Você está na página 1de 90

Técnicas de Apresentação e

Comunicação
Objetivo geral

• Sistematizar de uma forma simples e


prática, os fatores mais relevantes das
técnicas de apresentação, não deixando
de fazer uma oportuna e pertinente alusão
aos aspectos comunicacionais, que tão
importantes são ao bom entendimento
dessas técnicas.

4
• Saber quais os elementos intervenientes no sistema de
comunicação e as respectivas características de cada
um
• Saber distinguir entre comunicação unilateral e bilateral
• Compreender os conceitos de ruído e redundância
• Saber a importância resultante da combinação de
fatores biológicos e psicológicos nos sujeitos do
processo comunicacional
• Identificar as atitudes fundamentais para o sucesso da
comunicação e, as suas características
• Saber enumerar as características de uma boa
exposição
• Ter em conta as competências necessárias para ensinar
adultos
5
• Saber definir o objetivo da sua apresentação
• Ter noção da importância da fase da preparação e
estruturação, na elaboração de uma comunicação eficaz
• Saber adequar os suportes ao tipo de apresentação
pretendida
• Tirar o máximo partido (considerando vantagens e
desvantagens) dos suportes, tendo em conta as
características e objetivos de cada um
• Saber a expressão fisionômica e corporal a adoptar
numa apresentação
• Saber como organizar o seu tempo de intervenção, bem
como, ter conhecimento das técnicas a utilizar para
controlar o medo e as falhas de memória que possam
ocorrer
6
• Saber qual a postura a ter / manter de forma a
controlar o seu público da melhor forma
• Saber de que forma poderá promover uma
coanimação eficaz, e que beneficie a
comunicação
• Saber concluir de uma forma sintetizada e
prática, o que de principal foi dito durante a sua
apresentação, bem como, saber qual a
abordagem a utilizar para o seu público avaliar o
seu trabalho, de acordo com a informação que
quer obter
7
Aplicações práticas

Preparar e levar a cabo corretamente uma


exposição oral e controlar a assistência.

8
Programa
• A comunicação e os seus elementos
• Definições de uma boa exposição
• Competências necessárias para ensinar adultos
• Determinar os objetivos da exposição
• Perguntas que deve fazer a si próprio para se preparar
• Estruturação do programa
• Papel dos Audiovisuais
• Regras para a expressão fisionômica e linguagem
corporal
• Como dar vivacidade a uma exposição
• Organização do tempo de intervenção
• Técnicas para vencer o medo e falhas de memória
• Controle do público
9
A comunicação

Concretizar alguns dos elementos


básicos para uma Comunicação efetiva.

10
• Saber quais os elementos intervenientes
no sistema de comunicação e as
respectivas características de cada um
• Saber distinguir entre comunicação
unilateral e bilateral
• Compreender os conceitos de ruído e
redundância

11
A comunicação e os seus
elementos

• Comunicar é trocar mensagens. Embora a


situação da comunicação se possa
apresentar de muitas maneiras diferentes,
comporta sempre alguns elementos que
lhe são característicos e que passaremos
a referir

12
• O emissor - é o sujeito que envia a mensagem.
• O receptor - é o sujeito que recebe a mensagem.
• A mensagem - é o conjunto de informações
transmitidas.
• O código - é o conjunto de sinais e regras que permitem
transformar o pensamento em informação, capaz de ser
entendida, na sua globalidade, pelo receptor. O emissor
utiliza o código para construir a sua mensagem -
operação de codificação - enquanto que o receptor
utiliza o código para compreender a mensagem -
operação de descodificação.
• O meio - É o suporte que permite à mensagem ser
conduzida do emissor ao receptor.
• O contexto - É o conjunto das variáveis que o rodeiam
e influenciam a situação de comunicação. 13
14
• Poderia ainda falar-se do canal como a via
de circulação da mensagem, e do
referente como o conjunto dos objetos
e/ou situações reais a que a mensagem
se refere. Para o nosso objetivo,
poderemos deixar estes elementos de
lado, mas teremos que referir ainda um
outro, de fundamental importância.

15
O feedback

• Pelo que dissemos até agora poderia


supor-se que num processo de
comunicação o emissor conserva sempre
esse papel, tal como o receptor, isto é, há
um elemento que desempenha um papel
ativo, enviando mensagens, e outro que
tem um papel passivo, recebendo
mensagens

16
• Isto, porém, pode não ser verdade. Designa-se
por comunicação unilateral aquela que
efetivamente se processa numa única direção,
isto é, do emissor para o receptor, sem
reciprocidade.

17
• Mas existe também a comunicação bilateral , onde se
verifica uma alternância de papéis, entre o emissor e o
receptor. Recebida a mensagem, o receptor informa o
emissor que recebeu essa mensagem (como a
recebeu), o que permite a introdução de correções, caso
pareça não a ter recebido bem. Há quem designe este
sujeito por emirec , termo que resulta da combinação
das palavras (emi)ssor e (rec)eptor. Esta informação de
retorno que permite ajustar a mensagem, tendo em vista
a eficácia da comunicação, designa-se por feedback .
19
• Acrescentemos mais dois conceitos importantes para a
compreensão do processo de comunicação - ruído e
redundância .
• Por vezes um sujeito não consegue receber uma
mensagem porque o outro fala demasiado baixo, ou
porque há muito barulho no local em que se encontram,
ou ainda porque tem uma letra ilegível. Pode também
acontecer que o texto esteja mal impresso na folha em
que foi escrita a mensagem, ou que esteja demasiado
escuro para que o receptor possa ver os sinais que o
emissor lhe envia.

20
• Finalmente, pensemos numa situação de
grande cansaço, ou de intensa
preocupação com um problema qualquer.
Tudo isto são fatores que afetam, em
graus diferentes, e por causas diversas, a
transmissão e recepção da mensagem.
São designados ruídos .
• Falemos agora da redundância , que consiste na
presença de elementos que não acrescentam nada à
informação, mas que têm um papel importante na
qualidade da comunicação, clarificando e reforçando as
ideias transmitidas. Estes elementos podem ser de tipo
linguístico (“eles foram para praia, e eles sabem que eu
não quero!”); de tipo gestual (afastar os braços para
dizer que o carro é espaçoso); ou de tipo sonoro ( dizer
que é meia-noite quando, á noite o relógio dá as 24
horas).

22
• Também o desenho bem explícito com
uma legenda que, por baixo, diga do que
se trata, é uma redundância. O papel da
redundância é reduzir os riscos de perda
de informação ou compensando, com a
repetição esse enfraquecimento
progressivo da mensagem.
• Calcula-se que a taxa média de redundâncias na maior
parte das línguas seja de cerca de 50 % - o que de certa
forma é uma razoável compensação para as perdas por
ruído.
• Depois do que dissemos, parece-nos ser realmente fácil
distinguir a noção de informação da noção de
comunicação. No primeiro caso, estamos perante um
circuito unilateral, onde a informação circula
exclusivamente do emissor para o receptor.
• É um tipo de relação característico entre sujeitos com
desníveis de poder, e em que o mais forte pratica um
estilo autocrático de relacionamento, e está interessado
na manutenção desse tipo de relacionamento. Este tipo
de comunicação mantém, pois, a irreversibilidade, o
desnivelamento, e suscita frequentemente equívocos de
compreensão.

25
• No segundo caso, estamos perante um circuito bilateral,
em que os sujeitos são alternadamente emissores e
receptores. É um tipo de relação característico de
sujeitos que se encontram (ou se colocam) ao mesmo
nível, procurando o entendimento e reversibilidade de
ideias, opiniões e juízos, a reciprocidade afetiva e
permite uma maior objetividade nas significações.

26
Conclusão

• Comunicar é trocar mensagens. Embora a


situação da comunicação se possa apresentar
de muitas maneiras diferentes, comporta
sempre alguns elementos que lhe são
característicos: o emissor, o receptor, a
mensagem, o código, o meio, o contexto e o
feedback. O papel do feedback é de extrema
importância, uma vez que permite ao emissor
aperceber-se até que ponto o objetivo da sua
mensagem terá sido ou não atingido (bem
interpretado) pelo receptor.

27
• Designa-se por comunicação unilateral aquela
que efetivamente se processa numa única
direção, isto é, do emissor para o receptor, sem
reciprocidade. Mas existe também a
comunicação bilateral, onde se verifica uma
alternância de papéis, entre o emissor e o
receptor. Este tipo de comunicação, permite ao
emissor, uma constante adaptação da
mensagem (caso seja necessário), de forma a
melhorar a comunicação para com o receptor.

28
• Outros dois conceitos importantes a apreender, são o de
ruído e redundância. O primeiro, caracteriza-se por
todos os fatores, que de uma forma ou de outra, afetam
a transmissão e recepção da mensagem (ex.:
interferência no telefone). A redundância, por seu lado,
consiste na presença de elementos que não
acrescentam nada à informação, mas que têm um papel
importante na qualidade da comunicação (clarificam e
reforçam as ideias transmitidas

29
A comunicação
interpessoal - Abordagem
psicossociológica
A participação subjetiva do Homem no
processo de Comunicação e as reações
psicossomáticas como obstáculos à eficiência
da Comunicação.

31
Objetivos

• Saber a importância resultante da


combinação de fatores biológicos e
psicológicos nos sujeitos do processo
comunicacional
• Saber identificar e enunciar as barreiras à
comunicação

32
• Já dissemos que comunicar é trocar mensagens.
Também sabemos que não é fácil (é talvez impossível)
dissociar o que é dito, de quem o diz. E isto porque no
nosso discurso está sempre presente, de forma
manifesta ou latente, aquilo que somos. Cada sujeito é
uma entidade complexa, resultante da combinação de
fatores biológicos e psicológicos, e dos resultados das
experiências por que passa, e que lhe deixam marcas
positivas ou negativas, mais superficiais ou mais
profundas. Cada sujeito transporta sempre consigo a
sua história feita de vitórias e derrotas, e com isso vê as
coisas de forma muito pessoal. Não há dois sujeitos
iguais e isso vai obviamente influenciar os processos de
comunicação.

33
• É indispensável que os sujeitos, num processo de
comunicação, partilhem o mesmo código, para poderem
codificar e descodificar as mensagens. É também
necessário que as mensagens sejam suficientemente
motivadoras para lhes despertar a atenção e o interesse
indispensável que mantenham o canal de comunicação
entre eles aberto, e partilhem meios comuns, para que
não haja distorções. Finalmente é necessário que
estejam num contexto que estimule e permita a
comunicação.
• Verificamos, pois, que comunicar (com eficácia) não é
fácil. Exige esforço de ambos os sujeitos para que sejam
vencidos alguns obstáculos designados por barreiras á
comunicação .

34
As barreiras à comunicação
• Entendemos por barreiras à comunicação as
barreiras que dificultam a emissão e/ou
recepção de mensagens. Vamos enunciar
alguns mais vulgares:
• a) Ao nível do emissor e do receptor

Estas barreiras aparecem por vezes designadas


por distância psicológica . Imaginemos, numa
sequência linear, um tanto artificial, o processo
de envio de uma mensagem do sujeito A para o
sujeito B .

35
• Construção da ideia a nível conceptual
(aqui colocam-se questões de âmbito
psicológico e mental, uma vez que se faz
apelo à capacidade de abstração e ao
raciocínio, bem como ao respectivo
quadro de referências em que o sujeito
se move);
• Codificação (aqui colocam-se questões
do domínio do código, neste caso da
língua, e da capacidade verbal);

36
• Expressão (aqui, e partindo do princípio de que
estamos perante uma comunicação verbal, oral,
colocam-se questões de foro fisiológico, como
dificuldades de pronúncia, por deficiente implantação
dental ou formas labiais ou palatais, ou do foro
psíquico, como afazias, gaguez ou desléxias de
qualquer tipo);
• Audição (aqui colocam-se, relativamente ao receptor,
- questões que podem ser de foro meramente
fisiológico, como a surdez, mas podem também pôr-se
questões de outra ordem, como um excessivo
cansaço, que dificulte a concentração, ou uma
preocupação forte que impeça o descentramento
desse problema e impossibilite a mobilização de
capacidades para o processo de comunicação); 37
• Descodificação (aqui coloca-se, como ao emissor,
mas em sentido contrário, a questão do conhecimento
do código utilizado. Se for a língua portuguesa será
necessário que os vocábulos sejam conhecidos, ou
compreensíveis pelo contexto, e que as construções
sintáticas possibilitem uma lógica linguística e
conceptual que deixem o emissor passar da
mensagem ás ideias);

38
• Interpretação (mais uma vez aqui se coloca
ao receptor um problema idêntico ao do
emissor. O receptor vai confrontar a
mensagem com o seu quadro referencial, isto
é, os seus conhecimentos, opiniões, valores,
crenças, etc, e procurar daí dar um sentido ao
que lhe foi transmitido).
• Tudo isto são fatores que ameaçam
permanentemente qualquer comunicação, e
que exigem do sujeito um esforço constante,
se quiser comunicar com eficácia.
• Ao nível do contexto
• Há contextos que incentivam a comunicação, e outros
que a restringem, assim como também há contextos
mais adequados ou menos adequados a cada tipo de
comunicação. Será difícil dois sujeitos conversarem
numa discoteca com música muito alta, ou contarem
anedotas numa sala de leitura. Também não lembraria a
ninguém examinar um aluno de matemática numa
piscina, ou pedir namoro a alguém num funeral de
família. Numa empresa em que não há o hábito de
reuniões para discussão dos assuntos das equipes de
trabalho, é mais coerente a comunicação escrita,
divulgando as diretrizes e solicitando sugestões também
por escrito.
40
• Ao nível do meio
• O meio utilizado para suportar ou veicular a mensagem
também nem sempre é o mais adequado, constituindo-
se numa barreira à comunicação. Imaginemos um
treinador de futebol, que preocupado com o baixo índice
de rendimento dos avançados da sua equipa decide
ensinar a técnica do remate à baliza, projetando vários
acetatos ou que um professor de química decide dar as
suas aulas em forma epistolar, escrevendo cartas aos
seus alunos.
• É necessário que exista uma certa coerência entre o tipo
de mensagem e os objetivos pretendidos, sob pena de
se afetar a eficácia da comunicação.
41
• Ao nível do código
• Este elemento do processo de comunicação é muitas
vezes responsável pela sua ineficácia. Lembremos que
tem de ser partilhado pelos interlocutores, para que o
emissor possa codificar e o receptor descodificar as
mensagens. Se o emissor usar sinais (sons, gestos,
grafismos) que sejam desconhecidos do receptor, este
não tem hipótese de descodificar a mensagem e
perceber o que o outro lhe envia. Todas temos a
experiência de belíssimos discursos de especialistas
cheios de boa vontade, procurando-nos explicar
qualquer coisa da sua área, e que nos deixam ainda
mais confusos que antes. Seria também inútil (ainda que
engraçado) explicar em português, a um chinês, como
se faz um molho de escabeche.
42
• Ao nível da mensagem
• Finalmente, a própria mensagem pode não facilitar a
comunicação. Se não for oportuna, pertinente,
motivadora, pode não suscitar sequer a atenção do
receptor. Se for demasiado dissonante com o quadro de
referencial do receptor, é provável que este a recuse. Os
valores culturais e éticos do receptor podem provocar
uma forte recusa da mensagem, não chegando mesmo
a “ouvir” o que se quer dizer.Mensagens de contestação
a princípios religiosos para destinatários crentes,
suscitará rejeição. Tal como uma campanha publicitária
sobre chapéus de chuva numa zona onde raramente
chova, ou uma proibição de fumar numa fábrica de
cigarros. Tudo isto, provocará uma situação de recusa à
mensagem, que dificultará, ou impossibilitará a
comunicação.
43
44
• Do que dissemos poderá depreender que,
se queremos uma comunicação eficaz
teremos de estar atentos a todos os
elementos do processo de comunicação,
a começar por nós próprios. Haverá
atitudes individuais que facilitem a
comunicação?

45
Síntese

• Comunicar (com eficácia) não é fácil! Exige


esforço de ambos os sujeitos para que sejam
vencidos alguns obstáculos designados por
barreiras à comunicação. Estas barreiras podem
fazer-se sentir, ao nível do emissor e do
receptor, ao nível do contexto e ao nível do
código. O emissor e o receptor devem por isso,
zelar pela atenuação destas mesmas barreiras,
ou caso seja possível, pela sua eliminação, de
forma a promover o sucesso da comunicação,
da qual são elementos.
46
47
Atitudes individuais
facilitadoras da comunicação

A valorização da sua comunicação


perante outros, através da sua atitude e
posicionamento.

48
Objetivos

• Identificar as atitudes fundamentais para o


sucesso da comunicação e as suas
características

49
• Agora vamos falar sobre como valorizar a
sua comunicação perante outros, através
da sua atitude e posicionamento.
• Vamos referir três atitudes que julgamos
muito importantes para a comunicação:

50
A estima por si próprio
• Corresponde à imagem que temos de nós
próprios e ao valor que atribuímos à nossa
pessoa. É influenciada, principalmente, por
aquilo que o nosso meio mais próximo nos deu
como imagem durante a nossa infância, que
como se sabe é um período privilegiado para a
formação da nossa personalidade. A estima por
si só, depende muito da percepção, isto é, da
forma como tomamos conhecimento das coisas,
e neste caso, da forma “como nos vemos”. De
entre as várias características que possuímos,
valorizamos mais umas do que outras.

51
• Tudo isto vai provocar atitudes e comportamentos diferentes, como
reação a essas maneiras de nos vermos.

• Os indivíduos com pouca estima de si próprios, sentem-se


normalmente em posição de inferioridade, considerando-se vencidos
à partida. Têm dificuldade em estabelecer relações com os outros,
ou em emitir ou admitir opiniões críticas. São sujeitos que tenderão
sempre para reações defensivas, predominando as atitudes
passivas, e com quem a comunicação tenderá a ser unilateral. Para
termos credibilidade diante de um interlocutor é indispensável
termos credibilidade perante nós próprios. Só há troca (e
comunicação é troca) se admitirmos que podemos contribuir com
alguma coisa válida.

52
• Podemos afirmar, pois, que há uma correlação elevada
entre a estima por si próprio e o estilo de comunicação.
As pessoas que possuem um bom nível de estima por
si próprias, dão normalmente provas de uma grande
vontade nas relações, sabendo ter a iniciativa, sendo
criativas, exprimindo com clareza as suas posições e
procuram compreender os pontos de vista diferentes.
Aceitam as críticas fundamentadas e procuram
relações produtivas para todos os intervenientes, não
se sentindo postas em causa de cada vez que se
discorda delas, ou que em seu ponto de vista não
suscita a anuência do grupo.

53
A capacidade de escutar
• Jacques Laurioz, num artigo publicado já há
algum tempo na revista Pessoal, conta que,
num seminário de formação em que
participavam vários quadros, quando o
animador lhes pediu que indicassem como
repartiam o seu tempo pelas diversas atividades
profissionais, aqueles responderam:
• a falar 35%
• a ouvir 40%
• a escrever 9%
• a ler 16%

54
• O animador reparou, com razão, que se a maior parte
do tempo de trabalho da nossa infância foi despendido a
aprender a ler e a escrever, e se outra grande parte da
nossa adolescência foi aplicada a aperfeiçoar a
linguagem, a verdade é que ninguém nunca nos ensinou
a ouvir .
• Escutar é uma atitude de disponibilidade para receber
as mensagens dos outros e tentar compreendê-las. Sem
escutar, não haverá descodificação nem interpretação.
A escuta, ao contrário do que poderá parecer, implica
um papel ativo, havendo mesmo quem fale em “escuta
ativa”, para sublinhar esse papel ativo de receptor, por
oposição à atitude passiva do receptor que apenas
“ouve”. Uma escuta “ativa” implica uma entrega ao
outro, dedicando-lhe os ouvidos e os olhos. Tudo o que
nos permite captar a mensagem do outro deve estar
mobilizado para que o processo de comunicação tenha
55
a máxima produtividade.
• Há um conjunto de regras para a “escuta ativa”
que passamos a enunciar:
• Saber deixar falar : o receptor não pode ouvir e
falar ao mesmo tempo, pelo que é indispensável
suspender o discurso para que o outro diga o
que tem a dizer, e perceber claramente que está
a ser escutado;
• Colocar-se em empatia com o outro: para
compreender o que o outro diz, o receptor deve
esforçar-se por se pôr no lugar do emissor, isto
é, assumir (ainda que provisoriamente) o seu
quadro referencial, dado que cada sujeito dá um
“seu sentido” ao que diz ou que escreve;
56
• Centrar-se no que é dito : toda a atenção do receptor
deve estar concentrada no que o emissor diz - as suas
palavras, as suas expressões, os seus silêncios, as
suas hesitações;
• Manter os canais abertos : o receptor deve colocar-se
de frente para o emissor, olhando-o com interesse e
atenção, por forma que ele perceba que os canais de
comunicação estão completamente disponíveis para que
a mensagem seja recebida (e descodificada, e
interpretada);
• Eliminar qualquer juízo imediato : um juízo demasiado
rápido pode provocar reações de defesa por parte do
emissor, e interromper extemporaneamente o processo
de comunicação;
57
• Não interromper o outro : o receptor deve
resistir a antecipar o que julga que o emissor irá
dizer, dando-lhe tempo para que diga tudo até
ao fim, por muito morosa e desagradável que
seja a sua capacidade de expressão;
• Não deixar transparecer as emoções
pessoais : o receptor deve manter-se atento e
interessado, controlando as exteriorizações de
surpresa, acordo ou desacordo, agrado ou
desagrado. Estas expressões podem
condicionar o emissor, que desenvolverá o
processo de comunicação guiado pelo outro,
deturpando, conscientemente ou
inconscientemente a mensagem
58
• Resistir ao efeito de halo : o receptor deve
concentrar-se no que é dito, independentemente
daquilo que pensa do emissor. Há a tendência
para considerar que as pessoas de quem não
gostamos só dizem coisas desinteressantes, e
que, pelo contrário, as pessoas de quem
gostamos dizem sempre coisas muito
interessantes (o que obviamente não é
verdade);
• Reformular : sempre que a mensagem se torna
ambígua, o receptor deve recapitular o que foi
transmitido, por forma a certificar-se de que a
mensagem recebida é a mesma que foi emitida;
59
 Utilizar as capacidades cerebrais : o
ritmo médio de um sujeito falante é de
cerca de 120 palavras por minuto,
enquanto a velocidade de pensamento é
de aproximadamente 400 palavras por
minuto. Esta diferença permite ao receptor
ganhar um diferencial de tempo
significativo que pode utilizar no “controlo”
do processo de comunicação e na tarefa
de compreensão:
60
• Princípios da escuta ativa
• Saber deixar falar
• Colocar-se em empatia com o outro
• Centrar-se no que é dito
• Manter os canais abertos
• Eliminar juízos imediatos
• Não interromper o outro
• Controlar as emoções pessoais
• Resistir ao efeito de halo
• Reformular as mensagens
• Utilizar as capacidades cerebrais
61
• Já dissemos atrás que o feedback é a informação de
retorno, isto é, a informação que o receptor envia ao
emissor, e que permite que este se aperceba, se está ou
não a ser bem recebida a mensagem que enviou. Todos
sabemos como é frustrante estar a emitir uma
mensagem sem ter nenhum sinal do receptor. Basta
experimentar falar com alguém ao telefone e deixar
passar mais de 15 segundos sem dar nenhum sinal ao
nosso interlocutor. Ele dirá “está lá, estás a ouvir-me”,
pedindo feedback. Podemos também verificar o que
acontece quando, depois de um sujeito contar uma
anedota, o interlocutor fica impassível, sem esboçar um
sorriso. O emissor invariavelmente perguntará “então,
não percebeste? não achaste graça?”.

62
• É também aqui uma procura de feedback, sem o qual o
emissor ficará inseguro e tenso, reagindo a essa falta.
• Há um conjunto de sinais, mais ou menos convencionais
socialmente, que podemos utilizar para dar feedback ao
emissor - um acenar de cabeça, uma interjeição, uma
expressão de atenção e interesse. São elementos que
não acrescentam nada à informação, mas que mantêm
a ligação e reforçam o sistema de comunicação, dando
segurança ao emissor e aumentando a confiança mútua.

63
Conclusão

• A estima por si próprio e a capacidade de


escuta, são duas atitudes que condicionam a
sucesso da comunicação, e consequentemente
o sucesso dos objetivos a que o emissor se
propôs. Aspectos como, saber deixar falar,
centrar-se no que é dito, não deixar
transparecer certas emoções pessoais e
reformular as mensagens, entre outros, são
assim de extrema importância para a obtenção
de um feedback positivo.

64
Fim da Comunicação

65
A apresentação
Definições de uma boa exposição e a
determinação do objetivo da apresentação.
Competências necessárias para ensinar
adultos. Fase da preparação e estruturação
do conteúdo a apresentar

66
Objetivos

• Saber enumerar as características de uma


boa exposição;
• Ter em conta as competências
necessárias para ensinar adultos
• Saber definir o objetivo da sua
apresentação;
• Ter noção da importância da fase da
preparação e estruturação, na elaboração
de uma comunicação eficaz.
67
Definições de uma boa exposição

68
Uma boa exposição

Não é É sim
1. Uma conversa de salão 1. Um assunto e um objetivo preciso

2. Uma improvisação 2. Um texto preparado

3. Uma leitura em voz alta 3. Uma boa utilização de “cábulas”

4. Um texto sem nexo


5. Uma quantidade de dispositivos 5. Alguns suportes audiovisuais especialmente
concebidos

6. Um discurso aborrecido 6. Palavras estimulantes


7. “Sabe-se quando começa, não se sabe quando 7. Um domínio perfeito do tempo
acaba”

8. Uma situação de tensão 8. Um momento agradável para o orador e para o


publico

9. Uma reunião onde toda a gente fala 9. Uma boa gestão das questões

10. Um espectáculo sem programa 10. Uma encenação preparada e rigorosa 69


Competências necessárias para
ensinar adultos
• A aprendizagem requer 5 sentidos: a vista, o
ouvido, o olfato, o tato e o paladar. Deve
planear a sua intervenção de modo a causar
uma boa impressão aos participantes. Quanto
mais forem os sentidos estimulados mais eficaz
será a aprendizagem.
• Os adultos aprendem de modo diferente das
crianças. Para ensinar adultos, deve por em
prática três competências específicas:

70
Transmitir a vontade de aprender

• Os adultos querem saber o que a formação lhes


irá proporcionar e conhecer o modo como
poderão utilizar a matéria aprendida.
• Devem terminar a sessão de formação com o
sentimento que aprenderão qualquer coisa que
os poderá ajudar
• Os adultos impacientam-se depressa se a
matéria for demasiadamente teórica ou abstrata.
Por outro lado sentir-se-ão interessados se lhes
ensinarem de forma direta e simples o que
querem aprender.
71
Ensino recorrendo à participação
geral
• Se os adultos puserem imediatamente em
prática aquilo que aprenderam e continuarem a
utilizar os conhecimentos adquiridos, a
aprendizagem e a memorização ficarão
reforçadas.
• Os adultos aprendem melhor se você os fizer
participar. Encoraje-os a discutir o problema, a
procurar uma solução, a descobrir as
possibilidades de pôr em prática os seus novos
conhecimentos
72
• Os adultos aprendem resolvendo os
problemas de uma forma prática e concreta.
• Estabelecem uma ligação entre o que
aprenderam e o que já sabiam.
• Aprendem melhor se uma ideia nova for
apresentada de várias maneiras, estimulando
vários sentidos. Por exemplo a explicar o
conceito (o ouvido), demonstrar ou mostrar
uma imagem (vista), fazê-los praticar (ação).

73
Dar conselhos e não cursos

• Os adultos querem compreender aquilo


que fazem.
• Podem e devem medir os seus próprios
progressos. Os seus conselhos ajudá-los-
ão nesse sentido.

74
Determine o seu objetivo
• Para que uma apresentação tenha êxito, é
preciso antes de mais definir o seu
objetivo com rigor. Que resultados espera
obter junto do público?

75
Informar

• Apresentação descritiva
• Apresentar um novo produto a um vendedor
• Relatar o desenvolvimento de um processo.
• Descrever as atividades da empresa a um
jornalista
• O seu público adquire um conhecimento
suplementar sobre os fatos, os objetos e as
situações

76
Explicar: Apresentação pedagógica

• Explicar o encadeamento: como processar o


acompanhamento de um estudo de mercado.
• Valorizar o lógica de um funcionamento:
apresentar uma aplicação.
• Descrever a organização de uma operação:
expôr um processo de recrutamento.
• O seu público aprende uma tarefa que irá
executar posteriormente

77
Tomar uma posição:
Apresentação persuasiva

• Vender
• Convencer: persuadir
• Influenciar: fazer o interlocutor aderir à
sua opinião
• O seu público está consigo ou contra si

78
Antes de qualquer
apresentação
• Uma pergunta a colocar a si próprio: “que
resultado pretendo obter junto do meu
público?”
• Informal? Ficará com alguns
conhecimentos.
• Explicar-lhe? Ficará apto a fazer algumas
coisas
• Influenciá-lo? Tomará uma posição
79
Uma apresentação tem um único
objetivo principal

• Esse objetivo deve ser rigoroso,


escalonado, mensurável, concreto e
realista.
• O seu objetivo corresponde a estes
critérios?

80
Perguntas que deve fazer a si
próprio para se preparar
• A Fase de Preparação é muito importante para uma boa
apresentação. Os fatores a ter em conta são:
O ambiente:
• Terei a palavra antes ou depois de outro orador?
• Onde vou fazer a minha intervenção (aspectos
relacionados com a posição da mesa, com a sala, com o
edifício, a cidade, etc)?
• De que instrumentos disponho (cavalete com papel,
vídeo, retroprojetor, etc)?
• Em que contexto se realizará a minha apresentação
(conjuntura, ambiente, etc)?

81
O assunto

• De que vou falar?


• Que ideia principal deverei fazer reter?
• Que ideias principais deverei fazer
aceitar?
• Como tornar mais fácil a memorização do
que digo (exemplos, anedotas, frases de
impacto, metáforas, etc)?
82
A que população se dirige?

• Qual a dimensão do grupo?


• Qual o nível de conhecimentos dos
participantes?
• Que experiência têm os participantes?
• Que motivos levaram a procurar esta
formação?

83
Qual a necessidade de formação?

• Por falta de conhecimentos e/ou aptidões?


• Espera-se uma mudança de atitudes?

De quanto tempo disponho?

• Qual a duração prevista para a formação?


• Qual a duração necessária?
• Quais os objetivos pedagógicos?

84
O objetivo pedagógico deve responder a dois
imperativos:
• Ajudá-lo a escolher os métodos de aprendizagem e a
estruturar a formação
• Informar os participantes da finalidade da formação: “o
quê” e o “como” desta formação

Formule o seu objetivo pedagógico de modo a precisar:


• As mudanças esperadas em termos de
conhecimentos, aptidões ou atitudes
• O que o participante estará apto a fazer depois da
formação e como deverá pô-la em prática

85
Estruture o seu programa

Identifique os pontos importantes


• Numa sessão, nunca terá tempo suficiente para cobrir
todos os aspectos de um assunto. Atribua-lhes, pois,
uma ordem de prioridade
• Deve saber : fatos ou atitudes que devem ser
apreendidos
• Deveria saber : trata-se de um ponto importante, mas
se não for tratado o objetivo será atingido na mesma
• Poderia saber : assunto de interesse mas não vital par
um objetivo
• Adaptar o assunto de modo a cobrir o tempo disponível
• A fim de manter o interesse, tente incluir alguns
assuntos do tipo “deveria saber”

86
Defina as etapas lógicas

• Divida a sua intervenção em pequenas


etapas
• Apresente essas etapas por uma ordem
lógica. Só você pode definir a sequência
lógica da apresentação do assunto e a
forma mais lógica de o ensinar.

87
Especifique as aquisições esperadas

1. Conhecimento. Pode dividir-se em teoria e


prática:
– Para animar a teoria poderá utilizar: a leitura, os
debates de grupo, os filmes, os estudos de casos
– Para se iniciar na prática, pode utilizar: o trabalho de
grupo, o estudo de casos, os preceitos aconselhados
nos manuais
– Pode apresentar a teoria em primeiro lugar, depois
proporcionar um meio de a pôr em prática, ou então
dar um exercício prático sem teoria para demonstrar
a necessidade desta última
2. A atitude
– Os métodos de formação mais eficazes para
provocar uma mudança de atitude são a
representação, o vídeo, o feedback, o debate, etc.
88
Conclusão
• A preparação e a estruturação da sua apresentação,
são as melhores "armas" que lhe permitem alcançar
os melhores resultados para com o seu público. Deve
por isso, ter em conta estes aspectos, saber distinguir
entre tudo aquilo que uma boa apresentação é, e tudo
aquilo que ela não deverá ser. Quando se prepara
uma apresentação, devemos considerar as várias
características (econômicas, sociais, profissionais,
etc) de que é composto o nosso público, e
posteriormente, adaptar a apresentação a essas
mesmas características. É ainda muito importante,
estruturar da melhor forma possível o seu programa,
de forma a dividi-lo por etapas lógicas e especificar as
aquisições (objetivos esperados) para cada uma
delas. 89
90

Você também pode gostar