Você está na página 1de 124

Técnicas de Apresentação

1
Objectivo geral

• Sistematizar de uma forma simples e


prática, os factores mais relevantes das
técnicas de apresentação, não deixando
de fazer uma oportuna e pertinente alusão
aos aspectos comunicacionais, que tão
importantes são ao bom entendimento
dessas técnicas.

2
Objectivos do curso
• Saber quais os elementos intervenientes no sistema de
comunicação e as respectivas características de cada
um
• Saber distinguir entre comunicação unilateral e bilateral
• Compreender os conceitos de ruído e redundância
• Saber a importância resultante da combinação de
factores biológicos e psicológicos nos sujeitos do
processo comunicacional
• Identificar as atitudes fundamentais para o sucesso da
comunicação e, as suas características
• Saber enumerar as características de uma boa
exposição
• Ter em conta as competências necessárias para ensinar
adultos
3
• Saber definir o objectivo da sua apresentação
• Ter noção da importância da fase da preparação e
estruturação, na elaboração de uma comunicação eficaz
• Saber adequar os suportes ao tipo de apresentação
pretendida
• Tirar o máximo partido (considerando vantagens e
desvantagens) dos suportes, tendo em conta as
características e objectivos de cada um
• Saber a expressão fisionómica e corporal a adoptar
numa apresentação
• Saber como organizar o seu tempo de intervenção, bem
como, ter conhecimento das técnicas a utilizar para
controlar o medo e as falhas de memória que possam
ocorrer

4
• Saber qual a postura a ter / manter de forma a
controlar o seu público da melhor forma
• Saber de que forma poderá promover uma
coanimação eficaz, e que beneficie a
comunicação
• Saber concluir de uma forma sintetizada e
prática, o que de principal foi dito durante a sua
apresentação, bem como, saber qual a
abordagem a utilizar para o seu público avaliar o
seu trabalho, de acordo com a informação que
quer obter

5
Destinatários
• Este curso destina-se a todos aqueles que
pretendam melhorar as suas capacidades
de apresentação de uma exposição oral.

Aplicações práticas

Preparar e levar a cabo correctamente uma


exposição oral e controlar a assistência.
6
Programa
• A comunicação e os seus elementos
• Definições de uma boa exposição
• Competências necessárias para ensinar adultos
• Determinar os objectivos da exposição
• Perguntas que deve fazer a si próprio para se preparar
• Estruturação do programa
• Papel dos Audiovisuais
• Regras para a expressão fisionómica e linguagem
corporal
• Como dar vivacidade a uma exposição
• Organização do tempo de intervenção
• Técnicas para vencer o medo e falhas de memória
• Controle do público
7
8
A comunicação

Concretizar alguns dos elementos


básicos para uma Comunicação efectiva.

9
Objectivos

• Saber quais os elementos intervenientes


no sistema de comunicação e as
respectivas características de cada um
• Saber distinguir entre comunicação
unilateral e bilateral
• Compreender os conceitos de ruído e
redundância

10
A comunicação e os seus elementos

• Comunicar é trocar mensagens. Embora a


situação da comunicação se possa
apresentar de muitas maneiras diferentes,
comporta sempre alguns elementos que
lhe são característicos e que passaremos
a referir

11
• O emissor - é o sujeito que envia a mensagem.
• O receptor - é o sujeito que recebe a mensagem.
• A mensagem - é o conjunto de informações
transmitidas.
• O código - é o conjunto de sinais e regras que permitem
transformar o pensamento em informação, capaz de ser
entendida, na sua globalidade, pelo receptor. O emissor
utiliza o código para construir a sua mensagem -
operação de codificação - enquanto que o receptor
utiliza o código para compreender a mensagem -
operação de descodificação.
• O meio - É o suporte que permite à mensagem ser
conduzida do emissor ao receptor.
• O contexto - É o conjunto das variáveis que o rodeiam
e influenciam a situação de comunicação.

12
A representação tradicional do sistema de comunicação é
a que se segue:

13
• Poderia ainda falar-se do canal como a via
de circulação da mensagem, e do
referente como o conjunto dos objectos
e/ou situações reais a que a mensagem
se refere. Para o nosso objectivo,
poderemos deixar estes elementos de
lado, mas teremos que referir ainda um
outro, de fundamental importância.

14
O feedback

• Pelo que dissemos até agora poderia


supor-se que num processo de
comunicação o emissor conserva sempre
esse papel, tal como o receptor, isto é, há
um elemento que desempenha um papel
activo, enviando mensagens, e outro que
tem um papel passivo, recebendo
mensagens

15
• Isto, porém, pode não ser verdade. Designa-se
por comunicação unilateral aquela que
efectivamente se processa numa única
direcção, isto é, do emissor para o receptor,
sem reciprocidade. Mas existe também a
comunicação bilateral , onde se verifica uma
alternância de papéis, entre o emissor e o
receptor. Recebida a mensagem, o receptor
informa o emissor que recebeu essa mensagem
(como a recebeu), o que permite a introdução
de correcções, caso pareça não a ter recebido
bem. Há quem designe este sujeito por emirec ,
termo que resulta da combinação das palavras
(emi)ssor e (rec)eptor. Esta informação de
retorno que permite ajustar a mensagem, tendo
em vista a eficácia da comunicação, designa-se
por feedback . 16
A representação do sistema de
comunicação será agora assim:

17
• Acrescentemos mais dois conceitos importantes para a
compreensão do processo de comunicação - ruído e
redundância .
• Por vezes um sujeito não consegue receber uma
mensagem porque o outro fala demasiado baixo, ou
porque há muito barulho no local em que se encontram,
ou ainda porque tem uma letra ilegível. Pode também
acontecer que o texto esteja mal impresso na folha em
que foi escrita a mensagem, ou que esteja demasiado
escuro para que o receptor possa ver os sinais que o
emissor lhe envia., Finalmente, pensemos numa
situação de grande cansaço, ou de intensa preocupação
com um problema qualquer. Tudo isto são factores que
afectam, em graus diferentes, e por causas diversas, a
transmissão e recepção da mensagem. São designados
ruídos .
18
• Falemos agora da redundância , que consiste na
presença de elementos que não acrescentam nada à
informação, mas que têm um papel importante na
qualidade da comunicação, clarificando e reforçando as
ideias transmitidas. Estes elementos podem ser de tipo
linguístico (“eles foram para praia, e eles sabem que eu
não quero!”); de tipo gestual (afastar os braços para
dizer que o carro é espaçoso); ou de tipo sonoro ( dizer
que é meia-noite quando, á noite o relógio dá as 24
horas). Também o desenho bem explícito com uma
legenda que, por baixo, diga do que se trata, é uma
redundância. O papel da redundância é reduzir os riscos
de perda de informação ou compensando, com a
repetição esse enfraquecimento progressivo da
mensagem.

19
• Calcula-se que a taxa média de redundâncias na maior
parte das línguas seja de cerca de 50 % - o que de certa
forma é uma razoável compensação para as perdas por
ruído.
• Depois do que dissemos, parece-nos ser realmente fácil
distinguir a noção de informação da noção de
comunicação. No primeiro caso, estamos perante um
circuito unilateral, onde a informação circula
exclusivamente do emissor para o receptor. É um tipo
de relação característico entre sujeitos com desníveis de
poder, e em que o mais forte pratica um estilo
autocrático de relacionamento, e está interessado na
manutenção desse tipo de relacionamento. Este tipo de
comunicação mantém, pois, a irreversibilidade, o
desnivelamento, e suscita frequentemente equívocos de
compreensão.
20
• . No segundo caso, estamos perante um
circuito bilateral, em que os sujeitos são
alternadamente emissores e receptores. É
um tipo de relação característico de
sujeitos que se encontram (ou se
colocam) ao mesmo nível, procurando o
entendimento e reversibilidade de ideias,
opiniões e juízos, a reciprocidade afectiva
e permite uma maior objectividade nas
significações.

21
Síntese

• Comunicar é trocar mensagens. Embora a


situação da comunicação se possa apresentar
de muitas maneiras diferentes, comporta
sempre alguns elementos que lhe são
característicos: o emissor, o receptor, a
mensagem, o código, o meio, o contexto e o
feedback. O papel do feedback é de extrema
importância, uma vez que permite ao emissor
aperceber-se até que ponto o objectivo da sua
mensagem terá sido ou não atingido (bem
interpretado) pelo receptor.
22
• Designa-se por comunicação unilateral
aquela que efectivamente se processa
numa única direcção, isto é, do emissor
para o receptor, sem reciprocidade. Mas
existe também a comunicação bilateral,
onde se verifica uma alternância de
papéis, entre o emissor e o receptor. Este
tipo de comunicação, permite ao emissor,
uma constante adaptação da mensagem
(caso seja necessário), de forma a
melhorar a comunicação para com o
receptor.
23
• Outros dois conceitos importantes a apreender,
são o de ruído e redundância. O primeiro,
caracteriza-se por todos os factores, que de
uma forma ou de outra, afectam a transmissão e
recepção da mensagem (ex.: interferência no
telefone). A redundância, por seu lado, consiste
na presença de elementos que não
acrescentam nada à informação, mas que têm
um papel importante na qualidade da
comunicação (clarificam e reforçam as ideias
transmitidas

24
25
A comunicação interpessoal -
Abordagem psicossociológica

A participação subjectiva do Homem no


processo de Comunicação e as reacções
psicossomáticas como obstáculos à eficiência
da Comunicação.

26
Objectivos

• Saber a importância resultante da


combinação de factores biológicos e
psicológicos nos sujeitos do processo
comunicacional
• Saber identificar e enunciar as barreiras à
comunicação

27
• Já dissemos que comunicar é trocar
mensagens. Também sabemos que não é fácil
(é talvez impossível) dissociar o que é dito, de
quem o diz. E isto porque no nosso discurso
está sempre presente, de forma manifesta ou
latente, aquilo que somos. Cada sujeito é uma
entidade complexa, resultante da combinação
de factores biológicos e psicológicos, e dos
resultados das experiências por que passa, e
que lhe deixam marcas positivas ou negativas,
mais superficiais ou mais profundas. Cada
sujeito transporta sempre consigo a sua história
feita de vitórias e derrotas, e com isso vê as
coisas de forma muito pessoal. Não há dois
sujeitos iguais e isso vai obviamente influenciar
os processos de comunicação.
28
• É indispensável que os sujeitos, num processo
de comunicação, partilhem o mesmo código,
para poderem codificar e descodificar as
mensagens. É também necessário que as
mensagens sejam suficientemente motivadoras
para lhes despertar a atenção e o interesse.
indispensável que mantenham o canal de
comunicação entre eles aberto, e partilhem
meios comuns, para que não haja distorções.
Finalmente é necessário que estejam num
contexto que estimule e permita a comunicação.
• Verificamos, pois, que comunicar (com eficácia)
não é fácil. Exige esforço de ambos os sujeitos
para que sejam vencidos alguns obstáculos
designados por barreiras á comunicação .

29
As barreiras à comunicação

• Entendemos por barreiras à comunicação as


barreiras que dificultam a emissão e/ou
recepção de mensagens. Vamos enunciar
alguns mais vulgares:
• a) Ao nível do emissor e do receptor

Estas barreiras aparecem por vezes designadas


por distância psicológica . Imaginemos, numa
sequência linear, um tanto artificial, o processo
de envio de uma mensagem do sujeito A para o
sujeito B .
30
• Construção da ideia a nível conceptual
(aqui colocam-se questões de âmbito
psicológico e mental, uma vez que se faz
apelo à capacidade de abstracção e ao
raciocínio, bem como ao respectivo
quadro de referências em que o sujeito
se move);
• Codificação (aqui colocam-se questões
do domínio do código, neste caso da
língua, e da capacidade verbal);

31
• Expressão (aqui, e partindo do princípio de que
estamos perante uma comunicação verbal, oral,
colocam-se questões de foro fisiológico, como
dificuldades de pronúncia, por deficiente implantação
dental ou formas labiais ou palatais, ou do foro
psíquico, como afazias, gaguez ou desléxias de
qualquer tipo);
• Audição (aqui colocam-se, relativamente ao receptor,
- questões que podem ser de foro meramente
fisiológico, como a surdez, mas podem também pôr-se
questões de outra ordem, como um excessivo
cansaço, que dificulte a concentração, ou uma
preocupação forte que impeça o descentramento
desse problema e impossibilite a mobilização de
capacidades para o processo de comunicação);

32
• Descodificação (aqui coloca-se, como ao emissor,
mas em sentido contrário, a questão do conhecimento
do código utilizado. Se for a língua portuguesa será
necessário que os vocábulos sejam conhecidos, ou
compreensíveis pelo contexto, e que as construções
sintácticas possibilitem uma lógica linguística e
conceptual que deixem o emissor passar da
mensagem ás ideias);
• Interpretação (mais uma vez aqui se coloca ao
receptor um problema idêntico ao do emissor. O
receptor vai confrontar a mensagem com o seu quadro
referencial, isto é, os seus conhecimentos, opiniões,
valores, crenças, etc, e procurar daí dar um sentido ao
que lhe foi transmitido).
• Tudo isto são factores que ameaçam
permanentemente qualquer comunicação, e que
exigem do sujeito um esforço constante, se quiser
comunicar com eficácia.
33
b) Ao nível do contexto
• Há contextos que incentivam a comunicação, e outros
que a restringem, assim como também há contextos
mais adequados ou menos adequados a cada tipo de
comunicação. Será difícil dois sujeitos conversarem
numa discoteca com música muito alta, ou contarem
anedotas numa sala de leitura. Também não lembraria a
ninguém examinar um aluno de matemática numa
piscina, ou pedir namoro a alguém num funeral de
família. Numa empresa em que não há o hábito de
reuniões para discussão dos assuntos das equipas de
trabalho, é mais coerente a comunicação escrita,
divulgando as directivas e solicitando sugestões também
por escrito.

34
c) Ao nível do meio
• O meio utilizado para suportar ou veicular a mensagem
também nem sempre é o mais adequado, constituindo-
se numa barreira à comunicação. Imaginemos um
treinador de futebol, que preocupado com o baixo índice
de rendimento dos avançados da sua equipa decide
ensinar a técnica do remate à baliza, projectando vários
acetatos ou que um professor de química decidia dar as
suas aulas em forma epistolar, escrevendo cartas aos
seus alunos.
• É necessário que exista uma certa coerência entre o tipo
de mensagem e os objectivos pretendidos, sob pena de
se afectar a eficácia da comunicação.

35
d) Ao nível do código
• Este elemento do processo de comunicação é muitas
vezes responsável pela sua ineficácia. Lembremos que
tem de ser partilhado pelos interlocutores, para que o
emissor possa codificar e o receptor descodificar as
mensagens. Se o emissor usar sinais (sons, gestos,
grafismos) que sejam desconhecidos do receptor, este
não tem hipótese de descodificar a mensagem e
perceber o que o outro lhe envia. Todas temos a
experiência de belíssimos discursos de especialistas
cheios de boa vontade, procurando-nos explicar
qualquer coisa da sua área, e que nos deixam ainda
mais confusos que antes. Seria também inútil (ainda que
engraçado) explicar em português, a um chinês, como
se faz um molho de escabeche.

36
e) Ao nível da mensagem
• Finalmente, a própria mensagem pode não facilitar a
comunicação. Se não for oportuna, pertinente,
motivadora, pode não suscitar sequer a atenção do
receptor. Se for demasiado dissonante com o quadro de
referencial do receptor, é provável que este a recuse. Os
valores culturais e éticos do receptor podem provocar
uma forte recusa da mensagem, não chegando mesmo
a “ouvir” o que se quer dizer.Mensagens de contestação
a princípios religiosos para destinatários crentes,
suscitará rejeição. Tal como uma campanha publicitária
sobre chapéus de chuva numa zona onde raramente
chova, ou uma proibição de fumar numa fábrica de
cigarros. Tudo isto, provocará uma situação de recusa à
mensagem, que dificultará, ou impossibilitará a
comunicação.

37
38
• Do que dissemos poderá depreender que,
se queremos uma comunicação eficaz
teremos de estar atentos a todos os
elementos do processo de comunicação,
a começar por nós próprios. Haverá
atitudes individuais que facilitem a
comunicação?

39
Síntese

• Comunicar (com eficácia) não é fácil! Exige


esforço de ambos os sujeitos para que sejam
vencidos alguns obstáculos designados por
barreiras à comunicação. Estas barreiras podem
fazer-se sentir, ao nível do emissor e do
receptor, ao nível do contexto e ao nível do
código. O emissor e o receptor devem por isso,
zelar pela atenuação destas mesmas barreiras,
ou caso seja possível, pela sua eliminação, de
forma a promover o sucesso da comunicação,
da qual são elementos.
40
41
Atitudes individuais
facilitadoras da comunicação

A valorização da sua comunicação


perante outros, através da sua atitude e
posicionamento.

42
Objectivos

• Identificar as atitudes fundamentais para o


sucesso da comunicação e as suas
características

43
• Agora vamos falar sobre como valorizar a
sua comunicação perante outros, através
da sua atitude e posicionamento.
• Vamos referir três atitudes que julgamos
muito importantes para a comunicação:

44
a) A estima por si próprio
• Corresponde à imagem que temos de nós
próprios e ao valor que atribuímos à nossa
pessoa. É influenciada, principalmente, por
aquilo que o nosso meio mais próximo nos deu
como imagem durante a nossa infância, que
como se sabe é um período privilegiado para a
formação da nossa personalidade. A estima por
si só, depende muito da percepção, isto é, da
forma como tomamos conhecimento das coisas,
e neste caso, da forma “como nos vemos”. De
entre as várias características que possuímos,
valorizamos mais umas do que outras.

45
• Tudo isto vai provocar atitudes e comportamentos
diferentes, como reacção a essas maneiras de nos
vermos.
• Os indivíduos com pouca estima de si próprios, sentem-
se normalmente em posição de inferioridade,
considerando-se vencidos à partida. Têm dificuldade em
estabelecer relações com os outros, ou em emitir ou
admitir opiniões críticas. São sujeitos que tenderão
sempre para reacções defensivas, predominando as
atitudes passivas, e com quem a comunicação tenderá a
ser unilateral. Para termos credibilidade diante de um
interlocutor é indispensável termos credibilidade perante
nós próprios. Só há troca (e comunicação é troca) se
admitirmos que podemos contribuir com alguma coisa
válida.

46
• Podemos afirmar, pois, que há uma correlação
elevada entre a estima por si próprio e o estilo
de comunicação. As pessoas que possuem um
bom nível de estima por si próprias, dão
normalmente provas de um grande à-vontade
nas relações, sabendo ter a iniciativa, sendo
criativas, exprimindo com clareza as suas
posições e procuram compreender os pontos de
vista diferentes. Aceitam as críticas
fundamentadas e procuram relações produtivas
para todos os intervenientes, não se sentindo
postas em causa de cada vez que se discorda
delas, ou que um seu ponto de vista não suscita
a anuência do grupo.

47
b) A capacidade de escutar
• Jacques Laurioz, num artigo publicado já há
algum tempo na revista Pessoal, conta que,
num seminário de formação em que
participavam vários quadros, quando o
animador lhes pediu que indicassem como
repartiam o seu tempo pelas diversas
actividades profissionais, aqueles responderam:
• a falar 35%
• a ouvir 40%
• a escrever 9%
• a ler 16%

48
• O animador reparou, com razão, que se a maior parte
do tempo de trabalho da nossa infância foi despendido a
aprender a ler e a escrever, e se outra grande parte da
nossa adolescência foi aplicada a aperfeiçoar a
linguagem, a verdade é que ninguém nunca nos ensinou
a ouvir .
• Escutar é uma atitude de disponibilidade para receber
as mensagens dos outros e tentar compreendê-las. Sem
escutar, não haverá descodificação nem interpretação.
A escuta, ao contrário do que poderá parecer, implica
um papel activo, havendo mesmo quem fale em “escuta
activa”, para sublinhar esse papel activo de receptor, por
oposição à atitude passiva do receptor que apenas
“ouve”. Uma escuta “activa” implica uma entrega ao
outro, dedicando-lhe os ouvidos e os olhos. Tudo o que
nos permite captar a mensagem do outro deve estar
mobilizado para que o processo de comunicação tenha
a máxima produtividade.
49
• Há um conjunto de regras para a “escuta activa”
que passamos a enunciar:
• Saber deixar falar : o receptor não pode ouvir e
falar ao mesmo tempo, pelo que é indispensável
suspender o discurso para que o outro diga o
que tem a dizer, e perceber claramente que está
a ser escutado;
• Colocar-se em empatia com o outro: para
compreender o que o outro diz, o receptor deve
esforçar-se por se pôr no lugar do emissor, isto
é, assumir (ainda que provisoriamente) o seu
quadro referencial, dado que cada sujeito dá um
“seu sentido” ao que diz ou que escreve;

50
• Centrar-se no que é dito : toda a atenção do receptor
deve estar concentrada no que o emissor diz - as suas
palavras, as suas expressões, os seus silêncios, as
suas hesitações;
• Manter os canais abertos : o receptor deve colocar-se
de frente para o emissor, olhando-o com interesse e
atenção, por forma que ele perceba que os canais de
comunicação estão completamente disponíveis para que
a mensagem seja recebida (e descodificada, e
interpretada);
• Eliminar qualquer juízo imediato : um juízo demasiado
rápido pode provocar reacções de defesa por parte do
emissor, e interromper extemporaneamente o processo
de comunicação;

51
• Não interromper o outro : o receptor deve
resistir a antecipar o que julga que o emissor irá
dizer, dando-lhe tempo para que diga tudo até
ao fim, por muito morosa e desagradável que
seja a sua capacidade de expressão;
• Não deixar transparecer as emoções
pessoais : o receptor deve manter-se atento e
interessado, controlando as exteriorizações de
surpresa, acordo ou desacordo, agrado ou
desagrado. Estas expressões podem
condicionar o emissor, que desenvolverá o
processo de comunicação guiado pelo outro,
deturpando, conscientemente ou
inconscientemente a mensagem

52
• Resistir ao efeito de halo : o receptor deve
concentrar-se no que é dito, independentemente
daquilo que pensa do emissor. Há a tendência
para considerar que as pessoas de quem não
gostamos só dizem coisas desinteressantes, e
que, pelo contrário, as pessoas de quem
gostamos dizem sempre coisas muito
interessantes (o que obviamente não é
verdade);
• Reformular : sempre que a mensagem se torna
ambígua, o receptor deve recapitular o que foi
transmitido, por forma a certificar-se de que a
mensagem recebida é a mesma que foi emitida;

53
 Utilizar as capacidades cerebrais : o
ritmo médio de um sujeito falante é de
cerca de 120 palavras por minuto,
enquanto a velocidade de pensamento é
de aproximadamente 400 palavras por
minuto. Esta diferença permite ao receptor
ganhar um diferencial de tempo
significativo que pode utilizar no “controlo”
do processo de comunicação e na tarefa
de compreensão:

54
• Princípios da escuta activa
• Saber deixar falar
• Colocar-se em empatia com o outro
• Centrar-se no que é dito
• Manter os canais abertos
• Eliminar juízos imediatos
• Não interromper o outro
• Controlar as emoções pessoais
• Resistir ao efeito de halo
• Reformular as mensagens
• Utilizar as capacidades cerebrais
55
• Já dissemos atrás que o feedback é a
informação de retorno, isto é, a informação que
o receptor envia ao emissor, e que permite que
este se aperceba, se está ou não a ser bem
recebida a mensagem que enviou. Todos
sabemos como é frustrante estar a emitir uma
mensagem sem ter nenhum sinal do receptor.
Basta experimentar falar com alguém ao
telefone e deixar passar mais de 15 segundos
sem dar nenhum sinal ao nosso interlocutor. Ele
dirá “está lá, estás a ouvir-me”, pedindo
feedback. Podemos também verificar o que
acontece quando, depois de um sujeito contar
uma anedota, o interlocutor fica impassível, sem
esboçar um sorriso. O emissor invariavelmente
perguntará “então, não percebeste? não
achaste graça?”.
56
• É também aqui uma procura de feedback, sem o
qual o emissor ficará inseguro e tenso, reagindo
a essa falta.
• Há um conjunto de sinais, mais ou menos
convencionais socialmente, que podemos
utilizar para dar feedback ao emissor - um
acenar de cabeça, uma interjeição, uma
expressão de atenção e interesse. São
elementos que não acrescentam nada à
informação, mas que mantêm a ligação e
reforçam o sistema de comunicação, dando
segurança ao emissor e aumentando a
confiança mútua.
57
Síntese

• A estima por si próprio e a capacidade de


escuta, são duas atitudes que condicionam a
sucesso da comunicação, e consequentemente
o sucesso dos objectivos a que o emissor se
propôs. Aspectos como, saber deixar falar,
centrar-se no que é dito, não deixar
transparecer certas emoções pessoais e
reformular as mensagens, entre outros, são
assim de extrema importância para a obtenção
de um feedback positivo.
•  
58
Fim da Comunicação

59
A apresentação

Definições de uma boa exposição e a


determinação do objectivo da apresentação.
Competências necessárias para ensinar
adultos. Fase da preparação e estruturação
do conteúdo a apresentar

60
Objectivos

• Saber enumerar as características de uma


boa exposição
• Ter em conta as competências
necessárias para ensinar adultos
• Saber definir o objectivo da sua
apresentação
• Ter noção da importância da fase da
preparação e estruturação, na elaboração
de uma comunicação eficaz
61
Definições de uma boa exposição

62
Uma boa exposição
Não é É sim
1. Uma conversa de salão 1. Um assunto e um objectivo preciso
2. Um texto preparado
2. Uma improvisação
3. Uma leitura em voz alta 3. Uma boa utilização de “cábulas”
4. Um texto sem nexo
5. Uma quantidade de diapositivos 5. Alguns suportes audiovisuais
especialmente concebidos
6. Um discurso aborrecido 6. Palavras estimulantes
7. “Sabe-se quando começa, não se 7. Um domínio perfeito do tempo
sabe quando acaba”
8. Uma situação de tensão 8. Um momento agradável para o
orador e para o publico
9. Uma reunião onde toda a gente fala 9. Uma boa gestão das questões
10. Um espectáculo sem programa 10. Uma encenação preparada e
rigorosa 63
Competências necessárias para ensinar
adultos

• A aprendizagem requer 5 sentidos: a vista, o


ouvido, o olfacto, o tacto e o paladar. Deve
planear a sua intervenção de modo a causar
uma boa impressão aos participantes. Quantos
mais forem os sentidos estimulados mais eficaz
será a aprendizagem.
• Os adultos aprendem de modo diferente das
crianças. Para ensinar adultos, deve por em
prática três competências específicas:

64
1. Transmitir a vontade de aprender

• Os adultos querem saber o que a formação lhes


irá proporcionar e conhecer o modo como
poderão utilizar a matéria aprendida.
• Devem terminar a sessão de formação com o
sentimento que aprenderão qualquer coisa que
os poderá ajudar
• Os adultos impacientam-se depressa se a
matéria for demasiadamente teórica ou
abstracta. Por outro lado sentir-se-ão
interessados se lhes ensinarem de forma directa
e simples o que querem aprender.
65
2. Ensino recorrendo à participação geral

• Se os adultos puserem imediatamente em


prática aquilo que aprenderam e continuarem a
utilizar os conhecimentos adquiridos, a
aprendizagem e a memorização ficarão
reforçadas.
• Os adultos aprendem melhor se você os fizer
participar. Encoraje-os a discutir o problema, a
procurar uma solução, a descobrir as
possibilidades de pôr em prática os seus novos
conhecimentos
66
• Os adultos aprendem resolvendo os
problemas de uma forma prática e
concreta.
• Estabelecem uma ligação entre o que
aprenderam e o que já sabiam.
• Aprendem melhor se uma ideia nova for
apresentada de várias maneiras,
estimulando vários sentidos. Por exemplo
a explicar o conceito (o ouvido),
demonstrar ou mostrar uma imagem
(vista), fazê-los praticar (acção).
67
3. Dar conselhos e não cursos

• Os adultos querem compreender aquilo


que fazem.
• Podem e devem medir os seus próprios
progressos. Os seus conselhos ajudá-los-
ão nesse sentido.

68
Determine o seu objectivo

• Para que uma apresentação tenha êxito, é


preciso antes de mais definir o seu
objectivo com rigor. Que resultados
espera obter junto do público?

69
Informar:

• Apresentação descritiva
• Apresentar um novo produto a um vendedor
• Relatar o desenvolvimento de um processo.
• Descrever as actividades da empresa a um
jornalista
• O seu público adquire um conhecimento
suplementar sobre os factos, os objectos e as
situações

70
Explicar: Apresentação pedagógica

• Explicar o encadeamento: como processar o


acompanhamento de um estudo de mercado.
• Valorizar o lógica de um funcionamento:
apresentar uma aplicação.
• Descrever a organização de uma operação:
expôr um processo de recrutamento.
• O seu público aprende uma tarefa que irá
executar posteriormente

71
Tomar uma posição:
Apresentação persuasiva

• Vender
• Convencer: persuadir
• Influenciar: fazer o interlocutor aderir à
sua opinião
• O seu público está consigo ou contra si

72
Antes de qualquer apresentação:

• Uma pergunta a colocar a si próprio: “que


resultado pretendo obter junto do meu
público?”
• Informal? Ficará com alguns
conhecimentos.
• Explicar-lhe? Ficará apto a fazer algumas
coisas
• Influenciá-lo? Tomará uma posição
73
Uma apresentação tem um único
objectivo principal

• Esse objectivo deve ser rigoroso,


escalonado, mensurável, concreto e
realista.
• O seu objectivo corresponde a estes
critérios?

74
5. Perguntas que deve fazer a si próprio
para se preparar
• A Fase de Preparação é muito importante para uma boa
apresentação. Os factores a ter em conta são:
O ambiente
• Terei a palavra antes ou depois de outro orador?
• Onde vou fazer a minha intervenção (aspectos
relacionados com a posição da mesa, com a sala, com o
edifício, a cidade, etc)?
• De que instrumentos disponho (cavalete com papel,
vídeo, retroprojector, etc)?
• Em que contexto se realizará a minha apresentação
(conjuntura, ambiente, etc)?

75
O assunto

• De que vou falar?


• Que ideia principal deverei fazer reter?
• Que ideias principais deverei fazer
aceitar?
• Como tornar mais fácil a memorização do
que digo (exemplos, anedotas, frases de
impacto, metáforas, etc)?
76
A que população se dirige?

• Qual a dimensão do grupo?


• Qual o nível de conhecimentos dos
participantes?
• Que experiência têm os participantes?
• Que motivos levaram a procurar esta
formação?

77
Qual a necessidade de formação?

• Por falta de conhecimentos e/ou aptidões?


• Espera-se uma mudança de atitudes?

De quanto tempo disponho?

• Qual a duração prevista para a formação?


• Qual a duração necessária?
• Quais os objectivos pedagógicos?

78
O objectivo pedagógico deve responder a dois
imperativos:
• Ajudá-lo a escolher os métodos de
aprendizagem e a estruturar a formação
• Informar os participantes da finalidade da
formação: “o quê” e o “como” desta formação

Formule o seu objectivo pedagógico de modo a


precisar:
• As mudanças esperadas em termos de
conhecimentos, aptidões ou atitudes
• O que o participante estará apto a fazer depois
da formação e como deverá pô-la em prática

79
Estruture o seu programa

Identifique os pontos importantes


• Numa sessão, nunca terá tempo suficiente para cobrir
todos os aspectos de um assunto. Atribua-lhes, pois,
uma ordem de prioridade
• Deve saber : factos ou atitudes que devem ser
apreendidos
• Deveria saber : trata-se de um ponto importante, mas
se não for tratado o objectivo será atingido na mesma
• Poderia saber : assunto de interesse mas não vital par
um objectivo
• Adaptar o assunto de modo a cobrir o tempo disponível
• A fim de manter o interesse, tente incluir alguns
assuntos do tipo “deveria saber”

80
Defina as etapas lógicas

• Divida a sua intervenção em pequenas


etapas
• Apresente essas etapas por uma ordem
lógica. Só você pode definir a sequência
lógica da apresentação do assunto e a
forma mais lógica de o ensinar.

81
Especifique as aquisições esperadas
1. Conhecimento. Pode dividir-se em teoria e
prática:
– Para animar a teoria poderá utilizar: a leitura, os
debates de grupo, os filmes, os estudos de casos
– Para se iniciar na prática, pode utilizar: o trabalho de
grupo, o estudo de casos, os preceitos aconselhados
nos manuais
– Pode apresentar a teoria em primeiro lugar, depois
proporcionar um meio de a pôr em prática, ou então
dar um exercício prático sem teoria para demonstrar
a necessidade desta última
2. A atitude
– Os métodos de formação mais eficazes para
provocar uma mudança de atitude são a
representação, o vídeo, o feedback, o debate, etc.
82
Síntese
• A preparação e a estruturação da sua apresentação,
são as melhores "armas" que lhe permitem alcançar
os melhores resultados para com o seu público. Deve
por isso, ter em conta estes aspectos, saber distinguir
entre tudo aquilo que uma boa apresentação é, e tudo
aquilo que ela não deverá ser. Quando se prepara
uma apresentação, devemos considerar as várias
características (económicas, sociais, profissionais,
etc) de que é composto o nosso público, e
posteriormente, adaptar a apresentação a essas
mesmas características. É ainda muito importante,
estruturar da melhor forma possível o seu programa,
de forma a dividi-lo por etapas lógicas e especificar as
aquisições (objectivos esperados) para cada uma
delas.
83
84
Os suportes da apresentação

Tipos de suportes a utilizar nas


apresentações: vantagens e desvantagens
de cada um. Técnicas para os suportes
audiovisuais

85
Objectivos

• Saber adequar os suportes ao tipo de


apresentação pretendida
• Tirar o máximo partido (considerando
vantagens e desvantagens) dos suportes,
tendo em conta as características e
objectivos de cada um

86
Como utilizar os suportes sem torná-los
a estrela da apresentação?

Conselhos gerais
• Os suportes que vai utilizar devem ser
adequados, exactos e claros
• Assegure-se de que tem cópias para todos os
participantes
• Nunca distribua os suportes antes de estarem
em condições de serem utilizados
• Não fale durante a distribuição
• Arrume cada suporte depois de demonstrar o
objectivo que se propunha
87
Conselhos sobre a preparação dos seus
suportes visuais
• Assegure-se de que respondem aos seus
objectivos: Ajudar o participante a apreender;
Ajudá-lo a explicar;
• Os suportes devem de ser adequados e estar
relacionados com a apresentação que vai
fazer
• Devem ser simples e conter a informação
essencial
• Devem constituir um complemento e não uma
substituição da sua intervenção
• Devem poder ser lidos por toda a gente

88
Conselhos sobre a utilização dos seus
suportes visuais
• Familiarize-se com o material para melhorar a sua
utilização
• Mantenha o interesse utilizando vários suportes (ex.:
quadro, apresentações multimédia, etc)
• Utilize-os no momento oportuno certificando-se que
toda a gente pode vê-los ou ouvi-los
• Se necessário descreva o suporte (ex.: quadro ou
gráfico). Aproveite para explicar o seu ponto de vista
• Coloque-se face à audiência sem esconder os
suportes que vai utilizar (ex.: projecção em rich media,
etc).

89
Técnicas para os suportes audiovisuais

• Uma exposição dinâmica passa por uma


boa concepção dos suportes audiovisuais.
Um principio fundamental: o suporte deve
ajudar-nos a falar e ajudar o público a
compreender. Conceba suportes claros e
esquemáticos, em pequena quantidade, e
nunca perca o contacto com o público.

90
O cavalete com papel ou quadro branco
• Dois quadros valem mais do que um. Num dos
quadros conserve o plano condutor da sua exposição.
O outro será utilizado para escrever ou desenhar
• Escreva sem perturbar. Coloque-se a três quartos
perpendicularmente ao quadro e vá lendo o que
estiver a escrever
• Aspecto gráfico. Escreva com letras grandes, legíveis,
enchendo o meio da folha. Ponha o título em cada
folha. Utilize o mesmo código de cor ao longo da
exposição: títulos a vermelho, palavras a preto, setas
a verde, etc. Sempre que possível substitua o texto
por esquemas (histogramas, pictogramas, etc)
• Explique. Evite as abreviaturas. Utilize siglas no
quadro desde o inicio

91
Os acetatos

• O acetato é uma ilustração gráfica. Suprima


todos os acetatos que são apenas
reproduções de texto ou de quadros
• Seja dinâmico. Aponte para o ecrã com um
ponteiro e não sobre o acetato. Evite ficar
oculto
• O orador é você e não o retroprojector.
Apague-o logo que acabe de comentar o
acetato. Faça a introdução e a conclusão da
apresentação com o retroprojector apagado.
Olhe mais para o público do que para o ecrã
92
O vídeo, os filmes, os diaporamas

• É utilizado só quando indispensável: para


mostrar o produto que você está a vender,
para apresentar uma reportagem sobre a
operação que está a explicar. Essas imagens
são a representação concreta das suas
palavras e não a informação gráfica do seu
objectivo, como é o caso de um acetato.
• A imagem é vedeta. Não comente um filme
durante a projecção. Coloque-se ao fim da
sala como um participante e deixe o público
concentrar-se na imagem. Você intervirá
depois quando voltar a acender a luz.

93
Os documentos

• Se preparou uma síntese (cábula) diga-o


no inicio da sessão e distribua-o no fim
da sessão
• Se distribuir documentos ao logo da
exposição, anuncie-o no início da
sessão. Depois, em cada distribuição,
destine alguns minutos para apresentar
e comentar rapidamente o texto

94
Os Slides

• Defina bem a utilidade dos slides. Não


se trata de um filme, mas de fotografias.
Utilize-os para mostrar imagens fixas do
produto, do local, do material de que
está a falar e não para esquematizar o
seu plano.
• Seja breve nos comentários. Aqui
também a imagem será mais eloquente
do que as suas palavras

95
O microfone

• Se falar sentado, verifique a inclinação


do microfone e não lhe toque
• Se falar em pé, segure o microfone
firmemente com a mão que não utilize
para escrever, a fim de evitar
movimentos parasitas e incline o
microfone na direcção do queixo

96
Síntese

• Uma exposição dinâmica passa por uma


boa concepção dos suportes utilizados.
Um princípio fundamental: o suporte deve
ajudar-nos a falar e ajudar o público a
compreender. Devem conceber-se
suportes claros e esquemáticos, em
pequena quantidade, e nunca perder o
contacto com o público.

97
98
A animação da exposição

Como actuar numa apresentação, tendo em


vista a concentração das pessoas na matéria
apresentada. Como dar vivacidade à sua
exposição, organizar o seu tempo de
intervenção e quais as técnicas para vencer o
medo e as falhas de memória

99
Objectivos

• Saber a expressão fisionómica e corporal


a adoptar numa apresentação
• Saber como organizar o seu tempo de
intervenção, bem como, ter conhecimento
das técnicas a utilizar para controlar o
medo e as falhas de memória que possam
ocorrer

100
Regras para a expressão fisionómica e
linguagem corporal

Como actuar numa apresentação, tendo em vista a


concentração das pessoas na matéria apresentada.
• A expressão fisionómica
• Comece com um sorriso.
• Dê expressividade às suas palavras. Não adopte uma
atitude estática.
• Olhe as pessoas nos olhos. Estabeleça contactos
visuais. Mostre que está a falar com cada um dos
presentes.
• Olhe para os suportes visuais, se necessário. Em
seguida, dedique a sua atenção ao grupo.

101
A expressão corporal

• Fique em pé e à vontade.
• Descruze os braços quando iniciar uma conversa.
• Adopte posições naturais.
• Evite brincar com o lápis, marcadores, dinheiro nos
bolsos, etc.
• Utilize o espaço que o rodeia. Desloque-se.
• Assegure-se de que nada o perturba ou distraia. Por
exemplo: sapatos apertados ou óculos sempre a cair.
Sirva-se de exemplos. Facilitam a compreensão e
permitem-lhe fazer uma pausa no seu discurso e na sua
reflexão.

102
Como dar vivacidade à sua
exposição

• 4 minutos: é a média do período de


tempo, no qual o público mantém a
atenção no nível mais elevado. Terá
assim que estimular frequentemente a
atenção do público.

103
Anime a voz.
• Uma voz caracteriza-se pelo timbre, pelo volume, pelo
caudal e pela entoação. É difícil alterar o timbre da voz,
no entanto, é possível imprimir-lhe uma certa animação.
Eis 3 maneiras:
• Volume: faça variar a intensidade da voz, a voz dirige-se
para onde se dirige o olhar. Olhe alternadamente para o
primeiro e para o último da sala e o volume da voz
adaptar-se-á automaticamente.
• Caudal: o ritmo modela-se em função do conteúdo do
discurso. Um exemplo conta-se depressa, uma ideia
expõe-se lentamente. Faça suceder argumentos,
anedotas, números e o caudal variará.
• Entoação: é a musica da voz. Acompanhe o conteúdo
da informação: eleve a voz quando fizer uma pergunta,
baixe-a no fim de uma ideia e não no fim da frase.

104
Respire

• A respiração é o carburante da voz. è


também a pontuação do discurso e o
instrumento mais simples para você se
descontrair. Inspire fundo para aumentar o
volume da voz.

105
Varie o nível da linguagem

• Pronuncie uma palavra familiar nomeio


académico, empregue uma palavra teórica
- que explicará numa demonstração
técnica, o que fará “despertar” a
assistência. Atenção, não deve recorrer
sistematicamente a esta estratégia.

106
Movimente-se

• Faça gestos descritivos, evite os gestos


parasitas de contenção. Desloque-se. É
muito mais fácil falar em pé do que
sentado. Movimente-se nos espaços
delimitados pelas mesas para contar uma
anedota ou responder às perguntas.

107
Olhe para o público

• O olhar é o instrumento de comunicação


mais poderoso. Permite-lhe verificar o
nível de concentração dos participantes e
prender-lhes a atenção. Para utilizar ao
máximo este instrumento, olhe nos olhos
todos os participantes pelo menos uma
vez no decorrer da exposição. Olhe-os
desordenadamente, alternando o lado
esquerdo e o lado direito da sala, o
primeiro e o último planos.
108
Organize o seu tempo de intervenção
• Fala-se sempre mais longamente que o previsto: tempo
vivido pelo orador < tempo real < tempo vivido pelo
público.
• Para que estas três noções de tempo não sejam muito
grandes, não fale mais de 30 minutos.
• Técnicas para controlar o tempo de intervenção
• Cronometre o seu discurso na fase de preparação.
• Anuncie no início da exposição o tempo de duração e a
hora prevista para o fim da mesma.
• Prepare uma sala equipada com relógio de parede ou,
na falta deste, olhe frequentemente para o seu relógio
de pulso.
• Olhe frequentemente para o plano condutor e tente
respeitar o tempo destinado a cada parte. Evite as
redundâncias e as perífrases.
109
Técnicas para vencer o medo e falhas de
memória
O medo
• Beba um grande copo de água. Isso descontraí-lo-á,
hidrata a garganta e evita a danificação das cordas
vocais.
• Respire fundo 5 vezes seguidas. Renovará assim, todo
o ar dos pulmões e o seu peito descontrair-se-á.
• Desloque-se. Movimente-se, dê a volta à sala, olhe para
o sítio de onde irá falar. Todos esses movimentos
contribuem para desdramatizar a situação e para se
familiarizar com o local.
• Não fique sozinho. O medo aumenta com a solidão. Vá
acolher os participantes, fale de tudo e de nada, graceje.
Deixará de sentir angústia (da entrada e saída) e o
público já não lhe será estranho.
• Avalie o que está em jogo. Antes de falar interrogue-se:
(que arrisco eu?), e responda objectivamente. Na
maioria dos casos o risco é mínimo. 110
As falhas de memória

• Pare de falar.
• Respire fundo. O público prefere sempre
um silêncio calmo a qualquer hesitação.
• Desloque-se em direcção ao público.
• Reformule o que acabou de dizer. Refira-
se ao plano condutor e repita a lógica do
seu objectivo: “acabamos de ver... vamos
abordar seguidamente...”.

111
Síntese
• Uma vez que numa apresentação, o objectivo
principal é a concentração e assimilação por parte do
público, em relação à matéria apresentada, o orador
precisa de ter em consideração a sua expressão
fisionómica e corporal, com vista a facilitar a atenção
do público.
• A par da vivacidade da apresentação, deve ter em
conta o tempo de intervenção que tem disponível, em
relação à quantidade de informação que pretende
transmitir. Deve ainda ter conhecimento de quais as
técnicas que poderá utilizar para vencer o medo e as
falhas de memória, que ocorram durante a
apresentação.

112
113
Controlar o público

A atitude e a expressão do orador, como


“instrumento” para uma abordagem positiva em
relação ao seu público. Conselhos para uma
coanimação eficaz.Conclusão e avaliação da sua
intervenção por parte do público

114
Objectivos

• Saber qual a postura a ter / manter de forma a


controlar o seu público da melhor forma
• Saber de que forma poderá promover uma
coanimação eficaz, e que beneficie a
comunicação
• Saber concluir de uma forma sintetizada e
prática, o que de principal foi dito durante a sua
apresentação, bem como, saber qual a
abordagem a utilizar para o seu público avaliar o
seu trabalho, de acordo com a informação que
quer obter
115
• Um dos maiores problemas num
conferencista é a sua abordagem ao
público. Aprenda aqui algumas técnicas
rápidas para vencer esse medo.
• Só se controla um participante difícil se
ele estiver a prejudicar a atenção do
grupo. Duas técnicas para não se deixar
perturbar:

116
A atitude

• Peça silêncio. é o melhor meio de interromper


qualquer manifestação desagradável.
• Fale alto, depois baixe progressivamente a
voz até se calar. Isso impede os apartes.
• Desloque-se. Aproxime-se de um falador,
depois deixe de olhar para ele. Ele calar-se-á.
• Não intervenha. Todos os grupos
experimentam fases de tenção salutares. É
necessário deixá-los exteriorizar. Você
retomará a palavra ao fim de alguns minutos,
fazendo referência ao plano condutor.

117
A expressão

• Reformule. Resuma as palavras do


participante falador, esclareça as do
confuso, interprete as do destabilizador.
• Interrogue. Em espelho: repita, sob forma
de pergunta, uma palavra chave
pronunciada pelo seu interlocutor.

118
Conselhos para a coanimação
A chave para uma coanimação eficaz é a coordenação
entre os animadores:
• Antes da sessão
• Durante a sessão
• Durante a preparação:
• Analise a evolução da sessão com o outro animador.
• Seja claro sobre as funções de cada um.
• Acerte com ele os assuntos que cada um deverá tratar.
• Assegure-se de que será informado:
• Sobre o conteúdo que apresentará o outro animador e
vice-versa.
• Verifique:
• O que antecede e precede a sua intervenção.

119
Nunca contradiga o outro animador
diante o grupo

Ajude o grupo a compreender a animação de


grupo feita por dois animadores:
• Explique a sua intervenção em relação à
intervenção do outro animador.
• Reforce:
• Refira-se aos pontos apresentados, ou a serem
apresentados pelo outro animador.
• Utilize os exemplos referidos pelo outro
animador:
• Se necessário, para demonstrar os seus
próprios temas.
120
Conclua e avalie a sua intervenção

O encerramento de um estágio, como a sua


introdução, é importante. É a última imagem que
dele guardarão os participantes da sessão, mas
é também o momento de importantes trocas de
palavras entre os participantes e o animador.
Conselhos sobre a conclusão
• Faça um resumo rápido dos textos abordados.
• Responda às perguntas e certifique-se de que
não ficarão assuntos por tratar, o que
constituiria um motivo de insatisfação.
• Apresente a avaliação.

121
Escolha a sua técnica de avaliação

Na realidade, a utilização destas três abordagens combinadas


entre si permite a melhor avaliação possível.
122
Síntese
• Um dos maiores problemas de um conferencista é a sua
abordagem ao público, afinal, é ele o destinatário da sua
comunicação e por isso, elemento indissociável e muito
importante da mesma.
• A expressão e a atitude que preconiza, são de extrema
importância para manter o controlo sobre o seu público,
afinal é você o centro das atenções.
• A coanimação (apresentação com a coordenação de dois
ou mais animadores) eficaz, é uma excelente forma de
aumentar o interesse por parte do seu público, desde que
bem organizada e estruturada.
• No final da sua apresentação, é importante resumir de
uma forma geral os aspectos mais importantes que foram
referidos, bem como, solicitar ao público que avalie a sua
apresentação. É bom sabermos o que pensa o público,
de forma a promover uma melhoria contínua das
apresentações, e ao mesmo tempo suprimir os erros
cometidos.
123
Bom Trabalho

Excelentes Apresentações

124

Você também pode gostar