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BIOLOGIA 1 VER CAPÍTULO

CAP. 02
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SISTEMA CARDIOVASCULAR, leitor de QR
IMUNITÁRIO E LINFÁTICO Code da busca de
Exportado em: 24/02/2022 capítulos na aba
Conteúdo

SLIDES DO CAPÍTULO

Olhar de cientista

Rotina de pensamento:
Ver-Pensar-Perguntar
 ROTINA DE PENSAMENTO

As doenças cardiovasculares (DCV) são a

principal causa de morte no mundo. No caso do

Brasil, cerca de 400 mil pessoas morrem

anualmente em decorrência dessas doenças.


Nesse cenário, cerca de 14 milhões de pessoas

apresentam alguma DCV com uma média diária de

mil óbitos. De acordo com a Associação dos

Registradores de Pessoas Naturais do Brasil,

houve um aumento, em 2021, de 7% na média de

óbitos por DCV no primeiro semestre.

Leia a notícia e assista à reportagem a seguir para


refletir sobre o assunto.

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do


Trabalho (OIT) concluiu que, em 2016, 745 mil pessoas morreram por acidente vascular
cerebral (AVC) ou por doenças cardíacas em consequência das longas horas de trabalho.
No momento em que a pandemia mudou profundamente o mundo laboral, os
especialistas alertam para um aumento dos riscos associados às longas horas de trabalho
e apelam à adoção de uma legislação que limite a carga horária.

No primeiro estudo global sobre os efeitos dos horários excessivos na saúde dos
trabalhadores, a OMS e a OIT concluíram que trabalhar 55 ou mais horas por semana
aumenta em 35% o risco de morte por AVC e em 17% por doença cardíaca, em
comparação com uma semana de trabalho de 35 a 40 horas. [...]

A pesquisa, publicada nesta segunda-feira (17) na revista científica


Environmental International, mostrou ainda que 72% das
mortes em consequência da jornada

1
extensa correspondiam a homens com idades entre 60 e 79 anos, que trabalharam 55
ou mais horas por semana entre os 45 e 74 anos.

Segundo o estudo, as pessoas que vivem no Sudeste Asiático e na região do Pacífico


Ocidental foram as mais afetadas. Nas regiões com mais leis regulamentadas que
limitam as horas de trabalho, como a Europa ou a América do Norte, a incidência de
mortes por problemas cardiovasculares é menor.

Genebra, RTP. OMS: longas horas de trabalho aumentam


risco de morte. Agência Brasil, 2021. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia
/2021-05/oms-longas
horas-de-trabalho-aumentam-risco-de-morte. Acesso
em: 23 ago. 2021.

(Cores-fantasia; imagem sem escala.)


Pan American Health Organization – Paho

https://www.youtube.com/watch?v=52AVogWsl5E

1.
O que você vê na notícia e no vídeo?

2.
O que você pensa sobre o assunto abordado na
notícia e no vídeo? O que faz você pensar dessa
forma?

3.
Quais perguntas você tem/faria sobre esse assunto?

Cuidar para integrar


O organismo humano tem mais de 10 trilhões de células na
composição de tecidos, órgãos e sistemas. Se

compararmos cada uma dessas células às casas de uma

cidade, há um modelo eficiente de transporte. Apesar de

vermos muitas problemáticas ligadas ao transporte em

diferentes regiões pelo mundo, o sistema circulatório,

que, no caso da comparação anterior, tem um número de

células mil vezes maior que a população mundial, mostra

a eficiência da integração para a manutenção da vida.

Com o aumento do consumo de produtos industrializados,


ricos em óleos e carboidratos refinados, além de

realçadores de sabor ricos em sódio, algumas

interferências ocorrem nessa rede: a obstrução dos

vasos sanguíneos e o aumento da pressão arterial. Nesse

contexto, as doenças cardiovasculares são a principal

causa de óbito mundialmente. Outros fatores

influenciam a mortalidade por doenças

cardiovasculares, como poluição atmosférica e

estresse e até mesmo o aumento da expectativa de vida.

O gráfico a seguir foi extraído do relatório "Estatística


Cardiovascular – Brasil 2020", elaborado por médicos

pesquisadores. Ele mostra a progressão dos gastos com

doenças cardiovasculares em 10 anos, já que demandam

mais consultas, internações, medicamentos, entre

outros serviços de saúde.


3

Doenças cardiovasculares e gastos públicos de acordo com o relatório "Estatística Cardiovascular – Brasil 2020".
Scielo

Oliveira, G. M. M, et al. Estatística Cardiovascular–Brasil


2020
.Arq
uivo
s
Bras
ileir
os de
Card
iolog
ia 115
(202
0):
308-
439.

De acordo com os dados, as principais doenças que


ocorrem são:

Doenças cerebrovasculares – são relacionadas a


problemas nos vasos sanguíneos que ►
fornecem sangue ao cérebro, como o AVC ou derrame.
Os principais fatores que aumentam o risco dessas
enfermidades são o hábito de fumar, o uso de
anticoncepcionais, o consumo excessivo de bebidas
alcoólicas, a hipertensão arterial e a obesidade.

Infarto agudo do miocárdio – morte do músculo


cardíaco por falta de nutrientes e ►
oxigênio. Isso ocorre pelo entupimento das artérias
que irrigam o coração. Pessoas que apresentam má
alimentação (com excesso de gorduras, por exemplo),
realizam poucas atividades físicas e vivem em
ambientes estressantes são/estão mais propensas a
esse tipo de problema.

Doenças hipertensivas – a hipertensão é o aumento


da pressão sanguínea do corpo, ►
fazendo com que o coração tenha que trabalhar mais
para fazer o sangue circular. Ela é influenciada pela
hereditariedade e pelo consumo excessivo de sal e de
alimentos gordurosos.

Insuficiência cardíaca – ocorre quando o coração não


é capaz de bombear sangue em ►
quantidade suficiente para o funcionamento do
corpo. A diabetes e a ocorrência de doenças do
coração na família também são fatores de risco.
Para a prevenção, é importante manter uma
alimentação saudável e a prática de atividades
físicas.

Dado o contexto, é necessário refletir sobre o

funcionamento regular do sistema circulatório. A

circulação humana tem como uma de suas funções o

transporte de substâncias pelo corpo. Isso ocorre, por


exemplo, com nutrientes, gases e outras substâncias

produzidas nas reações químicas celulares

(metabólitos), as quais não são aproveitadas, logo são

transportadas aos órgãos responsáveis por sua

eliminação.

O organismo também depende diretamente da


circulação, pois é, por meio dela, que ocorre o

transporte dos leucócitos, células especializadas na

defesa do organismo, e dos anticorpos

(imunoglobulinas), proteínas com funções de defesa.

A circulação sanguínea nos vasos periféricos participa


do controle térmico, uma vez que dissipa parte do calor

por meio da pele. Dessa maneira, quando há aumento da

temperatura corpórea, os vasos periféricos dilatam

(vasodilatação), o que causa maior perda de calor em

relação ao meio e à redução da temperatura corporal.

Essa dilatação também faz com que muitas pessoas

fiquem com o rosto rosado durante a prática de

exercícios físicos. No entanto, quando há queda na

temperatura, ocorre uma contração dos vasos

periféricos (vasoconstrição), que reduz o fluxo

sanguíneo próximo à superfície do corpo, diminuindo a

perda de calor para o meio. Outros estímulos, como a

ação de hormônios e medicamentos, podem afetar a

dilatação e a contração desses vasos.

A rede de comunicação integrada


5

Vagem de vegetal com formato semelhante à figura que representa o coração popularmente.
PxHere

Você já se perguntou sobre a origem do desenho de


coração que é popularmente usado? Ele não é tão

parecido com o formato real do coração humano, mas há

algumas explicações para esse fato. Existem muitas

teorias sobre a origem do símbolo; uma delas fala sobre

ser referência a uma planta com propriedades

contraceptivas do gênero Silphium, extinta. Na imagem,

é possível observar a vagem dessa planta, que passou a

ser associada à sexualidade nesse tempo. Natural de

Cirene, uma antiga colônia grega situada na Líbia,

Silphium era citada em poemas, músicas e pinturas da


Antiguidade Clássica.

Há ainda teorias que dizem que a figura pode ser a


junção de dois corações humanos no formato que a

Ciência conhece hoje. O desenvolvimento da Anatomia e

da Fisiologia humana através de pesquisas científicas

trouxe a configuração do sistema circulatório

conhecida atualmente.

Vasos sanguíneos

Os vasos sanguíneos são formações tubulares que, em


conjunto, constituem uma rede de distribuição por todo

o corpo. Existem três tipos básicos de vasos: as artérias,

as veias e os capilares. As artérias de pequeno calibre

são chamadas de arteríolas; e as veias de pequeno

calibre, de vênulas.

Artérias e veias

As artérias são vasos que partem do coração e levam o

sangue para diversas regiões do corpo. São os vasos

sanguíneos que possuem o maior calibre, pois

transportam sangue com alta pressão após a contração

cardíaca. As veias fazem um trajeto diferente, já que


levam sangue de diversas regiões do organismo de volta

para o coração. Por não transportarem sangue com alta

pressão, as veias possuem um menor calibre que as

artérias. No entanto, apresentam uma adaptação à sua

função de transporte contra a gravidade, as valvas.

Pense no sangue que circula nas pernas, por exemplo. A


contração da musculatura estriada esquelética e as

valvas nas veias garantem que o sangue seguirá para o

coração e não retornará no sentido da aceleração da

gravidade.

Representação esquemática do funcionamento das valvas presentes nas veias. Na primeira figura, o sangue se move
através da valva, que se fecha em seguida, impedindo o retorno do líquido. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
Reprod
ução

A parede das veias e artérias é constituída de três

camadas ou túnicas. A túnica externa (ou adventícia) é

formada pelo tecido conjuntivo, rico em fibras colágenas

e elásticas; a túnica média apresenta músculo liso e

fibras elásticas; e a interna (ou conectiva) é formada pelo

tecido epitelial, o endotélio.

7
Camadas de tecido que formam as artérias, veias e capilares. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
stockshoppe / shutterstock.com

Capilares

Os capilares são vasos sanguíneos de menor calibre que


veias e artérias. Estão distribuídos em quase todas as

regiões do organismo e propiciam as trocas entre as

células e o sangue. Isso ocorre porque células

endoteliais achatadas, com pequenos espaços entre si,

compõem

as paredes dos capilares, assim, permitem a passagem

de diversas substâncias. Tanto artérias quanto veias se

ramificam em estruturas menores, as arteríolas e

vênulas, que, por fim, se comunicam com os capilares.

Coração

O coração humano é um órgão oco de paredes musculosas,


formadas por tecido muscular estriado cardíaco. Essas

paredes musculares delimitam quatro câmaras

cardíacas, ou seja, o coração é tetracavitário.

O músculo cardíaco é denominado miocárdio. Para que o


coração desempenhe sua função de bombear sangue

para todo o corpo, as células cardíacas também

precisam receber oxigênio para a produção de energia.

O sangue rico em oxigênio chega a essas células por meio


das artérias coronárias, que emergem da artéria aorta,

a maior artéria do organismo. A obstrução de uma

dessas coronárias implica a falta de irrigação das

células de uma parede do coração. Caso essas células

morram por falta de oxigênio, ocorre o infarto do

miocárdio.

As câmaras cardíacas superiores são os dois átrios. Há

também as câmaras inferiores, os dois ventrículos, com

paredes mais espessas. O sangue chega ao coração nos

átrios e, em seguida, passa para os ventrículos. Das

cavidades ventriculares, é impulsionado para o restante

do corpo – por isso as paredes são mais espessas, para

executar maior força de propulsão.

Os dois átrios são separados entre si, o que acontece


também com os dois ventrículos. Porém, existe

comunicação entre o átrio e o ventrículo de um mesmo lado

do coração. Portanto, o átrio direito se comunica com o

ventrículo direito por meio do orifício que

apresenta a valva atrioventricular direita (valva

tricúspide). Já a comunicação entre o átrio esquerdo e o

ventrículo esquerdo ocorre pelo orifício portador da

valva atrioventricular esquerda (valva bicúspide ou

mitral). Essas valvas impedem o refluxo de sangue entre os

átrios e ventrículos.

A valva pulmonar localiza-se entre o ventrículo direito e a


artéria pulmonar, e a valva aórtica, entre o ventrículo

esquerdo e a artéria aorta. Ambas são conhecidas também

como valvas semilunares.


Ilustração da anatomia do coração humano. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
Wikimedia Commons

Leitura Complementar 9

Má qualidade do ar aumenta risco de infartos e AVCs no inverno


Com a chegada do inverno, a exposição a baixas

temperaturas pode representar riscos inclusive a

indivíduos saudáveis. Se não estiverem bem

agasalhados, há chances de o organismo entrar em

hipotermia, condição em que não se consegue manter

o próprio corpo aquecido. Para quem tem

aterosclerose ou hipertensão, o frio intenso

aumenta ainda mais a probabilidade de ocorrerem

eventos cardiovasculares, como infarto ou derrame,


conhecido como AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Estima se em mais de 50% o aumento do número de

internações e de mortes por infarto agudo do

miocárdio, durante o inverno, em comparação com o

verão, sendo que pessoas com mais de 65 anos são as

mais afetadas.

O doutor Luiz Antônio Machado César, diretor da


Unidade de Coronariopatias Crônicas do Instituto

do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) da

Faculdade de Medicina (FM) da USP, contou ao Jornal

da USP no Ar os motivos pelos quais os riscos são


maiores para idosos. "Nesse período, ocorre a

mudança do perfil das substâncias que são

produzidas no tecido respiratório pela traqueia e

pelos brônquios pulmonares, que reduzem nossa

capacidade de combater infecções. Com isso, é no

inverno que ocorrem mais casos de resfriados,

viroses e gripe, que é o maior problema: o vírus

influenza desencadeia um processo de inflamação


do organismo como reação à infecção e, se a pessoa

tiver placas de aterosclerose, essa inflamação

pode fazer com que essas placas se rompam e

culminem num infarto. Além disso, com o frio, o

fígado passa a produzir substâncias do sangue que

aumentam os riscos de coagulação", conta.

Algo que contribui com os fatores apresentados pelo


especialista é a qualidade do ar, que tende a piorar

nessa estação, o que faz com que pessoas com

problemas respiratórios sejam mais suscetíveis.

"Um detalhe que se percebe ao olhar o céu é a

inversão térmica. Nos dias frios, a concentração de

poluentes na nossa atmosfera é muito maior porque

eles não são dissipados, principalmente em

metrópoles e cidades industriais. Esses poluentes

favorecem não só a infecção respiratória, como

reduzem a concentração de oxigênio no nosso

sangue", explica.

ALEGRE, L. Má qualidade do ar aumenta risco de infartos e


AVCs no inverno. Jornal da USP, 2019. Disponível em:
<https://jornal.usp.br/atualidades/ma-qualidade-do-ar-aumen
ta-risco-de-infartos-e-avcs no-inverno>. Acesso em: 24 ago.
2021.

10

Agora é com você

Questão 01

O sistema cardiovascular é composto pelos vasos

sanguíneos, que, de acordo com sua estrutura, podem

ser denominados artérias, veias ou capilares. Embora

o corpo humano tenha diferentes tipos de vasos

sanguíneos, apenas os capilares realizam as trocas de

substâncias com os tecidos.

Por que não há trocas de substâncias nas veias e nas


artérias?

Células do sangue na linha de frente


O organismo humano está constantemente exposto a
agentes externos, muitos dos quais são responsáveis

pelo surgimento de doenças. No entanto, a presença de

uma molécula estranha, ou mesmo de um microrganismo,

nem sempre induz o indivíduo a desenvolver alguma

patologia. Como, então, explicar tais fatos?

Ao longo da história evolutiva, os mecanismos


fisiológicos que visam à proteção contra esses agentes

se aperfeiçoaram. Para isso, determinados grupos de

células se especializaram no reconhecimento e no ataque

ao que é estranho ao organismo, preservando, na medida

do possível, a integridade dos tecidos e órgãos. As células

e substâncias que participam dessas estratégias de


defesa compõem o chamado sistema imunitário. Ele atua

como um exército sempre pronto para proteger as

fronteiras do organismo.

O vídeo a seguir fala sobre a composição do sangue e suas


funções. Além do plasma, que é a porção líquida e das

plaquetas, há dois tipos celulares importantes: as

hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos) e os

leucócitos (glóbulos brancos).

11

https://www.youtube.com/watch?v=Ykm7Bxc3vxo

Hemácias e leucócitos

As células que circulam no sangue originam-se de


células precursoras localizadas na medula óssea. Então,

são lançadas na corrente sanguínea, circulando pela

linfa e pelos tecidos corporais. Dentre as células

formadas, apenas as hemácias e os megacariócitos – os


quais dão origem às plaquetas – não participam

diretamente das respostas imunitárias.

Cabe aos leucócitos, portanto, o papel de executar as


mais variadas estratégias de defesa para o nosso

organismo. Essas células se originam a partir de duas

linhagens celulares: a mieloide, formadora dos

neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos, e a

linfoide, que origina os linfócitos.

12
Ilustração das células que compõem o sangue e das plaquetas. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
shutterstock.com

Hemácias: são células sem núcleo e apresentam um


formato de disco bicôncavo. Em ►
sua composição, há uma proteína chamada hemoglobina,
que tem a capacidade de se ligar aos gases carbônico e
oxigênio para transportá-los no sangue.

Neutrófilos: integram cerca de 65% dos leucócitos


presentes no sangue. Têm a ►
capacidade de sair dos vasos sanguíneos para combater
corpos estranhos em outros locais, a diapedese. Para
tentar neutralizar microrganismos ou substâncias, essas
células realizam a fagocitose, que é a ingestão ou o
englobamento da partícula. Posteriormente, enzimas
digestivas são liberadas sobre a partícula.

Eosinófilos: integram entre 2 e 4% dos leucócitos


presentes no sangue. Suas ►
concentrações podem aumentar em caso de infecções
parasitárias e alergias, pois participam da defesa do
organismo nesses casos.

Basófilos: integram entre 1 e 2% dos leucócitos presentes


no sangue. Atuam em reações ►
alérgicas liberando substâncias anticoagulantes e
vasodilatadoras.

Linfócitos: estão relacionados com a defesa imunológica


inespecífica, com a produção ►
de anticorpos e com a memória imunológica, onde também
circulam nos vasos linfáticos.

Monócitos: são células que realizam diapedese e


fagocitose, mas participam de ►
respostas mais longas que as dos neutrófilos. Integram
entre 3 e 5% dos leucócitos. 13

Os monócitos, ao realizarem a diapedese, ou seja, ao


atravessarem a parede dos vasos sanguíneos para

realizar fagocitose, passam a ser denominados

macrófagos e, dependendo do tecido no qual essas

células venham a se fixar, recebem outras

denominações mais específicas. Algumas delas são:

osteoclastos (no tecido ósseo), células de Kupffer (no

fígado), micróglia (no tecido nervoso), células de

Langerhans (na pele) e células dendríticas (nos

linfonodos).

Linfócitos

Diferentemente dos demais componentes do sistema


imunitário, os linfócitos têm a capacidade de

reconhecer e atacar um agente estranho específico.

Uma vez formado, esse tipo celular inicia o processo de

maturação, caracterizado pela expressão de moléculas

em sua membrana plasmática que ajudam no

reconhecimento dos agentes estranhos. Dentre eles são

conhecidos três grandes grupos: os linfócitos B, os

linfócitos T e os linfócitos natural killers (NK). A tabela a

seguir mostra as funções desses diferentes tipos de

linfócito.
Linfócitos B, T e NK: tipos, características e funções.

14

Assista: células-tronco adultas que salvam vidas

Você já viu que as células do sangue são produzidas

em uma região dos ossos longos e esponjosos

chamada medula. Ela possui células com

características especiais: a capacidade de se


diferenciar em todos os tipos celulares do sangue

em adultos. Assim, para tratar cânceres que afetem

a produção de células do sangue, o transplante de

medula óssea pode ser realizado. O vídeo a seguir

mostra a evolução dessa técnica ao longo da história

e sua aplicação atual. O conteúdo foi produzido pelo

primeiro hospital da América Latina a realizar o

transplante de medula óssea, o Hospital de Clínicas UFPR.

Agora é com você Questão 01

Uma lesão na pele pode infeccionar, quando

aparecem CÉLULAS DE DEFESA que ATRAVESSAM OS

CAPILARES e caem no tecido conjuntivo, protegendo

o organismo.

Os termos destacados referem-se, respectivamente, aos:


leucócit

ABCD
os e

trombóc
diapedes

itos e
e.

fagocito
neutrófi

se.
los e

eritrócit
clasmoci

os e
tose.

pinocito

se.

Circulação para defesa e drenagem


Você já ouviu falar da drenagem linfática? Ela consiste
numa técnica manual que estimula a movimentação de

líquidos e resíduos do metabolismo das células através

do sistema linfático. Por isso, a técnica ameniza a

retenção de líquidos, auxilia na eliminação de resíduos


após procedimentos estéticos ou cirúrgicos, entre

outras aplicações.

15

Como já visto, os linfócitos integram o sistema

linfático, que se relaciona à imunidade e ao transporte

de líquidos, lipídios e resíduos metabólicos.

Componentes do sistema linfático

Os vasos linfáticos formam uma rede que se distribui por


todo o organismo. Eles possuem menor calibre que as

veias e terminam em uma extremidade fechada, ou seja,

que não se comunica com outros vasos. Eles se ramificam

em capilares linfáticos, que captam parte do líquido

residual dos tecidos que não é captado pelos capilares

sanguíneos.

A linfa corresponde a um tecido de composição similar


ao do sangue, sendo formada por plasma que contém

substâncias que escaparam do tecido sanguíneo por

meio dos vasos capilares e chegaram aos tecidos e

espaços intersticiais percorridos por tais vasos.

Acumula-se nos espaços externos aos vasos sanguíneos

e contém vários dos componentes celulares do sangue,

exceto os glóbulos vermelhos (eritrócitos).

Quando é transportada pelos vasos linfáticos, a linfa


passa pelo interior dos linfonodos, estruturas ovoides,

pequenas e encapsuladas, as quais atuam como filtros

para a remoção de bactérias e de outras substâncias

estranhas. Eles se localizam em várias regiões do

corpo, mas são mais numerosos no pescoço, nas axilas,

na virilha, ao longo dos grandes vasos e nas cavidades

do corpo. Neles são encontrados linfócitos T e B e

macrófagos, células linfoides que reagem na presença

de antígenos, originando uma resposta imunológica.

Por isso, muitos médicos examinam regiões que


concentram linfonodos para verificar se há inchaço, já

que ele indica infecção.

16

Fluxo de glóbulos brancos entre capilar sanguíneo e linfático. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
Reprodução

Alguns problemas de saúde afetam o sistema

linfático. Um exemplo é a filariose (elefantíase),

causada pelo nematelminto Wuchereria bancrofti

(filária). Esse verme é transmitido por uma espécie


de mosquito hematófago e instala-se nos vasos

linfáticos, impedindo o fluxo da linfa e causando

edemas. Outra enfermidade ocorre quando

microrganismos invadem o corpo e há multiplicação

de leucócitos para combatê-los. Isso causa aumento

dos linfonodos, que incham e podem ficar doloridos,

sendo denominados ínguas.

Os órgãos nos quais se verificam a formação, o

amadurecimento e a execução das funções dos linfócitos

são classificados em órgãos linfoides primários (ou

centrais) e órgãos linfoides secundários (ou

periféricos). Os órgãos linfoides primários são os locais

onde os linfócitos são gerados e amadurecidos. Alguns

exemplos desses órgãos são a medula óssea e o timo, nos

mamíferos. Já os órgãos linfoides secundários são os

locais onde ocorre a proliferação dos linfócitos e o início

das respostas imunitárias específicas, como os

linfonodos, as tonsilas e o baço.

17
Estrutura do sistema linfático. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
Alila Medical Media / Blamb / shutterstock.com

Importante: integração com o sistema digestório


No intestino delgado, local onde ocorre a absorção
dos nutrientes da digestão, os triglicerídios são

absorvidos pelas células do intestino e passam por

transformações químicas que formam os

quilomícrons, lipoproteínas transportadoras que

são lançadas nos vasos linfáticos e sanguíneos. No

fígado, os quilomícrons participam da formação das

lipoproteínas transportadoras de colesterol LDL e

HDL.
18

Agora é com você

Questão 01

Os vasos linfáticos drenam os líquidos intersticiais

retornando parte de seu conteúdo para a circulação

sanguínea. Na circulação linfática, ocorre

transporte de:

eritr
A B C D E ócito
gás s.
oxigê plaqu
nio. etas.
gás leucó
citos
carb
.
ônico
.

Questão 02

Uma pequena intumescência dolorosa na altura da


virilha é conhecida pelo nome de "íngua", que, em

síntese, é uma inflamação dos linfonodos. Isso

significa que:

o organismo está sofrendo um processo


infeccioso nessa região ou em sua A
proximidade.
o organismo está sendo atacado por vermes
hematófagos.
B
o organismo não está produzindo células de defesa.
C
o organismo sofreu uma distensão dos
músculos dessa região. D
ocorreu o rompimento dos vasos capilares nessa
região.
E

Questão 03

A maior parte do líquido extravasado dos capilares


sanguíneos nos tecidos é reabsorvida pelos próprios

capilares. Em condições normais, o restante desse

líquido:

artérias e
ABCDE veias. é
acumula-se, absorvido por
formando os capilares
linfonodos. linfáticos. é
acumula-se, eliminado
formando um pela pele na
edema forma de suor.
linfático. é
absorvido por

Pratique:

19

Pratique:

componentes do sistema cardiovascular, imunitário e


linfático
Questão 01
Diferentemente da maioria dos sistemas, que
normalmente se concentram em uma área específica, o

sistema circulatório encontra-se distribuído por todo o

corpo. Escreva, em seu caderno, de que maneira pode-se

justificar essa ampla abrangência do sistema

circulatório, se comparado a outros sistemas.

Questão 02

Analise as seguintes afirmações:

I. Além das veias, os vasos linfáticos também apresentam


válvulas em seu interior.

II. Linfa e sangue são muito parecidos, sendo a diferença

básica a ausência de eritrócitos e plaquetas na linfa.

III. Nos linfonodos, encontram-se coleções de macrófagos


e linfócitos.

IV. O sistema linfático devolve à circulação sanguínea

proteínas importantes no controle da pressão osmótica

do sangue.

Assinale a alternativa correta correspondente com sua


análise.
afirmativas

ABCDE estão

Apenas uma corretas.

afirmativa Todas as

está correta. afirmativas


Apenas duas estão
afirmativas corretas.
estão Nenhuma das

corretas. afirmativas

Apenas três está correta.

Questão 03

Um dos sistemas integradores do organismo é o sistema


circulatório. Ele se comunica, praticamente, com todas

as partes de nosso organismo, exercendo funções vitais

para o bom funcionamento geral. Dentre essas funções, é

possível citar:

I. O transporte de excretas celulares para os órgãos


responsáveis por sua eliminação. II. A regulação da

temperatura corporal por meio da dilatação e

contração dos vasos

20

sanguíneos periféricos.

III. O transporte de mensagens químicas, na forma de


hormônios.

IV. A produção de substâncias que agem diretamente

sobre o coração, controlando seus batimentos.

Está correto o que se afirma em:


apena

ABCDE s. II, III

I, II, III e IV,


e IV. apena
I, II e s. I, III
IV, e IV,
apena apena
s. I, II e s.
III,

Questão 04

Os capilares são os vasos sanguíneos que permitem, por


difusão, as trocas de substâncias, como nutrientes,

excretas e gases, entre o sangue e as células.

Essa troca de substâncias é favorecida pela seguinte


característica dos capilares:
móveis.

túnica
ABCD

muscular
camada
tecidual
única. desenvolvi

presença da.

de válvulas capacidade
de intensa.

contração

Questão 05

O coração é uma bomba muscular que impulsiona o sangue


que chega às cavidades e às mais diversas partes do

organismo. Sobre o coração e os vasos sanguíneos,

considere as afirmativas seguintes:

I. Veias são vasos que levam sangue às cavidades do


coração.

II. Pelas artérias circula apenas sangue do tipo arterial.

III. Artérias precisam de válvulas em seu interior para

uma melhor regulação da pressão 21

arterial.

IV. Veias e artérias apresentam três camadas de

tecidos, sendo a mais interna o endotélio, comum a

todos os vasos.

Está correto o que se afirma em:


III,

ABCDE apena

I e II, s. I, II,

apena III e
s. I e IV.

IV, I, II e
IV,
apena apena
s. II e s.

Questão 06
A filariose linfática é uma verminose provocada por um
nematódeo, Wuchereria bancrofti, a qual não se

transmite de pessoa a pessoa. Os pacientes com essa

parasitose podem apresentar, no período agudo, febre

recorrente, astenia, mialgia, fotofobia, pericardite e

cefaleia. No período crônico, os pacientes apresentam

elefantíase de membros apendiculares, mamas e órgãos

genitais, o que é provocado:

pela reação do sistema imunológico à presença dos


vermes.
A
pelo aumento do número de vermes nas células
musculares das regiões infectadas. B
pelo acúmulo de vermes nos capilares sanguíneos,
dificultando o retorno do sangue. C
pelo acúmulo de vermes nos vasos linfáticos,
impedindo a reabsorção de linfa, que D
se acumula nos espaços intercelulares.
pelo entupimento de vasos sanguíneos, causado
pela coagulação do sangue na E
tentativa de expulsar os vermes.

Questão 07

No quadro a seguir, é demonstrada a característica geral


dos leucócitos e sua função. 22

Assinale a alternativa correta que completa o


quadro acima na sequência 1, 2, 3 e 4.

1. Linfócito; 2. Neutrófilo; 3. Núcleo trilobulado;


e 4. Produção de anticorpos. A
1. Monócito; 2. Neutrófilo; 3. Núcleo em forma de rim;
e 4. Produção de anticorpos. B
1. Monócito; 2. Eosinófilo; 3. Núcleo em forma de
rim; e 4. Libera heparina. C
1. Linfócito; 2. Basófilo; 3. Núcleo em forma de
rim; e 4. Libera heparina. D
1. Basófilo; 2. Neutrófilo; 3. Núcleo trilobulado;
e 4. Produção de anticorpos. E

Questão 08

No coração humano, as válvulas tricúspide e mitral estão


localizadas, respectivamente:

entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo e


entre o átrio direito e o ventrículo A
direito.
entre o átrio direito e o átrio esquerdo e entre o
ventrículo direito e o ventrículo B
esquerdo.
entre a artéria aorta e o ventrículo esquerdo e
entre a artéria pulmonar e o C
ventrículo direito.
entre o átrio direito e o ventrículo direito e entre
o átrio esquerdo e o ventrículo D
esquerdo.
entre o átrio direito e a veia cava superior e
entre o átrio direito e a veia cava E
inferior.

A rede de transporte e seus trajetos


Suponha que você precise abastecer todos os bairros que
passam por uma via de 100 mil metros. Quanto

combustível seria necessário? Quais estratégias você

utilizaria? Ao estudar a circulação humana, entendemos

as estratégias que o organismo possui para abastecer

uma rede de vasos com aproximadamente 100 mil metros

de extensão, das quais podemos citar o

23

bombeamento e o direcionamento do sangue pelo coração.

Circulação pulmonar e sistêmica

No sistema cardiovascular humano, o sangue circula


apenas no interior de estruturas tubulares, os vasos

sanguíneos, não mantendo contato direto com os tecidos.

Portanto, a circulação humana é considerada fechada.

O coração atua como uma bomba muscular que impulsiona o


fluxo do sangue. Além disso, todo o fluido sanguíneo passa

pelo coração duas vezes para que um circuito seja

completado, o que caracteriza a circulação dupla.

A circulação sanguínea é completa, pois o sangue arterial,


rico em gás oxigênio, e o sangue venoso, rico em gás

carbônico, não se misturam ao circular pelo coração.

Assim, a circulação pode ser dividida em: circulação


sistêmica (grande circulação) e circulação pulmonar

(pequena circulação). É importante lembrar que não

ocorrem trocas gasosas nas cavidades cardíacas: o

sangue que entra venoso sai venoso; o que entra arterial

sai arterial.

Sangue venoso (cor azul) que segue um trajeto que passa pelo lado direito do coração. Sangue arterial (cor vermelha) que
segue um trajeto que passa pelo lado esquerdo do coração. (Cores-fantasia; imagem sem escala.) gifcat.com

Na circulação pulmonar, onde ocorrem as trocas gasosas,

moléculas de oxigênio associam se às hemácias e

moléculas de gás carbônico são difundidas para fora dos

vasos. Ela faz trajetos específicos:

1.
O sangue venoso, trazido dos tecidos corporais pelas veias
cavas, entra no átrio direito e segue para o ventrículo
direito.

2.
O ventrículo se contrai, e o sangue sai pela artéria
pulmonar para os pulmões, nos quais irá ocorrer a
hematose (trocas gasosas).

3.
Após deixar os pulmões, o sangue passa a ser arterial e
volta ao coração pelas veias pulmonares, que o lançam no
átrio esquerdo.

A circulação sistêmica abastece as células dos diferentes


tecidos do organismo. Ela ocorre graças à contração

cardíaca, e apresenta o seguinte trajeto:

1.
O sangue arterial, trazido dos pulmões, chega ao átrio

esquerdo e passa para o ventrículo 24

esquerdo.
2.
Quando esse ventrículo se contrai, o sangue sai pela
artéria aorta e é levado a irrigar todos os tecidos
corporais, fornecendo-lhes gás oxigênio.

3.
Após deixar os tecidos irrigados, o sangue passa a ser
venoso e retorna ao coração pelas veias cavas, que
lançam o sangue no átrio direito.

(Cores-fantasia; imagem sem escala.)


Designua / shutterstock.com

Circulação linfática

Os capilares sanguíneos são responsáveis pela irrigação


dos tecidos, promovendo a troca de substâncias entre o

sangue e os conjuntos de células. O líquido tissular ou

intersticial – contendo nutrientes e gás oxigênio – sai dos

vasos capilares e entra em contato direto com os tecidos

adjacentes. Assim, por difusão, nutrientes e gás oxigênio

chegam até as células. As excretas e o gás carbônico

produzidos por essas células, também por difusão,

juntam-se ao líquido extravasado, e grande parte dele

volta para o interior dos capilares sanguíneos. A parte do

líquido que não voltou à corrente sanguínea é drenada

pelos vasos que fazem parte do sistema linfático.


25

(Cores-fantasia; imagem sem escala.)


Reprodução

O líquido intersticial que entra nos capilares linfáticos


recebe o nome de linfa (limpha – água). Da mesma forma

que os vasos sanguíneos, os capilares se conectam para

formar vasos gradativamente maiores, as veias

linfáticas. Estas se unem formando dois grandes vasos

que percorrem as cavidades abdominal e torácica.

Esses vasos são denominados, respectivamente, de

ducto torácico e ducto linfático direito.

Esses ductos se conectam com as veias subclávias


esquerdas e direitas, onde lançam a linfa de volta ao

sangue. Durante o percurso, os vasos linfáticos

depositam linfa no interior de linfonodos e podem

recolher destes os linfócitos (células de defesa que

atacam moléculas e organismos estranhos ao

organismo), para lançá-los no sangue.

O sistema linfático drena o excesso de fluido dos


espaços tissulares e devolve as proteínas que
escaparam dos capilares sanguíneos. Além de

transportar líquidos, transporta algumas vitaminas (A,

D, K, E) do trato gastrointestinal ao sangue. Na defesa do

corpo, leva os linfócitos e macrófagos para combater

microrganismos e ainda protege o corpo das células

cancerosas.

26

Saiba mais: o que está por trás do entupimento das artérias


O que causa o efeito conhecido popularmente como

entupimento das artérias são as placas de ateroma.

Essas placas geralmente possuem em sua

composição triglicerídios e colesterol, lipídios que

chegam ao sangue após uma alimentação rica em

óleos vegetais refinados e carboidratos refinados.

Além disso, tabagismo, diabetes, sedentarismo e

distúrbios na produção de colesterol também podem

contribuir para a formação das placas de ateroma,

que caracterizam a aterosclerose. A placa se forma

quando ocorre uma lesão na região mais interna da

artéria, o endotélio, devido ao atrito de agentes

químicos ou lipídios em movimento. A lesão confere

permeabilidade à parede interna da artéria às

gorduras, que ficam acumuladas entre o endotélio e a


túnica seguinte. O colesterol é transportado pela

lipoproteína LDL, de baixa densidade, que sofre

oxidação e atrai substâncias que geram uma reposta

inflamatória. O processo inflamatório crônico, ou

seja, contínuo, forma uma placa que obstrui o fluxo

sanguíneo e pode causar a morte das células que não

foram supridas com oxigênio. Caso as artérias

cardíacas sejam obstruídas, pode ocorrer o infarto

do miocárdio, que se caracteriza pela morte de

células cardíacas que não recebem oxigênio. Caso

artérias cerebrais sejam obstruídas, pode ocorrer

acidente vascular cerebral (AVC), que se caracteriza

pela morte de células cerebrais que não recebem

oxigênio.

Formação de placa de ateroma em uma célula. (Cores-fantasia; imagem


sem escala.)
shutterstock.com

27

Agora é com você

Questão 01
Se pudesse ser marcada uma única hemácia do sangue

de uma pessoa, quando de sua passagem por um

capilar sanguíneo do pé, e seguir seu trajeto pelo

corpo a partir dali, sua passagem seria detectada

sucessivamente pelo interior de:

artérias veias coração artérias pulmão veias


capilares. A

artérias coração veias pulmão veias coração


artérias B
capilares.
veias artérias
coração veias pulmão artérias capilares. C
veias
pulmão artérias coração veias pulmão artérias
D
capilares.
veias
coração artérias pulmão veias coração artérias
E
capilares.

A dinâmica do coração
Popularmente, o coração costuma ser associado às
emoções. No entanto, o cérebro é o centro que envia

respostas que controlam todos os sistemas, inclusive o

cardiovascular. Assim, o controle do estresse, por

exemplo, passa pelo cuidado da saúde mental e

neurológica. O coração é, de fato, uma bomba hidráulica

biológica que contrai e permite o abastecimento de

trilhões de células.

Sístole e diástole

As setas mostram que durante a contração (sístole), há saída do sangue, que


segue para os pulmões ou para a circulação sistêmica. No relaxamento (diástole),
há o enchimento do coração. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
josiño / Wikimedia Commons

A contração muscular das câmaras cardíacas ocorre de


forma alternada: enquanto os átrios se contraem, os
ventrículos relaxam e vice-versa. Essa contração é

chamada de sístole, e o relaxamento é chamado de

diástole. Um ciclo de sístoles e de diástoles das câmaras

superiores e inferiores é chamado de ciclo cardíaco.

O sangue venoso (rico em gás carbônico) chega ao


coração por meio das veias cavas, que desembocam no

átrio direito. Para que isso aconteça, o átrio deve estar

em diástole e, após

28

se encher de sangue, se contrair (sístole) e lançar o

sangue para o ventrículo direito, através da valva

atrioventricular direita. Portanto, a cavidade

ventricular deve estar em diástole. Quando o ventrículo

entra em sístole, o sangue é lançado no interior da

artéria pulmonar, que se bifurca em duas, direita e

esquerda. O fechamento da valva atrioventricular

durante essa contração impede o retorno sanguíneo

para o átrio. Então, o sangue deixa o coração no

momento da sístole ventricular e, ao entrar na artéria,

fica impedido de retornar para o ventrículo por causa

da valva pulmonar.

O sangue arterial (rico em gás oxigênio) chega ao coração


pelas veias pulmonares, desembocando no átrio

esquerdo. Em seguida, é enviado ao ventrículo esquerdo

através da valva atrioventricular esquerda. Após a

sístole ventricular, ele sai do coração pela artéria aorta,

não retornando ao átrio por causa do fechamento da

valva atrioventricular. Também não há retorno

sanguíneo da aorta para o ventrículo em razão da valva

aórtica.

Ilustração 3-D do movimento de contração e relaxamento do miocárdio (músculo


cardíaco). Observe a abertura e o fechamento das valvas. (Imagem sem escala.)
DrJanaOfficial / Wikimedia Commons

Frequência cardíaca
A dinâmica do coração é levemente influenciada pelos
nervos do sistema nervoso autônomo, o que é chamado

de controle neurogênico. Porém, existem nódulos

situados na estrutura do miocárdio que lhe dão grande

autonomia, mecanismo chamado de controle miogênico.

Esses nódulos são formados por uma variedade especial

de células cardíacas, capazes de gerar e de conduzir

estímulos elétricos para outras partes do coração. São

eles:

Nó sinoatrial – situado no ponto onde a veia cava


superior penetra no átrio direito. ►
Distribui o estímulo pelas paredes dos átrios e
comanda o ritmo dos impulsos nervosos. Portanto, é o
estimulador das contrações cardíacas e funciona
como um marca-passo do coração;

Nó atrioventricular – localizado entre o átrio direito e


o ventrículo direito. O estímulo ►
aos átrios chega ao nó atrioventricular, o qual
conduz os impulsos nervosos para o fascículo
atrioventricular;

Fascículo atrioventricular – anteriormente


conhecido como feixe de His, conduz o ►
estímulo elétrico para o septo interventricular;

Rede de Purkinje – rede de miócitos condutores


cardíacos, antes chamada de fibras de ►
Purkinje, que distribui o estímulo pelas paredes dos
ventrículos.

A contração do coração ocorre a partir de estímulos do

nó sinoatrial, que garantem a contração dos átrios.

Dessa região, o impulso segue para o nó

atrioventricular, o qual se

29

ramifica para os ventrículos direito e esquerdo.


Essas ramificações são compostas pelos miócitos

condutores cardíacos e induzem a contração dos


ventrículos.

Esquema mostrando os nódulos responsáveis pelo controle dos movimentos cardíacos. (Cores-fantasia; imagem sem
escala.)
shutterstock.com

Chama-se de frequência cardíaca o número de vezes

que o coração contrai por unidade de tempo. A

contração é medida pela quantidade de batimentos

enquanto o tempo é medido em minutos, assim, a

medida da frequência é dada em batimentos por

minuto (bpm). Essa frequência varia de acordo com o

sexo, a idade, o condicionamento físico e com o

estado emocional em que um indivíduo se encontra.

Assim, a taquicardia é a elevação da frequência

cardíaca, ao passo que a bradicardia é a diminuição

dessa frequência.

Pressão sanguínea

A pressão que o sangue exerce sobre as paredes


internas dos vasos sanguíneos é chamada de pressão

sanguínea. Como são as artérias que recebem o sangue

do coração, são elas que sofrem maior pressão,

chamada de pressão arterial.

Em uma pessoa jovem e saudável, a pressão nas artérias


durante a sístole ventricular deve ficar em torno de

(milímetros de mercúrio), chamada de pressão


sistólica ou máxima. Durante a diástole ventricular, a
pressão diminui, devendo medir em torno de

30

denominada pressão diastólica ou mínima.

O relaxamento das artérias, durante a sístole


ventricular, e o volume sanguíneo (volemia) são

importantes para a manutenção da pressão arterial. Se

as artérias não estiverem suficientemente relaxadas

durante a contração do ventrículo, a pressão aumentará

e haverá o risco de rompimento da parede das artérias

pequenas. Quanto maior o volume de sangue circulante,

maior a pressão sanguínea.

A figura a seguir representa como é feita a medição da


pressão arterial com um esfigmomanômetro.
Inicialmente, o braço é comprimido com a bolsa de ar
para que a passagem do sangue seja interrompida. Em
seguida, o ar deve ser liberado e, durante esse processo,
serão ouvidos sons correspondentes ao retorno do fluxo
sanguíneo (sons de Korotkoff). O início dos sons marca a

pressão sistólica , na figura 3); e o último som

audível na figura 4), a pressão diastólica.

Verificação da pressão arterial por meio do esfigmomanômetro. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
Reprodução
Em algumas pessoas, a pressão do sangue contra os

vasos se torna alta e prejudica a circulação, quadro

chamado de hipertensão. São fatores de risco para a

hipertensão: consumo de bebida alcoólica,

sobrepeso, sedentarismo, idade avançada,

tabagismo, estresse, excesso de sódio na

alimentação e herança genética. Caso não seja

tratada, a hipertensão se torna um risco para

distúrbios cardíacos e renais e acidentes

vasculares.

31

Conexões com História


Papiro médico escrito em aproximadamente 1550 a.C., no Egito.
Wikimedia Commons

Os conhecimentos a respeito da circulação são


milenares. Médicos da civilização egípcia

registraram procedimentos e conhecimentos

técnicos em cirurgia e esterilização. Além disso,

descreveram a circulação humana. O papiro escrito

em 1550 a.C., que ficou conhecido como papiro de

Ebers, é considerado um dos documentos médicos


mais antigos a descrever a circulação. O nome do

papiro homenageia o alemão Georg Ebers (1837-98),

que o encontrou no ano de 1873. O documento contém

cerca de 100 páginas e de comprimento e foi

escrito no idioma hierático. Em seu conteúdo, há

descrição de aproximadamente 700 fórmulas de

medicamentos, além de uma descrição detalhada da

circulação humana.

Agora é com você

Questão 01

A contração da musculatura cardíaca determina a


pressão no sistema arterial, que é maior na saída dos

ventrículos, chegando a zero no sistema venoso. O

gráfico adiante registra a variação da pressão do

sangue em função dos diferentes tipos de vasos do

corpo humano.

32

Assinale a afirmativa que relaciona corretamente o


vaso com a sequência A, B, C, D, e E.

Artérias em geral, aorta,


arteríolas, capilares e veias. A
Aorta, artérias em geral,
capilares, arteríolas e veias. B
Aorta, arteríolas, artérias em
geral, veias e capilares. C
Aorta, artérias em geral,
arteríolas, capilares e veias. D
Artérias em geral, aorta,
arteríolas, veias e capilares. E

Questão 02

Assinale a alternativa que indica o comportamento do coração durante a sístole e a diástole cardíacas.

Durante a diástole, o músculo cardíaco se


contrai, e o sangue é bombeado para A
fora do coração; enquanto na sístole, o músculo
cardíaco relaxa e o coração se enche de sangue.
Durante a sístole, o músculo cardíaco se
contrai, e o sangue rico em é B
bombeado para fora do coração; enquanto na
diástole, o músculo cardíaco relaxa, e o coração se
enche de sangue rico em
Durante a sístole, o músculo cardíaco se
contrai, e o sangue é bombeado para C
fora do coração; enquanto na diástole, o músculo
cardíaco relaxa, e o coração se enche de sangue.
Durante a diástole, o músculo cardíaco se
contrai, e o sangue rico em é D
bombeado para fora do coração; enquanto na
sístole, o músculo cardíaco relaxa, e o coração se
enche de sangue rico em
Durante a sístole, o músculo cardíaco se contrai, e
o sangue do átrio é bombeado E
para fora do coração; enquanto na diástole, o
músculo cardíaco relaxa, e o ventrículo se
enche de sangue.

Ataque ao corpo estranho

33
Ataque ao corpo estranho
O corpo humano entra em contato com diversos corpos
estranhos a todo o tempo. Por isso, o sistema imunológico

possui diversas barreiras para analisar se as

substâncias ou os microrganismos são nocivos ou não. A

alimentação, por exemplo, é uma via que leva diversos

microrganismos para o sistema digestório – alguns deles

podem ser patogênicos. As diversas barreiras nos

sistemas impedem que o corpo sofra danos ou seja

infectado com frequência.

O termo imunidade, em seu sentido mais amplo, reúne


todas as estratégias de defesa do organismo, as quais

visam ao reconhecimento e à eliminação de um agente

estranho. Embora essas estratégias sejam variadas,

costuma-se distinguir dois grandes grupos de

imunidade: a imunidade natural e a imunidade

específica.

Imunidade natural

A imunidade natural, também denominada imunidade


inespecífica ou inata, não reconhece especificamente

um agente estranho, ou seja, atua da mesma forma contra

qualquer agente invasor, independentemente de sua

natureza. Nos organismos humanos, a defesa inata inclui

barreiras físicas, assim como mecanismos de defesas

celulares e químicas.

Barreiras de defesa local

A pele é uma defesa inata primária contra organismos


invasores. Fungos, bactérias e vírus raramente

penetram-na quando ela se encontra íntegra; porém,

lesões na pele ou em superfícies de tecido interno

aumentam intensamente o risco de infecção por

agentes patogênicos.

Muitas bactérias e fungos vivem normalmente e se


reproduzem em grande número nas superfícies do

corpo humano sem causar doenças. Esses ocupantes são


denominados microbiota normal e promovem um tipo de

defesa inata ao competir com patógenos por espaço e

nutrientes.

Os tecidos que secretam o muco encontrado em partes


dos sistemas visual, respiratório, digestório, urinário e

reprodutivo têm outras defesas contra patógenos. As

lágrimas, o muco nasal e a saliva contêm uma enzima

denominada lisozima, que ataca as paredes celulares de

várias bactérias.

34

Os brônquios (a) são revestidos por tecidos que produzem muco e possuem cílios (b). (Cores-fantasia; imagem sem
escala.)
BCcampus

O muco das narinas retém os microrganismos nas vias


aéreas superiores; outra porção, que consegue penetrar

mais ao fundo no trato respiratório pode ser expelida

por meio dos espirros.

O estômago corresponde a uma região extremamente


inóspita para várias bactérias devido à secreção de

ácido clorídrico e das enzimas que digerem proteínas

assentadas nesse órgão.

Todas essas barreiras e secreções são mecanismos de


defesa não específicos porque podem agir da mesma

maneira sobre todos os patógenos invasores.

Defesas celulares e químicas

Existem também defesas não específicas (inatas)


para patógenos que promovem a danificação das

superfícies externas ou internas do corpo para

invadi-lo. Essas defesas adicionais incluem a

secreção de várias proteínas protetoras, assim como

a atuação de células de defesa que fazem fagocitose.

O sangue de organismos vertebrados costuma ter uma


variedade de vinte proteínas com ação antimicrobiana

que compõe o sistema complemento, principal

mecanismo de defesa não específica. Essas proteínas,

em combinações diferentes, fornecem três tipos de

defesa,

35

ocasionando um efeito "cascata", em que cada proteína


promove:


capacidade de aderir às membranas dos micróbios,
auxiliando os fagócitos a destruí-los;


ativação da resposta inflamatória de modo a atrair os
fagócitos para o local da infecção;


lise (rompimento) das células invasoras, como
bactérias, em colaboração com os anticorpos.

A fagocitose corresponde a uma significativa defesa

inespecífica contra patógenos que perfuram a

superfície de um hospedeiro. Alguns fagócitos

trafegam livremente no sistema cardiovascular;


outros podem deixar os vasos sanguíneos e aderir a

certos tecidos. Os patógenos, assim como moléculas

grandes, células e vírus, ficam aderidos à membrana do

fagócito, que os internaliza por endocitose – movimento

de englobamento de partículas. Após a fusão da

organela lisossomo com a partícula englobada, ela é

degradada por enzimas hidrolases lisossomais. As

células que realizam fagocitose são: neutrófilos,

monócitos e eosinófilos. O vídeo a seguir mostra o

processo de fagocitose de bactérias em microscopia.

https://www.youtube.com/watch?v=-rIhWHjC8bA

Processo inflamatório

As células do sistema imune estão amplamente


distribuídas pelo organismo, mas quando se instala um

processo infeccioso, há a necessidade de concentrar

essas células e seus produtos no local da infecção. Esse

processo, denominado inflamação, compreende alguns

sintomas como vermelhidão e inchaço, acompanhados de

calor e de dor. Os corpos celulares lesionados causam

essa reação por meio da liberação de várias substâncias,

como a histamina, um sinalizador químico. Algumas

células aderem à pele ou localizam-se nas

36

regiões que circundam os órgãos, como os mastócitos,


os quais liberam histamina quando lesionados, assim

como os basófilos.

Esquema de resposta inflamatória. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)


Reprodução

A propriedade vasodilatadora da histamina é a


responsável pela vermelhidão e pelo calor nas áreas

infectadas ou lesionadas. A histamina também

permeabiliza os capilares, permitindo o escape de

plasma sanguíneo e de fagócitos para os tecidos, o que

causa o inchaço característico. A dor da inflamação é

resultante do aumento da pressão (decorrente do

inchaço) e da ação de enzimas liberadas.

Os macrófagos internalizam os invasores e restos


celulares, sendo os responsáveis pela cura ou pela

resolução das inflamações. Produzem várias citocinas

que, entre outras funções, sinalizam ao cérebro para

induzir febre, que inibe o crescimento de patógenos

invasores. As citocinas podem também atrair células

fagocíticas ao local da lesão e iniciar uma resposta

imune específica contra o patógeno.

Uma possível consequência da inflamação é a formação


de pus, que é composto por células mortas (neutrófilos e

corpos celulares lesados) e pelo fluido liberado. Um

resultado natural da inflamação é o pus ser

gradativamente consumido e digerido pelos

macrófagos.
Interferon

Quando as células são infectadas por vírus, elas


produzem pequenas quantidades de uma proteína

antimicrobiana conhecida como interferon, que

aumenta a resistência das células vizinhas à célula

contaminada contra infecções do mesmo vírus ou até de

outros.

37

Como não possuem especificidade de resposta imune, os


interferons correspondem a uma das linhas de defesa

não específica do corpo contra infecções virais.

Organizando as ideias: mecanismos de imunidade inata

Existem diferentes tipos de barreiras imunológicas que protegem o organismo de infecções: mecânicas,
químicas e microbiológicas
Salvando vidas em diferentes contextos
Como visto anteriormente, o sistema imunológico tem
diferentes formas de barrar substâncias e

microrganismos que entrem no corpo humano. Há dois

tipos de resposta: a inata e a específica. A imunidade

específica, que envolve a produção de anticorpos

contra agentes específicos, é usada como forma de

prevenir doenças através de vacinas. Para

compreender melhor os diferentes contextos da

vacinação no Brasil, essa prática é proposta.

Pontos de vista:
para que vacinar?
 PRÁTICA ATIVA

As diferentes campanhas de vacinação do Brasil


envolvem questões políticas e sociais dos

momentos em que ocorrem. A primeira campanha

de vacinação da história gerou uma rebelião por

parte da população, que desconhecia a eficácia

da vacina contra a varíola, acreditava em

notícias sem fundamentação científica

disseminadas e estava insatisfeita com o

contexto social. Esse episódio

38
ficou conhecido como Revolta da Vacina e teve

forte repressão do estado. A epidemia de varíola

ocorrida após a revolta fez com que a população

recorresse à vacina e visse sua real eficácia.

Com esse movimento em diversos países, a


varíola, que matara cerca de 500 milhões de

pessoas, foi erradicada, ou seja, não há mais

registros da doença. Da mesma forma, a

vacinação contra COVID-19 é permeada pelo

contexto sociopolítico e ocorre com atraso, o que

torna as taxas de vacinação baixas em razão do

tamanho da população. Apesar disso, o avanço da

vacinação tem mudado a porcentagem de leitos

ocupados por pessoas em estágios mais graves da

doença.

Vacina é tecnologia antiga. Os primeiros imunizantes surgiram na China há mais de mil


anos. No Ocidente, são mais recentes, pouco mais de 200 anos, e no Brasil, as vacinas
começaram a ser adotadas na primeira metade do século XIX, mas só depois de muita
resistência viraram política pública de saúde.

Da Revolta da Vacina, em 1904, à erradicação de doenças como a poliomielite, em


1994, ou o sarampo, em 2016, o Brasil acumulou experiência e virou referência
internacional pelo seu Programa Nacional de Imunização, o PNI, que põe o Brasil no
primeiro lugar do mundo na oferta de vacinas gratuitas para toda a população. São 45
imunizantes diferentes para diferentes faixas etárias.

Mas há cinco anos vem caindo a cobertura vacinal no Brasil, e em 2019, pela primeira
vez, o país não conseguiu alcançar a meta mínima de cobertura de vacinação de
crianças de até um ano, que varia entre 90 e 95%, dependendo da vacina.

O cenário que já era crítico ficou ainda mais grave com a pandemia de COVID-19, que
afastou as pessoas das unidades de vacinação. Em 2020, a tríplice viral, por exemplo,
que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, e tem meta de cobertura de 95%,
chegou a menos de 56% das crianças.

Os números foram apresentados pela coordenadora do PNI, Francieli Fontana, durante a


Jornada Nacional de Imunizações.

Doenças que tinham sumido do mapa já estão aparecendo. Em 2019, o Brasil voltou a
registrar casos de sarampo. Agora, especialistas como a vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Imunização, Isabella Ballalai, temem, por exemplo, o retorno da
poliomielite.

A taxa de cobertura da poliomielite em 2020 foi de 74%, mas a meta era de 95%. Isabella
alerta que essa taxa é uma média nacional e que em algumas regiões os índices são ainda
mais baixos. No Acre, por exemplo, ficou em 43% e no Rio de Janeiro, 53%. A poliomielite
é popularmente chamada como paralisia infantil e deixa sequelas graves, como
problemas nas articulações, crescimento diferente das pernas e paralisia dos

39
músculos da fala e da deglutição.

Gonçalves, E.
Dia Nacional da
Imunização
lembra da
importância de
se vacinar.
Agência Brasil,
2021.
Disponível em:

<https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagen
cia

nacional/saude/audio/2021-06/dia-nacional-da-imunizaca
o-lembra-importanci
a-de-se-vacinar>.
Acesso em: 30 ago.
2021. (adaptado)

O Ministério da Saúde informou que, pela primeira vez desde o início da pandemia do
novo coronavírus, 20 estados brasileiros estão com taxa de ocupação em leitos de
COVID-19 abaixo de 50%. O dado envolve tanto leitos clínicos como Unidade de
Terapia Intensiva (UTI). O índice de ocupação, segundo o órgão, é considerado normal e
é resultado do avanço da vacinação no país.

"Na prática, isso significa que a rede hospitalar desses estados está menos
sobrecarregada e registrando menos casos graves ou gravíssimos de COVID-19, ou
seja, situações que demandam internação e intervenção médico-hospitalar", diz o
ministério em nota.

Os seguintes estados estão com taxa de ocupação de leitos abaixo de 50%: Acre, Pará,
Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas
Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina.

Os estados de Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul estão em zona de alerta, com taxas
entre 51% e 69%. O Rio de Janeiro está na faixa de emergência, com taxa de 70% a
80%. Segue em zona grave o estado de Roraima, com ocupação entre 80% e 94%.

Não foram divulgados dados a respeito do estado Amapá e do Distrito Federal.

O levantamento foi consolidado pelo Ministério da Saúde a partir das informações


disponibilizadas pelas secretarias estaduais de saúde.

Até o momento, foram aplicadas 187 milhões de vacinas contra a COVID-19, das quais
128,4 milhões são de primeira dose. Completaram o esquema vacinal, com segunda dose
ou dose única, 59,1 milhões de pessoas. O ministério alerta que é fundamental o retorno
aos postos de vacinação para a segunda dose.

Maciel, C. Vinte estados têm taxa de ocupação de leitos


abaixo de 50%. Agência Brasil, 2021. Disponível
em:<https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/202
1-08/vinte-estados-tem-taxa
de-ocupacao-de-leitos-abaixo-de-50>. Acesso em: 31 ago.
2021.

Após analisar os textos, responda e

compartilhe as ideias com seu(s) par(es). Após a

conversa em grupo, organize as ideias centrais

comuns e compartilhe com a turma.

1.

40
Você acha que a falta de conhecimento pode
influenciar a atitude da população em relação à
vacinação?

2.
Os fatores culturais, econômicos, sociais e políticos
influenciam esse
posicionamento? Como?

Ataque com alvo específico


Os mecanismos da imunidade inata estudados
anteriormente servem como primeira barreira dos

microrganismos e partículas que penetram no

organismo humano. Caso ela não seja suficiente para

combater os microrganismos patogênicos, os

mecanismos de imunidade específica ou adaptativa são

ativados. Esse segundo tipo de barreira imunológica é

mais lento, mas atua especificamente em cada tipo de

agente invasor, sendo mais eficiente. Outra

característica da resposta imune específica é que ela

gera memória. Desta forma, em um segundo contato com

o mesmo agente patogênico, o corpo é capaz de destruir

esse agente sem que ele cause infecção ou quando a

infecção ainda é leve. Compreender esses mecanismos

foi muito importante para a saúde humana, pois eles

proporcionam a elaboração de medicamentos e vacinas.

Assim, é possível prevenir e tratar diferentes doenças

que tenham relação com o sistema imunológico.

Resposta imune humoral

As respostas imunes específicas são desencadeadas


quando um indivíduo é exposto a um determinado agente

estranho, disparando o "alarme" para a multiplicação de

linfócitos e a produção de anticorpos. Fala-se, então, em


imunidade celular, quando os linfócitos reconhecem

fragmentos de agentes estranhos expostos sobre a

superfície de outras células, e em imunidade humoral,

quando envolve a produção de anticorpos. Em ambos os

casos, ocorrem

as seguintes fases:

Fase de reconhecimento: alguns linfócitos reconhecem os


fragmentos do agente ►
invasor expressos na membrana plasmática de uma célula,
por exemplo: células fagocitárias, como macrófagos, e
células infectadas.

Fase de ativação: os linfócitos se multiplicam.


Fase efetora: especializam-se na destruição do agente


estranho ou permanecem como ►
células de memória. Durante essa fase, alguns linfócitos

podem não ter sido ativados 41

apropriadamente, sendo, então, induzidos a sofrer


apoptose, uma espécie de "autodestruição celular". Os
linfócitos B, na fase efetora, diferenciam-se em
plasmócitos e passam a produzir anticorpos.
Fases das respostas imunes específicas. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
shutterstock.com

Na resposta imune humoral (do latim umor, "fluido"), os


anticorpos passam a agir sobre os determinantes

antigênicos do invasor quando ele se encontra no sangue,

na linfa e nos fluidos tissulares. Um animal tem a

capacidade de produzir vasta quantidade de anticorpos,

que podem reagir com quase todos os antígenos

conhecidos. Muitos desses anticorpos podem ser

solúveis e deslocam-se livremente pelo sangue e pela

linfa; outros anticorpos são proteínas integrais de

membranas em linfócitos especializados denominados

células B.

Na primeira vez em que um antígeno específico invade o


corpo, ele pode ser detectado por meio de uma ligação

com uma célula B imatura, cujo anticorpo de membrana

reconhece um de seus determinantes antigênicos. Essa

célula B é ativada e passa a produzir várias cópias do

anticorpo na forma solúvel, tendo a mesma

especificidade do anticorpo de membrana. Além das

células B ativadas, a célula B imatura origina células de

memória. A memória imunológica presente nesses

linfócitos auxilia no reconhecimento do antígeno em

contatos posteriores.

Assim, os anticorpos solúveis saem à "caça" dos


antígenos, tornando-os inativos e favorecendo sua

destruição pelas células fagocitárias. Cerca de 20% das


proteínas solúveis presentes no plasma sanguíneo

humano são anticorpos produzidos em resposta a

substâncias estranhas que invadiram o organismo.

42

Ilustração do processo de ativação dos linfócitos B e produção de anticorpos. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
shutterstock.com

Resposta imune celular

A resposta imune celular é direcionada contra


antígenos que se estabeleceram no interior de uma

célula do animal hospedeiro. Ela detecta e destrói

células infectadas por vírus que sofreram mutações.

Nesse tipo de resposta, não há a participação de

anticorpos; em vez disso, ela é mediada por linfócitos T

citotóxicos situados no interior dos linfonodos.

Os linfócitos T auxiliares (CD4) possuem proteínas de


membrana que reconhecem os determinantes

antigênicos e ligam-se a eles, enquanto continuam

compondo a membrana plasmática das células. Quando

esse reconhecimento do linfócito T em relação ao

determinante antigênico acontece, tem início a

resposta imune.
Nesse caso, os linfócitos T auxiliares produzem
substâncias chamadas interleucinas, que ativam a

diferenciação de linfócitos T citotóxicos (CD8), os quais

lançam sobre as células infectadas substâncias

denominadas perforinas, que rompem a membrana

plasmática das células alteradas, matando-as por

indução de lise celular. Os fagócitos recolhem os restos

da célula destruída por fagocitose.

43

Ilustração do processo de ativação dos linfócitos T e destruição das células infectadas. (Cores-fantasia; imagem sem
escala.)
shutterstock.com
44
Ouça: como ocorre o processo de imunidade coletiva ou de rebanho?

Frasco de vacina a ser aplicada.


Governo do Estado de São Paulo

Ouve-se falar bastante sobre imunidade de rebanho


diante das epidemias atuais, mas será que ela se

aplica em todos os casos? A Revista Brasil

entrevistou Sérgio Zanetta, médico sanitarista e

professor de Saúde Pública do Centro Universitário

São Camilo. Na conversa, ele fala sobre a

importância da imunização através de vacinas para

esse processo, já que quando há mais de 95% da

população vacinada, a pequena porcentagem não

vacinada está protegida, por exemplo. Porém, a

imunidade coletiva por contágio entre pessoas

apenas se aplica em doenças que não permitem

reinfecção, ou seja, que produzem memória

imunológica permanente. Além do conceito, ele fala

sobre as estratégias de imunização do SUS para

doenças que foram erradicadas no país. Ouça a

entrevista em que o sanitarista explica sobre a imunidade de rebanho.

45

Agora é com você

Questão 01

Pesquisas biológicas vêm sendo desenvolvidas com

os tripulantes dos voos espaciais. Uma dessas,

realizada por pesquisadores da Nasa, tem o objetivo


de estudar até que ponto o sistema imunitário se

altera durante voos espaciais. A experiência, a ser

realizada na Terra e no espaço, consiste na análise

de amostras de sangue e saliva antes e após a injeção

de um determinado antígeno. A comparação dos

resultados obtidos poderá indicar o quanto a

resposta imunitária estará afetada.

Disponível em:
<http:/
/space
flight.
nasa.g
ov/shu
ttle/a
rchiv
es/sts
74/orb
it/payl
oads/l
ifes/r
egimm
un.ht
ml>.
(adapt
ado)

Se, ao final da experiência mencionada, for

demonstrado que a resposta imunitária humoral

diminui durante os voos espaciais, conclui-se que,

nessas condições, ocorre menor:

fagocitose do antígeno
mediada pelos linfócitos B. A
produção de anticorpos pelos
linfócitos T citotóxicos. B
produção de imunoglobulinas
pelos neutrófilos. C
produção de anticorpos
mediada pelos plasmócitos. D
produção de imunoglobulinas
pelos macrófagos. E

Imunização e tecnologias a serviço da saúde pública


A vacinação fornece proteção contra diversas doenças,
como a poliomielite. O Brasil está livre dessa

enfermidade desde 1990. Entretanto, outros países ainda

registram casos da doença. Por isso, a vacinação é

fundamental para evitar a reintrodução do vírus no país.

O vídeo a seguir é uma campanha publicitária feita pelo

governo federal com o objetivo de conscientizar a

população sobre a importância de cumprir o calendário

vacinal da criança. A estratégia de mobilização utiliza a

personagem "Super socorro", que representa o

responsável por levar as crianças até as unidades de

saúde para a vacinação. Além disso, o Plano Nacional de

Imunizações também conta com o calendário do

adolescente, do adulto e do idoso.

46

https://www.youtube.com/watch?v=LGJXqJY2VCA

A imunização pode ocorrer de forma ativa ou passiva.


Ambas se baseiam na interação entre antígenos e

anticorpos. Leia a seguir.

Antígenos e anticorpos

Os "agentes estranhos", moléculas livres ou aderidas à


superfície de microrganismos, que estimulam a ação dos

linfócitos e a produção de anticorpos, são denominados


antígenos.

Os anticorpos, ou imunoglobulinas (Ig), são glicoproteínas


sintetizadas pelos linfócitos B ativados (plasmócitos), em

resposta à presença de um antígeno. São constituídos por

quatro cadeias polipeptídicas, sendo duas cadeias leves e

duas pesadas. Estruturalmente, as imunoglobulinas

assemelham-se à letra Y, em que os "braços" da molécula

correspondem aos sítios de ligação com os antígenos,

enquanto a "cauda" permite a ligação com receptores

presentes na superfície de várias células.

Representação esquemática da estrutura geral das imunoglobulinas. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
Reprodução

De acordo com o tipo de cadeia pesada, as imunoglobulinas

podem ser classificadas em 5 47

classes: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Cada uma dessas classes de

imunoglobulinas apresenta uma estrutura específica,


que pode ser relacionada à sua função, além de terem

uma distribuição pelo corpo bastante variada. A IgG é a

única classe de imunoglobulinas que consegue

atravessar a placenta, alcançando a circulação do feto e

conferindo-lhe imunidade. Além disso, é produzida em

grande quantidade nas respostas imunes específicas

secundárias.
Esquema mostrando a estrutura, a localização e as funções das diferentes classes de imunoglobulinas: IgA, IgD, IgE,
IgG e IgM. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)
Reprodução

Vacinação ou imunização ativa


Uma área na qual os estudos imunológicos tiveram
aplicação e sucesso quase imediatos foi a das vacinas. O

princípio da vacinação está baseado em dois elementos

fundamentais da resposta imune adaptativa: memória e

especificidade.

As células de memória permitem ao sistema imune


elaborar uma resposta de melhor qualidade e maior

intensidade a partir do segundo encontro com o

antígeno. Desse modo, essa resposta secundária dá-se

de forma mais rápida e mais eficiente.

O objetivo profilático no desenvolvimento da vacina é


alterar o patógeno, partes dele ou suas toxinas de tal

modo que eles se tornem inofensivos sem perder a

antigenicidade (capacidade de ser reconhecido como

antígeno). Isso acontece porque os anticorpos e as

células T citotóxicas reconhecem determinadas partes

dos antígenos e não o organismo ou a toxina como um

todo.

Como exemplo, é possível citar a vacina antitetânica: o


bacilo do tétano produz uma toxina que age nos

receptores, causando a contração tetânica dos

músculos. A toxina pode ser modificada pelo tratamento

com formalina, de maneira que ela mantém seus

determinantes antigênicos, mas perde sua toxicidade; o

toxoide resultante é utilizado como vacina.


48

Graças às campanhas nacionais de imunização, a

expectativa de vida ao nascer e dos adultos aumentou

no Brasil. Como é possível ver na animação a seguir, as

vacinas são seguras, pois passam por etapas de

pesquisa e testes em animais para comprovação da

eficácia. Além disso, há órgãos que fiscalizam a

segurança do processo.

https://www.youtube.com/watch?v=IeyDZ57AxGo

Soroterapia ou imunização passiva


A imunização passiva pode ser obtida sem que o sistema
imune seja estimulado por um antígeno, o que ocorre

pela injeção de soro ou imunoglobulinas de um doador

imune em alguém não imune. A imunidade passiva pode

ser adquirida de forma natural ou artificial.

Pode-se citar, como exemplo de imunidade passiva


naturalmente adquirida, a capacidade de

transferência placentária de IgG da mãe para o feto ou

transferência de IgA pelo colostro.

A imunização passiva artificial acontece a partir da


preparação de soro, com a injeção de doses sucessivas e

crescentes do antígeno em cabras, cavalos e outros

mamíferos de grande porte. Como ocorre inicialmente


uma pequena quantidade de antígeno injetada, não

haverá prejuízo ao animal e, à medida que dosagens

maiores vão sendo administradas de forma gradual, a

produção progressiva de anticorpos continua evitando

tais prejuízos.

A análise do sangue do animal imunizado revela a


presença dos anticorpos especificamente produzidos,

que serão purificados e, então, constituirão o soro

imune. No entanto, diferentemente da imunização ativa,

a soroterapia não estimula a formação de células de

memória e, por isso, não confere imunidade permanente.

49

Perfil
Fonte: Kizzmekia Corbett / Wikimedia Commons

Kizzmekia Corbett (1986) é uma imunologista viral,

pesquisadora e professora com PhD em

microbiologia e imunologia pela University of North


Carolina (UNC-Chapel Hill). Como professora, atua no

Harvard Radcliffe Institute e no Harvard TH Chan

School of Public Health. Também atuou como

virologista do Centro de Pesquisa de Vacinas (VRC) do

Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas

(NIAID), que integra o National Institutes of Health

(NIH). Atua como líder científica em pesquisas de

vacinas contra coronavírus e ajudou a desenvolver a

vacina da Moderna. Sua equipe já pesquisava a

imunização contra Mers e Sars bem antes de a

COVID-19 ser descoberta. Esses estudos são uma

medida de prevenção contra possíveis surtos

futuros do coronavírus.

50

Agora é com você

Questão 01

O vírus do papiloma humano (HPV, na sigla em inglês)


causa o aparecimento de verrugas e infecção

persistente, sendo o principal fator ambiental do

câncer de colo de útero nas mulheres. O vírus pode

entrar pela pele ou por mucosas do corpo, o qual

desenvolve anticorpos contra a ameaça, embora em

alguns casos a defesa natural do organismo não seja

suficiente. Foi desenvolvida uma vacina contra o HPV,

que reduz em até 90% as verrugas e 85,6% dos casos de

infecção persistente em comparação com pessoas não

vacinadas.

Disponível em: <http://www.g1.globo.com>. Acesso em: 12 jun. 2011.

O benefício da utilização dessa vacina é que pessoas


vacinadas, em comparação com as não vacinadas,

apresentam diferentes respostas ao vírus HPV em

decorrência da(o):

alta concentração de macrófagos.


A
elevada taxa de anticorpos
específicos anti-HPV circulantes. B
aumento na produção de hemácias após a
infecção por vírus HPV. C
rapidez na produção de altas
concentrações de linfócitos matadores. D
presença de células de memória que
atuam na resposta secundária. E

Pratique: sistema cardiovascular e imunológico


Questão 01

Artérias são vasos sanguíneos que transportam o sangue

do coração para os tecidos, enquanto veias trazem o

sangue para o coração. Admita, no entanto, que as

artérias fossem definidas como vasos que

transportassem sangue oxigenado e as veias, vasos que

transportassem sangue desoxigenado. Nesse caso, a

artéria e a veia, que deveriam inverter suas

denominações, seriam, respectivamente, conhecidas

como:

aorta e cava.
ABCDE
coronária e porta.
renal e renal.
carótidas e coronárias.
pulmonar e pulmonar.

51

Questão 02

Descreva o controle miogênico dos batimentos


cardíacos, relacionando as principais estruturas

envolvidas.

Questão 03

Analise as seguintes afirmações:

I. Na grande circulação, o sangue que sai do coração

é dito venoso. II. O nó sinoatrial é o responsável pelo

controle miogênico dos batimentos cardíacos. III. A

sístole atrial ocorre ao mesmo tempo que a sístole

ventricular. IV. Uma descarga de adrenalina deve

promover aumento na frequência cardíaca. Estão

corretas as afirmações:

ABCDE estão

II e III. corretos.
Nenhum
II e IV.
dos itens
I, II e IV.
está
Todos os
correto.
itens

Questão 04

Analise as assertivas seguintes relativas à regulação da


temperatura em nosso organismo.
I. À medida que a temperatura externa sobe, os vasos

sanguíneos próximos à superfície da pele sofrem

constrição, e o fornecimento de sangue à pele diminui.

II. No frio, os vasos sanguíneos da pele se dilatam,


aumentando a perda de calor através da superfície.

III. O sangue que circula nos vasos periféricos dissipa

parte do calor por meio da pele. Indique a alternativa

correta.

Somente I é verdadeira.
A
I e II são verdadeiras.
B
Somente II é verdadeira.
C
Somente II e III são verdadeiras.
D

52
Questão 05

E Somente III é verdadeira.

Para o controle das infecções, o organismo humano


dispõe de diferentes mecanismos de defesa.

Com relação a esse tema, assinale V para as


proposições verdadeiras ou F para as proposições

falsas.

( ) Nos nódulos linfáticos e no baço são produzidas células


apresentadoras de antígenos, os macrófagos. Estes

estimulam os linfócitos B a produzirem interferons,


muito ativos no combate a patógenos externos.

( ) Os linfócitos B transformam-se em plasmócitos,


células produtoras de anticorpos, proteínas que se

ligam especificamente a determinados antígenos.

( ) Contra patógenos extracelulares, como a maioria das


bactérias, o organismo ativa seus linfócitos T

citotóxicos.

( ) As chamadas "células de memória" surgem da


diferenciação de linfócitos T e B; perduram no

organismo e podem desencadear a resposta imune

com mais rapidez.

( ) Linfócitos T podem adquirir ação citotóxica e


destruir células infectadas por vírus, ou ainda células

cancerosas, por exemplo.

Questão 06

Horas depois de uma pequena farpa de madeira ter


espetado o dedo e se instalado debaixo da pele de uma

pessoa, nota-se que o tecido ao redor desse corpo

estranho fica intumescido, avermelhado e dolorido, em

razão dos processos desencadeados pelos agentes que

penetraram na pele juntamente com a farpa.

a) Indique quais células participam diretamente do


combate a esses agentes externos. Explique o

mecanismo utilizado por essas células para iniciar o

processo de combate aos agentes externos.

b) Ao final do processo de combate, forma-se, muitas


vezes, uma substância espessa e amarelada

conhecida como pus. Pesquise: como essa substância

é formada?

53
Questão 07

No caso de transplantes de órgãos, o processo de


aceitação/rejeição do órgão transplantado pelo

indivíduo receptor está diretamente relacionado à(ao):

capacidade de digestão de toxinas


do doador pelo receptor. A
capacidade de multiplicação
das células do doador. B
sistema nervoso do receptor.
C
sistema imunitário do receptor.
D
sistema imunitário do doador.
E

Questão 08

Vacinas contêm antígenos de agentes infecciosos que


levam o indivíduo vacinado a apresentar uma resposta

imunitária primária. Se, após algum tempo, o indivíduo

contrair o agente infeccioso contra o qual foi imunizado,

deverá apresentar uma resposta imunitária:

mais lenta que a primária, pois seu organismo


ainda não tem células de memória A
imunitária.
mais lenta que a primária, pois seu organismo
ainda não tem anticorpos em B
quantidade satisfatória.
mais rápida e intensa que a primária, pois as
células de memória imunitária C
reconhecem o agente infeccioso.
mais rápida e intensa que a primária, devido à
diminuição da quantidade de D
anticorpos em seu organismo.
tão rápida e intensa quanto a primária, devido à
baixa atividade dos linfócitos em E
seu organismo.

Pratique: Vestibulares e Enem


Questão 01
Uma pessoa, em decorrência de determinada
patologia cardíaca, apresenta obstrução parcial ao

fluxo de sangue da válvula mitral. Uma consequência

desse efeito será:

acúmulo de sangue nos pulmões.


A
redução do fluxo sanguíneo pulmonar.
B
aumento de volume do ventrículo esquerdo.
C
aumento do volume de sangue que chega às coronárias.
D
aumento de sangue no ventrículo esquerdo.
E

54

Questão 02

Em avaliações físicas, é comum a análise conjunta de duas


variáveis:

1) débito cardíaco – volume de sangue que o coração é

capaz de bombear em determinado período de tempo;

2) frequência cardíaca – número de batimentos do coração


nesse mesmo período de tempo.

Em geral, atletas apresentam elevado débito cardíaco,

ou seja, o coração bombeia um volume maior de sangue

com menos batimentos, se comparado a um indivíduo

sedentário.

Admita que quatro homens não fumantes, sem


diagnóstico de patologia cardíaca, com mesmo peso

corporal e idade, foram submetidos à corrida em uma

mesma esteira. Durante esse processo, foi registrado o

débito cardíaco de cada um, obtendo-se os resultados

indicados no gráfico.
ekgmachines.org (adaptado)

De acordo com os resultados apresentados, a curva que


representa o indivíduo com maior frequência cardíaca

é:

III.
ABCD
IV.
I.

II.

Questão 03

Nas opções a seguir, estão relacionadas cavidades

cardíacas e vasos sanguíneos. Assinale 55

aquela que reúne cavidades e vasos nos quais, no homem

adulto, o sangue encontrado será sempre arterial:

ventrículo esquerdo, aorta e


artéria pulmonar. A
átrio esquerdo, veia pulmonar e aorta.
B
ventrículo direito, artéria
pulmonar e aorta. C
átrio direito, veia cava e veia pulmonar.
D
ventrículo direito, veia
pulmonar e artéria pulmonar. E

Questão 04

As ilustrações a seguir (a, b e c) representam o que pode


acontecer quando uma lesão na pele permite a entrada

de bactérias que causam infecção.

Analise as afirmativas a seguir.

I. A inflamação é uma resposta imune do corpo, na


tentativa de destruir agentes invasores.

II. O tecido lesado libera sinais químicos (histamina e

prostaglandinas) que promovem a dilatação dos vasos

na área lesada.

III. Alguns tipos de leucócitos (glóbulos brancos)


atravessam as paredes dos capilares por diapedese e

deslocam-se pelo tecido, fagocitando os

microrganismos patogênicos.

Marque a alternativa correta.

Apenas I e II são corretas.


A
I, II e III são corretas.
B
Apenas II e III são corretas.
C
Apenas I é correta.
D
Apenas I e III são corretas.
E

56
Questão 05

O sistema circulatório humano apresenta


características estruturais específicas para suportar

a grande pressão do sangue bombeado pelo coração, no

caso das artérias, bem como para manter a velocidade

do fluxo em direção ao coração, mesmo sob baixa

pressão, no caso das veias. Observe no gráfico as

principais variações nesse sistema.

Indique duas características da composição da parede

das artérias que possibilitam a passagem do sangue sob

grande pressão. Indique, também, dois fatores que

possibilitam a passagem do sangue pelas veias em

velocidade quase tão alta quanto à verificada nas

artérias.

Questão 06

Em laboratório, cobaias adoeceram após serem


inoculadas com vírus influenza. A recuperação de

uma cobaia será mais rápida caso ela receba uma

injeção de:

A
antibióticos produzidos por fungos em meio de cultura
contendo o vírus.

B
suspensão de vírus inativados por tratamento térmico.

C
plasma sanguíneo extraído de outra cobaia recuperada
da doença.

D
concentrado de plaquetas oriundo de cobaias que não
foram inoculadas.
E
medicamento inibidor da enzima viral transcriptase
reversa.

Questão 07

Uma determinada empresa disponibiliza quatro


possíveis vacinas para a dengue (V1, V2, V3 e V4), que

possuem diferentes combinações dos três genes

estruturais do vírus da dengue, o gene C, que codifica

para uma proteína do nucleocapsídio viral; e o gene M e o

gene E, que

57

codificam para proteínas da superfície do vírus e

estão representados por bandas na composição de

cada vacina na Figura 1.

Reprodução

Juntamente com as potenciais vacinas de DNA, essa


empresa realizou um estudo in vivo com 10 camundongos

nos quais foram injetadas vacinas com DNA controle e

com os genes C, M e E a fim de avaliar a resposta

imunológica quanto à produção de anticorpos (Figura 2) e

de células T citotóxicas (Figura 3).


Reprod
ução

GODOY, M. A. F. et al.Estudo de caso: como desenvolver uma vacina


de DNA contra a dengue?
Genética na escola, v. 13, n.
2, 2018. p. 144-153. (adaptado)

A partir das informações apresentadas, qual

vacina teria uma melhor resposta imunológica

contra a dengue?

A
V2.

B
V1.

C
V3.

D
V4.

58

Questão 08

Imunobiológicos – Diferentes formas de

produção, diferentes aplicações


Embora sejam produzidos e utilizados em situações

distintas, os imunobiológicos I e II atuam de forma

semelhante nos humanos e equinos, pois:

imunológica.
ABCDE estimulam a
conferem produção de
imunidade
passiva. anticorpos.

transferem desencadeia
células de m a produção
defesa.
de antígenos.
suprimem a
resposta

Questão 09

Vários métodos são empregados para prevenção de


infecções por microrganismos. Dois desses métodos

utilizam microrganismos vivos e são eles: as vacinas

atenuadas, constituídas por patógenos avirulentos, e os

probióticos que contêm bactérias benéficas. Na figura

são apresentados cinco diferentes mecanismos de

exclusão de patógenos pela ação dos probióticos no

intestino de um animal.
59

McALLISTER, T. A. et al. Review: The use of direct fed


microbials to mitigate pathogens
and enhance production in cattle.
Can. J. Anim. Sci., jan. 2011.
(adaptado)

Qual mecanismo de ação desses probióticos promove um


efeito similar ao da vacina?
4

A .

B 3

C .

D 2

E .

5 1

. .

Questão 10
Pesquisador do Instituto Pasteur, Louis Calmette,
desenvolveu um soro contra picada de cobras najas do

Sudeste Asiático, fabricado na França, desde 1894. Pouco

depois, o mineiro Vital Brazil pesquisou soros

específicos para jararaca e cascavel com a equipe do

recém criado Instituto Butantan. O valor científico de

suas descobertas difundiu-se apenas em 1915, quando o

soro antiveneno da Crotalus terrificus foi aplicado em

um funcionário do zoológico de Nova York, picado por

Crotalus atrox do Texas. O fato foi noticiado e


comentado nos jornais da época. Pelo relato de Vital

Brazil, ficamos sabendo que o permanganato de potássio

e o soro Calmette já haviam sido empregados, sem que o

estado do doente se modificasse para melhor. A ação do

soro específico não se fez esperar: seis horas após a sua

aplicação, o doente começou a melhorar, e, 12 horas

depois, era considerado livre do perigo.

REZENDE, Joffre Marcondes.Caminhos da medicina:


providencial coincidência na história do ofidismo.
Disponível em: <http://www.usuarios.cultura.com.br>.
Acesso em: 30 abr. 2008. (adaptado)

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Como o soro antiveneno de Calmette não funcionou, a

surpresa dos cientistas e do público em relação à cura

do funcionário deveu-se ao fato de, naquela época,

conhecer-se pouco:

o efeito da vacina no processo de cura, ao se


combaterem invasores e toxinas. A
a biotecnologia, que teria permitido a
identificação das proteínas correspondentes B
aos genes.
o uso de antissépticos e calmantes como parte da
profilaxia e do tratamento de C
picada de cobra.
a atuação dos soros no organismo, que forneceriam
anticorpos apropriados para se D
neutralizar antígenos.
a taxonomia de Lineu, que era pouco valorizada
porque apresentava cascavéis E
brasileiras e texanas em uma mesma família de
serpentes.

Resumo


As artérias são vasos sanguíneos que levam sangue
do coração para outros locais do corpo. São os vasos
mais espessos, já que transportam sangue com alta
pressão.


As veias são vasos de menor calibre que artérias e
transportam sangue de outros locais do corpo até o
coração. Possuem valvas que impedem o refluxo do
sangue. Tanto veias quanto artérias se ramificam: as
veias em vênulas e as artérias, em arteríolas. Essas
ramificações se comunicam com os capilares
sanguíneos.


O coração é um órgão que bombeia sangue para todas
as regiões do corpo, com uma musculatura chamada
de miocárdio. Internamente tem dois átrios e dois
ventrículos, que possuem válvulas nas regiões de
comunicação entre átrios e ventrículos.


O sangue é formado pelo plasma, pelas plaquetas e dois
tipos celulares: as hemácias e leucócitos. As
hemácias estão ligadas ao transporte de gases no
sangue e os leucócitos, ao sistema imunológico e
linfático. Os tipos de leucócitos existentes são:
monócitos, eosinófilos, basófilos e linfócitos.


Os vasos linfáticos transportam a linfa, liquído de
composição semelhante ao sangue, mas sem
hemácias. Na linfa, há circulação do excesso de
líquidos, lipídios absorvidos no intestino e linfócitos.
Os linfonodos filtram a linfa e armazenam linfócitos.


A circulação humana é dividida em sistêmica (grande
circulação) e pulmonar (pequena circulação). Na
pequena circulação, o sangue vai até os pulmões após
passar pelo lado direito do coração e, depois de ser
oxigenado, retorna ao coração. Na grande circulação,
o sangue que retornou ao coração pelo lado esquerdo é
bombeado para todo o corpo.

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A sístole é o movimento de contração do coração, que
envolve a liberação do sangue presente nos
ventrículos. Já a diástole é o relaxamento, que
envolve o enchimento dos átrios cardíacos.


A contração do coração ocorre a partir de estímulos do
nó sinoatrial, que garantem a contração dos átrios.
Dessa região, o impulso segue para o nó
atrioventricular, o qual se ramifica para os
ventrículos direito e esquerdo. Essas ramificações
são compostas pelos miócitos condutores cardíacos e
induzem a contração dos ventrículos.


A pressão que o sangue exerce sobre as paredes
internas dos vasos sanguíneos é chamada de
pressão sanguínea. Como são as artérias que
recebem o sangue do coração, são elas que sofrem
maior pressão, chamada de pressão arterial.


A resposta imunológica natural não reconhece
especificamente um agente estranho, ou seja, atua
da mesma forma contra qualquer agente invasor,
independentemente de sua natureza. Nos organismos
humanos, a defesa inata inclui barreiras físicas,
assim como mecanismos de defesas celulares e
químicas.


A resposta imunológica específica é mediada pelos
linfócitos e possui mecanismos para inativar
especificamente alguns agentes patogênicos. A
imunidade humoral envolve a produção de anticorpos
pelos linfócitos B. Já a imunidade celular, envolve a
destruição das células infectadas pelos linfócitos T.


As vacinas são uma forma de imunização ativa porque
possuem o agente patogênico, partes dele ou toxinas
modificadas, o que induz a produção de anticorpos e
memória imunológica.


Os soros são uma forma de imunização passiva
porque possuem anticorpos prontos para combater
uma doença ou toxinas. Não induzem o organismo a
uma resposta imunológica.

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