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ARCO ELÉTRICO:
1) O arco elétrico é a fonte de calor mais utilizada para soldagem de fusão
2) Características:
a. Fácil obtenção;
b. Baixo custo;
c. Fácil controle;
d. Elevada temperatura;
3) O arco elétrico pode ser definido como uma descarga elétrica sustentada por um
gás ionizado (plasma), iniciada por uma quantidade de elétrons emitidos do
eletrodo negativo;
4) Conceitos:
a. IONIZAÇÃO: processo que ocorre quando um átomo recebe uma
quantidade de energia suficiente para que o elétron da camada de
valência “salte” para fora do campo eletromagnético do átomo,
tornando-se um elétron livre. A energia necessária para que o elétron
fique livre é chamada de potencial de ionização.
b. EMISSÃO TERMIÔNICA: Processo de liberação de elétrons por uma
superfície aquecida.
5) A abertura do arco se dá por meio de duas formas:
a. Curto-circuito entre o eletrodo e peça:
Por efeito Joule, a ponta do eletrodo aquece, favorecendo a emissão
termiônica. Os elétrons emitidos fornecem mais energia térmica,
promovendo a ionização térmica do gás de proteção. Após a ionização o
eletrodo pode ser afastado da peça de trabalho sem que o arco seja
extinto.
b. Abertura por alta frequência:
Não há necessidade do contato entre eletrodo e peça. O processo ocorre
quando são aplicados pulsos de alta frequência com elevada taxa de
variação (dv/dt).
6) Regiões do arco:
7) A queda de tensão na coluna de plasma depende de alguns fatores:
a. Comprimento do arco;
b. Corrente de soldagem;
c. Tipo e geometria dos eletrodos;
d. Gás de proteção.
8) CARACTERÍSTICA ESTÁTICA DO ARCO:
a. Relação tensão-corrente;
b. Necessária para determinar a configuração da fonte de soldagem a ser
utilizada, e indica o ponto de operação do processo;
9) Sopro magnético:
a. Efeito que ocorre quando um condutor percorrido por uma corrente
elétrica é colocado numa região onde existe um campo eletromagnético
(força de Lorentz gerada), fazendo com que o arco sofra “desvios” de
direção.
b. Para minimizar seu efeito pode-se tomar algumas medidas:
i. Diminuir a altura do arco;
ii. Inclinar o eletrodo para o lado do sopro;
iii. Utilizar corrente alternada;
FONTES DE SOLDAGEM:
1) Na soldagem a arco são utilizadas fontes de energia que fornecem tensões de
arco até 40v e correntes de até 1200A.
2) Uma fonte de energia de soldagem deve atender a 3 requisitos:
a. Produzir saídas de corrente e tensão adequadas para o processo;
b. Permitir o ajuste da tensão/corrente de acordo com a aplicação;
c. Controlar a variação dos níveis de corrente e tensão;
3) O comportamento de uma fonte de soldagem depende de suas características
dinâmicas + estáticas;
a. Características dinâmicas: associadas às variações de tensão e corrente
fornecidas pela fonte durante o processo;
b. Características estáticas: representada por um gráfico cujas coordenadas
são pares tensão/corrente médias que a fonte fornece em regime
estático.
i. Cada fonte possui uma família de características estáticas;
ii. Quando se ajustam os controles de um equipamento de
soldagem, estamos alterando suas características estáticas e não
uma determinada corrente ou tensão.
4) Características estáticas da fonte:
a. Fonte do tipo corrente constante:
i. Permite a alteração da altura de arco, sem alterar
significantemente a corrente de soldagem;
ii. Empregado na soldagem manual
FUNDAMENTOS DA SOLDAGEM:
1) Átomos da superfície do metal possuem maior energia do que os átomos do
interior do metal.
2) Classificação dos processos de soldagem:
a. Soldagem por fusão:
i. Chama:
1. Oxiacetilênico;
2. Oxihídrico;
ii. Arco voltaico:
1. Eletrodo consumível (com proteção gasosa, auto
protetores, com proteção gasosa e fluxos);
2. Eletrodo não consumível (TIG/Plasma);
iii. Laser;
iv. Eletroescória;
3) Terminologia de soldagem:
a. Cordão de solda: resultado da soldagem;
b. Metal de base: material a ser fundido;
c. Metal de adição: material a ser adicionado à soldagem;
d. Poça de fusão: região fundida do metal de base;
e. Penetração: profundidade da poça de fusão em relação à superfície do
metal de base;
f. Junta: região entre duas ou mais peças que serão unidas;
i. Juntas de topo;
ii. Juntas de ângulo ou T;
iii. Juntas de canto;
iv. Sobreposta;
v. Juntas de aresta;
4) Descontinuidades:
a. São interrupções das estruturas típicas de um material;
b. Não é necessariamente um defeito;
c. Só é considerado um defeito quando não atende aos pré-requisitos de
projeto e não atende à norma técnica aplicável;
d. Podem ser consideradas descontinuidades:
i. Ângulo excessivo do reforço;
ii. Deposição insuficiente;
iii. Penetração exagerada;
iv. Falta de penetração;
v. Desalinhamento;
vi. Falta de fusão;
vii. Mordedura;
viii. Inclusão de escória;
ix. Porosidade;
x. Trinca;
xi. Respingo;
SOLDAGEM A PLASMA:
1) Extensão do processo TIG;
2) A coluna do arco voltaico sofre uma constrição devido a um constritor instalado
na ponta da tocha a fim de diminuir o diâmetro do bocal;
SOLDAGEM OXIACETILÊNICA:
1) Processo de soldagem a gás (oxigênio + gás combustível), por exemplo, +
→2 + , nessa reação temos o processo mais comum quando se
trata de soldagem acetilênica, ou seja, reação do oxigênio com o acetileno,
formando monóxido de carbono e hidrogênio.
2) O acetileno é o gás mais amplamente utilizado pois fornece temperaturas muito
mais altas quando comparados a outros gases como propileno, propano, metano
etc.
3) É comum um cilindro gerador de acetileno no processo, aqui a reação se dá
através do carbeto de cálcio e água, formando hidróxido de cálcio + acetileno
( + 2 → ( ) + 2 ).
4) Devido ao fato de a reação não ocorrer em uma única etapa, temos 2 regiões
visíveis durante o processo:
a. Interior do cone: onde ocorre a reação primária (oxigênio + acetileno,
formando monóxido de carbono + hidrogênio).
b. Envelope: onde ocorre a reação secundária (Monóxido de carbono +
hidrogênio + oxigênio, formando dióxido de carbono + água).
5) CARACTERÍSTICAS DA CHAMA OXIACETILÊNICA:
Dependendo da concentração de oxigênio e acetileno a chama apresenta
diferentes comportamentos:
a. < 1 (Chama oxidante): Menor envelope, ruído alto, chama bem
azulada;
b. = 1 (Chama neutra): Maior envelope e cone interno pequeno (bem
definidos);
c. > 1 (Chama redutora): Grande envelope e maior cone interno com
a presença de uma região intermediária.
6) Equipamentos:
a. 2 Cilindros de gás (oxigênio a alta pressão (~200 bar) e combustível a
baixa pressão (~17 bar));
b. 2 mangueiras (1 para cada gás);
c. Reguladores de pressão par ambos os gases;
d. Válvulas de controle de vazão de gás no maçarico;
e. Bico do maçarico;
7) Maçarico:
a. A mistura efetiva do gás se dá apenas no final do maçarico, dentro do
misturador.
b. Existem 2 tipos básicos de maçarico:
i. Misturador: utilizado em cilindros de média pressão, quando as
pressões de acetileno e oxigênio são similares.
ii. Injetor: utilizado quando a pressão do acetileno é baixa,
aproveitando a pressão do oxigênio para aspirar acetileno via
efeito Venturi. Esse tipo de maçarico se faz necessário para que
as velocidades dos gases no bico sejam iguais.
8) Bicos:
a. Feitos de material com alta condutividade térmica, como ligas de bronze
por exemplo;
b. A área de saída do bico é dependente da espessura da chapa a ser
soldada.
9) Consumíveis:
a. Material de adição:
i. Fornecidos na forma de varetas;
ii. Composição geralmente de aço carbono;
b. Fluxos:
i. Tem a função de escorificar os óxidos;
ii. Melhora a fluidez da escória;
iii. Aumenta a molhabilidade e fluidez da poça de fusão.
10) Funcionamento e ignição:
a. Primeiramente é necessário abrir a passagem do acetileno;
b. Com um faiscador ou isqueiro iniciar o acendimento da chama (de
coloração bem alaranjada, e com geração de fuligem);
c. Regular a passagem do oxigênio para alcançar o tipo de chama desejada.
d. Posicionar o cone interno (região mais quente da chama) próximo da
região a ser soldada, num ângulo entre ~70° e ~90°;
e. Importante a uniformidade da distância entre peça e poça de fusão;
11) Técnicas operacionais:
a. Puxando: produz cordões de solda com maior penetração e permite o uso
de altas velocidades;
b. Empurrando: produz cordões de solda com menor penetração, ideal para
soldagem de chapas mais finas.
12) Vantagens:
a. Equipamento de menor custo;
b. Portátil.
13) Desvantagens:
a. Baixa intensidade de calor, portanto menor produtividade;
b. Menor proteção da solda.
BRASAGEM:
1) CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS:
a. Processo ocorre a uma temperatura menor que a temperatura de fusão
do material base;
b. Processo nunca funde o material base;
c. Material de adição DEVE ter temperatura de fusão menor que a
temperatura do material base;
d. Apenas o material de adição é fundido no processo.
e. Na brasagem o material de adição preenche a junta por ação capilar;
f. Necessário um molhamento adequado na junta;
g. Imprescindível uma superfície da junta livre de óxidos durante a
brasagem;
2) Fluxos:
a. Função de proteção oxidante da junta a ser brasada;
b. Se fundem a temperaturas inferiores às temperaturas de fusão do
material de adição, dissolvendo as camadas de óxido e impurezas na
superfície da peça;
c. Aumenta a molhabilidade do material de adição fundido;
d. Alguns arames vêm com uma quantidade de fluxo interna (arame
tubular);
3) Pelo processo ocorrer via capilaridade, é necessário ter um controle rígido da
folga da junta:
a. O ideal é 0,1mm;
b. Para valores de folga menores que 0,1mm pode ocorrer a formação de
bolsões de ar dentro da junta brasada;
c. Para valores de folga maiores que 0,1mm pode ocorrer a formação de
bolhas de gás;
4) O processo pode ser dividido em 3 tipos:
a. Brasagem forte: a temperatura de fusão do metal de adição é inferior à
temperatura de fusão do material base, porém superior a 450°C;
b. Brasagem branda: a temperatura de fusão do metal de adição é inferior
à temperatura de fusão do material base e menor que 450°C;
c. Solda brasagem: Difere das outras acima pelo desenho da junta e pela
forma que o material de adição é depositado (semelhante à soldagem a
arco);
i. Temperatura de fusão do metal de adição acima de 450°C;
ii. Geralmente realizada através de arco voltaico (muito semelhante
aos processos TIG/MIG);
5) Outra abordagem de divisão é quanto ao método de aquecimento:
a. Chama;
b. Forno:
i. Distribuição uniforme do calor;
ii. Processo altamente controlado;
iii. Utilizado na produção em grande escala;
iv. Só pode ser empregado quando o metal de adição pode ser
colocado previamente na junta;
v. Podem ser contínuos ou intermitentes;
vi. Proteção pode ser feita através de fluxos, atmosfera controlada
ou vácuo;
c. Indução:
i. O processo de fusão ocorre quando a peça é colocada no interior
de uma bobina por onde passa corrente alternada, gerando um
campo magnético em seu interior, que por sua vez gera corrente
induzida nas peças a serem unidas e, por efeito Joule aquece o
sistema;
ii. Proteção via fluxos;
iii. Equipamento: fonte de energia geradora de corrente alternada
com frequência entre 10kHz e 450kHz. Na prática as frequências
utilizadas estão entre 10kHz e 40KHz.
iv. A bobina é resfriada a água;
6) Consumíveis:
a. Metal de adição:
i. Escolhido em função do material de base, forma da junta e
método de aquecimento;
ii. Para brasagem com chama é recomendado o uso de metal de
adição com ponto na linha “liquidus” mais baixo possível, para um
baixo controle da temperatura;
iii. Para brasagem de juntas com grande volume de metal de adição
é recomendado a seleção de um metal de adição com grande
intervalo entre as linhas “liquidus” e “solidus” (ampla faixa de
solidificação);
iv. CLASSIFICAÇÃO:
Conforme suas composições químicas:
1. Ligas de prata (Ag): Amplamente utilizado para todos os
métodos de aquecimento, para brasagem de materiais
ferrosos e não ferrosos, exceto ligas de alumínio e
magnésio.
2. Ligas de níquel (Ni): mais utilizados na brasagem de aços
inoxidáveis, possui alta resistência à corrosão.
3. Ligas de cobalto (Co): aplicações a altas temperaturas.
4. Cobre e suas ligas (Cu): mais utilizado para brasagem de
materiais ferrosos, ligas de cobre e de níquel em todos os
métodos de aquecimento.
5. Ligas de fósforo (P): para brasagem de cobre e suas ligas.
6. Ligas de magnésio (Mg): para brasagem de ligas de
magnésio, possui boa resistência a corrosão e indicado
para todos os processos de aquecimento.
b. Fluxo;
7) Juntas:
a. Apenas dois tipos são usados em brasagem: juntas de topo e juntas
sobrepostas
8) Vantagens:
a. Possibilidade de junção de metais dissimilares;
b. Produção em larga escala;
c. Menores problemas envolvendo tensões residuais;
d. Preserva o revestimento do metal base;
9) Desvantagens:
a. Metal de adição com alto custo;
b. Fluxo com alto custo;
8) Equipamentos:
a. Fonte de soldagem: normalmente fontes de soldagem convencionais
(transformador ou transformador-retificador) utilizando correntes
contínuas ou alternadas;
i. CC para uso com correntes entre 300A e 600A;
ii. CA para uso com correntes entre 900A e 1500A;
iii. Para arames com diâmetro inferior a 4mm utiliza-se fontes do
tipo tensão constante (alto regulagem do arco);
iv. Para arames com diâmetro superior a 4mm utiliza-se fontes do
tipo corrente constante (velocidade do arame variável);
b. Tocha de soldagem;
c. Alimentador de arame;
d. Sistema de controle;
e. Sistema de deslocamento (trator);
f. Alimentador de fluxo;
9) Variações do processo: tem a finalidade de aumentar a taxa de deposição e
facilitar algumas aplicações.
a. Long-stickout: eletrodo mais comprido;
b. Twin-arc (arco geminado): dois eletrodos paralelos formando um único
arco com elevada densidade de corrente;
c. Tandem-arc (arcos múltiplos): utiliza mais de dois eletrodos, cada um
com um arco voltaico numa mesma poça de fusão;
12) Equipamentos:
a. Fonte de soldagem: tipicamente convencionais (transformador ou
transformador + retificador) do tipo tensão constante;
b. Cabeçote de soldagem;
c. Sapatas refrigeradas: servem para conter o banho de escória e a poça
fundida na junta além de acelerar o processo de resfriamento do metal
fundido;
d. Sistema de controle: permite controlar as variáveis do processo;
e. Cabos;
f. Alimentador de arame: velocidade constante;
13) Consumíveis:
a. Eletrodos: maciços ou tubulares;
b. Fluxos: produz escória que servirá para gerar calor e proteger o material
fundido. Deve ser condutor, porém com resistência elevada para gerar
calor necessário para a fusão por efeito Joule. Densidade menor que a do
metal fundido;
c. Tubo guia (método da guia consumível);
14) Vantagens:
a. Alta taxa de deposição;
b. Alta velocidade de enchimento da junta;
c. Solda sem distorções;
15) Desvantagens:
a. Granulometria grosseira;
b. Custo alto dos equipamentos;
c. Soldagem apenas na posição vertical;