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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE – PPGCS


LABORATÓRIO DE SINALIZAÇÃO NEURAL E PSICOFARMACOLOGIA – LASINEP
SEMINÁRIO GERAL

ÁLCOOL E ALCOOLISMO EM UMA


ABORDAGEM TRANSLACIONAL

Eduardo Ronconi Dondossola


Orientador: Prof. Dr. Eduardo Pacheco Rico
1
ÁLCOOL

 O etanol ou álcool etílico (C2H5OH) é um líquido incolor encontrado


em todas as bebidas alcoólicas;

 Sua comercialização é lícita e com relevante aceitação social;

 É uma substância psicoativa amplamente utilizada e seu consumo


excessivo acarreta em uma série de problemas físicos, sociais e
mentais;

Gigliotti, Bessa, 2004.


2
ÁLCOOL

 O álcool acompanha a humanidade desde seus primórdios em todas


as culturas, como elemento fundamental nos rituais religiosos com
presença constante nos momentos de confraternização;

 Industrialização da produção;
 Globalização do marketing: promoção do álcool tem aumentado;
 Mudança profunda na maneira da sociedade relacionar-se com o
álcool;
 Consumo mundial e danos associados;

Gigliotti, Bessa, 2004.


3
ÁLCOOL

 Logo após o consumo, os efeitos de caráter estimulantes aparecem como a


euforia e desinibição;

 Com o passar do tempo aparecem os efeitos depressores como a falta de


coordenação motora, sonolência, descontrole;

 Quando o consumo é exacerbado o efeito depressor pode provocar estado de


coma no indivíduo;

Cebrid, 2009.
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ÁLCOOL
 Substâncias psicoativas mais consumidas no mundo;
 2 bilhões de pessoas consomem (40% da população mundial acima de 15
anos);
 As mudanças induzidas pelo álcool nas funções cerebrais são inúmeras:
funcionamento cognitivo desordenado, emoções interrompidas e mudanças
comportamentais;

Essas mudanças são fatores contribuintes importantes para o


desenvolvimento de transtornos de uso de álcool, incluindo
intoxicações agudas, uso indevido e dependência a longo prazo.
WHO, 2004; Ma, Zhu, 2014.
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ÁLCOOL

 A etiologia e a patologia da dependência do álcool são o resultado de uma


interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e socioambientais;

O consumo excessivo de álcool é considerado um


problema de saúde pública de ordem mundial.

Principal fator de risco para morte e incapacidade

Ma, Zhu, 2014, OPAS, 2015; WHO, 2004.

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ÁLCOOL E COMORBIDADES

 O consumo de álcool está listado como um componente para a causa de mais de


200 tipos de condições e doenças na Classificação Internacional de Doenças (CID-
10), destacando as doenças gastrointestinais e as doenças cardiovasculares;

 Quando consumido em excesso, o álcool está associado com muitas condições


neuropsiquiátricas, como depressão, ansiedade, convulsões e dependência;

 O álcool ainda é apontado como um agente carcinogênico para uma série de tipos
de cânceres;

Shield et al., 2013; WHO, 2014.


7
ÁLCOOL E COMORBIDADES
Doenças e prejuízos total ou parcialmente decorrentes do uso do álcool

WHO, 2014.

8
EPIDEMIOLOGIA

O consumo mundial de álcool puro por indivíduos de 15 anos ou mais é


estimado em torno de 6,4 litros, o que equivale a 13,5g por dia;

Consumo estimado é superior à média mundial, correspondendo a


8,7 litros de álcool por pessoa;
Ocupa a 53ª posição entre os países que mais consomem álcool;

NATIONAL INSTITUTE ON ALCOHOL ABUSE AND ALCOHOLISM, 2004; WHO, 2014;


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EPIDEMIOLOGIA

13,6L por ano

O consumo de álcool pelo menos uma vez ao ano é


realizado por mais da metade dos brasileiros, sendo a
região sul o cenário mais preocupante, onde 11% dos
homens bebem diariamente.

4,2L por ano

Síndrome Alcoólica Fetal

WHO, 2014; Garcia & Freitas, 2015


10
EPIDEMIOLOGIA
Frações atribuíveis ao álcool para óbitos por todas as causas, 2012

WHO, 2014.
11
EPIDEMIOLOGIA

Países economicamente
menos desenvolvidos
apresentam maiores taxas
de morte e incapacidade
por litro de álcool
consumido

OPAS, 2015.
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ALCOOLISMO
O conceito de alcoolismo só surgiu no século XVIII, logo após a crescente produção e comercialização do
álcool destilado, consequente à revolução industrial;

"Beber inicia num ato de liberdade, caminha para


o hábito e, finalmente, afunda na necessidade“;
Benjamin Rush, psiquiatra americano, 1790.

Alcoolismo passou a ser classificado


como doença.
Alcoolismo Crônico: “estado de intoxicação Morton Jellinek, 1960.
pelo álcool que se apresenta com sintomas
físicos, psiquiátricos ou mistos”;
Magnus Huss, 1849.
LARANJEIRA et al., 2010; GIGLIOTTI, BESSA, 2004.
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ALCOOLISMO

Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos


que se desenvolvem após o uso repetido de álcool, tipicamente
associado aos seguintes sintomas:

 forte desejo de beber;


 dificuldade de controlar o consumo;
 uso continuado apesar das consequências negativas;
 maior prioridade dada ao uso da substância em detrimento de
outras atividades e obrigações;
 aumento da tolerância;
 por vezes um estado de abstinência física;

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ALCOOLISMO

Os transtornos relacionados ao uso de álcool são definidos como a


repetição de problemas decorrentes do uso do álcool que levam a
prejuízos e/ou sofrimento clinicamente significativo, cuja gravidade varia
de acordo com o número de sintomas apresentados.

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ALCOOLISMO

Quantidade de ingestão Desejo de urgência

Síndrome de abstinência Desejo persistente

Abandono de atividades
importantes para o uso
do álcool

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METABOLISMO DO ÁLCOOL

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CONSUMO DE ÁLCOOL

 De acordo com o Comparative Risk Assessment (CRA) o


padrão de consumo de bebidas alcoólicas do brasileiro
encontra-se entre os mais preocupantes do mundo

 O CRA compara os efeitos na saúde decorrentes da


exposição a um fator de risco (álcool) numa escala com
pontuações que variam de 1 a 4;

Laranjeira et al., 2010; National Institute On Alcohol Abuse And Alcoholism, 2004.

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PADRÕES DE CONSUMO DO ÁLCOOL

Uso Moderado;
Beber Pesado (BP);
Beber Pesado Episódico (BPE);

Os efeitos e os danos do consumo de álcool estão relacionados com os padrões de


consumo, que variam conforme a quantidade ingerida, o número de episódios e o
período de tempo de ingestão.

NATIONAL INSTITUTE ON ALCOHOL ABUSE AND ALCOHOLISM, 2004.


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PADRÕES DE CONSUMO DO ÁLCOOL
CONSUMO MODERADO

 Beber em quantidades moderadas e que não causam problemas (bebedor e


sociedade);

♂ 2 doses por dia, até 14 doses/semana;

♀ 1 dose por dia, até 7 doses/semana;

 Aconselha-se um ou dois dias semanais sem consumo de álcool;


 Mesmo dentro desses limites, é possível que tenha problemas caso beba muito
rápido ou se tiver outros problemas de saúde;
NATIONAL INSTITUTE ON ALCOHOL ABUSE AND ALCOHOLISM, 2004.
20
PADRÕES DE CONSUMO DO ÁLCOOL
CONSUMO MODERADO

Avaliar a função mental de 12.480 mulheres;


Idade: 70-81 anos;
Follow-up: 2 anos para 11.102 das
participantes;
As participantes que haviam consumido até
14.9g de álcool por dia (1 dose) apresentaram
melhor desempenho na avaliação cognitiva
do que as abstêmias e uma diminuição de
20% do risco de declínio cognitivo.

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PADRÕES DE CONSUMO DO ÁLCOOL

CONSUMO PESADO

 Excede o uso moderado de álcool, ultrapassando a dose diária ou semanal


indicada para homens e mulheres;

1 dose

NATIONAL INSTITUTE ON ALCOHOL ABUSE AND ALCOHOLISM, 2004.


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PADRÕES DE CONSUMO DO ÁLCOOL
CONSUMO BINGE

 Ingestão de altas doses de álcool;


 5+ doses em homens;
 4+ doses em mulheres, em um intervalo médio de duas horas, atingindo altos níveis
de concentração alcoólica no sangue, em torno de 0,8g/L, correspondente a 0,8%
do volume total sanguíneo;
 Também chamado de consumo de risco, está frequentemente associado a
alterações neurológicas e psicológicas, incluindo comprometimento cognitivo e
diminuição da qualidade de vida geral;
 ¼ da população brasileira;

NATIONAL INSTITUTE ON ALCOHOL ABUSE AND ALCOHOLISM, 2004; KIRBY et al., 2012.
23
Estudo realizado na universidade de Michigan com alunos do 12º período
(3ªº) mostrou que os alunos que relataram uso de álcool exibiram uma
probabilidade significativamente maior de usar drogas lícitas e ilícitas (16x
mais propensos a usar maconha e 13x mais propensos de usar cocaína)

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ÁLCOOL E NEUROTRANSMISSÃO

 O etanol pode afetar o SNC interferindo nos sistemas de neurotransmissão,


causando um desequilíbrio nos sistemas excitatórios e inibitórios em diferentes
padrões de consumo;
 Dentre seus efeitos modulatórios no SNC, o etanol atua por modificar vias de
transdução de sinal, qual influencia diversos sistemas de neurotransmissão, como o
glutamatérgico, o GABAérgico, o adenosinérgico, o sistema colinérgico e o
dopaminérgico.

De Witte, 2004; Costardi et al., 2015; Deitrich, 2004; Quertemont et al., 2005; Sharma et al., 2010; Arendt et al., 1988; Rico et al., 2007; Vetreno et al., 2014.
25
ÁLCOOL E NEUROTRANSMISSÃO

Sistema Dopaminérgico

 A dopamina é um neurotransmissor envolvido em uma


variedade de processos do sistema nervoso central, incluindo
cognição, atividade motora, motivação e recompensa, humor,
atenção e aprendizado;
 O álcool aumenta a transmissão dopaminérgica e aumenta a
taxa de disparo desses neurônios, aumentando a liberação de
dopamina na área da via de recompensa;

Ward, 2009; Ma e Zhu, 2014;


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ÁLCOOL E NEUROTRANSMISSÃO

 1.4% v/v por 30min durante três semanas;


 Aumento nos níveis de dopamina nos grupos
WB-2 e WB-9 (F(3,16) = 12.63; p=0,0002) em
relação ao controle.

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ÁLCOOL E NEUROTRANSMISSÃO

Sistema Glutamatérgico

 O sistema glutamatérgico é excitatório, envolvido em


funções cognitivas como atenção e memória;
 Após a exposição crônica ao álcool e durante a
abstinência, a liberação de glutamato na sinapse é
reforçada e o número de receptores sinápticos NMDA e
AMPA é aumentado. Como resultado, o glutamato
induz a atividade excessiva do neurônio pós-sináptico.

RIBEIRO; LARANJEIRA, 2005; CLAPP; BHAVE; HOFFMAN, 2008.


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ÁLCOOL E NEUROTRANSMISSÃO
 As larvas de peixe-zebra (24h após a fertilização)
foram expostas ao etanol (0,1%, 0,25%, 0,5% e
1%) por 2h;
 A exposição embrionária ao etanol reduziu a
captação de glutamato dependente de Na+ no
cérebro de peixe-zebra;
 Os grupos etanol a 0,5% e 1% demonstraram
redução da ligação do glutamato às membranas
cerebrais e diminuição da atividade de Na+/K+
A exposição ao etanol embrionário pode causar
ATPase na idade adulta;
alterações significativas na neurotransmissão
 O etanol reduziu a atividade da glutamina
glutamatérgica no cérebro de peixe-zebra adulto.
sintetase no grupo EtOH a 1%;

Baggio et al., 2020.


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ÁLCOOL E NEUROTRANSMISSÃO

Os testes exploratórios mostraram que a retirada de EtOH


(0,3% v/v) promoveu uma diminuição no tempo gasto e no
número de entradas no fundo;
Ceftriaxona: resultou na recuperação de padrões
comportamentais exploratórios;
A Ceftriaxona resultou em aumento da captação de glutamato
no peixe-zebra submetido à retirada de EtOH.
Comportamento semelhante à ansiedade atenuada
por ceftriaxona e transporte aprimorado de
glutamato cerebral em peixe-zebra sujeito a
abstinência alcoólica

Agostini et al., 2020.


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ÁLCOOL E NEUROTRANSMISSÃO

Sistema Colinérgico

 Desempenha funções essenciais no SNC: desenvolvimento


das estruturas cerebrais, processamento de aprendizagem
e memória e funções sensoriais;
 A ChAT e a AChE são proteínas utilizadas como marcadores
específicos do estado funcional dos neurônios colinérgicos,
e desta forma, são alvo de estudos em doenças
relacionadas a prejuízos cognitivos, bem como a exposição
ao etanol;

RIBEIRO; LARANJEIRA, 2005; CLAPP; BHAVE; HOFFMAN, 2008.


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ÁLCOOL E NEUROTRANSMISSÃO

Ratos adultos expostos ao etanol quando jovens,


demostraram através de testes comportamentais e
análise imunoistoquímicas, que a diminuição
persistente da imunoreatividade da ChAT em
neurônios colinérgicos, podem levar a alterações
comportamentais, como o aumento da tomada de
A exposição intermitente ao etanol em ratos jovens está
decisão arriscada.
associada ao aumento da escolha de risco e à diminuição
de marcadores neurológicos dopaminérgicos e
colinérgicos em ratos adultos

Boustros et al, 2015.


32
ÁLCOOL E NEUROTRANSMISSÃO
Genes de neurotransmissores (colinérgicos e
Sistema Colinérgico dopaminérgicos), foram reduzidos pelo uso do
etanol;
Após o uso de etanol na adolescência, os adultos
apresentaram maiores reduções na expressão
gênica do que os controles, com média de 73%;
A avaliação dos volumes das regiões cerebrais
adultas usando a RM indicou que o bulbo olfativo e
o prosencéfalo basal eram menores nos adultos
Consumo em binge na adolescência altera a expressão, o após o etanol na adolescência. Análises
comportamento, os volumes regionais do cérebro e a imunoistoquímicas encontraram menos neurônios
neuroquímica em neurotransmissores cerebrais de ratos colinérgicos no prosencéfalo basal.

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TRATAMENTO
AUTODIAGNÓSTICO

Tratamento Farmacológico
Grupos de Apoio Dissulfiram
TCC Naltrexona
Terapia de Aversão Acamprosato
Terapia Familiar

Psicólogo
Psiquiatra
Clinico Geral
REISDORFER et al., 2012.
34
TRATAMENTO
Dissulfiram

 Aprovado pelo FDA em 1951 para tratar o alcoolismo;


 Foi desenvolvido como antiparasitário, entretanto, quando foi
testado, as pessoas que usaram a medicação relataram grande mal-
estar, quando ingeriam bebida alcoólica;
 A reação etanol-dissulfiram, conhecida também como efeito
antabuse, inicia-se 5 a 10 minutos após o consumo do álcool e pode
durar de 30 minutos a horas;

Ribeiro; Laranjeira, 2005; Clapp; Bhave; Hoffman, 2008.


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TRATAMENTO
Naltrexona

 A ação do naltrexona no tratamento dos


dependentes de álcool acontece principalmente
pelo antagonismo opioide (bloqueio do receptor
muopioide);
 Reduz a “fissura” pela bebida, ação que persiste
enquanto o paciente estiver usando a
medicação;

Johnson et al., 2000; Parkes e Sinclair, 2000; Anton et al., 2006; Latt et al., 2002
36
 Ambas as drogas reduziram o desejo e a quantidade de ingestão de álcool (p< 0,001);
 A recidiva foi maior no grupo Naltrexona, mas não foi estatisticamente significante (p> 0,05);
 Os efeitos colaterais foram maiores com Dissulfiram (p<0,001), enquanto o abandono foi
maior no grupo Naltrexona (p<0,01).

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TRATAMENTO
Acamprosato

 Foi desenvolvido para tentar equilibrar as alterações


desencadeadas pela síndrome de abstinência em usuários
crônicos do álcool;
 Atravessa a barreira hematoencefálica melhorando a recaptação
do GABA no tálamo e hipotálamo. Essa medicação possui ação
como co-agonista parcial do NMDA;
 Reduz a receptação de cálcio induzida pelo glutamato nos
neurônios, suprimindo a resposta condicionada em
dependentes;

Parkes e Sinclair, 2000.


38
EXPERIMENTO 1: A administração aguda de
Acamprosato impede o etanol de elevar ainda mais
a dopamina no nAc em ratos ingênuos;

EXPERIMENTO 2: O Acamprosato impede o etanol


de elevar ainda mais a dopamina nAc em ratos
pré-tratados com acamprosato por dois dias;

EXPERIMENTO 3: O Acamprosato é incapaz de


impedir a elevação da dopamina induzida por
O efeito redutor da ingestão de etanol do acamprosato etanol em ratos que preferem etanol tratados com
está associado à sua capacidade de aumentar dopamina Acamprosato por dez dias;

39
DISCUSSÃO

 A publicidade, a ampla distribuição, a facilidade de acesso e os baixos preços das


bebidas alcoólicas favorecem o consumo de álcool no Brasil;

 As expectativas positivas dos indivíduos com relação aos efeitos do álcool (lazer,
relaxamento, convívio social) também são apontadas como fatores que estimulam o
consumo de bebidas alcoólicas;

Reisdorfer et al., 2012.


40
41
DISCUSSÃO

Fatores como exposição à publicidade e


atratividade da publicidade de bebidas alcoólicas
estão relacionados com uma maior expectativa de
consumo futuro e com um consumo maior e mais
precoce, principalmente entre adolescentes e
adultos jovens.

42
Estudo transversal com adultos (20-
59) em Florianópolis;

Prevalência de uso problemático do


álcool na população foi de 18,4%

Sexo masculino, 20-29 anos,


solteiros, pardos, ex-fumantes ou
fumantes atuais;

43
DISCUSSÃO

 Homens estão mais propensos a consumir álcool em


quantidades excessivas - forma de diversão e
estabelecer interações sociais;

 Aspectos culturais: normas e atitudes sociais são mais


flexíveis, permitindo ao homem beber de forma
frequente e em maior quantidade;

Reisdorfer et al., 2012.


44
DISCUSSÃO

 O álcool causa danos, não só para quem bebe em excesso, como


também para aqueles ao seu redor;

 Os danos a outros incluem transtornos do espectro alcoólico fetal,


violência (interpessoal e doméstica), lesões (incluindo acidentes de
trânsito ou lesões no local de trabalho), sofrimento emocional e
instabilidade econômica;

 As mulheres, em particular, parecem ser mais afetadas pelo consumo de


álcool de outras pessoas.

Reisdorfer et al., 2012; NATIONAL INSTITUTE ON ALCOHOL ABUSE AND ALCOHOLISM, 2004.
45
Levantamento em 7.939 domicílios brasileiros revela que em
33,5% foi relatado histórico de violência domiciliar, sendo 17,1%
com agressores alcoolizados. A maioria das vítimas era do sexo
feminino (63,9%): 33,9% eram esposas e 18,2% filhos.

46
CONCLUSÃO

 O caráter social faz da ingestão de bebidas alcoólicas ser fortemente


estimulado de forma intensa e desenfreada, chegando a ser exacerbado em
algumas situações;

 É necessário estratégias de prevenção e tratamento para que de forma cada


vez mais assertivos contribuam para a qualidade de vida da sociedade como
um todo;

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✰ 14/09/1983
✝ 23/07/2011

De acordo com o laudo, Amy tinha 416mg de álcool


por 100ml de sangue - o limite para dirigir na
Inglaterra é de 80mg.

“Para uma mulher de cerca de 50kg atingir esse


índice, ela precisaria beber o equivalente a uma
dose de uísque a cada dez minutos durante três
horas”.

48
"O efeito calmante é inegável, como a sensação
que se tem andando descalço sobre a grama
recém-cortada. Achei que pudesse ser coisa da
minha cabeça, portanto fui pesquisar, de acordo
com Hoffman et al., 2018: “Deitar-se ao lado da
respiração ritmada de um cão pode ajudar a
embalar o sono e aumenta o nível de ocitocina, o
hormônio associado ao carinho e à felicidade. Por
experiência própria, acredito que as duas coisas
"Me descobri querendo encontrar outro caminho para a sejam verdadeiras."
sobriedade, menos cheio de regras, mais pessoal – e
encontrei tudo isso em River, meu cachorro”.
BEBA COM
MODERAÇÃO

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE – PPGCS
LABORATÓRIO DE SINALIZAÇÃO NEURAL E PSICOFARMACOLOGIA – LASINEP
SEMINÁRIO GERAL

ÁLCOOL E ALCOOLISMO EM UMA


ABORDAGEM TRANSLACIONAL

Eduardo Ronconi Dondossola


Orientador: Prof. Dr. Eduardo Pacheco Rico
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