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Sua fama decorre dos estudos sobre a população, contidos em dois livros conhecidos como
Primeiro ensaio e Segundo ensaio: "Um ensaio sobre o princípio da população na medida em que afeta
o melhoramento futuro da sociedade, com notas sobre as especulações de Mr. Godwin, M. Condorcet e
outros escritores" (1798) e "Um ensaio sobre o princípio da população ou uma visão de seus efeitos
passados e presentes na felicidade humana, com uma investigação das nossas expectativas quanto à
remoção ou mitigação futura dos males que ocasiona" (1803).
Tanto o primeiro ensaio - que apresenta uma crítica ao utopismo - quanto o segundo ensaio -
onde há uma vasta elaboração de dados materiais - têm como princípio fundamental a hipótese de que
as populações humanas crescem em progressão geométrica. Malthus estudou possibilidades de
restringir esse crescimento, pois os meios de subsistência poderiam crescer somente em progressão
aritmética. Segundo ele, esse crescimento populacional é limitado pelo aumento da mortalidade e por
todas as restrições ao nascimento, decorrentes da miséria e do vício.
Suas obras exerceram influência em vários campos do pensamento e forneceram a chave para
as teorias evolucionistas de Darwin e Wallace. Os economistas clássicos como David Ricardo,
incorporaram o princípio da população às suas teorias, supondo que a oferta de força de trabalho era
inexaurível, sendo limitada apenas pelo fundo de salários.
Para Malthus, assim como para seus discípulos, qualquer melhoria no padrão de vida de
grande massa é temporária, pois ela ocasiona um inevitável aumento da população, que acaba
impedindo qualquer possibilidade de melhoria. Foi um dos primeiros demógrafos a tentar analisar
dados demográficos e econômicos para justificar sua previsão de incompatibilidade entre o
crescimento demográfico e à disponibilidade de recursos. Apesar de ter assumido popularmente que as
suas teses deram à Economia a alcunha da ciência lúgubre (dismal science), a frase foi na verdade
cunhada pelo historiador racista Thomas Carlyle em referência a um ensaio contra a escravatura
escrito por John Stuart Mill.
Seus dois ensaios estão permeados de conceitos cristãos, como os de mal, salvação e
condenação.
Em suas obras econômicas, Malthus demonstrou que o nível de atividade em uma economia
capitalista depende da demanda efetiva, o que constituía, a seus olhos, uma justificativa para os
esbanjamentos praticados pelos ricos. A idéia da importância da demanda efetiva seria depois
retomada por Keynes.
Thomas Malthus representa o paradigma de uma visão que ignora ou rebaixa os benefícios da
industrialização ou do progresso tecnológico. Ernest Gellner afirma em Pós-modernismo, razão e
religião: "Previamente, a Humanidade agrária vivia num mundo Malthusiano no qual a escassez de
recursos em geral condenava o homem a apertadas formas sociais autoritárias, à dominação por
tiranos, primos ou ambos".
Para o autor, a diferença entre as classes sociais era uma conseqüência inevitável. A pobreza e
o sofrimento eram o destino para a grande maioria das pessoas.
Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Malthus"
Teoria malthusiana
A primeira aceleração do crescimento populacional coincide com a consolidação do sistema
capitalista e o advento da Revolução Industrial, durante os séculos XVIII e XIX. Nos países que se
industrializavam, a produção de alimentos aumentou e a população que migrava do campo
encontrava na cidade uma situação socioeconômica e sanitária muito melhor. Assim, a mortalidade
se reduziu e os índices de crescimento populacional se elevaram.
Diante dessa constatação e para evitar uma “catástrofe”, Malthus propôs uma “restrição
moral” aos nascimentos, o que significaria: proibir o casamento entre pessoas muito jovens; limitar
o número de filhos entre as populações mais pobres; elevar o preço das mercadorias e reduzir os
salários, a fim de pressionar os mais humildes a Ter uma prole menos numerosa.
Ao lançar suas idéias, Malthus desconsiderou as possibilidades de aumento da produção
agrícola com o avanço tecnológico. Aos poucos essa teoria foi caindo em descrédito e desmentida
pela própria realidade.
Os neomalthusianos
A Segunda aceleração do crescimento populacional ocorreu a partir de 1950,
particularmente nos países subdesenvolvidos.
Esse período, imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, foi marcado pelo
surgimento de novos países independentes africanos e asiáticos e por grandes conquistas na área da
saúde, como a produção de antibióticos e de vacinas contra uma série de doenças. Tais conquistas se
difundiram pelos países subdesenvolvidos graças à atuação de entidades internacionais de ajuda e
cooperação, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Cruz Vermelha Internacional. Além
disso, com o processo de expansão de empresas multinacionais grandes laboratórios farmacêuticos
se instalaram nos países subdesenvolvidos que se industrializavam. Os remédios se tornaram mais
acessíveis e baratos.
Esse processo denominado revolução médico-sanitária, incluiu também a ampliação dos
serviços médicos, as campanhas de vacinação, a implantação de postos de saúde pública em zonas
urbanas e rurais e a ampliação das condições de higiene social. Todos esses fatores permitiram uma
acentuada redução nas taxas de mortalidade, principalmente a infantil, que até então eram muito
elevadas nos países subdesenvolvidos. A diminuição da mortalidade e a manutenção das altas taxas
de natalidade resultaram num grande crescimento populacional, que atingiu seu apogeu na década
de 1960 e ficou conhecido como explosão demográfica.
Com a nova aceleração populacional, voltaram a surgir estudos baseados nas idéias de
Malthus, dando origem a um conjunto de teorias e propostas denominadas neomalthusianas.
Novamente, os teóricos explicavam o subdesenvolvimento e a pobreza pelo crescimento
populacional, que estaria provocando a elevação dos gastos governamentais com os serviços de
educação e saúde. Isso comprometeria a realização de investimentos nos setores produtivos e
dificultaria o desenvolvimento econômico. Para os neomalthusianos, uma população numerosa seria
um obstáculo ao desenvolvimento e levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à
pobreza. Enfim, ao caos social.
Para os neomalthusianos, a desordem social poderia levar os países subdesenvolvidos a se
alinhar com os países socialistas, que se expandiam naquele momento. Para evitar o risco,
propunham a adoção de políticas de controle de natalidade, que se popularizaram com a
denominação de “planejamento familiar”
Essas políticas são adotadas até hoje e conduzidas pela ONU (Organização das Nações
Unidas) e o FMI (Fundo Monetário Internacional), que condiciona a aprovação de empréstimos para
os países subdesenvolvidos à adoção de programas de controle de natalidade, que são financiados
pelo Banco Mundial (BIRD).
O planejamento familiar é feito por entidades privadas e públicas, que se associam à
indústria farmacêutica e à classe médica e recebem apoio dos meios de comunicação. O controle
populacional é realizado de várias maneiras, que vai da distribuição gratuita de anticoncepcionais até
a esterilização em massa de populações pobres (Índia, Colômbia e Brasil).
MALTHUS TINHA RAZÃO?
O que teria levado Malthus a desenvolver um ponto de vista pessimista quanto ao crescimento
populacional? Malthus percebia que Inglaterra e França, além dos Estados Unidos, tinham suas
populações duplicadas a cada 25 anos. Por esta razão, acreditava que não haveria condições de a
produção de alimentos atender às necessidades da população. O resultado seria a fome, as mortes em
massa, as doenças, além de forte crise social. Alguns acontecimentos revelaram que as previsões de
Malthus não se concretizariam:- A emigração fez com que cerca de 20 milhões de pessoas deixassem
as Ilhas Britânicas entre 1815 e 1914. Seu destino: Estados Unidos, Canadá, Austrália e África do Sul.
Seu objetivo: terras, trabalho, melhores condições de existência. destino: Estados Unidos, Canadá,
Austrália e África do Sul. Seu objetivo: terras, trabalho, melhores condições de existência.