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Tema 7: Demonstrar Conhecimento Sobre Os Direitos Das Pessoas Que Vivem Com

HIV/SIDA Ou Outro Tipo De Doenças Susceptíveis De Estigma

7.1 CONTRA A DISCRIMINAÇÃO DE PESSOAS QUE VIVEM COM O HIV/SIDA

Discriminação devido à HIV/SIDA ou outras doenças.

Na sociedade existe geralmente discriminação de pessoas que vivem com doenças, por exemplo com
HIV/SIDA, com síndroma de Dawn, com albinismo, com alcoolismo, etc. para nos afastar desta
discriminação é necessário identificar primeiro os comportamentos que reflectem falta de respeito
pelos outros.

Como a discriminação e o estigma se manifesta?


▪ Atitudes desrespeitosas;
▪ Utilizar uma linguagem corporal inapropriada ou ameaçadora (isto é, evitar contacto visual
ou utilizar gestos ameaçadores);
▪ Linguagem / comentários agressivos ex. quando dizemos coisas como “ela é promíscua e
ele merece”;
▪ Comportamentos injustos;
▪ Preconceitos na inteiração com pessoas portadoras de doenças;
▪ Exclusão ou marginalização na vida social;
▪ Violência contra essas pessoas;
▪ Fazemos julgamentos morais: pessoas que revelem serem seropositivas são conotadas com
promiscuidade e/ou homossexualidade, etc.;
▪ Numa pessoa com HIV/SIDA vemos um doente terminal e negamos-lhe emprego e/ou
promoções;
▪ Num embriagado vemos um irresponsável e nunca um doente;
▪ Agir de forma arrogante ou superior ao falar com alguém diferente de si;
▪ Gritar com alguém ou humilhar essa pessoa pelo facto de ser diferente de si;
▪ Ignorar alguém por ser diferente de si;
▪ Utilizar calão ou terminologia inapropriada ao falar sobre uma pessoa ou um grupo de
pessoas.
Comportamentos discriminatórios são formas de estigma. De forma resumida, as formas de estigma
incluem:
▪ Isolamento físico e social da família, amigos e comunidade;
▪ Fofoca e condenação;
▪ Perda dos direitos e do poder de decisão.

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Desafiar a discriminação

Por exemplo, podemos colocar uma cadeira no centro da sala.


Convide algumas pessoas para se sentarem um de cada vez na “cadeira quente" no centro da sala.

Sendo assim, espera-se que a pessoa sentada na cadeira quente improvise declarações desafiadoras
em resposta, que são apresentadas uma de cada vez. Ver lista de depoimentos abaixo.

▪ As pessoas que dormem com muitos parceiros, merecem o que recebem;


▪ Não se aproximar demasiado de alguém com HIV/SIDA;
▪ Sinto pena das crianças que apanham HIV/SIDA;
▪ Se eu tivesse SIDA, matava-me;
▪ Merece ficar doente se te comportar mal;
▪ Não quero que os meus filhos vão à escola com uma criança seropositiva;
▪ Ela parecia tão magra que eu disse "Vai e diz adeus à tua mãe";
▪ Se tens HIV/SIDA, deves ter dormido com muitos homens/mulheres na tua vida; ▪
Aquela criança nasceu assim porque a sua mãe foi enfeitiçada.

Exemplo de declarações desafiadoras:


▪ Só é preciso dormir com uma pessoa para se apanhar o HIV/SIDA;
▪ A minha irmã tinha tuberculose e agora está bem;
▪ Pode estar no mesmo barco dentro de um ano, por isso não seja discriminatório;
▪ Nenhuma criança merece de ir à escola com alguém que a discrimina;
▪ Ninguém merece ficar doente por um mau comportamento. Precisa de ajuda e apoio, só;
▪ Viveriam numa sociedade melhor se esses preconceitos não nos guiassem;
▪ HIV/SIDA não significa morte, Com os avanços da medicina, pessoas que vivem com
HIV/SIDA podem viver uma longa vida saudável;
▪ Essas são somente superstições que nascem da ignorância;
O albinismo é simplesmente isto: uma condição genética que é causada por um gene recessivo,
transportado por ambos os pais de uma pessoa.

Que métodos funcionam melhor para desafiar o estigma? Seja específico.


 As respostas mais poderosas são aquelas que fazem as pessoas parar e pensar;
 Documentar-se e Basear-se nas informações certas em vez de usar as superstições ajuda a
combater atitudes e comentários desrespeitosos baseados na ignorância.

Concluindo, devemos sempre orientar-nos pela defesa das liberdades e direitos da humanidade
denunciando e combatendo essas posturas, palavras, atitudes e comportamentos discriminatórios.
Temos todos os mesmos direitos e merecemos iguais oportunidades e tratamento.

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Afastar-se da discriminação

Vamos imaginar um LUGAR DE TRABALHO discriminatório. Neste lugar o novo chefe que
chegou recentemente encontra algumas formas de Estigma, que não gosta:
▪ Os trabalhadores fazem fofoca sobre outros trabalhadores, que se presume terem
HIV/SIDA;
▪ Os trabalhadores com HIV/SIDA são sempre isolados na hora do almoço;
▪ Os trabalhadores com HIV/SIDA perderam algumas oportunidades de capacitação e
promoção uma vez conhecido o seu estado.

Que elementos ou características que o discurso do novo chefe deve sublinhar para Combater o
Estigma neste contexto?

Elementos esperados no discurso:


 Acções para criar um ambiente de confiança;
 Os trabalhadores não perderão empregos se revelarem o seu estatuto;
 Definir políticas: benefícios para a saúde e dar continuidade do emprego;
 Educar os trabalhadores sobre os direitos de todos;
 Encorajar grupos de apoio;
 Promover um código de conduta;
 Espaços são comuns para todos;
 Atitudes solidárias devem ser as de conviver normalmente com os colegas que estejam
doentes, ou a realizar tratamento, pois revelam coragem e responsabilidade.

Direitos e deveres de pessoas que vivem com HIV/SIDA

A lei 12/2009 estabelece os direitos e deveres das pessoas que vivem com HIV/SIDA.

Quais é que pensam que são os principais direitos das pessoas que vivem com HIV/SIDA de acordo
com a lei?
▪ O direito de ter à assistência médica e medicamentosa;
▪ Não ser negado o direito à educação – prossecução dos seus estudos;
▪ Candidatar-se a cargos públicos;
▪ Protecção contra a violência;
▪ Não ser afectadas no recrutamento devido à sua doença;
▪ Não ser despedidas devido à sua doença
▪ Serem reconhecidos iguais direitos face aos outros trabalhadores;
▪ Ausentar-se por motivos relacionados com a doença;
▪ Utilização dos espaços comuns.

Quais é que pensam que são os principais deveres das pessoas que vivem com HIV/SIDA de acordo
com a lei?
▪ Adoptar hábitos, comportamentos e atitudes que evitem a transmissão do HIV para os outros;
▪ Cumprir com a prescrição médica.

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Possiveis exemplos dependendo das respostas na base da lei. Entre os principais direitos destacam-
se:
▪ O direito à assistência médica e medicamentosa;
▪ participação na tomada de decisões no fórum familiar;
▪ trabalho e formação profissional;
▪ respeito pela sua condição serológica;
▪ solidariedade e assistência da família e da comunidade;
▪ direito a alimentos;
▪ Direito a não revelar o seu estado serológico salvo nos casos previstos na lei;
▪ As crianças e pessoas vulneráveis têm os mesmos direitos e mais os decorrentes da sua
vulnerabilidade;
▪ Receber compensações se a doença for provocada por acidente de trabalho;
▪ Ter um trabalho compatível com as reais capacidades físicas.
▪ As pessoas que vivem com HIV/SIDA têm o dever de:
▪ Abster-se de ter relações sexuais sem a devida protecção;
▪ Não partilhar objectos cortantes ou perfurantes;
▪ Dar a conhecer ao cônjuge ou parceiro sexual sobre a sua condição serológica.

Os colaboradores com doenças em geral devem:


▪ Realizar testes de diagnóstico/monitorização da sua doença
▪ Divulgar informação da situação de doença à entidade empregadora

Mito ou realidade sobre HIV/SIDA

Declaração: 1. Alguém pode apanhar HIV ao partilhar piscinas e banheiras quentes com pessoas
seropositivas.
▪ Mito 1: O químico utilizado em piscinas e banheiras quentes mataria instantaneamente
qualquer vírus do HIV/SIDA, se a água não o tivesse já morto. No entanto, algumas pessoas
pensam que isto significa que não precisam de usar preservativo se estiverem a fazer sexo
numa piscina, ou numa banheira quente, o que não é verdade. Se os fluidos sexuais se
encontrarem no interior do corpo (sexo vaginal, ou anal), podem transmitir o HIV/SIDA,
mesmo na água.

Declaração: 2. Alguém é muito susceptível de contrair o HIV/SIDA por ter uma transfusão de
sangue.
▪ Mito 2 É altamente improvável.

Declaração: 3. Alguém pode apanhar o HIV/SIDA por fazer sexo oral.


▪ Facto 3. Alguém pode contrair o HIV/SIDA por ter sexo oral. Sim, é possível que alguém
fique infectado com o HIV/SIDA através do sexo oral. O grau exacto do risco de
transmissão do HIV/SIDA durante o sexo oral não é claramente conhecido. Sabe-se que tem
menos probabilidades de contrair o HIV/SIDA por sexo oral do que por sexo vaginal ou
anal. O risco de contrair o HIV/SIDA durante o sexo oral aumenta quando há um corte, ou
abertura de qualquer tipo dentro da boca.

Declaração: 4. Pode-se saber se alguém tem HIV/SIDA ou SIDA só de olhar para ele

4
▪ Mito 4: Pode-se saber se alguém tem HIV/SIDA ou SIDA só de olhar para ele. A maioria
das pessoas não apresenta quaisquer sintomas externos durante cerca dos primeiros 810
anos de contracção do vírus. E mesmo assim, é quase impossível dizer se alguém tem SIDA
só de olhar para ele.

Declaração: 5. Se alguém contrair HIV/SIDA, muito provavelmente morrerá muito em breve


devido à infecção.
▪ Mito 5: Se alguém contrair o HIV/SIDA, é muito provável que morra muito em breve
devido à infecção. As pessoas vivem hoje com o HIV/SIDA há mais tempo do que nunca.
Medicamentos, programas de tratamento, e uma melhor compreensão do HIV/SIDA
permitem às pessoas que vivem com o HIV/SIDA viver mais tempo e de forma mais
saudável.

Declaração 6: Só os homossexuais contraem o HIV/SIDA


▪ Mito 6. Qualquer pessoa pode ser susceptível ao HIV/SIDA/SIDA, independentemente da
sua orientação sexual. Qualquer pessoa que se envolva em comportamentos que possam
transmitir o HIV/SIDA, está em risco. De facto, a nível mundial, o HIV/SIDA é mais
frequentemente propagado através do contacto heterossexual (homem-mulher).

Declaração 7: Não é possível contrair o HIV/SIDA a partir de insectos que tenham mordido uma
pessoa infectada.
▪ Facto 7: Mosquitos, moscas, carraças, pulgas, abelhas ou vespas não transmitem o
HIV/SIDA. Se um insecto sugador de sangue morder alguém com HIV/SIDA, o vírus
morre quase instantaneamente no estômago do insecto enquanto este digere o sangue. O
HIV/SIDA só pode viver em células humanas.

Declaração 8: O "período de janela" para a detecção do HIV/SIDA pode ser de 2 semanas a 6


meses.
▪ Facto 8. O "período de janela" para a detecção do HIV/SIDA pode ser de 2 semanas a 6
meses. O "período de janela" é a quantidade de tempo que leva para que o HIV/SIDA seja
detectável depois de alguém ter sido infectado. Isto pode durar de 2 semanas a 6 meses após
a exposição, por isso é importante fazer o teste logo após uma possível exposição

Declaração 9: O HIV/SIDA pode ser transmitido através do suor, das lágrimas ou do cuspo.
▪ Mito 9. o HIV/SIDA pode ser transmitido através do suor, lágrimas, ou cuspo. Nenhum
destes fluidos pode transmitir o HIV/SIDA. O contacto casual com alguém que seja
seropositivo não representa qualquer risco de transmissão do HIV/SIDA.

Declaração 10: Há uma cura para o HIV/SIDA. Seja Real. Esteja Pronto.
▪ Mito 10. Existe uma cura para o HIV/SIDA. Neste momento, não há cura para o
HIV/SIDA, mas há avanços médicos que nos estão a aproximar de vacinas, medidas de
prevenção médica e uma possível cura. Há muitos medicamentos e tratamentos disponíveis
para gerir a infecção por HIV/SIDA de alguém - mas estes não são curas.

Quais os métodos de prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)?


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▪ Abstinência;
▪ Uso do preservativo;
▪ Evitar a troca de fluidos corporais
▪ Não partilhar instrumentos perfuro-cortantes como lâminas e seringas, material de tatuagens
e de tratamento corporal e de beleza;
▪ Usar com cuidado as sanitas e banheiros, descarregando antes e depois de usar a sanita.

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