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RESUMO DO LIVRO DE DANIEL

A influência de Daniel no NT vai muito além das cinco ou seis vezes que o livro é citado
diretamente. Muito da história de Daniel reaparece nos trechos proféticos dos evangelhos, das
Epistolas e do Apocalipse. A profecia de Daniel a respeito do Messias vindouro contém uma
descrição dele como (1) a “grande pedra” que esmagaria os reinos do mundo (2.34,35,45); (2)
o Filho do Homem, a quem o Ancião de dias daria o domínio, a gloria e o reino (7.13,14); e (3)
“o Messias, o Príncipe” que viria e seria tirado (9.25,26).

Alguns interpretes crêem que a visão de Daniel, em 10.5-9, trata-se de uma aparição de Cristo
pré-encarnado (cf.Ap 1.12-16).

Daniel contém numerosos temas proféticos plenamente desenvolvidos no NT: e.g a grande
tribulação e o anticristo, a segunda vinda de nosso Senhor, o triunfo do reino de Deus, a
ressureição dos justos e dos ímpios e o Juízo Final. As vidas de Daniel e dos seus três amigos
evidenciam o ensino neotestamentário da separação pessoal do pecado e do mundo, i.e., viver
no mundo incrédulo sem, porém, participar do seu espírito e dos seus modos (1.8;3.12;6.18;
cf. Jo 7.6,15,16,18; 2 Co 6.14 – 7.1)

PROPÓSITO

Há duplo propósito no livro de Daniel: (1) dar ao povo do concerto do AT a certeza de que o
juízo e seu cativeiro entre as nações gentias não seriam permanente; e (2) legar ao povo de
Deus, no decurso de sua história, as visões proféticas da soberania de Deus sobre as nações, e
do triunfo final do seu reino na terra. Este duplo propósito é demonstrado no decorrer do
livro, nas vidas de Daniel e dos seus três amigos, e na mensagem e ministério proféticos de
Daniel. O livro afirma que as promessas de Deus, de preservar e restaurar o seu povo, são tão
firmes como o reino messiânico vindouro que durará para sempre.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Oito características principais assinalam o livro de Daniel. (1) É o mais breve dos quatro
profetas maiores, e o mais lido e estudado de todos os profetas do AT. (2) Nos trechos
proféticos do NT, Daniel é mais frequentemente citado ou aludido do que qualquer outro livro
do AT. (3) É o “apocalipse” do AT e, como o de Apocalipse do NT, revela grandes temas
proféticos de vital importância para a igreja do tempo do fim. (4) Contém o resumo profético
mais detalhado de toda a história final do AT. É a única profecia do AT que estabelece a data
do primeiro advento de Cristo (9.24-27). (5) Revela mais a respeito do seu autor humano do
que qualquer outro escrito profético do AT (com possível exceção de Jeremias). Note-se que
Daniel era homem assinalado por grande integridade de caráter, sabedoria profética e
esforçado na oração e no jejum. (6) Contém o melhor exemplo de intercessão pela restauração
do povo de Deus baseada nas inspiradas promessas da Palavra de Deus (vemos no cap.9,
baseado em Jr 25.11-16; 29.7,10-14). (7) As histórias de Daniel e dos seus amigos estão entre
as mais queridas na Bíblia (especialmente caps 3 e 6). (8) O episódio da “escritura na parede”
durante o banquete de Belsazar é muitíssimo conhecido por toda parte.
Daniel, cujo o nome significa “Deus é meu juiz” , é tanto o personagem principal como o autor
do livro que leva seu nome. A autoria de Daniel não somente é declarada explicitamente em
12.4 como também é subentendia pelas numerosas referencias autobiográficas nos caps. 7—
12. Jesus atribui o livro ao “profeta Daniel” (Mt 24.15), quando cita Dn 9.27

O livro relata eventos a partir da primeira invasão de Jerusalém por Nabucodonosor (605 a.C)
até ao terceiro ano de Ciro (536 a.C) (10.1) O contexto histórico do livro está vinculado a
Babilônia, durante o cativeiro babilônico de Judá de setenta anos de duração profetizado por
Jeremias (c.f Jr 25.11). Daniel era certamente adolescente por ocasião dos eventos do cap. 1, e
octagenário , quando teve as visões dos caps. 9—12. Supõe-se que ele viveu até cerca de 530
a.C., quando teria concluído o livro na última década de sua vida (c.f João e o livro de
Apocalipse). Os críticos modernos que consideram o livro de Daniel como espúrio, e do século
II a.C., orientam-se pelo seu próprio raciocínio filosófico desvirtuado, e não pelos fatos reais.

Por OSIEL BALIEIRO

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