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Já há algum tempo, o que nos é apresentado pela mídia e pelas redes sociais está cada
vez mais permeado por números e mais números, com gráficos coloridos. Os dados
quantitativos assumiram protagonismo absoluto nas informações apresentadas à
sociedade.
Índices, taxas, percentuais, valores, pesquisas de todo tipo são divulgados como se a
linguagem fosse compreendida por todos e todo o seu simbolismo estivesse introjetado
na população. Pior: como se os números fossem representação absolutamente precisa
da realidade. Apresenta-se a “verdade incontestável” dos números.
Assim, hoje teríamos 208 milhões de data analysts no país. Claro que parte deles,
simplesmente, de forma cética e incontestável, não acredita nos números e está segura
de que foi manipulada, pois não condizem com sua percepção. A invasão quantitativa
gerou dois tipos: aqueles que creem religiosamente nos números e os que descreem
religiosamente deles. As pesquisas eleitorais são divulgadas com o chamado intervalo
de confiança, ou seja, dada determinada percentagem de eleitores que votarão em
Fulano, temos variações de x% para cima ou para baixo. Perfeito, temos o “intervalo de
confiança com probabilidade de erro de 5%”.
Fonte: https://oglobo.globo.com/opiniao/uma-sociedade-afogada-em-numeros-22208009