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Bioética Africana

African Bioethics
Everaldo Lins de Santana*
Resumo: Este texto cujo título é “Bioética africana’’ tem como objetivo apresentar algumas notas sobre bio-
ética na África, consiste numa primeira introdução a alguns pontos como vocábulo, conceito, particularidade
cultural, circunstâncias e bibliografia sobre o tema.
Palavras-chave: Bioética; África; Particularidade cultural; Bibliografia.

Introdução und Pflanze (Bioética: uma visão geral da


A dita civilização ocidental, a cultura ética. Relações entre humanos, animais
ocidental, tem introduzido em diferentes e planta). Por essas duas origens, vê-se
sociedades sua visão de mundo, seu pen- que o entendimento do que seja bioética
samento, suas concepções filosóficas e está em sintonia com o pensamento que
uma das dimensões dessa cosmovisão é o se encontra na África, isto é, a concepção
que modernamente se denominou de bio- humanista, de valorização e dignidade da
ética. Sim, esta palavra traz, em seu bojo, vida expressa em suas várias dimensões.
um conjunto de ideias que surge num con- Assim, a tentativa de dizer o que é
texto de evento com sua particularidade. bioética africana se fará através de 5 pon-
Mesmo com sua idiossincrasia, espe- tos, quais sejam: 1. Ideia de bioética afri-
cificidade, a bioética dá entrada no conti- cana, 2. Bioética na África, 3. Os khoisan
nente africano com algumas dificuldades, e a bioética, 4. Bioética num país africano:
inicialmente, isto em função de a África ser Angola e 5. Bibliografia sobre bioética afri-
um continente detentor de uma grande di- cana. Estes cinco itens serão organizados
versidade cultural. de modo que se tenha uma primeira noção
do que se compreende como bioética na
A origem da palavra bioética remon- sociedade africana.
ta a duas fontes: uma na década de 1970
e deve-se ao bioquímico norte-americano Ideia de Bioética Africana
Van Rensselaer Potter que a usou em dois A noção de bioética africana está re-
textos-Bioethics, science of survival (Bioé- lacionada com a cosmovisão tradicional e
tica, ciência da sobrevivência) e Bioethics: moderna do africano bem como com sua
bridge to the future (Bioética, ponte para cultura e a dinâmica própria do continente
o futuro) e a outra é atribuída ao profes- africano. Dessa forma, abre-se a perspec-
sor alemão Paul Max Fritz Jahr que, na tiva de ver se é possível vislumbrar com-
década de 1920, utilizou o termo no arti- preensão de uma bioética africana através
go Bio-Ethic: eine umschau über die ethis- dos seguintes pontos:
chen. Beziehungen des Menschen zu Tier
a) Como uma reflexão crítica sobre os
valores tradicionais africanos positivos
* Professor de Filosofia, Mestre em Etnolinguística e/ou negativos numa perspectiva de
africanista pela UNIR e Doutorando em Etnolinguística
africanista pela Universidade Agostinho Neto (UAN) em presente e futuro;
Luanda-Angola.

DOI: 10.47209/2675-6862.v2n.2.p.20-25
b) Por meio de um pensar e repensar o identidade de um povo, de uma etnia que
conceito africano de vida; envolve complexas concepções antropoló-
c) Tendo como referência o aspecto so- gicas. Em vista disso, e como exemplo, o
cial, comunitário, interativo e humano valor que se dá, na África tradicional, ao
africano; vínculo do indivíduo ao social, à comuni-
dade, ao grupo social, ao coletivo, numa
d) A percepção africana de natureza/ palavra das línguas bantu zulu e xhosa
mundo; “ubuntu’’ que, em termo de sentido, comu-
e) A relação africana natureza/pessoa; nica a concepção que “eu sou porque nós
somos e em razão do que nós somos eu
f) A concepção africana de ser humano.
sou’’, assim verifica-se a reciprocidade, a
A noção, assim como a ideia de bio- solidariedade, o comunalismo, o humanis-
ética, no contexto africano, suscita, por mo, a unidade, a integralidade no âmbito
parte de alguns, um determinado questio- natural e social, no mundo físico e huma-
namento visto que, em sendo a ética e a no, no aspecto da matéria e do espírito, eis
bioética concepções e terminologias tradi- aí, então, algumas marcas da bioeticidade
cionalmente ocidentais, falar ou mencio- africana.
nar tal coisa soa, digamos assim, exótico,
Num artigo intitulado “há uma bioética
estranho, dessa forma, pergunta-se: existe
africana?”1, o prof. Karori Mbũgua diz que
uma bioética africana? E, numa mesma li-
em Uganda, o valor moral que os médicos
nha de pensamento, também se pergunta:
ocidentais e agências de socorro dão às
há uma filosofia africana? Se há a possi- crianças e às mulheres grávidas foi de-
bilidade de uma bioética africana, o que a safiado pelos costumes e valores locais.
torna distinta de outras tais como a ociden- A ajuda de alimentos para as crianças
tal, a asiática etc.? desnutridas e mulheres grávidas foi dada
para os mais velhos. A explicação dada
Considerando os princípios da bioé- pelos locais foi a de que crianças são re-
tica ocidental como autonomia, justiça, o cursos naturais renováveis enquanto que
fazer o bem e o não causar o mal, será os mais velhos não podem ser substituí-
dos. (MBŨGUA, 2008, p. 72)
que se poderia estar em dúvida quanto ao
não reconhecimento dos mesmos por ou- Esta é uma mostra de como uma con-
tras sociedades, culturas e tradições não cepção de bioética num contexto africano
ocidentais? se constitui diferente e sensível a uma cos-
Embora, para alguns, a bioética, movisão cultural e identitária peculiar.
como é vista atualmente e estranha com Bioética na África
respeito ao entendimento africano, esteja
ancorada num domínio ocidental; para ou- A percepção da bioética no continen-
tros, faz-se necessário agregar ao mundo te africano não é de longa data, mas de re-
educacional africano, em componentes cente presença o que se constata no dizer
curriculares de diversos cursos, visões de Poamé:
bioéticas, entretanto, vale salientar e levar As investigações realizadas entre 1995
em relevância que grande parte dos afri- e 1999 em toda a África por nossa equi-
pe de pesquisa permitem... afirmar que
canos dá profunda importância à medicina
a recepção africana da bioética é relati-
tradicional o que consiste numa diferença vamente recente, ou seja, posterior aos
de elementos constitutivos de uma ideia de anos 80. Quer dizer que o questionamen-
bioética africana. to bioético na África é preexistente ao
surgimento da bioética neste continente.
Para uma caracterização da noção (POAMÉ, 2005, p. 2)
de uma bioética africana, pode-se tomá-la
de um ponto de vista cultural já referencia- 1. Is there an African Bioéthics? Karori Mbũgua, profes-
do, ou seja, como expressão de traços de sor de filosofia, Departamento de Filosofia, Universidade
de Nairóbi, Quênia, África.

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Algumas temáticas do campo bioé- ma da oralidade, da transmissão do saber
tico como vida, morte, natureza, controle e fazer dos anciãos, os mais velhos, para
tecnológico e outros, já eram tratadas por a geração mais jovem herdeira, no espaço
pensadores, estudiosos, filósofos africa- e tempo, da sabedoria tradicional africana.
nos, africanistas africanos e não africanos. Esta bioética é, tradicionalmente, uma me-
No continente africano, a bioética surge no dicina do meditar profundo, um provérbio
bojo das ideias filosóficas, vem com ela os umbundo, uma língua bantu, diz “umban-
comitês de bioética. da w’omenla uruha!”, a medicina da boca
Na África, a bioética cumpre o pa- é calar!
pel de incorporar os valores africanos, de Os khoisan e a bioética africana
questionar a respeito do nível ético ade-
quado para a pesquisa. Além disso, há que A bioética, numa visão africana, é
ser sensível ao fato de que grande e con- uma ética da vida na sua mais plena signi-
sistente percentual de africanos ainda vi- ficação como se vislumbra no entender do
verem em comunidades tradicionais o que filósofo africano de Congo Muyengo Mu-
significa dizer ter acesso mais aos médicos lombe que define bioética como “ciência
tradicionais e curandeiros do que aos mé- que quer melhorar a qualidade de vida e
dicos ocidentais. Em vários países africa- estuda o comportamento humano seja no
nos, diversos governos implementam po- domínio da pesquisa biológica, seja no da
líticas públicas no sentido de integrarem, prática médica, quando esta conduta hu-
por meio de legislação, os médicos tradi- mana é vista à luz dos valores e princípios
cionais no sistema e instituições de saúde, morais”2. Africanamente falando, a vida é
regularizando e valorizando seus saberes o bem supremo, ela continua após a mor-
ancestrais, a sabedoria tradicional de cura te, sendo bom tudo que contribui para seu
e tratamento. surgimento e manutenção ao passo que
ruim é aquilo que concorre para fragilizá-
A urgência de um discurso sobre bioética
africana surge da observação de que o -la. Esse bom e ruim são componentes da
sistema ocidental de saúde herdado não meditação bioética africana.
proporciona um entendimento adequado
da vida, morte, saúde e doença no con-
No continente africano, existe um
texto africano...mais de 80% dos pacien- povo denominado khoisan, caçadores-co-
tes negros visitam o curandeiro tradicio- letores, cujo modo de vida é uma demons-
nal antes de irem ao médico, ao hospital... tração da ética da vida, da bioética, de uma
o que a bioética significa para a maioria sabedoria bioética. David Attenborough,
dessas pessoas é secundário para o dis-
curso erudito sobre bioética. (MUROVE,
um naturalista britânico, num documentá-
2009, p. 158) rio sobre caçadores khoisan descreve a
dinâmica de caça de um kudu, espécie de
É sabido que o falar sobre bioética, antílope/bovino africano: Após uma técnica
no espaço africano, o que implica em di- apurada de caça, a presa já no chão, o ca-
zer no âmbito da academia, na comuni- çador khoisan inicia um procedimento de
dade científica, está vinculado ainda num pagar um tributo à coragem e força do ani-
viés ocidentalizado, tendo por base as ca- mal, começa a fazer um gesto cerimonial,
tegorias europeias de pensamento e este um ritual, que assegura que o espírito do
condicionamento se constitui num obs- animal retornará às areias do deserto de
táculo no tocante à reflexão quanto a ser onde ele veio. Enquanto o animal estava
dito algo da bioética africana dada a sua vivo, o caçador viveu e respirou com ele e
nuance. A bioética africanizada, assim di- sentiu cada movimento dele em seu pró-
gamos, pode ser pensada tendo em conta
a compreensão de que toda bioética é cul-
turalmente condicionada, contextualizada 2. La Bioéthique en Philosophie Africaine. Essai de
e que ela deve ser também vista pelo pris- Dépassement de la Marginalisation. Disponível em: ht-
tps://studylibfr.com. Acesso em: 2019.

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prio corpo e no momento de sua morte, o tica são recentíssimos, em Angola, sendo
caçador compartilhou sua dor e esfrega a que o primeiro foi criado no ano de 2000
saliva da presa em sua própria perna para no contexto da possibilidade de aprovação
aliviar a agonia de seus músculos arden- de medicamentos, embora com certa difi-
tes, ele agradece a vida que tomou, assim culdade quanto à dinâmica dos mesmos,
poderá sustentar a vida de sua família que já existe um Comitê Nacional de Ética do
o espera de volta ao seu lar, sua aldeia, Ministério da Saúde responsável por ava-
seu povoado3. liar e aprovar projetos de pesquisa em tor-
Alguns elementos khoisan relaciona- no de assuntos vinculados à biomedicina.
dos com a ética vital, a bioética, são, entre Acrescente-se a isso os programas de éti-
outros, os seguintes: igualdade, estabeleci- ca na pesquisa desenvolvidos pela FMUA
da por meio de mecanismo de nivelamento (Faculdade de Medicina da Universidade
controlador de ambição, desejo e vontade Agostinho Neto), os estudos reforçados de
individuais; humildade, indicativo de não bioética (2003) e o mestrado em medicina
arrogância e equilíbrio e partilha que se ex- com conteúdo de bioética (2004) na referi-
pressa pela generosidade e reciprocidade, da instituição superior.
então, estes são valores fundamentais da Além disso, vale mencionar que, em
dinâmica da existência tradicional africana Malanje, província de Angola, no ano de
e decisivos para a constância da vida no 2016, realizou-se a Conferência Interna-
continente. Por meio desses três aspectos, cional Sub-regional sobre Ética da Inves-
direciona-se um olhar para uma bioética tigação Científica, na FMM (Faculdade de
africana com sentido integracional, no qual Medicina de Malanje). O objetivo da con-
se insere a relevância do ambiente como ferência era a criação de uma rede de es-
é visto pelos khoisan, para eles, o deserto pecialista em bioética nos países africanos
é sumamente importante, sobre isso, Post lusófonos, alguns eixos temáticos: signifi-
reflete dizendo que cado da cooperação Sul-Sul no campo da
o deserto pode ser tudo para o homem, bioética; fundamentos de bioética – contex-
mas, acima de tudo, é um símbolo do que to histórico; Declaração Universal sobre
foi mais profundamente negado no pró- Bioética e Direitos Humanos (DUBDH);
prio espírito dos homens: é uma espécie ética da investigação com humanos; situa-
de espelho brilhante em que eles vêem o
árido reflexo de seus próprios rejeitados.
ções emergentes e situações persistentes
(POST, 1980, p. 83) na bioética, experiência da bioética em An-
gola, Cabo Verde e Moçambique...
Bioética num país africano: Angola A conferência teve apoio da Redbioé-
Tomando por base Avila (2014), a tica-Rede da Unesco em Bioética na Amé-
bioética entre os países africanos de lín- rica Latina e Caribe.
gua portuguesa como Angola, Cabo Ver-
de, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Bibliografia sobre bioética africana
Guiné-Bissau, teria início, de modo gené- Dada a recente presença da bioética
rico e aproximadamente, por volta do final na África, a bibliografia em torno dela ain-
do século 20 e começo do 21. da está em processo de consolidação vis-
Em Angola, país africano ocidental e to que,em sendo algo novo no continente,
de língua oficial portuguesa, a bioética, ini- exige-se estudo, preparação e pesquisa
cialmente, está associada a problemas de sistematizada, coisa que já se vê em voga
saúde pública, saneamento, epidemiologia na maioria dos países africanos, sobretudo
e educação. Os comitês de ética e bioé- naqueles cujas línguas oficiais são inglês e
francês, para os que têm como língua ofi-
cial o português, há poucos textos, porém,
3. Vídeo “Human Mammal, Human Hunter”. Disponível
em: https://www.youtube.com. Acesso em: 13 de nov. eis algumas publicações em português que
2019. tratam do tema bioética no viés africano:
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• “Bioética nos Países de Língua Oficial que vale dizer que a bioética já fazia par-
Portuguesa: Justiça e Solidariedade” te, digamos assim e de certa maneira, do
trata-se de um livro com várias con- mundo africano, o fato de um termo, uma
tribuições de diferentes autores que palavra, um vocábulo não ter existência em
participaram de uma Conferência reali- determinada sociedade, não implica dizer
zada pelo Conselho Nacional de Ética que um determinado assunto não existia e
para as Ciências da Vida em Lisboa no passe a ter vida quando se atribui a ele um
ano de 2014, é uma obra de relevante nome, seria como se um nome, um rótu-
importância e fácil compreensão. lo, uma etiqueta desse existência à coisa.
• “Bioética de intervenção e justiça: Vendo desse ângulo, a bioética é africana,
olhares desde o sul” é um artigo dos entretanto, quanto ao formalismo, ao modo
professores Cristiane Alarcão Fulgên- de sistematização, à maneira de institucio-
cio e Wanderson Flor do Nascimento nalização e às questões levantadas, pode-
que, de forma indireta, toca no assunto -se dizer que se trata de algo novo.
bioética africana numa abordagem de É possível, também, compreender, do
ubuntu. que foi colocado, que a África faz esforços
• “Bioética em Angola: experiência da para que o ensino e a educação em maté-
Faculdade de Medicina de Malanje” ria de bioética sejam objetos de políticas
este texto consiste de um artigo escri- públicas e que as mesmas contemplem
to pelos professores Edson Joaquim perspectiva de responder às questões uni-
Mayer Alfredo, Emanuel Catumbela e versais e particulares, teóricas e práticas
Natan Monsores de Sá, também é um da vida como a entendem os cidadãos afri-
importante trabalho que traça breve- canos.
mente o percurso da bioética na África Por fim, a bioética africana é uma
e em especial em Angola. ética da vida, uma socioética, uma bioé-
• “Ética na Pesquisa: experiência de tica que, tendo influência ocidental, pode
treinamento em países sul-africanos” e deve, africanamente, levar em conta
é um livro das professoras Debora o passado, o presente e o futuro, os três
Diniz, Dirce Guilhem e do editor Udo aspectos do tempo que se entrelaçam, o
Shüklenk, um texto bem estruturado tempo africano, o modo de ser africano, o
que discute o tema bioético em África espírito africano.
do Sul e Brasil.
Referências
Pelo que se apresentou, em termo de
material textual, de maneira introdutória e ALFREDO, Edson Joaquim Mayer; CA-
genérica, percebe um considerável envol- TUMBELA, Emanuel; SÁ, Natan Monsores
de. Bioética em Angola: experiência da Fa-
vimento de pesquisadores no sentido de
culdade de Medicina de Malanje. Revista
consolidar e divulgar a bioética entre os
Bioética, Brasília, vol. 27, no. 2, 2019.
africanos em virtude de uma necessidade
premente em âmbito acadêmico e profis- AVILA, Roberto Luiz d’. Biótica na comu-
sional. nidade médicade língua portuguesa: pre-
sente e futuro. In: Bioética nos Países de
Considerações finais Língua Oficial Portuguesa: Justiça e So-
Em razão do que foi apresentado, é lidariedade. Conferências. Conselho Na-
cional de Ética para as Ciências da Vida,
perceptível que, embora a temática bioéti-
Lisboa, 2014.
ca, enquanto disciplina recente, seja nova
no mundo da academia africana e das ocu- KARORI MBŨGUA. Is there an African
pações profissionais, na África tradicional Bioethics? In: International Conference
e moderna, o conteúdo, a matéria, a ideia on Bioethics. Organized by the UNESCO
de bioética como ética da vida já existia, o Regional Centre for Documentation and

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Research on Bioethics at Egerton Univer-
sity, 12-14 August 2008.
La Bioéthique en Philosophie Africaine.
Essai de Dépassement de la Marginalisa-
tion. Disponível em: https://studylibfr.com.
Acesso em 2019.
MUROVE, Munyaradzi Felix. African eth-
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applied ethics. South Africa: University of
Kwazulu-Natal Press, 2009.
POAMÉ, Lazare M. Le rôle du philosophe
dans l’émergence du questionnement
bioéthique en Afrique: le contrôle éthique
de la recherche en question. In: Premières
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de l’Ouest et du Centre, Dakar, 2005.
POST, Laurens Van Der. The heart of the
Hunter: custs and myths of the African
bushman. New York: Harcourt Brace Jova-
novich, 1980.

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Abstract: This text, entitled ‘African Bioethics’, aims
to present some notes on bioethics in Africa, con-
sists of a first introduction to some points such as
word, concept, cultural particularity, circumstances
and bibliography on the subject.
Keywords: Bioethics; Africa; Cultural particularity;
Bibliography.

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