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Objetivos da Unidade:
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
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ʪ Material Teórico
Corpo ciliar: realiza a união entre íris e coroide. Possui os processos ciliares, que
realizam a produção do humor aquoso, e o músculo ciliar, que realiza a acomodação
visual, controlando o cristalino;
Veja, na Figura 2, um corte sagital, em que podemos observar todas as estruturas palpebrais.
Figura 2 – Anatomia da pálpebra
Fonte: Adaptada de faculdadefacsete.edu.br
Na Figura 3, observe o aparelho lacrimal e suas estruturas anatômicas.
É uma patologia que vai além de aspectos estéticos, pois compromete a adequada fisiologia de
lubrificação e higiene ocular. Quando atinge a região pupilar, sobrepondo-a, pode causar
ambliopia. Por ser uma afecção congênita, ou seja, adquirida durante a embriogênese, trata-se
de uma malformação em um músculo da pálpebra denominado músculo levantador da pálpebra,
podendo ser também uma disfunção em sua inervação que é realizada pelo nervo oculomotor
(III par craniano). É uma patologia que acomete com maior frequência de forma unilateral.
O tratamento é cirúrgico, sendo necessário determinar previamente o grau de ptose acometida
entre leve, moderado e grave. Martins et al. (2016) relatam que usualmente aguarda-se a criança
atingir idade média de 3 a 4 anos, com exceção quando o grau de ptose é grave e sobrepõe a
pupila; nestes casos, a cirurgia deve ser imediata.
Leve: 2 a 4 mm abaixo;
Moderado: 4 a 6 mm abaixo;
Grave: 6 mm ou mais.
Tipo Causas
Coloboma Congênito
É uma falha ou ausência no comprimento palpebral, causando uma fenda (falta um pedaço da
pálpebra). Usualmente, acomete a pálpebra superior, porém há casos que afetam a pálpebra
inferior e podem estar associados a outras patologias, como a fenda palatina (Martins et al.,
2016).
Figura 6 – Coloboma congênito de pálpebra superior
Fonte: Reprodução
Hemangioma Congênito
Os mais comuns dos hemangiomas são os de origem capilar, em que os capilares são
multiplicados e espalhados. Com maior número de células endoteliais e os vasos, forma-se,
então, uma massa tumoral. Este tumor, na maioria das vezes, é imperceptível ao nascimento e
apresenta grande evolução até os seis meses de vida. Usualmente, dos 6 aos 12 meses a massa
tumoral tende-se a diminuir, e cerca de 80% dos casos desaparecem por volta dos 7 anos de
idade.
Figura 7 – Hemangioma congênito. A (antes do
tratamento) e B (após o tratamento com propranolol)
Fonte: Adaptada de MARTINS et al., 2016
Nos primeiros 6 meses de vida, a criança deve ser acompanhada de forma especial, pelo fato de
que, se houver oclusão do eixo visual, pode favorecer a ambliopia.
O profissional que cuidará desse paciente tem que ter sempre em mente que quanto mais tempo
o paciente manter a oclusão, menos estímulo luminoso terá em uma fase fundamental para a
visão.
Hordéolo
É uma infecção aguda causada por estafilococos, que atinge as glândulas sebáceas palpebrais. É
uma bactéria muito comum, pode ser encontrada em 40 tipos diferentes. O hordéolo é
classificado em externo (quando atinge a glândula de Zeis) e interno (quando atinge a glândula
de Meibomius).
Na fase inicial apresenta dor, edema local e hiperemia (vermelhidão); depois, inicia sua evolução
para o nódulo granulomatoso, transformando, assim, em um edema indolor. Quando não
tratado e se tiver um tamanho maior, pode ser causa de ptose e astigmatismo.
Figura 10 – Ptose provocada pelo calázio
Fonte: Reprodução
Em casos de calázios recorrentes, o profissional deve estar atento, pois pode estar relacionado a
indícios de carcinoma sebáceo, como o adenocarcinoma, carcinoma espinocelular e carcinoma
basocelular (NEHEMY; PASSOS, 2015).
Figura 11 – Carcinoma sebáceo
Fonte: Reprodução
Blefarite
É uma infecção do tipo estafilocócica ou seborreica, que atinge a margem palpebral.
Figura 12 – Pálpebra normal × blefarite
Fonte: Adaptada de nkcf.org
No tipo seborreica existe a associação da seborreia de face (descamação de face causada por uma
inflamação da pele) e couro cabeludo; neste caso, apresenta descamação da pálpebra, secreção
oleosa e acantose (aumento superficial da camada da pele).
O tratamento em sua base está delimitado a uma boa orientação ao paciente. Quanto à
higienização palpebral, pode-se usar xampu neutro ou substâncias higienizadoras manipuladas
específicas, ambas fazem o mesmo efeito e possuem o mesmo objetivo: remover sujidades e as
crostas lesionais.
Triquíase e Distiquíase
A triquíase é uma alteração da posição dos cílios. Eles se encontram posicionados de forma
adequada na lamela anterior da pálpebra, porém crescem de maneira encurvada, sobrepondo ao
bulbo ocular e entrando em atrito com ele.
Figura 13 – Triquíase × distiquíase
Fonte: Adaptada de ALBUQUERQUE et al., 2010
Pode ser causada por um processo crônico inflamatório na margem ou ter origem cicatricial.
Usualmente, é uma patologia adquirida devido a esses motivos.
Figura 14 – Triquíase
Fonte: Reprodução
Na distiquíase existe uma fileira a mais de cílios na lamela posterior; ao contrário da triquíase, é
uma afecção em geral congênita, em outros casos está ligada à inflamação crônica da margem
da pálpebra. Usualmente, essa fileira extra traz cílios que podem ser despigmentados, mais
curtos e finos que os normais.
Figura 15 – Distiquíase
Fonte: Reprodução
Os sintomas relacionados podem ser sensação de corpo estranho, hiperemia ocular, secreção
mucosa, fotofobia e lacrimejamento. O tratamento efetivo consiste em remover os cílios
afetados com epilação mecânica, ou por meios de eletrólise, laser, crioterapia ou incisão
cirúrgica. De forma paliativa, podem ser associados lubrificantes oculares, lentes de contato
terapêuticas.
Entrópio e Ectrópio
São patologias que alteram o posicionamento das bordas palpebrais.
No entrópio há uma inversão da borda da pálpebra, ou seja, a borda, juntamente com os cílios,
toca o bulbo ocular, provocando sintomas como sensação de corpo estranho, lacrimejamento e
fotofobia.
Sua causa pode ser adquirida, tendo origem de forma involucional ou cicatricial. No involucional
ocorre devido à desinserção dos retratores da pálpebra inferior, atrofia de tecidos orbitários,
dentre outros. Já o cicatricial pode ocorrer tanto na pálpebra superior quanto na inferior, suas
principais causas são queimaduras químicas, traumas cirúrgicos, doenças inflamatórias,
infecciosas, autoimunes, provocando retração do tarso e conjuntiva. O tratamento mais eficaz
para esses casos é a cirurgia.
Na forma congênita, considerada rara, Nehemy e Passos (2015) afirmam que se denomina
epibléfaro, em que há uma dobra na pele e acomete mais a pálpebra inferior, sendo muito
comum em asiáticos. Os autores relatam que se deve esperar por remissão espontânea até os 18
meses de vida; caso contrário, a indicação cirúrgica é fundamental se houver sintomas
associados.
Retração Palpebral
A causa principal desta afecção é a Orbitopatia de Graves (doença inflamatória autoimune,
relacionada à disfunção tireoideana), mas há outras causas, como excisão cirúrgica prévia
exagerada de pele e gordura, blefaroplastia com trauma de retratores, compensação de ptose
contralateral.
Celulite Orbitária
Nehemy e Passos (2015) consideram que este seja o principal motivo de órbita aguda em
crianças. A celulite orbitária é uma patologia que surge em consequência de quadros de sinusite
oculta em crianças e adolescentes.
Figura 18 – Celulite orbitária
Fonte: enteducationswansea.org
Na pós-septal acontece diminuição da motilidade ocular, diplopia, dor, febre e prostração. São
casos considerados mais graves, nos quais há necessidade de internação hospitalar para
antibiótico terapia endovenosa de amplo espectro, a fim de evitar complicações como abscessos
cerebrais, meningite, sequelas neurológicas graves e óbitos; na pré-septal esses sintomas não
são presentes, respondendo bema tratamentos orais.
Xantelasma
Manifesta-se como uma lesão amarelada, de conteúdo lipídico, mais frequente no canto interno
da pálpebra. Pode estar associado a distúrbios de aumentos dos níveis de triglicérides e
colesterol no sangue. O tratamento é cirúrgico, indicado por razões estéticas ou quando
compromete a função.
Figura 20 – Xantelasma à direita
Fonte: Reprodução
A produção da lágrima não ocorre nos primeiros dias de vida, o que dificulta e retarda o
diagnóstico. Após 15 dias de vida, a obstrução se apresenta como lacrimejamento, aderência de
secreções nos cílios e fundo de sacos conjuntivais. A taxa de cura espontânea até 12 meses de
vida é de 90% (NEHEMY; PASSOS, 2015). O tratamento é feito com base em massagens,
denominada massagem hidrostática de Crigler, e uso de antibióticos tópicos em casos de
infecção.
Via adquirida é a dacriocistite, que consiste em um processo inflamatório crônico causado pela
obstrução do ducto. De causa desconhecida, porém há casos encontrados associados a traumas,
cirurgias prévias nos seis paranasais, cirurgias nasais e doenças sistêmicas, como tuberculose e
hanseníase.
Há casos em que se evolui como complicação para uma tumoração no canto medial da pálpebra
com edema e hiperemia, que pode ser seguido de fístula, justificando a necessidade de
tratamento medicamentoso com antibióticos e anti-inflamatórios mesmo antes do tratamento
cirúrgico.
Em Síntese
As patologias oculares que acometem as pálpebras e vias lacrimais
podem ter diversas origens, causas e manifestações. Elas podem
comprometer de forma grave todo o aparelho ocular.
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ʪ Material Complementar
Vídeos
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Triquíase e Distiquíase; Entrópio e Ectrópio; Retração
Palpebral
a03u01_ptose_palpebral_adquirida
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Leitura
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ʪ Referências
GOMES, J. A.; ALVES, M. R. Superfície ocular. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2011.
LIMA, A. L.; DANTAS, M. C.; ALVES, M. R. Doenças externas oculares e córnea. Rio de Janeiro:
CBO, 2014.
NEHEMY, M.; PASSOS, E. Oftalmologia na prática clínica. Belo Horizonte: Folium, 2015.