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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Educação .g
. .o
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Esse artigo apresenta o trabalho com projetos concretizado em três propostas no âmbito educacional belo-
horizontino. Partindo de uma conceituação histórica do termo “projeto”, descrevemos e contextualizamos três
experiências que escolheram a metodologia de projetos para nortear sua prática educativa e fazer dos seus
ambientes de aprendizagem espaços mais prazerosos, envolventes, produtivos, formadores de cidadãos críticos
e participativos. Assim objetivamos contribuir com os estudiosos do tema reconhecendo na pedagogia de projetos
um caminho inovador para o processo ensino-aprendizagem, diminuindo a lacuna entre projetos e conteúdos
curriculares.
1 Docente e supervisora pedagógica na rede municipal de ensino de Ibirité - Especialista em Educação Tecnológica - CEFET-MG; Mestranda em Educação Tecnológica - CEFET-MG - Av.
Amazonas, 7675 - 30510000 - BH/MG.
2
Professor dos Cursos de Especialização e de Mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG, LACTEA/CEFET-MG - Av. Amazonas, 7675 - CEP.: 30.510-000 - BH/MG.
cebida como local de produção de conhecimento, também EUA e foi estendido a toda educação básica e escola secun-
é des af ia da a rom p er c om as b as es ca lc ad as n o dária. Neste contexto, surge um forte movimento reformis-
tradicionalismo através da interação com novas formas de ta que se opunha ao treinamento manual baseado nas exi-
saberes e novos meios disponíveis para a busca de aprendi- gências do trabalho e do estudo. John Dewey, importante
zagem significativa. filósofo e maior representante do pragmatismo na educa-
Neste contexto, a aprendizagem por projetos tem ção americana, foi o principal expoente deste movimento e
sido ressaltada em muitas bibliografias que se propõem a defendia o treinamento baseado nos interesses e na experi-
discutir um novo retrato para os ambientes de ensino-apren- ência da criança, com igual valorização de criatividade e
dizagem. Por seu caráter integrador, construtivo e dinâmi- habilidades técnicas. O termo projeto começa então a ser
co a pedagogia de projetos norteou a prática pedagógica de utilizado amplamente entre professores americanos, sendo
três experiências distintas que buscaram a construção do visto como método de educação progressista. Em seu livro
conhecimento através da problematização da realidade. São The Project Method, William Heard Kilpatrick, (1918 apud
elas: a META (Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações) KNOLL, 1997) filósofo da educação e colega de Dewey, pro-
e o LACTEA (Laboratório Aberto de Ciência, Tecnologia, cura fazer uma redefinição do conceito de projeto, apoian-
Educação e Arte), ambas iniciativas ligadas ao CEFET-MG, e do a teoria da experiência de Dewey, mas fortemente influ-
a Escola Plural, iniciativa da Rede Municipal de Ensino de enciado pela psicologia da aprendizagem, o que levou no
Belo Horizonte. século XX a uma psicologização do método de projetos,
Estas experiências configuram-se na concretização caracterizando-o como ato intencional sincero do estudan-
de um discurso que vem evoluindo e ganhando diferentes te , v aloriz a nd o a lib erda de d e a çã o dos a lu nos e
abordagens desde suas origens mais remotas que, segundo desvinculando-o completamente de matérias ou áreas espe-
Knoll (1997), datam dos séculos XVI e XVII, quando se ob- cíficas. Tal conceito foi fortemente criticado por educado-
serva o início do trabalho com projetos em escolas de ar- res progressist as. D ewey (1938 a pud KNO LL, 1997),
quitetura na Europa. Desde então, a trajetória do trabalho centrou sua crítica em dois aspectos: não aceitava o proje-
com projetos ao longo da história demonstra aspectos sin- to como empreendimento apenas do aluno, ressaltando a
gulares de cada experiência vivida, mas complementares importância da iniciativa conjunta de professor e aluno;
entre si, mesmo que situadas em instituições ou épocas dis- não admitia a idéia vaga de atividade intencional, valorizan-
tantes. Para que possamos entender este caráter evolutivo do o planejamento e o papel do professor no direcionamento
da pedagogia de projetos e assim compreender discussões das ações dos alunos. A oposição conceitual entre Dewey e
e práticas recentes em torno do tema, como aquelas realiza- Kilpatrick trouxe de volta o conceito tradicional de ativida-
das nos três ambientes de aprendizagem citados acima, fa- de construtiva, enfatizando o projeto como um entre mui-
remos uma pequena viagem no tempo e no espaço situando tos métodos de ensino.
sua história na educação, conforme Higino (2002) apre- Com a diss em inaçã o no cont ex to Europeu, a
senta em seu trabalho. conceituação de metodologia de projetos acaba sendo
A aparição do termo projeto no contexto educacio- divulgada equivocadamente como de autoria conjunta en-
nal pode ser observada no século XVI e XVII nas academias tre Dewey e Kilpatrick. Sendo assim, o método de projetos,
de arte de Roma e Paris para nomear desenhos dos alunos na visão desses dois filósofos, são tidos como a base para a
que participavam de competições complementares às au- luta por uma educação progressista tanto na Europa impe-
las, atividades essas que gradativamente foram conjugadas rialista como no Brasil, que iniciou a discussão em torno da
ao progresso por mérito acadêmico, colocando no foco da pedagogia de projetos na década de 1930, com Anísio
formação a aprendizagem por projetos. Já no século XIX a Teixeira e Lourenço Filho, ambos idealistas da Escola Nova.
aprendizagem por projetos é transplantada da Arquitetura Desde então, o movimento tem sido re-interpretado por
para o ensino de Engenharia, e da Europa para a América, d iv ersos au t ores , proc ura nd o su pe ra r o c on ce it o
sofrendo grande influência na forma de utilização e nas reducionista de metodologia interessante para se trabalhar
justificativas teóricas. Buscava-se a formação do engenhei- os conteúdos sistematizados, valorizando o processo
ro que aliasse teoria e prática, permitindo ir do projeto à educativo. Nesta visão situamos a criação da META, do
construção (a obra) e englobando o ato completo da cria- LACTEA e da Escola Plural, três experiências complementa-
ção. Este ponto de vista, idealizado por Stillman H. Robinson res da linha histórica da pedagogia de projetos.
(KNOLL, 1997), chocava-se com a formação do engenheiro O início da META em 1978 é o marco para a realiza-
científico valorizada em outras instituições, acabando por ção de projetos de trabalhos práticos numa instituição téc-
colocar Robinson em situação de isolamento. nica. Os trabalhos eram realizados em atividades extraclasse
O gasto de muito tempo ao estudo e à pesquisa era o e partiam da iniciativa dos alunos, sem orientação específi-
problema na formação proposta por Robinson. Buscando ca de algum professor (WANDERLEY, 1999). Este procedi-
superá-lo, professores da Universidade de Washington pro- mento aproxima os trabalhos da META com as idéias de
puseram deslocar o treinamento em habilidades manuais para Kilpatrick de que o projeto se concebe no ato intencional
o nível secundário, onde os alunos trabalhavam em oficinas sincero do estudante (KNOLL, 1997). Desde de sua criação
de carpintaria, tornearia, forja, fundição e maquinaria, rece- a META vem resignificando sua proposta através da ação-
biam instruções de como lidar com as ferramentas técnicas, reflexão que o trabalho com projetos instiga.
realizavam projetos independentes ao final de cada unidade O LACTEA nasceu em 1995 e
de ensino e ano escolar. Esse ciclo de formação, resumido no
“[...] se constitui em um espaço permanente para incentivar
lema da “instrução à construção”, culminava ao final do ter- a investigação livre e o desenvolvimento de projetos e trabalhos
ceiro ano em um projeto de graduação. práticos por parte dos alunos, mediante a orientação de um
Este treinamento manual ganhou apoio em todo os corpo de professores” (WANDERLEY, 2001).
damentação teórica. Na elaboração deve-se ter em vista a ratório é integrar técnicas e disciplinas, contribuindo para
garantia de sua clareza, coerência, e credibilidade, possi- aproximar a Arte e a Ciência dos alunos e professores (LIMA,
bilitando a compreensão dos visitantes sobre os projetos 1994). Tem como objetivo primordial segundo Ventura
apresentados. (2002, p. 36-37)
Por serem projetos desenvolvidos no âmbito esco-
lar que objetivam não exclusivamente a sua apresentação [...] contribuir para uma capacitação tanto técnica quanto
humanística dos alunos da instituição, através do estímulo
na META, mas o desenvolvimento da criatividade, da capa- ao desenvolvimento de projetos científicos e tecnológicos voltados
cidade de pesquisa, a avaliação destes projetos acontece à apresentação de objetos técnicos e produtos.
em várias instâncias, abrangendo as disciplinas do curso do
aluno e a própria META. Nessa, a avaliação é feita por co- As diretrizes metodológicas que regem os projetos
missões julgadoras (professores, visitantes e os próprios de trabalhos práticos apresentados na META são basica-
alunos são convidados a participar como avaliadores) que mente as mesmas do LACTEA (BELO HORIZONTE, CEFET-
analisam a escolha do tema, o desenvolvimento do traba- MG, 1994). Sua característica enquanto laboratório aberto
lho, os materiais utilizados, sua apresentação, abordagens permite que alunos, professores, funcionários, ex-alunos e
didáticas, recursos visuais, etc. ex-professores do CEFET desenvolvam projetos previamen-
As relações sócio-afetivas vivenciadas nos momentos de te aprovados pelo Colegiado Acadêmico, desde que respei-
preparação e apresentação da META, bem como os resultados al- tada as seguintes restrições previstas nas normas de funci-
cançados são fatores de suma importância para esta experiência. O onamento e ação do LACTEA (BELO HORIZONTE, CEFET-
trabalho com projetos potencializa habilidades muitas vezes aprisio- MG, 2003, art. 9º):
nadas no cotidiano de aulas expositivas, no livro (ou apostila) didá- a) envolver alunos do CEFET;
tico, nas avaliações por provas e exercícios. Os alunos aprendem a b) prever o desenvolvimento de um produto de na-
ser gestores, comunicadores, construtores, pesquisadores, autôno- tureza científica, tecnológica e/ou artística;
mos e responsáveis no seu processo de aprendizagem. Wanderley c) ser coordenado por um professor da Instituição.
(1999) registra o depoimento de alunos participantes de META onde O LACTEA se configura num espaço dinâmico,
colocam as sensações e acréscimos que esta experiência lhes pro- interdisciplinar e acolhedor de novas idéias e perspectivas
porcionou. Os ganhos, no entanto, se perpetuam nas esferas profis- q ue m uita s v ez es “m or re m” p or fa lt a d e ap oio e
sionais e acadêmicas de muitos, que puderam vivenciar na sua for- credibilidade. O Laboratório dispõe em suas dependências
mação escolar a sensação de poder construir seu conhecimento os recursos (humanos e materiais) – ainda que precários –
interagindo-o com outros colegas e com o próprio orientador. Pode- para a realização de projetos que vêm sendo divulgados em
mos verificar isto em Wanderley (1999 p. 52): diversos eventos de âmbito regional e nacional. A participa-
“Depoimentos de ex-alunos participantes da META,
ção dos alunos é marcante: da concepção inicial à apresen-
atualmente já profissionais, estudantes de graduação ou em tação pública existem situações onde empenho e dedicação
estágio curricular vêm referendar não apenas o aspecto lúdico e são a principal garantia do bom desenvolvimento do proje-
afetivo da META, segundo a maioria deles inesquecível, mas to. O laboratório conta com os alunos bolsistas que auxili-
também o significado desses trabalhos em suas vidas, enquanto
experiências no desenvolvimento de projetos, possibilidades de am na coordenação do laboratório, dos trabalhos além de
estruturar e cumprir cronogramas, executar estudos bibliográficos desempenharem diversas e importantes funções que visam
e coleta de dados, de trabalhar em grupo e estabelecer relações de o crescimento do LACTEA.
parceria, além da visão de uma Ciência aplicada.” Os interessados devem preencher o Formulário de Des-
O valor da META não se resume na qualidade e no crição do Projeto3 , explicitando título, resumo, equipe envolvida,
nível de sofisticação dos trabalhos apresentados. A META não objetivos propostos, justificativa, cronograma de atividades, a situ-
é um fim em si mesmo (depois dos trabalhos expostos e reco- ação em que se encontra o projeto e o orçamento. Assim já desen-
lhidos, estaria tudo acabado), pois seu valor está na semente volvem capacidades de organização lógica em produção de texto.
plantada na formação de cada aprendiz. A transposição dos Uma vez aprovado, os solicitantes são orientados na elaboração
conhecimentos adquiridos a outras situações de vida a torna do projeto e recebem também apoio na busca de subsídios para a
uma ferramenta pedagógica inovadora, capaz de resignificar concretização do mesmo através da negociação com entidades
a concepção do ato de estudar pelos alunos, capaz de motivar diversas. Durante o projeto o grupo é estimulado a pesquisar em
novas iniciativas como a criação do LACTEA. diversas fontes bibliográficas, selecionar o material pertinente ao
trabalho e sempre discutir o próximo passo. Um dos instrumen-
tos utilizados pelo orientador para acompanhar e avaliar o de-
sempenho do grupo é a Ficha de Acompanhamento Semanal4 .
3.2 LACTEA – Laboratório Aberto de Ciência, Tecnologia, Nela o grupo relata a realização de cada integrante durante a
Educação e Arte semana, o material prático e teórico a ser providenciado, os obs-
táculos identificados, contatos a serem feitos e outros dados re-
levantes para o bom andamento do projeto. O objetivo desta
ficha é possibilitar sistematização do projeto, a reflexão-ação-
O LACTEA é uma extensão importante da META na reflexão, evitar que o grupo fique disperso, que as etapas previs-
tentativa de fazer da pedagogia de projetos uma prática tas não sejam ignoradas, mas, se necessário, re-elaboradas e esti-
constante nos cursos do CEFET-MG. A proposta deste labo- mular a participação igualitária de seus componentes.
3
Ver em http://www.lactea.cefetmg.br
4 Ver em http://www.lactea.cefetmg.br
Percebe-se então a intensidade de produções escritas amplament e discutidos pelos educadores, tais como
pelos grupos. O projeto fica registrado no formulário, nas fichas interdisciplinaridade, avaliação processual, a formação glo-
de acompanhamento, na pesquisa escrita que se transforma em bal dos estudantes. Provocou grandes alterações na orga-
ótimo material de consulta para trabalhos futuros. Muitos criam nização das instituições escolares, buscando instaurar uma
cd-rom e até sítios na rede internet com o conteúdo do material nova cultura escolar que abrangesse desde as relações
estudado. A apresentação pública ocorre no âmbito do próprio institucionais e práticas pedagógicas até dimensões admi-
CEFET-MG, os produtos surgidos são avaliados por equipes de nistrativas e materiais. E para concretizar esta nova visão
avaliadores compostas pelos professores e os trabalhos de des- de gestão e de ensino, a proposta direcionou suas estraté-
taque participam de eventos em âmbito nacional, como Simpósio gias de ações para o ponto tocante deste trabalho: a peda-
Nacional de Ensino de Física (SNEF), Congresso Brasileiro de gogia de projetos.
Ensino de Engenharia (COBENGE) reuniões da Sociedade Brasi- Ao se propor colocar em prática a idéia que por
leira para o Progresso da Ciência (SBPC), além de feiras técnicas muito tempo esteve presente no ideário dos educadores,
da área de Informática, Mecânica, Automação Industrial, buscando a inovação das estratégias de organização do
Empreendedorismo, etc. Neste ponto o projeto alcança uma di- tempo e do espaço escolar, na continuidade e promoção
mensão impossível de ser registrada no papel, mas facilmente de estudos, na diversificação de áreas de atividades, a
verificada no comportamento dos alunos: a sensação de se sen-
Escola Plural transgride a organização do sistema edu-
tir co-agente de seu aprendizado.
cacional vigente e implanta novas concepções de ensino
Geralmente a parte sistematizada dos projetos é, em
almejadas por grupos que clamam por uma experiência
muitas instituições escolares, organizada pelos docentes sem
qualquer consulta aos alunos “convidados” a participarem quan- educativa mais rica para os alunos. Na preocupação de
do chega o momento de execução de tarefas. A oportunidade de possibilitar um enfoque globalizador do processo ensi-
se tornarem co-gestores dos projetos realizados no LACTEA ins- no-aprendizagem a Escola Plural procura organizar sua
tiga os alunos a assumirem uma postura mais autônoma e livre prática em projetos de trabalhos que favorecessem uma
nos seus trabalhos. O cultivo do trabalho organizador e aprendizagem crítica dos conteúdos escolares. Consta
exploratório rende experiências inesquecíveis e resultados sur- na proposta
preendentes, pois na busca de alternativas consistentes para
superar as dificuldades surgidas no processo os grupos apresen- “Os projetos unificam, em um só processo, as competências,
tam construções duradouras (HIGINO, 2002). os processos pedagógicos e os conteúdos das diversas disciplinas,
transformando o espaço escolar em espaço público de cultura
O desenvolvimento dos projetos não precisa ficar restri- viva, onde os alunos irão viver suas estratégias de
to ao ambiente do LACTEA, podendo buscar diversas fontes de aprendizagem autonomamente.” (SMDE, 1995, p. 113).
auxílio. A maioria dos trabalhos utiliza material reciclado que,
agrupados e devidamente adaptados, deixam a condição de lixo A proposta político pedagógica da Escola Plural
para se tornarem objetos de valor na constituição final dos pro- relata em seus documentos a preocupação de superar
dutos projetados. O êxito das atividades do laboratório pode ser u m a c o n c e pç ã o g lo b a l i z an t e v i s t a a p e n a s c o m o
facilmente verificado nos diversos eventos aos quais as equipes somatório de disciplinas – onde cada conteúdo se preo-
do LACTEA têm contribuído com belíssimos trabalhos. cupa em abordar um pouco do tema – ou como uma inter-
A extensão dos trabalhos por projetos no LACTEA é o seção das mesmas – busca de um ponto comum a ser abor-
reflexo dos esforços de diversos profissionais e alunos (bolsistas dado pelos professores. Os eixos norteadores caracterizam-
e voluntários) para consolidar “a cultura do aprender” através
se na formação global do aprendiz, mais do que na forma
da própria criação, utilizando abordagens pedagógicas que valo-
global de apresentar o conhecimento a ele. Neste âmbito, a
rizem a formação integral do estudante, ajudando-os a perceber
Escola Plural tem como pressuposto metodológico de reno-
a utilidade de conceitos teórico-científicos na solução de proble-
vação pedagógica, a pedagogia de projetos, que deve ofere-
mas surgidos na sociedade tecnológica (VENTURA, 2002).
O trabalho com projetos vem tornando o laboratório cer aos alunos experiências de aprendizagem ricas em situ-
um ambiente de experiências múltiplas e diversificadas, que ul- ação de participação. A coletividade exigida na definição,
trapassam a prática formativa e alcançam uma dimensão cientí- construção e avaliação dos projetos remete o grupo à nego-
fico-pedagógica propícia à investigação acadêmica acerca do ciação constante na busca de satisfazer os interesses indivi-
papel da pedagogia de projetos na construção do conhecimento duais em direção a um fim comum. Sendo assim, mais do
pelos alunos. que propor a renovação de atividades, os projetos propõem
a mudança na postura pedagógica.
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Em muitas escolas os professores optaram em se juntar em trio responsável por duas turmas, sendo que um dos discentes é o coordenador.
vidos e de toda prática pedagógica, t rabalhar com a 5 DEWEY, John. The later works of John Dewey,
metodologia de projetos é um caminho que inviabiliza a Experience and education (Vol. 13). Carbondale:
retomada de posturas tradicionalistas manifestadas du- Southern Illinois University Press, 1-62. 1938.
rante tantos anos na história da educação.
6 FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 36a ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1987. 184p.
2 BELO HORIZONTE, UFMG/FAE Grupo de Avaliação e 14 VENTURA, Paulo Cezar Santos. Por uma pedagogia
Medidas Educacionais. Avaliação da implementação de projetos: uma síntese introdutória. Revista Educa-
do projeto político pedagógico: Escola Plural. Univer- ção e Tecnologia, Belo Horizonte, v.7, n. 1, p. 36-41,
sidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2000. jan./jun. 2002.
3 BELO HORIZONTE. CEFET-MG (Centro Federal de 15 WANDERLEY, Eliane Cangussu. Feiras de ciências
Educação Tecnológica De Minas Gerais). Revista da enquanto espaço pedagógico para aprendizagens
META, CEFET-MG, Belo Horizonte, ano I, out. 1994. múltiplas. 1999. 253p. Dissertação (Mestrado em
Educação Tecnológica) – Departamento de Pesquisa e
4 BELO HORIZONTE. CEFET-MG (Centro Federal de Pós-Graduação do Centro Federal de Educação
Educação Tecnológica de M inas Gerais) – Departa- Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1999.
m ento de Ensino Superior. Estabelece as Norm as de
Funcionam ento e Ação do Laboratório Aberto de 16 WANDERLEY, Eliane Cangussu. Mostra específica de
Ciência, Tecnologia, Educação e Arte – LACTEA. trabalhos e aplicações – META – um exemplo de feira
Resolução nº 08 de 09 de dezembro de 2003. Belo que sobreviveu no CEFET-MG. Educação & Tecnologia,
Horizonte, dez, 2003. v.6, n.1/2, p.36-42, jan./dez. 2001.