caderno

de questões

Daniel Hortêncio de Medeiros

Laércio de Mello

CIÊNCIAS HUMANAS História

Geografia
E SUAS TECNOLOGIAS
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dos direitos autorais.

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M438c

Medeiros, Daniel Hortêncio de

Curso preparatório para o novo ENEM : caderno de questões: ciências humanas
e suas tecnologias: história e geograia: livro 1 / Daniel Hortêncio de Medeiros,
Laércio de Mello. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 2009.
90 p.

ISBN 978-85-387-0472-0

1. Exame Nacional de Ensino Médio. 2. Ensino médio - Estudo e ensino. 3.

História (Ensino médio) - Problemas, questões, exercícios. 4. Geograia - (Ensino
médio) - Problemas, questões, exercícios. I. Mello, Laércio de. II. Título.

09-3643 CDD: 373

CDU: 373.5

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História História
Daniel Hortêncio de Medeiros
Sumário
Aula 1 .........................................................................................5
Gabarito ........................................................................................ 10

Aula 2 .......................................................................................13
Gabarito ........................................................................................ 18

Aula 3 .......................................................................................21
Gabarito ........................................................................................ 28

Aula 4 ....................................................................................... 31
Gabarito ........................................................................................ 37

Aula 5 .......................................................................................39
Gabarito ........................................................................................ 43

Aula 6 ....................................................................................... 47
Gabarito ........................................................................................ 52
 Aula 1
Vamos apresentar modelos de questões
que se enquadram nas competências e habi-
lidades solicitadas pelo MEC. Igualmente, não
vamos esquecer nem os eixos cognitivos que
perpassam todas as competências e nem os ob-
jetos de conhecimento estabelecidos para essa
matriz. Por fim, ainda atentaremos para os dois
eixos de dificuldade: o eixo de complexidade,
determinado pelos verbos, e o de densidade,
determinado pelas mediações exigidas em cada
questão. É essa rede matricial que permite à
prova do Enem uma variedade quase infinita de
possibilidades.
QUESTÃO 1
André João Antonil nasceu em Luca, na
região da Toscana, na Itália, e faleceu na
Bahia, aos 77 anos. Chegou nesta terra com
32 anos, disposto a avaliar detalhadamente
os homens que aqui viviam e as riquezas
que o Brasil poderia oferecer para Portugal,
preocupando-se em compreender senhores
QUESTÃO 2
e escravos, atores centrais da nossa eco-
nomia e vida colonial. Sobre o senhores,
escreveu o seguinte: “Servem ao senhor do
engenho, em vários ofícios, além dos escra-
vos de enxada e foice que têm nas fazendas
e na moenda, e fora os mulatos e mulatas,
negros e negras de casa, ou ocupados em
outras partes, barqueiros, canoeiros, calafa-
tes, carapinas, carreiros, oleiros, vaqueiros,
pastores e pescadores. Tem mais, cada
senhor destes, necessariamente, um mestre
de açúcar, um banqueiro e um contraban-
queiro, um purgador, um caixeiro no engenho
e outro na cidade, feitores nos partidos e
roças, um feitor-mor do engenho, e para o
espiritual um sacerdote seu capelão, e cada
qual destes oficiais tem soldada.”
Do que se pode depreender que
a) o engenho foi empreendimento que de-
mandou não só recursos, mas, igual-
mente, capacidade de gerenciamento.
b) todas as profissões e atividades men-
cionadas articulavam-se no universo fa-
bril do engenho com o único propósito
de atender aos interesses de Portugal.
c) a descrição de Antonil revela, ao contrá-
rio do que se apregoa, uma harmonia
social no mundo do açúcar.
d) a descrição de Antonil não pode ser con-
siderada como válida, pois trata-se ape-
nas da opinião de alguém que viveu no
período.
e) a descrição permite concluir que a com-
plexidade do mundo do açúcar foi a mais
extensa do período colonial.
5
Os anos _____ chegaram ao fim com
uma geração de jovens, filhos do chamado
baby boom, que vivia no auge da prospe-
ridade financeira, em um clima de euforia
consumista gerada nos anos do pós-guerra
nos Estados Unidos. A nova década que
começava já prometia grandes mudanças
no comportamento, iniciada com o sucesso
do rock’n’roll e o rebolado frenético de Elvis
Presley, seu maior símbolo.
A imagem do jovem de blusão de couro,
topete e jeans, em motos ou lambretas,
mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada
com ídolos do cinema como James Dean e
Marlon Brando. As moças bem comportadas
já começavam a abandonar as saias rodadas

de Dior e atacavam de calças cigarette, em
um prenúncio de liberdade.
Divulgação Almanaque UOL.
Os anos _____, acima de tudo, viveram
uma explosão de juventude em todos os
aspectos. Era a vez dos jovens, que influen-
ciados pelas ideias de liberdade on the road
[título do livro do beatnik Jack Keurouac] da
chamada geração beat, começavam a se
opor à sociedade de consumo vigente. O
movimento, que nos ___ vivia recluso em ba-
res nos Estados Unidos, passou a caminhar
pelas ruas nos anos _____ e influenciaria
novas mudanças de comportamento jovem,
como a contracultura e o pacifismo do final
6 da década.
Nesse cenário, a transformação da
moda iria ser radical. Era o fim da moda
única, que passou a ter várias propostas
e a forma de se vestir se tornava cada vez
mais ligada ao comportamento.
Conscientes desse novo mercado con-
sumidor e de sua voracidade, as empresas
criaram produtos específicos para os jovens,
que, pela primeira vez, tiveram sua própria
moda, não mais derivada dos mais velhos.
Aliás, a moda era não seguir a moda, o
que representava claramente um sinal de
liberdade, o grande desejo da juventude da
época.
(Disponível em: <http://almanaque.folha.uol.com.br>.)
O texto acima faz referência a qual década?
a) 1940.
b) 1950.
c) 1960.
d) 1970.
e) 1980.
QUESTÃO 3
Terminada a tarde, um punhado de da-
dos, quase nada. Mas são exclusivamente
nossos, de quem soube ir a seu encontro,
e a caçada foi muito mais importante que
o animal capturado. Cabe perguntar se o
historiador encontra-se alguma vez mais
próximo da realidade concreta, dessa verda-
de que anseia por atingir e que lhe escapa
permanentemente, do que no momento em
que tem diante de si, examinando-os atenta-
mente, esses restos de escrita que emanam
do fundo das eras, como destroços de um
completo naufrágio, objetos cobertos de sig-
nos que podemos tocar, cheirar, observar na
lupa, e aos quais ele dá o nome de fontes,
em seu jargão.
(DUBY, Georges. A História Continua. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar: Editora da UFRJ, 1993.)
A respeito do papel do historiador e do
passado, o texto permite concluir que o
historiador é um
a) produtor de passados.
b) desvendador de passados.
c) inventor de passados.
d) montador de passados.
e) destruidor de passados.
QUESTÃO 4
Somos aquilo que lembramos [...] a nos-
sa riqueza são as lembranças que conser-
vamos e não deixamos apagar e das quais
somos o único guardião. [...] se o mundo do

futuro se abre para a imaginação, mas não
nos pertence mais, o mundo do passado é
aquele no qual, recorrendo a nossas lem-
branças, podemos buscar refúgio dentro de
nós mesmos, debruçar-nos sobre nós mes-
mos e nele reconstruir nossa identidade.
(BOBBIO, Norberto. O Tempo da Memória: de senectude e
outros escritos autobiográficos. Rio de Janeiro: Campus,
1997, p. 30 e 54.)
A partir do tema evocado pelo texto, pode-se
afirmar que
I. a memória tem um valor intrínseco como
experiência coletiva. É ela que confere
sentido às relações sociais e ao terri-
tório que historicamente tais relações
produzem.
na proporção em que ela é também parte
essencial do sentimento de pertencimen-
to e de continuidade de um indivíduo ou
de um grupo em sua ligação com seu es-
paço e sua história.
III. na maior parte das vezes, lembrar não
é reviver, mas refazer, reconstruir, re-
pensar, com imagens e ideias de hoje
as experiências do passado. A memória
não é sonho, é trabalho.
Entre as afirmativas anteriores,
a) todas estão corretas.
b) estão corretas apenas I e II.
c) estão corretas apenas II e III.
d) estão corretas apenas I e III.

II. a memória é parte do sentimento de e) nenhuma está correta.

identidade, quer individual, quer coletivo,

QUESTÃO 5
A comparação das imagens abaixo permite concluir que

7
Domínio público.
Divulgação.

a) a foto mostra uma atividade física do presente parecida com algo que já existiu no pas-
sado, sem que se guardem, atualmente, elementos de identidade entre uma e outra.
b) a foto mostra dois jovens brincando na praia e o enquadramento do fotógrafo faz lembrar
uma manifestação cultural do passado.
c) a dança dos jovens da foto é uma expressão contemporânea de uma atividade cultural
existente desde os tempos nos quais a outra imagem foi pintada.
d) a imagem retrata uma dança na qual os negros procuravam imitar certos folguedos de
seus donos.
e) apesar da coincidência, não há nenhuma relação entre passado e presente nos exemplos
citados, já que se trata de uma manifestação corporal desenvolvida por negros escravos
que não deixaram documentos registrando tais práticas.
 QUESTÃO 6
Texto 1
Infelizmente, nos tempos atuais, o que
tem predominado é a cultura da violência
e, por esse motivo, a cada dia que passa,
torna-se mais banalizada. Os indivíduos per-
tencentes a gerações anteriores, que foram
criados e educados de acordo com certos
valores, virtudes, constatam, perplexos, que
tais ensinamentos não mais fazem parte da
formação de crianças e jovens e o que mais
tem sido valorizado é o materialismo, em de-
trimento da liberdade pessoal e do respeito
às especificidades pessoais. Presenciam o
aumento acintoso da falta de respeito aos
pais, professores, idosos e até mesmo com
relação a toda e qualquer pessoa que não
faça parte de sua turma ou gangue. Todos
os atos que praticam, consideram como
lícitos, desde que satisfaçam suas vonta-
des pessoais, demonstrando também que
desconhecem os princípios que fazem parte
da tão desejada alteridade. E a pergunta
que não quer calar frente a tudo que foi ex-
8 posto é a seguinte: por que se permitiu que
esses novos seres humanos se tornassem
indivíduos tão egocêntricos e desprovidos
de ética, tolerância e moralidade?
(Disponível em: <http://pt.shvoong.com/social-sciences/
psychology/1874118-juventude-atual-aus%C3%
AAncia-disciplina-sentimento/>.)
Texto 2
A juventude atual não é menos ativa
do que qualquer juventude de outros anos,
mas a falta de um direcionamento com
mais especificidade tem colaborado para
que os jovens permaneçam perdidos entre
tantas informações, sem saber ao que ir
contra, diante de tanta coisa errada que
ele encontra a sua frente. [...] Deixando a
juventude sem rumo, a mesma fica entregue
à manipulação da imprensa, largamente
utilizada nos dias atuais para favorecer este
ou aquele grupo econômico ou empresa-
rial; à proliferação de verdadeiras “seitas”
que surgem no movimento de juventude,
manobrando jovens menos experientes e
com pouca conscientização política através
da utopização da “revolução” e partindo
para atos mais radicalizados, desviando a
atenção das discussões e debates sobre a
realidade ao redor e sobre meios concretos
de modificá-la. Partindo disso e da desilusão
gerada pela frustração da inoperabilidade
face à situação à sua frente, a maioria dos
jovens acaba se afastando do ativismo po-
lítico e do movimento juvenil.
(Disponível em: <www.itarget.com.br/clients/ijc.org.br/novo/
artigos/downloads/juventude_menos_ativa.pdf>.)
A partir da comparação dos dois textos,
percebe-se que
I. o texto 2 complementa o argumento do
texto 1.
II. os dois textos buscam situar o problema
da juventude principalmente no próprio
jovem.
III. o texto 2 concorda com o texto 1 quanto
ao fato de a juventude atual ser bem di-
ferente das juventudes do passado.
IV. no texto 1, o jovem é protagonista; no
texto 2, vítima.
Entre as afirmativas acima,
a) todas estão erradas.
b) apenas I e II estão erradas.
c) apenas I, II e III estão erradas.
d) apenas I, II e IV estão erradas.
e) apenas II, III e IV estão erradas.
QUESTÃO 7
Para uns estudiosos, a palavra car-
naval vem de carrum navalis, ou seja, os
carros navais que faziam a abertura das
dionísias gregas nos séculos VII e VI a.C.;

para outros, a palavra carnaval surgiu com
Gregório I, o grande, em 590 d.C. Alguns
pesquisadores afirmam que a palavra car-
naval teria surgido em Milão, em 1130;
outros dizem que a festa só teria o nome
carnaval na França, em 1268, ou, ainda,
na Alemanha, em 1800. No período do car-
naval brasileiro, no Reino Unido acontece o
QUESTÃO 8
Shroveitide (Shrive, que significa “confessar
pecados”), a comemoração do carnaval
britânico. Nos Estados Unidos, o carnaval
se resume basicamente na celebração do
Mardi Grass (Terça-Feira Gorda) e vários
estados celebram o carnaval, sendo que a
cidade mais tradicional nessa comemora-
ção é New Orleans, no estado da Luisiana.
Ali, durante o Mardi Grass, desfilam pelas
ruas da cidade mais de 50 agremiações. A
agremiação mais conhecida é a do Bacchus
(que possui gigantescos e originais carros
alegóricos). Na Alemanha, a celebração
do carnaval acontece tanto nos grandes
centros urbanos quanto na Floresta Negra
e nos alpes. A festa mais tradicional é a da
cidade de Bonn, que organiza desfiles com
pessoas fantasiadas: o diabo fica solto, por
esse motivo as pessoas usam máscaras a
fim de esconderem seus rostos. O carnaval
veneziano sempre foi um dos mais fortes
e alegres do mundo. Durante o período do
carnaval, são desenvolvidos bailes e festas
nas praças e ruas da cidade.
A partir do texto, constata-se que
I. o carnaval não é brasileiro, mas uma
manifestação cultural de grande capila-
ridade.
II. a festa da qual nos tornamos os maio-
res foliões tem uma origem que remonta
há mais de 25 séculos.
III. essa festa adquiriu características pró-
prias em cada lugar. No Brasil, as influ-
ências portuguesa e (principalmente)
africana foram determinantes para a es-
pecificidade do nosso carnaval.
Entre as afirmativas acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas III está correta.
d) apenas I está correta.
e) apenas II e III estão corretas.
A festa do Círio de Nazaré é a maior
procissão católica do mundo, contando com
o fabuloso número de 2,3 milhões de partici-
pantes. O termo círio tem origem na palavra
latina cereus, que significa “vela grande”. No
seu início, essa procissão era noturna e por
isso era necessário o uso de velas. No ano de
1854, ela passou a ser realizada de manhã.
Realizada desde 1793, essa festa seria origi-
nária de Portugal, onde a santa teria salvado
a vida do fidalgo português Fuas Roupinho
no momento em que este se viu prestes a
cair em um precipício com seu cavalo. O fato
foi divulgado em Belém pelos portugueses
e, tempos depois, um novo milagre da santa
teria ocorrido, desta vez salvando a vida de
um caçador da Floresta Amazônica.
O Círio de Nazaré é manifestação de um 9
aspecto cultural típico, embora não exclusi-
vo, da sociedade brasileira: a popularização
de um evento cuja origem deixa de ter impor-
tância para justificar a sua continuidade.
Podemos, partindo dessa reflexão, comparar
o Círio de Nazaré com
I. as cavalhadas.
II. as festas de São João.
III. o bumba meu boi.
Entre as alternativas acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas II e III estão corretas.
d) apenas I e III estão corretas.
e) nenhuma está correta.
 Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa A.
Comentário:
Embora vinculado às exigências da Metrópo-
le, o mundo do açúcar se desenvolveu com
uma margem de autonomia significativa,
construindo um mercado interno e relações
sociais que, pouco a pouco, definiram a
sociedade brasileira. Esta construção foi,
fundamentalmente, marcada pela tensão
determinada pela escravidão, isto é, pela
violência e pela exclusão por um lado, e pela
miscigenação e compadrio de outro. Apesar
de o mundo do açúcar não ser monocórdio
e esquemático, não se pode afirmar que
se trata da formação social mais complexa
do período colonial. O mundo das minas
forjou relações ainda mais complexas e
extensas.
10 Quanto ao texto de Antonil, ele é considera-
do uma fonte histórica, evidência de como
se organizava a produção e como se consti-
tuíam as relações sociais no período.
QUESTÃO 2
Alternativa C.
Comentário:
O texto apresenta vários elementos a serem
percebidos e analisados.
A referência ao baby boom: em 1945, os
Estados Unidos e o restante das forças alia-
das declararam vitória na Segunda Guerra
Mundial. Os soldados voltaram para casa,
a economia americana encontrou uma força
renovada ao fornecer mercadorias ao mundo
livre para reconstruir suas economias e as
pessoas se estabeleceram e começaram a
ter filhos, muitos filhos. Em 1946, as taxas
de natalidade cresceram bastante, iniciando
um aumento estável que durou por quase
20 anos. Essa explosão populacional criou
o que passou a ser chamado de geração
baby boom: a explosão da juventude, os
beatniks (termo usado tanto para descrever
um grupo de escritores americanos que
vieram a se tornar conhecidos no final da
década de 1950 e começo de 1960 quanto
ao fenômeno cultural que eles descreveram
e inspiraram –a contracultura, o pacifismo
e as mudanças da moda).
Todos os elementos caracterizaram a cultura
dos anos 1960.
QUESTÃO 3
Alternativa D.
Comentário:
Partindo da análise do texto do historiador
Georges Duby, descartamos imediatamente
a letra E: o empenho do historiador é o de
preservar, ver emergir o passado.
Igualmente, a referência às fontes permite
descartar a letra C.
O papel do historiador é distinto do papel do
ficcionista, já que tem um pé sempre finca-
do no real e no demonstrável. No entanto,
o início do texto destaca a interferência do
historiador no passado na medida em que é
do seu esforço na busca e interpretação das
fontes que resulta o que conhecemos como
História. Esse poder de interferência não
é isento das motivações do presente. Por
isso, não podemos imaginar que o passado
existe como um objeto a ser desvendado e
assim ficamos com a ideia de produzir ou
 montar o passado. O texto trata da importân-
cia da fonte –evidência da existência de um
passado –e do trabalho de interpretação do
historiador (“objetos cobertos de signos”).
QUESTÃO 4
Alternativa A.
Comentário:
A importância de sermos guardiões das
memórias de nossa existência é que a
existência nunca é um ato isolado, mas
uma experiência social, coletiva. Ninguém
lembra só de si, mas de si com os outros.
A memória contribui para legitimar nossa
existência e a importância dessa existência,
além de permitir testemunhar mudanças e
permanências e as razões das rupturas e
das opções de continuidade. No entanto, a
memória não é arquivo intocado, à espera
de ser desvendado: o fio da meada é sempre
puxado pelo presente e traz a marca dessa
provocação atual.
Daí concluirmos que todas as alternativas
estão corretas.
QUESTÃO 5
Alternativa C.
Comentário:
A duas imagens são de capoeira e a ques-
tão busca destacar a permanência cultural
trazida pelos negros e até hoje expressão
de sua identidade.
A letra E explora, de maneira crítica, uma
versão tradicional –denominada historicis-
ta –do estudo das fontes que afirma que
os documentos escritos são fontes e os
demais não.
A letra D remete a práticas que de fato
aconteciam, ou seja, certos mimetismos
sociais que até hoje são comuns, mas que,
no caso, não é verdade. Pelo contrário, a
repressão a essa manifestação cultural dos
negros foi comum até bem depois do fim da
escravidão.
QUESTÃO 6
Alternativa C.
Comentário:
O texto 1 apresenta um discurso conserva-
dor acerca da juventude, destacando seus
“defeitos” como resultado da falta de um
maior controle sobre os jovens. A educação
seria então o caminho para a correção do
caráter de uma juventude desprovida de
ética, tolerância e oralidade.
O texto 2, em contrapartida, não distingue
a juventude atual daquela de gerações an-
teriores, exceto pelo fato de esta juventude
não ter um direcionamento que a permita
posicionar-se frente aos problemas cotidia-
nos, particularmente de natureza política.
Os jovens, de acordo com o texto 2, estão
à espera e, sem experiência e conscien-
tização, ficam sujeitos às manipulações,
particularmente da mídia.
A resposta que se coaduna com os pontos de 11
vista expressos nos dois textos é a letra C.
QUESTÃO 7
Alternativa A.
Comentário:
Não há dúvida de que uma importante
característica da prova do Enem, como se
depreende das competências solicitadas, é
incluir, para o conhecimento e a reflexão dos
jovens, informações que induzam à prática
de atitudes inclusivas. A diversidade cultural
é uma delas. O texto desta questão –par-
tindo dessa função pensada pela avaliação
–cumpre o papel de informar sobre a origem
do carnaval, sua diversidade e, ao mesmo
tempo, as especificidades que nos fizeram
responsáveis por tornar o nosso carnaval a
maior festa popular do planeta.
 QUESTÃO 8
Alternativa A.

Comentário:

As cavalhadas tiveram origem nos torneios

medievais, dos quais guarda, entre outras
reminiscências, a premiação feita com fitas
que então o ganhador oferece a uma dama
ou outra pessoa que deseja homenagear.
Em Portugal, teve feição cívico-religiosa, en-
volvendo temas do período da Reconquista.
Sua difusão no Brasil, registrada desde o
século XVII, partiu do Nordeste e espalhou-
-se pelo resto do país.

O bumba meu boi é tido como uma das mais

ricas representações do folclore brasileiro.
Segundo os historiadores, essa manifesta-
ção popular surgiu da união de elementos
das culturas europeia, africana e indígena,
com maior ou menor influência de cada uma
delas nas diversas variações regionais da
festa. Existem festas similares em Portugal
(boi de canastra) e no Daomé (burrinha).

E acredita-se que as festas de São João

tenham origem na França do século XII, com
12
a celebração do solstício de verão (dia mais
longo do ano, 22 ou 23 de junho), vésperas
do início das colheitas. No hemisfério Sul,
na mesma época, acontece o solstício de
inverno (noite mais longa do ano). Como
aconteceu com outras festas de origem
pagã, a festa do solstício foram adquirindo
um sentido religioso introduzido pelo cristia-
nismo, trazido pela Igreja Católica ao Novo
Mundo. A comemoração das festas juninas
é certamente herança portuguesa no Brasil,
acrescida ainda dos costumes franceses
que a elas se mesclaram na Europa.

Ou seja, todas as afirmações estão corretas.

 Aula 2
QUESTÃO 1
O mapa 1 foi desenhado por Luiz Teixeira, Mapa 2
em 1574. Hoje, encontra-se na Biblioteca
da Ajuda, em Portugal. Ele retrata a divisão

Divulgação.
política do Brasil Colônia, com a demarca-
ção das capitanias hereditárias. Compare
com o mapa 2, que apresenta o que foi
definido pelo Tratado de Tordesilhas, de
1494, e note o erro proposital, para Oeste,
da linha demarcatória presente no mapa 2.
Isso se deveu
a) a uma impossibilidade técnica da época.
b) a uma correção resultante da assinatu-
ra de outros tratados.
c) a uma intenção de incluir a região do
Prata no território português.
d) a uma intenção de incluir a foz do Ama-
zonas no território português.
QUESTÃO 2
e) Não há nenhuma razão que justifique
tal erro, o que permite concluir que foi [...] os termos Oriente e Ocidente não 13
resultado da inabilidade do cartógrafo. são espaços geográficos definidos, mas
construções ideológicas. Heródoto, o “pai
Mapa 1
da História”, foi o primeiro a empregar o
Domínio público.

termo Oriente na Antiguidade clássica. Ele

referia-se ao sul da Síria. O Oriente bíblico
(Mt 2,1-2; Gn 19,9, 11; 29, 1; Jz 6, 3 etc.)
certamente não tinha como referência o
meridiano de Greenwich, mas a terra de
Canaã (todas as terras da Palestina ao oci-
dente do Jordão). Outro exemplo é o caso
do Tratado de Tordesilhas, que em 1494
dividiu o mundo ao meio tendo por base
as ilhas de Cabo Verde. Para ilustrar ainda
mais esse caráter ideológico, observemos
que a Austrália, mesmo estando localizada
no extremo oriente do mapa-múndi atual,
para muitos pertence ao mundo ocidental.
 Na primeira metade do século XX, estu-
diosos ingleses dividiram o Oriente em três
grandes partes, de acordo com a aproxima-
ção geográfica com a Europa.
a) O Oriente Próximo, parte do oriente
mais perto da Europa, englobava toda
a região dominada pela cultura árabe-
-mulçumana.
b) O Oriente Médio, constituído pelo uni-
verso cultural hindu.
c) O Extremo Oriente, que compreendia
o universo cultural chinês.
No entanto, a independência da Índia
e a criação do Paquistão em 1947, além
da criação do Estado de Israel em 1949,
tornaram essa divisão antiquada.
(Disponível em: <www.historianet.com.br/conteudo/default.
aspx?codigo=830>.)
O argumento do texto é o de que
I. os espaços geográficos são áreas em
constante transformação.
II. as representações cartográficas dos es-
paços geográficos estão em constante
transformação.
14 III. existe uma interpretação correta dos es-
paços geográficos, mas ela ainda não
foi adotada.
IV. o fato de a Austrália estar no extremo
oriente do mapa-múndi e, para muitos,
pertencer ao mundo ocidental é um erro
crasso.
Entre as afirmativas acima,
a) todas estão erradas.
b) apenas I, II e IV estão erradas.
c) apenas II, III e IV estão erradas.
d) apenas I, II e III estão erradas.
e) apenas I, III e IV estão erradas.
QUESTÃO 3
No século XIX o Brasil assumiu, frente aos
países da bacia do Prata, uma postura “im-
perialista”, caracterizada por uma série de
intervenções nos países da região. Uma des-
sas intervenções resultou na Guerra do Pa-
raguai, o maior conflito armado da América
do Sul. Sobre as razões histórico-geográficas
dessa guerra, pode-se afirmar que
I. uma visão historiográfica entende que
a Guerra do Paraguai teve seu início no
ano de 1864 a partir da ambição do di-
tador Francisco Solano Lopes, que tinha
como objetivo aumentar o território para-
guaio e obter uma saída para o Oceano
Atlântico através dos rios da Bacia do
Prata. Ele iniciou o confronto com a cria-
ção de inúmeros obstáculos impostos
às embarcações brasileiras que se diri-
giam ao Mato Grosso através da capital
paraguaia.
II. outra corrente historiográfica atribuiu o
início da guerra aos interesses econô-
micos que a Inglaterra mantinha na re-
gião. De acordo com essa perspectiva,
o governo britânico pressionou o Brasil
e a Argentina a declararem guerra ao Pa-
raguai alegando que teriam vantagens
econômicas e empréstimos ingleses
caso impedissem a ascensão da eco-
nomia paraguaia. Com isso, a Inglater-
ra procurava impedir o aparecimento de
um concorrente comercial autônomo que
servisse de modelo às demais nações
latino-americanas.
III. recentemente, a historiografia passou a
concentrar-se mais atentamente na situ-
ação de cada país envolvido no conflito,
bem como nas relações que mantinham
entre si, sem, entretanto, negar a signi-
ficativa influência do capitalismo inglês,
naquela época, na América Latina. De
acordo com essa linha historiográfica,
formara-se uma zona de disputas e dis-
córdias em torno dos rios Paraguai e
 Uruguai que remonta à época das Améri-
cas portuguesa e espanhola. As tensões
prosseguiram com outros contornos no
decorrer do tempo. Com o término da do-
minação espanhola, no início do século
XIX, surgiram na região do vice-reinado
que for correto depreender a partir da aná-
lise dos dados da tabela.
Tabela –Entradas e saídas segundo sexo e
tipo do tráfico (Constituição, 1861-1869)

Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pid=S01020

1882006000200003&script=sci_arttext>.
Tráfico/Sen-
do Prata, após muitas lutas, o Uruguai, o Homens Mulheres Totais
tido do fluxo
Paraguai, a Bolívia e a Argentina. Intraprovincial
entradas 50 25 75
Entre as afirmações anteriores,
saídas 21 8 29
a) todas estão corretas.
Totais1 71 33 104
b) apenas I e II estão corretas. Interprovincial
c) apenas II e III estão corretas. entradas 40 50 45
saídas 1 – 1
d) apenas I e III estão corretas.
Totais2 41 5 46
e) todas estão incorretas.
1 Excluídos um homem e duas mulheres, ele negociado por
moradores em Pirapora (SP) e elas por contratantes residentes

QUESTÃO 4 em Capivari (SP).

O que significa a frase “Pobre México, tão
longe de Deus e tão perto dos Estados
Unidos”?
a) Uma alusão às dificuldades de vida dos imi-
grantes mexicanos nos Estados Unidos.
b) Uma referência à invasão das multinacio-
nais americanas no território mexicano e
a quebradeira das empresas nacionais.
c) Uma constatação da perda de interes-
se da população mexicana pela religião
católica, em virtude da proximidade dos
americanos, que são, na sua maioria,
protestantes.
d) Uma referência à época em que o Méxi-
co perdera grandes porções do seu ter-
ritório para os Estados Unidos.
e) Não se sabe quem disse nem quando
se disse tal frase.
QUESTÃO 5
A tabela a seguir traz informações sobre o
fluxo de escravos na cidade de Constituição,
hoje, Piracicaba, em São Paulo. Aponte o
2 Excluídos sete homens, seis deles comercializados por ven-
dedor residente no Rio de Janeiro e comprador de Capivari (SP),
e o outro cujo vendedor morava em Porto das Caxias (RJ) e o
comprador em Botucatu (SP).
I. A tabela está incompleta pois faltam os
dados do tráfico africano para a região.
II. A tabela está completa, pois o tráfico
africano estava proibido no período, daí
a compra de escravos só ocorrer de ou-
tras cidades da província ou de outras 15
províncias.
III. O tráfico na cidade de Constituição, no
período, deve-se, principalmente, ao cul-
tivo do café.
IV. O tráfico interprovincial foi complicado,
pois, com a proibição da vinda de es-
cravos africanos, a disputa por negros
entre o Sudeste e o Nordeste açucareiro
ficou bastante acirrada.
Entre as afirmativas acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas II e III estão corretas.
c) apenas II, III e IV estão corretas.
d) apenas I e IV estão corretas.
e) apenas I, III e IV estão corretas.
 QUESTÃO 6
Entre 1936 e 1942, mais de 14 mil
pessoas ingressaram no país. Embora esse
número pareça reduzido, convém lembrar
que ele representa 12,1% da imigração
total naqueles anos. As populações judai-
cas entraram em sua grande maioria pelos
portos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
[...] Os judeus fixaram-se nas cidades,
localizando-se, no início, em bairros étnicos,
como é o caso do Bom Retiro, em São Pau-
lo. A primeira geração concentrou-se nas
atividades comerciais. Seus filhos e netos
diversificaram suas iniciativas, tornando-se
industriais, profissionais liberais etc.
(Disponível em: <www.diasmarques.adv.br/pt/historico_imi-
gracao_brasil.htm#Judeus>.)
A principal justificativa para esse fluxo percen-
tualmente significativo de judeus no período
está
a) nas políticas de estímulo realizadas pelo
governo Vargas, interessado em mão de
obra qualificada para o seu programa de
industrialização.
16
b) nas políticas segregacionistas euro-
peias, como os pogrons russos e o an-
tissemitismo alemão.
c) na propaganda de empresários brasilei-
ros, interessados em estabelecer víncu-
los comerciais e financeiros com a po-
pulação judaica.
d) na existência de uma significativa comu-
nidade judaica no Brasil, particularmen-
te no Sudeste, fruto da política de imi-
gração realizada no Segundo Reinado,
em face da necessidade de mão de obra
para a lavoura cafeeira.
e) no conjunto das explicações acima, pois
para esse fato não há apenas uma jus-
tificativa que possa ser considerada a
principal.
QUESTÃO 7
No dia 4 de julho de 2009, os jornais
estamparam a seguinte notícia:
Coreia do Norte lançou mais um míssil
na direção do mar do Japão neste sábado
(4), totalizando sete disparos em apenas
um dia, informou a agência de notícias sul-
coreana Yonhap, com base nas informações
do Ministério de Defesa da vizinha Coreia do
Sul. Os testes ampliam as tensões no dia 4
de julho, em que se comemora a indepen-
dência dos Estados Unidos. [...] O governo
japonês informou que ao menos um míssil
tem característica de um Rodong, que pode
voar cerca de mil quilômetros, informação
não confirmada pelo Ministério de Defesa
da Coreia do Sul. Isso violaria a resolução
da Organização das Nações Unidas (ONU),
que não autorizou o país a disparar mísseis
balísticos, de médio ou longo alcance.
(Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/
Mundo/0,,MUL1218465-5602,00.html>.)
Da notícia, pode-se depreender que
I. a ONU, apesar de ser a mais represen-
tativa das organizações políticas inter-
nacionais, não é capaz de inibir um ato
hostil como o noticiado.
II. ao afirmar que a Coreia do Norte violou
resolução da ONU, a notícia subentende
que sanções muito graves serão impos-
tas ao país transgressor, como sempre
ocorre nesses casos.
III. ao fazer referência à ONU, a notícia
pressupõe o conhecimento dos leitores
da existência e importância dessa orga-
nização e de seu caráter global de possi-
bilidade de interferência e mediação.
Dentre as afirmações acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas II e III estão corretas.
d) apenas I e III estão corretas.
e) todas estão incorretas.
QUESTÃO 8

Neste momento da conjuntura nacional,

em que amplos setores da sociedade bra-
sileira lutam de várias formas por direitos
políticos, o CBA/SP (Comitê Brasileiro de
Anistia) afirma que é indispensável e ur-
gente a anistia ampla e irrestrita a todos os
presos e perseguidos políticos, como uma
imposição da consciência nacional e como
uma face imprescindível das liberdades de-
mocráticas. O CBA/SP proclama que essa
anistia deverá ser conquistada, pois não
será concedida sem luta, e se compromete
a travar essa luta até conseguir plena e total-
mente os seus objetivos. O CBA/SP também
afirma que as formas incompletas, insatisfa-
tórias, imperfeitas e parciais de anistia não
atendem nem ao seu ideário de luta e nem
configuram as liberdades democráticas. E o
CBA/SP igualmente entende que a anistia
pela qual luta não estende-se aos algozes
de suas vítimas. A anistia pela qual o CBA/
SP se compromete a lutar, a partir de agora
e até a consecução final de seus objetivos,
é a anistia ampla e irrestrita a todos os
presos e perseguidos políticos. 17
(Carta de Princípios do CBA/SP)

O documento acima se refere a um mo-

vimento que mobilizou vários setores da
sociedade brasileira e, graças a essa
mobilização, conquistou uma fundamental
vitória no processo de construção do Estado
democrático de direito: a anistia. O contexto
dessa organização de participação coletiva
pela anistia ampla e irrestrita marcou o fim
dos anos
a) 1950.
b) 1960.
c) 1970.
d) 1980.
e) 1990.
 Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa C.
Comentário:
Para os portugueses, a fronteira natural da
colônia, ao sul, era a foz do Rio da Prata.
Todos os esforços de expansão foram nes-
se sentido, como por exemplo a fundação
da Colônia de Sacramento, em 1680, e
a anexação da Cisplatina por D. João, no
início do século XIX. O que fica evidenciado
é a crença, já na época, da influência das
representações cartográficas para deter-
minar fatos e consolidar pontos de vista.
Apesar disso, os espanhóis não permitiram,
durante o período colonial, a concretização
dessa pretensão. Mas os portugueses não
ficaram tão mal: em 1750, com o Tratado
de Madri, trocaram a Colônia de Sacramento
pelos Sete Povos das Missões, realizando
parcialmente sua pretensão ao incorporarem
18 o atual território do Rio Grande do Sul aos
seus domínios.
QUESTÃO 2
Alternativa E.
Comentário:
Embora a questão não apresente represen-
tações cartográficas, exige uma reflexão do
candidato sobre a fundamentação ideológica
dessas representações, demonstrando, a
partir do texto, que não há uma objetivi-
dade nos mapas e que eles atendem aos
interesses das grandes potências e dos
intelectuais ao seu serviço.
O cuidado a se tomar com essa questão é
que a afirmação I poderia ser considerada
correta partindo do ponto de vista geológico.
No entanto, a afirmação não resume o argu-
mento do texto como o enunciado exige.
QUESTÃO 3
Alternativa A.
Comentário:
Questão com um nível de densidade mais
acentuado, situa as diversas versões sobre
a Guerra do Paraguai: a versão mais tradi-
cional, que aponta como principal razão a
política expansionista do ditador paraguaio;
a versão que ganhou bastante força nos
anos 1980 com Leon Pomer e Júlio José
Chiavenatto, que atribui aos interesses da
Inglaterra a criação do ambiente que desen-
cadeou o conflito; e a mais recente, que
parte principalmente dos arquivos sobre o
conflito, antes inacessíveis por causa das
ditaduras existentes no Brasil e no Paraguai
e que permitem agora uma compreensão
mais ampla dos personagens do conflito
e das determinações histórico-geográficas
da bacia hidrográfica como ponto central
das discórdias e consequentemente, dos
conflitos.
QUESTÃO 4
Alternativa D.
Comentário:
Proferida pelo ditador Porfírio Diaz, que
governou o México de 1884 a 1911, é uma
alusão às guerras com os Estados Unidos,
que fizeram o México perder o Texas, em
1836, e depois, em um outro conflito ini-
ciado em 1846, a Califórnia, Novo México,
Nevada, Arizona e Utah.
QUESTÃO 5
Alternativa B.
Fruto de um longo processo de pressões da Inglaterra, a Lei Eusébio de Queirós pôs fim ao
tráfico negreiro em 1850. Como nesse período (segunda metade do século XIX) a cafeicultu-
ra paulista exigia mais e mais mão de obra, a imigração europeia e o tráfico interprovincial
tornaram-se a solução. No período indicado na tabela, a economia de várias áreas nordes-
tinas não apresentava condições de competir com a ágil e dinâmica cafeicultura paulista e
seus escravos se tornavam um fardo, pois a produção era baixa, sendo necessário manter
os escravos. O comércio interprovincial tornou-se, assim, uma solução benéfica tanto para
os fazendeiros nordestinos como para os paulistas e uma forma de abrandar os problemas
gerados pelo fim do tráfico.
Igualmente, na medida em que o café ia se consolidando em algumas cidades paulistas,
como indica o mapa abaixo, os escravos de cidades com atividades menos intensas no perí-
odo, como o cultivo da cana de açúcar e do algodão, passaram a abastecer os novos polos
agroexportadores.

A expansão do café pela região Oeste de São Paulo

IESDE Brasil S.A.

19

Durante o Segundo Reinado, a política de

QUESTÃO 6 imigração atraiu para a região Sudeste ale-
mães, italianos, espanhóis e portugueses,
Alternativa B. mas não judeus.

Comentário: Os judeus vindos para o Brasil no período

Há estudos (como o da historiadora Maria
Lúcia Tucci Carneiro) demonstrando que o
governo Vargas, principalmente durante o
Estado Novo, adotou medidas para impedir
a entrada de judeus no Brasil, fruto das
influências fascistas no seu governo.
indicado no texto dedicaram-se ao comércio
e a primeira geração que aqui chegou era
economicamente modesta. Muitos fizeram
fortuna e diversificaram suas atividades,
como o próprio texto informa. A princípio,
vieram sobretudo da Europa Central (os cha-
mados judeus-russos) e, a seguir, os judeus-
-alemães, após a ascensão do nazismo.

QUESTÃO 7
Alternativa D.
Comentário:
Partindo de um fato contemporâneo, a ques-
tão busca situar a importância e os limites
da ONU. A Organização das Nações Unidas
é uma instituição internacional formada por
192 Estados soberanos, fundada após a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para
manter a paz e a segurança no mundo,
fomentar relações cordiais entre as na-
ções, promover progresso social, melhores
padrões de vida e direitos humanos. Os
membros são unidos em torno da Carta da
ONU, um tratado internacional que enuncia
os direitos e deveres dos membros da co-
munidade internacional. A ONU é constituída
por seis órgãos principais: a Assembleia
Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho
Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o
Tribunal Internacional de Justiça e o Secre-
tariado. Todos eles estão situados na sede
da organização, em Nova York, com exceção
do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda.
A despeito dessa estrutura, várias questões
20 importantes e graves, como a intervenção
dos Estados Unidos no Iraque, por exemplo,
ocorreram à revelia da manifestação da
vontade da ONU (que neste caso, aliás, foi
ignorada).
QUESTÃO 8
Alternativa C.
Comentário:
Como afirma Vânia Sant’Anna, as mortes,
em São Paulo, do jornalista Vladimir Herzog
(out. 1975) e do operário Manuel Fiel Filho
(jan. 1976) deram o ponto final ao medo que
atormentava amplos setores da sociedade
brasileira quanto à ação e mobilização polí-
ticas. Significaram um enorme “basta!” ao
terror que parecia sem fim. As igrejas pon-
tuaram o momento com firmeza e coragem.
As mulheres, companheiras e mães foram
as primeiras, na sociedade, a clamar por
anistia. Em 1975, foi criado em São Paulo,
com a liderança de Terezinha Zerbini, o
Movimento Feminino pela Anistia (MFPA)
após a realização do Congresso Mundial
da Mulher, no México, onde se decidiu
que aquele seria o Ano Internacional da
Luta pela Anistia. Cientistas e intelectuais
brasileiros lançaram seus manifestos por
liberdade e democracia exigindo anistia na
28.a Reunião da Sociedade Brasileira pelo
Progresso da Ciência (SBPC), em Brasília,
em 1976, e pela volta ao Estado de direito
na Carta aos Brasileiros, lida por Goffredo
da Silva Telles sob as arcadas da Faculdade
de Direito do Largo São Francisco, em São
Paulo, no dia 8 de agosto de 1977. Nesses
mesmos anos, os estudantes, na luta pela
reconstrução de suas entidades, proscritas
pelos militares, lançaram sua palavra de
ordem pela anistia. O Movimento de Justiça
e Libertação constituiu um importante fórum
em defesa de religiosos ameaçados de pri-
são e expulsão do país por causa de suas
posições em favor da população oprimida.
Em 1978, estavam dadas as condições para
o nascimento do memorável movimento
pela anistia ampla, geral e irrestrita. Foram
criados os comitês brasileiros de anistia,
primeiro no Rio de Janeiro e São Paulo, rapi-
damente em todos os demais estados e no
Distrito Federal, formados por personalida-
des, cidadãos e entidades da sociedade civil
e com a decisiva militância dos familiares
de presos, perseguidos e desaparecidos
políticos. Nos diversos países onde viviam
exilados brasileiros, formaram-se comitês
de anistia que tiveram enorme importância
na divulgação internacional da campanha.
Finalmente, em 28 de agosto de 1979, foi
aprovada a Lei 6.683, a Lei da Anistia.
 Aula 3
QUESTÃO 1
O conceito de juventude associou-se ao de mudança de padrões culturais e sociais. Identi-
fique nos exemplos a seguir uma relação correta entre juventude e mudanças no campo da
política.
a)

GNUFree_Derek Redmond.

Jovens no Festival de Woodstock. 21

b) c)
Divulgação Revista Realidade.

Domínio público.

A irreverente atriz brasileira Leila Diniz. Atletas americanos fazem a saudação

dos Panteras Negras.
 d)
da seca nordestina no tempo da abolição.
Não é demais lembrar que para ex-escravos
o quadro social era o mais pérfido.
As camélias escolhidas como símbolo da
luta abolicionista pelo Quilombo do Leblon,
no Rio de Janeiro, apressaram, com simpatia

Copyleft.
social, o advento de novos tempos para a po-
pulação negra. No entanto, o Brasil legou uma
abolição incompleta: não foi incentivada a es-
colaridade, não se deu a posse da terra, faltou
o lugar para morar, o emprego, a renda.
O líder Daniel Cohn-Bendit durante manifestação.
Texto 2
e)
Segundo dados de outubro do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-
nais (Inep/MEC), no curso de arquitetura,
84,5% são brancos; em odontologia, 81,8%;
medicina veterinária, 80,9%; engenharia
Creative Common.

mecânica, 80,6%; farmácia, 79,9%; direito,

79,4%; jornalismo, 78,4%; administração,
78,4%; psicologia, 78,1%; e medicina,
77,7%. No caso da Universidade de São
Paulo (USP), a análise de ingressantes em
2004 nas principais carreiras não deixa dú-
vida: são brancos, de escola privada, renda
A irreverência e o colorido dos jovens hippies. média elevada e não das regiões de periferia,
22
conforme atestaram reportagens do jornal
Folha de S. Paulo. Em alguns cursos de
QUESTÃO 2
medicina em universidades federais, esse
padrão de cota chega a ultrapassar 90% do
Com base na leitura e interpretação dos
alunado.
dois textos a seguir, aponte o argumento
do autor. (Disponível em: <www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=72>.)

Texto 1 I. O autor associa a universidade ao futuro

O Brasil de 2005 mantém reflexos de
um país que foi escravocrata por cerca
de 350 anos e deixou de sê-lo, em 1888,
com mais formalismos e princesas do
que zelo e vínculo a alguma imagem de
futuro para ex-escravos negros, mesmo
para homens e mulheres pobres brancos
livres e índios que, na prática, conver-
giam para condições sociais asseme-
lhadas, como provou a mudança para
a borracha da Amazônia de refugiados
e a condição dos negros, índios e po-
bres ao passado de miséria e falta de
oportunidades.
II. O argumento converge para a defesa
das cotas nas universidades, embora
não apareça em nenhum momento essa
referência no texto.
III. Para o autor, a mobilização social é o ca-
minho para garantir essa oportunidade
de futuro aos negros. Daí a referência ao
movimento das camélias, protagonizado
 pelos quilombolas do Leblon, no período
que antecedeu a abolição.
Entre as afirmações acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas II e III estão corretas.
d) apenas I e III estão corretas.
e) todas estão erradas.
QUESTÃO 3
A advogada Virgínia Feix afirma que,
diante da inegável exclusão de grande parte
da população brasileira da garantia de di-
reitos civis e políticos, econômicos, sociais
e culturais, fica claro que não basta uma
reforma na estrutura do Estado e do poder
Judiciário e que, se quisermos atingir além
da estrutura do sistema de administração de
justiça, deveremos compreender o sistema
legal a partir de três pilares de sustentação:
o conteúdo do direito, a estrutura do direito
e a cultura do direito, o que só será possível
em um sistema em que o direito não seja
monopólio do Estado. As ONGs são impor-
tantes instrumentos de mediação entre a
sociedade civil e o Estado, possibilitando
a inserção da pluralidade dos interesses
sociais na ação estatal, funcionando como
representações das diversas noções de
bem existentes na sociedade, condição ne-
cessária para a deliberação coletiva sobre
o sentido de bem comum.
As ONGs constituem-se em agentes de
mediação entre a sociedade e o Estado, ao
contribuírem para
• a definição e positivação de direitos
(atuação no plano do conteúdo do
direito);
• a garantia e efetivação de direitos (atua-
ção no plano da estrutura do direito);
• o reconhecimento dos direitos (atu-
ação no plano da cultura do direito),
promovendo legitimidade na ação
estatal e justiça social e política.
(Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pid=S01034014
2004000200014&script=sci_arttext>.)
A interpretação mais adequada para o texto
permite afirmar que
a) somente uma reforma na estrutura do Ju-
diciário pode reverter o quadro de exclusão
de direitos que existe em nosso país.
b) tornar o direito um monopólio do Estado é
o fim que se deve almejar para garantir a
uniformidade e o alcance das medidas ne-
cessárias à consolidação da cidadania.
c) na tríade conteúdo, estrutura e cultura
do direito, as ONGs podem exercer um
papel de grande significado quanto a
este último.
d) é necessária uma nova forma de media-
ção entre a sociedade e o Estado, e as
ONGs têm condições de exercer esse
papel social.
e) a garantia da efetivação do direito é o
principal problema apontado pela autora. 23
QUESTÃO 4
Em 1894, subiu ao trono russo o czar
Nicolau II. Desde o século XVI, o país era
uma monarquia absolutista. A nobreza era
proprietária de 25% das terras cultiváveis
do país, e a grande maioria da população
(mais de 80%) estava ligada direta ou indi-
retamente à terra.
As condições de vida da maior parte dos
camponeses eram péssimas. Em geral, eles
habitavam moradia precária e sem ventila-
ção. Alimentavam-se basicamente de pão
preto, batata e torta de farinha de milho. Nas
aldeias, raramente havia escolas, e a maior
parte da população era analfabeta.

No plantio e na colheita, eram usados
instrumentos agrícolas antigos, como o
arado de madeira e a foice. Apenas em
algumas grandes propriedades adotava-se
uma tecnologia moderna, que permitia o
aumento da produção.
Nas cidades, a vida não era muito
diferente da do campo. Em 1838, uma
investigação feita pelo Conselho Municipal
de Moscou, abrangendo milhares de casas
dessa cidade, mostrou que grande parte da
população vivia em péssimas habitações.
(Disponível em: <www.portalbrasil.net/historiageral_
revolucaorussa.htm>.)
Creative Common.
Sobre a atuação dos movimentos sociais
que contribuíram para a mudança dessa
realidade, é correto apontar
I. a burguesia e a nobreza liberal, favorável
à saída da guerra e ao imediato início de
modificações sociais e econômicas.
II. os bolcheviques (“maioria”, em russo),
que defendiam o confisco das grandes
propriedades, o controle das indústrias
pelos operários e a saída da Rússia
da guerra. Graças ao controle cada vez
maior que exerciam sobre os sovietes
de operários e soldados, sua força cres-
cia continuamente. Seus dois princi-
pais líderes eram Vladimir Lênin e Leon
Trotski.
III. os mencheviques (“minoria”, em rus-
so), formados pelos camponeses e pe-
quenos proprietários rurais, que aderi-
ram desde o primeiro momento à ideia
dos sovietes e da liderança de Lênin e

Trotski.

Entre as afirmativas acima,

a) apenas I está correta.
b) apenas II está correta.
24 c) apenas III está correta.
d) nenhuma está correta.

Nicolau II. e) apenas II e III estão corretas. Domínio público.

Domínio público.

A revolução na rua.

Camponeses russos.
 Entre as afirmativas,
QUESTÃO 5
a) apenas I está correta.
b) apenas II está correta.
c) apenas III está correta.

Divulgação Jornal O Globo.

d) nenhuma está correta.
e) apenas II e III estão corretas.

QUESTÃO 6

No início de julho de 2009, o ex-presi-

Divulgação Jornal O Globo.
dente Fernando Henrique Cardoso afirmou
que “Não há comparação entre o Brasil de
hoje e o Brasil de 15 anos atrás.”
Sobre o mesmo assunto, disse o ex-
-presidente Itamar Franco: “O Brasil vive hoje
uma das mais importantes etapas de sua
história. No entanto, é preciso um esforço
As Ligas Camponesas foram associações de conjunto para dar continuidade ao que foi
trabalhadores rurais criadas inicialmente no iniciado lá trás.”
estado de Pernambuco, posteriormente na Júlio de Almeida comenta: “Apesar do
Paraíba, no estado do Rio de Janeiro, Goiás avanço fabuloso que foi feito, há ainda
e em outras regiões do Brasil, exercendo in- uma indexação de preços e tarifas, princi-
tensa atividade no período que se estendeu palmente em serviços, que resiste. Alguns
de 1955 até a queda de João Goulart, em contratos de longo prazo insistem nessa
1964. Sobre o papel desempenhado por fórmula quase de forma automática. Isso
elas na luta pela reforma agrária no país, é precisa ser mudado.” 25
correto afirmar que
I. defendiam, desde o início, a conquista As declarações referem-se
armada do poder e a distribuição de ter- a) à Constituição de 1988 e as importan-
ras conforme o modelo bolchevique. tes mudanças por ela implementadas.
II. originaram-se de uma busca legal pelo b) ao Plano Cruzado e a solução da grave
direito de usar a terra. As finalidades das crise inflacionária existente na época.
ligas eram prioritariamente assistenciais,
c) ao processo de redemocratização que
sobretudo jurídicas e médicas, e ainda de
precisa ainda ser continuado e aprimo-
autodefesa, nos casos graves de amea-
rado.
ças a quaisquer de seus membros.
d) ao sucesso do Plano Real, criado no go-
III. as ligas não tiveram maior repercussão,
verno Itamar, no qual FHC era ministro
apesar de um início promissor, e desa-
da Economia.
pareceram naturalmente em meados da
década de 1960. e) ao governo de FHC e as medidas de sa-
neamento econômico e consolidação
democrática que viabilizaram a candida-
tura do ex-sindicalista Lula.

QUESTÃO 7
Até meados da década de 1970, o
modelo historiográfico de compreensão da
Revolução de 1930 (por meio da análise da
República Velha) baseava-se na tese de um
embate de forças entre a aristocracia cafe-
eira, o setor representante das heranças de
um sistema agrário feudal, e a nova elite in-
dustrial. Esta, representante do capitalismo
imperialista que começava a vigorar após
a Primeira Guerra Mundial (1914-1918),
possuía sua maior representação no estado
de São Paulo. Boris Fausto promove uma re-
visão de tais modelos, procurando demons-
trar que a historiografia brasileira defendia
até a década de 1970 uma visão parcial e
certamente deturpada dos fatos. Em seu
livro, o autor demonstra que a dualidade
latifúndio-burguesia não corresponde exata-
mente a uma oposição fundamental: assim,
o que assistimos é um rearranjo da política
nacional sem o privilégio significativo desta
ou de outra classe, que pudesse tomar para
si o rumo político e econômico do país e
comprometesse a influência das demais.
26 Sobre esse texto, podemos afirmar que
I. revela que um mesmo fato histórico
pode ser analisado sob vários pontos
de vista, dependendo de como se faz
o recorte das fontes historiográficas e
mesmo das intenções de quem faz a
pesquisa.
II. no caso do historiador Boris Fausto, a
Revolução de 1930 não foi o resultado
do que se dizia até então. Para afirmar
isso, ele revela outras fontes e outras
abordagens, outras visões sobre as
mesmas fontes abordadas.
III. o resultado permite lançar um olhar di-
ferente sobre as razões da mais impor-
tante revolução brasileira: em vez de re-
sultado de um conflito, a Revolução de
1930 promoveu um rearranjo da política
nacional, o que permite entender suas
contradições e limitações.
Entre as afirmações acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas II e III estão corretas.
d) apenas I e III estão corretas.
e) todas estão erradas.
QUESTÃO 8
A construção de um conceito sobre al-
guém ou algo é histórico, não surge na nossa
cabeça naturalmente. É adquirido por re-
passe, na família, na escola, na sociedade,
como se fosse algo “natural”. Um exemplo
disso é a visão que ainda perdura sobre a
mulher, com sérios reflexos nas relações
pessoais (agressões e abusos no lar), econô-
micas (salários menores para o exercício da
mesma função) e políticas (pequena presen-
ça comparada ao percentual na população).
(Textos disponíveis em: <www.ifcs.ufrj.br/~frazao/mulher.
html>.)
Sobre essa construção histórica do conceito
de mulher, analise os textos abaixo e depois
responda o que for correto.
I. O conceito dicotômico feminino está
presente no cristianismo desde sua
consolidação. No período de sua afirma-
ção como religião, o cristianismo sofreu
um processo de cristalização baseado
em uma doutrina ascética e repressora,
como reflexo das diversas ideologias
presentes nos 300 anos que levou para
se estabelecer. A desconfiança sobre
a carne, intrinsecamente ligada à figu-
ra feminina, e sobre o prazer sexual
era encontrada nas filosofias platônica,
aristotélica, estoica, pitagórica e gnósti-
ca. Essas filosofias foram amplamente
utilizadas pelos Pais da Igreja (João Cri-
sóstomo, Jerônimo e Agostinho, dentre
outros) para dar embasamento filosófi-
co à doutrina cristã.
II. Os textos desses teóricos do cristia-
nismo foram usados pelos homens da
Igreja durante toda a Idade Média e con-
tinuam a ser consultados. As mulheres
continuaram a ser consideradas pelo
clero como criaturas débeis e susce-
tíveis às tentações do diabo, devendo
sempre estar sob a tutela masculina.
Para propor e estender suas verdades
e juízos morais, a Igreja utilizava-se de
um veículo eficiente, a pregação, e em
especial no século XIII, a que era feita
pelos franciscanos, nas ruas das cida-
des, para toda a população.
III. Nos sermões feitos pelos pregadores,
era muito comum o uso dos exempla,
que eram histórias curtas e poderiam
relatar a vida de um santo ou santa (ha-
giografia). As vidas de algumas santas,
de preferência prostitutas arrependidas,
eram utilizadas nos sermões. Nelas,
todas as características atribuídas às
mulheres apareciam e eram assim di-
fundidas, disseminadas por toda a Cris-
tandade.

Entre as afirmações acima,

a) todas estão corretas. 27
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas II e III estão corretas.
d) apenas I e III estão corretas.
e) todas estão erradas.
 Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa D.
Comentário:
As fotos retratam, respectivamente a ju-
ventude envolvida em manifestações que
propunham ou apoiavam mudanças musi-
cais, libertação feminina, igualdade racial,
mudança política e de costumes.
a) Woodstock aconteceu nos dias 15, 16
e 17 de agosto de 1969. Apenas um
mês depois da famosa aterrissagem
da Apollo 11 na Lua, o mundo testemu-
nhou outro passo gigantesco: o Festival
de Woodstock, no estado de Nova York.
Aproximadamente 500 mil pessoas con-
vergiram para uma pequena cidade para
escutar três dias de música.
b) Leila Diniz: a postura transgressora de
Leila ajudou a dar início a uma revolução
dos costumes femininos e a definir um
28 novo papel para a mulher na sociedade
brasileira. Desbocada e transgressora,
com opiniões à frente do seu tempo, a
atriz Leila Diniz (1945-1972) viveu pou-
co, mas seus 27 anos foram suficientes
para escandalizar o Brasil, deixá-lo de
joelhos, boquiaberto e apaixonado.
c) Panteras Negras: os atletas negros
norte-americanos Tommie Smith e John
Carlos, ouro e bronze nos 200 metros
rasos, após receberem suas medalhas
no pódio levantaram seus braços com
as mãos cobertas por luvas negras e pu-
nhos fechados (saudação black power do
partido revolucionário negro dos Panteras
Negras), em protesto contra a segrega-
ção racial e apoio aos movimentos ne-
gros em seu país, e abaixaram a cabeça
enquanto seu hino nacional ressoava no
estádio. Após seu ato, transmitido ao
vivo pela televisão para o mundo todo,
os dois foram expulsos da delegação
americana e da vila olímpica.
d) Daniel Cohn-Bendit: o líder estudantil de
maio de 1968 na França, Daniel Cohn-
Bendit, é hoje um político do partido
ecologista alemão Die Grünen, sendo
um deputado europeu e copresidente do
grupo parlamentar Grupo dos Verdes/
Aliança Livre Europeia.
e) Moda hippie: mais que uma moda, uma
proposta de modo de vida alternativo.
QUESTÃO 2
Alternativa A.
Comentário:
As camélias eram o símbolo do movimento
abolicionista, na reta final da luta contra a
escravidão. Os abolicionistas usavam-nas
na lapela, reuniam-nas em ramalhetes ou
cultivavam-nas nos jardins para indicar a
adesão à causa. O lugar por excelência onde
se produziam as camélias, e de onde eram
distribuídas para os militantes e simpatizan-
tes, era um quilombo situado no Leblon.
O autor recupera esse movimento social do
passado para falar da pretensão de abolição
que acabou não se dando plenamente, por-
que os negros libertos foram marginalizados
por falta de ações afirmativas dos governos
no sentido de integrá-los à sociedade. Daí
relaciona-se esse fato com a atual política
de cotas, mostrando, pelos dados oficiais,
como os principais cursos universitários
são desprovidos de negros, evidenciando a
permanência do problema da inclusão.

QUESTÃO 3
Alternativa D.
Comentário:
O texto destaca a importância de novas
formas de organização da justiça e aponta
as ONGs como capazes de exercer um im-
portante papel nessa nova configuração que
quebra o conceito de monopólio do Estado na
administração da justiça. Para a autora, tanto
no que concerne à definição e positivação dos
direitos, quanto na sua efetivação e igualmen-
te no seu reconhecimento, a mediação das
ONGs é possível e recomendável.
QUESTÃO 6
QUESTÃO 4
Alternativa B.
Comentário:
A nobreza liberal e a burguesia queriam a
continuação da guerra e resistiam à propos-
ta de mudanças feita pelos bolcheviques,
resumidas no slogan “paz, pão e terra”.
Os mencheviques, liderados por Martov, sem-
pre discordaram de Lênin e disputaram o po-
der até sua derrota para os bolcheviques.
QUESTÃO 5
Alternativa B.
Comentário:
O movimento que se tornou nacionalmente
conhecido como Ligas Camponesas iniciou-se
no engenho Galileia, em Vitória de Santo
Antão, nos limites da região do Agreste com
a Zona da Mata de Pernambuco. A partir
de 1959, as ligas também se expandiram
rapidamente por outros estados, como a
Paraíba, estado do Rio (Campos) e Paraná,
aumentando o impacto político do movimen-
to. Dentre esses núcleos, o mais importante
foi o de Sapé, na Paraíba, o mais expressivo
e o maior de todos.
De um modo geral, as associações criadas
tinham caráter civil, voluntário, e por isso
mesmo dependiam de um estatuto e de
seu registro em cartório. Para constituir
legalmente uma liga, bastava aprovar um
estatuto, registrá-lo na cidade mais próxima
e lá instalar a sua sede. Como disse um
jornalista da Paraíba, “a liga começa na
feira, vai para o tabelião e ganha o mundo”.
A desagregação do movimento, em 1964,
eliminou as organizações, mas não desar-
ticulou suas reivindicações básicas, que
seriam incorporadas pelos sindicatos rurais
no período seguinte (1965-1983).
Alternativa D.
Comentário:
As declarações referem-se ao Plano Real.
Elaborado pela equipe econômica do pre-
sidente Itamar Franco, esse programa teve
início em 1993 e foi concluído em 1.o de julho
de 1994. Era nada menos que o sétimo pla-
no em uma série de tentativas de organizar
a economia brasileira, que à época era uma
das únicas do mundo com inflação acima 29
de 1 000%, junto com a Rússia, a Ucrânia e
o Zaire. A equipe de Itamar possuía nomes
como Persio Arida, André Lara Resende,
Gustavo Franco, Pedro Malan e Edmar Ba-
cha. Nos 15 anos desde o Plano Real, a
inflação acumulada no Brasil foi de 244%
–ou 9% dos 2 477% registrados em 1993.
Houve também melhora no ganho real do sa-
lário mínimo, que valorizou 564% no período,
mais que duas vezes a variação da inflação,
e acima também da alta da cesta básica, de
158,1%. Nos 14 anos e meio anteriores ao
programa –de janeiro de 1980 a julho de
1994 –a inflação no país pelo Índice Nacio-
nal de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
do IBGE, foi de 11 252 275 628 119% (11
trilhões, 252 bilhões, 275 milhões, 628 mil,
119%). Daí a importância do Plano.
 séculos, é anterior mesmo ao cristianismo,
QUESTÃO 7 mas foi continuada por ele porque permitiu
a manutenção dos homens no poder, forne-
Alternativa A.
cendo uma segurança baseada na distância
Comentário: do clero celibatário, legitimando a submis-
são feminina e sufocando qualquer tentativa
A Revolução de 1930 não se caracterizou de subversão da ordem estabelecida pelos
pela alteração das relações de produção homens. Essa construção apenas começou
na esfera econômica, nem mesmo pela a ruir, mas os alicerces ainda estão bem
substituição imediata de uma classe ou fincados na nossa sociedade.
fração de classe na instância política, por
que, para Boris Fausto, estas não se alte-
raram. O colapso da hegemonia da elite
cafeeira não conduz ao poder político outra
classe ou fração de classe com exclusivi-
dade. Nesse quadro, a Revolução de 1930
somente pode ser entendida com um olhar
crítico e histórico sobre a década de 1920,
na qual o desequilíbrio que se revela no
inconformismo das novas classes médias
e sobretudo nas revoltas tenentistas ficam
evidentes. Aqueles que controlam o gover-
no já não representam de modo direto os
grupos sociais que exerciam sua hegemonia
sobre alguns setores básicos da economia e
da sociedade, estabelecendo o que Fausto
chama de Estado de compromisso, tendo
à frente Getúlio Vargas como maestro dos
30 arranjos e composições.

QUESTÃO 8
Alternativa A.

Comentário:

A mulher, personificada em Eva, é a pecado-

ra, a tentadora, aliada de Satanás e culpada
pela Queda. Eva concentra em si todos os
vícios, que trazem símbolos tidos como fe-
mininos, como a luxúria, a gula, a sensuali-
dade e a sexualidade. Todos esses atributos
apareciam nos exempla. E como forma de
salvação para a mulher, eles ofereciam a
figura de Maria Madalena, a mais conhecida
prostituta arrependida, que se submeteu
aos homens e à Igreja. Esta concepção da
mulher, que foi construída ao longo dos
 Aula 4
QUESTÃO 1
Certa vez, no ano de 1812, há quase dois
séculos, Mr. Smith, o dono de uma tece-
lagem no distrito de Huddersfild, no leste
da Inglaterra, recebeu uma estranha carta
assinada por um tal de “general Ludd”. Ela
dizia assim:
Possuímos informações de que você é
um dos proprietários que têm um desses
detestáveis teares mecânicos e meus ho-
mens me encarregaram de escrever-lhe,
fazendo uma advertência para que você
se desfaça deles... Atente para que se
eles não forem despachados até o final
da próxima semana enviarei um dos meus
lugar-tenentes com uns 300 homens para
destruí-los, e, além disso, tome nota de
que se você nos causar problemas, aumen-
taremos o seu infortúnio queimando o seu
edifício, reduzindo-o a cinzas; se você tiver
o atrevimento de disparar contra os meus
homens, eles têm ordem de assassiná-lo
e de queimar a sua casa. Assim você terá
a bondade de informar aos seus vizinhos
de que esperem o mesmo destino se os
seus tricotadores não sejam rapidamente
desativados.
Domínio público.
É correto afirmar que
I. Luddismo é o nome do movimento que
se insurgiu contra as profundas altera-
ções trazidas pela chamada Revolução
Industrial.
II. o nome Luddismo deriva de Ned Ludd,
um dos líderes do movimento. Os lu-
ditas chamaram muita atenção pelos
seus atos. Invadiram fábricas e destru-
íram máquinas, que, segundo eles, por
serem mais eficientes que os homens,
tiravam seus empregos. Os luditas fica-
ram lembrados como “os quebradores
de máquinas”.
III. para além de histórico, o termo Luddis-
mo representa um conceito político,
usado para designar todos aqueles que
se opõem ao desenvolvimento tecnoló-
gico ou industrial. São pessoas também 31
chamadas de luddites ou ludditas e na
atualidade há um movimento social co-
nhecido como o neoluddismo.
IV. o assalto às lavouras experimentais de
transgênicos que ocorrem no Brasil de
hoje e os protestos dos ambientalistas
contra a engenharia genética em outras
partes do mundo, particularmente na Euro-
pa, lembra o tempo dos ludditas ingleses.
Entre as afirmações acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas I, II e III estão corretas.
c) apenas II, III e IV estão corretas.
d) apenas I, II e IV estão corretas.
e) apenas I, III e IV estão corretas.
 QUESTÃO 2
Na sua dissertação de mestrado, Flama-
rion Dutra Alves assim afirmou: “Este estudo
tem como objetivo analisar os impactos da
territorialização dos assentamentos rurais no
município de Candiota, localizado na região
sul do Rio Grande do Sul. A discussão inicial
parte do processo de ocupação territorial do
Rio Grande do Sul, na qual se iniciam as di-
ferenças regionais, de um lado a grande pro-
priedade na região sul do estado e de outro a
pequena propriedade na parte norte-nordeste
do estado. O processo de modernização na
agricultura, a partir de 1960, agravou as
desigualdades socioeconômicas causando
o aumento do êxodo rural, concentração de
terras e renda. Esse processo levou ao sur-
gimento de movimentos sociais no campo,
que reivindicavam a distribuição de terras e a
desconcentração fundiária. No fim da década
de 1980, começam a se implementar assen-
tamentos rurais em Candiota ocasionando
uma diminuição na concentração fundiária
e aumentando o dinamismo socioeconômi-
co no espaço rural do município. Em 2006,
32 Candiota conta com 25 assentamentos com
693 famílias que alteraram e geram uma
nova dinâmica no município.
Partindo do texto, podemos compreender
que o autor usou o conceito de territoriali-
zação no sentido de
a) expansão territorial com ocupação de
áreas com cobertura vegetal original.
b) expansão territorial com modificação da
atividade econômica agrícola para pastoril.
c) ocupação territorial e desenvolvimento de
novas relações socioeconômicas na área.
d) ocupação territorial e continuação da
estrutura e das práticas socioeconômi-
cas presentes.
e) constituição de um território em área
degradada, valendo-se de recursos tec-
nológicos.
QUESTÃO 3
Em 25 de maio de 2005, a Folha de S.
Paulo, na sua versão on-line, publicou a
matéria abaixo.
Invasão de produtos chineses já provoca
demissões, diz empresário
A invasão de produtos chineses já está
provocando redução do nível de emprego
no país. O fabricante de escovas de cabelo
Manolo Miguez diz que sua empresa perdeu
30% de participação de mercado para a
concorrência chinesa.
Como consequência, a Escovas Fidalga
teve de desacelerar o ritmo de produção e
enxugar seu quadro de pessoal. “O princi-
pal problema do empresariado nacional é a
concorrência desleal que sofremos com a
invasão desses produtos chineses”, disse.
Segundo ele, as escovas chinesas
chegam ao Brasil por um preço unitário de
US$0,14. “O mesmo produto é vendido na
China a US$0,42. Essas mercadorias che-
gam subfaturadas.”
O empresário cobra do governo a adoção
de medidas de proteção comercial contra a
China. “O subfaturamento e o dumping po-
dem ser barrados com a adoção de medidas
comerciais.”
(Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/
ult91u96514.shtml>.)
Das soluções possíveis contra o problema
visando à preservação dos empregos no
Brasil sem negar as práticas comerciais
decorrentes do processo de globalização,
podemos apontar
I. a adoção de medidas para proteger os
empresários brasileiros contra a invasão
comercial da China, coibindo as ilegalida-
des e regulando a intensidade, conforme
meta do Ministério do Desenvolvimento
mencionada na mesma reportagem.
 II. que a Escovas Fidalga tem 42% do mer-
ço. Nossa região, assim como grande
cado de escovas de cabelo, com uma
parte do planeta, está sendo inunda-
produção anual de oito milhões de peças.
da por produtos chineses, especial-
Miguez disse que seus principais concor-
mente roupas e tecidos, sapatos,
rentes brasileiros se tornaram importado-
acessórios elétricos, acessórios de
res da China. “Teve empresário que prefe-
viagem etc.
riu importar, pois sai mais barato.”
III. Se o modelo chinês de crescimento
III. que Miguez disse que, para se proteger
continuar no ritmo atual, incorporando
dos produtos chineses, sua empresa in-
ao mundo do consumismo moderno a
vestiu em design diferenciado, cores e
gigantesca parcela de sua população
trabalho no ponto de venda. “Temos pro-
que continua levando uma vida frugal
dutos que não existem na China. Dessa
e campestre, que consequências isso
forma, evitamos a cópia e falsificação.”
trará para o futuro do planeta?
Entre as afirmações acima,
a) todas estão corretas. a) todos os textos.

b) apenas I e II estão corretas. b) apenas os textos I e II.

c) apenas II e III estão corretas. c) apenas os textos II e III.

d) apenas I e III estão corretas. d) apenas os textos I e III.

e) nenhuma está correta. e) nenhum dos textos.

QUESTÃO 4 QUESTÃO 5
Uma das novidades tecnológicas apon-
Qual dos textos a seguir revelam preocu-
tadas como “arma” contra a fome mundial
pação com o impacto socioambiental e
econômico da globalização?
são os transgênicos. Os transgênicos são 33
espécies cuja constituição genética foi
alterada artificialmente e convertida para
I. Além da concentração em recursos na-
uma forma que não existe na natureza. No
turais, a China não diversifica significa-
caso das plantas, a modificação é feita vi-
tivamente suas importações da Améri-
sando a um organismo com características
ca do Sul. Ao contrário, ela adota, por
diferentes das suas, como, por exemplo,
meio de uma estratégia consciente ou
tornar uma planta mais resistente a pra-
não, o princípio de “um país, um ou
gas e insetos. A planta resultante dessa
dois recursos naturais”. Assim, em
inserção passa a ser denominada como
quantidades realmente significativas,
geneticamente modificada.
da Argentina se importa apenas soja;
do Peru, farinha de peixe, além de es-
Assinale nas alternativas abaixo os ar-
tanho e cobre; do Chile, cobre e uvas,
gumentos favoráveis ao uso dessa nova
além de farinha de peixe e celulose.
tecnologia.
II. É até desnecessário dizer que a com- I. Tendo em vista o problema da subnutri-
posição das exportações da China ção em várias partes do globo, acredita-
para a América do Sul é bastante -se que a indústria biotecnológica pos-
diferente, centrando-se em produtos sa, na constituição dessas novas cultu-
manufaturados vendidos a baixo pre- ras, incorporar nutrientes importantes
 para fornecer uma alimentação mais
completa às populações, como o novo
arroz transgênico, rico em vitamina A.
II. Os transgênicos são mais bem adapta-
dos às mais diferentes características
de solo e variações de temperatura.
Logo, são culturas mais resistentes,
mais produtivas e menos dependentes
de agrotóxicos que as tradicionais.
III. Seu impacto na saúde e na natureza
ainda é desconhecido.
IV. A produção agrícola no mundo é sufi-
ciente para combater a fome –o grande
problema é a má distribuição.
Entre as alternativas acima,
a) todos são favoráveis.
b) apenas I e II são favoráveis.
c) apenas III e IV são favoráveis.
d) apenas I, II e IV são favoráveis.
e) apenas I, III e IV são favoráveis.
QUESTÃO 7
QUESTÃO 6
34 O século XIII representou uma época de
avanços tecnológicos na área agrícola.
Domínio público.
O desenvolvimento do arado de ferro com
rodas, do moinho hidráulico e a utilização da
atrelagem dos animais (bois e cavalos) pelo
peito representaram uma evolução agrícola
importante, trazendo um aumento significati-
vo na produção dos gêneros agrícolas. Outro
momento de avanço tecnológico com forte
impacto na agricultura pode ser verificado
I. na década de 1960, com a chamada Re-
volução Verde, que introduziu os herbici-
das e fertilizantes, proporcionando uma
expansão da produção de alimentos.
II. no final do século XX, com a biorrevolu-
ção, que desenvolveu as agrobiotecno-
logias emergentes, além dos sistemas
de comunicação e a troca de informação
de forma mais eficiente.
III. na assimilação das mudanças agrícolas
de forma homogênea, contribuindo para
a redução drástica da fome nas regiões
mais carentes do planeta.
Entre as afirmativas acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas II e III estão corretas.
d) apenas I e III estão corretas.
e) nenhuma está correta.
Identifique entre as imagens a seguir aque-
las que apresentam uma visão favorável
às modificações determinadas pelas novas
tecnologias na atividade econômica, na vida
social e no mundo do trabalho.
I.
Comstock Complete.
II.
QUESTÃO 8
Os textos a seguir apresentam argumentos
acusando e defendendo produtos do deno-
minado agronegócio no Brasil. Aponte em

Digital Juice.
quais deles os argumentos de acusação e
de defesa são coerentes.

I. Soja
Acusação: os ambientalistas fazem
campanhas internacionais acusando os
produtores de estarem entre os principais
III.
responsáveis pelo desmatamento da flores-
ta Amazônica.
Defesa: os agricultores dizem ocupar
uma área muito pequena dentro da flo-
Jupiter Images/DPI Images.

resta e que o plantio ocorre em espaços

devastados anteriormente por madeireiros
e pecuaristas.

II. Papel e celulose

Acusação: as florestas plantadas pela
indústria de papel e celulose são chamadas
IV. de desertos verdes. Na visão dos ambienta-
listas, elas deterioram o solo e geram perda
de biodiversidade.
Defesa: a indústria de papel e celulose 35
Jupiter Images/DPI Images.

reconhece que suas florestas não são ricas

em biodiversidade, mas diz que preserva
parte da mata nativa e realiza o replantio de
algumas espécies em corredores verdes.

III. Etanol
Acusação: os ativistas dizem que o
problema de mão de obra ilegal está sendo
a) todas. erradicado no país e que boa parte da produ-
b) apenas i e iii. ção já é mecanizada, o que vem diminuindo
a incidência de queimadas.
c) apenas ii, iii e iv.
Defesa: os usineiros alegam que os
d) apenas ii e iv. ativistas desrespeitam as leis trabalhistas
e) apenas i, iii e iv. e utilizam na produção processos desne-
cessários que agridem o meio ambiente,
como as queimadas.
 IV. Transgênicos
Acusação: segundo algumas ONGs, os
transgênicos podem fazer mal à saúde. Elas
querem moratória por tempo indeterminado
de seu cultivo e sua comercialização.
Defesa: não existem provas de que os
transgênicos são prejudiciais. As sementes
geneticamente modificadas são mais re-
sistentes a pragas e, por isso, demandam
menos uso de agroquímicos.

São coerentes
a) todos os textos.
b) apenas os textos I e III.
c) apenas os textos II, III e IV.
d) apenas os textos I, II e IV.
e) apenas os textos I, III e IV.

36
Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa A.
Comentário:
Para o historiador Eric J. Hobsbawm, o Luddis-
mo “era uma mera técnica de sindicalismo no
período que precedeu a Revolução Industrial
e as suas primeiras fases”. No entanto, o
temor da expansão tecnológica ditada pela
globalização ainda permite, como no caso
dos ataques às lavouras de trangênicos,
ações dessa natureza, como se a destruição
física das novas tecnologias pudesse impe-
dir o avanço dos processos produtivos e as
transformações inerentes a eles.
QUESTÃO 2
Alternativa C.
Comentário:
O termo territorialização encerra vários signi-
ficados. Podemos explorá-lo, por exemplo, ao
falar do avanço da soja na floresta Amazônica
ou, historicamente, do avanço do café na re-
gião do Oeste paulista. Podemos, igualmente,
falar de territorialização na recuperação de
áreas degradadas ou não aptas para cultivos
tradicionais. Aqui, um exemplo conhecido é
a agricultura nas áreas desérticas, como o
caso israelense, por exemplo. No caso citado,
porém, o autor faz um uso antropológico da
palavra, entendendo a territorialização, con-
forme ele mesmo afirma em outro trecho da
sua dissertação, desta maneira: “O assenta-
mento como um território conquistado na luta
constitui uma nova coletividade, marcada pela
confluência de trajetórias individuais que, ao
se manifestarem, denotam a diversidade de
um público que, no momento da luta, se via e
era visto unificado em torno da identidade de
sem-terra. A conquista da terra inaugura um
novo tempo, em que a condição de assentado
traz à tona expectativas individuais no tocante
a viver e produzir na terra.”
QUESTÃO 3
Alternativa D.
Comentário:
Nos mais de 30 anos desde que Deng Xiao-
ping pôs a China na rota do mercado, nenhum
país se beneficiou tanto com a globalização.
Porém, a globalização não é uma via de mão
única. Muito pelo contrario, ela é ao mesmo
tempo um campo de diálogo e de conflito,
de dominação e de disputa. Um espaço em
que ocorrem, simultaneamente, encontros,
destruições e enriquecimentos culturais.
No caso relatado na matéria da Folha, a
presença de produtos chineses altera as
relações de trabalho e produção do Brasil.
É preciso verificar, por parte do Estado, em
um âmbito socioambiental e econômico, as
vantagens e desvantagens desse comércio
e, por parte do empresariado, a necessidade
de se buscar alternativas e inovações.
QUESTÃO 4 37
Alternativa A.
Comentário:
Da América do Sul, a China importa farinha
de peixe, soja, uvas, açúcar, cobre, níquel,
ferro, couro, zinco, celulose, madeira etc.
Ou seja, produtos com relativamente pouco
processamento e valor agregado, mas cuja
produção gera consideráveis impactos no
ambiente local.
E nos exporta uma gama de artigos que, justa-
mente, podem ser produzidos por empresas
de pequeno e médio porte, que possuem boa
capacidade de geração de emprego e con-
tribuem para o desenvolvimento em escala
local. Essas reflexões, colhidas em artigo de
José Augusto Pádua (Disponível em: <www.
estudiosecologistas.org/documentos/refle-
xion/Desdesarrollo/amenazambiental.pdf>.),
 concluem-se com a pergunta do item III. E
diz o autor: “Essas são questões que pre-
cisamos equacionar com cada vez maior
seriedade e profundidade, apesar de muitos
pretenderem ignorar os dilemas que o cres-
cimento da China coloca para um planeta
finito. No caso do Brasil, podemos começar
a pensar, diante do que já ocorre, sobre os
possíveis impactos ambientais do crescimen-
to exponencial das exportações de recursos
agrícolas e minerais para a China.”
QUESTÃO 5
Alternativa B.
Comentário:
A viabilidade de uma agricultura menos de-
pendente de insumos e mais produtiva é uma
realidade no mundo todo. No Brasil, a questão
sobre plantar ou não transgênicos não pode
ser dirigida somente às questões voltadas ao
mercado consumidor, pois envolvem aspectos
de natureza econômica, política e social.
Governos e instituições devem se cercar de
todas as garantias que indiquem, previnam
e evitem males resultantes da introdução
38 precipitada e em larga escala de qualquer tec-
nologia que, se usada sem cautela, em vez
de ser uma arma capaz de ajudar a produzir
alimentos, pode resultar em desastres, uma
vez que os riscos à saúde e ao ambiente não
foram ainda suficientemente estudados.
QUESTÃO 6
Alternativa B.
Comentário:
A partir da década de 1960, transformações
estimuladas e conduzidas pelo Estado co-
meçaram a ocorrer no espaço rural, com o
objetivo de modernizar o setor agrícola para
aumentar a oferta de alimentos e de produ-
tos para a exportação e liberar mão de obra
para o setor urbano-industrial. Tais transfor-
mações foram utilizadas dentro dos moldes
da chamada Revolução Verde e implemen-
tados pela importação de pacotes tecnoló-
gicos tidos como de aplicação universal, ou
seja, tecnologias que foram desenvolvidas
para climas temperados e não para ecossis-
temas tropicais, onde há maior diversidade
ambiental (como é o caso do Brasil) e solos
bastante diferenciados daqueles do clima
temperado. Na atualidade, temos presen-
ciado uma “corrida biotecnológica” entre
os países industrializados. Os países do
chamado Terceiro Mundo, ou os países ditos
em desenvolvimento, na sua maioria estão
praticamente fora dessa corrida (principal-
mente no que diz respeito ao domínio das
tecnologias), mas com certeza não estão
excluídos dos seus impactos.
QUESTÃO 7
Alternativa B.
Comentário:
Se, por um lado, as tecnologias revolucio-
nam a produtividade e podem resolver de
forma limpa a produção de energia, por
outro lado o desemprego estrutural e a
perda das referências de relacionamento
social construídas ao longo da Era Moderna
constituem perigos relacionados ao mesmo
desenvolvimento tecnológico.
QUESTÃO 8
Alternativa D.
Comentário:
A questão enquadra-se na habilidade exigida,
esperando do candidato a identificação, entre
os argumentos utilizados, daqueles que real-
mente se encaixam nas rubricas de acusação
e defesa. Apenas os textos sobre o etanol
(III) confundem os espaços: o argumento da
acusação é, na verdade, a defesa que os
usineiros fazem do seu produto, enquanto o
argumento da defesa é na verdade a acusação
mais comum das ONGs sobre o trabalho nas
usinas beneficiadoras de cana. Então, são
coerentes os textos I, II e IV.
 Aula 5
QUESTÃO 1
Uma matéria publicada na revista Veja foi o
transporte público, a televisão deve aten-
ponto de partida para a crise que resultou
der às expectativas dos cidadãos, sendo
na renúncia do presidente Fernando Collor
legítima a reivindicação de qualidade dos
de Mello, em 1992.
serviços oferecidos. Se os programas de
TV transgridem os direitos humanos e es-
timulam a baixaria, ao cidadão é permitido
exigir maior responsabilidade por parte das
emissoras de TV. Porém, o interesse dos
canais em obter pontos de audiência muitas
Editora Abril.

vezes camufla essa garantia, ainda pouco

conhecida pelos telespectadores.

Sobre o tema, pode-se afirmar que

A matéria da revista acusava o presidente
principalmente de
a) tentativa de golpe.
b) falsidade ideológica.
c) improbidade administrativa.
d) tentativa de censura aos meios de co-
municação.
e) atividades subversivas.
QUESTÃO 2
Presente em mais de 90% dos lares
brasileiros (VER TV, 2007), a televisão é
um poderoso veículo de comunicação e
informação. No país, é a principal fonte
informativa ao alcance da população. Ape-
sar dessa presença maciça, muitos desco-
nhecem que se pode exigir qualidade dos
conteúdos exibidos pela TV. Assim como o
I. a “baixaria” consiste na oferta, pelas
emissoras de TV, de conteúdos que se
valem do desrespeito aos direitos hu-
manos e da degradação da dignidade do
ser humano para conquistar a audiência
39
e os anunciantes tão desejados.
II. apenas revelando massivamente o ver-
dadeiro papel que cabe à televisão en-
quanto serviço público, oferecido em
nome da população, é que a sociedade
poderá se libertar da anestesia imposta
pela TV convencional e enxergar nesse
importante meio de comunicação sua
função de informar, educar e promover
cultura.
III. recentemente, o Brasil aprovou a lei que
estabelece o código de ética da progra-
mação televisiva, como a que já existe
na Europa e nos Estados Unidos, sem
que se caracterize como censura. Pelo
contrário, significa fiscalização social e
democrática, a posteriori, sobre o que é
veiculado pelos órgãos de comunicação.
 Entre as afirmações anteriores,
a) todas estão corretas.
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas II e III estão corretas.
d) apenas I e III estão corretas.
e) nenhuma está correta.
QUESTÃO 3
Manifestações públicas em prol de mudan-
ças na legislação não são tão incomuns
na nossa história recente. Uma das mais
importantes é mencionada pela manchete
abaixo, divulgada em 1984.
Divulgação.
40
O resultado das manifestações pelas Dire-
tas Já! foi
a) a aprovação da emenda reclamada pela
população.
b) a repressão brutal do movimento pelos
militares.
c) a rejeição da emenda ainda na Câmara
dos Deputados.
d) a aprovação no Congresso, por maioria
esmagadora, mas depois a frustração
com o veto presidencial.
e) a aprovação da emenda, mas estabele-
cendo eleição direta somente para 1989.
QUESTÃO 4
A política, em um regime democrático,
exige alianças, acordos, trocas de favores
e benefícios, e nem sempre podemos es-
colher nossos aliados. A ética privada, seja
em relação a sexo, que tanto preocupa os
americanos do norte, ou a dinheiro, que
preocupa mais os brasileiros, não é um
bom preditor dos resultados da vida pública.
Todos, afinal, cometemos pecados maiores
ou menores em nossa vida quotidiana…
Pode-se depreender do texto acima que
I. é possível concluir que a questão ética
não tem importância.
II. a vida pública deve ser entendida como
um vale-tudo na disputa pelos interesses
das diferentes pessoas e grupos sociais.
III. é importante ir além do plano dos prin-
cípios morais e olhar a questão da ética
do ponto vista social.
IV. a construção de uma cultura ética e mo-
ral não se dá simplesmente pela prega-
ção abstrata de princípios morais.
Entre as afirmativas acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas II e III estão corretas.
c) apenas III e IV estão corretas.
d) apenas I, II e IV estão corrretas.
e) apenas I, III e IV estão corretas.
QUESTÃO 5
O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, não participa dos
acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o
preço do feijão, do peixe, da farinha, do
aluguel, do sapato e do remédio dependem
das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que
se orgulha e estufa o peito, dizendo que
odeia política.
Não sabe o imbecil que de sua igno-
rância nasce a prostituta, o menor aban-
donado, o assaltante e o pior de todos os
bandidos, que é o político vigarista, pilantra,
o corrupto e o explorador das empresas
nacionais e multinacionais.
(Bertolt Brecht)
Refletindo sobre o poema acima, pode-se
afirmar que
a) é dever ético do eleitor cobrar do seu re-
presentante contas do mandato que lhe
foi outorgado.
b) se o político é corrupto, o eleitor invaria-
velmente também o será.
c) do analfabetismo político derivam con-
sequências de natureza exclusivamente
políticas.
d) não existe ética na política.
e) o Brasil não se enquadra na reflexão de
Brecht. Preocupada com os desvios de
conduta dos administradores da repúbli-
ca, a Constituição Federal considerou a
improbidade administrativa como causa
da suspensão de direitos políticos, de
perda da função pública e de indisponi-
bilidade de bens.
QUESTÃO 6
A cidadania expressa um conjunto de
direitos que dá à pessoa a possibilidade de
participar ativamente da vida e do governo
de seu povo. Quem não tem cidadania
está marginalizado ou excluído da vida
social e da tomada de decisões, ficando
numa posição de inferioridade dentro do
grupo social.
(Dalmo Dalari)
Sobre a história da cidadania, podemos
afirma que
I. em Atenas, eram considerados cida-
dãos todos aqueles que estivessem em
condições de opinar sobre os rumos da
sociedade. Entre tais condições, estava
a de que fosse um homem totalmente
livre, isto é, não tivesse a necessidade
de trabalhar para sobreviver, uma vez
que o envolvimento nos negócios públi-
cos exigia dedicação integral.
II. a palavra cidadania foi usada na Roma
antiga para indicar a situação política de
uma pessoa e os direitos que essa pes-
soa tinha ou podia exercer.
III. das revoluções Americana e Francesa
surgiram as constituições não apenas
naqueles países como também, crescen-
temente, em várias nações do mundo.
Foi o nascimento do constitucionalismo,
com o qual também se criou o Estado de
direito, que se caracteriza pelo alto grau
de formalização, afirmando-se os seus
principais elementos estruturais: a se-
paração dos poderes, o conceito de lei,
o princípio da legalidade da administra-
ção, a garantia dos direitos fundamen- 41
tais e a independência dos tribunais.
IV. no Brasil, conforme a Constituição de
1988, a cidadania expressa apenas
os direitos políticos, como o voto para
maiores de 16 anos.
Entre as afirmações acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas I, II e III estão corretas.
c) apenas III e IV estão corretas.
d) apenas I, II e IV estão corretas.
e) apenas I, III e IV estão corretas.

QUESTÃO 7
Texto I
No dia 13 de dezembro de 1870, o
Partido Republicano do Rio de Janeiro di-
vulgou, por meio do jornal A República, o
Manifesto Republicano, que ficou famoso
na história da proclamação da nova forma
de governo. Esse documento considerava o
regime monárquico como “uma instituição
decadente” e propunha o estabelecimento
de uma federação baseada “na indepen-
dência recíproca da província, elevando-a à
categoria dos estados próprios unicamente
ligados pelo vínculo da nacionalidade e
d) a frase de Lima Barreto confirma os
avanços alcançados com a república,
com a concessão de “liberdade individu-
al, voto, soberania”, alçando o povo à
categoria de público.
e) a frase de Lima Barreto não tem qual-
quer relação com a política nacional e
menos ainda com a república brasileira
e suas conquistas.
QUESTÃO 8

Divulgação.
da solidariedade dos grandes interesses
da representação e defesa exterior...”. O
Manifesto ainda falava em “direitos da
nação”, “opinião nacional”, “soberania do
povo”, “causa do progresso”, “liberdade
individual”, “liberdade econômica”, “voto
A imagem acima é parte de uma campanha
do povo”, entre outras expressões.
publicitária e traz uma mensagem, que po-
(Disponível em: <www.passeiweb.com/saiba_mais/fatos_ deria ser traduzida por
historicos/brasil_america/proclamacao_republica>.)
a) pessoas de qualquer cor são iguais.
b) pessoas de qualquer altura são iguais.
Texto II
42 c) pessoas de qualquer idade são iguais.
O Brasil não tem povo, tem público.
(LIMA BARRETO, 1911)
d) pessoas em qualquer situação são iguais.
e) pessoas de qualquer origem são iguais.

Após a leitura dos dois textos, podemos

concluir que
a) a república foi um avanço significativo
em termos de cidadania e democracia.
b) apesar de o Manifesto Republicano falar
em “opinião nacional” e “soberania do
povo”, tais direitos não haviam sido con-
cretizados à época de Lima Barreto.
c) a posição de Lima Barreto, monarquista
que era, reflete o clima de tensão políti-
ca no país ainda na segunda década do
século XX.
Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa C.
Comentário:
Em fevereiro de 1992, Pedro Collor, irmão
do presidente, deu entrevista à Revista Veja
fazendo denúncias de corrupção contra o
governo de seu irmão e acusou Paulo César
Farias, o tesoureiro da campanha de Fernando
Collor, de utilizar-se da amizade com o presi-
dente para enriquecer. Em outras edições da
revista, Pedro Collor faria novas denúncias
com documentos apontando operações ile-
gais de PC que envolviam o presidente. Os
grupos oposicionistas apresentaram o pedido
de impeachment do presidente com base
nas acusações de que Fernando Collor tivera
despesas pessoais e familiares pagas com
dinheiro de recursos obtidos por PC Farias por
meio de tráfico de influência no governo. O re-
latório final da CPI foi aprovado e encaminhado
à Procuradoria Geral da República e à Câmara
dos Deputados. No dia 29 de setembro, a Câ-
mara aprovou a admissibilidade do processo
de impeachment. O julgamento no Senado
realizou-se em 29 de dezembro. Diante da
tendência dos senadores de afastá-lo definiti-
vamente do cargo e com medo de perder seus
direitos políticos, Collor renunciou.
QUESTÃO 2
Alternativa B.
Comentário:
É necessário construir cenários e indicadores
positivos de qualidade, que mostrem o que
fazer no que diz respeito à tão desejada afir-
mação da cidadania na programação, em es-
pecial da TV aberta, na qual a baixaria esteja
definitivamente descartada em favor de toda
a sociedade e de uma TV que cumpra seu
efetivo papel social. A despeito de um Ibope
estabelecido como fiel da balança entre o
que deve ou não ser investido em termos de
programação televisiva, quem não financia
a baixaria ganha um mundo mais solidário e
consciente a construir, no qual seus clientes
se tornam mais fiéis e promotores de sua
qualidade e preocupação. No entanto, até o
momento, nenhuma legislação específica foi
criada com o intuito de coibir os excessos e
dar a destinação mais adequada à progra-
mação da televisão aberta no Brasil.
QUESTÃO 3
Alternativa C.
Comentário:
Reconhecida como uma das maiores mani-
festações populares já ocorridas no país, a
43
campanha das Diretas Já! foi marcada por
enormes comícios em que figuras persegui-
das pela ditadura militar, membros da clas-
se artística, intelectuais e representantes de
outros movimentos defenderam a aprovação
do projeto de lei. Em janeiro de 1984, cerca
de 300 mil pessoas se reuniram na praça da
Sé, em São Paulo. Três meses depois, um
milhão de cidadãos tomou o Rio de Janei-
ro. Algumas semanas depois, cerca de 1,7
milhão se mobilizou em São Paulo. Mesmo
realizando uma enorme pressão para que
as eleições diretas fossem oficializadas,
os deputados federais da época não se
sensibilizaram com os enormes apelos. Com
isso, por uma diferença de apenas 22 votos
e um vertiginoso número de abstenções, o
Brasil manteve o sistema indireto para as
eleições de 1985.

QUESTÃO 4
Alternativa C.
Comentário:
Não há uma submissão absoluta entre os
conceitos morais (que são rígidos) e a pos-
QUESTÃO 6
tura ética no mundo público. Um deputado
pode ocultar a verdade (o que é moralmente
condenável) sobre um determinado assunto
de interesse de seu partido sem que isso
fira, necessariamente, a lisura do exercício
de sua função. As alianças por projetos, a
mudança de posição em face de um acor-
do que dê sustentabilidade ao governo e o
apoio a antigos adversários não caracteri-
zam necessariamente desvios éticos, em-
bora possam ser moralmente condenáveis.
De um agente público exige-se uma ética do
mundo público, aquilo que o sociólogo Max
Weber denominou de ética da responsabili-
dade, isto é, a que se vincula aos resultados
sociais da ação em oposição à ética de
princípios, que desconsidera o contexto e
as conjunturas.
44 QUESTÃO 5
Alternativa A.
Comentário:
O dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-
1956) marcou o teatro contemporâneo com
QUESTÃO 7
suas obras engajadas. No poema, ele reflete
sobre a responsabilidade do eleitor. Costu-
mamos desenvolver a discussão ética em
apenas uma ponta do processo, apontando
o dedo para políticos que malversam o pa-
trimônio público, mas há um esquecimento
de quem os elege e, pior, reelege. É possível
errar quanto à integridade de alguém, mas é
um tanto peculiar ver políticos de comprovada
carreira de improbidades recebendo a consa-
gração nas urnas. Brecht também critica os
ausentes, os que não se importam, os que
afirmam “não gostar de política” como se
a política fosse uma opção de sobremesa.
Tudo e todos estamos imersos no mundo da
política e somos responsáveis. Não há como
se isentar e não correr o risco de ser chamado
de “analfabeto político”.
Alternativa B.
Comentário:
A cidadania surgiu como um exercício restri-
to a um grupo muito pequeno de pessoas e,
com o tempo, tornou-se um direito atribuído
a todas as pessoas. Em face disso, a cida-
dania extrapolou o seu caráter político inicial
e tornou-se civil e social, isto é, ampliou seu
conceito para inserir mulheres, crianças e
trabalhadores. Nesse sentido, a Constitui-
ção Brasileira de 1988 é uma das mais
avançadas do mundo. No entanto, cidadania
não é só um direito previsto, mas aplicado.
E quanto a isso, ainda estamos longe de
algo que se possa considerar adequado.
De qualquer forma, da sua concepção na
Grécia e sua consolidação em Roma, da
sua formalização no século XVIII e sua am-
pliação nos séculos XIX e XX, o conceito de
cidadania tornou-se agenda prioritária para
qualquer projeto de governo e qualquer mo-
delo de Estado.
Alternativa B.
Comentário:
Como afirma o crítico José Hipólito Faria, “en-
quanto alguns escritores do início do século
XX escreviam como se estivéssemos no me-
lhor dos mundos, Lima Barreto escancarou
as janelas e deixou entrar o cheiro forte da
realidade. Ele assumiu os problemas do seu
tempo e examinou-os em seus romances.
Foi, sobretudo, o ‘romancista da Primeira
República’, vista pelos olhos da classe média
 dos subúrbios do Rio. Enquanto os historia-
dores oficiais falavam nas lutas patrióticas
da consolidação da república, ele via o outro
lado da medalha: o povo, massa de canhão
totalmente inconsciente do que se passava;
a luta pelo poder entre os barões da agricultu-
ra e a burocracia militar ou civil; e, sobretudo,
a vida dos subúrbios, com seus dramas e
suas pequenas felicidades, seus grotescos
e ridículos, seu lado terno e humano...” Uma
realidade que em nada condizia com as pro-
messas republicanas feitas no seu manifesto
de 1870. A cidadania e a democracia, afinal,
não se determinam por decreto.

QUESTÃO 8
Alternativa D.

Comentário:

Incluir quer dizer permitir que faça parte, inse-

rir, introduzir. E inclusão é o ato ou efeito de
incluir. Assim, a inclusão social das pessoas
com deficiências significa torná-las partici-
pantes da vida social, econômica e política,
assegurando o respeito aos seus direitos no
âmbito da sociedade, do Estado e do poder
público, e isso não é mais que assegurar o 45
direito essencial à dignidade humana. As pes-
soas com deficiência, independentemente da
origem, natureza e gravidade de suas incapaci-
dades, têm os mesmos direitos que os outros
cidadãos, o que implica o direito de uma vida
decente, tão normal quanto possível.
46
 Aula 6
QUESTÃO 1 QUESTÃO 2
Há, como sabemos, diversas formas de
poluição. Uma delas é a poluição visual,
cada vez mais intensa nas grandes cidades.

Jupiter Images/DPI Images.

Observando a imagem, é possível afirmar
que

IESDE Brasil S.A.

Considerando a mudança do plano da mera
descrição e apreciação da imagem acima
para o da reflexão e análise, tendo como
ponto de partida e ideia de “ocupação dos
meios físicos e relações da vida humana com
a paisagem”, assinale o que for correto.
a) Há uma harmonização necessária com o
propósito de aproveitar o espaço geográ-
fico para atender aos interesses huma- 47
nos.
b) Há um desperdício de espaço para ativi-
dades urbanas, visto a arborização do-
minar o fundo da paisagem.
c) Há uma modificação da paisagem para
construir um espaço de uso humano, es-
tabelecendo uma clara relação entre figu-
ra (o uso humano) e fundo (a paisagem).
d) Há uma necessária adaptação para a
preservação da árvore, em face de dis-
positivos legais,daí a proteção murada e
as cercas ao fundo.
e) Há uma ausência de mais bancos, reve-
lando mau planejamento urbano do es-
paço existente, deixando de atender a
um número maior de transeuntes.
 I. a convivência com os elementos que
compõem a paisagem urbana e a per-
cepção da poluição visual (provocada
especialmente pelos anúncios comer-
ciais nas grandes cidades) são ações
cotidianas e geralmente inconscientes
dos cidadãos.
II. ao transitar pelos espaços abertos, e
também no interior de trens, ônibus e
táxis, ou até mesmo dentro dos sub-
terrâneos do metrô, somos constante-
mente bombardeados com propaganda
visual e também sonora de responsa-
bilidade principal (porém não exclusiva)
dos meios comerciais.
III. uma cidade encoberta com anúncios
desordenados e fora de contexto é uma
cidade poluída visualmente. Os prédios
históricos perdem sua expressão e até
mesmo os edifícios mais altos e moder-
nos ficam ocultos sob uma avalanche
de publicidade exagerada, sendo que
poderiam se sobressair e ser beneficia-
dos por um contraste mais respeitoso
entre o novo e o antigo.
IV. a poluição visual não faz mal à saúde
48 e a proibição das propagandas provoca-
ria um grande desemprego. Assim, na
relação entre custo e benefício, não há
razão para adotar medidas proibitivas
como a sequência de imagens propõe.
Entre as afirmações acima,
a) todas estão corretas.
b) apenas I, II e III estão corretas.
c) apenas II, III e IV estão corretas.
d) apenas I, II e IV estão corretas.
e) apenas I, III e IV estão corretas.
QUESTÃO 3
Em Cidades Mortas, a língua ferina de
Monteiro Lobato ataca o marasmo político,
econômico e literário de seu tempo. Cada
conto descreve personagens brasileiros
típicos, situações engraçadas e compor-
tamentos diversos. Em uma espécie de
crônica ou ensaio, em um tom entre irônico
e saudosista, Lobato delineia o espaço de
sua obra: o norte paulista do vale do Para-
íba, “onde tudo foi e nada é: Não se conju-
gam verbos no presente. Tudo é pretérito”.
O leitor é introduzido em um cenário de
decadência representado por ruas ermas,
casarões em ruínas e armazéns desertos,
assim acompanhando, com um ponto de
vista irônico, figuras igualmente decadentes
de homens e mulheres. Itaoca é uma cida-
dezinha qualquer do interior paulista onde
o escritor ambienta suas histórias. Nesse
lugar, aparecem taperas, ruas mal ilumi-
nadas, políticos corruptos, patriotas, igno-
rância e miséria, representando todas as
cidadezinhas que Lobato viu se afundarem
no vale do Paraíba: “Umas tantas cidades
moribundas arrastam um viver decrépito,
gasto em chorar na mesquinhez de hoje as
saudosas grandezas dantes”.
A obra Cidades Mortas, de Monteiro Loba-
to, aponta a passagem e as mudanças da
euforia e da decadência de qual atividade
econômica?
a) Mineração.
b) Cultivo do algodão.
c) Criação de gado.
d) Cultivo de café.
e) Cultivo do fumo.
QUESTÃO 4
Entre as mais de 600 cidades chinesas,
400 estão sofrendo com o problema. Em
fevereiro de 2009, o país foi atingido por
uma das piores secas em 50 anos. Cerca
de 5 milhões de pessoas e 2,5 milhões
de cabeças de gado foram afetados nas
províncias de Hebei e Henan, perto de
Pequim. Hoje, a China enfrenta a pior crise
 I. Considerando o gasto com insumos como
de abastecimento de água da sua história.
fertilizantes e pesticidas (químicos), a
Após quase 30 anos de crescimento eco-
economia no item terra estimula a ocupa-
nômico de dois dígitos, e da migração de
ção de áreas como a floresta Amazônica,
centenas de milhões de pessoas do campo
de custo de aquisição baixo.
para a cidade, o país vem tendo dificulda-
des para atender a demanda por água. A II. O custo da mão de obra reflete ainda o
poluição torna a água potável ainda mais caráter de exploração que caracteriza o
escassa. Hoje, cerca de 300 milhões de campesinato no Brasil desde o período
chineses que vivem em áreas rurais, ou colonial.
quase 25% da população do país, não têm
III. A rubrica “outros custos” quase sempre
acesso a água que possa ser consumida
se resume a gastos com a proteção am-
com segurança.
biental das áreas de produção de soja.
(Disponível em: <http://opiniaoenoticia.com.br/internacio-
nal/asia-oceania/china-enfrenta-escassez-de-agua/>.) Entre as afirmativas acima,
a) todas estão corretas.
Entre as razões desse desastre ecológico b) apenas I e II estão corretas.
na China, é correto afirmar que
c) apenas II e III estão corretas.
a) a natureza na região sempre se caracte-
rizou por surtos de escassez. d) apenas I e III estão corretas.
b) a poluição norte-americana provoca efei- e) nenhuma está correta.
tos além de suas fronteiras, atingindo
os mananciais de água chineses.
QUESTÃO 6
c) o aquecimento global afeta países in-
discriminadamente. A China é, portanto, As hidrelétricas são uma fonte importante de
vítima desse processo. produção de energia, particularmente porque
d) o desenvolvimento sem precaução eco- produzem o que se denomina energia limpa. 49
lógica na China cobra um preço em de- No entanto, a instalação de hidrelétricas
sequilíbrios como esse. modifica o ambiente natural e social, com
consequências, muitas vezes, bastante
e) a situação foi isolada e já devidamente
profundas. Sobre essas mudanças, pode-se
sanada.
afirmar que
I. na área de meio ambiente, o principal
QUESTÃO 5 impacto costuma ser o alagamento de
importantes áreas florestais e o desapa-
Observe o quadro a seguir e depois assinale recimento do habitat dos animais.
o que for correto.
II. as populações são atingidas direta e
Parcelas médias de custo dos fatores de produção para a soja, concretamente por meio do alagamento
nos estados amostrados
de suas propriedades, casas, áreas pro-
Outros custos
Terra dutivas e até cidades.
Disponível em: <http://www.scielo.br
/scielo.php?pid= S0103-2003200
7000200009&script=sci_arttext>.

13% Químicos
13% 31%

III. as famílias e comunidades deslocadas so-

Mão de obra
5%
frem enormes perdas. O impacto mais evi-
dente é a perda de terras, casas, igrejas,
clubes, escolas, comércios etc. Costuma-
Capital
36%
se chamar este conjunto de impactos de
perda dos meios materiais de vida.
 IV. há também uma série de outros im- II.
pactos menos evidentes chamados de
perdas imateriais, pois não são coisas

Jupiter Images/DPI Images.

concretas que são derrubadas, assim

Photobucket.
como as paredes de uma construção, e
sim os laços e redes sociais. É isso que
acontece com as pessoas que, ao se-
rem obrigadas a sair de sua localidade,
perdem vizinhos, o contato com amigos
III.
de infância, com parentes. Esta perda
pode provocar muita tristeza, solidão,
depressão.

IESDE Brasil S.A.

Agência Br.
(Disponível em: <www.maternatura.org.br/hidreletricas/guia/
LeiaMais_Osimpactosambientaisesociais.pdf>. Adaptado.)

Entre as afirmações acima, a) todos.

a) todas estão corretas.
b) apenas i e ii.
b) apenas I, II e III estão corretas.
c) apenas ii e iii.
c) apenas II, III e IV estão corretas.
d) apenas i e iii.
d) apenas I, II e IV estão corretas.
e) nenhum.
e) apenas I, III e IV estão corretas.

QUESTÃO 8
QUESTÃO 7
Em uma de suas obras, o geógrafo Milton
50 Entre as imagens apresentadas abaixo em Santos comenta que:
grupos de duas, que grupos estabelecem
relação direta de causa e efeito no que diz
respeito à ação humana (degradação da Sem o homem, isto é, antes da história,
natureza)? a natureza era uma. Continua a sê-lo, em si
mesma, apesar das partições que o uso do
I.
planeta pelos homens lhe infligiu. Agora, po-
rém, há uma enorme mudança. Uma, mas
socialmente fragmentada durante tantos
séculos, a natureza é agora unificada pela
história em benefício de firmas, Estados e
Creative Suíte.

Creative Suíte.

classes hegemônicas. Mas não é mais a

natureza amiga, e o homem também não
é mais seu amigo.
O texto acima exprime a ideia de que
I. “a história do homem sobre a Terra é a
história de uma ruptura progressiva en-
tre o homem e o entorno”.
II. esse processo se acelera quando, prati-
camente ao mesmo tempo, o homem se
descobre como indivíduo e inicia a me-
canização do planeta, armando-se de no-
vos instrumentos para tentar dominá-lo.
III. a natureza artificializada marca uma gran-
de mudança na história humana da na-
tureza.

Entre as afirmações, a ideia presente no

texto de Milton Santos é expressa
a) em todas elas.
b) apenas em I e II.
c) apenas em II e III.
d) apenas em I e III.
e) em nenhuma delas.

51
 Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa C.
Comentário:
A análise da figura evidencia uma mudança
da paisagem original visando, primeiro, a uma
QUESTÃO 3
criação de espaço e, correlacionado a isso,
um espaço de aproveitamento social. Dessa
forma, a paisagem original dá lugar a um ce-
nário para o usufruto dos transeuntes, com a
árvore demarcada em meio ao pátio de cimen-
to e o banco estrategicamente colocado. Ao
fundo, a cerca demarca o espaço urbanizado
da área ainda preservada, mas não a salvo
de novas ações de expansão urbana.
QUESTÃO 2
Alternativa B.
Comentário:
52
Recuperar um ambiente visual agradável,
mesmo em uma grande metrópole, é um
direito de todos e obrigação dos poderes pú-
blicos. A poluição visual agride um dos com-
QUESTÃO 4
ponentes fundamentais da nossa percepção
de mundo, que é a estética. Impor-nos um
ambiente visual superpovoado de imagens
comerciais, descaracterizando as fachadas
e a arborização e, muitas vezes, impedindo
mesmo de ver o céu, é uma agressão pas-
sível de se buscar proteção nas esferas
públicas. Por outro lado, a justificativa do
desemprego não é cabível, pois já foram
realizadas experiências bem-sucedidas em
Barcelona, Roma, Nova York e Lisboa. Não
se trata de proibir a publicidade externa,
mas de regulamentá-la no que se denomina
de mobiliário urbano, garantindo o exercí-
cio da publicidade sem, no entanto, poluir
excessivamente o ambiente público. Esse
é, por exemplo, o teor do projeto Cidade
Limpa, de São Paulo, primeira grande cidade
brasileira a adotar uma política radical de
combate à poluição visual.
Alternativa D.
Comentário:
Publicado em 1919, pela Editora Revista do
Brasil, esse segundo livro de Lobato levava
o subtítulo “Contos e impressões” e reunia
trabalhos bastante antigos, alguns do tempo
de estudante de Lobato. Em edições subse-
quentes, novos textos acrescentaram-se à
obra. O título do livro é tomado de um texto
de 1906. Em uma espécie de crônica ou
ensaio, em um tom entre irônico e saudo-
sista, Lobato delineia o espaço de sua obra:
o norte paulista do vale do Paraíba e a sua
fase áurea da produção do café, “onde tudo
foi e nada é”.
Alternativa D.
Comentário:
Por três décadas, a água tem sido indispen-
sável para sustentar a expansão econômica
que transformou a China em uma potência
mundial. Agora, o estilo de crescimento eco-
nômico chinês –acelerado e muitas vezes
esbanjador –está levando o país em direção
a uma crise de fornecimento de água. A po-
luição das águas é extrema em todo o país.
Ao mesmo tempo, a escassez de água tem
aumentado severamente no norte da China
–embora a demanda continue crescendo
em todos os lugares.
 A China está à procura de petróleo, gás natu-
ral e minerais em todo o mundo, para manter
sua máquina econômica funcionando. Mas
os acordos comerciais não são capazes de
resolver problemas de suprimento de água.
O seu uso de água quintuplicou desde 1949
e os líderes vão enfrentar cada vez mais
escolhas políticas difíceis com as cidades, a
indústria e a agricultura competindo por um
suprimento de água finito e desequilibrado.
Algumas cidades chinesas apresentaram
avanços na conservação das reservas de
água, mas a economia chinesa continua a
enfatizar o crescimento. A indústria na China
utiliza entre três e dez vezes mais água, de-
pendendo do produto, do que as indústrias
nas nações desenvolvidas.
QUESTÃO 5
Alternativa B.
Comentário:
A importância da agricultura para o cresci-
mento econômico de um país sempre foi
um tópico de grande relevância dentro da
teoria econômica. Em um país em desen-
volvimento como o Brasil, a importância do
agronegócio é bastante significativa. Em
2004, o PIB do agronegócio brasileiro, que
inclui desde a produção primária até a indús-
tria de processamento, insumos e serviços,
foi de R$533,98 bilhões, representando
30,07% do PIB nacional, segundo dados
da Confederação Nacional da Agricultura e
Pecuária e do Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada da Universidade de
São Paulo (CNA/Cepea-USP, 2005). O PIB
do setor agrícola brasileiro foi de R$379,89
bilhões, contribuindo com 21,39% na forma-
ção do PIB nacional.
A cadeia produtiva da soja é responsável
por uma parcela significativa do PIB do agro-
negócio brasileiro. A indústria da soja é im-
portante atualmente tanto para a captação
de moedas estrangeiras pelas exportações
brasileiras de farelo, óleo e grãos, como
para o suprimento do mercado interno de
óleos comestíveis e concentrados proteicos.
O Brasil ocupa a posição de segundo maior
produtor mundial de soja, sendo responsável
por aproximadamente 24% da oferta global
do produto. No entanto, toda essa demanda
implica uma ameaça: a ocupação indiscrimi-
nada das áreas de preservação da floresta
Amazônica. A busca por terras férteis para
atender a procura do mercado internacio-
nal e as falhas na fiscalização auxiliam na
ocupação indesejada e na consequente
devastação da floresta.
QUESTÃO 6
Alternativa A.
Comentário:
Na área do meio ambiente, o principal impac-
to costuma ser o alagamento de importantes
áreas florestais e o desaparecimento do
habitat dos animais. Muitas vezes, a hidrelé-
trica é construída em áreas onde se concen-
tram os últimos remanescentes florestais da
região, desmatando e inundando espécies
ameaçadas de extinção. No aspecto social,
além do que já foi destacado na questão, há 53
um aspecto que nunca é levado em conta
nas políticas e planos: o tempo que leva um
projeto e seus impactos. Ao contrário do que
se pensa e diz, os sofrimentos da população
atingida se iniciam muito antes do projeto
começar a ser implementado. A partir do mo-
mento em que uma barragem é anunciada,
a população atingida começa a sofrer com
a interrupção de investimentos públicos e
privados. Os bancos param de emprestar
dinheiro. Novas escolas e hospitais deixam
de ser construídos. Serviços e comodidades
existentes podem ser interrompidos ou fecha-
dos muito tempo antes de a população ser
transferida. Os próprios agricultores decidem
não mais investir na melhoria de suas casas
e roças, com medo de perder tudo.
(Disponível em: <www.maternatura.org.br/hidreletricas/guia/
LeiaMais_Osimpactosambientaisesociais.pdf>. Adaptado.)
 segundos. Segundo o ministro do Meio
QUESTÃO 7 Ambiente, Carlos Minc, o desmatamen-
to é resultado do aumento do preço da
Alternativa A.
carne e da soja. Ele aponta que os pro-
Comentário: dutores do agronegócio, estimulados
com o bom preço, têm invadido áreas
Três imagens, três comentários. amazônicas para plantio e pastoreio.
I. Vivemos numa sociedade de consumo.
Tudo, desde os alimentos que comemos
até as notícias que assistimos, é dese- QUESTÃO 8
nhado no formato “use e jogue fora”.
Lixo industrial é produzido dia após dia Alternativa A.
em larga escala e, mesmo sendo tóxi- Comentário:
co, muitas vezes não recebe o devido
tratamento. É de se esperar, portanto, Todos os dias ouvimos falar na grande mídia
que qualquer grande cidade tenha pro- a respeito do aquecimento global, dos pro-
blemas sérios com relação ao destino blemas relacionados à redução da camada
que seu lixo deve tomar. O destino pa- de ozônio, à poluição e o esgotamento dos
drão do lixo são os aterros sanitários. recursos hídricos, a seca, o desmatamento
Enormes montanhas de lixo de todo etc. Chamamos então de “paraíso artificial”
tipo que se acumulam por grandes ex- esta fase atual da humanidade, um avanço
tensões de área antes habitável, inuti- muito grande no campo das técnicas, po-
lizada para esse fim. O problema é que rém uma forma artificializada e tão racional
os aterros existentes já comportam toda que se torna “irracional” ao ponto de po-
sua capacidade e as áreas disponíveis der efetivamente destruir o planeta, como
para novos aterros numa megalópole verificamos. E qual a resposta para esse
são escassas. Diante desse problema, problema? “Nunca o espaço do homem foi
somos obrigados a buscar novas solu- tão importante para o destino da história.
54 Se, como diz o filósofo francês Jean-Paul
ções. Mas quais, que não passem por
rever nossos hábitos de consumo? Sartre, ‘compreender é mudar’, dar um pas-
so adiante e ‘ir além de mim mesmo’, uma
II. O aquecimento global é um fenômeno
geografia refundada, inspirada nas realida-
climático que estabelece o aumento da
des do presente, pode ser um instrumento
temperatura média da superfície terres-
eficaz, teórico e prático, para a refundação
tre, portanto interfere na vida de todos
do planeta.”
e deveria ser preocupação de todo ser
pensante. E a emissão de gases po-
luentes pela produção em escala global
de produtos para o consumo , além da
queima de combustíveis fósseis, são os
grandes responsáveis dessa tragédia
que precisa ser imediatamente detida.
III. Cerca de 17% da Amazônia já foi desma-
tada nos últimos 20 anos –4 milhões
de km2, área equivalente aos territórios
de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espíri-
to Santo. Em média, isso equivale a um
campo de futebol destruído a cada 10
Geografia
Geografia
Laércio de Mello
Sumário
Aula 1 ...................................................................................... 57
Gabarito ........................................................................................ 62

Aula 2 .......................................................................................65
Gabarito ........................................................................................ 69

Aula 3 ....................................................................................... 73
Gabarito ........................................................................................ 81

Aula 4 .......................................................................................83
Gabarito ........................................................................................ 87
 Aula 1

QUESTÃO 1
O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café

nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
57
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio de canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantam e colhem a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
(Ferreira Gullar)
 A partir da leitura desse poema, é correto
afirmar que
a) todos os brasileiros têm acesso a esse
produto que é cultivado desde o início
da colonização brasileira.
b) esse poema romântico descreve uma si-
tuação fictícia em nosso país.
QUESTÃO 2
Mapa 1
58 Mapa 2
c) nesse poema, é apresentada a enorme de-
sigualdade cultural que existe no Brasil.
d) o poema mostra a baixa expectativa de
vida na nação brasileira.
e) Ferreira Gullar usa o açúcar para de-
monstrar a enorme desigualdade que
existe na sociedade brasileira.
Laércio de Mello.
Laércio de Mello.
 Sobre esses dois mapas, é correto afirmar

Laércio de Mello, com base em dados do IBGE.

que
a) o mapa 1 traz a projeção de Peters e o
mapa 2 traz a projeção Mollweide, que é
a mais usada nos livros didáticos.
b) o mapa 1 está errado, pois o continente
americano está no centro, e o mapa 2
é a maneira mais correta de se repre-
sentar o planeta, com o continente à
esquerda.
c) o mapa 1 tem as áreas próximas ao
Equador distorcidas, ou seja, foram au-
mentadas. Já no caso do mapa 2, as
áreas próximas aos polos estão aumen-
tadas por causa do sistema de projeção
cartográfica.
d) o mapa 1 está na projeção de Merca-
tor, na qual o desenho dos continentes

Laércio de Mello, com base em dados do IBGE.

é mantido, mas as áreas próximas aos
polos são distorcidas. O mapa 2 está na
projeção de Peters, em que a proporção
é mantida na escala, mas o desenho de
cada continente é distorcido.
e) essas duas projeções caíram em desu-
so quando o sistema de fusos horários
do Brasil foi alterado, em 2009.
59
QUESTÃO 3
Os dois mapas a seguir representam aspec-
tos geográficos e históricos da ocupação
do território brasileiro. Analise cada mapa
e depois assinale a alternativa que melhor
descreve cada um deles.
a) As legendas dos dois mapas indicam
que nos últimos anos aconteceu uma
considerável redução no desmatamento
da região Norte do país.
b) Os dois mapas representam o sentido
da colonização que se estabeleceu no
território brasileiro desde a chegada dos
primeiros europeus –do litoral para o
interior.
 c) O mapa de vegetação original demons- d) segundo as pirâmides, a população ju-
tra que as florestas podem ser recupe- venil cresce mais rapidamente que a
radas se forem aplicadas as tecnologias população adulta e isso vai gerar um de-
corretas. ficit de escolas do ensino fundamental
se o governo não tomar providências em
d) Segundo o mapa da vegetação atual, as
curto prazo.
áreas menos degradadas estão em Ron-
dônia e nas margens do Rio Amazonas. e) as pirâmides demonstram que o Brasil
possui nítidas características de um
e) O mapa da vegetação atual demostra
país do Terceiro Mundo.
que nos últimos anos vem acontecendo
uma grande recuperação na vegetação
da Floresta Tropical ou Mata Atlântica. QUESTÃO 5

QUESTÃO 4 Em novembro de 2008 a revista Le Monde

Diplomatique publicou o seguinte texto.
Laércio de Mello, com base em dados do IBGE.

Marcha para a multipolaridade

Antes mesmo de desabar o tempo-

ral que devastou o mercado financeiro,
algumas notícias publicadas entre julho
e agosto de 2008 traziam sinais interes-
santes. O número de internautas chineses
ultrapassou o de americanos, e os Estados
Unidos não representam hoje mais do que
25% do tráfego da rede, contra cerca de
50% há dez anos.
As tentativas para reanimar a rodada
60 Doha das negociações comerciais interna-
cionais fracassaram, principalmente porque
Índia e China se recusaram a sacrificar seus
As pirâmides etárias acima representam a agricultores, já empobrecidos, no altar do
evolução da população brasileira em um pe- câmbio livre.
ríodo de 20 anos. Segundo essas pirâmides, A Rússia defendeu, no decorrer da crise
é correto concluir que da Geórgia, seus interesses nacionais no
a) há um grande acréscimo na população Cáucaso, enfrentando os hesitantes protes-
da menor faixa etária porque caiu dras- tos de Washington.
ticamente a mortalidade infantil nos últi- Esses fatos, entre muitos outros,
mos 20 anos. expressam uma recomposição das rela-
b) é nítida a diminuição no número de nas- ções internacionais, demonstram o fim
cimentos e isso significa que agora as do domínio absoluto ocidental que havia
mulheres brasileiras estão tendo menos sido imposto desde a primeira metade do
filhos que nas últimas décadas. século XIX.
c) o Brasil é um dos poucos países do mun- A crise atual do sistema financeiro
do em que a população mais senil não só acelerou esse movimento de recuo do
tem aumentado, e isso se deve às condi- Ocidente. “O fim da arrogância” foi o título
ções econômicas que o país apresenta. do semanário alemão Der Spiegel de 30
 c) 1:50.000
de setembro, com o seguinte subtítulo: “A
América perde seu papel econômico domi- d) 1:500
nante”. Por uma dessas ironias da história,
e) 1:50
essa mudança memorável ocorreu menos
de duas décadas após a derrota do campo
socialista, dirigido pela União Soviética, e QUESTÃO 7
do triunfo aparente dos princípios da eco-
nomia liberal. A escala de um mapa serve para que o seu
leitor possa interpretar
Com base nesse texto, é correto afirmar
a) o nível de detalhe das informações apre-
que
sentadas.
a) a crise financeira nos mercados de todo
o mundo desencadeou uma nova guer- b) a localização de um fenômeno na super-
ra fria, nos mesmos moldes da crise de fície terrestre.
1929, causada pela quebra da Bolsa de c) os diferentes fusos horários no globo.
Valores de Nova York.
d) o número de vezes que a área foi au-
b) com essa crise que se inicia em 2008 e mentada para que o espaço fosse repre-
se alastra por todo o planeta de forma sentado.
generalizada, o mundo volta a ter ape-
e) a identificação dos diferentes hemisfé-
nas duas potências controlando as prin-
rios terrestres.
cipais decisões globais.
c) esse artigo procura profetizar que a par-
tir dessa crise os Estados Unidos não
QUESTÃO 8
serão mais a potência militar que com
arrogância domina o planeta. A leitura de mapas exige que se entenda
o que são coordenadas geográficas. A
d) a matéria publicada pela revista Le Mon- esse respeito, podemos afirmar que a
de Diplomatique demonstra de forma distância em graus, a partir do meridiano 61
profética que teremos novas potências de Greenwich, para qualquer outro ponto da
econômicas dominando o planeta. superfície do planeta, é denominada
e) o título “Marcha para a multipolaridade” a) meridiano inicial.
demonstra claramente que os Estados
b) longitude.
Unidos vão defender, mesmo que pela
força militar, seus interesses econômi- c) latitude.
cos em todo o planeta. d) 0o de latitude.
e) equador.
QUESTÃO 6
Em um mapa, a menor distância entre duas
cidades é representada por 8cm. A distância
real entre as duas cidades é de aproxima-
damente 400km em linha reta. Conclui-se
então que o mapa foi elaborado na escala
a) 1:5.000.000
b) 1:50.000.000
 Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa E.
Comentários:
a) O poema demonstra a desigualdade so-
cial no Brasil.
b) Não se trata de um caso fictício e sim
de uma realidade social de nosso país.
c) O poema não trata de questões cultu-
rais e sim econômicas.
d) O poema apresenta a desigualdade so-
cial no Brasil.
e) Nesta alternativa está a ideia principal
do poema, que trata da grande desigual-
dade que existe em nosso país: uma pe-
quena parcela da população tem todas
as condições possíveis e a grande maio-
ria mal pode ou nem consegue consumir
aquilo que produz –no caso, o açúcar.
62
QUESTÃO 2
Alternativa D.
Comentários:
a) Não existe nos dois exemplos a projeção
de Mollweide: no mapa 1 está a projeção
de Mercator e no mapa 2, a de Peters.
b) A posição dos continentes não torna um
mapa errado, qualquer continente pode
estar no centro, e isso é fruto de uma
escolha do geógrafo ou cartógrafo.
c) São as áreas próximas ao polo que es-
tão distorcidas. A projeção de Merca-
tor altera muito o desenho nos polos.
Tomando como base a Groenlândia e
comparando com o Brasil, na projeção
de Mercator a Groenlândia parece muito
maior do que realmente é.
d) Nesse caso, observe a base da pirâmide,
perceba que é muito acentuada a queda
nos nascimentos. A população adulta pas-
sa a ser maior que a juvenil, fazendo com
que a pirâmide seja mais larga no meio.
e) Essas duas projeções são ainda muito
usadas em livros e atlas e isso não
tem nenhuma ligação com o sistema
de fusos.
QUESTÃO 3
Alternativa B.
Comentários:
a) É demonstrado que no Brasil tem au-
mentado o desmatamento. Todas as se-
manas há notícias acerca disso, sendo
importante se manter atualizado, pois o
Enem costuma abordar essas notícias
que não interessam apenas aos brasilei-
ros, chamando a atenção principalmen-
te na Europa e na América do Norte.
b) Esta é a correta e é muito importante
ficar atento à legenda do mapa.
c) Não há nada que indique isso nos ma-
pas.
d) Rondônia é um dos estados que perdeu
quase a totalidade da sua vegetação nati-
va. Comparando os dois mapas, entende-
-se melhor essa afirmação.
e) Não há nada no mapa que indique isso.
A legenda deve ser consultada para se
comparar com as alternativas.

QUESTÃO 4
Alternativa B.
Comentários:
a) Acontece uma diminuição: a base da
pirâmide apresenta um grande decrés-
cimo das faixas etárias menores, princi-
palmente de 0 a 4 e de 5 a 9 anos.
b) Esta é a resposta correta: diminui o nú-
mero de nascimentos.
c) Deve-se observar o topo da pirâmide,
onde o Brasil tem se expandido: a ex-
pectativa de vida tem aumentado muito
e isso pode provocar sérios problemas
para a previdência, que tem sido tema
recorrente nos noticiários porque o bra-
sileiro está vivendo mais, passando
mais tempo aposentado.
d) A população juvenil não está crescendo
em ritmo acelerado, mas a adulta sim
– conforme se percebe observando o
meio da pirâmide, onde está a popula-
ção adulta.
e) Ao contrário, nesse ponto o Brasil come-
ça a ter as mesmas características de
um país desenvolvido: baixa natalidade,
baixa mortalidade e longevidade.
QUESTÃO 5
Alternativa D.
Comentários:
a) A Guerra Fria é resultado da Segunda
Guerra Mundial e do confronto entre
União Soviética e Estados Unidos por
áreas de poder no planeta.
b) Foram desmanteladas as velhas potên-
cias, podendo ser gerado um mundo
com várias potências econômicas.
c) O texto não se refere a questões milita-
res, mas sim econômicas.
d) Esta é a alternativa correta. Foi necessá-
rio fazer relações entre o que se apren-
deu em aula em um texto produzido
para uma revista de circulação nacional
e internacional.
e) Não existe menção a isso no texto.
QUESTÃO 6
Alternativa A.
Comentário:
Em problemas assim, é preciso ficar aten-
to à pergunta do enunciado. Neste caso,
pergunta-se qual é a escala do mapa. Como
nas alternativas só há escalas numéricas,
é preciso encontrar esse valor aplicando a
regra de três, conforme o desenvolvimento
abaixo.
E = Escala - ?
D = distância real aproximada –400km
d = distância no mapa –8cm
D400/d800 = 50
50 x 100 000 = 5 000 000 63
Logo, a escala numérica é 1:5.000.000
QUESTÃO 7
Alternativa A.
Comentários:
a) Quanto menos reduzida for uma área,
mais detalhes estarão no mapa. Claro
que neste caso também há pouca área.
E quanto mais detalhes, menos área é
representada.
b) Não é com a escala que se localiza,
mas sim com latitude e longitude, que
são coordenadas geográficas.
c) Fusos são longitudes e se referem a
horas. A cada 15o de longitude, temos
uma hora.
 d) Pelo contrário, é o número de vezes que
a escala foi reduzida.
e) Os hemisférios Norte e Sul são deter-
minados pelo equador e Leste e Oeste,
pelo GMT.

QUESTÃO 8
Alternativa B.

Comentários:
a) O meridiano de Greenwich é uma longi-
tude: ele é a linha 0o, que divide o plane-
ta em leste e oeste.
b) Longitudes são semicírculos. O meridia-
no de Greenwich é 0o. De 0o, segue até
180o para leste e mais 180o para oeste,
somando um total de 360o.
c) É uma longitude e não latitude. Latitu-
des são círculos que começam no equa-
dor (0o) e vão 90o para o norte e 90o
para o sul.
d) Neste caso, é a latitude.
e) Equador é uma latitude.

64
 Aula 2
a) o Brasil está entre os países que me-
QUESTÃO 1
lhor resolveram o problema do trabalho
infantil nos últimos anos e praticamente
Malthus é um dos grandes pensadores da
o erradicou.
demografia e entre suas principais ideias
estão a de que b) exceto o Brasil, o trabalho infantil é uma
a) a população cresce no mesmo ritmo realidade nos países latino-americanos
que a produção de alimentos. A fome é por causa do modelo econômico que
resultado de uma distribuição desigual vem desde a colonização.
que pode ser resolvida facilmente. c) os direitos da criança, resguardados
b) a população cresce em progressão geo- pelo Estatuto da Criança e do Adoles-
métrica (PG) e a produção de alimentos, cente, estão sendo cumpridos na reali-
em progressão aritmética (PA). dade brasileira.
d) o direito da criança de “ser compreen-
c) a sociedade é capaz de se organizar e fa-
dida e protegida, e devem ter oportuni-
zer o seu próprio controle de natalidade.
dades para seu desenvolvimento físico,
d) a produção de alimentos cresce em pro- mental, moral, espiritual e social, de for-
gressão geométrica (PG) e a população, ma sadia e normal e em condições de
em progressão aritmética (PA). liberdade e dignidade” é hoje uma reali-
e) a população dobraria em número de 100 dade em todo o mundo.
em 100 anos –essa previsão, Malthus e) o trabalho infantil ainda é em nosso país
errou. uma realidade muito presente e ainda 65
há muito para ser resolvido.
QUESTÃO 2
QUESTÃO 3
Meu pai me contou
que É mesmo? Leia abaixo o fragmento de um artigo de
têm crianças que Então nunca vamos
precisam poder brincar com jornal.
trabalhar para viver. elas?
IESDE Brasil S.A.

A redução da taxa, em 2005, para 2,0

filhos por casal deixava o Brasil em uma
situação de “estabilidade” populacional.
Se cada casal continuasse a ter dois filhos,
a população simplesmente seria reposta,
ou seja, para cada duas pessoas que mor-
ressem, nasceriam outras duas. Porém, a
tendência é que esses índices continuem
caindo, o que já foi observado em 2006
(1,8). A projeção do Instituto Brasileiro de
No cartum acima, há uma ironia cruel pro- Geografia e Estatística (IBGE) é de que a
curando demonstrar que taxa de fecundidade em 2050 seja de 1,61.

No Paraná, onde em 2006 esses valores
já eram de 1,81, a previsão é de que che-
guem a 1,39 ao fim desse período. Se a
previsão se confirmar, o Brasil deverá en-
frentar problemas como os que já ocorrem
em países europeus. O envelhecimento da
população exige investimentos em políticas
públicas nas áreas de saúde, previdência,
acessibilidade, entre outras. A diferença é
que, enquanto nos países da Europa esse
declínio teve início ainda com o processo de
industrialização e ocorreu de forma gradual,
durante cerca de 100 anos, no Brasil, a di-
minuição da fecundidade se deu em pouco
mais de 40 anos.
(Disponível em: <http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/
vidaecidadania/conteudo.phtml?id=783837>.)
QUESTÃO 4
Leia o mapa e depois assinale a afirmação que mais se relaciona com ele.
66
Essa drástica mudança na estrutura popu-
lacional está ligada diretamente
a) ao comportamento masculino, que ado-
tou práticas como os anticoncepcionais
e a vasectomia.
b) a um controle populacional adotado
no Brasil, principalmente pelo governo
militar.
c) a avanços na medicina que só chegaram
ao Brasil a partir dos anos 1980.
d) a uma série de profundas mudanças em
fatores sociais e culturais, relacionados
principalmente à mulher brasileira.
e) a uma imposição do governo democrático
que se instalou no final dos anos 1980.
Laércio de Mello.
 a) O mapa-múndi anterior representa a
divisão do mundo em blocos de poder
durante a Guerra Fria, que durou do
fim da Segunda Guerra Mundial (1939-
1945) até a queda do muro de Berlim,
em 1989.
b) A deriva continental é uma teoria apre-
sentada por Júlio Verne no primeiro ca-
pítulo do seu romance Viagem ao Centro
da Terra.
c) A deriva continental é uma teoria desen-
volvida pelo pesquisador alemão Alfred
Lothar Wegener (1880-1930), para quem
os continentes já estiveram todos em
um mesmo local e agora flutuam sobre
o magma que existe no interior do pla-
neta.
d) Esse é o mapa que melhor destaca as
eras geológicas do planeta Terra, desde
o Devoniano até o Triássico Jurássico.
e) Aqui se apresenta a teoria tectônica de
placas, que só foi comprovada a partir da
década de 1960, com o sistema de po-
sicionamento global (Global Positioning
System –GPS).
QUESTÃO 5
A escala é um dos principais elementos
existentes nos mapas. Qual é a distância
aproximada entre Belo Horizonte e São Paulo
sabendo que no mapa de escala numérica
1:12.500.000 essas duas cidades estão
separadas por 4cm?
a) 550km
b) 200km
c) 50km
d) 500km
e) 1 500km
QUESTÃO 6
Dos itens abaixo, qual representa elementos
que interferem no clima de uma região?
a) Longitude e relevo.
b) Relevo e latitude.
c) Solos e longitude.
d) Solos e relevo.
e) O relevo é o principal de todos.
QUESTÃO 7
Sobre os sistemas de projeção, considere
o que for verdadeiro.
I. Projeção cilíndrica de Mercator: entre
as projeções cilíndricas, uma das mais
conhecidas é a de Mercator. Nela, a
esfera terrestre é transformada em um
cilindro com as bases situadas nas re-
giões equatoriais, ou seja, a Terra é
transformada em um cilindro “deitado”.
Os paralelos e os meridianos se cruzam
em linhas retas e perpendiculares. As
regiões centrais equatoriais são repre-
sentadas na verdadeira grandeza e as 67
altas latitudes são deformadas com as
dimensões exageradas.
II. Projeção cônica: nesta projeção, um dos
hemisférios é transformado em cone e
posteriormente planificado (aberto). Ca-
racteriza-se por apresentar paralelos retos
e meridianos curvos, sendo utilizada para
representar regiões de médias latitudes.
III. Projeção azimutal: neste tipo de proje-
ção, os paralelos são círculos concên-
tricos e os meridianos retos convergem
para os polos. É a mais utilizada para
a representação das regiões polares. As
projeções polares correspondem a um
tipo de projeção azimutal em que um
dos polos ocupa o centro da projeção.
 Agora, assinale a alternativa correta.
a) Apenas I é verdadeira.
b) O único erro está na afirmação sobre
a projeção de Mercator, pois os países
tem o desenho distorcido, mas seu ta-
manho é preservado.
c) As projeções azimutais são mais apropria-
das para áreas próximas ao equador.
d) Todas as afirmativas são verdadeiras.
e) As projeções cônicas são indicadas para
representar o mundo nas regiões polares.
QUESTÃO 8
Leia o texto a seguir depois responda a
questão proposta.
Lentes sobre a Amazônia
Pesquisadores percorrem 9 200km da
floresta e completam o projeto sonhado
em 1799 pelo cientista Alexander von
Humboldt.
Eduardo Hollanda
68 Um projeto pode levar 200 anos para
ser concretizado. Difícil é esperar para ver.
O cientista alemão Alexander von Humboldt,
por exemplo, não conseguiu realizar a sua
maior empreitada. Em 1799, montou uma
expedição e saiu em viagem pelo mar do
Caribe. O sonho era subir o rio Orinoco na
Venezuela e atravessar a bacia Amazônica
até alcançar o oceano Atlântico, na costa do
Pará. Só conseguiu cumprir a primeira parte.
Ao chegar à fronteira brasileira, no canal
de Cassiquiare, Humboldt foi impedido de
entrar no território tupiniquim pela burocra-
cia lusitana. O Brasil não passava de uma
colônia de Portugal e o conceituado cientis-
ta não parecia ser tão conceituado assim.
Dois séculos depois, 39 pesquisadores da
Universidade de Brasília (UnB) e de outras
nove universidades do Brasil e do exterior
encamparam o projeto do alemão
A equipe partiu do Caribe em 1.o de se-
tembro e conseguiu alcançar o Atlântico no
dia 4 de novembro, dessa vez com o apoio
dos governos do Brasil e da Venezuela.
Foram 9 200 quilômetros navegados em
18 rios e canais da região. Os pesquisa-
dores repetiram o percurso de Humboldt e
seguiram em frente. Desceram o rio Negro
até Manaus e, depois de percorrer o Tapa-
jós e o rio Trombetas, chegaram à foz do
Amazonas, contornando a ilha de Marajó
até Belém do Pará.
Diversidade –Durante os 64 dias da ex-
pedição –que ainda incluiu uma viagem por
terra de Macapá até o rio Oiapoque, na fron-
teira do Brasil com a Guiana Francesa – , os
cientistas realizaram estudos em 18 áreas de
pesquisa tão diversas quanto microbiologia,
ornitologia e história. “A expedição permitiu
que fizéssemos um mapeamento completo
da Amazônia. A região foi contemplada em
todas as suas peculiaridades e as conse-
quências serão muito positivas”, afirma um
dos coordenadores da expedição, o professor
Victor Leonardi, da UnB.
(IstoÉ, n. 1.625, 17 nov. 2000)
Segundo a matéria e seus conhecimentos,
podemos concluir que
a) Humboldt nunca foi um conceituado
cientista –caso contrário, ele teria feito
pesquisas no Brasil.
b) a Amazônia sempre foi uma fronteira a
ser conquistada, pois pouco se sabe so-
bre a biodiversidade da região.
c) por questões políticas com a Venezuela,
Humboldt não pôde entrar em território
brasileiro.
d) essa expedição foi o que restava para
concluir o mapeamento de toda a re-
gião, fato que o Brasil tentava desde a
primeira visita de Humboldt.
e) como uma nação já instalada, o Brasil
tinha todo o direito de impedir que Hum-
boldt fizesse pirataria em seu território.
Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa B.
Comentários:
a) Para Malthus, os limites naturais impe-
diriam o ser humano de progredir. Por
causa de um limite natural, faltaria ali-
mento para todos.
b) Essa é a ideia de Malthus: com a discre-
pância entre o crescimento populacional
(progressão geométrica) e o crescimen-
to da produção (progressão aritmética),
QUESTÃO 3
faltariam alimentos para as pessoas.
c) Segundo Malthus, a sociedade é inca-
paz de fazer um planejamento familiar –
essa ideia cabe melhor no marxismo.
d) Malthus afirmou justamente o contrário;
a produção de alimentos cresce em pro-
gressão aritmética (PA) e a população,
em progressão geométrica (PG).
e) Segundo Malthus, a população dobraria
em um período de 25 anos, sempre em
progressão aritmética.
QUESTÃO 2
Alternativa E.
Comentários:
a) Não é verdade: apesar de alguns avan-
ços, o Brasil ainda apresenta sérios pro-
blemas em relação ao trabalho infantil.
b) Não é verdade: o trabalho infantil acon-
tece também em nosso país.
c) O cartum está sendo irônico e não ates-
tando a diminuição do trabalho infantil.
d) O cartum não faz menção explícita a
esse artigo da Declaração dos Direitos
da Criança e muito menos a seu cumpri-
mento ou não.
e) Essa é uma realidade presente no Bra-
sil: principalmente nas capitais, é gran-
de o número de crianças trabalhando
em sinais de trânsito, vendendo balas e
prestando serviços –sem falar na pros-
tituição. Nesse tema, o Brasil ainda tem
muito por fazer.
Alternativa D.
Comentários:
a) Não é verdade: em várias classes so-
ciais, o brasileiro ainda tem atitudes
machistas e pensa que evitar filhos é
uma responsabilidade feminina.
b) O governo nunca adotou uma postura
clara sobre a natalidade no país, pois 69
isso envolve questões culturais que po-
dem tirar votos. Portanto, na maioria das
vezes, não adotou medidas extremas.
c) Não é essa a explicação, pois principal-
mente os remédios já existiam nos anos
1980: o fato está relacionado com mu-
danças sociais e culturais.
d) Esta é a afirmação verdadeira: depois do
êxodo rural (a partir de 1960), a sociedade
brasileira passou por grandes alterações.
e) O governo que se instalou após o fim
da ditadura não tomou posição explícita
sobre o tema.

QUESTÃO 4
Alternativa C.
Comentários:
a) Esse mapa não é geopolítico e sim físico,
representando as placas tectônicas.
b) Júlio Verne acertou em muitas previsões,
mas ele trabalhava com ficção científica,
era um escritor e não um cientista.
c) Esta é a alternativa correta, e apresenta
a teoria atualmente aceita para explicar a
distribuição dos continentes no planeta.
d) O que melhor representa as eras é a ta-
bela geológica e não um mapa.
e) O erro nessa alternativa está na data e
no GPS.
QUESTÃO 5
Alternativa D.
Comentário:
Em problemas assim, sempre se deve ficar
atento à pergunta.
70
Neste caso, o objetivo é descobrir a distân-
cia real.
Quando a escala é numérica e é necessário
saber quantos quilômetros equivalem a 1cm,
faz-se uma divisão por 100.000.
Então
12.500.000/100.000 = 125 1cm vale
125km.
A resolução deste problema pode tomar o
caminho abaixo.
E = escala –1:12.500.000
D = distância real - ?
d = distância no mapa –4cm
D = d.E
D = 4 x 125 = 500km
QUESTÃO 6
Alternativa B.
Comentários:
a) A longitude é uma referência para horas
e não interfere no clima.
b) Esta é a correta. Quanto maior a altitu-
de, menor a temperatura, pois no alto o
ar é mais rarefeito. E quanto menor a la-
titude, maior a temperatura, pois quanto
mais próximo do Equador (0o), maior é
a incidência do sol e mais altas são as
temperaturas, ao passo que se aproxi-
mando dos polos ocorre o inverso: ali
as latitudes são maiores e as tempera-
turas, mais baixas.
c) Nem o solo e nem a longitude interferem
no clima. A latitude, sim. Quanto mais
próximo do equador –0o –maior a tem-
peratura e quanto mais próximo do polo,
ou seja, 90o, menor a temperatura.
d) O relevo sim, mas o solo não interfere.
e) O relevo sozinho não é o principal, sem-
pre existe uma combinação: relevo e
vegetação, latitude, continentalidade,
maritimidade etc.
QUESTÃO 7
Alternativa D.
Comentários:
a) É justamente o contrário: todas a afir-
mações são verdadeiras.
b) A projeção de Mercator tem distorções
nas áreas das regiões polares, que
sempre parecem maiores.
c) As projeções azimutais são indicadas
para mostrar regiões polares e não
equatoriais.
 d) Lembre-se que a Terra é um geoide, de-
senrolar essa forma exige que se faça
uma projeção e cada projeção escolhida
vai fazer a representação da Terra ter
um desenho diferente.
e) Esta projeção é utilizada principalmente
para a representação das regiões adja-
centes às latitudes médias.

QUESTÃO 8
Alternativa B.

Comentários:
a) Humboldt foi um dos grandes persona-
gens de sua época –apenas Napoleão
tinha igual fama.
b) A Amazônia é uma das regiões do plane-
ta menos conhecidas, seja do ponto de
vista de sua geografia, sua biologia, sua
geologia etc. Conclui-se que a Amazônia
sempre foi uma fronteira a ser conquis-
tada, pois pouco se sabe sobre a biodi-
versidade da região.
c) A questão não era com a Venezuela,
mas com a Prússia.
71
d) Ainda hoje a Amazônia não está mapea-
da e falta muito para que isso aconteça.
e) O Brasil ainda não tinha o status de na-
ção, o que só veio a se concretizar com
a chegada da família real, em 1808.
72
 Aula 3
QUESTÃO 1 QUESTÃO 2
Analise o gráfico abaixo e depois assinale Analise os mapas a seguir.
a alternativa correta.

Laércio de Mello.
IBGE.
%
40
35
30 População entre
25 0 e 14 anos
20
15 População acima
10 dos 60 anos
5
0
1980 1990 2000 2010 2020

a) A natalidade vai começar a crescer a

partir de 2020, segundo o IBGE.
b) A queda na natalidade se deve ao con-
trole que o governo impôs nas últimas
décadas.
c) No início de 2000, o Brasil tinha apro-
ximadamente 170 milhões de habitan- 73

Laércio de Mello.
tes e em 2009, aproximadamente 194
milhões, segundo a página do IBGE na
internet, provando que a natalidade em
nosso país ainda é grande.
d) São nítidos a diminuição da natalidade
e o aumento da expectativa de vida do
povo brasileiro.
e) Segundo o gráfico, o Brasil vem tendo
uma grande queda no número absoluto
de habitantes.
 b) A região Nordeste permaneceu como

Laércio de Mello.
área repulsora de população, apesar de
ter ocorrido variação tanto na quantida-
de quanto no destino dos migrantes.
c) A região Centro-Sul do país destacou-se
como uma área onde só aconteceu a
imigração.
d) O Sul é a região que esta recebendo
de volta seu emigrantes da década de
1970.
e) A região Nordeste é a que mais recebe
população por causa da implantação de
áreas irrigadas pelas águas do rio São
Francisco.

QUESTÃO 3
De acordo com os mapas acima, assinale
a alternativa correta. Compare o mapa da vegetação original do
a) O Nordeste sempre foi uma região en- Brasil com os esquemas a seguir.
volvida com a migração pendular.

Laércio de Mello.
74

O mapa anterior representa os prováveis limites das formações vegetais de parte do território
brasileiro à época do descobrimento.
 As formações vegetais e o relevo do perfil Sérvia e Montenegro: a evolução das
F-G no mapa estão corretamente represen- fronteiras políticas (do século XIX ao XXI)
tados em

Laércio de Mello.
a)

Laércio de Mello.
b)

Laércio de Mello.

c)

Laércio de Mello.
Laércio de Mello.

d)
Laércio de Mello.

75
e)
Laércio de Mello.

Laércio de Mello.

QUESTÃO 4
Analise os mapas a seguir e depois as afir-
mações sobre eles.
 I. São caracterizados os problemas de

Laércio de Mello.
ordem étnico-territorial na Europa dos
Bálcãs, refletindo as seculares disputas
em uma região dominada pelos sérvios
no último século.
II. São representados os conflitos entre as
identidades nacionais na Europa, o que
foi reforçado pela dissolução dos Esta-
dos socialistas no Leste europeu na últi-
ma década do século XX.
III. É exemplificada a causa típica dos con-
flitos que assolaram os Bálcãs, princi-
palmente após a Guerra Fria, quando
sérvios espalhados por outros territó-
Laércio de Mello.

rios da antiga Iugoslávia lutaram para

manter sua hegemonia na região.

Entre as afirmações acima,

a) apenas I está correta.
b) apenas II está correta.
c) apenas III está correta.
d) apenas I e II estão corretas.
e) todas estão corretas.

QUESTÃO 5
76
Laércio de Mello.

O mapa a seguir se refere a um importante

momento da geopolítica mundial.

Esse mapa demonstra a
a) nova divisão de poder na Europa após a
crise econômica de 2008.
b) criação de novos países após a queda
do muro de Berlim, em 1989.
c) divisão de poder ocorrida em território
europeu durante a Guerra Fria.
d) divisão da Europa com o fim da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918).
Laércio de Mello.
de vida da população nos municípios e em
seus recortes internos, como distritos, bair-
ros e localidades, rurais ou urbanas, cujas
realidades dependem de seus resultados
para serem conhecidas e terem seus dados
atualizados.
77
Mortalidade infantil Brasil 1930/ 1990
Censo Demográfico 1940-1991. Rio de Janeiro: IBGE, 1950-1997; Pesquisa nacional por
amostra de domicilios 1992-1993, 1995. Rio de Janeiro: IBGE, v. 15-17, 1997.
Taxa de mortalidade infantil (%)
Nordeste

Sudeste

Centro-
-Oeste
Brasil

Norte

e) potências nucleares após a Segunda Ano

Sul

Guerra Mundial (1939-1945).

1930 162,4 193,3 193,2 153,0 121,0 146,0

QUESTÃO 6 1935 152,7 170,0 188,0 145,0 120,0 133,0
1940 150,0 166,0 187,0 140,0 118,0 133,0
Segundo o IBGE, 1945 144,0 156,0 185,0 130,0 113,0 123,0
1950 135,0 145,4 175,0 122,0 109,0 119,0
Os censos populacionais produzem 1955 128,2 127,5 169,6 108,0 94,7 114,0
informações imprescindíveis para a de- 1960 124,0 122,9 164,1 110,0 96,0 115,0
finição de políticas públicas e a tomada 1965 116,0 111,3 153,5 96,0 84,0 99,0
1970 115,0 104,3 146,4 96,2 81,9 89,7
de decisões de investimento, sejam eles
1975 100,0 94,0 128,0 86,0 72,0 77,0
provenientes da iniciativa privada ou de
1980 82,8 79,4 117,6 57,0 58,9 69,6
qualquer nível de governo, e constituem a
1985 62,9 60,8 93,6 42,6 39,5 47,1
única fonte de referência sobre a situação 1990 48,3 44,6 74,3 33,6 27,4 31,2
 Mortalidade infantil média, segundo anos de
etnias e não cabe na descrição religiosa e
estudo da mãe
fundamentalista que ainda prevalece.
Brasil –1986/1995
Shlomo Sand

Pesquisa nacional sobre demografia e

saúde 1996. Rio de Janeiro: Benfam,
1997.
Taxa de Taxa de
Anos de morta- Anos de morta- Qualquer israelense sabe que o povo
estudo da lidade estudo da lidade
judeu existe desde a entrega da Torá no
mãe infantil mãe infantil
monte Sinai e se considera seu descen-
(%) (%)
dente direto e exclusivo. Todos estão
Menos de 1 93,0 5 a 8 38,0
convencidos de que os judeus saíram do
1a3 70,0 9 a 11 28,0
4 42,0 12 ou mais 9,0
Egito e fixaram-se na Terra Prometida, onde
edificaram o glorioso reino de Davi e Salo-
mão, posteriormente dividido entre Judeia e
A partir do texto e das tabelas anteriores, Israel. E ninguém ignora o fato de que esse
assinale a alternativa correta. povo conheceu o exílio em duas ocasiões:
a) A menor mortalidade infantil no Brasil depois da destruição do Primeiro Templo,
nos anos de 1990 estava nos estados no século 6 a.C., e após o fim do Segundo
da região Nordeste. Templo, em 70 d.C.
b) Na década de 1960, todas as regiões Foram quase dois mil anos de errância
tiveram uma diminuição na mortalidade desde então. A tribulação levou-os ao Iêmen,
infantil. ao Marrocos, à Espanha, à Alemanha, à
Polônia e até aos confins da Rússia. Feliz-
c) A região Sul é a que apresentou a menor
mente, eles sempre conseguiram preservar
taxa de mortalidade infantil na década
os laços de sangue entre as comunidades,
de 1990.
tão distantes umas das outras, e mantive-
d) Existe pouca relação entre a mortalidade ram sua unicidade.
infantil e a escolaridade da mãe, provan-
(Disponível em: <http://diplo.uol.com.br/2008-09,a2608>.)
do que investindo apenas em saúde ma-
78 terna o problema da mortalidade pode
ser resolvido. A partir da leitura do texto acima e de seus co-
e) A região Nordeste apresentou uma que- nhecimentos, assinale a alternativa correta.
da na mortalidade bem maior que a da a) Os conflitos entre judeus e palestinos es-
Região Norte. tão relacionados à disputa territorial de
áreas situadas no golfo Pérsico, em fun-
ção de essas áreas possuírem grandes
QUESTÃO 7 jazidas de petróleo e mananciais de água
potável representados pelo rio Jordão.
A complexa gênese do povo judeu b) Atualmente, uma paz definitiva entre ju-
Descobertas arqueológicas e etnográ- deus e palestinos é dificultada por al-
ficas recentes revelam: a ideia de que os guns obstáculos como a disputa pelo
judeus seriam descendentes diretos de controle da cidade sagrada de Jerusa-
Moisés, Davi e Salomão é uma farsa ide- lém, a existência de grupos radicais em
ológica. Como tantos outros povos, eles ambos os lados e a existência de co-
formaram-se em um processo histórico lônias judaicas em território palestino
rico e contraditório, que envolve múltiplas ocupado por Israel.
c) Os conflitos entre judeus e palestinos
são decorrentes de disputa territorial
por áreas ocupadas pelos palestinos
após a Segunda Guerra Mundial (1939-
1945).
d) Os conflitos entre judeus e palestinos
tiveram interferência de grandes potên-
cias ocidentais, como os Estados Uni-
dos, que apoiou Israel, e da Inglaterra,
que passou a apoiar o povo palestino,
desencadeando assim um conflito que
dura até hoje.
e) Israel construiu um muro na Cisjordânia
para separar as colônias judaicas das ci-
dades entregues à autoridade palestina,
facilitando o estabelecimento de um acor-
do de paz, assim como a criação do Esta-
do Palestino com territórios contínuos.
QUESTÃO 8
Os mapas a seguir mostram o continente
africano em dois momentos. Analise esses
mapas e depois assinale a alternativa que
mais se relaciona com eles.
IESDE Brasil S.A.
79
 IESDE Brasil S.A.
80

a) A África foi o primeiro continente a formar um Estado organizado nos moldes que conhece-
mos hoje, antes mesmo da Europa.
b) Diferentemente da América, a África nunca foi colonizada –caso contrário, seus países
seriam hoje grandes potências.
c) O processo de descolonização se deu com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
d) O processo de descolonização se deu com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
e) A França é um dos poucos países europeus que nunca explorou a África.
Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa D.
Comentários:
a) Não é verdade: segundo o gráfico, tende
a diminuir ainda mais.
b) O Brasil não tem controle de natalidade.
c) O crescimento populacional está asso-
ciado mais à expectativa de vida que
aos nascimentos.
d) O gráfico mostra claramente que acon-
teceu uma grande queda na natalidade
brasileira. Isso se deve a vários fatores,
como o êxodo rural, maior escolaridade
da mulher, custo de vida etc.
e) O gráfico mostra queda no número de
habitantes. Mesmo que tenha aconteci-
do uma queda na natalidade, o número
de habitantes do Brasil vem crescendo
e, isso é resultado do aumento na ex-
pectativa de vida.
QUESTÃO 2
Alternativa B.
Comentários:
a) Por um período, a região Sul recebeu
imigrantes, mas a partir de 1960 co-
meçou a ser uma região de emigrantes,
principalmente para o Norte do país.
b) Ainda hoje o Nordeste perde pessoas
para todas as outras regiões do país.
c) A região Sul recebeu imigrantes.
d) Não existem dados para mostrar que
eles estão retornando.
e) O Nordeste é a região de expulsão e não
de recebimento de pessoas.
QUESTÃO 3
Alternativa C.
Comentário:
Para entender esses perfis, é necessário
relacionar com vegetação, clima e relevo,
tudo ao mesmo tempo. O perfil F-G repre-
senta as formações vegetais da floresta
Amazônica, que é uma floresta ombrófila
densa, com temperaturas elevadas, tempe-
raturas médias de 25oC e grande índice de
precipitação, sendo que suas chuvas são
bem distribuídas ao longo do ano.
E é necessário, nesta questão, estabelecer
uma relação com o mapa de relevo. O Enem
pode entender que o aluno de Ensino Médio
conhece o básico do relevo brasileiro e a par-
tir disso consegue ler o mapa de vegetação
e relacionar com o perfil correto.
81
QUESTÃO 4
Alternativa E.
Comentário:
Com o General Josip Broz Tito (1892-1980,
um líder comunista que em 1945 proclamou
a República Popular da Iugoslávia e rompeu
com a URSS em 1948), a Iugoslávia teve uma
orientação diferente dos demais países da
Europa Oriental, afastando-se da União Sovi-
ética e tentando fazer o seu próprio caminho
político. Com a morte de Tito e o fim da Guer-
ra Fria, os problemas existentes pelo fato de
a região ser formada por cinco povos, quatro
idiomas, três religiões e dois alfabetos, não
foi possível manter a união em apenas um
país. Esses são os principais fatores que fize-
ram esse lugar do mundo ter tantas variações
 de limites e tantos países criados. Todas as
alternativas estão corretas.
QUESTÃO 7
QUESTÃO 5
Alternativa C.
Comentários:
a) O mapa é da divisão europeia décadas
antes da crise.
b) Ao contrário, o mapa mostra a Europa
antes da queda do muro.
c) O mapa mostra a divisão de poder du-
rante a Guerra Fria: a legenda indica a
linha que representa a chamada Cortina
de Ferro, que separava as duas ideolo-
gias –capitalismo e comunismo.
d) O mapa mostra a divisão após a Segun-
da Guerra Mundial.
e) Vários dos países representados não
possuem bomba atômica.
QUESTÃO 6
QUESTÃO 8
Alternativa C.
82
Comentários:
a) A região Norte teve a maior e a região
Nordeste, a segunda maior mortalidade
infantil do período.
b) Segundo a tabela, Sudeste, Sul e Centro-
-Oeste tiveram um acréscimo nessa dé-
cada.
c) A região Sul é a que apresentou a menor
taxa de mortalidade infantil na década de
1990 e isso é resultado de uma série de
fatores –maior escolaridade, maior po-
der de compra, entre outros dados.
d) Quanto maior a escolaridade, menor a
taxa de mortalidade.
e) Segundo a tabela, a região Norte teve
dados mais positivos que a Nordeste.
Alternativa B.
Comentários:
a) O conflito não se dá no golfo Pérsico e
sim nas margens do mar Morto, nas co-
linas de Golã e seus arredores.
b) Entre outros obstáculos, a paz entre
judeus e palestinos é dificultada pela
disputa pelo controle de Jerusalém, os
grupos radicais de ambos os lados e a
existência de colônias israelenses em
territótios palestinos.
c) Os conflitos entre judeus e palestinos
são decorrentes de disputa territorial
por áreas ocupadas pelo exército de Is-
rael e não pelos palestinos.
d) Os palestinos nunca tiveram o apoio da
Inglaterra.
e) Esse muro é um dos grandes entraves
para que exista a paz.
Alternativa D.
Comentários:
a) Até o final da Segunda Guerra Mundial, a
África era apenas uma colônia da Europa.
b) O primeiro mapa mostra justamente o
contrário: a que país europeu pertencia
cada porção do continente africano.
c) A descolonização só se deu a partir do
fim da Segunda Guerra Mundial.
d) Poucos pontos da África não foram ex-
plorados por potências europeias e a
descolonização ou libertação do conti-
nente só se deu com o fim da Segunda
Guerra Mundial.
e) A França foi um dos países que mais ex-
plorou a África.
 Aula 4
QUESTÃO 1
Sobre o uso da terra no Brasil, o Estatuto
da Terra assim descreve em seus
Princípios e Definições
Art. 1.o Esta Lei regula os direitos e
obrigações concernentes aos bens imóveis
rurais, para os fins de execução da Reforma
Agrária e promoção da Política Agrícola.
§ 1.o Considera-se Reforma Agrária o
conjunto de medidas que visem a promover
melhor distribuição da terra, mediante mo-
dificações no regime de sua posse e uso,
a fim de atender aos princípios de justiça
social e ao aumento de produtividade.
E o artigo 4.o ainda define o que é módulo
rural, minifúndio, e latifúndio.
Sobre os conceitos de módulo rural, mi-
nifúndio e latifúndio, assinale a questão
correta.
a) O módulo rural tem a mesma defini-
ção que minifúndio, sua nomenclatura
apenas muda de região para região do
país.
b) Módulo rural é uma área fixada em
10 000m2 em qualquer parte do Brasil.
c) O termo minifúndio tem a mesma defini-
ção de propriedade familiar.
d) Minifúndio é a propriedade com área
que não produz o suficiente para uma
familiar ter seu sustento.
e) Todo latifúndio dever ser usado para a
reforma agrária.
QUESTÃO 2
A agropecuária está entre as atividades mais
antigas da humanidade, tendo passado
por uma série de transformações ao longo
de sua história. Com relação a esse tema,
considere as afirmações abaixo.
I. Mesmo com a grande produção de grãos
existente no planeta, uma parcela consi-
derável da população mundial é atingida
pela fome.
A fome é um flagelo criado muito mais
por fatores políticos e econômicos, es-
tando presente, muitas vezes, em paí-
ses que são grandes produtores e ex-
portadores de grãos.
II. Os fatores de produção agrícola são ter-
ra, capital e trabalho. Dependendo do
maior ou menor emprego desses fato-
res, a atividade agrícola é classificada
como extensiva ou intensiva. 83
III. Agricultura intensiva é aquela em que o
aumento da produtividade é alcançado
com a incorporação de insumos e tecno-
logia adequada.
IV. A distribuição da população economica-
mente ativa por setores produtivos, nos
países centrais, revela que é o setor
primário, onde se encontra a atividade
agropecuária, aquele que absorve me-
nos mão de obra.
V. O agronegócio da fruticultura, no vale
do São Francisco, permite a presença,
no meio rural, não apenas da atividade
agrícola, mas também de atividades dos
 setores secundário e terciário, relacio-
nadas ao processo de produção que aí
se desenvolve.
Entre as afirmações acima,
a) apenas I está correta.
b) II, III e IV são as corretas.
c) I, III e V são as únicas corretas.
d) todas estão corretas.
e) I e II são as únicas corretas.
d) ao bloco formado pelos sete países
mais ricos do mundo.
e) Brasil, Rússia, Índia e China.
QUESTÃO 4
No sentido leste-oeste, a extensão do
território brasileiro abrange quatro fusos
horários, a partir do segundo fuso a oeste
do meridiano de Greenwich.

Divulgação.
QUESTÃO 3

BRICs se recuperam antes de países ricos,

diz Economist.

Os grandes países emergentes, mais

precisamente os BRICs, já demonstram
sinais de recuperação econômica enquanto
os países ricos permanecem em recessão,
afirma uma reportagem publicada na revista
britânica Economist, que chega às bancas
nesta sexta-feira. A reportagem analisa a
cúpula dos BRICs, realizada no início da
semana em Ecaterimburgo, na Rússia.
Para a revista, o evento reflete a crescente
84 autoconfiança desses países. “Os maiores
mercados emergentes estão se recuperando
rapidamente e começando a acreditar que a
recessão pode marcar mais um momento da
mudança global que vê o Ocidente perdendo
poder econômico”, diz o texto.
(O Estado de S. Paulo, 19 jun. 2009. Disponível em:
<www.estadao.com.br/noticias/economia,brics-se-recupe-
ram-antes-de-paises-ricos-diz-economist,389823,0.htm>.)
O economista Jim O’Neill cunhou o termo
BRIC no ano de 2002, para se referir
a) a Estados Unidos, Rússia, China e Índia.
b) a Brasil, Rússia, Inglaterra e Canadá.
c) ao Bloco originário da fusão do Mercosul
com a União Europeia para superar a cri-
se que arrasou as economias mundiais
em 2008.
Primeiro fuso horário brasileiro –30o
de longitude oeste. Abrange as ilhas
oceânicas brasileiras, destacando-se o
arquipélago de Fernando de Noronha (PE),
com duas horas a menos que o meridiano
de Greenwich.
Segundo fuso horário brasileiro –45o
de longitude oeste. Neste fuso, situam-
se todos os estados litorâneos, o Distrito
Federal, Goiás, Minas Gerais, Tocantins
e Pará. É o fuso que corresponde à hora
oficial do Brasil.
Terceiro fuso horário brasileiro –60o de
longitude oeste. Atinge os estados de Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia,
Roraima, Pará e parte do Amazonas.
Quarto fuso horário brasileiro –75o de
longitude oeste. Atinge o estado do Acre e
parte do Amazonas.
 Sobre os fusos horários do Brasil, é correto
afirmar que
a) a Lei 11.662, de 24 de abril de 2008,
fez modificações no fuso brasileiro. A
parte ocidental dos estados do Pará e
do Acre (menos quatro horas) passou
para o fuso horário de Greenwich (me-
nos três horas), ou seja, foi incorporado
à mesma hora do Mato Grosso do Sul.
b) a Lei 11.662, de 24 de abril de 2008,
eliminou todos os fusos do Brasil e ago-
ra existe apenas a hora de Brasília. QUESTÃO 6
c) a adequação da Lei 11.662 foi para que
o Brasil tivesse o mesmo horário dos
países do Mercosul.
b) o período em que menos chove é aque-
le com as maiores temperaturas na re-
gião.
c) o inverno é muito rigoroso na região, as
temperaturas chegando a 0oC.
d) o período em que ocorre menor incidên-
cia de chuvas é o inverno.
e) o mês em que há maior número de pre-
cipitações é dezembro.
Sobre o mapa do Brasil, é correto afirmar
que

Laércio de Mello. Adaptado.

d) a Lei 11.662, de 24 de abril de 2008, veio
para legalizar o que já estava em prática
desde o Decreto 2.784, de 18 de junho
de 1913, que tratava do mesmo tema.
e) a Lei 11.662, de 24 de abril de 2008,
tem por objetivo unificar a hora no Bra-
sil, pois com a globalização não faz mais
sentido ter quatro fusos em um país.

QUESTÃO 5
85
O gráfico a seguir apresenta as médias de
precipitações (chuvas) e temperaturas em
Mato Grosso do Sul em um período de 29
anos.
Climograma de Campo Grande (MS)
O autor.

Normal Climatológica de 1961 –1990 a) suas maiores altitudes estão na região

29 275 Sul.
27 225
b) na sua grande maioria, o relevo é de pla-
175
25
125
nície, o que possibilita a navegação por
23
125 rios.
21 75
19 85
c) as regiões Sul e Sudeste são formadas
Jan Fev Mar Abri Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
predominantemente por planícies.
Precipitação (mm)
Temperatura Média (oC)
d) o relevo e os rios possibilitam ao país
ter na hidroeletricidade a sua principal
Sobre esse gráfico, é correto concluir que
fonte energética.
a) houve uma diminuição das chuvas na
região por causa do desmatamento que e) por ter altitudes próximas a três mil
ocorreu nesse período. metros, o Brasil é considerado um país
montanhoso.
 QUESTÃO 7 encontrados em diferentes países e regi-
ões, a agricultura adquire formas variadas
A partir do mapa abaixo, assinale a questão em todo o mundo.
correta.
Baseado no texto acima e em seus conheci-

O autor.
0 500 1000 1500 m
mentos, considere as afirmações abaixo.
N
Mar
I. A agricultura itinerante corresponde a
um sistema agrícola arcaico, típico de
Linha de costa sociedades primitivas, como se verifica
em determinadas áreas da América Lati-
50 na e da África.
100 50
150 100 II. O sistema plantation, introduzido pelos
150
200 200
250 europeus em suas colônias, a partir do
século XVI, caracteriza-se pela utilização
de grandes propriedades, mão de obra nu-
merosa e aplicação de grandes capitais
Mar
na produção de gêneros agrícolas.

a) É representado um relevo plano e favo- III. A agricultura de jardinagem, característi-

rável à agricultura. ca da Ásia, Japão, Indonésia e Tailândia,
é praticada em grandes áreas por meio
b) As maiores altitudes ultrapassam 500 da monocultura. Esse sistema agrícola
metros. utiliza pouca mão de obra manual por em-
c) As linhas demonstram qual é a altitude pregar grande tecnologia mecanizada.
do relevo. IV. A agricultura contemporânea regulada
d) São apresentadas isoietas médias men- pelo mercado caracteriza-se pela crescen-
86 sais. te industrialização do processo de produ-
ção agrícola e pela interferência e domínio
e) A porção mais inclinada do terreno é o
das grandes empresas na industrialização
norte.
e comercialização dos produtos.

QUESTÃO 8 Entre as afirmativas acima,

A agropecuária é um sistema que envol-
ve a análise de vários fatores geográficos,
entre eles fertilidade do solo, topografia,
disponibilidade de água, bem como aspec-
tos socioeconômicos e também questões
ligadas ao desenvolvimento tecnológico,
capitalização, estrutura fundiária, relações
de trabalho. Sendo assim, tende a ser
praticada em condições muito heterogêne-
as. Em face da diversidade de modos de
vida e de produção, das leis trabalhistas
e ambientais, de condições econômicas e
ofertas de crédito, além de outros fatores
a) todas estão corretas.
b) apenas IV não está correta.
c) apenas III está incorreta –I, II e IV são
afirmações verdadeiras a respeito da
agropecuária.
d) IV está incorreta, pois pouco evolui a agri-
cultura e o mercado financeiro não tem
conseguido interferir nesse processo.
e) II está incorreta, pois o sistema de plan-
tation era desenvolvido em pequenas pro-
priedades e não em grandes fazendas.
Gabarito
QUESTÃO 1
Alternativa D.
Comentários:
a) Em cada região existe uma definição di-
ferente, devido a várias fatores –solo,
clima e infraestrutura entre outros.
b) Em cada região existe uma definição di-
ferente, devido a várias fatores –solo,
clima e infraestrutura, entre outros.
c) Minifúndio e propriedade familiar têm
definições diferentes. Esses conceitos
não podem ser usados como se fossem
a mesma coisa.
d) Para o termo minifúndio não existe uma
medida definida, isso tem variação em
cada região do país, mas se considera
minifúndio uma propriedade com área
que não produz o suficiente para uma
família ter seu sustento.
e) Não existem regras quanto a isso.
QUESTÃO 2
Alternativa D.
Comentário:
Produzimos mais alimentos do que pode-
mos consumir, mas o ser humano ainda
não conseguiu desenvolver uma maneira
de distribuir esses alimentos ao ponto de
acabar com a fome no mundo.
Agricultura intensiva é aquela em que o
aumento da produtividade é alcançado com
a incorporação de insumos e tecnologia
adequada, sem necessariamente ter mais
área para cultivar.
Os avanços tecnológicos das últimas déca-
das têm provocado um grande êxodo rural,
forçando as pessoas a buscarem os setores
secundário e terciário da economia.
Todas as alternativas estão corretas.
QUESTÃO 3
Alternativa E.
Comentários:
a) Os Estados Unidos não participam.
b) Inglaterra e Canadá não fazem parte.
c) Não se trata da união, mas da formação
de um novo bloco, composto por países
que não sofreram tanto com os proble-
mas da crise de 2008.
d) Esse é o G7, também conhecido como
G8 porque a Rússia impôs sua partici-
pação.
e) Brasil, Rússia, Índia e China vêm ganhan-
do muito espaço no mercado mundial e
estão percebendo que, caso se unam,
vão ter mais poder de negociação frente 87
aos chamados países desenvolvidos.
QUESTÃO 4
Alternativa A.
Comentário:
Os fusos horários são convenções que cada
país pode organizar conforme prefere.
Existe a chamada hora natural, determinada
pela posição do sol no firmamento, mas
seguir isso a risca geraria uma grande quan-
tidade de horários dentro do Brasil e vários
estados teriam horas diferentes dentro de
seu território. Haveria grandes problemas
para toda a sociedade.
 O Acre (totalmente) e o Pará (parcialmente)
estavam separados do horário de Brasília
QUESTÃO 7
por duas horas e reclamavam que isso ge-
rava problemas. Assim, por meio de uma lei
federal, ficou resolvido que esses estados
teriam apenas uma e não mais duas horas
de diferença em relação a Brasília.
QUESTÃO 5
Alternativa D.
Comentários:
a) Não existe essa informação no gráfico.
b) Justamente o contrário: quando mais cho-
ve, tem-se as maiores temperaturas.
c) Segundo o gráfico, as temperaturas mí-
nimas estiveram em torno de 19oC.
d) O período com menos chuva é o inverno
QUESTÃO 8
e esse tipo de observação deve ser feita
sempre com base no climograma, que é
o gráfico que demonstra a variação dos
elementos como chuva e temperatura
ao longo de um determinado período.
e) Não, é janeiro.
88 QUESTÃO 6
Alternativa D.
Comentários:
a) Pelo contrário, as maiores altitudes es-
tão no Norte.
b) A maioria do relevo brasileiro é formada
por planaltos.
c) Essas regiões são formadas principal-
mente por planaltos, apenas o litoral
apresentando planícies.
d) Grande parte de nossa energia vem das
usinas hidroelétricas e isso só é possí-
vel por termos uma grande quantidade
de rios cujas nascentes se localizam em
planaltos.
e) Essas grandes altitudes ocupam uma pe-
quena área, sendo minoria no território.
Alternativa C.
Comentários:
a) Justamente o contrário: é bastante aci-
dentado.
b) As maiores altitudes atingem 250 me-
tros.
c) A hipsometria foi criada para represen-
tar em um plano as diferentes altitudes
de um determinado relevo. O mapa hip-
sométrico contém linhas demonstrando
a altitude do relevo.
d) Isoietas são linhas com a mesma tem-
peratura e não altitudes.
e) A parte mais inclinada é a porção Sul.
Alternativa A.
Comentário:
A agricultura itinerante é um sistema arcai-
co, típico de sociedades primitivas, como se
verifica em determinadas áreas da América
Latina e da África, mas que com os avanços
tecnológicos vem diminuído.
A plantation, introduzida pelos europeus em
suas colônias no século XVI, caracteriza-se
pela utilização de grandes propriedades,
mão de obra numerosa e aplicação de
grandes capitais na produção de gêneros
agrícolas. E está ligada ao período em que
a América Latina e os países da África
apenas produziam artigos agrícolas para
exportação e importavam tudo o que era
industrializado.
No Japão, na Indonésia e na Tailândia, a agri-
cultura de jardinagem ainda é uma prática
de monocultura em grandes áreas.
Commodities é a palavra que marca a
agricultura contemporânea, regulada pelo
mercado, caracterizada pela crescente
industrialização do processo de produção,
pela interferência e o domínio das grandes
empresas na industrialização e comerciali-
zação dos produtos.
89