Você está na página 1de 8

O INDUSTRIALISMO E O MOVIMENTO

SANITÁRIO
- UM CONTEXTO SÓCIO HISTÓRICO
• Industrialização no reino unido dos Séculos XVIII e XIX.
• Revolução dos transportes e comunicações causada pelos trens
• Revolução da indústria causada pelo maquinário
• As políticas conhecidas como Cercamentos começam a expulsar trabalhadores do campo

• Em 1801, 16,94% da população inglesa vivia nas cidades (9,73% só em Londres)


• Em 1861, 38,21% da população inglesa vivia nas cidades (13,97% só em Londres)
O QUE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
REVOLUCIONOU?
IDADE MÉDIA • Não apenas uma mudança na estrutura produtiva ( e por lógica, na
estrutura da dominação do homem pelo homem), mas também
MODERNIDADE
Feudo Cidade uma Completa reestruturação das formas de viver.

• A passagem de ciclos de sociabilidade reduzidos e intensivos


Senhor Feudal Burguesia
(Aldeia) para ciclos de sociabilidade extensos e superficiais
(Cidades).
Aldeão Operário
• Além disso, o problema maior: a explosão demográfica enquanto
crise em potencial
OS EXPULSOS DO CAMPO – A MISÉRIA E A FOME
SE TORNAM O GRANDE PROBLEMA DO SÉC XIX
• Nesse sentido que é criada a Lei dos pobres: uma séries de formas para organizar, assistir
ou empregar as pessoas que viviam na miséria
• Mas surgem correntes de pensamento que são contrárias a essa assistência:
1. Bentham e os filósofos radicais: “radicais” pois acreditavam que economia, política e sociedade eram
passíveis de analise e controle tal qual as ciências exatas/ naturais

2. Doutrina da Necessidade Filosófica: acreditava que o mundo dos homens se auto regula se não houver
interferência. Nesse sentido, propõem que ajudar o pobre é alimentar seu ócio.

3. Adam Smith, e o Liberalismo: considera que o poder do interesse próprio, da competição e as leis do mercado
seriam as leis invisíveis capazes de regular a sociedade – e por isso, acreditava em um estado mínimo
Assim, em 1834 é criada uma emenda à lei dos pobres evitando que o estado auxilie aqueles que tem
condições físicas de trabalhar
AS CIDADES DA REVOLUÇÃO E SUAS
CONDIÇÕES
• Considerem os seguintes dados:
Famílias de em média 5 pessoas viviam em um comodo
A medicina se constituía enquanto arte de prever a morte, e não de produzir a cura
O conhecimento sobre a fisiologia humana era próximo de nulo
O conhecimento sobre microorganismos, vírus e bactérias era nulo
A estratégia eficaz para lidar com epidemias era isolar os doentes para morrer
A população das cidades estava dobrando a cada 50 anos...
NINGUÉM sabia da importância da higiene básica – não havia agua encanada ou esgoto

O que aconteceria no caso de uma pandemia como a que vivemos hoje?


IDADE MÉDIA E PANDEMIA – A PESTE NEGRA

• A peste negra, uma pandemia que aconteceu entre 1347 e 1351 (4 anos), matou quase 60% da população
europeia – teve um total de 3 grandes surtos.
• Ao final do terceiro surto, estima-se que um terço da população mundial havia morrido.
• O isolamento, considerado eficaz em todas as epidemias até aquele momento, não funcionava pois os
ratos carregavam o vírus para fora das casas infectadas.
• Algumas cidades européias demoraram 200 anos para se recuperarem do impacto da peste

Como lidar com uma pandemia dessas proporções se a densidade populacional havia crescido
gigantescamente?
AS EPIDEMIAS DE COLERA

• A Inglaterra passou por 3 epidemias de cólera num período de 4 anos (1831, 1832 e 1834).
• A situação foi tão calamitosa, que mesmo as classes mais abastadas passaram a perceber a saúde
dos pobres como um grande risco – inclusive a eles mesmos, já que o isolamento não parecia ser
100% eficaz.
• Constrói-se então uma Nova lei dos pobres que foca suas atenções na Saúde.
• Em 1836 é criada a Divisão de Estatística Médica. Esta passa a operar no registro de nascimentos,
óbitos e suas causas e locais em busca de sentido para as epidemias e doenças.
A DIVISÃO DE ESTATÍSTICA MÉDICA E SEUS
RESULTADOS
• Em menos de 2 anos, a DEM apresentou ao governo inglês um documento comprovando
que os custos a longo prazo de prevenir doenças pela promoção de saúde para todos era
infinitamente mais barata que os gastos e prejuízos de permitir que as epidemias
“terminassem sozinhas”.

• Seus estudos estatísticos demonstraram também que as doenças eram mais violentas nos
locais mais pobres e com menos higiene – levando a elaboração da TEORIA DOS
MIASMAS ( que apesar de muito errada, foi o suficiente para convencer a população e o
governo da importância do investimento em infraestrutura e saneamento básico)
DOIS PARADOXOS E UMA CONCLUSÃO DESSA
HISTÓRIA....
Paradoxo Médico: O conhecimento médico (da cura) não auxiliou em nada a prevenir a
propagação das doenças e/ou o combate às epidemias

Paradoxo Sócio-econômico: o laissez-faire acabou CAUSANDO o aumento do papel do


estado na vida dos cidadãos, mesmo PREGANDO que o estado deveria ser mínimo

Epidemiologia: ou o estudo estatísticos das populações e dos territórios foi (e É) a grande


ferramenta para o combate às pandemias. A estatística salvou mais vidas na história da
humanidade do que a medicina.

Você também pode gostar