Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

ANA CLARA DA CRUZ SOBRINHO


ANA VITÓRIA BRITO LEMOS
BRENO BARRETO TEIXEIRA DA SILVA
JULIA STÉFANY DE JESUS VILAS BOAS
NIVEA SANTANA PINHEIRO

RELATÓRIO DE EXTENSÃO

Salvador
2023
ANA CLARA DA CRUZ SOBRINHO
ANA VITÓRIA BRITO LEMOS
BRENO BARRETO TEIXEIRA DA SILVA
JULIA STÉFANY DE JESUS VILAS BOAS
NIVEA SANTANA PINHEIRO

RELATÓRIO DE EXTENSÃO

Trabalho apresentado ao Departamento de Geografia,


Universidade Federal da Bahia, como forma de avaliação
parcial da disciplina GEOA- Geografia do Brasil
Orientadora: Profª- Wendel

Salvador
2023
INTRODUÇÃO

A atividade desenvolvida e aqui relatada, teve como objetivo a elaboração de uma atividade de
extensão com o tema, Geografia e Saúde, como avaliação final do componente curricular
Geografia do Brasil. Para isso o objetivo proposto foi a sensibilização da comunidade estudantil
do Instituto de Geociências UFBA, acerca do contexto de saúde mental e adoecimento nas
escolas públicas. A partir disto, foi realizado uma Roda de conversa com o título “Saúde mental
e adoecimento em escolas públicas da Bahia: um perfil especializado”, no qual a convidada
Rosilda Maria de Queiroz da Cruz Nunes - Possui graduação em Geografia pela UCSAL
(2006), Graduada em Psicologia, UNEB (2018); Mestrado - UNEB / Pós-Crítica (2021);
Doutoranda pela UNEB (2022); professora da rede municipal e estadual de São Sebastião do
Passé - BA - e expositora do tema, através desta temática fomentou a discussão entre os
participantes presentes. Durante a atividade também foram aplicados dois questionários, de
sondagem e avaliação. Nesse sentido, o intuito foi: identificar o perfil dos participantes;
analisar o nível de conhecimento a respeito do conteúdo; compreender o quanto os presentes
sabiam acerca da temática; verificar com que qualidade avaliaram a realização da atividade; o
que seria possível melhorar, e se atendeu a expectativa dos participantes.

JUSTIFICATIVA

O mês de setembro é considerado o mês de conscientização sobre a prevenção ao suicídio,


intitulado também como “setembro amarelo”, segundo estudo realizado pela Unicamp, 17%
dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e,
desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Dessa forma, discutir saúde mental na
formação de docentes é imprescindível para quebrar os tabus desse tema e oferecer meios para
o tratamento e encaminhamento do paciente. Sabe - se que na sala de aula o professor encontra
diferentes alunos com vivências, perfil socioeconômico distintos e isso também se reflete no
seu processo de aprendizagem. Dessa forma, elaboramos uma roda de conversa e alguns dos
tópicos abordados pela palestrante foram sobre contexto, problemáticas, causas do
adoecimento mental, papel da escola na prevenção ao suicídio, transtornos mentais mais
frequentes, a importância do autoconhecimento e o papel dos educadores no acolhimento
socioemocional do educando.
Portanto, cuidar de si é uma prioridade no século XXI, em um contexto do IGEO -UFBA tem-
se uma falta desse olhar mais atento com os discentes e com o meio profissional que esses
alunos vão trabalhar, é nesse sentido que veio a ideia de proporcionar uma facilitação que
trouxesse a amplitude que é a Geografia e como a saúde pode se correlacionar com o ambiente
de trabalho.
A atividade aconteceu no IGEO, na sala 109 B, teve como público alvo os discentes de
licenciatura da Geografia, com duração de 1 hora e ao final tivemos um lanche como forma de
agradecimento aos participantes.

ANÁLISE DOS RESULTADOS


Foi aplicado um formulário de sondagem, com um tempo estimado de 15 minutos de resposta,
onde participaram 19 pessoas, sendo que destas, 16 pessoas responderam o questionário de
sondagem e ao fim somente 9 responderam o de avaliação. De acordo com o questionário,
notou-se que a roda de conversa foi acolhida pelos estudantes, de forma que se sentiram
“tocados”, sensibilizados pelo tema. Porém, presencialmente, houve pouca interação durante a
discussão, é possível que a presença do professor e a entrada ainda recente na universidade,
tenha inibido a participação dos estudantes.
A partir dos dados levantados pelos formulários da atividade realizada no dia 09/11/2023,
dividimos a análise dos resultados de sondagem e avaliação.
Inicialmente, uma grande parcela dos participantes já conseguiam fazer algumas conexões com
o tema Geografia e Saúde, estipulado a partir da 1a questão “Para você, qual a relação da saúde
mental e a Geografia?” ligações entre o espaço e a saúde mental, exemplificando e discutindo
o assunto.

Figura 1 - Gráfico do percentual de respostas do formulário de sondagem;

O formulário de sondagem teve como 2a pergunta o conhecimento prévio a respeito das taxas
de suicídio terem um percentual maior entre negros do que brancos, e com isso mostrou-se que
dentre as 16 pessoas a maior parte tinha conhecimento da relação suicídio X raça. Mas, em
contrapartida, uma porcentagem significativa não tinha conhecimento, contendo assim 43,8%
dos entrevistados, como exposto na figura 1.

Figura 2 – Gráfico do percentual de respostas do formulário de sondagem


Com base nas respostas apresentadas na Figura 2 temos que a maior parte das pessoas
responderam que já tinham conhecimento sobre a relação entre maior vulnerabilidade
socioeconômica e suicídio. Podemos concluir que os entrevistados compreendem que a
vulnerabilidade afeta a saúde mental.

Figura 3 – Gráfico do percentual de respostas do formulário de

Em relação ao campo da educação, 68% das pessoas responderam que seguiram a carreira
docente, e que entendem a importância da criação de um espaço de acolhimento e escuta no
ambiente escolar, tanto para os professores quanto para os estudantes, como pode observar a
Figura 3.
Figura 4 – Gráfico do percentual de respostas do formulário de sondagem

A atividade tinha como público alvo os graduandos em licenciatura de Geografia, a Figura 4


demonstra que atingimos esse objetivo, visto que 68,8% pretende seguir a carreira docente.

Imagem 01 -Momento de discussão entre participantes e convidada;

Fonte: Autoria própria

A questão “Como pretende articular essas questões?” apresentada no questionário de


sondagem, parece ter demonstrado certo nível de incerteza sobre os participantes, ainda a
respeito da temática.

Imagem 02 – Mapa sobre a “Taxa de Mortalidade por Outros Transtornos


mentais e comportamentais (OTMC), Nordeste, Brasil, 2018”.
Fonte: DE MEDEIROS MACÊDO (2020)

Por fim, o questionário de sondagem apresenta a seguinte questão, baseado na Imagem 02:
“Como essa espacialização toca você?” Isso já foi abordado no curso de Geografia?”
A partir do exposto pelos estudantes, desses, maioria senão totalidade, apresentou de forma
clara, a sua não conformidade com a ausência do tema abordado no curso e também
apresentaram queixas, no sentido de deixar claro que o tema é de seria de suma importância de
ser trazido ao seu curso, sobretudo a discussão neste espaço que tanto ocupam.
A partir daqui são trazidos às reflexões e questionamentos levantados com o questionário
final de avaliação: perguntado “Em qual semestre e curso está?”. Foi possível identificar que
a maioria dos discentes presentes estavam no 3° semestre do curso de Geografia.
A Figura 05 abaixo, representou a identificação dos participantes com a atividade, seu nível
de relevância para a sua formação, que de maneira geral foi bem avaliado.

Figura 05 – Tabela referente ao percentual de respostas do formulário de


autoavaliação;
Foi avaliado também o nível de organização e planejamento da atividade, como pode ser visto
abaixo na Figura 6, assim as 8 respostas registradas indicaram que ocorreu de forma
organizada, havendo um percentual de 100%.

Figura 06 – Tabela sobre a avaliação dos participantes sobre a organização da roda de


conversa

No questionário, houve um espaço direcionado para que os participantes pudessem deixar


alguma inquietação mediante a exposição do tema. Assim, um dos discentes registrou o
seguinte: “Seria interessante trazer contatos para os alunos com questões envolvendo saúde
mental. Locais, por exemplo, de terapia gratuita para alunos com pouca renda. Sou uma
dessas alunas que precisa urgentemente de terapia, e acredito que muitos alunos também têm
essa necessidade. Um contato seria interessante“. Logo, a atividade conseguiu mapear uma
dada necessidade, que pode não se restringir apenas a essa aluna, mas a toda comunidade
estudantil.

Apesar de não ter sido a última questão do questionário, deixamos a terceira questão para ser
analisado por fim, porque ela traduz a relação entre identificação com o tema, e a realidade do
aluno, dentre as respostas: “Me identifiquei bastante com as questões relacionadas à
importância da prática do auto conhecimento e das abordagens decoloniais dentro dos
espaços acadêmicos. Me senti bastante contemplada devido a recorrência dos temas
abordados.” que transparece a necessidade que muitos graduandos têm em relação ao tema
‘saúde mental’, e que indica a urgência em pensar soluções dentro do Instituto de Geociências
a fim de acolher a demanda dessa comunidade.

Registros feitos durante atividade:


Imagem 03 – Finalização da roda de conversa

Fonte: Autoria própria

Imagem 04 – Participantes acompanhando a realização da atividade

Fonte: Autoria própria

Imagem 05 – Exposição da temática pela convidada

Fonte: Autoria própria


Imagem 06 – Participantes da roda de conversa

Fonte: Autoria própria

CONCLUSÃO

Portanto, a realização da atividade cumpriu as expectativas esperadas. Ao final tivemos os


resultados atingidos com a sensibilização da parte estudantil do Instituto de Geociências -
UFBA, sobretudo, porque se trata do nosso público alvo, admitindo assim que serão futuros
profissionais em sala de aula, que terão que lidar com diversas adversidades, principalmente
no contexto de escolas públicas, onde sabemos que estão o perfil de crianças, adolescentes e
jovens que apresentam vulnerabilidade socioeconômica. A partir da aplicação dos formulários
respondidos durante a atividade de extensão, foi possível chegar a resultados esperados e
também comparar o nível de apreensão do que foi trazido durante a exposição aos participantes.
Estes em grande parte interagiram praticamente durante toda atividade realizando os
questionários, no entanto, não interagiram tanto nas discussões propostas na roda. Ficou como
saldo positivo para os integrantes da equipe organizadora, a noção e o conhecimento adquiridos
para elaboração de atividades de extensão que podem facilmente ser aplicadas, esperando-se
bons resultados a partir do atravessamento de tema x participantes, público-alvo. Ademais,
como alguns participantes são membros do centro acadêmico do curso, logo pensa-se a
possibilidade em dar continuidade em atividades como essa, de forma mensal no Instituto de
Geociências, com temas e convidados diversos com foco na Geografia.

AUTOAVALIAÇÃO

Por meio da autoavaliação, concluímos que não tivemos imprevistos durante a realização da
atividade; a divulgação da atividade poderia ter sido melhor; talvez, a realização da atividade
pudesse ter sido num espaço maior de tempo, para que assim a realização dos questionários
fosse feita de forma mais tranquila e foi um dia chuvoso, talvez tenha impactado na quantidade
dos presentes.

REFERÊNCIAS

DE MEDEIROS MACÊDO, Carina Taíse; DE ANDRADE, Fábia Barbosa. Transtorno mental


no nordeste brasileiro: variações e diferenciais da mortalidade e morbidade de 2007 a 2016. O
Mundo da Saúde, v. 44, n. s/n, p. 338-348, 2020.

MOURA, Bruno de Freitas. Número de suicídios cresce: ' Acesso ao psiquiatra e psicólogo
salva vidas'. 2023. Disponível em:
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/07/30/numero-de-suicidios-cresce-
no-brasil.htm. Acesso em: 23 nov. 2023.

NUNES, Rosilda M. Q. C. Saúde mental e adoecimento em escolas públicas da Bahia: um


perfil especializado. 2023.

Você também pode gostar