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A DEDUÇÃO
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- O pensamento dedutivo parte do conhecimento
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que geral, visando ao conhecimento particular, assim,
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
para a lógica dedutiva, as premissas verdadeiras não
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
podem gerar enunciados falsos. Resposta: Certo.
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen- 3. (UFPE – 2018 - Adaptada) Na temática da Lógica,
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e leia o texto a seguir sobre os tipos de inferência:
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). A dedução e a indução são conhecidas com o nome
de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir
Agora, tente responder as seguintes perguntas de outra já conhecida. Sobre a indução e a dedu-
sobre o texto: ção, entende-se como inferências mediatas.
Quem é o herói de que trata o texto? (CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996, p. 68.)
Quem são as três irmãs? Adaptado.
Qual é o planeta inexplorado?
Certamente, você não conseguiu responder nenhu- A autora acima enfatiza a singularidade dos tipos de
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- inferência no âmbito da razão discursiva. Sobre isso,
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será observe a seguinte inferência:
afetada. O texto chama-se “A descoberta da América Sócrates é homem e mortal
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque Platão é homem e mortal
responder às questões; certamente você não terá mais Aristóteles é homem e mortal
as mesmas dificuldades. Logo, todos os homens são mortais.
LÍNGUA PORTUGUESA
1. (FGV – 2019) “Quando se julga por indução e sem o O raciocínio é indutivo, porque parte de premissas
necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega- particulares para outras mais genéricas. Resposta:
-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”. Letra C. 15
USO DOS PORQUÊS
ORTOGRAFIA OFICIAL
É muito comum haver confusão com os usos das
As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos formas dos porquês, pois no contexto de uso discursi-
casos, contraproducentes, tendo em vista que a lógica vo (fala) não necessitamos distinguir foneticamente.
da grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é Porém, existem quatro formas de escrita dos porquês,
derivada de processos históricos de evolução da língua.
as quais se distinguem por função sintática, morfo-
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra-
lógica e pela sua posição no período. Veja a tirinha a
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra- seguir e como são realizadas essas distinções:
fia das palavras.
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior
parte das regras não são efêmeras, porém, são em
grande número. Neste material, iremos apresen-
tar uma forma condensada e prática de nunca mais
esquecer os acentos e os motivos pelos quais as pala-
vras são acentuadas.
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras Disponível em: https://bit.ly/3oIvkDs
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
à escrita correta. Veja:
Os tipos de porquês:
z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.
Ex.: ameixa, frouxo, trouxe. � Porque: conjunção causal ou explicativa (igual a
“pois”, “uma vez que”).
Jogava vôlei porque os amigos o chamavam.
USAMOS X: USAMOS CH:
� Porquê: substantivo abstrato com propósito de
� Depois da sílaba em, se � Depois da sílaba em, se justificar. Pode ser acompanhado de artigo, prono-
a palavra não for derivada a palavra for derivada de me, adjetivo ou numeral. Pode vir no singular e no
de palavras iniciadas por palavras iniciadas por CH: plural.
CH: enxerido, enxada encher, encharcar Ex.: Não sabia o porquê de ela ter ido embora.
� Depois de ditongo: cai- � Em palavras derivadas Ele não entendeu os porquês de tantas brigas.
xa, faixa de vocábulos que são gra-
� Depois da sílaba ini- fados com CH: recauchu- � Por que: inicia perguntas diretas ou está presen-
cial me se a palavra não tar, fechadura te no interior de perguntas indiretas, podendo
for derivada de vocábulo ser substituído por “por qual razão” ou “por qual
iniciado por CH: mexer, motivo”. Pode ser também que tenha o significado
mexilhão de “pelo qual” e suas flexões.
Ex.: Quero saber por que você não visitou seu primo.
Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10/10/2020. Os lugares por que passei são incríveis.
z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi- � Por quê: aparecerá sempre no final de uma fra-
nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem; se, podendo ser substituído por “por qual motivo”,
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, “por qual razão”.
-úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio; Ex.: Você não me falou nada, por quê?
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir; Ela escutou tudo isso sem saber por quê.
Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou
-jer. Ex.: viajar, lisonjear;
Termos derivados do latim escritos com j.
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente, EXERCÍCIO COMENTADO
Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando
houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa. 1. (FCC – 2012) Está correto o emprego de ambos os
z É com S ou com Z? palavras que designam nacio- elementos destacados em:
nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês
e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; a) Se o por quê da importância primitiva de Paraty estava
inglês; marquesa; duquesa. na sua localização estratégica, a importância de que
Palavras que designam qualidade, cuja termina- goza atualmente está na relevância histórica porque é
ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: reconhecida.
Embriaguez; lucidez; acidez. b) Ninguém teria porque negar a Paraty esse duplo mereci-
mento de ser poesia e história, por que o tempo a esco-
Essas regras para correção ortográfica das pala- lheu para ser preservada e a natureza, para ser bela.
vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é c) Os dissabores por que passa uma cidade turística
importante ficar atento e manter uma rotina de leitu- devem ser prevenidos e evitados pela Casa Azul, por-
ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática. que ela nasceu para disciplinar o turismo.
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da d) Porque teria a cidade passado por tão longos anos
leitura e da escrita de textos, por isso, recomendamos de esquecimento? Criou-se uma estrada de ferro, eis
que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de porque.
informação, pois além de contribuir para seu conhe- e) Não há porquê imaginar que um esquecimento é sem-
cimento geral, sua habilidade em língua portuguesa pre deplorável; veja-se como e por quê Paraty acabou
16 também aumentará. se tornando um atraente centro turístico.
O “por que” na sentença da alternativa C está correta- Cessão
mente empregado, pois possui sentido de “pelo qual”.
O “porque” logo em seguida também está correto, pois Tem sentido de “ceder”, “repartir”.
tem função de explicar o nascimento da Casa Azul: Ex.: O governo autorizou a cessão de livros para
para disciplinar o turismo. Resposta: Letra C. as escolas.
Demais Ao encontro de
Advérbio de intensidade. Assume também a fun- Significa “ser favorável a” e “aproximar-se de”.
ção de pronome indefinido. Ex.: A opinião dos estudantes ia ao encontro das
Ex.: Gritamos demais no jogo, por isso estamos nossas. (sentido de “corresponder”)
roucos. (advérbio) Ele foi ao encontro dos amigos. (sentido de
Eu amo essa cantora, ela é demais! (advérbio) “encontrar-se com”)
Sabemos o motivo principal, os demais não foram
divulgados. (pronome indefinido) De encontro a
EM VEZ DE / AO INVÉS DE Para não errar mais, faça a seguinte operação sem-
pre que em dúvida: Mal é antônimo de Bem / Mau é
Em vez de
antônimo de Bom.
Significa “substituição”, “troca”.
Ex.: Em vez de estudar, ficou brincando com os
amigos.
CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS
Ao invés de
INTRODUÇÃO
Indica “algo inverso”, “oposição”.
Ex.: Ao invés de ligar o som, desligou-o.
A palavra morfologia refere-se ao estudo das for-
TRAZ / TRÁS / ATRÁS mas; por isso, o termo é usado pelos linguistas e tam-
bém pelos médicos que estudam as formas dos órgãos
Traz e suas funções.
Analogamente, para compreender bem as funções
Do verbo “trazer”, conjugado na terceira pessoa do de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão,
singular. precisamos conhecer como essa forma se classifica
Ex.: Ele sempre me traz flores quando vem me ver. e como se organiza. Por isso, em língua portuguesa,
estudamos as formas das palavras na morfologia, que
Trás
organiza as classes das palavras em dez categorias.
Significa “na parte posterior” e é sempre precedi- A seguir, iremos estudar detalhadamente cada uma
do de preposição. delas e também acrescentamos um “bônus” para seus
Ex.: Ele estava por trás disso tudo desde o começo. estudos: as palavras denotativas, atualmente, muito
Ande mais depressa, senão ficará pra trás. cobradas por bancas exigentes.
Atrás ARTIGOS
z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma Todas as frases colocam adequadamente os nume-
série. Ex.: foi o segundo colocado do concurso; che- rais nas frases, por extenso, e entre parênteses. Res-
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar.
posta: Letra D.
z Multiplicativos: indicam o aumento proporcio-
nal de uma quantidade. Ex.: Ele ganha o triplo no SUBSTANTIVOS
novo emprego.
z Fracionários: indicam a diminuição proporcio- Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
nal de uma quantidade. Ex.: Tomou um terço característica básica dessa classe é admitir um deter-
de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu minante, artigo, pronome etc. Os substantivos flexio-
metade do pagamento. nam-se em gênero, número e grau.
A forma um pode assumir na língua a função de A classificação dos substantivos admite nove tipos
artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como diferentes de substantivos. São eles:
podemos reconhecer cada função? É preciso observar
o contexto em uso. z Simples: Formados a partir de um único radical.
Durante a votação, houve um deputado que se Ex.: vento, escola;
posicionou contra o projeto.
z Composto: Formados pelo processo de justaposi-
LÍNGUA PORTUGUESA
Igualdade: igual a, como, tanto quanto, tão Plural dos adjetivos compostos
quanto;
O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
Superioridade: mais do que; tes regras:
Inferioridade: menos do que.
z Invariável: adjetivos compostos como azul-mari-
Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios
nho, azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas
(comparativo de igualdade); de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa,
O amor é mais suficiente do que o dinheiro cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tape-
(comparativo de superioridade); tes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.
Homens são menos engajados do que mulhe-
res (comparativo de inferioridade). z Varia o último elemento: 1º elemento é palavra
invariável, como em mal-educados, recém-forma-
dos; adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-
z Grau superlativo: em relação ao grau superlati- -claros, cabelos castanho-escuros.
vo, é importante considerar que o valor semântico
desse grau apresenta variações, podendo indicar: Adjetivos Pátrios
Característica de um ser elevada ao último Os adjetivos pátrios também são conhecidos como
grau: Superlativo absoluto, que pode ser analí- gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalidade
tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso- dos seres.
ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo); O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de
um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: ama-
Característica de um ser relacionada com zonense, fluminense, cearense.
outros indivíduos da mesma classe: Superla- Uma outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz
tivo relativo, que pode ser de superioridade (O respeito ao adjetivo brasileiro, formado com o sufixo
mais) ou de inferioridade (O menos) -eiro, costumeiramente usado para designar profissões.
Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo O gentílico que designa nossa nacionalidade teve
absoluto analítico). origem com as pessoas que comercializavam o pau-
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto -brasil, esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”,
22 sintético). termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.
Veja abaixo alguns deles:
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (FGV – 2017) Há, em língua portuguesa, um grupo de adjetivos chamados “adjetivos de relação”, que possuem marcas
diferentes de outros adjetivos, como a de não poder ser empregado antes do substantivo a que se refere, nem receber
grau superlativo. Assinale a opção que indica o adjetivo do texto que não está incluído nessa categoria:
a) Herói nacional.
b) Guerra mundial.
c) Diferença social.
LÍNGUA PORTUGUESA
d) Povo cordial.
e) Traço cultural.
Como vimos, uma outra característica dos adjetivos de relação é a objetividade. Esses adjetivos não denotam
questões subjetivas, tal qual o adjetivo “cordial”, na letra D, a única sem adjetivo de relação. Resposta: Letra D
ADVÉRBIOS
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em alguns
casos, os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
Os grandes cientistas da gramática da língua portuguesa apresentam uma lista exaustiva com as funções dos
advérbios. Porém, decorá-las além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões
de concurso. 23
Dessa forma, atente-se às principais funções designadas por um advérbio e, a partir delas, consiga interpretar
a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa); com sua família (companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo).
z A criança comeu... demais (intensidade); ontem (tempo); com garfo e faca (instrumento); às claras (modo).
Locuções Adverbiais
As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente, são bem semelhantes às locuções adjetivas. É
importante saber que as locuções adverbiais apresentam um valor passivo.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter-
mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Vejamos:
Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse, caso das locuções adjetivas. Isso torna tal estrutura agramatical, por
isso, inserimos um asterisco (*) para indicar essa característica.
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.
Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
24 Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
GRAU COMPARATIVO
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
Muito Mais - -
Pouco menos - -
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
GRAU SUPERLATIVO
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva-
riável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural; caso
a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança aos advérbios, em alguns casos são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, geral-
mente, é isso que as bancas de concurso cobram.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente compostas pela forma ser
+ que (é que). A principal característica dessas palavras é que podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático
ou semântico na frase. Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
z O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado após o verbo ou complemento verbal, caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas.
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada.
LÍNGUA PORTUGUESA
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (SCT – 2020) Assinale a opção em que as palavras denotativas não foram bem classificadas:
A expressão “isto é” designa explicação, portanto, o item incorreto é a alternativa C. Resposta: Letra C. 25
2. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados
O antônimo de “bem-estar” se constrói com o adjetivo com força e precedidos de preposição. Costumam ter
mau. função de complemento:
PRONOMES z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s)
Pronomes são palavras que representam ou acom- Importante lembrar que não devemos usar prono-
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função mes do caso reto como objeto ou complemento ver-
dos pronomes é substituir ou determinar uma pala- bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso
vra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de pos- Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
se, indefinição, quantidade, localização no tempo, no caso reto como complemento verbal, desde que ante-
espaço e no meio textual, entre tantas outras funções. cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou
Destacamos, ainda, que os pronomes exercem “numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon-
papel importante na análise sintática e também na trei apenas ela na festa.
interpretação textual, pois colaboram para a comple- Após a preposição “entre”, em estrutura de reci-
mentação de sentido de termos essenciais da oração, procidade, devemos usar os pronomes oblíquos tôni-
além de estruturar a organização textual, contribuin- cos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
do para a coesão e também para a coerência de um
texto. Pronomes de Tratamento
Pronomes Pessoais
Os pronomes de tratamento são formas que expres-
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
curso; algumas informações relevantes sobre eles são: ticamente. As formas de pronomes de tratamento
apresentam algumas peculiaridades importantes:
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus
Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados respectivos femininos;
por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes;
a ele).
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra-
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
são pronomes substantivos; além disso, é importan- cerimonioso a comerciantes importantes;
te saber que eu e tu não podem ser regidos por pre-
z Vossa Santidade (V. S.): Papa;
posição e que os pronomes ele(s), ela (s), nós e vós
podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):
26 que exercem. Bispos.
Os exemplos acima fazem referência a pronomes z Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana
de tratamento e suas respectivas designações sociais começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última
conforme indica o Manual de Redação Oficial da Pre- prestação da casa.
sidência da República; portanto, essas designações
devem ser seguidas com atenção quando o gênero z Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana
textual abordado for um gênero oficial. e Carla no shopping, esta procurava um presente
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata- para o marido (o pronome refere-se ao último ter-
mento, é importante destacar: mo mencionado).
O plural de algumas abreviaturas é feito com letras
dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Usamos esse, essa, isso para indicar:
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas
com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas. mento de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata
O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- combinou muito com você.
tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presidente
da República nunca deve ser abreviado. z Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.:
Não me fale mais nisso; A população não confia
Pronomes Indefinidos nesses políticos.
z Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa semana,
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo.
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
variar e podem ser invariáveis, vejamos: Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
falado sobre isso; Sinto uma energia negativa nes-
z Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas; sa sua expressão.
Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo,
Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras; Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:
Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tan-
tos, Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas; z Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc. to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete,
quem é aquele ali perto da porta?
z Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem;
Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que. z Referência a um tempo muito remoto, um passado
muito distante. Ex.: Naquele tempo, podíamos dor-
As palavras certo e bastante serão pronomes mir com as portas abertas; Bons tempos aqueles!
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer- z Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não
to modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o conheço aquela mulher.
modelo de carro certo (adjetivo). z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro
A palavra bastante frequentemente gera dúvida termo de uma relação expositiva. Ex.: Saí para lan-
quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini- char com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá,
do, por isso, fique atento: aquela, refrigerante.
z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen-
te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas. Dica
z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente O pronome “mesmo” não pode ser usado em
ao termo “suficiente”. Ex.: A comida e a bebida não função demonstrativa referencial, veja:
foram bastantes para a festa. O candidato fez a prova, porém o mesmo esque-
ceu de preencher o gabarito. ERRADO.
z Bastante (Pronome indefinido): “Bastantes ban-
cos aumentaram os juros”
O candidato fez a prova, porém esqueceu de
preencher o gabarito. CORRETO.
Pronomes Demonstrativos
da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço 1. (FCC – 2018) “Tratando do estado de solidão ou da
textual. necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de soli-
dão uma contrapartida da necessidade de convívio,
z 1ª pessoa: Este, Estes / Esta, Estas. assim como vê na necessidade de convívio uma aber-
z 2ª pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas. tura para encontrar satisfação no estado de solidão.”
z 3ª pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas. Evitam-se as viciosas repetições do texto acima subs-
z Invariáveis: isto, isso, aquilo. tituindo-se os elementos grifados, na ordem dada, por:
Usamos este, esta, isto para indicar: a) naquele – desta – nesta – naquele.
b) nisso – daquilo – naquela – deste.
z Referência ao espaço físico, indicando a proximi- c) este – do outro – na primeira – no último.
dade de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é d) nisto – disso – naquela – desse.
minha; Entreguei-lhe isto como prova. e) na primeira – do segundo – numa – noutra. 27
Devemos lembrar das regras de proximidade e dis- z Emprego de o qual: o pronome relativo o qual e
tância que organizam o uso dos pronomes demons- suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
trativos. Resposta: Letra A. do em substituição a outros pronomes relativos,
sobretudo o que, a fim de evitar fenômenos lin-
Pronomes Relativos guísticos, como queísmo. Ex.: O Brasil tem um pas-
sado do qual (que) ninguém se lembra.
Uma das classes de pronomes mais complexas, os
pronomes relativos têm função muito importante na O pronome o qual pode auxiliar na compreensão
língua, refletida em assuntos de grande relevância textual, desfazendo estruturas ambíguas.
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,
é essencial conhecer adequadamente a função desses Pronomes Interrogativos
elementos a fim de saber utilizá-los corretamente.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo São utilizados para introduzir uma pergunta ao tex-
ou a um pronome substantivo, mencionado anterior- to e se apresentam de formas variáveis (Que? Quais?
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). Ex.:
nado anteriormente) chamamos de antecedente. O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Quantos
São pronomes relativos: anos tem seu pai?
O ponto de interrogação só é usado nas interroga-
z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, interrogativa, indicada por um verbo como: pergun-
quantas. tar, indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
Os pronomes interrogativos que e quem são pro-
z Invariáveis: Que, quem, onde, como.
nomes substantivos.
z Emprego do pronome relativo que: pode ser asso-
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: Encontrei Pronomes Possessivos
o homem que desapareceu; O cachorro que esta-
va doente morreu; A caneta que emprestei nunca Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
recebi de volta. discurso e indicam posse:
z Subjuntivo: exprime atitude de dúvida, desejo ou * Nem todas as formas verbais apresentam desi-
possibilidade. Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado. nências modo-temporais.
z Imperativo: designa ordem, convite, conselho, súpli-
ca ou pedido. Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado. Flexões Modo-Temporais – Tempos Compostos
(Indicativo)
Tempos
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
O tempo designa o recorte temporal em que a ação (presente do indicativo) + verbo principal particí-
verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar pio. Ex.: Tenho estudado.
o tempo dessa ação no Passado, Presente ou Futuro.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
Porém, existem ramificações específicas.
liar: TER (pretérito imperfeito do indicativo) + ver-
bo principal no particípio. Ex.: Tinha passado.
z Presente: pode expressar não apenas um fato
atual, como também uma ação habitual. Ex.: z Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro do
Estudo todos os dias no mesmo horário. indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.:
Uma ação passada. Terei saído.
Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: TER
Uma ação futura.
(futuro do pretérito simples) + verbo principal no
Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei)
particípio. Ex.: Teria estudado.
z Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no
passado. Ex.: Estudei até ser aprovado. Flexões Modo-Temporais – Tempos Compostos
Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode (Subjuntivo)
indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
Ex.: Estudava todos os dias. z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à ou- (presente o subjuntivo) + Verbo principal particí-
tra mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já trans- pio. Ex.: (que eu) Tenha estudado.
bordara da banheira.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
z Futuro do presente: indica um fato que deve ser liar: TER (pretérito imperfeito do subjuntivo) +
realizado em um momento vindouro. Ex.: Estuda- verbo principal no particípio. Ex.: (se eu) Tivesse
rei bastante ano que vem. estudado
z Futuro do pretérito: expressa um fato posterior
z Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro sim-
em relação a outro fato já passado. Ex.: Estudaria
muito, se tivesse me planejado. ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (quando eu) tiver estudado.
A partir dessas informações, podemos também iden-
tificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais
tempos compostos. Os tempos verbais simples são for-
mados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no As formas nominais do verbo são as formas infi-
presente, passado ou futuro; já os tempos compostos são nitiva, particípio e gerúndio que eles assumem em
formados por dois verbos, um auxiliar e um principal, determinados contextos. São chamadas nominais pois
nesse caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões. funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais
dos tempos simples e compostos, respectivamente: z Gerúndio: é marcado pela terminação -NDO, seu
valor indica duração de uma ação e, por vezes,
Flexões modo-temporais – tempos simples pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
compadeceu.
MODO MODO
TEMPO z Particípio: é marcado pelas terminações -ado,
INDICATIVO SUBJUNTIVO
-ido, -do, -to, -go, -so, corresponde nominalmente
LÍNGUA PORTUGUESA
Vós Criais
Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
Verbos concordam com o sujeito; Eles/Vocês Criam
Com a voz passiva sintética.
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-
Lembramos que na voz passiva nunca haverá objeto
direto (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. mente, são irregulares e apresentam alguma modi-
ficação no radical ou nas desinências. Assim como o
z Índice de indeterminação do sujeito: o SE fun- verbo passear, são derivados dessa terminação os
cionará nessa condição quando não for possível verbos:
identificar o sujeito explícito ou subentendido.
Além disso, não podemos confundir essa função PRESENTE - INDICATIVO
do SE com a de apassivador, já que para ser índi-
ce de indeterminação do sujeito a oração precisa Eu Passeio
estar na voz ativa.
Outra importante característica do SE como índi- Tu Passeias
ce de indeterminação do sujeito ocorre em verbos
transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos Ele/Você Passeia
de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá estar
Nós Passeamos
na 3ª pessoa do singular. Ex.: Acredita-se em Deus.
z Pronome reflexivo: na função de pronome refle- Vós Passeais
xivo, a partícula SE indicará reflexão ou recipro-
Eles/Vocês Passeiam
cidade, auxiliando a construção dessas vozes
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
cipais características são: Conjugação de Alguns Verbos
Sujeito recebe e pratica a ação;
Vamos, agora, conhecer algumas conjugações de
funcionará, sintaticamente, como objeto direto
ou indireto; verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
o sujeito da frase poderá estar explícito ou to de questões em concursos.
implícito. Ex.: Ele se via no espelho / Deu-se um Fazem paradigma com o verbo aderir, mantendo
presente de aniversário. as mesmas desinências desse verbo, as formas
1. (FCC – 2018) Observe as seguintes passagens: Importante: Pois com sentido explicativo ini-
cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois
I. Para o comitê, Brasília era um marco do desenvolvi- sinto saudades.
mento moderno.
II. Mas, para ganhar o título de patrimônio mundial, preci- Pois conclusivo fica após o verbo, deslocado entre
sava de leis... vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, pois, a
III. Criadas por Lucio Costa para organizar o sítio urbano... subir.
IV. Para muitos, o Plano Piloto lembra um avião.
z Conclusiva: Logo, portanto, então, por isso, assim,
Considerando-se o contexto, o vocábulo para exprime por conseguinte, destarte, pois (deslocado na fra-
ideia de finalidade em: se). Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui
aprovado.
a) I e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas. As conjunções e, nem não devem ser empregadas
c) III e IV, apenas. juntas (e nem), tendo em vista que ambas indicam a
d) II e III, apenas. mesma relação aditiva o uso concomitante acarreta
e) I, II, III e IV. em redundância.
z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder Frase é todo enunciado com sentido completo.
ser substituído por às duas, há crase. Quando o a Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
uma equivaler a a duas, não ocorre crase; conjunto de palavras.
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui- Ex.: Fogo!
lo quando tais pronomes puderem ser substituídos Silêncio!
por a este, a esta e a isto; “A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
Ramos)
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
nomes de cidades quando esses termos estiverem Oração
acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
tância de 200 metros do pico da montanha.
Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu-
A compreensão da crase vai muito além da estética ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen-
gramatical, pois serve também para evitar ambigui- tá-lo completo ou incompleto.
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão. Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
poluição.
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque)
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
advérbio de instrumento da ação de pintar. Período
a) Somente as proposições II e IV estão corretas. Os termos que formam o período simples são dis-
b) Estão corretas somente as proposições I, III e IV. tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte-
c) Estão corretas somente as proposições II, III e IV. grantes (complemento verbal, complemento nominal
d) Estão corretas somente as proposições I, II e III. e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal,
e) Todas as proposições estão corretas. adjunto adverbial e aposto). 37
Termos Essenciais da Oração Tipos de Sujeito
São aqueles indispensáveis para a estrutura básica Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em:
da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por Simples
exemplo. São eles: Sujeito e Predicado. Veremos a
seguir cada um deles. DETERMINADO Composto
SUJEITO Elíptico
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal z Indeterminado: quando não é possível identificar
porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O o sujeito na oração, mas ainda sim está presente.
núcleo indica a palavra que realmente está exercen- Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
do determinada função sintática, que atua ou sofre do por um índice de indeterminação do sujeito, a
a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substan- partícula “se”.
tivo, ou uma palavra com valor de substantivo, ou
pronome. Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural,
não se referindo a nenhuma palavra determi-
z O sujeito simples contém apenas um núcleo. nada no contexto.
Ex.: O povo pediu providências ao governador. Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje.
Sujeito: O povo Entende-se que alguém passou cedo.
Núcleo do sujeito: povo
Colocando-se verbos sem complemento direto
z Já o sujeito composto, o núcleo será constituído (intransitivos, transitivos diretos ou de ligação)
de dois ou mais termos. na 3ª pessoa do singular acompanhados do pro-
As luzes e as cores são bem visíveis. nome se, que atua como índice de indetermina-
Sujeito: As luzes e as cores ção do sujeito.
Núcleo do sujeito: luzes/cores Ex.: Não se vê com a neblina.
Entende-se que ninguém consegue ver nessa
Dica condição.
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se
as expressões interrogativas quem? ou o quê?
Antes do verbo. EXERCÍCIO COMENTADO
Ex.: A população pediu uma providência ao
governador. 1. (CONSESP – 2018) Assinale a alternativa em que
quem pediu uma providência ao governador? temos sujeito indeterminado.
Resposta: A população (sujeito).
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o a) Levaram-me para uma casa velha.
outro. b) Era uma tarde maravilhosa.
o que iria de um lado para o outro? c) Vendem-se espetos de carne aqui.
38 Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito). d) Alguns assistiram ao filme até o final.
A construção verbal “Levaram-me”, da alternativa
A, indica que o sujeito está na 3ª pessoa do plural EXERCÍCIO COMENTADO
e é indeterminado porque não se sabe quem levou.
Resposta: Letra A. 1. (FURB – 2019) Assinale a alternativa que contém
a classificação correta do sujeito da oração “Neste
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito primeiro momento, foram entregues 30 aparelhos
auditivos”.
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração
a) Sujeito composto.
não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos
b) Oração sem sujeito.
são impessoais e normalmente representam fenôme-
c) Sujeito oculto (desinencial).
nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer d) Sujeito indeterminado.
ou haver no sentido de existir. e) Sujeito simples.
Geia no Paraná.
Fazia um mês que tinha sumido.
Basta de confusão. O sujeito da oração é “30 aparelhos auditivos”. Na
Há dois anos esse restaurante abriu. ordem direta, a sentença fica: “30 aparelhos audi-
tivos foram entregues neste primeiro momento”.
Como o sujeito é formado por apenas um núcleo, o
sujeito é simples. Resposta: Letra E.
EXERCÍCIO COMENTADO
PREDICADO
1. (FEPESE – 2016) Na oração “Uma partícula extrema-
mente quente e pesada começou a se ‘contorcer’”, o É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
núcleo do sujeito é a palavra: o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
mos essenciais na oração, há casos em que a oração
a) quente. não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
b) pesada.
impossível existir uma oração sem sujeito.
c) partícula.
d) contorcer
O predicado pode ser:
e) extremamente.
z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
“Partícula” corresponde ao termo central do sujei- Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
to “uma partícula extremamente quente e pesada”. (José de Alencar)
Portanto, tem função de núcleo do sujeito. Resposta: Predicado: seguem sua marcha
Letra C. z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
to (oração sem sujeito):
Classificação do Sujeito Quanto à Voz Ex.: Chove pouco nesta época do ano.
Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
z Voz ativa (sujeito agente)
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado. Para determinar o predicado, basta separar o
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer- sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
ce a ação na frase. do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo
é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
z Voz passiva sintética (sujeito paciente) Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves
Dias)
Ex.: Corta-se cabelo.
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
“cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da
oração. Classificação do Predicado
Importante notar que não há preposição entre A classificação do predicado depende do significa-
o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo, do e do tipo de verbo que apresenta.
LÍNGUA PORTUGUESA
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi- Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
ge um complemento não preposicionado, o objeto Verbo intransitivo: parou
direto. Predicativo do sujeito: atento
Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.”
Noel Rosa Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
Verbo Transitivo Direto: Fazer. está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Ex.: Ele trouxe os livros ontem. considerado predicativo do sujeito.
Verbo Transitivo Direto: trouxe.
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti- Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
vo indireto tem como necessidade o complemen- Verbo intransitivo: marchou
to acompanhado de uma preposição para fazer Predicativo do sujeito: desorientado
sentido.
Ex.: Nós acreditamos em você. No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi-
Verbo transitivo indireto: acreditamos ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei-
Preposição: em to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
Verbo transitivo indireto: obedeceu Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha-
Preposição: a (a + os) do de Assis)
Ex.: Os professores concordaram com isso. Verbo transitivo direto: achou
Verbo transitivo indireto: concordaram Objeto direto: o raciocínio
40 Preposição: com Predicativo do objeto: exato
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza um Complementos Verbais
julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”, que é o
objeto direto dessa oração. Com isso, podemos concluir São termos que completam o sentido de verbos
que temos um caso de predicativo do objeto, visto que transitivos diretos e transitivos indiretos.
“exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é o sujeito.
O que é o predicativo do objeto? z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
É o termo que confere uma característica, uma panhado de preposição.
qualidade, ao que se refere. Ex.: Examinei o relógio de pulso.
A formação do predicativo do objeto se dá por um Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
adjetivo ou por um substantivo. O técnico convocou somente os do Brasil. (os =
Ex.: Consideramos o filme proveitoso. aqueles)
Predicativo do objeto: proveitoso
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas. Pronomes e sua relação com o objeto direto
Predicativo do objeto: vitoriosa Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
Para facilitar a identificação do predicativo do variações lo(s), la(s), no(s), na(s), “que” quase sem-
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres- pre exercem função de objeto direto, os pronomes
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí- oblíquos me, te, se, nos, vos também podem exercer
fica é relacionar o predicativo ao nome. essa função sintática.
O filme foi proveitoso.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram
Ela era vitoriosa.
quem? A minha pessoa”)
Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre-
Nunca vos tomeis como grandes personalidades.
dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de
(= “Nunca tomeis quem? Vós”)
ligação (foi e era, respectivamente).
Convidaram-na para o almoço de despedida. (=
“Convidaram quem? Ela”)
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
EXERCÍCIOS COMENTADOS “Receberam quem? Nós”)
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
1. (SERCTAM – 2016) Na oração “Este homem parece ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
uma criança”, o termo destacado é: pronome relativo que.
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
a) sujeito. esse algo é o objeto direto)
b) predicado verbal. Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
c) predicativo do objeto. feminino definido)
d) predicado nominal.
e) predicado verbo-nominal. z Objeto direto preposicionado
O verbo “parece” é transitivo direto, e “uma crian-
ça” tanto complementa o sentido do verbo como Mesmo que o verbo transitivo direto não exija
caracteriza o sujeito “Este homem”. Portanto, o tre- preposição no seu complemento, algumas palavras
cho “parece uma criança” corresponde a um predi- requerem o uso da preposição para não perder o sen-
cado nominal. Resposta: Letra D. tido de “alvo” do sujeito.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros
2. (FUMARC – 2012) Há oração sem sujeito em: facultativos.
a) “Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.”
b) “Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade [...]” Exemplos com ocorrência obrigatória de preposição:
c) “Com certeza, já haviam tomado café da manhã em
casa [...]” Não entendo nem a ele nem a ti.
d) “É muito grave esse processo de abstração da lingua- Respeitava-se aos mais antigos.
gem, de sentimentos [...]” Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
Amavam-se um ao outro.
Oração sem sujeito acontece quando não há um ele- “Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
mento ao qual se atribui o predicado. Ocorre, por feita.” (Ciro dos Anjos)
exemplo, quando temos o verbo “haver” no sentido
de existir, acontecer, pois o mesmo não tem sujei-
to. Na alternativa B, temos o verbo falar na 3º pes- Exemplos com ocorrência facultativa de preposição:
LÍNGUA PORTUGUESA
O vocativo é um termo que não mantém relação As orações são sintaticamente independentes. Isso
sintática com outro termo dentro da oração. Não per- significa que uma não possui relação sintática com
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para verbos, nomes ou pronomes das demais orações no
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- período.
ja se comunicar. É um termo independente, pois Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
não faz parte da estrutura da oração. (Fernando Pessoa)
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha Oração coordenada 1: Deus quer
consulta. Oração coordenada 2: o homem sonha
44 Ela te diz isso desde ontem, Fábio. Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da Orações Subordinadas Substantivas
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho São classificadas nas seguintes categorias:
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
porta da sala de Damasceno z Orações subordinadas substantivas conectivas:
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi são introduzidas pelas conjunções subordinativas
Conjunção adversativa: mas nada integrantes que e se.
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
Orações Coordenadas Sindéticas impostos.
Não sei se poderei sair hoje à noite.
As orações coordenadas podem aparecer ligadas z Orações subordinadas substantivas justapos-
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- tas: introduzidas por advérbios ou pronomes
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome interrogativos (onde, como, quando, quanto,
sindética. Veremos agora cada uma delas: quem etc.)
z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou roubadas.
simultaneidade. Não sei quem lhe disse tamanha mentira.
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam-
bém, mas ainda, bem como, como também, se- z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
não também, que (= e). não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. no infinitivo.
Os convidados não compareceram nem explica- Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras.
ram o motivo. z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- exercem a função de sujeito. O verbo da oração
principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
traste ou ressalva em relação ao fato anterior.
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, rir a nenhum termo na oração.
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. cional) (or. sub. subst. subje.)
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a z Orações subordinadas substantivas objetivas
morte.” (Laurindo Rabelo) diretas: exercem a função de objeto direto de um
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
se excluem. reto da oração principal.
Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ...
Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez
subst. obj. dir.)
... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado. z Orações subordinadas substantivas completi-
Você quer suco de laranja ou refrigerante? vas nominais: exercem a função de complemento
nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica da oração principal.
sobre um raciocínio. Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- mento nominal)
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
de frase). plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima pl. nom.)
semana.
z Orações subordinadas substantivas predicati-
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo
vas: funcionam como predicativos do sujeito da
Mendes Campos)
oração principal. Sempre figuram após o verbo de
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem ligação ser.
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
porquanto, pois. sujeito)
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
a “pois”) sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.)
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos
LÍNGUA PORTUGUESA
� Orações subordinadas adverbiais concessivas: z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
indica certo obstáculo em relação ao fato expres- conectivos;
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que,
prepositiva.
por mais que, se bem que etc.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã. Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: conjunção
são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se, Quando terminou a prova, fomos ao restaurante.
contanto que, a menos que etc. (desenvolvida)
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal. O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção
� Orações subordinadas adverbiais conformati-
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun- Orações Reduzidas de Infinitivo
do, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos. Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
são introduzidas por: que (precedido na oração
anterior de termos intensivos como tão, tanto, z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
que, sem que. Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou. direta reduzida de infinitivo)
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
46 fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles) predicativa reduzida de infinitivo)
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva Resumindo: período composto por coordenação e
completiva nominal reduzida de infinitivo) subordinação.
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. As orações subordinadas são coordenadas entre si,
substantiva apositiva reduzida de infinitivo) ligadas ou não por conjunção.
z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
pelas mãos. z Orações subordinadas substantivas coordena-
O meu manual para fazer bolos certamente vai das entre si
agradar a todos. Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado, meus pais, nem que culpe meus parentes.
continua jogando bola. Oração principal: Espero
Sem estudar, não passarão. Oração coordenada 1: que você não me culpe
Ele passou mal, de tanto comer doces. Oração coordenada 2: que não culpe meus pais
Oração coordenada 3: nem que culpe meus
Orações Reduzidas de Gerúndio parentes.
A vírgula também é facultativa quando a expres- No trecho “o que lhe é devido e, depois, reclamar a
são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, restituição, se julgada procedente a sua pretensão”,
mas uma palavra só. Exemplos: as duas primeiras vírgulas isolam o advérbio de
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar. tempo “depois”, que está deslocado; a última vírgula
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço justifica-se pela condicional “se julgada procedente
48 em casa. a sua pretensão”. Resposta: Letra C.
Uso de Ponto e Vírgula Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
e vírgula (;): Parênteses
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas Têm função semelhante à dos travessões e das
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
ficou triste. mos, expressões ou orações.
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
to, exausto. Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
jantar. (oração intercalada)
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma)
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o Ponto-final
ouvinte.
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai, É o sinal que denota maior pausa.
sorvete.
Usa-se:
� Em enumerações, portarias, sequências
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal: � Para indicar o fim de oração absoluta ou de
o Procurador-Geral da República; período.
o Colégio de Procuradores da República; Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
o Conselho Superior do Ministério Público Federal. Carlos Drummond de Andrade
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
nós quem resolvemos a questão.
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
Observe o exemplo: de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
A pequena garota andava sozinha pela cidade. viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
A: Artigo, feminino, singular; essa questão.
Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
Garota: Substantivo, feminino, singular.
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos ver artigo definido antes de uma palavra plura-
adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
número (singular) do substantivo. artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân- Unidos continuam uma potência.
cia: verbal e nominal. Estados Unidos continua uma potência.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
CONCORDÂNCIA VERBAL de de Santos fica em São Paulo.”)
ção verbal)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono to ou complemento no plural
sendo sujeito do infinitivo) Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
atrito. (verbo no singular)
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o Casos Facultativos
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo estádio.
com valor genérico)
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
fizeram rir.
dido de preposição de ou para)
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo) z Fui eu quem faltou/faltei à aula. 53
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
brasileira.
língua inglesa, a francesa e a alemã.
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
ciência. (1,5% corresponde ao singular) z Com função de predicativo do sujeito
z Chegaram/Chegou João e Maria. Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram com a soma dos elementos.
aqui. Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
brasileira. jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
z O problema do sistema é/são os impostos. quanto com o nome mais próximo.
z Hoje é/são 22 de agosto. Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
vam abandonados a casa e o quintal.
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
a aprovação. Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
z Deixei os rapazes falar/falarem tudo. substantivos por um pronome:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
Silepse de Número e de Pessoa (substitui-se por “eles”)
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
Conhecida também como “concordância irregular,
ideológica ou figurada”. Vejamos os casos: existem complicados”.
Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
então é um adjunto adnominal.
z Silepse de número: usa-se um termo discordando
do número da palavra referente, para concordar z Com função de predicativo do objeto
com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali- Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
dade: todas as flores) tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do dância com o termo mais próximo.
processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu- Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
diversas etnias, somos multiculturais. seus subordinados.
Algumas convenções
CONCORDÂNCIA NOMINAL
� Obrigado / próprio / mesmo
Define-se como a adaptação em gênero e número Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como A própria enfermeira virá para o debate.
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, Elas mesmas conversaram conosco.
adjetivos, numerais).
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em Dica
gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas. O termo mesmo no sentido de “realmente” será
Muro alto. / Muros altos. invariável.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
Casos com adjetivos
z Só / sós
z Com função de adjunto adnominal: quando o Variáveis quando significarem “sozinho” /
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti- “sozinhos”.
ver após os substantivos, poderá concordar com Invariáveis quando significarem “apenas,
as somas desses ou com o elemento mais próximo. somente”.
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. / Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
Encontrei colégios e faculdades ótimos. apenas queriam ficar sozinhas.)
A locução “a sós” é invariável.
Há casos em que o adjetivo concordará apenas Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
ficar a sós.
tencer somente a este.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira. � Quite / anexo / incluso
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho Concordam com os elementos a que se referem.
Ex.: Estamos quites com o banco.
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- Seguem anexas as certidões negativas.
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
Existem complicadas regras e conceitos. � Meio
Quando houver apenas um substantivo qualifica- Quando significar “metade”: concordará com o
do por dois ou mais adjetivos pode-se: elemento referente.
Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad- Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa, Quando significar “um pouco”: será invariável.
54 francesa e alemã. Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora).
� Grama Na alternativa A, a frase enunciada pela menina
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan- deveria flexionar no feminino o adjetivo “obrigada”,
do significar unidade de medida, é masculino. portanto está incorreta. Na alternativa B, o adjeti-
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha. vo “inclusa” deve concordar em gênero e número,
“A grama do vizinho sempre é mais verde.” havendo a necessidade do plural, o mesmo ocorre
� É proibido entrada / É proibida a entrada em C, portanto mais duas alternativas incorretas.
Se o sujeito vier determinado, a concordância do Na alternativa D a palavra “meia” é um advérbio,
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou pois modifica o adjetivo tonta, sendo, portanto,
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- invariável, acarretando o erro dessa alternativa. Já
rão com o determinante. na alternativa E termos “bastantes” corretamente
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- empregado, pois assume valor de “muitos”. Respos-
nhada está boa. ta: Letra E
É proibido entrada de crianças. / É proibida a
entrada de crianças. 2. (TJ-SC – 2010) Assinale a frase correta em termos de
Pimenta é bom? / A pimenta é boa? concordância nominal:
� Menos / pseudo
São invariáveis. a) Por essa razão se faz necessária a agilização de pro-
Ex.: Havia menos violência antigamente. cedimentos como a apuração da base de cálculos.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen- b) Julgo procedente em parte os pedidos promovidos
to é pseudo-objetivo. por Maria e José.
c) As duplicatas apenso não foram resgatadas.
� Muito / bastante d) O veículo estará à sua disposição no local e hora
Quando modificam o substantivo: concordam com aprazado.
ele. e) Embora meia tonta, a moça conseguiu dizer “muito
Quando modificam o verbo: invariáveis. obrigado”.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
irritados.
O trecho “[...] se faz necessária a agilização” está
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
correto porque o termo “necessária” concorda com
tante irritados.
o artigo definido feminino singular “a”. Resposta:
Se ambos os termos puderem ser substituídos por
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- Letra A
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis.
3. (TJ-SC – 2010) “Ao meio-dia e ____ , encontrando a
� Tal qual porta da lancheria _____ aberta, Joana entrou e pediu
Tal concorda com o substantivo anterior; qual, ____ grama de sal e _____ porção de sanduíche.” O tex-
com o substantivo posterior. to fica gramaticalmente correto com a inserção de:
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
pais. a) meia – meio – meia – meia
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
b) meio – meia – meio – meia
quais os pais.
c) meia – meia – meia – meia
Silepse (também chamada concordância figurada)
d) meia – meio – meio – meia
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
e) meio – meio – meio – meio
que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é linda!)
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos Ao meio-dia e [meia hora], [...] a porta da lancheria
com o estabelecimento aberto no final de semana.) [meio = um pouco] aberta, [...] pediu [meio = meta-
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi- de do termo masculino grama] grama de sal e meia
leiros, estamos esperançosos.) porção [...]. Resposta: Letra D
Flexão apenas do segundo elemento Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia
� Nos substantivos compostos formados por tema Objeto direto: os favores recebidos.
verbal ou palavra invariável + substantivo ou Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
adjetivo: V. T. I.: se esquecia
bate-papo – bate-papos; Objeto indireto: dos favores recebidos.
quebra-cabeça – quebra-cabeças;
arranha-céu – arranha-céus; No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos
ex-namorado – ex-namorados; que, mudando-se a regência, mudam de sentido,
56 vice-presidente – vice-presidentes. alterando seu significado.
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos. � Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
(aspiramos = sorvemos) direto e indireto
V. T. D.: aspiramos Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
Objeto direto: ar poluídos. A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
Os funcionários aspiram a um mês de férias. vo indireto)
(aspiram = almejam) O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
V. T. I.: aspiram to e indireto)
Objeto indireto: a um mês de férias � Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
predicativo do objeto
A seguir, uma lista dos principais verbos que Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
geram dúvidas quanto à regência: to com sentido de “convocar”)
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
� Abraçar: transitivo direto dicativo do objeto com sentido de “denominar,
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. qualificar”)
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço � Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto reto; intransitivo
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
to com sentido de “acariciar”) indireto com sentido de “ser difícil”)
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
no sentido de “ser agradável a”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto;
� Esquecer: admite três possibilidades
transitivo direto e indireto
Ex.: Esqueci os acontecimentos.
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não Esqueci-me dos acontecimentos.
personificado) Esqueceram-me os acontecimentos.
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto
personificado) � Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- transitivo direto e indireto
reto: refere-se a coisas e pessoas) Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
(transitivo direto com sentido de “acarretar”)
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da (transitivo indireto com sentido de “mostrar má
preposição a, rege indiferentemente objeto direto disposição”)
e objeto indireto. Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto) direto e indireto com sentido de envolver-se”)
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo � Informar: transitivo direto e indireto
indireto) Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
rege apenas objeto direto: sobre
Ajudaram o ladrão a fugir. Informaram o réu de sua condenação.
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto Informaram o réu sobre sua condenação.
direto: Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
Ajudei-o muito à noite. sa: objeto indireto, com a preposição a
Informaram a condenação ao réu.
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- reto, com as preposições em e por
sitivo direto com sentido de “angustiar”) Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
como complemento) tivo direto e indireto
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto sitivo com sentido de “cortejar”)
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
vo direto com sentido de “respirar”) indireto com sentido de “desejar muito”)
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo “Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
LÍNGUA PORTUGUESA
1. (CEPERJ – 2013) “...não passa de uma manifestação z Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Não
de racismo, do qual, aliás, o brasileiro gosta de decla- me submeto a essas condições.
rar-se isento”. Nessa oração, o emprego da forma “do z Pronomes indefinidos, demonstrativos, relati-
qual” está ligado à presença do termo “isento”, que vos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
solicita a presença da preposição de. A frase criada z Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apre-
apresenta desvio da norma culta nesse mesmo tipo de sente como um rico investidor, ele nada tem.
estrutura em: z Gerúndio precedido da preposição em. Ex: Em se
tratando de futebol, Maradona foi um ídolo.
a) Os assaltos dos quais falam são cotidianos na cidade z Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na espe-
de São Paulo. rança de sermos ouvidos, muito lhe agradecemos.
b) Os crimes contra os quais lutam os policiais oferecem z Orações interrogativas, exclamativas, optati-
58 perigo à sociedade. vas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!
Mesóclise a aceitação mútua de erros e desvios da norma culta
escrita: “ele escreve tudo errado, mas eu aceito para
Pronome posicionado no meio do verbo. não ser cobrado por ele da mesma forma quando
errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abrevia-
Casos que atraem o pronome para mesóclise: ções que mais se assemelham a códigos criptografa-
Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que dos do que à própria língua portuguesa.
estejam conjugados no futuro, caso não haja nenhum O maior problema é que isso gera um reforço nega-
motivo para uso da próclise. Ex.: “Dar-te-ei meus bei- tivo: treina-se uma escrita que não promove a prática
jos agora...” ideal da comunicação verbal normatizada. O resul-
tado é que, quando ocorre a exigência da produção
Ênclise escrita, a prática que se tem não promove a eficiência
nessa categoria de comunicação.
Pronome posicionado após o verbo.
Como, em pouco tempo, desenvolver a habilidade da
Casos que atraem o pronome para ênclise: escrita em quem tem dificuldade de passar para o
papel o que tem na sua cabeça?
z Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito
honrada com esse título. Inicialmente, em um procedimento tradicional
z Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor. de produção de textos, começa-se pela apresentação
z Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o quan- de exemplos de textos bem escritos, mostra-se sua
to sou importante. estrutura, apresentam-se as partes que o compõem.
Depois disso, inicia-se a identificação dessas partes e
Casos proibidos: Início de frase: Me dá esse cader- de como elaborá-las separadamente: como se constrói
no! (errado) / Dá-me esse caderno! (certo). um parágrafo; quais são as fases de sua elaboração;
Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou quais são os diferentes tipos de parágrafos. Também é
de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-se de nada mostrado como podem ser os parágrafos que introdu-
(correto). zem, desenvolvem e concluem um texto dissertativo.
Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato E só depois de exercitar esses primeiros procedimen-
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto). tos é que se passa à produção de um trabalho comple-
to, buscando a eficiência do todo por intermédio do
agrupamento de cada uma das partes estudadas até a
formação de um bloco contínuo e completo.
REDAÇÃO
Importante!
REDAÇÃO DISCURSIVA
O truncamento desse trabalho ocorrerá certa-
Alunos, vamos trabalhar nesse material a redação mente se o aprendiz não se dispuser a praticar
discursiva. Aqui, apresentaremos a vocês um projeto esses conceitos. É aí que começa a frustração
de redação dissertativa. Você irá estudar algumas dos potenciais autores, pois muitas vezes só vão
características inovadoras no conceito de produção de tentar praticar a escritura da sua redação após
textos para quem quer atingir um melhor resultado terem terminado o estudo do livro didático e
em provas que exijam do candidato a habilidade de sentem muita dificuldade no momento do agru-
produzir um texto. pamento, isto é, de fazer virar o todo, aquilo que
Neste material serão apresentados os aspectos aprendeu a fazer por partes. Se o resultado não
gerais da redação discursiva em sua estrutura textual, for satisfatório, eles simplesmente assumirão a
bem como todos os passos para a sua produção com dificuldade como uma inabilidade pessoal.
eficiência. Porém, é importante dar atenção às dúvi-
das que geralmente são apresentadas pelos alunos
para que se possa dar solução aos principais proble- Como proposta de solução para essa dificulda-
mas que eles relatam. de, vamos partir de um princípio inverso em que se
começa da materialização do texto eficiente, satisfa-
Por que é tão difícil produzir um texto eficiente? zendo os anseios dos nossos alunos: começamos pelo
todo para depois estudarmos as partes. Esse trabalho
Sempre se ouvem os temores de alunos quanto consiste na elaboração de máscaras de redação, o que
LÍNGUA PORTUGUESA
às provas que cobram dos candidatos habilidades na proporciona a você um ponto de partida concreto na
produção de questões discursivas. Alguns dizem se produção de redações eficientes a partir de modelos
sentirem tão despreparados que terminam por desis- prontos e que poderão ser reproduzidos e adaptados
tir dos concursos que trazem a redação como critério para qualquer tema proposto pela banca organizado-
de classificação. ra do concurso, respeitando ainda o caráter da origi-
Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não nalidade e da criatividade de cada autor.
está na prática do cotidiano da maioria das pessoas e As máscaras de redação garantem a eficácia sobre
que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exerci- os principais quesitos exigidos pelas bancas organiza-
tam essa habilidade normalmente em ambientes vir- doras dos critérios de correção dos textos, tais como
tuais como sites de comunicação e na elaboração de progressão textual e sequencialização, coesão e conse-
e-mail. Nesses expedientes ocorre o que chamam de quentemente coerência, além de atender naturalmen-
“pacto da mediocridade”, sem intenção ofensiva, que te à estrutura própria dos textos dissertativos. Outro
caracteriza a postura displicente de como se escreve e ponto importante é o de permitir ao candidato uma 59
projeção bem aproximada da extensão do seu texto Se tiver de pôr título, qual palavra dele deve-se pôr
em número de linhas. em maiúscula?
Outra finalidade dessa proposta é também a de
desenvolver uma maior agilidade na projeção e na Há duas possibilidades:
construção da redação, otimizando o tempo de sua
elaboração durante a prova. Então vamos lá! z A primeira forma convencionada diz que só a pri-
meira palavra do título deve ser iniciada por letra
maiúscula, como em:
DÚVIDAS FREQUENTES QUANTO À REDAÇÃO PARA
CONCURSOS PÚBLICOS
É bom fazer redação com o Nélson!
Selecionamos dúvidas que frequentemente apare-
z A segunda forma permite que você coloque todas
cem sobre as redações para concursos públicos e que as palavras com iniciais maiúsculas, com exceção
certamente pode ser a sua dúvida. Vejamos: dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem senti-
do próprio), como preposições e artigos:
Qual o peso ou a importância da redação em um
concurso público? É bom fazer Redação com o Nélson!
O peso da redação é muito grande, por isso, ela Nomes próprios são sempre com iniciais
faz a diferença na aprovação. Nos concursos atuais, maiúsculas.
a redação se tornou o passaporte para o ingresso em Use pontuação significativa se for necessário,
grande parte das carreiras públicas, pois de nada vale como interrogação e exclamação. O ponto final
um resultado positivo na prova objetiva se não obti- é dispensável.
ver sucesso em sua redação.
É preciso usar letra cursiva ou pode ser de forma?
Os candidatos costumam dedicar seu tempo de
estudos à prova objetiva e deixar a redação por últi-
Como já dissemos, a letra cursiva (letra de mão)
mo. Na maioria das vezes, passam naquela e repro-
só será necessária se for uma exigência do edital. De
vam nesta. Não dá para subestimar a redação, é uma maneira geral, o que se pede é a legibilidade.
preciso exercitar sempre. Nesse caso você pode até misturar tudo:
Caligrafia / Caligrafia / CALIGRAFIA / CaliGrAfia
O que conta mais para um bom resultado: ter bons É importante sempre se lembrar de respeitar as
conhecimentos sobre o assunto apresentado na regras de caixa alta e caixa baixa, ou seja, maiúscula e
proposta ou ter bons conhecimentos em língua minúscula devem ser diferenciadas:
portuguesa? Caixa alta <CALIGRAFIA>, caixa baixa <caligrafia>.
67
MÁSCARA 02 5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso
ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos
1o Parágrafo (mostre casos conhecidos ou dê exemplos seme-
lhantes ao seu argumento).
Entre os aspectos referentes a _______________.
6° Construa o parágrafo unindo as informa-
______________________ três pontos merecem desta-
ções anteriores ao argumento “a)”
que especial. O primeiro é __________________________;
_________________________________________________
o segundo ________________ e por fim________________
____________________________________________________.
2o Parágrafo
7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágra-
fos para os argumentos “b)” e “c)”
Alguns argumentam que________________________
_________________________________________________
______________________ para________________________.
___________________________________________________.
Isso porque _______________________________. Dessa
forma______________________________________________.
8° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese
dizendo que, se algum dos argumentos não for
3 Parágrafo
o
considerado, a ideia inicial não poderá ser sus-
tentada, ou que os resultados propostos não serão
Outra preocupação constante é _______________
atingidos).
___________________________________, pois____________
_________________________________________________
________________________. Como se isso não bastasse,
___________________________________________________.
________________________ que _______________________
____________ Daí _______________________________ que
____________e que__________________________________.
esse prato foi se popularizando por todo o país, passan- Desde a época da ________________ sabe-se que
do a ser uma parte quase que indispensável da refeição ___________________________________________________
dos brasileiros. para ____________________________________. Principal-
mente hoje em dia, reconhece-se que ____________
Divisão: o parágrafo de divisão, processo tam- _____________________________________________, além
bém quase que exclusivamente didático, por de________________________________________________
causa das suas características de objetividade ____________________________________________________.
e clareza, que consiste em apresentar o tópico
frasal (frase que introduz o parágrafo) sob a
forma de divisão ou discriminação das ideias Preenchendo o modelo, teremos:
a serem desenvolvidas (normalmente a divisão
vem precedida por uma definição, ambas no Desde a época da escravidão no Brasil sabia-se
mesmo parágrafo ou em parágrafos distintos). que a alimentação dada a esses novos brasileiros era 69
boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir Preenchendo o modelo, teremos:
os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em dia
principalmente, já se reconhece que os carboidratos A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba da
do arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras Serra, que fica localizada em Monte Mole, região
fornecem um completo abastecimento de energia soma- nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das
da ao prazer, justificando os hábitos do passado como mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó
responsáveis pela tradição alimentar que preservamos. medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado-
Interrogação: A ideia núcleo do parágrafo por res dessa região. Cercada por uma densa floresta
interrogação é colocada por intermédio de uma de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san-
pergunta a qual serve mais como recurso retó- tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou
rico, uma vez que a questão levantada deve ser uma espécie de centro cultural da região por preservar
respondida pelo próprio autor. Seu desenvolvi- até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa his-
mento é feito por intermédio da confecção de tória: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e
uma resposta à pergunta. reverenciada pelos devotos naobilicos.
70
Ao preenchermos o modelo, teremos: verduras, por sua vez, oferecem as fibras que nos auxi-
liam no processamento dos alimentos pelo nosso orga-
Entre os aspectos referentes à alimentação dos nismo ajudando na absorção dos nutrientes.
brasileiros, três pontos merecem destaque especial. O
primeiro é quanto aos carboidratos presentes no arroz Desenvolvimento por exploração de causa
com feijão; o segundo diz respeito às proteínas pre- e consequência: Dentro de uma perspectiva
sentes no bife com salada e por fim a glicose somada à lógica e simples devemos compreender causa
cafeína no cafezinho preto com açúcar que fornecem um como um fator como gerador de problemas e
completo abastecimento de energia somada ao prazer. consequência como os problemas gerados pela
causa. Trabalhar com causas e consequências é
Desenvolvimento por exploração de contras-
apresentar os aspectos que levaram ao proble-
te de ideias: na ordenação do parágrafo por
ma discutido e as suas decorrências.
exposição de contrastes entre si, vocês podem se
servir de comparações, ideias paralelas, ideias
diferentes e ideias opostas.
Modelo nº 6
É de fundamental importância o ___________
Modelo nº 4 ___________________________________________________
Muitos acreditam que __________________________ __________ para___________________. Podemos men-
________________________________________________, por cionar, por exemplo, ____________________________
causa da _____________________________. Por outro que____________________, por causa ________________.
lado, sabe-se também que _________________________
____________________________________________________
________________, quando muitas vezes _____________ Ao preenchermos o modelo, teremos:
____________________________________________________.
É de fundamental importância o consumo de ali-
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
Ao preenchermos o modelo, teremos: mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
Muitos acreditam que o cafezinho preto com açúcar a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
pode causar excitação e ansiedade quando consumido em tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
excesso, por causa da cafeína e da glicose presentes nele. própria consumida durante o dia.
Por outro lado, sabe-se também que essas substâncias
fornecem uma carga suplementar de energia nos deixan- z Parágrafo de conclusão
do despertos logo após o almoço, quando muitas vezes
somos acometidos por uma sonolência indesejada. A conclusão de uma dissertação é o momento de
Desenvolvimento por exploração de ideias ana- se mostrar que o objetivo proposto na introdução foi
lógicas e comparação: para organização das ideias, atingido. É de fundamental importância que não ocor-
nossos redatores valem-se de expressões que indicam ra contradição com a tese proposta no início de sua
confronto valendo-se do artifício de contrapor ideias, redação, o que descaracterizaria toda a argumenta-
seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto ção. Vocês, nesse momento, devem fazer uma síntese
pode ser de contrastes como de semelhanças. Analo- geral; ou retomar a ideia inicial, reforçando os pon-
gia e comparação são também espécies de confronto:
tos de partida do raciocínio. Podem também demons-
“A analogia é uma semelhança parcial que sugere
trar que uma solução a um problema foi encontrada
uma semelhança oculta, mais completa. Na compara-
ção, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma ou que uma proposta de solução pode ser alcança-
verbal própria, em que entram normalmente os cha- da, ou ainda que uma resposta a uma pergunta foi
mados conectivos de comparação (quanto, como, do encontrada.
que, tal qual)”. – Comunicação em prosa Moderna – Esse momento pode também gerar um questio-
Othon M. Garcia. namento final, desde que não concorra com suas
Por exemplo: exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser
contemplada na conclusão para que ele não se sinta
frustrado pela expectativa criada quanto ao tema.
Modelo nº 5 Essa volta ao início do texto que a conclusão faz é algo
No caso das _______________________, porque cada que chamamos de circularidade. Esse caráter finaliza-
LÍNGUA PORTUGUESA
qual tem seus próprios valores __________________. dor da conclusão também colabora para a progressão
Enquanto a __________________________________, as e continuidade textual.
________, por sua vez, _____________________________.
Tipos diferentes de parágrafos de conclusão:
podemos enumerar alguns exemplos de con-
Ao preenchermos o modelo, teremos: clusões satisfatórias que todos poderão usar
em seus textos dissertativos.
No caso das proteínas do bife e da salada que Conclusão por síntese ou resumo: o primei-
comemos, seria melhor não generalizar, porque cada ro recurso com que trabalharemos será o do
qual tem seus próprios valores para a alimentação. resumo ou síntese geral. Nesse caso vocês reto-
Enquanto a carne é rica em proteínas que repõem mam, resumidamente, aquilo que exploraram
as perdas musculares pelo desgaste do dia-a-dia, as durante o texto: 71
Preenchendo o modelo, teremos:
Modelo nº 1
Levando-se em consideração esses aspectos Tendo em vista os aspectos observados sobre
__________________ somos levados a acreditar que nossa alimentação, só nos resta esperar que se
não é apenas por ____________________________, mas garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio.
também _________________________________. Sendo Ou quem saiba ainda que se divulgue o sucesso de
assim_____________________________________________. nossa combinação alimentar para que o mundo saiba
que no Brasil se come bem. Consequentemente será
possível a qualquer um balancear com eficiência e bai-
xo custo do que se põe na mesa de sua casa.
Ao preenchermos o modelo, teremos: Agora, pessoal, é começar a criar seus próprios
arranjos e utilizar essas técnicas para compor reda-
ções eficientes que garantam seu sucesso em qualquer
Levando-se em consideração esses aspectos
tipo de concurso que peça a vocês um posicionamento
práticos do prato do brasileiro, somos levados a acre-
específico sobre qualquer tema.
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o Construindo as Máscaras de Redação
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
Sendo assim, a falta de qualquer um desses ingredien- Vamos agora montar nosso quebra-cabeças? Veja
tes nos causará debilidade além de insatisfação. como arranjamos os modelos de maneiras diferentes.
Observe que fizemos a opção por abrir nossa redação com uma declaração inicial. Como abordamos um tema
geral, sem uma relevância científica notória e que representa na verdade um conhecimento cultural somado às
observações de médicos e nutricionistas, a declaração foi a melhor alternativa, já que não se compromete com a
obrigatoriedade de recorrência a uma fonte de conhecimento referencial.
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desenvolvimento mesclando os vários modelos apresentados ante-
riormente. Ao mesmo tempo em que eles nos ofereciam diversas alternativas para a estruturação de nosso pro-
jeto, também nos orientavam dando caminhos a seguir na argumentação. É como se montássemos realmente um
quebra-cabeça.
Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos de desenvolvimento para esse projeto. Por enumerações, o
temporal e o por contraste. Forçamos um pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só depois, completar
nossa redação. Afinal de contas, essa é a vantagem do projeto de máscaras.
Vejam como ficou:
É fato notório que a comida dos brasileiros é muito boa e tem tudo de que eles necessitam para o seu longo dia de
trabalho. Sabe-se que o arroz-com-feijão nos fornece um completo abastecimento de energia somado ao prazer.
Entre os aspectos referentes a esse par considerado completo que é o arroz com feijão, três pontos mere-
cem destaque especial. O primeiro está na riqueza de carboidratos presentes nele e que nos reabastece repondo
a energia consumida durante o dia; o segundo nos reporta ao sabor exótico e marcante que o alimento oferece,
tornando-o sempre uma escolha positiva quanto ao prazer e por fim deve-se levar em conta a vantagem do baixo
custo dessa combinação se comparado a outros alimentos também computados como importantes para a com-
posição de uma alimentação rica.
No passado, quando pensávamos em alimentação, notávamos que sua relação com sobrevivência era mui-
to maior comparada à que vemos recentemente. Hoje, por outro lado, a qualidade desses alimentos e a quali-
dade da saúde que eles proporcionam tornaram-se o foco desse pensamento. O resultado disso é que comer, na
atualidade, tornou-se um ritual de bem viver.
Muitos acreditam que a comida presente em nossas mesas é uma das mais saudáveis do mundo, por cau-
sa da sua variedade e equilíbrio. Por outro lado, sabe-se também que poderá engordar, quando muitas
vezes for consumida sem medida, com inspiração apenas no sabor e no prazer que oferece.
Levando-se em consideração esses aspectos práticos do prato do brasileiro somos levados a acreditar
que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela nos ofe-
rece para a manutenção de nossa saúde. Sendo assim, concluímos que a falta desse ingrediente em nossa mesa
nos causará debilidade além de insatisfação.
Com esses modelos apresentados, desejamos mostrar como é possível programar e treinar nossos trabalhos de
redação se exercitarmos essas habilidades. Porém, é de fundamental importância que você busque ou crie um
modelo de máscara com o qual você mais se identifique. Isso para que, no momento de produção de sua redação,
principalmente se ocorrer durante uma prova de concurso, você já esteja organizado. Com isso, espera-se que
vocês tenham a vantagem de partir direto para a elaboração de seu texto sem ter de ficar parados buscando ins-
piração em um momento em que todo segundo é importante.
LÍNGUA PORTUGUESA
Neste assunto trabalharemos com a análise de algumas propostas de variadas instituições para mostrar as
diferenças entre elas. Veremos também como vêm sendo apresentados os temas e como agir diante das diferentes
exigências feitas nas últimas provas de concursos. Depois passaremos ao trabalho de orientação de como evitar
erros comuns e como buscar soluções para alguns problemas que venhamos a enfrentar quando estivermos
escrevendo a nossa redação durante a prova.
Vejamos então a proposta feita a seguir. Observe que, antes de iniciar a apresentação do tema, há orientações
claras da instituição aos candidatos para que não incorram em erros que possam desclassificá-los ou que ainda
não percam pontuações significativas na avaliação de seu texto.
73
Veja a proposta abaixo: Como última informação eles alertam para que
não se usem parênteses com essa finalidade. Os
Prova Discursiva
parênteses são elementos gramaticais de pontuação e
como tal devem ser usados em sua indicação correta,
z Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso dese-
isolando termos pertinentes ao texto e é dessa forma
je, os espaço para rascunho indicado no presente
que será avaliado seu uso.
caderno.Em seguida, transcreva o texto para a folha
Observe agora os textos motivadores para essa pro-
de texto definitivo da prova discursiva, no local
posta e o tema que deve ser abordado obrigatoriamente:
apropriado, pois não será avaliado fragmento de
texto escrito em local indevido.
Direito à saúde
z Qualquer fragmento de texto além da extensão máxi-
ma de linhas disponibilizadas será desconsiderado.
O direito à saúde é parte do conjunto de direitos
z Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qual-
chamados de direitos sociais, que têm como inspira-
quer marca identificadora no espaço destinado à
ção o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil,
transição do texto definitivo acarretará a anulação
esse direito apenas foi reconhecido na CF; antes disso,
da sua prova discursiva.
o Estado apenas oferecia atendimento à saúde para
z Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 13,00
trabalhadores com carteira assinada e suas famílias; as
pontos, dos quais até 0,60 ponto será atribuído
ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às outras pessoas tinham acesso a esses serviços como um
margens e indicação de parágrafos) e estrutura tex- favor e não como um direito. Na Constituinte de 1988,
tual (organização das ideias em texto estruturado). as responsabilidades do Estado foram repensadas, e
promover a saúde de todos passou a ser seu dever: “A
saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
Inicialmente o candidato é orientado a usar a folha de
mediante políticas sociais e econômicas que visem à
rascunho e depois transcrevê-la para a folha definitiva.
redução do risco de doença e de outros agravos e ao
Por quê? Porque muitos candidatos deixam para
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a
fazer suas redações ao término da prova objetiva,
promoção, proteção e recuperação” (CF, art. 196).
quando a prova discursiva ocorre concomitante-
A saúde é um direito de todos porque sem ela
mente a esta, e acabam administrando mal o tempo.
não há condições de uma vida digna, e é um dever
Quando isso ocorre, acabam fazendo suas redações
do Estado porque é financiada pelos impostos que são
diretamente na folha definitiva e têm de assumir os
riscos de cometer erros que não podem ser revertidos. pagos pela população. Dessa forma, para que o direi-
Ou ainda, não conseguem passar o texto “a limpo” e to à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado
esperam que seja corrigido assim mesmo. crie condições de atendimento em postos de saúde,
É importante saber que, por determinação apresenta- hospitais, programas de prevenção, medicamentos
da geralmente nos editais, os rascunhos não serão lidos. etc., e, além disso, é preciso que esse atendimento seja
Dessa forma, os candidatos perdem a oportunidade universal (atingindo a todos os que precisam) e inte-
de disputar a vaga para esse concurso, pois são desclas- gral (garantindo tudo de que a pessoa precise).
sificados como se não houvessem feito sua redação. A criação do SUS está diretamente relacionada à
Como falam sobre um lugar apropriado para a tomada de responsabilidade por parte do Estado.
transcrição do texto e declaram que não considera- Organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve
rão fragmentos de textos escritos em lugar indevido, promover e recuperar a saúde de todos os brasilei-
os candidatos deverão ficar atentos às margens e ao ros, independentemente de onde morem, de tra-
número de linhas disponibilizado. Ou seja, se ultrapas- balharem ou não e de quais sintomas apresentem.
sadas as trinta linhas da folha, certamente a conclusão Infelizmente, esse sistema ainda não está completa-
ficará fragmentada. Se a margem for ultrapassada, mente organizado e ainda existem muitas falhas, no
aquela parte da palavra não será lida. O resultado des- entanto seus direitos estão garantidos e devem ser
sas desatenções prejudicará toda a coerência do texto, cobrados para que sejam cumpridos. Internet: <nev.
além de comprometer a estrutura dissertativa. incubadora.fapesp.br> (com adaptações).
Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de gra- A humanização é um movimento com crescente e
fia: que nem sempre aparecem nesse quadro inicial, disseminada presença, assumindo diferentes sentidos
mas que sempre servem como referência para todas as segundo a proposta de intervenção eleita. Aparece, à
provas. Lembrem-se sempre de que o corretor não é primeira vista, como a busca de um ideal, pois, sur-
um perito do serviço de inteligência nacional, que bus- gindo em distintas frentes de atividades e com signi-
ca meios científicos e investigativos para decodificar ficados variados, segundo os seus proponentes, tem
informações relevantes de uma mensagem secreta. Por representado uma síntese de aspirações genéricas
isso, se seu texto tiver problemas quanto à legibilidade, por uma perfeição moral das ações e relações entre
mais pontos serão perdidos, ou pior, serão desclassifi- os sujeitos humanos envolvidos. Cada uma dessas
cados caso não se possa ler o que foi escrito. frentes arrola e classifica um conjunto de questões
Veja como as bancas trabalham com o possível práticas, teóricas, comportamentais e afetivas que
erro na transcrição de uma palavra. Você deve apenas teriam uma resultante humanizadora.
passar um traço sobre a palavra, a frase, o trecho ou o Nos serviços de saúde, essa intenção humanizado-
sinal gráfico e escrever em seguida o respectivo subs- ra se traduz em diferentes proposições: melhorar a
tituto. Exemplo: relação médico-paciente; organizar atividades de
convívio, amenizadas e lúdicas, como as brinquedo-
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito tecas e outras ligadas às artes plásticas, à música e ao
felizes. teatro; garantir acompanhante na internação da crian-
ERROU? ça; implementar novos procedimentos na atenção
CORRIGIU! psiquiátrica, na realização do parto — parto humani-
74 zado — e na atenção ao recém-nascido de baixo peso
— programa da mãe-canguru —; amenizar as condi- Unificar as informações sobre o oferecimen-
ções do atendimento aos pacientes em regime de to de serviços apropriados aos pacientes, bem
terapia intensiva; denunciar a “mercantilização” da como oferecer meios de locomoção contínua
medicina; criticar a “instituição total” e tantas outras aos que necessitam de buscar outras unidades
proposições. Internet: <www.scielo.br> que possam atendê-los;
Fiscalizar e avaliar continuamente a qua-
A NECESSIDADE DE HUMANIZAÇÃO DOS lidade dos serviços oferecidos expondo os
SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE resultados à população, além de apresentar
cronogramas dos projetos de evolução de
z Compreendendo a proposta desenvolvimento científico e tecnológico a
serem implementados em prol da saúde.
O primeiro passo, ao analisar os textos propostos,
é buscar os principais pontos de maior destaque por Feito isso, vamos usar o processo inverso com as
eles abordados. Destacamos para vocês as palavras- palavras-chave e organizar nosso projeto de texto.
-chave de cada parágrafo para construir uma síntese Observe:
sobre as principais ideias. Essa é uma atitude que tam- Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
bém pode ser tomada durante a análise das propostas, o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
pois é assim que poderá se construir a tese em sinto- como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
nia com o tema. pirassem, nem pensassem; como se fossem um núme-
O próximo passo é organizar essas informações, ro em um gráfico de estatística e não existissem. Para
relacionando-as ao tema, como se elas pudessem res- que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se
ponder a uma pergunta feita a partir do tema. Veja procurar treinar melhor os profissionais de saúde,
uma possibilidade: unificar as informações sobre o oferecimento de
serviços, além de fiscalizar e avaliar continuamen-
z Como humanizar os serviços públicos de saúde? te a qualidade dos serviços oferecidos.
Daqui para frente vocês já sabem... é o Arroz-com-
Vamos agora produzir algumas possíveis respostas -Feijão, ou seja, os modelos que apresentamos exten-
com as palavras que destacamos no texto: samente ao longo do material.
Demonstramos aqui algumas formas diferentes de
Cobrar dos governantes condições dignas de análise de propostas, mas que compreendem pratica-
atendimento por se tratar de um dever do esta- mente a forma básica de trabalho com todas as dife-
do reverter em benefícios à população os valo- rentes instituições e diferentes propostas, assim como
res arrecadados em impostos; dissemos que faríamos. Vamos passar agora para o aca-
Responsabilizar o governo pela proteção e bamento de nossa redação, pois alguns aspectos devem
recuperação da saúde de todos; ou ser observados antes que fechemos a nossa redação.
z Por que é necessário humanizar os serviços 20 DICAS COM SÍNTESE DE ALGUNS ASPECTOS DE
públicos? GRANDE RELEVÂNCIA
Para garantir a todos o direito à saúde, já que se Reunimos aqui algumas informações importantes
trata de uma determinação de nossa constituição, para a organização e revisão de seu trabalho. Algumas
prestando serviços de atendimento ao público; até já foram trabalhadas anteriormente, mas as retoma-
Para destacar que a humanização dos serviços remos para criar um procedimento de observação geral.
públicos não é apenas uma aspiração de perfeição
moral, mas, antes de tudo, um programa de melho- z 1° Estética: grafia / alinhamento / paragrafação /
ria nas relações de convívio com os agentes de respeito às margens;
saúde, promovendo o desenvolvimento de novos Essa serve para qualquer prova de concurso. Já
procedimentos de atendimento aos pacientes; falamos a respeito disso, mas é importante reforçar.
Para poder denunciar as especulações e a mer- A maioria das bancas exige que os candidatos apre-
cantilização dos serviços médicos e criticar a sentem uma escrita que permita a leitura clara do tex-
instituição em sua totalidade e rejeitar proposi- to sem a preocupação com o tipo de letra, respeitando
ções que não atendam às aspirações populares. apenas questões de caixa alta (letra grande marcan-
do o início de frases e nomes próprios) e caixa baixa
(letra pequena compondo o restante da palavra).
Agora vamos criar uma tese que se encaixe com
A segunda parte desse item aborda o respeito às
essas respostas, como por exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA
2 cm
Parágrafo Ordem direta:
Eu comprei um belo carro novo hoje pela manhã.
Margens
z 5° Colocação pronominal: qualquer palavra atrai
o pronome oblíquo, por isso não inicie orações e
períodos com verbo.
O último item desse quesito trata da paragrafação, Caso você esteja com qualquer dúvida em relação
ou seja, disposição dos parágrafos dentro da redação. à colocação pronominal, coloque uma palavra antes
O candidato deverá deixar bem clara a distância em do verbo e o pronome será atraído para trás do verbo.
que se iniciará a escritura do parágrafo para que se Assim a colocação pronominal sempre ficará correta.
faça a diferença com a escrita iniciada junto à mar-
gem. Um afastamento de aproximadamente 2 cm já Falaria-se muito sobre este assunto naquele dia.
é suficiente, ou ainda recorra à velha dica da escola, (errado)
pulando dois dedos.
Falar-se-ia muito sobre este assunto naquele dia.
z 2° O erro: apenas uma linha sobre as palavras (certo)
erradas;
Ou
Já falamos sobre isso, mas vou trazer esse item de
Muito se falaria sobre este assunto naquele dia.
volta:
(sempre certo)
Você deve apenas passar um traço sobre a palavra,
a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em segui-
z 6° Impessoalidade: as verdades gerais sempre
da o respectivo substituto.
têm maior valor.
Exemplo:
As opiniões pessoais pouco contribuem para a
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito
sustentação de uma ideia. Por isso as afirmações
felizes.
apresentadas terão melhor aceitação se trouxerem
representações gerais de valor coletivo:
z 3° Faça períodos curtos: + ou - 3 períodos por
Acredita-se em vez de Acredito
parágrafo.
Sabe-se em vez de Sei
Com os modelos que lhes apresentamos, vocês
Ou outras expressões generalizantes como:
puderam observar que, para cada parágrafo de apro-
É de conhecimento geral... / Muitos entendem
ximadamente 5 linhas, usamos pelo menos 3 perío-
que... / Muito se tem discutido sobre...
dos. Com isso conseguimos algumas vantagens como
a de ser mais objetivos e diretos ao abordar uma ideia
e também a de isolar um possível erro dentro de um z 7° A tese: é aí que você apresenta o seu ponto de
período sem projetá-lo para o resto do parágrafo. vista, o seu posicionamento diante do tema;
z 8° Os argumentos: é comum a cobrança de temas
(1)É de fundamental importância o ........................ próprios às funções dos cargos disputados, por isso
........................ ........................ ........................ ........................ preste sempre atenção nos assuntos recorrentes
para........................ ........................./(2) Podemos mencio- dos textos da prova;
nar, por exemplo, ................................................................
que........................ ........................, por causa .................... z 9° Não se põe título nas redações para concursos: a
.........................../ (3) Esse ........................ ........................do menos que isso seja uma exigência do edital.
que........................ ......................... z 10° Evite a repetição das palavras: use sinôni-
76 mos e outros termos de recuperação.
que = o qual / a qual; anos. Um levantamento, por meio da Lei de Acesso
onde = em que , no qual / na qual; à Informação, indicou mais de 1,7 milhão de autua-
ções, com crescimento contínuo desde 2008. O avanço
z 11° Vocabulário: procure sempre a clareza na das infrações nos últimos cinco anos ficou acima do
apropriação vocabular. A linguagem simples torna aumento da frota de veículos e de pessoas habilitadas:
o texto mais fluente: pense em explicar seus argu- o número de motoristas flagrados bêbados continua
mentos como se falasse a uma criança de 10 anos. crescendo, em vez de diminuir com o endurecimento
Não use erudições do tipo “hodiernamente”; diga: das punições ao longo desses anos. Internet: <g1.glo-
atualmente ou hoje em dia bo.com> (com adaptações).
z 12° Interferência positiva: se possível apresen- Nas estradas federais que cortam o estado de Per-
te propostas que dêem solução aos problemas nambuco, durante o feriadão de Natal, a PRF registrou
levantados na redação. Não fique apenas fazendo cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e
constatações óbvias. “Se é para falar bobagem, o dois feridos e sete mortos. Segundo a corporação, seis
motoristas foram presos por dirigir bêbados e houve
melhor é ficar quieto.”
oitenta e sete autuações pela Lei Seca. Os números
z 13° Não faça críticas ao governo: essa postura é são parte da Operação Integrada Rodovia, deflagrada
pobre e pouco criativa – é o que se chama de lugar pela PRF. Em 2017, foram registrados noventa aciden-
comum. É como se vocês fossem pedir emprego tes. No ano passado, a ação da polícia teve um dia a
em uma empresa e criticassem o patrão durante a menos. Internet: <g1.globo.com> (com adaptações).
entrevista. Isso é ser muito ingênuo. Considerando que os fragmentos de texto acima
z 14° O rascunho é importante: é a sua garantia de têm caráter unicamente motivador, redija um texto
poder fazer uma revisão eliminando erros, além dissertativo acerca do seguinte tema.
disso, o acabamento bem feito garante a você até O Combate às Infrações de Trânsito nas Rodo-
10 % da nota da redação se a estética for um dos vias Federais Brasileiras
critérios de pontuação. Vale sempre a pena capri- Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
char. Lembre-se de que é função de quem escreve
seduzir o leitor e o estímulo visual contribui para 1. Medidas adotadas pela PRF no combate às infra-
que haja uma boa impressão; ções; [valor: 7,00 pontos]
z 15° Atente para as expressões vagas ou de signifi- 2. Ações da sociedade que auxiliem no combate às
cado amplo e sua adequada contextualização. Ex.: infrações; [valor: 6,00 pontos]
conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, 3. Atitudes individuais para a diminuição das infra-
“justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc. ções. [valor: 6,00 pontos]
z 16° Evite expressões como “belo”, “bom’, “mau”,
Tema 2
“incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc;
são juízos de valor sem carga informativa, impre-
Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (CF)
cisos e subjetivos.
dispõe que o Estado democrático se destina a asse-
z 17° Fuja do lugar-comum, frases feitas e expres- gurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
sões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabe- a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvi-
doria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios mento, a igualdade e a justiça como valores supremos
da linguagem oral devem ser evitados, bem como de uma sociedade fraterna, pluralista e sem precon-
o uso de “etc” e as abreviações. ceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
z 18° Não se usam entre aspas palavras estrangei- na ordem interna e internacional, com a solução pací-
ras sem correspondência na língua portuguesa: fica das controvérsias. A missão das forças policiais
hippie, status, dark, punk, chips etc. é garantir ao cidadão o exercício dos direitos e das
z 19° Observe se não há repetição de ideias, falta de garantias fundamentais previstos na CF e nos instru-
mentos internacionais subscritos pelo Brasil (art. 5.º,
clareza, construções sem nexo (conjunções mal
§ 2.º, da CF).
empregadas), falta de concatenação (coesão) de
O cumprimento dessa missão exige preparo dos
ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divaga-
integrantes das corporações policiais, que devem per-
ção ou fuga ao tema proposto.
seguir incansavelmente a verdade dos fatos sem se
z 20° Caso você tenha feito uma pergunta na tese afastar da estrita observância ao ordenamento jurí-
ou no corpo do texto, verifique se a argumenta- dico vigente, que deve ser observado por todos, em
ção responde à pergunta. Se você eventualmente respeito ao Estado democrático de direito. Wlamir
encerrar o texto com uma interrogação, esta pode Leandro Motta Campos. Polícia Federal e o Estado
estar corretamente empregada desde que a argu-
LÍNGUA PORTUGUESA
z 1 Natureza jurídica da busca e apreensão, seus Código Civil (…) Art. 187 Também comete ato ilí-
objetivos e suas características e normas gerais. cito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
[valor: 7,00 pontos] manifestamente os limites impostos pelo seu fim eco-
z 2 Requisitos para o cumprimento da busca e nômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
apreensão em suas modalidades domiciliar e pes-
soal. [valor: 6,00 pontos] Internet: .<www.planalto.gov.br>
z 3 Relativamente à situação hipotética apresenta-
da: possibilidade jurídica de realização da diligên- “Não podemos confundir liberdade de expressão
cia no horário noturno. [valor: 3,00 pontos] nas redes sociais com irresponsabilidade, senão o
z 4 Relativamente à situação hipotética apresenta- exercício dessa liberdade torna-se abuso de direito”,
da: possibilidade jurídica de realização de busca alerta a advogada Patrícia Peck Pinheiro, especialista
pessoal nas pessoas encontradas no interior do em direito digital. “O que mais prejudica a liberdade
imóvel, bem como no interior dos veículos estacio- de todos é o abuso de alguns, a ofensa covarde e anô-
nados na garagem. [valor: 3,00 pontos] nima, isso não é democracia”. Os chamados crimes
contra a honra na Internet — que envolvem ameaça,
Tema 7
calúnia, difamação, injúria e falsa identidade — têm
gerado cada vez mais processos judiciais. Um levan-
João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no
tamento divulgado pelo Superior Tribunal de Justi-
curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a pri-
ça lista sessenta e cinco julgamentos recentes que
são temporária do dito indiciado. Para defender seus
LÍNGUA PORTUGUESA
interesses, João constituiu um advogado que, na pri- resultaram em pagamento de indenizações, retirada
meira oportunidade, requereu ao delegado de polícia de páginas do ar, responsabilização de agressores e
responsável acesso a todos os elementos de prova no outras condenações em favor das vítimas. Na opinião
curso do IP, para permitir a ampla defesa de seu cliente, de Patrícia Peck, a falta de educação e a impunidade
de modo a se garantir, assim, o devido processo legal. contribuem para os excessos na Internet. Segundo
Acerca da situação hipotética acima apresentada ela, “Sem educação em ética e leis, corremos o risco
e do IP, redija um texto dissertativo que atenda, de de a liberdade de expressão e o anonimato digital se
modo fundamentado, às determinações e aos questio- converterem em verdadeiros entraves à evolução da
namentos seguintes. sociedade digital, pois tornarão o ambiente da Inter-
net selvagem e inseguro”.
z 1 Apresente o conceito e a finalidade do IP. [valor:
2,00 pontos] Internet< www.cartacapital.com.br> (com adaptações) 79
Considerando as ideias precedentes nos fragmen- uma finalidade ilícita, ao passo que, tratando-se de con-
tos textuais apresentados anteriormente, redija um duta culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse
texto dissertativo a respeito do seguinte tema: caso, os meios escolhidos e empregados pelo agente
O anonimato digital e o abuso do direito à liber- para atingir a finalidade lícita é que são inadequa-
dade de expressão dos ou mal utilizados. Rogério Greco. Curso de direito
Ao construir seu texto, apresente um exemplo de
penal – parte geral. p. 196 (com adaptações).
situação em que emissão de opinião no meio digital
Considerando que o fragmento de texto acima tem
pode significar abuso de direito e discuta maneiras de
prevenir ou coibir esse tipo de comportamento. caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
sertativo acerca dos crimes culposos.
Tema 10 Seu texto deve conter, necessariamente,
Um tribunal regional eleitoral elaborou o seu pla- z 1. Os elementos do crime culposo e a descrição de pelo
no estratégico junto à cúpula de juízes. Do ponto de menos dois desses elementos; [valor: 12,00 pontos]
vista administrativo, o plano foi bem elaborado, z 2. Os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente
no entanto a estratégia não está sendo alcançada. A e dolo eventual e suas diferenças; [valor: 12,00 pontos]
maioria dos servidores não tem conhecimento da mis-
são, da visão de futuro, dos valores, nem sabe associar z 3. Os conceitos de culpa imprópria e tentativa.
ao plano estratégico as atividades que executa no dia [valor: 14,00 pontos]
a dia do órgão. O mapa estratégico passou a ser um
mero cartaz sem significado nas paredes do tribunal. Tema 13
Considerando que o princípio constitucional da
eficiência vem ganhando cada vez mais destaque A foto de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos
nos processos de gestão judiciária e administrativa de idade morto em uma praia da Turquia quando
das cortes judiciais brasileiras; e considerando ainda sua família tentava imigrar para a Europa, comoveu
que, para o alcance da eficiência, é necessário que os o mundo todo. E serviu para vários países europeus
órgãos do Poder Judiciário revisem suas estruturas, ampliarem sua quota de refugiados — não todos,
sua forma de funcionamento e, sobretudo, dispo-
naturalmente — e para a opinião pública internacio-
nham de um plano bem estruturado para executar
nal se conscientizar da magnitude do problema repre-
adequadamente a estratégia e garantir a qualidade
dos serviços prestados à população, redija um texto sentado pelas centenas de milhares, talvez milhões,
dissertativo a respeito do plano estratégico do tribu- de famílias que fogem da África e do Oriente Médio
nal do caso hipotético descrito. Ao elaborar seu texto, para o mundo ocidental, onde, acreditam, encontra-
faça o que se pede a seguir: rão trabalho, segurança e uma vida digna e decente
que seus países não lhe oferecem.
z 1. Discorra sobre planejamento estratégico e sua Considerando que o fragmento de texto acima tem
finalidade. [valor: 10,00 pontos] caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
z 2. Defina missão, visão e valores organizacionais. sertativo acerca do seguinte tema:
[valor: 10,00 pontos] As atuais correntes migratórias: o drama huma-
no que afronta a consciência universal
z 3. Explique o que são objetivos estratégicos. [valor: Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os
8,00 pontos]
seguintes aspectos:
z 4. Aponte as possíveis falhas na execução da estra-
tégia e as possíveis ações a serem adotadas para que z 1.Os fatores que levam milhares de pessoas a
a estratégia seja alcançada. [valor: 10,00 pontos] enfrentar a perigosa travessia do Mediterrâneo;
[valor: 3,50 pontos]
Tema 11
z 2. O dilema moral vivido pela Europa entre rece-
Considerando a integração da gestão da qualidade ber ou rejeitar os imigrantes; [valor: 3,00 pontos]
no cotidiano das organizações, redija um texto disser- z 3. O papel da opinião pública internacional na
tativo acerca do seguinte tema. sociedade contemporânea. [valor: 3,00 pontos]
Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir. Na trajetória da administração pública brasileira,
destacam-se o modelo burocrático, associado ao poder
z 1.Conceitue o ciclo PDCA. [valor: 10,00 pontos] racional-legal, e o modelo gerencialista, representado
z 2. Cite e defina as quatro fases do ciclo PDCA.
pela nova administração pública. Discorra sobre os
[valor: 15,00 pontos]
seguintes tópicos, relacionados a esses dois modelos:
z 3. Apresente o detalhamento das etapas da primei-
ra fase do ciclo PDCA. [valor: 13,00 pontos]
z 1. Contextos em que esses modelos surgiram;
Tema 12 [valor: 9,00 pontos]
z 2. Propósito de cada um desses modelos; [valor:
Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma 9,00 pontos]3. Princípios e práticas norteadores
finalidade. A diferença entre elas reside no fato de que, (apresente, ao menos, três para cada modelo).
80 em se tratando de conduta dolosa, como regra, existe [valor: 20,00 pontos]
Tema 15 z 3. Objetivos expressos na Lei do RDC; [valor: 2,50
pontos]
O comandante de determinado quartel instaurou
inquérito policial militar para apurar desvios de mate- z 4. Diretrizes relativas às licitações e aos contratos
riais na seção do almoxarifado. No curso do procedimen- administrativos. [valor: 3,00 pontos]
to, o encarregado indiciou um tenente, um sargento, um
cabo e um soldado, imputando-lhes a autoria dos fatos. Tema 18
No indiciamento, os quatro constituíram o mesmo advo-
gado para defende-los, o qual, de imediato, solicitou ao Quando não havia um Estado organizado, a
encarregado o acesso a todos os procedimentos realiza- solução dos conflitos se dava pela atuação dos pró-
dos, tenham sido eles documentados ou não, para possi- prios interessados: a força vencia a disputa. No
bilitar a ampla defesa e o contraditório. entanto, com a consolidação do Estado, atribuiu-se
A respeito das informações descritas na situação ao Poder Judiciário, imparcial, a função de aplicar a
hipotética acima e com base no entendimento do lei na busca da pacificação social. Assim, a jurisdição
Supremo Tribunal Federal e na legislação e doutrina garantiu ao Estado a legitimidade para agir em nome
pertinentes, redija um texto dissertativo acerca do do interesse público e, ao jurisdicionado, a segurança
pedido do advogado. jurídica para prosperar.
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os Redija um texto dissertativo acerca do clean code.
seguintes aspectos: Seu texto deverá abordar, necessariamente,
Tema 16
Certamente a consolidação dos bitcoins não revogará Texto para as questões 8, 9, 10 e 11.
as outras modalidades de circulação de riqueza cria-
Ciência do esporte – sangue, suor e análises
das ao longo da história, posto que ainda é possível
trocar mercadorias, emitir letras de câmbio, transacio- Na luta para melhorar a performance dos atletas […],
nar com moedas e outros títulos. Ao longo do tempo o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um
aprendemos também que os instrumentos se renova- departamento exclusivamente voltado para a Ciência
ram e se tornaram mais sofisticados, fato que consti- do Esporte. De estudos sobre a fadiga à compra de
tui um desafio para o mundo do direito. materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma
AVANZI, Dane. UOL TV Todo Dia. Disponível em: <http://portal. só: o detalhamento personalizado das necessidades.
tododia.uol.com.br/_conteudo/2015/03/opiniao/65848-moeda- Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala.
digital-deve-revolucionar-a-sociedade.php>. Acesso em: 09 ago. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais
2015. passa por conceitos bem mais profundos. Sem distin-
Adaptado. ção entre gênios da espécie e reles mortais, a máqui-
na humana só atinge o máximo do potencial se suas
5. (CESGRANRIO — 2015) Para que a leitura de um texto características individuais forem minuciosamente
seja bem sucedida, é preciso reconhecer a sequência estudadas. Num universo olímpico em que muitas
em que os conteúdos foram apresentados. Esse texto, vezes um milésimo de segundo pode separar glória e
antes de explicar como eram realizadas as transações fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Por-
financeiras na época medieval, refere-se que grandes campeões também são moldados atra-
vés de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e
a) à importância da criação de novos serviços na área finan- modernos programas de computador.
ceira, o que é de grande relevância para a sociedade. A importância dos estudos científicos cresceu de tal
b) à possibilidade de criação de lastro para as moedas vir- forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há dois
tuais devido à adesão de grandes empresas mundiais. anos criou um departamento exclusivamente dedica-
c) à invenção de um documento financeiro para evitar o do ao tema. [...]
transporte de valores entre grandes distâncias. — Nós trabalhamos para potencializar as chances de
d) à criação de instrumento a ser utilizado na aquisição resultados. O que se define como Ciência do Esporte
de produtos e serviços por meio eletrônico. é na verdade uma quantidade ampla de informações
e) ao surgimento do fenômeno da internet, responsável que são trazidas para que técnico e atleta possam uti-
pela transformação do mundo em uma aldeia global. lizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será
sempre o treinador. Ele decide o que é melhor para
6. (CESGRANRIO — 2015) De acordo com as regras de o atleta — ressalta o responsável pela gerência de
regência verbal estabelecidas pela norma-padrão da desenvolvimento e projetos especiais, que cuida da
Língua Portuguesa, o elemento destacado está ade- área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.
quadamente empregado em: A gerência também abrange a coordenação médica do
comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do Esporte
a) Os inadimplentes infringem aos regulamentos estabe- está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica,
lecidos pelas financeiras ao deixar de cumprir os pra- nutrição, psicologia, meteorologia, treinamento espor-
zos dos empréstimos. tivo e vídeo análise.
b) Os comerciantes elogiaram aos bancos às medidas Reposição individualizada
tomadas a favor de seus empreendimentos.
c) Vários executivos procuram realizar cursos de espe- Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor
cialização porque cobiçam aos estágios mais avança- desde novos equipamentos, que o deixem em igual-
dos da carreira. dade de condições de treino com seus principais con-
d) Os funcionários mais graduados das grandes empre- correntes, até dados fisiológicos que indicam o tipo de
sas aspiram aos melhores cargos tendo em vista o reposição ideal a ser feita após a disputa.
aumento de seu poder aquisitivo. No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de
e) Algumas grandes empresas responsáveis pelas redes cada atleta e pudemos desenvolver técnicas individuais
sociais ludibriam aos princípios estabelecidos por lei de recuperação. Algumas precisam beber mais água,
ao permitir postagens agressivas. outras precisam de isotônico — explica Sidney Caval-
LÍNGUA PORTUGUESA
12. (CESGRANRIO — 2013) Que forma verbal está empre- Dialética da mudança
gada no mesmo tempo e modo que pudemos?
Certamente porque não é fácil compreender certas
a) Forem questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afir-
b) Cresceu
mações como verdades indiscutíveis(a) e até mesmo a
c) Será
irritar-se quando alguém insiste em discuti-las. É natu-
d) Deixem
ral que isso aconteça, quando mais não seja porque
e) Indicam
as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las
13. (CESGRANRIO — 2013) em questão equivale a tirar o chão de sob nossos pés.
Não necessito dizer que, para mim, não há verdades
100 Coisas indiscutíveis, embora acredite em determinados valo-
res e princípios que me parecem consistentes. De fato,
É febre. Livros listando as cem coisas que você deve é muito difícil, senão impossível, viver sem nenhuma
fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve certeza, sem valor algum.
conhecer antes de morrer, os cem pratos que você No passado distante, quando os valores religiosos se
deve provar antes de morrer. Primeiramente, me impunham à quase totalidade das pessoas, poucos
espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de eram os que questionavam, mesmo porque, dependen-
84 que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como do da ocasião, pagavam com a vida seu inconformismo.
Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da 15. (CESGRANRIO — 2013) No trecho do Texto “Introduzi-
ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a ram-se as ideias não só de evolução como de revolu-
segundo plano, dando lugar a um novo modo de lidar ção.”, o verbo concorda em número com o substantivo
com as certezas e os valores. Questioná-los, reava- que o segue.
liá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais O verbo deverá ser flexionado no plural, caso o subs-
tornou-se frequente e inevitável, dando-se início a uma tantivo destacado que o segue esteja no plural, EXCE-
nova época da sociedade humana. Introduziram-se as TO em:
ideias não só de evolução como de revolução(b).
Naturalmente, essas mudanças não se deram do dia a) Ao se implantar o uso do computador nas salas de
para a noite, nem tampouco se impuseram à maio- aula, corresponde-se à expectativa dos alunos de
ria da sociedade. O que ocorreu de fato foi um pro- estarem antenados com os novos tempos.
cesso difícil e conflituado em que, pouco a pouco, a b) Com o advento dos novos tempos, reafirma-se a tese
visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que relacionada à necessidade de mudança.
isso, conquistando posições estratégicas, o que tor-
c) Defende-se a visão conservadora do mundo com o
nou possível influir na formação de novas gerações,
argumento de que a sociedade não aceita mudanças.
menos resistentes a visões questionadoras.
d) Em outras épocas, valorizava-se a pessoa que não ques-
A certa altura desse processo, os defensores das tionava os valores religiosos impostos à população.
mudanças acreditavam-se senhores de novas ver- e) No passado, questionava-se a mudança de valores e
dades, mais consistentes porque eram fundadas no
crenças para não incentivar o caos social.
conhecimento objetivo das leis que governam o mun-
do material e social. Mas esse conhecimento era ain-
Texto para as questões 16 e 17
da precário e limitado.
Inúmeras descobertas reafirmam a tese de que a 100 Coisas
mudança é inerente à realidade tanto material quanto
espiritual(c), e que, portanto, o conceito de imutabilida-
É febre. Livros listando as cem coisas que você deve
de é destituído de fundamento.
fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve
Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros conhecer antes de morrer, os cem pratos que você
erros: o de achar que quem defende determinados deve provar antes de morrer. Primeiramente, me
valores estabelecidos está indiscutivelmente errado.
espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de
Em outras palavras, bastaria apresentar-se como ino-
que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como
vador para estar certo. Será isso verdade? Os fatos
uma hipótese. Mas, no caso, de acontecer, serei obri-
demonstram que tanto pode ser como não.
gada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não
Mas também pode estar errado quem defende os valo- dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?
res consagrados e aceitos. Só que, em muitos casos,
não há alternativa senão defendê-los. E sabem por quê? Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que
Pela simples razão de que toda sociedade é, por defini- também mostra, como imaginei, as cem coisas que a
ção, conservadora, uma vez que, sem princípios e valo- gente precisa porque precisa fazer antes de morrer.
res estabelecidos, seria impossível o convívio social. Me deu uma angústia, pois, das cem, eu fiz onze até
Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer
a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável. um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer
Por outro lado, como a vida muda e a mudança é ine- algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo), visi-
rente à existência, impedir a mudança é impossível(d). tar um vulcão ativo, correr uma maratona [...].
Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria
mudanças(e), mas apenas aquelas que de algum modo um plano de ação esquematizado, mas quem fica com
atendem a suas necessidades e a fazem avançar. as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem
patrocina essa brincadeira?
GULLAR, Ferreira. Dialética da mudança. Folha de São Paulo, 6 maio
2012, p. E10. Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prê-
mio está acumulado em cinquenta milhões de reais.
14. (CESGRANRIO — 2013) No Texto, o verbo atender exi- A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre
ge a presença de uma preposição para introduzir o ter- o que fariam com a bolada, responde: pagar dívidas,
mo regido. comprar um apartamento, um carro, uma casa na
Essa mesma exigência ocorre na forma verbal desta- serra, outra na praia, garantir a segurança dos filhos e
cada em: guardar o resto para a velhice.
LÍNGUA PORTUGUESA