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P2 - Aplicada - 11/05/2021

Isabelle Pereira Iscuissati - 199275

1. Uma empresa deseja preparar uma emulsão do tipo óleo em água (contendo 20%
de óleo mineral) e tem opção de utilizar surfactantes derivados de açúcares ou
etoxilados. Com relação a estas duas categorias, qual seria a mais apropriada
sabendo que esta emulsão precisa se manter estável em situações de temperatura
elevada ? Por quê? Apresente um procedimento para determinação do HLB ótimo
para esta formulação utilizando dois emulsificantes com valores de HLB igual a 4 e
18.

Tendo em mente que nossa emulsão é do tipo o/w (contendo 20% de óleo mineral) e que
precisa ser estável em altas temperaturas, o ideal seria adicionar na composição um surfactante
derivado de açúcares, já que o efeito da temperatura é drástico para os surfatantes etoxilados. De
forma que, à medida que aumenta a temperatura, ocorre a redução da solubilidade em água, ficando
com menor HLB. Quanto maior o grupo EO do surfatante, mais hidrofílico ele é e maior é o ponto de
turvação e o HLB. Ex: C12(EO)6 a temperatura ambiente é solúvel em água (HLB alto, é um bom
emulsificante tipo o/w e é bem estável sem ter problemas de separar fase), mas se aumenta pra 60ºC
ele deixa de ser solúvel em água (vai se tornar solúvel em óleo/hidrofóbico, com menor HLB, que não
é ideal para sua estabilidade; macroscópicamente observa uma turvação, então acima desse ponto ele
pode ou I) Desestabilizar e separar fase, ou II) Gerar Inversão da Emulsão, que é mudar sua
característica, ele deixa de ser um bom emulsificante tipo o/w ao aumentar a T e passa a ser bom para
w/o, ou seja, ser um surfatante hidrofóbico (essa Temperatura de Inversão PIT acontece próxima do
ponto de turvação).
Para a determinação do HLB ótimo para esta formulação podemos fazer uma mistura entre
50-55% do emulsificante A (HLB=4, SPAN80) e o restante do emulsificante B (HLB=18,
Octadecanoato de Sódio), para obter um HLB médio ótimo de 11 onde muito provavelmente a
emulsão será estável (não separando fases)

2. Explique a diferença, em termos de princípio de funcionamento, entre as


técnicas de espalhamento de luz estático e dinâmico (SLS e DLS). Escolha, dentre
as técnicas de DLS, microscopia ótica e microscopia eletrônica qual seria a mais
adequada para os objetivos abaixo, justificando: a) caracterização de uma solução
micelar, b) confirmação da formação de uma emulsão múltipla, c)
acompanhamento da coagulação de uma dispersão polimérica

SLS: a técnica de espalhamento de luz estático funciona de acordo com a equação


de Rayleigh que mede a Intensidade de Luz Espalhada pela Intensidade de Luz
Incidida em função índice de refração (interação entre o material que compõe o meio e a
radiação eletromagnética), do tamanho da partícula, comprimento de onda e do ângulo,
em partículas que tem um tamanho menor (ou da mesma ordem de grandeza) que o
comprimento de onda da luz. Pela equação quanto maior o n ("contraste", que é a natureza do
material), o tamanho da partícula (pode haver agregação dessas partículas) e o ângulo do
observador, maior vai ser a intensidade de luz espalhada.
DLS: a técnica de espalhamento de luz dinâmico funciona de acordo com o
acompanhamento da luz espalhada em função do tempo (possui um auto-correlator
no sistema para determinar a variação temporal da intensidade e o ângulo é fixo, isso diferencia do sistema do SLS).
Nela, quanto menor a partícula, maior será seu coeficiente de difusão (velocidade de movimento; a partir
dele é possível medir o tamanho da partícula), tendo um movimento mais rápido do que uma
partícula maior.

a) caracterização de uma solução micelar: Devido ao tamanho das micelas estarem na faixa
de nanômetros e apresentem simetria esférica, a técnica mais apropriada e comumente utilizada
para a determinação de tamanho é a técnica de espalhamento de luz dinâmico (DLS).

b) confirmação da formação de uma emulsão múltipla: Para emulsão múltipla o método


mais utilizado e adequado para se determinar o tamanho das gotas é por microscopia óptica, já que
geralmente o tamanho das gotas são da ordem de micrômetros. Com o uso de microscopia óptica e
um software para medir as imagens é possível criar um histograma dos tamanhos das gotas, o que
também pode dar informações sobre a homogeneidade das gotas da emulsão bem como a
confirmação da formação de emulsões múltiplas.

c) acompanhamento da coagulação de uma dispersão polimérica: neste caso o


método ideal é a DLS, já que consegue acompanhar ao longo do tempo a variação
do raio hidrodinâmico das partículas (consegue ver se as partículas coloidais estão se
agregando/aumentando), se sim, é um indicativo que ela não está mais estável; se o tamanho
não variar, significa que tem contribuições que fazem com que essas partículas não interagem
entre si/repelem e provavelmente vão ter uma estabilidade cinética maior/vão durar mais
tempo).

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