Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Artigo de Revisão
Alcoolismo e Anestesia
José Antonio Rodriguez Forero 1; Maristela Bueno Lopes 1;
Douglas Flávio Porsani,TSA 1
de hipoglicemia.
estésica. É fundamental saber o estado de al- ser bons candidatos para anestesia regional
coolismo que o paciente se encontra (tabela I) pelas implicações médico-legais existentes. Os
para permitir uma avaliação mais criteriosa, portadores de cardiomiopatia apresentam
documentando: frequência da ingesta, quanti- maior risco para a anestesia geral com agentes
dade consumida, episódios de abstinência e voláteis e o paciente intoxicado agudo tem alto
qual o motivo, uso concomitante de outras dro- risco à qualquer tipo de anestesia. A medicação
gas, avaliação de fenômenos de retirada (agi- pré-anestésica deve, sempre que possível , ser
tação, convulsão, delírio)2 e h i s t o r i a d e evitada2,3 . Lembrar que estes pacientes podem
tabagismo associado. A alta dependência ao apresentar alterações de conduta durante se-
tabaco aparentemente está relacionada a al- dação33 .
terações no sistema nicotínico cerebral, pos-
sivelmente mediada por fatores genéticos32 . Administração da Anestesia
A entrevista deve ser realizada com
calma, de forma privada e neutra, pois os al- É baseada no conhecimento do mecan-
coolistas possuem sentimentos de profunda ismo de ação dos anestésicos e na fisiopatolo-
vergonha. Há necessidade de uma anamnese gia do alcoolismo2 . Acredita-se que o paciente
detalhada dos sistemas , assim como um exame alcoólico consome mais anestesia quando
físico minucioso2 . Os exames complementares sóbrio e menos quando intoxicado aguda-
devem incluir níveis de concentração san- mente34 . Cuidados especiais devem existir
guínea de álcool, avaliação do sistema de co- mesmo em pacientes com quadro de intoxi-
agulação, uréia, eletrólitos (na ingesta aguda cação leve, pois todo alcoolista apresenta tol-
pode ocorrer desidratação e em períodos de erância diminuída à hipóxia sendo
‘‘ressaca’’, hiperhidratação; a diminuição de imprescindível a pré-oxigenação antes da in-
potássio é comum), glicemia (hipoglicemia é dução35 .
freqüente no período de ‘‘ressaca’’, tempo no A monitorização deve ser completa
qual a cirurgia é realizada e a resposta hiper- (cardiovascular, neuromuscular, débito urinário
glicêmica à anestesia nem sempre compensa e respiratório). A introdução de sonda na-
este déficit). Nos pacientes desnutridos há sogástrica, estetoscópio e termômetro esofági-
maior tendência a hipoglicemia com a ingesta cos são condutas perigosas em pacientes com
concomitante de drogas hipoglicemiantes ou varizes esofágicas. A presença de ascite leva a
após administração anestésica em pacientes alterações da ventilação (hipoxemia-alcalose
com baixa reserva. Também são importantes a respiratória) e geralmente cursa com níveis ele-
gasometria arterial, ECG, radiografia de tórax, vados de aldosterona, sendo importante evitar
provas de função hepática (bilirrubinas, tran- soluções que contenham sódio2 .
saminases, fosfatase alcalina e gama glutamil- O álcool é um potente estímulo para
transpeptidase). secreção ácida gástrica. Sempre considerar
A preparação cirúrgica inclui adminis- estes pacientes de estômago cheio e com risco
tração parenteral de vitaminas (tiamina, piridox- para broncoaspiração, sendo imperativo in-
ina, ácidos nicotínico e pantotênico), correção tubação de seqüência rápida3 . Devido às con-
dos distúrbios hidroeletrolíticos, ácido-básicos trovérsias presentes na literatura, a indução da
e de coagulopatia (vitamina K, plasma fresco e anestesia deve ser feita com cautela e titu-
plaquetas)3 . lada2,3 .
A escolha da anestesia dependerá do Com relação aos barbitúricos não há
tipo de operação, da habilidade do cirurgião e consenso quanto à dose de indução, ponto de
do anestesiologista e desejo do paciente. confusão e controvérsias: autores que acredi-
Pacientes com neuropatia periférica podem não tam na necessidade de maior dose para in-
dução em alcoolistas justificam através da tol- que aumenta a fixação dos anestésicos22 . O
erância cruzada entre etanol e barbitúricos ou propofol é considerado altamente lipossolúvel
aumento do volume de distribuição por vasodi- (2 a 3 vezes mais do que o tiopental)49 e sua
latação ou aumento da percentagem de elimi- passagem pelo fígado poderia diminuir a quan-
nação hepática por indução enzimática. tidade de droga disponível. Esta hipótese, jun-
Segundo alguns autores, nos alcoolistas crôni- tamente com uma possível alteração da
cos não existe alteração no volume de dis- sensibilidade do sistema nervoso central ao pro-
tribuição. Portanto a farmacocinética não pofol em pacientes alcoolistas ainda necessi-
explicaria a maior necessidade de tiopental tam estudos complementares48 .
para indução. Assim sem suporte farmaco- Tem sido demonstrado o aumento das
cinético, a hipótese de tolerância cruzada entre necessidades de fentanil em até 70% dos al-
álcool e tiopental seria a explicação mais coolistas crônicos41 , especialmente quando se
plausível3,36-41 . utiliza anestesia venosa total, aparentemente
Por outro lado existem vários estudos por um aumento do volume de distribuição in-
demonstrando que não há necessidade de duzido pela vasodilatação generalizada re-
aumento da dose de tiopental para indução de lacionada ao álcool41, 50 .
alcoolistas. Os barbitúricos de ação curta não A succinilcolina é, em nosso meio, o
apresentam tolerância cruzada, seus efeitos bloqueador neuromuscular mais utilizado para
são dependentes da rápida distribuição dentro intubação em seqüência rápida. Na presença
e fora do sistema nervoso central antes do de cirrose, sua ação torna-se mais prolongada
equilíbrio sangue/tecido necessário para a apenas quando há uma diminuição dos níveis
biotransformação. Já entre os barbitúricos de da pseudocolinesterase, o que pode até triplicar
ação prolongada, o metabolismo hepático é o tempo de apnéia2 .
mais importante. Obviamente ocorre indução A importância de ligação protéica dos
enzimática e a tolerância cruzada poderia ser bloqueadores neuromusculares é incerta. Nor-
esperada42-44 . malmente a d-tubocurarina e o pancurônio li-
No entanto, em 1990 demonstrou-se a gam-se mais a gamaglobulina2,51 . A hiper-
inexistência de tolerância cruzada a tiopental45- gamaglobulinemia (presente nos alcoolistas
47
. Portanto, embora os estudos sejam contro- c r ô n i c o s ) d i m i n u i a e f i c á c i a d e s t e s b l o-
versos, devemos considerar que simplesmente queadores, conseqüentemente, menos de 13%
aumentar a dose de barbitúrico para indução de da droga permanece ativa2,52 . Porém, esta
um alcoolista crônico pode ser potencialmente hipótese se torna secundária ao aumento do
perigoso, o que torna necessário o con- volume de distribuição do alcoolista, traduz-
hecimento dos fatores que possam alterar a indo-se clinicamente em elevação da dose ini-
distribuição inicial da droga bem como das con- cial para relaxamento muscular, e da maior meia
siderações hemodinâmicas. vida de eliminação, pelo que desaparece len-
A ação do propofol foi estudada em tamente do plasma2,53,54 .
alcoolistas crônicos e demonstrou necessidade Recentemente demonstrou-se que
de maior dose em comparação com não al- pacientes cirróticos podem ser mais sensíveis
coolistas (4,2 mg/kg x 3,2 mg/kg) para perda da ao mivacúrio, explicado em parte pela menor
consciência, o que poderia ser explicado, den- a t i v i d a d e d e c o l i n e s t e r a s e p l a s m á t i c a 55 .
tro das variáveis farmacocinéticas, apenas por Provavelmente drogas de metabolização tipo
um aumento no volume de distribuição48 . Sabe- Hoffman seriam mais apropriadas3 .
se que a ingesta de álcool resulta em alterações Geralmente a presença de etanol po-
do metabolismo de lipídeos e infiltração gor- tencializa os efeitos dos hipnóticos, tranqüili-
durosa no fígado (mesmo em bem nutridos), o zantes e opióides, mas a interação com os
anestésicos inalatórios tem sido pouco re- tir. Geralmente os alcoolistas apresentam di-
latada56 . Vários autores relatam aumento das minuição do volume sangüíneo, implicando
necessidades dos anestésicos inalatórios. maior risco de hipotensão e prejuízo do retorno
Sugere-se um aumento metabólico por tran- venoso após instalação do bloqueio2,3 . Há rela-
storno enzimático, hiperexcitabilidade neuronal tos de incidência aumentada de paraplegia por
seguida à retirada de álcool, que aumentaria a hematoma espinhal seguido de anestesia
interação de neurotransmissores no sistema peridural ou espontaneamente devido às al-
nervoso central, como explica--ções ao menos terações no sistema de coagulação65,66 . Tem-
em parte, destas obser- vações10,41,56-60 . se demonstrado experimentalmente
Durante a administração de anestesia diminuições nas necessidades de lidocaína in-
inalatória, a oxigenação é fundamental, tor- tratecal na presença de intoxicação aguda, as-
nando-se importante sua monitorização nos al- sim como necessidade de aumento na dose nos
coolistas. Interação entre hipoxia e halotano alcoolistas crônicos ou estados de retirada67,68 .
aumenta o risco de lesão hepática 3,61 . A Há tendência em se evitar a sedação
cardiomiopatia alcoólica obriga o controle cui- nos alcoolistas durante anestesia regional, pela
dadoso dos anestésicos voláteis depressores grande freqüência de alterações de conduta
do miocárdio62 . que podem ocorrer.
Em pacientes com antecedentes con-
vulsivos o enflurano não seria um escolha ideal. IV. CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS
Em portadores de doença pulmonar obstrutiva
crônica com predisposição a broncoespasmo o 1. Síndrome de Abstinência Alcoólica: Sabe-
uso de inalatórios poderia ser uma boa opção. se que após 3 a 8 horas de supressão da
ingesta de álcool iniciam-se os
Entretanto seus conhecidos efeitos sobre o
fenômenos de retirada, os quais se inten-
miocárdio e implicações médico-legais (exem-
sificam após 72 horas, apresentando De-
plo: halotano e fígado) contra-indicam o uso
lirium tremens franco no quinto dia1-3,10.
destes agentes na presença de lesão hepática
Os principais fenômenos iniciais incluem
e/ou cardíaca2,3 . Assim, os agentes voláteis
náuseas, vômitos, tremores e vertigens.
mais novos, menos biotransformados, ainda Quarenta e oito horas após a suspensão
pouco disponíveis em nosso meio, são promis- do álcool aparece sede intensa, com con-
sores. seqüente aumento da ingesta de grandes
A administração crônica de etanol as- volumes de líquido e risco de
sociado à exposição ao óxido nitroso diminui a hiperhidratação. Posteriormente os
atividade da metionina sintetase no organismo. fenômenos se intensificam, surgindo
Felizmente, estes distúrbios apresentam recu- hipotensão, taquicardia, arritmias, hiper-
peração rápida após a exposição, sem maiores reflexia, alucinações, sudorese e convul-
conseqüências63,64 . sões. Na ausência de tratamento
Uma outra opção no manuseio an- evoluem para o Delirium tremens 2,3,10.
estésico do alcoolista são as técnicas regionais, Tremores podem ser prenúncios do
as quais também não são isentas de riscos. A aparecimento de convulsões e/ou Delir-
presença de polineuropatia alcoólica não é um ium, mas também é importante descartar
agravante. No entanto, contra indicações a possibilidade de hipoglicemia e dese-
médico-legais podem existir. Quando impre- quilíbrio hidroeletrolítico69.
scindível a realização desta técnica, são impor- O objetivo do tratamento é produzir se-
tantes anotações detalhadas do exame físico dação sem depressão dos reflexos pro-
neurológico além da advertência de deterio- tetores. Até 1975 o paraldeído era droga
ração do quadro se o consumo de álcool persis- de escolha na síndrome de abstinência.
Alcohol problems in adoptees raised apart from alco- 26. Rubin E - Alcoholic myopathy in heart and skeletal
holic biological parents. Arch Gen Psych, 1973; 28: muscle. N Engl J Med, 1979; 301: 28-33.
238-43. 27. Yong KL - Effects of alcohol on granulocytes and lym-
08. Gazeta do Povo - Álcool um drama no trânsito. 1ª phocytes. Seminars in Hematology, 1980; 17: 130-6.
Seção, coluna um, Curitiba, quarta-feira, 16 de março 28. Kissin B, Schenker V, Schenker AC - Adrenal cortical
de 1994; 3ª página. function and liver disease in alcoholics. Am J Med Sci,
09. Alcoholics Anonymous World Services, 1976; 59. 1959; 238: 344-53.
10. Haxholdt OS, Krintel JJ, Johansson G - Pre-operative 29. Jenkins JS, Connolly J - Adrenocortical response to
alcohol infusion. Anaesthesia, 1984; 39: 240-45. ethanol in man. Br Med J, 1968; 2: 804-5.
11. Horowitz J, RN, BSN - Anesthetic implications of sub- 30. Cicero TJ, Bell RD, Badger TM - Multiple effects of
stance abuse in the parturient. Journal of the American ethanol on the hypothalamic-pituitary gonadal axis in
Association of Nurse Anesthetists, 1988; 56: 510-14. the male. Advances in Experimental Medicine and Biol-
12. Kissin B - Alcohol abuse and alcohol-related illnesses, ogy, 1980; 126: 463-67.
em Cecil - Textbook of Medicine, Vol 1, 18th Ed. Phila-
delphia, W B Saunders Company, 1989; 15: 48-52. 31. Wright J, Marks V - Alcohol - Induced hypoglycemia.
13. Collins VJ - Anestesia por via intravenosa con farmacos Advances in Experimental Medicine and Biology, 1980;
no barbituricos, em Collins VJ - Anestesiologia, 2ª Ed. 126: 479-83.
México, Interamericana SA, 1983; 23: 376-79.
14. Sherlock S - Álcool e o fígado, em Sherlock S - Doenças 32. Fiebre CM, Romm E, Collins JT et al - Responses to
do Fígado e do Sistema Biliar, 7ª Ed. Rio de Janeiro, cholinergic agonists of rats selectively bred for differen-
Guanabara Koogan SA, 1988; 19: 321-37. tial sessitivity to ethanol. Alcoh Clin Exp Res, 1991; 15
15. Davis VE, Walsh MJ - Alcohol, amines and alkaloids: a (2): 270-6.
possible biochemical basis for alcohol addiction. Sci- 33. Fiset L, Milgrom P, Beirne OR et al - Desinhibition of
ence, 1970; 167: 1005-7. bahaviors with midazolam: report of a case. Journal
16. Deitrich R, Erwin V - Biogenic amine-aldehyde conden- Oral-Maxillofac-Surg, 1992; 59 (6): 645-9.
sation products: tetrahydroisoquinolines and tryptoli- 34. Caldwell T, III - Anesthesia for patients with behavioral
nes. Ann Rev Pharmacol Toxicol, 1980; 20: 55-80. and enviromental disorders, em Katz J, Benumoff J,
17. Horrobin DF, Mankus MS - Possible role of pro- Kadis LB, eds - Anesthesia and Uncommon Diseases,
staglandin E1 in the affective disorders and in alcohol- 2nd Ed. Philadelphia, Saunders, 1981: 696.
ism. Br Med J, 1980; 280: 1363-6. 35. Nettles JI, Olson RN - Effects of alcohol on hypoxia.
18. George FR, Collins AC - Prostaglandin synthetase JAMA, 1965; 194: 1193-4.
inhibitors antagonize the depressant effects of ethanol. 36. Loft S, Jensen V, Rorsgaard S et al - Influence of
Pharmacol Biochem Behav, 1979; 10: 865-9. moderate alcohol intake on thiopental anaesthesia.
19. Carmichael FJ, Israel Y - Effects of ethanol on neuro- Acta Anaesth Scand, 1982; 26: 22.
transmitter release by rat brain cortical slices. J Phar- 37. Sellens EM, Holloway MR - Drug kinetics and alcohol
macol Exp Ther 1975; 193: 824-34. ingestion. Clin Pharmacokin, 1978; 3: 440.
20. Diamond I - Nutritional disorders of the nervous system, 38. Rubin E, Lieber CS - Hepatic microssomal enzymes in
em Cecil - Textbook of Medicine, Vol 2, 18th Ed. Phila- man and in rat; induction and inhibition by ethanol.
delphia, W B Saunders Company, 1989; 467: 2137-41. Science, 1968; 162: 690.
21. Vandam LD, Desai SP - Avaliação do paciente e 39. Courdec E, Ferrier C, Haberer JP et al - Thiopentone
preparo pré-operatório, em Barash PG et al - Tratado pharmacokinetics in patients with chronic alcoholism. Br
de Anestesiologia Clínica, Vol 1, 1ª Ed. São Paulo, J Anaesth, 1984; 56: 1393-97.
Manole Ltda, 1993; 15: 493-94. 40. Dundee JW, Milligan KR - Influence of alcohol con-
22. Rubin E, Lieber CS - Fatty liver, alcoholic hepatitis and sumption on the induction dose of thiopentone. Br J
cirrhosis produced by alcohol in primates. N Engl J Med, Anaesth, 1989; 62: 229-30.
1974; 290: 128-35. 41. Tammisto T, Tigerstedt I - The need for fentanyl supple-
23. Botero RC - Cirrosis hepatica, em Velez HA, Borrero mentation of N2O- O2-relaxant anaesthesia in chronic
RJ, Molina JR - Gastroenterologia, Hepatologia, Nu- alcoholics. Acta Anaesth Scand, 1977; 21: 216-21.
trición, 2ª Ed. Medellín, CIB, 1985; 58: 428-48. 42. Curran MJA, Newman LM, Becker GL - Barbiturate
24. Capasso Jm, Li P, Anversa P - Myocardial mechanics anesthesia and alcohol tolerance in a rat model. Anesth
predict hemodynamic performance during normal func- Analg, 1988; 67: 868-71.
tion and alcohol induced dysfuntion in rats. Am J 43. Saidman LJ - Captação, distribuição e eliminação dos
Physiol, 1991; 261: 1880-8. barbituratos, em Eger II EI - Captação e Mecanismo de
25. Patel R, Mc Ardle JJ, Regan TJ - Increased ventricular Ação dos Anestésicos, 1ª Ed. São Paulo, Manole, 1976;
vulnerability in a chronic ethanol model despite reduced 17: 295-316.
electrophysiologic responses to catecholamines. Alco- 44. Newman LM, Curran MA, Becker GL - Effects of chronic
hol Clin Exp Res, 1991; 15 (5): 785-9. alcohol intake on anesthetic responses to diazepan and
thiopental in rats. Anesthesiology, 1986; 65: 196-200. 62. Takki S, Tammisto T - The effect of operative stress on
45. Swerdlow BN, Holley FO, Maitre PO et al - Chronic plasma catecholamine levels in chronic alcoholics. Acta
alcohol intake does change thiopental anesthetic re- Anaesth Scand, 1974; 18: 127-32.
quirement, pharmacokinetics or pharmacodynamics. 63. Everman BW, Koblin DD - Aging, chronic administration
Anesthesiology, 1990; 72: 455-61. of ethanol and acute exposure to nitrous oxide: Effects
46. Loft s, Jensen V, Rorsgaand S - Influence of moderate on vitamin B 12 and folate status in rats. Mech - Ageing
alcohol intake on wakening plasma thiopental concen- - Dev, 1992; 62 (3): 229-43.
tration. Acta Anaesth Scand, 1983; 27: 266. 64. Koblin DD, Everman BW - Vitamin B 12 and folate status
47. Homer T, Stanski DR - The effect of increasing age on in rats after chronic administration of ethanol and acute
thiopental disposition and anesthetic requirement. An- exposure to nitrous oxide. Alcohol Clin Exp Res, 1991;
esthesiology, 1985; 62: 714-24. 15 (3): 543-8.
48. Fassoulaki A, Farinotti E, Frdérique S et al - Chronic 65. Gustafsson H, Rutberg H, Bengtsson M - Spinal hema-
alcoholism increases the induction dose of propofol in toma following epidural analgesia. Anaesthesia, 1988;
humans. Anesth Analg, 1993; 77: 553-6. 43: 220-22.
66. London EW, Mckeever PE, Wiederholdt WC - Sponta-
49. Tonner PH, Poppens D, Alifimoff JK et al - General neous spinal epidural hematoma in alcoholism. Ann Int
Anesthetic potency of propofol is consistent with the Med, 1974; 81: 266-7.
Meyer-Overton-rule. Anesthesiology, 1991; 75: A 586. 67. Fassoulaki A, Drasner K, Eger II EI - Is chronic ethanol
50. Mark JB, Greenberg LM - Intraoperative awareness an consumption associated with tolerance to intrathecal
hypertensive crisis during high-dose fentanyl-diazepan- lidocaine in the rat ? Anesth Analg, 1990; 70: 489-92.
oxygen anesthesia. Anesth Analg, 1983; 62: 698-700. 68. Zimanyi I, Lajtha A, Reith MEA - The mode of action of
51. Ghoneim MM, Kramer SE, Bannow R et al - Binding of ethanol on batrachotoxin-A benzoate binding to sodium
d-tubocurarine to plasma proteins in normal man and in channels in mouse brain cortex. Eur T Pharmacol, 1988;
patients with hepatic or renal disease. Anesthesiology, 146: 7-16.
1973; 39: 410-5. 69. Wadstein J, Skude G - Does hypokalemia precede
52. Thompson JM - Pancuronium binding by serum pro- delirium tremens? Lancet, 1978; 2: 549-50.
teins. Anesthesia, 1976; 31: 219-27 70. Thompson WL, Johnson AD, Maddrey WL - Diazepam
53. Duvaldestin P, Agostin S, Henzel D et al - Pancuronium and paraldeyde for tratament of severe delirium tre-
pharmacokinetics in patients with liver cirrhosis. Br J mens. Ann Int Med, 1975; 82: 175-80.
Anaesth, 1978; 50: 1131-36. 71. Brown CG - The alcohol withdrawal syndrome. Ann
54. Somogyi AA, Shanks CA, Triggs EJ - Clinical pharma- Emerg Med, 1982; 11: 276-80.
cokinetics of pancuronium bromide. Eur J Clin Pharma- 72. Penna AMB - Avaliação clínica e preparo pré-an-
col, 1976; 10: 367. estésico, em Manica JT - Anestesiologia Princípios e
55. Devlin JC, Head-Rapson AG, Parker CJR et al - Phar- Técnicas, 1 Ed. Porto Alegre, Artes Médicas Sul Ltda,
macodynamics of mivacurium chloride in patients with 1992; 2: 15-18.
cirrhosis. Br J Anaesth, 1993; 71: 227-31. 73. Clarren SK - The diagnosis and treatment of fetal
56. Johnstone RE, Kulp RA, Smith TC - Effects of acute and alcohol syndrome. Comprehensive Therapy, 1982; 6:
chronic ethanol administration on isoflurane requeri- 41-46.
ment in mice. Anesth Analg, 1975; 54 (3): 277-81. 74. Fimecane BT - Difficult intubation associated with the
57. Abreu EB, Emerson GA - Susceptibility to ether anes- fetal alcohol syndrome. Can J Anesth, 1980; 27: 574-76.
thesia of mice habituated to alcohol, morphine or co- 75. Weiss SL - Anesthesia for the alcoholic and addict.
caine. Anesth Analg, 1939; 18: 294-300. AANA Journal, 1979; 47: 309-12.
58. Wolfson B, Freed B - Influence of alcohol on anesthetic 76. Edwards R, Mosher VB - Alcohol abuses anaesthesia
requirements and acute toxicity. Anesth Analg, 1980; and intensive care. Anaesthesia, 1980; 35: 474-89.
59: 826-30. 77. Ritchie JM - Los alcoholes alifáticos, em Gilman AG,
59. Tammisto T, Tigerstedt I - The need for halothane Goodman LS, Gilman A - Las Bases Farmacológicas de
supplementation of N2O-O2-relaxant anaesthesia in la Terapéutica, 6ª Ed. Buenos Aires, Panamericana SA,
chronic alcoholics. Acta Anaesth Scand, 1977; 21: 17- 1981; 18: 379-91.
23. 78. Wong KC, Everett JD - Agentes simpaticomiméticos,
60. Fassoulaki A, Eger II EI - Alcohol increases the solubil- em Smith NT, Corbascio AN - Interações Medicamen-
ity of anaesthetics in the liver. Br J Anaesth, 1986; 58: tosas em Anestesia, 2ª Ed. Rio de Janeiro, Revinter,
551-54. 1992; 7: 70-4.
61. Marshall BE, Wollman H - Anestesia General, em 79. Diaz JH, Hill GE - Hypotension with anesthesia in
Gilman AG, Goodman LS, Gilman A - Las Bases Far- disulfiram-treated patients. Anesthesiology, 1979, 51:
macológicas de la Terapéutica, 6ª Ed. Buenos Aires, 366.
Panamericana SA, 1981; 14: 282-302.