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Guanambi é um município que está situado na mesorregião da Região Centro-Sul da Bahia. Está distante 796
quilômetros a sudoeste de Salvador. Sua população estimada em 2016, segundo dados do IBGE, é de 86.320
habitantes.
Outras informações no site:
http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=291170&search=bahia|guanambi
conhecimentos específicos acerca da temática pesquisada. Esses momentos foram registrados
no diário reflexivo das pesquisadoras.
A observação participante como instrumento da abordagem qualitativa é crucial, uma
vez que, “ao observador não basta simplesmente olhar. Deve, certamente, saber ver,
identificar e descrever diversos tipos de interações e processos humanos”. (VIANNA, 2003,
p. 12). Nesse sentido, pudemos perceber as interações no campo de pesquisa e nada pôde
escapar dos olhos das pesquisadoras.
Dessa forma, as autoras deste trabalho buscam por meio dos desenhos e do
desenvolvimento da metodologia da resolução de problemas como elementos de coleta e
análise de dados, identificar, analisar e descrever as percepções e estratégias utilizadas por
estudantes do 3º ano do ensino fundamental do ciclo de alfabetização no processo da
resolução de problemas.
De acordo com Pereira (2006, p. 1), “importante característica do desenho infantil é a
de que representa mais o que a criança sabe de um objeto do que o que ela vê. Dessa maneira,
reflete a imagem e conceito do objeto, portanto recorta seu significado”. Assim, por meio dos
desenhos a criança expressou seus sentimentos em relação à matemática e a resolução de
problemas.
Para caracterizar o perfil do grupo participante deste trabalho utilizamos o
questionário, pois “podem ajudar a caracterizar e a descrever os sujeitos do estudo”.
(FIORENTINI; LORENZATO, 2006, p.117). Portanto, fornecem dados precisos dos
participantes.
Para aprofundar ainda mais o nosso conhecimento sobre a resolução de problemas no
ciclo de alfabetização no PNAIC, analisamos tais documentos, pois consiste em uma rica
fonte, ademais favorece a coleta “natural” de dados, ao disponibilizar informações
contextualizadas do mesmo contexto. (LUDKE; ANDRÉ, 1986).
Além da aplicação do questionário e da análise documental, utilizamos o diário de
campo reflexivo, constando anotações da observação participante e do desenvolvimento da
metodologia de resolução de problemas, a fim de obtermos informações a respeito das
percepções e estratégias na resolução de problemas, uma vez que “é nele que o pesquisador
registra observações de fenômenos, faz descrições de pessoas e cenários, descreve episódios
ou retrata diálogos”. (FIORENTINI; LORENZATO, 2006, p.119). Assim, esse instrumento
auxiliou-nos nas reflexões advindas das vivências em sala de aula nos momentos da pesquisa.
Após a transcrição dos dados buscamos analisar os resultados, com alicerce na questão
de investigação e no embasamento teórico utilizado. O método de análise e interpretação dos
dados, segundo Marconi e Lakatos (2010, p.167) revelam que “a importância dos dados está
não em si mesmos, mas em proporcionarem respostas às investigações”.
A análise dos dados é relevante por mostrar os resultados da pesquisa. Para
Richardson et. al. (2011, p. 29), “por meio desse processo, utilizamos os resultados para
construir, reforçar ou questionar determinada teoria”. Para esse autor, os dados obtidos
confirmam ou refutam certa teoria.
A abordagem metodológica e instrumentos de coleta e análise dos dados usados neste
estudo oportunizaram uma troca de conhecimentos entre partícipes da pesquisa e
pesquisadoras. O diálogo entre ambos fluiu de forma natural e espontânea.
O levantamento bibliográfico e a análise documental dos cadernos do PNAIC
“Alfabetização Matemática” contribuíram e embasaram a escrita do estudo, além de auxiliar
na elaboração da questão de pesquisa, seus objetivos e a definição do tipo de coleta de dados e
respectiva análise da pesquisa de campo.
Para uma caracterização geral do perfil dos participantes da pesquisa, recorremos aos
questionários, desenhos, atividades que envolviam problemas e ao TCLE.
O Quadro 1 sintetiza essa caracterização. Os nomes dos estudantes participantes desta
pesquisa são fictícios, para preservar suas identidades. Utilizamos para tanto, as letras do
alfabeto com um respectivo numeral
Quadro 1 – Grupo participante da pesquisa
Nome Turma
A1
B2
C3
D4 3°B
E5
F6
G7
H8
I9
J10
K11
L12 3° A
M13
N14
O15
P16
Fonte: Elaborado pelas autoras com dados da pesquisa
Por esse ângulo, nota-se como a metodologia proposta não se restringe apenas a
matemática em si, mas oportuniza ao aluno a construção de um conhecimento significativo,
onde o reproduzir dar lugar ao produzir, elaborar, sistematizar. Assim, o estudante é sujeito
ativo do seu saber.
No entanto, Nacarato, Mengali e Passos (2009) salientam que ultrapassar o ensino
mecânico dos conteúdos matemáticos, principalmente nos anos iniciais, o alicerce da
alfabetização matemática, é uma grande dificuldade para o docente na construção dos
fundamentos deste componente curricular. Dessa maneira, não é fácil para o docente
desenvolver a metodologia de resolução de problemas, uma vez que, exige formação,
conhecimento, dedicação, e disposição.
Ao utilizar a metodologia da resolução de problemas nas aulas de matemática,
Oliveira (2012, p. 46), pontua:
Desse modo, o importante não é que o aluno chegue rapidamente ao resultado, todo o
processo até chegar à solução é significativo, portanto, respeitar o aluno nesse momento é
garantir que a aprendizagem aconteça. Além disso, é preciso que os estudantes compartilhem
os diferentes modos de resolução para que todos tenham consciência que não há uma única
estratégia, assim como diferentes saberes. É importante o professor também “evitar a
apresentação precoce de resultados envolvendo conceitos formalizados e, sempre que
possível, promover a simulação de um ambiente de pesquisa que permita aos alunos
vivenciarem momentos de investigação, simulação e elaboração de hipóteses”. (OLIVEIRA;
MASTROIANNI, 2015, p. 461). Nota-se que o ambiente investigativo no processo de
resolução de problemas é fundamental.
No processo de resolução de problemas o aprendizado acontece no confronto das
diversas técnicas empregadas para se chegar ao resultado, quando o aluno reflete sobre o
procedimento utilizado, o como e o porquê daquela resposta, assim, a solução não se
consegue no começo. (SERRAZINA; RIBEIRO, 2012).
Em suma, resolver uma situação-problema permite ao estudante o raciocínio
matemático na medida em que faz inferências de como chegar ao resultado, bem como,
favorece o aprendizado. Chegar de imediato à solução não faz parte do processo de resolução
do problema matemático, pois a dificuldade é o que vai direcionar a aprendizagem. No
entanto, o docente deve considerar o nível cognitivo do estudante e a cada passo que avançam
propor mais desafios.
O PNAIC (BRASIL, 2014) ressalta a necessidade de compreender o tempo do aluno e
seus diversos modos de aprender. Não há um único jeito ou fórmula de mediar o
conhecimento, portanto o docente deve evitar ficar preso às mesmas estratégias e procurar
métodos que permitam aos estudantes o desafio com o propósito de avançarem na
aprendizagem.
Ao propor a resolução de problemas como eixo central da atividade matemática os
PCNs elencam alguns princípios:
2.1 Metodologia da resolução de problemas nas aulas de matemática nos anos iniciais
do ensino fundamental: concepções de pesquisadores
por exigir do aluno uma postura ativa, leva-o a ampliar sua compreensão
inicial, uma vez que ele se lança para além do conhecimento existente,
levantando hipóteses, fazendo conjeturas, procurando argumentos que lhe
permitam defender um ponto de vista e expressar uma forma de raciocínio.
A matemática é conceituada pela maioria dos estudantes como uma disciplina muito
complicada, difícil, e de pouca compreensão devido a metodologia adotada pelos professores
em sala de aula. Segundo Vieira, Paulo e Allevato (2013) é possível proporcionar uma
disciplina prazerosa, compreensiva, isso através da resolução de problemas nas aulas de
matemática como metodologia de ensino, tornando-a de fácil entendimento.
Nesse sentido, Van de Walle (2009, p.31) remete a entender que “a maioria dos
adultos reconhecerá que a matemática é um tema importante, mas poucos compreendem sobre
o que trata a disciplina. Para muitos, a matemática é uma coleção de regras a serem
dominadas, de cálculos aritméticos, [...] de demonstrações geométricas”. Percebemos como
estão tradicionalmente impregnados na vida dos estudantes os saberes limitados da
matemática. Por isso, é importante e fundamental cursos de formação para os professores
mudarem a metodologia de trabalho nas referidas aulas.
Proença (2012) nos fez entender que é importante favorecer o entendimento do ensino
via resolução de problemas a professores. Além disso, promover cursos de formação nas
faculdades, oportunizando os docentes a compreender o significado da resolução de
problemas e como é importante para os estudantes trabalhar através da resolução de
problemas com foco específico nos conteúdos mais complexos.
No contexto da formação docente, conforme Oliveira e Passos (2013, p. 878), é
necessário proporcionar aos professores “a oportunidade de conhecer e vivenciar o trabalho
com a metodologia da resolução de problemas nos encontros formativos e na sua prática
docente e de incluir, nas suas aulas de matemática com seus alunos, essa metodologia de
ensino”.
O desenvolvimento da metodologia da resolução de problemas na prática pedagógica
“para efetivar e consolidar a aprendizagem dos alunos demanda inúmeras visões por parte dos
professores, isso porque cada um tem um olhar diferente ao trabalhar com a resolução de
problemas nas aulas de matemática”. (LOPES; REIS; CARDOSO, 2014, p. 42).
Onuchic e Allevato (2008) apontam em sua pesquisa que devemos entender os
significados e conceitos dos conteúdos matemáticos, logo trabalhar em sala de aula, partindo
de questionamentos, utilizando a metodologia da resolução de problemas para tornar
significativo o processo de ensino e aprendizagem da matemática para os estudantes e
professores.
Segundo Oliveira (2012, p. 54), “é fundamental que os cursos de formação (inicial e
continuada) de professores busquem articular os conhecimentos produzidos pelas
universidades em relação ao ensino e os saberes desenvolvidos pelos professores em suas
práticas cotidianas”.
O professor ao adotar o trabalho com a metodologia da resolução de problemas nas
aulas de matemática está proporcionando ao estudante um leque de possibilidades e
aprendizagem de forma diversificada. Atrelado a esse processo, Romanatto (2012, p. 303)
destaca que “a resolução de problemas, como metodologia de ensino da matemática, pode
fazer com que os conceitos e princípios matemáticos fiquem compreensivos para os
estudantes uma vez que eles serão elaborados, adquiridos, investigados de maneira ativa e
significativa”.
Na sala de aula, o professor é o espelho do estudante, a maioria das vezes os
estudantes apenas repetem o que lhes é ensinado durante as aulas de matemática. Assim, “a
criança de que só se aprende a resolver problemas por imitação, ou seja, imitando as
atividades e procedimentos de quem os resolvem, predominou e, infelizmente, ainda
predomina em muitas salas de aula”. (MENINO, 2013, p.77).
Para Nunes (2010) o trabalho com a metodologia da resolução de problemas adotada
em sala de aula compõe uma postura de crianças investigadoras, professores reflexivos, ideias
inovadoras, além disso, mais comunicativas.
Diante dessa concepção, Van de Walle (2009, p. 19) ressalta que “os conhecimentos
matemáticos e de como os alunos aprendem a matemática - são as ferramentas mais
importantes que você pode construir para se tornar um professor eficaz de matemática”. Desse
modo, cabe ao professor nas aulas de matemática proporcionar atividades relevantes,
significativas, proporcionando ao aluno a utilização de estratégias diversificadas, pensar sobre
os problemas propostos, além disso, socializar suas respostas para os colegas.
Nas últimas décadas, conforme Oliveira e Fogaça (2016, p. 1589), “a resolução de
problemas tem sido apontada como um meio de aprender matemática, como uma forma de
desenvolver nos alunos a capacidade de pensar matematicamente e fazer matemática,
atribuindo significado e sentido nas ideias matemáticas”. Esses aspectos no processo de
ensino e aprendizagem da matemática dinamizam e problematizam as aulas desse componente
curricular na prática pedagógica do professor que ensina matemática.
Van de Walle (2009, p. 33) aponta que “a sala de aula deve ser um ambiente onde
fazer matemática não seja ameaçador e onde todos os estudantes sejam respeitados por suas
ideias. Os estudantes devem se sentir confortáveis em correr riscos e saber que eles não serão
ridicularizados ao cometerem erros”.
O trabalho com resolução de problemas em aulas de matemática é primordial, pois
além do professor proporcionar aos estudantes entendimento que a matemática não se resume
em apenas resolver contas, ou seja, as quatro operações, “desencadeiem na criança a
necessidade de buscar uma solução com os recursos de que ela dispõe no momento”.
(SMOLE; DINIZ; CÂNDIDO, 2000, p. 14).
Assim, instiga o estudante a utilizar os seus conhecimentos prévios, fazendo uma
relação com conteúdos aprendidos no dia a dia. Nesse contexto,