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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Engenharia

Cadeira: Habilidades de Vida, Saúde Sexual e Reproductiva, Género e HIV

TEMA: ESTIGMA DO HIV

Discentes:

Chazmin Issufo Gafar – Economia e Gestão;

Denisa Latoya Macksen – Administração Pública;

Fatima Anli Adiame – Economia e Gestão;

Khalil Ahomed Nadat – Contabilidade e Auditoria;

Neid Nicola Berdemhas – Economia e Gestão.

Sádia Mussa Laher – Economia e Gestão.

Docemte:Piotr Gebala

Chimoio, Maio de 2015


Introdução
Neste presente trabalho iremos falar sobre Estigma do HIV, estigma que pode ser descrito
como um atributo ou qualidade que desacredita significativamente uma pessoa perante as
outras. O estigma por sua vez divide-se em: Estigma externo e interno, e estes mesmo contém
as suas subdivisões. Também falaremos sobre alguns temas associado ao Estigma do HIV,
para mais detalhes no desenvolvimento do trabalho.

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ÍNDICE PÁG
Introdução...................................................................................................................................1
ESTIGMA DO HIV....................................................................................................................2
Principais tipos de estigma......................................................................................................2
Como é que o estigma se desenvolve?....................................................................................3
Porque é que o estigma se desenvolve?..................................................................................3
Que funções psicológicas e sociais serve o estigma?..............................................................4
Que impacto tem o estigma?...................................................................................................4
Como é que o estigma de HIV/Sida se relaciona com outras formas de estigma e
discriminação?.........................................................................................................................5
Estigma e o Género.................................................................................................................5
Porque é que precisamos de combater o estigma do HIV/Sida?.............................................6
CONCLUSÃO............................................................................................................................8
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................................................9
1.ESTIGMA DO HIV
SEGUNDO ANONIMO (S/D):

O estigma pode ser descrito como um atributo ou qualidade que ‘desacredita’


significativamente uma pessoa perante as outras. Significa que as pessoas vão reparar
alguém com uma atitude negativa por causa de uma certa qualidade ou característica,

por exemplo, uma pessoa conhecida oususpeita de ser portadora de HIV positivo.

SEGUNDO ANONIMO (S/D):

O estigma significa que as PVHS (Pessoas vivendo com HIVe SIDA) são tratadas de
forma diferente doutras pessoas. É o que queremos dizer quando falamos da
discriminação. A discriminação é uma forma de comportamento que resulta de um
tratamento desigual ou injustificado. É importanterealçar que nem todas as atitudes de
estigmatização resultam em discriminação, mas os efeitos da atitude negativa ainda
podem ser prejudicial e podem magoar as PVHS.

1.1Principais tipos de estigma


Existem dois principais tipos de estigma:

•Estigma externo ou estatuto - refere-se as experiências de tratamento injusto e


diferenciado das PVHS em relação a outras pessoas. Esta discriminação pode incluir
opressão, rejeição, punição, assédio, culpa ou exclusão. Também, as vezes, pode levar á
violência contra as PVHS.O estigma externo por sua vez dividem-se em:1

 distanciamento: as pessoas evitam as PVHSs ou recusam partilhar os mesmos utensílios.


 Julgamento moral: as pessoas culpam as PVHS pelo seu estado de portadores de HIV ou
são consideradas imorais.2
 estigma por associação: as pessoas que se associam com os PVHS são estigmatizadas
por causa da sua relação.3

1
INFORMAÇÃO DISPONÍVEL EM: Projecto SSR, Genero e HIV/SIDA. (Orgs) (2012). Módulo Básico:
Habilidades de Vida, Saúde Sexual e Reproductiva, Género e HIV (S/ed). Beira: UCM.

2
INFORMAÇÃO DISPONÍVEL EM: Projecto SSR, Genero e HIV/SIDA. (Orgs) (2012). Módulo Básico:
Habilidades de Vida, Saúde Sexual e Reproductiva, Género e HIV (S/ed). Beira: UCM.

3
INFORMAÇÃO DISPONÍVEL EM: Projecto SSR, Genero e HIV/SIDA. (Orgs) (2012). Módulo Básico:
Habilidades de Vida, Saúde Sexual e Reproductiva, Género e HIV (S/ed). Beira: UCM.
 falta de vontade de investir nas PVHS: as PVHS podem ser marginalizadas dentro da
sua associação por causa do seu estado de HIV.4
 discriminação: oportunidades são negadas as PVHS ex. Recusa de acesso ao emprego,
recusa de cuidados de saúde apropriados ou acesso aos programas de ajuda médica, recusa
de serviços as PVHS por parte de provedores de serviços, ex: adesão aos planos que
beneficiam os trabalhadores ou recusa ao seguro ou empréstimos.5
2

abuso: abuso verbal ou físico as PVHS.

 vitimação: ex: crianças e órfãos infectados ou afectados pelo HIV.


 abuso dos direitos humanos: ex: quebra de sigilo revelando o estado de alguém, sem o
seu consentimento, a outra pessoa ou ser testado sem manifestar tal consentimento.

•Estigma interno (estigma sentido ou imaginado) é a maneira como uma pessoa sente
por si mesma ex: vergonha, medo de rejeição e discriminação, auto culpabilidade, sentimento
de inutilidade. O estigma interno por sua vez dividem-se em:

 auto-exclusão dos serviços ou oportunidades: quando as PVHS não querem aceder aos
serviços ou procurar emprego por medo de serem expostos como pessoas vivendo com
HIV.
 próprias percepções: as PVHS ficam com baixa auto estima como resultado do seu
estado de HIV.
 exclusão social: quando os PVHS excluem-se do contacto social e íntimo.
 sobrecompensação: quando os PVHS acreditam que devem contribuir mais que outras
pessoas ou quando sentem que devem muito á pessoas que as tratam bem.
 medo de quebrar o silêncio: a situação em que os PVHS não querem revelar o seu estado
de HIV por causa de medo de possíveis consequências.

1.2 Como é que o estigma se desenvolve?


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INFORMAÇÃO DISPONÍVEL EM: Projecto SSR, Genero e HIV/SIDA. (Orgs) (2012). Módulo Básico:
Habilidades de Vida, Saúde Sexual e Reproductiva, Género e HIV (S/ed). Beira: UCM.

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INFORMAÇÃO DISPONÍVEL EM: Projecto SSR, Genero e HIV/SIDA. (Orgs) (2012). Módulo Básico:
Habilidades de Vida, Saúde Sexual e Reproductiva, Género e HIV (S/ed). Beira: UCM.
Aqui está um exemplo sobre como o processo pode ocorrer:

As pessoas notam que o seu vizinho parou de ir ao serviço e tosse muito (uma diferença) →
desenvolve-se um rumor de que ele é HIV positivo → Ele é rotulado “o homem com Sida”
→Eles dizem que a causa da sua doença é o seu comportamento mau e promíscuo (estigma
externo) → Ele precisa de apoio e deseja abrir-se em relação a sua condição, mas teme a
reacção deles (estigma interno)→ Ele torna-se mais distanciado → Os vizinhos evitam-no –
Eles o culpam e generalizam – uma atitude de “nós” e “eles” – “não somos como eles, não
somos pecadores, mas eles o são”.

1.3 Porque é que o estigma se desenvolve?


O HIV/Sida tem sido estigmatizado pelas causas seguintes:

• Pode ser fatal, portanto causa medo – ainda existe muita desinformação sobre como o
HIV é transmitido.

•Nas famílias pobres, pessoas vivendo com HIV podem ser afastadas.

Estas duas razões são exemplos do que é chamado estigma instrumental – estigma
baseado na questão de recursos e ignorância do risco.

• Muitas vezes está associado ao comportamento que ja está estigmatizado, tal como a
‘promiscuidade’.

• É considerado algo evitável, isto é, resultado de comportamento ou ‘escolhas’


‘irresponsáveis’.

Estas duas razões são exemplos do que é chamado estigma simbólico e estigma baseado
em julgamentos morais.

1.4 Que funções psicológicas e sociais serve o estigma?


• Como forma de defesa (contra o medo e a vulnerabilidade): O medo associado ao
HIV/Sida permite distanciar-mo-nos daqueles considerados como ‘perigosos’ ou
‘infectados’ e falsamente permite-nos negar o nosso próprio risco de infecção, como forma
de protecção.

• Uma forma de control: o estigma controla o comportamento ao excluir pessoas vistas


como moralmente indesejáveis.
• Culpa: Ao rotular pessoas que alegadamente ‘escolheram’ ser ‘irresponsáveis’.

• Lidar com diferenças (não-conformismo): O estigma ajuda as pessoas que julgam


outros para justificar a sua convicção – ex: atitudes aos homossexuais, trabalhadoras de sexo,
etc.

• Uma forma de poder: O estigma ajuda as pessoas a terem poder sobre as PVHS e a
manterem recursos para eles próprios.

1.5 Que impacto tem o estigma?


O estigma tem um grande impacto sobre indivíduos, comunidades e a sociedade:

•Resulta na exclusão de pessoas consideradas como portadoras do HIV positivo.

• Insola, divide e fragmenta as comunidades.

• Atenta contra a igualdade de direitos humanos.

• Resulta na interiorização da culpa e vergonha, que por sua vez torna difícil a batalha contra
o estigma.

•Compromete a saúde comunitária ao diminuir o acesso a prevenção do HIV,


aconselhamento e testagem voluntária, tratamento, apoio e benefícios de bem estar para
aqueles vivendo com o HIV.

1.6 Como é que o estigma de HIV/Sida se relaciona com outras formas de estigma e
discriminação?
O estigma de HIV pode ser sobreposto aos outros estigmas e discriminações pré-existentes.
Muitas vezes, isso acontece aos grupos vulneráveis. O estigma de HIV severo,
particularmente enfrentado pelas mulheres jovens e pobres é, em parte, devido a estes vários
estigmas pré-existentes.

Existe uma relação entre a idade e o sexo de tal sorte que mulheres mais jovens são mais
estigmatizadas e culpadas pelo HIV que as adultas por causa de crenças de que mulheres
jovens levam uma vida promíscua, irresponsável, materialista que resulta no HIV.

1.7 ESTIGMA E O GÉNERO


As mulheres geralmente carregam e sofrem os efeitos do estigma do HIV por serem
tratadas de forma injusta. Mas isto nem sempre corresponde a verdade. Por vezes os homens
são tratados piores que as mulheres.

Risco de infecção

Fisiologicamente as mulheres são mais propensas a infecção que os homens. Por um lado,
existe uma grande convicção acerca do risco de HIV dos homens e mulheres baseado nos seus
próprios comportamentos sexuais ‘errados’ e ‘imorais’. Estas percepções são influenciadas
pelas normas existentes sobre a sexualidade de mulheres e homens. Quando os homens são
tidos comotendo mais risco que as mulheres, ambos homens e mulheres atribuem este risco a
‘’natureza propensa do homem ao sexo. Algumas mulheres pensam que os homens são
‘mulherengos naturais’. Acredita-se que as mulheres controlam melhor os seus apetites
sexuais, daí que correm menos risco de contrair o HIV. Quando as mulheres são consideradas
como tendo mais risco é porque pensa-se que elas são incapazes de se protegerem contra sexo
indesejado ou violação sexual. Os papéis sociais dos homens e

mulheres também contribuem na percepção do risco.Acredita-se que as mulheres casadas têm


um elevado risco devido a infidelidade dos seus maridos.

Culpa

Tal como o risco de infecção, as razões para culpar os homens e mulheres de serem os
que trazem a infecção do HIV no relacionamento, em casa ou nas comunidades são
intrisicamente ligadas á normas sociais inerentes ao papéis específicos do género,
responsabilidades e sexualidade. Mulheres e homens que transgridem estas normas enfrentam
a culpa. Quando os homens são culpados – pelas mulheres ou pelos homens – assume-se que
o comportamento é natural, consubstanciando com as percepções sociais de que os homens
têm mais tendência em possuir múltiplas parceiras sexuais.

Aqueles que culpam aos homens acreditam que as mulheres são "vítimas inocentes,"
muito ocupadas com os seus deveres de esposa e mãe e sem tempo para fazer sexo fora do
casamento. Em alguns casos, o marido também é culpado por não ter cumprido o seu papel
social como ganha-pão.Enquanto muitas vezes os homens são culpados de infectarem
mulheres casadas, alguns respondentes também culpam mulheres solteiras de trazerem o HIV
na comunidade. O tipo de culpa e o grau de estigma esta ligado a mulher como sendo a
primeira a infectar-se depende da percepção sobre a fonte da infecção. As mulheres vistas
como tendo sexo socialmente ‘impróprio’ por causa de suas necessidades económicas ou para
alimentar seus filhos, geralmente, não são culpadas pelo HIV.

A pior culpa e outras formas de estigma são reservadas àquelas mulheres achadas
responsáveis pelo HIV através de comportamento sexual ‘impróprio’ ou ‘imoral’. Por
exemplo, as mulheres que se vestem de forma considerada indecente, em particular, mulheres
jovens, urbanas e com grandemobilidade são altamente criticadas, como ilustra esta citação de
uma mulher urbana etíope: "Não sinto pena de moças da cidade, mesmo que todas morram
desta doença, visto que elas andam de um lado para outro.``

1.8 Porque é que precisamos de combater o estigma do HIV/Sida?


O estigma e a discriminação que resulta do HIV/Sida causa muitos problemas as PVHS.
Estigma interno: As PVHS interiorizam o estigma, elas pensam que são culpadas ou que
merecem a doença. Podem temer discriminação e rejeição. Isto pode levar á depressão e
isolamento.

Barreiras para sexo seguro e mudança de comportamento: O medo da reacção do


parceiro é a razão de muitos não falarem sobre o sexo seguro e riscos e, negociar o uso do
preservativo. A percepção de que somente certas pessoas contraem o HIV (homossexuais,
pessoas imorais, negros) pode fazer com que estes neguem o seu próprio risco e assim
encarem a prevenção como algo para os outros.

Barreiras para apoio: Pessoas vivendo com HIV e Sida podem necessitar de
assistência e cuidados – físicos, emocionais e espirituais. Muitas vezes isto é recusado por
medo de se revelar o seu estado aos outros. O que significa que não podem receber assistência
de outras pessoas.

Barreiras para cuidados de saúde: as PVHS podem não procurar os cuidados de


saúde e tratamento devido ao medo de estigma e discriminação.Isto manifesta-se de muitas
formas como: prevenção, testagem, revelação, cuidados e assistência. Como por exemplo:

• Demora na procura de tratamento médico que pode resultar no sofrimento


desnecessário e/ou deterioração da saúde por medo de revelar o seu estado.
•A não procura de tratamento para a TB por medo de ser rotulado HIVpositivo
mesmo que seja HIV negativo.

• As mulheres que vivem com o HIV podem não seguir o tratamento para prevenir a
transmissão da mãe para bebé por medo de estigma e discriminação. O mesmo acontece para
a prevenção de transmissão através do leite materno.

•As atitudes do pessoal da saúde é outra barreira para os cuidados de saúde. Algumas
vezes, a PVHS não recebe cuidados apropriados porque o trabalhador de saúde acredita que a
situação égrave e que nada pode-se fazer para aqueles vivendo com HIV.

As PVHS (ambos homens e mulheres), suas famílias e aqueles associados com a


epidemia (ex. homossexuais, trabalhadoras de sexo, migrantes e estrangeiros) ainda
enfrentam estigmatização ediscriminação. O seu combate é uma importante estratégia de
saúde pública.6

CONCLUSÃO

Chegado ao fim do trabalho podemos concluir que o estigma do HIV significa que as pessoas
que vivendo com HIV/SIDA são tratados de formas diferentes de outras pessoas, que o
estigma externo refere-se as experiências de tratamento injusto e diferenciado das PVHs em
relação em outras pessoas que por sua dividem-se em: Distanciamento, julgamento moral,
estigma por associação, falta de vontade de investir nas PVHS, discriminação, abuso, etc., e
estigma interno é a maneira sente-se por si mesmo, e tendo as suas subdivisões; Desenvolve-
-se por falta de informação sobre a transmissão do HIV.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Projecto SSR, Genero e HIV/SIDA. (Orgs) (2012). Módulo Básico: Habilidades de
Vida, Saúde Sexual e Reproductiva, Género e HIV (S/ed). Beira: UCM.
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