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OBJETIVO GERAL

Sistematizar de uma forma simples e prática os fatores mais relevantes das técnicas de
apresentação, não deixando de realizar uma oportuna e pertinente alusão aos aspectos
comunicacionais, que são tão importantes para o bom entendimento dessas técnicas.

• Saber quais os elementos intervenientes no sistema de comunicação e as respectivas


características de cada um.

• Saber distinguir entre comunicação unilateral e bilateral.

• Compreender os conceitos de ruído e redundância.

• Saber a importância resultante da combinação de fatores biológicos e psicológicos nos


sujeitos do processo comunicacional.

• Identificar as atitudes fundamentais para o sucesso da comunicação e, as suas


características.

• Saber enumerar as características de uma boa exposição.

• Conhecer as competências necessárias para ensinar adultos.

• Saber definir o objetivo da sua apresentação.

• Ter noção da importância da fase da preparação e estruturação, na elaboração de uma


comunicação eficaz.

• Saber adequar os suportes ao tipo de apresentação pretendida.

• Tirar o máximo proveito (considerando vantagens e desvantagens) dos suportes,


tendo em conta as características e objetivos de cada um

• Saber a expressão fisionômica e corporal a adotar numa apresentação.

• Saber como organizar o seu tempo de intervenção, bem como, ter conhecimento das
técnicas a utilizar para controlar o medo e as falhas de memória que possam ocorrer.

• Saber qual a postura a adotar/conhecer como controlar o seu público da melhor forma.

• Saber de que forma poderá promover uma coanimação eficaz, e que beneficie a
comunicação.

Concluir de uma forma sintetizada e prática, o que de principal foi dito durante a sua
apresentação, bem como, saber qual abordagem a utilizar para o seu público avaliar o seu
trabalho, de acordo com a informação que desejar obter.
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APLICAÇÕES PRÁTICAS

Preparar e conduzir corretamente uma exposição oral, controlando a assistência.

PROGRAMA

Preparar e realizar corretamente uma exposição oral e controlar a assistência.

A COMUNICAÇÃO

• Concretizar alguns dos elementos básicos para uma Comunicação efetiva.

• Saber quais os elementos intervenientes no sistema de comunicação e as respectivas


características de cada um;

• Saber distinguir entre comunicação unilateral e bilateral;

• Compreender os conceitos de ruído e redundância;

A COMUNICAÇÃO E SEUS ELEMENTOS

• Comunicar é trocar mensagens. Embora a situação da comunicação possa se


apresentar de muitas maneiras diferentes, comporta sempre alguns elementos que
lhe são característicos e que passaremos a referir:

• O emissor: é o sujeito que envia a mensagem.

• O receptor: é o sujeito que recebe a mensagem.

• A mensagem: é o conjunto de informações transmitidas.

• O código: é o conjunto de sinais e regras que permitem transformar o pensamento


em informação, capaz de ser entendida, na sua globalidade, pelo receptor. O emissor
utiliza o código para construir a sua mensagem (operação de codificação), enquanto
o receptor utiliza o código para compreender a mensagem (operação de
descodificação).

• O meio: é o suporte que permite à mensagem ser conduzida do emissor ao receptor.

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• O contexto: é o conjunto das variáveis que o rodeiam e influenciam a situação de


comunicação.

Poderia ainda falar-se do canal como a via de circulação da mensagem, e como o conjunto
dos objetos e/ou situações reais a que a mensagem se refere. Para o nosso objetivo,
poderemos deixar estes elementos de lado, mas teremos que referir ainda um outro, de
fundamental importância.

O FEEDBACK

Pelo que dissemos até agora poderia supor-se que num processo de comunicação o emissor
conserva sempre esse papel, tal como o receptor, isto é, há um elemento que desempenha
um papel ativo, enviando mensagens, e outro que tem um papel passivo, recebendo
mensagens. Isto, porém, pode ser variável. Designa-se por comunicação unilateral aquela
que efetivamente se processa numa única direção, isto é, do emissor para o receptor, sem
reciprocidade. Mas existe também a comunicação bilateral, onde se verifica uma alternância
de papéis, entre o emissor e o receptor. Recebida a mensagem, o receptor informa o emissor
que recebeu essa mensagem (como a recebeu), o que permite a introdução de correções,
caso pareça não a ter recebido bem. Há quem designe este sujeito por emirec, termo que
resulta da combinação das palavras (emi)ssor e (rec)eptor. Esta informação de retorno que
permite ajustar a mensagem, tendo em vista a eficácia da comunicação, e designa-se:
feedback.

Acrescentemos dois conceitos importantes para a compreensão do processo de comunicação:


ruído e redundância.

Por vezes, um sujeito não consegue receber uma mensagem porque o outro fala demasiado
baixo, ou porque há muito barulho no local em que se encontram, ou ainda, porque possui
uma letra ilegível. Pode também ocorrer que o texto esteja mal impresso na folha em que foi
escrita a mensagem, ou que esteja demasiado escuro para que o receptor possa ver os sinais
que o emissor lhe envia.

Podemos imaginar uma situação de grande cansaço, ou de intensa preocupação com um


problema qualquer. Tudo isto são fatores que afetam, em graus diferentes e por causas
diversas, a transmissão e a recepção da mensagem. São designados: ruídos.

A redundância consiste na presença de elementos que não acrescentam nada à informação,


mas que têm um papel importante na qualidade da comunicação, clarificando e reforçando
as ideias transmitidas. Estes elementos podem ser de tipo linguístico (“eles foram para praia,
e eles sabem que eu não quero!”); de tipo gestual (afastar os braços para dizer que o carro
é espaçoso); ou de tipo sonoro (dizer que é meia-noite quando, à noite o relógio dá as 24

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horas). Também o desenho bem explícito com uma legenda que abaixo descreva o refira ao
que se trata, é uma redundância. O papel da redundância é reduzir os riscos de perda de
informação ou compensando, com a repetição esse enfraquecimento progressivo da
mensagem. Calcula-se que a taxa média de redundâncias na maior parte das línguas seja de
cerca de 50%, o que de certa forma é uma razoável compensação para as perdas por ruído.

Pode parecer ser realmente fácil distinguir a noção de informação da noção de comunicação.
No primeiro caso, estamos perante um circuito unilateral, onde a informação circula
exclusivamente do emissor para o receptor. É um tipo de relação característica entre sujeitos
com desníveis de poder, e em que o mais forte pratica um estilo autocrático de
relacionamento, e está interessado na manutenção desse tipo de relacionamento. Este tipo
de comunicação mantém, pois, a irreversibilidade, o desnivelamento, e suscita
frequentemente equívocos de compreensão.

No segundo caso, estamos perante um circuito bilateral, em que os sujeitos são


alternadamente emissores e receptores. É um tipo de relação característico de sujeitos que
se encontram (ou se colocam) ao mesmo nível, procurando o entendimento e reversibilidade
de ideias, opiniões e juízos, a reciprocidade afetiva, e permitindo uma maior objetividade nas
significações.

CONCLUSÃO

Comunicar é trocar mensagens. Embora a situação da comunicação se possa apresentar de


muitas maneiras diferentes, comporta sempre alguns elementos que lhe são característicos:
o emissor, o receptor, a mensagem, o código, o meio, o contexto e o feedback. O papel do
feedback é de extrema importância, uma vez que permite ao emissor perceber-se até que
ponto o objetivo da sua mensagem terá sido ou não atingido (bem interpretado) pelo receptor.

Designa-se por comunicação unilateral aquela que efetivamente se processa numa única
direção, isto é, do emissor para o receptor, sem reciprocidade. Mas existe também a
comunicação bilateral, onde se verifica uma alternância de papéis, entre o emissor e o
receptor. Este tipo de comunicação, permite ao emissor, uma constante adaptação da
mensagem (caso seja necessário), de forma a melhorar a comunicação para com o receptor.

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A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL - ABORDAGEM PSICOSSOCIOLÓGICA

A participação subjetiva do Homem no processo de Comunicação e as reações


psicossomáticas como obstáculos à eficiência da Comunicação.

• Saber a importância resultante da combinação de fatores biológicos e psicológicos nos


sujeitos do processo comunicacional;

• Saber identificar e enunciar as barreiras à comunicação.

Já dissemos que comunicar é trocar mensagens. Também sabemos que não é fácil (é talvez
impossível) dissociar o que é dito, de quem o diz. Isto ocorre porque, no nosso discurso, está
sempre presente (de forma manifesta ou latente) aquilo que somos. Cada sujeito é uma
entidade complexa, resultante da combinação de fatores biológicos e psicológicos, e dos
resultados das experiências por que passa e que lhe deixam marcas positivas ou negativas,
mais superficiais ou mais profundas. Cada um transporta sempre consigo a sua história feita
de vitórias e derrotas, e com isso vê as coisas de forma muito pessoal. Não há dois sujeitos
iguais e isso vai obviamente influenciar os processos de comunicação.

É indispensável que os sujeitos, num processo de comunicação, partilhem o mesmo código,


para poderem codificar e descodificar as mensagens. É também necessário que as
mensagens sejam suficientemente motivadoras para lhes despertar a atenção e o interesse
indispensáveis para que mantenham o canal de comunicação entre eles aberto, e partilhem
meios comuns, para que não haja distorções. Finalmente, é necessário que estejam num
contexto que estimule e permita a comunicação.

Verificamos, pois, que comunicar (com eficácia) não é fácil. Exige esforço de ambos os
sujeitos para que sejam vencidos alguns obstáculos designados por barreiras à
comunicação.

AS BARREIRAS À COMUNICAÇÃO

Entendemos por barreiras à comunicação as barreiras que dificultam a emissão e/ou recepção
de mensagens. Podemos enunciar algumas delas:

Ao nível do emissor e do receptor

Estas barreiras aparecem por vezes designadas por distância psicológica. Imaginemos, numa
sequência linear, um tanto artificial, o processo de envio de uma mensagem do sujeito A para
o sujeito B.

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• Construção da ideia a nível conceitual (são questões de âmbito psicológico e mental,


uma vez que se faz apelo à capacidade de abstração e ao raciocínio, bem como ao
respectivo quadro de referências em que o sujeito se move);

• Codificação (referentes ao domínio do código, neste caso, da língua e da capacidade


verbal);

• Expressão (partindo do princípio de que estamos perante uma comunicação verbal,


oral, colocam-se questões de âmbito fisiológico, como dificuldades de pronúncia, por
deficiente implantação dental ou formas labiais ou palatais, ou do âmbito psíquico,
como afazias, gaguez ou dislexias de qualquer tipo);

• Audição (são relativas ao receptor, questões que podem ser de âmbito meramente
fisiológico, como a surdez, mas também podem ser questões de outra ordem, como
um excessivo cansaço que dificulte a concentração, ou uma preocupação forte que
impeça a descentralização desse problema e impossibilite a mobilização de
capacidades para o processo de comunicação);

• Descodificação (aqui coloca-se a questão do conhecimento do código utilizado. Se for


a língua portuguesa será necessário que os vocábulos sejam conhecidos, ou
compreensíveis pelo contexto, e que as construções sintáticas possibilitem uma lógica
linguística e conceitual que deixem o emissor passar da mensagem às ideias);

• Interpretação (se coloca ao receptor um problema idêntico ao do emissor. O receptor


vai confrontar a mensagem com o seu quadro referencial, (seus conhecimentos,
opiniões, valores, crenças, etc) e procurar daí dar um sentido ao que lhe foi
transmitido).

Todos estes são fatores que ameaçam permanentemente qualquer comunicação, e que
exigem do sujeito um esforço constante, se quiser comunicar com eficácia.

Ao nível do contexto

Há contextos que incentivam a comunicação, e outros que a restringem, assim como também
há contextos mais adequados ou menos adequados a cada tipo de comunicação. Será difícil
que dois sujeitos consigam conversar em uma discoteca com música muito alta, ou contar
anedotas numa sala de leitura. Também não indicaria a ninguém aplicar uma prova a um
aluno de matemática numa piscina, ou pedir em namoro a alguém durante um funeral de
família. Numa empresa em que não há o hábito de reuniões para discussão dos assuntos das
equipes de trabalho, é mais coerente a comunicação escrita, divulgando as diretrizes e
solicitando sugestões também por escrito.

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Ao nível do meio

O meio utilizado para suportar ou veicular a mensagem nem sempre é o mais adequado,
constituindo-se numa barreira à comunicação. Imaginemos um treinador de futebol, que
preocupado com o baixo índice de rendimento dos avançados da sua equipe decide ensinar
a técnica do remate à baliza, projetando vários acetatos ou que um professor de química
decide dar as suas aulas em forma epistolar, escrevendo cartas aos seus alunos.

É necessário que exista uma certa coerência entre o tipo de mensagem e os objetivos
pretendidos, sob pena de se afetar a eficácia da comunicação.

Ao nível do código

Este elemento do processo de comunicação é muitas vezes responsável pela sua ineficácia.
Lembremos que tem de ser partilhado pelos interlocutores, para que o emissor possa
codificar e o receptor descodificar as mensagens. Se o emissor usar sinais (sons, gestos,
grafismos) que sejam desconhecidos do receptor, este não tem possibilidade de descodificar
a mensagem e perceber o que o outro lhe envia. Todos temos o conhecimento de belíssimos
discursos de especialistas cheios de boa vontade procurando-nos explicar qualquer coisa da
sua área, e que nos deixam ainda mais confusos que antes. É também inútil (ainda que
engraçado) explicar em português, a um chinês, como se faz um molho de escabeche.

Ao nível da mensagem

Finalmente, a própria mensagem pode não facilitar a comunicação. Se não for oportuna,
pertinente, motivadora, pode não suscitar sequer a atenção do receptor. Se for demasiado
dissonante com o quadro de referencial do receptor, é provável que este a recuse. Os valores
culturais e éticos do receptor podem provocar uma forte recusa da mensagem, não chegando
mesmo a “ouvir” o que se quer dizer. Mensagens de contestação a princípios religiosos para
destinatários crentes, provavelmente serão rejeitados; tal como uma campanha publicitária
sobre chapéus de chuva numa zona onde raramente chova, ou uma proibição de fumar numa
fábrica de cigarros. Tudo isto, provocará uma situação de recusa à mensagem, que dificultará
ou impossibilitará a comunicação.

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Pode-se concluir que, se deseja-se uma comunicação eficaz é necessário ater-se a todos os
elementos do processo de comunicação, a começar por si próprio.

SÍNTESE

Comunicar (com eficácia) não é fácil! Exige esforço de ambos os sujeitos para que sejam
vencidos alguns obstáculos designados por barreiras à comunicação. Estas barreiras podem
fazer-se sentir, ao nível do emissor e do receptor, ao nível do contexto e ao nível do código.
O emissor e o receptor devem zelar pela atenuação destas barreiras ou, caso seja possível,
pela sua eliminação, de forma a promover o sucesso da comunicação, da qual são elementos.

ATITUDES INDIVIDUAIS FACILITADORAS DA COMUNICAÇÃO

A valorização da sua comunicação perante outros, através da sua atitude e posicionamento.

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OBJETIVOS

Identificar as atitudes fundamentais para o sucesso da comunicação e as suas características.

Então, como valorizar a sua comunicação perante outros, através da sua atitude e
posicionamento?

Vamos referir três atitudes que julgamos muito importantes para a comunicação:

A AUTOESTIMA POR SI PRÓPRIA

Corresponde à imagem que temos de nós próprios e ao valor que atribuímos à nossa pessoa.
É influenciada, principalmente, por aquilo que o nosso meio mais próximo nos deu como
imagem durante a nossa infância, que é um período importante para a formação da nossa
personalidade. A autoestima por si só, depende muito da percepção, isto é, da forma como
tomamos conhecimento das coisas, e neste caso, da forma “como nos vemos”. De entre as
várias características que possuímos, valorizamos mais umas do que outras. Tudo isto vai
provocar atitudes e comportamentos diferentes, como reação a essas maneiras de nos
vermos.

Os indivíduos com pouca autoestima, sentem-se normalmente em posição de inferioridade,


têm dificuldade em estabelecer relações com os outros ou em emitir ou admitir opiniões
críticas. São sujeitos que tenderão sempre para reações defensivas, predominando as
atitudes passivas, e com quem a comunicação provavelmente será unilateral. Para termos
credibilidade diante de um interlocutor é indispensável termos credibilidade perante nós
próprios. Só há troca (e comunicação é troca) se admitirmos que podemos contribuir com
alguma coisa válida.

Podemos afirmar, que há uma correlação elevada entre a estima por si próprio e o estilo de
comunicação. As pessoas que possuem um bom nível de autoestima, dão normalmente
provas de uma grande boa vontade nas relações, sabendo ter a iniciativa, sendo criativas,
exprimindo com clareza as suas posições e procuram compreender os pontos de vista
diferentes; aceitam as críticas fundamentadas e procuram relações produtivas para todos os
intervenientes, não se sentindo intimidadas a cada vez que se discorda delas, ou que em seu
ponto de vista não necessita da anuência do grupo.

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A CAPACIDADE DE ESCUTAR

Jacques Laurioz, num artigo publicado já há algum tempo na revista Pessoal, conta que, num
seminário de formação em que participavam vários quadros, quando o animador lhes pediu
que indicassem como repartiam o seu tempo pelas diversas atividades profissionais, aqueles
responderam:

• a falar 35%

• a ouvir 40%

• a escrever 9%

• a ler 16%

O animador reparou, com razão, que se a maior parte do tempo de trabalho da nossa infância
foi destinado a aprender a ler e a escrever, e se outra grande parte da nossa adolescência foi
aplicada a aperfeiçoar a linguagem, a verdade é que ninguém nunca nos ensinou a ouvir.

Escutar é uma atitude de disponibilidade para receber as mensagens dos outros e tentar
compreendê-las. Sem escutar, não haverá descodificação nem interpretação. A escuta implica
um papel ativo, havendo mesmo quem fale em “escuta ativa”, para sublinhar esse, por
oposição à atitude passiva do receptor que apenas “ouve”. Uma escuta “ativa” implica uma
entrega ao outro, dedicando-lhe os ouvidos e os olhos. Tudo o que nos permite captar a
mensagem do outro deve estar mobilizado para que o processo de comunicação tenha a
máxima produtividade.

Há um conjunto de regras e/ou princípios para a “escuta ativa” que passamos a enunciar:

• Saber deixar falar: o receptor não pode ouvir e falar ao mesmo tempo, é indispensável
suspender o discurso para que o outro diga o que tem a dizer, e perceber claramente
que está a ser escutado;

• Colocar-se em empatia com o outro: para compreender o que o outro diz, o receptor
deve esforçar-se por se pôr no lugar do emissor, isto é, assumir (ainda que
provisoriamente) o seu quadro referencial, dado que cada sujeito dá um “seu sentido”
ao que diz ou que escreve;

• Centrar-se no que é dito: toda a atenção do receptor deve estar concentrada no que
o emissor diz - as suas palavras, as suas expressões, os seus silêncios, as suas
hesitações;

• Manter os canais abertos: o receptor deve colocar-se de frente para o emissor,


olhando-o com interesse e atenção, de forma que ele perceba que os canais de

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comunicação estão completamente disponíveis para que a mensagem seja recebida


(descodificada, e interpretada);

• Eliminar qualquer julgamento imediato: um juízo demasiado rápido pode provocar


reações de defesa por parte do emissor, e interromper extemporaneamente o processo
de comunicação;

• Não interromper o outro: o receptor deve resistir a antecipar o que julga que o emissor
irá dizer, dando-lhe tempo para que diga tudo até ao fim, por mais morosa e
desagradável que seja a sua capacidade de expressão;

• Não deixar transparecer as emoções pessoais: o receptor deve manter-se atento e


interessado, controlando as exteriorizações de surpresa, acordo ou desacordo, agrado
ou desagrado. Estas expressões podem condicionar o emissor, que desenvolverá o
processo de comunicação guiado pelo outro, deturpando, conscientemente ou
inconscientemente a mensagem

• Resistir ao efeito de halo: o receptor deve concentrar-se no que é dito,


independentemente daquilo que pensa do emissor. Há uma tendência em considerar
que as pessoas de quem não gostamos só dizem coisas desinteressantes, e, as
pessoas de quem gostamos dizem sempre coisas muito interessantes (o que
obviamente não é verdade);

• Reformular: sempre que a mensagem se torna ambígua, o receptor deve recapitular


o que foi transmitido, por forma a certificar-se de que a mensagem recebida é a
mesma que foi emitida;

Utilizar as capacidades cerebrais: o ritmo médio de um sujeito falante é de cerca de 120


palavras por minuto, enquanto a velocidade de pensamento é de aproximadamente 400
palavras por minuto. Esta diferença permite ao receptor ganhar um diferencial de tempo
significativo que pode utilizar no “controle” do processo de comunicação e na tarefa de
compreensão.

O feedback é a informação de retorno, isto é, a informação que o receptor envia ao emissor,


e que permite que perceba, se está ou não a ser bem recebida a mensagem que enviou.
Todos sabemos como é frustrante emitir uma mensagem sem ter nenhum sinal do receptor.
Basta experimentar falar com alguém ao telefone e deixar passar mais de 15 segundos sem
dar nenhum sinal ao nosso interlocutor, e ele dirá: “está aí, estás a me ouvir?”, pedindo
feedback. Podemos também verificar o que acontece quando, depois de um sujeito contar
uma piada, o interlocutor fica impassível, sem esboçar um sorriso; o emissor invariavelmente
perguntará “então, não percebeste? não achaste graça?”. É também aqui uma procura de
feedback, sem o qual o emissor ficará inseguro e tenso, reagindo a essa falta.

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Há um conjunto de sinais sociais, mais ou menos convencionais, que podemos utilizar para
dar feedback ao emissor, tais como: um acenar de cabeça, uma interjeição, uma expressão
de atenção e interesse. São elementos que não acrescentam nada à informação, mas que
mantêm a ligação e reforçam o sistema de comunicação, dando segurança ao emissor e
aumentando a confiança mútua.

CONCLUSÃO

A autoestima por si própria e a capacidade de escuta, são duas atitudes que condicionam a
sucesso da comunicação, e consequentemente o sucesso dos objetivos a que o emissor se
propôs. Aspectos como: saber deixar falar, centrar-se no que é dito, não deixar transparecer
certas emoções pessoais e reformular as mensagens, entre outros, são assim de extrema
importância para a obtenção de um feedback positivo.

A APRESENTAÇÃO

Definições de uma boa exposição e a determinação do objetivo da apresentação.


Competências necessárias para ensinar adultos. Fase da preparação e estruturação do
conteúdo a apresentar

OBJETIVOS

• Saber enumerar as características de uma boa exposição;

• Conhecer as competências necessárias para ensinar adultos;

• Saber definir o objetivo da sua apresentação;

• Ter noção da importância da fase da preparação e estruturação, na elaboração de uma


comunicação eficaz.

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DEFINIÇÕES DE UMA BOA EXPOSIÇÃO

Uma Boa Exposição

NÃO É É SIM

Uma conversa de salão Um assunto e um objetivo preciso

Uma improvisação Um texto preparado

Uma leitura em voz alta Uma boa utilização de “cábulas”

Um texto sem nexo Um texto coerente

Uma quantidade de dispositivos Alguns suportes audiovisuais especialmente


concebidos

Um discurso aborrecido Palavras estimulantes

“Sabe-se quando começa, não se sabe Um domínio perfeito do tempo


quando acaba.”

Uma situação de tensão Um momento agradável para o orador e


para o público

Uma reunião onde toda a gente fala Uma boa gestão das questões

Um espetáculo sem programa Uma encenação preparada e rigorosa

COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA ENSINAR ADULTOS

A aprendizagem requer 5 sentidos: a vista, o ouvido, o olfato, o tato e o paladar. Sua


intervenção deve ser planejada de modo a causar uma boa impressão aos participantes;
quanto mais forem os sentidos estimulados, mais eficaz será a aprendizagem.

Os adultos aprendem de modo diferente das crianças. Para ensinar adultos, deve-se pôr em
prática três competências específicas:

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TRANSMITINDO A VONTADE DE APRENDER

• Os adultos querem saber o que a formação lhes irá proporcionar e conhecer o modo
como poderão utilizar a matéria aprendida.

• Devem terminar a sessão de formação com o sentimento de que aprenderam qualquer


coisa que os poderá ajudar;

• Os adultos perdem a paciência rapidamente se a matéria for demasiadamente teórica


ou abstrata. Por outro lado, sentir-se-ão interessados se lhes ensinarem de forma
direta e simples o que querem aprender.

ENSINO RECORRENDO À PARTICIPAÇÃO GERAL

Se os adultos colocarem imediatamente em prática aquilo que aprenderam e continuarem a


utilizar os conhecimentos adquiridos, a aprendizagem e a memorização ficarão reforçadas.

Os adultos aprendem melhor se você os fizer participar. Encoraje-os a discutir o problema, a


procurar uma solução, a descobrir as possibilidades de pôr em prática os seus novos
conhecimentos.

Os adultos aprendem resolvendo os problemas de uma forma prática e concreta, estabelecem


uma ligação entre o que aprenderam e o que já sabiam. Aprendem melhor se uma ideia nova
for apresentada de várias maneiras, estimulando vários sentidos. Por exemplo a explicar o
conceito (o ouvido), demonstrar ou mostrar uma imagem (vista), fazê-los praticar (ação).

DAR CONSELHOS E NÃO CURSOS

Os adultos querem compreender aquilo que fazem, podem e devem medir os seus próprios
progressos. Os seus conselhos ajudá-los-ão nesse sentido.

DETERMINE O SEU OBJETIVO

Para que uma apresentação tenha êxito, é preciso antes de mais definir o seu objetivo com
rigor. Que resultados espera obter junto do público?

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INFORMAR

• Apresentação descritiva;

• Apresentar um novo produto a um vendedor;

• Relatar o desenvolvimento de um processo;

• Descrever as atividades da empresa a um jornalista;

• O seu público adquire um conhecimento suplementar sobre os fatos, os objetos e as


situações.

EXPLICAR: APRESENTAÇÃO PEDAGÓGICA

• Explicar o encadeamento: como processar o acompanhamento de um estudo de


mercado;

• Valorizar a lógica de um funcionamento: apresentar uma aplicação;

• Descrever a organização de uma operação: expôr um processo de recrutamento;

• O seu público aprende uma tarefa que irá executar posteriormente.

TOMAR UMA POSIÇÃO: APRESENTAÇÃO PERSUASIVA

• Vender;

• Convencer: persuadir;

• Influenciar: fazer o interlocutor aderir à sua opinião;

• O seu público está consigo ou contra si?

ANTES DE QUALQUER APRESENTAÇÃO:

• Uma pergunta a colocar a si próprio: “que resultado pretendo obter junto do meu
público?”

• Informal? Irá adquirir alguns conhecimentos;

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• Explicar-lhe? Estará apto a fazer algumas coisas;

• Influenciá-lo? Tomará uma posição.

UMA APRESENTAÇÃO TEM UM ÚNICO OBJETIVO PRINCIPAL

Esse objetivo deve ser rigoroso, escalonado, mensurável, concreto e realista. O seu objetivo
corresponde a estes critérios?

PERGUNTAS

A Fase de Preparação é muito importante para uma boa apresentação. Os fatores a ter em
conta são:

• O ambiente;

• Terei a palavra antes ou depois de outro orador?

• Onde vou fazer a minha intervenção (aspectos relacionados com a posição da mesa,
com a sala, com o edifício, a cidade, etc)?

• De que instrumentos disponho (cavalete com papel, vídeo, retroprojetor, etc)?

• Em que contexto se realizará a minha apresentação (conjuntura, ambiente, etc)?

O assunto

• Sobre o que vou falar?

• Que ideia principal deverei fazer reter?

• Que ideias principais deverei fazer aceitar?

• Como tornar mais fácil a memorização do que digo (exemplos, anedotas, frases de
impacto, metáforas, etc)?

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A que população se dirige?

• Qual a dimensão do grupo?

• Qual o nível de conhecimentos dos participantes?

• Que experiência têm os participantes?

• Que motivos levaram a procurar esta formação?

• Qual a necessidade de formação?

• Por falta de conhecimentos e/ou aptidões?

• Espera-se uma mudança de atitudes?

De quanto tempo disponho?

• Qual a duração prevista para a formação?

• Qual a duração necessária?

• Quais os objetivos pedagógicos?

O objetivo pedagógico deve responder a dois imperativos:

• Ajudá-lo a escolher os métodos de aprendizagem e a estruturar a formação.

• Informar os participantes da finalidade da formação: “o quê” e o “como” desta


formação.

Formule o seu objetivo pedagógico de modo a precisar:

• As mudanças esperadas em termos de conhecimentos, aptidões ou atitudes;

• O que o participante estará apto a fazer depois da formação e como deverá pô-la em
prática.

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ESTRUTURE O SEU PROGRAMA

• Identifique os pontos importantes;

• Numa sessão, nunca terá tempo suficiente para cobrir todos os aspectos de um
assunto. Atribua-lhes, pois, uma ordem de prioridade;

• Deve saber: fatos ou atitudes que devem ser apreendidos;

• Deveria saber: trata-se de um ponto importante, mas se não for tratado o objetivo
será atingido da mesma forma;

• Poderia saber: assunto de interesse, mas não vital para um objetivo;

• Adaptar o assunto de modo a cobrir o tempo disponível;

• A fim de manter o interesse, tente incluir alguns assuntos do tipo “deveria saber”.

DEFINA AS ETAPAS LÓGICAS

Divida a sua intervenção em pequenas etapas e apresente essas etapas por uma ordem
lógica. Só você pode definir a sequência lógica da apresentação do assunto e a forma mais
lógica de o ensinar.

ESPECIFIQUE AS AQUISIÇÕES ESPERADAS

Conhecimento

Pode dividir-se em teoria e prática:

Para animar a teoria poderá utilizar: a leitura, os debates de grupo, os filmes, os estudos de
casos.

Para se iniciar na prática, pode utilizar: o trabalho de grupo, o estudo de casos, os preceitos
aconselhados nos manuais.

Pode apresentar a teoria em primeiro lugar, depois proporcionar um meio de a pôr em prática,
ou então dar um exercício prático sem teoria para demonstrar a necessidade desta última.

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A Atitude

Os métodos de formação mais eficazes para provocar uma mudança de atitude são a
representação, o vídeo, o feedback, o debate, etc.

CONCLUSÃO

A preparação e a estruturação da sua apresentação são os melhores “meios”, lhe permitindo


alcançar os melhores resultados para com o seu público. Deve por isso, ter em conta estes
aspectos, saber distinguir entre tudo aquilo que uma boa apresentação é, e tudo aquilo que
ela não deverá ser.

Quando se prepara uma apresentação, devemos considerar as várias características


(econômicas, sociais, profissionais, etc) de que é composto o nosso público, e posteriormente,
adaptar a apresentação a essas mesmas características. É ainda muito importante, estruturar
da melhor forma possível o seu programa, de forma a dividi-lo por etapas lógicas e especificar
as aquisições (objetivos esperados) para cada uma delas.

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