Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Desflorestamento
Roteiro de Aula 05
Curso História Econômica Geral. UFPB, 2022-2 em 2023. Anotações de Aula. Atenção:
texto inédito, de uso restrito aos estudantes da disciplina. Reprodução e distribuição
não autorizados pelo autor.
INTRODUÇÃO
1
Para informações de conhecimento geral: Ronald Findlay - Wikipedia
A INTERNACIONALIZAÇÃO DA PESTE
DESFLORESTAMENTO
Após meados do século XV, a mineração e a metalurgia da prata se
intensificaram na Europa. A produção de prata quintuplicou-se entre 1460 e
1530. (FINDLAY, 2002: 26) O ouro foi sendo percebido como uma riqueza
inestimável. Assim, a economia monetizada nunca mais recuou. Entretanto, a
interpretação de Ronald Findlay é exagerada. Lentas transformações de
mentalidade vieram marcando a Europa, como o processo de urbanização e o
surgimento das universidades.
A destruição das florestas europeias foi igualmente o longo processo que
atravessou séculos desde o XI século provavelmente. Eis um grande desafio
para a história ecológica. Um estudo com simulação de mapas históricos
(Kaplan, Krumhardt, Zimmermann, 2009: 3024) procura dar uma ideia da
devastação operada antes da Era Industrial, evidenciando que se o capitalismo
estiver intimamente relacionado com empreendedorismo rural, incorporação de
populações e modificação das condições ecológicas, sua história é bastante mais
longa do que aquela pensada no século 19. Seleciono abaixo as simulações de
contraste entre o Ano Mil e 1500.
A pandemia bubônica do século 14 foi um pequeno intervalo de tempo,
rapidamente superado:
For many regions of Europe after AD 1000, deforestation continued steadily until
the period of the Black Death, around AD 1350 (Fig. 8; Table 3). The major
decline in population caused by this epidemic was reflected in the widespread
afforestation of many regions of Europe, and was noticeable by AD 1400. Nearly
all regions displayed either a pause in deforestation or an increase in forest area
(Table 3). Regions with very low amounts of usable land showed no reforestation
(e.g., Iceland). Populations of most regions of Europe had recovered to their pre-
plague levels by AD 1450, and thus clearance levels were similar to those just
prior to the Black Death. Consequently, from AD 1500 to AD 1850, we see the
highest rates of forest clearance in our dataset and most usable land in Europe
and surrounding regions became highly cleared just prior to industrialization.
(Kaplan, Krumhardt, Zimmermann, 2009: 3025)
CONCLUSÃO
Há um longo debate sobre as tensões entre correntes de pensamento que
defendem a história puramente humana, sem interferência de outros aspectos
explicativos, e a história que considera interações múltiplas com múltiplas
causalidades. As condições humanas e ecológicas trazem problemas aos
historiadores que investigam hoje como situações de saúde e higiene podem ter
afetado a economia.
REFERÊNCIAS
Christine Johnson. (2021) How the Black Death make life better? Washington
University in St. Louis. Available at: https://history.wustl.edu/news/how-black-
death-made-life-better
Guido Alfani. (2020) The Economic Consequences of Plague: Lessons for the Age of
Covid-19. History and Policy. June 29. Available at: The economic consequences of
plague: lessons for the age of Covid-19 | History and Policy
John Hatcher. The Black Death: An Intimate History of a Village in Crisis 1345-50. London,
UK: Orion Books Ltd, 2009.
Ronald Findlay. (2002) Globalization and the European Economy: Medieval Origins to
the Industrial Revolution. (Discussion Paper #: 0102-28) Columbia University.
http://academiccommons.columbia.edu/catalog/ac%3A113595