desta etapa e modalidade zagem centrado no estudante;
de ensino. c) do reconhecimento de que a construção do co-
nhecimento ocorre de maneira diferenciada em cada
Ingresso na EJA indivíduo e somente é significativa se forem considera-
das as singularidades dos saberes e das vivências dos
Art. 5º A idade mínima para o ingresso na Moda- sujeitos envolvidos no processo.
lidade da EJA na etapa do Ensino Fundamental é de 18 § 2º -O currículo da EJA, na etapa do Ensino Fun-
anos. damental, traduzido nos respectivos planos de estudo,
Art. 6º O ingresso do estudante dar-se-á em deve observar as áreas do conhecimento e os compo-
qualquer época do ano, mediante comprovação de esco- nentes curriculares que as constituem de forma a garan-
laridade ou não, sendo que, em ambos os casos, deve tir a Base Nacional Comum Curricular e a parte diversifi-
ser situado no espaço-tempo adequado ao seu estágio cada, devendo ser ordenados quanto à sequência e ao
de desenvolvimento, as suas possibilidades de cresci- tempo necessário para o seu desenvolvimento, segundo
mento e a organização curricular da modalidade, por as necessidades dos estudantes, levando em conta os
meio de: desafios da contemporaneidade e, prever, a adequação,
I -matrícula por transferência, no caso do estu- a adaptação e a flexibilização para atender aos estudan-
dante apresentar histórico de transferência da modalida- tes em suas singularidades.
de EJA; § 3º -Os planos de estudo, construídos coletiva-
II -reclassificação, realizada mediante avaliação, mente pelos professores, dão origem aos planos de tra-
quando o estudante possui documentação escolar com balho de cada professor, devendo garantir a articulação
forma diferenciada de organização curricular, podendo entre as diferentes áreas de conhecimento e os compo-
ser da própria escola ou de escola situada no País ou no nentes curriculares, o estabelecimento de objetivos,
exterior.
174
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
habilidades e competências para cada totalidade, e, tros que retratem a singular caminhada de cada estu-
também, considerar a diversidade. dante.
§ 4º -Para o atendimento de estudantes com defi- § 1º -Todos os procedimentos adotados para cada
ciência, a escola deve observar as Diretrizes da Educa- estudante devem ser registrados nos registros individu-
ção Especial na perspectiva da Educação Inclusiva e ais da vida escolar.
demais legislação vigente, bem como contar com asses- § 2º -Deve a escola organizar o registro do currí-
soramento e apoio de profissionais especializados ao culo trabalhado, com a respectiva carga horária nas
trabalho pedagógico. diferentes totalidades.
§ 3º -O controle da frequência do estudante fica a
Metodologia cargo da escola, conforme disposto no Regimento Esco-
lar Padrão ou no Regimento próprio.
Art. 11 As metodologias que melhor atendem a § 4º -Ao final de cada totalidade a escola deve
EJA preveem um conjunto de princípios, de ações e/ou emitir as Atas de Resultados Finais dos estudantes con-
práticas planejadas e desenvolvidas que buscam a inter- cluintes.
relação entre o conhecimento historicamente sistemati- § 5º -Cabe à escola expedir o Histórico Escolar de
zado e o senso comum, proporcionando, por meio do Transferência ou Certificado de Conclusão do Ensino
diálogo entre ambos uma construção crítica para a Fundamental, conforme o caso, apondo todos os regis-
transformação da realidade. tros necessários, com clareza e objetividade, a fim de
§ 1º -As metodologias ativas devem ser prioriza- historiar a vida escolar de cada estudante.
das pelo coletivo dos professores, a fim de buscar a § 6º -A escola emitirá Certificação de Conclusão
promoção do ensino contextualizado para gerar aprendi- de Escolaridade dos estudantes com deficiência, confor-
zagens significativas e colaborativas, incentivando o uso me legislação vigente da Modalidade da Educação Espe-
dos recursos da inteligência, ensinando a transformar cial.
ideias em resultados e, consequentemente, ensinando a
pensar, criar, inovar, decidir e resolver. Avaliação Periódica da oferta da EJA
§ 2º -A opção metodológica da Escola deve consi-
derar o estudante como sujeito de seu próprio conheci- Art. 15 Visando acompanhar a adequação da
mento e desenvolvimento e, por isso, ser o centro do oferta da EJA torna-se necessária a realização de avalia-
processo educativo. ção anual, por meio de indicadores que permitam verifi-
car o fluxo escolar, por meio de percentuais de estudan-
Avaliação tes em cada totalidade, como: avanços, transferências,
abandono e conclusão do Ensino Fundamental, bem
Art. 12 A avaliação do estudante na EJA tem sen- como referente a infraestrutura, a gestão, a assessoria e
tido emancipador, devendo considerar o processo de a formação aos professores entre outros, a fim de obter
forma contínua, dialógica, participativa, global, diagnós- parâmetros capazes de diagnosticar a qualidade da ofer-
tica e prognóstica, respeitando o ritmo de aprendizagem ta e subsidiar o estabelecimento de novas ações para
de cada estudante. erradicar o analfabetismo e elevar os anos de escolariza-
§ 1º A avaliação na EJA é resultado da articulação ção da população.
entre as diferentes áreas do conhecimento e os compo- Parágrafo Único – A organização, aplicação e o le-
nentes curriculares, de modo que os conteúdos traba- vantamento de dados da avaliação de que trata o caput
lhados devem resultar em desenvolvimento de habilida- do artigo será de responsabilidade conjunta da Mante-
des e aprofundamento de competências, da adoção de nedora e das escolas ofertantes da EJA, devendo os
atitudes, da constituição de valores e da formação de dados serem enviados ao Conselho Municipal da Educa-
conceitos. ção para análise e possíveis proposições.
§ 2º -Para a promoção, o estudante deve apre-
sentar frequência mínima de 75% em cada totalidade. Período de Transição e Vigência da Norma
§ 3º -O Regimento Escolar pode admitir forma de
avanço para os estudantes que, mediante avaliação e Art. 16 Os estudantes matriculados na modalida-
procedimentos específicos, devidamente registrados, de da educação de jovens e adultos até o ano de 2017
demonstrarem consolidação das habilidades, das compe- tem direito a sua conclusão, uma vez que 2017 é consi-
tências, das atitudes, dos valores e dos conceitos, antes derado ano de transição, portanto o atendimento ao
do cumprimento da carga horária mínima estabelecida determinado no Art. 5º desta Resolução entrará em
em cada totalidade. vigor a contar do ano letivo de 2018.
§ 4º -O avanço do estudante poderá ocorrer em Parágrafo Único: A partir de 2018, aos estudantes
qualquer época do ano letivo, desde que assegurada a entre 15 (quinze) e 17 (dezessete) anos, com defasa-
continuidade de estudos da escolarização obrigatória. gem idade-escolaridade deverão ser oferecidas oportu-
nidades educacionais apropriadas, nos períodos escola-
Proposta Pedagógica e Regimento Escolar res diurno e/ou noturno, de acordo com a demanda, e
que considerem as suas características, seus interesses,
Art. 13 A oferta da EJA, na etapa do Ensino Fun- suas potencialidades, suas necessidades e suas expecta-
damental, deve estar fundamentada nas concepções da tivas em relação à vida, às culturas juvenis e ao mundo
Proposta Pedagógica da Instituição ofertante e estar do trabalho.
disciplinada em Regimento Escolar individualizado e Art. 17 A presente Resolução entrará em vigor na
aprovado pelo Órgão competente, devendo a instituição data de sua publicação, revogando-se as disposições em
adotar o Regimento Padrão da Mantenedora na implan- contrário, especialmente as Resoluções CME números
tação da oferta e, após, pode a instituição elaborar o seu 6/2003 e 23/2013, observado o disposto no artigo ante-
Regimento próprio. rior.

Registros Escolares JUSTIFICATIVA


A Educação de Jovens e Adultos (EJA), direito
Art. 14 As escolas que ofertam a EJA devem as- subjetivo para os que não tiveram acesso ou continuida-
segurar e documentar a vida escolar, por meio de regis- de de estudos na idade própria, é uma Modalidade que
175
NOVA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO EDUCACIONALL E DIDÁTICA
faz parte da Educação Básica, garantido o seu ofereci- ao bem coletivo, e também oferecer elementos para
mento na Constituição Federal Art. 208, Inciso I, e na garantir a elevação dos anos de escolarização da popu-
LDBEN Arts. 4º, 5º, 37 e 38. Essa Modalidade tem o lação fora da idade obrigatória. A aplicabilidade da nor-
compromisso histórico de resgatar uma dívida social com matização depende do respeito, da adesão e da avalia-
aqueles que não tiveram a oportunidade de continuar ou ção dos preceitos estabelecidos para todos os envolvi-
concluir os estudos obrigatórios na idade própria, bem dos, como também, da garantia dos recursos necessá-
como resgatar o conhecimento prévio dos estudantes, rios para a sua efetivação. O professor, por sua vez, é o
fazendo-os partícipes na resolução de problemas, na principal agente de transformação no processo de edu-
construção do conhecimento de forma a responder com car. A ele cabe a reconstrução educacional, baseada
pertinência e eficácia as necessidades da vida, do traba- numa ação pedagógica, por meio de um projeto baliza-
lho e da participação social, enquanto processo de inclu- dor da vida da sociedade, capaz de levar à mudança
são social e de cidadania plena. social e cultural da comunidade e consequentemente, a
O Município de Caxias do Sul oferece a Modalida- construção da cidadania.
de não somente como dever Constitucional, mas tam-
bém, sensível à necessidade da sociedade, uma vez que Comissão do Ensino Fundamental e Modalidades:
o número de pessoas que não tiveram acesso ou possi- André da Silveira Maria Fatima Miot Bruna Conra-
bilidade de conclusão na idade adequada é significativo. do Marcia Adriana de Carvalho Ceres Maria Machado
Enquanto Sistema Municipal de Ensino, o Conselho Mu- Vieira Meri Rogéria de Oliveira Henriques Cleinara Pires
nicipal de Educação tem a incumbência de “fixar normas Cardoso Rejane Maria Daneluz Raimann Daniela da Sil-
para o Ensino Fundamental destinado aos Adolescentes, veira Fraga Rosana Cardoso Vieira Fabiane Berti Gran-
Jovens e Adultos que a ele não tiveram acesso na idade zotto Rosângela Gross R. de Almeida Jusley Almeida
própria”. A autonomia do Sistema permite definir a or- Finger Viviane Liliam Marques Lourdes Bender da Rosa
ganização, a estrutura e funcionamento da Educação de Dias Madelon Lopes Taunous
Jovens e Adultos. Aprovada, por unanimidade, em sessão Plenária
A EJA assume, no momento atual, uma concepção de 26 de setembro de 2017.
mais ampla de função qualificadora, na perspectiva do Rejane Maria Daneluz Raimann, Vice-presidente
direito à educação ao longo da vida. Tal concepção, está do Conselho Municipal de Educação.
posta no Art. 2º, da Resolução CNE/CEB Nº 3/2010, a
saber:
Art. 2º Para o melhor desenvolvimento da EJA,
cabe a institucionalização de um sistema educacional
público de Educação Básica de jovens e adultos, como
política pública de Estado e não apenas de governo,
assumindo a gestão democrática, contemplando a diver-
sidade de sujeitos aprendizes, proporcionando a conju-
gação de políticas públicas setoriais e fortalecendo sua
vocação como instrumento para a educação ao longo da
vida.
Como decorrência dessa concepção, é importante
propor diferentes alternativas de horários para atender
adequadamente a todos os estudantes.
Os jovens e adultos buscam na EJA conhecimen-
tos mínimos para o atendimento das atuais exigências
do mercado de trabalho, acompanhar os filhos na escola,
auxiliá-los nos deveres de casa e realização pessoal.
Portanto, a educação deve oferecer os meios para uma
aprendizagem adequada às especificidades desses estu-
dantes, favorecendo a permanência dos mesmos no
processo de escolarização com sucesso nesta etapa de
ensino, bem como continuidade na próxima etapa da
educação Básica..
É preciso resguardar os princípios de qualidade do
ensino e da aprendizagem, por meio de metodologias e
estratégias adequadas, aliando interesses de duas or-
dens: aprendizagem e tempo, ou seja, um curso que
consiga em menor tempo promover as aprendizagens
fundamentais relativas a etapa de ensino cursado. As-
sim, o currículo precisa ser organizado de modo a aten-
der às diferenças individuais e garantir o desenvolvimen-
to de aprendizagens fundamentais àqueles que não tive-
ram acesso à escolarização, ou não conseguiram concluir
seus estudos regulares.
Para tanto, a formação continuada dos professo-
res que atuam na EJA, é de fundamental importância, e
deve ocorrer por meio de cursos que os qualifiquem para
atender a especificidade e diversidade desses estudan-
tes. Também devem ser assegurados tempos para o
planejamento coletivo levando em consideração a meto-
dologia adotada pela escola.
A normatização emitida por este Conselho tem a
intenção de contribuir para o avanço da proposta da
Educação de Jovens e Adultos, por ela estar direcionada
176
CADERNO

DE

ATIVIDADES
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
CADERNO DE ATIVIDADES A) Flor.
B) Esperança.
C) Pétalas.
Atenção: Exercícios de concursos diversos. Favor D) Rei.
considerar apenas questões relativas com maté- E) Vida.
rias do presente concurso.
07) Assinale a alternativa em que a palavra encontra-
PORTUGUÊS se escrita de modo ERRADO:
A) Morrer.
TEXTO: B) Sangrando.
C) Velinho.
O velho e a flor D) Chega.
Por céus e mares eu andei E) Quando.
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor 08) Segundo o texto, o amor é:
Ninguém sabia me dizer A) Espinho que não se vê em cada flor.
E eu já queria até morrer B) Carinho.
Quando um velhinho com uma flor assim falou: C) Vida quando chega sangrando.
D) Vida aberta em pétalas de amor.
O amor é o carinho E) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
É o espinho que não se vê em cada flor
É a vida quando 09) De acordo com o texto, ninguém sabia dizer o que
Chega sangrando é o amor. Com isso, o autor sentia o desejo de:
Aberta em pétalas de amor. A) Sofrer.
B) Morrer.
(Vinícius de Moraes/Toquinho) C) Chegar.
D) Sangrar.
01) Segundo o texto, o autor ao andar por céus e ma- E) Cantar.
res, encontrou:
A) Um poeta e uma mulher. 10) “O amor é o carinho.” O sinal de pontuação utili-
B) Um rei e o amor. zado na frase anterior termina o período. O ponto final
C) Um poeta e um rei. foi usado corretamente em:
D) A esperança e o amor. A) Você tem quanto cachorros.
E) Um velhinho e uma mulher. B) O que aconteceu.
C) Ele está muito feliz.
02) “Na esperança de saber o que é o amor Ninguém D) Qual é a novidade.
sabia me dizer”. E) Nenhuma das respostas anteriores.
Observe a palavra sublinhada anteriormente e assinale
o sinônimo: MATEMÁTICA
A) Ato de decorar.
B) Estar enamorado. 11) Marília tem 7 anos e sua mãe, 35. Que idade tinha
C) Expectativa, o que se espera ou deseja. a mãe de Marília quando ela nasceu?
D) Existir, ter vida. A) 25
E) Recomeçar. B) 26
C) 27
03) Assinale a alternativa que apresenta palavra no D) 28
feminino: E) 29
A) Céus. 12) Eduardo trabalha em um escritório de contabilidade
B) Amor. 6 horas por dia. Sabendo-se que a semana de serviço é
C) Poeta. de 5 dias, ao final desta semana, quantas horas ele
D) Velhinho. trabalhará?
E) Flor. A) 30
B) 35
04) Assinale a palavra que encontra-se acentuada IN- C) 25
CORRETAMENTE: D) 32
A) Vê. E) 37
B) Pétalas.
C) Sangrândo. 13) Marli ganhou 18 rosas vermelhas e vai colocá-las
D) Céus. em 3 vasos em quantidades iguais. Quantas flores se-
E) Ninguém. rão colocadas em cada vaso?
A) 2
05) Assinale a alternativa que apresenta palavra no B) 3
diminutivo: C) 4
A) Espinho. D) 5
B) Velhinho. E) 6
C) Carinho.
D) Assim. 14) Assinale o número que antecede 498:
E) Morrer. A) 499
B) 497
06) Assinale a alternativa que apresenta palavra no C) 496
masculino: D) 500
5
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
E) 490 __________da Universidade Federal de Pelotas
(CPPMet/UFPel).
15) Assinale abaixo a alternativa correta: Somente o volume registrado entre domingo e
A) 35 + 35 = 60 segunda-feira chegou ........ 59 milímetros.
B) 10 + 23 = 33 A chuvarada ajudou a recuperar o nível da barra-
C) 52 - 25 = 30 gem Santa Bárbara, responsável pelo abastecimento de
D) 45 - 10 = 25 40% dos 342,5 mil habitantes da cidade, que nos últi-
E) 30 - 5 = 16 mos dias de abril chegou ........ estar 1,2 metro abaixo
de seu nível normal e ontem já estava com apenas 90
16) Uma caixa contém 60 balas. Quantas dezenas de centímetros negativos. Nos demais municípios da regi-
balas há na caixa? ão, todavia, as precipitações não foram suficientes para
A) 6 __________ os efeitos da estiagem. Dos 17 municípios
B) 10 monitorados pela Defesa Civil, apenas em Morro Re-
C) 4 dondo o total de chuvas registrado este ano foi maior
D) 3 que no mesmo período de 2007. Desde o início de ja-
E) 8 neiro já choveu 603 milímetros, enquanto no mesmo
período de 2007 a marca foi de 541,5 milímetros.
17) Luiz foi à feira e comprou duas dúzias e meia de As situações mais graves persistem nos municí-
laranjas. Quantas laranjas ele comprou? pios de Chuí, Arroio Grande, Pedras Altas, Santa Vitória
A) 24 do Palmar, Jaguarão e Herval, que apresentam um
B) 30 déficit hídrico superior a 50%, na __________ com os
C) 12 quatro primeiros meses do ano passado. Em Chuí, no
D) 18 extremo Sul do Estado, o déficit chega a 80% este ano.
E) 50 Entre janeiro e maio de 2007 choveu no município 725
milímetros, enquanto em 2008 o índice acumulado
18) Em uma lanchonete foram vendidos 45 pastéis de soma apenas 144 milímetros.
queijo, 30 de carne e 12 de palmito. Quantos pastéis Adaptado de: http://www.correiodopovo.com.br/
foram vendidos no total? edicaododia.asp. Acessado em: 06 maio, 2008.
A) 73
B) 92 1. Assinale a alternativa que completa correta e res-
C) 45 pectivamente as lacunas de linha contínua do texto.
D) 81 a) Meteorológicas – amenizar – comparação
E) 87 b) Metereolójicas – amenisar – comparação
c) Meteorológicas – amenizar – comparassão
19) Adriana tem um caderno de 55 páginas. Já usou d) Meteorológicas – amenisar – comparasão
28. Quantas páginas restam em branco? e) Metereolójicas – amenizar – comparação
A) 25
B) 22 2. Assinale a alternativa que completa correta e respec-
C) 27 tivamente as lacunas de linha pontilhada do texto.
D) 31 a) no – a – a
E) 42 b) em – à – a
c) nas – a – a
20) O calendário mostra os dias, as semanas, os meses d) em – a – a
e o ano. Sobre as informações do calendário, marque a e) no – à – a
informação correta:
A) Uma semana tem 9 dias. 3. Analise as afirmativas sobre o texto.
B) Um ano tem 12 meses. I. O autor faz uso de palavras no seu sentido denotati-
C) Um semestre tem 8 meses. vo.
D) Um ano tem 390 dias. II. O texto descreve a realidade de uma forma objetiva
E) Um mês tem 25 dias. e direta.
III. O texto está estruturado com base em uma contes-
GABARITO tação.

01 02 03 04 05 06 07 08 Qual(is) está(ão) correta(s)?


C C E C B D C E a) Apenas a I.
09 10 11 12 13 14 15 16 b) Apenas a II.
B C D A E B B A c) Apens a III.
17 18 19 20 d) Apenas a I e a II.
B E C B e) I, II, III.

Português 4. De acordo com o texto,


a) não chove há um mês em Pelotas.
Chuva já supera média do mês em Pelotas b) alguns municípios ainda apresentam um déficit hídri-
co superior a 50% em relação aos primeiros quatro
O total de precipitação registrado ........ Pelotas meses de 2007.
nos primeiros cinco dias de maio já superou a quanti- c) o nível da Barragem de Santa Bárbara permanece
dade prevista para todo o mês. Desde o dia 1º já cho- inalterado.
veu na cidade o equivalente a 129,3 milímetros, con- d) Chuí apresenta o déficit hídrico mais baixo.
forme os dados do Centro de Pesquisas e Previsões e) as precipitações foram suficientes para acabar com a
estiagem.

6
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
5. Assinale a alternativa que identifica correta e respec- 13. Com relação ao coletivo dos substantivos, numere a
tivamente os tempos das formas verbais “superou”, segunda coluna, de acordo com primeira.
“estava” e “apresentam”, em destaque no texto. 1. Cancioneiro
a) Pretérito perfeito do indicativo / pretérito maisque- 2. Falange
perfeito do indicativo / presente do subjuntivo b) Preté- 3. Chusma
rito imperfeito do indicativo / pretérito perfeito do indi- 4. Baixela
cativo / presente do indicativo 5. Ninhada
c) Pretérito perfeito do indicativo / pretérito imperfeito
do indicativo / presente do indicativo ( ) Soldados
d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo / futuro ( ) Objetos de mesa
do pretérito do indicativo / presente do subjuntivo e) ( ) Pessoas
Futuro do pretérito do indicativo / pretérito imperfeito ( ) Canções
do indicativo / presente do indicativo ( ) Pintos
( ) Anjos
6. Assinale a alternativa que classifica corretamente o
verbo “chover”. Assinale a alternativa que apresenta a correta seqüên-
a) Irregular. cia numérica, de cima para baixo, da 2ª. coluna.
b) Auxiliar. a) 2 – 4 – 3 – 2 – 1 – 1
c) Regular. b) 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 5
d) Anômalo. c) 3 – 1 – 4 – 2 – 5 – 3
e) Defectivo. d) 2 – 4 – 3 – 1 – 5 – 2
e) 3 – 3 – 2 – 1 – 5 – 4
7. As palavras “já” e “não” (2º parágrafo) são
a) substantivos. 14. Assinale a alternativa cujo termo em destaque na
b) advérbios. oração é um objeto direto.
c) preposições. a) É uma doença que ataca o sistema de defesa do
d) conjunções. organismo.
e) adjetivos. b) O governo criou mais um imposto.
c) A torcida ficou calada.
8. Assinale a alternativa cuja palavra deve ser acentua- d) Confiamos em suas palavras.
da pela mesma regra que acentua “início”. e) A professora narrava histórias aos seus alunos.
a) Chuí.
b) Déficit. 15. Assinale a alternativa cuja palavra sublinhada está
c) Período. corretamente classificada entre parênteses.
d) Vitória. a) Somente ao diretor caberá a decisão. (adjetivo)
e) Hídrico. b) Minha rua ficou às escuras. (substantivo)
c) Aqueles candidatos estão bem preparados.
9. Assinale a alternativa cuja palavra está corretamente (preposição)
separada em sílabas. d) Elas estavam mais bem adiantadas do que nós.
a) Mun – i – cí – pi – os (advérbio)
b) Bar - ra – gem e) A cidade ficou às escuras. (conjunção)
c) Mil – í – me - tros
d) Norm – al 16. A alternativa que apresenta corretamente o antô-
e) Extre - mo nimo do substantivo é a) inédito - original
b) bem – mau
10. “Chuva” se escreve com “ch”. Também se escreve c) soberba – humildade
com “ch” a palavra d) velho – antigo
a) Capa__o. e) vigor – potência
b) __erife.
c) En__aqueca. 17. Assinale a oração sem sujeito.
d) Lagarti__a. a) Deve haver bons jogadores no time.
e) Engra__ar. b) Alguém falou sobre meu irmão na entrevista.
c) Naquela sala ainda existem grupos heterogêneos.
11. Em “o total de chuvas registrado este ano foi maior d) Dizem que haverá novas mudanças.
que no mesmo período de 2007.” (2º parágrafo), o e) Vamos para casa mais cedo.
adjetivo destacado está no grau
a) superlativo. 18. Quanto à concordância verbal, assinale a alternati-
b) superlativo absoluto. va incorreta.
c) comparativo de igualdade.
d) superlativo relativo de superioridade. a) Sou eu que decido o que fazer.
e) comparativo de superioridade. b) O fumo e o álcool prejudicam a saúde.
c) O prêmio foi entregue ao vencedor.
12. Quanto ao número de sílabas, assinale a alternativa d) O professor e os alunos saíram da sala.
incorreta. e) Ane, Luis e eu foram ao cinema ontem.
a) Janeiro- trissílaba.
b) Sul - monossílaba. 19. Assinale a alternativa em que todas as palavras são
c) Nível – dissílaba. femininas.
d) Chuí – monossílaba. a) sanduíche – caneta – livro
e) Chuvarada – polissílaba. b) fama – mesa – dor
c) barco – pijama – dinamite
d) pente – raio – ponte
7
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
e) aguardente – país – linha e) 0,8 e 2500.

20. Assinale a alternativa que apresenta o correto plu- 28. Assinale a alternativa que contém, respectivamen-
ral do substantivo. te, símbolos de unidades de comprimento, capacidade e
a) anel – anels massa.
b) cristão – cristães a) kg – cm – mL.
c) porão – porões b) km – cL – cg.
d) bem – bems c) cg – mL – mm.
e) cálix – cálixes d) dm – g – cm.
e) hg – cL – hm.
MATEMÁTICA
29. A proporção entre oito e quinze é a mesma que
21. O produto de duzentos e trinta e nove por duzentos entre sessenta e quatro e
e noventa e sete é a) 160.
a) 70.123. b) 180.
b) 71.593. c) 176.
c) 69.933. d) 120.
d) 70.983. e) 225.
e) 68.873.
30. Uma loja oferece um produto de R$ 286,35 por R$
22. Dividindo-se dois mil e seiscentos por cento e qua- 243,39. O percentual de desconto oferecido é de apro-
tro, obtém-se ximadamente
a) 15. a) 13 %.
b) 14. b) 9 %.
c) 25. c) 15 %.
d) 50. d) 9 %.
e) 28. e) 11 %.

23. Uma prancha de madeira foi cortada em dezoito 31. Em uma rede de supermercados, o kg de certo
pedaços iguais, e cada um deles foi cortado em doze peixe, limpo, é vendido por R$ 22,96, e no mercado
pedacinhos também iguais. Seis desses pedacinhos público o kg do mesmo peixe, também limpo, é vendido
correspondem a que fração da prancha? por R$ 16,40. Assinale a alternativa que corresponde
a) 1 / 24. ao acréscimo percentual do preço no supermercado, em
b) 1 / 18. relação ao mercado público.
c) 1 / 30. a) 38 %.
d) 1 / 12. b) 40 %.
e) 1 / 36. c) 28 %.
d) 44 %.
24. Efetue e assinale a alternativa que corresponde à e) 42 %.
solução.
{( 3 / 4 ) + ( 5 / 8 )} ÷ {( 5 / 2 ) − ( 1 / 5 )} 32. Assinale a alternativa que corresponde à fração de
a) 23 / 8. maior valor numérico.
b) 55/ 18. a) 7 / 3.
c) 66 / 45. b) 15 / 6.
d) 55 / 92. c) 156 / 66.
e) 22 / 33. d) 77 / 33.
e) 154 / 61.
25. Multiplicando-se trinta e cinco centésimos por qua-
tro inteiros e oito décimos, obtém-se 33. Divide-se um número X por 18, e o resultado obtido
a) 1,48. dessa divisão divide-se por 12, obtendo-se 16. O nú-
b) 1,58. mero X é
c) 1,68. a) 3346.
d) 1,78. b) 3356.
e) 1,88. c) 3436.
26. Um motorista colocou em seu veículo trinta e dois d) 3456.
litros de gasolina, a dois Reais e cinqüenta e um centa- e) 3236.
vos o litro. O custo do combustível foi de
a) R$ 79,52. 34. Efetue e assinale o resultado.
b) R$ 78,72. (0,36 ÷ 0,045) × (1,44 ÷ 7,2)
c) R$ 80,32. a) 1,6.
d) R$ 81,12. b) 0,16.
e) R$ 80,92. c) 16.
d) 0,016.
27. Obtém-se duas medidas, sendo uma de oito decí- e) 160.
metros e a outra de dois e meio decâmetros. A que
quantidades elas correspondem, respectivamente, em 35. Um cidadão foi ao mercado e adquiriu certo número
centímetros? de produtos. A tabela a seguir indica o tipo e a quanti-
a) 0,8 e 25. dade dos produtos adquiridos, e o valor unitário da
b) 8 e 2500. quantidade de cada produto.
c) 80 e 25.000.
d) 800 e 2500.
8
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
Tipo Quantidade Valor unitário Gabarito
1 2 3 4 5 6 7 8
Arroz 6 kg R$ 2,35 A D D B C E B D
Azeite 3 latas R$ 2,79 9 10 11 12 13 14 15 16
Feijão 2 kg R$ 2,29 B A E D D B D C
Açúcar 3 kg R$ 1,89 17 18 19 20 21 22 23 24
Carne 2,5 kg R$ 12,60 A E B C D C E D
25 26 27 28 29 30 31 32
Qual será o valor das compras? C C C B D C B E
a) R$ 53,12. 33 34 35 36 37 38 39 40
b) R$ 54,22. D A D C A B D C
c) R$ 63,12.
d) R$ 64,22. Raciocínio Lógico
e) R$ 64,12.
1 No período de um ano, uma cidade com 200.000
36. Um fio de 5,40 m de comprimento foi cortado em habitantes apresentou uma taxa de crescimento de
três partes iguais, e cada parte foi cortada em quarenta 0,5%. Se a taxa se mantiver por mais um ano, o au-
e cinco pedacinhos iguais. O comprimento de cada mento total da população nesses dois anos correspon-
pedacinho mede derá a:
a) 2 mm. A) 2005 habitantes. D) 2115 habitantes.
b) 6 cm. B) 2015 habitantes. E) 2025 habitantes.
c) 40 mm. C) 2105 habitantes.
d) 12 mm.
e) 10,80 mm. 2 Carlos é filho de Mariana, que é filha de Adriana.
37. Deseja-se acondicionar dezoito litros de tinta em Sabe-se ainda, que Pablo é avô de Mariana por parte
embalagens de duzentos e cinqüenta mL. Quantas em- de mãe. Portanto, NÃO é correto afirmar que:
balagens são necessárias? A) Carlos é neto de Adriana.
a) 72. B) Pablo é avô de Mariana.
b) 64. C) Mariana não é neta de Pablo.
c) 86. D) Adriana é avó de Carlos.
d) 58. E) Adriana tem pelo menos um neto.
e) 68. 3 Assinale abaixo, a figura que NÃO tem relação com as
demais:
38. A proporção entre os lados de um retângulo é de 3
para 5. Se o lado menor mede 12 metros, então o lado
maior mede
a) 15 m.
b) 20 m.
c) 16 m. A) D)
d) 25 m.
e) 18 m.

39. Uma codorna poedeira põe em média vinte e seis


ovos a cada trinta dias. Nessas condições, dez codornas
porão, em quinze dias, quantos ovos?
a) 140.
b) 126.
c) 136. B) E)
d) 130.
e) 150.

40. Um produto sofreu três aumentos sucessivos, inici-


almente de 25 %, depois de 18 % e finalmente de 12
%. O aumento percentual final desse produto foi de
a) 68,4 %. C)
b) 54 %. 4 Sabe-se que durante o segundo semestre de um ano
c) 65,2 %. foram realizadas 8 reuniões, uma a cada dia, com os
d) 58,6 %. professores de uma determinada escola. Das afirmati-
e) 55 %. vas abaixo, assinale a verdadeira:
A) Pelo menos uma das reuniões ocorreu na segunda-
feira.
B) Pelo menos um deles é professor de matemática.
C) Pelo menos em dois meses houve mais de uma reu-
nião.
D) Pelo menos duas das reuniões ocorreram no mesmo
dia da semana.
E) Pelo menos um dos professores é do sexo masculi-
no.

9
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
5 Sabe-se que Paulo estuda de manhã e trabalha à dades iniciais. O número de laranjas, bananas e maçãs
tarde; Karina trabalha de manhã ou estuda à tarde e se nesta ordem, é igual a:
Mário não estuda de manhã, trabalha à tarde. A) 4, 8 e 2 D) 6, 12 e 3
Ontem todos trabalharam, sendo que dois deles traba- B) 6, 18 e 3 E) 4, 10 e 2
lharam juntos. Acerca disso, marque a alternativa cor- C) 8, 16 e 4
reta:
A) Karina trabalhou com Mário. 11. Uma professora formou grupos de 2 e 3 alunos com
B) Mário estudou de manhã. o objetivo de conscientizar a população local sobre os
C) Paulo não estudou de manhã. cuidados que devem ser tomados para evitar a dengue.
D) Karina estudou à tarde. Sabendo que dois quintos dos alunos escolhidos para
E) Karina não trabalhou com Paulo. realizar essa campanha são do sexo masculino, e que
cada grupo formado contém um e apenas um aluno do
6 Numa rua, todas as casas, cujas famílias têm mais de sexo masculino, a quantidade de grupos de dois alunos
três pessoas, são próprias. Sabe-se que João mora é igual
nessa rua, em uma casa própria. Diante do exposto, A) à quantidade de grupos de três alunos.
marque a alternativa correta: B) ao dobro da quantidade de grupos de três alunos.
A) A família de João tem três pessoas. C) à metade da quantidade de grupos de três alunos.
B) João não mora sozinho. D) ao triplo da quantidade de grupos de três alunos.
C) Nada se pode afirmar sobre o número de pessoas da E) à terça parte da quantidade de grupos de três alu-
família de João. nos.
D) A família de João tem menos de três pessoas.
E) A família de João tem mais de três pessoas. 12. Sejam A e B os conjuntos dos números naturais
múltiplos de 2 e 3, respectivamente, e C o conjunto
7 Juliana é irmã da prima do irmão de Guilherme. formado pela interseção de A e B. Com respeito às
Sabe-se que Guilherme tem um único irmão e Juliana proposições I, II e III, apresentadas a seguir, é correto
uma única irmã. Portanto, pode-se afirmar que: afirmar que
A) Juliana não é prima de Guilherme. I - Se x pertence a A então x + 1 pertence a B.
B) Guilherme é irmão de Juliana. II - Se x pertence a C então x + 6 pertence a C.
C) Guilherme tem apenas uma prima. III - Se x pertence a A e x + 1 pertence a B então x +
D) Guilherme tem pelo menos duas primas. 4 pertence a C.
E) Juliana tem apenas um primo. A) Apenas a proposição II é verdadeira.
B) Apenas a proposição III é verdadeira.
8 Uma quantia em dinheiro foi dividida entre 4 pessoas. C) Apenas a proposição I é falsa.
Sabe-se que cada pessoa gastou a metade do dinheiro D) Todas as proposições são verdadeiras.
que recebeu, e 1/4 do restante do dinheiro de cada E) Todas as proposições são falsas.
pessoa foi colocado em uma caixa, totalizando R$
20,00. Assinale a quantia dividida inicialmente: 13. Em uma das faces de uma moeda viciada é forjado
A) R$ 160,00 D) R$ 200,00 o número zero, e na outra o número um. Ao se lançar a
B) R$ 180,00 E) R$ 150,00 moeda, a probabilidade de se obter como resultado o
C) R$ 120,00 número zero é igual a 2/3. Realizando-se cinco lança-
mentos independentes, e somando-se os resultados
9 Em qual das figuras abaixo a área em negrito repre- obtidos em cada um desses lançamentos, a probabili-
senta uma fração da área total diferente das demais? dade da soma ser igual a um número par é
A) 121/243
B) 122/243
C) 124/243
D) 119/243
E) 125/243

A) D) 14. Os números naturais da seqüência X1, X2, X3,


X4,...,XN seguem uma ordem lógica crescente. Saben-
do que a soma e o produto dos três primeiros termos
dessa seqüência valem, respectivamente, 12 e 48, e
que a soma e o produto dos segundo, terceiro e quarto
termos valem 18 e 192, respectivamente, o centésimo
termo dessa seqüência é igual a
A) 160.
B) E) B) 200.
C) 240.
D) 220.
E) 180.

15. Antônio, José e Paulo são professores de uma uni-


C) versidade da cidade de São Paulo. Paulo é Paraibano, e
os outros dois são mineiro e paulista, não necessaria-
10 Numa cesta de frutas há laranjas, maçãs e bananas. mente nessa ordem. Os três professores são formados
Sabe-se que o número de laranjas é igual ao dobro do em engenharia, física e matemática, mas não se sabe
número de maçãs e que, se retirarmos 4 laranjas e 6 quem é graduado em qual curso. Sabendo que o físico
bananas, o número total dessas frutas caem, respecti- nunca mudou de cidade, e que o mineiro não é José e
vamente, para um terço e dois terços de suas quanti- nem é engenheiro, é correto afirmar que
A) Antônio é mineiro e graduado em matemática.
10
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
B) José é paulista e graduado em engenharia. (C) =TETO(A2*60+B2;30)/60
C) Paulo não é engenheiro. (D) =ARREDONDAR.PARA.CIMA(A2*60+B2;30)/60
D) Antônio é paulista e graduado em física. (E) =TRUNCAR(A2*60+B2;30)/60
E) José é mineiro e graduado em matemática.
2. Deseja-se fazer uma planilha, em EXCEL, que obte-
16. Um sistema de sinalização visual é composto por nha cotações em Reais, de uma licitação internacional,
dez bandeiras, sendo quatro vermelhas, três pretas e na qual os valores unitários dos produtos sejam cota-
três brancas, as quais são hasteadas numa determina- dos em dólares. Na planilha a seguir, digitou-se dados
da ordem para gerar as mensagens desejadas. Sabe-se e fórmulas para obtenção dos valores em Reais. A célu-
que apenas um centésimo das mensagens que podem la B1 contém a cotação do dólar (em Reais). A figura
ser geradas por este sistema é utilizado na prática. mostra, na célula E3, o resultado obtido após a digita-
Deseja-se desenvolver um novo sistema de sinalização ção de uma determinada fórmula. A mesma fórmula foi
visual, composto apenas de bandeiras de cores distin- copiada para as células E4, E5 e E6. Qual é essa fórmu-
tas e que seja capaz de gerar, pelo menos, a quantida- la?
de de mensagens empregadas na prática. O número
mínimo de bandeiras que se deve adotar no novo sis-
tema é
A) 4.
B) 6.
C) 3.
D) 7.
E) 5.

17. Um professor entregou uma lista de exercícios con- (A) =D3*B1


tendo dez questões para ser resolvida por cada um dos (B) =D$3*B$1
vinte alunos de sua turma. (C) =D3*$B1
Seis alunos conseguiram resolver todas as questões da (D) =$D$3*$B$1
lista, dez alunos resolveram oito questões e os demais (E) =D3*B$1
resolveram apenas duas questões. Escolhendo-se alea-
toriamente um aluno e uma questão da lista, a probabi- 3. Chegou ao Ministério Público uma denúncia de que
lidade da questão escolhida não ter sido resolvida é uma loja anunciava uma taxa de juros de 3% ao mês
igual a nas suas vendas a prazo, e que o percentual efetiva-
A) 13/50 mente praticado não era o constante do anúncio, re-
B) 17/50 produzido abaixo.
C) 23/50
D) 27/50 Promoção: TV 29" à vista R$1000,00, ou em 10
E) 37/50 parcelas de R$130,00. Taxa de juros= 3% ao
mês
Gabarito
1 A; 2 C; 3 E; 4 D; 5 E; 6 C; 7 D; 8 A; 9 D; 10 B. Qual a função financeira que permitiria calcular que a
11 A; 12 C; 13 B; 14 B; 15 A; 16 E; 17 A. taxa de juros praticada é de aproximadamente 5,08% e
não os 3% anunciados?
PROVA DE INFORMÁTICA
(A) =TAXA(10;-130;1000)
Instrução: As questões de números 41 a 43 referem-se (B) =VP(0,03;10;-130)
à planilha eletrônica EXCEL (Microsoft) (C) =VF(3%;10;-130)
(D) =NPER(0,03;-130;1000)
1. Numa planilha EXCEL, deseja-se calcular o número (E) =PGTO(3%;10;-1000)
de horas utilizadas de um certo serviço, a partir do
tempo medido em horas e minutos. A regra da tarifa- Instrução: As questões de números 44 e 45 referem-se
ção das horas é que se considere frações de 30 minu- ao Processador de Textos WORD (Microsoft)
tos, sempre arredondando para cima. Assim, a fórmula
que calcula o número de horas em frações de 30 minu- 4. Nos textos inseridos na tabela a seguir, foram usa-
tos, a ser digitada na célula C2, do exemplo abaixo, e dos alguns recursos de formatação de textos, porém
que depois será copiada para as demais linhas será: mantiveram-se sempre as mesmas fontes.

Produto Embalagem Disponibilidade


H SO 3 Pronta entrega
2 4 80 cm
H O 3 Indisponível
2 2 50 cm

Qual das alternativas abaixo contém recursos que fo-


ram usados conjuntamente na formatação?

(A) Sobrescrito e Relevo


(B) Subscrito e Tachado
(C) Itálico e Negrito
(D) Sublinhado e Relevo
(A) =ARRED(A2*60+B2;30)/60 (E) Subscrito e Caixa alta
(B) =ARREDMULTB(A2*60+B2;30)/60
11
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
5. Na barra de ferramentas padrão, o WORD possui II- Para trabalhar nos arquivos que estão no porta-
uma ferramenta que permite copiar os formatos de arquivos, os computadores que possuem cópias
parágrafo e de caractere de determinado texto existen- dos arquivos devem estar conectados à rede no
te, para outro, sem copiar o texto. Tal ferramenta cha- momento da alteração.
ma-se: III- Pode-se atualizar a versão de apenas alguns arqui-
vos selecionados no porta-arquivos, não sendo ne-
(A) Copiar. cessário sincronizar todos os arquivos em uma úni-
(B) Colar. ca operação.
(C) Colar especial. Quais estão corretas?
(D) Pincel. (A) Apenas I.
(E) Recortar. (B) Apenas II.
(C) Apenas III.
6. No INTERNET EXPLORER, qual o atalho de teclado (D) Apenas I e II.
que corresponde à sequência de menus EXIBIR  TELA (E) Apenas II e III.
INTEIRA? QUESTÃO 11:

(A) F1 Em um computador com o sistema operacional Win-


(B) F4 dows 2000, um usuário possui a seguinte configuração
(C) F8 de permissões sobre um arquivo:
(D) F10
(E) F11

7. Uma das opções do OUTLOOK é a de assinar as


mensagens digitalmente. O que este tipo de operação
assegura para a mensagem enviada?

(A) Integridade
(B) Confidencialidade
(C) Invisibilidade das cópias
(D) Eliminação de anexos
(E) Prevenção contra vírus
As opções abaixo representam operações que esse
8. Qual o significado do campo Cco: no cabeçalho das usuário está impossibilitado de realizar sobre esse ar-
mensagens de correio eletrônico? quivo, a exceção de uma. Marque a alternativa que
indica CORRETAMENTE a operação que o usuário con-
(A) Endereço para resposta seguirá realizar com sucesso sobre o arquivo.
(B) Endereço para envio da mensagem em caso de a) Alterar permissões.
erro b) Ler permissões.
(C) Endereço de envio de cópia oculta c) Adicionar usuário.
(D) Endereço do originador da mensagem d) Apropriar-se.
(E) Lista de endereços de cópias ordenadas
QUESTÃO 12:
9. Considere as seguintes afirmativas a respeito de Considere a exibição de uma pasta pelo Windows Ex-
compartilhamento de arquivos. plorer do sistema operacional Windows 2000:

I- Para o acesso compartilhado em nível de comparti-


lhamento, não precisa existir a identificação do
usuário, mas apenas uma senha de acesso.
II- Quando o arquivo ou pasta compartilhada possui
proteção de escrita e leitura, a senha que permite
leitura permite também, obrigatoriamente, a escri-
ta de dados no arquivo ou pasta.
III- Quando o compartilhamento é por usuário, no
momento do compartilhamento deve existir um
servidor que forneça todos os usuários logados na
rede naquele instante.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I. Deseja-se fazer cópias apenas dos arquivos com ex-
(B) Apenas I e II. tensão dll utilizando para isso uma única sequência de
(C) Apenas II e III. comandos copiar-colar. Uma opção para realizar tal
(D) Apenas I e III. operação seria selecionar com o mouse, antes de reali-
(E) I, II e III. zar a cópia, todos os arquivos dll sem, no entanto,
selecionar arquivos com as demais extensões. Marque a
10. Considere as seguintes assertivas a respeito do alternativa que indica CORRETAMENTE como selecio-
recurso "Porta-Arquivos" do WINDOWS 98. nar os arquivos a copiar:
I- A função do porta-arquivos é verificar se os arqui-
vos foram criados pelo usuário que está logado no
computador.
12
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
a) Pressione e mantenha pressionada a tecla CTRL e, QUESTÃO 16:
em seguida, clique em cada arquivo com extensão
dll. São opções que permitem incluir um arquivo como
b) Pressione e mantenha pressionada a tecla SHIFT e, anexo de uma mensagem de correio eletrônico do Mi-
em seguida, clique em cada arquivo com extensão crosoft OutLook, EXCETO:
dll.
c) Apenas clique em cada um dos arquivos com ex- a) Durante a edição de um correio eletrônico, acessar
tensão dll. o menu “Inserir  Arquivo” e daí selecione um ar-
d) Clique no primeiro arquivo com extensão dll, pres- quivo desejado.
sione e mantenha pressionada a tecla SHIFT e, em b) Copiar um arquivo do Windows Explorer e, em
seguida, clique no último arquivo com extensão dll. seguida, colá-lo em uma mensagem de correio que
estiver sendo editada.
QUESTÃO 13: c) Durante a edição de um correio eletrônico, acessar
Considere as condições utilizadas na tentativa de mover o menu “Arquivo Salvar Anexos...” e daí selecio-
um arquivo: nar um arquivo que se deseja anexar.
d) No Windows Explorer, ao clicar com o botão da
I. O disco de destino do arquivo a mover é igual ao direita do mouse sobre um arquivo é exibido um
disco de origem e a pasta de destino tem um nome menu. Ao navegar através de “Enviar para  Des-
diferente da pasta de origem. tinatário de correio”, é possível abrir uma nova
II. O disco de destino do arquivo a mover é diferente mensagem de correio para ser editada, mensagem
do disco de origem e a pasta de destino tem um esta que já possuirá o arquivo clicado como anexo.
nome igual ao da pasta de origem.
III. O disco de destino do arquivo a mover é diferente QUESTÃO 17:
do disco de origem e a pasta de destino tem um O tamanho de um arquivo no sistema operacional Win-
nome diferente da pasta de origem. dows 2000 é apresentado como a medida da sua quan-
IV. O disco de destino do arquivo a mover é igual ao tidade de bytes. Um byte é uma unidade de informação
disco de origem e a pasta de destino tem um nome básica composta de oito (8) bits. Por vez, o bit é a uni-
igual ao da pasta de origem. dade mais básica de dados. Já a taxa de transferência
de arquivos pela internet, por meio de um modem,
Selecione a alternativa que contém todas as condi- geralmente é medida pela quantidade de bits por se-
ções corretas que fazem com que uma operação de gundo que um arquivo é transferido. Suponha que um
mover um arquivo funcione como uma operação de arquivo possui cinco (5) Mega Bytes e está sendo
copiar esse arquivo: transferido a uma taxa constante de cinquenta (50) Kilo
a) II e IV bits por segundo. Marque a alternativa que mais se
b) I e IV aproxima do tempo de transferência desse arquivo.
c) I e III
d) II e III a) 1 minuto e 40 segundos
b) 13 minutos e 59 segundos
QUESTÃO 14: c) 1 segundo
d) 27 horas e 47 minutos
Com o Microsoft Word 2000, é possível que, ao editar
um documento, a data e hora em vigor em um compu- QUESTÃO 18:
tador sejam inseridos, de forma automática, em um
documento Word em edição. Essa operação está dispo- Um protocolo de internet define um conjunto de regras
nível via o menu “Inserir  Data e hora”. Caso uma utilizadas durante uma troca de dados. Existem proto-
data e hora sejam inseridas com a opção “Atualizar colos de internet especializados para a troca de vários
Automaticamente” selecionada, então esses valores são tipos de dados. Um dos protocolos mais conhecidos é o
automaticamente atualizados sempre que o documento http (protocolo de transferência de hipertexto) utilizado
é: para páginas em html (HyperText Markup Language).
a) Aberto Arquivos podem trafegar na internet por meio do http,
b) Criado apesar desse não ser ideal para arquivos grandes. Mar-
c) Salvo que a alternativa que representa o protocolo mais es-
d) Impresso pecializado para a troca de arquivos na internet.

QUESTÃO 15: a) HTTPS


b) FTP
O recurso de edição “Exibir  Cabeçalho e rodapé” do c) MAILTO
Microsoft Word 2000 permite que textos inseridos na d) IP
parte superior e inferior de uma página de um docu-
mento Word se repitam por todas as páginas desse QUESTÃO 19:
documento. Esse recurso minimiza o trabalho de edição
de títulos e outras informações de referência a um do- Diversas configurações, que por padrão não são exibi-
cumento. São elementos com facilidades de edição, das a um usuário do Microsoft OutLook 2000 quando
como por exemplo atualização ou localização, do Micro- esse está editando mensagens, podem ser feitas a
soft Word possíveis de ser inseridos automaticamente a partir do menu “Exibir  Opções”, EXCETO:
partir desse recurso, EXCETO:
a) Solicitar o envio automático de um correio B, do
a) Número de páginas destinatário de um correio A para o remetente do
b) Nome do arquivo correio A, contendo a confirmação de leitura do
c) Comentário correio A.
d) Número da página
13
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
b) Definir a data em que uma mensagem de correio (C) =SEN(30*PI()/180)
será encaminhada ao destinatário, ainda que o bo- (D) =SEN(30*180/PI())
tão enviar já tenha sido clicado. (E) =SEN(30)*PI()/180
c) Escolher entre três níveis de prioridade para uma
mensagem de correio. 3. Tem-se, numa célula, a data de 07/04/2002. Esta
d) Realizar uma verificação da ortografia de uma célula está formatada com o formato d/mmm/aa. O
mensagem de correio antes de enviá-la, sugerindo que será exibido na tela?
correções para palavras desconhecidas. (A) 07/04/2002
QUESTÃO 20: (B) 7/abril/2002
(C) 07/abril/02
O Microsoft OutLook 2000 permite que um usuário crie (D) 7/abr/2002
suas próprias regras para organizar mensagens de (E) 7/abr/02
correio eletrônico. É possível, por exemplo, criar uma
regra que consiga mover uma mensagem recém- Instrução: As questões 54 e 55 referem-se ao proces-
recebida, enviada por um determinado remetente, para sador de textos WORD (Microsoft).
uma pasta a escolha de um usuário (menu “Ferramen-
tas  Assistente de regras...”). Além disso, existem 4. Dentre as operações abaixo, a única que NÃO pode
maneiras pré-definidas pelo OutLook de organizar men- ser obtida com o recurso LOCALIZAR e SUBSTITUIR é:
sagens como por exemplo “Usando modos de exibição”
(menu “Ferramentas  Organizar”). São opções pré- (A) localizar uma palavra ou trecho no documento.
definidas de modos de exibição do OutLook, EXCETO: (B) substituir uma palavra ou trecho no documento por
outra palavra ou trecho.
a) Mensagens com auto visualização (C) localizar determinada página no documento.
b) Por remetente (D) localizar ou substituir o número de uma página do
c) Linha do tempo das mensagens documento.
d) Mensagens abaixo de um limite de tamanho (E) localizar determinada seção no documento.

Gabarito 5. O recurso do WORD que permite ordenar textos e


tabelas segundo uma chave de ordenação, que pode
1 C 11 B
ser um parágrafo ou campo, é:
2 E 12 A
3 A 13 D
(A) TABELA --> CLASSIFICAR.
4 B 14 A
(B) TABELA --> DIVIDIR COLUNAS UNIFORMEMENTE.
5 D 15 C (C) TABELA --> DIVIDIR LINHAS UNIFORMEMENTE.
6 E 16 C (D) TABELA --> FÓRMULA.
7 A 17 B (E) TABELA --> AUTOFORMATAÇÃO DA TABELA.
8 C 18 B
9 A 19 D 6. Para que um aplicativo possa utilizar a impressora
10 C 20 D que está localizada em outro computador, qual condi-
ção deve necessariamente ser satisfeita?
INFORMÁTICA II (A) A impressora, antes de sua utilização, deve ser
instalada como uma unidade de armazenamento
Instrução: As questões 51 a 53 referem-se à planilha remota.
eletrônica EXCEL (Microsoft). (B) O computador no qual a impressora está conectada
fisicamente deve torná-la compartilhada.
1. Numa planilha EXCEL tem-se a fórmula $A2*B$1 (C) A rede TCP-IP deve estar instalada.
digitada na célula B2. Se for copiada esta fórmula para (D) A impressora deve possuir a linguagem POS-
as células C2 até C4, através dos recursos de COPIAR e TCRIPT.
COLAR, tem-se em C4 a fórmula: (E) Apenas o computador em que se encontra o aplica-
tivo que requer a impressão deve estar ligado.

A B C 7. Qual a função do utilitário ScanDisk?

1 (A) Verificar e corrigir erros em arquivos ou pastas,


além de detectar defeitos na superfície do disco,
2 =$A2*B$1 inutilizando áreas defeituosas.
(B) Colocar todos os setores pertencentes ao mesmo
3
arquivo de maneira contígua no disco rígido.
4 (C) Realizar cópia de segurança dos dados de usuário.
(D) Compactar a informação do disco com uma codifi-
(A) $B4*C$1 cação que reduza o espaço em disco utilizado.
(B) $A4*C$1 (E) Acelerar a cópia de aplicativos quando conectado à
(C) $A4*B$1 Internet.
(D) $A2*C$4
(E) $A4*C$3 8. No caso de uma instalação em rede, com clientes
WINDOWS98, qual das alternativas é correta?
2. Determinada fórmula necessita calcular o seno do
ângulo de 30 graus. A função correspondente ao cálculo (A) Caso o usuário não possua logon na rede, ele não
do seno de 30 graus é pode usar o computador.
(A) =SEN(30) (B) Caso o usuário não possua logon na rede, ele po-
(B) =SENO(30) derá utilizar todos os recursos locais do computa-
14
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
dor e também os recursos compartilhados pelo a) designação – gratificada - dois dias;
servidor. b) designação – gratificada - cinco dias;
(C) Caso o usuário não possua logon na rede, ele não c) gratificação – designação – dez dias;
poderá utilizar a Internet. d) n.d.a.
(D) A senha para logon na rede pode ser diferente da
senha de logon no computador local. 3) O horário normal de trabalho de cada cargo ou fun-
(E) Se o usuário não possuir logon no computador ção é o estabelecimento na _______ específica, não
local, ele não poderá utilizá-lo. podendo ser superior a _____ horas diárias e a quaren-
ta __________ semanais.
9. Questão Anulada (Edital 299/2002)
10. No que concerne à utilização de um navegador com a) constituição – oito - horas;
uma conexão ativa na Internet, qual das alternativas b) legislação – seis - e duas horas;
está correta? c) legislação – oito - e quatro horas;
d) n.d.a.
(A) É impossível contaminar a máquina com um vírus
apenas visualizando o conteúdo de uma página. 4) O horário normal de trabalho de cada cargo ou fun-
(B) Para visualizar algumas páginas da Internet, é ção é o estabelecimento na _______ específica, não
necessário instalar, possuir ou habilitar recursos do podendo ser superior a _____ horas diárias e a quaren-
navegador, tais como JAVASCRIPT, JAVA, FLASH, ta __________ semanais.
etc. a) constituição – oito - horas;
(C) Não é possível ler mensagens do correio eletrônico b) legislação – seis - e duas horas;
utilizando apenas o navegador, sem a utilização de c) legislação – oito - e quatro horas;
um programa cliente de correio eletrônico como o d) n.d.a.
OUTLOOK.
(D) Não é possível salvar localmente as figuras exibi- 5) Perderá a remuneração do repouso o servidor que
das em uma página na Internet. tiver ______________, ao serviço, durante a semana,
(E) O mesmo navegador não pode ser utilizado para mesmo que em apenas um turno.
acesso à Internet e acesso às páginas de uma rede
local corporativa. a) faltado sem motivo justificado;
b) doente;
GABARITO c) sem aviso prévio;
d) n.d.a.
1 B
2 C 6) Remuneração é o ___________ acrescido das van-
3 E tagens _______, __________ ou temporárias, estabe-
4 D lecidas em lei.
5 A
6 B a) vencimento – extras – permanentes;
7 A b) vencimento – pecuniárias – permanentes;
8 D c) vencimento – moratórias – permanentes;
d) n.d.a.
9 Anulada
10 B
7) Se o deslocamento do servidor constituir exigência
permanente do cargo,.......
REGIME JURÍDICO ÚNICO
a) não fará jus a diárias
1) Alguns dos requisitos básicos para ingresso no servi-
b) fará jus a diárias
ço público municipal são:
c) fará jus a 50% de diárias
d) n.d.a.
I - Ser brasileiro ou estrangeiro;
II - Ter idade mínima de dezoito anos;
8) A ajuda de custo não poderá exceder o _____ do
III - Estar morando no Brasil a mais de cinco (5) anos
vencimento do servidor, salvo quando o deslocamento
em no caso de ser estrangeiro.
for para _______, caso em poderá ser até de ______
vezes o vencimento, desde que arbitrada justificada-
Estão corretas:
mente.
a) I e II
b) I e III
a) dobro – o interior – três;
c) I
b) triplo – outro estado – quatro;
d) n.d.a.
c) dobro – o exterior – quatro;
d) n.d.a.
2) o servidor nomeado por concurso público adquire a
estabilidade:
9 Constituem algumas das gratificações e adicionais
dos servidores municipais:
a) após um ano de efetivo exercício;
I - Gratificação Natalina;
b) após dois anos de efetivo exercício;
II - Adicional por tempo de serviço;
c) após cinco anos de efetivo exercício;
d) n.d.a.
Corretas:
18) Será tornada sem efeito a _________ do servidor
a) I
que não entrar no exercício da função _________ no
b) II
prazo de ________ a contar do ato de investidura.
c) I e II
d) n.d.a.
15
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
10) A gratificação natalina será considerada para calcu- ( ) a)apenas aos reconhecidamente pobres, inde-
lo de qualquer: pendentemente do pagamento de taxas, é assegurada
a obtenção de certidões em repartições públicas para
a) vantagem pecuniária; defesa de direitos e esclarecimentos de situações de
b) vantagem extra; interesse pessoal;
c) vantagem no 13º salário; ( ) b)indistintamente a todos é assegurada a obten-
d) n.d.a. ção de certidão em repartições públicas e privadas para
esclarecimentos de interesse pessoal, independente-
11) O servidor fará jus ao adicional a partir do mês em mente do pagamento de taxas;
que completar: ( ) c)aos reconhecidamente carentes de recursos
financeiros apenas, independentemente do pagamento
a) um ano; de taxas, é assegurado o direito de petição aos Poderes
b) o quinquênio; Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou
c) o anuênio; abuso de poder;
d) n.d.a. ( ) d)aos brasileiros natos e naturalizados, indepen-
dentemente do pagamento de taxas, em repartições
12) O adicional de periculosidade e de penosidade, públicas apenas, é assegurada a obtenção de certidões
serão respectivamente, de: para defesa de direitos e esclarecimentos de situações
a) trinta e vinte por cento. de interesse pessoal.
b) cinquenta e sessenta por cento.
c) vinte e trinta por cento. 3)Aos Tribunais de Justiça dos Estados é vedado julgar
d) n.d.a. a constitucionalidade de

13) Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servi- ( ) a)lei ou ato normativo municipal em face da
dor responde: Constituição Federal, pela via do controle abstrato de
constitucionalidade.
a) penal e administrativamente; ( ) b)lei ou ato normativo municipal em face da
b) civil e administrativamente; Constituição do respectivo Estado, pela via do controle
c) civil, penal e administrativamente; abstrato de constitucionalidade.
d) n.d.a. ( ) c)lei ou ato normativo federal em face da Consti-
tuição Federal, pela via do controle difuso e incidental
14) O servidor acidentado em serviço, será licenciado de constitucionalidade.
com: ( ) d)emenda à Constituição do respectivo Estado em
face da Constituição Estadual, pela via do controle abs-
a) remuneração integral; trato de constitucionalidade.
b) remuneração de 50% ao vencimento;
c) remuneração de 100% mais 20% de auxilio medico; 4)A intervenção do Estado no Município dar-se-á quan-
d) n.d.a. do

15) O dia do Servidor Público será comemorado: a)não forem prestadas contas devidas, por dois anos
consecutivos, sem motivo de força maior.
a) a vinte e cinco de outubro. b)deixar de ser paga, sem motivo de força maior, dívi-
b) trinta de outubro. da ativa da União.
c) a vinte e oito de outubro. c)o Tribunal de Justiça der provimento a representação
d) n.d.a. para assegurar a observância de decisão do Tribunal de
Contas.
Gabarito d)não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino.
1 2 3 4 5
D D A C A 5)Preencha o espaço deixado em branco do artigo 5º,
6 7 8 9 10 LXXI, da Constituição Federal, com a alternativa corre-
B A C C D ta:
11 12 13 14 15 Conceder- se-a_______________________________
C A C A C sempre
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
DIREITO CONSTITUCIONAL exercício de direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
1)Dentre outros, podem propor a ação de inconstitucio- cidadania.
nalidade, a nível federal:
a)Habeas-corpus;
( ) a)Qualquer cidadão em pleno gozo dos seus direi- b)Habeas-data;
tos; c)Mandado de Injunção;
( ) b)Conselho Federal da Ordem dos Advogados do d)Mandado de segurança.
Brasil;
( ) c)Os Conselho e Seccionais da Ordem dos Advoga- 6)Assinale a opção que não constitui competência ad-
dos do Brasil; ministrativa de todos os entes da federação.
( ) d)Os Presidentes dos Tribunais de Justiça dos
Estados; a)Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
instituições democráticas.
2)Assinale a alternativa correta: b)Conservar o patrimônio público.
c)Combater as causas da pobreza
16
NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
d)Conceder anistia. a) aprendizagem obscura.
b) currículo em ação.
7)Conforme o texto em destaque acima, a Constituição c) currículo oculto.
normatiza os crimes de responsabilidade do Presidente d) aprendizagem informal.
da República. No tocante a este tipo de crime, é IN- e) formação colateral.
CORRETO afirmar que:
02 - Considerando a proposição da teoria de Jean Pi-
a)admitida a acusação contra o Presidente da República aget, numere a coluna da direita de acordo com sua
por crime de responsabilidade, será ele submetido a correspondência com a coluna da esquerda, relacionan-
julgamento perante o Senado Federal; do os fenômenos com os tipos de conhecimento.
b)a acusação, por crime de responsabilidade do Presi- 1. Conhecimento físico.
dente da República, somente é admitida se por dois 2. Conhecimento lógico-matemático.
terços da Câmara dos Deputados; 3. Conhecimento social. ( ) Cor, sabor e odor.
c)decorridos cento e vinte dias sem conclusão do jul- ( ) Número, área e velocidade.
gamento sobre crime de responsabilidade, cessará o ( ) Linguagens, valores e história.
afastamento do Presidente remetendo-se o processo ao ( ) Som, flexibilidade e textura.
STF. ( ) Tempo, volume e peso.
d)nos crimes de responsabilidade, após a instauração
do processo pelo Senado Federal, o Presidente da Re- Assinale a alternativa que apresenta a numeração cor-
pública ficará suspenso de sua funções; reta da coluna da direita, de cima para baixo.
a) 2 – 3 – 1 – 2 – 3.
8)A imunidade tributária recíproca tem como funda- b) 3 – 1 – 2 – 3 – 2.
mento o princípio: c) 1 – 3 – 2 – 1 – 3.
a)federativo. d) 2 – 1 – 3 – 2 – 1.
b)republicano. e) 1 – 2 – 3 – 1 – 2.
c)democrático. 03 - O planejamento é um recurso determinante para a
d)da igualdade entre os contribuintes. qualidade do processo educativo. A esse respeito, con-
sidere as seguintes afirmativas:
9)Quanto a organização político-administrativa da Re- 1. O planejamento é um fenômeno de expressão da
pública Federativa do Brasil, estabelece a Constituição liberdade de cátedra, o que significa que os professores
Federal que compete privativamente a União legislar, são os responsáveis pelas estruturas de planejamento
entre outras matérias, sobre: presentes em uma rede de ensino.
2. O planejamento tem por fim traduzir os princípios e
a)procedimentos em matéria processual. b)educação, diretrizes em procedimentos do trabalho pedagógi-
cultura, ensino e desporto. c)previdência social, prote- co/escolar, de maneira a assegurar a melhor articulação
ção e defesa da saúde. d)registros públicos. possível entre os objetivos institucionais e as demandas
sociais.
10)Considere:
3. Planejar é um procedimento que facilita a relação
I. Trabalho realizado em turnos ininterruptos de reve- com o trabalho, uma vez que amplia a coerência e a
zamento, salvo negociação coletiva. unidade entre as partes da tarefa docente e, por tal
II. Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do importância, deve ser realizado pela mantenedora do
salário. sistema de ensino, de maneira que os docentes apli-
Nessas hipóteses, a jornada de trabalho e a duração da quem as orientações definidas de forma padronizada
licença é de, respectivamente, pela rede de ensino.

a)oito horas e cento e vinte dias. Assinale a alternativa correta.


b)seis horas e cento e vinte dias. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
c)quatro horas e cem dias. b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
d)sete horas e cento e cinquenta dias. c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
d) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
Gabarito e) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
04 - A avaliação é tema de muita conversa e discussão
1) b ; 2) d ; 3)a; 4) d; 5) c ; 6)d; na escola e nos cursos de formação de professores.
7)c ; 8)a; 9)d; 10)b; Tem-se a sensação, por vezes, de que dominamos con-
teúdos, temos disposição para as inovações, somos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS criativos, mas quando chega a hora de avaliar, parece
que todo o domínio, inovação e criatividade desapare-
01 - Nem sempre se tem total transparência e clareza cem. Sobre o papel da avaliação na aprendizagem dos
sobre a direção e os rumos da ação pedagógica na es- alunos, é correto afirmar:
cola, ficando vários aspectos importantes do processo a) O papel da avaliação é oportunizar ao educador, em
formativo em uma condição pouco conhecida e contro- especial, encontrar alternativas para resolver problemas
lada pelos professores e dirigentes escolares. Muitas no processo educativo que não foram bem equaciona-
vezes, esses elementos são decisivos para o resultado dos em oportunidades anteriores.
da aprendizagem. b) A avaliação coroa todo processo educativo, de modo
Ou seja, estamos tratando de efeitos alcançados na que é em função dela que se organiza o ato educativo,
escola que não estão explicitados nos planos e nas pro- pois é para garantir bom desempenho (boas notas ou
postas e consequentemente nem sempre são claramen- conceitos) que a prática pedagógica deve estar orienta-
te percebidos pela comunidade escolar. A isso se deno- da.
mina: c) A avaliação é a razão de ser da educação, pois se o
professor e a escola não tiverem instrumentos que ga-
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NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
rantam a recompensa, não haverá mecanismos de mo- ampliando gradativamente suas possibilidades de co-
tivação e, consequentemente, não ocorrerá a aprendi- municação e interação social.
zagem desejada. c) a preparação para o ingresso na escola formal de
d) A avaliação é parte do processo educativo, mas deve Ensino Fundamental, com domínio da lectoescrita, ainda
ser secundarizada, uma vez que o mais importante são que preliminarmente.
os processos e as vivências escolares, sendo que o al- d) o brincar, expressando emoções, sentimentos, pen-
cance de objetivos educacionais deve ser apenas uma samentos, desejos e necessidades.
possível consequência das boas práticas pedagógicas. e) o conhecimento de algumas manifestações culturais,
e) Ao professor cabe avaliar e ao aluno, ser avaliado. demonstrando atitudes de interesse e respeito.
Qualquer alteração nessa perspectiva implica constituir
elemento de desordem na organização escolar, resul- 08 - A partir do Referencial Curricular Nacional para a
tando em temerários resultados na aprendizagem. Educação Infantil (BRASIL/MEC, 1998), que aponta os
conteúdos próprios às crianças de 4-5 anos de idade
05 - Na perspectiva de Lev Vygotsky, é correto afirmar: (pré-escola), identifique os itens a seguir como verda-
deiros (V) ou falsos (F):
a) A aprendizagem e o desenvolvimento humano ocor- ( ) Identificação progressiva de algumas
rem a partir das relações sociais constituídas ao longo singularidades próprias e das pessoas com as quais
da vida. convive no seu cotidiano em situações de interação.
b) O desenvolvimento humano articula a cultura e a ( ) Participação em situações de brincadei-
natureza, de maneira que as condições iniciais do indi- ra nas quais as crianças escolham os parceiros, os obje-
víduo são tão importantes quanto as relações interpes- tos, os temas, o espaço e as personagens.
soais. ( ) Participação em atividades ecumênicas
c) A aprendizagem é dependente de uma base biológica de ensino de valores morais e religiosos.
sólida, o que sugere a necessidade de um conjunto de ( ) Valorização do diálogo como uma forma
cuidados intensos na primeira infância. de lidar com os conflitos.
d) Teoria e empiria se somam na conformação da
aprendizagem, potencializando o que é significativo, que Assinale a alternativa que apresenta a sequência corre-
é a capacidade de produzir sempre o novo. ta, de cima para baixo.
e) A experiência sensível é importante para o desenvol- a) V – V – F – V.
vimento humano, mas a base do conhecimento é a b) F – V – F – V.
abstração. c) V – F – V – F.
d) F – F – V – F.
06 - Parte significativa (aproximadamente 30%) dos e) V – F – F – V.
alunos brasileiros dos anos iniciais do Ensino Funda-
mental estuda em escolas que adotam o sistema de 09 - “O estabelecimento de um clima de segurança,
ciclos de aprendizagem. A rede municipal de ensino de confiança, afetividade, incentivo, elogios e limites colo-
Curitiba também adota tal sistema. Acerca dessa forma cados de forma sincera, clara e afetiva dão o tom de
de organização, assinale a alternativa INCORRETA. qualidade da interação entre adultos e crianças. O pro-
a) Tal organização escolar tem como base uma concep- fessor consciente de que o vínculo é, para a criança,
ção educacional que considera as diferenças de ritmo fonte contínua de significações, reconhece e valoriza a
dos alunos, que se pauta na constituição dos grupos, relação interpessoal”
nos quais a idade do aluno é muito importante. (BRASIL/MEC, Referencial Curricular Nacional para a
b) Essa forma de organização escolar pressupõe para o Educação Infantil, v. 2, p. 49. Brasília, 1998).
professor o papel de sujeito facilitador do ensino da
criança, a quem cumpre o direito de definir sua trajetó- Considerando o papel do docente na formação da crian-
ria própria e rumo no processo de aprendizagem, em ça pequena, é correto afirmar:
uma perspectiva curricular assentada na ideia de currí- a) O professor deve intervir nas relações que se estabe-
culo em movimento. lecem entre as crianças, definindo o papel delas em
c) Nessa forma de organização, o aluno e o professor cada contexto e dirigindo intencionalmente todas as
são vistos como sujeitos do processo educativo, em experiências formativas.
coautoria, ainda que com papéis distintos nas diferentes b) O docente deve procurar mediar as relações entre as
construções. crianças, entre as crianças e os adultos e entre as crian-
d) Em tal concepção, à medida que acompanha a ças e o conhecimento, intervindo e direcionando o sen-
aprendizagem e o desenvolvimento de seus alunos, o tido formativo sempre que necessário.
professor tem a oportunidade de analisar e refletir sobre c) O professor representa uma figura paterna/materna,
sua prática, repensando-a, numa dinâmica ação– de modo que o seu papel é o de transferir o vínculo que
reflexão–ação. a criança traz da família para ele, no sentido de repre-
e) Nesse sistema, a avaliação se constitui como elemen- sentar um segundo pai/mãe da criança pequena.
to fundamental, na medida em que a ação de avaliar se d) O docente é um colaborador do processo formativo,
define enquanto processo de reconhecimento, de en- devendo agir apenas quando estritamente necessário,
tendimento, de intervenção e de elaboração do aprendi- via de regra evitando conflitos e brigas.
zado necessário à construção do conhecimento. e) O professor, pela sua condição de autoridade intelec-
tual, tem o papel de dar acesso ao conhecimento cientí-
07 - Entre os objetivos gerais da Educação Infantil rela- fico à criança pequena, cujo cuidado cumpre aos demais
tivos à criança pequena, NÃO consta: profissionais do CMEI/escola.
a) o desenvolvimento de uma imagem positiva de si,
atuando de forma cada vez mais independente, com 10 - A organização dos espaços e dos tempos é preocu-
confiança em suas capacidades e percepção de suas pação constante da educação, em particular da Educa-
limitações. ção Infantil, dados os impactos mais diretos que esses
b) o estabelecimento de vínculos afetivos e de troca elementos têm na formação da criança pequena. Em
com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e
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NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
relação a essa organização, considere as seguintes 14 - Identifique como verdadeiro (V) o público-alvo do
afirmativas: Atendimento Educacional Especializado (AEE) e como
1. Espaços e tempos escolares são variáveis organiza- falso (F) o que não é:
das por legislação nacional, de maneira a garantir um ( ) Alunos com deficiência (natureza física, intelectual,
padrão de qualidade na educação. mental ou sensorial).
2. Os tempos escolares devem ser organizados da ma- ( ) Alunos com problemas disciplinares e/ou de adapta-
neira mais padronizada possível, pois contribuem na ção.
constituição da rotina na vida da criança pequena. ( ) Alunos com transtornos globais do desenvolvimento.
3. Os espaços, bem como os mobiliários, não devem ser ( ) Alunos com altas habilidades/superdotação.
vistos como elementos passivos, mas como componen-
tes ativos do processo educacional que refletem a con- Assinale a alternativa que apresenta a sequência corre-
cepção de educação assumida pela instituição. ta, de cima para baixo.
a) V – V – F – V.
Assinale a alternativa correta. b) F – V – F – V.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. c) V – F – V – V.
b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. d) V – F – V – F.
c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. e) F – F – V – F.
d) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. Gabarito

11 - Entre os princípios para a organização do ensino 01 – C; 02 – E; 03 – B; 04 – A; 05 – A; 06 – B; 07 –


dispostos a seguir, assinale aquele que NÃO está elen- C; 08 – A; 09 – B; 10 – E; 11 – B; 12 – B; 13 – D; 14
cado na legislação educacional brasileira. – C.
a) Igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola.
b) Obrigatoriedade de matrícula e frequência em todas CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS II
as etapas da educação básica.
c) Gratuidade do ensino público em estabelecimentos 41. “O ensino no Brasil, apesar de tantas inovações
oficiais. tecnológicas levadas à sala de aula, ainda centra-se na
d) Valorização do profissional da educação escolar. aquisição de conteúdos. É o professor o centro do pro-
e) Gestão democrática do ensino público. cesso de ensino-aprendizagem. Será que isso basta
para atender as necessidades da sociedade atual e
12 - Quanto ao ensino da História e Cultura Afro- também do aluno que nela vive”?
Brasileira e Africana na Educação Básica, é correto afir-
mar: Tomando por base a reflexão acima, qual alternativa
a) Todas as escolas de educação básica deverão ofertar não condiz com a realidade da sociedade contemporâ-
a disciplina de História Afro-Brasileira, em implantação nea?
progressiva até 2016.
b) A história e a cultura afro-brasileira e africana são a) “As transformações pelas quais a sociedade está
conteúdos obrigatórios presentes em disciplinas regula- passando, estão criando uma nova cultura e modifican-
res, especialmente na educação artística, literatura e do as formas de produção e apropriação dos saberes”.
história do Brasil. b) “Cabe aos professores mediar à construção do pro-
c) Não há exigência formal de ensino da história africa- cesso de conceituação a ser apropriado pelos alunos,
na e suas influências na construção do Brasil, apenas buscando a promoção da aprendizagem e desenvolven-
sugestões apresentadas pelo governo e por pesquisado- do habilidades importantes para que eles participem da
res da área. sociedade que muitos estão chamando de "sociedade
d) O ensino da história e cultura afro-brasileira e africa- do conhecimento".
na é obrigatório a todos os afrodescendentes e faculta- c) “A função primordial da escola é estabelecer uma
tivo às demais etnias. relação passiva entre professor-aluno, por meio do livro
e) A oferta do ensino de história e cultura afro-brasileira didático”.
e africana está condicionada à existência de profissional d) “O professor é um elemento chave na organização
habilitado formalmente, com formação no campo de das situações de aprendizagem, pois compete-lhe dar
conhecimento específico. condições para que o aluno "aprenda a aprender", de-
senvolvendo situações de aprendizagens diferenciadas,
13 - Considere as seguintes responsabilidades: estimulando a articulação entre saberes e competên-
1. Estabelecer estratégias de recuperação para os alu- cias”.
nos de menor rendimento. e) “Competências se constituem num conjunto de co-
2. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a nhecimentos, atitudes, capacidades e aptidões que
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino. habilitam alguém para vários desempenhos da vida”.
3. Contribuir para a manutenção do patrimônio escolar
e para a integração com a comunidade, participando da 42. “Quando nos questionamos sobre qual é o papel da
Associação de Pais e Mestres, ou de organismo similar. educação na sociedade atual, não podemos nos eximir
de contextualizar nossa reflexão ao momento histórico
Aos docentes, a legislação educacional estabelece como que vivemos. A necessidade de mudança no setor edu-
responsabilidade: cacional está presente na maioria dos discursos dos
a) 1 apenas. educadores do nosso tempo, mas nem sempre interna-
b) 2 apenas. lizada a ponto de sabermos o que mudar, como mudar,
c) 1 e 3 apenas. para onde ir, por que este ou aquele caminho” (A esco-
d) 1 e 2 apenas. la na sociedade – Ana Bergmann).
e) 1, 2 e 3.

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NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
Para mudar é necessário entender que: 44. “O termo avaliação educacional entrou para o voca-
I – A escola deve possibilitar atividades em que os alu- bulário do universo das escolas, com os trabalhos de
nos tenham que experimentar, criar, comunicar. Para Ralph Tyler, por volta de 1940 (citado em Vianna,
tanto, 2000), quando este desenvolveu análises sobre uma
devemos superar a repetição, a memorização desenfre- nova concepção de aprendizagem. O autor percebeu a
ada de conceitos não compreendidos pelos alunos. avaliação como um meio para se estabelecer compara-
II – O aluno não aprende sentando-se e escutando o ções entre os resultados e os objetivos educacionais.
professor falar; aprende comunicando-se, manipulando Desse modo, a avaliação passa a ser vista como uma
a realidade, descobrindo o mundo, experimentando-o, atividade prática. O processo avaliativo precisa ser
desenvolvendo competências para transformá-lo. voltado para a melhoria da aprendizagem e ajuste de
III – A escola deve preparar para a liberdade intelectu- processos e assim, buscar uma avaliação formativa,
al, capacitando o indivíduo para enfrentar uma socieda- que fundamenta-se nos princípios do cognitivismo do
de complexa e conflituosa na qual precisará ser capaz construtivismo, nas teorias socioculturais e sociocogni-
de, a partir de ideias divergentes, diferenças individuais tivas” (Aprendizagens Através da Avaliação Formativa -
com as quais obrigatoriamente vai viver, construir uma Edlene do Socorro Teixeira Rodrigues).
conduta ética nesse convívio social.
Nessa perspectiva, analise as afirmativas a seguir,
Marque a alternativa que corresponde corretamente as marque V para verdadeira e F para falsa e assinale a
proposições acima. alternativa que apresenta a sequência correta, de cima
a) Para mudar é necessário apenas o que propõe o item para baixo.
II. ( ) “A avaliação tem que ser um ato, no qual a reflexão
b) Para mudar é necessário apenas o que propõe os seja inerente, contribuindo para a construção de com-
itens I e II. petências técnicas e sócio-político-culturais”.
c) Para mudar é necessário apenas o que propõe os ( ) A “avaliação, para estar a serviço da qualidade edu-
itens I e III. cacional, precisa possuir o caráter de contribuição para
d) Para mudar é necessário o que propõe os itens I, II a formação do aluno, para isso deve classificar e medir
e III. aprendizagens”.
e) Para mudar é necessário apenas o que propõe o item ( ) “A avaliação formativa considera que o aluno
III. aprende ao longo do processo, que vai reestruturando
o seu conhecimento por meio das atividades que exe-
43. “As mudanças atuais ocorridas no cenário educaci- cuta”.
onal vêm requerendo a reestruturação do processo de ( ) “A avaliação formativa tem como finalidade funda-
ensino-aprendizagem na sua forma didático- mental a função ajustadora do processo de ensino
pedagógica, uma vez que há uma dinâmica contempo- aprendizagem para possibilitar que os meios de forma-
rânea fundada em novos conceitos de educação, de ção respondam as características dos alunos”.
competência, de habilidades e, consequentemente, de ( ) “A avaliação formativa é uma proposta avaliativa,
formação profissional” (COMPETÊNCIAS E HABILIDA- que inclui a avaliação, no processo ensino aprendiza-
DES PEDAGÓGICAS - Regina Lúcia Barros Leal da Sil- gem.
veira). Ela se materializa nos contextos vividos pelos professo-
res e alunos e possui como função, a regulação das
Essa reestruturação do processo de ensino- aprendizagens”.
aprendizagem requer que o professor: ( ) “A avaliação formativa possibilita aos professores
I – Considere “a realidade e a diversidade dos sujeitos acompanhar as aprendizagens dos alunos, ajudando-os
em formação”. no seu percurso escolar”.
II – Proponha “conteúdos adequados ao tempo cultural
do aluno, para que este jovem possa se apropriar de a) V, F, V, V, V, V.
saberes fundamentais a sua inserção ativa na família, b) F, V, V, V, V, V.
na sociedade, no mundo do trabalho, como pessoa, c) V, F, F, V, V, V.
como cidadão e como profissional”. d) V, V, V, V, V, V.
III – “Possibilite ao jovem desenvolver suas competên- e) F, V, V, F, V, V.
cias e habilidades instrumentais, humanas e políticas”.
IV – Desenvolva “um trabalho educativo que discuta e 45. “A prática democrática da gestão da escola na ela-
habilite o jovem para entender os novos códigos simbó- boração, execução e avaliação do projeto político peda-
licos que qualificam uma sociedade que se informatiza, gógico decorrem da ‘natureza’ e do caráter fundamen-
se tecnifica, se organiza dinamicamente em várias de tal do processo educativo, que é o objeto da relação
suas atividades”. pedagógica” (A GESTÃO COMPARTILHADA NA ESCOLA
Considerando as proposições, assinale a alternativa que PÚBLICA – Lauro Carlos Wittmann).
apresenta corretamente a(s) ação(ões) que se requer
do professor. Além dessa concepção, várias outras se reportam ao
fazer pedagógico, tais como:
a) Se requer do professor apenas a ação estabelecida I – “O ato pedagógico é a relação interpessoal, entre
no item II. profissionais da educação e educandos, com o objetivo
b) Se requer do professor apenas as ações estabeleci- explícito de educar, de intervir no processo de aprendi-
das nos itens I, II, III e IV. zagem”.
c) Se requer do professor apenas as ações estabeleci- II – “O ato pedagógico centrado no conhecimento como
das nos itens II e IV. construção é, por exigência intrínseca, interativo, inter-
d) Se requer do professor apenas a ação estabelecida pessoal, participante e democrático”.
no item IV. III – “A compreensão ou o sentido de conhecimento é
e) Se requer do professor apenas as ações estabeleci- fundamental e determinante para o ato pedagógico e
das nos itens II, III e IV. para a administração da escola”.

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NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
IV – “A função e o objetivo do ato pedagógico é a am- III – Orientar os cursos de formação inicial e continua-
pliação do saber dos educandos sobre determinada da de docentes e demais profissionais da Educação
realidade”. Básica, os sistemas educativos dos diferentes entes
federados e as escolas que os integram, indistintamen-
Analise as afirmativas acima e assinale a alternativa te da rede a que pertençam.
correta, de acordo com as tendências pedagógicas con- IV – Implantar um currículo mínimo comum para os
temporâneas. cursos técnicos de nível médio.
São objetivos das Diretrizes Curriculares Nacionais
a) Apenas as afirmativas II e IV são compatíveis com Gerais para a Educação Básica:
as tendências pedagógicas contemporâneas.
b) Apenas a afirmativa II não é compatível com as a) Apenas os relacionados nos itens I e II.
tendências pedagógicas contemporâneas. b) Apenas os relacionados nos itens II e IV.
c) Apenas a afirmativa III não é compatível com as c) Apenas os relacionados nos itens I, II e IV.
tendências pedagógicas contemporâneas. d) Apenas os relacionados nos itens II e III.
d) Apenas as afirmativas I e III são compatíveis com as e) Os relacionados nos itens I, II, III e IV.
tendências pedagógicas contemporâneas.
e) As afirmativas I, II, III e IV são compatíveis com as 48. Analise as alternativas a seguir sobre a Educação
tendências pedagógicas contemporâneas. Básica e assinale a incorreta.
46. “Aos que se ocupam da educação escolar, das esco-
las, da aprendizagem dos estudantes, é requerido que a) A Educação Básica é direito universal e alicerce in-
façam opções pedagógicas, ou seja, assumam um posi- dispensável para o exercício da cidadania em plenitude,
cionamento sobre objetivos e modos de promover o da qual depende a possibilidade de conquistar todos os
desenvolvimento e a aprendizagem de sujeitos inseri- demais direitos, definidos na Constituição Federal, no
dos em contextos socioculturais e institucionais concre- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na legisla-
tos” (As Teorias Pedagógicas Modernas Revisitadas pelo ção ordinária e nas demais disposições que consagram
Debate Contemporâneo na Educação - José Carlos Li- as prerrogativas do cidadão.
bâneo). b) A Resolução nº 4/10 define Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais para o conjunto orgânico, sequencial e
Analise os conceitos abaixo e assinale a alternativa articulado das etapas e modalidades da Educação Bási-
correta, em conformidade com teorias educacionais ca, baseando-se no direito de toda pessoa ao seu pleno
contemporâneas. desenvolvimento, à preparação para o exercício da
1. “Sujeitos e identidades se constituem enquanto por- cidadania e à qualificação para o trabalho, na vivência e
tadores das dimensões física, cognitiva, afetiva, social, convivência em ambiente educativo, e tendo como
ética, estética, situados em contextos socioculturais, fundamento a responsabilidade que o Estado brasileiro,
históricos e institucionais”. a família e a sociedade têm de garantir a democratiza-
2. “Práticas pedagógicas implicam necessariamente ção do acesso, a inclusão, a permanência e a conclusão
decisões e ações que envolvem o destino humano das com sucesso das crianças, dos jovens e adultos na
pessoas, requerendo projetos que explicitem direção de instituição educacional, a aprendizagem para continui-
sentido da ação educativa e formas explícitas do agir dade dos estudos e a extensão da obrigatoriedade e da
pedagógico”. gratuidade da Educação Básica.
3. “Aos aspectos externos que explicitam fatores de- c) As dimensões do educar e do cuidar, em sua insepa-
terminantes da realidade escolar é necessário agregar rabilidade, buscando recuperar, para a função social
os meios educativos, os instrumentos de mediação que desse nível da educação, a sua centralidade, que é o
são os dispositivos e métodos de educação e ensino, ou educando, pessoa em formação na sua essência huma-
seja, a didática”. na, são exclusivas da primeira etapa da Educação Bási-
4. “A pedagogia compõe o conjunto das ciências da ca.
educação, mas se destaca delas por assegurar a unida- d) A escola de qualidade social adota como centralidade
de e dar sentido à contribuição das demais ciências, já o estudante e a Aprendizagem.
que lhe cabe o enfoque globalizante e unitário do fe- e) As bases que dão sustentação ao projeto nacional de
nômeno educativo”. educação responsabilizam o poder público, a família, a
sociedade e a escola pela garantia a todos os educan-
a) São corretas apenas as afirmações 1 e 3. dos de um ensino ministrado de acordo com os princí-
b) São corretas as afirmações 1, 2, 3 e 4. pios de liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e
c) São corretas apenas as afirmações 3 e 4. divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber,
d) São corretas apenas as afirmações 1 e 4. entre outros.
e) São corretas apenas as afirmações 2, 3 e 4.
49. Qual das alternativas a seguir não está correta,
47. As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a conforme as definições adotadas pelas Diretrizes Curri-
Educação Básica têm por objetivos: culares Nacionais para a educação infantil/2010?
I – Sistematizar os princípios e as diretrizes gerais da
Educação Básica contidos na Constituição, na Lei de a) Educação Infantil: primeira etapa da educação bási-
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e de- ca, oferecida em creches e pré-escolas, às quais se
mais dispositivos legais, traduzindo-os em orientações caracterizam como espaços institucionais não domésti-
que contribuam para assegurar a formação básica co- cos que constituem estabelecimentos educacionais
mum nacional, tendo como foco os sujeitos que dão públicos ou privados que educam e cuidam de crianças
vida ao currículo e à escola. de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada
II – Estimular a reflexão crítica e propositiva que deve integral ou parcial, regulados e supervisionados por
subsidiar a formulação, a execução e a avaliação do órgão competente do sistema de ensino e submetidos a
projeto político-pedagógico da escola de Educação Bási- controle social.
ca. b) Regimento Escolar: conjunto de normas reguladora
da política de educação infantil.
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NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
c) Criança: sujeito histórico e de direitos que, nas inte- Malvinas. O governo de Cristina Kirchner acusou os
rações, relações e práticas cotidianas que vivencia, ingleses e franceses de militarizarem as Ilhas.
constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, ima- c) No discurso de abertura da Assembleia Geral da
gina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e Nova Iorque em 25 de setembro de 2012, a presidente
a sociedade, produzindo cultura. do Brasil, Dilma Rousseff, reiterou o conteúdo que vem
d) Currículo: conjunto de práticas que buscam articular sendo manifestado pelas autoridades econômicas brasi-
as experiências e os saberes das crianças com os co- leiras há mais de um ano, baseado na crítica veemente
nhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, ao expediente de despejo de vultosos volumes de re-
artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a cursos financeiros nos mercados, por parte das nações
promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 avançadas, batizado de arsenal de uma “guerra cambi-
a 5 anos de idade. al” ou “tsunami monetário”.
e) Proposta Pedagógica: proposta pedagógica ou proje- d) Recentemente foi realizada no Brasil a venda do
to político pedagógico é o plano orientador das ações jogador Lucas, do São Paulo, para o time francês Paris
da instituição e define as metas que se pretende para a Saint-Germain pelo valor recorde de 43 milhões de
aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que euros.
nela são educados e cuidados. É elaborado num pro- e) De acordo com dados do IBGE, censo de 2010, o
cesso coletivo, com a participação da direção, dos pro- Distrito Federal é a unidade federativa do Brasil com
fessores e da comunidade escolar. maior densidade demográfica, com 441,74 habitantes
por quilômetro quadrado.
50. A Política Nacional de Educação Especial na Pers-
pectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo o 52. A cidade Tebas, localizada no estreito de Corinto,
acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos projetava-se crescentemente como grande potência
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimen- militar da Grécia quando se iniciou a hegemonia espar-
to e altas habilidades/superdotação nas escolas regula- tana, no final do século IV a.C. Tebas opôs-se a Esparta
res, orientando os sistemas de ensino para promover por um curto período de duração, graças ao conheci-
respostas às necessidades educacionais especiais, ga- mento e habilidade militar de dois generais, Epaminon-
rantindo: das e Pelópidas que venceram os espartanos na batalha
de
( ) Transversalidade da educação especial desde a edu-
cação infantil até a educação superior. a) Égos Potamos, em 404 a.C.
( ) Atendimento educacional especializado. b) Salamina, em 48 a.C.
( ) Continuidade da escolarização nos níveis mais ele- c) Micale, em 479 a.C.
vados do ensino. d) Leutras, em 371 a.C.
( ) Formação de professores para o atendimento educa- e) Eurimedonte, em 466 a.C.
cional especializado e demais profissionais da educação
para a inclusão escolar. 53. Ao observarmos peculiaridades históricas das civili-
( ) Participação da família e da comunidade. zações antigas, observando o Egito e a Mesopotâmia,
( ) Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobili- constata-se que a Mesopotâmia foi palco de dominação
ários e equipamentos, nos transportes, na comunicação de vários povos, dada a vulnerabilidade daquele territó-
e informação. rio. Por outro lado, o Egito viveu longo período de esta-
( ) Articulação intersetorial na implementação das polí- bilidade política, sendo que o fluxo de invasões foi mí-
ticas públicas. nimo. Assinale a alternativa onde encontramos o fator
preponderante que contribuiu para a integridade do
De acordo com a Política Nacional de Educação Especial território egípcio por tanto tempo:
na Perspectiva da Educação Inclusiva, analise os itens
acima, marque V para verdadeiro e F para falso e assi- a) Presença de um poderoso exército formado por
nale a alternativa que apresenta sequência correta, de escravos.
cima para baixo. b) Aliança entre o faraó com povos que habitavam
territórios limítrofes com o Egito.
a) V, V, V, V, V, V, V. c) Ausência de fertilidade do solo para cultivo da agri-
b) V, F, F, V, V, V, V. cultura e pastagens para a pecuária.
c) V, V, V, F, V, V, V. d) Isolamento do território pelo grande Deserto do
d) V, V, V, V, F, V, F. Saara.
e) V, V, V, V, V, V, F. e) Ausência de técnicas de irrigação do solo e baixa
densidade demográfica.
51. Sobre o contexto dos acontecimentos atuais, é
correto afirmar que, exceto: 54. O período compreendido entre os anos de 461 a.C.
e 429 a.C. é considerado a “Idade de Ouro” de Atenas,
a) O processo de privatizações no Brasil, desde a déca- período em que essa cidade de viveu seu auge econô-
da passada, tem sido instrumento utilizado pelo gover- mico, militar, político e cultural. Nesse período, ela foi
no federal para livrar-se da responsabilidade na admi- governada por
nistração de empresas públicas. No governo do presi- a) Clístenes, que finalizou a ditadura que imperava na
dente Fernando Henrique Cardoso, as privatizações maioria das cidades gregas.
foram voltadas para os setores de energia e telefonia, b) Drácon, que organizou importante conjunto de leis
enquanto que o governo do presidente Luiz Inácio Lula que limitava as manifestações populares.
da Silva, o alvo das privatizações foi o setor de rodovi- c) Sólon, importante legislador grego que eliminou o
as. código de leis impróprias para a época.
b) No final de dezembro de 2011, a diplomacia da Ar- d) Pisístrato, que procurou minimizar os conflitos soci-
gentina decidiu recorrer à OEA para reclamar formal- ais, patrocinando várias obras públicas.
mente contra as investidas do Reino Unido nas Ilhas
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e) Péricles, que transformou Atenas na cidade mais 59. Analise com atenção as proposições a seguir e assi-
importante da Grécia por um período de aproximada- nale a alternativa correta:
mente trinta anos.
I – Os povos assírios foram os responsáveis pela cria-
55. O Colonialismo do século XIX, permeado pelo ideal ção de um dos primeiros exércitos permanentes do
de supremacia econômica e cultural, formulou o mito mundo. Era um exército poderoso e bem estruturado: a
da superioridade racial, incluindo concepções pseudoci- infantaria utilizava lanças, escudos e espadas de ferro;
entíficas que enalteciam os brancos e a exploração a cavalaria tinha carros de combate com rodas reforça-
imperialista. Por esse motivo destacou-se a doutrina das, um aperfeiçoamento da invenção sumeriana.
racista do II – A manipulação de substâncias químicas surgiu na
Mesopotâmia e serviu inicialmente para a fabricação de
a) filósofo inglês Herbert Spencer, conhecida por darwi- diversos remédios e composições. A palavra “química”
nismo social. vem do grego kemi, que significa “terra roxa”.
b) literato inglês Rudyard Kipling, conhecida por socio- III – Sob o domínio do italiotas, iniciou-se em Roma um
logismo decadente. processo de organização política e social que resultou
c) ministro inglês Benjamin Disraeli, conhecida por no regime monárquico. Durante o período da monar-
darwinismo utópico. quia, Roma era governada por dois reis. Pelo Senado e
d) economista inglês Adam Smith, conhecida por libera- pela Assembleia dos Cidadãos.
lismo das nações. IV – Na sociedade feudal, predominava a produção de
e) sociólogo inglês Anthony Giddens, conhecida por bens agropastoris, que tinha como principal unidade
imperialismo das nações. produtora o senhorio e como forma de trabalho, a ser-
vidão. Isso significava que a economia feudal fosse
56. No ano de 1806, Napoleão Bonaparte, na sua arro- exclusivamente agrária. A atividade comercial tinha
jada ambição imperialista, decretou o Bloqueio conti- destaque no âmbito local, praticado nas feiras onde os
nental objetivando enfraquecer economicamente a camponeses levavam seus excedentes de produção e
Inglaterra para depois derrotá-la militarmente. onde compravam artigos do artesanato urbano.
Irritado com a indefinição dos portugueses, Napoleão V – Apesar de o governo de Portugal ter defendido, de
aliou-se a uma nação europeia para facilitar a invasão a início, a liberdade indígena, os colonos recorreram por
Portugal. O plano de Napoleão Bonaparte para seu diversas vezes à guerra “justa” para conseguir escravos
controle na Península Ibérica se deu graças entre os povos nativos. Assim se chamava a guerra
contra os nativos do Brasil colônia, autorizada pelo
a) ao Tratado de Versalhes, assinado com a Bélgica, em governo português ou seus representantes.
dezembro de 1805.
b) ao domínio militar, imposto à Espanha e Itália, em a) Somente as proposições I e V estão corretas.
junho de 1800. b) Somente as proposições II, IV e V são falsas.
c) ao Tratado de Fontainebleau, assinado com a Espa- c) Somente a proposição V está correta.
nha, em outubro de 1807. d) Somente as proposições I, IV e V estão corretas.
d) ao Tratado de Brest-Litovisk, assinado com a Rússia, e) somente as proposições I, II e III estão corretas.
em novembro 1799.
e) ao Tratado de Fontainebleau, assinado com os Países 60. Ideologicamente, podemos afirmar que as caracte-
Baixos, no início do século XIX. rísticas biológicas da “raça branca”; a fé religiosa (cris-
tianismo) e o desenvolvimento técnico e científico (Re-
57. Na história política, desde os tempos do descobri- volução Industrial), são ideias que reforçam a tese do
mento, pode-se afirmar corretamente que o Brasil teve
os seguintes sistemas de governo, exceto: a) colonialismo europeu e asiático dos séculos XIX e
XX.
a) Governo Geral. b) socialismo utópico e Reforma Anglicana do século
b) Monarquia Constitucional. XVIII.
c) República Parlamentarista. c) imperialismo ou neocolonialismo do século XIX.
d) Capitanias Hereditárias. d) protecionismo inglês e americano (EUA) do século
e) Condado Religioso. XIX.

58. Após o reconhecimento da independência do Brasil


pelos portugueses, veio o reconhecimento oficial da
Inglaterra e dos demais países europeus. Diante do
processo de independência, a Inglaterra exigiu duas
condições imperiosas. Tais condições estão evidencia-
das na alternativa:

a) Que o Brasil restabelecesse a mão de obra escrava


indígena e renovasse o Tratado de Comércio de 1820.
b) Que o Brasil acabasse com o tráfico negreiro e reno-
vasse o Tratado de Comércio de 1810.
c) Que o Brasil intensificasse o tráfico negreiro e reno-
vasse o Tratado de Madrid de 1620.
d) Que o Brasil proibisse o tráfico negreiro de mulheres
e renovasse o Tratado de Comércio de 1810.
e) Que o Brasil incentivasse o tráfico indígena e negrei-
ro e renovasse o Tratado de Lisboa de 1540.

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REFORMA ORTOGRÁFICA DICIONÁRIO


DE TERMOS JURÍDICOS
Mudanças previstas para novo o acordo ortográfi-
co cuja validade oficial, está estabelecida para ABONAR: Justificar, condescender.
Janeiro de 2012: AB-ROGAR: Revogar lei, decreto, regra ou regulamen-
to; tornar nulo ou sem efeito um ato anterior.
Ei e Oi: o acordo prevê a eliminação do acento agudo ABSTENÇÃO: Recusa voluntária de participar de qual-
nos ditongos abertos ei e oi de palavras paroxítonas, quer ato; neutralidade.
como “assembleia”, “heroica”, “ideia” e “jiboia”. ACAREAÇÃO: Ato de colocar em confronto duas ou
mais pessoas acusadas ou testemunhas, por terem sido
Trema: o trema será extinto: linguística, aguentar, divergentes ou obscuros seus depoimentos anteriores.
frequência, argüir. ACATAR: Obedecer; seguir; cumprir; respeitar.
ACERVO: Conjunto de bens que integram um patrimô-
Acento circunflexo: a reforma suprime o circunflexo nio.
nas formas verbais creem, leem, deem, veem e seus ACÓRDÃO: Decisão tomada por voto em tribunal judi-
derivados (descreem, releem, desdeem, reveem); tam- ciário; sentença de órgão colegiado da administração
bém, em casos de duplo o: voo, enjoo, abençôo. pública.
ADÁGIO: Enunciação breve, sintetizando uma regra de
Consoantes: os portugueses passariam a escrever direito ou um princípio de largo alcance.
como os brasileiros, retirando consoantes não pronun- ADITAMENTO: Acréscimo.
ciadas em palavras como adoptados (ficará adotados) e AD HOC: Indica o substituto ocasional designado no
afectivo (afetivo). impedimento do titular efetivo de um cargo.
ADIMPLENTE: Aquele que cumpre no devido termo às
Hífen: há mudanças na regra do hífen. Pela nova re- obrigações contratuais.
gra, não se emprega o hífen nas formações em que o ADJUDICAR: Conceder posse por decisão ou sentença
prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo de autoridade judicial ou administrativa; considerar
elemento começa por r ou s, devendo essa consoante como autor origem ou causa.
ser duplicada. Palavras como anti-religioso, anti-semita AD REFERENDUM: Indica o ato praticado por alguém
e extra-regular ficariam antirreligioso, antissemita, e que, para ser válido necessita da aprovação de auto-
extrarregular. Em formações com os prefixos acentua- ridade superior.
dos pós, pré e pró, quando o segundo elemento tem AFERIR: Ajustar ao padrão; conferir; comparar.
vida à parte, se mantém o hífen, como pré-requisito. AGRAVO: Recurso de direito que se interpõe para
instância superior. Ofensa, injúria, prejuízo, dano.
Acentos diferenciais: o acento diferencial entre forma AJUIZAR: Formar juízo, conceituar, avaliar, ponderar,
(substantivo e verbo) e fôrma (substantivo) passa a ser calcular.
facultativo nos países que ainda aplicam a regra. Exce- ALÇADA: Limite da ação; autoridade ou influência de
ção para as palavras pôde (na 3ª pessoa do singular) e alguém, jurisdição; competência.
pode (na 1ª pessoa do singular). O acordo elimina o ALÍNEA: Subdivisão de um artigo ou parágrafo de lei,
acento agudo diferencial de palavras homógrafas: fica- decreto ou de qualquer ato deliberativo-normativo,
riam sem acento tanto o para (verbo) como o para normalmente designada por letra ou algarismo romano.
(preposição). O acento de palavras também é retirado ANTEPROJETO DE LEI: Minuta de projeto de lei a ser
nos casos de pela, pelo, pólo. submetida ao Poder Legislativo.
ANUÊNCIA: Ratificação, manifestação favorável, apro-
k, w e y: é prevista a incorporação definitiva ao alfabe- vação, aquiescência.
to das letras k, w, y, aumentando-o de 23 para 26 APELAÇÃO: Recurso a instância, imediatamente supe-
letras. rior, para pedir reforma de decisão.
APÊNDICE: Parte anexa ou acrescentada a uma obra;
í e ú: não levam acento agudo as vogais tônicas i e u acréscimo; anexo.
das palavras paroxítonas, quando precedidas de diton- APENSAR: Ato de colocar processo junto ao outro,
go. Passaríamos a escrever baiuca, baiuno, cauila. Não sem que forme parte integrante do mesmo.
leva acento agudo o u tônico de formas rizotônicas dos APÓCRIFO: De autenticidade não provada; que não
verbos arguir e redarguir: argui e redargui. merece fé.
A POSTERIORI: Posteriormente; depois de; após.
á: facultativamente, continua a dupla grafia para fazer A PRIORI: Antes de; previamente; antecipadamente.
diferenciação: louvámos (passado) em oposição a lou- AQUIESCÊNCIA: Consentimento; aprovação; adesão;
vamos (presente). ratificação; anuência.
ARRESTO: Apreensão judicial da coisa em litígio; em-
h: são previstas mudanças no h mudo. Para Portugal, bargo.
há retirada do h presente em palavras como húmido ARROGAR: Atribuir a si coisa que não lhe compete;
(ficará úmido) e herva (erva). exigir qualidade ou direito que não lhe compete.
Fonte: Zero Hora. ARROLAR: Relacionar; tornar em rol; inventariar;
classificar.
ASSENTAMENTO: Averbação ou registro de ato públi-
co ou privado; lançamento; anotação.
A TÍTULO PRECÁRIO: Diz-se do que se concede ou se
goza por favor, provisoriamente, sem constituir direito.
ATO: Documento assinado por autoridade, consignan-
do fatos ou fixando normas. Atitude; procedimento.

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NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
ATO CONSTITUCIONAL: Conjunto de normas legais, DERROGAÇÃO: Revogação parcial de uma lei ou re-
fundamentais, decretadas por governo e subsidiárias à querimento.
Constituição do país. DESAFORAMENTO: Ato pelo qual se retira de um foro
ATO INSTITUCIONAL: Conjunto de normas legais, o processo já iniciado para ser remetido a outro; trans-
fundamentais, transitórias, complementares à Consti- ferir para outro foro.
tuição do país, visando a restabelecer a ordem política, DESANEXAR: Separar; desligar.
garantir a integridade dos poderes públicos e a sobera- DESTITUIÇÃO: Demissão; exoneração.
nia nacional. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS: Preceitos de duração
AUTARQUIA: Serviço autônomo criado por lei, com temporária numa lei; destinados a reger certas rela-
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, ções jurídicas modificáveis ou de efeito predetermina-
para executar atividades típicas da administração pú- do.
blica que requeiram, para seu melhor funcionamento, DISPOSITIVO: Que contém disposição, ordem, pres-
gestão administrativa e financeira descentralizada. crição; regra; preceito; parte de lei; regulamento ou
AUTOS: Conjunto de documentos que constituem um norma.
processo. DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA: Valor consignado no
AUTUAR: Reunir, ordenar ou renumerar dos documen- orçamento para fazer face a determinado serviço públi-
tos de um processo; indexar. co; recursos financeiros destinados à manutenção de
AVERBAR: Ato ou efeito de anotar ou apostilar, em pessoas ou de organizações.
assento ou documento, qualquer fato que posterior- EGRÉGIO: Insigne; ilustre.
mente o altere, modifique ou amplie. EMBARGOS: Recurso impetrado ao juiz ou ao tribunal
CAPUT: Diz-se do começo ou da primeira parte de um prolator de sentença ou acórdão para que os declare,
artigo em texto legal. reforme ou revogue.
CARGO EM COMISSÃO: Cargo que só admite provi- EMENDA CONSTITUCIONAL: Modificação na Consti-
mento em caráter provisório. Destina-se às funções de tuição.
confiança dos superiores hierárquicos. EMENTA: Parte do preâmbulo de lei, decreto, portaria
CARTA-CONVITE: Instrumento convocatório dos inte- ou parecer, que sintetiza o contexto do ato, permitindo
ressados na modalidade de licitação denominada convi- conhecimento prévio da matéria.
te. É uma forma simplificada de edital que, por lei, EMPENHO DE DESPESA: Ato emanado de autoridade
dispensa a publicação. É enviada diretamente aos pos- competente, que cria para o Estado obrigação de pa-
síveis proponentes, escolhidos pela própria repartição gamento, pendente ou não de implemento de condição.
interessada. ERÁRIO: Tesouro Público; Fazenda Nacional; conjunto
CLÁUSULA: Disposição contida num contrato, título ou de órgãos responsáveis pela arrecadação e fiscalização
documento. dos tributos.
CÓDIGO: Conjunto metódico e sistemático de disposi- ESTANDARDIZAR: Padronizar; uniformizar.
ções legais relativas a um assunto. Vocabulário ou EXARAR: Lavrar; consignar por escrito despacho, de-
sistema de sinais convencionais ou secretos utilizados cisão ou parecer.
em correspondência, comunicações ou processamento EXECUTIVO: O que é incumbido de dar execução às
de dados. leis, de governar, de gerir negócios; administrador de
COMPROBATÓRIO: Que contém provas do que diz; empresas ou de órgão público.
que serve para comprovar. EX LEGE: De acordo com a lei.
COMUTAÇÃO DE PENA: Atenuação ou substituição da EX OFFÍCIO: Oficialmente; em função do cargo.
pena imposta ao condenado. EXTRADIÇÃO: Processo pelo qual o Estado, fazendo
COMUTAR: Permutar; substituir; trocar. valer sua lei penal, solicita e consegue a entrega, pelas
CONSOLIDAÇÃO: Reunião de leis, normas ou direitos autoridades de outro Estado, do criminoso ali foragido,
sobre a mesma matéria ou pessoa. para ser julgado pela autoridade judiciária do Estado
CONSTITUCIONALIDADE: Em conformidade com os Requisitante.
preceitos da Constituição. EX VI LEGE: Em virtude da lei; por força de lei.
CONSTITUIÇÃO: Lei fundamental e suprema de um FAC SIMILE: Reprodução exata, idêntica.
país, contendo normas em relação à formação dos HABEAS CORPUS: Garantia constitucional outorgada
poderes públicos, a formas de governo, aos direitos e em favor de alguém que sofre ou se supõe sofrer coa-
deveres dos cidadãos. Carta Constitucional. Lei Magna. ção na sua liberdade de locomoção.
CONTRAFAÇÃO: Imitação fraudulenta; reprodução HOMOLOGAÇÃO: Ato de ratificar, confirmar ou apro-
inautêntica; falsificação. var.
CÓPIA IDÊNTICA: Reprodução de documento; fax IMPETRAR: Requerer a decretação de certas medidas
símile. legais; postular; pedir em juízo.
CORREGEDOR: Magistrado a quem compete fiscalizar IMPRECAÇÃO: Ação de pedir; requerer.
todos os juizados sob sua jurisdição. IMPRETERÍVEL: Inadiável; improrrogável; inflexível.
CRÉDITO ADICIONAL: Autorização de despesa não IMPROCEDENTE: Inadmissível; inaceitável.
computada ou insuficiente dotada na lei do orçamento. IMPUGNAÇÃO: Conjunto de razões com que se con-
CUSTAS: Despesas feitas em um processo judicial, traria pedido ou decisão; desaprovação; indeferimento.
taxadas em lei. IMPUTAÇÃO: Ato ou efeito de atribuir a alguém ato
DATA VENIA: Com sua permissão, com sua licença. punível ou a responsabilidade penal de certo fato.
DEFERIDO: Despachado favoravelmente; atendido; INCISO: Divisão de um parágrafo, normalmente de-
outorgado; aprovado. signado por numeração romana.
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA: Ato pelo qual uma INCOMUTÁVEL: Imutável; irredutível.
autoridade transfere a subordinado poderes, incumbên- IN DUBIO: Em caso de dúvida.
cias e responsabilidades, mediante ato próprio que INDULTO: Dispensa do castigo; perdão da pena.
indique com clareza e precisão a autoridade delegante, INFLIGIR: Impor; aplicar pena.
delegada e o objeto da delegação. INSTAURAR: Começar; iniciar; instalar.
DENEGAÇÃO: Recusa ou negação de pedido; indeferi- INSTITUIR: Estabelecer; fundar; criar.
mento. IN SUMA: Em resumo; em síntese.
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NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
INTERPELAÇÃO: Pedido de explicações; solicitação de pagamento, suprimento ou dispêndio de recursos do
esclarecimento. Estado.
INTERSTÍCIO: Lapso ou intervalo de tempo. ORGANOGRAMA: Gráfico representativo de uma or-
INVENTÁRIO: Lista discriminada de bens e mercado- ganização, indicando as inter-relações de suas unida-
rias. des constitutivas e o limite das atribuições de cada
IN VERBIS: Nestas palavras; nestes termos. uma.
IPSIS VERBIS: Pelas mesmas palavras; exatamente; OUTORGA: Consentimento; licença.
textualmente. PADRONIZAÇÃO: Estandardização; uniformização;
IPSO FACTO: Por isso mesmo. estabelecimento de modelo; de norma ou de padrão.
IRREVOGÁVEL: Que não pode ser revogado ou anula- PARAESTATAL: Organização que, embora não perten-
do. ce à administração direta, é instituída pela vontade do
ISONOMIA: Igualdade perante a lei. Estado e se mantém sob sua proteção e dependência.
JETON: Importância monetária paga a membros de PARIDADE: Relação de igualdade entre duas coisas.
órgãos colegiados por sessão a que comparecem. PARI PASSU: Simultaneamente; concomitantemente.
JUDICATURA: Poder de julgar; exercício da função do PAUTA: Agenda; ordem do dia; lista; relação.
juiz; administração da justiça. PER CAPITA: Individualmente; por pessoa.
JUDICANTE: Que julga; judicativo; que exerce as PERPETRAR: Praticar, consumar ou executar ato puní-
funções de juiz. vel.
JUNTADA: Ato de unir ao processo um documento que PERSONA GRATA: Pessoa bem-vinda; bem aceita;
lhe era estranho, que passa a fazer parte dele, inte- recebida com agrado.
grando-se em seus autos; anexação. PETIÇÃO: Solicitação por escrito; requerimento.
JURISCONSULTO: Aquele que é consultado sobre PETICIONÁRIO: Aquele que formula petição ou re-
Direito; aquele que costuma dar pareceres sobre ques- querimento; requerente.
tões jurídicas. PLEITEAR: Solicitar; questionar em juízo; demandar;
JURISDIÇÃO: A extensão e o limite do poder de julgar requerer.
de um juiz; alçada; vara; área territorial onde se exer- PLENÁRIO: Assembléia ou tribunal que reúne em
ce o poder de julgar. sessão.
JURISTA: Aquele que se dedica ao Direito. PODER DE FATO: Poder exercido sem base legal.
JUS: Direito. POSTULADO: Princípio ou fato reconhecido, mas não
LATO SENSU: Em sentido amplo; em sentido geral. provado; proposição não demandada, que se admite
LAUDA: Página de livro; impresso padronizado com como princípio; hipótese.
espaço delimitado para datilografia, utilizado para POSTULAR: Requerer; pretender; candidatar-se.
apresentação de originais. PREÂMBULO: Exposição inicial que antecede o texto
LAYOUT: Representação gráfica que propõe distribui- de lei ou decreto; prefácio.
ção racional do espaço físico. PRECEITO: Regra de procedimento; norma; doutrina;
LEGISLATURA: Indica o funcionamento da instituição ensinamento.
a quem se atribui o poder de legislar. Período em que PREPOSTO: Representante; aquele que dirige um
os membros do Poder Legislativo exercem o respectivo serviço, por delegação de competência.
mandato. PROCESSO: Correspondência ou documento que, para
LESIVO: Ato praticado em prejuízo ou prejudicial aos ser submetido à opinião de várias autoridades, é regis-
interesses de alguém. trado e autuado na unidade própria da instituição.
LETRA MORTA: Dispositivo legal não aplicado; lei que PROJETO DE LEI: Proposta de texto legal apresentada
não é cumprida. ao Congresso Nacional pelo poder Executivo ou por
LITÍGIO: Controvérsia judicial; demanda; disputa. membro do Poder Legislativo.
MALVERSAÇÃO: Administração nociva de negócios PRO LABORE: Remuneração ou ganho percebido como
alheios, com desvio de bens ou dinheiro. compensação pelo trabalho realizado.
MANDADO: Ato escrito, emanado de autoridade públi- PROMULGAÇÃO: Ordenar a publicação da lei.
ca, judicial ou administrativa, em virtude do qual deve PROVENTO: Rendimento; honorário; vencimento.
ser cumprida a diligência ou a medida que ali se orde- QUORUM: Número mínimo de pessoas presentes,
na. exigido por lei ou estatuto, para que um órgão coletivo
MANDATÁRIO: Pessoa a quem é conferido mandato funcione.
ou encargo; procurador. RATIFICAR: Confirmar; reafirmar; endossar.
MANDATO: Autorização que alguém confere a outrem REFERENDAR: Assinar um documento como respon-
para praticar, em seu nome, certos atos; procuração; sável; aceitar a responsabilidade de algo já aprovado
delegação. por outrem.
MINUTA: Rascunho; anteprojeto. RESSALVA: Nota destinada a corrigir erro ou omissão;
MODUS FACIENDI: Modo de fazer; maneira de agir. errata.
NIHIL OBSTAT: Nada a opor. RESSARCIR: Indenizar; compensar; pagar; prover.
NORMATIZAR: Estabelecer normas para. RETIFICAR: Corrigir; emendar.
NOTA DE EMPENHO: É o documento extraído de cada RETROAGIR: Retroceder; ter efeito sobre o passado;
empenho, indicando o nome do credor, especificação e voltar.
a importância da despesa, bem como a dedução desta REVALIDAR: Validar de novo; legitimar; ratificar.
do saldo da dotação própria. REVOGAR: Extinguir; invalidar; anular total ou parci-
ÓBICE: Impecilho; obstáculo; embaraço. almente.
OBJEÇÃO: Alegação em contrário; réplica; desaprova- SANÇÃO: Parte em lei em que se apontam as penas
ção. contra os seus infratores. Aprovação; ratificação.
ÔNUS: Encargo; sobrecarga; obrigação; dever. SIC: Palavra empregada entre parênteses e após uma
ORDEM DO DIA: Disposição metódica dos assuntos a citação para exprimir que o texto se acha literalmente
serem considerados em data previamente determinada. reproduzido.
ORDENADOR DE DESPESAS: É a autoridade de cujos SINDICÂNCIA: Conjunto de atos realizados com o fim
atos resultaram emissão de empenho, autorização de de formar prova sobre fato ou ocorrência.
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NOVA EDIÇÃO CADERNO DE ATIVIDADES
SINE DIE: Sem dia prefixado; por tempo indetermina-
do.
SINE QUA NON: Obrigatório; indispensável; imprete-
rível.
STATUS QUO: Estado atual; realidade; momento pre-
sente; sem alteração.
STRICTO SENSU: No sentido estrito.
SUB CENSURA: Para censura; sujeito à crítica, subme-
tido à aprovação.
SUB JUDICE: Causa em julgamento; pendente de
apreciação judicial.
SUBVENÇÃO: Auxílio pecuniário concedido pela admi-
nistração ou governo para ajudar a manutenção de
entidade beneficente regularmente organizada.
SUPRESSÃO: Corte; eliminação; anulação.
SURSIS: Prorrogação; dilatação; espera; suspensão
condicional de pena; moratória.
TEXTUAL: Reproduzido fielmente; transcrito.
TOMBAMENTO: Registrar; arrolar; inventariar. Incor-
poração de bens ao patrimônio histórico.
TRÂMITE: Andamento regular pelas vias legais ou
processuais apropriadas.
TRANSLADADO: Transferido; removido.
TRASLADADO: Copiado; transcrito.
ULTERIOR: Posterior; derradeiro.
VACANTE: Vago; não ocupado; não provido.
VADE MECUM: Compêndio ou livro onde se acham as
noções fundamentais de uma disciplina.
VARA: Jurisdição, cargo ou função de um juiz.
VEDAR: Proibir; impedir; sustar.
VERBA LEGIS: Palavra da lei.
VETO: Recusa do Chefe do Estado em sancionar proje-
to de lei, aprovado pelo Poder Legislativo; desaprova-
ção; discordância.
VIA ORDINÁRIA: Meio objetivo, comum e hábil de
reclamar em juízo o reconhecimento de um direito.
VIGER: Estar em vigor; vigorar.
VISAR: Validar ou autenticar documento por assinatu-
ra.

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